Revista Lubes em Foco edição 62

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Ago/Set 17 Ano X • nº 62 Publicação Bimestral

EM FOCO

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A revista do negócio de lubrificantes

Sua relação com seu carro vai mudar

Avanços recentes na Inteligência Artificial (AI) estão prestes a mudar para sempre a relação do motorista com seu carro.

O uso do óleo universal para tratores

Chamado de Universal Tractor Transmission Oil (UTTO) esse óleo precisa de uma formulação de alta qualidade.


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O PORTAL LUBES, o mais novo espaço na internet para a indústria de lubrificantes e também para o público interessado no segmento industrial e automotivo já está no ar. Você encontra em um único local, as mais recentes e importantes notícias relativas ao mercado de lubrificantes, eventos, guia de negócios, revista, além das colunas com opiniões e informações de especialistas do setor.

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Editorial O Brasil se prepara para mudanças estratégicas importantes na área de combustíveis e lubrificantes. São mudanças que virão a reboque de programas de governo, fundamentais para que alguns mercados possam se desenvolver, e até mesmo continuar existindo com relevância na contribuição ao desenvolvimento do país. Assim, temos hoje em pauta programas como Combustível Brasil, Rota 2030 e Renovabio, que afetarão substancialmente as perspectivas futuras das empresas que, de algum modo, estão envolvidas com a comercialização de derivados do petróleo. Todos esses programas têm foco principal na produção de energia, ou seja, nos combustíveis, uma vez que os volumes envolvidos são imensos e as necessidades maiores ainda. As discussões mais polêmicas e acaloradas trazem temas como a vocação e facilidade do Brasil para a produção de biocombustíveis e a chegada incontestável de novas tecnologias elétricas de mobilidade, todas com foco em redução das emissões veiculares e eficiência energética. A Petrobras, em seu Plano de Negócios, já afirmou que não investirá em novas refinarias e, portanto, as importações tendem a aumentar exponencialmente, trazendo grandes preocupações com a infraestrutura presente em portos, dutos, armazenagem e distribuição. Enquanto as discussões e definições estratégicas para o país avançam, o segmento de lubrificantes vai ficando cada vez mais preocupado com sua participação no processo, já que normalmente nesses casos, os volumes falam mais alto, e podem suplantar a voz, por vezes tímida, de uma indústria de alta contribuição tecnológica e ambiental. Podemos importar os óleos básicos de alta qualidade que precisamos, uma vez que não podemos fabricá-los nas refinarias brasileiras existentes, mas a indústria do rerrefino precisará se adequar para aumentar a coleta de óleos usados e também produzir básicos de qualidade para que o ciclo da logística reversa se complete plenamente. Podemos importar e até desenvolver biolubrificantes no país, mas sem incentivo fiscal correremos o risco de ficarmos sem competitividade para oferecer produtos fundamentais para a indústria de alimentos, agricultura, produção de energia verde e outros. Voltamos a convidar a todos os envolvidos nesses programas de governos que tenham um novo olhar para a indústria de lubrificantes, percebendo que, mesmo com números pequenos, representa um grande potencial de colaboração para o desenvolvimento do país Os Editores

Publicado por: EDITORA ONZE LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 - parte CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Angela Maria A. Belmiro - reg. 19.544-90-69

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ÓLEOS BÁSICOS LWART Grupo II nacional com tecnologia aprovada em formulações de alto desempenho pelas principais formuladores de lubrificantes e montadoras do mercado brasileiro.

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Sumário 6

Sua relação com seu carro vai mudar.

As inovações tecnológicas como a Inteligência Artificial e a direção autônoma mudarão a forma como lidar com o carro.

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ABNT analisa criação de norma para troca de óleo.

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Iniciativas internacionais em Segurança Química

Reprodução de entrevista do responsável pela Secretaria de Normas Automotivas da ABNT, dada ao Sindilub.

Especialista mostra benefícios significativos às indústrias que adotam iniciativas importantes nessa área.

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Economia Circular

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UTTO: O óleo universal para tratores

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Mercado em Foco

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Um novo conceito que mostra inovações e oportunidades para o segmento de lubrificantes.

Uma formulação de alta qualidade para um UTTO é essencial para a vida e o bom funcionamento dos tratores.

A revista comunica a nova análise do mercado brasileiro que irá ser disponibilizada no Portal Lubes, na aba mercado.

Programação de Eventos

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Você sabe que a relação entre você e seu carro está para mudar? Por: Aaron Stone Tradução e adaptação: Gustavo Eduardo Zamboni

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s avanços recentes na Inteligência Artificial (AI) estão prestes a mudar para sempre o nosso cotidiano. Algumas dessas mudanças são realmente obvias porém outras não são. Uma das mudanças mais importantes será a introdução de veículos autônomos, pois, para a maior parte das famílias, comprar um carro é a segunda maior despesa, depois da compra da casa própria. Pesquisas realizadas demonstraram que, hoje, um carro está entre 95% e 97% do tempo estacionado, seja numa garagem ou em um estacionamento, juntando poeira. Muitos desses proprietários de carros gostam de dirigir, mas estão simplesmente muito ocupados, trabalhando ou realizando outras tarefas, para aumentar o percentual de tempo em que seu carro é utilizado.

O futuro não é ficcção Imagine então um futuro em que seu carro possa operar por conta própria, independentemente dos passageiros estarem ou não dentro dele. Isto nos leva a pensar que, em vez de uma família possuir vários carros, talvez um ou nenhum carro seja suficiente. O carro também poderá dirigir-se sozinho a um posto de gasolina para encher o tanque ou recarregar a bateria, ou a uma oficina para manutenção por conta própria, sem que o proprietário esteja presente. Alguns anos atrás, essa situação teria parecido fantasia ou ficção científica, no entanto, a possibilidade de isso acontecer está se tornando cada vez mais real. Alguns dos cenários futuros Gary Parsons, gerente global de ligação com a indústria da Chevron Oronite, destacou alguns dos cenários futuros em uma palestra realizada na celebração do centenário da Chevron Oronite em maio, em New Orleans, LA., onde a empresa tem uma planta de aditivos. Um papel chave da equipe de Parsons é

