Esperança e apreensões

Page 1

MACAÉ OFFSHORE 1


2 MACAÉ OFFSHORE


ÍNDICE / CONTENTS

Matéria de capa | Report of Cover

26 30

Há luz no fim do túnel? Is there light at the end of the tunnel?

Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Articulando | Articulating Royalties - ‘Soma das infelicidades’: um atentado à federação Royalties – ‘The amount of unhappiness’: an aggression against the Federation

Entrevista | Interview

14

Marcos Capute. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Marcos Capute. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

18 22

Tecnologia | Tecnology

15

Cascos em risco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 Hulls at risk.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 A hora e a vez do Big Data. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

PETRO ON / PN – Comprar ou vender?

16

PETRO ON / PN – Buy or sell?

17

The time of the Big Data is now.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

Capacitação | Capacitation Maersk Training aposta no treinamento offshore para crescer no Brasil. . . Maersk Training bets on offshore training to grow in Brazil. . . . . . . . . .

36 37

Colunas | Columns

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

Destaque Jurídico Juridic Highlight Maria d´Assunção Costa

Rede Petro-BC Rede Petro-BC Ive Talyuli

10 11

Agora vai? What about now?

12 13

Os cuidados jurídicos que as empresas devem ter nas negociações na área de petróleo e gás Legal cautions companies must adopt during negotiations in the oil and gas sector Rede Petro-BC inicia 2015 com boas expectativas Rede Petro-BC begins 2015 with good expectations

41 42

Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

MACAÉ OFFSHORE 3


CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

É possível mudar o jogo? Os descaminhos causados pelo maior escândalo de corrupção envolvendo uma empresa brasileira já causa vítimas e, como sempre, os mais atingidos são aqueles que auxiliam na base da cadeia produtiva. Com a paralisação de projetos e, por conseguinte, interrupção de pagamentos, muitas empresas já começam a rever os planejamentos de investimentos. Muitas já deram, inclusive, início a um processo de dispensa em massa da sua força de trabalho. Não obstante esses problemas, o mercado ainda vive o mau humor em relação aos preços do barril que, mesmo diminuindo o ritmo de queda, estão longe de estar em patamares vistos alguns anos atrás. No entanto, expectativas a respeito de como a nova diretoria da Petrobras vai enfrentar os solavancos são grandes. E o novo presidente da empresa, Aldemir Bendine, terá que envidar

esforços reverter o processo de descrédito da empresa. Mudanças também no comando da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Serviços (Sedeis). Depois de quase uma década à frente da pasta, Julio Bueno deixa a secretaria e passa o bastão para Marcos Capute, ex-empregado da Petrobras. Capute terá a difícil tarefa de minimizar os efeitos da crise que assola a indústria e que têm grandes reflexos na economia fluminense. Em entrevista à Macaé Offshore, o novo secretário fala mais sobre suas propostas e projetos que continuam e que serão implementados sob sua administração. Sem dúvida, o momento é difícil, e mudar esse cenário exigirá foco e empenho de todas as partes. Pelo menos, se terminarmos 2015 melhor do que começamos já será um alívio para a indústria.

Is it possible to turn the game around? Disarray caused by the biggest corruption scandal involving a Brazilian company is making casualties, and as usual, the ones suffering most of it are those in the base of the production chain. With the shutdown of projects, followed by interruption of payments, many companies are now reconsidering their investment plans and most of them already started a massive workforce dismissal process. In addition to those issues, the market still keeps its bad mood towards the barrel prices that, even decreasing the drop rate, are far from the thresholds seen a couple of years back. However, expectations are still good concerning how the new board of Petrobras will deal with all such problems. The new president of the company, Aldemir Bendine, must 4 MACAÉ OFFSHORE

spare no efforts in order to undo the discredit affecting the company. Changes also occurred to the Secretariat of Economic Development, Industry and Services (Sedeis). For nearly a decade in charge of the department, Julio Bueno gave up his seat to Marcos Capute, former Petrobras’ employee. Capute will have the tough mission of minimizing impacts from the crisis plaguing the industry, whose side effects are already affecting the economy of our State. In an interview to Macaé Offshore, the new secretary talks about this proposals and projects, both ongoing and new ones to be implemented during his tenure. Clearly, the moment is a difficult one, and changing this scenario will require focus and commitment from all sides. However, if we manage to finish 2015 better than we started, it is already a win for the industry.

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Divulgação A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga (MTb. 050598/00) Rodrigo Leitão Flávia Domingues (MTb. 27478/RJ) redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Prowords Professional Translations Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 81ª Edição - Abril/Maio 81st Edition - April/May Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


MARÉ ALTA

Sotreq fecha contrato com o estaleiro Easa A Sotreq anunciou a primeira venda de um sistema completo de motor de propulsão e propulsor azimutal da linha Cat@ Propulsion, recentemente ao Estaleiro Amazônia S.A (Easa), um dos estaleiros mais atuantes da Região Norte. O estaleiro receberá os equipamentos ainda este ano, de acordo com a companhia. A previsão é de que a embarcação inicie operações – de transporte de minério – em 2016, na Hidrovia do Paraguai. Foram adquiridos dois motores de propulsão MaK modelo 6M20C, de 1.200 bkW @ 1.000 rpm, e dois sistemas azimutais Cat@ Propulsion MTA 419 CP. O Easa oferece como diferencial a engenharia personalizada das suas embarcações, com projetos adequados aos requisitos operacionais de cada hidrovia. “Nesse projeto, os desafios foram adequar o baixo calado do Rio Paraguai nos períodos de estiagem, o longo trecho operacional, com quase 30 dias de viagem, e a alta manobrabilidade necessária para transpor as acentuadas curvas da hidrovia”, explica Thiago Lemgruber, diretor-superintendente do Easa.

Agência Petrobras

Área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos Libra Area, in the pre-salt of the Santos Basin

Primeiro Poço O consórcio de Libra concluiu a perfuração e dois testes no primeiro poço de extensão na área de Libra, informalmente conhecido como NW1. Localizado na porção Noroeste do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, o poço está a cerca de 4 km a sudeste do poço descobridor, o 2-ANP-2A-RJS, e a 185 km da costa do Rio de Janeiro. Os resultados da perfuração confirmaram a existência de uma coluna de petróleo de aproximadamente 290 me-

tros e reservatórios de alta qualidade. Os dois testes de produção - realizados em duas zonas distintas - confirmaram a excelente produtividade e qualidade do petróleo (27º API*) desses reservatórios. O Consórcio de Libra é composto pela Petrobras (operadora, com 40%), Shell (20%), pela francesa Total (20%), as chinesas CNPC (10%), CNOOC (10%) e a companhia estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).

Mercado Local A Shell participou do 2º Seminário de Divulgação de Oportunidades de Negócios promovido pelo Sebrae, em conjunto com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). O evento, realizado no Senai, em Macaé, reuniu pequenos e médios empresários da indústria offshore da região para debater o funcionamento da cadeia de suprimentos e fomentar o desenvolvimento do mercado local de fornecedores. O gerente de Desenvolvimento de Mercado de Fornecedores da Shell Brasil, Marcelo Mofati, apresentou aos empresários informações sobre como ingressar na indústria de óleo e gás e explicou como a companhia trabalha suas contratações e aquisições. O executivo destacou que o setor precisa ter em mente que a indústria offshore trabalha em projetos de longo prazo sempre pensando em métodos inovadores de geração de energia, além de ter demanda em todas as categorias da cadeia produtiva. Outro assunto abordado no encontro foi a questão do conteúdo local. “Para a Shell, conteúdo local é um meio fundamental de fazermos negócios e desenvolver a indústria de energia brasileira”, explicou Mofati. O executivo lembrou ainda que a companhia criou em 2010 um time dedicado ao tema no Brasil. Ainda de acordo com ele, os investimentos do setor são altos e os aportes das empresas relacionadas à indústria no Brasil ultrapassaram os US$ 30 bilhões em 2013.

MACAÉ OFFSHORE 5


MARÉ ALTA

Vistoria

10 novos dutos Foi iniciada a campanha de lançamento de dutos submarinos pela Embarcação FDS-2, para o projeto Sapinhoá Norte na Bacia de Santos. Segundo a Petrobras, a instalação de 10 dutos (risers) submarinos de produção para o projeto Sapinhoá Norte (Consórcio BM-S-9), está localizado no FPSO Cidade de Ilhabela, unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás. Estes dutos submarinos, do tipo rígido, serão instalados em profundidade de 2.240 metros e permitirão o aumento da capacidade de coleta da plataforma, que hoje está produzindo cerca de 30 mil barris de óleo por dia (bpd), para sua capacidade máxima de até 150 mil barris de óleo por dia (bpd). Também será instalado um Riser Híbrido Auto Sustentável com capaci-

dade de exportar 6 milhões de m³ de gás por dia. A instalação será realizada pelo navio de lançamento FDS-2, da empresa Saipem. Os dutos rígidos submarinos do tipo SLWR (Steel Lazy Wave Riser) servem para coletar a produção de petróleo dos poços submarinos, enquanto a exportação de gás é feita pelo Riser Híbrido Auto Sustentável. Esse projeto representa a continuidade dos investimentos planejados em Exploração &Produção no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, que assegura uma contribuição relevante para a curva futura de produção da área. O campo de Sapinhoá é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil (30%) e a Repsol Sinopec S.A. (25%).

A equipe de coordenação do projeto de replicantes da Altus, assim como representantes e coordenação do contrato com a Petrobras fizeram uma visita ao estaleiro de Brasfels, localizado na cidade de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, para uma vistoria na plataforma P-66, uma das FPSOs replicantes automatizadas pela Altus que serão utilizadas na exploração e produção de petróleo na região do pré-sal. Durante a vistoria, o time de especialistas conferiu a evolução da etapa de Construção e Montagem e, também, aproveitou o encontro para planejar as etapas de pré-comissionamento e comissionamento da plataforma. A P-66 será a terceira plataforma – primeira replicante – totalmente automatizada pela Altus a entrar em operação na região do pré-sal. A expectativa é que a participação da Altus no comissionamento da plataforma deva ter inicio em setembro deste ano.

Rumo à Espanha Divulgação

O dique flutuante Kugira, o maior caixoneiro do mundo, deixou o Porto do Açu após fabricar os 42 blocos de concreto flutuantes necessários ao Projeto do Terminal 2 do Porto do Açu. Os blocos estão sendo utilizados na construção do quebra-mar do Terminal 2, tecnologia pioneira no país. O equipamento foi conduzido por rebocadores até Angra dos Reis, onde será transferido para um navio Heavy Lifting semissubmersível e depois seguirá para a Espanha. O equipamento pertence à construtora espanhola Acciona e chegou ao Porto do Açu em 2012. Foi a primeira vez que o equipamento esteve no Brasil. Com mais de 70 metros de comprimento, o Kugira fabrica peças de até 33.500 toneladas. Cada bloco possui 66,85 metros de comprimento, 24 metros de largura e altura que varia entre 18 e 21 metros. 6 MACAÉ OFFSHORE

Dique Flutuante Kugira, maior caixoneiro do mundo Floating Dock Kugira, world’s largest caisson builder


HIGH TIDE

Recorde

Expatriados O crescimento de pedidos de CPF por estrangeiros que irão trabalhar no país por tempo indeterminado juntamente com a necessidade do mercado de mão de obra qualificada, tem desenhado um quadro cada vez mais nítido na economia: A presença cada vez mais maciça de trabalhadores estrangeiros no país. Entretanto, uma vez que o expatriado decide morar e trabalhar no Brasil, com as despesas de documentação e passagens custeados pela Companhia onde ele ficará empregado, o grande desafio é mantê-los no país. Para as principais empresas, o maior entrave é lidar com o intercâmbio cultural desses funcionários, criando tanto um ambiente de interação

saudável no trabalho, como no âmbito pessoal. “Um dos principais motivos que levam o expatriado a querer voltar para o seu país de origem é, justamente, o choque cultural de morar e trabalhar em um lugar com costumes sociais completamente diferentes. A ambientação social não só do expatriado, mas também de sua família, é um ponto chave para as empresas manterem seu funcionário no Brasil, evitando custos jurídicos no caso de uma volta repentina desse funcionário ” Diz Mariangela Moreira, presidente da Mundivisas, empresa especializada em prover serviços de consultoria e imigração no Brasil.

A produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês de janeiro alcançou aproximadamente 3,077 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) por dia, sendo 2,469 milhões de barris diários de petróleo e 96,6 milhões de metros cúbicos de gás natural. A produção de gás natural foi a maior já registrada, superando o recorde anterior, de dezembro de 2014, quando foram produzidos 95,1 milhões de metros cúbicos de gás natural. Houve aumento de 20,3% na produção de petróleo se comparada com o mesmo mês em 2014 e redução de 1,1% na comparação com o mês anterior. A produção de gás natural aumentou 20,2% frente ao mesmo mês em 2014 e 1,5% se comparada ao mês anterior.

OTC concede prêmio a Petrobras pelas atividades no pré-sal Em meio a maior crise na história da companhia, a Petrobras consegue, enfim, uma boa notícia. Pela terceira vez, a companhia vai receber o OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations, and Institutions, maior reconhecimento dado a uma companhia petrolífera na qualidade de operadora offshore. O prêmio foi concedido à Petrobras pelo conjunto de tecnologias utilizadas no desenvolvimento da produção na camada pré-sal, em águas ultraprofundas, no litoral brasileiro. A cerimônia de premiação será realizada durante a OTC 2015, em

Houston (EUA), entre os dias 4 e 7 de maio. Ao comunicar a escolha à Petrobras, o presidente da Offshore Technology Conference (OTC), Edward G. Stokes, destacou que as conquistas “significativas e únicas” consolidadas pela companhia brasileira na área offshore beneficiam toda a indústria mundial. A primeira vez que a Petrobras foi premiada foi em 1992, em função do sucesso do desenvolvimento de sistemas de produção de petróleo pesado em águas profundas, para o campo de Marlim, localizado

na Bacia de Campos (RJ). O segundo prêmio foi concedido em 2001, pelos avanços tecnológicos e economicidade de projetos de águas profundas, no desenvolvimento do campo de Roncador, na mesma bacia. Desde 1969, a OTC promove anualmente o maior evento tecnológico e de negócios do mundo na área de produção offshore de óleo e gás, que tem a participação de praticamente todas as companhias petrolíferas offshore e a cadeia de fornecedores, recebendo mais de 100 mil visitantes de 130 países.

MACAÉ OFFSHORE 7


HIGH TIDE

Local Market Shell attended the 2nd Business Opportunities Disclose Seminar promoted by Sebrae in connection with the National Petroleum Industry Organization (Onip). The event held at Senai, Macaé, gathered small- and midsized businessmen of the regional offshore industry to discuss the work of the supply chain and to promote the development of the local market of suppliers. The manager of the Suppliers Market Development from Shell Brazil, Marcelo Mofati, presented to the businessmen information on how to enter the oil and gas industry and explained how the company deals with its contracts and acquisitions. The executive emphasized the sector must bear in mind that the

Inspection offshore industry works with long-term projects always considering innovative methods to generate energy, not to mention the demand in all categories of the production chain. Another subject addressed in the meeting was the issue of local content. “For Shell, local content is a critical way to do business and develop the Brazilian energy industry”, explained Mofati. The executive reminded that the company created in 2010 a team solely-dedicated to this matter in Brazil. Still according to him, investments in the sector are considerably high and contributions from companies of the Brazilian industry surpassed US$ 30 billion in 2013.

