Maré de apreensão

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ÍNDICE / CONTENTS Divulgação

Matéria de capa | Report of Cover

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A ver navios

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Left high and dry

Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Óleo&Gás | Oil&Gas De olho no Subsea Eyes on Subsea

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Entrevista | Interview

10 Décio Oddone.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Décio Oddone.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Naval | Naval Na ponta dos cascos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 In “hull” strength. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Mercado | Market Menos dinheiro, mais desafios.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Less cash, more challenges. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Colunas | Columns

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

Destaque Jurídico Judicial Highight Maria d´Assunção Costa

Desenvolvimento Local Local Development Alberto Machado

Inteligência Competitiva Competitive Intelligence Glauco Nader

Rede Petro-BC Rede Petro-BC Ive Talyuli

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O que você faria? What would you do?

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Concessão x partilha: opção política Concession x share: political option

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A esperança é a última que morre Hope dies last

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Luz no final do tunel Light at the end of the tunnel Rede Petro-BC tem participação importante e inédita na Brasil Offshore Rede Petro-BC has important and ground-breaking participation in Brazil Offshore

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Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

Futuro incerto A primeira década do século XXI vai ficar marcada na história como o período de ouro da indústria naval no Brasil. De fato, após décadas abandonada, o segmento viveu um boom com a abertura de estaleiros e fortes investimentos, que geraram emprego e renda, sobretudo para o estado do Rio de Janeiro. Esse cenário de grandes oportunidades do setor foi resultado do otimismo causado pelas atividades offshore de óleo e gás. Com preço do barril acima dos US$ 100 e aumento da produção, a indústria naval ganhou certo protagonismo no cenário econômico nacional, apesar dos já conhecidos gargalos brasileiros (falta de mão obra qualificada, atrasos e falta de infraestrutura). Hoje, o quadro é outro e o fantasma da crise vivida nas últimas décadas do século passado ronda a indústria. Demissões e fechamento de estaleiros

já se tornaram rotina e ao que tudo indica mais notícias ruins poderão contribuir ainda mais para o clima de pessimismo que tomou conta do setor naval, conforme conta o repórter Rodrigo Leitão na matéria de capa desta edição. O desfecho desta crise é uma incógnita. Isso porque mesmo os mais pessimistas não conseguiram vislumbrar um ambiente tão turbulento para o setor como este que vivemos. No entanto, é preciso acreditar. A construção naval representa o maior volume de faturamento entre os principais estaleiros internacionais e o grande propulsor de investimentos do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil. Esperamos que o final da indústria naval, não seja um capítulo negro na História da economia brasileira. É durante as tempestades que o verdadeiro marinheiro aprende a velejar.

This scenario of big opportunities for the sector was the result of the optimism from offshore activities of oil and gas. With the barrel price above US$ 100 and the increase of production, the naval industry got the spotlight on the national economic stage, even with the widely known Brazilian gaps (lack of qualified manpower, delays and poor infrastructure). Now the scenario has changed and the ghost of the crisis from the last decades of the past century has awakened to haunt the industry. Dismissals 4 MACAÉ OFFSHORE

A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Oito de Março, 402 - Costa do Sol Macaé/RJ - CEP 27.923-340 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga (MTb. 050598/00) Rodrigo Leitão Flávia Domingues (MTb. 27478/RJ) redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br

Unknown future The first decade of the 21th century will be marked in history as the golden age of the Brazilian naval industry. In fact, after decades gathering dust, the segment lived a boom with the opening of shipyards and solid investments that generated employment and income, especially for the State of Rio de Janeiro.

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Agência Petrobras/Divulgação

and closure of shipyards has become a routine and it seems the winds are bringing more bad news to worsen the mood of pessimism that affected the naval sector, which will be further described by our reporter Rodrigo Leitão in the cover story of this issue. The outcome of this crisis is a riddle. Even pessimists were not expecting a turbulent environment to the sector such as the one we are seeing now. However, to believe is a must. Naval construction represents the largest volume of income among the main international shipyards and the major boost of investments to the Brazilian Gross Domestic Product (GDP). We all hope the final chapter of the naval industry will not be a dark one in the History of the Brazilian economy. It is during storms that the true seaman learns to sail.

Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Prowords Professional Translations Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 83ª Edição - Agosto/Setembro 83rd Edition - August/September Tiragem: / Copies: 10.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


MARÉ ALTA

Navio-plataforma Agência Petrobras

O navio-plataforma Cidade de Maricá, que será destinado ao campo de Lula no pré-sal da Bacia de Santos, chegou ao Brasil e está atracado no Estaleiro Brasa, em Niterói (RJ). A partir de agora, a embarcação deve passar pelas fases de içamento e integração de módulos. O início de sua operação está previsto para o primeiro semestre de 2016. O navio-plataforma tem capacidade para processar até 150 mil barris de petróleo por dia e comprimir até 6 milhões de metros cúbicos de gás, segundo a companhia. Ele possui ainda capacidade de armazenamento de 1,6 milhão de barris de óleo. A embarcação é do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás) e será

O FPSO Cidade de Maricá, que será destinado ao pré-sal da Bacia de Santos, chegou ao Brasil e está atracado no Estaleiro Brasa, em Niterói (RJ) FPSO Cidade de Maricá, which will be intended to the pre-salt at the Santos Basin, arrived at Brazil and is now moored in the Brasa Shipyard, Niterói (RJ)

ancorada em profundidade de água de 2.120 metros. O consórcio que detém a concessão do campo de Lula, no bloco BM-S-11, é operado pela Petrobras

13ª Rodada 17 empresas mostraram interesse na 13ª Rodada, durante audiência pública da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para apresentar os detalhes da próxima rodada prevista para outubro. Durante a apresentação, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard disse que o governo espera arrecadar pelo

(65%), em parceria com a BG E&P Brasil (25%) e a Petrogal Brasil (10%). O FPSO Cidade de Maricá foi afretado pela Tupi BV.

Exploração menos R$ 979 milhões com a rodada. Segundo a diretora, esse volume se refere ao valor mínimo do bônus de assinatura de todos os 266 blocos exploratórios que serão leiloados no modelo de concessão. A previsão é que as empresas invistam cerca de R$ 2,8 bilhões em até cinco anos para cumprir o programa exploratório mínimo exigido pela agência reguladora.

Tecnologia e Inovação A Statoil Brasil tem buscado fortalecer cada vez mais a realização de pesquisas focadas no desenvolvimento do mercado nacional de óleo e gás. Prova disso é o Research Center Rio (RCR), área de pesquisas criada em 2011 e que funciona dentro da sede da empresa no Brasil, localizada no Rio de Janeiro. O RCR está desenvolvendo e acompanhando 19 projetos de inovação em tecnologia, quatro áreas tecnológicas estratégicas: Engenharia submarina; Gerenciamento de CO2; Recuperação avançada de reservatórios; e Exploração. Além dessas quatro áreas prioritárias, o setor busca investir em projetos que promovam o desenvolvimento de competências e de conteúdo locais, e estão dentro da estratégia global de PDI da empresa. Todos os projetos são feitos em parceria com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), Centros de Pesquisa de fornecedores e as instituições de ensino superior colaboradoras da companhia.

A Petrobras irá perfurar 60 novos poços de petróleo em terra no Ceará. A campanha será realizada na concessão que a empresa já possui na Fazenda Belém, campo considerado maduro e que, por consequência, já vem registrando quedas sucessivas no volume de óleo produzido. As novas perfurações, que deverão ser concluídas até 2016, têm por objetivo tentar recuperar a produção na localidade. A estatal requereu à Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), nesta semana, a renovação da Licença de Instalação (LI) para a perfuração de 144 novos poços. O campo da Fazenda Belém fica na parte cearense da Bacia Potiguar, espalhando-se pelos municípios de Aracati, Icapuí e Jaguaruana. A área de concessão é de 307,5 quilômetros quadrados. Descoberto em março de 1980, o campo vem experimentando quedas anuais em sua produção na última década. MACAÉ OFFSHORE 5


