Line & Stylish Art Magazine nr11 Julho

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Nยบ11 PT / JUL 2014

REVISTA MENSAL E GRATUITA

ARTISTA DO Mร S

CRISTINA TROUFA


Ficha Técnica • • • • • •

Line & Stylish, Art Magazine Nr Registo ERC – 126385/ ERC Registration nr - 126385 Proprietário/Owner: José Eduardo de Almeida e Silva Editor/Publisher: José Eduardo de Almeida e Silva NIF: 179208586 Periodicidade/Periodicity: Mensal/Monthly Morada da Redacção/Editorial Address: Urbanização do Lidador Rua 17, nr 106 4470-709 – Maia Portugal Contacto/Contact : +351 914037084 Director Geral/Director in Chief: Eduardo Silva Director Adjunto/Vice-director: Isabel Gore Editor / Editor in Chief: Eduardo Silva Redacção/ Editorial Staff: José Eduardo Silva Isabel Pereira Coutinho Luís Peixoto Director Técnico/ Art and Web Director: Luís Peixoto Colaboradores para o nr 11 Carlota de Alonso Consuelo Hernández José María Bermejo José Marín Medina Richard Zimler Bertrand Delacroix Gallery Director Técnico/ Art and Web Director: Luís Peixoto Colaboradores para o nr 11 Fotografia/Photography: • AGO Art Gallery of Ontario © Tate Modern, London © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) © Museo de Bellas Artes Bilbao © The Minneapolis Institute of Arts, © The Miscellaneous Works of Art Purchase Fund © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) © Tate Britian, London © Robert & Lisa Sainsbury Collection, Sainsbury Centre for Visual Arts, University of East Anglia, U. © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) © The Henry Moore Foundation. All Rights Reserved, DACS / SODRAC (2013) © Art Gallery of Ontario, Toronto.Courtesy Craig Boyko, AGO © Royal Pavillion and Museums, Brighton & Hove

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Consuelo Hernández © Courtesy: Cosuelo Hernández Cristina Troufa © Cortesia: Cristina Troufa Estorick Collection of Modern Italian Art, London © Fondazione Accademia di Belle Arti ‘Pietro Vannucci’, Perugia © Comune di Perugia © Private collection, Foligno © Collezione Fondazione Cassa di Risparmio di Perugia Tate Modern Foundation Beyeler, Riehen/Basel. Photo: Robert Bayer, Basel.© Succession Henri Matisse/DACS 2013. © Centre Pompidou, MNAM-CCI, Dist. RMN- Grand Palais / Jean-Claude Planchet Artwork: © Succession Henri Matisse/DACS 2014 © National Gallery of Art, Washington. Artwork. The Museum of Modern Art, New York / Scala Florence The Metropolitan Museum of Art © The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco. ©The Garry Winogrand Archive, Center for Creative Photography, The University of Arizona. © The Metropolitan Museum of Art, New York, Purchase, The Horace W. Goldsmith Foundation Gift, 1992 (1992.5107). The Metropolitan Museum of Art, New York, gift of William Berley, 1978 (1978.660.12). San Francisco Museum of Modern Art, Fractional and promised gift of Carla Emil and Rich Silverstein. © The Museum of Modern Art, New York. Purchase and gift of Barbara Schwartz in memory of Eugene M. Schwartz. National Gallery of Art and the San Francisco Museum of Modern Art, courtesy Center for Creative Photography, The University of Arizona. Collection of Randi and Bob Fisher. Collection of John and Lisa Pritzker. San Francisco Museum of Modern Art, Accessions Committee Fund: gift of Doris and Donald Fisher, and Marion E. Greene The Museo Thyssen - Bornemisza © Colección Pérez Simón, México


Mais uma vez o verão chega e com ele a inevitável “silly season”. É óbvio que no panorama internacional ainda se encontram grandes eventos artísticos, contudo, a predominância vai para os fins de coleção, exposições colectivas feitas um tanto à pressa ou de modo a promover os artistas para a próxima temporada. Para uma publicação independente e, logo, mais reduzida este parece ser o tempo ideal para proceder à revisão anual e também nos prepararmos para o futuro. Neste sentido, faremos uma pausa no nosso número de Agosto que será excepcionalmente incorporado no número de Julho, permitindo-nos assim um mês inteiramente livre para procedermos às modificações necessárias para mais um ano de sucesso. Esperamos que o leitor compreenda a nossa opção editorial, mas para uma pequena revista, a chave do seu êxito reside na sua capacidade de gerir os seus recursos, em especial o tempo. No presente número temos o prazer de apresentar o trabalho de Cristina Troufa uma jovem pintora do Porto, que continua com a tradição da pintura narrativa através de auto-retratos, aqui muito bem comentados pelo escritor Richard Zimler que faz uma curiosa analogia entre o trabalho de Cristina Troufa e o de Charles Darwin. Até Setembro e tenham um bonito e feliz verão. José Eduardo Silva (Editor) Capa: “Eu inferior” - 2011 Cortesia Cristina Troufa 3


ÍNDICE 6.

72.

The Cut Outs

Artista do

TATE MODERN

E A PINTURA VICTORIANA 18. ALMA-TADEMA NA COLEÇÃO DE PÉREZ SIMÓN

36.

CRISTINA T

Francis Bacon & Henry Moore: Terror e Beleza

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92.

106.

GARRY WIN

Retrospectiva do Icónic

CONSUELO HE


TROUFA

124.

GERARDO DOTORRI

o mês

NOGRAND

co Fotógrafo de Rua

A Visão Futurista

144.

DESTAQUES DE JULHO

ERNANDEZ

info@lineandstylish.com +351 914 037 084 5


Henri Matisse:

Os Recortes 17 Abril – 7 Setembro, 2014 Tate Modern

Henri Matisse: Os Recortes na Tate Modern, é a exposição mais abrangente, alguma vez dedicada aos recortes de papel do artista, feitos entre 1937 e 1954. Reúne cerca de 130 obras, muitas delas vistas em conjunto, pela primeira vez, numa reavaliação pioneira dos últimos trabalhos coloridos e inovadores de Matisse. Henri-Émile-Benoît Matisse (1869 - 1954) é uma das figuras mais importantes da arte moderna, e um dos pintores cromáticos mais importantes de todos os tempos. Um desenhista, gravador, escultor e pintor, os seus incomparáveis recortes estão entre os mais significativos das últimas obras de qualquer artista. Com uma carreira de mais de meio século, Matisse fez um vasto conjunto de trabalhos, dos quais os recortes são um final de um capítulo brilhante, na sua longa carreira.

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Henri Matisse Icarus 1946

Maquete para chapa VIII, ilustração do livro Jazz 1947 Imagem Digital: © Centre Pompidou, MNAM-CCI, Dist. RMN-Grand Palais / JeanClaude Planchet Artwork: © Succession Henri Matisse/DACS 2014 7


Alguns dos primeiros recortes de Matisse foram feitos entre 1943 e 1947 e reunidos em Jazz 1947 (Pompidou, Paris), um livro de 20 placas. Cópias, publicadas pela Teriade e com um texto manuscrito por Matisse, serão mostrados ao lado dos recortes originais. Esta será a primeira vez, em que as maquetes do jazz e do livro serão mostradas, em conjunto, fora da França. Outros grandes recortes na exposição incluem The Snail de 1953, o trabalho da sua irmã Memory of Oceania 1953 (MoMA, Nova York) e Large Composition with Masks 1953 (National Gallery of Art, Washington). Uma fotografia de estúdio de Matisse, revela que estas obras foram inicialmente concebidas como um todo. Esta é a primeira vez que estas três obras de grande escala foram exibidas, em conjunto, desde há mais de 50 anos. O show irá incluir o maior número dos Nus Azúis de Matisse nunca expostos em conjunto, incluindo o mais importante da série Blue Nude I 1952 (Fundação Beyeler, Basel). As obras ilustram o interesse renovado de Matisse pela figura.

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Henri Matisse Blue Nude (I) 1952

Guache pintado em recortes de papel sobre tela, 106.30 x 78.00 cm Fundação Beyeler, Riehen/Basel Foto: Robert Bayer, Basel © Succession Henri Matisse/DACS 2013 9


Henri M The Horse, the Rider, a

Maquete para chapa V, ilu © Centre Pompidou, MNAM-CCI, Dist. R © Succession Henri 10


Matisse and the Clown 1943-4

ustração do livro Jazz 1947 RMN-Grand Palais / Jean-Claude Planchet Matisse/DACS 2013 11


Henri M Large Composition

National Gallery of Art, Washington Imagem Digital: © National Artwork: © Succession H 12


Matisse n with Masks 1953

n. Ailsa Mellon Bruce Fund 1973.17.1 l Gallery of Art, Washington Henri Matisse/DACS 2014 13


Quando os problemas de saúde impediram Matisse de pintar, começou a cortar o papel pintado, com uma tesoura, para fazer maquetes para as encomendas a partir de livros e desenhos de janelas com vitrais, das tapeçarias e cerâmica. Nos recortes, os contornos assumem uma forma escultural, e as folhas de papel pintadas são infundidas com a luminosidade dos vitrais. Usando cores, Matisse evoca a superfície convulsiva da água e a exuberância da vegetação. O resultado demonstrou um compromisso renovado com a forma e cor e uma criatividade recém direcionada para o estado da obra de arte.

