Revista lubes em foco edicao22

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EM FOCO

Dez 10 /Jan 11 Ano IV • nº 22 Publicação Bimestral R$ 12,00

00022

A revista do negócio de lubrificantes

9 771984 144004

O Mercado de Lubrificantes

Análise crítica e números de 2010 para um mercado ainda em busca de definições.

Fluidos de transmissão

Tendências das transmissões automáticas no Brasil e a importância de se usar o óleo correto.



Editorial O mercado brasileiro de lubrificantes anseia por entender seus números e poder consolidá-los com tranquilidade, para exercer um melhor controle, tanto na área comercial como na ambiental, e tomar decisões gerenciais com bases sólidas para determinar investimentos e desenvolvimento tecnológico. A maior dificuldade hoje encontrada está na coerência das informações e em critérios que possam ser assumidos de forma abrangente por todos os agentes econômicos. Ainda falamos em mercado aparente, numa era em que a informatização é bastante avançada e consolidações estão cada vez mais evoluídas nos setores de cadastramento e tributação. As notas fiscais eletrônicas podem controlar e cruzar o pagamento de impostos em megalópoles como Rio de Janeiro e São Paulo, a ponto de as autoridades poderem até mesmo adotar programas de premiação ao cidadão que juntou e cadastrou suas notas fiscais. Temos que nos perguntar se um mercado, que movimenta quase 1,3 bilhão de litros, com apenas um pouco mais de 200 empresas cadastradas e órgãos legisladores competentes e responsáveis não tem condições de ser também responsável e coerente nas informações prestadas e de ter seus dados consolidados e apresentados de forma clara e concisa a todos os interessados. A ANP já colocou disponível um cadastramento de produtores e importadores, os registros de produtos e o Boletim do Programa de Monitoramento da Qualidade, tudo via Internet, agilizando o trabalho e o controle de todos os envolvidos. É de se esperar que, em muito pouco tempo, seja também informada a consolidação dos números de produção e comercialização; entretanto, a responsabilidade pelas informações precisas está diretamente imputada aos agentes econômicos, e, para isso, critérios únicos e classificações uniformes precisam ser determinadas e observadas por todos. O mercado precisa debater o assunto cada vez mais e entrar nos detalhes e nas clarificações das necessidades, para que o resultado dos esforços, tanto dos órgãos controladores como dos agentes econômicos, atinja os objetivos desejados e venha cada vez mais nos convencer de que estamos realmente entrando no mundo desenvolvido.

Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

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Tiragem 4.000 exemplares

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Revisão Angela Belmiro Impressão Gráfica Burti


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Sumário 6 12

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ovo site!!! n o s s o n Visite

r b . m o c . s e b u l . w ww Um mercado em busca de definições Uma análise do mercado brasileiro de lubrificantes, com os números de produção, importação etc.

Fluido de transmissão: usando o óleo certo Especialista da Lubrizol fala de tendências e particularidades das transmissões automáticas e seus óleos adequados.

16

SMS: Exposição ocupacional a agentes químicos

18

Coleta de resíduos sólidos gerados pelos lubrificantes

A vulnerabilidade do aparelho respiratório humano aos poluentes dispersos no ar.

Matéria extraída de artigo científico mostra o importante papel

das empresas no desenvolvimento sustentável do país.

20

Seu mecânico é lubrificador ou predador?

24

Tecnologia de ponta em processo de fabricação de graxas lubrificantes

28

Mercado em foco

30

Notícias Rápidas

31

Programação de Eventos

Antonio Traverso conta como uma atuação desastrosa de um mecânico pode ocasionar um grande prejuízo.

Um histórico da fabricação de graxas no Brasil.

Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas.

Atualidades do mercado de lubrificantes.

já!

www.lubes.com.br


Lubrificantes Um mercado em busca de definições

Por: Pedro Nelson Belmiro

O

mercado brasileiro de lubrificantes cresce em volume, qualidade e maturidade, acompanhando o ritmo do país, que assistiu a seu PIB Industrial ascender expressivamente em 2010, e se prepara

para muito boas perspectivas nos próximos anos. A recuperação da crise econômica que afetou quase todas as economias do mundo em 2008 e 2009 foi uma das mais rápidas e importantes, alçando o Brasil à categoria de sétima economia mundial ao final de 2010. Os óleos lubrificantes estão atrelados diretamente ao desenvolvimento de um país, uma vez que desenvolver-se economicamente significa mais máquinas, motores e tecnologia em operação, exigindo mais lubrificação de boa qualidade. Dessa forma, é de se esperar um aumento da atratividade ao investimento e também do dinamismo comercial entre os agentes econômicos envolvidos, fato que tem atraído,


nos últimos anos, a atenção de

vas, requerendo uma dedicação

legisladores e controladores para

intensa e muitos conhecimentos a

evitar excessos e descompassos

serem consolidados.

na atividade.

A participação das empresas Em

termos

de

participa-

ção de mercado de óleos lubri-

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

ficantes, tivemos, em 2010, a BR O mercado em números

– ANP é o órgão que tem a respon-

Distribuidora mantendo-se na liderança com 21%, mas encontramos

sabilidade de regular o setor e, den-

Ao analisarmos as atividades do

nas quatro posições seguintes

tro de suas possibilidades, vem co-

setor de lubrificantes brasileiro no ano

empresas com números bastante

locando regras, revisando e criando

de 2010, podemos observar uma ní-

próximos, compondo um ranking

resoluções, monitorando qualidade

tida recuperação em relação a 2009,

bastante interessante e disputado,

e ouvindo o mercado para buscar

com o setor apresentando um aumen-

tendo à frente a Chevron (Texaco)

melhores linhas de ação. Entretanto,

to perto dos 5%, atingindo um volume

com 12,8%, seguida de Shell

precisa receber dados precisos e

total de 1.277.000 metros cúbicos.

(12,4%), Ipiranga (12,3%) e Cosan

informações confiáveis de todos

Uma consolidação do mercado, mais

(Esso) com 12,2%. Completando

os agentes econômicos e, mais do

direcionada à participação das em-

a lista, encontramos Petronas (FL

que isso, ser capaz de consolidar

presas produtoras e distribuidoras,

Brasil) com 7,3%, Castrol (3,2%),

os números e transformá-los em um

mostrou um ligeiro crescimento das

YPF-Repsol (2,9%) e Total (1,5%).

conhecimento do mercado, que só

grandes empresas, que compõem o

As outras empresas do mercado

poderá ser atingido quando todos

Sindicom, com números percentuais

somadas perfazem um total esti-

trabalharem com o mesmo propósi-

de crescimento acima do dobro do

mado em 14,5%, ou seja, cerca de

to e na mesma direção.

mercado como um todo, atingindo

185.100 metros cúbicos.

Ainda falta no Brasil a ado-

cerca de 85,5% do mercado. Essa

O mercado brasileiro continua

ção de alguns critérios unificados

recuperação teve uma expressão

com uma distribuição concentrada

para o melhor entendimento de to-

maior no segmento industrial, em que

nos estados de São Paulo (quase

dos, quando falamos do mercado

o Sindicom superou seus próprios

30%), Minas Gerais (12,5%) e Rio

de lubrificantes. Ao contrário do

números de 2009 em 21,3%, retra-

de Janeiro (8,5%), que perfazem

mercado de combustíveis, que,

tando a significativa recuperação de

cerca de 51% do mercado total.

mesmo trabalhando com imensos

grandes setores da economia, como

Rio Grande do Sul e Paraná vêm

volumes, pode se restringir a pou-

mineração e siderurgia. Além disso,

em seguida com algo em torno de

cos produtos, com tipos e quali-

também conta com mais uma em-

7% cada.

dade bem definidos, o mercado

presa, a Total Lubrificantes, cujos nú-

de

meros não foram computados nessa

lubrificantes

enfrenta

uma

série de dificuldades, quando a

entidade em 2009.

