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Linha Direta INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO

CENÁRIO EDUCACIONAL

Conexão Linha Direta promove encontro de lideranças para um debate de qualidade

TECNOLOGIA Uso de robótica no ensino de física

EDIÇÃO 176

ANO 16 - NOVEMBRO 2012

EDUCAÇÃO Programa Escola Segura

FEIRA Conteúdo em ambiente digital

NOVIDADE Coleção com possibilidades interativas

PARCERIA LD e Caep: um encontro oportuno

Lisalba Camargo

Amábile Pacios


editorial

Conexão Linha Direta A Linha Direta sempre se preocupou em identificar as demandas do mercado educacional, visando a construir projetos, produtos e serviços capazes de beneficiar as instituições de ensino, fortalecer as entidades que as representam, bem como proporcionar às empresas parceiras oportunidades para que se apresentem de forma diferenciada. Nesse sentido, realizamos em outubro, em Belo Horizonte/MG, um evento único, totalmente direcionado a mantenedores, diretores e secretários de educação: o Conexão Linha Direta – I Fórum Internacional de Lideranças Educacionais. Para isso, contamos com a parceria da Conexa Eventos e com a promoção do Sinep/MG, da Fenep e da Fenen/MG. Agradeço às empresas parceiras, que, desde o primeiro momento, acreditaram na ideia e, junto conosco, viabilizaram o evento. Pretendemos levar essa iniciativa para outros Estados a partir do próximo ano – já temos datas confirmadas no Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Bahia e novamente em Minas Gerais. Todos esses eventos contarão com a promoção das entidades representativas locais. Confira na matéria de capa desta edição um especial sobre o evento. Boa leitura!

Linha Direta siempre se preocupó con identificar las demandas del mercado educacional, buscando construir proyectos, productos y servicios capaces de beneficiar a las instituciones de educación, fortalecer las entidades que las representan, así como proporcionar a las empresas asociadas oportunidades para que se presenten de forma distintiva. En este sentido, realizamos en octubre, en Belo Horizonte/MG, un evento único, totalmente direccionado a mantenedores, directores y secretarios de educación: el Conexão Linha Direta – I Fórum Internacional de Lideranças Educacionais. Para esto, contamos con la asociación de Conexa Eventos y con la promoción del Sinep/ MG, de la Fenep y de la Fenen/MG. Agradezco a las empresas asociadas, que, desde el primer momento, confiaron en la idea y, junto con nosotros, hicieron posible el evento. Pretendemos llevar esta iniciativa para otros Estados a partir del próximo año – ya tenemos fechas confirmadas en Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Bahia y nuevamente en Minas Gerais. Todos estos eventos contarán con la promoción de las entidades representativas locales. Vea en la materia de tapa de esta edición un especial sobre el evento. ¡Buena lectura!

Marcelo Chucre da Costa Presidente da Linha Direta

Marcelo Chucre da Costa Presidente de Linha Direta

Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação L’Hermitage e Sieeesp

Presidente Marcelo Chucre da Costa Diretora Executiva Laila Aninger Editora Valéria Araújo – MG 16.143 JP Designer Gráfico Rafael Rosa Atendimento Flávia Alves Passos Estagiário de Jornalismo Renan Costa Coelho Preparadora de Texto/Revisora Cibele Silva Tradutor/Revisor de Espanhol Gustavo Costa Fuentes - RFT1410 Consultor Editorial Ryon Braga Consultor em Gestão Estratégica e Responsabilidade Social Marcelo Freitas Consultora para o Ensino Superior Maria Carmem T. Christóvam

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Conselho Consultivo Ademar B. Pereira Presidente do Sinepe/PR – Curitiba Airton de Almeida Oliveira Presidente do Sinepe/CE Amábile Pacios Presidente da Fenep Antônio Eugênio Cunha Presidente do Sinepe/ES Antônio Lúcio dos Santos Presidente do Sinepe/RO Átila Rodrigues Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro Benjamin Ribeiro da Silva Presidente do Sieeesp Cláudia Regina de Souza Costa Presidente do Sinepe/RJ Dalton Luís de Moraes Leal Presidente do Sinepe/PI Emiro Barbini Presidente do Sinep/MG Fátima de Mello Franco Presidente do Sinepe/DF Fátima Turano Presidente do Sinepe/NMG Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES Gelson Menegatti Filho Presidente do Sinepe/MT Hermes Ferreira Figueiredo Presidente do Semesp

Ivana de Siqueira Diretora da OEI em Brasília Ivo Calado Asepepe Jorge de Jesus Bernardo Presidente da Abrafi e do Semesg José Carlos Barbieri Presidente do Sinepe/NOPR José Carlos Rassier Secretário Nacional da ABM Krishnaaor Ávila Stréglio Presidente do Sinepe/GO Manoel Alves Presidente da Fundação Universa Marco Antônio de Souza Presidente do Sinepe/NPR Marcos Antônio Simi Presidente do Sinepe/Sul de Minas Maria da Gloria Paim Barcellos Presidente do Sinepe/MS Maria Nilene Badeca da Costa Presidente do Consed Miguel Luiz Detsi Neto Presidente do Sinepe/Sudeste/MG Natálio Dantas Presidente do Sinepe/BA Odésio de Souza Medeiros Presidente do Sinepe/PB Osvino Toillier Presidente do Sinepe/RS

Paulo Antonio Gomes Cardim Presidente da Anaceu Paulo Sérgio Machado Ribeiro Presidente do Sinepe/AM Suely Melo de Castro Menezes Vice-presidente do Sinepe/PA Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto Presidente da Fenen Victor Maurício Nótrica Presidente do Sinepe/Rio Pré-Impressão e Impressão Rona Editora – 31 3303-9999 Tiragem: 20.000 exemplares

As ideias expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.

(31) 3281-1537 www.linhadireta.com.br


curtas

GEduc 2013 As inscrições para o GEduc 2013 – XI Congresso Brasileiro de Gestão Educacional & III Congresso Internacional de Gestão Educacional – estão abertas. O evento será realizado entre os dias 20 e 22 de março, no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo/SP. A próxima edição trará como novidades o tema inovador, envolvendo os desafios para a gestão da Educação 3.0; o I Colóquio de Práticas Bem-Sucedidas em Gestão, um espaço aberto para a troca de ideias e compartilhamento de casos de sucesso com gestores de todo o Brasil; e o I Ciclo de Palestras: Gestão na Sala de Aula, em que coordenadores de cursos e professores aprenderão o que há de mais inovador para ser utilizado em classe. Além disso, durante todo o Congresso, haverá a Sessão Pôster, um local destinado à exposição das práticas premiadas e onde será realizada a cerimônia de premiação do PNGE 2013, no dia 20 de março de 2013. Informações e inscrições: www.humus.com.br/pnge

Tecnologia aliada da educação

O Sistema Ari de Sá (SAS) foi pioneiro no eixo Norte-Nordeste e um dos primeiros do Brasil a produzir seu material didático de forma interativa para tablets. Com o resultado positivo, em 2013, as escolas conveniadas ao SAS terão à disposição o material didático digitalizado do 9º ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio e pré-vestibular. Além disso, as mais de 200 escolas conveniadas em 19 Estados brasileiros e no Distrito Federal têm à disposição a TV Ari e o Portal SAS, como importantes instrumentos para o aprendizado dos alunos. A TV Ari apresenta videoaulas de todas as disciplinas para complementar o conteúdo ministrado em sala. Pratique redação, Brincando de contar e Atualidades são alguns dos temas produzidos. A plataforma oferece, também, o Tutorial SAS, que traz orientações metodológicas direcionadas a professores para a aplicação do conteúdo programático e aperfeiçoamento do ensino.

