Revista lubes em foco - edição 61

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Jun/Jul 17 Ano X • nº 61 Publicação Bimestral

EM FOCO

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A revista do negócio de lubrificantes

7º Encontro com o Mercado

Resumo, fotos e análise do que foi a 7ª edição do maior evento de lubrificantes da América Latina.

O ambiente contaminando lubrificantes

Umidade e poeira contaminam o óleo, exigindo um eficiente controle, com procedimentos e equipamentos adequados.


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O PORTAL LUBES, o mais novo espaço na internet para a indústria de lubrificantes e também para o público interessado no segmento industrial e automotivo já está no ar. Você encontra em um único local, as mais recentes e importantes notícias relativas ao mercado de lubrificantes, eventos, guia de negócios, revista, além das colunas com opiniões e informações de especialistas do setor.

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Editorial A adaptação das empresas às novas regras de informação implantadas pela ANP vai melhorando com o tempo, e, aos poucos, os ajustes finos vão sendo realizados. O SIMP traz em sua essência uma grande oportunidade para um melhor entendimento dos números de mercado, não somente pelas informações diretas prestadas pelos agentes regulados, como pela possibilidade de cruzamentos de todos os parâmetros envolvidos na movimentação de produtos. Dessa forma, os volumes de óleos básicos se relacionam com a produção de lubrificantes acabados, passando pelo montante de óleo usado ou contaminado coletado, considerando a quantidade dispensada de coleta e os certificados emitidos, chegando até à produção de óleo básico rerrefinado, com os respectivos rendimentos dos processos utilizados. A ANP tem hoje acesso a informações que permitem uma análise profunda dos números do mercado de lubrificantes, o que pode trazer um grande benefício ao controle do mercado e àqueles que querem realmente executar um trabalho sério e ético, desenvolvendo uma competição saudável e eficaz para todos. Acreditamos no trabalho da Agência e queremos que ele se torne realmente uma referência, com um elevado nível de credibilidade, não somente quanto à compilação de dados, mas também com relação à interpretação dos números e às intervenções próprias de um órgão regulador que orienta e moraliza o mercado. Dados agrupados e coordenados transformam-se em informação, que, sendo interpretada, criticada e analisada, gera o conhecimento com o qual podemos fazer projeções e correções de rumo, bem como entender os movimentos do sistema. Cremos que já estamos bem perto de podermos unificar os números do mercado brasileiro de lubrificantes, sem a necessidade de pesquisas independentes, e unindo também os esforços de todos os agentes e inteligências do mercado no sentido de melhorar continuamente as relações comerciais e técnicas do setor, que consolidaria um patamar de respeitabilidade e um terreno fértil para novos investimentos.

Os Editores

Publicado por: EDITORA ONZE LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 - parte CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Angela Maria A. Belmiro - reg. 19.544-90-69

Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha Revisão Angela Belmiro Impressão J.Sholna Reproduções Gráficas Especiais

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Sumário 6 9

Impacto do Biodiesel nos lubrificantes

Lubrizol fala da necessidade de um maior nível de desempenho para os lubrificantes de motores do ciclo diesel.

7º Encontro com o Mercado

Um resumo com fotos e análise de palestras do maior evento de lubrificantes da América do Sul.

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O ambiente pode contaminar os lubrificantes

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Políticas públicas influenciando a saúde

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Ferrografia Direta

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Mercado em Foco

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Especialista mostra como locais úmidos e poeirentos exigem equipamentos e procedimentos adequados.

Artigo mostra a necessidade de prover os dirigentes e gestores brasileiros de uma compreensão abrangente de saúde.

Ferramenta preditiva para evitar surpresas desagradáveis com a quebra inesperada de um equipamento. .

Pesquisa da Editora Onze apresenta os números finais do mercado de lubrificantes em 2016.

Programação de Eventos

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Impacto do Biodiesel nos lubrificantes A necessidade de um maior nível de desempenho para os lubrificantes de motores do ciclo diesel Por: Equipe Técnica da Lubrizol

A

crescente prevalência do biodiesel continuará impactando o mercado brasileiro de veículos pesados. Os lubrificantes com tecnologia mais avançada terão um papel importante nesse segmento em termos de desempenho e de rentabilidade, tanto para os veículos novos como para os antigos. O mercado de veículos pesados no Brasil mudou devido à maior utilização de biocombustíveis nos últimos anos, e não sem razão. A mudança permitiu ao país tirar maior proveito de seus próprios recursos naturais e reduzir a dependência do combustível diesel tradicional importado, ao mesmo tempo em que faz reduções significativas nos níveis de emissões nacionais. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estima-se que o uso de biodiesel tenha ajudado a reduzir a quantidade de CO2 em cerca de 9,6 milhões de toneladas em nível nacional.

E não vamos voltar atrás. O governo brasileiro anunciou planos para um aumento gradual do componente renovável usado no diesel. Até 2019, o conteúdo de biodiesel atingirá 10%, tornando o Brasil um líder mundial no uso de biodiesel para veículos pesados. Há, no entanto, considerações que devem ser feitas junto com esta mudança. Uma das mais importantes é o impacto que o biodiesel tem no desempenho do óleo de motor. A frota circulante no país é ampla e diversificada e embora os veículos mais novos estejam protegidos por lubrificantes de alto desempenho, baseados em especificações recentemente atualizadas pelos OEM, as frotas mais antigas dependem muitas vezes de especificações que não levam em consideração o aumento do teor de biodiesel. As frotas de veículos mais antigos podem se beneficiar de uma aceitação mais ampla por parte da indústria de lubrificantes de nível de desempenho mais elevado. Eis o porquê: Impactos do Biodiesel no Lubrificante O componente renovável do biodiesel brasileiro vem tradicionalmente da soja, um dos recursos naturais mais abundantes do país. No entanto, à medida que a proporção do biodiesel no diesel aumenta até 2019, outros componentes serão cada vez mais utilizados como fonte de matéria-prima nas misturas de biodiesel para

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atingir esse objetivo. Esses componentes incluirão gorduras animais, algodão e outros produtos residuais. Essa diversificação é benéfica em termos gerais, permitindo que o biodiesel seja produzido a partir de uma variedade de fontes, em vez de ser completamente dependente de uma única opção. Existe também o benefício associado à redução do custo de transporte, uma vez que diversas regiões do país podem ser contempladas. No entanto, o aumento no uso de fontes variadas de componente renovável cria complexidade e desafios para o lubrificante. Já foi demonstrado que o aumento do conteúdo do biodiesel no diesel tende a acelerar a oxidação do lubrificante. Além disso, testes de campo demonstraram que a diluição por combustível tende a ocorrer em taxas mais altas na presença de conteúdos mais elevados de biodiesel, impondo mais desafios à estabilidade oxidativa. A oxidação do lubrificante pode ocasionar vários processos destrutivos dentro do motor, incluindo aumento de viscosidade, acúmulo de borra e degradação geral do óleo lubrificante. Esses problemas têm o efeito de reduzir o fluxo de óleo dentro do motor, o que pode levar a consequências catastróficas que devem ser evitadas. Desempenho do Lubrificante no Brasil As questões provocadas pela instabilidade oxidativa nos biocombustíveis tendem a afetar de forma desproporcional as frotas mais antigas que seguem apenas as recomendações mínimas de desempenho API no país. Nos últimos anos, as frotas mais antigas escolheram preferencialmente óleos lubrificantes que atendiam ao nível mínimo de qualidade API CG-4. Quando consideramos os mais variados quesitos de desempenho, um lubrificante que cumpre com as exigências da especificação API CG-4 atende à maior parte das necessidades dos veículos mais antigos - mas somente quando esses veículos estão usando combustível diesel tradicional. O biodiesel complica o quadro com seu maior risco de oxidação, e, à medida que o biodiesel se torna cada vez mais importante, o conteúdo do componente renovável aumenta, e, assim, maiores são os desafios para o lubrificante. Este ano, porém, a especificação API CH-4 substituiu a especificação API CG-4 como o nível de desempenho mínimo exigido no mercado brasileiro de

lubrificantes para motores do ciclo diesel. Esta é uma boa notícia para o mercado, já que os lubrificantes API CH-4 geralmente proporcionam um maior nível de estabilidade oxidativa, mesmo quando interagindo com o biodiesel. O desempenho de oxidação requerido pela especificação API CH-4 é superior ao da especificação API CG-4, demonstrado pelo teste de oxidação sequência IIIF. A especificação API CH-4 requer que o aumento máximo da viscosidade não ultrapasse o limite de 295%, em comparação com o limite de 325% da especificação API CG-4. Contudo, surge outra complicação, uma vez que nem todas as formulações de lubrificantes API CH-4 tenham desempenho equivalentes. Os óleos básicos API Grupo I, que possuem maior disponibilidade no mercado, são inerentemente menos estáveis à oxidação do que os óleos básicos API Grupo II, que são ligeiramente mais caros. Há definitivamente espaço para aumento de desempenho no quesito estabilidade à oxidação em uma formulação API CH-4 quando óleos básicos de maior nível de qualidade são selecionados. Este é um ponto crucial principalmente para as frotas mais antigas, que muitas vezes utilizam lubrificantes que atendam apenas ao nível mínimo de qualidade estabelecido. Superando os desafios com maior desempenho Apostar em um maior nível de desempenho do lubrificante diante do desafio do aumento do uso de bio7


diesel no diesel é uma opção muito clara para os proprietários de veículos pesados no Brasil.