As graxas

questão é o enquadramento e a

Mesmo com uma grande re-

classificação dos diversos tipos

cuperação do setor industrial, ainda

O mercado de graxas talvez

de produtos. Por isso, a busca

podemos admitir que esse segmento

seja o segmento que mais precise

por definições e números confiá-

responde por cerca de 40% do mer-

de um controle mais eficaz em ter-

veis torna-se um trabalho árduo,

cado total, deixando para o segmen-

mos de números e provavelmente

minucioso e repleto de alternati-

to automotivo os 60% restantes.

também em termos de controle de


Mercado Brasileiro de Lubrificantes por Região

promoveu uma recuperação bastante significativa na produção de

12,6%

29,4%

básicos nos dois últimos meses do São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro 8,7%

7,2%

7,1%

fechamento superior em 1,6% à

Rio Grande do Sul

produção de 2009. Ocorre que foi

Bahia

justamente nos últimos meses de

Santa Catarina Outros

2010 que as importações atingiram seus maiores patamares, o que ocasionou um superabastecimento

4,1% 3,8%

metros cúbicos produzidos no ano,

Paraná

Goiás 23,2%

ano, levando a um total de 603 mil

de óleos básicos no Brasil. Junte-se

4,0%

a esses volumes o total aproximado Gráfico 1

de 223 mil metros cúbicos produzidos pela indústria do rerrefino, e

qualidade, uma vez que a ANP

Óleos Básicos: um mercado à parte

ainda não o incluiu em seu progra-

pode-se concluir, com certa facilidade, que os estoques de óleos bá-

ma de monitoramento. Regular o

Apesar de poder ser conside-

mercado de graxas implica tam-

rado um mercado com característi-

bém compreender em detalhes

cas independentes, tanto em quali-

Se considerarmos que a des-

as matérias-primas utilizadas e os

dade como em preços, os óleos bá-

valorização do dólar nos últimos

diversos tipos de produtos e suas

sicos impactam tão diretamente o

anos também impacta a precifi-

aplicações.

mercado de lubrificantes como um

cação dos óleos básicos, que se-

No ano de 2010, acompanhan-

todo, que merecem um estudo em

guem parâmetros internacionais,

do o desenvolvimento industrial, o

separado. O ano de 2010, principal-

podemos concluir que temos um

que vimos foi um crescimento de

mente, revelou-se um tanto atípico

ciclo de alta oferta com preços em

aproximadamente 6,6%, atingindo

na série histórica desse segmen-

níveis baixos, trazendo certo des-

um total de cerca de 56.600 tone-

to. Com paradas e dificuldades de

conforto às empresas estocadas.

ladas. A BR Distribuidora assu-

produção nas duas refinarias que

Com a atual crise política nos pa-

miu a liderança com a marca de

produzem óleos básicos (Reduc e

íses produtores de petróleo, com

19,9% de participação, deixando

Rlam), a Petrobras teve de recorrer

consequente aumento de preços

a Chevron (Texaco), que foi líder

às importações para manter o mer-

dessa commodity, esses parâme-

no ano passado, em segundo com

cado abastecido, e assim também

tros deverão ser afetados, e uma

17,8%.

encontramos

fizeram várias outras empresas,

nova organização de mercado,

Ipiranga (12,7%), Ingrax (11,9%),

tendo como resultado um recorde

com atualização de preços, po-

Petronas (FL Brasil) com 10,4%,

no volume importado, com 638 mil

derá acontecer em breve.

Shell (8,9%) e Cosan (Esso) com

metros cúbicos, significando um

Outra consideração impor-

6,7%, ficando as outras empre-

aumento de 102% com relação ao

tante sobre o mercado de bási-

sas do mercado com a divisão os

ano de 2009. Com a retomada da

cos é o fato de ainda não existir

11,8% restantes.

capacidade produtiva, a Petrobras

no Brasil um plano, pelo menos

A

seguir,

sicos ficaram bastante elevados no encerramento do período.


Mercado de Óleos Básicos em 2010

ção da fábrica da Lwart no interior

700

milhares de m3

expectativa da entrada em produde São Paulo, que poderá ofertar

600

algo em torno dos 100 mil metros

500

cúbicos por ano de grupo II.

400

Importações: um campo aberto e

300

obscuro

200 100

Importar

óleo

lubrificante

pode parecer um processo até

0 Básicos Importados

Produção Refinarias

Produção Rerrefino

certo ponto simples e fácil de ser controlado. Na verdade, o controle existe, e tudo o que é importado

Gráfico 2

hoje pode ser detectado e compioficial, para a produção de óle-

legislações ambientais, cada vez

lado com tranquilidade. A situação

os de melhor qualidade, ou seja,

mais rigorosas. Nesse contexto,

se complica quando se percebe

básicos dos grupos II e III. Cada

os básicos produzidos pelas refi-

que apenas a denominação de lu-

vez mais, o mercado, principal-

narias brasileiras já não atendem

brificantes pode ser enquadrada

mente o automotivo, está deman-

às necessidades técnicas para um

em pelo menos sete categorias

dando produtos menos viscosos

grande número de produtos, sendo

(NCMs), com diferentes alíquotas

e fórmulas mais resistentes, para

obrigatória a importação, indepen-

de impostos. As dificuldades au-

atender aos requisitos dos moto-

dente da capacidade produtiva

mentam quando se percebe que

res mais modernos e também das

atual. Até agora, temos somente a

não existe um critério único para o


enquadramento dos diversos tipos

do dos 34,3 milhões de litros.

bém aparecem com certa impor-

de óleo pelas empresas importado-

Um número que chama a

tância, havendo ainda vários ou-

ras. Assim, podemos ter o mesmo

atenção, quando se observam

tros supridores de menor signifi-

óleo importado por mais de uma

as importações de lubrificantes,

cância no total importado.

NCM, dependendo da interpreta-

é o indicador de crescimento da

ção ou interesse do importador.

classificação “Outros”, que saiu

Analisando os números de

de um patamar de 7,8 milhões de

2010, verificamos que, além da-

litros em 2007 para cerca de 28,8

queles 102% de aumento nos óleos

milhões de litros em 2010.

Em busca de definições O mercado brasileiro de lubrifi-

básicos, já citados anteriormente,

Já as importações de óleos

cantes busca constantemente se or-

chamou muito a atenção o cresci-

lubrificantes com aditivos, ou seja,

ganizar e atingir um ritmo de desen-

mento de quase 170% nas importa-

os óleos acabados, caíram mais

volvimento compatível com o país,

ções de líquidos para transmissões

de 2,4% com relação a 2009.

que também busca seu lugar de

hidráulicas, chegando a quase 6,2

Dos Estados Unidos vieram

reconhecimento no âmbito interna-

milhões de litros no ano, compro-

a maior parte das importações

cional. Para isso, é necessário que

vando assim a idéia, que já se tinha

de básicos, com mais de 283 mil

sistemas de controle sejam adequa-

no mercado, do grande crescimen-

metros cúbicos, representando

dos às necessidades, que informa-

to da participação de veículos com

mais de 44% do volume total. Em

ções cheguem de forma ordenada

transmissão automática, utilizando

segundo lugar veio a Itália com

e confiável a quem de direito, que

óleos importados.

