Revista lubes em foco edicao01

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Jun/Jul 2007 Ano I • nº 1 Publicação Bimestral R$ 10,00

A revista do negócio de lubrificantes

Areias dos desertos à espreita

Pesquisas mostram o impacto das tempestades de areia dos desertos sobre os equipamentos nas Américas.

Programa de Monitoramento da Qualidade de Lubrificantes

Programa lançado pela ANP apresenta os primeiros resultados.



Editorial É com muita satisfação que vemos nascer no Brasil uma publicação especializada que poderá servir como fonte de referência e informação, com total isenção comercial e política, num setor tão rico de variedades e novidades tecnológicas. Cada vez mais, as necessidades ambientais e de tecnologia de máquinas e motores fizeram com que a importância dos lubrificantes e da lubrificação crescesse consideravelmente. Tecnologias específicas, como os sintéticos, o grau alimentício, as graxas especiais, óleos básicos e as técnicas modernas dos processos de manutenção preditiva, elevaram os lubrificantes a um patamar de alta importância na vida útil dos equipamentos e nos custos de manutenção. O momento atual antecipa uma década de um mercado mundial extremamente ativo com relação aos lubrificantes, com processos de refino produzindo óleos básicos cada vez mais sofisticados e novos desafios de aditivação para atender aos mais modernos requerimentos ambientais. Aqui no Brasil, muitas novidades vêm acontecendo, como as Resoluções CONAMA 362, que destaca a importância de reciclagem do óleo lubrificante usado, e a ANP Nº 10, que estabelece os níveis mínimos de qualidade para lubrificantes automotivos. Distribuidores de derivados de petróleo, fornecedores de aditivos, postos de serviço, sindicatos do setor, governo, centros de pesquisa, universidades, prestadoras de serviço, a indústria automobilística e o segmento industrial como um todo, formam um universo composto de um público que atua diretamente com os lubrificantes e é carente de informação especializada. Pensando nisso, reconhecemos a necessidade de uma publicação séria, isenta e que sirva de referência para o melhor desenvolvimento de seus trabalhos. A Lubes em Foco nasce com a experiência profissional de muitos anos de especialistas no setor de lubrificantes, com a maturidade de um excelente relacionamento nacional e internacional com a indústria especializada e também com o dinamismo e a juventude necessários à evolução e adaptação às necessidades do mercado. Ouvimos o mercado e a ele transmitimos as informações mais relevantes! Os editores

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Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni Revisão Angela Belmiro Layout e Editoração Agência Virtual Ltda. Nina Vecchi

Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho

Redatores Tatiana Fontenelle

Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

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Sumário 6

Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes Entrevista com a Superintendente de Qualidade de produtos da ANP, Maria Antonieta Andrade de Souza.

9 10

Brasil torna-se membro votante da ISO

14

A hora da verdade. ABRAFA prevê tempos difíceis para formuladores Opiniões dos fabricantes de aditivos sobre o impacto das novas exigências ambientais para a formulação de lubrificantes.

18

Brasil, o segmento de lubrificantes Uma visão geral sobre o mercado brasileiro de lubrificantes e graxas, seus participantes e suas necessidades.

22

BORRA : Um pesadelo em seu motor Os fatores que levam a formação de borra no motor e suas conseqüencias.

24

IHC - Um paradoxo ou um novo conceito tecnológico? A capacidade de armazenamento de impurezas pode se tornar um parâmetro importante na avaliação de óleos básicos.

26 27

Notícias Rápidas

Mercado Brasileiro de Lubrificantes Visão Sindicom

Os desertos à sua espreita Impacto das tempestades de areia nos desertos de Gobi e do Saara carregando poeira para os outros continentes.

1.050.000 1.000.000 Nova média 964.000 m³

950.000 Média anterior 892.000 m³

900.000 850.000 800.000 750.000 1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Programação de Eventos

5


PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE LUBRIFICANTES - PMQL porTatianaFontenelle

O programa de monitoramento lançado pela ANP, em 2006, talvez seja um dos passos mais decisivos adotados para a moralização do mercado de lubrificantes no Brasil. Os resultados iniciais apresentaram dados alarmantes de não-conformidade nos lubrificantes automotivos comercializados no mercado. Em entrevista exclusiva à revista LUBES EM FOCO, a Superintendente de Qualidade da ANP, Maria Antonieta Andrade de Souza, explica o PMQL e fala das ações que a ANP pretende tomar para a moralização do setor de lubrificantes no Brasil. Lubes em Foco - Existe uma grande expectativa do mercado em relação ao PMQL. Como é estruturado e como funciona esse programa? Mª Antonieta - O PMQL tem por objetivo monitorar o mercado de óleos lubrificantes, com vistas a proteger o consumidor final contra possíveis fraudes, sendo uma importante ferramenta para orientar ações de fiscalização da ANP no caso da verificação de eventuais nãoconformidades. Nesse Programa, os principais alvos são os óleos lubrificantes para motores automotivos comercializados no mercado revendedor. O PMQL compartilha a mesma estrutura de universidades e centros de pesquisas contratados pela ANP para a execução do Programa de Monitoramento de Combustíveis - PMQC, sendo que no caso do PMQL as instituições contratadas realizam a coleta e o envio das amostras para análise pelo Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas da ANP - CPT, onde os testes são realizados de acordo com as normas especificadas na legislação pertinente. As amostras são adquiridas em diversos pontos de revenda, como postos revendedores, supermercados, autopeças, oficinas mecânicas, concessionárias, distribuidoras, entre outros. Os principais quesitos avaliados pelo PMQL são: rótulo, registro e qualidade. No primeiro é verificado se as embalagens dos produtos contêm informações claras, de forma a não induzir o consumi6

dor a um falso entendimento com respeito à origem e às características do produto, conforme o disposto na legislação em vigor à época. Com relação ao registro, verifica-se a existência de cadastro junto a ANP tanto da empresa como do produto. Quanto ao último quesito, avalia-se a qualidade do produto propriamente dito, em consonância com os dados declarados quando do registro na ANP. Lubes em Foco - No último Fórum de Lubrificantes no IBP, a ANP mostrou que mais da metade dos lubrificantes comercializados atualmente no Brasil apresentam não-conformidades em relação à qualidade dos produtos. Nem mesmo o número de registro da ANP nas embalagens é sinal de garantia de qualidade. Por que se chegou a essa situação e o que fazer para modificar esse quadro? Mª Antonieta - O mercado de lubrificantes tem se expandido, passando de um consumo de 1,0 para 1,2 bilhões de litros/ano no último ano. Além disso, houve também abertura do mercado que permitiu o ingresso de pequenos fabricantes, sendo que as pequenas e médias empresas, que detinham cerca de 15% do mercado em 2000, agora possuem aproximadamente 20% desse mercado. Uma avaliação preliminar do cenário da conformidade dos óleos lubrificantes oferecidos no mercado nacional permitiu evidenciar que a maior incidência de não-conformidade relacionava-se ao pacote de aditivos utilizados nos produtos, visto que a maioria dos produtores altera a composição dos produtos sem, no entanto, atualizar seu cadastro junto a ANP, levando a evidenciar não-conformidade em função dos dados declaratórios disponíveis no banco de dados da Agência. Para modificar esse quadro, a ANP está direcionando as ações de fiscalização, a partir dos resultados nãoconformes do PMQL, visando às providências legais cabíveis, ou seja, recolhimento de tais produtos, autuação da empresa e de responsáveis, podendo ocorrer cance-