A redução dos custos operacionais é um objetivo importante para os proprietários de veículos pesados, e esse objetivo pode ser alcançado através da manutenção de seus caminhões na estrada por períodos mais longos de tempo. Mas, para usufruir desses benefícios, lubrificantes de alto desempenho devem ser mais prontamente utilizados. Há oportunidades para todas as partes interessadas quando isso acontece. Ao for-

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mular lubrificantes mais robustos usando óleos básicos do Grupo II, as companhias de lubrificante podem obter margens maiores ao fornecer ao mercado um produto de qualidade superior. Ao comprar um produto de qualidade superior, os proprietários de veículos pesados podem recuperar esse custo através de maiores benefícios por meio da redução do tempo de inatividade proporcionado por intervalos de manutenção mais longos e menor necessidade de intervenções para manutenções não programadas. A necessidade de lubrificantes de maior nível de desempenho é clara, e há benefícios para todos. Esta é uma grande oportunidade para as companhias de lubrificantes se posicionarem um passo à frente com relação aos desafios proporcionados pelo aumento do conteúdo do biodiesel no diesel.

Artigo técnico da empresa de adiditos Lubrizol, que oferece suporte aos seus clientes para atualizar portfólio de produtos com formulações de alto desempenho.


O

7º Encontro Internacional com o Mercado – América do Sul da revista Lubes em Foco, reuniu, mais uma vez, as maiores empresas de lubrificantes da América Latina, com importante participação de gigantes internacionais da produção de óleos básicos. O evento foi realizado no Windsor Flórida Hotel, no Rio de Janeiro, nos dias 29 e 21 de junho de 2017, quando foram apresentadas 17 palestras de elevado nível técnico, com as quais os mais de 240 participantes puderam receber informações relevantes sobre o mercado brasileiro e internacional de lubrificantes, e se familiarizar com as mais recentes tecnologias do setor. A palestra de abertura teve a presença já tradicional do Economista-Chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), Guilherme Mercês, que lembrou a importância das

reformas previdenciária, tributária e trabalhista para a retomada do crescimento do país. Analisou também que aumento de alíquotas ou novos impostos teriam efeito contrário do esperado, pois a arrecadação cairia mais do que a atividade: “Reformas são políticas de estado e não de governo”, completou Mercês. O mercado brasileiro O consultor técnico e coordenador da Comissão de Lubrificantes do IBP, Pedro Nelson Belmiro, apresentou alguns números do mercado brasileiro de lubrificantes, que indicam uma certa tendência à estabilidade para 2017, e alertou para um futuro bastante decisivo para a indústria de óleos básicos. O Brasil segue a tendência mundial de crescimento dos óleos lubrificantes de baixa viscosidade e me9


lhor qualidade, o que leva diretamente ao crescimento da demanda por óleos básicos dos grupos II e III, que não são produzidos no país. As refinarias brasileiras só estão preparadas para a produção de básicos do grupo I e também já não têm capacidade de atender nem mesmo ao mercado de combustíveis, o que leva o país a ter que decidir sobre qual caminho seguir: dependência externa, atuando na importação de suas necessidades, ou autossuficiência, com investimentos pesados em novas refinarias. Belmiro lembrou que o mercado mundial está com superoferta de óleos básicos e preços muito competitivos, mesmo p a r a grupos II e III, e que novos investimentos não estão nos planos da Petrobras para os próximos anos, a não ser que surja alguma parceria internacional: “É preciso um novo olhar sobre o óleo lubrificante, que entenda sua importância tecnológica e sua função especial no que se refere a impacto ambiental, durabilidade, eficiência e gastos com manutenção. Deve, assim, deixar de ser visto como uma simples commodity, com um volume irrisório quando comparado aos combustíveis”, lembrou Belmiro. 10

Judith Taylor, a Editora Sênior da ICIS, trouxe ao evento importantes informações sobre o comportamento dos preços dos óleos básicos e as perspectivas para um futuro em que as baixas viscosidades serão o foco principal da indústria de lubrificantes. Os sintéticos e semissintéticos ganharão cada vez mais terreno no mercado, principalmente para atender às exigências de economia de combustível e às legislações ambientais cada vez mais rigorosas. Uma visão importante sobre o impacto da evolução dos óleos lubrificantes nos produtores de óleo foi trazida ao evento pelo Diretor Executivo de Operação e Logística da BR Distribuidora, Marcelo Fernandes Bragança, que mostrou como os desafios para os fornecedores de tecnologia, em busca de maior eficiência energética, aumentam a complexidade da indústria de lubrificantes, implicando maior competitividade e maiores investimentos. O produtor nacional de lubrificantes se depara com ques-


tões estratégicas e de sobrevivência, tais como: Que limite de diferentes produtos e embalagens deve-se ter no portfólio? Compensa ter produção própria para especialidades, ou é mais econômico terceirizar? A qualidade dos óleos básicos também está diretamente amarrada às aprovações do óleo lubrificante, aumentando a complexidade da operação de importação. O processo regulatório no Brasil também traz alguns desafios aos produtores: “A cada nova especificação e a cada novo produto, faz-se necessário o cumprimento de um procedimento bem complexo de registro de produto na ANP. O lado positivo foi o forte avanço na regulação desse mercado, limitando a atuação de empresas inidôneas”, afirmou o diretor. Carros elétricos e autônomos foram a novidade A grande novidade do evento ficou por conta do painel sobre o impacto das novas tecnologias de carros autônomos e elétricos sobre a indústria de lubrificantes no mundo. O painel, coordenado por Pedro Nelson Belmiro, teve inicialmente a apresentação do consultor e diretor da Editora Onze Gustavo Zamboni a respeito de sua pesquisa sobre o tema, chamando a atenção da indústria de petróleo para a realidade elétrica dos veículos ao final

da década de 2030. Zamboni lançou a questão crucial: “Estaria a indústria de lubrificantes preparada para as mudanças tecnológicas na área de mobilidade?” Ele lembra que o boom dos carros elétricos é algo tão real e iminente, que até as companhias de petróleo estão começando a aceitar sua chegada. Alguns números mostram que, até o ano de 2040, mais de 35% das vendas de carros novos serão de veículos elétricos. Entretanto, já em 2023, os carros elétricos reduzirão a demanda global de petróleo em 2 milhões de barris/dia, o que seria similar à crise de 2014. Zamboni mostrou também que, só em 2016, foram vendidos mais de 750 mil modelos da categoria, com a China ultrapassando os EUA em tamanho de frota de veículos elétricos, e a participação desse segmento só tende a aumentar: “Neste mês de junho, governos da China, França, Alemanha, do Reino Unido, dos EUA e de mais cinco países anunciaram um programa chamado “Electric Vehicle Initiative”, que visa estabelecer uma meta de 30% de participação de mercado para carros, ônibus, caminhões e vans movidos a bateria até 2030”, disse Zamboni. Apu Gosalia, vice-presidente de Sustentabilidade e Competitividade Global da Fuchs, fez uma apresentação sobre os movimentos dos mercados e tendências que direcionam para novas tecnologias e susten-

