MANUAL DE FOTOGRAFIA
Lila Bittencourt
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Manual de fotografia Lila Bittencourt
Bittencourt, Lila Manual de fotografia Edição 1, 2017 Coleção “A arte da foto” 80p. : il. Para informações e pedido de livros, entrar em contato com a autora pelo email: Lila1197@gmail.com ou pelo site da editora: www.ggeditora.com.br
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Projeto gráfico realizado por Lila Bittencourt para as disciplinas de Produção Gráfica e Planejamento Gráfico Editorial na turma de 2017.1. São reservados aos autores e fotógrafos todos os direitos. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização dos autores.
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Sumário Treinando o olhar..................................................5
2 3 4 5
Configurando sua câmera.....................33
Mão na massa...................................................49
Iluminando ideias...................................59
Fatores técnicos e equipamentos................67
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Treinando o olhar “A fotografia é uma lição de amor e ódio ao mesmo tempo. É uma metralhadora, mas também é o divã do analista. Uma interrogação e uma afirmação, um sim e um não ao mesmo tempo. Mas é sobretudo um beijo muito cálido.” Henri Cartier Bresson
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Composição Uma boa composição não depende de equipamento fotográfico de última geração, de modelos e produções astronômicas ou de uma paisagem maravilhosa. O grande diferencial neste caso é o olhar do fotógrafo e o quão treinado ele está para captar todos os detalhes. Composição fotográfica é a organização dos elementos de forma harmoniosa dentro da área a ser fotografada (enquadramento), levando em conta diversos elementos, como exemplificado na página seguinte.
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Treinando o olhar
Profundidade de campo
Planos de enquadramento
Fotógrafa: Bruna Korb Lamin Imagem extraída de banco de imagens F:f/8.0 V:1/125s ISO:100
F:f/3,5 V:1/1000s ISO:400
Linhas e formas
Posição dos elementos
Fotógrafa: Julia Carmen F:f/14 V:1/25s ISO:100
Textura
Cor
Fotógrafo: Rafael Leme Camargo F:f/6,3 V:1/200s ISO:640
Contraste
Fotógrafo: Daniel J. da Silva F:f/5,3V:1/40sISO:640
Fotógrafo: Júlio Cezar Teixeira Jr F:f/13V:1/80s ISO:100
Fotógrafo: Bruno Amoroso F:f/3,5 V:1/250s ISO:100
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A espiral dourada É uma espiral formada a partir de uma sequência numérica proposta por Leonardo de Pisa, conhecido como Fibonacci, em 1202 no Livro do Ábaco. A sequência é formada de números inteiros na qual cada termo subsequente corresponde a soma dos dois anteriores. Ex: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144 … Ao dividirmos um número da sequência pelo seu antecessor obtemos o número de ouro (1,618), representado pela letra φ (phi) em homenagem a Phidias, escultor grego que empregou a proporção áurea nas estátuas do Partenon.
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Treinando o olhar O número de ouro corresponde a uma constante encontrada em vários exemplos na natureza, sendo por isso também chamado número divino. A espiral dourada representa uma constante de harmonia e beleza que nos parece naturalmente agradável ao olhar. Desde a Renascença pintores, escultores e arquitetos baseiam as suas obras nesta constante.
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Proporção áurea apresentada em valores numéricos:
144 = 89 = 55 = 1,618 89 55 34
Fotógrafa: Alessandra Gabriela Baptistella F: f/4 V:1/25s ISO:200
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Linha do Horizonte Em fotos de paisagem, tenha cuidado para não acabar deixando a linha do horizonte torta. Só faz sentido inclinarmos o horizonte quando estamos fazendo uma composição com linhas diagonais. Mas nesse caso, a inclinação é tanta que fica evidente ter sito proposital.
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Treinando o olhar Nos exemplos abaixo podemos observar a diferença entre o posicionamento correto e incorreto da linha do horizonte, resultando em uma fotografia equilibrada e outra desequilibrada, respectivamente.
No exemplo à seguir percebemos que a linha do horizonte foi inclinada prepositalmente para compor a fotografia.
Fotógrafo: Jessyka de Souza Lemos F:f/14 V:1/160 ISO:200 Fotógrafo: Nicolas Canale Romeiro F: f/36 V:1/25s ISO:200
Fotógrafo: Nicolas Canale Romeiro F:f/5,6 V:1/400s ISO:200
Fotógrafo: Daniel J.
Fotógrafo: Júlio Cezar
da Silva
Teixeira Jr
F:f/5,3V:1/40sISO:640
F:f/13V:1/80s ISO:100
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Regra dos terços A regra dos terços é entendida por muitos como uma simplificação da proporção áurea. Ao dividirmos a imagem em 9 partes iguais, criamos 4 pontos de intersecção que estão muito próximos dos gerados pela proporção áurea.
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Treinando o olhar O princípio fundamental nos dois casos é dar mais dinamismo à imagem ao descentralizar o assunto principal. O elemento principal deve ser colocado num dos pontos de intersecção das linhas que são focos de interesse da imagem.
Fotógrafo: Júlio Cezar Teixeira Jr. F: f/8 V:1/400s ISO:160 Proporção aurea
Ponto de interesse Proporção aurea
Regra dos terços
Ponto de interesse Regra dos terços
Focos de interesse
Fotógrafa: Alessandra Gabriela Baptistella F: f/4,5 V:1/100s ISO:200
Fotógrafa: Isabel Cristina Fontão F:f/4,5 V:1/20s ISO:6400
Fotógrafo: Isaías Barreto Silveira F:f/9 V:1/125s ISO:1600
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Treinando o olhar
Regra dos terços para pessoas
Numa pessoa, a cabeça é o mais importante, coloque-a num dos terços. Deixe um espaço vazio para o lado que a pessoa está olhando. Num rosto, olhos e boca são os pontos de interesse. Aconselha-se a deixar a cabeça nas linhas verticais. Atentar para o espaço vazio à frente do rosto.
