A EXPERIÊNCIA DO LUGAR
P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA DESENHO DE JÚLIO RESENDE
A EXPERIÊNCIA DO LUGAR
DESENHO DE JÚLIO RESENDE
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P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA
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A Júlio Resende
001 — O Sanjoanense é eterno inconformado, sempre procurando reinventar-se, explorando novas dimensões e lugares em que, com arrojo, mas também humildade, busca novas ideias e inspirações. Dessas viagens materiais e imaginárias capta ideias, transforma-as e traça objectivos que tem a capacidade de concretizar com grande maestria sempre dando novos sentidos à sua capacidade empreendedora. 002 — Voltar a 001 003 — Substituir <Sanjoanense> por <Mestre Júlio Resende> 004 — Reler uma vez 005 — Nessas viagens, o Mestre visitou o nosso território geográfico, cultural e emocional... tem cá amigos, alguns comuns comigo. E repetiu muitas vezes... e continua a estar aqui. 006 — O Sanjoanense é símbolo das gentes do norte. 007 — Voltar a 006 008 — Substituir <Sanjoanense> por <Mestre Júlio Resende> 009 — Reler uma vez. 010 — Por isso, é com um enorme gosto que temos Júlio Resende no Núcleo de Arte da Oliva, no centenário do seu nascimento. 011 — Fim de rotina
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Ricardo Oliveira Figueiredo Presidente do Município
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Celebrar e Repensar Júlio Resende [1917—2011] no Centenário do seu Nascimento
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Lugar do Desenho
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Desde a sua criação, em 1993, e a inauguração das suas instalações, em 1997, que o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende se dedica ao estudo, à preservação e à difusão do vasto acervo de desenhos que possui. Formada por mais de duas mil e quinhentas peças que o pintor reuniu ao longo da sua carreira e destinou à Fundação, a colecção permite seguir o seu trajecto artístico, desde os tempos de formação aos de consagração. As actividades culturais e educativas que a Fundação tem desenvolvido estimulam uma leitura aberta do desenho e uma reflexão multidisciplinar sobre a sua prática. Porque a experiência da viagem foi determinante na obra de Júlio Resende e porque estamos perante um artista que dedicou parte da sua vida às questões da divulgação e da recepção da arte, é justo celebrar o seu nascimento, através de uma série de exposições em várias cidades portuguesas. O programa de exposições temporárias, em que se integra esta iniciativa no Núcleo de Arte da Oliva, em S João da Madeira, realizada com a colaboração da Câmara Municipal de S. João da Madeira, pretende divulgar a obra de Júlio Resende em lugares relacionados com o seu itinerário biográfico, com o trabalho aí produzido ou com outra ligação à cidade, através de um conjunto exposições e encontros com estudantes das escolas da cidade, realizados no Centro de Arte de S. João da Madeira, como foi o caso. Os lugares nunca foram indiferentes a Júlio Resende, que neles soube colher a marca das suas comunidades e os sinais de um destino humano, cumprido nas actividades quotidianas e na relação telúrica e cósmica. A curiosidade face ao meio envolvente e a capacidade de sugerir a vivência dos sítios e a densidade da paisagem, exigiram exercícios formais e reinterpretações visuais que reúnem, ao valor documental, a dimensão plástica e estética. Na aparente fragilidade e no intimismo que execução e dimensão sugerem, estes desenhos proporcionam uma visão abreviada das problemáticas que sempre mobilizaram o artista e revelam alguns dos traços mais significativos da sua produção. Rever Júlio Resende é rever uma obra que resume a arte do século XX. É urgente repensá-la e reenquadrá-la na história da arte moderna e contemporânea. O centenário do nascimento do pintor é o momento certo para esta acção.
O desenho dos lugares
Os laços entre o homem e a natureza, no pintor, nunca foram quebrados. A sua aventura no mundo das formas, feita de esforço apaixonado e lúcida reflexão, decidiu-se muito cedo, e de uma vez para sempre, pelo expressionismo, revelando-se assim mais sensível aos valores da alma do que do espírito. […] Júlio Resende é um cantor da terra, desta realidade áspera e amarga que cada um de nós tem obrigação de tornar mais habitável. Só dela está empenhado em falar, e de maneira directa, quero eu dizer, sem outras perplexidades que as decorrentes de um processo que busca conciliar visão e expressão num acorde perfeito. Eugénio de Andrade – Resende entre a angústia e a esperança, in Os Afluentes do Silêncio, Porto, 1965.