16%, seguida de França com 7%,

se tenha uma fiscalização atuante e

Os óleos isolantes também

Espanha e Israel com 5% cada e

respeitada e que investimentos se-

apresentaram um aumento sensí-

Malásia com 4%. Outros países

jam feitos nos gargalos do setor e

vel nas importações, com mais de

como Holanda, Rússia, Inglaterra,

na produção de insumos.

50% sobre o ano anterior, passan-

Polônia, Bélgica e Portugal tam-

As discussões precisam se ampliar, a exemplo do que tem sido

Histórico de Importações de Básicos

e Lubrificação do Instituto Brasileiro de Petróleo – IBP, para que todos os

700

agentes sejam ouvidos, participem

600 milhões de m3

feito pela Comissão de Lubrificantes

de uma reestruturação consciente,

500

e que o setor prossiga seu caminho

400

rumo à moralização e crescimento com ética e qualidade.

300 200

Pedro Nelson Belmiro 100

é consultor técnico em lubrificantes e co-

0

ordenador da Comis0

Gráfico 3

10

2006

2007

2008

2009

2010

são de Lubrificantes e Lubrificação do IBP


Água e óleo não se misturam. Omissão e responsabilidade também não.

A destinação inadequada no descarte de óleos lubricantes usados ou contaminados polui a terra, a água e o ar, prejudicando o meio ambiente. Há mais de 30 anos, a LWART LUBRIFICANTES é responsável pelo recolhimento de mais de 50% do óleo lubricante usado ou contaminado destinado para o rerreno no país, sendo considerada a maior empresa do setor na América Latina. Além de proteger a natureza, o rerreno garante o abastecimento do mercado, preservando recursos naturais não-renováveis. Troque o óleo lubricante de seu carro ou máquina somente em locais que tenham o compromisso em armazenar corretamente o produto e o destinar para o rerreno. Não jogue fora a oportunidade de preservar o meio ambiente e contribuir para a sustentabilidade.

Disque Coleta: 0800 701 0088 • www.lwart.com.br

Valorizando o homem, construindo o futuro. 11


Fluido de Transmissão Usando o produto certo para a aplicação desejada Por: Dave Pristic

P

rocurando garantir durabilidade e obter um

transmissões automáticas (ATs) e manuais automatizadas

melhor desempenho? A resposta é simples: use

(AMTs) cresça significativamente no meio de veículos co-

o fluido certo para a aplicação desejada.

merciais de serviço pesado na América do Norte até 2016.

Aumentar a vida útil e o desempenho de

veículos tem sido uma tarefa difícil nos últimos anos, já que

Há motivos também para se acreditar que tendências semelhantes sejam observadas na América Latina.

a competição no mercado continua crescendo. A impor-

Mas por que há essa mudança gradual nas trans-

tância de uma maior durabilidade de um veículo está se

missões? Para começar, como os requisitos de seguran-

tornando cada vez mais comum, o que é comprovado pela

ça implementados nos EUA em 2010 se tornaram mais

busca contínua dos proprietários por maneiras de obterem

rígidos, a previsão é que haverá uma redução no número

o máximo de seus veículos.

de motoristas qualificados de veículos comerciais nos

Utilizar o fluido apropriado é um dos passos mais im-

próximos anos. Da mesma forma, as tendências relati-

portantes que um proprietário pode dar para ajudar a ga-

vas à maior ênfase em segurança devem ganhar espaço

rantir o máximo desempenho de seu veículo. No entanto,

em outros países também. Em um esforço para ampliar

devido às mudanças rápidas no mercado global de trans-

o quadro de motoristas disponíveis, muitos proprietários

missões, hoje donos de frotas, em número maior, precisam

de frotas deverão começar a trocar as transmissões de

educar a si mesmos sobre as diferenças entre os vários ti-

suas frotas para automáticas, o que tornará sua condu-

pos de transmissão, suas diferentes demandas de desem-

ção mais fácil e segura.

penho e os requisitos de serviço pesado.

Além disso, os aperfeiçoamentos atuais das ATs diminuíram a lacuna em desempenho de eficiência de

Tendências de automação das transmissões

combustível entre ATs e manuais, especialmente quando a eficiência do motorista é levada em consideração.

Embora historicamente as transmissões manuais te-

Um estudo do Truck Maintenance Council demonstrou

nham mantido uma grande porcentagem do mercado glo-

que a variabilidade dos motoristas pode impactar nega-

bal de transmissões, a tendência atual sugere que no futuro

tivamente a eficiência de combustível em transmissões

as transmissões automáticas e as manuais automatizadas

manuais em até 35%. Juntem-se a isso o fato de que a

serão usadas em um número maior de caminhões de servi-

diferença de custo entre transmissões manuais e au-

ço médio e pesado. De acordo com um relatório recente da

tomáticas foi sendo reduzida, como resultado de uma

Frost and Sullivan, a expectativa é que essa tendência para

maior produção de automáticas em países com mão de

12


Diferenças de demandas de desempenho de lubrificante À medida que o mercado é distribuído cada vez mais uniformemente entre transmissões manuais, transmissões automáticas e manuais automatizadas, os proprietários de frota precisam estar atentos ao tipo de fluido usado em cada aplicação, para aumentar a durabilidade e o desempenho de suas frotas. Os vários lubrificantes existentes usam diferentes fórmulas, e por isso cada lubrificante tem atributos de desempenho diferenciados. Assim como óleos de motor e óleos de eixo não seriam obra barata, e a evidência de que as automáticas estão

utilizados em transmissões, os proprietários de frota pre-

rapidamente superando suas principais deficiências

cisam reconhecer que as transmissões manuais e as au-

perceptíveis quando comparadas às manuais.

tomáticas também têm diferentes requisitos.

Além do mais, juntamente com o aumento de ATs em

As figuras 1 e 2 mostram as diferenças dos princi-

veículos comerciais (especialmente na América Latina), há

pais requisitos entre transmissões manuais e automáti-

a expansão dos sistemas de Trânsito Rápido de Ônibus

cas. O desempenho do atrito da embreagem úmida e

(BRTs - Bus Rapid Transit systems). Os BRTs representam

a durabilidade antivibração são exclusivos dos fluidos

uma forma eficiente e econômica de transporte público que

de transmissões automáticas (ATFs), embora estabilida-

muitos países latino-americanos estão adotando em suas

de de oxidação seja um requisito mais severo em ATFs.

maiores cidades. Muitos desses países estão exigindo, por

Inversamente, os requisitos exclusivos dos fluidos de

lei, que os BRTs sejam equipados com ATs, principalmente

transmissões manuais (MTFs) são atrito de desgaste do

por motivos de segurança.

sincronizador, antidesgaste da engrenagem e pressão

Considerando tudo isso - requisitos de segurança,

extrema, com estabilidade de cisalhamento.

disponibilidade de motoristas ampliada pela facilidade de uso, melhorias de custo e eficiência e um número

Pesquisa de apoio

maior de veículos nos sistemas BRT - a previsão de mais participações no mercado de transmissões auto-

Entrando em mais detalhes dessa discussão, há

máticas em veículos comerciais torna-se algo em que

diferenças até mesmo dentro das e entre as trans-

se pode acreditar.

missões automáticas. Um exemplo disso são as de-

Requisitos para MTF

Requisitos para ATFs - Viscosidade máxima - Proteção contra desgaste - Dispersante - Detergente - Antiespuma - Anticorrosão - Propriedade de baixa temperatura - Estabilidade de cisalhamento - Compatibilidade de vedação

Exclusivo a ATF Propriedades típicas

Mais severo

Atrito de embreagem úmida Durabilidade antivibração

Figura 1 - Requesitos para ATFs

Estabilidade de oxidação

- Viscosidade máxima - Estabilidade de oxidação - Dispersante - Detergente - Antiespuma - Anticorrosão - Propriedade de baixa temperatura

