Ago/Set 16 Ano X • nº 56 Publicação Bimestral
EM FOCO
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00056
A revista do negócio de lubrificantes
Carros autônomos e a ética experimental Uma discussão sobre responsabilidade, ética e adaptação legal de novas tecnologias. Afinal de quem seria a culpa por um acidente?
Usando óleos de automóveis em motos
Um hábito que pode aumentar custos e reduzir a vida útil do motor.
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Editorial Abordar temas polêmicos e ter a coragem de apresentar opiniões especializadas, mesmo que antagônicas, é obrigação fundamental de um veículo de mídia que se propõe a ouvir o mercado e a ele retornar com informações relevantes. Nossa revista tem se preocupado em seguir essa direção, e trazemos nessa edição uma discussão bastante interessante sobre como novas tecnologias e a evolução das relações humanas podem introduzir dilemas e situações complicadas, sob o ponto de vista ético e social. A revolução cibernética aplicada à área da comunicação tem provocado um grande movimento em torno da compreensão dos valores humanos e da organização de uma legislação adaptada à nova realidade. O advento dos carros autônomos é um dos melhores exemplos, pois sem um condutor ao volante, de quem seria a responsabilidade por um possível acidente? A tecnologia segue evoluindo em meio a uma crise econômica sem precedentes, causando um conflito intenso para os empresários, que precisam acompanhar a evolução do mercado e ter um critério restrito para os investimentos necessários à sobrevivência. Investir em tempos de crise e evitar a defasagem tecnológica, para se manter em um mercado desafiador e competitivo, requer coragem e visão de futuro. Para um meio de comunicação, esse desafio também requer inovação e agilidade, levando aos seus anunciantes e colaboradores a possibilidade de usá-lo como uma ferramenta fundamental para alavancar negócios e proteger a marca de seus produtos no mercado. Com esse conceito, a Editora Onze ouviu o mercado de lubrificantes e toda a cadeia produtiva envolvida, e colocou à disposição das empresas um guia de fácil acesso, que aumenta a visibilidade de seus participantes, o GNLubes. A integração desse guia com o Portal Lubes na internet ampliou de forma exponencial o número de visitas e, consequentemente, a exposição das marcas presentes. O esforço é contínuo, e acompanhar a evolução do mercado em todos os seus aspectos torna-se fundamental para a sobrevivência de qualquer veículo de comunicação que pretende se manter em alto nível de confiabilidade. Essa é a nossa missão.
Os Editores
Publicado por: EDITORA ONZE LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 - parte CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Angela Maria A. Belmiro - reg. 19.544-90-69
Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni
Publicidade e Contato Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 comercial@lubes.com.br
Capa Antônio Luiz Souza Machado da Cunha
Tiragem 4.000 exemplares
Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha
E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br
Revisão Angela Belmiro Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.
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Sumário 6
Carros autônomos e a ética moral Uma discussão sobre responsabilidade, ética e adaptação legal de novas tecnologias.
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Usando óleos de carro em motocicletas
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Controle de Qualidade para lubrificantes
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Saúde, Meio Ambiente e Segurança
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Flexibilidade Moral
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Mercado em Foco
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Programação de Eventos
Um hábito que pode aumentar custos e reduzir a vida útil do motor.
Os desafios dos produtores e importadores para estarem adequados às normas de qualidade do mercado.
A importância da engenharia na prevenção de doenças do trabalho.
Uma reflexão sobre a importância de agir corretamente e os dilemas da vida cotidiana.
Pesquisa da Editora Onze apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes e sua evolução no ano.
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O Culpado é o Mordomo? Os carros autônomos e o dilema ético da nova tecnologia.
Por: Gustavo Eduardo Zamboni
Q
uatro meses atrás li um artigo falando sobre o primeiro acidente fatal com um carro autônomo e os dilemas éticos e de segurança que esse fato levantava. Um caminhão faz um retorno em uma rodovia duplicada e perfeitamente sinalizada na Flórida, quando um automóvel semiautônomo Tesla Model S, vindo pela direita, bate nele, sem sequer diminuir sua velocidade, produzindo-se uma violenta colisão em que o sedã perde sua capota, e seu ocupante, o ex-mariner Joshua Brown, de 45 anos, amante da tecnologia perde a vida. Após a batida, o carro ainda percorreu 400 metros até bater em um poste telefônico. Esse caso está sendo ainda investigado pelo órgâo responsável pela segurança do trânsito norte-americano. Tudo faz pensar que o sistema de autopilot do carro não conseguiu diferenciar o caminhão branco do ceu claro, fazendo o computador tomar a decisão errada e não frear.