Fotógrafa: Ana Luiza Schlickmann Pereira Muenz F:4,2 V:1/100s ISO:2000
Imagem extraída de banco de imagens F:f/6,5 V:1/600s ISO:600 Imagem extraída de banco de imagens F:f/2 V:1/100s ISO:200
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Treinando o olhar
Regra dos terços para paisagens
Tente sempre alinhar o horizonte com alguma das linhas do terço. Para comunicar corretamente o destaque que você deseja para o fotografia, deixe que a parte mais importante ocupe 2/3 da grade da regra dos terços, equilibrando a imagem. Fotografia sem aplicação da regra dos terços, ceu e terra equilibrados:
Imagem extraída de banco de imagens F:f/13 V:1/80s ISO:200
Imagem extraída de banco de imagens
Imagem extraída de banco de imagens
F:f/6,3 V:1/250s ISO:100
F:f/9 V:3/5s ISO:250
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Treinando o olhar
Regra dos terços e movimento
Quando o motivo se desloca deve-se deixar um vazio a sua frente, caso contrário daria a sensação de o elemento estar prestes a se chocar contra o lado vertical da fotografia. Como exemplo podem ser usados dois tipos de fotografia, um onde o personagem está entrando na hitória e o outro onde o personagem está saindo da mesma.
Personagem saindo da história:
Imagem extraida de banco de imagens F:f/5,3 V:1/1250s ISO:400
Personagem entrando na história:
Imagem extraida de banco de imagens F:f/7,3 V:1/2000s ISO:100
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Treinando o olhar
Regra dos terços e equilibrio de elementos Objeto posicionado no alto: leveza, movimento, alegria, espiritualidade, céu. Colocar o assunto principal fora do centro, cria uma foto mais interessante. Entretanto você pode deixar um vazio na cena. Equilibrar o “peso” do seu tema, incluindo um outro objeto de menor importância para preencher o espaço, é uma maneira eficiente de quebrar este vazio. Tenha em mente que a posição do assunto em sua fotografia vai gerar sensações diferentes. Coloque cada elemento na posição que melhor representar sua intenção.
Imagem extraida de banco de imagem F:f/8 V:8/1s ISO:100
Objeto posicionado perto ao chão: peso, descanso, estabilidade, tristeza, solidez, terra.
Foco principal Foco secundário
Imagem extraida de banco de imagens F:f/6 V:1/300s ISO:4000
Imagem extraida de banco de imagens F:f/4 V:1/100s ISO:1250
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Simetria Estamos cercados por simetria e padrões, tanto naturais como artificiais. Eles podem tornar a fotografia muito atraente, especialmente em situações onde não são esperadas. A composição simétrica dá uma ideia de estabilidade e organização. Mostra os elementos com simplicidade, mas causa uma boa sensação visual. A simetria também é eficaz na organização de imagens com detalhes elaborados.
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Treinando o olhar Composições simétricas:
Imagens simétricas ficam bem compostas quando centralizadas. Mas a simetria também pode ser quebrada para criar tensão na composição.
Fotógrafo: Yago Rodrigues Redede F:f/13 V:1/200s ISO:1000
Imagem extraida de banco de imagens F:f/10 V:1/400s ISO:2000
Fotógrafo: Vinícius Vigânigo F:f/2,8 V:1/30s ISO:1600
Fotógrafo: Vinícius Vigânigo F:f/5,6 V:1/250s ISO:3200
Imagem extraida de banco de imagens F:f/5,6 V:10/3200s ISO:200
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Corte de corpo Para fazer uma fotografia que não capture o corpo inteiro da pessoa, deve se tomar cuidado com os cortes que serão realizados. É recomendado evitar cortes nas articulações, umbigo, mamilos e orelhas, pois eles quebram a composição do corpo humano de uma maneira muito abrupta.
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Treinando o olhar Diagrama de cortes no corpo humano:
Quando for necessário cortar o rosto de alguem em uma fotografia, se recomenda cortar nos seguintes locais: Topo da cabeça, meio da testa, meio do nariz, entre nariz e boca, meio do queixo. Os lugares que devem ser evitados são: Olhos, boca, linha entre os lábios.
Fotógrafa: Isabel Cristina Fontão F:f/4,8 V:1/200s ISO:400
Fotógrafo: Rafael Rezende Paese F:f/5,3 V:1/50s ISO:200
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Primeiro plano Criar um primeiro plano bem marcado dá profundidade à imagem.A intenção é fazer com que o observador passe mais tempo apreciando sua foto e relacionando os elementos uns com os outros. O primeiro plano ajuda a evidenciar qual é o assunto principal e quais são os secundários.
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Treinando o olhar Aplicando o foco no segundo plano, a fotografia ressalta o ambiente enquanto o objeto à frente funciona como uma pequena dica que completa a narrativa.
O fundo desfocado não rouba a atenção do que está em primeiro plano e ainda assim nos fornece informação suficiente para criar um contexto para a imagem
Imagem extraida de banco de imagens F:f/6.3 V:1/320s ISO:200 Fotógrafa: Ketlin Souza Nunes F:f/3,5 V:1/1250s ISO:100
Fotógrafa: Julia Carmen F:f/2,8 V:1/400s ISO:200
Fotógrafa: Veronia Magno de Moraes F:f/2 V:1/160s ISO:640
Imagem extraida de banco de imagens F:f/5.6 V:1/80 ISO:100
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Treinando o olhar
Primeiro plano e hierarquia
A fotografia conta uma história e toda história tem um personagem principal e personagens secundários que compõem o contexto da narrativa. Cuidado para essas personagens não se sobreporem e não dificultarem a visualização um do outro.