Exclusivo a MTF Propriedades típicas

Mais severo

Estabilidade de oxidação

Desgaste e atrito do sincronizador Antidesgaste de engrenagem e pressão extrema

Figura 2 - Requesitos para MTFs

13


mandas feitas às transmissões de veículos comerciais comparadas às de transmissões de veículos de passageiros. Para destacar a diferença de nível de

minais com inspeções intermediárias a cada 120.000 km; • O serviço urbano severo em São Paulo foi a rota de teste usada.

desempenho de ATFs em veículos comerciais, foi realizado um amplo teste de campo em um sistema BRT em São Paulo, Brasil. O programa de teste consistiu na avaliação de

Os diferentes resultados do teste foram: • Fluido A: Seis pontos quentes nas embreagens de entrada a 120.000 km e baixa estabilidade de cisalhamento;

quatro ATFs diferentes em 12 ônibus articulados

• Fluido B: Cinco pontos quentes nas embreagens

Mercedez-Benz O-400, com cada fluido aplicado em

de entrada a 120.000 km, mas boa estabilidade de ci-

três formas. Os quatro fluidos de transmissão automá-

salhamento;

tica usados foram: • Fluido A: Fluido atual de abastecimento de serviço DEXRON® III; • Fluido B: Fluido que atende aos requisitos IID da DEXRON®; • Fluido C: ATF multiveicular sintético premium com

• Fluido C: Excelente desempenho da durabilidade da embreagem, boa estabilidade de cisalhamento e bom desempenho da embreagem de retardo do freio a 378.007 km; • Fluido D: Somente dois pontos quentes nas embreagens de entrada a 240.000 km, bom cisalhamento e bom desempenho de retardo do freio.

aprovações Voith, Allison, ZF, MERCON®V; • Fluido D: Pacote de aditivos de veículos comerciais otimizado em bases brasileiras.

Para entender totalmente o significado dos resultados, é necessária uma explicação mais detalhada sobre como os pontos quentes são classificados. Pontos quen-

Os parâmetros do teste de campo foram os seguintes:

tes são criados quando há altas temperaturas localizadas

• Todos os ônibus foram equipados com uma transmis-

na interface entre o material de atrito e as placas sepa-

são Voith AT DIWA 863.3E; • O intervalo de drenagem do óleo foi de 30.000 km com a coleta de uma amostra de óleo a cada 10.000 km; • A extensão do teste de campo foram 360.000 km no-

14

radoras de aço nos sistemas das embreagens de câmbio. A embreagem de câmbio consiste em um sistema multiplaca com disposição alternada de atrito e placas separadoras de aço imersas em ATF. Em condições nor-


A

B

C

D

Código do óleo

Bases estrangeiras R DEXRON III

Bases estrangeiras R DEXRON II

Bases estrangeiras multiveiculares

CV otimizado Bases Locais

Distância (Km)

385.410

202.670

378.007

315.583

Embreagens de entrada (1ª/2ª)

6 pontos quentes

5 pontos quentes

Sem pontos quentes

2 pontos quentes

Estabilidade de cisalhamento KV a 100c 30.000 Km

Baixa 4,9

Boa 6,1

Boa 6,0

Boa 5,9

Embreagens do freio/retardador

Aceitável

Aceitável

Boa

Boa

Tabela 1

mais, ou quando tudo está funcionando suavemente, a

re que há oportunidades para que a otimização de fluido

temperatura interfacial entre as duas superfícies de desli-

atenda às necessidades de aplicação específicas de cada

zamento encontra-se em uma certa faixa que não ameaça

região, conforme indicado pelo ciclo de serviço pesado

a durabilidade do material. No entanto, em aplicações de

avaliado pelos BRTs em São Paulo. Felizmente, ao ajudar a

serviço pesado, pode ocorrer a distribuição desigual de

cumprir os requisitos regionais, os pacotes de aditivos são

carga ao longo da superfície. Como resultado, altas tem-

disponibilizados para uso em bases locais, fornecendo um

peraturas localizadas são criadas e podem surgir pontos

desempenho excelente em aplicações severas.

quentes. Como os materiais de atrito têm certos limites de temperatura, a formação de um ponto quente é um indi-

Usando o fluido certo para a aplicação desejada

cador de possível degradação do material de atrito, que resultaria em transferência insuficiente de torque, gerando

À medida que mais ATs e AMTs ganham espaço no

problemas de câmbio prematuros durante o engate da

mercado, os proprietários de frota precisam certificar-se

embreagem. Além disso, pontos quentes excessivos nas

de que os fluidos de transmissão certos estejam sendo

placas de aço também poderiam indicar vitrificação dos

usados para atender às demandas específicas de sua

materiais de atrito, o que provoca deslizamento da embre-

frota. Garantir o uso do fluido adequado irá, sem dúvida,

agem e falha no câmbio.

prolongar muito a durabilidade do veículo e aumentar

O uso do ATF correto fornece a lubrificação e a

seu desempenho geral.

estabilidade térmica necessárias para prevenir a elevação da temperatura e a criação de pontos quentes, além de proporcionar o desempenho eficiente e a longevidade da transmissão. Assim, se observarmos agora os resultados do teste

Dave Pristic é gerente Regional de Negócios para Driveline, da Lubrizol Corporation.

de campo na Tabela 1, as diferenças de desempenho tornam-se evidentes entre os vários ATFs testados. Isso suge15


S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Uma Integração Estratégica

EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A AGENTES QUÍMICOS Por: Newton Richa

A cada dia, a Química adquire

a sociedade brasileira precisar estar

tículas líquidas produzidas pela con-

maior importância na vida moderna,

melhor preparada para desenvolver,

densação de vapores de substâncias

em virtude da crescente aplicação

eficazmente, medidas de prevenção,

líquidas à temperatura ambiente.

de produtos químicos em todas as

diagnóstico precoce e tratamento de

atividades humanas. Com o objetivo

intoxicações.

Em todas essas formas, os agentes químicos tendem à expan-

de celebrar as grandes descober-

Neste artigo vamos tratar da

são no ar. Os gases e vapores ten-

tas e os últimos avanços científicos

exposição ocupacional aos agentes

dem a se expandir indefinidamente,

e tecnológicos da Química, na 63ª

químicos, enfatizando a vulnerabili-

ocupando todo o espaço disponível.

sessão da Assembléia Geral da

dade do nosso aparelho respiratório

Os líquidos evaporam em contato

Organização das Nações Unidas

aos poluentes dispersos no ar.

com o ar e tendem a sofrer projeções

- ONU, 2011 foi proclamado o Ano

Os agentes químicos podem

e derramamentos, bem como a fluir

estar presentes nos ambientes de

para níveis mais baixos. Ao aumentar

Recentemente, o Brasil avançou

trabalho sob a forma de gases, va-

sua superfície de contato com o ar,

para o oitavo lugar como produtor

pores, líquidos e aerodispersóides.

os líquidos passam a evaporar mais.

químico mundial. Em consequência

Os gases se apresentam no estado

As névoas e neblinas têm também

do sucesso do agronegócio, o país é

gasoso a 25º C de temperatura e 760

grande expansibilidade no ar. Os

hoje o maior consumidor de agrotóxi-

mm Hg de pressão. Os vapores cor-

sólidos, na forma microfragmentada,

cos do mundo.