The coordination team of Altus’ replicant project, as well as representatives and contract managers from Petrobras, paid a visit to the shipyard of Brasfels, located at the city of Angra dos Reis, Rio de Janeiro, to inspect platform P-66, one of the replicant FPSO’s automated by Altus, to be used in the oil exploration and production of the pre-salt region. During the inspection, the team of experts checked the progress of the Construction & Assembly step, and took advantage of the meeting to plan precommissioning and commissioning steps for the platform. P-66 will be the third platform (first replicant) fully automated by Altus to operate in the pre-salt region. The forecast is that Altus involvement in the commissioning of the platform will begin on September this year.

10 new risers The submarine riser laying campaign was finally started by the Vessel FDS-2 for the project entitled “Sapinhoá Norte” in the Santos Basin. According to Petrobras, the installation of 10 submarine production risers for Sapinhoá Norte (Consortium BM-S-9) is located at FPSO “Cidade de Ilhabela”, an oil and gas floating production, storage and offloading unit. The rigid-type submarine risers are to be installed in depths of 2,240 meters and will enable the increase of the platform collection capacity, from 30 thousand oil barrels per day (bpd) to 150 thousand oil barrels per day (bpd). A Self-Sustainable Hybrid Riser will be installed with capacity to export 6 million m³ of gas per day.

8 MACAÉ OFFSHORE

Installation is scheduled to be performed by the FDS-2 laying vessel owned by Saipem. Submarine rigid risers of the SLWR-type (Steel Lazy Wave Riser) are intended to collect oil produced from submarine wells, while exporting of gas is performed by the Self-Sustainable Hybrid Riser. This project represents the continuity of planned investments in Exploration & Production in the Pre-Salt Pole of the Santos Basin, which assures a relevant contribution to the future production curve of the area. The Sapinhoá field is operated by Petrobras (45%) in partnership with BG E&P Brasil (30%) and Repsol Sinopec (25%).

Record Total production of oil and gas in Brazil on the month of January reached approximately 3.077 million barrels of oil equivalent (BOE) per day, being 2.469 million of daily oil barrels and 96.6 million cubic meters of natural gas. Natural gas production was the biggest ever recorded, surpassing the previous record of December 2014, when 95.1 million cubic meters of natural gas were produced. There was an increase of 20.3% in oil production if compared to the same month in 2014 and reduction of 1.1% in the comparison to the previous month. Natural gas production increased 20.2% against the same month in 2014 and 1.5% if compared to the previous month.


HIGH TIDE

Expatriates Increase of applications for CPF (Registry of Natural Persons) by expatriates that plan to work in the country for an indefinite time, added by the need of the local market for qualified workforce, has become a common scenario in the Brazilian economy: the ever growing presence of foreign workers in the country. However, once the expatriate decides to live and work in Brazil, with the expenses related to documents and tickets borne by

the Company where he/she will be employed, the greatest challenge is to keep him/her in the country. For the main players, the main obstacle is to deal with the cultural interchange of such employees, not only in a healthy work environment but also on a personal level. “One of the main reasons causing expatriates to go back to their home countries is, obviously, the cultural shock of living and

working in a place with completely different social behaviors. Social adaptation for both the expatriate and his/her family is a key point for companies intending to keep their expatriates inside Brazilian soil, thus avoiding legal costs in the event of a sudden return of such employee” says Mariângela Moreira, President of Mundivisas, a company specialized in providing consultancy and immigration services in Brazil.

Heading to Spain

OTC awards Petrobras in pre-salt activities

The floating dock “Kugira”, world’s largest caisson-building unit, left the Port of Açu after manufacturing 42 floating concrete blocks required by the Port’s Terminal 2 Project. The blocks are being used in the construction of the breakwater for Terminal 2, considered a brand new technology in the country. The equipment was transported by tugs to Angra dos Reis, where it will be transferred to a semisubmersible Heavy Lifting ship before finally leaving to Spain.

Amidst the worst crisis in the history of company, Petrobras finally received good news. For the third time, the company will be awarded the OTC’s Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations, and Institutions, the greatest acknowledgment to be given to a petroleum company as an offshore operator. The awarded was granted by Petrobras thanks to its set of technologies used in developing the production of the pre-salt layer, in ultradeep waters of the Brazilian shoreline.

The equipment belongs to the Spanish construction company Acciona and arrived at Port of Açu in 2012. It was the first visit of the equipment to Brazil. With more than 70 meters length, Kugira manufactures parts of up to 33500 tons. Each block has 66.85 meters length, 24 meters width and height ranging from 18 to 21 meters.

The awarding ceremony is to occur during the OTC 2015 in Houston (USA) between May 4th and 7th. Upon communicating the choice for Petrobras, the President of the Offshore Technology Conference (OTC), Edward G. Stokes, highlighted that the “significant and unique” achievements consolidated

by the Brazilian company in the offshore area benefits the entire global industry. Petrobras was first awarded back in 1992 following its success in developing heavy oil production systems in deep waters for the Marlin field located in the Campos Basin (Rio de Janeiro). Its second award was granted in 2001 thanks to its technological breakthroughs and economic efficiency in deep water projects during the development of the Roncador field, which is located in the same basin. Since 1969, OTC has been promoting on an annual basis the world’s biggest technology and business event in the offshore oil and gas production sector, which is attended by almost all offshore petroleum companies, including the supplier’s chain, welcoming more than 100 thousand visitors from 130 countries.

MACAÉ OFFSHORE 9


Por dentro do mercado

Agora vai? Por Celso Vianna Cardoso*

N

a última matéria entitulada “Que fase!” procuramos analisar todos os percalços que a Petrobras estava passando naquele momento, fazendo um resumo dos desafios impostos por aquele cenário — já bastante ruim — e que piorou um pouco mais. O barril tipo Brent estava a US$70 e caiu para US$60, enquanto o WTI caiu de US$68 para US$53. Nesse mesmo intervalo renunciaram ao cargo a Presidente da Petrobras Graça Foster e mais cinco diretores. Petróleo Brasileiro

Exxon Mobil

Royal Dutch Shell PI

A queda no preço do barril de petróleo teve impacto significativo no preço das ações das empresas produtoras. O gráfico mostra a variação nos últimos 150 dias, dos preços da Petrobras, Exxon Mobil, Shell, BP Amoco, Chevron e o WTI. Podemos ver uma clara correlação entre todas as empresas, com destaque para a Petrobras, que caiu 58,5%, contra 47,9% do WTI. As demais empresas do setor sofreram menos e caíram entre 7% (Exxon) e 16,3% (Shell). BP Amoco

Oil (EOD) 0%

-7,08% -16,29%

Chevron

-15,38%

-10,32%

-10%

-20%

-30%

-40%

-47,88% -50%

-58,52%

Período: 14/07/14 - 13/02/15

Pela diferença na queda do preço das ações, fica claro que o problema da Petrobras não estaria restrito apenas ao impacto no custo do WTI. Com a renúncia da Presidente estaria aberta a janela de oportunidade para a reversão das expectativas, pessimistas, do mercado para com a estatal. Um novo presidente que fosse menos governo e mais empresário, que se preocupasse em gerar valor para os acionistas e que, acima de tudo, pudesse restaurar a credibilidade daquela que já foi a segunda maior empresa petrolífera do mundo em valor de mercado. Alguns nomes foram especulados pelo

-60%

mercado, tais como Henrique Meireles, ex-presidente do Banco Central, Roger Agnelli, ex-presidente da Vale e Rodolfo Landim, ex-executivo de Eike Batista. Todos os nomes agradaram o mercado e durante alguns pregões as ações da Petrobras obtiveram fortes ganhos, a despeito do aprofundamento das investigações da operação Lava-Jato, que levantava indícios de desvios bilionários que lesaram não só a Petrobras, mas todos aqueles que nela investiram — e a União. A própria direção da companhia tem dificuldades em encontrar uma metodologia confiável para calcular o montante do

prejuízo causado pela sucessão de malfeitos, culminando em sucessivos atrasos na publicação do balanço do 3º trimestre e na recusa da auditoria PriceWaterhouse Coopers em assiná-lo. Mas o governo, seu principal acionista, optou por um nome que sequer havia sido cogitado, Aldemir Bendine, então presidente do Banco do Brasil entre 2009 e 2015. O mercado, que esperava algum nome mais distanciado do governo, reagiu ao impacto negativo abrindo um rali de venda, fazendo que o preço das ações preferenciais (PETR4) caísse abaixo dos R$10,00 e se estabilizasse na faixa entre 8 e 10 reais. É claro o preço das ações não representa o valor da empresa, cujo valor contábil supera os R$370 bilhões contra os R$130 bilhões, se consideramos o valor de mercado. A favor da Petrobras temos ainda o seu quadro técnico de excelência, as reservas do pré-sal e a tecnologia que ela desenvolveu para a identificação das bacias de petróleo, que a levaram a ser a maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto. O primeiro passo para a recuperação da Petrobras é a restauração da sua credibilidade, tanto no mercado interno quanto no externo. Nesse quesito, o governo pecou — e vai pagar o preço. Agora é aguardar que o novo presidente e quadro de diretores consigam provar, através de medidas acertadas, que o mercado poderá voltar a acreditar na Petrobras.

*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É co-autor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.

10 MACAÉ OFFSHORE


inside the market

What about now? * By Celso Vianna Cardoso

I

n the last article, entitled “What a hard time!”, we reviewed all steps made by summarizing the challenges imposed by the scenario, which was not only bad enough but eventually got even worse. The Brent-type barrel was at US$70 and dropped to US$60 while WTI dropped from US$68 to US$53. During that interval, Graça Foster and another five directors gave up their positions. In the last article, entitled “What a hard time!”, we reviewed all steps made by summarizing the challenges imposed by the scenario, which was not only bad enough but eventually got even worse. The Brent-type barrel was at US$70 and dropped to US$60 while WTI dropped from US$68 to US$53. During that interval, Graça Foster and another five directors gave up their positions. Drop of the oil barrel price had a significant impact in the share value of production companies. The chart below shows the variation in the last 150 days on the prices of Petrobras, Exxon Mobil, Shell, BP Amoco, Chevron and WTI. We can see a clear correlation between those companies, with Petrobras taking the spotlight, dropping 58.5% against 47.9% of WTI. The other companies suffered much less and dropped around 7% (Exxon) and 16.3% (Shell).

Seeing the difference in the drop of share prices, it is clear that Petrobras’ problems are not restricted only to the impact on the WTI cost. Following the resignation of the Company’s President, a new opportunity window would open up to end the pessimist expectations of the market towards the state-owned company: a new president, less-government and more-business oriented, concerned with generating value to shareholders, and above all else, capable of restoring the credibility of the company that once was the second largest petroleum company of the world in market value. A couple of names are being speculated by the market, such as Henrique Meireles, former president of the Central Bank, Roger Agnelli, former president of Vale and Rodolfo Landim, former executive of Eike Batista. All such names pleased the market and during some auctions Petrobras’ shares had a strong boost despite of the intense investigations from the “Car Wash” operation, which was raising evidences of billionaire fund diversions that would not only harm Petrobras, but all those that invested on the company. The head of the company itself is struggling to find a reliable methodology to calculate the total loss caused by the sequence of errors that resulted in the successive delays to publish the financial statements of the 3rd quarter and in the refusal from the auditors

at PriceWaterhouse Coopers to sign them. However, the government, its main shareholder, elected a name that was never mentioned before, Aldemir Bendine, president of Banco do Brasil between 2009 and 2015. The market, which was expecting a name not so connected to the government, reacted to the negative impact by opening a sales rally, making the preferential share prices (PETR4) to drop below R$ 10.00, stabilizing between 8 and 10 Reais. However, the shares do not represent the company value, whose book value exceeds R$370 billion against R$130 billion if we consider the market value. On the Petrobras’ side we also have its technical staff of excellence, pre-salt reserves and the technology it developed to identify the petroleum basins that would turn the company into the largest petroleum producer among publicly-held companies. The first step to save Petrobras is the recovery of its credibility both in the internal and external markets. In this context, the government failed and will eventually pay the toll. Now, it is time to wait and hope that the new president and directors will succeed in proving, through the right actions, that the market will be confident again in Petrobras.

* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.

MACAÉ OFFSHORE 11


desTAQUE jurídico

Os cuidados jurídicos que as empresas devem ter nas negociações na área de petróleo e gás Por Maria d´Assunção Costa *

N

egociações na área de petróleo e gás representam firmar contratos. E contratos envolvem riscos, visto que dispõem sobre fatos futuros, nos quais as partes estimam o que possa acontecer durante a execução. Assim, contrata-se hoje sobre fatos que acontecerão no futuro. Embora a indústria do petróleo e do gás natural esteja fundamentada no risco, os agentes econômicos podem minimizá-lo buscando proceder e contratar com maior índice de probabilidade. A primeira cautela ou cuidado jurídico que as empresas devem observar, no caso do Brasil, diz respeito aos termos e condições disponíveis na consulta pública realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), antes do leilão para escolha dos concessionários. Esse é momento certo e adequado para sugerir, com justificativas, as mudanças ou inclusões que são necessárias no texto do edital e do contrato de concessão e que deem mais segurança jurídica aos proponentes. Um exemplo recente foi a previsão contratual de produção de gás não convencional na 12ª Rodada, cuja cláusula já foi suspensa em vários Estados, por ações do Ministério Público, com base no fato de não haver norma ou regulação ambiental que indique os requisitos que os agentes devem atender para que haja o licenciamento ambiental dessa técnica de produção.

Nesse caso, a impugnação a essa cláusula do contrato de concessão poderia ter vindo dos agentes no prazo da consulta pública e, com isso, em tese, poderia se retirar do contrato de concessão uma cláusula que sabidamente embutia um componente de alto risco. Embora pareça elementar, a equipe responsável pela análise dos textos de consulta pública deve ser multidisciplinar (incluindo um profissional da área do Direito); a exemplo da equipe que negocia contratos entre partes. Outro cuidado na negociação dos agentes da indústria do petróleo e do gás é reconhecer a interconexão dos contratos, considerando que neste setor os contratos são, na grande maioria das vezes interdependentes de outros, o que se contratou num contrato tem reflexos nos contratos antecedentes e nos posteriores, ou seja, há uma verdadeira “rede” de contratos que viabiliza um determinado projeto. Em conseqüência, as negociações deverão ter como cenário obrigatório o espelhamento dos direitos e obrigações que antecedem e/ou sucedem um determinado contrato. Um importante exemplo que pode ser mencionado é a questão das cláusulas de conteúdo local presentes nos contratos de concessão celebrados com o Poder Concedente. Tais cláusulas determinam que a companhia que adquire o direito de exploração numa determinada

área deve assegurar preferência à contratação de fornecedores brasileiros, sempre que suas ofertas apresentem condições de preço, prazo e qualidade mais favoráveis ou equivalentes às de fornecedores não brasileiros. Levando-se em conta que o conteúdo local é uma cláusula imposta unilateralmente de natureza indisponível. Logo, a regra de conteúdo local sempre deverá ser levada em conta na elaboração de contratos que tenham por objeto a aquisição de bens ou a contratação de serviços relativos à exploração, ao desenvolvimento e àprodução. É o que se deve ter como cuidado nas seguintes contratações de fornecimento de serviços: equipamentos associados aos serviços de perfuração; instalação de infraestrutura, bem como os diretamente vinculados com a produção e a manutenção da infraestrutura; serviços de apoio logístico e de desativação da infraestrutura de produção. Todos os contratos que têm por objeto ao menos um desses serviços estão vinculados à regra de conteúdo local disposta no contrato de concessão, o que já mostra a coligação (interdependência) desse com os demais contratos. Por último, deve-se atentar para o alinhamento da cláusula de solução de controvérsias na escolha de arbitragem ou Poder Judiciário. Unificar os procedimentos e prever contingências já é um grande passo para atenuar os riscos. 

