DIAGNÓSTICO URBANO PROPOSITIVO POÇO DA PANELA
APRE SEN TA ÇÃO
A elaboração desta atividade foi realizada pelos alunos: Giovanna Maria Chaves, Jessica Rangel, Lucas Tavares e Mirelle Falcão, docentes da disciplina de Ordenamento Urbano e Territorial da Universidade Católica de Pernambuco, no primeiro semestre de 2021, na qual foram assessorados por Lea Cavalcanti e Ricardo Pessoa de Melo.
SU MÁ RIO
01
02
03
1. INTRODUÇÃO
2. FORMAÇÃO TERRITORIAL
3. PATRIMÔNIO CULTURAL
04
05
06
4. INFRAESTRUTURA URBANA
5. INFRAESTRUTURA URBANA Mobilidade
6. LEGISLAÇÃO
07
08
09
10
7. USO E OCUPAÇÃO
8. MEIO AMBIENTE NATURAL
9. COBERTURA VEGETAL
10. RECURSOS HIDRÍCOS
11
12
13
14
11. SOCIOECONOMIA
12. MAPA GERAL E VAZIOS
13. DESAFIOS, POTENCIALIDADES E DIRETRIZES
14. REFERÊNCIAS
IN TRO DU ÇÃO
O presente documento consiste no Diagnóstico Urbanístico Propositivo de grande parte do bairro do Poço da Panela, Santana e Monteiro, localizados na Zona Norte do Reife. A análise é delimitado pela Av. Dezessete de Agosto, Rua Jorge de Albuquerque, Rua Jorge Gomes de Sá, Rua Sant’Anna e o rio Capibaribe. Tem por objetivo apresentar, através de mapas e análises, o diagnótisco propositivo da área de estudo. Com base na leitura territorial, tivemos como diretrizes a formação do território, patrimônio cultural, insfraestrutura urbana com foco na mobilidade, infraestrutura urbana, legislação, uso e ocupação do solo, meio ambiente natural, cobertura vegetal, recursos hidrícos, socioeconômico, vazios urbanos, segundo Claudia Sousa e os elementos da cidade, segundo Kevin Lynch. O resultado almejado por tais análises é um diagnóstico de cada subtópico, objetivando o conhecimento da área e a formação de uma opinião crítica sobre o atual cenário existente.
FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO De início, os bairros de Monteiro, Apipucos e Casa Forte faziam parte do Engenho do Monteiro, também chamado de Engenho São Pantaleão, local que inicialmente foi ocupado como espaço de veraneio até que uma população ali se consolidasse. Em 1645, o engenho sofreu ataque dos holandeses, perdendo várias de suas casas, no momento de pós- invasão, restou apenas a praça principal onde ficava a estação do bonde. O bairro do Poço da Panela surge da tentativa de auxiliar o escoamento da produção de açúcar dos antigos engenhos da região. Em 1802, com a reabertura do antigo caminho, posteriormente chamado de Estrada Real, a ocupação humana toma impulso no local e, ainda no século XIX, com a divisão das terras do Engenho Casa Forte, percebe-se a instalação considerável de moradias no decorrer das margens do Rio Capibaribe formando povoados. Nessa época, os banhos no Rio Capibaribe faziam parte da rotina de toda a população, sendo recomendados, inclusive, pelos médicos após um surto de cólera que assolou a cidade do Recife no final do século XVIII, fato que atraiu a elite que foi se instalando no bairro e construindo grandes casarões e sobrados.
1700
1746
O território ainda era rural, formado por engenhos.
Início das instalações das residências de veraneio nas margens do Rio Capibaribe.
1930
1975
Aumento de número de lotes na região (Fig. 01).
Após enchente, o local sofreu várias mudanças socioeconômicas e físicas, e famílias foram realocadas para outros lugares da cidade.
1993
1994
Inicia o processo de Urbanização após intensa mobilização comunitária.
Introdução da ZEIS no território, interrompendo o processo de especulação imobiliária e garantindo condições dignas de moradia para população vulnerável.
2001
2018
Implementação da lei ARU-2001, com objetivo de proteger o uso e ocupação do solo.
Ocorreu a urbanização rápida, porém, ao longo do tempo, foram criados mecanismos e parâmetros no intuito de defender o território e a história (fig. 02).
Sobre o bairro de Santana, pouco se conhece sobre a sua história propriamente dita, entretanto, sabe-se que suas terras faziam parte do Engenho de Casa Forte, na margem esquerda do Rio Capibaribe, onde era depositado o açúcar produzido para depois ser transportado pelo rio para o mercado do Recife.
MONTEIRO
POÇO DA PANELA SANTANA
N
N
MAPA DA CIDADE DO RECIFE DATADO EM 1932
MAPA BASEADO NA UNIBASE DATADO EM 2018
ESCALA 1:6000 0 50 100
ESCALA 1:6000
200m
0 50 100
LOTES
200m
LOTES
Figura 01: Mapa do território (1932) Fonte: Google Street View
Figura 02: Mapa do território (2018) Fonte: Elaborado pelos estudantes.