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Henri Matisse Memory of Oceania 1952-3

Guache and crayon em papel cortado e colado sobre tela MoMA Imagem Digital: Š 2013. The Museum of Modern Art, New York / Scala Florence Artwork: Š Succession Henri Matisse/DACS 2014 15


A exposição reexamina os recortes em termos de métodos e materiais utilizados por Matisse e as suas vidas duplas, primeiro como contingente e mutáveis no estúdio e, finalmente, como obras permanentes, através da montagem e enquadramento. A exposição destaca as tensões nas obras entre acabamento e o processo; arte e decoração; contemplação e utilidade; desenho e cor. Henri Matisse: Os Recortes tem a curadoria de Nicholas Cullinan, Curador, da Modern and Contemporary Art, The Metropolitan Museum of Art, New York e Nicholas Serota, director da Tate com Flavia Frigeri, Curadora Assistente, da Tate; e no Museum of Modern Art, New York por Jodi Hauptman, Curador, do Departamento de Desenhos e Karl Buchberg, Conservador Senior, juntamente com Samantha Friedman, Curadora Assistente.

Tate Modern Bankside London SE1 9TG United Kingdom 16


Henri Matisse The Snail 1953

Guache sobre papel cortado e colado sobre tela Tate Š Succession Henri Matisse/DACS 2013 17


ALMA-TADEMA E A PINTURA VICTORIANA

NA COLEÇÃO DE PÉREZ SIMÓN 25 Junho - 5 Outubro, 2014 The Museo Thyssen-Bornemisza

Esta exposição inclui obras de alguns artistas mais emblemáticos, da pintura Inglesa do século XIX. Obras de Lawrence Alma-Tadema, Frederic Leighton, Edward Coley Burne-Jones, Albert J. Moore e John William Waterhouse expressam os valores que estes pintores herdaram, em parte, dos Pré-Rafaelitas apresentando um forte contraste com as atitudes moralistas da época. Em vez disso, focaramse na antiguidade clássica; o culto da beleza feminina e a busca de uma harmonia visual, inseridas em cenários sumptuosos e com o uso frequente de temas medievais, Gregos e Romanos. Comissariada por Véronique Gerard-Powell, professora honorária na Université ParisSorbonne, a exposição é composta por cinquenta obras da coleção particular de Pérez Simón, uma mais importantes a nível mundial da pintura Victoriana, tendo sido exposta em Paris, Roma, Madrid, e posteriormente em Londres. Ao longo dos últimos trinta anos, Juan Antonio Pérez Simón revelou um interesse particular pela pintura Britânica criada durante o reinado da rainha Victoria (1837-1901) e do seu filho Eduardo VII (1901-1910), um período da arte que, apesar da sua popularidade na época, foi amplamente ignorada pelos museus e colecionadores durante quase um século. No entanto, este período constitui um dos pontos principais da coleção abrangente de Juan Antonio Pérez Simón, que inclui obras de grande importância como Greek Girls de Leighton, apanhando pedrinhas no mar The Quartet , Painter’s Tribute to the Art of Music de Moore, Andromeda de Poynter, The Crystal Ball de Waterhouse e The Roses of Heliogabalus de AlmaTadema. Esta última, amplamente representada tanto na coleção, como nesta exposição que inclui treze obras do artista. 18


Arthur Hughes Una nube pasajera, c. 1905-1908 (Uma Nuvem Passageira) Óleo sobre lienzo. 98,8 x 63,7 cm © Colección Pérez Simón, México 19


A exposição abrange um período cronológico que começa em 1860 com a dissolução da Irmandade Pré-Rafaelita, e termina 50 anos depois com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, que iria alterar radicalmente o gosto Britânico. A apresentação dos trabalhos na exposição está dividida em seis partes temáticas; Ecletismo de uma Era; O Ideal da Beleza, Beleza Clássica; Alma-Tadema: Entre a Reconstrução Histórica e da Fantasia; O Rosto, Espelho da Beleza; Desde os Pré-Rafaelitas ao Simbolismo; e Entre a Tradição e A Modernidade. Por volta de 1860, o movimento Pré-Rafaelita tinha entrado em declínio, ao mesmo tempo que uma nova tendência cultural e artística, conhecida como Movimento Estético, surgia na GrãBretanha. Os Pintores voltaram o seu olhar para os mestres, inspirando-se na cultura clássica Greco- Romana e nas lendas medievais do Rei Artur que tinham sido repensadas e actualizadas na poesia contemporânea. Todos estes artistas compartilharam uma celebração da beleza feminina, descrevendo-a de acordo com os cânones clássicos.

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Edward Coley Burne-Jones Pigmalión. Los deseos del corazón, 1871.

(Pygmalion. Os Desejos do Coração) Acuarela y lápiz de color sobre papel montado sobre lienzo, 57,8 x 44,5 cm © Colección Pérez Simón, México 21


John Melhuis Canción sin p

(Canção Sem Óleo sobre tela. © Colección Pére

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sh Strudwick palabras, 1875

m Palavras) . 74,3 x 99,8 cm ez Sim贸n, M茅xico

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John William Godward Belleza clásica, 1908

(Beleza Clássica) Óleo sobre lienzo. 51 x 40,9 cm © Colección Pérez Simón, México 25


As mulheres tornaram-se em figuras proeminentes dessas pinturas. Descritas como contemplativas, amorosas, sonhadoras, generosas, lascivas ou perversas, são transformadas em heroínas da Antiguidade ou da Idade Média. Este culto da mulher avançou para uma natureza onírica e mágica do movimento Simbolista, que estava a emergir na Europa. Ambientes naturais ou palácios grandiosos tornaramse em panos de fundo para as cenas que evocam, em grande parte, configurações imaginárias onde o corpo feminino é apresentado como uma evocação do prazer sensual, desejo e mistério.

Crenaia, la ninfa de

(Crenaia, A Óleo sobre © Colección

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Frederic Leighton el río Dargle, 1880

A Ninfa do Rio Dargle) e lienzo. 76,8 x 27,2 cm n Pérez Simón, México 27


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Dante Gabriel Rossetti Venus Verticordia, 1867-1868 Pastel sobre papel. 79,6 x 65,3 cm © Colección Pérez Simón, México

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A Royal Academy, novas galerias, comerciantes e colecionadores A seleção de obras na exposição permitirá aos visitantes descobrir como arte Britânica do século XIX seguiu um modelo diferente ao do resto da Europa. Neste período, Londres era a principal capital cultural, onde a actividade próspera de colecionadores e comerciantes incentivou o crescimento do mercado de arte. Um renascimento autêntico ocorreu entre 1860 e 1880, quando os artistas começaram a reflectir sobre sua própria prática. A Royal Academy de Londres teve o seu ponto alto durante o período abrangido por esta exposição, dirigido por Frederic Leighton (18781896), logo a seguir por John Everett Millais e finalmente por Edward John Poynter (1896-1917). Realizaram-se duas exposições anuais, uma no verão e outra no inverno. Para a primeira, os trabalhos apresentados pelos artistas, que tiveram a oportunidade de mostrar as suas criações mais recentes e para se promoverem profissionalmente, foram selecionadas por um comitê. A exposição de inverno consistia em obras emprestadas directamente pelos seus proprietários. Em contraste com a hegemonia da Royal Academy e do seu processo de seleção, baseado em critérios extremamente conservadores, houve várias tentativas para alargar o panorama de exposições lideradas pelos artistas mais individualistas, como Whistler e Burne-Jones. . Insatisfeitos com a postura da Academia em relação às novas tendências pictóricas, os novos espaços que começaram a abrir em Londres, deram possibilidade aos artistas de exporem as suas obras. Este foi o caso da Grosvenor Gallery e da New Gallery, onde artistas como Burne-Jones, Strudwick, Poynter e Leighton expuseram. 30


John William Waterhouse La bola de cristal, 1902

(A Bola de Cristal) Óleo sobre lienzo. 121,6 x 79,7 cm © Colección Pérez Simón, México 31


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William Clarke Wontner Valeria, c. 1916

Óleo sobre lienzo. 63,5 x 53,3 cm © Colección Pérez Simón, México 33


Além disso, havia também pintores que apresentaram os seus trabalhos à Academia e às novas galerias, incluindo Alma-Tadema, Millais e Moore, o que foi possível pelo facto de Leighton ter facilitado a participação de seguidores do Esteticismo puro nas exposições da Academia. A segunda metade do século XIX foi marcada pela chegada de comerciantes a Londres que, posteriormente, abriram filiais das suas galerias em Liverpool, Manchester, Birmingham e outras cidades da província. Estas galerias actuaram como intermediários entre os fornecedores e clientes de Londres no norte da Inglaterra. Enquanto o mercado de arte estava, maioritariamente, baseado em Londres, muitas das obras agora na Coleção Simón Pérez eram propriedade de empresários e homens de negócios nos novos centros industriais e comerciais da Grã-Bretanha, que compravam ou encomendavam obras directamente aos artistas. Além disso, os próprios artistas davam ou vendiam as suas obras entre si, ou para os seus amigos e clientes, sem a presença de intermediários.