*Maria d´Assunção Costa é advogada, formada pela Universidade São Paulo, Mestre em Direito do Estado pela PUC-SP, Doutora do IEE/USP e Pós-Doutora em Energia pelo IEE/USP em 2013. É autora do livro ‘ comentários à lei do petróleo’ e sócia de Assunção Consultoria.

12 MACAÉ OFFSHORE


Judicial Highlights

Legal cautions companies must adopt during negotiations in the oil and gas sector * By Maria d´Assunção Costa

N

egotiations in the oil and gas sector means signing contracts, and these involve risks, as they deal with future facts the parties, in which the parties estimate their possible occurrence during the performance of said contract. Therefore, what are contracted today are facts that will happen in the future. Although the industry of oil and natural gas is based on risk, the economic agents can minimize them by seeking and contracting with higher probability indexes. The first precaution or legal caution companies must pay attention to, in the Brazilian scenario, concerns terms and conditions available in public consultation performed by the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP) before auction to select concessionaires. This is the perfect moment to suggest, with justifications, changes or inclusions that are needed in the texts of the public notice and of the concession contract in order to provide more legal safety to the bidders. A recent example was the contractual forecast of nonconventional gas in the 12th Round, whose clause was already suspended in several States by actions of the Public Prosecutor’s Office, based on the fact that there is no environmental regulation or standard that sets the requirements agents must follow in order to get an environmental license related to that production technique.

In this case, the contestation of this clause of the concession contract may come from the agents within the term of the public consultation, and thus, in theory, it would be possible to remove from the concession contract a clause that is clearly known to add a high risk component. Although it seems elementary, the team in charge of analyzing public consultation texts must be multidisciplinary (including a professional from the Law area); an example of team that negotiations contracts between parties. Another caution during negotiation of agents from the oil and gas industry is to recognize the interconnection of contracts taking into account the fact the contracts in this sector are, most of the times, interdependent of each other, what is contracted in a contract reflects in past and future ones, i.e., there is a real “network” of contracts that make a certain project possible. As a consequence, negotiations must have as a mandatory scenario the mirroring of rights and obligations that precede and/or succeed a certain contract. An important example that can be mentioned is the issue of local content clauses in concession contracts signed with the Concession Authority. Such clauses establish that a company acquiring the right to explore a certain area must

ensure the preference to the hiring of Brazilian suppliers, whenever their offers present price, term and quality conditions more favorable or equal to the foreign suppliers. Taking into account the local content is a clause unilaterally imposed of unavailable nature, its rule must always be considered in the preparation of contracts whose purpose is the acquisition of goods or hiring of services related to exploration, development and production. The caution is to be exercised when negotiating the following service provision modalities: equipment associated with drilling services; infrastructure installation, as well as those directly related to the production and maintenance of the infrastructure; logistic support services and deactivation of production infrastructure. All contracts having as main purpose one of such services is bound to the local content rule set out in the concession contract, which already shows the colligation (interdependence) of that contract with the others. At last, attention must be paid to the alignment of the clause that deals with settlement of disputes when choosing between arbitration or judicial branch. Unifying procedures and forecasting contingencies is a major step to attenuate risks.

*Maria D´Assunção Costa, lawyer graduated by USP, doctor in Energy by IEE/USP, partner of Assunção Consultoria and author of the book “Comentários à Lei do Petróleo” (Comments on the Petroleum Law) published by Editora Atlas.

MACAÉ OFFSHORE 13


ARTICULANDO

Royalties - ‘Soma das infelicidades’: um atentado à federação Por Alex Vasconcellos Pinto*

N

otícias veiculadas na mídia especializada mostram que nos últimos três anos estaleiros com atuação no setor de óleo e gás vêm experimentando problemas financeiros capazes de dificultar ou mesmo impedir o cumprimento adequado de suas obrigações trabalhistas, tributárias e civis. Especificamente entre os agentes empresariais da cadeia produtiva da indústria, essa situação de inadimplência traz complicações não só às grandes organizações que financiaram e encomendaram importantes projetos de construção naval, mas sobretudo às pequenas e médias empresas fornecedoras de máquinas, equipamentos e serviços, que cada vez mais se veem forçadas a ingressar com ações judiciais para cobrar créditos devidos por estaleiros em crise. O cenário é bem adverso. Quando não manietados pela rígida disciplina de recebimento imposta pela falência ou recuperação judicial dos devedores, esses credores cedo ou tarde terão de requerer, no bojo de suas demandas individuais, a imposição de medidas expropriatórias para satisfação de seus direitos, pois são poucas as hipóteses em que o executado consegue cumprir voluntariamente a ordem judicial de quitação do débito. E é aí que as coisas ficam complexas em termos processuais, considerada a forte interligação das relações jurídico-empresariais no ambiente do mercado naval e offshore. Assim, um simples bloqueio online de contas bancárias titularizadas por estaleiros pode gerar polêmica, já que grande parte do dinheiro ali depositado está vinculada a contratos de construção de embarcações firmados com companhias petrolíferas estatais e armadores, possuindo 14 MACAÉ OFFSHORE

origem em financiamentos concedidos por instituições financeiras oficiais com recursos públicos provenientes de fundos contábeis, na esteira de políticas governamentais de fomento setorial. Temerosas de que a penhora dessas receitas por credores dos estaleiros possa frustrar de vez a já agonizante execução dos empreendimentos, tais empresas têm se unido aos devedores no processo para tentar manter incólume a segregação dos ativos. Surge, então, a delicada questão acerca da possibilidade ou não de constrição judicial desses créditos, tema recentemente analisado pela 3ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no julgamento do Agravo de Instrumento nº 2014.02.01.005689-6. O caso tem origem em execução fiscal movida pela União para cobrança de tributos em que, depois de aplicada a teoria da desconsideração da personalidade jurídica, foi deferida a penhora eletrônica de numerário alocado em contas pertencentes a sociedades de propósito específico (SPE’s) integrantes do mesmo grupo econômico de um estaleiro. Na defesa da impenhorabilidade, companhias interessadas de petróleo e navegação afirmaram que tais recursos possuíam finalidade pública, uma vez que obtidos por empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES mediante utilização de verbas do Fundo da Marinha Mercante – FMM, no exclusivo atendimento do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), do Governo Federal. Também foi argumentado que tais contas são específicas de cada contrato de construção naval e que somente podem ser movimentadas pelos estaleiros com autorização das

empresas que encomendaram os projetos e sob a supervisão das entidades financiadoras. Por fim, especulou-se que a excussão desses créditos inviabilizaria os empreendimentos, em patente prejuízo ao desenvolvimento da indústria naval do País. Para o Tribunal, contudo, o fato de as contas do devedor serem administradas por terceiros não implica, necessariamente, “a restrição à jurisdição executiva forçada”. De igual modo, “a impenhorabilidade de um bem não é consequência direta da sua natureza pública”. Segundo a decisão, o que justifica a impossibilidade de constrição judicial é o risco concreto de violação do “interesse público primário”, a por em perigo “bens necessários à continuidade de uma atividade pública essencial à sociedade”. E, de acordo com a ótica dos julgadores, o estímulo à indústria naval, ainda que relevante, não pode ser equiparado a “serviços públicos essenciais”, pelo menos não a ponto de “blindar” certas partes com uma “imunidade jurisdicional executiva”. Embora emanado no contexto de uma cobrança de índole tributária, o referido precedente, por identidade de razões jurídicas, pode muito bem ser usado a favor de credores privados que buscam, pela via judicial, seus créditos contra estaleiros à beira da insolvência, principalmente se os valores exigidos tiverem conexão com o fornecimento inadimplido de máquinas, equipamentos e serviços empregados no próprio empreendimento.

Alex Vasconcellos Pinto é professor emérito da Universidade Mackenzie, em cuja Faculdade de Direito foi titular de Direito Constitucional.


ARTICULATING

Royalties – ‘The amount of unhappiness’: an aggression against the Federation By Alex Vasconcellos Pinto*

N

ews broadcasted by the specialized media show that in the last three years shipyards operating in the oil and gas sector has been facing financial issues capable of impairing or even preventing the appropriate compliance with their labor, tax and civil obligations. Specifically among the business agents of the industry production chain, this noncompliance situation results in complications not only to the big-sized organizations that fund and order important shipbuilding projects, but also to small- and mid-sized companies providing machinery, equipment and services, that time after time are forced to file lawsuits to collect credits due by shipyards under crisis. The scenario seems to be very hostile. If not handled by the strict discipline of collection imposed by bankruptcy or court-supervised reorganization of debtors, creditors soon or later will require, based on their individual demands, the imposition of expropriation measures to satisfy their rights, as there are just a handful of hypothesis in which the debtor manages to voluntarily comply with the court order to settle the debt. That is the moment where things get more complex in procedural terms, once we consider the strong interconnection between legal and business relationships in the shipbuilding and offshore market. Thus, a simple online block of bank accounts owned by shipyards may

cause a whole controversy as a great portion of the money deposited is related to vessel construction contracts signed with state oil companies and shipowners with origins in financing support actions granted by official financial institutions and with public resources coming from accounting funds based on sectorial foment governmental policies. Fearing that the pledge of such revenues by creditors of shipyards may frustrate for good the already painful execution of enterprises, such companies are joining forces with the debtors in an attempt to keep untouched the segregation of assets. Moreover, there is the delicate issue concerning the possibility or not of judicial restraint of such credits, a subject recently analyzed by the 3rd Specialized Class of the Federal Regional Court of the 2nd Region in the judgment of the Interlocutory Appeal 2014.02.01.005689-6. The case concerns tax enforcement by the Federal Government to collect taxes, in which after application of the disregard theory, it was deferred the electronic pledge of money allocated in accounts belonging to specific purpose entities (SPE’s) that are also members of the same economic group of a shipyard. In defense against pledging, interested oil and navigation companies stated that such resources had public purposes, as they were obtained by loans from the Brazilian Development Bank – BNDES upon utilization of funds from the Merchant Navy Fund – MNF for the sole compliance with the Fleet Expansion and Modernization Program (Promef) of the Federal Government. It was also declared that such accounts are specific of each shipbuilding contract and that can only be accessed by the shipyards with authorization from companies that ordered projects and under the supervision of the financing entities. Finally, it was speculated that the foreclosure of such credits makes the enterprises unfeasible, considerably and negatively affecting the development of the Brazilian shipbuilding industry. For the court, however, the fact that debtor accounts are managed by third parties does not imply, necessarily, in “the restriction to forced executive jurisdiction”. Likewise the “non-pledging of an asset is not a direct consequence of its public nature”. According to the sentence, what justifies the impossibility of judicial restraint is the concrete risk of violation of the “primary public interest”, as it compromises “assets needed to maintain a public activity that is essential for the society”. But according to the view of the jury, the stimulus to the shipbuilding industry, although relevant, cannot be compared to “essential public services”, at least not to the point of “shielding” certain parties with an “executive jurisdictional immunity”. Although it originates from a tax collection context, the foregoing – due to legal grounds – can be used in favor of private creditors seeking in court their credits against shipyards about to file bankruptcy, mainly if the values due are connected to the defaulted supply of machinery, equipment and services employed in the enterprise.

Alex Vasconcellos Pinto is an emeritus professor of the Law School of Mackenzie Uni-

versity

MACAÉ OFFSHORE 15


ARTICULANDO

PETRO ON / PN – Comprar ou vender? Por Robson Pacheco de Souza*

N

os últimos meses vimos a “central de boatos”, especulando todo tipo de informações sobre a Petrobrás. Em especial, àquelas envolvendo o impacto nos lucros e seu destino como maior provedora de energia do país. Sabemos que esses rumores visam o desequilíbrio das forças de mercado, estimulam a volatilidade, além, das condições psicológicas que favoreçam ganhos rápidos e extraordinários. A Petrobras, na qualidade de holding, deve compensar as variações realizadas em controladas ou coligadas no exterior, tal à Refinaria de Pasadena (subsidiária nos EUA), pelo método da “Equivalência Patrimonial” (L.6404/Art.248), mediante os ajustes de “mais valia” - diferença proporcional entre o valor justo dos ativos líquidos da investida direto nas contas de Investimentos. Os valores pagos a maior não são deduzidos no Demonstrativo de Resultados (Art.24B): “a contrapartida do ajuste negativo na participação societária [...] deverá ser compensada pela baixa do respectivo saldo da menos-valia [...]”. Ou seja, as perdas somente serão computadas caso “Pasadena” seja algum dia alienada. Da mesma forma, a controladora precisa apropriar os saldos de “ganhos e perdas efetivos” e “registrar os efeitos relevantes de fatos extraordinários ocorridos no período” (L.12973/Art.21ºIII), compensando-os como ajuste patrimonial. Neste viés, os ajustes “derivados de investimentos em sociedades estrangeiras que não funcionem no País” não serão compensados no LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real (Art.23§ único), “por ocasião da aquisição da participação” (Art.20), no caso específico, na Refinaria de Pasadena, senão apenas a possibilidade de redução do saldo na conta de Investimentos em Controladas e Coligadas no Exterior. Contudo, nos casos dos lucros ou prejuízos 16 MACAÉ OFFSHORE

auferidos, deverá a controlada computar o resultado competente na determinação do Lucro Real (Art.81), ou ainda, nos resultados futuros das controladas para os casos dos prejuízos acumulados auferidos em períodos anteriores à atual legislação. Qualquer resultado positivo obtido pelas controladas no exterior, originado em prestação de serviços, arrendamento mercantil ou afretamentos destinados à prospecção e exploração de P&G em território nacional não será, também, computada na determinação do Lucro Real. Exceção feita às controladas e coligadas que operem com a Petrobras sob o regime de Partilha de Produção ou, Cessão Onerosa (Art. 77§4º) que, poderão ter suas contas consolidadas nos demonstrativos da controladora (Art.78º). 1. A Petrobrás agiu de forma prudente ao suspender a publicação de seus balanços, evitando-se: a) expor a companhia. a novos riscos jurídicos; b) garantir a proteção dos interesses dos minoritários; c) preservar à boa conduta e as normas contábeis; d) dar transparência aos efeitos econômico-financeiros negativos das suscetibilidades expostas na mídia. 2. Se por um lado, os ajustes negativos acarretam a redução na conta de Investimentos e, ou, Imobilizado, por outro, a recuperação judicial dos valores desviados retornarão direto ao caixa da companhia, sem passar pelos resultados. Esse montante já ultrapassou a R$1bilhão e pode triplicar ou mais. Esse efeito positivo terá o impacto equivalente à captação de novos recursos, sem despesas financeiras decorrentes. 3. Esse imbróglio social acarretará no aperfeiçoamento da fiscalização e controle; da Governança Corporativa; na restauração do orgulho de ser genuinamente nacional; pluralista nos contratos mercantis

(de: risco, concessão, partilha); capacitadora de alta-tecnologia e M.O especializada; acima de tudo, maior empresa de capital aberto do país. 4. Os fatos negativos ficam por conta dos custos jurídicos internacionais e da formação da Reserva para Contingencia (L.6404/Art.195), até, eventual transferência ao Passivo de L.P. Porque, os funcionários-acionistas da companhia, também, não movem ação litisconsorte contra os autores dessas ações oportunistas? Afinal, não foi a Petrobrás que, fraldou aos acionistas e ao Tesouro Nacional! E, sim, um pequeno grupo fisiológico, corrupto, perverso, egoísta, infiltrado na condução dos negócios da empresa. Os acionistas nacionais não devem arcar com parcelas de indenizações aos investidores estrangeiros. Incabível! 5. A recente desvalorização do real frente ao dólar que, agravou a depreciação de suas ações no cenário internacional reforça a atratividade de compra. Afinal, seus preços caíram de US$18 até US$2,80. Os fatores negativos tornam-se, agora, benéficos. Seja pelos aspectos financeiros, intrínsecos à repatriação dos recursos, seja pelo afastamento dos elementos nocivos à boa ética e aprimoramento da governança. Em breve, veremos suas ações entre R$18/R$20, dobrando as cotações alcançadas na baixa exagerada que, devorou o ânimo, a confiança, a esperança e, legou grandes prejuízos, em especial, aos acionistas minoritários que, em geral, decidiram vender suas posições com o impacto emocional do momento. O que desejam os investidores? Apenas, probidade, transparência e bons dividendos!