PATRIMÔNIO CULTURAL Começando pelo seu conceito, pode-se dizer que patrimônio é tudo que se cria, valoriza e tem a intenção de ser preservada por uma comunidade, pode ser imaterial como danças e festas como também pode ser material como arquitetônico e ambiental. Segundo o Decreto-Lei n° 25/1937, o patrimônio material consiste em um conjunto de bens culturais móveis e imóveis existentes e na qual a sua conservação é interessante para a população, seja por estar conectada a história do Brasil ou por seu valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico. A cidade do Recife sempre teve um cuidado maior com seu patrimônio, isso se prova na lei 13.957/79 decretada pelo D.P.P.C. que instituiu normas para proteger sítios, ruínas e edifícios isolados relevantes para a expressão arquitetônica, históricas, cultural e paisagística da cidade, consolidando as Zonas de Proteção (ZP) atualmente conhecidas como Zonas Especiais de Preservação Histórica (ZEPH). A área estudada (o bairro poço da Panela e parte do bairro de Santana e Monteiro) têm um grande valor histórico para a cidade, é nessa região que se concentram diversos casarões datados do século XIX e calçamento original, o local era mais habitado durante as épocas de veraneio pela elite rural e lavadeiras que utilizavam a beira do rio para suas atividades. A história da sua ocupação de forma mais densa começa quando houve um surto de cólera na década de 1750 e diversas famílias abastardas se mudaram para perto do Rio que na época era conhecido por ter águas medicinais. Em 1772, o bairro ganha a capela de Nossa Senhora da Saúde. O bairro recebeu esse nome há aproximadamente 200 anos, quando houve um desabastecimento na área e as águas do rio não eram uma opção viável. A população ficou desesperada quando foi encontrado um olho d’água próximo da igreja, onde fizeram uma estrutura para segurar as paredes do
Figura 03: Mapa de Patrimônio Cultural. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 04: Rua do Chacon. Fonte: Google Street View.
poço, que lembrava uma bacia, então não só o poço como a vizinhança inteira recebeu o nome de Poço da Panela. O bairro também é marcado por diversos fatos históricos, como a casa utilizada pelos abolicionistas José Mariano e Olegária Mariano para os encontros do Clube do Cupim (grupo que ajudava pessoas escravizadas) ou como o primeiro registro de execução de piano no estado de Pernambuco, protagonizado por Henry Koster, filhos de ingleses. Como pode ser visto, essa área tem um grande teor histórico, por isso, o Poço da Panela e uma parte de Santana e Monteiro são áreas que incidem fortes normas de preservação, a ZEPH é identificada como a ZEPH-05: Poço da Panela por ter sobrados e casas do século XIX segundo a lei n° 16.719/01 que ainda é dividida em SPA (Setor de Preservação Ambiental) 1 e 2 que consiste em áreas de transição entre o SPR e as áreas circunvizinhas, e no mapa é possível ver que uma grande área desse território está sob essas normas. A SPR (Setor de Preservação Rigorosa) que é constituído por áreas de importante significado histórico/ cultural requerem manutenção, restauração ou compatibilização com o sítio integrante do conjunto. No mapa, essa classificação se encontraram em dois trechos da área estudada. Por fim, as IEPs (Imóveis Especiais de Preservação) são exemplos de uma arquitetura significativa para o patrimônio histórico, artístico e cultural, ao todo são 19 IEPs na área estudada. Após verificar cada imóvel, uma em particular se destaca: a casa de número 297 na Rua Chacon (fig. 04) que está em um estado bem deteriorado e sem uso, logo irá se tornar parte do novo projeto da empresa Haut que pretende manter o imóvel (uma vez que a lei não permitirá a demolição do mesmo) e adicionar um edifício completamente diferente da edificação já existente, tornando seu visual conflituoso. Apesar de ser uma rua bem-marcada por diversos casarios com elementos do século XIX e ser uma rua importante historicamente para o bairro, a Estrada Real do Poço não contém nenhuma IEP. Por fim, pode-se concluir que a maior parte das IEPs mantêm suas características originais e suas fachadas não apresentam nenhuma deturpação, o que não garante que seu interior tenha
sido mantido e respeitado, uma vez que as normas são rígidas acerca das fachadas das edificações e não de seus interiores (fig. 5 e 6).
Figura 05: Avenida Dezessete de Agosto. Fonte: Google Street View.
Figura 06: Rua Sant’Anna. Fonte: Google Street View.
INFRAESTRUTURA URBANA A infraestrutura urbana é um conjunto de elementos que estimula o desenvolvimento socioeconômico de uma região. Em outras palavras, são todos os elementos que permitem que a população viva confortavelmente por meio de quatro áreas macro:
SANEAMENTO
INFRAESTRUTURA
Na cidade do Recife, a energia é fornecida pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF, responsável pela geração. Já a distribuição é feita pela CELPE. O fornecimento de água tratada é feita pela COMPESA, e manutenção e limpeza urbana, pela EMLURB.
COLETA DE LIXO FORNECIMENTO DE ÁGUA TRATADA COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS LIMPEZA DAS VIAS PÚBLICAS
TRANSPORTE
MOBILIDADE URBANA
ENERGIA
GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
TELECOMUNICAÇÃO
TROCA DE INFORMAÇÕES ENTRE PESSOAS E EMPRESAS.
+ MOBILIÁRIO URBANO Saneamento, transporte, energia e telecomunicação, elas não não são apenas responsáveis pelo bem-estar da população, mas também por gerar emprego e renda, estimulando o desenvolvimento socioecômico de uma região. Além desses quatro elementos, considera-se mobiliário urbano de extrema importância para a infraestrutura da cidade, já que proporciona espaços de convivência.
Nos dias atuais, as telefonias e internet são acessíveis a qualquer moradia. Por isso, a telecomunicação não é um problema na respectiva área. O transporte na área analisada é predominantemente de automóveis particulares. O transporte público não percorre as ruas internas, pois são vias locais e microlocais, e infelizmente não apresentam multimodalidade. Há apenas uma via de eixo metropolitano, a Avenida 17 de Agosto, em toda extensão da área, são 06 pontos de ônibus, como podemos observar na Figura 07.