The Museo Thyssen-Bornemisza Paseo del Prado 8 28014 Madrid, Spain 34


Henry Arthur Payne El mar encantado, c. 1899

(O Mar Encantado) Óleo sobre lienzo. 91,5 x 65,5 cm © Colección Pérez Simón, México 35


Francis Bacon & Henry Moore: Terror e Beleza 5 de Abril a 20 de Julho de 2014. AGO Art Gallery of Ontario

Apresentando mais de 130 obras de arte, incluindo pintura, esculturas, desenhos, fotografias e materiais de arquivo, a exposição explora o fascínio compartilhado pelos dois artistas pela forma humana, relativamente à violência da Segunda Guerra Mundial e outros eventos importantes do século XX. Apesar de não serem amigos nem colaboradores, Bacon (nascido em 1909) e Moore (nascido em 1898) foram contemporâneos, compartilhando uma obsessão por expressar temas de violência, trauma e conflito, tanto social como pessoal. Baseando-se em experiências pessoais dos artistas, durante a Blitz sobre Londres e outros conflitos, a exposição examina como a clausura e a angústia fomentaram a sua criatividade extraordinária e visões únicas. Bacon, cujas descrições negras do tormento humano inspiraram vários personagens da cultura popular, incluindo Joker in The Dark Knight, de Heath Ledger, um sadomasoquista que procurou processar as provações da humanidade através das suas telas. Moore, um artista britânico de guerra, foi um dos escultores mais famosos do seu tempo. As suas obras evocam resistência e estabilidade, mas quando consideradas à luz da sua experiência de guerra, revelam um esforço para reconstruir e resgatar a fragilidade da mente e do corpo humano. 36


Francis Bacon Study for Portrait II (After the life mask of William Blake), 1955 Ă“leo sobre tela, 61 x 51 cm Tate Modern, London Š Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) 37


TEMAS ARTÍSTICOS Francis Bacon e Henry Moore viveram na Grã-Bretanha num momento de intensa agitação política e social, que incluiu as duas guerras mundiais. Os artistas, considerados como dois dos maiores artistas do século XX, tinham personalidades e abordagens muito diferentes para fazer arte, mas ambos expressaram as suas experiências de conflitos e traumas ao longo da vida, através de explorações da figura humana. Enquanto as imagens de Bacon tendem mais para o autobiográfico, e as obras de Moore abraçam temas universais, existem algumas semelhanças surpreendentes nos seus trabalhos. Ambos distorcem, contorcem, rasgam e reconstroem o corpo para capturar as realidades inquietantes do século XX. Nesta exposição, as obras dos artistas estão lado a lado de modo a criar um diálogo, mostrando a sua consciência comum sobre o sofrimento e mortalidade humana, que é também um testemunho da força e resiliência humana.

Francis Bacon Portrait of Isabel Rawsthorne,1966 Óleo sobre tela, 81 x 69 cm Tate Modern, London © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013)

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Blitz: O Tempo e o Lugar A Blitz Alemã sobre Inglaterra de Setembro de 1940 a Maio 1941 matou milhares de civis e demoliram grande parte da cidade de Londres, onde Francis Bacon e Henry Moore viviam. Cerca de 100.000 pessoas fugiram para as estações de metro para se refugiarem dos ataques aéreos nocturnos. O estúdio de Moore foi bombardeado e, durante algum tempo, a forma de arte portátil do desenho tornou-se no seu principal meio. Como artista oficial de guerra, desenhou os londrinos amontoados nas profundezas das estações de metro, referindo-se a eles como “centenas de figuras, de Henry Moore, inclinadas e esticadas ao longo da plataforma.” Na época, o fotógrafo Bill Brandt também morava em Londres. Especializando-se em cenas nocturnas, tirou fotos evocativas do luar de Londres na escuridão assustadora, durante os apagões, mostrando edifícios em ruínas e pessoas aglomeradas em abrigos improvisados.

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Henry Moore Sleeping Positions, 1940-41

Técnica mista sobre papel, 20.4 x 16.5 cm The Henry Moore Foundation © The Henry Moore Foundation. All Rights Reserved, DACS / SODRAC (2013) www.henry-moore.org 41


Henry M Falling Warr

Bronze, 65 x Tate Moder Š The Henry Moore Foundation. All Rig www.henry42


Moore rior, 1956-57

154 x 85 cm rn, London ghts Reserved, DACS / SODRAC (2013) -moore.org 43


Corpos: Os Desfigurados e Perturbados Bacon e Moore distorceram a forma humana para expressar as realidades violentas e ansiedades do século XX. O trauma da guerra, um novo interesse pela psicanálise e mudanças nas crenças religiosas e filosóficas moldaram o ambiente em que viviam, servindo para criar o pano de fundo da sua arte. Os seus temas, algumas vezes míticos e frequentemente monstruosos, são contorcidos, derrotados, agredidos ou de sofrimento. Bacon queria provocar os observadores, atacando o seu sistema nervoso, mexendo com as emoções e forçálos a enfrentar a realidade. Os vazios, cicatrizes, tomadas e goivas nos corpos desmembrados de Moore parecem aludir às dificuldades e sofrimento duradouros.

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Francis Bacon Three Figures and a Portrait, 1975 Óleo e acrílico sobre tela,198.1 x 147.3 cm Tate Britian, London © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) 45


Crucificações Embora Bacon e Moore não fossem religiosos, ambos usavam temas cristãos na sua arte. Vivendo numa época cada vez mais secular de horror e violência, Bacon descreveu-se como um ateu militante e niilista que viu pouco sentido na existência. Moore era um humanista que valorizava a dignidade humana, e sentia que as pessoas podiam levar vidas com sentido e ética, sem uma crença no sobrenatural. No entanto, ambos os artistas fizeram imagens da Crucificação como um símbolo universal do sofrimento e da capacidade, evidente, das pessoas para infligir danos aos outros. Bacon referiu-se à crucificação como “uma magnífica armadura na qual se pode pendurar todos os tipos de sentimento e sensação.”

Francis Bacon Lying Figure in a Mirror, 1971

Óleo sobre tela, 198.5 x 147.5 cm Museo de Bellas Artes Bilbao © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) 46


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Francis Second Version of T

Óleo e alquídico sobre tela, 1 Tate Moder © Estate of Francis Bac 48


s Bacon Triptych 1944, 1988

198 x 147.5 cm (cada painel) rn, London con / SODRAC (2013) 49


Francis Bacon Unitled ( Kneeling Figure), 1982

Óleo sobre tela,, 212 x 161 cm The Estate of Francis Bacon © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) 50


Francis Bacon Study for Portrait on Folding Bed, 1963 Óleo sobre tela, 198.1 x 147.3 cm Tate Britian, London © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) 51


Papas Bacon tornou-se obsessivo com um retrato do papa Inocêncio X, feito pelo pintor Espanhol Diego Velázquez na década de 1660, apesar de nunca ter visto a pintura ao vivo. Em vez disso, Bacon trabalhou numa longa série de pinturas de papas, durante 14 anos, referenciando a sua grande coleção de reproduções da pintura Velázquez, em livros, catálogos e cartões postais. Temas de gritos e prisão percorrem toda a série de Bacon, Os seus papas são assombrados, aprisionados e zangados, e tem pouca conexão com a religião, a não ser para tentar subverter o poder da igreja. Como Bacon disse um dia: “ Vem de uma obsessão com a fotografia que conheço do Papa Inocêncio X, de Velázquez… porque penso que é um dos melhores retratos jamais feitos… Compro livros atrás de livros com esta ilustração do Papa de Velázquez, porque fico assombrado, ele mostra todo o tipo de sentimentos e... imaginação.

Francis Bacon Study for Portrait VI, 1953

Óleo sobre tela, 152 x 117 cm The Minneapolis Institute of Arts, The Miscellaneous Works of Art Purchase Fund © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) 52


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Henry M Helmet Head and

Bronze, 19 x 2 Tate Moder Š The Henry Moore Foundation. All Rig www.henry 54


Moore d Shoulders 1952

20.5 x 15 cm rn, London ghts Reserved, DACS / SODRAC (2013) y-moore.org 55


Híbridos Bacon e Moore criaram híbridos humano-animal que foram influenciados pelo Surrealismo, um movimento do século XX na arte e na literatura, que se baseou no potencial criativo da mente inconsciente. Por exemplo, na maqueta de Moore para Mother and Child, a pequena cabeça da criança parece que está a atacar, ferozmente, o seio da mãe como uma ave de rapina. Moore disse que a maior parte das suas esculturas de mãe e filho tinham tido uma forma maior numa relação de proteção com a forma pequena, mas “ nem sempre é assim com crianças pequenas ou animais…. Quero que isto se pareça como se a criança estivesse a devorar o seu parente, como se a mãe tivesse de segurar a criança no comprimento do seu braço”. Nas pinturas de Bacon, como em Man Kneeling in Grass, os seres humanos, muitas vezes, exibem os impulsos e assumem a aparência de animais

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Henry Moore Mother and Child, 1953

Gesso Art Gallery of Ontario, Toronto Š The Henry Moore Foundation. All Rights Reserved, DACS / SODRAC (2013) www.henry-moore.org 57


Henry M Reclining F

Gesso: 2 Art Gallery of O Cortesia de Cra Š The Henry Moore Foundation. All Rig www.henry58


Moore Figure, 1951

228.5 cm Ontario, Toronto aig Boyko, AGO ghts Reserved, DACS / SODRAC (2013) -moore.org 59


Vulnerabilidade e Resistência O sentimento de euforia vivido após o fim da Segunda Guerra Mundial, deu lugar à angústia depois das revelações do horror do Holocausto e da nova ameaça da bomba atómica. Apesar das pinturas de Bacon oferecerem uma visão mais privada e pessoal da realidade, as suas figuras humanas indefesas e expostas, reflectem ainda os traumas da época. Durante o período do pós-guerra, Moore criou inúmeras figuras de guerreiros infundindo as suas formas com tons de ansiedade e vulnerabilidade, bem como a agressão. Os guerreiros de Moore são anti-heróis, heróis que lutam e falham, contudo consegue dar-lhes dignidade, através do seu tamanho e estatura monumentais.