Robson Pacheco de Souza é consultor Econômico, ex-Vice-Presidente do CODIMEC e ex-Presidente da ABAMEC.


ARTICULATING

PETRO ON / PN – Buy or sell? By Robson Pacheco de Souza*

I

n the last months we saw a “rumor fair” speculating all sorts of information concerning Petrobras. In special the sort involving impacts on profits and its destiny as the largest provider of energy of the country. We all know that such rumors seek to unbalance the market strengths, encouraging volatility, not to mention psychological conditions that favor quick and extraordinary gains. Petrobras, as a holding, must compensate variations realized in either controlled companies or colligates overseas, such as the case of the Pasadena Refining System Inc. (subsidiary in the USA), by the “Equity Adjustment” method (Act 6404 / Article 248) using “surplus value” adjustments – proportional difference between the fair value of net assets related to the investee direct on the account of Investments. Values overpaid are not deducted in the Income Statement (Article 24/B): “negative adjustments in equity interest […] should be set off by writing off the respective balance of surplus value […]”. That is, losses will only be accounted if “Pasadena” is ever alienated. Likewise, the controller needs to appropriate balances of “effective earns and losses” and “record relevant effects from extraordinary facts occurred in the period” (Act 12973 / Article 21/ III), setting them off as equity adjustment. In this context, adjustments “deriving from investments in foreign companies not operating in the Country” are not set off in LALUR – Taxable Income Control Register (Article 23 / Single Paragraph), “due to acquisition of equity interest” (Article 20), and in the specific case of Pasadena Refinery, there is only the possibility of balance reduction in the account of Investments in Controlled Companies and Colligates Overseas. However, in the event of accrued earnings or losses, the controller must calculate the income as Taxable Income (Article 81), or yet, in the future income of controlled companies for accrued losses in periods prior to the current laws. Any positive income obtained by controlled companies abroad from the provision of services, lease-purchase agreement or charters intended to prospection and exploration of P&G inside national territory will not be calculated in the determination of Taxable Income. Exception made to controlled companies and colligates operating with Petrobras under the regime of Production Sharing or Onerous Concession (Article 77 / Paragraph 4) that may have their accounts consolidated in the statements of the controller (Article 78). 1. Petrobras acted in a prudent manner by suspending the disclose of its statements in order to avoid exposing the company to new legal risks, to ensure the protection of minority interests, to preserve the best practices and accounting standards, to provide

transparence to the negative economic and financial effects from susceptibilities exposed by the media. 2. If on one hand negative adjustments result in reduction in the account of Investments and or Fixed Assets, on the other hand, the recovery in court of the diverted values will return direct to the company’s cash, without going through the statements. This amount already exceeded R$ 1 billion and may triplicate. This positive effect will have an impact similar to the raising of new resources without related financial expenses. 3. This social imbroglio will result in the improvement of its supervision and control, including Corporate Governance, in order to restore the pride of being genuinely national and pluralist in trading contracts (or risk, concession, sharing), as well as a developer of high-technology and specialized MO, and above all else, the largest publicly-held company of the country.

tors. That is unacceptable!

4. Negative effects are due to international legal costs and creation of Reserves for Contingency (Act 6404 / Article 195) up to the eventual transfer to Long-Term Liabilities. Why don’t the employees and shareholders of the company file a collective lawsuit against the authors of such opportunist actions? After all, wasn’t it Petrobras that committed fraud against both shareholders and the National Treasury? But rather, it was a small physiological group, a corrupt, perverse, selfish group infiltrated in the business operations of the company. National shareholders must not pay for indemnifications costs to foreign inves-

5. The recent devaluation of the Brazilian real against the dollar, which worsened the depreciations of its shares in the international scenario, strengthens the purchase attractiveness. After all, its prices dropped from US$18 to US$2.80. Negative factors are now, beneficial. Be it either due to financial aspects that are intrinsic to the repatriation of resources or due to the banishment of elements that are harmful to the good ethics and improvement of governance. Soon we will see it shares between R$18/R$20, doubling that quotations reached in the exaggerated drop that consumed the mood, trust, hope and caused major losses, mainly to the minority shareholders that decided to sell their positions following this emotional impact. What do the investors want? Probity, transparence and good dividends only!

Robson Pacheco de Souza is economic advisor, former Vice-President of CODIMEC

and former President of ABAMEC

MACAÉ OFFSHORE 17


ENTREVISTA

Marcos Capute Secretário de Desenvolvimento, Energia, Indústria e Serviços

Por Rodrigo Leitão

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços tem novo comando. Marcos Capute é o atual responsável pela pasta, que tem, entre outras atribuições, desenvolver políticas de fomento para a indústria de óleo e gás do estado fluminense. Assumindo o cargo num momento crítico para o segmento, que vive uma crise política por conta das denúncias de corrupção na Petrobras e forte queda no preço do barril do petróleo no mercado internacional, Capute terá como missão desenvolver medidas que visem dar continuidade a projetos já existentes e impulsionar novos que podem dar certo alento à cadeia produtiva de O&G no Rio de Janeiro.

MACAÉ OFFSHORE – Como se deu o convite para o cargo de secretário e como a sua experiência profissional será importante para desempenhar o cargo de secretário da Sedeis? MARCOS CAPUTE - Estava dirigindo uma fundação que detém uma universidade, na minha cidade. Eu tenho uma amizade muito grande com o Julio Bueno. Trabalhamos juntos na Petrobras. Como trabalhei firmemente nessa área de energia e gestão, tanto no setor público como privado, é possível que eu tenha uma contribuição para dar nessa secretaria. Daí eu acho que partiu o convite do governador Pezão, com apoio do secretário Julio Bueno. 18 MACAÉ OFFSHORE

Engenheiro eletricista formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Marco Capute ingressou na Petrobras, em 1979, onde fez curso de especialização em Comércio e Suprimento de Petróleo e Derivados. O novo secretário tem, também, pós-graduação na área de Administração - MBA Executivo - na COPPEAD/ UFRJ e fez curso de extensão em Estratégias de Marketing na Harvard Business School, em Boston, nos Estados Unidos. Confira, a seguir, a entrevista concedida à Macaé Offshore:

M.O. – Na sua avaliação qual é o seu maior desafio? M.C. - A maior desafio da nossa gestão será desenvolver as PPPs (Parcerias Público-Privadas). Nós vamos ter que buscar oportunidades, para que o setor privado entre em obras de infraestrutura do governo. Para que setor nos ajude a fim de que os investimentos não fiquem só a cargo do governo. Nós vamos procurar onde essas janelas de oportunidades aparecem, com retorno para a iniciativa privada, e que possam trazer um crescimento ao estado e atendimento às necessidades da população, principalmente de renda mais baixa.

M.O. – O senhor assume a secretaria num momento delicado para o mercado de óleo e gás no mundo passa por um momento de baixa, sobretudo em função da queda do preço do petróleo no mercado internacional. O senhor pode falar sobre os impactos econômicos no Rio de Janeiro decorrente desse quadro? M.C. - Temos defendido a tese de que o setor petróleo no Brasil, e em particular no estado do Rio, em um cenário de longo prazo, continua com todos os fundamentos de atratividade técnico-econômico, a saber: 1) reservas significativas (pré-sal estimado em 80 bilhões de barris recuperáveis),


ENTREVISTA

2) tecnologia offshore (a Petrobras já comprovou sua liderança tecnológica e continua desenvolvendo tecnologia de exploração e produção em águas profundas, no Cenpes, maior centro de P&D da América Latina, e, este ano, a Petrobras ganhou o maior prêmio de tecnologia que a indústria do petróleo oferece, o OTC Awards, premiando 10 novas tecnologias desenvolvidas pelo Cenpes, que será recebido em maio na edição deste ano; 3) condições geopolíticas favoráveis na bacia do Atlântico Sul, próxima aos EUA e fora das áreas produtoras com potencial de conflito e risco de descontinuidade de suprimento, 4) crescimento da demanda mundial de petróleo, em termos absolutos, e 5) disponibilidade de recursos financeiros para os investimentos. Desta forma, considero que a crise do setor petróleo que o Brasil atravessa é uma crise conjuntural e passageira no médio prazo, e a Petrobras deverá retomar os níveis de investimentos que vinha praticando, mesmo que com alguma diminuição, continuam altos. Com relação ao mercado internacional de petróleo, a volatilidade do preço do barril de petróleo continuará alta; a tendência, segundo a maior parte do setor e agências internacionais, é que o preço deverá se situar em torno de US$ 75/bbl, no curto prazo, e, em médio prazo, por volta de US$ 100/bbl. Quanto à redução de encomendas, pode ser que ocorra uma diminuição no nível de contratação, mas isto não significa que não haverá mais encomendas; podemos citar, para exemplificar, a recente notícia sobre contrato assinado entre a Petrobras e a Technip (fabricante de tubos flexíveis offshore) de 500 milhões de Euros, por dois anos. Temos informação de

outros fabricantes de equipamentos submarinos, como a FMC, e prestadores de serviços offshore, como a Schlumberger, que estão procurando novas áreas para expansão de atividades no estado do Rio para fazer frente as encomendas já contratadas pela Petrobras. A Aker Solutions está investindo em nova unidade fabril em Macaé,e a JDR (fabricante de umbilicais) acabou de inaugurar uma unidade fabril também em Macaé. M.O. – A infraestrutura e logística do petróleo representam grandes desafios para o estado. O senhor poderia falar sobre projetos que devem ser encampados pelo governo do estado do Rio para os próximos anos?

de R$ 240 milhões, que irá aliviar gargalos do transporte ferroviário no estado. O empreendimento terá capacidade para transportar dois milhões de toneladas de cargas de alto valor agregado por ano, no maior centro consumidor do país: o eixo Rio - São Paulo. O empreendimento irá gerar cerca de 1,3 mil empregos diretos no município. Não podemos nos esquecer do Arco Metropolitano, já em operação, que interliga as regiões de Itaguaí a Itaboraí, tornando mais competitiva a logística do estado. Os

M.C. - O governo do estado vem auxiliando em processos que visam a melhoria da infraestrutura do Rio de Janeiro. A infraestrutura portuária do Rio de Janeiro é bastante competitiva. Já em atividade, temos o Porto do Rio, o Porto de Macaé, o Porto de Itaguaí e o Porto do Açu. Em fase de elaboração ou execução de novos projetos, temos o novo porto de Macaé, o Terminal da Ponta Negra, em Maricá, e o porto da Barra do Furado – entre Quissamã e Campos -, que irão consolidar ainda mais o Rio de Janeiro como hub logístico para as operações da Petrobras e outras operadoras no pré-sal. No segmento de infraestrutura logística, podemos citar o Terminal Multimodal de Queimados, com investimentos MACAÉ OFFSHORE 19


ENTREVISTA

quatro estados do Sudeste se beneficiam com este empreendimento. Eles terão uma redução maior no custo do transporte utilizando o Porto de Itaguaí, com destaque para a região do Vale do Paraíba, tanto no lado do Rio de Janeiro quanto no de São Paulo, onde essa economia poderá chegar a 20%. Outros três estados, apesar de mais distantes (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás), ainda teriam uma redução de até 2,5% no frete – percentual que pode significar a diferença entre ter um produto competitivo ou não para exportação. Outro setor importante, com impacto direto para o desenvolvimento do setor de O&G, é o naval, onde o estado do Rio é altamente competitivo, possuindo cerca de 50% de toda capacidade de estaleiros instalada no país. Para o setor naval, estamos direcionando nossos esforços também na atração de investimentos da cadeia de subfornecedores, em pequenas e médias empresas de alto conteúdo tecnológico. Estamos tratando da dragagem da Baía de Guanabara, fundamental para garantir o acesso aos estaleiros e bases de logística da região portuária de Niterói e São Gonçalo. Todas essas ações visam a melhoria direta não só da indústria do petróleo, como também da infraestrutura necessária para a operação offshore do pré-sal. Para auxiliar nesse processo, o estado do Rio, através da secretaria de Desenvolvimento Econômico, dispõe de duas agências de desenvolvimento para apoiar a implantação de investimentos, nacionais e estrangeiros, no território fluminense: a Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial), e a AgeRio (Agência Estadual de Fomento), que financia 20 MACAÉ OFFSHORE

projetos de todos os portes, desde o microempreendedor à grande empresa.

aumentando expressivamente o seu parque industrial, o que nos dá um colchão de amortecimento para a redução da receita do setor petróleo.

M.O. – Outro problema que a queda no preço do petróleo causa é a diminuição da receita dos royalties, que foi tida pelo governo do estado como uma das principais fontes de receita. Como administrar essa perda para o estado do Rio de Janeiro?

Podemos citar, como exemplos, os investimentos no setor automotivo, com a instalação de montadoras como a Nissan, Peugeaut/Citroen, Jaguar Land Rover, na região do Médio Paraíba. Com estes empreendimentos, já se iniciaram os investimentos complementares para o desenvolvimento da cadeia de subfornecedores, aumentando a atividade econômica do Estado com empregos altamente qualificados e já apresentando significativa contribuição de receita tributária.