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descobrir as tendências regulatórias e outros desenvolvimentos que afetarão os mercados globais de aditivos e lubrificantes. Sem dúvida, os desenvolvimentos nessa área são abundantes. Similar à chegada dos veículos elétricos, a tecnologia de veículos autônomos parece ser a nova “corrida armamentista” para os fabricantes de equipamentos (OEMs). Reconhecendo a importância dessa nova onda tecnológica, as montadoras tradicionais, os novos especialistas em veículos elétricos e as empresas de tecnologia não tradicionais estão se esforçando para se envolver e alterar, com sucesso, a indústria automobilística. Ao mesmo tempo, empresas de compartilhamento como Uber, Lyft etc. têm um grande interesse em veículos autônomos, pois o trabalho do motorista é um componente importante do custo. A BMW, montadora de carros de luxo, que recentemente se associou à Intel e à MobilEye, definiu o ano de 2021 como a data-alvo para a liberação de um veículo com atuação limitada do condutor (nível 4), o iNext. A Ford criou a Divisão de Mobilidade Inteligente e investiu US$ 1 bilhão, em cinco anos, para iniciar a empresa de Inteligência Artificial Argo AI, para posicionar-se como líder na fabricação de veículos autônomos. A Toyota, talvez brincando de pega-pega atrás de alguns fabricantes de automóveis, no final do ano passado também anunciou um investimento de bilhões de dólares na tecnologia AI, junto com o MIT, Stanford e a Universidade de Michigan. Muitos outros OEMs têm parcerias e programas similares. Talvez os esforços mais notáveis sejam os das gigantes de tecnologia Apple e Google. Com um orçamento de guerra de US$ 246 bilhões em reservas de caixa, qualquer mercado em que a Apple esteja focando deverá ficar atento e atuar com cautela. Em novembro de 2016, a Apple confirmou, em uma carta ao Departamento de Transportes dos EUA, que a equipe está trabalhando na tecnologia de veículos autônomos. Já o Google anunciou sua entrada na área de carros autônomos em 2009 e começou a testar os primeiros carros, na Califórnia, em 2012, colocando-os, sem dúvida, à frente dos principais concorrentes. O gigante da pesquisa na Internet já indicou que planeja disponibilizar os carros ao público em 2020, por meio da Waymo, sua empresa de automóveis autônomos. A Honda, entre outras empresas, também está trabalhando com o Waymo. As empresas de compartilhamento, como Uber e Lyft, estão bem conscientes do caminho a percorrer

para implementar uma empresa de carros autônomos rentável, com reduções dramáticas nos custos operacionais e taxas competitivas para o transporte em massa. Não é surpresa então que a General Motors, a montadora americana nº 1, anunciou um investimento de US$ 500 milhões na Lyft e a compra da Cruise Automation, em 2016, por US$ 580 milhões, juntamente com os planos para desenvolver uma rede de carros autônomos com serviços de compartilhamento de viagens. No final de 2016, a Volvo investiu também mais de US$ 300 milhões na Uber. Assim, tem-se a impressão de que novos relacionamentos e parcerias estão sendo negociadas quase todas as semanas. Ao desenvolver veículos capazes de “detectar o ambiente ao redor, tanto interna quanto externamente, e navegar sem participação humana”, grande parte do investimento é em AI e nos sensores como os “captadores primários”. Muitos componentes e tecnologias que serão empregados em carros autônomos já foram introduzidos nos atuais carros de luxo. O que é tecnologia autônoma? O que é exatamente a tecnologia autônoma? Pode parecer uma questão direta, mas, na realidade, a resposta não é tão simples. A tecnologia autônoma não significa necessariamente um mundo sem volantes, aceleradores ou pedais de freio. A SAE internacional (Society of Automotive Engineers) descreve seis níveis de autonomia de um veículo, sendo a quantidade de interação do motorista o determinante-chave de cada nível. Os níveis variam de 0, em que um veículo automotor pode emitir avisos ao condutor, mas não tem controle algum, até o nível 5, em que nenhuma intervenção humana é necessária, além de estabelecer o destino do veículo. Todas as decisões no trajeto até o destino serão tomadas pelo condutor do veículo para navegar de forma segura.

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A tecnologia de nível 1 já é comum nos veículos modernos, como controle de cruzeiro adaptativo para monitorar a distância seguinte, assistência de estacionamento com direção automática, frenagem para impedir colisão, controle para manter-se na pista e radares reversos. Parsons diz que esses componentes se juntarão a outros “para habilitar os veículos autônomos”. Os veículos de nível 2, como o piloto automático Tesla, são capazes de acelerar, travar e dirigir sozinhos, embora os motorístas sejam obrigados a monitorar objetos e eventos durante o percurso. Vários OEMs fizeram anúncios sobre a disponibilidade iminente de veículos de nível 3 e nível 4, que podem assumir o controle total em todas as situações, exceto situações totalmente imprevisíveis. A eliminação da participação do motorista pode proporcionar uma melhoria de até 20% na economia de combustível e reduções notáveis nas emissões de gases de efeito estufa, mitigando acelerações rápidas e comportamentos de condução imprudentes. Parsons argumenta que o desempenho de condução melhorado também pode proporcionar intervalos de troca de óleo prolongados e melhorar a durabilidade do equipamento, alcançando assim os três grandes objetivos da maioria dos OEMs – economia de combustível aprimorada, períodos de troca de óleo prolongados e durabilidade do motor. Quando Parsons fez sua apresentação na celebração do centenário da Chevron Oronite, reiterou a tendência global para “megacidades”. Disse ele que, em 2040, prevê-se que 75% das pessoas nos Estados Unidos vivam dentro de sete “megarregiões”. Inevitavelmente, junto com essa tendência, teremos um aumento do tráfego, do congestionamento e dos atrasos. Imagine se você além de evitar o congestionamento, pudesse também melhorar a produtividade durante a sua viagem diária. Parsons aponta que níveis mais altos de autonomia têm o potencial de tornar isso realidade. 8

A tecnologia autônoma permite que os veículos viajem mais perto uns dos outros, “detectando o que os veículos ao redor farão antes de fazê-lo”, diz Parsons. A densidade de tráfego melhorada, a navegação e o monitoramento de tráfego mais eficientes ajudarão a aliviar o incômodo de uma viagem. Possivelmente, uma consequência disso pode ser que os consumidores estejam dispostos a viver mais longe dos centros das cidades. Em um mundo sem condutor, as habilidades de multitarefa, de escrever mensagens de texto, de fazer chamadas ou mesmo de trabalhar sem comprometer a segurança do motorista também significarão motoristas mais atentos e causando menos acidentes ou perigos no trânsito. Sim, houve alguns acidentes durante o desenvolvimento de carros autônomos. O ocupante de um Modelo S da Tesla morreu em uma colisão com um caminhão enquanto operava no piloto automático em 7 de maio de 2016 em Williston, Flórida, EUA. Além disso, um Lexus SUV autônomo da Google também esteve envolvido em um acidente no estado da Califórnia, quando um motorista ultrapassou uma luz vermelha e colidiu com o veículo. Apesar desses contratempos, os especialistas acreditam que a tecnologia aumentará potencialmente a segurança do motorista, reduzindo as 40 mil mortes e 2,3 milhões de feridos relatados nas estradas dos EUA em 2015. A Volvo, um dos OEMs que mais investem em tecnologia autônoma, estabeleceu o objetivo audacioso de que, a partir de 2020, nunca mais haverá novamente uma morte em um carro Volvo. Os veículos autônomos são um pilar-chave para atingir esse objetivo. Se essas reivindicações de melhoria na segurança acontecerem, isso poderia forçar as entidades reguladoras a proibir que, no futuro, você dirija seu próprio veículo. Embora isso “nunca aconteça”, ainda existe a questão de saber se essa tecnologia pode ser mais eficaz do que a intuição humana. Parsons detalhou uma “rede que permite que os veículos se comuniquem uns com os outros a uma velocidade muito rápida”, permitindo assim um controle de tráfego mais suave e uma segurança melhorada, a 5G. Para isso, três tecnologias fundamentais para ditar os movimentos do tráfego, através de uma rede de comunicação, incluem V2V, V2I e V2P. A tecnologia veículo-a-veículo (V2V) permite que os veículos se comuniquem diretamente entre si. A Cadillac já introduziu a V2V em seu modelo CTS em 2017, e o Departamento de Transportes dos Estados Unidos reviu