lamento de registros, multas, cancelamento de autorização para produção e fechamento das empresas. Lubes em Foco - Qual a expectativa da ANP em relação à continuidade do PMQL? Pode-se esperar uma fiscalização mais rigorosa diretamente nas instalações dos produtores? Mª Antonieta - O PMQL demonstrou ser uma ferramenta de fundamental importância para a regulação e fiscalização do mercado de óleos lubrificantes, visando à garantia do fornecimento de produtos de qualidade ao consumidor. Sendo assim, a Superintendência de Qualidade de Produtos – SQP tem como meta a implementação do Programa em todo o território nacional. Os resultados obtidos estão permitindo ações junto ao mercado, com conseqüente aumento do comprometimento das empresas com relação à atualização dos registros e ao cumprimento da legislação vigente. A tendência natural, com o PMQL, é minimizar o funcionamento de empresas que não atendam aos padrões de qualidade exigidos. Para tal, a ANP está intensificando as ações de fiscalização em diversos pontos da cadeia. Lubes em Foco - Quais são as penalidades para uma empresa que comprovadamente coloca no mercado produtos não-conformes com a qualidade exibida nos rótulos, ou que insiste em comercializar produtos abaixo dos níveis mínimos de qualidade exigidos pela ANP?

Mª Antonieta - As penalidades são, entre outras, recolhimento dos produtos não-conformes, autuação da empresa quando cadastrada e responsáveis, podendo ocorrer cancelamento dos registros, multas, cancelamento da autorização para produção e fechamento das empresas. Para os casos de empresas não cadastradas, a ANP encaminhará o fato para as autoridades competentes, como Ministério Público, Polícia Federal etc. Lubes em Foco - Para alguns agentes do mercado, como lojas de autopeças, supermercados e revendedores, e outros, é muito difícil identificar produtos de má qualidade ou não-conformes. Como esses agentes poderiam se proteger contra as fraudes sem se tornarem co-responsáveis? Mª Antonieta - Uma medida que deve ser adotada é a de comprar produtos somente de empresas cadastradas na ANP, cuja lista pode ser acessada por meio do sítio desta Agência (www.anp.gov.br). Ao tomar essa precaução, os agentes estarão rastreando o produto e minimizando o risco de comercializar um produto nãoconforme. Lubes em Foco - Existe alguma perspectiva para se estender também esse programa a outros segmentos, como as graxas, por exemplo? Mª Antonieta - Após redução do índice de não-conformidades para níveis aceitáveis, o programa poderá ser estendido para outros segmentos de acordo com as requisições do mercado. Lubes em Foco - O que mais a senhora tem a dizer agora com relação às ações futuras da ANP para a moralização e regulação do mercado de lubrificantes? Mª Antonieta - Entendemos que as resoluções e portarias vigentes são suficientes para a regulação do mercado de lubrificantes no país. Entretanto, é sempre oportuna a realização de atualizações dos regulamentos legais para o mercado, com vistas à melhoria contínua das ferramentas e das restrições que subsidiam a ANP no controle da qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. Vale ressaltar que tais alterações nas regulamentações são elaboradas não apenas sob a visão da Agência, mas também pela percepção do mercado por meio de reuniões e debates com os diversos agentes do setor, os quais antecedem a apresentação das novas resoluções, sugestões efetuadas durante a Consulta Pública e, posteriormente, na Audiência Pública que dá seqüência ao processo. A expectativa 7


da Agência Nacional do Petróleo é de que o mercado de lubrificantes cresça cada vez mais, atenda aos consumidores com produtos de qualidade e que os agentes não qualificados sejam, conseqüentemente, excluídos

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou os primeiros resultados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes. Segundo a Superintendente de Qualidade da ANP, Maria Antonieta Andrade de Souza, diante dos resultados preocupantes obtidos por meio do Programa de Monitoramento da Qualidade, a Agência optou inicialmente por contactar os produtores de óleos lubrificantes acabados, para que os mesmos atualizassem os dados dos seus produtos junto à ANP, em particular aqueles referentes às alterações técnicas relacionadas à qualidade. Agora, a divulgação já está sendo feita em boletim próprio, em cumprimento ao disposto no art.5 da Resolução ANP n° 29/2006.

desse mercado, cumprindo de forma efetiva ao disposto no Art. 1º (Inciso III) da Lei 9.478 de 6/8/1997, ou seja, a proteção dos interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos.

De acordo com os dados informados no site da Agência (www.anp.gov.br), foram coletadas 103 amostras de lubrificantes nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Bahia, Tocantins e Distrito Federal, referentes ao mês de maio de 2007. Foram detectadas as seguintes não-conformidades: 16,5% estavam com problemas de registro, sendo que 11% das amostras não tinham registro na ANP, 32% apresentaram problemas nos rótulos e 22,1% estavam com problemas de qualidade. Essa avaliação foi feita somente com os produtores com registro válido na ANP, o que corresponde a 83,5% do total de 86 amostras. As principais não-conformidades por qualidade foram: aditivação incorreta em 52% dos produtos analisados e 32% com ausência de aditivos.

Lançamento Lubrificantes & Lubrificação Industrial O presente livro destina-se aos estudiosos, aos engenheiros e a todos os profissionais de manutenção, preenchendo uma lacuna na bibliografia nacional sobre óleo lubrificantes e lubrificação automotiva e industrial, e também lubrificação em motores marítimos e ferroviários. O livro desperta para as práticas de reciclagem e rerrefino dos óleos utilizados, bem como para as técnicas de lubrificação dos principais elementos 8

de máquinas e de segmentos industriais, abordando de forma ampla e profunda os aspectos de lubrificação automotiva, formulação e aditivos habitualmente utilizados. O livro aponta para os ensinamentos de armazenagem de óleos e graxas lubrificantes, além de abordar aspectos tecnológicos e práticos da lubrificação em geral. Ronald Pinto Carreteiro Engenheiro Mecânico, Pós-Graduado em Engenharia Econômica, Mestre em Administração de Negócios. Pedro Nelson Abicalil Belmiro Engenheiro Químico Graduado pela Escola de Química da UFRJ. É Consultor Técnico de Lubrificantes e Coordenador da Comissão de Lubrificantes do IBP.