Vamos procurar onde essas janelas de oportunidades aparecem, com retorno para a iniciativa privada M.C. - De fato, as receitas de royalties e participações especiais são indexadas pela ANP, ao preço internacional do petróleo. Com a recente queda no preço petróleo, o Rio de Janeiro, estado que possui maior receita dos royalties e PEs, teve uma significativa perda de receita. Mas como mencionado anteriormente, a flutuação do preço do barril de petróleo possui volatibilidade, tendendo a se recuperar, parcialmente, no curto prazo. O estado do Rio vem diversificando e

M.O. – Quais são os projetos que a Sedeis irá desenvolver para o segmento de óleo e gás no estado nos próximos anos? M.C. - Daremos continuidade às políticas que vinham sendo desenvolvidas para o setor de O&G na gestão do atual secretário de Fazenda Julio Bueno. O governo do estado do Rio de Janeiro estabeleceu uma agenda prioritária, em articulação com os principais atores do setor petróleo no país e no estado, como a Petrobras, ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), ministérios de Energia e de Desenvolvimento, Firjan Sebra-RJ, Onip (Organização Nacional da Indústria e Ibp, além das empresas fornecedoras de bens e serviços instaladas no território fluminense, de forma a alavancar os projetos em andamento, de atração de investimentos para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores e subfornecedores do setor de O&G. O segmento subsea é nossa prioridade. M.O. – O senhor poderia dar mais detalhes de como esse segmento será tratado pela secretaria?


ENTREVISTA

M.C. - A grande âncora do setor petróleo no estado do Rio, hoje, é a política o fortalecimento do “hub” de fabricação de equipamentos e prestadores de serviços do setor de O&G no território fluminense. Nisto se enquadram os projetos do Cluster Subsea e do Polo Naval Offshore. Tratam-se de políticas e ações para atração de investimentos na cadeia de fornecedores e subfornecedores dos fabricantes de grandes equipamentos offshore e/ou submarinos, com prioridade para as pequenas e médias empresas de alto conteúdo tecnológico para se instalarem no estado do Rio. O segmento de subsea é, hoje, o com maior inovação tecnológica da indústria do petróleo, e o estado do Rio possui o maior centro de P&D em tecnologias offshore e subsea, que é o CENPES da Petrobras, apoiado pelos centros de P&D instalados no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão, além de centros universitários de excelência, como a UFRJ, a Uerj e a Puc-RJ. A questão tecnológica é, a nosso ver, fator de diferenciação competitiva do setor, e as políticas

públicas devem ser orientadas para a concentração dos investimentos nos polos de tecnologia existentes. A experiência mundial mostra que tecnologia se desenvolve em clusters. M.O. – Como o senhor observa os investimentos do setor de óleo e gás a médio e longo prazo para a economia do Rio de Janeiro como um todo? M.C. - Segundo dados da Agência Internacional de Energia, até 2035 serão investidos U$ 90 bilhões por ano no Brasil, com 71% destes investimentos sendo do setor petróleo. O Rio de Janeiro produz cerca de 70% de todo o petróleo produzido no país. A nosso ver, a maior parte destes investimentos será aplicada no estado do Rio de Janeiro. Esta estimativa e a política federal de aumento do conteúdo local no país são os dois principais vetores de estimulo à atração de investimentos para o setor de O&G no estado. M.O. – E em relação ao Programa Rio Capital da Energia, como ele

pode beneficiar ou diminuir algumas perdas do segmento de óleo e gás no estado para os próximos anos? M.C. - Um dos pilares do Rio Capital da Energia é a inovação. Nesse sentido, o programa apoia projetos de desenvolvimento tecnológico. E um dos destaques da carteira de inovação na área de óleo e gás é o projeto de desenvolvimento de energias renováveis para o funcionamento de equipamentos subsea, com enfoque em águas ultraprofundas do pré-sal. Este trabalho é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com apoio da Onip, da Firjan e da Petrobras/UTE Leonel Brizola. No desenvolvimento desse projeto foram identificadas tecnologias inovadoras a serem atraídas para o Rio de Janeiro, a fim de consolidar um cluster subsea no estado. Este é um fator muito importante, visto que o desenvolvimento das reservas do pré-sal vai exigir inovação para reduzir custos e aumentar a recuperação dos volumes de óleo e gás. 

MACAÉ OFFSHORE 21


INTERVIEW

Marcos Capute Secretary of Development, Energy, Industry and Services

By Rodrigo Leitão

The Secretary of Development, Energy, Industry and Services just got a new head. Marcos Capute is the current person in charge of the department, which among other assignments, develops foment policies to the oil and gas industry of the state of Rio de Janeiro. Taking the office in a critical time for the segment, due to political crisis and corruption scandals in Petrobras, not to mention the meteor drop of the oil barrel price in the international market, Capute will have before him the task of developing measures to provide continuity to existing projects and boost new ones in order to grant

MACAÉ OFFSHORE – How were you invited to the position of secretary and how will your professional experience help you in being the new secretary of Sedeis? MARCOS CAPUTE - I was managing a foundation that controls a university in my town and I am a close friend of Julio Bueno, we worked together in Petrobras. Thanks to my work in the areas of energy and management, both in the public and private sectors, I think I have a lot to contribute to this secretariat. The invitation 22 MACAÉ OFFSHORE

a temporary comfort to the O&G production chain in Rio de Janeiro. Electrician engineer graduated by the State University of Rio de Janeiro (UERJ), Marco Capute joined Petrobras in 1979, where he took a specialization course in Commerce and Supply of Petroleum and Derivatives. The new secretary is also graduated in Administration – Executive MBA – by COPPEAD/UFRJ with an extension course certification in Marketing Strategies at Harvard Business School, Boston, United States. Check below his interview with Macaé Offshore

came from the governor himself, Pezao, with the support of the secretary Julio Bueno.

M.O. – In your point of view, what is the major challenge?

investments. We are going to look for these opportunity windows, with returns to the private initiative, bringing more growth to the state and meeting the needs of the population, mainly those of the lower classes.

M.C. - The major challenge in our management will be the development of PPP’s (Public and Private Partnerships). We are going to look for opportunities to allow the private sector to take part in infrastructure works of the government to convince this sector to help us with their

M.O. – You are taking the secretariat in a delicate moment of the global oil and gas market, which is currently passing through bad times, mainly due to the drop in the international oil price. Can you speak about the economic impacts


INTERVIEW

to Rio de Janeiro arising from this scenario? M.C. - We are defending the idea that the Brazilian oil sector, particularly in the state of Rio, in a long-term scenario, is still attractive in technical and economic terms, namely: 1) significant reserves (pre-salt estimated in 80 billion of recoverable barrels), 2) offshore technology (Petrobras has already proven its technological leadership and keeps on developing new exploration and production technologies in deep waters, at Cenpes, biggest R&D center in Latin America, and this year, Petrobras was awarded with the most important technological prize the petroleum industry can offer, the OTC Awards, awarding 10 new technologies developed by Cenpes, which re to be received by May during the 2015-event; 3) favorable geopolitical conditions in the basin of the South Atlantic near the USA and out of the production areas with potential for conflict and risk of supply discontinuity, 4) growth in the global demand for petroleum, in absolute terms and 5) availability of financial resources for investments. Therefore, I think that this oil sector crisis Brazil is now facing is a midterm, conjectural and temporary crisis. I believe Petrobras will soon resume the investments levels it was used to, and even there is any real decrease in them, they are still high. Concerning the international petroleum market, the volatility of the oil barrel price will keep high enough. The trend, according to most of the sector and international agencies, is that the price will fix itself around US$ 75/bbl, at the short-term, and around US$ 100/bbl, at the midterm. Concerning the reduction of orders, it is safe to assume a possible reduction in the contract level, but it does not mean there will be no more orders, I can mention, for example, the recent news on the 2-year contract signed between Petrobras and Technip (manufacturer of offshore flexible pipes) of 500 million Euros. We also have information from other

manufacturer of subsea equipment, such as FMC, as well as from offshore service providers, such as Schlumberger, which are looking for new areas to expand their activities in Rio in order to meet orders already placed by Petrobras. Aker Solutions is now investing on a new manufacturing unit in Macaé, while JDR (manufacturer of umbilicals) just inaugurated one such unit also in Macaé.

We are going to look for these opportunity windows, with returns to the private initiative M.O. – Oil logistic and structure are the major challenges to the state. Can you speak about the projects to be implemented by the state government for the next years? M.C. - The state government is assisting processes aimed at improving the infrastructure of Rio de Janeiro. The state’s port infrastructure is competitive enough. Already operational, we have Port of Rio, Port of Macaé, Port of Itaguaí and the Porto of Açu. Under preparation or execution stage of new projects, we have

the new Port of Macaé, the Terminal of Ponta Negra, in Maricá, and the Port of Barra do Furado – between Quissamã and Campos – that will consolidate even further Rio de Janeiro as a logistic hub for operations of Petrobras and operators in the pre-salt. In the logistic infrastructure segment, we can mention the Multimodal Terminal of Queimados, with investments of R$ 240 million, which will analyze bottlenecks in the railway transportation of the state. The enterprise will be able to transport two million tons of high added value cargo per year, at the biggest consumer center of the country: Rio - São Paulo axis. The enterprise will also generate nearly 1.3 thousand direct employees to the city. We cannot forget that Arco Metropolitano (Metropolitan Arc), is already operational and interconnecting regions from Itaguaí to Itaboraí, thus making the state’s logistic much more competitive. The four states of the Southeast region will also benefit from this enterprise as they will have a higher reduction with transportation costs using the Port of Itaguaí, with emphasis to the region of Vale do Paraíba, both in the borders of Rio de Janeiro and São Paulo, where the economy there may reach 20%. Other three states, although farther (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul and Goiás) will also have a reduction of up to 2.5% in the freight – percentage that can make the difference whether having or not a competitive product to export. Another important sector, with direct impact to the development of the O&G sector, is the naval/shipbuilding one, where the state of Rio is highly competitive, as it has approx. 50% of the entire capacity of shipyards installed in the country. To this sector, we are coordinating our efforts in order to attract investments from the subsuppliers’ chain, with small- and mid-sized companies with high technological content. We have started the dredging of the Guanabara Bay, essential in order to ensure the access to shipyards and logistic bases MACAÉ OFFSHORE 23


INTERVIEW

of the port region in Niterói and São Gonçalo.

representing significant contribution of tax revenue.

All such actions seek to directly improve not only the petroleum industry but also the infrastructure required by the pre-salt’s offshore operations.

M.O. – What are the projects Sedeis will develop for the oil and gas segment in the state for the next years?

To make this process easier, the state of Rio, through the Secretariat of Economic Development, will make use of two development agencies to support the implementation of investments, either local or foreign, in the state’s territory: Codin (Industry Development Company) and AgeRio (State Foment Agency), which finances projects of all sizes, from the micro-entrepreneur to the big-sized company.

M.O. – Another problem caused by the oil barrel price drop is the decrease of revenue from royalties, which was considered by the state government one of its main sources of income. How do you plan to manage this loss to the state of Rio de Janeiro? M.C. - In fact, revenues from royalties and special participations are indexed by ANP to the international petroleum price. With the recent barrel price drop, Rio de Janeiro, owner of the largest slice of revenues from royalties and SP, suffered a significant loss of income. But as mentioned before, the oil barrel price variation is volatile, with a trend to recover, in part, at the short term. The state of Rio is currently and strongly diversifying and increasing its industrial complex, giving us a cushion to absorb the reduction of income from the oil sector. We can mention, for example, investments in the automotive sector, following the establishment of automakers such as Nissan, Peugeot/ Citroen, Jaguar Land Rover in the region of Médio Paraíba. With these enterprises, complementary investments have been set in motion to develop the subsuppliers’ chain, increasing the economic activity of the State with highly-qualified jobs and 24 MACAÉ OFFSHORE

M.C. - We will provide continuity to policies already under development for the O&G sector by the current Secretary of Finances, Julio Bueno. The state government has created an agenda of priorities together with the main players of the petroleum sector in the country and in the state, such as Petrobras, ANP (National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels), ministries of Energy and Development, Firjan, Sebrae-RJ, Onip (National Organization of the Industry) and Ibp, in addition to providers of goods and services based in the state, in order to leverage ongoing projects and attract investments to develop the suppliers’ and subsuppliers’ chain of the O&G sector. The subsea segment is our priority.

M.O. – Can you provide more details on how this segment will be treated by the secretariat? M.C. - Today, the main anchor of the oil sector in the state is the strengthening of the “hub” related to equipment manufacturing and service providers of the O&G sector. It includes projects from the Subsea Cluster and the Offshore Naval Pole, as well as policies and actions to attract investments in the chain of suppliers and subsuppliers of offshore and/or subsea equipment manufacturers, with priority to small- and mid-sized companies with high technological content to make them establish in the state. Today, the subsea segment is the one with most of the technological innovation of the petroleum industry, and the state has the largest R&D center in terms of offshore and subsea technologies, CENPES-Petrobras, which is supported by R&D centers installed in the Technological Park of UFRJ, at Ilha do Fundão, in addition to renowned academic centers such as UFRJ, UERJ and PUC-RJ. The technological issue

is, as we see it, a competitive differentiation factor. Public policies must be steered to gather investments to the existing technology poles. The global experience shows that technology evolves inside clusters.

M.O. – How do you see investments from the oil and gas sector at the mid and long-term for the economy of Rio de Janeiro as a whole? M.C. - According to data from the International Energy Agency until 2035 U$ 90 billion per year will be invested in Brazil, with 71% of such investments to the petroleum sector. Rio de Janeiro produces nearly 70% of the whole petroleum produced in the country. As I see it, most of such investments will be applied in the state of Rio de Janeiro. This estimative and the federal policy of increasing local content are the two main stimulus to attract investments to the O&G sector of the state.

M.O. – And what about the “Rio Capital da Energia” Program? How can it benefit or reduce some of the losses in the oil and gas segment to the state for the next years? M.C. - One of the pillars of “Rio Capital da Energia” is innovation. In this sense, the program supports technological development projects. One of the main projects of the innovation portfolio in the oil and gas sector is the renewable energy development project for the operation of subsea equipment, with focus on pre-salt ultradeep waters. This work is coordinated by the Economic Development Secretariat, with support from Onip, Firjan and Petrobras/ UTE Leonel Brizola. During the development of such project several innovative technologies were identified to be later attracted to Rio de Janeiro in order to consolidate a subsea cluster. This is very important fact, as the development of pre-salt reserves will require innovation to reduce costs and increase the recovery of oil and gas volumes. 


MACAÉ OFFSHORE 25


CAPA

luz no fim do túnel?