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Laura Castro
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Quando pensamos nas antigas definições do desenho, elas podem parecer-nos afastadas desta prática na contemporaneidade. Tomemos a de Francisco de Holanda de 1571, segundo a qual o desenho corresponde a determinar, inventar, figurar ou imaginar aquilo que não é, para que seja e venha a ter ser (…). Quando nos confrontamos com as modernas definições do desenho, elas aproximam-se, afinal, desta última. Tomemos a de Bruno Munari, formulada quatro séculos mais tarde, segundo a qual a fantasia, a invenção e a criatividade pelo desenho, garantem a capacidade de realizar tudo o que anteriormente não existia. Ambas as dimensões se encontram nos trabalhos de Júlio Resende seleccionados para dar corpo a uma série de exposições itinerantes, com vista a assinalar o centenário do nascimento do pintor. Os trabalhos expostos pertencem ao espólio da Fundação que tem dois nomes, o seu, Júlio Resende, e um outro mais poético e cartográfico, o de Lugar do Desenho. Cada exposição apresenta obras realizadas ao longo de várias décadas, oriundas de diferentes paragens e contextos, e propicia a reflexão sobre o fazer e o refazer da arte, tal como se manifestam em Júlio Resende, pintor nascido em 1917, autor de uma das mais consistentes obras do século XX português. A colecção de desenhos da Fundação Júlio Resende está, portanto, em trânsito ao longo destes anos de 2017 e de 2018, percorrendo lugares por onde passou o artista e que a sua obra fixou, numa viagem que evoca o longo itinerário que o pintor cumpriu. Pode parecer exagero ou simples retórica considerar que estes desenhos de Júlio Resende realizam aquilo que não tinha existência, uma vez que abordam lugares e gente de paragens próximas e longínquas, visitadas, contempladas e vivenciadas. Que realidade inauguram estes desenhos, diante de uma realidade que já existe? O que reinventam eles perante um quotidiano presenciado e cumprido em lugares perfeitamente identificados? A curiosidade de Resende pelos lugares e a importância que a viagem adquiriu na sua produção pode ter origem nessa atenção que a pintura ocidental, nomeadamente a partir de meados do século XIX, prestou ao mundo ao ar livre e à paisagem povoada ou não, bem como nos hábitos formais de aprendizagem que cultivaram o olhar sobre o mundo em volta. Se esta origem deve ser ponderada, Resende investiu nesse olhar muito mais do que o gosto do registo descritivo, instituindo a arte como conhecimento sensível do mundo e projectando uma dimensão plástica sobre o dado visto. Por outro lado, essa marca característica do meio
ocidental estendeu-se a outras culturas, a oriente e ao sul do Equador. Resende fez-se porta-voz dos valores da tolerância humanista e do cruzamento de culturas, em que o homem é denominador comum. Nestes desenhos pode testemunhar-se a espontaneidade do registo de passagem, do viajante que reduz a impressões e sensações de cor, a apontamentos de forma, a sinais de arquitecturas, a elementos decorativos, a indícios de paisagem, de terra e de atmosfera, os lugares que conservam uma identidade profunda e distinta. Eles evidenciam também o prazer de um olhar sobre o mundo, treinado, experimentado e culto, mas, simultaneamente, um gosto inocente perante esse mundo. São desenhos de um viajante artista, de um viajante que procura captar o espírito dos lugares e da gente, utilizando recursos aprendidos e longamente treinados e, ao mesmo tempo, fazendo uso da admiração primordial de quem se dá conta do que vê, como se fosse a primeira vez. No contexto da produção de Júlio Resende, estes trabalhos evidenciam um pintor capaz de tudo, capaz de subverter lições académicas e de dar uso aos mais singulares meios, àqueles que radicam no ineditismo de uma visão não equiparável a outra. Evidenciam um pintor sem receio de alterar ou transgredir os paradigmas da representação e de sugerir processos diferentes. A arte é, provavelmente, a única forma de ver o mundo que concilia os modelos investigativos consagrados ao longo do tempo, na história, e os meios originais que cada artista propõe, o que lhe confere a capacidade de refundar o mundo. Ora, esta capacidade só se cumpre plenamente quando ocorre o afastamento do conhecido, a distância do que nos é familiar, a separação do que se exerce rotineiramente. Numa palavra, só se cumpre na viagem porque só ela permite regressar ao grau zero da experiência do mundo, assistir ao desenrolar da vida e articulá-la num discurso novo. Estes desenhos são vestígios de uma experiência de que o pintor procurou reter os fenómenos na sua formulação original. Estas peças de Júlio Resende ajudam-nos a perceber por que razão o pintor se considera um expressionista. É que, em todas elas se apercebe um estado de empatia que extravasa pelo desenho, intencionalmente poético, numa tendência lírica que se acentuou nas últimas décadas da produção do pintor. O desenho é a celebração do que de mais simples e profundo o mundo apresenta. Nesta obra não há argumento ou teoria; há apenas a visão como experiência primordial.