MARÉ ALTA

Nanotecnologia

Renovou O Grupo DOF, representado localmente pela Norskan Offshore e DOF Subsea Brasil, ambas subsidiárias da norueguesa DOF ASA, recentemente renovou dois contratos para operar suas embarcações em águas brasileiras. O CSV Geoholm teve seu contrato estendido por 18 meses com a Petrobras, indo até dezembro de 2016. A embarcação foi construída em 2006 e está operando no Brasil desde 2013, para o mesmo cliente. Skandi Peregrino, AHTS propriedade do Grupo DOF, também teve seu contrato renovado com o cliente Statoil, com validade de dois anos e mais dois opcionais. O Skandi Peregrino está ope-

rando para a companhia norueguesa no Brasil desde 2010. Estabelecido no Brasil há mais de dez anos, o Grupo DOF Brasil é referência no mercado offshore e subsea,com frota estado-de-arte de 24 embarcações, mais 5 em construção, aproximadamente 1.500 colaboradores e bases no Rio e em Macaé. O grupo é composto pelas empresas brasileiras Norskan Offshore, responsável pelo gerenciamento e operação de embarcações, e DOF Subsea Brasil, à frente das atividades submarinas e de engenharia. Seu programa de novas construções conta atualmente com 4 PLSVs - lançadores de dutos – e mais um AHTS, este a ser entregue em 2016. Divulgação

Construído pelo estaleiro STX Vietnam Offshore, o navio Skandi Peregrino foi arrendada à Norskan Offshore pela Statoil Brasil Built in the shipyard STX Vietnam Offshore, the vessel Skandi Peregrino was leased to Norskan Offshore by Statoil Brasil

A nanotecnologia na indústria de combustíveis fósseis não é completamente nova - há mais de quarenta anos ela é utilizada de forma eficiente nos fluídos de perfuração nos poços de petróleo, por exemplo. No entanto, apenas recentemente tem se constatado avanços no uso da nanotecnologia em outras áreas chaves da indústria, como na exploração, monitoramento, refinação e distribuição. A utilização da nanotecnologia é tida como a solução iminente para resolver problemas críticos enfrentados pela indústria, como com relação a extração em localizações remotas (águas muito profundas), condições adversas (altas temperaturas e pressões) e também em reservatórios pouco convencionais, de areia betuminosa, óleos pesados ou gás apertado. De acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a demanda mundial por energia deve subir cerca de 60% nos próximos 25 anos. O índice de crescimento representa um grande desafio para a indústria de combustíveis fósseis. Para atender a esta demanda, a aposta das grandes companhias é o desenvolvimento e evolução da ciência e da engenharia.

Sinal amarelo A notícia de que houve um fraco interesse pelo primeiro leilão mexicano de concessões para exploração petrolífera em áreas marinhas na costa mexicana, realizado no dia 15 de julho, foi recebido com grande preocupação pelos agentes da cadeia do setor de óleo e gás no Brasil. O medo é de que esse movimento se repita na 13ª Rodada de Licitação e complique, 6 MACAÉ OFFSHORE

ainda mais, a situação das empresas da cadeia produtiva nacional, que amarga prejuízos com a atual crise no setor. “Saber, de antemão, como será a procura das operadoras é sempre uma incógnita. Mas, é triste ver que tivemos um intervalo de dois anos para a realização de um novo leilão e perdemos a janela de oportunidade”, disse um empresário do setor, que

preferiu não se identificar. A 13ª Rodada de Licitação está prevista para ocorrer entre os dias 04 e 07 de agosto deste ano e serão ofertados 266 blocos exploratórios, distribuídos em 10 bacias sedimentares: Amazonas, Parnaíba, Potiguar, Recôncavo, SergipeAlagoas, Jacuípe, Camamu-Almada, Espírito Santo, Campos e Pelotas.


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Lançamento A Weatherford International apresentou ao mercado o sistema rotativo navegável (RSS) Revolution durante a Conferência sobre Tecnologias para Recursos não Convencionais (URTeC). Segundo a companhia, esta nova geração de RSS fornece recursos para diversas aplicações de perfuração direcional em poços complexos. Com sensores avançados e

telemetria, Revolution dá aos operadores um método confiável para perfurar tanto vertical quanto horizontalmente em uma única corrida. “À medida que a proporção entre poços direcionais e de poços verticais aumenta, cresce a necessidade de acesso às reservas de difícil alcance e

ao mesmo melhorar a taxa de penetração e a qualidade do poço. O sistema RSS Revolution permite perfuração direcional em seções curvas e laterais em uma única corrida, bem como em ambientes de alta pressão/temperatura e altas severidades (high-dogleg)”, disse Etienne Roux, vice-presidente de Serviços de Perfuração da Weatherford.