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Mas quem foi o culpado dessa morte, se o carro autônomo pretende melhorar a segurança e eliminar as mortes no trânsito? Por que carros autônomos? Os carros autônomos já estão rodando nas ruas e, na próxima década, farão parte do nosso cotidiano. Mas, antes que eles possam ocupar em definitvo nossas ruas e estradas, as montadoras deverão resolver um dilema ético impossível, que será desenvolver um algoritmo responsável e moralmente aceitável. No que se refere à tecnologia automotiva, a ideia de carros autônomos é a moda do momento. Isto não é nenhuma surpresa, pois, ano após ano, os carros incrementam as funções dos computadores como o controle de estacionamento, piloto automático e outros. Sendo assim, mais cedo ou mais tarde o conceito do controle total da direção seria
mesmo que isto signifique sacrificar os ocupantes do veículo, ou talvez deveria proteger os ocupantes do veículo a qualquer custo? Outra alternativa poderia ser escolher aleatoriamente a manobra a ser realizada. É claro que a resposta a este tema é crucial para definir a aceitação da sociedade para esses veículos. Quem compraria um carro programado para matar o próprio dono? Para ajudar nesse dilema, encontramos o trabalho do grupo de Jean François Bonnefon, da Escola de Economia de Toulouse, França. Eles afirman que, apesar de não existir uma resposta certa para essa pergunta, a opinião pública desempenhará um papel vital para definir a aceitação de carros autônomos. Seu trabalho pretende descobrir qual é a opinião do público utilizando a nova ciência da Ética Experimental, que consiste em apresentar dilemas éticos para um grande número de pessoas e checar suas respostas sobre como o conjunto da sociedade se posiciona frente à interrogação apresentada. Segundo eles afirmaram, “nossos resultados são uma primeira ofensiva sobre os delicados temas levantados para criar algoritmos morais para os veículos autônomos”. A natureza do dilema
inevitável. Ninguém tem dúvida de que estes carros serão mais seguros, limpos e com menor consumo que os veículos atuais. Porém, por enquanto, podemos afirmar que nunca serão TOTALMENTE seguros. Mas por quê?
Imagine que você compra um carro autônomo e, em um dia qualquer, um grupo de 10 crianças se joga para atravessar a rua na frente do seu veículo. Seu automóvel não tem mais tempo de frear, porém pode
Você compraria um carro programado para sacrificar o proprietário? Como as montadoras deveriam programar um carro para agir em caso de um acidente inevitável? Por exemplo: o computador de bordo poderia ser programado para minimizar as perdas de vidas de pedestres
Possíveis dilemas morais que os carros autônomos precisarão enfrentar: quantas vidas valem mais?
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evitar o atropelamento virando à direita e se jogando contra uma parede. Mas isto certamente matará você que está dentro do veículo. O que o carro deve fazer? 1. Abordando o problema pensando em minimizar a perda de vidas, matar só o motorísta é melhor que matar 10 pedestres. Porém esta abordagem não estimulará ninguém a comprar um carro programado para matá-lo. Assim, mais gente continuará usando os carros manuais já envolvidos em inúmeros acidentes com mortes. Beco sem saída. 2. E se entre as criaças estivesse seu filho? Você manteria a mesma opinião? O grupo de Bonnefon está tentando solucionar esse dilema ético avaliando a opinião de muitas pessoas, já que consideram que as pessoas tendem a concordar com ideias alinhadas com os próprios pensamentos. Dessa forma, apresentaram o problema para milhares de pessoas utilizando o Amazon’s Mechanical Turk, alterando diversos cenários e condições. Mudaram também o número de pedestres que poderiam ser salvos e, por fim, pediram às pessoas que se colocassem no lugar do piloto e também de uma pessoa anônima. Os resultados são interessantes quando são previsíveis. Assim, em geral, as pessoas se sentem confor táveis com a ideia de programar os carros para minimizar as mortes. Porém, em princípio, eles visualizam a situação com outros comprando veículos autônomos e não sendo eles expostos à situação, conlui Bonnefon. É aqui que enfrentamos um paradoxo, já que as pessoas são a favor de programar o carro para sacrificar o ocupante para salvar outras vidas, desde que não sejam eles que tenham que dirigir o veículo. 8
Outros temas que Bonnefon afirma que devem ser discutidos no futuro são a natureza da incer teza e a atribuição da vergonha. Segundo seu grupo de pensadores, isto levanta inúmeros temas a serem abordados e discutidos, como, por exemplo: 1. É aceitável que um carro vá de encontro a uma parede para evitar uma batida contra uma moto, considerando que a chance de sobreviver à batida é maior para o passageiro do veículo do que para o motociclista? 2. As decisões devem ter diferente peso quando dentro do veículo existem crianças? 3. Se a montadora oferecer diferentes versões do seu algoritmo moral de direção e o comprador do veículo escolhe o mais simples deles, o motorísta deve se culpar pelas consequências e os danos físicos ou materiais das decisões do algoritmo?
Estes problemas não podem ser ignorados, afir ma o time de Jean François Bonnefon: “Já que estamos à beira de endosar milhões de veículos autônomos, é urgente a necessidade de levar mos a sér io a moralidade desses algor itmos”.
Referência: arxiv.org/abs/1510.03346 : Autonomous Vehicles Need Experimental Ethics: Are We Ready for Utilitarian Cars?
Gustavo Eduardo Zamboni é Engenheiro Industrial, formado pela Universidade Nacional de Buenos Aires - Argentina, com pósgraduação em Marketing e Análise de Sistemas
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É Conveniente Utilizar em Motocicletas...