Francis Bacon Two Figures in a Room,1959

Óleo sobre tela,, 198 x 140.5 cm Robert & Lisa Sainsbury Collection, Sainsbury Centre for Visual Arts, University of East Anglia, UK. © Estate of Francis Bacon / SODRAC (2013) 60


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Henry M Three Fa

Aguarela, 29 Royal Pavillion and Mus Š The Henry Moore Foundation. All Rig www.henry 62


Moore ates, 1941

9.7 x 19.9 cm seums, Brighton & Hove ghts Reserved, DACS / SODRAC (2013) y-moore.org 63


Estúdio dos Artistas Francis Bacon mudou-se para 7 Reece Mews, Londres em 1961, onde viveu até à sua morte em 1992. O seu apartamento era modesto e tinha um pequeno estúdio. O chão era pouco visível, e o espaço estava repleto de latas, pincéis, tinta, livros, fotografias, revistas e telas cortadas nas paredes incrustadas de tinta. Apesar de poder arranjar um lugar mais espaçoso, Bacon sentia-se mais criativo no seu estúdio:” Trabalho muito melhor no caos. Era incapaz de trabalhar num estúdio lindo e limpo. Seria completamente impossível …. o caos para mim gera imagens.” Após a sua morte, todo o recheio do estúdio foi transferido para a Galeria de Dublin, The Hugh Lane na Irlanda.

Henry Moore Maquette for Strapwork Head, 1950

Edição de 9 em Bronze, 10 cm altura (excluindo a base) The Henry Moore Foundation © The Henry Moore Foundation. All Rights Reserved, DACS / SODRAC (2013) www.henry-moore.org 64


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Henry M Group of Shelterers du

Técnica mista sobre p Art Gallery of O © The Henry Moore Foundation. All Rig www.henry66


Moore uring an Air Raid ,1941

papel, 38.3 x 55.5 cm Ontario, Toronto ghts Reserved, DACS / SODRAC (2013) -moore.org 67


Depois do estúdio de Henry Moore ter sido bombardeado em 1940 durante a Blitz, transferiu-se para uma quinta em Perry Green, a uma hora do norte de Londres. Passou a ser a sua residência e estúdio, até à sua morte, em 1986.O espaço ocupado pelo estúdio de Moore foi essencial para gerar novas ideias. Trabalhava lá, nas suas maquetes, pequenos modelos feitos para preparar as suas grandes esculturas.” No outro extremo há uma pequena sala onde coloco todas as quinquilharias que colecionei; pedaços de pedras, pedaços de ossos, objectos encontrados e assim por diante, todos eles ajudam a dar uma atmosfera para começar a trabalhar”. O estúdio e seus jardins são agora o local da Fundação Henry Moore.

AGO Art Gallery of Ontario 317 Dundas St W, Toronto ON M5T 1G4, Canada 68


Henry Moore Spanish Prisoner, 1939

LiItografia sobre papel, 36.5 x 30.5 cm Art Gallery of Ontario, Toronto Š The Henry Moore Foundation. All Rights Reserved, DACS / SODRAC (2013) www.henry-moore.org 69


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O ARTISTA DO MÊS

Cristina Troufa Depoimento de Cristina Troufa A auto-representação, como um elemento visível no meu trabalho é o resultado de uma auto-reflexão, focada no desenvolvimento pessoal, estados espirituais e emocionais, justificando a ideia de que o trabalho feito por mim, são autoretratos. Metaforicamente narram estados de espírito, momentos de evolução e cura, tratamentos alternativos levados a cabo, e questões espirituais relacionadas com a morte, que desde criança me assaltam a mente, particularmente a reencarnação e o crescimento espiritual que implica. O meu trabalho transformou-se em algo espiritual, o percurso entre diversas vidas e várias vezes na mesma vida, coexistindo lado a lado a partir de estratégias de auto-representação ,quem última análise, questionam o sentido da vida - Cristina Troufa

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CRISTINA TROUFA Cortesia Cristina Troufa 73


Cristina Troufa e Charles Darwin Richard Zimler Vi pela primeira vez uma das pinturas de Cristina Troufa há uma semana, num post do Facebook. A profundidade emocional da jovem apresentada no quadro, a complexidade da sua expressão facial, levaram-me a ir ver a página pessoal da pintora. A obra perturbante e colorida com que aí deparei fez-me compreender que estava perante uma artista original e cheia de talento. As pinturas de Cristina Troufa lembraram-me, de imediato, uma exposição que tinha visto no Porto um ano antes (no Museu Soares dos Reis) baseada no trabalho seminal de Charles Darwin sobre a relação entre emoção e genética, A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, publicado em 1872, este livro pioneiro de Darwin , assim como a exposição que vi incluía fotografias surpreendentes de adultos e de bebés exibindo um enorme leque de emoções, desde o sofrimento ao desespero, da ansiedade à felicidade e ao êxtase. Do meu ponto de vista, o principal objectivo de Darwin nesta obra consistia em estabelecer uma ligação entre o comportamento humano geneticamente determinado, incluindo as nossas expressões faciais, e os nossos estados de espírito.

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t

Técnica mista, acrílico e óleo sobre tela – 150 x 100cm Cortesia Cristina Troufa 75


Cristina “Resist

AcrĂ­lico sobre te Cortesia Cri 76


a Troufa tência”

ela, 86 x 100 cm istina Troufa 77


Ao ver as pinturas de Cristina, apercebi-me claramente da sua extrema mestria na representação das emoções e sentimentos complexas, manifestadas pelos seres humanos e que Darwin pretendera explorar. Isto é algo muito difícil de fazer, representar a face humana em pintura com precisão e perspicácia que, durante séculos, confundiu, artistas excelentes. De certo modo não deveríamos ficar surpreendidos, pois exige uma grande capacidade técnica e poder de observação para representar uma emoção complexa como, por exemplo, dúvida temerosa, ou pânico controlado, ou pintar uma emoção tão subtil quanto discreta. É espantoso como Cristina Troufa consegue, de uma forma consistente, representar tais sentimentos nos seus temas. Por exemplo, na minha pintura favorita nesta exposição, o auto-retrato Shadows in the Attic (Sombras no Sotão), uma jovem observa fixamente qualquer coisa ao longe que pode muito bem ser, estranho ou inquietante. Ao mesmo tempo parece fazer o possível por não revelar o arrepio de medo que a percorre. O interesse suspeito e a necessidade de distância que sente, são evidentes nos seus olhos e boca, firmemente controlados, e num nível secundário, no posicionamento tenso e propositado da sua cabeça e braços. O seu esforço para controlar as suas emoções está também implícito na atenção que dedica aos atacadores dos sapatos, se bem que os seus pensamentos estejam claramente noutro lugar. Uma vez que a nossa capacidade para compreender e interpretar as expressões faciais e a linguagem corporal, varia de pessoa para pessoa, as pinturas nesta exposição irão, seguramente suscitar uma variedade de emoções e ideias. E de perguntas. Será que a rapariga sentada no canto de Evolution (Evolução) está com vergonha ou com medo? Ou as duas coisas? Será que a mulher que se vê na parte esquerda do quadro States (Etapas) sente inveja do seu próprio riso, que se vê à direita? Ou está irritada? Porquê? Claro que, no fim, cada observador deverá fazer a sua própria interpretação. Richard Zimler, 20 de Outubro de 2011 78

Tradução: L&S


Cristina Troufa “Awakening”- 2012

Acrílico sobre tela, 54 x154 cm Cortesia Cristina Troufa 79


Cristina “Carga”

Acrílico sobre te Cortesia Cri 80


a Troufa – 2011

ela, 86 x100 cm istina Troufa 81


CRISTINA TROUFA (1974) Porto, Portugal Formação Académica 1998 - Licenciada no curso de Artes Plásticas - Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. 2012 - Mestrado de Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 2011 obteve uma bolsa da FADEUP em cooperação com a Fundação Calouste Gulbenkian. Referenciada e entrevistada em vários meios de comunicação social, tais como: 2014 - Imagem de capa (A Paixão tem um Fado #2) em “Heavy Feather Review 3.2” Baby Eat Books, Teal Jason e Nathan Floom (ed.), North Canton, Ohio, EUA, “Empty Kingdom Top 100 Artists of 2013” Empty Kingdom site: http://www.emptykingdom.com/featured/emptykingdom-top-100-artists-of-2013/, São Francisco, EUA. 2012 - Lesley Frenz “Undone Beauty” Arbus, The Arts & Business Magazine of Northeast Florida Oct/November 2012”, EUA. Tim Hannaford “Four corners of the globe”, Paradise Magazine, September 22-23,Gold Coast Bulletin”, Austrália. 2009 - Liliana Garcia, “As faces da pintura” (Na Oficina de) revista Tabu incluída no jornal O SOL, nº 150, 24 Julho 2009, Portugal. 2004 - Rodrigues Vaz, “Cristina Troufa, Pintura Essencial” revista Eles e Elas nº 226, Agosto/Setembro 2004, Portugal Citada em, 2014 - Livro - “The New Collectors Book” edição de 2014,Basak, editor Tchera Niyego, Nova York 2014 2012 - Livro – “Arte Europa”, Fernando Infante do Carmo, editora Fonte da Palavra 2007 - Catálogo – “Arte Lisboa, Feira de Arte Contemporânea” 2006 - Livro – “Livro de Ouro da Arte Contemporânea em Portugal”, Fernando Infante do Carmo. 2004 - Livro – “A Arte no Desporto” editado pela Galeria Linhares, 82


