Linha Direta INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO
EDUCAÇÃO E INICIAÇÃO PROFISSIONAL Para o presidente do Sistema Fiemg, Olavo Machado, tão importante quanto formar profissionais de nível superior é resgatar a arte do ofício
SOLIDARIEDADE Combate à exclusão social
EDIÇÃO 169 ANO 15 - ABRIL 2012
CONGRESO // CONGRESSO Valorizar la formación // Valorizar a formação
INFORMAÇÃO A importância da inteligência de mercado
SISTEMAS Por trás de portais educativos
TECNOLOGIA Inclusão de pessoas com deficiência
Carla Rossi
Deluzia Péres
editorial
Há vagas
Hay puestos
Há vagas, mas falta pessoal. A escassez de mão de obra qualificada tem sido um dos grandes gargalos da produtividade de vários setores da economia brasileira. E, com o País em pleno desenvolvimento, parece que esse problema tende a crescer. Com tantas e tão rápidas mudanças, a necessidade de qualificação aumenta. A educação tornou-se um elemento-chave para a empregabilidade dos trabalhadores e para a competitividade das empresas. A falta de capacitação eleva o risco da obsolescência. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada no 1º semestre de 2011 aponta que a falta de mão de obra qualificada afeta 69% das empresas, e sete em cada dez afirmam que essa escassez prejudica a competitividade. Sabendo disso, a Escola Móvel SESI/SENAI se tornou uma importante ferramenta de educação e inclusão social. Com ela, trabalhadores à procura de novas oportunidades podem ter acesso a cursos de iniciação profissional e educação continuada. É uma nova porta que se abre para o conhecimento, a formação profissional e humana. Saiba mais sobre esse projeto na reportagem de capa desta edição. Boa leitura a todos!
Hay puestos, pero falta personal. La falta de mano de obra calificada viene siendo uno de los grandes inconvenientes de la productividad de varios sectores de la economía brasileña. Y, con el País en pleno desarrollo, parece que este problema tiende a crecer. Con tantos y tan rápidos cambios, la necesidad de calificación aumenta. La educación se tornó un elemento clave para el empleo de los trabajadores y para la competitividad de las empresas. La falta de capacitación eleva el riesgo para lo obsoleto. Investigación de la Confederación Nacional de la Industria (CNI) divulgada en 1º semestre de 2011 apunta que la falta de mano de obra calificada afecta 69% de las empresas, y siete en cada diez afirman que esta falta de mano de obra perjudica la competitividad. Sabiendo de esto, la Escuela Móvil SESI/SENAI se tornó una importante herramienta de educación e inclusión social. Con ella, trabajadores en busca de nuevas oportunidades pueden tener acceso a cursos de iniciación profesional y educación continuada. Es una nueva puerta que se abre para el conocimiento, la formación profesional y humana. Entérese más sobre este proyecto en el reportaje de tapa de esta edición. ¡Buena lectura para todos!
Marcelo Chucre da Costa Presidente da Linha Direta
Marcelo Chucre da Costa Presidente de Linha Direta
Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação Universa e Sieeesp
Presidente Marcelo Chucre da Costa Diretora Executiva Laila Aninger Editora Valéria Araújo – MG 16.143 JP Designer Gráfico Rafael Rosa Gerente Administrativo-financeiro Sandra Ferreira Atendimento Flávia Alves Passos Preparadora de Texto/Revisora Cibele Silva Tradutor/Revisor de Espanhol Gustavo Costa Fuentes - RFT1410 Consultor Editorial Ryon Braga Consultor em Gestão Estratégica e Responsabilidade Social Marcelo Freitas Consultora para o Ensino Superior Maria Carmem T. Christóvam
Revista Linha Direta
Conselho Consultivo Ademar B. Pereira Presidente do Sinepe/PR – Curitiba Airton de Almeida Oliveira Presidente do Sinepe/CE Amábile Pacios Presidente da Fenep Antônio Eugênio Cunha Presidente do Sinepe/ES Antônio Lúcio dos Santos Presidente do Sinepe/RO Átila Rodrigues Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro Benjamin Ribeiro da Silva Presidente do Sieeesp Cláudia Regina de Souza Costa Presidente do Sinepe/RJ Dalton Luís de Moraes Leal Presidente do Sinepe/PI Emiro Barbini Presidente do Sinep/MG Fátima de Mello Franco Presidente do Sinepe/DF Fátima Turano Presidente do Sinepe/NMG Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES Gelson Menegatti Filho Presidente do Sinepe/MT Hermes Ferreira Figueiredo Presidente do Semesp
Ivana de Siqueira Diretora da OEI em Brasília Ivo Calado Asepepe Jorge de Jesus Bernardo Presidente da Abrafi e do Semesg José Carlos Barbieri Presidente do Sinepe/NOPR José Carlos Rassier Secretário Nacional da ABM Krishnaaor Ávila Stréglio Presidente do Sinepe/GO Manoel Alves Presidente da Fundação Universa Marco Antônio de Souza Presidente do Sinepe/NPR Marcos Antônio Simi Presidente do Sinepe/Sul de Minas Maria da Gloria Paim Barcellos Presidente do Sinepe/MS Maria Nilene Badeca da Costa Presidente do Consed Miguel Luiz Detsi Neto Presidente do Sinepe/Sudeste/MG Natálio Dantas Presidente do Sinepe/BA Odésio de Souza Medeiros Presidente do Sinepe/PB Osvino Toillier Presidente do Sinepe/RS
Paulo Antonio Gomes Cardim Presidente da Anaceu Paulo Sérgio Machado Ribeiro Presidente do Sinepe/AM Suely Melo de Castro Menezes Vice-presidente do Sinepe/PA Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto Presidente da Fenen Victor Maurício Nótrica Presidente do Sinepe/Rio Pré-Impressão e Impressão Rona Editora – 31 3303-9999 Tiragem: 20.000 exemplares
A Linha Direta, consciente das questões sociais e ambientais, utiliza, na impressão desse material, papéis certificados FSC (Forest Stewardship Council). A certificação FSC é uma garantia de que a matéria-prima advém de uma floresta manejada de forma ecologicamente correta, socialmente adequada e economicamente viável. Impresso na RONA EDITORA Ltda. – Certificada na Cadeia de Custódia – FSC. As ideias expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.