Brasil torna-se membro votante da ISO O IBP, credenciado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT como um ONS-34, ou seja, Organismo de Normalização Setorial para o setor de Petróleo, passou a representar o Brasil como membro “P” (votante) no Comitê Técnico sobre Produtos de Petróleo e Lubrificantes (TC-28) da ISO (International Organization for Standardization), que é uma Federação Internacional de Normalização integrada por cerca de 150 países. É um fato importante para o acompanhamento e evolução da Indústria do Petróleo no Brasil, com inúmeras possibilidades de abertura de mercado e estreitamento das relações comerciais do país com seus clientes e fornecedores estrangeiros, devendo ser estimulada a participação de toda a comunidade por intermédio das Comissões de Estudo e Técnicas correlatas em funcionamento no IBP. O TC 28 da ISO tem como escopo a padronização de métodos de medição, amostragem e ensaios, terminologia, classificação e especificação de petróleo,

produtos de petróleo e lubrificantes sintéticos e fluidos hidráulicos. Possui 26 países votantes e 49 membros observadores. Como membro votante, o Brasil, através do ONS34, passou a ter as seguintes obrigações: • Emitir voto para os todos os documentos do TC 28 e dos subcomitês dentro do prazo estabelecido; • Indicar especialistas para os trabalhos quando requisitado; • Participar das reuniões internacionais relativas aos Subcomitês 3 e 4; • Tramitar os documentos para a ISO através da ABNT; • Distribuir os documentos para os diversos especialistas para avaliação e comentários de modo a permitir a emissão do voto brasileiro; • Apresentar à ABNT mensalmente um relatório com a relação de todos os documentos recebidos do TC 28 e para votação.


Os desertos à sua espreita O outro lado do mundo pode estar mais perto do que nós imaginamos. As últimas pesquisas realizadas sobre poluição e meio ambiente revelaram que as tempestades de poeira nos desertos da China e da África podem contaminar equipamentos na Europa e América.

por Gustavo Eduardo Zamboni

Sistema MODIS em 26 de fevereiro de 2000. NASA

P

10

Tempestades de areia na Ásia Tempestade em Falluja, Iraque

Quadro comparativo do tamanho de diferentes

PM 2.5

CABELO HUMANO 50-70µm (MICRONS) em diâmetro

Partículas da combustão, compostos orgânicos, metais etc. < 2.5µm (MICRONS) em diâmetro

partículas PM10

existentes

Pó, polém, etc.

<10µm (MICRONS) em diâmetro

no meio ambiente.

90µm (MICRONS) em diâmetro AREIA FINA DA PRAIA

Image of the U.S. EPA

equenas partículas de poeira não representam perigo para ninguém, porém, quando grandes quantidades de pó começam a se movimentar, os resultados podem ser muito sérios e de amplo alcance para a vida na Terra. Estudos científicos publicados pela BBC News e pela revista internacional New Scientist revelam que as tempestades de poeira ocorridas nos desertos de Gobi, na China, e do Saara, na África, aumentaram consideravelmente de intensidade nos últimos 50 anos, colocando em risco a saúde humana e contribuindo para mudanças climáticas e aquecimento global. Segundo Andrew Goudie, professor de geografia da Universidade de Oxford, aproximadamente 3 bilhões de toneladas de poeira são lançadas anualmente na


Nuvem de poeira do Saara avançando sobre o Oceano Atlântico rumo a América

Sistema MODIS em 26 de fevereiro de 2000. NASA

Península Ibérica

poeira África

Oceano Atlântico

atmosfera, transportando todo tipo de materiais, elementos, fungos, bactérias, leveduras etc., e causando destruição de recifes de corais no mar do Caribe, além de doenças respiratórias em diversos países do continente americano. O professor Goudie afirma que “a poeira é um dos componentes da atmosfera terrestre menos compreendidos, e pode ter muito mais importância para o clima da Terra do que podemos supor.” O transporte de materiais através de correntes de ar sempre exerceu função importante na fertilização de mares, ilhas oceânicas e florestas tropicais, mas é importante saber como essa poeira presente na atmosfera afeta o clima da Terra e o comportamento dos oceanos. No seu livro “The voyage of the Beagle” (1839), Charles Darwin escreveu: “acreditamos que a queda de um fino pó impalpável tenha afetado levemente os nossos instrumentos astronômicos”, deixando assim seu testemunho histórico sobre esse fenômeno. Porém, devemos chamar a atenção para o fato de que nos

últimos cinquenta anos essa movimentação de materiais pela atmosfera aumentou mais de dez vezes, tanto em freqüência quanto em intensidade, carregando partículas de sólidos extremamente duros e com tamanhos variando entre 1 e 10 microns.

O impacto sobre os equipamentos O engenheiro da Petrobrás Antonio Traverso Junior alerta para o fato de que eventos climáticos

extremos, do outro lado do mundo, podem comprometer em muito a performance dos equipamentos mais sensíveis, principalmente os sistemas hidráulicos mais delicados. Considerando que contaminante pode ser qualquer substância ou energia que pode ter efeitos nocivos sobre o desempenho ou a confiabilidade de um sistema, Traverso afirma que “são muitas as causas de contaminação de sistemas por contaminantes gerados internamente, como interações, desgaste e reações

Partículas Umidade Ar sólidas (água) (gases)

Combustíveis

Cisalhamento (energia mecânica)

CONTAMINANTE é qualquer substância ou energia indesejável que pode ter efeitos nocivos sobre a operação ou desempenho do sistema, a sua vida útil ou a sua confiabilidade.

Calor Anticongelantes

Radiação

E.C. Fitch

11


Causa de falhas em equipamentos Causa de falha, %

30

Componentes danificados, %

Lubrificação inadequada 20

Contaminação Sobrecarga Mau desenho

10

Desgaste

Causa de falhas em rolamentos

Ambiente

químicas; porém, é muito importante estarmos atentos para a contaminação invasiva, vinda do meio ambiente”. O engenheiro informa ainda que os estudos sobre os efeitos das tempestades de poeira estão cada vez mais sérios e preocupantes: “A América do Norte é invadida pela poeira vinda da África via Amazônia e Caribe e também pela poeira da China via

Rolamentos

Obturadores

Engrenagens

Mancais planos

Válvulas

Guias lineares

Pistões / Cilindros

Correntes

Freios / embreagens

Mecanismos articulados

0

Outros 0

20

40

60

80

mar do Japão. Já a Europa recebe partículas vindas da África pelas correntes aéreas do Mediterrâneo”. Normalmente, as partículas duras, de Silício, Carbono ou metal causam sérios problemas de travamento e desgaste dos sistemas hidráulicos. Como podemos ver no gráfico acima, os principais componentes danificados pelas partículas são os rolamentos

Traverso apresenta 11 dicas para se evitarem problemas com os equipamentos por invasão de contaminantes sólidos 1. Filtrar no abastecimento β 200 5µ ou melhor; 2. Instalar filtros nos respiros ou vents; 3. Valorizar o paisagismo quando aplicável; 4. Monitorar o nível de limpeza mais assiduamente quando ocorrerem eventos climáticos extremos; 5. Analisar e modificar as instalações no que tange à ventilação e locação dos equipamentos; 6. Filtragem de ambientes críticos; 7. Usar filtros absolutos em equipamentos que trabalhem pressurizados; 8. Coletar e analisar amostras de lubrificantes novos especificamente para contagem de partículas; 9. Proteger armazéns de lubrificantes de ventos, poeiras e outras intempéries; 10. Coletar e analisar amostras de um número representativo de equipamentos especificamente para contagem de partículas; 11. Manter nível de limpeza do lubrificante dentro dos parâmetros ótimos para a confiabilidade;

“O CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO é o caminho para a confiabilidade ! ” 12