Coadjuvante Imagem extraida de banco de imagens F:f/4.0 V:1/200 s ISO:160 Figurante
Protagonista
Imagem extraida de banco de imagens F:f/6 V:1/300s ISO:1000
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Imagem extraida de banco de imagens F:f/6,3 V:1/80 s ISO:250
Treinando o olhar
Harmonia entre os planos
A disposição de novos elementos deve complementar o assunto principal e não competir com ele. Tome cuidado para que os elementos não se sobreponham de modo a dificultar a visualização um do outro ou causar cenas contrárias ao objetivo da fotografia. Fotógrafo: Maycon W. Do Carmo Viana F:f/18 V:1/100 s ISO:200
Imagem extraida de banco de imagens F:f/5 V:1/100 s ISO:600
Fotógrafa: Ketlin Souza Nunes F:f/14 V:1/10 s ISO:200
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Moldura Fazer o enquadramento de uma imagem dentro de outro enquadramento é um recurso de grande força visual. A moldura tráz à fotografia uma melhor profundidade, além de ajudar no contexto da cena. A moldura pode ser feita artificialmente, de maneira que você cria a mesma, ou usar uma moldura natural, como um furo em uma parede.
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Treinando o olhar
Fotógrafo: Henrique Alves F:f/22 V:1/100 s ISO:400
Fotógrafa: Lara Haddock Lobo F:f/6,3 V:1/200s ISO:230
Fotógrafo: Rafael Rezende Paese F:f/5,6 V:1/40 s ISO:200
Imagem extraída de banco de imagens F:f/7.1 V:1/100 s ISO:400
Fotógrafa: Ketlin Souza Nunes F:f/32 V:1/6 s ISO:100
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Composição com linhas As linhas são elementos importantes nas artes visuais e são responsáveis pelos contornos e formas. São através das linhas que dirigimos o olhar do espectador, de uma lado para o outro da foto. As linhas horizontais, verticais e diagonais são elementos compositivos que aportam significado as imagens.
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Treinando o olhar Linhas horizontais: estabilidade e descanso e amplidão.
Linhas verticais: são mais dinâmicas que as horizontais. Contudo, ainda são estáveis, pois estão equilibradas. Linhas verticais criam ritmo, imponência, altura e profundidade.
Imagem extraída de banco de imagens F:f/5.6 V:1/125s ISO:500 Fotógrafa: Tamyres Meyer Machado
Há também outro tipo de linha, as convergentes. Estas são linhas paralelas que acabam, devido ao efeito da distância, convergindo para um mesmo ponto.
F:f/4 V:1/500s ISO:400
Imagem extraída de banco de imagens F: f/7,1 V:1/800s ISO:125
Imagem extraída de banco de imagens F:f/6,2 V:1/400s ISO:100
Linhas diagonais: são dinâmicas e conferem movimento à imagem.
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Ponto de vista Buscar pontos de vista diferentes para suas fotos farĂĄ com que elas saiam do trivial e surpreendam o observador. Uma foto de uma cena comum pode se tornar muito mais interessante se for feita a partir de um ponto de vista que nĂŁo seja a habitual altura do olhar, trazendo uma outra perspectiva.
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Treinando o olhar Existem dois tipos de ponto de vista, o picado e o contra picado. Picado: Ponto de vista de cima para baixo. Pode trazer uma aparência de inferioridade do assunto fotografado.
Contra picado: Ponto de vista de baixo para cima. Pode trazer um sensação de superioridade e imponência. Por isso, é muito usado em fotos de políticos e acaba funcionando muito bem com fotos de arquitetura.
Fica muito bom quando o chão tem uma padronagem geometrizada.
Imagem extraída de banco de imagens F:f/4.0 V:1/125s ISO:400
Fotógrafo: Isaías Barreto Silveira F: f/9 V:1/125s ISO:1600
Fotógrafa: Joana Fátima Gameiro Gonçalves F:f/9 V:1/1000s ISO:320
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Configurando sua câmera “As coisas das quais nos ocupamos, na fotografia, estão em constante desaparecimento e, uma vez consumado, não dispomos de qualquer recurso capaz de fazê-las reaparecer.” Henry Cartier-Bresson
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A câmera Uma câmera fotográfica é muito mais complexa do que uma simples câmera de celular, onde você aperta um botão e a fotografia é tirada. Em uma câmera, existem diversas configurações e ajustes que ajudam o fotógrafo a capturar a realidade através de sua própria visão de mundo, fazendo da foto sua arte.
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Configurando sua câmera Distância focal A distância focal é a distância, em milímetros, entre o centro ótico da objetiva (onde os raios de luz se cruzam) e o sensor de imagem.
Menor distância focal
Quanto maior a distância focal da câmera, menor é o ângulo de visão, portanto, mais a imagem é ampliada.
Maior distância focal Imagem extraídaa de banco de imagens F: f/2,4 V:1/600s ISO: 1000
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Configurando sua câmera
Ajuste de dioptria e compesação de exposição Ajuste de dioptria
Compensação de exposição
As câmeras possuem um ajuste de dioptria para que as pessoas possam fotografar sem o uso do óculos quando necessário.
Podemos deixar a foto mais clara ou mais escura para compensar erros de exposição que o modo automático da câmera pode cometer ou para criar efeitos desejados.
Para ajustar a dipometria é necessário primeiro pressionar o botão disparador até a metade para acender o painel no visor e depois girar o anel de dioptria até que enxergue com nitidez os números do visor
Com a câmera no modo P (automático programável), pressione o botão +/- e gire o dial para a direita ou esquerda. Uma setinha na escala do fotômetro irá indicar a compensação que está sendo feita.
Anel de dioptria
Positivo Números do visor 38
Zero
Imagens extraídas de banco de imagens F: f/1.2 V:1/800s ISO:160
Negativo
Configurando sua câmera
Foco automático e manual Foco Manual:
1 2 3
Mude a chave de foco na objetiva para foco manual (MF ou M). Faça o foco girando o anel de foco na objetiva. Um círculo verde acende no visor para indicar que o foco foi encontrado.