uma proposta de que, até 2020, todos os carros novos deveriam apresentar a tecnologia V2V. A comunicação de veículo com a infraestrutura (V2I) alerta os veículos da presença de infraestrutura específica, como obras rodoviárias ou semáforos. Um farol permanente que se comunica com os veículos notificará antecipadamente o próximo obstáculo. A tecnologia veículo-pedestre (V2P) notificará os automóveis da presença de pedestres ou ciclistas carregando um dispositivo transmissor particular, ajudando-os a “enxergar claramente” os usuários vulneráveis na estrada. Os OEMs esperam que a introdução da condução autônoma reverta uma tendência preocupante entre os jovens que não têm interesse em receber a licença de motorista, além de ocasionar uma diminuição no número de veículos por domicílio nos EUA. Parsons citou oportunidades de segmentação do mercado automotivo que podem atrair novos segmentos da população para os veículos, como pode ser o tipo de veículos de conteúdo específico. Esses novos produtos podem incluir “carros de jogos”, “carros de realidade virtual”, “carros de música” ou especificidades similares, disse o palestrante. A tecnologia também tem o potencial de abrir opções significativas de mobilidade para motoristas não tradicionais, como idosos ou deficientes. A forma desses novos produtos é um tema para ser ainda analisado. Durante sua apresentação, Parsons também destacou uma forte sinergia entre veículos autônomos e economia compartilhada. No futuro, os indivíduos podem até decidir que não possuirão mais carro, ele sugere, citando um potencial movimento das pessoas do conceito de propriedade individual de veículos para veículos de frotas, ou para um serviço que você paga apenas pelo tempo que utilizar. Este modelo poderia proporcionar uma melhor eficiência da infraestrutura, um menor investimento inicial e uma potencial redução no número de veículos. Do ponto de vista dos lubrificantes ou da manutenção de veículos, várias mudanças podem ocorrer devido à introdução de carros autônomos e à economia de compartilhamento. Em primeiro lugar, o proprietário do

veículo pode nem estar presente quando o carro se deslocar para a troca de óleo. Nesses casos, o mecânico pode desempenhar um papel mais importante ao decidir quais lubrificantes devem ser usados. Na economia de compartilhamento, se a propriedade dos veículos se desloca de indivíduos particulares para frotas, o mercado de óleo de motor para carros de passeio tem o potencial de se tornar mais parecido com o mercado de óleo para frotas ou de motores de veículos comerciais, com maior importância colocada em períodos prolongados de troca de óleo e maior tempo de operação. Tanto na economia de compartilhamento quanto nos carros autônomos, o volume de serviço de cada veículo pode aumentar, à medida que menos veículos acumulam mais quilômetros em um determinado período. Como Parsons apontou em sua apresentação, os próximos 100 anos, para a Oronite e seus clientes que atendem à indústria de veículos, poderão parecer muito diferentes dos últimos 100 anos.

Matéria publicada na revista Fuels & Lubes, traduzida e adaptada por Gustavo Zamboni, Engenheiro Industrial, consultor empresarial e diretor da Editora Onze.

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ABNT analisa criação de norma específica para troca de óleo Retransmissão da entrevista dada pelo Chefe de Secretaria do Comitê Brasileiro Automotivo da ABNT ao Sindilub Considerando a importância do tema para os nossos leitores e para todos os envolvidos, direta e indiretamente, com o mercado de lubrificantes e suas aplicações, a revista LUBES EM FOCO abre uma exceção em suas práticas de entrevistas para retransmitir uma matéria realizada pelo Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes (Sindilub) com o Sr. José Luiz Albertin, Engenheiro Mecânico responsável pela Secretaria de Normas Automotivas da ABNT. Pós-graduado e com MBA em Gestão Estratégica, ele desenvolveu sua carreira na indústria de manufatura, engenharia de produto, serviços e consultoria. É diretor da Ryuma Consultores Associados e conselheiro da SAE BRASIL. Participa também de projetos nas áreas de Tecnologia e de Educação Continuada em Engenharia. Agradecemos ao Sindilub pela colaboração, permitindo a retransmissão dessa matéria, que representa também uma demanda abraçada pelo sindicato e tem um grande potencial para a melhoria do setor como um todo. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já iniciou o levantamento das “partes interessadas” no estabelecimento de uma regra específica para as operações de óleos lubrificantes. A informação é de José Luiz Albertin, chefe de Secretaria do Comitê Brasileiro Automotivo (ABNT CB005), que é mantido pelos setores econômicos ligados ao seu escopo Veículos Rodoviários. Além do cargo ocupado por Albertin, a estrutura do ABNT CB005 é composta pelo seu superintendente, engenheiro Ali El Hage, e a analista Elbe Conceição. O Comitê atua na “normalização no campo de automóveis, caminhões, tratores, ônibus, ciclomotores, bicicletas, motocicletas, autopeças e componentes, bem como na reparação de veículos, emissões veiculares no que concerne a terminologia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades”.

Assim como já existe uma norma de qualificação para o mecânico de oficina de automóvel, ficarei particularmente contente de ver uma para o profissional de troca de óleo. Sindilub - A AEA discute desde 2011 a necessidade de criar uma norma técnica específica para as operações de troca de óleos lubfificantes. Como a ABNT acompanha esse assunto? José Luiz Albertin - Essa é uma forma bem típica de demanda por uma norma, em que entidades representativas de setores da sociedade debatem e trabalham temas de interesse. Desse movimento e do amadure10

cimento do tema surgem as demandas por normas técnicas. O ABNT CB005 mantém rotina de encontros, reuniões e participa de entidades representativas do setor automotivo, como a AEA. Cabe comentar que a demanda, neste caso, foi discutida na entidade técnica AEA, mas vem mesmo por intermédio do Sindilub e seus associados. Os benefícios de uma norma técnica sobre troca de óleo em veículos rodoviários são


difusos para toda a sociedade. Todos se beneficiarão. Sindilub - Qual a importância de se ter uma norma ABNT para as trocas de óleos lubrificantes? José Luiz Albertin A manutenção correta de um veículo tem um efeito individual José Luiz Albertin para o proprietário do veículo e também coletivo. Focamos nesse benefício coletivo. Haver um critério técnico acessível ao público implica melhor qualidade para todos, mais economia, mais eficiência, mais segurança. Um aspecto que pode ser coberto por uma norma é a qualificação do profissional da troca de óleo. Penso ser esse o ganho mais nobre. O desenvolvimento profissional é melhor assegurado se tivermos estabelecidas as competências necessárias. Assim como já existe uma norma de qualificação para o mecânico de oficina de automóvel, ficarei particularmente contente de ver uma para o profissional de troca de óleo. Sindilub - Que aspectos devem ser observados em uma norma ABNT para as trocas de óleos lubrificantes? José Luiz Albertin - Na normalização fazemos sempre a pergunta básica: “Qual problema essa norma vem resolver?” Essa pergunta simples permite a uma Comissão de Estudos da ABNT explorar o quanto uma norma será útil. Permite também escolher se devemos fazer algumas normas independentes ou se adotamos um desenvolvimento em partes. No segundo caso, podemos ter, por exemplo, cada parte da norma tratando de um tema específico daquele assunto.

