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Gilberto Julia
É autor dos livros, Celeiro em Seca e Retalhos Literários
A Labuta
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Rasga-se o véu da madrugada, desvirginando a manhã cabocla do sertão Rasga-se a escuridão enluarada, parindo o dia entre prosa e canção
Sereno que encharca nossas almas, brisa que acalenta nosso ser, fumaça do fogão a lenha, já tem café quente pro caboclo bebe
Calou-se o grilo estridente, o coaxar do sapo se foi, anunciou a manhã cabocla o galo preto e o boi
Lima nova no afiar da enxada, cabo de peroba do bão, ceifar a terra de Deus, semente amante do chão Calos que esculpem a mão, palheiro arrochado e o binga queimando o fumo peão
Engole seco a poeira, limpa o suor da testa com a mão Momento já é meio dia, marmita, ovo, serraia e feijão O sol esquenta a moleira, a formiga cutuca o dedão
É hora da Ave Maria, joelho dobrado no chão