Foco Automático:
1 2 3
Mude a chave de foco na objetiva para automático (AF ou A)
A câmera foca automaticamente o objeto ao pressionarmos o disparador até a metade. Um círculo verde acende no visor para indicar o foco.
Só gire manualmente o anel de foco da objetiva se estiver na posição MANUAL, caso contrário poderá estragar o motor do foco automático. Mesmo no modo manual a câmera pode emitir um bip e piscar em vermelho qual ponto de foco foi ativado caso você mantenha o disparador pressionado até a metade. 39
Configurando sua câmera
Foco automático e seus problemas Problemas com foco automático A câmera está programada para focar o objeto mais próximo que nem sempre é o que queremos focado. A câmera não consegue focar cenas sem textura ou contraste, como é o caso do céu ou qualquer superfície lisa.
Pontos de foco da câmera
ONE SHOT/ AF-S - Objetos parados: Após a focagem, o foco é travado mesmo que o objeto se mova ou a cena seja reenquadrada. AI SERVO/ AF-C – Objetos em movimento: O foco acompanha o movimento do objeto. AI FOCUS/ AF-A – Parado/Movimento: A câmera alterna automaticamente entre ONE SHOT (AF-S) e AI SERVO, dependendo se detectou movimento na cena.
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É possível selecionar qualquer um dos pontos acima como foco primário, deixando essa área da imagem sempre me primeiro plano, destacando-a.
Configurando sua câmera
Soluções para o foco automático Ponto lateral ativo
Ponto central ativo
Uma maneira simples de configurar para que a área que se deseja focar seja selecionada pelo foco automático, é selecionar apenas o ponto onde o objeto que deve ser focado se encontra. Funciona da seguinte forma:
Deixe apenas o ponto de foco central ativo (este é o ponto mais rápido e preciso) e então posicione este ponto sobre o objeto a ser focado. Em seguida pressione o disparador até a metade para que seja feito o foco
Escolha qualquer ponto lateral de foco e faça a foto sem precisar recompor o enquadramento. Esse método é mais utilizado quando a câmera está fixa no tripé.
Após ajustado o foco, recomponha o enquadramento e faça a foto. .
Todas as fotos desta página foram tiradas pelo fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/5,6 V:1/160s ISO:400
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Fotografia A fotografia é o registro de uma imagem através da luz emitida por uma cena.Para se fazer uma boa foto é preciso controlar a quantidade de luz que entra na câmera. Se entrar pouca luz a foto fica escura e se entrar muita luz a foto fica muito clara. Existem três ajustes para o controle da quantidade de luz que a câmera fotográfica vai registrar: ISO, obturador e diafragma
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Configurando sua câmera ISO
Ruído causado por ISO alto
O ISO está relacionado com a sensibilidade do sensor da câmera para uma quantidade de luz. Quanto maior o ISO, mais sensível está o sensor, ou seja, mais luz ele consegue captar.
Ruído são manchas e granulações que aparecem na imagem, principalmente nas áreas escuras, quando utilizamos valores altos de ISO. Para evitá-lo, use sempre o menor ISO possível, ou seja, preferindo aumentá-lo somente em ambientes mais escuros.
A cada nível acima na escala ISO significa que o sensor da câmera é capaz de captar o dobro de luz e, portanto, a fotografia fica mais clara.
Ambientes claros = ISO baixo
Escala: 100 – 200 – 400 – 800 – 1600 – 3200 – 6400
ISO: 200
F:f/1,2 V:1/800s ISO:200
ISO: 1000
Imagens extraídas de banco de imagens F: f/1.2 V:1/800s ISO: 1000
Ambientes escuros = ISO alto Para uma boa escolha de ISO deve-se experimentar diferentes configurações até que se consiga o efeito desejado para a fotografia.
Com ruído
F:f/5 V:1/2500s ISO:3200
Sem ruído
Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/5 V:1/160s ISO:200
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Configurando sua câmera
Obturador Formado por duas cortinas pretas que se situam logo à frente do sensor, serve para impedir que a luz chegue ao sensor enquanto a câmera não está sendo usada. O obturador se abre no momento do disparo para permitir a passagem de luz e sensibilização do sensor.Podemos controlar o tempo de intervalo entre a 1ª e a 2ª cortina. Velocidade alta = intervalo pequeno entre a abertura da 1ª cortina e fechamento da 2ª
A variação da velocidade do obturador define o tempo de exposição da foto, ou seja, quando se deseja “congelar” um movimento, utiliza-se um tempo de exposição baixa, resultando em uma velocidade alta no intervalo de abertura e fechamento das cortinas. Por outro lado, quando se deseja “borrar” o movimento, utiliza-se um tempo de exposiçãoalto, resultando em uma velocidade baixa no intervalo de abertura e fechamento das cortinas.
Velocidade baixa = intevalo grande entre a abertura da 1ª cortina e fechamento da 2ª A cada nível acima na velocidade do obturador, diminuímos a entrada de luz pela metade. Diminuir um ponto = baixar pela metade a quantidade de luz Aumentar um ponto = dobrar a quantidade de luz Bulb = B = obturador aberto enquanto se mantem o botão pressionado X” = X segundos X = 1/X 44
Obturador em velocidade alta
Obturador em velocidade média
Obturador em velocidade baixa
Configurando sua câmera
Exemplos do uso do obturador Velocidade alta do obturador
Velocidade baixa do obturador
Imagem extraída de banco de imagens
Imagem extraída de banco de imagens F:f/3.5 V:30/1s ISO:500
F: f/18 V:1/200s ISO:100
Imagem extraída de banco de imagens F: f/1,6 V:1/900s ISO:1000
Imagem extraída de banco de imagens F:f/4.5 V:1/10s ISO:1250
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Configurando sua câmera
Diafragma e profundidade de campo O diafragma é um dispositivo que se abre ou fecha na lente para permitir a entrada de mais ou menos luz. Sua abertura é indicada por um número “f”. Quanto maior o número indicado, mais fechado está o diafragma.