Sindilub - Em alguns casos, inclusive na troca de lubrificantes, é comum encontrar diferentes posicionamentos sobre um assunto. Como a ABNT resolve isso? José Luiz Albertin - Ainda sobre a pergunta “Qual problema essa norma vem resolver?”, cabe comentar que ela pode ser respondida de forma diferente. Chamamos de “partes interessadas” os que podem ser afetados pela elaboração de uma determinada norma. No caso que citamos aqui, esse exercício de saber quem são as partes interessadas já foi iniciado. A troca de óleo envolve vários atores: os postos de manutenção, os fabricantes de óleo, os fabricantes de veículos, os de motor, os desenvolvedores de tecnologias de equipamentos... A posição do ABNT CB005 é totalmente neutra no que toca aos aspectos e problemas. Devemos ser, sim, rigorosos com a imparcialidade técnica, com os princípios e diretivas da normalização. Sindilub - Existem outras normas da ABNT relacionadas exclusivamente aos óleos lubrificantes? José Luiz Albertin - A ABNT é dividida em órgãos chamados “Comitê Brasileiro”; “Organização de Normalização Setorial” e “Comissão de Estudo Especial”. Nós somos o Comitê Brasileiro Automotivo, e cada grupo trabalha com escopos bem definidos. O tema “óleos lubrificantes” pertence ao escopo de Óleo e Gás, e esse escopo é desenvolvido pelo ABNT/NOS 34 – Organismo Setorial de Petróleo. Lá estão as normas sobre lubrificantes. Uma consulta ao site da ABNT permite

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ver rapidamente todo o acervo, com referências bem práticas e diretas. No caso dos lubrificantes, existem muitas normas que tratam de métodos de ensaio para aferir as características em laboratório. Vale a pena visitar o site da ABNT em www. abnt.org.br. Sindilub - E para o setor automotivo, o que é relevante apresentar com relação às normas da ABNT? José Luiz Albertin - O ABNT CB005 tem em seu acervo cerca de 430 normas técnicas. Esse acervo foi construído ao longo de quase 50 anos de existência do CB005. São normas sobre veículos, suas peças e sistemas, métodos de ensaios e procedimentos para aferir a segurança e o desempenho ambiental e normas de serviços automotivos (trabalho de oficina). A cada ano é feita uma Revisão Sistemática das normas de cinco anos de existência. Há metas de revisão de normas que, mesmo

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validadas nas Revisões Sistemáticas, portanto úteis à sociedade, estão em formatação antiga. Além desses mecanismos de atualização e da qualidade, há um contínuo de demandas por novas normas. Tomamos como critério de relevância a contribuição de uma norma para a sociedade. E, nesse aspecto, o papel mais nobre que uma norma pode ter é ser citada em Leis e Regulamentos. Podemos afirmar com segurança que a quase totalidade dos regulamentos para segurança, desempenho ambiental dos veículos e proteção do consumidor se apoiam em normas do ABNT CB005. Para citar um número, temos 55 normas do acervo do ABNT CB005 citadas nos Regulamentos de Avaliação de Conformidade (INMETRO). Com critério geral, um projeto de norma só é iniciado se é demonstrada sua relevância nas áreas de segurança, meio ambiente, para o consumidor, para qualificação de pessoas e qualidade dos veículos.


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Uma Integração Estratégica

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SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Iniciativas Internacionais em Segurança Química Por: Newton Richa

Segundo a ficha técnica do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA (UNEP, SDG, FactSheet, March13, 2015), a poluição química, em todas as suas formas (ar, água, solo, alimentos etc.), constitui a principal causa de morte em todo o mundo atualmente. Em virtude da falta de informação, treinamento, regulamentação, fiscalização e outras medidas de prevenção e controle, cerca de 94% dessas mortes concentram-se nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. Esses fatos justificam as numerosas iniciativas internacionais lideradas pela ONU e por outros organismos internacionais e regionais para melhorar a gestão dos produtos químicos em todos os países. Além disso, alertam para a prioridade que as ações no campo da Segurança Química devem receber no país, oitavo produtor químico e maior consumidor de agrotóxicos no mundo. A Segurança Química é um conceito global referente à proteção das pessoas e do meio ambiente em todo o ciclo de vida dos produtos químicos, que, atualmente, abrange: concepção, projeto, desenvolvimento, produção, transporte, armazenamento, utilização e descarte de resíduos. No Brasil, as ações governamentais, da indústria e de outros segmentos da sociedade civil vêm sendo desenvolvidas e articuladas pela Comissão Nacional de Segurança Química (CONASQ), colegiado vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

Química Verde Definida como um conjunto de 12 princípios que, quando usados no projeto, desenvolvimento e implementação de produtos e processos químicos, permitem aos cientistas proteger e beneficiar a economia, as pessoas e o planeta, abrangendo: 1. Prevenção: evitar a formação de resíduos tóxicos; 2. Eficiência Atômica: incorporar o maior número possível de átomos dos reagentes no produto final; 3. Síntese Segura: metodologias sintéticas que utilizam e geram substâncias com pouca ou nenhuma toxicidade à saúde humana e ao ambiente; 4. Desenvolvimento de Produtos Seguros: produtos que não causem danos ao ambiente; 5. Uso de Solventes e Auxiliares Seguros: utilização de substâncias auxiliares inócuas ou facilmente reutilizáveis como solventes, agentes de purificação e secantes; 6. Busca pela Eficiência de Energia: desenvolvimento de processos que ocorram à temperatura e pressão ambientes; 7. Uso de Fontes de Matéria-Prima Renováveis: uso de biomassa como matéria-prima deve ser priorizado; 8. Evitar a Formação de Derivados: evitar processos que envolvem intermediários com grupos bloqueadores, proteção/desproteção, ou qualquer modificação temporária da molécula; 13


S.M.S.

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9. Catálise (Seletividade): em substituição aos reagentes estequiométricos; 10. Produtos Degradáveis: biocompatibilidade; não devem permanecer no ambiente, degradando-se em produtos inócuos; 11. Análise em Tempo Real para a Prevenção da Poluição: possibilidade de formação de substâncias tóxicas deverá ser detectada antes de sua geração; e 12. Química Intrinsecamente Segura para a Prevenção de Acidentes: minimização do risco de acidentes, como vazamentos, incêndios e explosões. O objetivo final da Química Verde é reduzir, fisicamente, as quantidades de produtos químicos com impacto negativo na saúde humana e no meio ambiente.

significativos na saúde humana e no ambiente até 2020, em todos os países. Abordagem Estratégica Internacional para a Gestão das Substâncias Químicas (The Strategic Approach to International Chemicals Management - SAICM A Meta 2020 está no núcleo da Abordagem Estratégica Internacional para a Gestão de Substâncias Químicas (SAICM), estrutura política criada em 2006, por ocasião da Primeira Conferência Internacional de Gestão de Substâncias Químicas (ICCM1). Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS

Química Sustentável É definida pela Agência Federal Alemã de Meio Ambiente como a parte da Química essencial para uma sociedade sustentável, com uma visão do design do produto, fabricação, consumo de recursos, saúde e segurança no trabalho, sucesso econômico e inovação tecnológica, em países industrializados, emergentes e em desenvolvimento. A Química Sustentável enfatiza a dimensão social da sustentabilidade e possui numerosas submetas reunidas em quatro grupos de metas, descritos a seguir: G1- Aumento geral da eficiência dos recursos; G2- Redução dos efeitos adversos dos produtos químicos na saúde humana e no ambiente; G3- Aumento do valor econômico e fortalecimento da gestão química; G4- Aumento da sustentabilidade em sistemas no entorno.

