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Amanda Midori

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Vanessa Yida

Vanessa Yida

Nascida em Minas Gerais, criada em Londrina Começou a escrever histórias, poemas e músicas aos 6 anos e nunca mais parou Autora de “O Conto da Menina-Morte na Terra dos Que Não Sentiam”, em autopublicação Cantora nas horas vagas Apaixonada por livros, gatos e discos de vinil

Casa na praia

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Vê se vai ao mar e traz a concha mais bonita, tão linda que não me dê medo Vê se sai do vento e faz uma calmaria inquietante, tão inquieta que não me faça desconfiar Depois, vê se arranja um acorde daqueles místicos, sóbrios, impuros, medonhos E canta, mas não cala Tampouco fala, lê tua sorte; quem sabe a carta estampa não um rei de copas, mas uma concha, a calma e uma canção medonha Principalmente a calma, que é rara; tão rara que pararam de colecionar Mas eu guardo a coleção de conchinhas, em caixa selada que é pra não pisar Vê se vai ao mar e me traz a tua cara mais lúcida, tão lúcida que me cause escárnio E eu vou rir da tua sobriedade, cobiçando teu mirar etéreo, e ver despontar no teu riso a minha inveja do teu mistério tão óbvio que criança desfaz Tanto faz, acho que já não quero, inexiste mesmo o que olhar Não esquece, vê se me traz já não bastasse tua expressão vazia, disparate que assim também venha tua mão!

algo tão distante que transcenda o familiar E quando eu me sentir em casa, em família, talvez te diga um par de palavras bonitas, pra combinar com as conchinhas que pendem do meu colar Mas se a noite cair sem tua sombra entediada, que se queda na janela reclamando atenção, ó donzela barata Ai, eu rasgo o colar com os dentes, ponho meus pés, descalços, no chão! E faço das tuas conchas pó de calcário e ciúme

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