Estimados Srs. Marcelo, Fernando e Emiro, respectivos presidentes da Linha Direta, Conexa e Sinep/MG: Não poderia deixar de cumprimentá-los pela brilhante iniciativa do I Fórum Internacional de Lideranças Educacionais, palestrantes selecionados dentro das nossas reais necessidades e aspirações e de altíssimo nível. Saímos inebriados de novos conhecimentos, atualizados e cientes da vital necessidade de rever nossos paradigmas e valores como educadores e formadores de opinião. Parabéns, e que esta seja apenas uma das muitas oportunidades oferecidas às instituições de ensino. Um grande abraço, Beth Amaral - Sistema de Ensino Officina das Letras Cartas para redacao@linhadireta.com.br

Educação financeira

Revista Linha Direta


contexto

Coleção com interatividade Novo projeto da Microkids possui acesso exclusivo a portal eletrônico com possibilidades interativas

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Divulgação

integração de áreas do conhecimento, o exercício da autonomia, a habilitação para a pesquisa e a prática investigativa estão presentes na nova coleção do Sistema Microkids, chamada de Projetos ETC. Segundo a autora da coleção, Lisalba Camargo, um dos diferenciais do projeto é o acesso exclusivo de cada aluno ao portal eletrônico, no qual ele poderá fazer download de softwares, acessar tutoriais, obter informações sobre tecnologia e participar de webconferências e de fóruns educacionais. Confira, a seguir, a entrevista com a autora, que explica como foi o processo de criação desse projeto. Como atender à proposta pedagógica de cada escola? É justamente pensando em atender ao público de cada escola, sinalizado pela demanda educacional e mercadológica, que a equipe ­Microkids idealiza seus projetos. Nosso desejo é possibilitar que cada vez mais educadores e estudantes, de todo o País, tenham acesso aos conteúdos educacionais e tecnológicos desenvolvidos cuidadosamente pela nossa equipe técnica e pedagógica. Por meio da aquisição de cada projeto, gestores e professores poderão escolher as metodologias a serem adotadas na instituição escolar, de acordo com a necessidade e o objetivo pedagógico. Revista Linha Direta

Lisalba Camargo, autora do Sistema Microkids

A Microkids realizou uma pesquisa com estudantes utilizando tecnologia. Como foi essa pesquisa e quais os envolvidos? Para nós, esse momento é um dos mais importantes e esperados, pois é a partir da pesquisa de campo com os estudantes que

atualizamos as áreas de interesse e ferramentas tecnológicas com as quais eles mais demonstram afinidade, para, então, inseri-las em nosso material didático. Especificamente para o nosso último projeto, o nosso contato foi exclusivamente com alunos da faixa etária entre 10 e 17 anos.


Conte-nos sobre a nova coleção do Sistema Microkids. Quais os seus diferenciais? O Projetos ETC – Educação, Tecnologia e Construção – promove, a cada livro, o exercício da autonomia, a habilitação para a pesquisa e a prática investigativa, em que o aluno constrói o próprio conhecimento. Essa coleção é estruturada em projetos e oferece um leque de possibilidades a serem trabalhadas em sala de aula e no laboratório de informática. Dessa forma, os educadores terão a oportunidade de utilizar os projetos dos livros conjuntamente com os conteúdos programáticos, de forma muito mais prática, criativa e inovadora, reforçando a aprendizagem da sala de aula através da educação digital. O material foi pensado e desenvolvido numa proposta de revista, para acompanhar a dinâmica da educação tecnológica. Outro diferencial é o acesso exclusivo de cada aluno ao portal eletrônico do Projetos ETC, no qual ele poderá fazer ­download de softwares, tutoriais, obter informações sobre tecnologia e participar de webconferências e de fóruns educacionais. O que significa o nome desse novo projeto e o que ele representa? Educação, Tecnologia e Construção são palavras-chave na proposta educacional desse projeto, pois o nosso objetivo é desenvolver uma argumentação sobre a neces-

sidade de se construir um conhecimento compartilhado, crítico e reflexivo. O estudante deve ser capaz de relacionar os conhecimentos da atualidade com a criação de novos conhecimentos, pelo viés da tecnologia. Fale, brevemente, sobre cada uma das revistas que compõem o Projetos ETC. Os projetos viabilizam a integração das áreas de conhecimento, perpassando, de maneira transdisciplinar, as disciplinas afins, tais como língua portuguesa, matemática, ciências, geografia, arte, educação física, entre outras. O material didático, que possui caráter paradidático, leva aos alunos conhecimentos tecnológicos em Realidade Aumentada, Empreendedorismo, Desenvolvimento de Planilhas e Projetos, Criação de Games e Animações, Diagramação, Fotografia, entre outros, além de proporcionar o contato direto com diversas formas de comunicação, como a linguagem oral, escrita e visual. No projeto Destino verde, a temática trabalhada é a sustentabilidade, e os estudantes são incentivados a formar uma consciência ambientalista através da criação de uma cooperativa de Ecoturismo, com o uso das ferramentas em 3D. Em Viver perigosamente, os alunos terão a oportunidade de construir um game a partir de temas vivenciados na adolescência, como os perigos das

drogas, a má utilização da internet, bullying e sexualidade precoce. Com a adoção de Movimento e tecnologia, os alunos poderão experimentar o mundo do cinema ao produzir um documentário com a utilização de ferramentas tecnológicas, atuando como roteiristas, produtores e editores dos conhecimentos produzidos. Outro projeto que desenvolve as habilidades tecnológicas é o HQ S.A. A partir da criação de histórias em quadrinhos, animações, atividades interativas digitais e manipulação de imagens, os estudantes poderão envolver toda a comunidade escolar. Audácia é a palavra-chave em Xadrez, a arte de pensar, onde os alunos aprendem a criar planilhas eletrônicas, jogos e animações. Com os conhecimentos adquiridos em Anime a ideia, os alunos poderão desenvolver ainda mais seu potencial criativo ao criar objetos e animações em 3D aplicados à realidade aumentada. Como esse projeto não é uma obra acabada, o que podemos esperar para o futuro dele? O lançamento do Projetos ETC surge inicialmente com seis projetos, mas não é, nem pretende ser, uma obra acabada, pois estará em constante aperfeiçoamento e desenvolvimento, justamente para atender à demanda educacional. Já estão em construção outros projetos, que em breve lançaremos aqui na Linha Direta.  Revista Linha Direta


capa

Cenário educacional Conexão Linha Direta promove encontro de lideranças para um debate de qualidade

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maneira de se fazer educação vem mudando com o passar dos anos. Novas formas de pensar se fazem presentes na atualidade, valorizando, principalmente, a troca de experiências entre alunos e professores e tendo como pano de fundo a possibilidade de novos diálogos que o advento da internet coloca em cena. Dessa forma, nada melhor do que um encontro entre lideranças educacionais para que um debate acerca do atual cenário da educação no Brasil seja feito. Pensando nisso, a Linha Direta, em parceria com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), a Federação das Escolas Particulares de Minas Gerais (Fenen/MG), a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) e a Conexa Eventos realizaram, no mês de outubro, o Conexão Linha

Revista Linha Direta

Direta – I Fórum Internacional de Lideranças Educacionais, em Belo Horizonte/MG. O evento aconteceu para que as lideranças debatessem os principais desafios das instituições de ensino na atualidade e também para que fosse discutido o papel dos gestores das instituições, tanto no âmbito público quanto no privado. As boas-vindas aos presentes foram dadas pelo presidente da Linha Direta, Marcelo Chucre. Em sua fala, Chucre se mostrou entusiasmado em comemorar o 16º aniversário da Linha Direta com um evento tão importante, e disse ainda esperar que a iniciativa seja um marco para os educadores, ressaltando o desejo de estender o encontro a outros Estados brasileiros. “Este ano estamos completando 16 anos, em outubro, e, ao invés de fazer uma edição especial em forma de revis-

Marcelo Chucre

ta, decidimos trabalhar em parceria com a Conexa, o ­Sinep/MG, a Fenen/MG e a Fenep para viabilizar este evento, que acreditamos ser uma semente que dará bons frutos. Pretendemos levar este evento para outros Estados a partir do próximo ano.” Já o presidente da Conexa, ­Fernando Kutova, ressaltou o esforço das instituições envolvidas na rea­lização do evento, salientando o pioneirismo na criação do Fórum. Fernando reforçou a ideia de Marcelo Chucre de fazer desse evento algo constante no calendário dos educadores. “É o evento que temos mais carinho em realizar, em que trabalhamos com mais afinco


Fotos: Lucas Ávila

Fernando Kutova

Emiro Barbini

Carlos Sardenberg

para poder proporcionar a todos vocês uma troca de experiências e uma capacitação com os nomes mais relevantes desse segmento no cenário nacional. A proposta é inédita, pois, pela primeira vez, é realizado um evento direcionado para os dirigentes educacionais, tanto da iniciativa privada como do setor público, e isso só foi possível graças à união de forças, de modo que temos a expectativa de atender aos seus anseios e fazer com que este se torne um evento de fato constante, realizado todos os anos.”

palestra magna contando que a gestão das escolas mudou a partir do início dos anos 2000, quando as primeiras instituições começaram a formatar seus orçamentos anuais­ e planejamentos estratégicos. “Este Fórum Internacional de Lideranças Educacionais surgiu exatamente para debatermos não só a parte pedagógica, mas também a saúde financeira das instituições”, concluiu.

e do Jornal da Globo. Sardenberg soube explorar bem sua experiência no jornalismo econômico para falar aos gestores presentes sobre as perspectivas da economia brasileira e também do setor educacional.