Programa Interorganizacional para o Gerenciamento Efetivo de Produtos Químicos (The Inter-Organization Programme for the Sound management of Chemicals - IOMC) O Programa Interorganizacional para o Gerenciamento de Produtos Químicos (IOMC) foi criado em 1995, para fortalecer a cooperação e aumentar a coordenação no campo da Segurança Química. A partir de 2002, passou a constituir o mecanismo balizado para iniciar, facilitar e coordenar a ação internacional para alcançar a Meta 2020, estabelecida na Rio +10, em Joanesburgo, de que os produtos químicos devem ser produzidos e utilizados de forma a minimizar seus impactos adversos 14

Em 25 de setembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), no âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável abrangem um conjunto novo e universal de metas, objetivos e indicadores que os estados membros da ONU devem usar ao elaborar suas agendas e políticas nos próximos 15 anos. O mandato da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) é promover o desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável para alcançar a prosperidade compartilhada e a sustentabilidade ambiental. Embora particularmente ligada ao ODS 9 – “Construir uma infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável e promover a inovação” –, a UNIDO esforça-se por vincular suas prioridades com todos os 17 ODS, a fim de garantir que seus programas, projetos e iniciativas tenham efeitos sinérgicos positivos no apoio à consecução de todos os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Economia Circular Em 2 de dezembro de 2015, a Comissão Europeia aprovou um ambicioso Plano de Ação para estimular a transição da Europa para uma Economia Circular, que visa “impulsionar a competitividade global, promover o crescimento econômico sustentável e gerar novos empregos”. A Economia Circular é caracterizada por uma economia restauradora e regenerativa, que objetiva manter produtos, componentes e materiais com maior utilidade e valor agregado em todo o ciclo de vida. Surge em contraposição à Economia Linear, cujas limitações prin-


S.M.S. cipais são a exaustão dos recursos naturais e a poluição ambiental em todas as formas. Outras Iniciativas A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente 2 (UNEA-2), realizada em 23 de maio de 2016, em Nairobi, mencionou a Química Sustentável como um importante componente da gestão efetiva de produtos químicos. A implementação do Protocolo de Montreal e das Convenções de Estocolmo, Basileia, Roterdã e Minamata contribui ainda mais para os objetivos do SAICM e relaciona-se com a importância da ação política conjunta para prevenção, redução, remediação, minimização e eliminação de riscos durante o ciclo de vida dos produtos químicos. Chemical Leasing A crescente produção química mundial constitui uma progressiva ameaça à saúde humana e ao meio ambiente, uma vez que a exposição global é proporcional à quantidade utilizada. O motor deste crescimento é o fato de o lucro ser proporcional à quantidade comercializada, de modo que, quanto mais produtos químicos são vendidos, maior é o benefício econômico do fornecedor, uma dinâmica que geralmente está ligada a um uso ineficiente. Com base nas experiências e lições aprendidas pela UNIDO, durante dez anos de trabalho no Programa Global de Chemical Leasing, seus especialistas destacam o papel que modelos de negócios inovadores podem desempenhar para alcançar um crescimento econômico inclusivo e sustentável, por contribuírem para a redução do consumo de produtos químicos, da produção de resíduos e do uso de recursos, sendo capazes de minimizar ou mesmo eliminar os riscos associados à gestão ineficiente de produtos químicos. O Chemical Leasing constitui um novo modelo de negócios que visa trazer vantagens econômicas para todos os parceiros envolvidos com produtos químicos, por meio de soluções concretas para seu gerenciamento eficiente. No Chemical Leasing, o sucesso econômico não depende do volume de produtos químicos vendidos, mas da qualidade e eficiência dos serviços prestados com a utilização dos produtos químicos. Ao mudar o foco do aumento do volume de vendas de produtos químicos para uma abordagem de valor agregado, o sucesso econômico do fornecedor é transferido para a função e os benefícios do produto químico e não mais

para sua quantidade. O consumo de produtos químicos torna-se um custo e não um fator de receita para o fornecedor. Os contratos de Chemical Leasing normalmente são centrados em unidades funcionais de pagamento, como número de peças limpas, número de carros pintados, área revestida, volume de água tratada etc. No Chemical Leasing, entre um fabricante de tintas e um fabricante de carros é estabelecida uma parceria de longo prazo, em que as competências são associadas para pintar os carros com eficiência e eficácia. O fabricante de tintas passa a ser remunerado pelo número de carros pintados e pelo compartilhamento dos ganhos obtidos com a aplicação das Melhores Práticas de Sustentabilidade, economizando energia e reduzindo desperdícios. O alinhamento dos incentivos comerciais resulta em interesse comum do fornecedor e do usuário quanto à otimização do uso do produto químico, a fim de reduzir a quantidade consumida, o que consequentemente reduz os custos, diminui os riscos relacionados ao gerenciamento de produtos químicos e minimiza a exposição dos trabalhadores e o impacto negativo dos produtos químicos no ambiente. No artigo Exploring Green Chemistry, Sustainable Chemistry and innovative Business Models such as Chemical Leasing in the context of international policy discussions, publicado em 2016, Petra Schwager e Nils Decker, pesquisadores vinculados ao Programa Global de Chemical Leasing da UNIDO, afirmam que o conceito de Chemical Leasing, evitando o desperdício, adotando o uso de substâncias menos perigosas e introduzindo melhores processos de gerenciamento de produtos químicos, é totalmente congruente com os Doze Princípios da Química Verde e está alinhado com a Química Sustentável, a Economia Circular, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e outras iniciativas na área de Segurança Química. Fundamentados em um conjunto crescente de evidências consistentes que sugerem a aplicabilidade da Química Verde, Química Sustentável, Economia Circular e outras Melhores Práticas de Sustentabilidade nas indústrias, por meio da implementação do Chemical Leasing, os autores enfatizam que isto pode gerar benefícios significativos aos parceiros dos projetos, nas dimensões econômica, ambiental e social. Newton Richa é Médico do Trabalho, Mestre em Sistemas de Gestão, Professor dos Cursos de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Engenharia de Manutenção da UFRJ, Representante da UFRJ na Comissão Nacional de Segurança Quimica (CONASQ/MMA)

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Economia circular Inovação e oportunidades para o setor de lubrificação

Por: Nathália Geronazzo e Manoel Honorato

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ivemos em mundo guiado pela tecnologia, inovação e pela busca de um desenvolvimento sustentável. Têm se intensificado as pressões governamentais, velhas conhecidas da indústria, por produção mais limpa, processos eficientes e redução da geração de resíduos. São necessárias então soluções que preservem a competitividade das empresas, com redução de custos de produção, aumento da eficácia e redução do impacto ambiental. Nosso modelo econômico, reconhecido hoje como uma economia linear (no modus operandi extrair – produzir – usar – descartar), está com os dias contados, seja pela intensificação das restrições ambientais, pela competitividade do mercado frente à pressão social, ou pela limitação da disponibilidade dos recursos naturais em si. Consolida-se então, globalmente, o conceito de Economia Circular, que aparece como um vetor de quebra de paradigmas do processo produtivo. Uma economia circular busca, através da inovação colaborativa, um desenvolvi-