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contexto
Os bastidores de um PORTAL DE EDUCAÇÃO Sistemas ajudam docentes com pouco tempo disponível na preparação das aulas
C
ompostos por diversos recursos e serviços digitais, os portais educacionais estão orientando a aprendizagem e as metodologias de ensino, enriquecendo as experiências educativas dos alunos e fornecendo conteúdos digitais fundamentais para as transformações pedagógicas do século XXI. De acordo com a pedagoga Carla Rossi, gerente de Tecnologia Educacional da EducarBrasil, os professores são profissionais com pouco tempo livre, fora do ambiente da sala de aula, para preparar aulas, avaliar os alunos e encontrar recursos de aprendizagem mais adequados aos objetivos curriculares. “Um sistema online que lhes facilite essa tarefa e forneça conteúdos e material confiável é, portanto, altamente valorizado”, afirma a pedagoga. Confira, a seguir, a entrevista concedida à Linha Direta pela gestora da EducarBrasil. Ela fala dos bastidores de um portal educacional e faz reflexões sobre a qualidade da educação brasileira e o desenvolvimento do ensino no País com o uso das tecnologias. O que é um portal educacional? É um repositório de recursos e serviços digitais dirigidos aos diferentes atores do sistema escolar: pais, estudantes, diretores e, especialmente, professores. Ele oferece recursos para a aprendizagem e orientações metodológicas que podem ser utilizados pelos docentes para enriquecer as experiências educativas dos alunos. Muitos portais contam com uma gama de serviços e alRevista Linha Direta
ternativas de participação que enriquecem a oferta de recursos e conteúdos com as contribuições e experiências dos usuários. Como a utilização de portais contribui para o processo de ensino-aprendizagem? Os recursos digitais oferecem ao menos três características de alto impacto educacional: interatividade do estudante com o material educativo, desenvolvendo
Novo agito
Carla Rossi, gerente de Tecnologia Educacional da EducarBrasil
bre as políticas de incorporação de tecnologias aos sistemas escolares, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) observou que, se utilizados adequadamente, os recursos digitais apresentam grandes oportunidades para os desafios que enfrenta a educação do século XXI. Os docentes são profissionais com muito pouco tempo disponível fora da sala de aula para preparar aulas, avaliar os alunos e encontrar recursos de aprendizagem mais adequados aos objetivos curriculares. Um sistema online que lhes facilite essa tarefa e forneça conteúdos e material confiável é, portanto, altamente valorizado. uma aprendizagem mais ativa, ou seja, o aprender fazendo, além de autonomia, de acordo com o desempenho individual; compreensão de conceitos mais elaborados através da visualização de animações e simulações de questões concretas, reais ou abstratas, facilitando o aprendizado; e acesso à informação e à comuni-
cação, o que facilita a pesquisa e a colaboração em rede. Quais os maiores ganhos para os professores? Os conteúdos digitais são fundamentais para as transformações pedagógicas que os docentes enfrentam. Em seu relatório so-
É importante a utilização de salas de aula interativas para o melhor uso do portal? Quando auxiliado por um projeto de sala de aula interativa (projetor multimídia, lousa interativa, software de interação, tablets e netbooks para alunos e professores), o portal oferece maiores benefícios aos usuários. Através Revista Linha Direta
dessa solução, o professor usufrui de conteúdos educacionais confiáveis e de referência para o planejamento de sua aula, tendo a possibilidade de disparar conteúdos selecionados e compartilhar informações a serem trabalhadas. O docente administra, trabalha em rede com os alunos e participa integralmente do processo de aprendizagem. Que recursos são importantes em um portal de educação? Um portal precisa ser nacional e, simultaneamente, assumir todas as particularidades regionais e de diversos grupos de opinião; confiável, atualizado e de qualidade, em se tratando de uma fonte de informação que garantirá a eficiente utilização a todos os usuários; fácil de usar, devendo projetar-se como ferramenta massiva e convidativa, com fluxo permanente de novos usuários; colaborativo e inovador, sendo precursor na colaboração, intercâmbio e comunicação entre pares, e também, contribuindo com uma visão inovadora dos processos de ensino-aprendizagem e, especialmente, com a integração da tecnologia nesse processo. Como mensurar o retorno do trabalho, já que a interação com o usuário é virtual? É possível registrar os movimentos dos usuários em uma ferramenta de navegação. Tal recurso fornece uma visão do volume de acessos, possibilitando mensurar quantos usuários estão realmente navegando no sistema e quais são as áreas mais visitadas. Contudo, uma avaliação relacionada à qualidade dos conteúdos disponibilizados deve ser realizada dentro do próprio conteúdo. Alunos e Revista Linha Direta
professores fazem a apreciação de cada material oferecido, com possibilidades de sugestões. A avaliação com foco no retorno alcançado no contexto da sala de aula baseia-se não só na qualidade do material oferecido, mas, principalmente, na metodologia eleita pelo professor para a aplicação do recurso e na capacidade dele de mediar a interação entre grupo e conteúdo.
Quais as expectativas em relação à melhoria da qualidade da educação? O Brasil está fazendo grandes esforços para melhorar seu sistema educacional, inclusive incorporando as tecnologias como ferramenta nessa tarefa, implementando planos de digitalização e aumentando permanentemente a oferta de infraestrutura tecno-
Os conteúdos digitais são fundamentais para as transformações pedagógicas que os docentes enfrentam. Como fazer um portal atraente para alunos e, ao mesmo tempo, de fácil acesso para professores que, muitas vezes, não estão adaptados ao uso de recursos digitais? Procura-se formatar o ambiente de forma amigável e possibilitar uma linguagem jovial e interessante. Além disso, é fundamental que o portal trate de assuntos atuais, que enriqueçam o contexto das discussões na sala de aula, oferecendo diferentes abordagens sobre o mesmo tema. É um ambiente que deve se destacar pela capacidade de acompanhar as notícias do mundo, possibilitando uma abordagem transdisciplinar entre as áreas, com foco na conquista do usuário por meio da credibilidade e da riqueza das informações disponibilizadas. O portal precisa ser uma referência segura para o usuário, para que ele não busque conteúdos em outras fontes não confiáveis. Desenvolver um portal que atraia tanto o aluno quanto o docente é um desafio diário.
lógica ao nível da escola. Hoje, a contribuição pública para a Educação Básica é particularmente importante e prioritária, e implementam-se diversas estratégias para a melhoria da qualidade. Até o momento, grande parte dos esforços na área digital tem estado centrada em cobrir as lacunas de acesso. Alguns projetos do governo continuam contemplando a disponibilização de infraestrutura, como, por exemplo, os equipamentos digitais. Em 2010, começou a ser distribuído nas escolas públicas brasileiras um aparelho eletrônico de fabricação nacional para levar às salas de aula aplicações multimídia de forma descomplicada e interativa. Trata-se da fusão de computador e projetor em um único dispositivo de uso múltiplo, com conexão sem fio à internet. O grande desafio é difundir a internet e os dispositivos tecnológicos aos conteúdos pedagógicos, tratando o projeto não apenas como equipamento físico, mas também com a qualidade do conhecimento ali disponibilizado.
