O mundo do corpo avassala a alma de Lina do Carmo como uma invariante. A alma do corpo e o corpo da alma formam uma dialética da criação artística na obra pluridimensional de Lina do Carmo. A alma é corpo. O corpo é alma. E ambos se unem para o desempenho exigido pela imaginação criadora. Arte é forma. Com a intuição e a imaginação criadora à flor da pele, na epiderme do delírio da criação, Lina transporta a si mesma como suporte da obra de arte. Isso significa que o ser-da-imaginação é o ser-da-criação quando a alma do corpo decide ultrapassar a condição de criatura e se apresenta como criadora de criaturas artísticas. Para além da desgastada visão da antinomia corpo-alma, Lina do Carmo prova que o corpo é anímico e a alma é carnal.