A profundidade de campo é a parte da imagem que está visivelmente nítida. Uma profundidade de campo pequena possui um número F pequeno enquanto uma profundidade de campo grande possui um número F grande.
Fotógrafa: Isabel Cristina Fontão F:f/4,5 V:1/100s ISO:640
A cada nível acima ou abaixo na escala de abertura a diferença é o dobro ou a metade da luz. Abrir um ponto= dobra a quantidade de luz Fechar um ponto= diminui pela metade a quantidade de luz Fotógrafa: Jessyka de Souza Lemos F:f/13 V:1/320s ISO:200
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Configurando sua câmera
Fotometria Para fazermos uma boa foto devemos controlar a quantidade de luz que entra na câmera através dos ajustes de ISO, obturador e diafragma. Os três ajustes permitem que entre mais ou menos luz para uma correta sensibilização do sensor digital.
Ajuste do fotômetro Para objetos de tom médio a escala do fotômetro deve estar no zero 1
2
3
Quem indica a quantidade correta de luz a ser captada é um dispositivo chamado fotômetro através de uma escala numérica.
F:f/4,5 V:1/30s ISO:800
F:f/4,5 V:1/200s ISO:800
F:f/4,5 V:1/8s ISO:800
1
Exposição correta = Foto bem iluminada Perfeita combinação de ISO, Velocidade do obturador e abertura do diafragma.
2
Pouca luz = Foto escura Como corrigir: Aumentar o ISO ou diminuir a velocidade do obturador ou abrir o diafragma.
3
Muita Luz = Foto clara Como corrigir: diminuir o ISO ou aumentar a velocidade do obturador ou fechar o diafragma.
Fotógrafo: Henrique Alves
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Configurando sua câmera
Pares de equivalência Pares de equivalência permitem a mesma exposição de luz, embora com resultados diferentes em relação ao registro do movimento e profundidade de campo.
F:f/7,1 V:1/100s ISO:200
F:f/6,3 V:1/125s ISO:200
F:f/8 V:1/80s ISO:200 Todas as fotos desta página foram tiradas pelo fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/6 V:1/60s ISO:200
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Configurando sua câmera
Lei da reciprocidade A lei da reciprocidade funciona da seguinte maneira: para manter uma mesma exposição (quantidade de luz) é necessário equilibrar o obturador e o diafragma. Sendo assim, se fechamos um ponto no obturador, devemos abrir um ponto no diafragma e vice-versa. O gráfico abaixo demonstra essa relação, adicionando também os valores de diafragma e obturador para que o equilibrio aconteça.
f2-8
f4
f5-6
f8
f11
f16
F:f/4,5 V:1/30s ISO:800
1/500
1/250
1/125
1/60
1/30
1/15
F:f/5,6 V:1/15s ISO:800 Fotógrafo: Henrique Alves
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Mão na massa “Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma.” Sebastião Salgado
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Por onde começar Antes de realmente tirar a fotografia que se deseja, é necessário que se faça alguns ajustes na câmera para que o resultado seja o esperado. É recomendado que se ajuste primeiro o ISO, seguido pelo diafragma e obturador. Esses passos trazem um maior controle para que o fotografo consiga captar o que quiser, colocando seu ponto de vista e expressão na fotografia.
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Mão na massa Comece pelo ajuste de ISO de acordo com as condições de luz do local. Após isso, se os objetos a serem fotografados estiverem parados, decida a profundidade de campo.
Movimento borrado
Profundidade pequena= Diafragma aberto Profundidade grande = Diafragma fechado Com o ISO e a profundidade de campo ajustada, configure a velocidade do obturador necessária para zerar o fotômetro. Caso os objetos estejam em movimento, decida o registro do movimento Congelar o movimento = Obturador rápido
Imagem extraída de banco de imagens F:f/14 V:32/10s ISO:100
Profundidade de campo grande
Borrar o movimento = Obturador lento Em seguida, ajuste a abertura do diafragma necessária para zerar o fotômetro.
Movimento congelado
Imagem extraída de banco de imagens F:f/5.0 V:1/1250s ISO:50
Profundidade de campo pequena
Imagem extraída de banco de imagens F:f/2.8 V:1/400s ISO:250
Imagem extraída de banco de imagens F:f/5.6 V:1/80s ISO:800
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Modos de disparo Nas configurações da camera existem diferentes tipos de modos de disparo, cada um deles devem ser utilizados de acordo com o gosto do fotógrafo e o resultado pretendido para a fotografia. Os diferentes modos de disparos são: Auto, P, S/TV, A/AV e M
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Mão na massa Dependendo da camera os modos de disparo podem aparecer de diferentes maneiras, entretando suas funções permanecem as mesmas, são essas:
A/AV (prioridade de abertura)
Auto (totalmente automático)
Os demais ajustes ficam por conta do fotógrafo que pode decidir colocá-los ou não no automático
A Câmera define os ajustes: ISO, obturador, diafragma e flash e balance de branco (WB) Nem sempre a foto sai de acordo com a intenção do fotógrafo e a câmera não faz as compensações necessárias para cenas claras ou escuras
O fotógrafo define uma abertura de diafragma e a câmera ajusta automaticamente a velocidade do obturador
M (manual) Todos os ajustes são feitos pelo fotógrafo Com exceção do obturador e diafragma, todos os ajustes podem ser colocados no automático.