respondem à fase gasosa de subs-

como poeiras ou fumos, tendem a

Deve ser assinalado que, ao

tâncias que, a 25º C de temperatura

se expandir no ambiente, principal-

lado dos efeitos desejados, que jus-

e 760 mm Hg de pressão, são sólidas

mente na presença de correntes de

tificam sua utilização, os produtos

ou líquidas. Os aerodispersóides cor-

ar. As altas temperaturas, comuns

químicos apresentam efeitos tóxicos

respondem a material sólido ou líqui-

nos processos industriais, aumentam

que, dependendo da intensidade

do fragmentado sob a forma de par-

a tendência expansiva dos agentes

da exposição, podem se manifestar

tículas em suspensão no ar, abran-

químicos no ar.

a curto, médio e longo prazos. Os

gendo: poeiras - partículas sólidas

Por intermédio da dispersão

efeitos tóxicos podem corresponder

produzidas pela ruptura mecânica de

aérea, os agentes químicos atin-

a praticamente todas as doenças co-

materiais sólidos; fumos - partículas

gem, passivamente, a zona respi-

nhecidas, desde irritações dos teci-

sólidas resultantes da condensação

ratória dos trabalhadores, conforme

dos, alergias, doenças dos diversos

e oxidação de emissões geradas por

mostra a figura 1.

aparelhos (circulatório, respiratório,

substâncias sólidas submetidas a

Além da expansibilidade aérea

digestivo) e sistemas (nervoso, endó-

altas temperaturas; névoas - partícu-

das substâncias, outros fatores contri-

crino, imunológico), inclusive diversos

las líquidas produzidas pela ruptura

buem para tornar os pulmões a princi-

tipos de câncer. Em razão do exposto,

mecânica de líquidos; neblinas - par-

pal porta de entrada no organismo de

Internacional da Química.

16


S.M.S. Fonte

Trajetória

Trabalhador

ingestão de alimentos no local de trabalho ou da ingestão acidental. Após a absorção por qualquer dessas vias, os agentes químicos entram na circulação sanguínea e podem exercer ação tóxica direta sobre o sangue, bem como sofrer distribuição pelas diversas partes do

Figura 1: Dispersão de produtos químicos no ar do local de trabalho, levando à inalação de poluentes.

organismo, atravessando barreiras formadas por células de diferentes

substâncias tóxicas presentes no ar dos locais de trabalho: 1) a respiração é um

tecidos do organismo.

processo contínuo, ou seja, o homem trabalha e ao mesmo tempo inala o ar ao

Torna-se evidente a importância

seu redor; 2) a área de absorção dos alvéolos pulmonares é imensa, estimada

de proteger a zona respiratória das

em 140 m2, em contato direto com o ar ambiente; 3) inexistência de qualquer

pessoas que trabalham com produ-

barreira entre a zona respiratória e os alvéolos pulmonares; e 4) a espessura da

tos químicos. Para tanto, é necessária

membrana que separa o ar ambiente do sangue nos pulmões é muito delgada,

a colocação de barreiras apropriadas

facilitando a absorção pulmonar.

entre os locais de emissão de produtos químicos e a zona respiratória dos trabalhadores. Tais barreiras devem ser previstas no projeto do empreenFossas Nasais Laringe Traqueia

dimento e colocadas: 1) na fonte de emissão de agentes químicos (enclausuramento da fonte); 2) na traje-

Pulmões

tória de expansão dos agentes químicos no ar por meio de sistemas de exaustão; e 3) complementadas com

Figura 2: A vulnerabilidade dos pulmões aos agentes químicos dispersos no ar. O ar inalado

o uso de equipamentos de proteção

chega facilmente aos alvéolos pulmonares e daí ao sangue

respiratória, conforme o Programa de Proteção Respiratória preconiza-

A tendência expansiva das substâncias no ar associada às características

do pela Instrução Normativa SSST/

anatômicas e fisiológicas descritas fazem dos pulmões a principal via de ab-

MTb nº 1, de 11 de abril de 1994. O

sorção de agentes químicos, responsável por cerca de 90% das intoxicações

Programa de Proteção Respiratória

ocupacionais. Após serem inalados, os agentes químicos podem atingir a circu-

será tema de futuro artigo.

lação sanguínea e se distribuírem por todo o organismo. A pele íntegra pode ser porta de entrada de substâncias constituídas por moléculas pequenas e solúveis em gordura, no estado líquido, que estabeleçam contato direto com ela, ou pelo uso de roupas impregnadas por resíduos químicos. O aparelho digestivo pode funcionar como via de entrada de agentes químicos presentes nas mãos e unhas sujas, bem como em decorrência da

Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP

17

3


Coleta de resíduos sólidos

gerados pelos lubrificantes O importante papel das empresas com o desenvolvimento sustentável Matéria extraída do artigo científico escrito por: Fernanda Martins Pessoa, Pedro Germano, Wellington dos Santos Castro e Higor Correa Gimenes

C

ausando um enorme impacto ambiental, o

Por conter diversos elementos tóxicos (Cromo,

número registrado de embalagens de óleo

Cádmio, Chumbo e Arsênio), o óleo causa danos à saú-

lubrificante descartadas no Brasil chega

de dos trabalhadores que o manuseiam e à população

à média de 730 milhões, sendo 60%

vizinha com a contaminação do ar, água, solo e alimen-

referentes ao óleo automotivo e os restantes 40%, às

tos e causa ainda diversos problemas graves, como

indústrias. Vale notar que o tempo de degradação de

respiratórios, cancerígenos e efeitos adversos na repro-

embalagens é de cerca de 100 (cem) anos, por isso a

dução e desenvolvimento do feto.

importância da conscientização a respeito do problema.

Para o transporte desse tipo de produto são se-

Se em cada frasco “vazio” restar 20 ml de óleo, a cada

guidas duas linhas de pensamento: a econômica e a

ano teremos descartado mais de 8,5 milhões de litros

segurança (Lambert et al., 1998). A primeira diz res-

de óleo no meio ambiente.

peito à área financeira e afeta as decisões comerciais.

Pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, o

Já a de segurança relaciona as atividades sociais,

óleo lubrificante usado é classificado com o código de

como mão de obra, condições de trabalho, manuten-

identificação “F130 – Resíduo Perigoso – Classe I”, com

ção dos veículos, pois quando se refere a produtos pe-

característica de periculosidade T (tóxico) (ABNT, 2004).

rigosos todo cuidado tomado ainda é pouco. Segundo

O óleo lubrificante usado ou contaminado, por não

Ballou (1993), “o bom gerenciamento do manuseio e

ser biodegradável, leva dezenas de anos para desapa-

armazenamento pode resultar, além de segurança no

recer do ambiente e, quando descartado indevidamen-

processo operacional, em percepção dos clientes do

te, causa grandes prejuízos, por exemplo:

comprometimento com a qualidade e consequente fi-

• Um litro de óleo lubrificante usado ou contaminado

delização com a empresa.” Por esse motivo, as pes-

pode contaminar um milhão de litros de água, conta-

soas que atuam nesta área procuram tomar cautelas

mina 1.000 m² de superfície aquosa (forma uma cama-

como: a identificação das unidades no transporte, os

da superficial tóxica que dificulta a passagem de luz e

tipos de embalagens, a rota de veículos e os tanques

as trocas de oxigênio, causa a queda da fotossíntese

de armazenamento, o acondicionamento de forma a

aquática e a morte da fauna e da flora);

poder movimentar o produto suportando os riscos no

• Inutiliza totalmente o solo atingido, tanto para a agricultura, quanto para a edificação; • Causa geralmente poluição hídrica superficial; • Impacta o lençol freático e aquífero (reserva de água potável do futuro). 18

carregamento e descarregamento. Essas atividades são de responsabilidade do exportador, que segue as especificações do fabricante. A atividade de coleta de resíduos sólidos gerados pelo uso de óleos lubrificantes, além da importância


econômica para o país, tem um papel ambiental im-

biental com 32%, e, por último, a parte econômica com

prescindível, gerando diversos benefícios:

15%, sendo a menor concentração das informações,

• Contribui para a redução da poluição.

totalizando os indicadores.