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mento contínuo, com um crescimento econômico dissociado da exploração de recursos naturais. Não inibe as práticas industriais, mas orienta as indústrias a uma transição para um modelo de produção mais inteligente, ambientalmente seguro e energeticamente eficiente. Não é por si só uma metodologia, mas se apresenta como uma “caixa de ferramentas”, reunindo diversos mecanismos para desenvolvimento sustentável e para gestão de recursos finitos. A principal idéia é manter ao máximo o valor de uso e de troca dos recursos ao longo da cadeia produtiva, estendendo sua vida útil e evitando a exploração de recursos naturais. Para tal, se faz necessário repensar o design de produtos e processos, visto que estes podem ser modelados para uma redução dos custos de produção e posterior separação de seus materiais constituintes. O infográfico “Definições da Economia Circular” foi produzido pela Ellen Mac Arthur Foundation, consultoria internacional em economia circular e parceira de empresas como Google, Renault, Unilever e Siemens. Nele,


podemos visualizar os princípios de uma economia circular e como os materiais podem ser separados em ciclos biológicos ou tecnológicos. Assim, os materiais têm o valor mantido ao longo de seu ciclo de vida, além de serem cascateados no processo produtivo, refletindo uma gestão eficiente dos recursos: Logística reversa, apesar de um desafio, é um dos mecanismos-chave para o desenvolvimento de uma economia circular, visto que viabiliza a coleta e permite o aproveitamento de materiais, reinserindo-os na cadeia produtiva. A indústria de lubrificantes tem uma logística reversa madura, tendo superado este desafio logístico e desenvolvido rota tecnológica de alto rendimento na recuperação do material coletado através do processo de rerrefino. Economia Circular, Logística Reversa e Rerrefino O óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC), por não ser biodegradável, leva dezenas de anos para desaparecer do ambiente. Quando descartado indevidamente, causa grandes prejuízos em função de seu grande potencial poluidor, motivo pelo qual foi implementada a logística reversa para o setor. A logística reversa do OLUC vem sendo incrementada no país há aproximadamente 50 anos, pelo Conselho Nacional do Petróleo, por meio da Resolução CNP n°6 de 1963 – Rerrefino, que menciona: “FICA

Figura 1 - Definições da Economia Circular

PROIBIDO, em todo Território Nacional, a destinação de óleos lubrificantes minerais usados ou contaminados para outros fins que não o rerrefino.” A atividade de rerrefino de óleos lubrificantes usados e/ou contaminados traz consigo, além da importância econômica, um papel ambiental imprescindível, gerando diversos benefícios: • Contribuem para a redução da poluição, porque minimizam a geração de resíduos; • Asseguram a destinação adequada de um resíduo perigoso; • Diminuem a necessidade de extração de petróleo e reduzem a dependência de importação de derivados; • Fornecem matéria-prima especificada para produção de óleo lubrificante acabado; • Atendem aos princípios de conservação de energia estabelecidos no artigo 1º da Lei nº 9478/1997. Na cadeia de rerrefino no Brasil, temos dos processos mais convencionais (o chamado acido-argila) aos mais modernos (hidrogenação). Neste último, é produzido o óleo básico grupo II, produto de excelente qualidade obtido a partir do OLUC. Vale lembrar que esta é a única alternativa no Brasil de produção de óleo básico grupo II. O processo de rerrefino é um importante instrumento de desenvolvimento econômico para o país, pois permite que transformemos o OLUC no OLAC (Óleo Lubrificante Acabado), e que este seja reinserido no início da cadeia produtiva, contribuindo para o abastecimento de matéria-prima. Assim, é possível fechar o ciclo de vida do produto, devolvendo ao mercado um insumo com as mesmas características do original. Vários setores da economia vêm buscando enquadramento às exigências ditadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/2010. Porém, o setor de coleta e rerrefino do óleo lubrificante usado já efetua essa prática muito antes desta Lei entrar em vigor, contri17


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buindo para a gestão de resíduos sólidos no país, em especial do óleo lubrificante usado. O setor de lubrificantes possui mais de 30 anos de boas práticas focadas em logística reversa, sendo considerado um modelo para outros segmentos. Nos últimos anos, os números movimentados pelo setor vêm evoluindo consistentemente. Entre o ano de 1993 e o ano de 2017, houve um aumento aproximado de 38% de coleta de OLUC, com metas progressivas revisadas pelo Ministério de Meio Ambiente, Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e representantes do setor produtivo. Importante salientar que as premissas de economia circular já permeiam o setor de coleta e rerrefino de OLUC. Todavia, diante da repercussão internacional, é de grande importância que esta sinergia seja formalizada e que os benefícios associados a ela sejam conhecidos por toda a cadeia. Economia circular e mercado do futuro: oportunidades emergentes

Leasing - modelo de negócios inovador baseado na performance de insumos químicos, com diversos estudos de caso comprovando melhoria nos indicadores econômicos. Para as empresas que reconhecem a oportunidade e estão dispostas a inovar, existem a visibilidade da marca e a possibilidade de valorar economicamente esta transição. Um bom exemplo são os índices de sustentabilidade empresarial já vigentes nas Bolsas de Nova York, Bovespa e Nasdaq, e ainda existem outras maneiras de capitalizar esses esforços. Para as que negligenciarem as demandas globais, há o risco de perda de mercado, frente a novas tecnologias e novos players. Por meio de inovação colaborativa e de uma abordagem de valor agregado, se faz possível um desenvolvimento sustentável da indústria. É hora de quebrar paradigmas e transformar seu negócio em “à prova de futuro”.

Para saber mais: Ellen MacArthur Foundation: https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt Exange4change: http://e4cb.com.br/ Ideia Circular: http://www.ideiacircular.com/ Circle Economy: https://www.circle-economy.com/ União Europeia e Economia Circular: http://ec.europa.eu/environment/circular-economy/index_en.htm WBCSD CEO’s Guide to Circular Economy: http://docs.wbcsd.org/2017/06/CEO_Guide_to_CE.pdf Chemical Leasing: http://www.chemicalleasing.com/

Nathália Geronazzo é Cientista Ambiental em formação e membro do Núcleo de

Reconhecida pela União Europeia como estratégia de negócios, a economia circular virou um alvo do setor público e privado, com estabelecimento de um plano de ação para sua implementação. Ainda, o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) desenvolveu um guia para CEO’s, no intuito de esclarecer e orientar as empresas no processo de transição de seus modelos de negócios. O setor de lubrificação, por já ter dado o passo inicial, tem especial vocação para uma economia circular. Também é indicado pela ONU como setor prioritário para a adesão a programas de melhorias no processo produtivo, como Chemical

Gestão Ambiental da UNIRIO e do Núcleo de Economia Circular da URFJ.

Manoel Honorato é Graduado em Administração e Química, Sócio Diretor da Honorato Assessoria, desenvolve trabalhos de consultoria a toda a cadeia produtiva do setor de lubrificantes. Coordenador da Subcomissão de Graxas da Comissão de Lubrificantes do IBP.