Crise no setor de petróleo faz Rio ter o maior número de demissões do país, analisa economista da UFRJ Queda nos preços do petróleo, crise política e financeira da Petrobras e o término dos contratos de vagas temporárias do comércio foram os itens que mais pesaram para que o estado do Rio de Janeiro liderasse o número de demissões no país entre janeiro e junho deste ano. Essa é a análise do coordenador do Observatório de Estu-

dos sobre o Rio de Janeiro da UFRJ, Mauro Osório Levantamento divulgado, no dia 17 de julho, pelo Caged (Cadastro Geral de Emprego), do Ministério do Trabalho, revelou que, no primeiro semestre, foram fechadas 80.247 vagas, 7.191 demissões a mais do que registradas em São Paulo,

o segundo estado colocado. “O Rio de Janeiro teve um desempenho particularmente ruim. O peso da Petrobras na economia fluminense e o emprego temporário no comércio, que aumenta em maior dimensão no estado do Rio a cada final de ano e, por conseguinte, impactar mais negativamente o emprego no início do ano devem ter sido as principais causas”, analisou Osório.

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HIGH TIDE

FPSO The FPSO Cidade de Maricá – to be deployed in the Lula Field, pre-salt of the Santos Basin, finally arrived and is moored at the Brasa Shipyard, Niteroi (RJ). The vessel still needs to undergo two steps: lifting and integration of modules. The start of its operation is expected to the first half of 2016. The FPSO has capacity to process up to 150 thousand oil barrels per day and compress up to 6 million cubic meters of

gas, according to the company. It also has the capacity to store 1.6 million barrels. The vessel is an FPSO (Floating Production Storage and Offloading) unit and will be anchored at a water depth of 2,120 meters. The consortium holding the concession of the Lula field in block BM-S-11 is operated by Petrobras (65%) in partnership with BG E&P Brasil (25%) and Petrogal Brasil (10%). FPSO Cidade de Maricá was chartered by Tupi BV.

13th Round 17 companies showed interest in the 13th Round during a public hearing of the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP) held to present details of the next round expected to take place by October. During the presentation, ANP’s managing-director, Magda Chambriard, said that the government expects to collect

at least R$ 979 million with the round. According to her, this volume refers to the minimum value of signature bonus for all 266 exploration blocks that are to be auctioned under the concession regime. The expectation is that companies will invest around R$ 2.8 billion within five years to fulfill the minimum exploration program required by the regulating agency.

Technology and Innovation Statoil Brasil has tried to strengthen the execution of researches with focus on developing the national oil and gas market. A fact that can prove it is the Research Center Rio (RCR), research area created in 2011 working within the company’s headquarters in Brazil, located in Rio de Janeiro. RCR is developing and monitoring 19 technology innovation projects sorted into four strategic areas: Submarine Engineering, CO2 Management, Advanced Reservoir Recovery and Exploration. In addition to those four priority areas, the sector seeks to invest in projects that foster the development of competences and local contents, and are included in the company’s global PDI strategy. All projects were implemented in partnership with ANP, Research Centers owned by suppliers and higher learning institutions.

Exploration Petrobras will drill 60 new onshore oil wells in the State of Ceará. The campaign will be performed at the concession that the company already has at Fazenda Belém, a field considered mature and that is already recording successive drops in the volume of produced oil. New drilling operations, to be concluded by 2016, are intended to recover the production in said location. The company has just requested to the State Superintendence of Environment (Semace) the renewal of the Installation License (LI) to drill 144 new wells. The Fazenda Belém field is located in the Potiguar Basin but within the State of Ceará, reaching the cities of Aracati, Icapuí and Jaguaruana. The concession area is of 307.5 square kilometers. It was discovered on March, 1980 and is experiencing annual drops in production in the last ten years.

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Renewed The DOF Group locally represented by Norskan Offshore and DOF Subsea Brasil, both subsidiaries of the Norwegian DOF ASA, has just renewed two contracts to operate vessels in Brazilian water. The CSV Geoholm had its contract extended for 18 months with Petrobras, with termination by December 2016. The vessel was built in 2006 and started operating here in 2013 for the same client. Skandi Peregrino, AHTS owned by the DOF Group, also had its contract renewed by Statoil for more two years, with possibility to add another two years. Skandi Peregrino has been operating for the Norwegian company in Brazil since 2010. Based in Brazil for more than 10 years, the DOF Group is a reference in the offshore and subsea market, with a state-of-the-art fleet of 24 vessels, plus 5 under construction, approximately 1,500 collaborators and bases in Rio and Macaé. The group is composed by the Brazilian companies Norskan Offshore, in charge of managing and operating vessels and DOF Subsea Brasil, in charge of subsea and engineering activities. Its program of new constructions currently has 4 PLSV’s – Pipe Laying Support Vessels – and a AHTS expected to be delivered in 2016.