• Assegura a destinação adequada de um resíduo perigoso;

As atividades empresariais que não se adequarem a esse novo método correm riscos de não conse-

• Diminui a necessidade de extração de petróleo

guirem manter-se no mercado.

e reduz a dependência de importação de derivados;

As empresas vêm percebendo que o crescimento

Resolver o problema dos resíduos sólidos pode

do país se reflete diretamente na vida da população, daí

significar uma demanda muito menor por serviços de

a preocupação com a preservação ambiental e a quali-

saúde. A OMS estima que, para cada dólar investido

dade de vida do ser humano. De acordo com Almeida

no saneamento básico, do qual a gestão de resíduos

(2002), uma empresa para ser sustentável deve buscar

sólidos é um dos principais itens, mas não o único,

em todas as suas ações e decisões a ecoeficiência, pro-

podem ser economizados US$4.00 na gestão dos

curando produzir mais e com melhor qualidade, gerando

serviços de saúde.

menos poluição e utilizando menos recursos naturais. A empresa que é partidária dos princípios da sustentabilidade deve ainda ser socialmente responsável, assumin-

Preocupação ambiental e qualidade de vida

do que está imersa num ambiente social no qual influi, ao mesmo tempo em que sofre influência. A motivação dos

O âmbito empresarial se depara hoje em dia com

líderes empresariais deve ser respaldada numa visão de

inúmeras questões, não mais restritas à área econômi-

longo prazo, em que se leve em consideração os custos

ca da empresa. O lucro a ser arrecadado não é mais

futuros e não somente os custos presentes.

fator primordial aos empresários, atualmente foi criado

Vinha (2003) destaca que um número cada vez

um tipo de escada para se alcançar esse lucro, deno-

maior de empresas passou a perceber que o custo

minado atividade sustentável.

financeiro da redução do passivo ambiental, como

A avaliação do Relatório de Sustentabilidade

também a administração dos conflitos sociais, pode

Empresarial (RSE) nos mostra o percentual de partici-

acabar sendo mais alto do que a decisão de respei-

pação em cada área de uma empresa e os pontos que

tar os direitos humanos e o Meio Ambiente. A opção

a organização julga serem os mais importantes.

da empresa de ignorar a dimensão ambiental e social prejudica a imagem que a opinião pública tem sobre a

Gráfico Indicadores por Dimensão da Sustentabilidade (%)

32%

corporação, dificultando inclusive a implementação de novos projetos e a renovação de contratos.

15%

Azevedo ainda (2003), em trabalho anterior, ressalta que, embora algumas empresas demonstrem em suas Econômica

53%

Social Ambiental

Fonte: http://www.ecoeco.org.br

diretrizes que sempre procuraram considerar a proteção ambiental, ao longo do tempo a maioria delas manteve suas políticas voltadas apenas para ganhos econômicos, com posturas predatórias em relação à natureza.

Segundo o gráfico acima, constatamos que a par-

As atividades empresariais que não se adequarem

ticipação da empresa tem uma maior concentração na

a esse novo método correm riscos de não conseguirem

área social com 53%; em seguida temos a área am-

manter-se no mercado. 19


O Seu

Mecânico é

Lubrificador ou Predador? Por: Antônio Traversso Jr.

A

missão até aquele momento transcorria bem, pois os objetivos da visita técnica estavam bastante claros, e o cliente estava satisfeito com as nossas proposições de

melhoria na lubrificação dos motores elétricos que, em verdade, eram milhares em diversos modelos e potencias. Naquela etapa estaríamos testando novas graxas mais modernas que permitiriam uma lubrificação mais eficiente com maiores intervalos de relubrificação. Parecia que tudo sairia bem depois de dois dias de viagem e mais de duas semanas de planejamento e preparação.

Figura 1 - Pino graxeiro do lado acoplado

20


Figura 2 - Tampa do mancal LA após a abertura

Figura 3 - Ventilador após as marretadas

Chegamos ao local do teste quase que ao mes-

sionada e, em seguida, tentamos checar os pontos de

mo tempo das equipes de apoio, inclusive a equipe de

dreno. No lado oposto ao acoplamento, a chapa defle-

lubrificadores de empresa terceirizada que seria instru-

tora e o ventilador não permitiam inspecionarmos o dre-

ída nos novos procedimentos de lubrificação do motor

no de maneira adequada. Tudo indicava que havia algo

elétrico selecionado para o teste. Em poucos minutos

bloqueando o caminho correto da graxa na caixa do

estávamos todos reunidos ao lado do equipamento já

rolamento. Somente uma inspeção detalhada permitiria

desenergizado e pronto para receber a nova graxa e

avaliar o que realmente estava acontecendo.

os novos lubrificadores automáticos. As instruções so-

Todo sistema de lubrificação de mancais de rola-

bre o funcionamento do dispositivo e as quantidades

mento em motores elétricos é projetado de modo que,

de graxa que deveriam entrar nos mancais na etapa

na relubrificação, toda graxa usada/contaminada seja

de pré-lubrificação, visando ao deslocamento da graxa usada, foram igualmente informadas. A curiosidade e o interesse dos mecânicos facilitaram muito a instrução. O trabalho de preparação com a retirada da proteção das correias, para acesso ao motor, transcorreu bem. Em seguida, quando o mecânico começou a bombear a graxa nos pinos graxeiros, verificamos que uma quantidade de graxa usada, que deveria sair ou aparecer nos drenos das tampas dos mancais, não “sangrava” nem dava sinal de saída/drenagem. Uma quantidade significativa

da nova graxa, calculada

como adequada para aqueles tipos de mancal, já havia sido bombeada. Paramos o procedimento de imediato. Naquele momento percebi que poderíamos estar “empurrando” graxa para longe dos mancais de rolamento ou lubrificando mancais que estavam vazios. Imediatamente inspecionamos a bomba de graxa e recalculamos a quantidade de graxa até então impul21


removida das pistas do rolamento e expelida pelo dre-

to provavelmente, já estava começando a entrar no mo-

no. Esse dreno é concebido para permitir a saída da

tor. Em resumo, tivemos que abortar o teste e remover o

graxa usada sem permitir a entrada de poeira e outros

motor para a oficina do cliente mais próxima.

contaminantes. Muitas vezes, na repintura dos moto-

A desolação foi total, pois um simples teste em um

res, esses drenos são parcialmente obstruídos e até

equipamento em produção resultou em 2 dias de para-

mesmo “pintados” totalmente. Por essa possibilidade,

da de produção e atraso nos testes e no cronograma da

decidimos fazer uma inspeção minuciosa.

consultoria. Significou, somente para o cliente, perda

Acionamos o representante do cliente, que nes-

econômica substancial de R$ 20.000,00.

sa altura a tudo observava, e solicitamos autorização

Na abertura do motor na oficina, confirmamos

para acessar as tampas dos mancais diretamente,

a nossa suspeita, isto é, o método de lubrificação

no lado acoplado sem a polia e no lado oposto sem

utilizado até então era inapropriado e estava provo-

a interferência da tampa defletora e do ventilador. O

cando a entrada de graxa no motor.

cliente concordou com a proposição. A retirada da tampa defletora correu bem, mas, na hora de tirar o ventilador, a chaveta estava em-