100


(28%), seguidos por obturadores (22%) e engrenagens (14%). Quando analisamos as causas de falhas dos rolamentos, por exemplo, podemos observar que em 65% das vezes a falha se deve à contaminação e 23% são devidas a condições ambientais. Fica assim evidente a necessidade de controlar as partículas existentes no meio ambiente como uma forma de reduzir os custos de manutenção e melhorar o desempenho dos equipamentos. “Esse controle da contaminação”, afirma Traverso, “é o caminho a ser seguido para aumentar a confiabilidade das operações”. As métricas utilizadas para esse fim se relacionam tanto ao número de partículas existentes nos óleos quanto à sua granulometria, e devem ser controladas e medidas através de contadores de partículas (aparelhos que contam e classificam em faixas granulométricas os contaminantes sólidos existentes no óleo). Tais aparelhos oferecem múltiplas utilidades e benefícios, tais como: verificar o desempenho dos filtros e centrífugas, identificar falhas na manutenção de máquinas, identificar a necessidade de análise ferrográfica, verificar as condições das bombas, determinar o ponto ótimo de troca de filtros, verificar a limpeza do óleo armazenado, detectar alto desgaste corrosivo, identificar até mudanças nas condições atmosféricas, e outros mais. Existem hoje duas normas que classificam os óleos lubrificantes quanto ao número de partículas sólidas presentes e seus tamanhos, ou seja, o grau de sujidade do óleo. São as normas ISO 4406 e a NAS (National Aerospace Standards). A norma ISO 4406 expressa a pureza do óleo com três números, representando o grau relativo à quantidade de partículas maiores do que 4µ, 6µ e 14µ, respectivamente, de acordo com a tabela específica da norma. No outro caso, quanto menor o número NAS de um óleo, menos partículas sólidas ele possui, e a faixa de classificação vai desde 00 até 12, de acordo com tamanhos que podem variar desde 5 microns até partículas maiores que 100 microns. Essas técnicas, inicialmente usadas no controle de fluidos em satélites e naves espaciais, foi gradativamente estendida a sistemas hipercríticos, hidrostáticos, hidráulicos etc. Os sistemas hipercríticos, satélites, naves espaciais e sistemas de mísseis exigem normalmente um óleo com número NAS entre 00 e 1, e espera-se algo entre 4 e 5 para sistemas aéreos e de navegação.

Considerando que o limite da visão humana é de 40 microns, sem a ajuda de aparelhos especiais, portanto, uma grande quantidade de partículas ficam invisíveis ao ser humano. Segundo os estudiosos, o homem inala cerca de 50 milhões de partículas sólidas invisíveis por dia. Durante uma apresentação no III Fórum de Debates sobre Lubrificantes e Lubrificação, realizado na sede do IBP em dezembro último, o engenheiro Antonio Traverso afirmou que os impactos da contaminação dos lubrificantes tendem a aumentar com o aumento dos fenômenos atmosféricos extremos: “O que os olhos não vêem muitas vezes a máquina e a produção sentem”.

13


A hora da verdade por Pedro Nelson Abicalil Belmiro

ABRAFA prevê tempos difíceis para formuladores

E

nquanto os ciclos de vida de

Indústria de Lubrificantes

uma categoria de lubrificantes automotivos ficam mais curtos, os custos de testes

de motor crescem cada vez mais. De acordo com a ABRAFA (Associação Brasileira dos Fabricantes de Aditivos), o tempo para recuperação de inves-

timentos em tecnologia se tornou insustentável. Segundo o gerente de serviços

1997 1998 1998 1999 1999 2000 2001 2001

técnicos de marketing da Infineum,

Indústria de Aditivos

Peter Gilbert, as legislações de emissões mais severas impulsionam novas especificações e os custos das formulações. “ Os limites de volatilidade, teor de enxofre e emissões atrelados a condições comerciais mais difíceis têm exerci14

BP - Mobil Joint - Venture Europa Shell & Texaco Joint - Venture EUA Fusão Pennzoil & Quaker State BP - Amoco & ExxonMobil RepsolYPF & TotalFina BP • Amoco • Castrol • Arco &TotalFinaElf ChevronTexaco & BPCastrol/Aral & Shell/DEA Shell/PQS

1992 1996 1998 1998 1999

Ethyl compra Amoco Additives Ethyl compra Texaco Additives Lubrizol compra Adibis Infineum obtém aprovação (Esso-Shell) Infineum inicia operação


do grande pressão na Indústria de Lubrificantes, o que tem explicado as diversas fusões e joint-ventures ocorridas no mercado nos últimos 10 anos ”, declarou Peter.

Um círculo nada virtuoso O gráfico apresentado pela ABRAFA mostra nitidamente como os requisitos modernos de tecnologia resultam, conseqüentemente, em aumento de custos para o formulador de lubrificantes automotivos. De acordo com o gerente de vendas para o Brasil da Afton Chemical, Cláudio Lopes, os níveis mais baixos de Cinzas Sulfatadas, Fósforo e Enxofre (SAPS), exigidos pela legislação moderna, restringem uso de aditivos “convencionais” como o Ditiofosfato de Zinco (ZDDP), e os intervalos de manutenção estendidos forçarão o uso de óleos básicos de mais alta qualidade. Com isso a demanda por grupo II e III e também o GTL ,em futuro próximo, certamente aumentará. Com todas essas dificuldades, a ABRAFA trabalha com uma projeção de crescimento para os próximos dez anos, uma vez que os lubrificantes vão requerer maior quantidade de aditivos para atender aos requisitos tecnológicos. “A demanda por aditivos será bastante influenciada pelo aumento da qualidade dos lubrificantes, porém também sofrerá com a extensão dos intervalos de manutenção”, explica Geraldo Rios, gerente comercial para a América do Sul da Chevron Oronite Brasil. A Indústria de Aditivos também espera um potencial crescimento 15


Melhor limpeza de pistões

Maior durabilidade

mais preciso da admissão e opegases de escape, trem de válvulas

Maiores intervalos de troca de óleo

Melhor economia de combustível

re Que

m sulta

em :

Formulações específicas por aplicação

Redução das emissões

Proliferação de diferentes graus de viscosidade

Aumento de CUSTOS Maior uso de óleos básicos não convencionais

ração do pistão, recirculação de

Maiores intervalos de manutenção

Soluções de aditivação mais caras

Mudanças no óleo básico e nos aditivos (ex. Baixo P, S, cinzas)

na demanda por aditivos para com-

de Debates sobre Lubrificantes

bustíveis, segundo José Viana, ge-

e Lubrificação, realizado em de-

rente de vendas da Lubrizol. Viana

zembro último, o engenheiro Peter

acrescentou que a necessidade de

Gilbert mostrou que apesar de ha-

combustíveis mais limpos e a de-

ver bastante investimento em de-

manda por combustíveis alternativos

senvolvimento tecnológico, para

aumentarão a necessidade do uso

alternativas como veículos híbri-

de aditivos, pois estes têm a finali-

dos, células de combustível e ou-

dade de limpar e manter limpos os

tras, o motor a combustão interna

sistemas de injeção, atuando dire-

continuará a dominar o mercado.

tamente no nível de emissões dos

“Com uma eletrônica mais sofisti-

veículos.