HIGH TIDE

Crisis in the oil sector places Rio as the state with the most number of dismissals, according to economist from UFRJ The drop in oil barrels, political and financial crises in Petrobras and the termination of temporary employment contracts were the factors that contributed to turn Rio de Janeiro into the leading state in number of dismissals between January and June this year. This is the analysis made by the coordinator of the Observatory of

Studies on Rio de Janeiro, Mauro Osório. A study disclosed on July 17th by Caged (General Registry of Employments) of the Ministry of Labor revealed that in the first half, 80,247 jobs were terminated, 7,191 more than the ones recorded in the Sao Paulo, state that

Launch Weatherford International presented to the market the Revolution® Rotary-Steerable System (RSS) at the Unconventional Resources Technology Conference (URTeC). According to the company this new generation of RSS provides new features for several applications involving directional drilling in complex wells. With advanced sensors and telemetry, Revolution® enables operators to employ a reliable method to drill both vertically and horizontally in a single run.

Nanotechnology “As the proportion between directional and vertical wells increase, the same happens to the need to access reserves that are hard to reach while improving penetration rate and well quality. The Revolution® RSS system allows directional drilling in curved and side sections in a single run, as well as in environments with high pressure/temperature and high severities (high-dogleg)” said Etienne Roux, Weatherford’s Vice-President of Drilling Services.

Yellow light The news of a slight interest in the Mexican auction of concessions to explore oil in maritime areas of the Mexican coast, held on July 15th, was seen with great concern by agents of the Brazilian oil and gas sector. The fear is that the same event may happen again during the 13th Bidding Round and then aggravates even further the situation of the companies part of the local production chain, which are struggling to overcome the current sectorial crisis. “Knowing, beforehand, how operators will respond is always a riddle. But it is sad to see that we

ranked 2nd place. “Rio de Janeiro had a particularly disastrous performance. The main causes are: Petrobras weight in the economy of the state and the temporary employment boom at the end of every year negatively affecting the employment situation at the beginning of the next year”, analyzed Osório.

had an interval of two years to perform a new auction and now we are about to lose the opportunity window” said a businessman from the sector who preferred to remain anonymous. The 13th Bidding Round is expected to occur between days 04th and 07th of August this year, where 266 exploration blocks will be offered distributed among 10 sedimentary basins: Amazonas, Parnaíba, Potiguar, Recôncavo, SergipeAlagoas, Jacuípe, Camamu-Almada, Espírito Santo, Campos and Pelotas.

Nanotechnology in the fossilized fuel industry is not entirely new – It has been efficiently used for more than 40 years in drilling fluids of petroleum wells. However, only recently breakthroughs in the use of nanotechnology are being observed in different key areas of the industry, such as exploration, monitoring, refining and distribution. The utilization of nanotechnology is considered the imminent solution to solve critical problems faced by the industry, such as the issue concerning the extraction in remote locations (ultradeep waters), adverse conditions (high temperatures and pressures) and also in unconventional reservoirs, with bituminous sand, heavy oils or trapped gas. According to the Organization of the Petroleum Exporting Countries (OPEC), the global demand for energy must increase 60% in the next 25 years. The growth ratio represents a major challenge for the fossilized fuel industry and to meet such demands the main companies of the sector are betting their chips on the development and evolution of areas such as science and engineering.