P (automático programável) A câmera faz uma combinação automática de velocidade e abertura sempre zerando o fotômetro. O fotógrafo pode compensar a exposição e fazer ajustes de ISO, WB e flash
S/TV (prioridade de velocidade) O fotógrafo define uma velocidade de obturador e a câmera ajusta automaticamente a abertura do diafragma Os demais ajustes ficam por conta do fotógrafo que pode decidir colocá-los ou não no automático 55
Fotómetro É um dispositivo no interior da câmera que mede a quantidade de luz que entra através da lente. É essa medição que orienta o fotógrafo para fazer a foto com uma boa exposição através dos ajustes de ISO, diafragma e obturador. Por meio de uma escala numérica o fotômetro nos dá os indicativos de se está entrando muita ou pouca luz para que o fotógrafo faça os ajustes necessários.
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Mão na massa Fotómetro:
PONDERADA AO CENTRO: 70% do peso da leitura da luz é feita no centro do visor e 30% nas margens. Indicado para retratos ou cenas cujo assunto principal esteja no centro da imagem.
Escala numérica do fotómetro:
PONTUAL: mais preciso, área de medição bem definida no centro. Ideal para situações difíceis, como fotografar uma noiva ou a lua. Modos de medição do fotômetro Existem diferentes modos de medição do fotómetro, sendo cada um deles recomendado para diferentes resultados. Deve se escolher o que melhor funciona de acordo com o que se pretende para a fotografia. MATRICIAL: executa dezenas ou centenas de medições simultâneas, faz médias e compara com banco de dados. Recomendado para uso no dia-a-dia e fotógrafos menos experientes.
PARCIAL: uma área maior do que a medição pontual. Sua utilidade é para fotografar grandes grupos de pessoas, quando o assunto é maior do que a área central da foto.
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Mão na massa
Escalas de cinza Conversão de cores para escala de cinza
Cinza médio (18%)
Para uma boa fotometria temos que pensar em quantidade de luz (claro ou escuro) e não em cor.
O fotômetro está ajustado para medir a quantidade de luz de um tom cinza médio (que reflete 18% da luz). A maioria das cenas cotidianas possuem uma luminosidade equivalente a de um cinza médio. Assim, qualquer cena mais clara ou mais escura será registrada com uma tonalidade média.
Um bom exercício é imaginar qual tom de cinza essas cores produziriam em uma foto em preto e branco. As cores primárias puras da luz (vermelho, verde e azul) produzem um cinza médio. Para cores de tom médio o fotômetro pode ser zerado. Para cores mais claras ou mais escuras é preciso fazer compensações.
F:f/7,1 V:1/400s ISO:200
Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/7,1 V:1/400s ISO:200
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Mão na massa
Fotometrando cenas claras e escuras Cenas escuras acabam ficando mais claras que o normal, pois o preto é clareado até ficar cinza médio. Para fazer o preto voltar a ser preto temos que sub-expor a cena, ou seja, levar o fotômetro para o negativo.
Cenas claras acabam ficando mais escuras que o normal, pois o branco é escurecido até ficar cinza médio. Para fazer o branco voltar a ser branco temos que superexpor a cena, ou seja, levar o fotômetro para o positivo.
Fotógrafa: Isabel Cristina Fontão F:f/4 V:1/125s ISO:1600
F:f/16 V:1/50s ISO:800
Fotógrafo: Erick Kallel Peixer Carraro F:f/2,2 V:1/120s ISO:80
Fotógrafa: Jessyka de Souza Lemos F:f/16 V:1/160s ISO:800
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4
Iluminando ideias “Você deve exigir o melhor de si. Você deve começar a procurar por imagens que ninguém mais pode fazer. Você deve aproveitar as ferramentas que tem de maneira cada vez mais profunda.” William Albert Allard
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Propriedades da luz A luz possui três diferentes propriedades: direção, dureza e cor. Essas propriedades. Cada uma destas propriedades traz a fotografia um aspecto diferente, por isso se torna algo de grande importância para o conhecimento do fotógrafo, que assim poderá alterar e usar as propriedades da luz ao seu favor.
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Iluminando ideias
Cor
Direção da luz Frontal: Iluminação homogênea, sem sombras e texturas. Lateral: Deixa um lado iluminado e outro com sombra, o que ressalta volumes e texturas. Cenital: Luz que vem de cima. Marca sombras indesejadas nos olhos. Supino: Pouco natural, cria aspecto dramático e tenebroso.
F:f/7,1 V:1/160s ISO:200
Contraluz: Cria um contorno que separa a figura do fundo.
Dureza
F:f/5,6 V:1/200s ISO:200
F:f/4,5 V:1/200s ISO:200
F:f/5,6 V:1/200s ISO:200
Direção
F:f/7,1 V:1/160s ISO:200 F:f/7,1 V:1/200s ISO:200
F:f/6,3 V:1/160s ISO:200
F:f/5 V:1/200s ISO:200
Todas as fotos desta página foram tiradas pelo fotógrafo: Murilo Hiratomi
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Iluminando ideias
Luz natural e artificial A luz artificial pode variar de cor dependendo do material de que é feito. Mesmo a luz fluorescente pode apresentar diferentes cores dependendo do modelo e da marca. Luz fluorescente:
A luz natural também pode variar de cor, por exemplo, a luz do sol é branca, contudo ela pode chegar até nós com cores diferentes dependendo do horário do dia ou das condições climáticas. Isso está relacionado com a espessura da camada de atmosfera que a luz tem que atravessar em cada horário do dia, ou se a luz nos atinge diretamente, é refletida pela atmosfera ou atravessa uma camada de nuvens. 1- Luz branca: Do meio da manhã ao meio da tarde. 2- Luz amarelada: No nascer e pôr-do-sol. 3- Luz azulada: No crepúsculo, dias nublados ou sombra.
Fotógrafo: Rogério Jr. F:f/10 V:1/100s ISO:640
1
2
3
Luz de vela:
Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/5,6 V:1/30s ISO:400
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Fotógrafa: Carolina Schütz Rosa F:f/22 V:1/60s ISO:220
Fotógrafa: Tamyres Meyer Machado F:f/4,8 V:1/750s ISO:640
Fotógrafa: Maria Alice Mauricio F:f/5,6 V:1/640s ISO:635
Iluminando ideias
Temperatura de cor e dureza da luz A temperatura de cor da luz muda dependendo do horário do dia ou da fonte de luz utilizada.