Lisboa. Em 2011 fez ilustração da capa para o livro “Strawberry Fields Forever” do escritor Richard Zimler para ser editado em Inglaterra. Em 2008 fez Ilustrações para o livro “Palavras de Fernando Pessoa”, Centro Atlântico. Coleções 2014 - Liberty Seguros/2012 - FBAUP – Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto/2011 - FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto/2007 - MAEDS – Museu De Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal Menções Honrosas 2010 - VIII Certamen Internacional de Artes Plásticas “Aires de Córdoba”, Espanha / 2009 - “6ª Bienal internacional de Arte Jovem de Vila Verde”, Vila Verde/ 2007 - Bienal de Coruche, 3º Salão de Artes Plásticas, Coruche / 2004 - Apresentações Artísticas, Pavilhão de Exposições, Penafiel Exposições Individuais 2013 - “INTERIOR” CAE-Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz ,“RE-COR-DAR” Galeria Palpura, Lisboa ,“Mais vale um pássaro a voar” 57 Art Galery, Viana do Castelo. 2012 - “Subjective Freedom”, 19 Karen Contemporary Artspace, Gold Coast, Austrália, “Emoções”, Museu de Artes Decorativas, Viana do Castelo. 2011 - “O Eu Narcísico”, Galeria Palpura, Lisboa, “A máscara reflectida no Espelho”, Galeria ASVS, Porto, “Cristina Troufa” Galeria Metamorfose, Porto, “Vestir a Pele”, Biblioteca de Penafiel. 2008 - Convento do Desagravo - Vila Pouca da Beira 2006 - “ Traços de Portugal”, Casa Museu Soledade Malvar, Famalicão. 2005 - “Nós os Animais”, Galeria Abraço, Lisboa 2004 - “Pintura Essencial”, Galeria Artela, Lisboa, “ Apresentações Artísticas”, Pavilhão de Exposições, Penafiel. 2003 - “V4”, Casa das Artes, Porto,“Traços da Vida”, Galeria OM, Penafiel . 2002 - “Figurações”, Galeria Artela, Lisboa. 2001 - “7 Vezes Pecado”, Espaço Artes de Lousada. 83


Cristina “Castelo

AcrĂ­lico sobre te Cortesia Cri 84


a Troufa os no Ar�

ela, 86 x100 cm istina Troufa 85


Cristina “Máscara

Acrílico sobre te Cortesia Cri 86


a Troufa as�-2011

ela, 86 x100 cm istina Troufa 87


Exposições Colectivas 2014 - “XVI Contemporâneos” Museu Municipal de Espinho, Espinho.“Vinho e Fado” Museu do Vinho da Bairrada, Anadia. (Com)Tributos da Liberdade a Joan Miró, Porto,b“È a crise” Galeria Metamorfose, Porto,“Mulheres Escravas e Deusas” Biblioteca Municipal de Felgueiras.“À Flor da Pele” Artspace João Carvalho, Alcanena. “Arte & Negócios”, Porto Business School, org. We Art, Porto. 2013 - “Assobiador” Castelo de Santa Cruz, Oleiros, Espanha. “50 Artistas de Dentro e Fora” Casa da Cultura Mestre José Rodrigues, Galeria Manuel Cunha, Alfândega da Fé,Coletiva de Natal, Galeria REM Por Amor á Arte, Porto,“Arte de Bolso” Galeria Sete, Coimbra,“Labirintos da Arte” III Cumbre de Arte Latinoamericana, Museu Karura Art Centre, Formato virtual Seconde Life,“Rupturas” Galeria Artes Solar Stº António, Porto,“Assobiador” Galeria Metamorfose, Porto,“17ª Bienal de Cerveira” Vila Nova de Cerveira, “Do Real e de Outras Verdades” Silo Espaço Cultural, Matosinhos,“Femme et Babouches” Espace Galerie, Paris, França,“Mulheres e Babuchas” Galeria Porto Oriental, Porto,“Contrapontos” REM Espaço Arte, Porto,“Mulheres e Babuchas” Galeria Vértice, Estoril 2012 - Barcelona Showcase-International Exhibition of Contemporary Art, Casa Batlló, Barcelona, Espanha, “Arte no Morrazo”, Cangas, Espanha, “Fado ao Norte”, Casa da Galeria, Santo Tirso, “1ª Feira de Antiguidades e Obras de Arte”, CCB, Lisboa, “Consagrados e Emergentes”, Galeria Zeller, Espinho,Exposição coletiva, Galeria CB Concept Art, Carcavelos,”Acervo” Galeria Artes Solar Stº António, Porto, “Coletiva Acervo”, Galeria Metamorfose, Porto, “Coletica 2000...e 12”, Galeria Zeller, Espinho 88


2011 - “Cromossoma X-Paletas de um Mestrado”, Fórum Cultural de Ermesinde, Ermesinde, 19 Karen Contemporary Artspace, Gold Coast, Austrália,”FastArt Follia e Societá”, Ex Chiesa del Àngelo, Lodi, Itália,”A Ceia”, Galeria Artes Solar Stº António, Porto,”Contra o Espelho”, Galeria Solar Stº António, Porto,Exposição coletivade “Acervo”, Galeria Zeller, Espinho, “Percursos da Bienal de Coruche”, antiga escola EBI, nº1 Coruche,”Seen From Outside”. Mecânicas do corpo e do Desporto, FADEUP, Porto,XXIV Salão de Primavera da Galeria de Arte do Casino Estoril,Galeria Artes Solar Sto. António, Porto,”Ela por Elas” Galeria Metamorfose, Porto,”Recolecção - Diálogos de Pintura”, Galeria dos Leões, Porto, “Energias Paralelas”, Galeria Leal´s, Cascais. 2010 - “Lisbo-a-njos”, Galeria Paula Cabral, Lisboa,Exposição colectiva, Galeria Zeller, Espinho,“Colectiva de Natal”, Galeria João Pedro Rodrigues, Porto,”AMIarte: Juntos na solidariedade”, Fórum de Ermesinde. Certamen Internacional de Artes Plásticas VIII “Aires de Còrdoba” Espanha,“MertolArte 2010”, Mértola “AMI-Juntos na solidariedade”, Amiarte, Porto 2009- “6º Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde”.” Dez Olhares”, Galeria Valbom, Lisboa.” A Arte não se mede aos Palmos”, Galeria Nuno Sacramento, Aveiro,Exposição Colectiva, Centro Unesco do Porto.” Imagens que as palavras ditam”, Museu de Etnografia do Distrito de Setúbal . 2008 - “Arte Lisboa”, Feira de Arte Contemporânea, Lisboa.Exposição Colectiva de Artes Plásticas, Vimioso.Exposição Colectiva – Galeria Arthobler.com, Porto.“Arte na Rota de Camilo ” – Centro de Estudos Camilianos, Famalicão. Exposição Colectiva de Pintura e Escultura – Galeria Hibiscus, Lisboa “Tradições (re)inventadas “ – Sintra.“X Edição 89


do Prémio de Pintura e Escultura D. Fernando II”, Sintra 2007 - “Arte Lisboa”, Feira de Arte Contemporânea, Lisboa.“Bienal de Coruche”, 3º Salão de Artes Plásticas, Coruche. 2006 - “Arte Lisboa”, Feira de Arte contemporânea, Lisboa.“Colectiva onze”, Galeria Valbom, Lisboa 2005 - “ 4ª Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde”, Vila Verde,“ 8ª Edição Prémios de Pintura e Escultura D. Fernando II”, Sintra. 2004 - Exposição Colectiva, Galeria Linhares, Lisboa. “Arte no Desporto”, Galeria Linhares, Lisboa.“7ª Edição Prémios de Pintura e Escultura D. Fernando II”, Sintra.”Um outro Porto, um outro olhar”, Espaço Artes, Porto 2003 - “Bienal de Coruche, 1º Salão de Artes Plásticas”, Coruche,“Leilão de Jovens Pintores”, Palácio do Correio Velho, Lisboa 2002 - “6ª Edição Prémios de Pintura e Escultura D. Fernando II”, Sintra.“5º Concurso Nacional de Jovens nas Artes Francisco Wandchneider”, ANJE, Porto 2001- “Lugar aos Jovens” Galeria Valbom, Lisboa.“Arte Jovem Famalicense”, Famalicão.“6º Prémio Fidelidade Jovens Pintores”, Funchal, Madeira.“6º Prémio Fidelidade Jovens Pintores”, Fundação da Juventude, Porto 2000 - “6º Prémio Fidelidade Jovens Pintores”, Culturgest, Lisboa.“1ª Bienal de Pintura Arte Jovem de Penafiel”, Penafiel . 90


1998 - Ordem dos Médicos, Porto, Bar Praça Publica, S. João da Madeira, XI Salão de Primavera, Galeria de Arte do Casino Estoril, Estoril.Exposição “Estudantes da FBAUP”, Entroncamento 1997 - Centro Cultural de Rio Tinto, Rio Tinto,Galeria Cândido, Porto 1996 - Junta de Freguesia de Campanhã, Porto 1995 - Centro Cultural de Ermesinde, Rotary Club.Junta de Freguesia do Bonfim, Rotary Club

E-mail: cristinatroufa@sapo.pt Site: http://cristina-troufa.blogspot.com 91


Retrospectiva do Icónico Fotógrafo de Rua:

Garry Winogrand A primeira retrospectiva, em 25 anos, do trabalho de Garry Winogrand (1928-1984), conceituado fotógrafo de Nova Iorque e da vida americana desde 1950 até aos inícios dos anos oitenta, reúne mais de 175 imagens icónicas do seu trabalho e uma famosa série de fotografias feitas no Metropolitan Museum, em 1969, quando o Museu celebrou o seu centenário. Esta exposição oferece uma visão rigorosa e completa da vida profissional de Winogrand, revelando pela primeira vez, o percurso de toda a sua carreira.