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tabilidade. Segundo Gosalia, todo esse movimento em direção a novos conceitos de mobilidade (e-mobility) trará desafios, mas também oportunidades à indústria de lubrificantes. O diretor de Pesquisa e Tecnologia da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Ricardo Takahira, também participou do painel com a visão da indústria automobilística, mencionando o grande investimento que está sendo feito pelos fabricantes em tecnologias de veículos elétricos, principalmente no desenvolvimento de baterias que terão seus custos barateados com o tempo, tornando muito mais viável o segmento. Entretanto, apontou que os veículos elétricos dependem de políticas públicas para seu desenvolvimento. Takahira ressaltou a realidade da conexão virtual do mundo atual e também que os veículos estão cada vez mais conectados. Brevemente os postos de gasolina serão chamados de postos de energia, e o monitoramento da troca de óleo já é feito por telemetria: “Os serviços telemáticos são a oferta mais atualizada no mercado por grandes players como Microsoft, Google e Apple. GM, FORD e Mercedes utilizam, há muitos anos, aplicativos e inteligência para troca de lubrificante pela telemetria, ou uso de software de monitoração e interação, para alertar o motorista sobre a hora certa de trocar o lubrificante do carro, em função do nível, viscosidade, quilômetros rodados, temperatura e pressão de trabalho, conforme o esforço e condições de uso dos veículos”, comentou Takahira. Rafael Ribeiro, gerente de Mercado para a América Latina da 1- Guilherme Mercês, 2- Pedro Belmiro, 3- Judith Taylor, 4- Marcelo Fernandes Bragança, 5- Apu Gosalia, 6- Gustavo Zamboni, 7- Ricardo Takahira, 8- Rafael Ribeiro, 9- Natália Gonçalves, 10- Martin Curran, 11- Giancarlo Santana Roxo, 12- Mark Wheeler, 13- Mike Brown, 14- Timonthy Langlais, 15- Rodolfo Ferreira, 16- Andreza Frasson Balielo, 17- Edson Fonseca, 18- Jorge Manes

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Chevron Oronite, mostrou em sua palestra os benefícios dos carros autônomos, citando a maior economia de combustível e a redução de emissões de gases, em virtude do comportamento dos condutores; maior segurança e eficiência rodoviária; ampliação da acessibilidade à economia compartilhada. “É evidente a queda do interesse dos jovens em dirigir ou mesmo ter carro próprio, porém a taxa de utilização do veículo autônomo poderá aumentar, enquanto o intervalo entre as trocas de óleo será mais longo”, disse Ribeiro. Para se juntar ao grupo de apresentadores, foi convidada a pesquisadora e Mestre em Planejamento Energético da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), Natália Gonçalves de Moraes, que também trouxe sua visão sobre o futuro dos carros elétricos no Brasil, projetando um aumento da demanda somente para a década de 2040. Durante o painel, foram respondidas perguntas de plateia, com uma grande troca de experiência entre os debatedores. Óleos básicos tiveram destaque A tendência ao uso de óleos básicos do grupo III, trazida pelo vice-presidente de Tecnologia da SK Lubricants Americas, foi bem apresentada, com os números de mercado e as vantagens para os óleos automotivos com viscosidades cada vez mais baixas. Por outro lado, a Ergon, uma das maiores fabricantes de óleos básicos naftênicos, mostrou, na palavra do seu gerente Técnico Global de Marketing, Timonthy Langlais, os efeitos dos básicos no espessamento e outras propriedades das

Equipe da Editora Onze, organizadora do Evento.

graxas lubrificantes. Ainda nesse contexto de óleos básicos, Andreza Frasson Balielo, consultora Técnico-Comercial da Lwart, apresentou tecnologia especial que transforma um óleo usado ou contaminado em produtos de alto desempenho, que podem (podendo) ser usados em aplicações específicas, como óleo para transformador, e até mesmo em produtos de grau alimentício. As graxas tiveram o seu espaço com foco em aplicações especiais, como mostrou Mark Wheeler, consultor Técnico-Comercial da empresa Axel Christiernsson, que também apresentou números do mercado global e possíveis alternativas para o uso de Lítio nas graxas. O alto nível da tecnologia de aditivos Como já é costume em todo Encontro com o Mercado, os desenvolvedores de tecnologia de aditivos brindaram os presentes com apresentações de altíssimo nível técnico, colocando mais uma vez o evento em um patamar de destaque internacional para a disseminação do conhecimento e melhoria do mercado de lubrificantes. Nesse grupo, tivemos as seguintes palestras: Aplicações de ésteres nos modernos óleos de motor de baixa viscosidade, por Martin Curran, especialista em aplicações de lubrificantes da CRODA ; Vantagens do uso de Poliisobuteno em metalworking por Giancarlo Roxo, engenheiro de Aplicação de Especialidades Químicas da BRASKEM; Equipamentos atuais requerem fluidos de alta tecnologia, por Edson Fonseca, gerente de Produtos Driveline para a América Latina da LUBRIZOL; Lubrificantes para motores diesel: além das especificações, por Rodolfo Ferreira, gerente de Marketing de Aditivos para Óleos de Motor da AFTON CHEMICAL; e Economia de combustíveis com novos óleos lubrificantes, por Jorge Manes, consultor de Ligações com a Indústria da INFINEUM. O também já tradicional sorteio de brindes no final do evento foi recheado com equipamentos de som de alta qualidade e um ipad, fechando o Encontro com o Mercado com chave de ouro. As fotos do evento podem ser vista e baixadas na página do Portal Lubes no Facebook. 13


Eu estive lá!

Veja o que as pessoas falaram sobre o 7º Encontro Internacional com o Mercado

O 7º Encontro Internacional com o Mercado –

legislações ambientais cada vez mais rigorosas.