Como é o processo de gestão de um portal de educação? O gestor de um portal de educação deve se preocupar com o futuro e começar um trabalho de busca permanente de incorporação de novas tendências com uma perspectiva educativa. A inovação está em foco, assim como a preocupação por cada usuário e a massiva participação. Cabe ao gestor impulsionar sua equipe na busca por inovações constantes e projetos virtuais de real aplicabilidade. Com as mudanças e as tendências que se manifestam atualmente na educação, pode-se pensar em três desafios que são particularmente relevantes para a gestão de um portal educacional: a socialização da produção de conteúdo; a entrada dos portais educacionais na sala de aula; e a integração dos portais ao trabalho da escola. Em uma visão estratégica, o perfil profissional do gestor de um sistema educacional na contemporaneidade engloba a experiência em projetos de liderança que incluam o conhecimento em tecnologia e educação. Quem são os profissionais que atuam nos bastidores dos portais? A equipe que desenvolve e alimenta o Portal EducarBrasil, por exemplo, é multidisciplinar e tem como principais competências o conhecimento e a experiência com tecnologia educacional. São duas composições, com funções distintas: a) Equipe interna, composta por pedagogos, psicopedagogos, jornalistas, relações públicas, linguistas, tecnólogos, desenvolvedores web, designers e afins, responsáveis pela gestão e administração do portal, pelo suporte e tutoria
tecnológica e pedagógica, pelo desenvolvimento de ferramentas e funcionalidades web, pela disponibilização de recursos digitais pertinentes à educação, pela criação de páginas e projetos pedagógicos e pela construção de conteúdos colaborativos e editoriais especializados para públicos segmentados. b) Equipe externa, composta por dezenas de professores (especialistas, mestres e doutores) com vasta experiência em sala de aula (Educação Básica), geógrafos, jornalistas, designers instrucionais, revisores, tradutores e analistas de conteúdos das devidas áreas de conhecimento, responsáveis pela elaboração de todos os conteúdos educativos, pela pesquisa e criação de conteúdos informativos e pela produção de artigos, recursos multimídia, colunas editoriais e temas afins. Além dessa estrutura, a assessoria de comunicação e marketing realiza um trabalho constante de estudo e pesquisa em inovações e uso das tecnologias em sala de aula. Complementa a equipe, ainda, o Comitê Estratégico Institucional do Portal, composto por notáveis da área de educação, que são responsáveis pelos direcionamentos diante do cenário educacional brasileiro, com base em sua missão política e social. Como são produzidos os conteúdos do Portal EducarBrasil e suas atualizações? Com foco no docente e apoio ao ensino presencial, os conteúdos são construídos a partir de recursos educativos, norteados por competências e habilidades, permitindo uma aprendizagem significativa por parte dos usuários. O Portal desenvolve, mensalmente, centenas de recursos divididos
entre quatro áreas de conhecimento. Utilizamos critérios para contemplar os diferentes tipos de recursos, através de uma estrutura alinhada, com seus conteúdos associados e habilidades específicas. Entre o planejamento mensal de encomendas de conteúdos e a postagem na plataforma do Portal, o processo de criação e validação de conteúdos passa por várias etapas. É através desse ciclo que garantimos a qualidade e confiabilidade dos conteúdos educacionais oferecidos aos usuários. Quais os principais diferenciais do Portal EducarBrasil? Ele não é um projeto de tecnologia, e sim um projeto que nasceu e se desenvolveu com foco na educação, compreendendo o uso das tecnologias como ferramenta essencial no mundo atual. Sua função é colocar essa ferramenta a serviço da melhoria da qualidade e equidade da educação no País. O intuito é se tornar uma referência para a educação básica brasileira, com foco no apoio ao ensino presencial. Os principais diferenciais são: produção mensal de 500 conteúdos educacionais, através de 50 profissionais especialistas; espaço para a publicação de conteúdos externos; oferecimento de conteúdos pedagógicos embasados por uma matriz de habilidades e competências; recursos com classificação pedagógica; planejamento de aulas com sequência didática completa; customização rápida de conteúdos personalizados e layout institucional; e recursos educacionais produzidos e alinhados com a coleção de livros didáticos, no que se refere às disciplinas e aos eixos temáticos obrigatórios do currículo da Educação Básica. Revista Linha Direta
capa
Educação O e iniciação profissional Tão importante quanto formar profissionais de nível superior é resgatar a antiga arte do ofício
momento em que vive a civilização ficará marcado por profundas mudanças, decorrentes, principalmente, do progresso tecnológico em diferentes campos de atuação, como nas relações econômicas, sociais ou culturais, por exemplo. Essa nova realidade demanda uma reorganização de práticas mediadoras de trabalho, socialização e costumes, e deposita na educação as fichas para a superação dos obstáculos, tanto do presente quanto do futuro. É difícil pensar uma situação única para todo o planeta, mas um dos maiores desafios é a reestruturação do mundo do trabalho, o que começou a ser necessidade a partir da mecanização altamente informatizada.
Fotos: Sebastião Jacinto Júnior
No Brasil, o mercado de trabalho passa por um cenário contraditório: mais de 90% da População Economicamente Ativa (PEA) do País está empregada. Nos próximos anos, caso as previsões se concretizem e o País cresça a uma taxa de 4,6% ao ano, serão criadas mais de 8 milhões de novas oportunidades de emprego para atender a profissionais educados e qualificados. Coincidentemente, o Brasil de hoje possui 8 milhões de pessoas desempregadas.
Olavo Machado, presidente do Sistema Fiemg
Revista Linha Direta
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Sistema Fiemg), Olavo Machado, possivelmente os 8 milhões de brasileiros que estão sem emprego não ocuparão as vagas que serão criadas, por uma razão muito simples: esse exército de cidadãos desempregados foi sumariamente excluído do mercado de trabalho por absoluta falta de qualificação, por mínima que seja. O Sistema Nacional de Emprego (Sine), órgão vinculado ao Minis-
tério do Trabalho, possui em seu banco de dados mais de 1,6 milhão de vagas que não foram preenchidas, e, para o presidente do Sistema Fiemg, o principal motivo foi exatamente a falta de qualificação da mão de obra, baixo nível de escolaridade, carência de preparo técnico e pouca ou nenhuma experiência. “As consequências são dramáticas”, argumenta Machado. “Por falta de capacitação, milhões de pessoas são postas à margem do mercado de trabalho”, afirma o empresário, lembrando que a escassez na oferta de trabalhadores qualificados para preencher as vagas em aberto já é considerada um gargalo comparável às deficiências de infraestrutura e logística e também à carga tributária vigente no País. O resgate do ofício Diante desse cenário, o Sistema Fiemg lançou o Programa Escola Móvel SESI/SENAI. “O que nos move é a crença de que tão importante quanto formar profissionais de nível superior em todas as áreas, com mestrado e doutorado, é a necessidade absoluta de resgatar a antiga e tão bem-sucedida prática de ensinar aos jovens a arte do ofício, que sempre foi a melhor porta de entrada para o mercado de trabalho”, diz Olavo Machado. Ele lembra que, antigamente, pais, tios e vizinhos pegavam pelas mãos os jovens em idade de trabalhar e os iniciavam em suas profissões – pedreiro, bombeiro, carpinteiro, marceneiro, serralheiro, eletricista, costureira, bordadeira, quituteira e tantas outras profissões, muitas das quais acabaram por desuso ou pelo avanço da tecnologia. O que o Projeto Escola Móvel SESI/ SENAI se propõe a fazer é formar
mão de obra profissional básica para a inclusão imediata no mercado de trabalho, desenvolvendo habilidades que permitam a geração de renda. “Do ponto de vista do Estado e de sua economia, o objetivo é contribuir para reduzir a carência de mão de obra qualificada, aumentando a capacidade de produção e estimulando o desenvolvimento social”, explica o presidente, ressaltando que também se pretende passar aos alunos conhecimentos importantes, como o incentivo ao hábito da leitura, promover a melhoria da saúde mediante o ensinamento de técnicas de higiene e cuidados corporais e estimular um estilo de vida mais saudável através da prática de esportes. Por suas características de mobilidade, o Projeto atenderá a localidades extremamente carentes no que se refere a oportunidades de educação profissional. “Essa é uma ferramenta eficaz de transformação e inclusão social”, argumenta Machado. E é preciso agir rápido, segundo Olavo Machado, lembrando que, só em 2010, o Rio de Janeiro empregou mais de 22 mil trabalhadores vindos do exterior, especializados em profissões que antigamente se aprendiam dentro das casas brasileiras. Escola Móvel Apesar de ainda estar iniciando, já que começou a funcionar em meados de 2011, o Projeto Escola Móvel SESI/SENAI já apresenta bons resultados. Segundo LevindoAraújo Costa, gerente da Escola Móvel, pesquisas realizadas algum tempo após o término dos cursos de empregabilidade mostraram que mais de 30% dos alunos formados estão no mercado de trabalho.