A luz dura é gerada por uma fonte de luz pequena, produzindo sombras bem contornadas e ressaltando texturas. Além disso, tem um aspecto mais dramático.
A cor da luz é medida em uma escala Kelvin, em que os vermelhos apresentam valores menores e os azuis, valores maiores.
A luz suave é gerada por uma fonte de luz grande, produzindo sombras difusas e suavizando texturas. Além disso, tem uma aspecto delicado.
A maneira que se encontrou de medir isso foi aquecendo uma barra de ferro e comparando sua coloração. A medida em que o metal é aquecido, sua coloração vai mudando de vermelho até chegar num branco azulado. 10000
Céu pouco nublado
9000
Luz do dia
8000
Flash
7000
Fluorescente
6000
Luz da lua
5000
Lampada incandescente
4000
Nascer e pôr do sol
3000
LED
2000
Luz de vela
1000
F:f/7,1 V:1/200s ISO:200
Medição de temperatura da luz em Kelvin
Céu muito nublado
Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/5 V:1/200s ISO:200
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Balanço de branco (WB) Para corrigir as diferenças de cor da luz, e deixar a imagem com um tom neutro (branco puro), a câmera conta com um ajuste de balanço de branco. Existem ajustes pré-definidos para cada condição de luz, ou ainda, é possível fazer um ajuste personalizado ou deixar o WB em automático. Para os ajustes pré-definidos, basta escolher a opção condizente com a condição de luz no momento da foto.
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Iluminando ideias Opções e aplicações do balanço de branco:
Para fazer um balanço de branco personalizado é necessário apenas uma folha branca e uma camera. Funciona da seguinte maneira:
1
Coloque o cartão
Para obter as cores mais precisas, coloque um papel branco ou cartão cinza neutro na mesma posição do assunto a ser fotografado para que ele esteja na mesma iluminação.
2 É possível alterar propositalmente o balanço de branco de uma foto para trazer resultados inovadores, com novas cores e sensações.
Fotografe o cartão
Preencha o quadro com o cartão e tire uma foto com o fotômetro zerado. Você pode precisar mudar para foco manual já que a câmera não consegue focar superfícies sem textura.
3
Busque no menu o balanço de branco personalizado
Na Nikon, vá até as configurações de equilíbrio de branco e, em seguida, selecione a predefinição manual. Na Canon, selecione balanço de branco customizado a partir da lista de opções que aparece.
4
Selecione a foto recém tirada
Selecione a imagem do cartão para defini-la como referência para o ajuste. Na Nikon, pressione OK duas vezes. Na Canon, primeiro pressione SET para selecionar a imagem, em seguida, nas configurações de equilíbrio de branco, selecione Personalizado. Fotógrafo: Erick Kallel Peixer Carraro F:f/2,7 V:1/400s ISO:800
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5
Fatores técnicos e equipamentos “Fotografar é conseguir captar o que existe atrás do que se vê com os olhos…é ver através de uma parede invisível.” Anônimo
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A Imagem digital As fotografias digitais são formadas de milhões de minúsculos quadrados chamados pixels. Cada pixel traz uma informação de luminosidade e cor e são tão pequenos que não podem ser vistos a olho nú, a não ser que a imagem seja ampliada. Podemos fazer uma analogia dos pixels com as peças de um mosaico.
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Fatores técnicos e equipamentos Resolução da imagem Indica a quantidade de pixels que formam a imagem (nº de pixels na largura X nº de pixels na altura)
Por exemplo: com a fotografia do bico do passarinho ampliada, odemos visualizar os pixels, além disso a noção geral do conteudo acaba se perdendo.
Quanto maior a resolução da imagem, maior ela pode ser visualizada (monitor ou impressa) e mais pesado fica o arquivo. Alta resolução não indica imagem de boa qualidade. A câmera sempre salva automaticamente um arquivo RAW e um JPEG da mesma imagem. Fotógrafo: Nicolas Canale Romeiro
Tamanho
Qualidade
Nikon
Grande (L) Média (M) Pequena (S)
Alta (fine) Média (normal) Baixa (basic)
Canon
Tamanho e qualidade da imagem
Grande (L) Média (M) Pequena (S)
Alta (fine) Baixa (basic)
F:f/29 V:1/60s ISO:200
Por exemplo: 4368pixels x 2912pixels = 12.719.616 pixels. Uma fotografia contendo 12 megapixels (milhões de pixels), possui uma alta resolução.
Imagem extraída de banco de imagens F:f/10.0 V:1/500s ISO:100
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Estilo de imagem Nas configurações das câmeras existe um recurso chamado estilo de imagem, usada para alterar a cor e, assim, trazer à fotografia diferentes sensações e sentimentos. Os estilos de imagem mais comuns presentes nas câmeras são: Padrão, retrato, paisagem, neutro e fiel.
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Fatores técnicos e equipamentos
Paisagem
Apesar dos estilos de imagem poderem variar de câmera para câmera, os mais comuns são os seguintes: Fiel Padrão: reforço de contraste e saturação e nitidez. A imagem parece viva, nítida e com contornos bem definidos. Estilo de aplicação geral, indicado para a maioria das cenas. Retrato: acentuação dos tons vermelhos e suavização de nitidez e contraste. Gera tons de pele corados e com poros suavizados. Paisagem: acentuação dos tons azuis e verdes e da nitidez.
Retrato
Neutro: saturação, nitidez e contraste reduzidos. Trata-se de estilo de imagem para quem prefere processar imagens no computador. Fiel: Semelhante ao neutro. Monocromático: para fotografia em preto e branco. Permite o ajuste do contraste e a tonalização sépia.