cada, catalisadores de 3 vias mais

Em apresentação no Fórum

eficientes e duradouros, controle

totalmente variável e injeção direta adaptativa com superalimentação por turbina ou compressor, os motores a combustão interna ainda dominarão o mercado de veículos leves e pesados na próxima década”, declarou Peter. De acordo com Geraldo Rios, as especificações mais modernas da ACEA, ILSAC GF-4, API SM e a nova categoria API CJ-4 já estão requerendo óleos básicos de maior qualidade e níveis reduzidos de Cinzas Sulfatadas, Fósforo e Enxofre.“ As futuras ILSAC GF-5 e PC-11 vão provavelmente requerer valores ainda mais baixos para essas especificações e básicos ainda de melhor qualidade, e o uso de especificações próprias dos fabricantes de veículos deve aumentar ainda mais a complexidade dos lubrificantes”, acrescentou Rios. Para o mercado brasileiro, os especialistas do setor prevêem que os impactos dessa evolução tecnológica nas formulações de


lubrificantes serão bastante consideráveis, principalmente devido aos seguintes pontos: •

Indústria automobilística tende,

cada vez mais, a introduzir suas novas tecnologias de motor, simultaneamente, em todo o mundo; •

Preocupação ambiental com

níveis de emissões cada vez maiores; •

Proconve fase 6 em 2009;

Durabilidade dos sistemas de

pós-tratamento; •

Grandes metrópoles estudan-

do restrições ainda maiores; •

Uso de bio-combustíveis ten-

dem a aumentar a severidade de operação do lubrificante; •

Economia de combustível cada

vez mais em evidência. 17


Brasil,

o Segmento de Lubrificantes Quais as peças que montam este quebra-cabeça? por Gustavo Eduardo Zamboni

Qual é o tamanho do mercado brasileiro de lubrificantes? Ao longo dos últimos anos, em reuniões e encontros do setor, diversos números que representavam o volume total do mercado brasileiro foram apresentados, variando de 850 mil m³ até 1,2 milhões m³/ ano porém, sempre existiram diferentes opiniões sobre qual seria sua dimensão global. É claro que o mercado é dinâmico e, nos últimos anos, podemos constatar um aumento da demanda de lubrificantes no país, decorrente tanto do crescimento da economia, quanto do aumento do consumo decorrente da melhoria da renda familiar, mas esses sejam talvez somente alguns dos fatores que influenciam na variação das estimativas do mercado.

Algumas idéias simples O mercado brasileiro de lubrificantes, como tantas outras coisas do cotidiano, é regido pelo conhecido “Princípio 80/20” ou “Princípio de Pareto”, formulado em 1897 pelo economista italiano Vilfredo Pareto que, ao estudar a distribuição de renda na sociedade, concluiu que grande parte da riqueza se encontrava nas mãos de um número demasiado reduzido de pessoas. Fazendo uma reinterpretação desse princípio, 18

podemos afirmar então que, no mercado brasileiro de lubrificantes, umas poucas distribuidoras são responsáveis por 80% do volume total comercializado no país. Assim, se as grandes do mercado respondem por 80% do volume de vendas, por que deveríamos nos preocupar com os 20% restantes, distribuídos e comercializados por uma grande quantidade de pequenas empresas do segmento? Esse pode ser um questionamento válido para os grandes produtores, mas com certeza não é válido nem para os pequenos produtores, nem para os consumidores, sejam eles empresas ou pessoas físicas, para os quais interessa o mercado como um todo. Visto desse ângulo, percebemos claramente a necessidade de co-

Diagrama n° 1 Cadeia logística

Aditivos Refinaria Produtores/ Distribuidores

Óleos Básicos Produto Acabado

Importadores Öleo básico Rerrefinado

Rerrefino

Consumidor (P. Física/ Jurídica)

Coleta óleo usado


A visão dos fornecedores Na ótica dos produtores ou importadores de matéria-prima, o volume de óleos básicos que alimenta o setor se compõe de

Disponibilidade de Óleos Básicos no Mercado Brasileiro 1.400.000 1.200.000 1.000.000

m3

nhecermos não só 80% do mercado, mas sim 100% dele. Analisemos então os diferentes pontos de vista que dos participantes do setor. Como podemos ver no diagrama 1, temos três diferentes visões dentro desta cadeia logística: a dos fornecedores de matéria prima, a dos produtores/ distribuidores e a do consumidor final. Para as empresas que se encontram no início da cadeia produtiva, o da matéria-prima, o questionamento é óbvio: Quanto produto acabado poderá ser produzido a partir da matéria-prima fornecida para o mercado? Um segundo enfoque é o das grandes distribuidoras, para as quais o mercado se restringe àquela porção que disputam com as outras gigantes do setor. Já do lado dos pequenos produtores, interessa a eles somente aqueles 20% do mercado nos quais as grandes não têm interesse. Por último, o consumidor, empresa ou pessoa física, que na realidade não vê nada disto. Para ele, o mercado é todo e qualquer lubrificante que satisfaça a suas necessidades.

800.000 600.000 400.000 200.000 0 2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

anos Total Óleos Básicos Brasil

Producao

Importação

Rerrefinados Fonte: ANP / Petrobras

três fatias: o óleo básico produzido localmente nas refinarias da Petrobras (65%), o básico importado pelos importadores autorizados pela ANP (20%) e, por último, o básico rerrefinado, resultante da coleta dos óleos usados no mercado brasileiro, hoje na faixa de 15%. Como podemos ver no gráfico de “Disponibilidade de óleos básicos no mercado Brasileiro”, o total de básicos entregue ao mercado em 2006 foi de 1,1 milhão de m³. Assim, considerando uma média conservadora de 8% de aditivação em cada formulação desenvolvida, concluímos que o volume final de produto acabado que é possível produzir é da ordem de 1,2 milhão de m³.

A visão das grandes distribuidoras Para as grandes Distribuidoras, só existem uns poucos concorrentes disputando a sua fatia do mercado. São a BR, Shell, Chevron, Esso, Castrol, Ipiranga, FL Brasil e Repsol e estão todas representadas pelo SINDICOM - Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes - a entidade que representa nacionalmente o segmento. O sindicato é responsável pelo levantamento das vendas de cada companhia associada e sua tabulação, visando dimensionar, além do volume total comercializado, a participação de cada empresa do setor. Na visão do SINDICOM, o

Mercado Brasileiro de Lubrificantes Visão Sindicom 1.050.000 1.000.000

Origem dos Básicos

Nova média 964.000 m³

Produção 65%

950.000 Média anterior 892.000 m³

900.000 850.000

Rerrefinados 15%

800.000 Importação 20%

750.000 1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

19


Mercado de Lubrificantes Pequenas Empresas Evolução da Participação dos Pequenos Produtores

300.000

25 22

250.000 15,6

15

14,5

200.000 10

% do mercado total

15

Nova média 256.000 m³

21,1

20

5

Média anterior 152.000 m³

150.000 100.000

0

50.000 2000

2001

2002

2003 Anos

2004

0 2000

mercado de lubrificantes é relativamente estável. Durante muitos anos manteve uma média em torno de 890.000 m³, porém, a partir de 2004, apresentou um crescimento ao redor de 5,5%, atingindo uma média de 964 mil m³/ano no período. A entidade divulga no seu site os dados de participação de mercado somente considerando o mercado de suas associadas e não o mercado total.

