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FINALIZANDO, MAS NÃO CONCLUINDO
“(...) está certo, nós somos o que vocês dizem, por natureza, perversão ou doença, como quiserem. E, se somos assim, sejamos assim e se vocês quiserem saber o que somos, nós mesmos diremos, melhor do que vocês.”
Michel Foucault
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Após a realização desse trabalho é possível apontar algumas considerações finais a respeito do Movimento LGBT+ do Espírito Santo. Não julgamos necessário, entretanto, concluir, por não considerarmos que um movimento social, que está em constante processo de mutação, adaptação e renovação seja passível de algum tipo de conclusão.
Considerando as complicações de se delimitar algo vivo, compreendemos o Movimento LGBT+ do Espírito Santo como algo muito mais amplo, influente e necessário do que o recorte que aqui se apresenta. Nos preocupamos bastante em não pensar que daríamos conta do todo, mas buscamos ampliar ao máximo os horizontes acerca dessa luta. Sempre conscientes das nossas limitações.
Ao iniciarmos o trabalho acreditávamos que seria possível dar créditos pelas conquistas a este ou àquele grupo, quando, na verdade, percebemos que as conquistas, em sua grande maioria, são híbridas: vêm da intercessão provocada pela luta social, por governos dispostos e por, consequentemente, o resultado de tudo isso que acaba provocando uma mudança da ordem pré-estabelecida. Ontem éramos diferentes de hoje. Ontem o Movimento LGBT+ também era diferente de hoje. E assim as mudanças vão acontecendo.
Dentro dessa lógica, porém, encontramos protagonistas incansáveis. Gente à frente de seu tempo, que, em vez de esperar pela mudança, a faz acontecer e busca alternativas para minimizar os danos causados pela LGBTfobia que assola a sociedade brasileira e capixaba de forma singular, como nunca antes na história. Gente que, em vez de aceitar a ordem estabelecida, luta diariamente para alterá-la, ampliando direitos, liberdades e possibilidades. Gente que faz da luta social o principal
aspecto da mudança. Gente que não para. E que não deve parar.
Pudemos perceber que o processo de mudança é contínuo. Planta-se hoje para colher os frutos algum tempo depois. Por vezes esse tempo é grande, passa com aspereza, mas é preciso entender que não há outro jeito senão plantar, regar e esperar dar frutos. E é com essa lógica que percebemos que o Movimento LGBT+ no Espírito Santo atua. Fazendo trabalhos preventivos e educativos, cujas consequências virão naturalmente com o passar do tempo.
Nesse contexto, o Movimento LGBT no Espírito Santo tem contribuído fortemente para a superação do estigma e tem conquistado, a cada dia, mais espaços na sociedade. Seja discutindo, propondo ou promovendo conhecimento, esse movimento se amplia a cada dia.
MOVIMENTO LGBT+ CAPIXABA 133
1ª Conferência Estadual LGBT do Espírito Santo, 2008. Foto: Kadidja Fernandes.
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