... Óleos Lubrificantes para Veículos de Passageiros? Por: Marcos Thadeu Giacomini Lobo
Há diferenças construtivas relevantes entre veículos de passageiros e motocicletas 4T. Este artigo abordará as diferenças entre os motores e as possíveis consequências do uso do mesmo óleo para ambos os veículos. 10
Fotos 1/2 - É conveniente utilizar o mesmo óleo lubrificante?
O
ideal, para formuladores de óleos lubrificantes e usuários, seria que se pudessem se utilizar os mesmos óleos lubrificantes em motores de combustão interna Ciclo Otto 4T de veículos de passageiros e motocicletas. Contudo, existem diferenças técnicas fundamentais e desafios únicos nesta questão, sendo necessário, desta forma, o uso de produtos dedicados para motocicletas. No âmago da questão, estão diferenças construtivas entre os dois tipos de veículos. Em motocicletas 4T, o motor de combustão interna Ciclo Otto 4T, a embreagem úmida e a caixa de mudanças estão encerrados em compartimento único, e, como resultado, todos os citados componentes são lubrificados pelo mesmo óleo lubrificante. Nos veículos de passageiros, porém, o motor de combustão interna Ciclo Otto 4T, ao contrário das motocicletas, é separado da caixa de mudanças e da embrea-
Fotos 3/4 - Há diferenças construtivas relevantes entre veículos de passageiros e motocicletas 4T
gem. Dessa forma, são lubrificados por óleos lubrificantes distintos. Podemos apontar algumas diferenças básicas entre a arquitetura mecânica de veículos de passageiros e motocicletas 4T, conforme mostrado no quadro 1. O tipo de sistema de arrefecimento, a faixa da densidade de potência e a rotação do motor de combustão interna Ciclo Otto 4T influenciam diretamente na formulação do óleo lubrificante. Muitas motocicletas 4T são refrigeradas a ar (especial11
VEÍCULOS DE PASSAGEIROS
MOTOCICLETAS 4T
1. Motor de combustão interna Ciclo Otto 4T refrigerado por líquido de arrefecimento
1. Motor de combustão interna Ciclo Otto 4T refrigerado a ar ou líquido de arrefecimento
2. Cárter com maior volume de óleo lubrificante (menor stress sobre o óleo lubrificante)
2. Cárter com menor volume de óleo lubrificante (maior stress sobre o óleo lubrificante)
3. O óleo lubrificante do motor de combustão interna, da caixa de mudanças e da embreagem (quando necessário) são produtos distintos
3. O motor de combustão interna, a caixa de mudanças e a embreagem úmida são lubrificadas conjuntamente pelo mesmo óleo lubrificante
4. Menores rotações
4. Rotações mais elevadas
5. Densidades de potência menores e, em face disto, maiores periodicidades de troca do óleo lubrificante
5. Densidades de potência mais elevadas que causam mais stress ao óleo lubrificante e demandam menores períodos de troca do óleo lubrificante
Quadro 1
Foto 5 - Particularidades do óleo lubrificante utilizado em motocicletas 4T
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mente os modelos de menor potência com menos cilindros) e operam, portanto, em faixas de temperatura mais elevadas. Por outro lado, motores de combustão interna Ciclo Otto 4T utilizados em carros de passageiros empregam líquidos de arrefecimento e são capazes, dessa forma, de manter a temperatura mais estável, operando, geralmente, com faixas de temperatura mais estreitas. Motores de combustão interna Ciclo Otto de motocicletas 4T refrigeradas a ar são mais propensos a oscilações mais amplas de temperatura e trabalham a temperaturas bem mais altas. Por fim, cárteres de motocicletas 4T são, geralmente, menores que os de carros de passageiros, o que significa menor volume de óleo lubrificante utilizado e, dessa maneira, temperaturas de operação de óleo lubrificante mais elevadas. As diferenças anteriormente mencionadas contribuem para que as motocicletas 4T operem em ambientes mais severos que os de carros de passageiros, reafirmando o conceito que motocicletas 4T tem particularidades do ponto de vista da lubrificação. As seguintes considerações referentes ao assunto devem ser levadas em conta: - a adequada formulação de óleos lubrificantes para motocicletas 4T é de extrema importância, em vista das condições de operação extremamente hostis. Os óleos lubrificantes devem assegurar durabilidade aos componentes móveis do motor de combustão interna Ciclo Otto 4T sob altas temperaturas de trabalho, longa vida às engrenagens da caixa de mudanças, prevenção do deslizamento dos discos da embreagem e proporcionar melhorias no consumo de combustível.
Foto 7 - Motocicletas 4T demandam produtos dedicados
- falta de entendimento das questões técnicas envolvidas; - facilidade logística; - problemas referentes a custos.
Foto 6 - Motor de combustão interna de motocicleta 4T em corte
- modernos óleos lubrificantes para motores de combustão interna Ciclo Otto 4T utilizados em veículos de passageiros utilizam aditivos modificadores de atrito para satisfazer exigências de economia de combustível que podem impactar adversamente o funcionamento da embreagem em motocicletas 4T. Assim sendo, esses óleos lubrificantes não são adequados para uso em motocicletas 4T que utilizem embreagem úmida. Três razões básicas levam ao uso de óleos lubrificantes utilizados em motores de combustão interna Ciclo Otto 4T de carros de passageiros em motocicletas 4T:
Porém, as três razões acima mencionadas não sobrepujam o fato de que óleos lubrificantes utilizados em motores de combustão interna Ciclo Otto 4T de veículos de passageiros não provêm performance adequada em motocicletas 4T. Utilizar óleos lubrificantes dedicados para motocicletas 4T é a maneira correta de garantir longa vida útil ao equipamento, condução satisfatória e baixos custos de manutenção.
Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.
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Controle de Qualidade: Um desafio constante para a indústria de lubrificantes Por: Manoel Honorato
N
os dias de hoje, devido a um amplo mercado e à grande concorrência em diversos setores, podemos observar uma procura contínua pela melhoria da qualidade de serviços e produtos como fator de maior produtividade e diminuição de desperdícios, dentre outras inúmeras vantagens. Para demonstrar confiança nos resultados obtidos, os laboratórios buscam estabelecer sistemas de gestão da qualidade por meio de sua acreditação junto a órgãos certificadores. O mercado brasileiro de lubrificantes tem enfrentado grandes desafios para se adequar às mudanças, considerando os avanços tecnológicos, as maiores exigências dos consumidores e, principalmente, a legislação vigente, controlada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O que se tem observado é, desde o começo de 2014, uma alta porcentagem de indeferimentos nas solicitações de registro de óleos lubrificantes, graxas e aditivos, que repre-
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sentam mais de 50% dos processos analisados. A introdução de novos parâmetros e novas exigências colocadas pela publicação da Resolução ANP 22/2014, que revogou a Resolução ANP 10/2007, aumentou consideravelmente o nível de qualidade de produtos e serviços no mercado, mas trouxe consequentemente novas obrigações a produtores, importadores e tercerizadores. O desafio foi maior ainda para os pequenos players, que tiveram que se adaptar com investimentos e mudanças de procedimentos, principalmente na área de Controle de Qualidade. Ensaios de laboratório: um ponto crítico Os ensaios laboratoriais, embora não garantam de forma inequívoca o desempenho satisfatório do produto, pois apenas a aplicação prática demonstra o pleno funcionamento do óleo, permitem ter uma ideia satisfatória dos atributos do lubrificante e, portanto, são de extrema importância para o
controle de qualidade e o registro necessário junto à ANP. Existe uma série de ensaios mínimos que são requeridos e devem ser obrigatoriamente reportados para cada tipo de aplicação especifica. Dessa forma, podemos verificar a existência de algumas rotinas de análise de laboratório executadas pelas empresas produtoras e importadoras, e as normas e métodos utilizados, que garantem sua credibilidade e padronização. As normas asseguram as características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambiabilidade, bem como respeito ambiental, e tudo isto ocasiona um custo econômico que precisa ser bem analisado.
Hierarquia e Órgãos Regulamentadores hh Norma internacional (ISO - International Organization for Standardization); hh Norma americana (ASTM-American Society for Testing and Materials); hh Norma alemã (DIN - Deutsches Institut für Normung); hh Norma nacional (ABNT/NBR- Associação Brasileira de Normas Técnicas); hh Norma internas da organização.
A qualidade de um bom lubrificante exige alguns critérios de conhecimento sobre as normas utilizadas para a realização das análises. Podemos afirmar que um produtor que preza pela qualidade precisa, no mínimo, atender às seguintes necessidades: 1234-
garantir resultados; prestar bons serviços; possuir analistas competentes; possuir instalações adequadas.
Calibração de equipamentos A calibração é um procedimento feito em equipamentos de medidas de precisão, que são monitorados regularmente, a fim de comprovar sua eficácia. Esse procedimento, ao contrário do que o nome possa sugerir, não é um procedimento de manutenção destes equipamentos e, sim da verificação de sua precisão. Um laboratório deve apresentar um programa de calibração para todos aqueles equipamentos que possam comprometer o resultado do ensaio. Essa calibração deve ser realizada por laboratórios competentes que façam parte da Rede Brasileira de Calibração (RBC), um grupo de laboratórios coordenados pelo Inmetro. Os laboratórios credenciados pela RBC fornecem o laudo de calibração, que garante a precisão do equipamento e a confiabilidade do processo. Para se efetuar um procedimento de calibração correto, deve-se preparar uma relatório com, no mínimo, as respostas às seguintes perguntas: h h Quais equipamentos necessitam de calibração? (devem ser selecionados aqueles acessórios que podem interferir nos resultados do laboratório); h h Qual a periodicidade da calibração? h h Como é a programação da calibração? (de maneira a não interferir nos trabalhos do laboratório); hh Qual a avaliação dos certificados de calibração? (os resultados da calibração devem ser comparados com os critérios de aceitação estabelecidos pelo laboratório); h h Como agir, caso o resultado da calibração não atenda ao especificado? 15
cíficos para isso. Esses procedimentos devem ser baseados em metodologias oficiais, como a ABNT 14883:2005. Efetuar um bom plano de amostragem é fundamental, com adoção de métodos oficiais para garantir a integridade e representatividade da amostra. Os principais itens a serem levados em consideração em uma amostragem correta são:
Critérios de amostragem A norma ABNT 14883:2005 descreve os procedimentos para se obterem manualmente amostras representativas de produtos de petróleo no estado líquido, semilíquido ou sólido, cuja pressão de vapor nas condições normais do ambiente seja inferior a 101,3 kPa. A coleta das amostras pode ser feita a partir de tanques, tubulações, tambores, barris, latas, tubos, sacos, tachos e fluxo livre. Essa norma trata, em detalhes, dos vários fatores que devem ser considerados para a obtenção de amostras representativas, tais como: os ensaios analíticos a serem realizados, os tipos de recipientes de amostra a serem utilizados e instruções específicas para materiais especiais a serem amostrados. O preparo da amostra também é de grande importância no processo, e, quando necessário, o laboratório deve apresentar procedimentos espe-
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hh Os pontos de amostragem, em número e posições estratégicas; hh A profundidade da amostragem e a quantidade necessária de amostra. Além disso, a descontaminação dos equipamentos de amostragem é imprescindível, assim como o armazenamento da amostra. Por se tratar de der ivados de petróleo, temos sempre que considerar alguns aspectos característicos dos produtos, que podem trazer alguma influência nas amostras, tais como: volatilidade, degradabilidade, suscetibilidade à luz, higroscopicidade e explosividade. Assim sendo, o transpor te da amostra tor na-se também de grande impor tância, pois parâmetros como o acondicionamento e a temperatura a que a amostra é submetida, a embalagem adequada ao produto em questão e a identificação única e inequívoca para cada amostra retirada tor nam-se fundamentais. Um bom laboratór io deve possuir procedimentos de amostragem, identificando e avaliando qualquer anomalia na amostra que possa comprometer o ensaio, e registrar o recebimento dela com a codificação própr ia para cada uma. Deve também estabelecer procedimento para ar mazenagem adequada das amostras, cr iando um sistema de “cadeia de custódia” para controle de localização dessas amostras. Além do ar mazenamento adequado, é necessár ia a existência de procedimentos para garantir que os meios de ar mazenagem sejam confiáveis.
A influência do analista É de extrema impor tância a familiaridade do analista com o equipamento. Os ensaios devem ser realizados por profissionais qualificados, utilizando os procedimentos operacionais dos equipamentos e procedimentos próprios dos ensaios realizados. Investir em capacitação e retenção de talentos é um grande diferencial para o laboratório e até mesmo para a empresa que quer se destacar no mercado por um trabalho eficiente, confiável e
reconhecido. O profissional que se prepara e se aprofunda no conhecimento das normas e procedimentos pode detectar possíveis problemas, tanto em equipamentos como nos próprios métodos utilizados. O mercado está cada vez mais exigente, e a legislação, mais restritiva, principalmente no tocante à qualidade. Por tanto, produtores, impor tadores e prestadores de serviços precisam estar atentos a todos os parâmetros que envolvem o Controle de Qualidade de suas empresas e fornecedores, para que os desafios técnicos e legislativos sejam encarados com firmeza e tranquilidade.
Manoel Honorato da Silva Filho é formado em Química e em Administração de Empresas, Membro da Comissão de Lubrificantes do IBP e Sócio da Consultoria Honorato Serviços Combinados Ltda
Por trás de seu sucesso existe um mundo de testes Lubrizol com sua inigualável rede de testes contribui para isto. Através de investimento e comprometimento em realizar testes de campo em todo o mundo, como parte do desenvolvimento e validação de nossas tecnologias, serve como garantia de desempenho de seu fluido, quando e onde você precisar.
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S.M.S.
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SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA
Uma Integração Estratégica
A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS DO TRABALHO Por: Newton Richa
A saúde da população é um pré-requisito para o seu bem-estar, prosperidade econômica e produtividade coletiva. Por essa razão, a abordagem estratégica Juntos por Saúde (Together for Health), adotada pela União Europeia no período 2008-2013, tem como um dos princípios fundamentais A Saúde é a Maior Riqueza. Nesse contexto, deve-se ressaltar a importância estratégica da saúde do trabalhador para o desenvolvimento dos países, uma vez que visa proteger a população economicamente ativa, responsável por gerar recursos para o consumo de todos, que incluem as crianças, os idosos e os incapacitados. Perdas humanas causadas por acidentes e doenças do trabalho na União Europeia Segundo o estudo Expert forecast on emerging chemical risks related to occupational safety and health, publicado em 2009 pela Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho, em 27 países da União Europeia, morrem, a cada ano, cerca de 167 mil trabalhadores em consequência do trabalho. Desse total, a mortalidade anual por acidentes do trabalho foi de cerca de 7.500, enquanto a mortalidade por doenças do trabalho correspondeu a cerca de 159.500, quer dizer, 21,66 vezes maior, conforme figura 1. 18
Mortalidade anual por doenças do trabalho: 159.500
Mortalidade anual por acidentes de trabalho: 7.500
Figura 1- Mortalidade pelo trabalho na União Europeia, 2009