Ainda durante a abertura do evento, Emiro Barbini, presidente do Sinep/MG, introduziu o tema da

Educação e economia O Conexão Linha Direta começou em grande estilo. O primeiro a falar foi o jornalista Carlos ­Sardenberg, âncora do programa CBN Brasil, repórter da Globonews

Diante de um auditório lotado, o jornalista contextualizou o atual momento econômico do País através de uma retrospectiva. ­Sardenberg usou essa viagem no tempo para mostrar os avanços do Brasil. “Tivemos um período tenebroso em meados da década de 1970 até o início da década de 1990, quando o País passou por duas moratórias, e a inflação chegava a níveis absurdos”, conRevista Linha Direta


Carlos Sardenberg, âncora da CBN e repórter da Globonews e do Jornal da Globo, e Marcelo Chucre, presidente da Linha Direta

tou, salientando que, a partir da introdução do Real, que no início foi turbulenta, o Brasil começou a se recuperar e conseguiu diminuir bastante a inflação, o que proporcionou o crescimento atual. Apesar da evidente melhora, o Brasil ainda se encontra em desvantagem quando comparado a outros países, principalmente em relação aos elevados índices que a inflação brasileira alcança. “Essa inflação ainda é muito grande em relação a outros países, o que nos torna menos competitivos no mercado internacional”, disse Sardenberg. Para ele, essa situação faz um paralelo com a questão educacional, que, no Brasil, apresenta claras melhoras, mas ainda deixa a desejar. “Existem claros avanços na área da educação no Brasil, mas, quando se estabelece um paralelo com outros países, o País fica para trás, principalmente quando comparamos com os países emergentes, que crescem mais rapidamente”, afirmou, ressaltando que, quando analisamos os níveis educacionais do Brasil em relação a esses países, vemos que a nossa situação é sofrível. Sardenberg foi enfático ao defender um maior diálogo entre os setores público e privado, para que Revista Linha Direta

esses problemas sejam sanados, ou ao menos abrandados, e, assim, haja evolução na qualidade educacional do País. “O governo tem certa resistência com o setor privado, mas deve permitir que ele avance, e deve também buscar tecnologia nele para o setor público”, destacou, afirmando que os governantes precisam absorver a eficiência do setor privado e transferi-la para o setor público. A qualificação da educação no Brasil passa por uma maior abertura do Estado ao setor privado, na opinião do jornalista, que salientou a necessidade de uma maior eficiên­ cia no que se refere aos gastos públicos com a educação. “No setor educacional, o País gasta muito, mas gasta mal, com baixíssima qualidade. Assim, dependemos do setor privado, porque ele tem eficiência, capacidade de investimento, capacidade de reunir capital e é uma comunidade sofisticada de negócios. Então, os passos para o desenvolvimento do Brasil são melhorar a qualidade do setor público e abrir espaço para o setor privado.” Por fim, Sardenberg falou da importância que a educação exerce no crescimento de um país. Para

Área de exposição do Conexão Linha Direta

ele, é necessário que uma educação de qualidade seja oferecida a todas as camadas da sociedade, fazendo com que todos partilhem de um mesmo nível cultural, diminuindo, assim, as desigualdades. “Educação é muito importante para a sociedade e para a economia. O capitalismo gera desigualdades, e os mais competentes e eficientes vão se destacar. O meio de se amenizar isso é a partilha. Se a mesma boa educação for dada para as pessoas, todos vão começar em igualdade de condições. Essa igualdade depende diretamente de uma boa base educativa”, finalizou Sardenberg. Educação e empreendedorismo Além da questão financeira, as alterações que o campo educacional demanda atualmente passam também por uma mudança de postura, com a quebra de antigos paradigmas que ainda permeiam o ambiente da sala de aula. A velha forma de ensino que privilegiava a hierarquia do professor em relação ao aluno deve ficar para trás, e o diálogo e as experiências pessoais dos estudantes são os fatores que devem ser levados em conta para a boa qualidade do ensino.


Essa foi a discussão proposta no encerramento do Conexão Linha Direta. Para o professor da Fundação Dom Cabral, Fernando Dolabela, autor do best-seller O segredo de Luísa, hoje em dia o fazer educacional não pode se limitar a ser uma transmissão unidirecional de conhecimento. Ele diz que os professores devem se preocupar muito mais com as perguntas do que com as respostas. Dolabela afirma ainda que instigar a curiosidade e a imaginação do aluno é muito mais importante do que apenas transmitir respostas concretas, e que o atual cenário da educação prejudica a capacidade criativa do aluno. “No alto dos currículos se veem matemática, português, mas as disciplinas que contemplam a arte não são valorizadas. Os currículos que eu conheço não abordam a criatividade. As crianças entram com um nível de criatividade na escola, e quando saem, essa criatividade foi aplacada. A grande tarefa é deixar no passado um sistema educacional voltado para preparar pessoas para operar sistemas criados por outros, que dominam formas, algoritmos e sabem as respostas. Mas o que interessa agora são as perguntas. Essa é a grande transição.”

Em sua palestra, Dolabela diz que criou um novo significado para o termo empreendedor, relacionando-o ao universo educacional. Ele propõe a imagem do empreendedor como alguém que não só faz planos para o futuro, mas que também busca meios para transformar esse sonho em realidade. “O empreendedor não é alguém que abre uma empresa. Precisamos quebrar o conceito de que o empreendedorismo nasceu na empresa. Esse conceito já foi transportado para todas as áreas da atividade humana. Existem poe­tas e religiosos empreendedores, funcionários empreendedores, professores também podem ser. Então isso é uma forma de ser, não uma forma de saber. Uma forma de olhar para o mundo.” Para Dolabela, é necessária uma mudança de postura no ambiente escolar que se estenda ao universo social por completo. “Na nossa sociedade, não somos habituados a sonhar. A escola não pergunta quais são nossos sonhos, não pergunta ao aluno quais são seus sonhos. Os políticos não perguntam à sociedade quais são seus sonhos. Por quê? Porque o sonho é perigoso e não pode ser con-

Fernando Dolabela

trolado. E uma pessoa que sonha e corre atrás dos seus sonhos é perigosa, porque não pode ser detida. A escola precisa transferir conhecimento, mas esse tipo de valor, essa “rebeldia” e esse inconformismo a escola não trabalha. A escola busca conformidades. Quanto mais iguais e aderentes à proposta educacional for o método de ensino, melhor para as escolas”, conclui. Entrevistas Confira, a seguir, algumas entrevistas realizadas com exclusividade pela Linha Direta com alguns dos palestrantes do Conexão Linha Direta. Nas próximas edições da Revista, publicaremos outras! Revista Linha Direta


O DOM DO ENCANTAMENTO

uma apresentação de práticas e projetos desenvolvidos, tendo em vista uma educação de qualidade. O que impede a paixão e o encantamento?