A visão dos pequenos produtores/ distribuidores de lubrificantes Os pequenos produtores/ distribuidores devem necessariamente adotar uma estratégia de guerrilha na sua luta pela conquista do seu quinhão de mercado, como muito bem foi apresentado pelos autores Al Ries e Jack Trout no seu clássico Marketing de Guerra. A única estratégia possível dos pequenos é a de reduzir o campo de batalha e focar suas forças visando dominar uma área selecionada, ou seja, devem encontrar um nicho pequeno para dominar e simultaneamente pouco interessante para uma distribuidora maior. Dessa forma os pequenos produtores disputarão os 20% restantes do mercado somente com empresas do mesmo porte e, para 20

eles, o conhecimento desses 20% do mercado e de vital importância para sobreviver. O aumento da demanda de lubrificantes no país se reflete também nos volumes comercializados pelos pequenos produtores, que passaram a ter uma fatia maior do mercado. A média de vendas deste segmento passou de 155 mil m³/ ano em 2000 para 266 mil em 2004, segundo dados do Sindilub. Os números deste mercado não são tão precisos quanto se poderia esperar, uma vez que os pequenos produtores ainda estão se estruturando. Porém duas entidades trabalham com o setor, o Sindilub e o Simepetro. Segundo o Sindilub, a evolução da participação dos pequenos produtores no mercado passou de 15% em 2000 para aproximadamente 21% em 2004.

A visão do consumidor final No que se refere ao consumidor final, o que ele realmente procura é a satisfação das suas necessidades, e para ele, a oferta de lubrificantes do mercado abrange absolutamente todas as marcas disponíveis para seu uso. Entre esses consumidores, encontraremos des-

2001

2002

2003

2004

de o exigente, que procura cumprir a orientação do OEM, até o que só procura preço baixo, deixando de lado o tão falado conceito de qualidade que não atende sua limitação de recursos. A consolidação brasileiro

do

mercado

Desta forma, consolidando os números do mercado acima apresentados e levando em consideração a convergência dos números dos diferentes grupos envolvidos, podemos concluir que o volume comercializado no mercado brasileiro passou de um patamar de 850 a 900 mil m³/ ano para um novo patamar em torno de 1,2 a 1,25 milhão de m³/ano.


O Futuro Lendo as análises de diversos especialistas sobre a economia mundial e brasileira hoje, tudo faz pensar que a demanda de lubrificantes continuará se expandindo nos próximos anos. Os principais agentes do mercado estão levando isto em consideração e já existem em andamento projetos de aumento da produção de básicos naftênicos na LUBNOR (2010) e de básicos de grupo II e III na REDUC (2013). O aumento da frota de veículos e da atividade industrial atrelada ao crescimento do país são pontos importantes de suporte a essa perspectiva.

Conclusão

mitação na ANP. Apesar de já termos percorrido um longo caminho, no que se refere ao acompanhamento quantitativo e qualitativo do mercado de lubrificantes, vemos que ainda é necessário dispor de dados oficiais consolidados que representem a totalidade desse mercado. Considerando o acima exposto e a infra-estrutura da ANP, que já controla também os dados de produção, importação e exportação de óleos básicos e lubrificantes em geral, vê-se que esta é a entidade melhor qualificada para realizar este controle. Concluindo, fica claro que ainda precisamos montar mais algumas peças do nosso quebra-cabeça para dar um impulso definitivo ao desenvolvimento que esse segmento merece.

Nos últimos anos foram realizados grandes avanços como o Programa de Monitoramento da Qualidade de Lubrificantes implementado neste ano, a Resolução nº. 10, que especifica níveis mínimos de qualidade para os óleos automotivos além de outras que estão em tra-

Gustavo Eduardo Zamboni - Engenheiro Industrial graduado pela Universidade de Buenos Aires. É Diretor da Agencia Virtual desde 1997, e presta assessoria de Planejamento Estratégico de Lubrificantes para à Área Internacional da Petrobras.

Principais Agentes do Setor de Lubrificantes no Brasil • ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) - Regula e controla os registros e licenças de produtos , produtores, distribuidores, coletores e rerrefinadores no Brasil. • IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) - Atua como um fórum de discussões e apóio técnico para os legisladores e demais agentes do setor. • PETROBRAS - Tem um papel relevante no setor como responsável pelo fornecimento de óleos básicos tanto nacionais, das suas refinarias REDUC, LUBNOR e RLAM, quanto importados que complementam a oferta, quando necessário. • SINDIRREFINO engloba as empresas do segmento de Rerrefino que fazem a reciclagem dos óleos usados e contaminados, transformando-os novamente em óleos básicos para comercialização no mercado. • ABRAFA (Associação Brasileira dos Fabricantes de Aditivos) É composta basicamente de quatro empresas: INFINEUM, CHEVRON-ORONITE, LUBRIZOL e AFTON CHEMICAL, que fornecem pacotes de aditivos para fabricação de óleos para o setor automotivo atendendo às especificações internacionais (API, ACEA,etc) e dos fabricantes de veículos . • SINDICOM reúne as grandes distribuidoras d e combustíveis e lubrificantes tratando de assuntos jurídicos, fiscais, operacionais, suprimentos e transportes etc que sejam comuns às empresas associadas. • SINDILUB (Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes), filiado à Fecombustíveis, representa a categoria econômica dos revendedores de lubrificantes com foco preponderante no comércio atacadista ou varejista. • SIMEPETRO (Sindicato Interestadual de Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo) Tem como objetivo agregar os pequenos produtores em uma entidade que possa representar seus interesses além de consolidar o mercado do setor.

21


BORRA : Um pesadelo em seu motor por Pedro Nelson Abicalil Belmiro Baseado no trabalho “Estado da arte da formação de borras em motores do Ciclo Otto” L. Lastres e M. Araujo

A formação de borras em óleos lubrificantes tem sido observada com muita freqüência no Brasil por todos os que participam de atividades relacionadas a motores. A borra é um material de elevada viscosidade, resultante da aglutinação de partículas e/ou compostos que não se mantiveram dispersos no óleo lubrificante após algum tempo de uso dele. Estes se aglutinam, formando um material de maior consistência que se deposita em componentes dos motores, podendo obstruir os componentes do sistema de lubrificação como filtros, peneira do pescador ou condutos, ou então se depositar nas partes internas dos motores ao se fazerem as drenagens para as trocas de óleo. Muitos são os fatores que podem dar início ou acelerar o processo de formação de borra, tais como: o projeto do motor, a extensão do período de troca, a qualidade da gasolina e do óleo lubrificante. Analisemos esses fatores : O PROJETO DO MOTOR (blowby): Os projetos de motores de combustão interna vêm passando por rápidas evoluções nos últimos anos, as quais são motivadas por diversos fatores, como a busca de melhor desempenho, menor consumo de combustível e principalmente a redução das emissões. Tais evoluções acarretam maior exigência de desempenho dos óleos lubrificantes em características como, por exemplo, elevada resistência à degradação térmica e oxidativa, maior controle da formação de borras e depósitos e menor volatilidade. Nos motores do ciclo OTTO, especificamente, vários fatores contribuíram para o aumento da severidade no emprego dos lubrificantes. Conforme realçado por Cofffin et alli (1989), as principais alterações ocorridas nos veículos nos anos 80, que resultaram aumento da 22