Finalmente o motor foi reparado, pré-lubrificado e instalado na área operacional com a nova graxa e com o dispositivo de lubrificação automática.

perrada. Resolvemos dar uma parada para avaliar as opções, verificar o ferramental existente e tomar um fôlego, já que a temperatura no ambiente já chegava aos 40°C. Estávamos sob sol a pino. Retornamos em alguns minutos e encontramos um mecânico com uma grande marreta de 5 Kg na mão, dizendo que poderia tirar o ventilador com algumas marretadas. Disse-lhe que não era adequado e que tentaríamos retirar o ventilador com uma ferramenta mais apropriada. Solicitei-lhe que realizasse outra tarefa enquanto o saca não chegava. Fui inspecionar outro equipamento a alguns quilômetros dali e, meia hora mais tarde, retornando ao local,

Figura 4 - Detalhe do dreno

já encontrei o motor sem o ventilador e com a tampa do mancal retirada. A equipe de mecânicos tinha realizado a operação de retirada do ventilador a poder de marretadas. Felizmente no lado acoplado a polia havia sido retirada sem pancada. Naquele momento, após choque, percebi que tínhamos acabado de perder aqueles mancais de rolamento e que qualquer teste de graxa com aquele “quadro” estaria seriamente comprometido. Mesmo assim, resolvemos inspecionar os mancais para verificar por que a graxa não saía pelo dreno. Confirmamos que a graxa estava sendo bloqueada e forçada sobre a placa de vedação dos mancais e, mui22

Figura 5 - A graxa dentro do motor


Figura 6 - A graxa vencendo a vedação

Figura 7 - O motor após o reparo e com o dispositivo instalado

Na viagem de retorno, fiquei pensando na situação vivida, nas lições aprendidas e em como é tênue a linha que separa um mecânico lubrificador de um mecânico predador. A propósito, o seu mecânico o que é?

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e coordenador de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.

23


Tecnologia de ponta em processo de fabricação de graxas lubrificantes por: Luiz Fernando Fraga , Mauri Goçalves e José Cláudio J. Monteiro

Q

uando se fala em graxa lubrificante, para

uma arte, da qual o artesão guardava os segredos a

os leigos, ainda hoje, se pensa em uma

sete chaves. A partir das primeiras décadas do século

coisa pastosa e aderente usada para

passado, houve o contínuo desenvolvimento de equipa-

lubrificação simples, como um trilho de

mentos mais precisos e operados a altas velocidades e

uma porta de armazém ou loja, com a qual se deve

altas temperaturas, gerando a demanda de lubrifican-

tomar cuidado para não encostar e sujar-se. Ao contrário

tes de alta qualidade. Assim, tornou-se necessário um

dos óleos lubrificantes, que têm forte apelo na mídia,

considerável desenvolvimento na química e na produ-

relacionados com o desempenho de carros esportivos,

ção de graxas lubrificantes de alta qualidade. Como

competitivos ou até mesmo com os cuidados do dia a

resultado, a arte da produção de graxas lubrificantes,

dia dos veículos comuns, as graxas lubrificantes são

gradualmente, foi sendo transformada em uma ciência

ilustres desconhecidas para os leigos.

altamente desenvolvida.

Até mesmo para os que estão ligados à área de

O primeiro processo desenvolvido foi o processo de

lubrificação, que sabem por que se utiliza a graxa lubrifi-

tacho aberto, o qual parece uma grande batedeira, como

cante em determinadas aplicações, a tecnologia de suas

a da figura 1, em que todas as etapas da fabricação,

formulações e de seu processamento não é plenamente

como saponificação, dispersão do espessante em óleo

conhecida. Ainda se pensa em produção de graxas lu-

lubrificante e aditivação, são conduzidas em um único

brificantes como a arte de cozinhar, em que o cozinheiro

equipamento. A evolução desse processo foram os ta-

faz o produto em uma panela grande, com uma receita

chos fechados e pressurizados, para acelerar a etapa

secreta e toques de magia. Por ser o produto que é, ima-

de saponificação. Ainda hoje, esses equipamentos são

gina-se a fábrica como um local sujo e desorganizado.

utilizados por todos os fabricantes de graxa, mas com

Realmente, no início, as graxas lubrificantes eram

sistemas de homogeneização mais sofisticados.

produzidas em equipamentos toscos, e o processamen-

O segundo salto em tecnologia foi o desenvolvimen-

to era baseado em experiências empíricas. Ou seja, era

to do Contactor pela americana Stratco Inc. (figura 2). É,

24


Figura 1

basicamente, um reator fechado que,

O terceiro e grande salto

com um eficiente sistema de agitação,

em tecnologia ocorreu com o

promove um melhor contato entre os

desenvolvimento do processo

reagentes e melhor troca de calor.

contínuo, no início da década

Essa qualidade, associada à pres-

de 60 do século passado. Os

surização, acelera significativamente

principais

a etapa de saponificação. Esse sis-

esse desenvolvimento foram os

tema de agitação também promove

engenheiros A. C. Witte e W. B.

uma excelente dispersão para a eta-

Green, da Texaco Inc. A primei-

pa seguinte, a ser conduzida em ta-

ra unidade foi comercializada

cho aberto. Alguns fabricantes ainda

em 1965. Nesse processo, uma

não possuem esta tecnologia.

unidade compacta é alimenta-

responsáveis

por

Figura 2

25


vácuo. O sabão é cizalhado quando passa através de uma válvula, na tubulação de recirculação, formando as fibras, as quais dão a estrutura pastosa, responsável pela retenção do óleo lubrificante nessa massa. Uma bomba remove o sabão, dirigindo-o à seção de acabamento, em que recebe aditivos e mais óleo lubrificante para ajustar a consistência do produto ao grau especificado. Esta seção é composta por uma bomba com capacidade bem superior à vazão da unidade, a qual passa o produto através de uma válvula de cizalhamento, promovendo

Figura 3

um alto grau de dispersão pela passa-

da continuamente por ingredientes,

Os ingredientes graxos e alcali-

gem contínua em recirculação. Dessa

os quais são processados nessa uni-

nos e uma parcela do óleo lubrificante

seção, o produto é dirigido para os

dade em fluxo contínuo e o produto

são dosados para um reator tubular,

tanques de armazenamento, pas-

acabado é dirigido continuamente

mantidos em recirculação e sob alta

sando por um consistômetro, o qual

para tanques de armazenamento (fi-

pressão. A seguir, o sabão (espes-

mede a consistência do produto e

gura 3), pronto para ser embalado.

sante) é dirigido para a câmara de

corrige a quantidade de óleo a ser do-

Um fluxograma simplificado é mos-

desidratação, onde a água do proces-

sada. Todo o processo é monitorado

trado na figura 4.

so, na forma de vapor, é retirada por

por instrumentação, o que garante o

STRACTO vertical grease contactor tanque de acabamento

válvula de controle de pressão

válvula de desvio

embalagem

bomba Figura 4

26

bomba

filtro

homogeneizador


controle contínuo das variáveis do pro-

horas ao dia em, pelo menos, 5 dias

de fluxo mássicos. Tudo isso moni-

cesso. Isto assegura a uniformidade

na semana. Em regime de 24 horas,

torado e controlado por computador,

do produto, reduzindo a variabilidade

o fator de eficiência da unidade é de

através de um software desenvolvido

existente no processo de batelada e

0,9, ou seja, 2.043 kg/hr em regime

no Brasil. O controle mais eficiente de

reduzindo, também, a dependência

de 16 horas, a eficiência cai para 0,7,

todas as variáveis do processo, pro-

da “arte” do graxeiro. O alto grau de

ou seja, 1.589 kg/hr.

piciado pela nova instrumentação da

automação reduz a mão de obra in-

Em 1996, com a dificuldade para

unidade, reduziu muito a variabilida-

tensiva, necessária nos processos de

obter peças de reposição para a ins-

de de processo, dispensando o uso

batelada. A unidade contínua requer

trumentação, o processo foi moderni-

do consistômetro e tornando o pro-

apenas um operador.

zado. Os controladores pneumáticos

cesso muito mais uniforme.