“A escola não pode estar fechada em torno de si mesma.” Para o professor Hamilton ­Werneck, esse é o pensamento que deve permear a filosofia dos gestores, fazendo da escola um campo aberto para novas experiências. Confira a entrevista completa! Onde está o encantamento das escolas? Está no envolvimento de alunos e famílias com o grande projeto educacional da escola. Para existir encantamento, é preciso que exista esse vínculo, é preciso que haja interação entre as partes, fazendo da escola uma parcela importante da vida dos estudantes e, consequentemente, de suas famílias.

A falta de vocação para realizar as tarefas que se propõem a realizar. Um profissional precisa amar profundamente o que faz. A pessoa vocacionada para trabalhar possui uma força motivadora interna enorme, que fará com que os compromissos assumidos sejam cumpridos. O que fazer para desenvolver cada vez mais uma instituição? A escola não pode estar fechada em torno de si mesma. Professores e gestores precisam saber que o conhecimento é compartilhado e baseado na troca de experiências. Eles precisam frequentar congressos e estar atentos às novas literaturas para inovar cada vez mais. INDICADORES DE QUALIDADE

Então, como encantar alunos e famílias? Através de um processo que mostre a realidade da escola de maneira criativa e ao mesmo tempo real, para que aqueles que estão matriculando os filhos na instituição possam ter um conhecimento concreto do que se trabalha ali. Não se trata apenas de assinar um contrato legal; é importante que a família conheça o lugar onde seus filhos irão estudar. Trata-se de Revista Linha Direta

A diretora Educacional do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (Cedhap), Heloísa Lück, fala sobre a importância dos indicadores educacionais para as instituições de ensino, explicando cada um deles e apontando suas principais diferenças.

Qual a importância do Ideb? O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um indicador importante para chamar a atenção para questões problemáticas da educação brasileira. Ele é um instrumento de gestão que não tem natureza pedagógica em si. O material pedagógico do Ideb está nas provas que analisam as competências e as habilidades dos alunos. Quem deve utilizar os indicadores em favor da educação? Quem usa o indicador é o gestor. A partir dos dados, ele pode localizar as áreas de maior problema, a fim de poder estabelecer soluções. O gestor deve prestar atenção nas escolas que tenham um Ideb menor, analisar e verificar a que se deve esse índice e, assim, oferecer soluções de equidade para que essa escola seja elevada ao nível das melhores escolas que existem no município. Que outros indicadores devem ser observados para a análise do nível da educação? Existe um conjunto de indicadores educacionais e de gestão, como, por exemplo, os indicadores de insumos, que são aqueles que dizem respeito aos materiais disponíveis em cada escola. Os Idebs mais baixos estão em escolas mais pobres, com menos condições. Outro indicador de insumo é a participação dos pais no acompanhamento da escolaridade dos alunos. Tem também o indicador de apoio de gestão ligado à liderança, organização, planejamento curricular. O próprio processo ensino-aprendizagem possui um conjunto de elementos que são indicativos e que passam pela competência do professor, relacionamento com o aluno, metodologia utilizada etc.


ANÁLISE DOS RANKINGS

volvem a educação no País. Com isso, abre-se a possibilidade para que pesquisas e estudos acerca desses problemas sejam feitos, para que sejam solucionados. Isso estabelece uma base de conhecimento sobre os problemas que interferem no nível da educação. O Brasil tem evoluído a partir da presença desses indicadores?

Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, explica como funcionam os indicadores educacionais que viram rankings, citando sua importância para descrever o cenário da educação do Brasil e dando condições para que as soluções sejam pensadas. Como resultados de rankings impactam na educação? Com esses rankings, a escola é avaliada internamente, em relação aos professores e diretores, mas também passa por um processo avaliativo em relação ao contexto da sociedade, no sentido de se compararem os rendimentos em relação a outras escolas.

Os resultados do Ideb mostram alguma melhora em alguns Estados nos primeiros anos da educação fundamental. É um crescimento pequeno e não é sustentável. Temos um problema grave, pois, apesar da melhora do diagnóstico, a capacidade de enfrentamento desses problemas ainda é pequena, ineficiente. Existe alguma alternativa para tornar esse crescimento sustentável? Antigamente se dava muita importância à educação dos primeiros anos, mas isso se transportou para o ensino médio. É fato que alguns alunos saem mais bem preparados do que outros e não se pode oferecer a eles os mesmos métodos de ensino. É preciso que se ofereçam mais alternativas. GERÊNCIA ESCOLAR

O mais conhecido é o Ideb. Existe também a prova do Enem, que é um exame individual, mas a média da nota dos alunos dá uma ideia da qualidade do ensino de determinada escola. Em nível superior existe o Enade, e em nível internacional, o Pisa.

Eles são importantes porque trazem para a percepção coletiva os problemas ou as questões que en-

Qual a diferença entre os termos gerir e gerenciar? Gerenciar é fazer com que os processos funcionem adequadamente, dando os resultados que são esperados. Quem gerencia faz funcionar, preocupando-se com horários, estoques, cronogramas etc. Liderar é desafiar as pessoas e os processos, com vistas à excelência; é instigar para que se superem através do envolvimento com a causa. Então, o ato de gerir é o ato de gerenciar acrescido da liderança. Como essa definição do gerir pode ser transportada para a sala de aula ou para o ambiente escolar de modo geral? A escola de hoje não comporta mais a figura tradicional do diretor, que recebe informações e toma decisões. O gestor escolar, ao contrário, insere-se no cotidiano da escola, mas com o propósito de desenvolver pessoas e processos e comprometer todos com a causa maior da escola, que é a aprendizagem de conteúdos através do desenvolvimento de competências. Como estabelecer o equilíbrio entre liderança e gerência, no sentido de minimizar a hierarquia nas relações?

Quais são os índices que comprovam esses rendimentos?

Qual a importância dos rankings?

de interesse da escola eram tomadas de maneira hierárquica. Veja a entrevista, a seguir.

Reitor da Uniabeu/RJ, Júlio Furtado acredita que a figura do gestor escolar já não é mais a mesma de tempos atrás, quando as decisões

O ato de gerir já minimiza por si só essa hierarquia, na medida em que o gestor se apresenta como aquele que faz junto, como aquele que se envolve no processo e acha soluções de dentro para fora, fazendo com que as pessoas aprendam com as falhas e com as formas de consertar as falhas. Talvez o equilíbrio possa ser atingido através de uma atitude aparentemente antagônica: exigir e pressionar, compreendendo e apoiando.  Revista Linha Direta


ações de cidadania

Desenvolvimento comunitário Projeto social em Aracaju muda a vida de comunidade vulnerável Fotos divulgação

O dia no projeto Cantinho do Céu começa com canções e leitura de histórias Revista Linha Direta


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obreza, miséria e condições mínimas de uma vida digna. Foi este o cenário encontrado pelo casal Thomas e Cinira Zettler ao chegar à comunidade Santa Maria, na periferia de Aracaju/SE, há 11 anos. Hoje, graças ao projeto realizado por eles, a comunidade vive em melhores condições, e é no rosto das crianças dali que a mudança é percebida. A iniciativa de cunho voluntário visa a melhorar a vida dos moradores da comunidade, dando atenção especial às crianças. Em meio a barracos de madeira e ao esgoto que corria a céu aberto nasce, em 2002, a Missão Cantinho do Céu, que foi um dos projetos apoiados pelo Criança Esperança em 2012. O casal conta que, ao chegar a Aracaju, se sensibilizou com a situação encontrada e que a vontade de fazer algo para ajudar aquela gente foi imediata. “Até pouco tempo atrás, esta região era cheia de barracos. Quando vem chuva, forma-se um lamaçal que se mistura ao esgoto, que é a céu aberto, deixando as crianças expostas a doenças. Então essa sujeira, esse esgoto, essa situação calamitosa, no geral, foi o que chamou nossa atenção para as necessidades das pessoas que moram aqui.” O envolvimento dos dois com causas sociais vem de muito tempo. Thomas, que nasceu na Alemanha, diz que conheceu um pouco da realidade social do Brasil através de um filme e que, desde então, ajudar os mais necessitados se tornou um objetivo em sua vida. “Cresci na Alemanha, e na escola vi um filme sobre favelas. Isso me chocou bastante. Em 1996, resolvi vir para o Brasil para conhecer trabalhos realizados com crianças de rua. Fui para o Rio de Janeiro,