sustentabilidade. Segundo Gosalia, todo esse movimento em direção a novos conceitos de mobilidade (e-mobility) trará desafios, mas também oportunidades à indústria de lubrificantes. O diretor de Pesquisa e Tecnologia da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Ricardo Takahira, também participou do painel com a visão de 2017, quando foram apresentadas 17 palestras de maior eficiência energética, aumentam a com- da indústria automobilística, mencionando o grande de elevado nível técnico, com as quais os mais de plexidade da indústria de lubrificantes, implicando investimento que está sendo feito pelos fabricantes 240 participantes puderam receber informações re- maior competitividade e maiores investimentos. O em tecnologias de veículos elétricos, principalmenlevantes sobre o mercado brasileiro e internacional produtor nacional de lubrificantes se depara com te no desenvolvimento de baterias que terão seus de lubrificantes, e se familiarizar com as mais recen- questões estratégicas e de sobrevivência, tais custos barateados com o tempo, tornando muito tes tecnologias do setor. como: Quelimite de diferentes produtos e embala- mais viável o segmento. Entretanto, apontou que os “Foi uma longa caminhada até chegar ao nivel de A palestra de abertura teve a presença já tra- gens deve-se ter no portfólio? Compensa ter pro- veículos elétricos dependem de políticas públicas dicional do Economista-Chefe da Federação das dução própria para especialidades, ou é mais para seu desenvolvimento. ressaltou a reaexcelência deste 7ºeco-Encontro com oTakahira Mercado. Tenho Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), nômico terceirizar? A qualidade dos óleos básicos lidade da conexão virtual do mundo atual e também certeza que em 2018 farão o 8º Encontro com Mercado Guilherme Mercês, que lembrou a importância das também está diretamente amarrada às aprovações que os veículos estão cada vez mais conectados. reformas previdenciária, tributária e trabalhista para do óleo ainda lubrificante, aumentando a complexidade da Brevemente os postos de gasolina serão chamados melhor.” - Claudio Lopes (Afton Chemical) a retomada do crescimento do país. Analisou tam- operação de importação. O processo regulatório no de postos de energia, e o monitoramento da troca bém que aumento de alíquotas ou novos impostos Brasil também traz alguns desafios aos produtores: de óleo já é feito por telemetria: “Os serviços telemáteriam efeito contrário do esperado, pois a arrecada- “A cada nova especificação e a cada novo produ- ticos são a oferta mais atualizada no mercado por ção cairia mais do que a atividade: “Reformas são to, faz-se necessário o cumprimento de um proce- grandes players como Microsoft, Google e Apple. políticas de estado e não de governo”, completou dimento bem complexo de registro de produto na GM, FORD e Mercedes utilizam, há muitos anos, O lado positivoque foi o fortetanto avanço na regulação aplicativos e inteligência para troca de lubrificante “Que Mercês. tenhamos muitos desses ANP. eventos desse mercado, limitando a atuação de empresas pela telemetria, ou uso de software de monitoração contribuem para a divulgação da lubrificação questões O mercado brasileiro inidôneas”, afirmou oediretor. e interação, para alertar o motorista sobre a hora certa de trocar o lubrificante do carro, em função correlatas. Parabéns pela excelente organização do O consultor técnico e coordenador da Comissão Carros elétricos e autônomos foram a novidade do nível, viscosidade, quilômetros rodados, tempeIBP, Pedro Nelson Belmiro, ratura e pressão de trabalho, conforme o esforço e eventodeeLubrificantes pelos dotemas muito pertinentes e atuais.” apresentou alguns números do mercado brasileiro A grande novidade do evento ficou por conta do condições de uso dos veículos”, comentou Takahira. MarcosdeThadeu Giacomini (Petrobras lubrificantes, que indicam umaLobo certa tendência painel sobreDistribuidora) o impacto das novas tecnologias de Rafael Ribeiro, gerente de Mercado para a à estabilidade para 2017, e alertou para um futuro carros autônomos e elétricos sobre a indústria de América Latina da Chevron Oronite, mostrou em bastante decisivo para a indústria de óleos básicos. lubrificantes no mundo. O painel, coordenado por sua palestra os benefícios dos carros autônomos, O Brasil segue a tendência mundial de crescimento Pedro Nelson Belmiro, teve inicialmente a apre- citando a maior economia de combustível e a redudos óleos lubrificantes de baixa viscosidade e me- sentação “O do consultor e diretor dacom EditoraoOnze ção de emissões virtude do comporta-como Encontro Mercado jáde gases, se em consolidou lhor qualidade, o que leva diretamente ao cresci- Gustavo Zamboni a respeito de sua pesquisa sobre mento dos condutores; maior segurança e eficiência grande do nosso mercado de lubrificantes. mento da demanda por óleos básicos dos grupos II o tema,um chamando a atençãoevento da indústria de petrórodoviária; ampliação da acessibilidade à economia e III, que não são produzidos no país. As refinarias leo para a realidade elétrica dos veículos ao final da compartilhada. “É evidente a queda do interesse dos Excelente oportunidade de aprimorar o conhecimento brasileiras só estão preparadas para a produção década de 2030. Zamboni lançou a questão crucial: jovens em dirigir ou mesmo ter carro próprio, porém de básicos do grupo I e também já não têm ca- “Estariado a indústria de lubrificantes preparada taxa de utilização do com veículo autônomo aumercado, além depara se a atualizar temaspoderá técnicos pacidade de atender nem mesmo ao mercado de as mudanças tecnológicas na área de mobilidade?” mentar, enquanto o intervalo entre as trocas de óleo e que deo boom grande para osRibeiro. lubrificantes” combustíveis, o que leva o país a ter que decidir Ele lembra dos carros importância elétricos é algo será mais longo”, disse sobre qual caminho seguir: dependência externa, tão realSimone e iminente, queHashizume até as companhias de petróPara se Oil) juntar ao grupo de apresentado(JX-Nippon atuando na importação de suas necessidades, ou leo estão começando a aceitar sua chegada. Alguns res, foi convidada a pesquisadora e Mestre em autossuficiência, com investimentos pesados em números mostram que, até o ano de 2040, mais de Planejamento Energético da Empresa de Pesquisas novas refinarias. Belmiro lembrou que o mercado 35% das vendas de carros novos serão de veículos Energéticas (EPE), Natália Gonçalves de Moraes, mundial está com superoferta de óleos básicos e elétricos. Entretanto, já em 2023, os carros elétricos que também trouxe sua visão sobre o futuro dos carpreçosLubricants muito competitivos, mesmo para gruposand II e reduzirão a demanda globalpartner de petróleo em 2 mi- ros elétricos no Brasil, projetando um aumento da “We, SK Americas quantiQ, our III, e que novos investimentos não estão nos planos lhões de barris/dia, o que seria similar à crise de demanda somente para a década de 2040. Durante in Brazil, thank organizers present our view for da Petrobras para os the próximos anos, a não ser queto2014. o painel, foram respondidas perguntas de plateia, surja alguma parceria internacional: “É precisoem um Foco’ Zambonievent mostrou também que, só in em 2016, fo- com uma grande troca de experiência entre os deGroup III trends. The ‘Lubes is held novo olhar sobre o óleo lubrificante, que entenda ram vendidos mais de 750 mil modelos da catego- batedores. a terrific location and venue is ultrapassando the best” sua importância tecnológica e suathe função hotel especial ria, com a China os EUA-em tamano que se refere a impacto ambiental, durabilidade, nho de frota de veículos elétricos, e a participação Óleos básicos tiveram destaque Mike Brown (SK Lubricants Americas) eficiência e gastos com manutenção. Deve, assim, desse segmento só tende a aumentar: “Neste mês deixar de ser visto como uma simples commodity, de junho, governos da China, França, Alemanha, A tendência ao uso de óleos básicos do grupo com um volume irrisório quando comparado aos do Reino Unido, dos EUA e de mais cinco países III, trazida pelo vice-presidente de Tecnologia da SK combustíveis”, lembrou Belmiro. anunciaram um programa chamado “Electric Vehicle Lubricants Americas, foi bem apresentada, com os Judith Taylor, a Editora Sênior da ICIS, trouxe ao Initiative”, que visa estabelecer uma meta de 30% números de mercado e as vantagens para os óleos evento importantes informações sobre o comporta- de participação de mercado para carros, ônibus, ca- automotivos com viscosidades cada vez mais baimento dos preços dos óleos básicos e as perspec- minhões e vans movidos a bateria até 2030”, disse xas. Por outro lado, a Ergon, uma das maiores fabritivas para um futuro em que as baixas viscosidades Zamboni. cantes de óleos básicos naftênicos, mostrou, na paserão o foco principal da indústria de lubrificantes. Apu Gosalia, vice-presidente de Sustentabilidade lavra do seu gerente Técnico Global de Marketing, Os sintéticos e semissintéticos ganharão cada vez e Competitividade Global da Fuchs, fez uma apre- Timonthy Langlais, os efeitos dos básicos no espesmais terreno no mercado, principalmente para aten- sentação sobre os movimentos dos mercados e ten- samento e outras propriedades das graxas lubrifider às exigências de economia de combustível e às dências que direcionam para novas tecnologias e cantes. Ainda nesse contexto de óleos América do Sul da revista Lubes de em Foco, reuniu,com Uma visão importante focadas sobre o impacto da evo“O evento foi coroado êxito palestras mais uma vez, as maiores empresas de lubrifican- lução dos óleos lubrificantes nos produtores de e bem representativas do que vai pelo nosso mercado, tes da América Latina, com importante participação óleo foi trazida ao evento pelo Diretor Executivo de de gigantes internacionais da produção de óleos Operação e Logística da BR Distribuidora, Marcelo marco consagrado por vocês a anos. Já estamos na espera básicos. O evento foi realizado no Windsor Flórida Fernandes Bragança, que mostrou como os desaHotel, no Rio de Janeiro, nos dias 29 e 21 de (Lubrasil junho fios para ose fornecedores de tecnologia, em busca do próximo.” Nilton Bastos Sindirrefino)