Em 2012, o trabalho começou um pouco diferente. “Estamos visitando as cidades alguns meses antes da instalação da Escola para mobilizar o empresariado local, as associações comerciais e promover uma parceria com o Sine para viabilizar um pouco mais essa inserção”, explica Levindo, contando que a primeira localidade em que esse trabalho foi realizado foi a cidade de Capelinha e que o resultado foi positivo, já que os empresários visitaram a estrutura da escola e saíram com a promessa de promover entrevistas de emprego com alunos. A ideia do Projeto não é só treinar mão de obra, mas também provocar a inserção no mercado de trabalho. “Estamos desenvolvendo o trabalho antes e pós-escola para viabilizá-lo cada vez mais”, afirma o gerente. “Alguns alunos já estão empregados, o que é bom, mas o nosso foco é atender basicamente a quem está fora do mercado de trabalho”, explica Levindo, ressaltando que o fato de a pessoa estar empregada não a impede de participar dos cursos. “O Projeto é gratuito, atende a todos os interessados, inclusive aposentados que querem voltar a trabalhar”, conta o gerente. Atendimentos As cidades atendidas pela Escola Móvel geralmente são regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que não possuem unidades SESI/SENAI. O início do Projeto se deu em uma parceria com o governo de Minas, que indicou nove cidades que precisavam desse tipo de atendimento. “A Escola começou a funcionar no final de julho de 2011 e, em seis meses, capacitamos aproximadamente 3 mil pessoas. A meta para 2012 é formar 7 mil Revista Linha Direta
novos profissionais”, diz Levindo, contando que já existe um cronograma de atendimentos montado e, até o início de 2013, a agenda está toda preenchida. Equipe da Escola Móvel
Carreta de transporte da unidade principal
Formatura de educandos da Escola Móvel
Revista Linha Direta
Oficina ministrada pela unidade principal
A unidade principal da Escola Móvel é formada por uma tenda móvel e modular, com aproximadamente 650m2, construída em estruturas metálicas e lonas, piso e divisórias em madeira naval, banheiros e salas iluminadas e climatizadas, ou seja, estrutura completa para aulas teóricas e práticas, que garantem a formação profissional dos alunos. Segundo Levindo, como a estrutura é toda modulada, com o prazo de uma semana a equipe da Escola desmonta e monta novamente a unidade em outra cidade. “Fazemos parceria com as prefeituras para que elas cedam o local de instalação da unidade, além de pontos de água e luz e pessoal para vigilância e limpeza”, explica o gerente, ressaltando que é preciso um espaço de aproximadamente 700m2 para a montagem da estrutura. Os mesmos cursos oferecidos na unidade principal são também oferecidos individualmente, em espaços cedidos por parceiros, como ginásios, galpões, salões comunitários e outros, ou podem ser montadas também tendas menores, de aproximadamente 100m2. “Temos um kit de cada um dos cursos oferecidos que pode ser levado para as localidades”, explica Levindo, dizendo que, dessa maneira, é possível atender a mais de sete cidades diferentes ao mesmo tempo. “Uma cidade recebe a unidade principal da Escola Móvel, onde é possível formar 530 alunos/mês, e as outras cidades recebem um kit com a modalidade de um curso, com o qual é possível formar
40 alunos/mês”, esclarece o gerente, completando que, dessa maneira, é possível atender a uma média de 700 alunos/mês. “Por isso a nossa meta é formar mais de 7 mil alunos/ano em 10 meses, já que não é possível ministrar as aulas nos feriados e também no final do ano, porque nesses períodos não conseguimos manter alunos em salas de aula”, ressalta. Depois da parceria firmada com a prefeitura da cidade, a equipe da Escola trabalha na divulgação dos cursos com a distribuição de flyers, cartazes, faixas e propaganda volante. “Divulgamos na comunidade, em escolas públicas e igrejas, por exemplo”, explica Levindo, que completa que, geralmente, por serem cidades pequenas, as divulgações ficam em evidência com mais facilidade. Os cursos Para atender à demanda da Escola Móvel, os cursos profissionalizantes foram reduzidos para 80 horas e passaram a ser chamados de Iniciação profissional. “Em cada cidade, a estrutura da Escola fica montada por 30 dias, e os cursos de iniciação profissional são trabalhados em 4h/dia para não ficar maçante para os alunos”, comenta Levindo. Também são oferecidos os cursos de educação continuada, ministrados em 20 horas e trabalhados um por semana. “Em cada cidade a unidade principal oferece aproximadamente 10 cursos simultâneos”, afirma o gerente, contando que a ideia é ensinar o básico e inserir os alunos no mercado como assistentes, para que, durante o trabalho, eles possam desenvolver outras habilidades, aprendendo com os profissionais mais experientes.
Os primeiros ofícios oferecidos pela Escola Móvel foram os ligados à construção civil. “Com o tempo, começaram a surgir outros cursos, a partir da necessidade dos alunos”, explica o gerente da Escola Móvel. Atualmente os cursos de iniciação profissional oferecidos são os de pedreiro de alvenaria assistente; eletricista predial assistente; encanador predial assistente; mecânico de motos assistente e costureiro assistente. Já a educação continuada compreende os cursos de atendimento ao cliente; auxiliar administrativo; meio ambiente e sustentabilidade; camareira; recepcionista; cursos básicos de português e matemática; organização do trabalho doméstico; cabeleireiro e manicure. Também é trabalhado com os educandos o desenvolvimento da postura profissional. “A equipe pedagógica orienta os alunos quanto à forma correta de se vestir, ensinam a formular os currículos e dão dicas de como proceder em uma entrevista de emprego”, explica Levindo, dizendo, ainda, que em todos os cursos são trabalhados temas como segurança no trabalho, postura profissional, cuidados com ferramentas e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Os educadores viajam com a equipe o ano inteiro. “Eles são fixos na estrutura, cada um na sua especialidade”, conta Levindo, dizendo que, atualmente, são cerca de 30 profissionais envolvidos no projeto, de instrutores ao pessoal administrativo. Resultados O projeto é novo, mas já está gerando muitos casos de sucesso.