onde conheci projetos no Morro do Boréu, inclusive morei lá durante um tempo, depois fui para São Paulo, onde conheci o trabalho realizado pela minha esposa, trabalho este que era vinculado a uma igreja evangélica e visava a ajudar crianças de rua.” Os primeiros passos do projeto em Aracaju foram tímidos, devido ao pouco apoio que obtiveram, e também às dificuldades de ambientação com a nova vizinhança. “Minha esposa viu este terreno, que na época tinha duas casas bem ruins. Mas decidimos ficar por aqui por causa da vizinhança com a favela. Foi difícil o início, porque algumas coisas nossas começaram a desaparecer, e também foi angustiante, porque de noite escutávamos muito barulho de tiro. Isso incomodava, mas agora não acontece tanto.” O baixo investimento inicial fez com que, no início, o projeto atendesse a um número pequeno de crianças. Thomas diz que, quando começaram a trabalhar, foi necessário realizar um censo na região, para que se conhecessem as crianças mais pobres da comunidade. Com o passar dos anos, a iniciativa ganhou força com as doações e também com uma parceria com o consulado alemão, o que permitiu, por exemplo, a ampliação do espaço onde as aulas são dadas. Hoje, o projeto, que é gratuito, atende a 140 crianças em período integral.

As crianças realizam a maioria de suas refeições no projeto

A rotina Sete da manhã, e a movimentação já é grande nas proximidades do local onde funciona o projeto. Thomas se diz muito rigoroso com a questão do horário para Revista Linha Direta


O Cantinho do CÊu procura realizar eventos e atividades diårias que proporcionem maior diversidade cultural para as crianças

Revista Linha Direta


que, desde cedo, as crianças já tenham noções de disciplina e pontualidade. Ele fala das atividades realizadas ali, ressaltando a mudança que a iniciativa trouxe para as crianças, inclusive na questão da saúde. “Começamos o dia cantando canções, lendo histórias bíblicas, e temos o lanche da manhã. Tem também o banho – as crianças se refrescam e recebem novas roupas, porque essa questão da higiene também é muito importante. No começo do projeto, víamos muitas crianças com sarna e até piolho, mas hoje isso realmente melhorou e não acontece muito.” Além das atividades diárias, o Cantinho do Céu realiza eventos variados para proporcionar maior diversidade cultural às crianças. “Realizamos alguns trabalhos manuais. Temos também programações especiais, por meio das quais as crianças podem mostrar seus talentos. Fizemos uma feira de ciências, além de algumas aulas sobre trânsito e gincanas esportivas”, diz Thomas. Além disso, o Cantinho do Céu também oferece oficinas e cursos voltados para os pais das crianças assistidas. Para Thomas, essa iniciativa é de suma importância para que haja um desenvolvimento pleno da comunidade. “Realizamos um trabalho com os pais dos atendidos. Porque não adianta limitar o trabalho às crianças. Tivemos alguns cursos de capacitação para eles, como crochê, fabricação de velas, corte e costura e alfabetização. Às sextas-feiras temos uma reunião com eles para trabalhar em conjunto, e também para que eles estejam por dentro das atividades que seus filhos realizam aqui.”

Apesar da louvável iniciativa, o projeto passa por dificuldades, principalmente financeiras. Thomas diz que não recebe nenhuma ajuda do governo brasileiro e que o projeto só se mantém vivo graças a doações vindas da Alemanha. Ele conta que necessita de ajuda, principalmente para aquisição de livros e pagamento aos funcionários. “Temos professores e auxiliares. Esta é nossa grande dificuldade, porque pagamos os funcionários, o trabalho voluntário que existe aqui é bem pouco. Temos uma equipe de 25 pessoas para lidar com uma turma de 140 crianças. Outro grande peso para nós é relacionado aos livros. No ano passado, por exemplo, foram gastos R$ 30 mil na compra de novos materiais didáticos.”

... nasce, em 2002, a Missão Cantinho do Céu, que foi um dos projetos apoiados pelo Criança Esperança em 2012. Thomas finaliza pedindo que sua iniciativa seja valorizada, e faz um apelo para quem puder ajudar, para que o projeto não morra. “Estamos abertos para qualquer pessoa que queira nos ajudar. Precisamos realmente de ajuda, porque nos últimos tempos tem sido muito difícil. Temos salários a pagar, e também questões como alimentação e material pedagógico. Nosso trabalho é muito importante para esse povo, mas necessita de muita ajuda.” Na próxima edição da Linha Direta falaremos mais sobre esse projeto e como o Criança Esperança ajudou no desenvolvimento da instituição. Até lá!  Revista Linha Direta


espaço ibero-americano

espacio iberoamericano

Roteiro leva jovens da rede pública à Espanha Alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental participaram do concurso Escola, Roteiro e Cinema, da OEI

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No total, 144 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental participaram do concurso Escola, Roteiro e Cinema, realizado no Brasil pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), em parRevista Linha Direta

Telma Teixeira

les fizeram o roteiro, cena por cena, diá­ logo por diálogo, cenário por cenário, contando histórias e lendas tradicionais dos locais em que vivem. Os roteiros originaram vídeos em curta-metragem. E os vídeos receberam prêmios, entre eles, uma inédita viagem à Espanha, onde as produções foram oficialmente apresentadas em um evento na cidade de Salamanca, do qual participaram ministros da Educação dos países ibero-americanos e os príncipes espanhóis, em setembro. Até aí, nada de novo – não fosse o fato de serem os roteiristas meninos e meninas de 14 anos, alunos de escolas públicas de diferentes regiões brasileiras, na maior parte localizadas em áreas vulneráveis.

Paulo de Camargo*


Proyecto lleva jóvenes de la red pública para España Alumnos del 6º al 9º año de la educación fundamental participaron del concurso Escola, Roteiro e Cinema, de la OEI

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llos hicieron el guión, escena por escena, diálogo por diálogo, escenario por escenario, contando historias y leyendas tradicionales de los lugares en que viven. Los itinerarios originaron vídeos en cortometrajes. Y los vídeos recibieron premios, entre ellos, un inédito viaje para España, en donde las producciones fueron oficialmente presentadas en un evento en la ciudad de Salamanca, del cual participaron ministros de Educación de los países iberoamericanos y los príncipes españoles, en septiembre. Hasta ahí, nada nuevo – si no fuese el hecho de ser los protagonistas niños y niñas de 14 años, alumnos de escuelas públicas de diferentes regiones brasileñas, mayoritariamente localizadas en áreas vulnerables. En suma, 144 alumnos del 6º al 9º año de la educación fundamental participaron del concurso Escola, Roteiro e Cinema, realizado en Brasil por la Organización de los Estados IberoameriRevista Linha Direta


ceria com a Secretaria de Educação Básica e a TV Escola, do Ministério da Educação (MEC). Do Brasil saíram cinco vencedores. O concurso, de âmbito internacional, ocorreu em 17 países ibero-americanos, com 800 roteiros inscritos. O objetivo do concurso, lançado em 2011, foi estimular a produção escrita dos jovens, aproximando-os das chamadas indústrias criativas, como o cinema e a televisão. A iniciativa se insere no Projeto da OEI Metas Educativas 2021, firmado pela OEI com todos os países ibero-americanos, e integra, também, um conjunto de ações do Programa para o Fortalecimento das Línguas da Ibero-América na Educação e do Programa Arte/Educação, Cultura e Cidadania. “O processo de criação dos roteiros leva a atividades educativas do tipo narrar, corrigir, discutir intencionalidades, entrar em acordos e reescrever para chegar ao relato desejado. Fomenta a expressão do pensamento, de ideias, ao mesmo tempo em que promove o conhecimento das artes audiovisuais e desse tipo de comunicação”, explica a diretora da OEI no Brasil, Ivana de Siqueira. Janela para o mundo Além da oportunidade de participar de uma produção contemporânea, explorando diferentes linguagens, o concurso de roteiros representou para os alunos uma verdadeira janela para o mundo. Basta ver a história do jovem indígena cinta larga Pabikyt, de 14 anos, que mal havia saído de sua pequena Cacoal, em Rondônia, e de repente se viu em um avião, viajando para uma experiência inesquecível. Ao lado de outros quatro jovens brasileiros, conheceu Madri e Salamanca, visitou sítios históricos e até mesmo o famoso estádio do Real Madrid, o Santiago Barnabeu. “Foi uma surpresa. A minha cidade é pequena e nunca teve esse tipo de concurso. Ainda mais um indígena ganhar, foi uma emoção muito grande”, lembra o autor do roteiro do curta Uiterê, o lugar onde vivo. A temática escolhida pelos alunos brasileiros valorizou lendas e histórias locais. Dener Oliveira, de Rio Formoso/PE, roteirizou o curta Rio Formoso que não se vê nos livros; Milane Santos é autora de A baleia que sobreviveu ao dilúvio, lenda de uma baleia que vive sob uma igreja; Sibele de Barros contou A lenda da coRevista Linha Direta