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Garry Winogrand (American, 1928–1984) Centennial Ball, Metropolitan Museum of Art, New York - 1969

Gelatin silver print The Metropolitan Museum of Art, New York, gift of William Berley, 1978 (1978.660.12) Š The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 93


Garry Winogrand Winogrand nasceu em Bronx, tendo feito os seus trabalhos mais conhecidos em Manhattan, durante os anos cinquenta e sessenta e, em ambos, o conteúdo e estilo dinâmico tornaram-no numa das principais vozes eruptivas nas décadas do pós-guerra. Conhecido principalmente como um fotógrafo de rua, Winogrand foi, frequentemente, associado a contemporâneos famosos como Diane Arbus e Lee Friedlander, fotografou com uma energia deslumbrante e apetite incessante, expondo cerca de 26.000 rolos de filme em toda a sua vida. Fotografou magnatas, mulheres no dia-a-dia, actores e atletas famosos, hippies, políticos, soldados, animais em jardins zoológicos, rodeos, cultura do carro, aeroportos, manifestantes antiguerra e trabalhadores da construção civil espancados de forma sangrenta, perante o olhar indiferente da polícia. A vida quotidiana na América, repleta de novas e excelentes oportunidades, contudo sob uma ansia galopante e ameaçando perder o controlo, parecia-lhe estar a manifestar-se num fluxo contínuo. No entanto, Winogrand para além de ser um dos fotógrafos mais importantes de Nova Iorque, foi também um viajante insaciável. Elaborou um trabalho primoroso sobre locais dos Estados Unidos, incluindo Los Angeles, San Francisco, Dallas, Houston, Chicago, e a região aberta do Sudoeste. “Podem dizer que sou um estudante de fotografia,” disse, “e sou, mas na verdade, sou um estudante da América.” O catálogo visual e extenso de Winogrand sobre o cenário social da nação levou a comparações com Walt Whitman, que também apresentou o mundo em listas intermináveis de pessoas, lugares e coisas. 94


Garry Winogrand (American, 1928–1984) Coney Island, New York - c. 1952

Gelatin silver print The Museum of Modern Art, New York. Purchase and gift of Barbara Schwartz in memory of Eugene M. Schwartz © The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 95


Garry Winogrand (American, 1928–1984) John F. Kennedy, Democratic National Convention, Los Angeles1960

Gelatin silver print Posthumous print made from original negative on the occasion of the Garry Winogrand exhibition organized by the National Gallery of Art and the San Francisco Museum of Modern Art, courtesy Center for Creative Photography, The University of Arizona Š The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 96


Garry Winogrand (American, 1928–1984) Central Park Zoo, New York 1967

Gelatin silver print Collection of Randi and Bob Fisher © The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 97


As fotos de Winogrand frequentemente com 20 ou 30 figuras são fascinantes, tanto pelos seus primeiros planos dramáticos e os eventos nas suas margens. Mesmo quando cheias de pessoas ou no seu mais leve sentimento, gostava de trocadilhos visuais e sendo atraído para o absurdo, as suas imagens transmitem uma sensação de isolamento humano, insinuando algo mais escuro por baixo do verniz do sonho americano. Logo no início, alguns críticos consideraram as suas imagens formalmente “disformes” e “aleatórias” mas, mais tarde, admiradores e críticos descobriram uma poesia única, nos seus horizontes inclinados e no seu amor pelo casual. “Winogrand foi um descendente artístico de Walker Evans e Robert Frank, mas era muito diferente deles”, diz Leo Rubinfien, curador convidado da exposição. “Admirava The Americans de Frank, mas sentia que o trabalho tinha perdido a história principal da sua época que, na sua mente, foi a emergente prosperidade suburbana e isolamento. A esperança e o dinamismo da vida da classe média na América do pós-guerra são uma metade do coração emotivo da obra de Winogrand. A outra metade é o sentimento de ruina. A tensão entre estas qualidades confere ao seu trabalho um carácter distinto”. Depois de servir nas forças armadas como meteorologista, Winogrand começou a trabalhar como fotógrafo, enquanto estudava pintura na Faculdade G.I. Bill na Universidade de Columbia (1948-1951).

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Garry Winogrand (American, 1928–1984) El Morocco, New York -1955

Gelatin silver print The Metropolitan Museum of Art, New York, Purchase, The Horace W. Goldsmith Foundation Gift, 1992 (1992.5107) Š The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 99


Garry Winogrand (American, 1928–1984) New York 1968

Gelatin silver print San Francisco Museum of Modern Art, Gift of Dr. L.F. Peede, Jr. © The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 100


Garry Winogrand (American, 1928–1984) John F. Kennedy International Airport, New York, 1968

Gelatin silver print Collection of John and Lisa Pritzker © The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 101


Garry Winogrand (American, 1928–1984) New York -1950

Gelatin silver print San Francisco Museum of Modern Art, Fractional and promised gift of Carla Emil and Rich Silverstein Š The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 102


Garry Winogrand (American, 1928–1984) Fort Worth - 1974

Gelatin silver print San Francisco Museum of Modern Art, Accessions Committee Fund: gift of Doris and Donald Fisher, and Marion E. Greene Š The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 103


“Na fotografia não existe nenhum outro conjunto de trabalho de tamanho ou qualidade comparáveis, que editorialmente não tenha solução”, diz Rubinfien, o mais jovem do círculo de amigos de Winogrand, na década de 1970. “Esta exposição representa o primeiro esforço para examinar, de forma exaustiva, o trabalho inacabado de Winogrand. Tem também o objectivo de transformar a apresentação do seu trabalho, longe de edição tópica e em direção a uma organização mais livre, fiel ao espírito essencial da sua arte, permitindo, assim, uma nova compreensão da sua obra, mesmo para aqueles que pensam que o conhecem “. A exposição está dividida em três partes, cada uma cobrindo uma ampla variedade de temas encontrados na arte de Winogrand. “Down from the Bronx” apresenta fotografias feitas em Nova Iorque, desde o seu início em 1950 até 1971; “A Student of America” pertence ao mesmo período das suas viagens fora de Nova Iorque; e “Boom and Bust” aborda o último trabalho de Winogrand, desde que deixou Nova Iorque em 1971, até à sua morte em 1984, com fotografias do Texas e Califórnia do Sul, assim como Chicago, Washington, Miami, e outros locais. A exposição foi concebida e organizada por Leo Rubinfien, curador convidado e fotografo, juntamente com Erin O’Toole, curador adjunto de fotografia no SFMOMA, e Sarah Greenough, curador sénior de fotografia da National Gallery of Art. A apresentação da exposição pelo Metropolitan Museum of Art é organizada por Jeff L. Rosenheim, curador principal do Departamento de Fotografias do Museu

The Metropolitan Museum of Art 1000 Fifth Avenue New York, NY 10028-0198 104


Garry Winogrand (American, 1928–1984) Los Angeles, 1980-1983

Gelatin silver print The Garry Winogrand Archive, Center for Creative Photography, The University of Arizona Š The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco 105


Consuelo Hernández Consuelo Hernández nasceu em Tornavacas, Cáceres, Espanha. Diversos críticos de arte como, María Bermejo e José Marín Medina enquadraram a sua obra dentro realismo figurativo, nomeadamente no “novo realismo”. Desde a sua infância e adolescência conjuga os estudos na universidade tirando o bacharelato em Filologia Românica, com o desenho e pintura, para que a sua a sua formação englobe o campo da Arte e das Humanidades

CONSUELO HERNÁNDEZ No estúdio Cortesia: Consuelo Hernández 106


CONSUELO HERNÁNDEZ “Estación de Príncipe Pío” - 2010 Óleo sobre madeira, 120 x 80 cm Cortesia:Consuelo Hernández 107


Fazendo referência ao início da sua carreira como pintora, e a propósito da sua primeira exposição individual em 1980, o crítico de arte José María Bermejo disse: “Aquela menina precoce que, motivada pelo seu pai, desenhava o meio rural de forma trémula e assombrosa, deu lugar a uma adolescente sensível que observava e retratava o encanto das antigas ruas douradas de Cáceres, ou copiava com paixão e tenacidade os grandes Mestres Espanhóis: Goya, Velázquez, El Greco...” Em 1995, o prestigioso crítico José Marín Medina escrevia no suplemento de Artes do diário ABC, sobre a sua exposição na Galeria Santa Bárbara de Madrid: "... Pertencendo às camadas jovens do novo realismo, Hernandez atinge a sua primeira maturidade na elaboração de uma paisagem independente e desafiadora que, apesar da força aparente do seu realismo, o que realmente procura são os dons da criatividade imaginativa... O mundo que Consuelo Hernández nos propõe "desde cima", é um vasto caminho de paisagens imaginárias, “Las Corrientes del Aire”, (Correntes do r) “Los Senderos del Mar” (Os Caminhos do Mar), paisagens que lembram os visionários de Patinir pela sua amplitude e conceito, desenhando rochas fantasmagóricas atravessadas por correntes profundas de águas quietas... Tudo banhado por luzes de cor esmeralda… "