“Estamos ministrando o curso de costureiro assistente na cidade de Espinosa, interior de Minas Gerais, e já formamos 41 novas costureiras. Todas já conseguiram emprego e estamos capacitando mais 40 este mês e 120 nos próximos meses. Já temos promessa de emprego para todas as alunas”, comemora o gerente da Escola, que enfatiza que a equipe do projeto está procurando encaminhar os recém-formados para a inserção no mercado, e o trabalho tem funcionado bem. “Em 2011, constatamos com as pesquisas pós-curso que aproximadamente 300 alunos formados pela Escola Móvel estavam empregados, o que corresponde a 30% dos educandos”, conta Levindo, ressaltando que a pergunta da pesquisa era se o formando conseguiu gerar renda com o curso da Escola Móvel. Por isso, o percentual de inserção no mercado de trabalho pode ser bem maior, considerando que vários alunos já trabalhavam quando participaram dos cursos. Outro caso interessante são as ações sociais que nascem com o projeto da Escola Móvel. “Ao final do curso de costureiro assistente, cada aluna faz um conjunto infantil de short e camisa, que é doado para as comunidades carentes das cidades”, explica Levindo, lembrando que, em janeiro deste ano, foram doadas 379 peças de roupa para as vítimas das enchentes. Já no caso do curso de pedreiro de alvenaria assistente, no lugar de cimento é usada uma simulação com cal, o que no final dos cursos possibilita o desmanche das paredes construídas e a limpeza dos tijolos pelos próprios alunos. “Depois de limpos, esses tijolos são doados para instituições de caridade”, conclui o gerente. Revista Linha Direta
ações de cidadania
Enfrentar a exclusão social é um ato de coragem e solidariedade
A
falta de oportunidades e de ações especificamente direcionadas ao público jovem das grandes cidades têm deixado muitas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e, sem orientação nem perspectiva, muitos acabam ingressando na criminalidade. Buscando traçar novos caminhos para a juventude, a Associação Cristã de Osasco – Centro Social Carisma, instituição apoiada pelo Criança Esperança, se propõe a contribuir para o resgate da integridade física, psicológica e emocional de comunidades da região de Osasco/SP. O compromisso da instituição é com a formação e o crescimento das crianças, adolescentes e suas famílias, buscando o desenvolvimento integral e sustentável. Criado em 2003, o Centro tem como objetivo principal a busca por uma sociedade mais justa. “O Carisma acredita que oferecer oportunidade de inclusão social para crianças e adolescentes através da educação, cultura, esporte e formação profissional seja o caminho para a construção de uma sociedade mais justa, digna e igualitária”, afirma a gestora de projetos sociais da instituição, Celina Mendes do Prado, que completa dizendo que o importante, na visão da Associação, é que crianças, adolescentes e seus familiares tenham seus direitos garantidos, independente da condição Revista Linha Direta
Fotos Valéria Araújo
Centro Social Carisma
física, econômica, social, racial e cultural. A missão do Centro é contribuir para a formação educacional e cultural da comunidade, visando à sua autonomia na transformação de suas realidades. “A vocação do Carisma é ir além dos programas educacionais, por isso trabalha a formação de vínculos sólidos e valores junto às famílias e à sociedade”, explica Celina. A região O município de Osasco, localizado na região metropolitana de São Paulo, possui mais de 700 mil ha-
Valéria Araújo*
Educandos atendidos pelo Centro Social Carisma
bitantes, distribuídos em um território de aproximadamente 67km2. Conhecida como cidade-trabalho, possui um dos maiores índices de desenvolvimento do Estado, mas o crescimento da região também dá a ela o oitavo lugar no ranking nacional de cidades com maior concentração de favelas – são 166 comunidades vulneráveis dentro do município. Os bairros atendidos pelo Centro Social Carisma são o Quitaúna, Jardim São Pedro e Padroeira II, localizados em regiões que possuem um dos maiores índices de exclusão e desigualdade social do município. “Essas comunidades
são formadas por uma população de baixa renda, composta por famílias numerosas, grande parte delas chefiadas por mulheres sem instrução e sem emprego formal”, conta a gestora da instituição, lembrando, ainda, que a região não possui nenhuma unidade esportiva nem cultural. “O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dessa região está entre os mais baixos do município, ficando entre 0,00 e 0,30, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão da Prefeitura de Osasco”, diz. Para a psicopedagoga do Carisma, Elisângela Nunes, a situação socioeconômica, além de afetar as condições de vida das famílias menos favorecidas, pode interferir diretamente na construção das identidades e da cidadania, levando a diferentes formas de viver e criar seus filhos, dentro de uma cultura própria da região em que residem. “Esse quadro é bastante complexo e repercute diretamente sobre o desenvolvimento das crianças”, afirma a psicopedagoga, ressaltando que, para proporcionar um desenvolvimento biopsicossocial, é necessário entender cada indivíduo como um ser único, pertencente a um contexto social e familiar, que condiciona diferentes formas de viver e educar. Revista Linha Direta
Celina Mendes do Prado, gestora de projetos sociais do Carisma
Compartilhando esse pensamento, a equipe de educadores do Carisma desenvolveu como estratégia de trabalho a visita domiciliar às famílias atendidas pelo projeto. “Durante as visitas, conseguimos alcançar nossos objetivos, estabelecendo vínculos, propondo intervenções em parceria para o melhor desenvolvimento dos educandos”, explica Elisângela. “No momento das visitas, quando identificadas as situações de vulnerabilidade e riscos, fazemos encaminhamentos para instituições como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras)”, comenta. As visitas também instrumentalizam o trabalho, contribuindo para a compreensão da singularidade do universo de cada criança e adolescente, possibilitando um diálogo entre a experiência vivida pela equipe no momento da visita e a prática profissional com os educadores. “Essa prática permite trazer o foco para o potencial da construção de vínculos e a aproximação com a realidade das famílias”, garante Elisângela, para quem esse trabalho ajuda a ampliar o conhecimento dos profissionais, contribuindo com sua formação e com a reorientação do projeto. Ações Segundo a gestora de projetos sociais, as ações desenvolvidas pelo Centro Social Carisma buscam diminuir os efeitos da situação de vulnerabilidade social das comunidades de baixa renda. “Além disso, oferecemos às crianças e aos adolescentes atividades que complementam o período escolar; Revista Linha Direta
despertam a capacidade crítica e participativa; estimulam a reflexão sobre a realidade; valorizam a participação como agente de mudança; e resgatam a autoestima e os valores, fortalecendo o vínculo com as famílias”, afirma Celina, dizendo, ainda, que tudo isso provoca o desejo de transformação individual e coletiva nos educandos. Todo o trabalho do Centro Social é focado na complementação da educação, sendo critério de seleção a exigência de matrícula em escola pública. A gestora do Carisma diz que a atuação da instituição é orientada para promover a articulação entre as famílias e as instituições de ensino formal, de tal forma que os resultados das ações desenvolvidas no decorrer do projeto possam ser sentidos dentro de casa. “Durante todo o processo de forma-
Bolsões de pobreza de Osasco