bra grande, a partir de uma narrativa típica de Cruzeiro do Sul/AC, onde mora. Por fim, João Pedro Braff, de Santo Antônio da Patrulha/RS, trabalhou com a origem dos bailes de máscaras, em O baile de masquê. João Pedro, aliás, protagonizou um caso exemplar da enorme capacidade de superação dos jovens. Por um engano, ele não conseguiu produzir em tempo as condições para que a equipe da TV Escola fizesse a gravação a partir de seu roteiro. Sem a possibilidade de contar novamente com os profissionais da TV, ele se lançou sozinho na empreitada, cuidou de toda a produção e, com uma câmera caseira, fez a gravação e a editou – isso tudo para não perder a oportunidade! O concurso terminou, mas a viagem continua produzindo sonhos para os jovens vencedores. Sibele de Barros agora pensa em estudar na Espanha, mais precisamente na Universidade Salamanca, uma das mais antigas do mundo, onde estudará a língua portuguesa e, um dia, se tornará doutora. Alguém duvida? Todos os vídeos vencedores estão disponíveis no site da OEI. 


Ventana para el mundo Además de la oportunidad de participar de una producción contemporánea, explorando diferentes lenguajes, el concurso de guiones representó para los alumnos una verdadera ventana para el mundo. Basta ver la historia del joven indígena cinta larga Pabikyt, de 14 años, que mal había salido de su pequeña Cacoal, en Rondonia, y de repente se vio en un avión, viajando para una experiencia inolvidable. Al lado de otros cuatro jóvenes brasileños, conoció Madrid y Salamanca, visitó lugares históricos y hasta mismo el famoso estadio del Real Madrid, el Santiago Barnabeu. “Fue una sorpresa. Mi ciudad es pequeña y nunca tuve ese tipo de concurso. Mucho menos un indígena que ganase, fue una emoción muy grande”, recuerda el autor del guión del cortometraje Uiterê, o lugar onde vivo.

canos para la Educación, la Ciencia y la Cultura (OEI), en asociación con la Secretaría de Educación Básica y la TV Escuela, del Ministerio de Educación (MEC). De Brasil salieron cinco vencedores. El concurso, de ámbito internacional, ocurrió en 17 países iberoamericanos, con 800 guiones inscritos. El objetivo del concurso, lanzado en 2011, fue estimular la producción escrita de los jóvenes, aproximándolos de las llamadas industrias creativas, como el cine y la televisión. La iniciativa se insiere en el Proyecto de la OEI Metas Educativas 2021, firmado por la OEI con todos los países iberoamericanos, e integra, también, un conjunto de acciones del Programa para el Fortalecimiento de las Lenguas de Iberoamérica en la Educación y del Programa Arte/Educación, Cultura y Ciudadanía. “El proceso de creación de los guiones lleva a actividades educativas del tipo narrar, corregir, discutir intencionalidades, entrar en acuerdos y reescribir para llegar al relato deseado. Fomenta la expresión del pensamiento, de ideas, al mismo tiempo en que promueve el conocimiento de las artes audiovisuales y de este tipo de comunicación”, explica la directora de la OEI en Brasil, Ivana de Siqueira.

La temática escogida por los alumnos brasileños valorizó leyendas e histórias locales. Dener Oliveira, de Río Formoso/PE, hizo el guión de Rio Formoso que não se vê nos livros; Milane Santos es autora de A baleia que sobreviveu ao dilúvio, leyenda de una ballena que vive bajo una iglesia; Sibele de Barros contó A lenda da cobra grande, a partir de una narrativa típica de Cruzeiro do Sul/AC, donde vive. Finalmente, João Pedro Braff, de Santo Antônio da Patrulha/RS, trabajó con el origen de los bailes de máscaras, en O baile de masquê. João Pedro, además, protagonizó un caso ejemplar de la enorme capacidad de superación de los jóvenes. Por un error, él no consiguió producir a tiempo las condiciones para que el equipo de la TV Escuela hiciera la grabación a partir de su guión. Sin la posibilidad de contar nuevamente con los profesionales de la TV, él se lanzó solo a la empresa, cuidó de toda la producción y, con una cámara casera, hizo la grabación y la editó –­ ¡todo esto para no perder la oportunidad! El concurso terminó, pero el viaje continúa produciendo sueños para los jóvenes vencedores. Sibele de Barros ahora piensa en estudiar en España, más precisamente en la Universidad de Salamanca, una de las más antiguas del mundo, donde estudiará la lengua portuguesa y, un día, se tornará doctora. ¿Alguien duda? Todos los vídeos vencedores están disponibles en el site de la OEI.  Revista Linha Direta


Roteiro de sonhos O concurso Escola, Roteiro e Cinema proporcionou um prêmio que certamente terá um impacto muito maior sobre a vida dos jovens do que qualquer valor financeiro: uma viagem cultural pela Espanha, que começou no dia 2 de setembro, quando desembarcaram em Madri. O grupo permaneceu na cidade por três dias. Os jovens realizaram uma visita guiada pela cidade e foram recepcionados também pela Secretaria-Geral da OEI. Puderam também conhecer o Museu do Prado, que conta com um dos mais importantes acervos artísticos do mundo, e passaram horas agradáveis no Parque Warner.

© Gudmund/Photoexpress

No dia 5 de setembro, o grupo embarcou para Salamanca, onde visitou monumentos, como as torres da Catedral Y Scala Coeli, e participou do Congresso Ibero-americano de Línguas – inclusive compondo a mesa El cine como medio narrativo (O cinema como meio narrativo).

Guión de sueños El concurso Escola, Roteiro e Cinema proporcionó un premio que ciertamente tendrá un impacto mucho mayor sobre la vida de los jóvenes de que cualquier valor financiero: un viaje cultural por España, que comenzó el día 2 de septiembre, cuando desembarcaron en Madrid. El grupo permaneció en la ciudad por tres días. Los jóvenes realizaron una visita guiada por la ciudad y fueron recibidos también por la Secretaria General de la OEI. Pudieron también conocer el Museo del Prado, que cuenta con uno de los más importantes acervos artísticos del mundo, y pasaron momentos agradables en el Parque Warner.

No sábado, dia 8 de setembro, o grupo embarcou de volta ao Brasil, com muitas – mas muitas mesmo – histórias para contar e lições aprendidas na convivência com jovens de tantos países.

En el día 5 de septiembre, el grupo embarcó para Salamanca, en donde visitó monumentos, como las torres de la Catedral Y Scala Coeli, y participó del Congreso Iberoamericano de Lenguas – inclusive componiendo la mesa El cine como medio narrativo.

*Jornalista especializado em Educação, mestre em Literatura Portuguesa e membro do Conselho Assessor do Programa Metas Educativas 2021, da Organização dos Estados Ibero-americanos

En sábado, día 8 de septiembre, el grupo embarcó de regreso para Brasil, con muchas – muchas realmente – historias para contar y lecciones aprendidas en la convivencia con jóvenes de tantos países.

www.oei.org.br

*Periodista especializado en Educación, con maestría en Literatura Portuguesa y miembro del Consejo Asesor del Programa Metas Educativas 2021, de la Organización de los Estados Iberoamericanos www.oei.org.br

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textura jurídica

Linha Direta e Caep: um encontro oportuno E

Amábile Pacios*

ste novo espaço que a Linha Direta franqueia ao Colégio de Advogados da Escola Particular (Caep) é no mínimo alvissareiro. Nele, os advogados farão circular suas ideias e reflexões, além de relatar casos que, de algum modo, se relacionem ao direito educacional em todas as suas variáveis.