Na Estrada do Real Poço, próximo ao Largo do Poço da Panela, foi localizado mais um espaço de convivência, esse apresenta uma rede melhor, tornando-o mais convidativo, com ruas agradáveis para passeios. É válido ressaltar a existência dos parques vizinhos a área de estudo, Parque do Caiara, localizado do outro lado da margem do Rio Capibaribe, no bairro da Iputinga e o Parque de Santana. Os dois apresentam uma escala ainda maior do que as praças encontradas no território e atingem a cidade através de eventos de grande porte. Infelizmente, não existe nenhuma conexão entre os bairros Poço da Panela e Iputinga, logo, o Rio Capibaribe se torna um limite para os moradores, assim como dito por Lynch no livro A imagem da cidade. Desde 2013, existe apenas o projeto de proposta viária Monteiro - Iputinga, porém as obras estão paradas há meia década, gerando expectativa na população de receber uma ponte. Figura 07: Recorte da área analisada. - Paradas de ônibus. Fonte: Google Maps.
Praça do Monteiro
Em todo o território encontra-se algumas áreas de convivência dedicadas à população, algumas melhores equipadas, outras mais desamparadas. A Praça do Amor, localizada na Rua Virgínio de Oliveira; O Jardim Secreto, onde antes havia um lixão, hoje é um espaço de lazer, cultura, convivência, contemplação e preservação da natureza com a iniciativa dos moradores do bairro e arredores. Além delas, ainda no território há a Praça do Monteiro, localizada na Av. 17 de Agosto, a qual apresenta intenso movimento de veículos automotores e a presença de um ponto de ônibus, contudo a chegada da praça não é fácil para os pedestres. Ademais, a praça não é convidativa pois não tem mobiliário e atrativos.
Praça de Casa Forte
Figura 08: Recorte da área analisada. Fonte: Google Maps.
Figura 07: Mapa morfotipologia - cheios e vazios. Fonte: alunos. Escala: 1/6000
Grande parte do território em análise, o sistema de esgotamento e o abastecimento de água pela Compesa está presente como visto na figura 10. Em alguns lugares da região estudada não possuem o tratamento de esgoto.
REDES REDES INTEGRADAS INTEGRADAS
Ainda no mapa de saneamento (fig. 10), podemos observar os poços tubulares da região, eles funcionam como uma alternativa para suprir o abastecimento de água.
SANEAMENTO INTEGRADO
Figura 09: Praça do Monteiro. Fonte: Google Street View
SANEAMENTO INTEGRADO
Figura 02: Praça do Monteiro. Fonte: Google Street View
N
N N
N
ESCALA: ESCALA: 1/6000
1/6000 0 50 100 200m
0 50 100 200m
Asfalto Asfalto Paralelepípedo Não Pavimentada Paralelepípedo Poço tubular Não Pavimentada
Estação de tratamento Poço tubular de água elevada
Estação de tratamento
de água elevada Figura 10: Mapa de Saneamento integrando. Fonte: Elaborado pelos alunos.
Sistema de esgotamento existente e abastecimento Sistema de esgotamento de água pela compesa
existente e abastecimento de água pela compesa
Abastecimento de água pela compesa
Abastecimento de água pela compesa
ESCALA: ESCALA: 1/6000 1/6000 00 50 50 100 100 200m 200m
Figura 11: Mapa de Redes integradas. Fonte: Elaborado pelos alunos.
Cobertura gás gás encanado Cobertura encanado Cobertura 4g (Vivo) Cobertura 4g (Vivo) Cobertura 4g+4g+ (Vivo) Cobertura (Vivo)
RESÍDUOS SOLIDOS
N Figura 06: Mapa morfotipologia - quadras. Fonte: alunos. Escala: 1/6000
ESCALA: 1/6000
0 50 100 200m
Figura 12: Mapa coleta de resíduos e sólidos. Fonte: Elaborado pelos alunos.
Tipo de uso (Coleta de Atendido pela Ecofrota
ESCALA: 1/6000
Figura 13: Mapa morfotipologia - quadras. Fonte: alunos. Escala: 1/6000
Não atendido pela Ecofrota Ecoponto
A Copergás(Companhia Pernambucana de Gás) é responsável pelo distribuição o gás canalisado em Pernambuco (fig. 11). A Ecofrota faz recolhimento dos resíduos e sólidos em toda a região, com exceção da ZEIS. Por esse motivo, essa região é um local proliferador de doenças e problemas sanitários (fig. 12).
O mapa acima apresenta a morfotipologia da área estudada, é possível perceber que as quadras centrais do Poço da Panela apresenta uma irrigação maior, por ser uma área mais antiga e de cárater rural. Já os bairros de Monteiro e Santana apresentam uma escala maior. (fig. 13).
Figura 07: Mapa morfotipologia - cheios e vazios. Fonte: alunos. Escala: 1/6000
INFRAESTRUTURA URBANA MOBILIDADE
A infraestrutura de mobilidade é definida pelo conjunto de vias urbanas de automóveis, hidrovias e metroferrovias, calçadas de passeio, ciclovia e estacionamentos. Desse modo, tudo isso engloba um plano urbano para uma melhor circulação de pedestres e veículos nas ruas, respeitando as soluções propostas, implementando avenidas acessíveis e mais caminháveis. A mobilidade do sítio de estudo é bastante restrita pois apresenta um contraste alarmante comparada as outras regiões da cidade do Recife. Como a área do Poço da Panela e Monteiro é basicamente formada por unidades habitacionais unifamiliares e multifamiliares o fluxo de pessoas que transita pela região são os próprios moradores e, ocasionalmente, familiares e amigos que irão visitar. O território acaba se tornando um “espaço fantasma” visto que não há uma variedade grande de comércio e serviço para chamar um público de outras partes da ciadde. É perceptível a cultura do uso do automóvel particular no bairro, consequentemente, não existe uma relação mais direta e física dos moradores por meio da conexão a pé pela rua. Há, como exemplo desse fato, a marcação das ruas com a coloração bege na figura 14, a qual indica a predominância do uso do transporte individual. É preciso se deslocar para vias principais como a Avenida Dezesste de Agosto onde há uma maior concentração de lojas, mercados, padarias e farmácias. Portanto, uma problemática desse arranjo é a não valorização do comércio local no bairro, produzidos por pequenos comerciantes e vendedores. Na figura 15, nota-se uma ocupação de pessoas por um motivo em comum, a festividade do carnaval, logo acarreta um atrativo para a região, como consequência há o aumento de serviços e comércios informais e uma maior quantidade de pessoas transitando. Diante disso há a perda do “valor” do carro, pois seu acesso é limitado devido a aglomeração de grupos de pes-
Figura 14: Mapa de transportes. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 15: Carnaval - Poço da Panela. Fonte: PORAQUI.