ção, a instituição mantém diálogo permanente com as famílias, além de oferecer cursos e palestras de interesse da comunidade”, comenta. “Além disso, preocupado com o futuro dos adolescentes, o Centro Social oferece capacitação de qualidade às novas gerações”, explica Celina, ressaltando que, para isso, conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais qualificados. Criança Esperança Concorrendo com o projeto Educando para a Cidadania, o Centro Social Carisma foi selecionado pelo Criança Esperança, programa desenvolvido em parceria entre a UNESCO e a TV Globo, para receber recursos durante o ano de 2011, beneficiando de forma direta a 150 crianças e adolescentes da instituição e, indiretamente, a mais de 2.500 pessoas
da comunidade. Segundo Celina, com o apoio do Criança Esperança, o Centro Social Carisma conseguiu desenvolver diversas atividades diferenciadas para as crianças e adolescentes das comunidades atendidas pelo Centro, entre as quais estão esportes, comunicação e expressão, jogos de raciocínio lógico, percussão, danças brasileiras e inclusão digital. O Carisma também possui outros projetos de visibilidade, como é o caso do Educando com Arte para o Futuro, iniciativa que visa a oferecer uma alternativa à população jovem e de baixa renda, contribuindo para a inserção social por meio de atividades de valorização cultural e de promoção da cidadania. “Além de oferecer atividades socioeducativas para crianças e adolescentes em situação de risco social, a partir de 2012, o Centro Social Carisma lança também o Projeto Jovem Aprendiz, com o intuito de oferecer capacitação de qualidade às novas gerações”, conta Celina. Na próxima edição da Revista Linha Direta, serão apresentadas as atividades desenvolvidas dentro do Centro, além do depoimento de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pelo trabalho e dedicação da equipe que compõe o Carisma. *Jornalista, pós-graduanda MBA em Gestão de Projetos, editora da Linha Direta valeria@linhadireta.com.br Revista Linha Direta
espaço ibero-americano
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Valorizar la formación Especialista de Colombia habla sobre capacitación de maestros y educación de jóvenes y adultos
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esarrollar una pedagogía crítica, con sistematización de experiencias, dirigida para la educación de jóvenes y adultos y para la formación de educadores e investigadores. Éste es el trabajo de la colombiana Lola Cendales, gestora de la Asociación Dimensión Educativa, entidad con más de 30 años de actuación en la ciudad de Bogotá, Colombia. En una entrevista exclusiva a la Linha Direta, después de una conferencia dictada durante el Congreso Iberoamericano de Educación Permanente y Técnico Profesional, celebrado en 2011, en Asunción, Paraguay, Lola Cendales habla sobre la importancia de la formación de los docentes, los retos de la educación de jóvenes y adultos y sobre los proyectos de Dimensión Educativa. A seguir, la entrevista. ¿Cuál es la importancia de la formación de los docentes para garantizar una educación de calidad? La formación de los docentes tiene una finalidad estratégica porque sin eso no hay posibilidad de avanzar en la calidad educativa. La formación es un elemento insustituible para reposicionar la educación de adultos, para garantizar la calidad, y tiene que haber una formación en términos políticos, en términos de lectura de contextos, en términos de investigación, para que realmente haya un aporte significativo. Revista Linha Direta
Valorizar a formação Valéria Araújo
Especialista da Colômbia fala sobre capacitação de professores e educação de jovens e adultos
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esenvolver uma pedagogia crítica, com sistematização de experiências, dirigida para a educação de jovens e adultos e para a formação de educadores e pesquisadores. Esse é o trabalho da colombiana Lola Cendales, gestora da Associação Dimensão Educativa, entidade com mais de 30 anos de atuação na cidade de Bogotá, Colômbia. Em uma entrevista exclusiva à Linha Direta, depois de uma conferência apresentada durante o Congresso Ibero-americano de Educação Permanente e Técnico Profissional, ocorrido em 2011, em Assunção, Paraguai, Lola Cendales fala sobre a importância da formação dos docentes, os desafios da educação de jovens e adultos e sobre os projetos da Dimensão Educativa. A seguir, a entrevista. Qual é a importância da formação dos docentes para garantir uma educação de qualidade?
Lola Cendales, gestora de la Asociación Dimensión Educativa // Lola Cendales, gestora da Associação Dimensão Educativa
A formação dos docentes tem uma finalidade estratégica porque sem isso não há possibilidade de avançar na qualidade educativa. A formação é um elemento insubstituível para reposicionar a educação de adultos, para garantir a qualidade, e tem de haver uma formação em termos políticos, em termos de leitura de contextos, em termos de pesquisa, para que haja realmente um aporte significativo. Revista Linha Direta
La formación de los docentes (…) es un elemento insustituible para reposicionar la educación de adultos… // A formação dos docentes (...) é um elemento insubstituível para reposicionar a educação de adultos... ¿Qué aspectos evalúa usted como positivo en la formación docente? Hay una tendencia a valorar la práctica, no se ha conseguido mucho, pero hay una tendencia, y eso tiene sus peligros. Creo que la reflexión sobre la práctica es más importante, y conocer los beneficios de la formación docente puede aproximar la teoría e influir los maestros. Eso me parece muy valioso. ¿Cuáles son los principales retos de la educación de jóvenes y adultos? El desafío es posicionar bien en el sistema educativo la profesión de docente de adultos y valorizarla. Eso es importante porque amerita recursos, amerita voluntad política, por ejemplo. Otro reto está también en el hecho de que no hay investigación en el campo de educación de adultos debido a la falta de formación específica en esta área, pero la calidad se pondría en peligro. Eso requiere que tanto el Estado como instituciones de la sociedad civil, asuman investigaciones propias de las preguntas que hay en el campo de educación de adultos y no solo los sistemas educativos, pero no hay respuestas para todas las preguntas. Es necesario hacer distintos tipos de investigaciones para que realmente el campo, la academia, las instituciones y el Estado se nutran de ese tipo de trabajo. ¿Cómo evaluar el escenario en Iberoamérica? Esos escenarios son muy positivos, porque permiten encontrar convergencias y divergencias en sintonía con las diferencias en los diversos países, permiten también unir fuerzas, generar conciencia en los educadores, en las instituciones y, de alguna manera, profesionalizar los maestros de las sociedades. ¿Cuáles son los proyectos desarrollados por Dimensión Educativa? La Dimensión Educativa es una asociación de educadores y educadoras populares, con más de 30 Revista Linha Direta
años de trabajos en Colombia, inspirada en el pensamiento pedagógico de Paulo Freire. La entidad se ha orientado a promover, asesorar y acompañar experiencias en el campo de la educación popular que contribuyan para crear un proyecto de vida alternativo para todos y todas. Las áreas de atendimiento comprenden investigación, sistematización, formación, asesoría y producción de materiales. Entre los principales proyectos y servicios están el Proyecto de Pedagogía, que comprende alfabetización, reconstrucción colectiva de la memoria histórica, educación de adultos, formación de educadoras y educadores populares; el Centro de Documentación, que cuida de la sistematización de información, base de datos, biblioteca virtual, sala de consulta, difusión de información; y Editorial, responsable por publicación de materiales físicos y virtuales, su distribución y difusión.
