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Vencendo dificuldades linguísticas

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Em terra firme

Em terra firme

Meditando sobre outros problemas que me afligiam, fui interrompido pelo movimento da porta, que se abrindo, mostrou três indivíduos: dois já familiares e um outro, julguei pelo seu porte altivo e autoritário, ser um personagem mais importante. Fizeram-me sinais para que eu os acompanhasse. O novo personagem seguia à frente e eu era novamente escoltado pelos dois conhecidos. Seguimos por um corredor e fomos dar numa sala bem iluminada. Pude observar que ela era bastante espaçosa, com cerca de 60 metros quadrados. À direita, no fundo, havia uma sequência de cadeiras de cabeceiras altas e servidas por uma mesa retangular comprida. Logo à frente, via-se, uma sequência de cadeiras de espaldar mais baixo, em forma semicircular, servidas individualmente por pequenos bureaux. Imediatamente atrás, outra sequência de cadeiras de iguais características. Nas paredes pude observar diversos quadros com paisagens diversas. Ainda me encontrava observando a sala, quando, por uma porta à minha esquerda, apareceram várias pessoas, as quais entrando me olharam só com breve curiosidade e outras até com certa indiferença. Estavam conversando, quando de repente ao som de um sinal, sentaram-se nas cadeiras em semicírculo. Em seguida, uma porta atrás se abriu imediatamente e ao lado da fileira linear surgiram mais três personagens, que me pareceram superiores aos que até então haviam aparecido. Eu e meus acompanhantes continuávamos em pé. Um dos três personagens, dos que haviam entrado agora, aquele à minha direita, levantou-se e falou à assembleia. Seguiram-se outros oradores e pareceu- -me ter havido muita troca de ideia. A discussão durou cerca de 20 minutos e senti perfeitamente, pela frequência que me olhavam, e pelos gestos, que eu era o “pivô” do assunto. Enquanto falavam, pensava comigo mesmo, que talvez aquela raça estranha de homens fosse

russa e que talvez estivessem me julgando por haver visto uma arma secreta e agora iria pagar, quem sabe, com a vida ou prisão perpétua. De repente, um dos personagens da fila linear, o do centro, fez um sinal, havendo o silêncio dos outros, e dirigiu-se ao que estava até agora à minha frente. Segundos após, assentos foram trazidos para que nos sentássemos agora bem mais próximos da assembleia, entre as extremidades da fileira linear e a primeira dos semicírculos. Após isso, o mesmo personagem dirigiu-se a um dos elementos que estava sentado à sua frente e depois de alguns momentos de silêncio absoluto, esse se dirigiu para o nosso lado, ficando bem à minha frente, pronunciando então diversas palavras ou frases. Após esse vieram quatro ou cinco mais, uns após os outros sempre se dirigindo à minha pessoa. Pude então notar certo desânimo da parte deles, pelo fato de não podermos nos entender. Senti um impulso irreprimível: levantei-me e dirigi-me a eles em português, em espanhol, em italiano, e já estava desanimado, quando me lembrei de falar alemão. Foi conta: um deles se levantou com expressão de grande alegria, acenando para mim, disse-me simplesmente numa maneira dúbia: “Deutsch?” (alemão?). Respondi-lhe afirmativamente. Com grande surpresa minha, ele virou-me as costas e dirigiu-se aos seus outros colegas. Depois de outras trocas de ideias, encerraram a sessão, saindo os participantes por onde haviam entrado respectivamente. Levantamo-nos eu e meus acompanhantes e fui levado novamente para o meu quarto. Na volta pude observar então, que eles não levavam armas, pelo menos que eu conhecesse se não apenas um objeto pendurado na cintura que mais lembrava uma lanterna de pilhas.

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