A diretoria renovada na Petrobras e promessa de uma nova rodada para este ano podem dar uma sacudida no mau humor vivido pela indústria. No entanto, o clima de cautela ainda impera no segmento de O&G nacional

Por Brunno Braga

C

omeçando 2015 com sangue novo, a Petrobras terá um dos anos mais difíceis da sua história, quando tentará resgatar a sua credibilidade. Após a substituição do comando da empresa, a pergunta que fica é quanto ao seu futuro face a problemas internos com os quais ela vem se debatendo, fica a pergunta – quanto tempo essa crise durará e quais são os reais efeitos dela para a cadeia produtora nacional? De fato, no cenário atual, administrar a maior empresa do Brasil não será uma tarefa fácil para o novo presidente da Petrobras e sua diretoria. Além das investigações que ainda estão em curso por

26 MACAÉ OFFSHORE

conta da Operação Lava-Jato, a empresa também enfrenta problemas como alto endividamento (com peso para parte da dívida atrelada ao dólar), queda no preço do petróleo no mercado mundial e descontinuidade de projetos tido como importantes para a companhia. O atraso no anúncio dos resultados do terceiro trimestre de 2014 e indefinições sobre o Plano de Negócios para o período 2015-2019 vem causando especulações no mercado. A Macaé Offshore ouviu empresários da cadeia produtiva do setor e em todos os depoimentos colhidos o sentimento de preocupação é comum entre eles. “Mesmo sabendo que o segmento é sazonal,

realizamos investimentos levando em conta as estimativas apresentadas pela empresa em seu plano de negócios. Mas hoje, com essa indefinição, tivemos que fazer alguns cortes. “Estamos em compasso de espera. Mesmo já tendo equipamentos contratados, ainda não sabemos se essa demanda irá continuar a médio e longo prazo e como o governo vai se comportar para resolver problemas que já começam a refletir em vários setores da indústria. O pior lado de uma crise é, sem dúvida, a falta de definição”, disse um empresário do setor de automação e controle que tem a Petrobras como um dos principais clientes.


capa Esperança nos leilões Mas nem tudo é desespero na visão de alguns personagens da indústria. O interesse nas atividades de exploração e produção no Brasil ainda demonstram sentimentos dúbios. No entanto, a grande aposta para o ano reside no anúncio da 13ª Rodada de Licitação de Blocos. “Cerca de 90% dos trabalhos para o lançamento da próxima rodada já estão finalizados. Faltam somente alguns acertos com o Ministério de Minas e Energia para que possamos lançar o edital”, disse o diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Helder Queiroz, durante evento realizado em março no Rio de Janeiro.

Ele disse ainda que o atual preço do óleo não fará com que haja perda de interesse por parte das grandes companhias do mundo, lembrando que, recentemente, países como Bolívia, Canadá, Equador e México lançaram licitações que atraíram as principais petroleiras. “É bom lembrar que no primeiro leilão, o barril do petróleo estava cotado entre US$ 10 e US$ 20 e nem por isso deixou de ser atrativo, pelo contrário”, comentou Queiroz. O local ainda não foi anunciado, mas analistas apontam que a tendência é de que sejam leiloados blocos localizados

na margem do estado do Rio Grande do Norte. No entanto, mudanças no marco regulatório dos leilões para que a indústria no Brasil seja mais atraente para as operadoras é um dos pleitos que vêm sendo debatidos dentro da indústria. O que tem tido mais ressonância é a exigência de se ter a Petrobras como operadora única no pré-sal. “Essa situação faz com que a cadeia produtiva local se torne refém de uma única empresa. Então, quando ela tem problemas, isso acaba refletindo no setor como um todo”, disse uma fonte que pediu para não se identificar.

Menos intervenção e mais eficiência Com a saída de Graça Foster do comando da maior empresa brasileira, a expectativa era de que o Conselho de Administração da empresa fosse buscar um nome tivesse uma cara mais alinhada às do mercado, passando, assim, mais tranquilidade aos acionistas da empresa. Contudo, com a nomeação de Aldemir Bendine para o cargo de presidente da companhia o quadro de pessimismo com o futuro da empresa se mantém. Graduado em Administração de Empresas e funcionário de carreira do Banco do Brasil, Bendine seria uma resposta para as necessidades administrativas e financeiras da empresa. No entanto, em função da sua proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi percebida como a manutenção do perfil intervencionista do governo. Segundo André Cardoso, especialista em óleo e gás da A&D Consultoria, a escolha de Bendine confirma que o atual governo resiste em dar à Petrobras um perfil mais independente em relação a Brasília. “O mercado está entendendo que a Petrobras continuará a servir os interesses do governo que, em muitas vezes, são contrários aos interesses Achava-se que o governo iria refundar a empresa e, assim,

Roberto Stuckert Filho/PR

Novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine junto com a presidente Dilma Roussef New president of Petrobras, Aldemir Bendine next to President Dilma Roussef

atender aos interesses dos acionistas e não tratando a Petrobras como se fosse 100% estatal. Agora, o mercado vai fazer mea-culpa e dizer que prefere a Graça — disse Cardoso, lembrando que a presidente não conseguiu convencer nenhum executivo de mercado a aceitar o cargo. Otávio Pereira, consultor financeiro da Dinâmica Consultoria, a escolha de Bendine foi o mais do mesmo. “Foi um nome negativo para o mercado, dado que o mercado esperava um nome de mais peso e mais independente em relação ao governo. O mercado precisava de

um choque de credibilidade, e não foi o que veio”, disse Pereira. Já para o economista político e ex-professor de Administração na Universidade Paulista (Unip), Francisco Matos, a prioridade do novo presidente deve ser apresentar um plano de reestruturação financeira confiável da empresa. “Se tudo der certo, eu creio que a empresa vai levar no mínimo cinco anos para restabelecer a sua competitividade internacional. Antes disso, haverá um trabalho muito grande para arrumar a casa”. MACAÉ OFFSHORE 27


CAPA

Aumentar ou não a produção? Eis a questão Fotos: Agência Petrobras

Alardeado pelo governo desde 2006, o crescimento da produção de petróleo vem batendo recordes atrás de recordes. Com os resultados do pré-sal, o governo prevê que até 2020 a Petrobras irá alcançar a marca de 4,2 milhões de barris por dia. Contudo, numa perspectiva criada com o barril de petróleo cotado a US$ 100, o retorno dos investimentos pesados alocados pela companhia soava bastante otimista. No entanto, com o preço do barril abaixo dos US$ 60, a pergunta que fica é: como fazer com que a meta estabelecida seja rentável? “Sem dúvida, esse vai ser mais um problema que a nova diretoria terá de enfrentar, caso o preço do petróleo se estabilize neste patamar. Sabemos que os custos de exploração e produção no pré-sal são elevados, mas, a empresa tem que continuar as suas atividades”, afirma André Cardoso.

Solange da Silva Guedes, atual Gerente Executiva de Exploração e Produção Corporativa

Celestino Ramos, atual Gerente Executivo de Logística do Abastecimento

Solange da Silva Guedes, current Executive Manager of Corporate Exploration and Production

Celestino Ramos, current Executive Manager of Supply Logistics

Hugo Repsold Júnior, atual Gerente Executivo de Gás e Energia Corporativo

Roberto Moro, atual Gerente Executivo de Engenharia para Empreendimentos Submarinos

Hugo Repsold Júnior, current Executive Manager of Corporate Gas and Energy

Roberto Moro, current Executive Manager of Subsea Enterprises and Engineering

O consultor ressalta, no entanto, que manter o ritmo das operações significa desembolsar recursos que pode rarear a curto prazo. Com encomendas ainda em curso e demais despesas, como aluguel de FPSOs. “Além da queda das ações da empresa, há o risco de a Petrobras ter a sua nota de crédito rebaixada pelas agências de classificação de risco. Caso isso aconteça, conseguir crédito no mercado vai ser cada vez mais caro”, frisa o especialista. Até o fechamento desta edição, os outros quatro diretores foram anunciados de forma interina, ou seja, não são definitivos: Solange da Silva Guedes ficará na área de Exploração e Produção, no lugar de José Miranda Formigli. Jorge Celestino Ramos vai substituir José Carlos Cosenza na diretoria de Abastecimento. Hugo Repsold Júnior será diretor da área de Gás e Energia. Ele ocupará o cargo que foi de José Alcides Santoro Martins e Roberto Moro vai para a diretoria de Engenharia, Tecnologia e Materiais no lugar de José Antônio Figueiredo. 28 MACAÉ OFFSHORE


capa

Divulgação/FMC

Subsea ainda em alta Alguns setores, no entanto, podem não sentir grandes efeitos negativos do atual quadro de intempéries pelo qual passa a indústria. É o caso do segmento subsea. Apresentando oportunidades para as empresas do segmento, a despeito das incertezas vividas atualmente no setor de óleo e gás, as tendências da indústria brasileira comprovam esse sentimento. “A previsão de dobrar a produção nacional de petróleo e gás até 2020, que demandará a contratação de fornecedores de equipamentos submarinos e serviços de instalação, assim como de embarcações adequadas para este fim e para a manutenção e reparo dos sistemas já implantados fazem do Brasil um vetor de negócios para essa indústria”, afirmou Alexandre Vilela, consultor da Westshore do Brasil Corretora de Embarcações. Ele lembrou, ainda, que muitas empresas estão apostando no Brasil em função da saturação de empreendimentos em vários locais, sobretudo no Golfo do México. Oportunidades de negócios também podem ser encontradas em outras empresas que atuam no país, além da Petrobras, lembrou o especialista. “É o caso, por exemplo, da Shell, que tem operações no Parque das Conchas (campo localizado na Bacia de Campos), e que já está na fase 3 do projeto”. No ano passado, a petrolífera fechou contrato com a americana FMC Technologies para fornecimento de sete árvores de natal molhadas, dois manifolds e sistemas de controle submarinos associados, e com a norueguesa Subsea 7, que realizará serviços de instalação de jumpers, umbilicais e estruturas submarinas associadas. Baldo Dielen, gerente geral da Guido Perla Engenharia do Brasil, destaca que as vantagens que a indústria subsea apresenta no desenvolvimento da produção da indústria offshore são comprovadas em números. “A Petrobras conseguiu economizar cerca de US$ 5 milhões por poço do

Mercado subsea espera dobrar a produção de petróleo e gás até 2020 Subsea market expects to double oil and gas production until 2020

pré-sal ao instalar árvores de natal molhada em substituição a outros sistemas”, afirma. Já Maurício Ribeiro, conselheiro jurídico da Technip Brasil, lembrou que a empresa possui no Brasil três fábricas para construção de tubos flexíveis (duas no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo) e tem contrato de fornecimento para Petrobras destes equipamentos até 2017. “O mercado é promissor. E os investimentos da empresa comprovam que há boas oportunidades para os próximos dois anos”. A necessidade de aumento da eficiência em poços irá levar o crescimento do mercado de manifolds. Além disso, a capacidade dos equipamentos em se adaptar a mudanças de condições de operação é um outro ponto que pode dar mais gás para este segmento. Estudo publicado, no início de abril, sobre o mercado global de manifolds prevê um aumento médio de 5,6% na demanda até 2020 e o Brasil terá bastante Assim, este setor, que atualmente está avaliado em US$ 2,54 bilhões, será um mercado de US$ 3,7 bilhões em cinco anos, segundo as estimativas apresentadas pelos pesquisadores de mercado. Intitulada

Subsea Manifolds Market (By Application – Production and Injection) – Global Industry Analysis, Size, Share, Growth, Trends and Forecast 2014 – 2020, a pesquisa foi feita pelo insitutto Transparency Market Research, consultoria voltada para avaliação e tendências de mercado nos mais variados segmentos industriais. É importante lembrar que o mercado global de subsea está segmentado de acordo com a sua aplicação na produção. A implementação de manifolds depende das propriedades dos reservatórios e condições do campo. No entanto, com o envelhecimento das reservas na Europa e baixas pressões em reservatórios offshore na América Latina irá fazer com que seja mais atraente investir nessa região do planeta. Além do mercado latino-americano, a pesquisa também aponta o oeste da África e o Golfo do México como áreas que também vão oferecer oportunidades para as empresas produtoras de manifolds. As principais empresas fornecedoras de equipamentos manifolds são a Aker Solutions, FMC Technologies, ASA, General Electric, Dril-Quip, OneSubsea e Technip. MACAÉ OFFSHORE 29


COVER

light

Is there at the end of the tunnel?

Petrobras’ renewed board and the promise of a new bidding round for this year can cheer up the bad mood affecting the industry. However, airs of caution still reign in the national O&G segment

By Brunno Braga

A

fresh start for 2015, Petrobras is about to face one of its toughest years ever in an attempt to restore credibility. After a replacement in the head of the company, the current question is about its future in face of the internal struggling problems: “for how long is this crisis going to last and what are the real effects for the local production chain?” In the current scenario, managing the largest company of the country will not be an easy task for the new president and his board. In addition to the ongoing investigations of the “Carwash Operation”, the company also faces problems with debts (aggravated by part of the debt in dollar), drop in the oil barrel of the global market and discontinuity of projects considered as important for the company. Delay in disclosing results for the third quarter of 2014 and uncertainties

30 MACAÉ OFFSHORE

about the Business Plan for 2015-1019 is filling the market with speculations. Macaé Offshore heard businessmen from the sectorial production chain and in all interviews made the feeling of concern is a common issue. “Even knowing that the segment is seasonal, we make investments considering estimates presented by the company in its business plan, but today, due to this uncertainty, we had to make some cuts. “We are all watchful. Even with equipment under contracts, we do not know if the demand will keep up at midand long-term and how the government is going to behave to solve issues starting to impact several other industry sectors. The darkest side of a crisis is, without a doubt, the lack of definition”, said a businessman from the automation and control sector having Petrobras as one of his main clients.

Hope lies in the auctions But not all is seen as despair to some of the industry players. Interest in exploration and production activities in Brazil still shows dubious feelings. However, the big bet for the year lies in the announcement of the 13th Block Bidding Round. “About 90% of the works to launch the next round are done. A few more negotiations with the Ministry of Mines and Energy and we will have green light to release the bid invitation”, said the director of ANP (National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels), Helder Queiroz, during an event held on March in Rio de Janeiro. He also said the current oil price will not cause loss of interest by the world’s largest companies, reminding that recently, countries such as Bolivia, Canada, Equator and México also launched bidding rounds that attracted the main petroleum companies.


COVER

“It is worth reminding that during the first auction, the oil barrel was quoted between US$ 10 and US$ 20, and it was still very attractive”, commented Queiroz. Location was not disclosed yet, but analysts indicate that the blocks located

at the shores of the Rio Grande do Norte State are the ones to be auctioned next. However, changes in the regulatory framework of the auctions to make the Brazilian industry more attractive for operators are some of the claims under discussion within the industry. The most resonant change is about the

requirement of having Petrobras as single operator in the pre-salt. “This situation causes the local production chain to be fully dependent on a single company. Then, when said company is having troubles, it echoes in all directions”, said a source that preferred to remain anonymous.

Less intervention and more efficiency With Graça Foster giving up the command of the largest Brazilian company, the expectation was that the company’s Board of Directors would seek a name more in tune with the market, therefore appeasing the company’s shareholders. However, the appointment of Aldemir Bendine for the position of its new president just reassured the pessimism haunting the future of the company. Graduated in Business Administration and former president of Banco do Brasil, Bendine would be the answer to the administrative and financial needs of the company. However, due to its close relationship with former president Luiz Inácio Lula da Silva, the whole situation was understood as a way to maintain the government’s interventionist profile.

