OK COMPUTER: VIVER OU MORRER , EIS A QUESTÃO Em seu terceiro albúm, radiohead questiona o sentido da vida. Composto por 12 faixas, o terceiro álbum do Radiohead, intitulado Ok Computer, inspira-se em um acidente de carro que Thorm Yorke – vocalista e compositor da banda – se envolveu, na década de 80. Numa mistura biográfica e niilista, o cantor e compositor vê-se no limiar morte e vida, ao contar melodicamente o ocorrido. A primeira faixa, intitulada Airbag, faz referência ao dispositivo implantado nos veículos para garantir a segurança do passageiro. Airbag, narra o renascimento de Yorke, que a pesar na balança da vida-morte, situa sua sobrevivência entre acontecimentos bélicos e inóspitos, tais como uma Guerra Mundial e uma explosão interestelar. Airbarg é, por si só, o protótipo das cinzas, nas quais renasce uma fênix, sob riffs de guitarra. Paranoid Android, segundo trecho do renascimento, revela uma espécie de polifonia e multi-intertextualidade, na qual os melódicos refrões se estruturam num entrelaçamento de músicas. Com uma distorção nos acordes da guitarra e o vocalista aos berros, Paranoid constrói uma dramaticidade teatral, digna de aplausos e respeitabilidade. Se Paranoid revela certa dramaticidade teatral, a faixa Subterranean Homesick Alien, situa o ouvinte num roteiro cinematográfico de ficção científica, no qual Thorm transmuta-se em alienígena a olhar a humanidade, questionando o viver. Exit Music (for a film), é a música mais melancólica do álbum, nela o vocalista – com voz mansa – entoa estrofes num ritmo fúnebre, parece ser, uma epígrafe grafada sobre o túmulo. Com sua belíssima voz, Thorm parece clamar pela sua retirada de um mundo que nunca lhe acolheu. Let Down segue a mesma conjunção melancolicamente melódica da faixa anterior, um lamento à vida. Karma police, mistura as doces notas do piano às cordas melódicas de um violão. Nessa música, Yorke clama pela prisão daqueles que lhe aflingem. Fitter Hapier, introduz uma espécie de dúvida ao ouvinte. A faixa, uma mistura de toques leves de piano e um relato em forma de sussuro, parece ser um improviso da banda para completar o álbum, parece contrariar a estética do álbum. As faixas Electioneering, climbing up the walls, No Surprises, compõem uma tríade musical a transitar pelo feliz e o melancólico, refletem os confusos pensamentos de Yorke, que parece questionar: viver ou morrer? Em Lucky, clama por uma resposta e recorre a Sarah, o amor da sua vida. A banda, encerra o álbum com a faixa The Tourist, cuja melodia Byroniana hipnotiza os ouvintes. Ok Computer é, na musicografia do Radiohead, um renascimento.