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O 7º Encontro Internacional com o Mercado – gens deve-se ter no portfólio? Compensa ter pro- certa de trocar o lubrificante do carro, em função América do Sul da revista Lubes em Foco, reuniu, dução própria para especialidades, ou é mais eco- do nível, viscosidade, quilômetros rodados, tempemais uma vez, as maiores empresas de lubrifican- nômico terceirizar? A qualidade dos óleos básicos ratura e pressão de trabalho, conforme o esforço e tes da América Latina, com importante participação também está diretamente amarrada às aprovações condições de uso dos veículos”, comentou Takahira. de gigantes internacionais da produção de óleos do óleo lubrificante, aumentando a complexidade da Rafael Ribeiro, gerente de Mercado para a básicos. O evento foi realizado no Windsor Flórida operação de importação. O processo regulatório no América Latina da Chevron Oronite, mostrou em “The well attended conference facilitates worldHotel, no Rio de Janeiro, nos dias 29 e 21 de junho Brasil também traz alguns desafios aos produtores: sua palestra os benefícios dos carros autônomos, de 2017, quando foram apresentadas 17 palestras “Alocal cada nova especificação a cada novo produ- citando a maior economia de combustível e a reduclass discussions, engaging market e players de elevado nível técnico, com as quais os mais de to, faz-se necessário o cumprimento de um proce- ção de emissões de gases, em virtude do comportaand 240their global partners, anregistro annual participantes puderam receber informações re- and dimento remains bem complexo de de produto na mento dos condutores; maior segurança e eficiência levantes sobre o mercado e internacional O lado Langlais positivo foi o forte (Ergon) avanço na regulação rodoviária; ampliação da acessibilidade à economia highlight for thebrasileiro ERGON team.” ANP. - Tim de lubrificantes, e se familiarizar com as mais recen- desse mercado, limitando a atuação de empresas compartilhada. “É evidente a queda do interesse dos tes tecnologias do setor. inidôneas”, afirmou o diretor. jovens em dirigir ou mesmo ter carro próprio, porém A palestra de abertura teve a presença já traa taxa de utilização do veículo autônomo poderá audicional do Economista-Chefe da Federação das Carros elétricos e autônomos foram a novidade mentar, enquanto o intervalo entre as trocas de óleo Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), será mais longo”, disse Ribeiro. Guilherme Mercês, que lembrou a importância das A grande novidade do evento ficou por conta do Para se juntar ao grupo de apresentadoreformas previdenciária, tributária e trabalhista para painel sobre o impacto das novas tecnologias de res, foi convidada a pesquisadora e Mestre em “O Encontro com o Mercado já se tornou o evento a retomada do crescimento do país. Analisou tam- carros autônomos e elétricos sobre a indústria de Planejamento Energético da Empresa de Pesquisas bém que aumento de alíquotas ou novos impostos lubrificantes no mundo.esperado O painel, coordenado por Energéticas (EPE), Natália de Moraes, mais pelo setor de Gonçalves lubrificantes, e, teriam efeito contrário do esperado, pois a arrecada- Pedro Nelson Belmiro, teve inicialmente a apre- que também trouxe sua visão sobre o futuro dos carsendo internacional, temos a oportunidade de nos ção cairia mais do que a atividade: “Reformas são sentação do consultor e diretor da Editora Onze ros elétricos no Brasil, projetando um aumento da políticas de estado e não de governo”, completou Gustavo Zamboni a respeito de sua pesquisa demandahá somente a décadanovo de 2040. Durante atualizarmos comsobre o que deparamais no mercado Mercês. o tema, chamando a atenção da indústria de petró- o painel, foram respondidas perguntas de plateia, mundial, com palestras de alto nível técnico” leo para a realidade elétrica dos veículos ao final com uma grande troca de experiência entre os deO mercado brasileiro da década Tatiana de 2030. ZamboniPetricorena lançou a questão cru- batedores. (ANP) cial: “Estaria a indústria de lubrificantes preparada O consultor técnico e coordenador da Comissão para as mudanças tecnológicas na área de mobiliÓleos básicos tiveram destaque de Lubrificantes do IBP, Pedro Nelson Belmiro, dade?” Ele lembra que o boom dos carros elétricos apresentou alguns números do mercado brasileiro é algo tão real e iminente, que até as companhias A tendência ao uso de óleos básicos do grulubrificantes, quecom indicamouma certa tendência petróleo estão começando a aceitarde sua che- po III, trazida pelo vice-presidente de Tecnologia “O de Encontro Mercado jádese tornou um marco à estabilidade para 2017, e alertou para um futuro gada. Alguns números mostram que, até o ano de da SK Lubricants Americas, foi bem apresentareconhecida relevância nos 2040, calendários nacional bastante decisivo para a indústria de óleos básicos. mais de 35% das vendas de carros novos da, com os números de mercado e as vantagens O Brasil segue a tendência mundial de crescimento serão de veículos elétricos. Entretanto, já em e internacional do setor de lubrificantes” - 2023, para os óleos automotivos com viscosidades cada dos óleos lubrificantes de baixa viscosidade e me- os carros elétricos reduzirão a demanda global de vez mais baixas. Por outro lado, a Ergon, uma das Giancarlo lhor qualidade, Passalacqua o que leva diretamente ao cresci- petróleo em 2 milhões de barris/dia, o que seria maiores fabricantes de óleos básicos naftênicos, mento da demanda por óleos básicos dos grupos II similar à crise de 2014. mostrou, na palavra do seu gerente Técnico Global e III, que não são produzidos no país. As refinarias Zamboni mostrou também que, só em 2016, fo- de Marketing, Timonthy Langlais, os efeitos dos brasileiras só estão preparadas para a produção ram vendidos mais de 750 mil modelos da catego- básicos no espessamento e outras propriedades de básicos do grupo I e também já não têm ca- ria, com a China ultrapassando os EUA em tama- das graxas lubrificantes. Ainda nesse contexto de pacidade de atender nem mesmo ao mercado de nho de frota de veículos elétricos, e a participação óleos básicos, Andreza Frasson Balielo, consultora combustíveis, o que leva o país a ter que decidir desse segmento tende a aumentar: “Neste Técnico-Comercial Lwart, apresentou tecnologia como “O sóEnontro com omês Mercado já da está consagrado sobre qual caminho seguir: dependência externa, de junho, governos da China, França, Alemanha, especial que transforma um óleo usado ou contamio mais importante evento do mercado sulamericano. atuando na importação de suas necessidades, ou do Reino Unido, dos EUA e de mais cinco países nado em produtos de alto desempenho, que podem autossuficiência, com investimentos pesados em anunciaramComo um programa chamado “Electric Vehicle (podendo) ser usados em aplicações específicas, representantes e distribuidores da Neste novas refinarias. Belmiro lembrou que o mercado Initiative”, que visa estabelecer uma meta de 30% como óleo para transformador, e até mesmo em para a América doca- Sul, também podemos dizer que mundial está com superoferta de óleos básicos e de participação de mercado para carros, ônibus, produtos de grau alimentício. preços muito competitivos, mesmo para grupos II e minhões e para vans movidos a bateria o até evento 2030”, disse tornou-se As graxas tiveram data o seu espaço com foco em eles, obrigatória em III, e que novos investimentos não estão nos planos Zamboni. aplicações especiais, como mostrou Mark Wheeler, seuvice-presidente calendário de visitas ao Brasil.” - Axel Armando da Petrobras para os próximos anos, a não ser que Apu Gosalia, de Sustentabilidade consultor Técnico-Comercial da empresa surja alguma parceria internacional: “É preciso um e Competitividade Global da Fuchs, fez uma apre- Christiernsson, que também apresentou números Stilhano Neto (Metachem) novo olhar sobre o óleo lubrificante, que entenda sentação sobre os movimentos dos mercados e ten- do mercado global e possíveis alternativas para o sua importância tecnológica e sua função especial dências que direcionam para novas tecnologias e uso de Lítio nas graxas. no que se refere a impacto ambiental, durabilidade, sustentabilidade. Segundo Gosalia, todo esse movieficiência e gastos com manutenção. Deve, assim, mento em direção a novos conceitos de mobilidade O alto nível da tecnologia de aditivos de ser visto is como that uma simples commodity, trarámost desafios, important mas também oportunida“Mydeixar feeling the this (e-mobility) is the com um volume irrisório quando comparado aos des à indústria de lubrificantes. Como já é costume em todo Encontro com o lubricant in the South America region combustíveis”, conference lembrou Belmiro. O diretor de Pesquisa e Tecnologia da Associação Mercado, os desenvolvedores de tecnologia de adiJudith Taylor, a Editora Sênior dawith ICIS, trouxeaao professional Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Ricardo tivos brindaram os presentes com apresentações de - well organized, setting, evento importantes informações sobre o comporta- Takahira, também participou do painel com a visão altíssimo nível técnico, colocando mais uma vez o location and quality as well quantity mento dos preços dos óleos básicos e as perspecda indústriaas automobilística, mencionandoof o grande evento em um patamar de destaque internacional tivas para um futuro em-queApu as baixas viscosidades (Fuchs) investimento que está sendo feito pelos fabricantes para a disseminação do conhecimento e melhoria participants” Gosalia serão o foco principal da indústria de lubrificantes. em tecnologias de veículos elétricos, principalmen- do mercado de lubrificantes. Nesse grupo, tiveOs sintéticos e semissintéticos ganharão cada vez te no desenvolvimento de baterias que terão seus mos as seguintes palestras: Aplicações de ésteres mais terreno no mercado, principalmente para aten- custos barateados com o tempo, tornando muito nos modernos óleos de motor de baixa viscosidader às exigências de economia de combustível e às mais viável o segmento. Entretanto, apontou que os de, por Martin Curran, especialista em aplicações legislações ambientais cada vez mais rigorosas. veículos elétricos dependem de políticas públicas de lubrificantes da CRODA ; Vantagens do uso Uma visão importante sobre o impacto da evo- para seu desenvolvimento. ressaltou a reaem metalworking por Giancarlo “O 7º Takahira Encontro comde Poliisobuteno o Mercado consolidou-se no lução dos óleos lubrificantes nos produtores de lidade da conexão virtual do mundo atual e também Roxo, engenheiro de Aplicação de Especialidades mercado demaisLubrificantes tem se aprimorado a óleo foi trazida ao evento pelo Diretor Executivo de que os veículos estão cada vez conectados. Químicas dae BRASKEM; Equipamentos atuais Operação e Logística da BR Distribuidora, Marcelo Brevemente os postos de gasolina serão chamados requerem fluidos de alta tecnologia, por Edson cada a ano. Nesta última edição o evento se Fernandes Bragança, que mostrou como os desa- de postos de energia, e o monitoramento da troca Fonseca, gerente de Produtos Driveline para a fios para os fornecedores de tecnologia, em busca de óleo já éapresentou feito por telemetria: “Os serviços telemá- América Latina da LUBRIZOL; para de forma “madura” com aLubrificantes abordagem de de maior eficiência energética, aumentam a com- ticos são a oferta mais atualizada no mercado por motores diesel: além das especificações, por temas importantes. Parabéns pela realização deste plexidade da indústria de lubrificantes, implicando grandes players como Microsoft, Google e Apple. Rodolfo Ferreira, gerente de Marketing de Aditivos maior competitividade e maiores investimentos. O GM, FORD e Mercedes utilizam, muitos anos,Rego para Óleos de Motor da AFTON CHEMICAL; e evento.” - há Marcos (Petronas) produtor nacional de lubrificantes se depara com aplicativos e inteligência para troca de lubrificante Economia de combustíveis com novos óleos lubriquestões estratégicas e de sobrevivência, tais pela telemetria, ou uso de software de monitoração ficantes, por Jorge Manes, consultor de Ligações como: Quelimite de diferentes produtos e embala- e interação, para alertar o motorista sobre a hora com a Indústria da INFINEUM.