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ENTREVISTA

Décio Oddone Diretor de Projetos de Óleo e Gás da Prumo

Por Rodrigo Leitão

Reconhecido como um dos maiores especialistas no setor de petróleo e gás, a Prumo Logística anunciou no final de junho deste ano, Décio Oddone como o novo diretor de Projetos da companhia. Oddone terá como desafios a finalização da construção do Terminal de Petróleo (TOIL) do Porto do Açu e o desenvolvimento de termoelétricas e do hub de gás no porto. Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com pós-graduação em Engenharia de Petróleo pela Petrobras, Décio Oddone cursou o Advanced Management Program na Harvard Business School, nos Estados Unidos, bem como o Advanced Management Program no INSEAD, na França. Recebeu o título de doutor honoris

MACAÉ OFFSHORE – O Complexo Industrial do Porto do Açu é um dos maiores investimentos em logística em andamento no Brasil. O porto será o maior polo naval do país. Quais as primeiras medidas do senhor no novo cargo? DÉCIO ODDONE - Desenvolver um projeto como o Porto do Açu é um desafio para qualquer executivo. Planejamos transformar o Porto do Açu no principal polo privado de óleo e gás do País.

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causa em educação pela Universidad de Aquino, na Bolívia. Oddone construiu a sua carreira na Petrobras onde esteve por 30 anos ocupando diversos cargos executivos no Brasil, Bolívia, Argentina, Angola e Líbia. Ocupou o cargo de Presidente da Petrobras Bolívia entre 1999 e 2004, época em que esteve à frente da implantação da infraestrutura necessária para exportação de gás para o Brasil através do Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil). Em entrevista à Revista Macaé Offshore, o novo diretor de Projetos de Óleo e Gás da Prumo Logística falou sobre um dos maiores investimentos em logísticas em andamento no Brasil – Porto do Açu -, e também o que a companhia espera alcançar nos próximos anos com o setor estagnado.

Desde que assumi a diretoria de Projetos de Óleo e Gás busco assegurar que as equipes de engenharia e implantação trabalhem alinhadas para entregar os projetos dentro dos prazos e orçamentos. Também estamos avançando com os estudos para a implantação de um hub de gás no Açu.

M.O. – Na visão do senhor, quais os principais desafios logísticos marítimos que o Brasil enfrenta atualmente? Como solucioná-los?

D.O. - Com o aumento do comércio internacional, o Brasil vai precisar de mais portos com infraestrutura eficiente, que atendam a demanda e as necessidades da economia do país. Além disso, com as novas embarcações que transitam pela ampliação do Canal do Panamá – que possuem maior calado e largura – é fundamental que os portos brasileiros tenham profundidade suficiente para recebê-los. Neste ponto, o Açu se posiciona como um porto de padrão mundial, com profundidade de até 20,5 metros. Isto possibilita que


ENTREVISTA

ele se torne um hub port no Brasil, recebendo navios da Ásia, Europa e Estados Unidos, e distribuindo a carga em navios menores pela costa brasileira. M.O. – A Petrobras anunciou sua intenção no Porto do Açu. Apesar da crise que atinge a estatal, quais os pontos positivos que a companhia poderá contribuir nas operações do Complexo? D.O. - O Porto do Açu se apresenta como a melhor solução para a instalação de empresas do setor de O&G. Possui localização estratégica, próxima à Bacia de Campos, responsável por 80% do petróleo produzido no Brasil. Com isso, será possível atender às necessidades de logística e suprimento das atividades de exploração e produção de óleo e gás nas Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. Essa proximidade gera uma significativa economia de tempo e redução no gasto de combustível. A Petrobras contratou o uso da base de apoio offshore, a maior do mundo, que a Edison Chouest Offshore está construindo no porto. Assim, a Petrobras, responsável por 80% do petróleo extraído no país, poderá utilizar o Porto do Açu como ponto de apoio às suas operações. M.O. – O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Inea) revogou a licença para operações ‘ship to ship’ em Angra dos Reis, reduzindo ainda mais a capacidade brasileira. Quais as perspectivas do senhor para essas operações no Porto? As conversas com o órgão já estão em andamento para essas operações? D.O. - Com certeza, o Porto do Açu é a melhor alternativa para a realização de operações ship to ship no Brasil. Além de ser mais próximo aos principais

campos da Bacia de Campos, a operação é realizada em área abrigada, com mais segurança e rapidez, com eficiência e redução de custos para os clientes, aumentando a competitividade do petróleo brasileiro. Estamos em contato com todas as empresas produtoras de petróleo e, no início de junho já assinamos um contrato com a BG Brasil para transbordo de petróleo no Porto do Açu a partir de agosto de 2016. O contrato prevê que a BG irá utilizar o TOIL (terminal de petróleo) do porto por 20 anos, movimentando um volume médio de até 200 mil barris por dia – o que representa 20% da capacidade do terminal (que já possui licença para este tipo de operação).