Quais são os principais desafios da educação de jovens e adultos?
La Dimensión Educativa es una asociación (...) inspirada en el pensamiento pedagógico de Paulo Freire. // A Dimensão Educativa é uma associação (...) inspirada no pensamento pedagógico de Paulo Freire.
O desafio é o bom posicionamento e a valorização da profissão de educador de adultos no sistema educacional. Isso é importante porque garante recursos e vontade política, por exemplo. Outro desafio está também no fato de não haver pesquisa no campo de educação de adultos devido à falta de formação específica nessa área, que compromete também a qualidade. Isso requer que tanto o Estado como instituições da sociedade civil, e não apenas os sistemas educacionais assumam, eles próprios, pesquisas em relação às questões do campo da educação de adultos. No entanto, não há respostas para todas as perguntas. É necessário fazer diferentes tipos de pesquisa para que realmente o campo, a academia, as instituições e o Estado se nutram desse tipo de trabalho.
Que aspectos a senhora considera positivos na formação docente? Há uma tendência a valorizar a prática, pouco significativa, mas há uma tendência, e isso tem seus perigos. Creio que a reflexão sobre a prática é mais importante, e conhecer os benefícios da formação docente pode aproximar a teoria e influenciar os professores. Isso me parece muito valioso.
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Como avaliar o cenário na Ibero-América? Esses cenários são muito positivos, porque permitem encontrar convergências e divergências em sintonia com as diferenças nos diversos países. Permitem também unir forças, gerar consciência nos educadores, nas instituições e, de alguma maneira, profissionalizar os professores da sociedade. Quais são os projetos desenvolvidos pela Dimensão Educativa? A Dimensão Educativa é uma associação de educadores populares, com mais de 30 anos de trabalhos na Colômbia, inspirada no pensamento pedagógico de Paulo Freire. A entidade é orientada a promover, assessorar e acompanhar experiências no campo da educação popular que contribuam para criar um projeto de vida alternativo para todos. As áreas de atendimento compreendem pesquisa, sistematização, formação, assessoria e produção de materiais. Entre os principais projetos e serviços estão o Projeto de Pedagogia, que abrange alfabetização, reconstrução coletiva da memória histórica, educação de adultos, formação de educadores populares; o Centro de Documentação, que cuida da sistematização da informação, base de dados, biblioteca virtual, sala de consulta, difusão da informação; e Editorial, responsável pela publicação de materiais físicos e virtuais, sua distribuição e difusão. Revista Linha Direta
inovação
nteligência de mercado consiste em levantar e captar dados, analisá-los sob o foco do negócio em questão e propor um direcionamento de ações a tomar. Como uma empresa define em que mercado vai investir? Qual o potencial desse mercado? Que características um novo produto deve ter? Qual o comportamento dos clientes de determinado nicho perante uma campanha publicitária? Quais os rumos que os concorrentes estão tomando? Quais ações devem ser tomadas para não ser surpreendido? E para surpreender? Até há pouco tempo, essa área era pouco explorada ou, até mesmo, inexistente em muitas empresas. Os motivos para esse fato são muitos, e vão desde a carência de informações e falta de pessoal capacitado até o desinteresse da organização em investir nessa área. Todavia, a situação atual vem mudando. As informações (de todos os mercados) estão cada vez mais disponíveis, seja através de pesquisas de campo ou por monitoramento de redes sociais. Também há profissionais, dentro e fora das organizações, especialistas nessas questões. Já há algum tempo, essa atividade tem estado em evidência, principalmente nos setores de varejo, serviços financeiros, bens de conRevista Linha Direta
João da Cunha*
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A importância da inteligência de mercado I
sumo e telecomunicações. Mas deve ser preocupação de todo e qualquer negócio. A inteligência de mercado descobre tendências, avalia mercados potenciais, mapeia ações dos concorrentes, trata da gestão da marca, define ações de relacionamento com clientes. E, no ambiente competitivo atual, não se pode negligenciar a importância desses pontos, essenciais para um melhor desempenho de uma organização. Evidentemente, como qualquer setor dentro de uma empresa, o tamanho do setor de inteligência de mercado, assim como sua composição, deve ser balizado pelo porte do negócio, seu segmento de atua-
ção e a diversidade de seus produtos. Pode ser que seja necessário (ou possível) apenas um colaborador, com dedicação parcial a essa atividade. Mas é importante fazer o processo de forma estruturada, completa e formal. Por último, é necessário entender que o trabalho da inteligência de mercado só gera valor se for transformado em ações. As recomendações dadas devem levar em conta a capacidade de execução da organização. *Engenheiro da Computação, coordenador de Operações do Sistema Ari de Sá joaocunha@aridesa.com.br
tecnologia
Tecnologias assistivas
Deluzia Péres*
Como é o lugar quando ninguém passa por ele? Existem as coisas sem serem vistas? [Carlos Drummond de Andrade]
A
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, garante o direito de todos à educação. Nesse sentido, muitos estudos discutem a educação inclusiva, apontando para uma escola que atenda às diferenças, principalmente no que se refere à inclusão de pessoas com deficiências no ensino regular. Muitas foram as contribuições internacionais que reafirmaram o direito à educação para todos, enfatizando a igualdade e a não discriminação. Há, então, a tentativa de inclusão de pessoas com deficiências na escola, já que são cidadãos comuns e a lei vale para todos. Paralelo a toda essa discussão, surge o boom da tecnologia e, agora, outro impasse: a inclusão digital. Mas como incluir digitalmente uma pessoa com deficiência, já que é difícil sua aceitação no ensino regular? Dessa maneira, faz-se necessária a tessitura deste artigo, com o objetivo de proporcionar ao professor uma reflexão sobre sua ação docente que o auxilie a desenvolver novas práticas de ensi-
Revista Linha Direta
no, capazes de contribuir com a inclusão digital de pessoas com deficiências. É sabido que muitas são as barreiras existentes para que o processo de inclusão no laboratório de informática aconteça de forma eficaz. Entre elas, a que mais chama a atenção é a não formação dos docentes para trabalhar com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no desenvolvimento e inclusão das crianças com deficiências. Sabe-se que, apesar de a diversidade estar presente na escola, muitos professores preferem negá-la, já que buscam uma sala de aula homogênea. Portanto, é necessário, antes de tudo, formar profissionais que agreguem em seu cotidiano um trabalho diferenciado e especializado, com muitos recursos de acessibilidade que garantam a inclusão de crianças deficientes na sociedade. É possível encontrar métodos de trabalho eficazes para formar esses profissionais da educação, para que se tornem capazes de modificar suas práticas pedagógicas de forma consciente e verdadeira, ou seja, indo além do
discurso, realizando a inclusão de fato, considerando o contexto educativo. Assim, é preciso pensar de forma reflexiva a formação dos professores mediadores do laboratório de informática, bem como todos os outros profissionais interessados no trabalho com a educação inclusiva e o uso de tecnologia, percebendo as possibilidades da Tecnologia Assistiva para a eficácia do trabalho. Nesse contexto, muitas são as discussões sobre a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular, porém, pouco se fala sobre a contribuição da tecnologia nesse processo. Os laboratórios de informática possuem recursos infindáveis para trabalhar com a inclusão. Portanto, é fundamental que os professores mediadores do laboratório de informática estejam preparados para trabalhar com a Tecnologia Assistiva na inclusão das crianças com deficiências, para as quais, de acordo com Rita Bersch, a tecnologia torna as coisas possíveis.