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CONSUELO HERNÁNDEZ “Sin Destino” - 2011 Óleo sobre linho, 175 x 110 cm Cortesia: Consuelo Hernández 109


CONSUELO H “La Estación D

Óleo sobre madei Cortesia: Consu

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HERNÁNDEZ De Lago” - 2009

ira, 150 x 100 cm uelo Hernández

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Sobre a sua obra exposta na Galeria Paz Feliz de Madrid, em Março de 2007, Carlota de Alfonso escrevia na revista El Punto de las Artes, “ …..A obra de Consuelo Hernández transcende, por vezes, a pura realidade para se converter em evocações e lembranças, em mundos imaginados pela artista, capazes de provocar no observador sensações que permitem transportá-lo para lugares exóticos ou reais, desprendidos do quotidiano que o rodeia…” Nesta trajectória há que destacar a sua projeção internacional, especialmente a sua estadia em Tanger, Marrocos, durante 6 anos (1997-2003), a qual deixou uma grande marca na artista, tanto a nível pessoal como criativo. Durante esse período, as suas obras inspiram-se na arquitectura decadente da cidade, em especial a coleção dedicada ao Teatro Cervantes: Primavera, Verão, Outono, e Inverno no GranTeatro Cervantes de Tanger. Artista Espanhola bem conhecida, com um grande número de exposições, participou em feiras internacionais de arte, nomeadamente em Chicago, Hong Kong, Singapura, Paris, Haya, Madrid, e em festivais internacionais. O trabalho de Consuelo Hernández percorreu as salas do Instituto Cervantes de Tanger, Rabat, Casablanca, Fez y Tetuan (Marrocos). Em 2012, apresentou uma seleção de pinturas na Present’Art Festival Internacional, Arte Contemporânea, expostas na Biblioteca Nacional de Xangai Pudong e no CEIBS (Art Investment Forum) em Shenzhen (China),assim como na Gallery-M de Viena (Austria), no Wison Art Museum e no Global Harbor de Xangai (China).

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CONSUELO HERNÁNDEZ “Planeta En Roma” – 2012

Óleo sobre linho e madeira, 120 x 80 cm Cortesia: Consuelo Hernández 113


CONSUELO H “Aitor Y Jorge En P

Óleo sobre madei Cortesia: Consu

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HERNÁNDEZ Prícipe Pío.” - 2010

ira, 160 x 120 cm uelo Hernández

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Um número significativo de pinturas de Consuelo Hernández, passou a fazer parte de coleções privadas e de instituições públicas, como o Museu de Arte Contemporânea de Salamanca “ O ciclo do pôr-do-sol num parque; a massa de pessoas anônimas que povoam as plataformas do metro de uma grande cidade, habituadas à solidão do dia a dia, um olhar atento e calmo para o mar infinito, flores simples, poucos edifícios que mostram a passagem do tempo... Seres humanos e objetos do pequeno mundo em que vivo, que recriados na tela, atingem outro universo, desenhado à minha maneira, capaz de expressar um encontro desejado entre a realidade e o sonho .... “ - Consuelo Hernández. “Todo o homem nasce com o germe do trabalho que tem de cumprir “, dizia J. Russell Lowell, poeta e crítico literário. Desta forma, o caminho que iniciamos, nada mais do que nascer, partimos da necessidade inata de expressar sentimentos, emoções e necessidades vitais, avançando para comunicar, com outras pessoas, sobre o nosso mundo interior, necessidade essa que nos artistas é definida como motivação básica para a elaboração dos seus diário. Este impulso de expressão que acompanha o criador, vai levá-lo a procurar, de forma espontânea, a mundos diversos, à dúvida de escolher entre os caminhos incertos, ao encontro com o acaso, à elevação ou à ruptura com o medo em que vive…. Aqui, e sintetizando, os temas constantes na minha vida e obra artística, frequentemente, se transformam em universos tangíveis e reais, incorporados nos meus trabalhos, cujo ponto de partida é a realidade que me rodeia, revelando sentimentos, emoções e experiências que compõem a minha existência diária.

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CONSUELO HERNÁNDEZ “Composicíon”- 2012

Óleo sobre linho e madeira,120 x 80 cm Cortesia: Consuelo Hernández 117


CONSUELO H “Pirámide En Sh

Óleo sobre linho e m Cortesia: Consu

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HERNÁNDEZ hanghái” – 2012

madeira,120 x 80 cm uelo Hernández

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Fascinação, observação, imersão na realidade, primeira fase de todo um processo criativo, de um diálogo com o objecto, com a pessoa, com o edifício, com a rua, com a natureza, que à primeira pincelada começa a materializar-se no mundo interior do artista Pinto usando as técnicas antigas. Preparo as minhas telas, faço o esboço da ideia do meu trabalho, delimito e mancho com pincéis ou espátula algumas partes na luz ou sombra… e camada sobre camada, continuo a desenvolver, definir, mudar, remover…. O tempo não conta. Bach, Chopin, Händel, Schubert, Mahler, acompanham-me... Apesar de resistir a por fim a uma pintura, pois o processo e o movimento estão implícitos ao próprio ser humano e também à criação artística, chega o dia em que vejo que essa pequena autobiografia pictórica já está a expressar a ideia, fruto daquele fascínio inicial. Assim a obra torna-se independente do artista e estabelece a sua própria relação com os outros. Para continuar a sua permanência no tempo. www.consuelo-hernandez.com http://www.pintura yartistas.com/top-10-pintores-espanolescontemporaneos-y-vivos/

Tradução: L&S 120


CONSUELO HERNÁNDEZ “Invierno En El Gran Teatro Cervantes de Tánger”- 2011 Óleo sobre linho e madeira, 160 x 120 cm Cortesia: Consuelo Hernández 121


EXPOSIÇÕES SELECIONADAS 1979: Primeira exposição individual. Caja de Ahorros de Plasencia, (Cáceres). 1985: Prémio de Pintura del Ayuntamiento de MadridVillaverde. 1988: Colectiva La realidad como objeto de contemplación. Galería Dieciséis. San Sebastián. Colectiva Madrid desde Rosales; galería Arteara. Madrid. 1990: Una arquitectura en el paisaje, Caja Duero. Palacio de Garci-Grande. Salamanca. Sala municipal de exposições. Ayuntamiento de Ciudad Rodrigo (Salamanca). 1991: Exposição individual, sala municipal de exposições de Leganés. Madrid. Exposição colectiva premio Penagos. Fundação cultural Mapfre Vida. Madrid. 1992: Galería Miguel Espel. Madrid. Colectiva Art Chicago. Feira de Arte. Delecea Fine Art. Colectiva Art Asia. Feira de Arte de Hong Kong. 1993: Colectiva prémio Penagos de Desenho. Fundação Cultural Mapfre Vida. Madrid. Colectiva La mujer y el Arte. Jardín Botánico. Comunidad de Madrid. 1995: Exposição colectiva prémios Ejército del aire. Museo Ejército del Aire. Madrid. 1995: Exposição individual. Galería de arte Santa Bárbara. Madrid. 1996: Exposição colectiva prémio Penagos de Desenho. Fundação cultural Mapfre Vida. 1997: Fine Art Singapore. Colectiva Feira de Arte Galería Santa Bárbara. Madrid. 1999: Exposição individual. Madrid-Tánger. Instituto Cervantes y Hotel Minzah. Tánger. 2000: Colectiva Fundación Lerchundi. Instituto Cervantes de Tánger. 2002: Colectiva. Instituto Cervantes de Tetuán. Colectiva. Festival internacional Art Rain. Tetuán. Colectiva 6ª conférence des Lions de la Mediterranée. Mövenpich. Tánger. 2002: Exposição individual Tánger. Instituto Cervantes de Tánger. Exposição individual Tánger Instituto Cervantes de Rabat. 2003: Exposição individual Instituto Cervantes de Casablanca. Exposición individual Instituto Cervantes 122


de Fez. 2004: Colectiva galería Paz Feliz. Madrid. 2006: Colectiva espacio Tribeca arte. Madrid. 2007: Exposição individual galería Paz Feliz. Madrid. Colectiva galería Paz Feliz. Madrid. 2008: Exposição colectiva Mujeres artistas. Instituto San Isidro. Madrid. Exposição individual junta Extremadura. Tornavacas (Cáceres). Casa de Cultura. Navaconcejo (Cáceres). 2009: Exposição antológica 1988-2008. Caja de Extremadura. Cáceres. 2010: Colectiva galería Gaudí. Madrid. Exposição colectiva Affordable Art Fair. Feira internacional de Arte. París y La Haya, Feira Internacional de Arte. Colectiva galería d’art Patricia Muñoz. Art Faim. Madrid. 2011: Exposição individual Ayuntamiento de Pozuelo de Alarcón (Madrid). 2012: Exposição individual, Sala Maruja Mallo. Ayuntamiento de Las Rozas (Madrid). 2012: Colectiva IV edición del Present’art festival internacional en Shanghai. Biblioteca nacional Shanghai Pudong. Shanghái. Exposição colectiva China Europe International Art exhibition. CEIBS. Shanghái. Colectiva Wison Art Center de Shanghái. Exposição colectiva Cinco pintores españoles, Beijing. Galerías de arte Bridge y Art Guide. Distrito 798; Spaniart. Exposição colectiva galería de arte Bridge gallery. Schenzen (China). 2013: Colectiva Gallery-M Viena (Austria). Exposição colectiva Art Cuestion. Ourense (España). Colectiva Festival Miradas de mujeres. Art Cuestion. Ourense. 2013: Colectiva Museo de Salamanca. Salamanca. V edición del Present Art Festival internacional. Wison art museum (Shanghái). Global Harbor (Shanghái). 2014: Exposição individual galería Botica del arte. A Coruña.