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O ambiente pode contaminar os óleos lubrificantes Locais úmidos e poeirentos exigem equipamentos e procedimentos adequados

Por: Marcos Thadeu Giacomini Lobo

O

controle da contaminação de óleos lubrificantes utilizados em equipamentos móveis e industriais que operam em ambientes úmidos e poeirentos pode ser bastante mais eficaz se algumas medidas básicas forem adotadas. A poeira é composta, basicamente, de material particulado sólido abrasivo que pode danificar, em grande escala, os componentes móveis (casquilhos, árvore de manivelas, mancais de rolamento, engrenagens, válvulas direcionais de sistemas hidráulicos, mancais de deslizamento de turbinas etc.) em equipamentos móveis e industriais.

- Filtração eficiente do óleo lubrificante; - Selagem adequada dos compartimentos em que trabalham as peças em movimento.

Figuras 3/4 - Filtração e selagem: atividades paralelas.

A filtração de óleos lubrificantes é peça-chave para que tanto o óleo lubrificante como o equipamento móvel ou industrial se mantenham em operação saudável. Utilizar sistemas de filtração como os do tipo kidney-loop (rim ou laço) ou mesmo carros de

Figuras 1/2 - O controle da contaminação de óleos lubrificantes em ambientes úmidos e poeirentos é um desafio.

Duas medidas muito importantes devem ser tomadas para se controlar a contaminação de óleos lubrificantes utilizados em equipamentos móveis e industriais que operam em ambientes úmidos e poeirentos: 16

Figuras 5/6 - Filtração tipo kidney-loop e através de carro de filtração.


filtração é um bom modo de se controlar a contaminação por água ou material particulado sólido. Porém, antes de se investir em sistemas de filtração, é de suma importância que se faça a selagem minuciosa do equipamento móvel ou industrial. Um bom modo de efetuar a operação de selagem é usar filtros dessecantes e de material particulado sólido nos tubos de respiro, em substituição aos respiradouros abertos, que retêm material particulado sólido com dimensões inferiores a 3 micra e 99,90% de água.

pelo filtro dessecante e para material particulado sólido. Quanto mais crítica é a operação, menores as folgas construtivas do equipamento móvel ou industrial, mais rígido deve ser o nível de desempenho e menor o intervalo de serviço para o filtro dessecante e para material particulado sólido instalado no tubo de respiro.

Figuras 9/10 - Equipamentos críticos demandam proteção mais apurada.

Figuras 7/8 - Respiradouros: sem proteção adequada e com filtro dessecante e de material particulado sólido.

Um bom filtro dessecante e de material particulado sólido para respiradouros é aquele que atinge e mantém o Nível Geral de Limpeza e de retenção de umidade para o qual foi especificado durante os intervalos de serviço, sendo facilmente visível nas atividades rotineiras de manutenção preventiva. É de grande importância, também, que se leve em consideração quão crítica é a operação do equipamento móvel ou industrial que está sendo protegido

Em conjunto com a instalação de filtros dessecantes e de material particulado nos respiradouros, deve-se equipar os pontos de enchimento e de drenagem de óleo lubrificante com válvulas de engate rápido. O uso de válvulas de conexão rápida nos reservatórios de óleo lubrificante dos equipamentos móveis e industriais manterá o sistema selado quando se efetuarem reposições de nível ou se efetuarem substituições da carga de óleo lubrificante, possibilitando, também, o uso de carros de filtração no controle da contaminação do óleo lubrificante. Caso o equipamento móvel ou industrial utilize o mesmo óleo lubrificante em compartimentos distintos, o mesmo carro de filtração poderia ser utilizado com 17


Figuras 11/12 - Uso de engates rápidos em pontos de enchimento e drenagem.

a adaptação de válvulas de engate rápida nestes compartimentos, evitando o uso de sistemas de filtração individualizados para cada compartimento. Para um eficiente controle da contaminação dos óleos lubrificantes, são imprescindíveis selagem adequada contra a entrada de umidade e contaminantes sólidos (uso de filtros dessecantes e para material particulado sólido; uso de conectores rápidos) e filtração contínua com carros de filtração ou sistemas de filtração tipo kidney-loop (rim ou laço).

18

Figuras 12/13 - Selagem e filtração: a chave para a longevidade da operação de equipamentos móveis e industriais.

Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.


S.M.S.

Uma Integração Estratégica

A INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA SAÚDE DA POPULAÇÃO

S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Por: Newton Richa

Em 2008, com base na convicção de que a proteção da saúde da população depende, principalmente, de ações integradas em todos os setores da sociedade organizada, a União Europeia adotou a Política “Juntos por Saúde” (Together for Health). Um dos seus princípios, “Saúde em Todas as Políticas” (Health in All Policies), estabelece que a proteção da saúde coletiva deve ser considerada em todas as políticas públicas Segundo a publicação Health in All Policies in The European Union and its Member States (Stahl et alii, 2006), uma sólida base científica reconhece a importância dos impactos sobre a saúde da população gerados pelas políticas públicas de outros setores. Isto significa que a saúde da população é determinada, principalmente, por fatores externos, fato novo para grande parte dos dirigentes e gestores, que acredita estar a gestão de saúde limitada à oferta de vacinas e serviços médicos, odontológicos e hospitalares. Nessa perspectiva, o estudo recomenda que os impactos sobre a saúde da população sejam seriamente considerados no processo de elaboração das políticas públicas de todos os demais setores de atividade na União Europeia, nos níveis local e nacional. A seguir, os autores conceituam os Determinantes de Saúde e descrevem como as políticas públicas podem afetá-los.

