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No alto, Ai Weiwei quebra um vaso da dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.). Abaixo, seu estúdio, em Xangai – antes de ser demolido, o local era ponto de encontro de artistas e estudantes.
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o início de 2009, Ai Weiwei, artista plástico, arquiteto, designer e curador chinês, teve seu blog censurado e seu nome tornou-se palavra ilegal nos meios de comunicação do país. Em agosto do mesmo ano, foi agredido pela polícia, que invadiu o hotel onde se hospedava, em Chengdu, oeste da China, enquanto esperava para testemunhar no julgamento do escritor e ativista Tan Zuoren, acusado de incitar a subversão ao poder do Estado. Ao sair de seu estúdio, após um dia de trabalho, Weiwei deparou com câmeras de vigilância que haviam sido instaladas de frente para a fachada. A movimentação dos quase 100 funcionários passou a ser controlada 24 horas por dia até janeiro de 2011, quando o artista recebeu uma notificação do governo avisando que o prédio seria demolido. O espaço grandioso com ares industriais projetado por ele, onde a maior parte de suas peças foi criada, já não existe mais. Após tantos esforços para silenciá-lo, no último dia 3 de abril, o Partido Comunista da China deu o golpe final e deteve o artista no aeroporto de Pequim, quando embarcaria para Hong Kong. Nenhuma notícia sobre o paradeiro de Ai Weiwei foi veiculada desde então. Enquanto tentam negar a existência do artista em sua nação, na Europa, museus e galerias saúdam sua arte. São várias exposições que abrangem as diversas facetas de sua produção. Fotografias estarão expostas na Fotomuseum Winterthur, na Bélgica.