According to André Cardoso, O&G specialist from A&D Consultoria, the choice for Bendine confirms that the current government is still reluctant in giving Petrobras a more independent profile in regards to Brasilia. “The market understands that Petrobras will keep on serving the interests of the government, which most of the times, go against the interests of the company. For the market it is important that the new president meets the interests of the shareholders and does not treat Petrobras as 100% state-owned. Now, the market will change its mind and say it prefers Graça back” said Cardoso, reminding that the president failed to convince any market executive to accept the position. Otávio Pereira, financial advisor of Dinâmica Consultoria, sees the choice

for Bendine as indifferent. “It was a negative name for the market, as it expected a name with more importance and more independence from the government. The market needed a shock of credibility, and it did not happen”, said Pereira. To the political economist and former professor of Administration at Universidade Paulista (Unip), Francisco Matos, the priority of the new president is to submit a reliable financial restructuring plan for the company. “If everything goes well, I believe the company will take at least five years to restore its international competitiveness. Before that, there will be a monstrous work in terms of house cleaning”.

Production: to increase or not to increase? That is the question Bragged by the government since 2006, the growth of the oil production is breaking several records. With the results from the pre-salt, the government expects that by 2020 Petrobras will reach the milestone of 4.2 million barrels per day. However, in a perspective created with the oil barrel quoted at US$ 100 the return of heavy investments allocated by the company sounded highly optimist. But now that the barrel price is below US$ 60, the question is: how to keep such goal still profitable? “Without a doubt, this will be another problem for the new board to deal with if the oil

price stabilizes itself at that threshold. We know that costs with exploration and production in the pre-salt are high, but the company must keep up with its activities”, says André Cardoso. However, the specialist emphasizes that keeping up the pace of operations means to disburse resources that may thin at the short-term, not to mention ongoing orders and other expenses, such as lease of FPSO’s. “In addition to the drop of its shares, Petrobras still faces the risk of having its credit note downgraded by risk classification agencies. If it does happen, getting credit in

the market will become even more expensive” says Cardoso. Until the closure of this issue, another four directors, although provisionally, were announced: Solange da Silva Guedes will be in charge of the Exploration & Production area, replacing José Miranda Formigli. Jorge Celestino Ramos will replace José Carlos Cosenza in the Supply department. Hugo Repsold Júnior will be the director of the Gas & Energy area, taking the position from José Alcides Santoro Martins and Roberto Moro will replace José Antônio Figueiredo as the new director of Engineering, Technology and Materials. MACAÉ OFFSHORE 31


COVER

Subsea still high Meanwhile, some sectors are not feeling most of the negative effects brought by the troubled state of the industry. Such is the case of the subsea segment. Presenting opportunities for companies of the segment, even amidst the uncertainties currently lived by the oil and gas market, the trends of the local industry can attest this feeling. “The forecast of doubling the local oil and gas production by 2020, thus demanding the contracting for suppliers of subsea equipment and installation services, as well as for vessels exclusively to that end and for the maintenance and repair of systems already implemented, make Brazil a business vector for that industry”, said Alexandre Vilela, consultant at Westshore do Brasil Corretora de Embarcações. He also reminded that most companies are betting on Brazil due to the saturation of enterprises in several other locations, especially in the Gulf of Mexico. Business opportunities can also be found in other companies operating in the country, not only Petrobras, reminded the specialist. “It is the case, for example, of Shell, which operates in Parque das Conchas (Park of Shells, located in the Campos Basin) and already reached phase 3 of the project”. Last year, Shell signed an agreement with the American FMC Technologies to provide 07 Wet Christmas Trees (WCT), 02 manifolds and related subsea control systems, as well as an agreement with

32 MACAÉ OFFSHORE

the Norwegian Subsea 7 to perform the installation of jumpers, umbilicals and related subsea structures. Baldo Dielen, general-manager of Guido Perla Engenharia do Brasil, highlights that the advantages the subsea industry brings to the development of the offshore production can be attested with numbers. “Petrobras managed to save nearly US$ 5 million per pre-salt well after installing WCT’s in detriment of other systems”, he says. On the other hand, Maurício Ribeiro, legal counselor of Technip Brasil, reminded that the company has three factories in Brazil to manufacture flexible pipes (two in Rio de Janeiro and one in Espírito Santo) and also a provision agreement signed with Petrobras concerning that sort of equipment until 2017. “Market is still promising. And investments confirmed that there good opportunities for the next couple of years”. The need to increase efficiency in wells will result in the growth of the manifold market. Besides, the adaptive capacity of the equipment against changes on operating conditions is another strong factor that will boost this segment even further. A study published on April about the global market of manifolds forecasts an average increase of 5.6% on

the demand by 2020 and Brazil will have its fair share. Therefore, this sector that is currently evaluated in US$ 2.54 billion will become a US$ 3.7 billion market in five years, according to estimates submitted by market researchers. Entitled Subsea Manifolds Market (By Application – Production and Injection) – Global Industry Analysis, Size, Share, Growth, Trends and Forecast 2014 – 2020, the research was carried out by the institute Transparency Market Research, a consultancy focused on market assessment and trending in several industrial segments. It is important to remember that the global subsea market is segmented according to the application in production. Implementation of manifolds depends on the priority of reservoirs and field conditions. However, the aging of reserves in Europe and low pressures in offshore reservoirs in Latin America will make that region of the planet to be more attractive in terms of investment. In addition to the Latin American market, the research also indicates the west of Africa and the Gulf of Mexico as areas offering opportunities to manifold manufacturers. The main companies providing manifold equipment are Aker Solutions, FMC Technologies, ASA, General Electric, Dril-Quip, OneSubsea and Technip.


TECNOLOGIA

Divulgação

Divulgação

Cascos em

risco

Estudo alerta sobre problemas com cascos de embarcações offshore que estão envelhecendo Por Brunno Braga

C

ascos de embarcações estão enfrentando, atualmente, problemas com envelhecimento e que podem colocar em risco segurança e integridade de navios, além das práticas tradicionais adotadas no setor de offshore.

Solutions, a adoção de técnicas e tecnologias corretas é importante para garantir mais vida às embarcações que já chegam à sua maturidade operacional. Muitas delas, inclusive a frota utilizada pela Petrobras, já ultrapassam a idade de 20 anos.

De fato, estes são os componentes que mais geram preocupação. Por isso, para evitar acidentes e prejuízos para as operadoras, é importante adotar medidas preventivas de inspeção.

“Como muitas dessas embarcações operam em ambientes bastante hostis no Brasil; e com o pre-sal assumindo cada vez mais relevância nas operações offshore, os riscos que navios e plataformas assumem nas suas atividades aumentam ainda mais. Em seus estágios iniciais, os cascos dessas embarcações

Segundo estudo desenvolvido pela consultoria Marine Integrity Management

são robustos e garantem as operações offshore sem problemas. Mas, com o envelhecimento dos navios, os revestimentos começam a ceder. Corrosão e fadiga começam a se manifestar, assim como tubulações, válvulas e bombas instaladas dentro de espaços confinados em tanques. As válvulas não fecham mais e as pressões por mais fiscalização e reparo de revestimento, rachaduras, tubulações e válvulas confinadas em tanques vão aumentar e requerer trabalho redobrado, o que vai representar desafios importantes”, explica Robert Glowe, um dos autores do estudo. MACAÉ OFFSHORE 33


TECNOLOGIA

Métodos inteligentes e seguros Segundo ele, há muitos bons estudos feitos a respeito da integridade de ancoragem, mas ainda há muito a ser feito para que as ferramentas se tornem comercialmente viáveis à ponto de melhorar e assegurar integridade. “As consequências de falhas em cascos podem ser catastróficas. Elas podem causar problemas nos sistemas de navegação, como por exemplo, paralisar as atividades do sistema de resfriamento de água marinha, prejudicando os lucros da operadora. Intervenções preventivas podem reduzir significativamente a necessidade de reparos constantes e, consequentemente, diminuir custos e problemas com prazos”, explica o consultor.

Ele conta que o estudo revela, sem citar nomes, que já há operadoras jdemonstrando preocupação em relação ao problema de envelhecimento de cascos em embarcações. “Muitas operadoras, como a MIMS estão envolvidas com o projeto industrial voltado para Técnicas e Estratégias para Inspeção de Cascos. Este projeto está investigando maneiras mais inteligentes e seguras para inspecionar as partes do casco que ficam abaixo d’água e como acessar outros compartimentos como carga e tanques, a fim de obter dados de inspeção suficientes para acessar o andamento do processo de integridade da estrutura do casco.

Glowe afirma, ainda, que a inspeção em ROVs (RemotelyOperatedVehicle) de porções do casco submersas e de tanques é uma prática considerada essencial para a integridade dos cascos e, recentemente, tem sido visto um movimento crescente de drydocking em Instalações Flutuantes Offshore. “Se isso vai continuar ou se as operadoras irão ficar mais espertas enquanto elas ficam operando no gerenciamento da integridade de seus cascos flutuantes e os sistemas marítimos que os mantêm operando ainda não se sabe. Estou confiante de que com o foco correto, soluções poderão ser desenvolvidas para a indústria”, conclui.  Divulgação

Envelhecimento dos cascos colocam em xeque a segurança dos navios offshore Ageing of hulls may threaten the safety of the offshore ships

34 MACAÉ OFFSHORE


TEChNOLOGY

Hulls at

risk

A study warns of problems with aging offshore vessels hulls By Brunno Braga

V

essels hulls are currently facing aging issues that might compromise the safety and integrity of the ships, in addition to the traditional practices adopted in the offshore sector. In fact, these are the components responsible for most of the concerns. Therefore, in order to avoid accidents and losses to the operators, it is important to adopt preventive inspection measures. According to a study developed by the consulting company Marine

Integrity Management Solutions, the adoption of the correct technologies and techniques is important to ensure a longer lifetime to the vessels reaching their operational maturity. Most of them, including the fleet used by Petrobras, already exceeded 20 years. “As most of those vessels operate in very hostile environments in Brazilian waters and following the increase in the pre-salt’s relevance in the offshore operations, the risks ships and platforms may encounter during their activities also increase. In their initial stages, the hulls of the vessels are robust

and ensure a problem-free offshore operation. However, as the ships age, casings and linings start to deteriorate as corrosion and fatigue grows. The same occurs to pipelines, valves and pumps installed in confined spaces and tanks. Valves do not close anymore and pressures buildup faster no matter how efficient supervision and repair of casing, cracks, pipelines and valves confined in tanks are, not to mention that they will require double efforts and rework, which will eventually turn into serious challenges”, explains Robert Glowe, one of the authors of the study.

Smart and Safe Methods Still according to Glowe, there are several good studies on mooring integrity, but there is still much to be done to make tools commercially feasible to the point of improving and ensuring integrity. “The consequences of failures on hulls may be catastrophic. They can cause problems on navigation systems, for example, shutdown activities of the seawater cooling system and reduce the profits of the operator. Preventive interventions may significantly reduce the need for constant repairs and consequently, reduce costs and problems with terms”, explain the consultant.

He also tells that the study revealed, without giving away any names, that some operators are already showing concerns with the hull aging problem in vessels. “Many operators, such as MIMS, are involved with industrial projects focused on Techniques and Strategies to Inspect Hulls. This project is now researching clever and safer ways to inspect hull parts that remain underwater and how to access other compartments such as cargo and tanks in order to obtain sufficient inspection data to check on the hull structure integrity.

Glowe also states that the inspection by ROV’s (Remotely Operated Vehicle) of parts of submerged hulls and tanks is a practice considered as essential for their integrity, and recently, it has been noticed a growing trend of dry-docking in Floating Offshore Installations. “It is still unknown if this trend will continue or if operators will become smarter while they focus on managing the integrity of floating hulls and maritime systems that keep them operational. I am confident that with the right focus, solutions will be developed for the industry”, he concluded. 

MACAÉ OFFSHORE 35


CAPACITAÇÃO

Maersk Training aposta

treinamento

no offshore para crescer no Brasil Grupo dinamarquês assina contrato com a Transocean para treinar equipes que operam em plataformas Por Brunno Braga

A

Divulgação / Maersk

Maersk Training, do grupo Maersk, anunciou um acordo com a Transocean, empresa do ramo de perfuração, que passa a valer a partir de Janeiro de 2015. Pelo acordo a Maersk Training adquire, globalmente, os centros de treinamentos e a administração de todos os treinamentos da tripulação offshore da Transocean. “O centro de treinamento da Transocean em Macaé será integrado ao nosso centro no Rio de Janeiro”, conta o diretor-principal da empresa, Hans Dürke Bloch-Kjær Segundo ele, o acordo com a Transocean estabelece treinamentos de segurança operacional, sobrevivência, movimentação de carga e de controle de pressão de poço. “A Maersk Training tem investido pesadamente na construção de avançados simuladores para fornecer treinamentos cada vez mais próximos da realidade e entregar mais do que livros e teorias”, afirma o executivo. O executivo lembra que, atualmente, a tripulação offshore tem que operar com equipamentos e ambientes extremamente complexos e isso faz com que o haja a necessidade de ter simuladores

36 MACAÉ OFFSHORE

Sala de treinamento - Maersk investe em treinamento para aumentar a eficiência em suas operações no Brasil Training Room – Maersk invests on training to increase the efficiency of its operations in Brazil

cada vez mais próximos a essa realidade e, assim,garantir que os profissionais obtenham as competências certas. “Nosso objetivo principal é proporcionar aos nossos clientes a segurança operacional através da formação, qualificação e maior eficiência, mostrando às equipes como elas podem trabalhar mais rápido em um ambiente mais seguro”. Hans Dürke Bloch-Kjær afirma, ainda, que em 2014 a Maersk Training treinou

mais de 25 mil pessoasem todo mundo, sendo que deste total cinco mil foram treinadas no Brasil. Para 2015 esperamos treinar entre seis mil e sete mil pessoas: “Quando viemos ao Brasil em 2013 nosso plano era investir mais de 10 milhões, o que foi feito até o ano passado. Além disso, novos investimentos desta ordem podem acontecer nos próximos 24 meses, seja em nosso atual centroou emnovos centros em outras cidades”, conclui.