Fotógrafo: Henrique Alves Todas as fotos desta página: F:f/4,5 V:1/50s ISO:1600
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A imagem Para capturar os momentos e paralizar a realidade, a fotografia passa por um processo muito parecido com o olhar do ser humano. Existem diversos formatos possíveis para salvar uma imagem,entretanto o mais usado é o JPEGe o RAW, sendo que cada um deles possui diferentes aspectos. É de grande importância ter o conhecimento das diferenças entre esses dois tipos de arquivo para usa-los a seu favor.
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Fatores técnicos e equipamentos Formação da imagem
Formatos de arquivo
A câmera fotográfica funciona como o olho humano. Os raios de luz, ao atravessarem a lente, se cruzam e projetam uma imagem invertida. Enquanto nos humanos, o cérebro desinverte a imagem, na câmera fotográfica, o processamento digital faz essa função.
JPEG
Diagrama do funcionamento da camera e do olho humano:
O JPG é um formato universal, pode ser aberto em qualquer computador e também está pronto para ser impresso no papel ou postado na internet.
Tem uma aparência mais bonita assim que a foto é feita, pois a imagem é automaticamente processada pela câmera que faz ajustes de balance de branco, contraste, saturação e nitidez. Além disso, é mais leve, pois tem uma profundidade de cor menor (8 bits) e sofre compactação durante o processamento.
RAW Tem uma aparência desbotada quando visualizado pois não sofreu nenhum tipo de processamento (arquivo cru). Além disso, é mais pesado, pois tem profundidade de cor maior (12, 14 ou 16 bits) e não sofre nenhum tipo de compressão. Não pode ser impresso ou postado na internet antes de ser editado no computador, entretanto permite muito mais possibilidades de pós-produção, já que possui mais informação de luz e cor armazenads.
Sensor da câmera
RAW
Processamento
RAW
Cartão de memória
Processamento
Sensor da câmera
RAW
Balanço de branco Parâmetros JPG Espaço de cor Profundidade de cor Compressão
JPEG
Cartão de memória
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Classificação das objetivas Existem vários tipos de objetivas (lentes), que podem ser usadas para diferentes efeitos e fotografias. Esses diferentes tipos são: grande angular, normal, teleobjetiva e superteleobjetiva. Quando maior o tamanho das objetivas(teleobjetive e superteleobjetiva), maior sua capacidade de alcance sem perder qualidade de imagem.
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Fatores técnicos e equipamentos As diferentes objetivas possuem os seguintes tamanhos de lente: 1- Grande angular = entre 18 e 35mm 2- Normal = entre 35 e 50 mm 3- Teleobjetiva = entre 70 e 300 mm 4- Super teleobjetiva = acima de 400 mm
Grande Angular Com a lente grande angular a nitidez geral da imagem é muito grande (grande profundidade de campo), além de facilitar a inclusão de contexto. É muito usada com exagero da perspectiva (relação de tamanho exagerada entre os objetos próximos e os distantes) e com distorção da imagem em barril com curvatura de verticais e horizontais (máxima em objetivas olho de peixe, menor em angulares moderadas). É uma lente ótima para paisagem e arquitetura. As fotografias tiradas com ela passam a sensação de amplidão e distanciamento, além de acentuarem as linhas de fuga.
1
2
3
4 Fotógrafo: Rogério Jr. F:f/2,8 V:1/2000s ISO:200
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Fatores técnicos e equipamentos
Objetiva normal A objetiva normal possui boa nitidez geral da imagem, um mínimo nível de distorção da mesma e um menor grau de aberração das lentes. A perspectiva da lente é normal, similar à do olho humano (mantém a proporção entre os objetos). É muito utilizada para retratos de plano médio, pois mantém a proporção entre objetos em primeiro plano e fundo e possui um desfoque bem acentuado do fundo, pois permitem grandes aberturas de diafragma. F:f/6,3 V:1/200s ISO:100
Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/2,8 V:1/3200s ISO:320
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Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/6,3 V:1/200s ISO:100
Fatores técnicos e equipamentos
Teleobjetiva A teleobjetiva possui pouca nitidez geral da imagem (profundidade de campo pequena) e uma grande compressão da perspectiva (os objetos distantes aumentam de tamanho em relação ao primeiro plano). Além disso, o fundo e o primeiro plano tendem a se comprimir (aplanamento).
Distância focal: 70
É uma lente boa para retratos e esportes, pois desfocam o fundo e não distorcem o assunto principal.
F:f/4 V:1/1250s ISO:200
Distância focal: 270
Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/5,6 V:1/500s ISO:200
Fotógrafo: Murilo Hiratomi F:f/5,3 V:1/1250s ISO:200
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Fator de corte A imagem formada pela objetiva é circular. As bordas da imagem possui menor nitidez e luminosidade. Porém, só a parte que incide sobre o sensor será captada. Um sensor que possui as mesmas dimensões de um fotograma de filme 35mm (24x36 cm) é chamado de full frame. Um sensor menor é um sensor com fator de corte.
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Fatores técnicos e equipamentos Sensores com fator de corte enquadrarão sempre uma área menor da cena fotografada. Existem diferentes tamanhos de sensores dependendo do modelo da câmera. Como por exemplo: Na Canon o fator de corte é de 1.6x, já na Nikon é de 1.5x.
Uma câmera com um sensor menor e uma objetiva 50mm terá um ângulo de visão menor que uma full frame com a mesma objetiva. Por exemplo, uma objetiva 50mm em uma câmera com fator de corte de 1,6 fornecerá o mesmo ângulo de visão que uma objetiva 80mm em uma câmera full frame. Sendo assim, independente da câmera, sempre é possível equilibrar para que se consiga o ângulo de visão que se deseja.
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GRÁFICA E EDITORA
Essa obra foi impressa na gráfica Duplic, localizada em Florianopolis, SC. O miolo foi impresso em papel offset 90g. Capa impressa em papel Couchê 210g.
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GRÁFICA E EDITORA
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