soas nas ruas. Dessa forma, essa imagem de bairro mais “vivo” é nítida e a infraestrutura de mobilidade necessitaria ser bruscamente revista positivamente para uma maior caminhabilidade. Na figura 16, foi-se apresentando o mapa de caminhabilidade feito na disciplina de Urbanismo I(2020.1), o qual identifica no trecho do bairro do Poço da Panela a relação da calçada e a sua largura (estreita/média/baixa), da continuidade dos fluxos de pedestres, do estado de conservação da pavimentação e do grau de integração da interface. Após a análise foi observado que a caminhabilidade da região expõe um baixo índice de acessibilidade, segurança e conforto para os pedestres.
Figura 17: Rua dos Arcos. Fonte: Google Street View.
Figura 16: Mapa Caminhabilidade. Fonte: Elaborado pelos estudantes da cadeira de Urbanismo I 2020.1
Dentre as vias, podemos destacar a via de eixo urbano com a Avenida Dezessete de Agosto, como principal influenciadora na região do sítio de estudo. Através do mapa 1 (fig. 14), foi identificado uma boa quantidade de paradas de ônibus na avenida citada acima. Foi também identificado um ponto gerador de viagem que é o Museu do Homem do Nordeste, local cultural que gera um fluxo de público como turistas, moradores da região, alunos de colégio, faculdades, etc.
Figura 18: Estrada Real do Poço. Fonte: Google Street View.
Pode-se destacar no mapa 2 (fig. 20) uma análise dos fluxos das vias existentes entre moderados e rápidos. Logo, foi notório uma maior quantidade de vias moderadas, sendo ligadas com a Av. Dezessete de Agosto na maioria das vezes, grande geradora de movimento de veículos e pedestres. Um outro fator bastante esquecido na cidade como um todo é o Rio Capibaribe, o qual no bairro que se está trabalhando apresenta um papel fundamental de conector, gerador e misturador na região. É observado a falta de aproveitamente do rio no quesito mobilidade, sem estações marítimas e hidrovias, as quais iriam melhorar bastante acerca do trânsito em toda a cidade. Há, como amostra do usufruir do rio o Parque Capibaribe, intervenção que está sendo implantada em alguns trechos do Rio Capibaribe como forma de apreciação da natureza, espaço de convivência e estruturas conectoras de territórios. Esse projeto chama a população para consumir a cidade de uma outra forma e olhar, a qual a infraestrutura mobilística entra positivamente no fator caminhabilidade. Em suma, é cognoscível que é preciso melhorar bastante a infraestrutura de mobilidade no sítio. No aspecto da acessibilidade, é visto um não cumprimento das normas nas calçadas, sem uma largura decente, desníveis mal regulados e vegetação irregular. É preciso que o Estado priorize uma maior qualidade de espaço público e que coloque como prioridade e elemento marcante da mobilidade o Rio Capibaribe.
Figura 19: Perspectiva Parque do Capibaribe. Fonte: Parque Capibaribe.
Figura 20: Mapa de Fluxos. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 21: Perspectiva Parque do Capibaribe. Fonte: Parque Capibaribe.
LEGISLAÇÃO O desenvolvimento do Diagnóstico Urbano Propositivo considerou o plano Diretor do Recife 2020 e ARU 2001(Área de Reestruturação Urbana). No que diz respeito ao zoneamento segundo o Plano Diretor 2020, a área estudada se encaixa nas normas das ZEIS 1, ZEPH ambiental, ZEPH rigorosa e ZDS Capibaribe. IEP (Imóveis Especiais de Preservação) Esses imóveis são exemplos de uma arquitetura significativa para o patrimônio histórico, artístico e/ou cultural. No território estudado, foram encontrados 19 IEPs, entre elas, o casarão que abrigava o restaurante Barchef e o edifício tombado que ocupa uma parte do colégio Carochinha. A Avenida Dezessete de Agosto e a Rua do Chacon possuem um grande número de edificações Especiais de Preservação. ZEIS 1 (Zonas de Especial de Interesse Social) No Poço da Panela surgiu espontaneamente áreas de assentamento habitacional de população de baixa renda. Essa concentração populacional no Poço é chamada de ZEIS 1 (ZEIS Vila Esperança/Caboco e ZEIS Poço da Panela). A ZEIS tem como objetivo principal defender um território e garantir condições adequadas às comunidades existentes que residem em lugares privilegiados da cidade. ZEPH (Zonas Especiais de Patrimônio Histórico) São áreas formadas por sítios, ruínas e conjuntos antigos de relevância histórica, que recebem regramentos arquitetônicos e urbanísticos específicos para a preservação necessária do patrimônio histórico. O Poço da Panela conserva ainda muitas das suas casas e sobrados do século XIX, permanecendo o uso residencial como predominante e concentradas, em sua maioria, na Rua Luiz Guimarães e Estrada Real do Poço, pincipais acessos à área e entor
Legenda - Plano Diretor 2020 IEP ZEIS 1 ZEPH - Ambiental ZEPH - Rigoroso ZDS Capibaribe Figura 22. ZONEAMENTO PLANO DIRETOR 2020
no da praça da Igreja de Nossa Senhora da Saúde. ZDS Capibaribe (Zona de Desenvolvimento Sustentável) Tem como objetivo garantir o equilíbrio urbanístico-ambiental e a preservação dos recursos naturais e do patromônio cultrual. No Recife, as áreas atendidas pela ZDS são as que têm influência de recursos hídricos e de patrimônio cultural, afim de garantir um desenvolvimento consciente e sustentável. A ZDS Capibaribe é caracterizada pela concentração de média e alta densidade populacional e construtiva nas margens do Rio Capibaribe.