capacidade do óleo lubrificante em termos de proteção do motor, foram: • Implementação de sistemas eletrônicos de gerenciamento, visando melhorar a dirigibilidade em condições variadas de trabalho, em temperaturas extremas (ártico X deserto) ou tipos variados de serviço (“highways” X pára e anda), independente do motorista e do tipo de transporte (passeio X carga); • Uso de injeção eletrônica, catalisadores de descarga, turbo-alimentação, 4 válvulas por cilindro, adição de oxigenados, mistura rica (redução do consumo de combustível) e eliminação do chumbo-tetra-etila. Em conseqüência disto, foram sensivelmente elevadas a potência média efetiva e a máxima rotação dos motores, enquanto o consumo de combustível foi drasticamente reduzido. A recirculação dos gases de combustão (blowby) em conjunto com a utilização de mistura pobre, de modo a reduzir as emissões, tem contribuído para a formação de borra e foi identificado que, nos motores onde o blowby circula pela tampa do eixo de comando de válvulas, essa ocorrência é severizada. EXTENSÃO DO PERÍODO DE TROCA: A extensão do período de troca de óleo lubrificante é uma prática que experimentou rápida mudança nos últimos anos. Estima-se que em três anos o período médio de troca de óleo foi elevado de 5.000 para 10.000 km, com algumas montadoras recomendando trocas a cada 20.000 km. Tais alterações são interessantes economicamente, pois resultam em menores custos de manutenção, maior disponibilidade do veículo, e também do ponto de vista ambiental, por gerar um menor volume de descarte de óleo usado.


Sabe-se, porém que, em paralelo à recomendação de extensão do período de troca, são indicados lubrificantes de mais alto nível de desempenho, o que nem sempre é seguido pelo usuário que abastece seu carro com lubrificantes de menor custo que não possuem os requisitos necessários para o prolongamento do período de troca. Além disso, no Brasil, o mercado automotivo apresenta um perfil bastante peculiar. No início dos anos 90, foi lançado no mercado o “carro popular”, com o incentivo da redução do IPI para veículos com motores de até 1.000 cilindradas, os quais conquistaram uma grande fatia do mercado. Como exemplo, estima-se que, em 2002, 78% dos veículos comercializados foram desse tipo. Trata-se de motores pequenos com os quais se busca continuamente um aumento de potência através da utilização de elevadas taxas de compressão e, conseqüentemente, elevada potência média efetiva. O volume de óleo no cárter é pequeno e o motores são instalados em veículos que, via de regra, são completos de acessórios (ar condicionado, direção hidráulica, etc), o que leva a uma utilização do motor em condições bastante severas. ADULTERAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS: Com relação à adulteração dos combustíveis, essa é uma prática que infelizmente tem sido bastante empregada por alguns operadores. Na maior parte das vezes misturam-se às gasolinas produtos mais pesados, como solventes, fazendo-se ou não a compensação com o AEAC (álcool etílico anidro combustível) para que o teor deste alcance o limite estabelecido por lei. Quando se utiliza um combustível adulterado, várias anormalidades podem ocorrer. De imediato, se o combustível não possui octanagem suficiente, o motor detona (bate pino) e as conseqüências poderão ser pequenas ou desastrosas, dependendo da intensidade da detonação. O ÓLEO LUBRIFICANTE: Os óleos lubrificantes, por sua vez, vêm acompanhando a evolução dos motores. Um novo desenvolvimento de óleos lubrificantes se

faz necessário quando se estuda uma nova tecnologia de motores que tem efeitos diretos e indiretos sobre requisitos de desempenho de lubrificante, ou quando se identifica uma série de anormalidades no mercado com uma mesma característica. Assim, partiu-se, num passado recente, de óleos minerais monoviscosos para o mercado atual em que sobressaem os multiviscosos de elevado desempenho, com um crescimento significativo dos lubrificantes de base sintética. Nas novas formulações é utilizada uma aditivação complexa, composta de antioxidante, antidesgaste, detergente e dispersante, entre outros, possuindo grande efetividade no controle do desgaste e na formação de depósitos e borras nos motores. Os formulados com óleos básicos sintéticos apresentam como benefícios principais a formação de um filme mais resistente, o maior índice de viscosidade, a redução da volatilidade, o melhor desempenho em baixas temperaturas e a melhor estabilidade à oxidação, dentre outras, capazes de proporcionar economia de combustível e maior durabilidade do óleo em serviço. Os óleos lubrificantes têm sido projetados para controlar a formação de borra principalmente através do aumento da concentração do dispersante no pacote de aditivos. Esses produtos mantêm em suspensão os materiais insolúveis presentes no óleo, evitando a sua deposição e conseqüente formação de borras. A regularidade nos períodos de troca do óleo e do filtro previne a formação de borra e, onde os casos continuam ocorrendo, o fato é geralmente associado à baixa qualidade do óleo e algumas vezes ao combustível utilizado. CONCLUSÃO Em função das informações levantadas na literatura internacional sobre o assunto e considerando as peculiaridades do problema brasileiro, fica clara a necessidade de se executar um trabalho experimental que abranja: testes laboratoriais para simular a formação de borra e testes em motor em banco dinamométrico, utilizando motor de um litro e gasolinas típicas do país. 23


IHC - Um paradoxo ou um novo conceito tecnológico ? por Tatiana Fontenelle

A capacidade de armazenamento de impurezas pode se tornar um parâmetro importante na avaliação de óleos básicos.

R

ecentes estudos sobre a tendência de algumas formulações de lubrificantes para a formação

de lama e verniz criaram um novo termo denominado IHC (“Impurity-Holding Capacity”), que pode ser traduzido por Capacidade

de

Armazenamento

de

Impurezas. Em artigo publicado na revista americana Practicing Oil Analysis, com o título “What is your oil’s impurity-holding capacity (IHC)?”, o Dr. Jim Fitch define o IHC como um indicador da capacidade do lubrificante em manter os contaminantes ou impurezas em suspensão ou solubilizados no óleo, e afirma que ele varia inversamente com a estabilidade à oxidação do lubrificante. Resumidamente, quando aumentamos a estabilidade à oxidação do óleo, reduzimos seu IHC. Dr. Fitch afirma ainda que existe também uma correlação do IHC com problemas de descarga eletrostática que normalmente provocam o aparecimento de verniz. O paradoxo reside no fato de que os me24


ma por quilo (mg/Kg) ou miligrama por litro (mg/l), e deve ser dissolvido em dois óleos com propriedades bem díspares de solubilidade, representando as faixas de IHC como ocorre na determinação do Índice de Viscosidade. lhores óleos básicos possuem maior estabilidade à oxidação, pois são obtidos com alta tecnologia de refino, que produzem hidrocarbonetos com alto índice de saturação, alto IV (Índice de Viscosidade) e baixos teores de enxofre. São utilizados nas mais modernas formulações de óleos para atender aos requisitos mais exigentes da indústria automobilística, como economia de combustível e viscosidade a baixas temperaturas. Esses óleos possuem IHC mais baixo do que aqueles do chamado grupo I, de qualidade inferior. De acordo com o engenheiro e consultor técnico de lubrificantes Marcelo Araújo, o IHC é amplamente influenciado pela temperatura e densidade dos constituintes polares do óleo básico, bem como pelos aditivos utilizados na formulação do lubrificante. Segundo Belmiro e Carreteiro (Lubrificantes e Lubrificação Industrial, Ed. Interciência, 2006), “os aditivos chamados dispersantes possuem uma parte polar e outra não-polar, o que faz com que as impurezas sejam mantidas em suspensão no óleo”. Desta forma, alguns aditivos aumentam o IHC do óleo básico. Outros aditivos, entretanto, podem ser considerados como materiais estranhos ao óleo, consumindo desta forma o IHC, para se manterem dissolvidos.