No Brasil, esta tecnologia já é

foram substituídos por eletrônicos, e

Aquela impressão de que “local

utilizada desde 1977, quando foi ins-

equipamentos foram substituídos por

de produção de graxas lubrificantes

talada uma unidade com capacidade

sistemas de última geração, como

é sujo e desorganizado” foi completa-

para 2.270 kg/hr, operada por instru-

bombas dosadoras modernas, envol-

mente anulada, pois o processo contí-

mentos pneumáticos instalados em

vidas em um looping de controle com

nuo é fechado, limpo e organizado.

um painel frontal, na fábrica de gra-

medidor de fluxo mássico, e controla-

xas da Texaco do Brasil. Como todo

dor eletrônico. O misturador de óleos

processo contínuo, é desejável que o

em linha teve sua capacidade au-

regime de funcionamento seja de 24

mentada e foi dotado de medidores

Aditivos para óleo lubrificante

Luiz Fernando Fraga , Mauri Goçalves e José Cláudio J. Monteiro são engenheiros e consultores técnicos para o setor de lubrificantes

A Goaltech Produtos Químicos Ltda. coloca ao seu alcance produtos da mais alta tecnologia. Fornece, além do melhor pacote de aditivos, a assistência técnica para uma formulação de alto desempenho!!

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27


O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2010, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.

Uma estimativa do mercado relativa ao ano de 2010 O mercado aparente 1.298.200 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes

Óleos Básicos: Mercado Total

1.452.800 m3

Produção Local: Refinarias Rerrefino

826.000 m3 603.000 m3 223.000 m3

Importação Exportação

638.000 m3 11.200 m3

m3

Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos

1.277.000 754.000 m3 500.000 m3 23.000 m3

57.800 m3 36.600 m3

Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: * Mercado Total Graxas

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

56.200 t

* Não considerados óleos brancos e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2010/2009 por região (período jan - dez) Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

640

800

2009 2010

720 640 560

560

646.586

400

400

320

412.408 345.865

320

240

39.265

0

GRAXAS

160

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

240

80

571.003 497.355

480

587.640

480

160

2009 2010

129.886 64.246

43.679

0

SUL

SUDESTE

316.047

94.074

NORTE

NORDESTE

104.808

CENTRO OESTE

233.05

225

2009 2010

145.134

77.928

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

250

350 300

194.719

80

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

187.209

2009 2010

200 190.300

288.199

175

250

150 200

125

150 100

100 113.615

75

121.95 86.608

50 0

40.819

SUL

SUDESTE

58.398

48.456

NORTE

65.153

97.059

NORDESTE

63.930

CENTRO OESTE

73.624

50 38.195

25 0

21.629 SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

28

42.569

27.304

35.207 30.587

NORDESTE

CENTRO OESTE


Mercado de Lubrificantes em 2010 (m3)

12,8%

12,4%

21,0%

12,3%

12,2% 14,5% 2,9% 3,2%

Mercado de Graxas em 2010 (t)

7,3%

BR Chevron (Texaco) Shell Ipiranga Cosan (Esso) Petronas Castrol Repsol YPF Outros

18,1% 12,9%

20,3%

10,1%

12,1%

6,8% 9,0%

BR Chevron (Texaco) Ipiranga Ingrax Petronas Shell Cosan (Esso) Outros

10,6%

NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010, que foram retirados desta seção, podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

29


NACIONAIS ALE e Bardahl assinam contrato para distribuição de aditivos O objetivo do contrato firmado entre as duas empresas é garantir exclusividade da venda de aditivos Bardahl entre os revendedores da ALE. O contrato, de três anos inicialmente, envolve a comercialização de três

das mais importantes linhas de produtos da empresa: aditivos de combustível, aditivos de óleo e aditivos de radiador para automóveis. As duas empresas devem investir cerca de R$ 1,5 milhão por ano em divulgação e implementação, esperando gerar negócios da ordem de R$ 60 milhões anuais.

Cientistas da USP produzem biodiesel da borra de café

utilização de etanol como solvente: “Após a extração, o óleo é posto em contato com um catalisador alcalino, que realiza uma reação de tranesterificação, com a qual se obtém o biodiesel”. O estudo concluiu que, com um quilo de borra de café, é possível extrair até 100 mililitros de óleo, o que geraria cerca de 12 mililitros de biodiesel.

A técnica mostrou-se adequada para a produção de biodiesel em pequenas comunidades, para o abastecimento de tratores e máquinas agrícolas. De acordo com a professora da USP e química Denise Moreira dos Santos, a borra do café contém óleos essenciais, e esse óleo é extraído da própria borra por meio da

INTERNACIONAIS A Neste Oil, em conjunto com a Bahrain Petroleum, está em fase final de construção de uma fábrica de óleos básicos do grupo III, no Bahrain, com capacidade de produção de 400 mil toneladas por ano. A planta deverá ficar pronta ainda em 2011 e produzirá produtos com índice de viscosidade entre 121 e 130,

e uma faixa de viscosidade que vai desde 2 cst até 8 cst. Os óleos básicos com 4.3 cst e 5 cst serão especialmente fabricados para serem utilizados para lubrificantes automotivos, com formulações que se enquadrem nas especificações SAE 0W e 5W. Com essa nova fábrica, a Neste Oil elevará sua capacidade produtiva total para 650 mil toneladas por ano.

Catalisadores feitos a partir de bactérias Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, desvendaram os mecanismos que permitem que uma bactéria comum do solo (Desulfovibrio desulfuricans) recupere o Paládio de resíduos industriais. Os catalisadores, à base desse caríssimo metal, são necessários em vários processos, incluindo a limpeza de poluentes tóxicos e a geração de energia limpa. “Nos últi-

mos 10 anos, a demanda ultrapassou consistentemente a oferta”, conta o Dr. Kevin Deplanche que liderou o estudo. As enzimas hidrogenase localizadas na membrana superficial da bactéria são as responsáveis pela redução do Paládio, o que leva ao acúmulo das nanopartículas catalíticas. As células bacterianas revestidas com nanopartículas de Paládio são conhecidas como “BioPd” - uma referência a bio-paládio.

Mais uma planta de Grupo III no Oriente Médio

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Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2011 Fevereiro 3 a 5

NGLI-India Chapter 13th. Lubricating Conference, Ooty – India –www.nlgi-india.org

Fevereiro 24 a 25

15th. Icis World Base Oils Conference – Londres – www.icisconference.com/worldbaseoils

Abril 5 a 6

UNITI Mineral Oil Technology Congress – Stuttgart, Alemanha – www.atiel.org

Maio 15 a 19

STLE Annual meeting – Atlanta, EUA – www.stle.org

Agosto 30 a 02/09

2011 Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting – Kioto, Japão – www.jsae.or.jp /2011pfl

Nacionais Data

Evento

2011 Abril 12 a 15

3ª Edição da Feira de Manutenção e Equipamentos Industriais – Blumenau, SC – www.eurofeiras.com.br

Maio 02 a 06

18ª Agrishow 2011– Ribeirão Preto, SP – www.expo.agr.br/18ª-agrishow-ribeirao-preto

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.



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