físicas e ambientais. A área analisada faz parte da SRU 3 que abraça as áreas que margeiam o Rio Capibaribe e apresentam tipologia predominantemente unifamiliar, requerendo parâmetros urbanísticos capazes de conservar elementos singulares ainda existentes em termos de sua paisagem natural. II - Zonas de Diretrizes Específicas (ZDE), compreendem as áreas que exigem tratamento especial na definição de parâmetros reguladores de uso e ocupação do solo. São elas: ZEPH, ZEIS E ZEPA. A ARU define parâmetros construtivos de afastamentos, gabarito máximo, lâmina térreo máxima, taxa de solo natural e área máxima construtiva, de acordo com os regramentos que o espaço está inserido. Isso gera uma melhor relação edificação x rua, o que torna a cidade mais caminhável, sustentável e acolhedora.
Legenda - ARU 2001 SRU - 3 Figura 23. ZONEAMENTO ARU 2001
A ARU (Área de Reestruturação Urbana) estabelece condições de uso e ocupação do solo para 12 bairros da cidade do Recife. Essas normas estabelecidas, de acordo com caracteríscas da área inserida, engloba os bairro do: Derby, Graças, Espinheiro, Aflitos, Jaqueira, Parnamirim, Casa Forte, Poço da Panela, Monteiro, Santana, Apipucos e parte da Tamarineira. A Área de Reestruturação Urbana está dividida em duas zonas: I - Zona de Reestruturação Urbana (SRU), composta por setores cujo adensamento deve ser compatível com as características
De modo geral, é notável que a área estudada apresenta um contato mais positivo e sustentável com a cidade, diferentemente de outras regiões do Recife. É evidente que isso não anula as problemáticas construtivas, ambientais e culturais existentes.
USO E OCUPAÇÃO No mapas de usos é perceptível uma maior presença de unidades habitacionais unifamiliares e multifamiliares. Esse fato é consequência, principalmente, por a região ser uma ZEPH, a qual é composta de casarões antigos que expressam bastante a tradição e a arquitetura de épocas passadas. Um outro fator é a cultura do bairro, os próprios moradores assumem esse legado de preservar a imagem da zona, sem abrir fronteiras para comércios e serviços que desejam se estabelecer no território. Os serviços e comércios são posicionados na Avenida Dezessete de Agosto, pois é um ponto estratégico para o desenvolvimento econômico do lote. Os outros estabelecimentos que ficam dentro do bairro do Poço da Panela, geralmente é conhecida pelos pertinentes moradores e pela população que circula aquela região. Há, como destaque também, os usos educacionais, religiosos, culturais, institucionais, de uso misto e vazios ou sem uso.
Figura 25: Mapa de usos. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 24: Bar Real. Fonte: Tripadvisor
Figura 26: Bar do Chico, lote de uso misto. Fonte: Google Street View.
É perceptível no mapa de gabaritos um alto índice de lotes térreos e com dois pavimentos, veracidade essa formada a partir da grande quantidade de casas e sobrados no bairro. Na intermediação está presente os territórios com 3 a 4, 5 a 10 e 10 a 20 pavimentos. Na posição acima de 20 pavimentos é perspicaz observar a pouca quantidade de lotes, contudo cada território dispõe de uma enorme área construtiva, logo é compensado esse pequena porção dos lotes. É explícito a implantação desses “Arranha-céu” próxima a região de maior fluxo de pesssoas e veículos pelo fato da legislação proibir construir nesse nível de gabarito próximo ao rio e a área central do Poço da Panela. No mapa de elementos marcantes é válido salientar as três categorias presentes: as praças e parques, espaços públicos de extrema importância porém ainda é perceptível a mínima quantidade no bairro; Os museus ou centro cultural só há presente o Museu do Homem do Nordeste o qual é vinculado à Fundação Joaquim Nabuco que comporta o Cinema da Fundação; E em templos há a Associação Arautos do Evangelho do Brasil, marco religioso na região. Figura 28: Mapa de elementos marcantes. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 27: Mapa de gabaritos. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 29: Arautos do Evangelho recife. Fonte: Arautos em Recife.
Destarde, é cognoscível uma falta de pluralidade e diversidade no quesito dos usos, sendo assim é preciso uma maior articulação dos residentes do bairro com a sua própria região, não necessitando precisar se deslocar para o outro lado do território para suprir suas urgências. Entretanto, a perspectiva de gabarito é consideravelmente uniforme e segue o contexto da região. Desse modo, o estado necessita agir para uma melhor implantação de centros culturais e museus, principalmente no centro histórico, o qual pouca parte da população da cidade do Recife conhece a história do Poço da Panela.
Figura 30: Museu do Homem do Nordeste. Fonte: Guia de Turismo e Viagem de Salvador, Bahia e Nordeste.
Figura 31: Perspectiva aérea do Sítio de estudo. Fonte: Google earth.
COBERTURA VEGETAL Em uma região de clima tropical como Recife, a vegetação se torna um importante fator para o conforto ambiental. As árvores, quando bem colocadas, geram sombra, reduzem a poluição sonora, e tornam a caminhada confortável e agradável. Porém, quando mal aplicadas, geram dificuldade na acessibilidade e caminhabilidade nas calças, além de dificultar a iluminação dos postes (quando não há um planejamento integrado desses dois pontos - poste e vegetação). Segundo Douglas Farr, a probabilidade de deslocamento a pé é três vezes maior em rotas para pedestres com vegetação. A área estudada está entre os lugares mais arborizados de Recife. Porém, como observado no mapa (fig. 32), a maior concentração de vegetação é dentro dos lotes, infelizmente grande parte das calçadas não são sombreadas. Dessa maneira, a caminhabilidade na área se torna menos convidativa e agradável.