A Epidemiologia, disciplina básica da Saúde Pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença, estabelece que, se determinado agente é responsável por um certo número de mortes na população, ele é também responsável por números crescentes de casos de incapacidades permanentes, incapacidades temporárias, doenças em fase inicial e situações iniciais de exposição, como mostra a figura 2. Isto significa que as perdas humanas decorrentes das doenças do trabalho são muito superiores ao que se estimava. O processo gerador de acidentes e doenças do trabalho A Engenharia exerce um papel preponderante nos processos produtivos, que transformam as
S.M.S. Gravidade Morte
Incapacidade permanente Incapacidade temporária Doenças não causadoras de absentismo Início dos sintomas e sinais. Alterações de exames complementares População exposta Figura 2- Impacto global das exposições ocupacionais nos trabalhadores
matérias- primas em produtos, com possibilidade de impactos negativos nas instalações e equipamentos, nas pessoas e no ambiente, conforme retrata a figura 3. A maioria dos processos produtivos permite a liberação de materiais e energias no ambiente
interno em que se encontram os trabalhadores, enquanto muitos outros permitem a emissão de materiais e energias também no ambiente externo, gerando poluição ambiental. Os materiais liberados consistem em gases, vapores, líquidos e material particulado, sob a forma de poeiras e fumos, que podem ser inflamáveis, explosivos, radioativos, corrosivos, asfixiantes, alergênicos, cancerígenos, mutagênicos e tóxicos para a reprodução. Por sua vez, as energias são emitidas sob a forma de calor, ruído, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, também com alto potencial de dano para as pessoas, as instalações, os equipamentos e o meio ambiente. Como mostra a figura 4, dependendo da intensidade das energias e da concentração dos materiais liberados, podem ocorrer danos de curto, médio e longo prazos: à saúde da força de trabalho e das comunidades vizinhas, no âmbito da Saúde; às instalações e aos equipamentos, no âmbito da Segurança e ao Meio Ambiente, no contexto propriamente dito. Desse modo, os processos produtivos podem, de forma simultânea, impactar negativamente a saúde dos trabalhadores e das comunidades vizinhas, a segurança operacional e o meio ambiente. Esta é uma das justificativas para a gestão integrada de SMS.
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Efeito de curto prazo
IMPACTOS DO PROCESSO PRODUTIVO NAS ÁREAS DE SMS MatériasPrimas
Processo Produtivo
Produtos
Intensidade da energia ou concentração do agente químico
Efeito de médio prazo Efeito de longo prazo
MATERIAIS E ENERGIAS Figura 4- Danos de curto, médio e longo prazos relacionados aos processos produtivos
Instalações e Equipamentos
Meio Ambiente Pessoas: Empregados Vizinhos Consumidores
Figura 3- Impactos do processo produtivo nas áreas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS)
Os danos pessoais, materiais e ambientais podem surgir em diferentes prazos, em função do tipo de exposição. Maiores intensidades de energia ou concentrações de agentes químicos provocam efeitos de curto prazo (acidentes), enquanto intensidades ou concentrações baixas, mas de forma repetida, levam a efeitos de longo prazo (doenças). Intensidades 19
S.M.S. AGENTES QUÍMICOS
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Fonte: produção, transporte, armazenagem, utilização e descarte de produtos químicos. Apresentação
Trajetória
Contato no corpo Aparelho respiratório
Dispersão aérea
Gases e vapores
Líquidos
Sólidos microfragmentados
Evaporação
Dispersão aérea
Aparelho respiratório
Projeção
Aparelho respiratório
Derramamento
Evaporação e dispersão aérea
Vazamento
Contato direto
Pele e olhos
Ingestão acidental
Aparelho digestivo
Processos mecânicos: poeiras Dispersão aérea
Aparelho respiratório
Processos térmicos: fumos
Todas as formas de apresentação possuem tendência à expansão no ar.
AGENTES FÍSICOS Fonte: utilização de equipamentos, máquinas, materiais e instrumentos em geral. Tipo
Trajetória
Contato no corpo
Ruído
Expansão no ar, líquidos e sólidos.
Ouvidos
Vibração
Equipamentos e instalações.
Localizada ou de corpo inteiro
Clima
Condução Ar, líquidos e sólidos.
Corpo inteiro
Convecção Ar
Corpo inteiro
Calor/Frio
Equipamentos Irradiação
Ar
Equipamentos (Expansão Direcional) Radiações ionizantes
Áreas expostas Localizado ou de corpo inteiro Aparelho respiratório
Substâncias radioativas (trajetórias dos agt. químicos)
Pele Aparelho digestivo
Radiações não ionizantes
Radiação solar e equipamentos (Expansão Direcional)
Áreas expostas
Pressões anormais
Manuseio de cilindros de gases
Áreas de contato
AGENTES BIOLÓGICOS Fonte: pessoas (doentes e portadores sãos), ar, água, alimentos e vetores. Tipo
Trajetória
Contato no corpo
Vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes (helmintos)
Ar
Aparelho respiratório
Água e alimentos
Aparelho digestivo
Vetores (insetos)
Pele
Animais peçonhentos
Contato direto com o corpo do trabalhador
Pele
AGENTES ERGONÔMICOS Condições de trabalho: levantamento, transporte e descarga de materiais; mobiliário; equipamentos; movimentos repetitivos; condições ambientais do posto de trabalho: desconforto térmico e iluminação inadequada; ritmo e organização do trabalho.