São chamados Determinantes de Saúde os fatores que têm a mais significativa influência na saúde da população. Eles incluem os fatores genéticos e biológicos das pessoas, os estilos de vida, o ambiente, as estruturas sociais e as políticas. O princípio “Saúde em Todas as Políticas”, de caráter transversal, tem alto potencial para contribuir na melhoria dos níveis de saúde da população, porque os impactos das políticas públicas dos outros setores influenciam fortemente os Determinantes de Saúde. Os autores abordam, ainda, como a elaboração das políticas públicas evoluiu na União Europeia, bem como os principais mecanismos, instrumentos e estratégias usados na implantação do princípio “Saúde em Todas as Políticas”, assinalando o papel do Setor de Saúde neste novo cenário. Os Determinantes de Saúde podem ser diretamente influenciados por políticas e intervenções estabelecidas em outras áreas, por causa de mudanças deles decorrentes nos contextos em que as pessoas vivem e trabalham. Deve ser assinalado que, geralmente, os impactos nos Determinantes de Saúde podem ser observados mais precocemente que nos indicadores de saúde/ doença. Por outro lado, a estrutura e o funcionamento dos sistemas de assistência médica são influenciados por decisões, em nível político, tomadas em vários 19


S.M.S.

35

outros setores, além do Setor de Saúde. Atualmente, na União Europeia, os aspectos de saúde constituem uma parte inerente à elaboração de políticas nos vários setores da sociedade. Grandes avanços na saúde resultaram de políticas em setores como educação, trabalho, ambiente, saneamento básico, planejamento, habitação, trânsito, agricultura e nutrição. Nesse contexto, um sólido conhecimento científico disseminado para os dirigentes e gestores tem contribuído para a integração dos aspectos da saúde nos demais setores, levando a melhorias na qualidade da alimentação, redução do tabagismo, aumento na prática de atividade física, melhoria da qualidade dos ambientes de trabalho e adoção de tecnologias sustentáveis, entre outras conquistas. No contexto da integração da saúde em todas as políticas públicas, sem ter claras suas responsabilidades, os profissionais do Setor de Saúde tendem a considerar seu papel limitado à prestação de serviços curativos de assistência médica, odontológica e hospitalar ou, numa visão mais ampla, incluir a prevenção de doenças e a Promoção da Saúde, definida na Carta de Otawa, em 1986, como o processo de capacitar as pessoas a melhorar e aumentar o controle sobre a sua saúde e seus determinantes – sobretudo comportamentais, psicossociais e ambientais. Para ter protagonismo na identificação de políticas com impactos potenciais na saúde da população, o Setor de Saúde precisa ter capacidade suficiente em termos de pessoal de Saúde Pública, em número suficiente e adequadamente treinado, para repassar informações estratégicas a fim de que os outros setores estejam habilitados a considerar os impactos potenciais de suas políticas públicas. O desafio é conscientizar os outros setores acerca dos impactos na saúde de suas decisões e, desse modo, integrar a saúde na elaboração de suas políticas. O papel do Setor de Saúde é defender a saúde da população e ser um parceiro ativo em uma cooperação intersetorial. Para a estratégia de integração da saúde em todas as políticas a serem incorporadas nas agendas de elaboração de políticas, é necessária a compreensão do assunto em todos os níveis decisórios. Enquanto as abordagens curativas e as ações dirigidas às doenças são mais visíveis para o público e para a mídia, o mesmo não acontece com a Promoção da Saúde e os impactos de outras políticas na saúde. A divulgação de informações e a ampliação do conhe-

20

A influência das políticas públicas na saúde da população

cimento sobre os impactos na saúde da população das políticas de outros setores são importantes para promover discussões públicas e processo decisório transparente. A clara compreensão dos vínculos dos principais determinantes de saúde com a saúde, por um lado, e com outras políticas, por outro lado, deve ser estabelecida para construir o processo efetivo de elaboração de políticas públicas. Em seu clássico artigo “Complexidade e Transdisciplinaridade: Uma Abordagem Multidimensional do Setor Saúde”, o médico sanitarista Mário Chaves analisa a dimensão estratégica da saúde e propõe um novo conceito - Prevenção Primordial, baseada na prevenção de fatores de risco provenientes do ambiente e sob a responsabilidade de outros setores. Essa visão de futuro foi incorporada pela União Europeia, no período 2008/2013, ao implantar a Política “Juntos pela Saúde”. Este artigo demonstra a necessidade de prover os dirigentes e gestores brasileiros de uma compreensão abrangente de saúde, como uma resultante complexa da interação de fatores culturais, políticos, econômicos, sociais, educacionais, ambientais e pessoais. Essa interação inicia-se na concepção e mantém-se ao longo da vida, durante a gestação, o parto, a infância, a puberdade, a maturidade e a velhice saudável, quando os desafios interpostos são superados.

Newton Richa é Médico do Trabalho, Mestre em Sistemas de Gestão, Professor dos Cursos de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Engenharia de Manutenção da UFRJ, Representante da UFRJ na Comissão Nacional de Segurança Quimica (CONASQ/MMA)


A preditiva através da

Ferrografia direta Uma excelente ferramenta preditiva para evitar surpresas desagradáveis com a quebra inesperada de um equipamento.

Por: Mauro Noga

A

Ferrografia é uma excelente ferramenta de acompanhamento da formação de desgastes e prevenção de quebras inesperadas. Utilizando a técnica de análise de tendência através do lubrificante, podemos manter a disponibilidade operacional de um equipamento e evitar perdas de produção Introdução A Ferrografia foi desenvolvida por Wernon C. Westcott, na década de 1971, com o apoio da Marinha Americana, tendo o princípio que toda máquina se desgasta durante a sua operação, os desgastes geram partículas e essas partículas podem ser separadas para criar uma linha de tendência e um modo de desgaste, através da Ferrografia Direta. A Ferrografia não analisa o lubrificante e sim as informações que ele pode trazer. Ferrografia Direta A Ferrografia de Leitura Direta (DR – Direct Reading Ferrograph) é utilizada para criar a linha de tendência de

desgastes que são identificados através de diferença de campo magnético do equipamento de leitura, em que as partículas são separadas em DL e DS. Density Large: > 5 mícrons Density Small < 5 mícrons O equipamento tem uma limitação de leitura que fica entre 10 e 90, tanto no DL como no DS, o que for maior. Caso a amostra ultrapasse essa faixa, deve-se proceder a diluição ou concentração da amostra, sendo: 3:1, 1:1, 1:10, 1:50, 1:100 e 1:1000. Com os resultados do DL e DS, e convertendo após as diluições, temos o total de partículas L + S ou WPC (Wear Particle Figura 1 – Ferrógrafo de Leitura Direta – Concentration). versão 7 21


Fotodetetores Processador

Displays

Fluxo

6mm

Imã Tubo precipitador Fibra ótica

Fonte de luz

Figura 2 – Fluxo da amostra

Exemplo: DL = 12,9/DS = 8,9 Diluição = 1:10 Então: L= 129/S= 89 → L+S (WPC) = 218 O total de partículas L + S gera a linha de tendência de desgastes.Todas as máquinas se desgastam, mas esse desgaste deverá ocorrer de forma linear. Amostras que apresentam picos, podem demonstrar que algo errado aconteceu no equipamento, mas também podem evidenciar que há problemas na coleta da amostra. Um gráfico com aparência de serra pode demonstrar falta de procedimento na realização da amostragem. Os limites de L+S devem ser calculados da seguinte maneira: Alerta →(L+S)+ 2*σ Crítico →(L+S)+ 3*σ

L+S 100 80 60 40 20 0

01/03/2017

01/05/2017

01/06/2017

01/07/2017

01/08/2017

01/06/2017

01/07/2017

01/08/2017

Figura 3 - Exemplo de evolução de desgastes normal L+S 100 80 60 40 20 0

01/03/2017

01/04/2017

01/05/2017

Figura 4 - Exemplo de possíveis problemas no equipamento

Esse cálculo é válido a partir da terceira amostra, em que podemos utilizar os limites para ajudar a iden22

01/04/2017

tificar problemas de desgastes e tomar ações preventivas através do ensaio preditivo. Com o resultado DL e DS também podemos calcular o PLP e WSI.