Figura 32: Mapa de Cobertura Vegetal. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 33: Muitos espaços vazios dão lugar a novas edificações e são alvos de críticas e apelo. Fonte: Rua Marquês de Tamandaré. Google Street View.
RECURSOS HÍDRICOS O surgimento do Poço da Panela se da justamente por conta do rio. No final do século XVIII, existiu um grande surto de cólera em Recife, e as águas do Capibaribe eram vistas como medicinais. O rio de tornou balneário, e pelo local lembrar uma bacia, levou o nome de Poço da Panela. Nos dias de hoje, o Rio é utilizado por barqueiros e pescadores. Não há mais uma função social nem balneária. Alguns barqueiros ainda fazem a travessia turística, mas não existe incentivos e investimentos em infraestrutura, mesmo sendo um Rio que corta a cidade e poderia ser utilizado como via de transporte.
Figura 34: Recursos Hídricos. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
O Rio Capibaribe é um ponto de grande destaque na cidade do Recife, sendo considerado uma UCN (Unidade de Conservação da Natureza). Tem grande importância histórica e social na formação e no desenvolvimento de Pernambuco e da região Nordeste do Brasil. Foi denominado de rio-ponte por ter sido, na época colonial, um significativo elo entre a cultura da cana-de-açúcar da zona da Mata pernambucana e os currais do Agreste e do Sertão.
Figura 35: Pescador no Rio Capibaribe. Fonte: Mobilize.
SOCIOECONOMIA
POPULAÇÃO TOTAL NO POÇO, SANTANA E RECIFE (1991-2010) Localidade Poço Santana
A socioeconomia é a ciência social que estuda como a atividade econômica afeta e é moldada por processos sociais e atráves desse conhecimento, mais a adição de dados levantados pela prefeitura do Recife foi possível ver um acréscimo populacional total entre as décadas de 1990 e 2010. Foi registrado em 1991 que a população do Poço da Panela era de 3.846 pessoas e em Santana era de 2.076, já em 2010, foram registrados 4.615 pessoas no Poço e 3.054 pessoas em Santana, tendo um crescimento populacional de 19,99% e 47,11%, respectivamente. Em relação aos domicílios, o número total dos mesmos teve uma queda de 3,63% e está relacionado ao desaparecimento de residências do tipo coletivo e do particular improvisado. Em contra partida, houve um acréscimo de 18% nas habitações do tipo particular permanente (DPP) na categoria apartamento, pois nesse mesmo tipo de domicílio na classificação casa houve uma redução de quase 10% que pode ser explicado pelo fato de casas que serão derrubadas para se tornarem prédios ou seu uso se tornar comercial. Uma tendência vista foi o aumento de números de domicílios com 1 ou 2 moradores, um cenário visto nacionalmente, sabendo desse fator mais a diminuição de residências que não são particular permanentes é perceptivel o porquê há uma redução que vai em contrapartida do aumento da densidade construtiva. Baseado em estudos desenvolvidos por Souza (2014), pode-se verificar que em 1876 a renda das pessoas cadastradas na paróquia do Poço da Panela era baixa e isso é refletido a partir das profissões mais comum entre os residentes daquela área como jornaleiro, negociante, agricultor, artista entre outros. A variação de famílias de diferentes classes socias no bairro existe desde a sua densa ocupação no século XIX e permanece até hoje graças as normas criadas no Plano Diretor para garantir que a população mais pobre tivesse direito a morar em um lugar
RECIFE
1991
2000
2010
3.846 2.076
4.006 2.437
4.615 3.054
1.298.229
1.422.905
Crescimento
2010/1991
19,99%
47,11% 18,45%
1.537.704
Crescimento
2010/2000 15,20%
25,32% 8,07%
DENSIDADE DEMOGRÁFICA NO POÇO, SANTANA E RECIFE (1991-2010) Localidade
Área (ha)
Poço Santana
81,00 47,00
RECIFE
1991 47,48 44,17
21800,00
59,55
Renda anual em mil réis Entre 200 e menos de 400 Entre 400 e menos de 800 Entre 800 e menos de 2000 Mais de 2000 TOTAL
2000 49,46 51,85
65,27
2010
Variação
2010/1991
56,98 64,98
19,99% 47,11%
70,54
18,45%
N° de cadastrados na Paróquia
%
508 215 85 94 902
56,3% 23,8% 9,4% 10,4% 100%
Faixa Etária da População (Censo 2010) mais de 65 anos
0 a 9 anos 20 a 39 anos
10 a 19 anos
40 a 64 anos
Cor/Raça
Branca Preta Parda Amarela Indígena TOTAL
POPULAÇÃO POR COR/ RAÇA Quantidade % 2368 106 6 902 4 3386
69,94 3,13 0,18 26,64 0,12 100,00
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO Localidade Alfabetização(%)
Poço Santana
97,6 97,6
bem localizado na cidade, essa demarcação de território é a ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) que a partir do Plano Diretor 2020 foi dividida em dois tipos, no caso da ZEIS do Poço da Panela é a do tipo 1, uma vez que essa população foi para a áreas (as margens do Rio Capibaribe) de forma natural, sem intervenção. A partir do levantamento da prefeitura é possível verificar que em 2010, a população do Poço da Panela e parte de Santana era majoritariamente composto de pessoas entre 20 e 39 anos, de cor branca e homens. Também foi visto que sua população é 97% alfabetizada. Por último, os dados do IBGE mostram que a população dessa área é bem abastecida de recursos básicos. Segundo o censo 2010, 100% das casas recebem coleta de lixo e tem acesso a energia elétrica. Acerca dos usos presentes nesse território, é perceptivel que a área é predominantemente de uso residencial, seja a edificação um edifício ou sendo uma casa, o segundo uso que mais aparece mas em menor quantidade são os de uso comercial, em seguida os usos de serviço, após esses o uso institucional que aparece seis vezes e por último os de usos religioso que ocupa apenas três edificações. Também é possível constar que os usos mais variados como comércio e serviços se concentram próximos a Avenida Dezessete de Agosto e as áreas próximas ao rio são ocupadas por residências, que pode ser verificado através da história do bairro, citada anteriomente. Por fim, pode-se se dizer que a dinâmica do bairro é calmo e lento, uma vez que é formada prevalecentemente por residências, essa área tem pouco movimento e a circulação de pessoas que há é feita pelos próprios moradores, sendo o carnaval a única data festiva que transforma as ruas do bairro em um grande aglomerado e junta não só moradores dessa área como de pessoas de outras partes da cidade.