Atividades (Prescrito) X Tarefas (Executado)
Características físicas e psicológicas humanas: antropométricas, perceptivas e cognitivas.
Quadro 01 - Exposição ocupacional a agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos
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Sobrecarga física Sobrecarga mental
S.M.S. ou concentrações intermediárias causam efeitos no médio prazo, segundo a lógica da proporcionalidade inversa. Este quadro aplica-se, também, aos agentes ergonômicos, mas não se aplica aos agentes biológicos que apresentam características específicas. O Quadro 01 reúne os principais aspectos relacionados à exposição ocupacional a agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos que podem estar presentes nos locais de trabalho. O papel estratégico da Engenharia na prevenção de doenças do trabalho A Higiene Ocupacional é a ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos nos locais de trabalho, constituindo o principal instrumento de prevenção de doenças do trabalho. A Higiene Ocupacional preconiza a ação preventiva antecipada fundamentada no planejamento dos processos, equipamentos, máquinas e locais de trabalho, incluindo: 1) avaliações dos impactos dos novos processos de trabalho; 2) escolha de tecnologias,
Nós protegemos os
recursos naturais.
E você?
processos, máquinas e equipamentos que produzam o menor risco possível para a saúde, a segurança e o ambiente, com acesso fácil e adequado para limpeza e manutenção; 3) localização apropriada dos locais de trabalho e permanência dos trabalhadores; e 4) inclusão dos sistemas de prevenção e controle necessários, inclusive tratamento de efluentes e resíduos tóxicos, no projeto dos locais de trabalho. Tais fatos evidenciam a importância primordial da Engenharia na prevenção das doenças do trabalho, sério problema de Saúde Pública, com forte impacto na economia. Nesse contexto, cumpre assinalar que a formação de engenheiros deve incluir uma competência básica em Higiene Ocupacional, para assegurar a execução futura de projetos dos processos produtivos que considerem, efetivamente, a proteção da saúde dos trabalhadores.
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Newton Richa é Mestre em Sistemas de Gestão (UFF 2009), Professor dos Cursos de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Engenharia de Manutenção da UFRJ
O óleo lubrificante usado só tem um destino legal e ecologicamente correto:
a coleta e o
rerrefino
Ao realizar a coleta e o rerrefino do óleo lubrificante usado* dos veículos e indústrias em todo país, transformando o óleo usado em óleo novo, a Lwart Lubrificantes assume sua responsabilidade na preservação do planeta, impedindo a emissão de www.avanticomunicacao.com
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21 *Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deve ter o rerrefino como destinação final segundo resolução Conama 362/2005.
Flexibilidade Moral A Motivação para Agir de Forma Correta
Por: Antonio Carlos Hencsey
A
dicotomia entre o ético e o não ético funciona perfeitamente em rodas de amigos, porém na realidade o tema é um pouco mais complexo. De forma geral, as empresas possuem expectativas muito polarizadas no que se refere aos preceitos éticos esperados de seus colaboradores. Tão importante quanto conhecer as decisões feitas pelos profissionais que nos representam, é sabermos os motivos que impulsionaram suas escolhas, pois é um contato com eles que saberemos, com maior precisão, o quanto os valores organizacionais serão respeitados, independentemente de qualquer fator interno ou externo. Fazer o certo nem sempre representa uma convergência de valores. Em muitos casos, indivíduos com a flexibilidade moral ampliada aderem às regras pelo medo de uma punição, por impossibilidades em operacionalizar um ato desviante ou por estarem inseridos em uma cultura ética sólida que
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dificulta uma naturalização da ação indevida, sem que, de fato, tenham autonomamente o desejo de agir de maneira correta. Nesses casos, a diminuição do investimento em controles internos, a falta de ceticismo na auditoria, as mudanças estruturais ou departamentais, bem como diversos outros fatores que fragilizem a companhia podem desencadear comportamentos ilícitos que estavam confinados no colaborador, deflagrando uma motivação que já estava presente. O oposto também pode ser verdadei-
ro. Pessoas que possuem alinhamento ético com a organização podem romper a linha e seguir um rumo indesejado simplesmente por não terem a oportunidade de dividir pressões vivenciadas. A cegueira momentânea por identificar caminhos mais adequados para deslocar os seus conflitos ou a impossibilidade real de dar vazão a uma coação de um líder autoritário ou influência de grupos de trabalho, por exemplo, podem levar pessoas boas, colaboradores de boa reputação, a optarem temporariamente pelo desvio de seus caminhos éticos. Nesses casos, não raramente, o sofrimento vivido por este profissional é intenso no processo de tomada de decisão, porém a falta de recursos oferecidos pela empresa para que esse caminhe na linha desejada o força a ter que escolher entre enfrentar ou se submeter às pressões impostas. Canais de denúncia, políticas sólidas, espaços para orientação sobre conduta ética na empresa e até mesmo um acompanhamento e escuta disponibilizado para os colaboradores podem servir de mitigadores de pressões, abrindo outras janelas que permitam tanto o compartilhamento de um problema, como a percepção de saídas éticas para problemas vividos. Muitos leitores devem estar se questionando neste momento e pensando que pessoas corretas enfrentam pressões e não se submetem a elas. Obviamente posicionamentos extremos, indivíduos categoricamente éticos assim como os profissionais sistematicamente predadores, existem e representam comportamentos mais rígidos em seus padrões. Porém a realidade é que um número significativo de colaboradores irá responder às influências positivas ou negativ a s
que a organização lhes proporciona. Só para termos uma ideia, em uma análise teórica da criminologia empresarial podemos dividir os indivíduos em cinco grandes grupos de flexibilidade moral, cada um deles com percepções e motivações distintas para agir ou não agir de forma ilícita. Dessa forma, se empresas desejarem aumentar o sucesso de suas políticas de compliance e manutenção da ética, cabe a elas conhecer um leque de ações que as permitam se comunicar com os diversos tipos de perfis de flexibilidade moral, potencializando assim o sucesso de seus programas e otimizando custos destinados a este tema, tendo em vista que ações direcionadas permitem uma distribuição de recursos mais estratégica e planejada.