L+S 100 80 60 40 20 0

01/03/2017

01/04/2017

01/05/2017

01/06/2017

01/07/2017

01/08/2017

Figura 5 - Exemplo de coleta errada

O PLP (Percentage Large Particles) é o modo de desgaste. Estudos revelaram que o número de partículas grandes (>5µ), com relação às pequenas (<5µ), tendem a manter uma proporcionalidade. Quando o PLP aumenta, isso demonstra um desequilíbrio nos desgastes do equipamento, pois as partículas grandes estão crescendo mais que as pequenas. Esse crescimento deve ser controlado, pois são esses tipos de partículas que levam à quebra precoce do equipamento. Devemos, portanto, manter o PLP conforme abaixo: Turbinas – PLP < 40 Sistemas Hidráulicos – PLP < 50 Motores – PLP < 55 Engrenagens – PLP < 60 Exemplo do cálculo: PLP = (DL-DS)/(DL+DS)*100 DL = 12,9/DS = 8,9 (12,9 – 8,9)/(12,9+8,9) = 0,1834*100 = 18,34

só pode ser auferida com o fingerprint, que é a linha de tendência inicial a ser criada para saber o comportamento normal do equipamento. Com essas informações, é possível acompanhar a evolução dos desgastes e solicitar a intervenção antes de uma falha ou dano catastrófico. Exemplo de cálculo: WSI = IS = (L2 - S2)/diluição2 DL = 12,9 / DS = 8,9 Diluição = 1:10 WSI = (12,92 – 8,92)/0,12 = 872 Como é possível identificar no artigo, a Ferrografia Direta é uma excelente ferramenta preditiva para evitar surpresas desagradáveis com a quebra inesperada de um equipamento. Por meio da presente análise, acompanhando a tendência de formação de desgastes, é possível intervir antes da quebra e de uma possível parada de produção, pois o maior custo da produção é a máquina que não produz.

PLP = 18,34 O WSI (Wear Severity Index) ou IS (Índice de Severidade) é calculado para verificar a tendência de crescimento na severidade dos desgastes; porém, deve-se levar em consideração, do mesmo modo que o WPC, a tendência do equipamento, que

Mauro Noga é Engenheiro Analista de desgastes, Instrutor de melhores praticas de lubrificação e Instrutor de Interpretação de resultados analíticos de lubrificantes.

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O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2016, fruto de pesquisa realizada pela Editora Onze junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números de todos os produtores.

O mercado brasileiro de lubrificantes no ano de 2016 Mercado Total de Óleos Básicos: 1.322.530 m3

Total comercializado de Óleos Lubrificantes: 1.276.000 m3 918.720 m3 357.280 m3

Automotivos: Industriais:

Importação de óleos acabados: 28.710 m3 Exportação de óleos acabados: 35.560 m3 Mercado Total Graxas:

43.900 t

Produção Local: Refinarias: Rerrefino:

856.520 m3 616.520 m3 240.000 m3

Importação: Exportação:

491.330 m3 25.320 m3

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras e Pesquisa Lubes em Foco

Obs: Os óleos de transmissão, de engrenagens e os óleos básicos vendidos à indústria estão incluídos no grupo dos industriais

* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2016/2015 por região (período jan-dez) Mil m3

Análise comparativa por produtos

800

Total de lubrificantes por região

Mil m3

2015 2016

815.283

2015 2016

596.389

560 791.286

700

480

600

400

500

320

400

567.846

240

200 100

211.215

302.109

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

339.917

38.702

0

GRAXAS (t)

300

160

207.406 177.222

80 35.291

0

88.161

SUL

SUDESTE

158.464 120.915

80.804

NORTE

NORDESTE

114.167

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

Mil m3

350

361.276

350.719

2015 2016

217.148

200

300

2015 2016 200.289

175 250

150

200 150

125 162.086

100

163.005 128.471

100

75

122.654 92.236

71.215

50 0

SUL

SUDESTE

88.663

66.245

NORTE

50

41.498

43.331

37.370

31.364

25 NORDESTE

CENTRO OESTE

0

14.532 SUL

SUDESTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

24

23.407

12.296

NORTE

NORDESTE

20.788

CENTRO OESTE


Participação de Mercado de óleos Ano de 2016

1,3% 1,4% 1,6% 7,9%

14,3%

15,5%

8,9% 9,1%

24,4%

15,5%

Participação de Mercado de Graxas Ano de 2016

9,0%

BR Cosan/Mobil Ipiranga Petronas Chevron Shell Total Lubrif. Castrol YPF outros

19,2%

7,1% 8,0% 15,5% 11,5%

14,8%

15,0%

Chevron Petronas Ipiranga BR Ingrax Cosan/Mobil Shell Outros

NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

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Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2017 Setembro, 12 a 13

The 2nd. North American Industrial Lubricants Congress - https://www.icisconference.com

Out, 31 a Nov 02

6th. African Base Oils & Lubricants Conference - https://www.icisconference.com

Nov, 29 a Dez, 01

13th. ICIS Pan American Base Oil Conference - https://www.icisconference.com

Nacionais Data

Evento

2017 Agosto, 7 a 10

32º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos - Curitiba: www.abraman.org.br

Setembro, 12 e 13

XXV Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva - SIMEA - São Paulo: www.aea.org.br

Setembro, 21

Salão Latino-Americano de Veículos Híbridos-Elétricos - São Paulo: www.abve.org.br/eventos

Outubro, 19

X Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos - São Paulo: www.aea.org.br

Outubro, 24

Rio Pipeline 2017 - www.ibp.org.br

Outubro, 24 a 26

OTC Brasil 2017 - www.ibp.org.br

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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Dez/Jan 17 Ano X • nº 58 Publicação Bimestral

EM FOCO

A revista do negócio de lubrificantes

Abril/Maio 16 Ano VIII • nº 54 Publicação Bimestral

EM FOCO

A revista do negócio de lubrificantes 00058

Out/Nov 16 Ano X • nº 57 Publicação Bimestral

9 771984 144004

EM FOCO

A revista do negócio de lubrificantes

Onde estão as evidências?

A evidência inicial de uma falha mecânica pode ficar muito descaracterizada pela falha real. Como proceder?

Monitoramento volta à cena no mercado Entrevista esclarecedora sobre a retomada do PML, seus pontos e objetivos principais para a melhoria da qualidade dos lubrificantes.

14/03/2017 11:59:35

9 771984 144004

Tecnologia Start-Stop

Uma ótima solução para a economia de combustíveis e um grande desafio para as formulções de lubrificantes.

Troca de óleo em motores 4T

Uma tarefa simples mas de grande importância para uma maior produtividade de equipamentos móveis.

O principal evento de lubrificantes da América do sul, integrando tecnologia, mercado, sustentabilidade e legislação.

Filtração eficiente prolonga vida do óleo Testes realizados em grandes motores de equipamentos de mineração comprovam grande economia com eficiência dos filtros.

17/01/2017 17:46:42

Revista Lubes em Foco - edição 54 - gez.indd 1

Ago/Set 16 Ano X • nº 56 Publicação Bimestral

EM FOCO

11/08/2016 14:07:02

A revista do negócio de lubrificantes

Jun/Jul 16 Ano VIII • nº 55 Publicação Bimestral

EM FOCO

00055

A revista do negócio de lubrificantes

Lítio no Brasil: Estímulo à cadeia ou Reserva de mercado ?

00056

9 771984 144004

Revista Lubes em Foco - edição 57_v2.indd 1

6º Encontro com o Mercado

Análise da situação e os impactos nos produtores de graxas.

Locomotivas e a evolução do óleo

Como tem sido a evolução da tecnologia em motores ferroviários e as pressões atuais e futuras sobre o lubrificante.

Revista Lubes em Foco - edição 55.indd 1

13/10/2016 11:08:05

9 771984 144004

9 771984 144004

00057

00054

Revista Lubes em Foco - edição 58-V2.indd 1

Carros autônomos e a ética experimental Uma discussão sobre responsabilidade, ética e adaptação legal de novas tecnologias. Afinal de quem seria a culpa por um acidente?

Usando óleos de automóveis em motos

Um hábito que pode aumentar custos e reduzir a vida útil do motor.

Revista Lubes em Foco - edição 56_v2.indd 1

10/11/2016 18:13:09

Editora Onze

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Em tempos difíceis, é preciso encontrar o caminho certo!

Guia de Negócios da Indústria Brasileira de Lubrificantes Para estimular negócios e demandas, o guia divulga os principais agentes da cadeia produtiva, por meio de uma composição de empresas, segmentadas por área de atuação, divididas em seções específicas. O guia oferece informações precisas, com qualidade e constante aperfeiçoamento Sua empresa vai estar acessível e será facilmente encontrada por: • • • •

milhares de indústrias consumidoras de lubrificantes; formuladores e produtores de óleos e graxas; frotistas e transportadores; outros interessados no setor de lubrificantes e graxas.

Acesse já nossa página na internet em www.gnlubes.com.br ou faça contato por comercial@gnlubes.com.br e pelo tel:(21) 2224-0625

Empresas da cadeia produtiva da indústria de lubrificantes e graxas

2017


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