Figura 36: Mapa de Usos. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 37: Mapa de Domicílios Particulares Permanentes. Fonte: IBGE 2010
QUADRO SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO PROPOSITIVO DESAFIOS/PROBLEMAS PATRIMÔNIO CULTURAL
INFRAESTRUTURA URBANA
INFRAESTRUTURA URBANA - MOBILIDADE
LEGISLAÇÃO
USO E OCUPAÇÃO
COBERTURA VEGETAL
RECURSOS HÍDRICOS
SOCIOECONOMIA
É notório o desgaste físico e abandono do governo em algumas IEPs.
POTENCIALIDADES A maioria da população residente possui um respeito com os imóveis que são tombados pela ZEPH, logo o bairro se mantém estável acerca da sua história.
DIRETRIZES A prefeitura precisa fiscalizar em maior grau as edificações pertencente as IEPs e educar a população a respeito do seu patrimônio cultural.
Implantar corretamente o saneameto básico para todos os moradores;,Melhorar a infraesParte da população não usufrui do saneamento básico; Só há Toda a comunidade do sítio estudado desfruta de energia elétrica, trura dos passeios às praças e parques; Inserir distribuição da parada de ônibus na Avenida Dezessete de A telefonia e abastecimento de água. uma maior e diverso mobiliário urbano por gosto; Falta uma maior disposição de mobiliário urbano em toda a área. alguns trechos e a inclusão de novas aréas de convivência. No quesito da caminhabalidade, as calçadas estão bastantes prejudicadas, com largura e continuidade do pedestre variáveis; O alto índice do uso de transportes particulares, sem uma visão de chegada de transporte público dentro do bairro; Insegurança pela falta de pessoas transitando nas vias.
O pequeno fluxo de transporte deixa o bairro com menas emissão de CO2 e suaviza a rua para outras atividades de lazer, convidando os moradores para o espaço público. Há também o rio como uma potencialidade, sendo capaz de se tornar uma hidrovia plena no futuro próximo.
Enfraquecimento na proteção das ZEIS E ZEPH.
A ZEPH serve como segurança do patrimônio histórico cultural no Expandir a ZEPH para todo o bairro do Poço bairro. da Panela, para zelar mais o coeficiente da região e qualificar as ZEIS existentes.
Falta de diversidade de usos como comércio, serviço, uso misto Uniformidade no gabarito das edificações da área. no sítio estudado; Naõ há uma grande quantidade de elementos marcantes visto que é uma região histórica e deveria possuir mais lotes significativos.
O Parque Capibaribe é projeto do Estado que serve como uma intervenção positiva para a mobilidade. Um outro fator é os caminhos não se acabarem no rio e sim tornar a área um conector para o outro lado da cidade.
Implantação de mais comércios e serviços dentro do bairro./ valorização do sítio histórico / mais implantação de praças públicas como elementos marcantes( gera convivência)
As calçadas não são arborizadas e posicionar elas de maneira A área possui uma grande quantidades de áreas verdes na rua e Necessita uma maior valorização das áreas correta e acessível. dentro dos lotes; Há também o mangue na margem do rio; Uma horta verdes do sítio e projetar espaços de convicoletiva é o Jardim Secreto, um praça com bastante cobertura vege- vência a partir dessas áreas. tal. Falta de uso do Rio Capibaribe como uma hidrovia; Poluição É perceptível algumas moradores utilizando o rio para pesca e a Inserção do uso hidroviário e incentivo goveraplicação da travessia turística em alguns trechos. namental aos barqueiros e pesqueiros. acumulado uma vez que é o esgoto é despejado no rio. O esgotamento sanitário correto não é assistido por algumas 100% do domicílios da região possuem coleta de lixo e energia elétriresidências; A densidade construtiva é alta apesar da popula- ca; O bairro do Poço da Panela detém um equilíbrio em relação aos ção do bairro está diminuindo. moradores por classe.
Implementar o saneamento básico em todas as residências; Incentivo de construções com outras propostas de usos e ofertas de imóveis para diferentes pessoas.