Também a temperatura deve ser padronizada, e talvez se pudesse determinar um índice de IHC (similar ao Índice de Viscosidade) representando a relativa alteração do IHC com a variação da temperatura. De acordo com o Dr. Jim Fitch: “A principio, o IHC pode ser abstrato para ser considerado de valor prático em análises de óleo e pelos profissionais de manutenção. Entretanto, com a demanda por básicos “premium” e problemas de borra e verniz em alta, há cada vez mais uma necessidade de conhecimento dessa reserva de armazenamento de impurezas. Em breve, poderá ser útil como um coeficiente de segurança, em caso de zonas de temperaturas extremamente baixas ou incremento súbito de produtos da degradação do óleo.”

Algumas propriedades dos óleos básicos podem influenciar positivamente ou negativamente o IHC, conforme podemos ver:

PROPRIEDADE DO ÓLEO

INFLUÊNCIA NO IHC POSITIVA

NEGATIVA

Temperatura

Alta

Baixa

Classificação API

Grupo I

Grupos II, III e IV

Tipos Básicos

Naftenicos

Parafinicos

Componete Polar

Alto Percentual

Baixo Percentual

Esteres na Fórmula

Presença

Ausência

Quanto à possibilidade de se medir o IHC, o Dr. Fitch sugere a utilização de um material de referência para servir de “impureza”, que pode ser medido em parte por milhão (ppm), miligra25


NACIONAIS IBP MUDA SEU NOME E REELEGE DIRETORIA O IBP decidiu incluir oficialmente em seu nome também os Biocombustíveis. A partir de agora, a instituição passa a se chamar Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. A mudança foi aprovada no dia 27 de março, em Assembléia Geral Ordinária que também reelegeu a diretoria presidida por João Carlos de Luca para um novo mandato de dois anos.

ção do setor e criação de um banco de dados sobre o mercado de lubrificantes.

SIMEPETRO ELEGE NOVA DIRETORIA O Sindicato Interestadual de Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos derivados de Petróleo – SIMEPETRO – está com nova diretoria. Foi eleito, por chapa única, o novo presidente do Sindicato, Carlos Ristum que declarou a intenção de trabalhar em conjunto com a ANP e outros sindicatos para a moraliza-

EXPANSÃO DA REDUC Na política de expansão de sua produção de óleos básicos, a Petrobrás informou que está projetando um investimento de cerca de US$992 milhões até 2013 para a produção de óleos básicos dos grupos II e III na Refinaria de Duque de Caxias – Reduc.

LUBNOR DUPLICA PRODUÇÃO A Petrobrás, através da LUBNOR, investirá em Fortaleza recursos da ordem de US$ 70 milhões na construção de uma nova fábrica que duplicará a produção atual para 350 m³ por dia de lubrificantes de base naftênica, com entrada em operação projetada para 2010.

INTERNACIONAIS A Agência de Proteção Ambiental Americana - EPA propôs um novo regulamento que, pela primeira vez, requer um sistema de controle de emissões para grandes motores a diesel e gasolina de caminhões e ônibus, que seriam monitorados da mesma forma que os carros de passeio. Os sistemas de diagnóstico a bordo (OBD) propostos pela EPA ajudariam a garantir o controle de emissões de forma adequada. A Associação Independente dos Fabricantes de Lubrificantes – ILMA acredita que se concretizado esse regulamento, as formulações de óleos para motores pesados (Heavy Duty) serão afetadas. CRESCE A PRODUÇÃO MUNDIAL DE BÁSICOS NÃO CONVENCIONAIS Recentes estudos do mercado mundial de óleos básicos mostram que houve um aumento significativo da 26

capacidade de produção de básicos dos grupos II e III, e também de naftênicos, principalmente com a entrada em operação de novas plantas na Ásia. A estimativa para 2007 é de 29 milhões de litros/dia de grupo II e 6,5 milhões de litros/dia de grupo III. A capacidade de produção de naftênicos passa para algo em torno dos 13 milhões de litros/dia, com o grupo I mantendo-se em torno dos 100 milhões de litros/dia. Os volumes de vendas do mercado americano de lubrificantes caíram 5,7% no primeiro trimestre de 2007, comparados ao NPRA mesmo período de 2006, de acordo com a Associação Nacional de Refinadores e Petroquímica dos Estados Unidos (NPRA ). O segmento de graxas foi o mais afetado com queda de 11,7%, seguido do automotivo com perda de 6%, industrial com menos 5,7% e óleos de processo caindo 4,5%.


Programação de Eventos Internacionais Data Julho 23 a 26

Evento Int’l SAE Fuels and Lubricants Meeting - Kyoto - Japão - SAE - www.sae.org

Setembro 18 e 19 Modern Fluids for Crankcase Engines - Troy, Michigan - SAE - www.sae.org Outubro 13 a 17

ILMA Annual Meeting - Carlsbad - USA - ILMA - www.ilma.org

Outubro 23 a 25

STLE/ASME Int’l Joint Tribology Conference - Texas - USA - STLE - www.stle.org

Outubro 23 a 25

2nd Asia-Pacific Base Oil Conference - Beijing, China - FLASIA - www.flasia.info

29/10 a 01/11

2007 Powertrain & Fluid Systems Conference - Chicago - USA - SAE - www.sae.org

Novembro 1 e 2

2007 International Lubricants & Waxes Meeting - Houston - ELGI - www.elgi.org/joomla

Novembro 29 e 30 3rd International Conference Lubricants - Russia - ELGI - www.elgi.org/joomla Novembro 29 e 30 The 3rd ICIS Pan-American Base Oil and Lubricants - New York, US - ICIS - www.icis.com Dezembro 2 a 6

ASTM Com. D02 on Petroleum prod. & Lubric. - Phoenix - USA - ASTM - www.astm.org

Dezembro 13 e 14 Modern Fluids for Crankcase Engines - Troy, Michigan - SAE - www.sae.org

Nacionais Data

Evento

Setembro 19

Work. Lubrif. Sólidos e suas aplicações tribológicas - S. Jose dos Campos - INPE - www.inpe.com.br

Setembro 17 a 21

22º Congresso Brasileiro de Manutenção - Florianópolis - SC

Setembro 26 e 27 SIMEA - Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva - AEA - www.aea.org.br Outubro 18

Seminário de Lubrificantes e Aditivos - AEA - www.aea.org.br

Cursos Data Agosto 30

Evento Lubrificação Automotiva - Além do Motor - São Paulo - AEA - www.aea.org.br

Setembro 24 a 26 Curso de Lubrificantes e Lubrificação - São Paulo - IBP - www.ibp.org.br



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