natural liquefeito importado (GNL) e escoar a produção doméstica de gás natural das Bacias de Santos, Campos e Espírito Santo. Nosso objetivo é possibilitar a chegada, no Porto do Açu, de gasodutos para o escoamento da produção adicional de gás offshore. Já iniciamos o processo de licenciamento para a instalação de térmicas a gás (GNL), totalizando 3,3 GW, o que criará uma demanda

M.O. – Quantas embarcações o Porto poderá receber simultaneamente em operação? D.O. - O Porto do Açu terá 17 km de píer, com capacidade para receber 47 embarcações. M.O. – Quais as perspectivas do “hub” de gás no Porto do Açu? A Petrobras e outras companhias que exploram na Bacia de Campos e Santos já emitiram interesse nas negociações? D.O. - As perspectivas são muito positivas. Acreditamos que o desenvolvimento de um Hub de gás no Porto do Açu é uma das melhores soluções privadas para receber gás MACAÉ OFFSHORE 11


ENTREVISTA

de cerca de 15 milhões de m³/ dia, tornando o Porto do Açu um importante polo consumidor de gás. Além disso, assinamos recentemente um Memorando de Entendimentos (MOU) com a Bolognesi Energia para avaliar um conjunto de oportunidades de investimentos para desenvolver projetos de gás natural no Porto do Açu. M.O. – Qual o legado que o Complexo do Açu para o município de São João da Barra? D.O. - O desenvolvimento de terminais no Porto do Açu traz uma série de benefícios para a região, como o aumento na arrecadação de impostos. Somente em São João da Barra, a arrecadação de ISS saltou mais de 7.500% desde 2005, quando registrou arrecadação de cerca de R$ 750 mil. Já em 2014, alcançou um valor superior a R$ 67 milhões, com o porto já operacional. Além disso, a Prumo realizou um Programa de Capacitação Profissional para moradores da região. Foram 150 pessoas treinadas e 51 contratadas para trabalharem no TMULT (Terminal Multicargas do empreendimento), que começou a operar no meio deste mês de julho. Também realizamos programa de desenvolvimento para Fornecedores, realizado em parceria com o SEBRAE, que promove palestras, seminários, rodadas de negócios, cursos e consultorias de capacitação para as micros e pequenas empresas da região, preparando-as para atender as demandas das grandes empresas instaladas no Complexo Industrial do Açu. Já foram realizadas mais de 400 reuniões entre os empresários e 12 MACAÉ OFFSHORE

as empresas que estão instaladas no Complexo. M.O. – Os resultados no primeiro trimestre da companhia não foram satisfatórios. Há alguma previsão de chegar a um fluxo de caixa positivo? D.O. - Os resultados são compatíveis com o estágio de maturação da

Nosso objetivo é possibilitar a chegada, no Porto do Açu, de gasodutos para o escoamento da produção adicional de gás offshore companhia. Com o início das operações do Porto do Açu em outubro de 2014, já percebemos melhoras no resultado da companhia. Um deles é que nos últimos três trimestres a empresa registrou EBITDA positivo (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Além disso, com a conclusão das obras de infraestrutura básica dos Terminais 1 e 2 (T1 e T2), previstas para este

ano, existe a previsão de redução no volume de investimentos. Estes dois pontos, somados aos contratos já assinados e em negociação, irão trazer novas receitas para a companhia, contribuindo para alcançarmos os resultados esperados pelos acionistas. M.O. – A crise econômica que o país passa afetou a conclusão das obras. Os pagamentos dos fornecedores já foram solucionados? D.O. - Todos os pagamentos estão ocorrendo de acordo com os contratos. Os grandes riscos do porto estão ficando para trás com o fim dessa primeira etapa de obras. O momento econômico pode ser difícil, mas o Açu é uma realidade e resolve uma série de problemas da infraestrutura brasileira. Somos uma fonte de grandes reduções de custo para várias empresas. O Açu já é um sucesso. M.O. – A companhia americana Edison Chouest ampliou sua área no Terminal T2, no Porto. Qual a importância desse contrato firmado com a multinacional? D.O. - Segundo dados da Agência Internacional de Energia, até 2035 serão investidos U$ 90 bilhões por ano no Brasil, com 71% destes investimentos sendo do setor petróleo. O Rio de Janeiro produz cerca de 70% de todo o petróleo produzido no país. A nosso ver, a maior parte destes investimentos será aplicada no estado do Rio de Janeiro. Esta estimativa e a política federal de aumento do conteúdo local no país são os dois principais vetores de estimulo à atração de investimentos para o setor de O&G no estado. 