Linha Direta e o Caep, que se materializa, a partir desta edição, em textos escritos por integrantes do Colegiado.

Quando, há quase dez anos, a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) deliberou investir e ao mesmo tempo estimular a organização do Colégio, teve uma visão de longo alcance. O tempo, sempre senhor da razão, evidenciou que a decisão foi estrategicamente bem-sucedida, já que o Caep, hoje, além de contar com o mais amplo apoio dos sindicatos associados, ainda serviu de referência para a instituição de órgão similar na Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse).

Por fim, não é demais ressaltar que tanto a Linha Direta quanto o Caep trabalham em benefício Ao longo das próximas edições, o da educação. Assim, quando os público cativo da Revista terá a objetivos são idênticos, a receita oportunidade de ler artigos que contém os necessários ingredienexpressam livremente as opiniões­ tes para o acerto. dos membros do Caep, sempre com o objetivo de aproximar o Longa vida à união deste ideal!  educador dos temas mais instigantes do direito educacional, *Presidente da Federação Nadesmistificando a ideia de que cional das Escolas Particulares este é um campo árido e inaces- (Fenep)­ sível ao cidadão não especialista contato@fenep.org.br em leis.

Revista Linha Direta

© Rafa Irusta/Photoexpress

A Linha Direta, por sua vez, há 16 anos está presente e integrada ao dia a dia dos educadores em geral e do gestor educacional, em particular. O desejo constante de oferecer respostas aos desafios que se apresentam ao educador é o ponto de interseção entre a

O primeiro deles, de autoria da advogada Anna Gilda Dianin, traz uma nova abordagem sobre os contratos de prestação de serviços educacionais a partir da clássica comédia romântica de William Shakespeare, O mercador de Veneza.

De antemão, posso afiançar que este é um empreendimento que exigirá grande esforço e dedicação dos autores. Mas nós, da ­Fenep, confiamos que a tarefa será bem-sucedida. Afinal, o Caep tem em seu quadro profissionais altamente qualificados nas áreas em que o direito, de alguma forma, entrecorta a educação.


tecido

Uso de robótica no ensino de física O

uso de tecnologias para auxiliar o processo de ensino-aprendiz agem pode ser visto em retrospectiva como um processo que nasce junto com a ideia de escola, instituição encarregada de transmitir valores e conhecimento para a formação dos indivíduos de uma sociedade. Do caderno e do lápis aos computadores, todo novo equipamento que adentra a sala de aula modifica a ecologia didático-conceitual de atuação de professores e de alunos. Isso exige que ambos se adaptem a novas atividades que se apresentarão como o resultado da presença dos novos equipamentos na escola. Invariavelmente, os professores são a parte mais sensível do processo de mudança, pois cabe a eles a responsabilidade de gerenciar esse processo em sala de aula. Da definição de expectativas de aprendizagem, passando pela proposição de tarefas aos estudantes e finalizando com a avaliação, o sucesso do uso da tecnologia passa pela capacidade do professor de bem integráRevista Linha Direta

Maurício Pietrocola*


la ao seu programa pedagógico. Partindo desse pressuposto, de que o professor deve ser sempre priorizado quando o interesse é a busca na melhoria do ensino e da aprendizagem, a ZOOM – representante exclusiva da LEGO ® Education no Brasil – em parceria com a Fundação de Apoio à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Fafe-USP), desenvolveu o Programa de Aperfeiçoamento em Ensino de Física com Uso da Robótica. A ideia é oferecer um curso para atender a professores de educação básica que trabalham com o Programa ZOOM Curricular – Ensino Médio, em que atividades de ensino-aprendizagem foram especialmente desenvolvidas com o uso do Kit LEGO ® Mindstorms NXT. No Programa, a meta é aprimorar os métodos para o uso eficiente de recursos tecnológicos da robótica educacional no processo de ensino-aprendizagem em física. Trata-se de um curso de formação continuada, em nível de aperfeiçoamento, para professores de física, cujo objetivo é aprofundar o referencial conceitual e metodológico que orientou o desenvolvimento das atividades do Programa e tratar suas implicações para com os procedimentos e a dinâmica da atuação em sala de aula. De maneira mais específica, a ideia é apresentar os objetivos propostos, a metodologia LEGO ® ­Education e outras especificidades das atividades do Programa, como programação, conteúdo curricular ou construção, assim como exibir novas possibilidades no uso dessas atividades. O público-alvo do curso são professores graduados e que atuam na disciplina de física, no ensino médio. Revista Linha Direta

O Programa se divide em dois momentos, com o objetivo de fornecer subsídios teóricos e práticos aos participantes: primeiro, uma formação presencial, de 48 horas, ministrada por educadores da ZOOM, com o objetivo de oferecer contato mais abrangente com o Kit LEGO ® Mindstorms NXT; depois, uma formação em ambiente virtual de aprendizagem de 128 horas, em que os cursistas participam de atividades desenvolvidas e ministradas por equipe de professores e tutores ligados à ­Fafe-USP. Nessa fase, são fornecidas as orientações necessárias para que os participantes compreendam os conceitos e implicações do uso da robótica de modo dinâmico em sala de aula. O curso foi estruturado com base nas atividades presentes nos fascículos anuais do Programa ZOOM Curricular – Ensino Médio. Os conteúdos dos fascículos foram tomados como base das atividades do curso e abordados numa perspectiva teóri-

co-prática. Isso significa discutir aspectos teóricos apresentados na forma de situações práticas de sala de aula. O ambiente utilizado para gerenciar o curso virtual é o Moodle, customizado especialmente paras as atividades do Programa. Por meio de ferramentas do ambiente, pode-se publicar textos e vídeos, adicionar links para páginas externas ao ambiente, como também interagir por meio de fórum, chat, wikis e blogs.  *Licenciado em Física, mestre em Ensino de Ciências (Modalidade Física e Química) e doutor em Epistemologie et Histoire des Sciences. Professor da USP, membro da equipe Recherches Épistémologiques et Historiques sur les Sciences Exactes et ­Institutions Scientifiques (RESHEIS). Foi membro do International Commission on Physics Education. Autor de pesquisas focalizadas em estratégias inovadoras no ensino de ciências e na formação de professores legozoom.fafe.org.br


tecido

Programa Escola Segura

O Programa tem como objetivo contribuir para a construção de um ambiente escolar mais seguro. As atividades sugeridas pretendem abordar a segurança e a saúde como uma ação cotidiana, visando ao bem-estar e ao desenvolvimento social de todos. A ideia é trabalhar textos informativos, oportunizando a discussão e a reflexão com os alunos, com o intuito de conscientizá-los sobre a prevenção, enfatizando a adoção de posturas e atitudes Revista Linha Direta

Sebastião Jacinto Jr.

O

número de acidentes de trabalho no mundo é alarmante, e dados indicam que o Brasil é um dos países que possuem elevado índice de vítimas desses acidentes. Considerando esse cenário e tendo em vista que ações preventivas são geradas a partir da educação, o SESI de Minas Gerais criou o Programa Escola Segura. A iniciativa, resultado de uma parceria das gerências de Educação e de Saúde da entidade, é voltada para a formação de uma cultura preventiva entre os jovens que ingressarão no mercado de trabalho e, consequentemente, visa à diminuição do número de acidentes ocorridos nas escolas, no trabalho, em casa e na rua. Para essa formação, diversas ações serão promovidas nas escolas da Rede SESI de Educação de Minas Gerais.