Antonio Carlos Hencsey é líder de prática de compliance individual da Protiviti, consultoria global especializada em finanças,
tecnologia,
opera-
ções, governança, risco e auditoria interna
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O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2015, fruto de pesquisa realizada pela Editora Onze junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números de todos os produtores.
O mercado brasileiro de lubrificantes no ano de 2015 Mercado Local Óleos Lubrificantes:
1.374.300 m3
Produção Local: Automotivos: Industriais:
1.375.000 m3 985.000 m3 390.000 m3 38.000 m3 38.700 m3
Importação de óleos acabados: Exportação de óleos acabados: Mercado Total Graxas:
1.320.000 m3
Óleos Básicos: Mercado Local:
48.200 t
Produção Local: Refinarias: Rerrefino:
877.000 m3 641.000 m3 236.000 m3
Importação: Exportação:
490.000 m3 47.000 m3
Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras e Pesquisa Lubes em Foco
Obs: Os óleos de transmissão, de engrenagens e os óleos básicos vendidos à indústria estão incluídos no grupo dos industriais
* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.
Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2016/2015 por região (período jan-set) Mil m3
Análise comparativa por produtos
2015 2016
2015 2016
560
800
480
700 600
Total de lubrificantes por região
Mil m3
630.921
462.234 426.947
400
595.009
500
320
400
240
100
264.482
229.388
30.653
0
GRAXAS (t)
200
INDUSTRIAIS
AUTOMOTIVOS
300 160
165.279
157.657
135.846
80 67.517
27.448
0
SUL
SUDESTE
118.305
95.181
87.746
61.191
NORTE
NORDESTE
CENTRO OESTE
Lubrificantes industriais por região Lubrificantes automotivos por região
Mil m3
Mil m3
350
2015 2016
300 278.843
175
262.349
250
125
150
100 127.050
98.816 54.373
SUL
151.574
75
123.720
50 0
169.286
150
200
100
2015 2016
200
SUDESTE
91.410
71.839
67.570
NORTE
50 25
49.960
NORDESTE
CENTRO OESTE
0
32.161
32.770
28.454
23.461 11.276
SUL
SUDESTE
9.499
NORTE
1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.
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NORDESTE
18.990
16.401
CENTRO OESTE
Participação de Mercado de óleos Ano de 2015
10,0%
25,4%
16,0% 1,6% 1,9% 1,9% 7,9%
14,2% 8,4% 8,6%
Participação de Mercado de Graxas Ano de 2015
14,1%
BR Ipiranga Cosan/Mobil Chevron Petronas Shell Castrol Total Lubrif. YPF outros
19,0%
7,4% 7,6% 15,9% 11,0%
14,4%
14,6%
BR Chevron Ipiranga Petronas Ingrax Shell Cosan/Mobil Outros
NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.
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Programação de Eventos Internacionais Data
Evento
2017 Fevereiro, 15 a 17
21th. ICIS World Base Oil & Lubricants Conference - Londres - Inglaterra: https://www.icisconference.com
Março, 7 a 10
Fuels and Lubes Week 2017 - Cingapura : http://fuelsandlubes.com/flweek/
Maio, 21 a 25
72st.STLE Annual meeting & Exhibition - Atlanta - EUA: http://www.stle.org/
Nacionais Data
Evento
2017 Março, 20 a 24
Plastico Brasil - São Paulo Expo - São Paulo: www.plasticobrasil.com.br
Abril, 04 a 07
Feiplastic - Expo Center Norte -São Paulo: www.feiplastic.com.br/
Maio, 01 a 05
AgriShow - Ribeirão Preto - São Paulo: www.agrishow.com.br/pt/
Junho, 20 a 24
Feimafe - Expo Center Norte -São Paulo: www.feimafe.com.br/
Junho, 20 e 21
7º Encontro Internacional com Mercado - Hotel Florida - Rio de Janeiro: www.portallubes.com
Julho, 18 a 20
MecShow - Serra - Espírito Santo: www.mecshow.com.br/site/2016/pt/home
Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.
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2016