CAPACITATION

Maersk Training bets on

training

offshore to grow in Brazil

Danish group signs contract with Transocean to train teams operating in platforms

By Brunno Braga

M

aersk Training of the Maersk Group announced an agreement with Transocean – company involved in the drilling business – to be effective from January 2015. According to the agreement, Maersk Training has acquired, on a global scale, the training centers and administration of all training courses of Transocean’s offshore crew. “Transocean training center in Macaé will be integrated to our center in Rio de Janeiro”, says the main director of the company, Hans Dürke Bloch-Kjær. According to him, the agreement with Transocean establishes training

courses such as operational safety, survival, cargo handling and well pressure control. “A Maersk Training is heavily investing in the construction of advanced simulators in order to provide courses as closer as possible to reality and deliver more than just books and theories”, says the executive. The executive also reminds that, currently, the offshore crew has to operate with extremely complex equipment and environment demanding the need for simulators each time closer to their reality, thus ensuring that the professionals will acquire the right skills. “Our main goal is to provide our clients with operational safety through improved

qualification and efficiency, showing the teams how they can work faster in a safer environment”. Hans Dürke Bloch-Kjær also affirms that in 2014, Maersk Training trained more than 25 thousand people worldwide, from which 5 thousand were trained in Brazil. For 2015, he expects to train six to seven thousand people: “When we came to Brazil in 2013 our plan was to invest more than 10 million, which was finally accomplished last year. Additionally, new investments may happen in the next 24 months, either in our current center or in new centers located in other cities”, he concluded. MACAÉ OFFSHORE 37


tecnologia

A hora e a vez do

Big Data

Empresas offshore estão cada vez mais utilizando a tecnologia para reduzir os riscos de acidentes e aumentar a perfomance Por Brunno Braga

N

os últimos anos, a Importância da tecnologia Big Data (em português tecnologia analística avan-

çada) vem ganhando destaque, mostrando que a sua utilização oferece grandes vantagens competitivas para todos os segmentos da indústria. E em tempos de baixa de preços, o uso desta tecnologia pode ajudar o setor de

38 MACAÉ OFFSHORE

petróleo e gás a ter mais eficiência nas sus atividades de exploração e produção offshore para os próximos anos. É o que conclui a pesquisa feita pela consultoria Upstream Intelligence, que falou com 54 executivos que atuam no segmento de óleo e gás. Para eles, o uso de dados analíticos vem se tornando ferramenta primordial para que haja redução de possíveis problemas

decorrentes que precisam ser evitados e fazer corretamente a análise desses dados ajudam na tomada de decisões que podem trazer benefícios não somente para a indústria como também para o meio ambiente, pois com o acumulo de informações precisas, previne-se os riscos de acidentes. De fato, as principais companhias de petróleo já dispõem do uso de


TECNOLOGIA

dados analíticos em suas operações e elas têm feito grandes avanços para a melhoria das performances na engenharia e perfuração de poços, segundo levantamento feito pela consultoria. Afinal, é através do Big Data que uma infinidade de informações sobre poços se torna disponível, dando ao operador mais segurança para a execução de atividades com mais segurança. O Big Data fornece informações mais profundas de conhecimento dos dados, fazendo diagnósticos dentro de uma série de fontes estruturadas e não- estruturadas – incluindo dados de registros eletrônicos, desde a integração e a preparação dos dados até arquitetar ambientes de bancos de dados especializados em computação, data mining e algoritmos inteligentes. “Com os resultados em mãos, geólogos podem usar simuladores para avaliar o tamanho e comportamento das reservas. Engenheiros de perfuração podem automatizar o processo de perfuração e prever o ratio de penetração do poço e possíveis falhas nos equipamentos”, diz o documento publicado. O uso de dados analíticos sempre teve pouca penetração no segmento de óleo e gás. Mas com a diminuição dos orçamentos, é mais do que importante assegurar o uso dessa tecnologia para dar mais valor aos negócios. Além de auxiliar as prospecções, os dados coletados podem analisar o fluxo de óleo, localizar gargalos e oferecer sugestões para o aumentar a eficiência de um poço maduro. Dentro das operações e atividades de manutenção, os dados analíticos podem prever quando uma possível falha no equipamento pode ocorrer, permitindo que engenheiros agendem a manutenção previamente e, assim, reduzir os tempos de parada de uma plataforma.

Prestadora de serviços Não só as operadoras que observam vantagens no uso de dados analíticos informatizados. As quatro grandes companhias de serviços para o segmento de óleo e gás – Schlumberger, Baker Hughes, Weatherford e Halliburton – também apostam na tecnologia e já desenvolveram os seus próprios software com capacidade de decisão de produção que vai desde pesquisa a análise. “Sem dúvida, o mercado de óleo e gás ainda está muito atrás em termos de uso de tecnologia Big Data. Essa tecnologia é muito aplicada nos segmentos de varejo, publicidade, finanças, telecomunicações e indústria farmacêutica”, afirmou um dos executivos consultados. Para garantir sucesso em qualquer projeto digital, é vital que se obtenha um sistema operacional apropriado para o usuário. Para isso, é preciso que haja uma comunicação efetiva desde o começo do projeto para assegurar a aceitação deste novo sistema e fazer com que ele seja efetuado de maneira mais fácil. É importante comunicar os avanços e o sucesso do uso de dados analíticos para convencer a equipe de que essa tecnologia agregar valor à organização. A pesquisa atenta, no entanto, que a tecnologia

Big Data ainda representa um custo alto para as empresas que precisam também encontrar mão-de-obra qualificada para operar esses sistemas complexos. No entanto, a médio prazo, verifica-se o retorno desses investimentos. “Eu acredito que o maior obstáculo para os engenheiros de O&G será sair da sua zona de conforto, adotando o Big Data com cada vez mais frequência”, afirma Keith Holday, consultor sênior da SAS Consultoria Industrial. A tecnologias analíticas representa um mercado de altas cifras. Segundo informação da revista Forbes, este segmento alcançou valor total de US$ 1,5 bilhão em 2014 e ainda tem espaço para crescer. “O Big Data não é uma tecnologia nova. Contudo, somente de uns anos para cá que ela vem atraindo interesse por parte das empresas e agora o segmento de óleo e gás parece estar acordando para os benefícios que essa tecnologia oferece,” afirma Robson Simões, diretor de análises da consultoria MDA. Esse avanço vem despertando interesse de profissionais de TI (Tecnologia da Informação) que buscam se especializar na área. 

MACAÉ OFFSHORE 39


technology

The time of the

Big Data is now

Offshore companies are becoming increasingly fond of technology to reduce accident risks and increase performance By Brunno Braga

I

n the past few years, the Importance of the Big Data technology is growing considerably, showing that its use offers major competitive advantages for all industry segments. And in an era of low prices, the use of this technology can help the oil and gas sector to become more efficient in its offshore exploration and production activities for the next years. This is the conclusion of a study made by the analysts of Upstream Intelligence, who spoke to 54 executives working in the oil and gas segment. For them, the use of analytical data has become a primordial tool to reduce the amount of possible issues to be avoided and the correctly analysis of such data can aid in decision making processes capable of bringing benefits not only to the industry but also to the environment, as the quantity of accurate information can prevent risks from accidents. In fact, the main petroleum companies are already using analytical data in their operations and taking huge steps in the improvement of the performance in areas such as well engineering and, according to a survey made by Upstream Intelligence. After all, it is through Big Data that an infinity of information on well becomes available, granting the operator more safety for the execution of safer activities. Big Data provides in-depth information on the knowledge of data, performing diagnoses in a series of structured and non-structured sources, including data inside electronic records, from data integration and preparation up to the architecture of databank environments specialized in computation, data mining and intelligent algorithms. “In possession of such results, geologists can use simulators to assess the size 40 MACAÉ OFFSHORE

and behavior of reserves. Drilling engineers can automate the drilling process and predict the well penetration ratio, as well as possible equipment malfunctions”, says the published document. The use of analytical data always had small penetration in the oil and gas segment, but due to shrinking of budgets, it has become imperative to ensure the use of this technology in order to add more value to the business.

In addition to aid prospections, gathered data can analyze oil flow, locate bottlenecks and offer suggestions to increase the efficiency of a matured well. Within maintenance activities and operations, analytical data is able to predict when a possible equipment failure will occur, allowing engineers to schedule maintenance beforehand and thus, reduce shutdowns on platforms.

Service providers Not only operators are seeing advantages in the use of computerized analytical data, the four major service companies for the oil and gas segment – Schlumberger, Baker Hughes, Weatherford and Halliburton – are also betting their chips of this technology and already developed their own software able to make decisions on the production, from research to analysis. “Without a doubt, the oil and gas market is a caveman in the use of the Big Data Technology, which is widely applied in areas such as retail, publicity, finances, telecommunications and pharmaceutics”, said one of the executives interviewed. In order to ensure success in any digital project, it is critical to obtain a useroriented operational system. To do so, it is necessary to establish an effective communication since the very birth of the project in order to ensure the acceptance of this new system and make it more easily implemented. It is also important to disclose breakthroughs and successes in the use of analytical data to convince the staff that this technology adds value to the organization. However, the study remarks that this technology (Big Data)

still represents a high cost investment for companies that also lack qualified workforce to operate such complex systems. Nevertheless, at the mid-term, the return of such investment pays off. “I believe that the main obstacle to the O&G engineers will be to leave their comfort zone, by adopting the Big Data more and more frequently”, says Keith Holday, senior consultant of SAS Consultoria Industrial. Analytical technology represents a market of high sums. According to information from Forbes, this segment reached a total value of US$ 1.5 billion in 2014 and there is still room to grow. “Big Data is not new. However, it has been a couple of years since it attracted the interest of companies and now the oil and gas segment seems to be noticing the benefits it has to offer”, says Robson Simões, analysis director of the consulting company MDA. This breakthrough is also attracting the interest of IT (Information Technology) professionals seeking to specialize themselves in such area. 


rede petro-BC

Rede Petro-BC inicia 2015 com boas expectativas Por Ive Talyuli

Ainda colhendo os frutos positivos de 2014, a Rede Petro – Bacia de Campos inicia o ano de 2015 com o pé direito. Tendo atingido o seu objetivo no ano passado, que era o de conquistar novos associados e criar ainda mais oportunidades para o fomento de negócios, a organização pretende se manter na mesma linha e atuar mais fortemente junto às empresas do setor petrolífero. Atualmente, a Rede Petro-BC conta com a adesão de 71 empresas, sediadas em Campos dos Goytacazes, Rio das Ostras, São Pedro D’Aldeia e a maioria em Macaé. “Em 2014 tivemos a inclusão de 20 novas empresas ao nosso quadro de associados, o que é muito significativo para nós. Acreditamos que este aumento na procura pela Rede Petro-BC se deva, além das nossas ações, ao fato do mercado estar enfraquecido e sofrendo com a inadimplência. Quando isso ocorre, a procura por uma instituição que propicie a geração de negócios acaba sendo natural”, pontuou Vitor Silva, um dos coordenadores da instituição. E como resultado do trabalho realizado em 2014, a Rede Petro-BC inicia 2015 com nove empresas em processo de adesão, número bastante significativo. “Ficamos muito satisfeitos com toda essa procura pela nossa instituição, que já possui 11 anos de atuação em Macaé. No ano passado tivemos um desempenho importante no que diz respeito a inadimplência que atingiu o mercado, entrando em contato com as prefeituras de Macaé e Rio das Ostras, nos reunindo com o gerente geral da Petrobras na Bacia de Campos,

Joelson Falcão, entre outras medidas. Essas ações demonstraram o comprometimento da Rede Petro-BC com as empresas que atuam no mercado de Petróleo, Gás e Energia”, destacou Evandro Cunha, também coordenador da organização. Em 2015, a instituição dará continuidade ao trabalho de ampliação da divulgação, que também inclui visitas às principais empresas para apresentar os objetivos e missão da Rede Petro-BC. Neste sentido, a expectativa torna-se positiva no que diz respeito a Brasil Offshore, terceiro maior evento do setor de Petróleo, Gás e Energia, que acontecerá em Macaé no mês de junho. “Assim como a Rio Oil & Gas, a Brasil Offshore é sempre uma ótima oportunidade para estarmos em contato com as grandes empresas do setor e apresentar a elas a nossa instituição, fazendo contato para que estas organizações inclusive

apresentem suas demandas aos nossos associados. Sempre voltamos com resultados positivos destes eventos”, afirmou Mário Jorge, que também atua como coordenador da Rede Petro-BC. Para definir as metas e de que forma serão geradas as oportunidades de negócios entre seus associados, a instituição se reúne mensalmente através de um comitê gestor, formado por empresas sócias e organizações instituidoras, como a Petrobras, o Sebrae, a Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM), o Sistema FIRJAN, a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) e a Prefeitura de Macaé. A Rede Petro-BC também realiza reuniões gerais, com a participação de um representante de grandes empresas, a cada dois meses. Nestas ocasiões, os associados têm a oportunidade de fazer contato entre si, o que torna o evento concorrido.

A Rede Petro-BC é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover, articular e fomentar a geração de negócios entre os atores da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da Bacia de Campos. Seu desafio principal é atender às demandas da principal área de exploração e produção brasileira, investindo constantemente em estudos para a viabilização de projetos em que a promoção de negócios se dê através da competitividade, gerando oportunidades de negócios às empresas e instituições envolvidas. Maiores informações através do telefone (22) 2796-6122.

MACAÉ OFFSHORE 41


rede petro-BC

Rede Petro-BC begins 2015 with good expectations By Ive Talyuli

Still reaping the positive fruits of 2014 Rede Petro - Cambos Basin beins the year 2015 with the right foot. Having reached last year’s goal of securing new members and creating even more opportunities for business development, the organization intents to stay on the same line and play a stronger role within the oil sector companies. At present Rede Petro-BC has 71 member companies, with head offices in Campos dos Goytacazes, Rio das Ostras, São Pedro D’Aldeia and mostly in Macaé. ‘In 2014 we had 20 new companies joining our membership, which is very significant to us. We believe that this increase in demand for Rede Petro-BC, besides our actions, is due to the fact that the market is weak and suffering with default. When this happens the demand for an institution that provides business generation becomes natural’, Vitor Silva, one of the institution’s coordinators pointed out . And as result of the work performed in 2014 Rede Petro-BC begins 2015 with nine companies in the process of joining, quite a significant number. ‘We are very happy with all this demand for our institution, already operating in Macaé for 11 years. We had a key performance last year regarding the default that affected the market. We contacted the Macaé and Rio das Ostras city administrations and met with the Petrobras general manager for the Campos Basin, Joelson Falcão, among other steps. These actions demonstrate the commitment of Rede

Petro-BC with the companies operating in the Petroleum, Gas and Energy market’, stressed Evandro Cunha, also one of the organization’s coordinators. In 2015 the institution will continue the publicity expansion work, which also includes visits to the major companies to present the Rede Petro-BC goals and mission. In this sense the prospect becomes positive regarding Brasil Offshore, the third largest event of the Petroleum, Gas and Energy sector, which will take place in Macaé in the month of June. ‘’Like Rio Oil & Gas, Brasil Offshore is always a good opportunity to call on the major companies of the sector and to present our institution to them, being in contact so that these organizations can also present their demands to our members. We always return with positive results

from these events’, stated Mário Jorge, who also works as a Rede Petro-BC coordinator. In order to establish goals and how the business opportunities will be created among its members, the institution meets on a monthly basis by means of a management committee comprised of member companies and founding organizations, such as Petrobras, Sebrae, Macaé Commercial and Industrial Association (ACIM), the FIRJAN System, the National Organization of Petroleum Industries (ONIP) and the City of Macaé. Rede PetroBC also conducts general meetings every two months, attended by a representative of major companies. On those occasions the members have the opportunity to contact one another, which makes it a well-attended event.

Rede Petro-BC is a non-profit organization whose purpose is to promote, articulate and foment business generation among the Campos Basin oil, gas and energy productive chain players. Its main challenge is to meet the demands of the primary Brazilian exploration and production area by constantly investing in feasibility studies for projects in which business promotion is achieved through competitiveness, thus generating business opportunities to the companies and institutions involved. For more information call (22) 2796-6122.

42 MACAÉ OFFSHORE


Plataforma santos

MACAÉ OFFSHORE 43


44 MACAÉ OFFSHORE


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.