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P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA
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ALENTEJO, 1949 Tinta da china 17,0 x 23,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ALENTEJO, 1949 Aguarela 13,3 x 22,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ALENTEJO, 1949 Técnica mista 18,5 x 15,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
ALENTEJO – OLEIROS, 1949 Técnica mista 16,0 x 19,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ALENTEJO, 1949 Tinta da china 22,0 x 17,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ALENTEJO, 1949 Aguarela 18,0 x 24,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ALENTEJO, 1949 Grafite 17,6 x 20,9 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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MULHERES, 1949 Aguarela 21,5 x 16,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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REGRESSO DO CAMPO, 1949 Aguarela e tinta da china 16,0 x 21,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ESTUDO DE MULHERES, 1949 Técnica mista 15,5 x 22,3 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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MULHER, 1949 Tinta da china 17,0 x 19,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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HOMEM A CAMINHAR, 1949 Aguarela 17,0 x 22,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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TOURO, 1949 Lápis 22,0 x 26,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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MOVIMENTO NA FONTE, 1949 Aguarela 17,0 x 22,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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HOMEM E ANIMAL A CAMINHO, 1949 Tinta da china aguarela 22,6 x 32,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ALENTEJO, 1950 Aguarela 20,2 X 25,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
1953 1954
P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM
1958 1956
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P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA
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PESCADOR, 1953 Tinta da china 15,0 x 21,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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CONCERTANDO A REDE, 1954 Técnica mista 25,5 x 31,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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S/ TÍTULO, 1956 Técnica mista 28,6 x 36,7 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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HOMEM E TOURO, 1958 Caneta e tinta da china 50,0 x 65,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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GENTE DO MAR, 1959 Caneta e tinta da china 32,5 x 74,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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GENTE DO MAR, 1959 Mina grossa 20,5 x 16,1 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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S/ TÍTULO, 1961 Pena de tinta da china 50,1 x 65,4 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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S/ TÍTULO, 1962 Caneta de feltro 15,5 x 19,4 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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S/ TÍTULO, 1962 Caneta de feltro 16,1 x 20,3 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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S/ TÍTULO, 1963 Pena e aguada 50,0 x 65,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
1979
P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA
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DO PORTO
BRASIL CABO VERDE MOÇAMBIQUE GOA
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RIBEIRA, 1979 Aguarela 50,0 x 50,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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RIBEIRA, 1979 Aguarela 21,5 x 24,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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RIBEIRA, 1980 Técnica mista 19,0 x 14,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ESTUDO - RIBEIRA, 1985 Tinta da china e aguada 30,5 x 63,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ESTUDO - RIBEIRA, 1985 Tinta da china e aguada 25,0 x 63,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ESTUDO - RIBEIRA, 1985 Tinta da china e aguada 27,0 x 63,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ESTUDO - RIBEIRA, 1985 Tinta da china e aguada 27,0 x 63,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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GRAVURA P.A. RIBEIRA (II/V), 1985 Gravura 39,0 x 32,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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RIBEIRA, 1985 Tinta da china e aguada 44,2 x 35,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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RIBEIRA, 1986 Aguarela 21,7 x 23,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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RIBEIRA, 1986 Aguarela 22,2 x 24,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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S/ TÍTULO, 1988 Aguarela 31,5 x 23,8 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA
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TROPICAL, 1972 Técnica mista 55,0 x 75,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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BRASIL, 1973 Aguarela 55,0 x 75,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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EM OBEDIÊNCIA AOS SINAIS DO MISTÉRIO, 1973 Aguarela 55,2 x 75,3 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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BAHIA, 1977 Aguarela 50,0 x 70,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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FEIRA DE SANTANA, 1977 Aguarela 51,0 x 69,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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PESCADORES BAIANOS EM DESCANÇO, 1977 Aguarela 51,0 x 69,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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BOM DIA BRASILEIRO, 1977 Aguarela 51,0 x 69,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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HOMENS DA NOITE, 1977 Aguarela 50,5 x 69,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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PESCADORES BAIANOS EM DESCANSO, 1977 Aguarela 51,0 x 69,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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BOM DIA BRASILEIRO, 1977 Aguarela 51,0 x 69,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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BAHIA, 1982 Aguarela 63,0 x 48,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
1992
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P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA
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S. VICENTE, 1992 Pastel 23,0 x 34,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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CABO VERDE, 1992 Técnica mista 28,2 x 20,8 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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CABO VERDE, 1992 Técnica mista 28,0 x 20,7 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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BARCO E PESCADORES, 1992 Pastel 23,0 x 34,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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CABO VERDE, 1993 Pastel 23,0 x 34,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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ILHA DO FOGO - CABO VERDE, 1997 Pastel 24,0 x 33,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
1999 1999/2000
2001
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n/dt
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P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA
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MULHER - MOÇAMBIQUE, 1999 Pastel sobre papel vegetal 37,0 x 23,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
FIGURA DE MOÇAMBIQUE, 1999/2000 Técnica mista 35,0 x 24,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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MULHER DE MOÇAMBIQUE, 2001 Pastel 55,0 x 37,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
FIGURA DE MOÇAMBIQUE, 2001 Pastel 62,5 x 53,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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QUATRO MULHERES – MOÇAMBIQUE, n/dt Pastel 55,0 x 37,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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P.15 ALENTEJO P.33 PÓVOA DE VARZIM P.45 RIBEIRA DO PORTO P.61 BRASIL P.75 CABO VERDE P.83 MOÇAMBIQUE P.91 GOA
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GOA – SOLENIDADE, 1996 Pastel 36,5 x 27,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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GOA, 1996 Pastel óleo 31,5 x 24,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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MULHER E TECIDOS, 2000 Pastel 65,0 x 51,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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FIGURAS DE GOA, 2000 Pastel 62,5 x 53,0 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
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MERCADO DE GOA, 2000 Pastel 53,0 x 62,5 cm Colecção Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende
JÚLIO RESENDE (1917|2011) natural do Porto, é autor de uma obra de pintura vastíssima, desenvolvida entre os anos 30 do século XX e a primeira década do século XXI. Concluiu a formação em Pintura, no ano de 1945, na Escola de Belas Artes do Porto, onde seria docente entre 1958 e 1987. Realizou inúmeras exposições no país e no estrangeiro, tendo iniciado, em 1934, a participação em exposições colectivas, e um trajecto individual em 1943. Ao longo da sua carreira, foi distinguido com relevantes prémios: Prémio Armando Basto (1945), Amadeo Sousa Cardoso (1949), António Carneiro (1953), todos atribuídos pelo SNI; Prémio do Salão dos Artistas de Hoje (1956); Prémio Especial na Bienal de S. Paulo (1951); Menção Honrosa na 5ª Bienal de S. Paulo e 2º Prémio Pintura na I Exposição de Artes Plásticas FCG (1957); Prémio AICA – SEC (1984) Prémio Aquisição 1987 da Academia Nacional de Belas Artes (1988); Prémio de Artes Casino da Póvoa (2008). Realizou obra pública com trabalhos executados em técnicas que vão da cerâmica ao fresco, do vitral à tapeçaria, instalados em espaços do norte ao sul de Portugal. Ilustrou obras literárias, nomeadamente para a infância, realizou cenários e figurinos para teatro, bailado e espectáculos de grande impacto. Sobre a sua produção debruçaram-se os principais críticos e historiadores de arte portugueses, mas também importantes escritores e poetas. A criação do Lugar do Desenho-Fundação Júlio Resende foi um dos principais projectos a que se dedicou a partir da década final do século XX e primeira década do século XXI. Projectada pelo arquitecto José Carlos Loureiro, foi inaugurada em 1997, na margem do Douro, em Gondomar, junto à casa-atelier do artista, da autoria do mesmo arquitecto. Em 1947 instala-se em Paris. Viajou por França, Bélgica, Holanda, Inglaterra e Itália. Na capital francesa frequentou o atelier de Untersteller, na Escola de Belas Artes de Paris, e a Academia Grande Chaumière, como discípulo de Othon Friesz. Sob a orientação de Duco de la Aix aprendeu a técnica do fresco. Realizou apontamentos do natural – paisagem e figuras – e numerosas cópias no Museu do Louvre. Conviveu com artistas estrangeiros, particularmente com Mabel Gardner, o escultor Zadkine, o pintor checoslovaco Frantisek Emler e o norueguês Oddvard Straume. Estas ligações determinariam a realização de exposições nos países nórdicos e o intercâmbio com esses artistas. Promoveu, por exemplo, em 1957 uma exposição de artistas portugueses em Oslo e Helsínquia. Nos anos de 1949/50 foi professor na pequena escola de cerâmica em Viana do Alentejo, Alentejo, período em que
privou com o escritor Vergílio Ferreira e com os artistas Júlio e Charrua. Nos anos 50 promoveu, em Portugal, as Missões Internacionais de Arte, para as quais eram convidados artistas estrangeiros em diálogo com artistas portugueses. Em 1954 lecciona na Escola Secundária da Póvoa de Varzim e em 1955 promove a segunda "Missão Internacional de Arte", naquela localidade. Júlio Resende viria igualmente a tornar-se Membro da Academia Real das Ciências, Letras e Belas-Artes Belgas, tendo feito uma conferência neste enquadramento, em Bruxelas, em 1972. Em 1970 seria responsável pela orientação visual e estética do Espectáculo de Portugal na "Exposição Mundial de Osaka", momento relevante da sua presença no estrangeiro. Nos anos 90, reforça a articulação com os países de língua portuguesa ou de influência portuguesa, tendo sido promovidas pela Fundação Júlio Resende, diversas estadias artísticas em Moçambique, Cabo Verde e Goa que resultaram em exposições nesses países e na publicação dos respectivos catálogos. Faleceu aos 93 anos de idade, a 21 de Setembro de 2011, na sua casa em Valbom, Gondomar.
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EXPOSIÇÃO
CATÁLOGO
Título A experiência do Lugar Desenho de Júlio Resende
Título A experiência do Lugar Desenho de Júlio Resende
Impressão e acabamento Norprint Tiragem 400 exemplares
Centenário do Nascimento Centenário do Nascimento data do Pintor Júlio Resende do Pintor Júlio Resende 2017 1917 | 2017 1917 | 2017 ISBN Local Textos xxxxxxxx Núcleo de Arte Presidente da Câmara Oliva Creative Factory Municipal de São João depósito legal Rua da Fundição, 240 da Madeira 3700-119 S. João da Madeira Laura Castro Universidade Católica Data Portuguesa - Centro 07.10 — de Investigação em Ciência 09.12.2017 e Tecnologia das Artes Escola das Artes. Presidente da Câmara Vereador da Cultura Lugar do Desenho Ricardo Figueiredo Fundação Júlio Resende Organização Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende Câmara Municipal de São João da Madeira Apoio à Produção Núcleo de Arte Oliva Creative Factory
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Curadoria Victor Costa Secretariado Cecília Moreira Montagem Fernando Seabra Vasto Mérito
Fotografia © AL Arquivo acervo documental Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende Design gráfico esad—idea Inês Nepomuceno Susana Carreiras Editor Lugar do Desenho Fundação Júlio Resende Morada Rua Pintor Júlio Resende, 105 4420—534 Valbom Gondomar www.lugardodesenho.org
ORGANIZAÇÃO
APOIO INSTITUCIONAL
MECENAS
APOIO
SEGUROS
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CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO PINTOR JÚLIO RESENDE 1917 | 2017