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Entre os poucos marcos que fazem a história da educação especial e inclusiva, tem-se junho de 1994. Foi em Salamanca, na Espanha, que se realizou a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais (NEE): Acesso e Qualidade. Com base no princípio da inclusão e no reconhecimento da necessidade de se ter escola, instituições e trabalho para todos, demonstrou-se que é necessário aceitar as diferenças e apoiar uma aprendizagem que atenda às necessidades educativas especiais individuais e em pequenos grupos, dando origem à hoje conhecida Declaração de Salamanca. Cláudia Werneck salienta que na sociedade inclusiva ninguém é bonzinho. Ao contrário. Somos apenas – e isso é o suficiente – cidadãos responsáveis pela qualidade de vida do nosso semelhante, por mais diferente que ele seja ou nos pareça ser. Inclusão é, primordialmente, uma questão de ética. Assim, a história revela que a educação inclusiva promove um movimento de reestruturação
social, em que família, escola e Estado estariam envolvidos na inserção social real das pessoas com deficiências, com base na integração escolar e sociocultural. A sociedade em geral assumirá um olhar de possibilidades e competências, abandonará o olhar da incapacidade ou limitação e buscará proporcionar alternativas para o desempenho de diferentes habilidades sociais. Por isso é tão importante buscar e discutir estratégias pedagógicas que deem sentido à prática docente, pois uma escola inclusiva precisa de profissionais capazes de criar ambientes educativos em que os diferentes alunos, com os mais diversificados percursos de escolarização, possam se desenvolver no processo de ensino-aprendizagem. Transformações das práticas pedagógicas agregam a formação do professor, que é fundamental para a introdução da informática na educação das crianças com deficiências, pois, como afirma José Valente, não se trata de Revista Linha Direta
criar condições para o professor simplesmente dominar o computador ou o software, mas, sim, auxiliá-lo a desenvolver conhecimento sobre o próprio conteúdo e sobre como o computador pode ser integrado no desenvolvimento desse conteúdo. É importante que os docentes tenham a sua práxis baseada nas estratégias pedagógicas apoiadas pelas tecnologias, renovando e ampliando o conceito de inclusão, já que ainda são encontradas muitas dificuldades na realidade escolar.
talvez não seja preciso criar mais leis e declarações acerca da inclusão de deficientes em diversos ambientes; é preciso, sim, que as leis existentes sejam cumpridas. Segundo Werneck, a falta de formação dá origem ao preconceito. A falta de formação é o alicerce do preconceito. É sabido que a escola deve procurar meios de se organizar para a inclusão; porém, uma das condições para o seu funcionamento é a existência dos professores, que precisam estar atentos para as novas demandas e discussões da atualidade.
Somos (...) cidadãos responsáveis pela qualidade de vida do nosso semelhante, por mais diferente que ele seja ou nos pareça ser. É sabido que o fato de crianças com deficiências estarem presentes em salas regulares de ensino se deve à obrigatoriedade de cumprir as leis que regulamentam essa inclusão. Porém, é preciso mais do que leis: há a necessidade de preparação e formação dos professores para trabalhar com a inclusão. Será que os professores mediadores do laboratório de informática da sua escola estão preparados para isso? A Declaração de Salamanca ressalta que os governos devem garantir que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas. Este é um dos objetivos maiores para a inclusão escolar de fato: trabalhar a formação do profissional, capacitá-lo. Observa-se que Revista Linha Direta
Programas de educação inclusiva para a primeira infância são medidas propostas pela UNESCO e publicadas em A infância em debate: perspectivas contemporâneas, no periódico Coordinators’ Notebook. Para que haja eficácia no processo, tais medidas se fundamentam em alguns preceitos, como: começar pelos pais e pelas famílias, construir parcerias entre profissionais e pais, enfatizar as primeiras relações das crianças com as pessoas a sua volta, tomar consciência de que não existe um sistema único de serviços, dotar o programa de pessoal apropriado e assegurar capacitação adequada. São medidas simples, que podem ser adotadas em qualquer escola, para garantir a inclusão de pessoas com deficiências. A família é sempre o primeiro passo, já que, muitas vezes, ela
é a maior responsável pelo preconceito, devido ao comportamento paternalista em relação à criança, que é sempre “a coitadinha”. Quando essa barreira é quebrada e a família começa a perceber que a criança é capaz de muitas coisas, o processo começa a produzir efeitos. Paralelamente a todas essas questões, surge o crescente processo de informatização nas escolas, que exige a adequação de todos os cidadãos e força constantes inovações. Mas, quando se fala em todos os cidadãos, pensa-se em como possibilitar a tecnologia para todos eles? Muitas são as alternativas para se trabalhar com as TICs com as crianças com deficiências. Uma delas é a Tecnologia Assistiva (TA), um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiências e, consequentemente, promover vida independente e inclusão. O computador é usado como recurso de acessibilidade que ajuda a diminuir o preconceito e a limitação de trabalho dos professores com os alunos, pois quando são oferecidos meios para que a criança com necessidades especiais de aprendizagem interaja de forma igual com os outros ela não é mais vista como diferente. A Tecnologia Assistiva é classificada em categorias, já que seu principal objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social
através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho. Abordamos aqui apenas a categoria Recursos de Acessibilidade ao Computador, que consiste num conjunto de hardware e software que permite maior facilidade no manuseio do computador, como acionadores, softwares de reconhecimento de voz, ponteiros de cabeça por luz, entre outros. O trabalho com a informática na educação especial, aliado às práticas pedagógicas, é um dos fatores marcantes para o desenvolvimento de crianças com deficiências, além de contribuir para a ampliação dos conhecimentos dos docentes. Conclusão Quais as condições pedagógicas que têm caracterizado o atendimento dos alunos com necessidades educativas especiais? Os professores mediadores do
laboratório de informática estão preparados para contribuir de forma significativa com o avanço de crianças com deficiências? O trabalho que originou este artigo buscou responder a inquietações como essas e, diante da interpretação de dados realizada, constatou que a formação dos profissionais envolvidos com a inclusão de crianças com deficiências é fundamental para o desenrolar do seu processo de aprendizagem. É preciso haver planejamento para que esses profissionais se entrosem e trabalhem em conjunto, em busca do desenvolvimento das crianças com deficiências. O uso das Tecnologias Assistivas no trabalho com alunos deficientes resulta em uma aprendizagem mais qualitativa e significativa. *Autora da Microkids Tecnologia Educacional, pedagoga e especialista em Informática na Educação deluzia@microkids.com.br Revista Linha Direta