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Gerardo Dottori: A Visão Futurista 9 Julho - 7 Setembro de 2014 Estorick Collection of Modern Italian Art, London

Gerardo Dottori (1884-1977) foi uma figura central do futurismo italiano, durante os anos entre as duas guerras. As suas visões amplas e intensamente líricas da paisagem da Úmbria, vista de cima, estavam entre os primeiros e mais marcantes exemplos da pintura aérea, que exploraram as perspectivas dinâmicas de voo. Uma nova grande pesquisa da sua obra, que reúne cerca de 50 pinturas e desenhos vão estar em exposição em Londres neste verão, incluindo um grande número de obras que nunca foram expostos no Reino Unido.

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Gerardo Dottori Flora, 1925

Tempera sobre tela, 178 x 139 cm Comune di Perugia 125


Gerardo Study from Life in th

Aguarela sobre p Fondazione Accademi Vannucci

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o Dottori he ‘Ornate’ Style, 1904

papel, 64 x 89 cm ia di Belle Arti ‘Pietro i’, Perugia

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Gerardo Spring

Ă“leo sobre tela Comune d 128


o Dottori g, 1912

a, 36 x 46.5 cm di Perugia 129


Dottori nasceu em Perugia e estudou na Academia da cidade de Belas Artes onde se destacou como desenhista. Por volta de 1904, começou a explorar a técnica “Divisionista”, como uma forma de introduzir vida, luz e cor no seu trabalho, e como meio de escapar à escuridão da Academia. Dottori lembrou como ele e os seus colegas “‘se revoltaram contra os métodos de ensino das palestras; tentamos fazer com que entendessem o nosso descontentamento e a nossa necessidade de fazer algo diferente daquilo que nos tinha sido imposto”. Em 1909, as suas inclinações rebeldes, fizeram com que Dottori estivesse receptivo à agenda subversiva do movimento futurista, recémlançado por FT Marinetti.

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Gerardo Dottori Young Umbrian Girl, (1904) Ă“leo sobre cartĂŁo, 46 x 27 cm Comune di Perugia 131


Após um período de experimentação seguiu-se a criação de obras, como a Primavera, que sentiu ter capturado o espírito autêntico do Futurismo, empregando formas fragmentadas e cores vibrantes para criar uma sensação nítida de movimento e energia. Em 1912, mergulhou na aventura futurista com grande entusiasmo, fundando um dos primeiros grupos futuristas regionais. Dottori continuou a trabalhar, enquanto servia o exército italiano durante a 1 ª Guerra Mundial, produzindo desenhos, pinturas e composições poéticas, com o pseudônimo de “G. Voglio ‘.

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Gerardo Dottori Ascending Forms (or Ascending Forces), 1930 Ă“leo sobre tela, 188 x 143.5 cm Comune di Perugia 133


Gerardo Astral Rhyt

Tempera sobre ca Coleção Priv 134


o Dottori thms, 1916

art達o, 52 x 68 cm vada, Foligno 135


Gerardo Virginal Um

Tempera sobre madeira Coleção Fondazione Cass 136


o Dottori mbria, 1949

prensada, 122 x 135 cm sa di Risparmio di Perugia 137


O Futurismo está mais associado com a sua celebração do fluxo e dinamismo da era industrial moderna. Contudo, enquanto a máquina era um tema recorrente em Dottori (particularmente durante 1920), o artista expressou, muitas vezes, a sua preferência pela “ quietude do campo e das montanhas, ao barulho ensurdecedor das grandes cidades”. E foi à sua região natal de Umbria, com a sua exuberante paisagem ondulante, que permaneceu profundamente ligado, durante toda a vida. O seu auto-retrato de 1928, no qual Dottori se retrata incorporado entre as colinas e lagos, é um símbolo do vínculo profundo que sentia com este ambiente rural.

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Gerardo Dottori Self Portrait, (1928)

Ă“leo sobre cartĂŁo, 79 x 73 cm Comune di Perugia 139


Gerardo Lake-Daw

Tempera sobre madeira Collezione Fondazione Cas 140


o Dottori wn, (1942)

prensada, 101 x 122 cm ssa di Risparmio di Perugia 141


Esta exploração da carreira de um dos personagens mais importantes e distintos do Futurismo baseiase em obras-chave de uma série de coleções públicas e privadas, e tem a curadoria de Massimo Duranti, o principal especialista sobre o artista, e Presidente da Perugia Archivi Dottori

Estorick Collection of Modern Italian Art 39a Canonbury Square London N1 2AN

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Gerardo Dottori Futurist Motif, 1920

Óleo sobre cartão, 29 x 31 cm Coleção privada 143


DESTAQUES Toronto, Canada

Amsterdam, Netherlands

Francis Bacon and Henry Moore; Terror April 5 – July 20, 2014 Gallery of Ontario 317 Dundas Street West Toronto, Ontario

Linea & Figura June 14 – July 27, 2014 Morren Galleies _ Contemporary Art Prinsengracht 572 1017 KR Amsterdam, Netherlands

Erstein, France

Lisbon, Portugal

Anthony Caro. Masterpieces from the Würth Collection February 7, 2014 – January 4, 2015 Musée Würth France Rue Georges Besse F-67150 Erstein

Contemporary Painting 11 July – 11 September Galeria de Arte AFK / Art Gallery AFK Rua Professor Fernando Fonseca 21A, Lisboa, Portugal

Hamburg, Germany

Johannesburg, South Africa

C’est La Vie - The Paris of Daumier and Toulouse-Lautrec 16 May - 3 August 2014 Hamburger Kunsthalle Glockengießerwall 20095 Hamburg

Lionel Smit- “Morphous” July 3 – July 26, 2014 Circa Gallery 2 Jellicoe Ave | Rosebank Johannesburg, South Africa

Venice, Italy

Madrid, Spain

Irving Penn: Resonance April 13 – December 31, 2014 Palazzo Grassi Campo San Samuele 3231, 30124 Venice

Alma –Tadema and Victorian Painting; In The Pérez Simón Collection 25 June to 5 October 2014 The Museo Thyssen-Bornemisza Paseo del Prado 8 28014 Madrid, Spain 144


S DE JULHO Madrid, Spain

California, USA

Josef Albers: Minimal Means, Maximum Effect March 8, July 6, 2014 Fundación Juan March Castelló, 77 28006 Madrid

Ed Moses Larry Poons:

Zürich, Switzerland

Los Angeles, Ca, USA

The Torches of Prometheus. Henry Fuseli e Javier Téllez June 20 – October 12, 2014 Kunsthaus Zürich Heimplatz 1, 8001 Zürich

Calder and Abstraction: From Avant-Garde to Iconic. November 24, 2013 – July 27, 2014 Los Angeles County Museum of Art 5905 Wilshire Blvd, Los Angeles, CA 90036

London, UK

New York, USA

Gerardo Dottori: The Futurist View 9 July – 7 September 2014 Estorick Collection of Modern Italian Art 39a Canonbury Square London N1 2AN

The Flowering of Edo Period Painting: Japanese Masterworks from the Feinberg Collection February 1 -September 7, 2014 The Metropolitan Museum of Art 1000 Fifth Avenue New York, NY 10028-0198

London, UK

New York, USA

Henri Matisse: The Cut-Outs April 18 – August 10, 2014 Tate Modern Bankside, London SE1 9TG

Italian Futurism, 1909–1944: Reconstructing the Universe February 21 - 2014 Solomon R. Guggenheim Museum 1071 Fifth Avenue, New York New York, NY 10128

The Language of Paint: Selected Works May 31 – July 24, 2014 William Turner Gallery Bergamot Station Arts Center 2525 Michigan Avenue, E-1 Santa Monica, CA 90404

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DESTAQUES New York, USA

Philadelphia, USA

Ai Weiwei: According to What? April 18 – August 10, 2014 Brooklyn Museum of Art 200 Eastern Parkway Brooklyn, New York

Audubon to Warhol: The Art of American Still Life

July 1–September 7, 2014 Dorrance Galleries Special Exhibitions Gallery, Perelman Building 2600 Benjamin Franklin Parkway Philadelphia, PA 19130

New York, USA Masterpieces & Curiosities: Diane Arbus’s Jewish Giant April 11 – August 3, 2014 The Jewish Museum 1109 5th Ave at 92nd St New York, NY 10128

New York, USA Charles James: Beyond Fashion May 8–August 10, 2014 The Metropolitan Museum of Art 1000 Fifth Avenue New York, NY 10028-0198

Philadelphia, USA Patrick Kelly: Runway of Love April 27–November 30, 2014 Special Exhibitions Gallery, Perelman Building 2600 Benjamin Franklin Parkway Philadelphia, PA 19130 146


S DE JULHO

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Julho, 2014

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