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O uso de UTTO (Universal Tractor Transmission Oil) em sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus Por: Marcos Thadeu Giacomini Lobo

T

ratores agrícolas de pneus são equipamentos móveis bastante complexos, que envolvem elevados níveis de projeto de engenharia e são capazes de operar a velocidades muito mais elevadas que outros equipamentos móveis off-road. Contudo, eles devem demonstrar, também, desempenho confiável a baixas velocidades em aplicações de preparo de solo e colheita. Tratores agrícolas de pneus devem operar em um vasto espectro de temperaturas, variando de climas extremamente frios a condições de calor intenso.

Figura 3 - O ambiente de operação é hostil (poeira, neve, lama, água)

Essas considerações aplicam-se, também, aos óleos lubrificantes para uso nos sistemas conjugados (caixa de mudanças, reduções finais, diferencial, sistema hidráulico e freios em banho de óleo), produtos que movimentam importantíssimos sistemas operacionais do equipamento e que constituem, em última instância, peça-chave de uma produção contínua e confiável.

Figuras 1/2 - Tratores agrícolas de pneus são equipamentos móveis complexos

Devem operar, também, em ambientes extremamente hostis em que lama, poeira, gelo e água são ameaças permanentes. Adicionalmente, os tratores agrícolas de pneus têm que trabalhar com total confiabilidade, visto que falhas inesperadas podem ter grandes consequências financeiras além do custo do reparo em si. Não é de se impressionar, então, que os tratores agrícolas de pneus e os implementos agregados sejam submetidos às condições mais severas no universo dos projetos mecânicos de equipamentos móveis. 20

Figuras 4/5 - Sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus

Os óleos lubrificantes empregados em sistemas conjugados (caixa de mudanças, reduções finais, diferencial, sistema hidráulico e freios em


Figura 6 - Os sistemas conjugados operam em condições extremas de temperatura

banho de óleo) de tratores agrícolas de pneus são expostos, de maneira ímpar, a todo tipo de desafio no que diz respeito à formulação. O produto tem que operar de forma adequada desde a partida em climas extremamente frios, devendo manter o seu desempenho em condições de temperatura extremamente elevadas também. Tem que suportar o ingresso de material particulado sólido (poeira), ar e umidade quando da substituição de implementos agrícolas no campo e suas característica de atrito interno fluido. Deve se manter consistente sob todos os tipos de condições de operação, de maneira que os freios em banho de óleo (úmidos) não sofram agarramento que podem colocar em perigo o operador do equipamento. As mudanças de marcha devem se efetuar de forma suave, e os implementos agrícolas acoplados necessitam trabalhar com a precisão esperada.

Figuras 7/8 - Ameaça de contaminação por material particulado sólido e água

Com o intento de prover adequado desempenho operacional em amplo leque de condições de trabalho, o fluido lubrificante para uso em sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus deve ter pacote de aditivos apropriado, sendo um dos aditivos mais importantes nesta aplicação o Melhorador de Índice de Viscosidade (MIV). Os MIVs são moléculas de pequenas dimensões a baixas temperaturas, mas que se expandem à medida que a temperatura aumenta. À proporção que a temperatura do

fluido lubrificante diminui, novamente as moléculas do MIV retornam ao seu tamanho original, permitindo que o óleo lubrificante escoe livremente. A influência dos MIVs nos óleos lubrificantes de sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus permite que se trabalhe de forma satisfatória em duas condições de operação: o fluido lubrificante mantém a viscosidade adequada para proteger as superfícies metálicas dos elementos mecânicos em movimento quando em temperaturas de operação elevadas e flui facilmente a temperaturas menores de forma a garantir lubrificação eficiente e fácil circulação do óleo lubrificante, imediatamente após a partida a frio do trator agrícola de pneus.

Figura 9 - Mecanismo de atuação dos MIV - Melhorador do Índice de Viscosidade

Óleos lubrificantes que contêm em sua formulação MIVs são, comumente, denominados multigrau. Eles são bastante diferentes dos produtos chamados monograu que, em tempos passados, eram amplamente utilizados em sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus. Ao utilizar os óleos lubrificantes monograu os usuários tinham a incômoda tarefa de drenar e utilizar óleo lubrificante mais viscoso que pudesse suportar as elevadas temperaturas do verão e efetuar o processo inverso, usar óleos lubrificantes de menor viscosidade ao iniciarem o período de inverno e as baixas temperaturas. Nos dias atuais, exceto em casos especiais, o uso de óleos lubrificantes multigrau é preferido em sistemas conjugados (caixa de mudanças, reduções finais, diferencial, sistema hidráulico e freios em banho de óleo) de tratores agrícolas de pneus.

Figuras 10/11 - Sistemas conjugados: multigrau x monograu

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Um típico Universal Tractor Transmission Oil (UTTO) desempenha papel multifuncional. O UTTO deve atuar como óleo lubrificante para as engrenagens e componentes do sistema hidráulico, suportar severas condições de operação nos típicos sistemas de freio em banho de óleo (úmido) dos modernos tratores agrícolas de pneus, prover inibição da corrosão às superfícies metálicas dos componentes mecânicos, ter certa tolerância à água e ser agente de geração e transmissão de enormes pressões hidráulicas (> 350 bar) para operar os equipamentos auxiliares. O UTTO deve possuir, também, elevado coeficiente de atrito dinâmico para manter estáveis a transferência de potência e a operação consistente do pacote de embreagem, tarefa vital para o funcionamento suave da última geração de transmissões powershift, especialmente sob altas condições de torque.

mente “fatiadas” pela ação dos dentes das engrenagens, é algo que os MIVs devem suportar para desempenhar adequadamente a sua função nos sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus.

Figuras 14/15 - As engrenagens podem provocar o cisalhamento do MIV

A estabilidade ao cisalhamento é inversamente proporcional ao peso molecular do polímero de MIV. Regra geral, polímeros de elevado peso molecular proporcionam alta viscosidade com menor estabilidade ao cisalhamento, enquanto polímeros de baixo peso molecular proveem menores viscosidades em conjunto com estabilidade ao cisalhamento mais elevada. Atingir-se um nível de estabilidade ao cisalhamento apropriado para cumprir as exigências técnicas a que se destina o UTTO é fundamental na questão custo e desempenho.

Figura 16 - A ruptura do MIV por cisalhamento provocará danos ao sistema conjugado em face da queda da viscosidade do UTTO

Figuras 12/13 - O UTTO deve suportar as severas condições de trabalho dos freios em banho de óleo (úmidos) e do pacote de embreagem

Vimos que os MIVs são estruturas solúveis no óleo lubrificante, cujas moléculas diminuem de volume à medida que a temperatura diminui e aumentam em volume à medida que a temperatura aumenta. Desafortunadamente, porém, as complexas estruturas moleculares dos MIVs podem ser danificadas pelo equipamento que devem proteger. Cisalhamento, processo em que as moléculas dos MIVs são literal22

Óleos lubrificantes para uso em sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus devem ter excelentes níveis de desempenho, mas devem apresentar também custos competitivos. Óleos lubrificantes multigrau devem ter Índices de Viscosidade (IV - relação numérica entre a variação da viscosidade com a temperatura) relativamente elevados, devem escoar suavemente a baixas temperaturas e manter viscosidades adequadas em temperaturas normais de trabalho. Essas propriedades são particularmente importantes em UTTO, visto que mudanças na viscosidade podem levar a variações no desempenho do sistema hidráulico e do sistema de freio em banho de óleo (úmido).