VAZIOS URBANOS A definição de vazios ubanos consiste em dizer que um espaço não é necessariamente vago porém desvalorizado, e também a falta de edificação não expressa uma omissão de um uso, segundo a dissertação de Cladia Sousa. Na área de estudo foi diagnosticado atrávés da figura 38 os espaços urbanos vazios desocupados, desafectados e subutilizados. O espaço urbano desocupado é um território efetivamente vazio na ciade, sem edificação física e pode possuir um apelo sentimental para a comunidade das redondezas. Há, como comprovação da área desocupada o terreno da figura 39 , localizado na esquina da Rua Dr. Seixas e da Avenida Dezessete de Agosto. Esse lote possui uma implatação privilegiada visto que tem delimitação com uma avenida de eixo urbano. Uma amostra desse fato é o projeto do novo Atacado dos Pre-
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sentes apresentado em 2019, o qual não foi bem recebido pela população pois o empreendimento gera um maior fluxo de automóveis e pessoas na área. Além disso os moradores manifestaram-se em relação a agitação que o imóvel irá acarretar, desde que atualmente é uma região calma e exclusiva. Foi destacado no espaço urbano desafectado o lote da figura 40 que fica na Avenida Dezessete de Agosto, visto que a edificação presente não tem um uso atual e é indenpendente do seu estado de preservação. Na última categoria há o espaço urbano subutilizado o qual possuem uma ocupação contudo esse uso é inadequado. Um exemplo dessa conjuntura é o terreno que serve de estacioamento, na Rua Engenheiro Jair Furtado Meireles (fig. 41), o qual funciona de forma incongruente. Em suma, pode-se constar que o sítio possui diversos vazios urbanos apesar de nos últimos anos sua densidade construtiva ter aumentado, sendo necessário uma requalificação desses espaços.
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Figura 40: Lote espaço desafectado. Fonte: Google Street View. Figura 39: Lote espaço desocupado. Fonte: Google Street View.
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Figura 38: Mapa de Vazios Urbanos. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 41: Lote espaço subutilizado. Fonte: Google Street View.
ELEMENTOS DE PAISAGEM Kevin Lynch
Segundo Kevin Lynch, na obra “A imagem da cidade”, a cidade demonstra efeitos dos elementos físcios perceptiveis. Ele divide esses elementos em uma classificação de cinco tipos: vias, limites, bairros, cruzamentos e pontos marcantes. 1) VIAS: são canais ao longo dos quais o observador se move. Podem ser ruas, passeios, linhas de trânsito, canais, caminhos-de-ferro.
2) LIMITES: são fronteiras entre duas áreas de espécies diferentes. Apresentam continuidade na forma e impenetrabilidade às tentativas de os atravessar. Enquanto a continuidade e a visibilidade são cruciais, os limites não devem ser, necessariamente, impenetráveis. Muitos limites são mais uma costura de união do que propriamente uma barreira isoladora. Na área, classifica-se o Rio Capibaribe como um limite, já que não é usado nem considerado pelos habitantes como via.
A largura, o comprimento dos quarteirões, as fachadas dos edifícios, o sistema de denominação, o comprimento e a sua importância funcional são importantes para criar forma e singularidade para uma rede de vias. No território estudado, destaca-se a Avenida Dezessete de Agosto por sua largura e importância em toda a sua extensão, por ser uma via de eixo metropolitano. Além dessa, existe também a Estrada Real do Poço (fig. 42), uma grande via para o Poço da Panela já que preserva suas caracteristicas originais e a arquitetura clássica presente nos grandes casarões.
Figura 43: Rio Capibaribe. Fonte: Autoral. Figura 42: Estrada Real do Poço Fonte: Google Street View.
3) BAIRROS: são áreas determinadas por suas extensões bidimensionais, eles se configuram como uma divisão formal muito recorrente das áreas da cidade. O observador pode penetrar mentalmente e possuem características em comum. As características físicas que determinam os bairros são continuidades temáticas, que podem ser: textura, espaço, tipo de edifícios, costumes, atividades, estado de conservação, topografia e ruídos. Foram estudados três bairros da cidade: Monteiro, Poço da Panela e Santana.
4)CRUZAMENTOS: são conhecidos como pontos nodais, junções ou convergência de vias e momentos de passagem de uma estrutura para outra. A transição de um local para o outro, ou seja, a quebra de continuidade, desperta a atenção do observador, tornando esse nó um ponto nodal. Isso se explica porque as pessoas acabam colocando mais atenção nessa parte do percurso onde haverá a junção das vias. A Estrada Real do Poço (fig.42) é um dos cruzamentos principais da área estudada, pois desperta a atenção do observador ao passear no local. 5) PONTOS MARCANTES: funcionam como indicações seguras de um caminho a seguir. Também podem ser evidenciados a partir de cruzamentos, sendo assim as pessoas escolhem um rumo para seguir.
MONTEIRO
São elementos visíveis de outros pontos e contraste a partir da mudança de altura ou constituição. Na área em estudo, foram encontrados a Estrada Real do Poço (fig. 42) que além da sua importância histórica, tem grande importância no carnaval da cidade. Assim como, a Igreja Nossa Senhora da Saúde, localizada no Largo do Poço da Panela (fig. 45 ). POÇO DA PANELA
SANTANA
Figura 44: Divisão dos Bairros. Fonte: Elaborado pelos estudantes.
Figura 45: Largo do Poço da Panela . Fonte: Google Street View.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOUSA, Claudia. Do Cheio para o Vazio. Outubro, 2010. LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. Tradução de Maria Cristina Tavares Afonso. Edições 70, 1960. PREFEITURA DO RECIFE. Plano Santo Amaro Norte. 2017. http://parquecapibaribe.org. Data de acesso: 08/04/2021. h t t p s : / / c o n s e l h o d a c i d a d e . r e c i f e . p e . g o v . b r / s i t e s / d e f a u l t / f i les/2020-12/7ª%20reunião%20-%202019-02-11%20AP%20DPPC%20DIAGNÓSTICO%20ZEPH-05.pdf. Data de acesso: 09/04/2021. SECRETARIA DE MOBILIDADE E CONTROLE URBANO. Portal ESIG (Informações Geográficas do Recife). Data de Acesso: 30/03/2021. https://fia.com.br/blog/infraestrutura/. Data de acesso: 10/04/2021. https://leismunicipais.com.br/plano-diretor-recife-pe. Data de Acesso: 09/04/2021.