Lançamento do Programa Escola Segura no auditório da Fiemg

que contribuirão para a formação do futuro trabalhador. Os alunos deverão perceber que pequenos gestos incorporados à nossa rotina servem para melhorar a segurança e contribuir para a qualidade de vida. A consultora interna do SESI, Maria Conceição Caldeira Oliveira, conta que o Programa Escola Segura já foi implantado em todas as escolas da Rede SESI de Educação de Minas Gerais: educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação de jovens e adultos. Ela explica que ele considera as especificidades de cada faixa etária atendida: crianças de 4 a 10 anos, por exemplo, praticarão atividades de caráter lúdico, que envolvam jogos, vídeos e revistas em

quadrinhos. Seu foco é na saúde e segurança na escola e em casa. Na faixa de 11 a 14 anos, o trabalho será voltado para escola, trânsito e prevenção ao uso de drogas. “Com alunos do ensino médio, de 15 a 17 anos, que estão matriculados num curso técnico, em oficinas do SENAI, que vivenciam situações próprias do mercado de trabalho, o foco é segurança no trabalho e comportamento preventivo”, adiantou. O SESI acredita que o mais importante é disseminar os cuidados e a prevenção, o que futuramente se refletirá na redução de acidentes no ambiente de trabalho.  www.fiemg.com.br/sesi


pró-texto

Conteúdo em ambiente digital N

a Feira de Educação Saber 2012, o Objetivo mostrou mais uma vez que a inovação é uma prática constante em seu sistema de ensino. A novidade deste ano consistiu em apresentar a migração de seus conteúdos dispostos no material didático impresso para o ambiente digital, para serem utilizados em tablets. A iniciativa vem acontecendo, por exemplo, com a primeira série do ensino médio. Em algumas unidades, os estudantes já têm o material digitalizado pronto para ser acessado de seus tablets.

No estande, as palestras Caderno de atividades digital, Tablet na sala de aula e Caderno do amanhã, ministradas pelo professor Almir Brandão, diretor de Tecnologia do Objetivo, mostraram que é, de fato, uma revolução no jeito de aprender e de ensinar, pois professores e alunos contam com a interatividade, um diferencial e tanto para a chamada Geração Y. Além disso, há outros incontáveis benefícios: 1. A utilização do material didático disposto em tablets respeita a nova forma e o ritmo de Revista Linha Direta

aprender do aluno. De maneira ágil, interativa, multicolorida, repleta de sons e imagens, ele consegue, entre outras coisas, gravar a aula, inserir equações matemáticas ou recortes de páginas da internet, escrever com letra cursiva, digitar ou, ainda, escrever no papel para depois fotografar a folha e inserir a imagem no ambiente digital. Dá para acessar a informação em tempo real pela internet e até deixar marcado o que se vai ler na aula seguinte. Quer desenhar? Também pode. São várias ferramentas disponíveis. 2. Agrupando tudo de que os estudantes precisam, o material didático disposto em tablets diminui, consideravelmente, o peso que se carrega nas mochilas. Isso é, obviamente, uma questão de saúde. 3. Outro aspecto de vital importância é o do respeito à natureza, pois a utilização de papel, de combustível para o seu transporte e a energia elétrica que se despende para sua produção são drasticamente diminuídos.

Lousa digital e conteúdos digitais na intra e extranet As lousas digitais somam-se a esse aprendizado apresentado na Saber. O Objetivo as utiliza intensamente nas salas de aula, já que, por meio delas, como nos tablets, são apresentadas aulas produzidas para complementar e ilustrar o conteúdo do material didático impresso. Com esse recurso, bastando um simples toque, o professor tem acesso a uma infinidade de elementos multimídia. Ele pode utilizar imagens, sons, realidade virtual e expandida, modelos tridimensionais, filmes, simulações de experiências e jogos educacionais interativos. Outro instrumento de vital importância para o aprendizado são os conteúdos digitais na intra e extranet. No Objetivo, eles podem ser utilizados tanto pelo professor, em sala de aula, como pelos estudantes, em qualquer ambiente. Além disso, nossa capacidade computacional contempla todos os ambientes e plataformas oferecidas pelo mercado.


Fotos Divulgação

Estande do Objetivo em Feira mostra que a migração de conteúdos para o ambiente digital é uma revolução no jeito de aprender e de ensinar Sistema de ensino apresenta seu material didático Para quem procurava por sistemas de ensino, o estande do Objetivo na Saber trouxe espaços destinados à demonstração do material didático, que cobre desde a educação infantil ao pré-vestibular, e destina-se a escolas públicas e privadas. Quem visitou o estande obteve todas as informações sobre como tornar-se conveniado de um sistema notável, pioneiro e inovador, que hoje atende a centenas de escolas em todo o Brasil. Professores do Objetivo ministram palestras no Congresso Saber 2012 Sandra Regina Carulli, coordenadora-geral da educação infantil e 1º ano do ensino fundamental, e Genivaldo Severiano da Rocha, professor de educação física do Colégio Objetivo, trataram do tema Compreendendo a relação da educação física com a alfabetização. A palestra mostrou que a educação física tem como característica o movimento, e que é uma linguagem que permite à criança agir e atuar sobre o meio físico. Mas será que essa disciplina pode auxiliar na escrita? O que significa escrever, quando pensamos em movimento? Sandra e Genivaldo responderam a essas e outras questões sobre como a educação física pode se relacionar com a alfabetização. Revista Linha Direta


Giogio Falco, coordenador de educação física do ensino fundamental, abordou a temática Educação física escolar: o lúdico como uma proposta educativa. Falco pôs a plateia para refletir sobre as seguintes questões: na escola, aprende-se para jogar ou joga-se para aprender? Como criar jogos e atividades que favoreçam a participação efetiva de todos? A palestra trouxe aplausos para o palestrante.

Unip Interativa: a EaD da Universidade Paulista

Ouvir, apreciar, sentir: a significação da música no espaço escolar foi tema de palestra ministrada por Beth Sennes, coordenadora da área de música do ensino fundamental do 2º ao 5º ano. Abordando aspectos como por que aprender música? Para que serve a música? O mundo precisa de música?, Sennes pôde mostrar aos congressistas que a música é uma linguagem universal e que, com ela, “constroem-se valores, aguçam-se sentidos, compartilham-se experiências.”

• Infraestrutura tecnológica para suporte da plataforma acadêmica;

Deborah Catarinacho, coordena­ dora de língua portuguesa do ensino fundamental do 2º ao 5º ano, apresentou o tema Histórias contadas e encantadas: revitalizando a capacidade de ler, ouvir e reconstruir o gênero. A professora ressaltou que um dos pontos mais instigantes da literatura é a possibilidade do contato com textos carregados de ficção e poesia, que permitem utilizar a linguagem com liberdade, numa interação plena, passível de reflexão a respeito das experiências humanas. Catarinacho ressaltou, ainda, a importância do trabalho com contos de ficção em sala de aula, apresentando estratégias que proporcionam aos alunos experiências em múltiplas habilidades: ouvir, ler, contar, escrever, de modo a conquistar, progressivamente, a autonomia de leitura e escrita do gênero. Revista Linha Direta

A programação da Unip Interativa na Saber 2012 ofereceu aos interessados palestras ao vivo sobre temas voltados à EaD, tais como: • Utilização da videoaula no Ensino a Distância; • Tecnologia no Ensino a Distância;

• Banco de conteúdos educacionais; • Etiqueta na internet. Graças à sofisticada tecnologia empregada pela Unip, o público pôde interagir com os palestrantes que estavam no Núcleo de Tecnologia Educacional Unip-Objetivo (Nutec), localizado na Unip Cidade Universitária/ Marginal Pinheiros, em São Paulo/SP. Além das palestras, foi elaborado um hotsite Unip-Objetivo e oferecida conexão sem fio em qualquer lugar da Feira, possibilitando o acesso à programação e o acompanhamento de aulas especiais preparadas pela Unip Interativa. A Unip Interativa está presente em todo o Brasil. Os polos presenciais oferecem uma ampla gama de cursos de graduação e pós-graduação, nos formatos SEI (Sistema de Ensino Interativo) e Sepi (Sistema de Ensino Presencial Interativo). O SEI disponibiliza aulas gravadas e realiza encontros programados no polo, além daqueles determinados pela legislação; no Sepi, além dos encontros presenciais obrigatórios, são programadas outras atividades e realizados encontros presenciais no decorrer do curso.  www.portalobjetivo.com.br


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