Figura 17 - Mecanismo de atuação MIV com a variação da temperatura: baixas temperaturas x altas temperaturas


Os Melhoradores do Índice de Viscosidade (MIVs) possibilitam que o desempenho do óleo lubrificante, em questão de viscosidade, seja relativamente similar em amplas faixas de temperatura. Nos locais em que os tratores agrícolas de pneus estejam operando em climas muito frios, é essencial que o UTTO tenha boas propriedades às baixas temperaturas dos meses de inverno. O uso de MIVs inadequados ou de óleos básicos com viscosidade muito baixa levará à bombeabilidade deficiente do UTTO e poderá causar severos danos ao sistemas conjugados dos sistemas agrícolas de pneus. O ingresso de água e material particulado sólido é um problema sério em sistemas conjugados de tratores agrícolas de pneus, visto que mangueiras são regularmente desconectadas e reconectadas à medida que diferentes tipos de implementos agrícolas são usados. A estratégia para conviver com esses problemas de contaminação é homogeneizar a água no UTTO antes de provocar a sua decantação, sendo recomendável que o UTTO tolere até 1% de água e sistema de filtração adequado e com manutenção regular.

a estabilidade ao cisalhamento com o desempenho em baixas temperaturas, propriedades que têm estreita relação tanto com o óleo básico empregado como com o MIV utilizado. Pode ser redundante, mas é importante frisar que o uso de UTTO de baixo custo pode provocar elevadas taxas de desgaste aos sistemas conjugados dos tratores agrícolas de pneus, com perdas que excederão, em grande escala, a economia obtida com a aquisição de produto com níveis de desempenho impróprios e de menor custo.

Figuras 18/19 - Conectar e desconectar mangueiras pode contaminar o UTTO com água e material particulado sólido

Um dos aspectos mais importantes a ser considerado na formulação do UTTO é satisfazer as exigências técnicas, de forma a evitar o fenômeno genericamente conhecido por chatter que consiste em ruídos agudos, trepidações e perda de desempenho do sistema de freios em banho de óleo (úmido), provocado pela falta de atrito entre as placas de fricção e estacionárias. Figuras 22/23 - UTTO com formulação inadequada pode gerar custosos danos

Figuras 20/21 - UTTO de formulação inadequada provocam o chatter

Uma formulação de alta qualidade para um UTTO é essencial. UTTO com formulações inadequadas podem não ter a capacidade de combinar

Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.

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O mercado em foco agora no Portal Lubes Durante muitos anos, a revista LUBES EM FOCO publicou suas pesquisas sobre os números do mercado brasileiro de lubrificantes e tornou-se uma referência para o segmento. Utilizando uma metodologia específica e compatível com as dificuladades inerentes a um mercado com elevado fator de imprecisão, e com controles oficiais ainda não bem definidos, nossos pesquisadores fortaleceram a credibilidade dos números apresentados, por meio de um esforço contínuo e minucioso de cruzamento de informações obtidas de fontes confiáveis de diversas procedências. O dinamismo e a velocidade do mundo atual, aliados a um importante movimento feito pelo órgão regulador, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, que foi o desenvolvimento do Sistema de Informações de Movimentação de Produtos - SIMP aplicado ao mercado de lubrificantes, trouxe ao mercado uma facilidade de acesso a dados confiáveis, com uma frequência mensal. O SIMP consolida as informações obrigatórias prestadas por todas as empresas registradas como produtores, importadores, coletores e rerrefinadores, além das plantas e bases de armazenamento. Com o aperfeiçoamento do sistema e maior controle da adimplência das empresas, o mercado tem a seu dispor hoje, uma ferramenta bastante eficiente na coleta de números e dados produtivos. Pensando em atender cada vez mais às necessidades de nossos leitores, com a velocidade que a mídia digital oferece, passaremos a publicar os principais números de mercado, compilados pela ANP, em nosso portal na internet, em www.portallubes.com.br, na aba mercado, onde teremos também uma análise de comportamento buscando elaborar e disponibilizar o máximo de informações sobre a realidade e tendências do mercado.

Evolução das vendas nacionais, pelos Produtores e Importadores, de óleos lubrificantes acabados

Volume (m 3)

140000 120000 100000

116.096,12

113.150,32

108.422,47

94.072,23

93.005,45 84.756,88

80000 60000 40000 20000 0

01/2017

02/2017

03/2017

Mês/Ano

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04/2017

05/2017

06/2017


Participação de Mercado de óleos Ano de 2016

25,4%

16,0% 1,6% 1,9% 1,9% 7,9%

14,2% 8,4% 8,6%

Participação de Mercado de óleos Ano de 2017

14,1%

15,8%

BR Ipiranga Cosan/Mobil Chevron Petronas Shell Castrol Total Lubrif. YPF outros

23,6%

1,4% 1,6% 1,8% 8,3% 14,6% 9,2% 9,2%

14,5%

BR Ipiranga Cosan/Mobil Chevron Petronas Shell Castrol Total Lubrif. YPF outros

NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores podem ainda ser encontrados no PORTAL LUBES, em www.portallubes.com.br, na aba MERCADO.

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Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2017 Setembro, 12 a 13

The 2nd. North American Industrial Lubricants Congress - https://www.icisconference.com

Out, 31 a Nov 02

6th. African Base Oils & Lubricants Conference - https://www.icisconference.com

Nov, 29 a Dez, 01

13th. ICIS Pan American Base Oil Conference - https://www.icisconference.com

Nacionais Data

Evento

2017 Setembro, 12 e 13

XXV Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva - SIMEA - São Paulo: www.aea.org.br

Setembro, 21

Salão Latino-Americano de Veículos Híbridos-Elétricos - São Paulo: www.abve.org.br/eventos

Outubro, 19

X Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos - São Paulo: www.aea.org.br

Outubro, 24

Rio Pipeline 2017 - www.ibp.org.br

Outubro, 24 a 26

OTC Brasil 2017 - www.ibp.org.br

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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Dez/Jan 17 Ano X • nº 58 Publicação Bimestral

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Onde estão as evidências?

A evidência inicial de uma falha mecânica pode ficar muito descaracterizada pela falha real. Como proceder?

Monitoramento volta à cena no mercado Entrevista esclarecedora sobre a retomada do PML, seus pontos e objetivos principais para a melhoria da qualidade dos lubrificantes.

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Em tempos difíceis, é preciso encontrar o caminho certo!

Guia de Negócios da Indústria Brasileira de Lubrificantes Para estimular negócios e demandas, o guia divulga os principais agentes da cadeia produtiva, por meio de uma composição de empresas, segmentadas por área de atuação, divididas em seções específicas. O guia oferece informações precisas, com qualidade e constante aperfeiçoamento Sua empresa vai estar acessível e será facilmente encontrada por: • • • •

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Empresas da cadeia produtiva da indústria de lubrificantes e graxas

2017


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