INTERVIEW

Décio Oddone Director of Prumo’s Oil and Gas Projects

By Rodrigo Leitão

Known as one of the most reputable experts in the oil and gas sector, Prumo Logística announced in late June this year Décio Oddone as the new director of projects for the company. Oddone will be tasked to finish the works for the Terminal of Oil (TOIL) in the Açu Port and to develop thermal power stations and the gas hub. Graduated in Electric Engineering by the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), with post-graduation in Petroleum Engineering by Petrobras, Décio Oddone coursed Advanced Management Program at Harvard Business School, in the United States, as well as Advanced Management Program at INSEAD, France. He was awarded with the degree of Doctor Honoris Causa in education by Universidad

MACAÉ OFFSHORE – The Industrial Complex of the Açu Port is one of the largest investments in logistics currently being developed in Brazil. The port will become the biggest shipbuilding pole of the country. What are the first measures you plan to adopt in your new office?

de Aquino, in Bolivia. Oddone built his career in Petrobras where he worked for 30 years in several executive positions in Brazil, Bolivia, Argentina, Angola and Libya. He was the President of Petrobras in Bolivia between 1999 and 2004, a time when he was managing the implementation of the infrastructure required to export gas to Brazil by the Gasbol (Gas Pipeline BoliviaBrazil). In an interview to Macaé Offshore, the new director of Oil and Gas Projects for Prumo Logística talked about one of the largest investments in logistics currently ongoing in Brazil – The Açu Port – and also on what the company expects to achieve in the next years with the sector now stagnant.

DÉCIO ODDONE - Developing a project such as the Açu Port is a challenge to any executive. We plan to transform the Açu Port in the main private oil and gas pole of the Country.

in line to deliver projects within the agreed schedules and budgets. We are also making progress in studies to implement a gas hub in Açu.

Since the day I took the directorship of Oil & Gas Projects I have been trying to ensure that the engineering and implementation teams work

M.O. – In your perspective, what are the main maritime logistic challenges Brazil faces? How to solve them? MACAÉ OFFSHORE 13


INTERVIEW

D.O. - With the increase of the international trade, Brazil needs more ports with efficient infrastructure to meet the local economic demands and needs. Moreover, with the new vessels crossing the expansion of the Panama Canal – which are vessels with larger draft and width – it is vital for the Brazilian ports to have enough depth to welcome them. About this particular issue, Açu must position itself as a world class port, with a depth of up to 20.5 meters. This will allow it to become a hub port in Brazil welcoming ships from Asia, Europe and United States, and distributing the cargo in smaller ships across the Brazilian coast.

M.O. – Petrobras disclosed its intentions in the Açu Port. Despite of the crisis haunting the State-owned giant, what are the positive points the company may contribute to the operations of the Complex? D.O. - The Açu Port is being considered the best solution for the installation of companies from the O&G sector. It has a strategic location near the Campos Basin and answers for 80% of the petroleum produced in Brazil. With this, it will be possible to meet the logistic and supply needs of the oil and gas exploration and production activities in the Campos, Santos and Espirito Santo Basins. This proximity generates a significant saving of time and reduction in fuel consumption. Petrobras hired the use of the offshore support base – the world’s largest – under construction by Edison Chouest Offshore. This way, Petrobras, who answers for 80% of the petroleum extracted in the country, will be able to use the Açu Port as a support point for its operations.

M.O. – The State Institute of Environment (Inea) revoked the license for ‘ship-to-ship’ operations in Angra dos Reis, reducing even further the Brazilian capacity. What are your perspectives for such operations in the Port? 14 MACAÉ OFFSHORE

Is there any ongoing negotiation with the agency for said operations?

M.O. – How many vessels can the Port hold simultaneously in operation?

D.O. - Certainly, the Açu Port is the best alternative to perform ship-toship operations in Brazil. It is not only near the main fields of the Campos Basin but also the operation is performed in sheltered areas, with more safety and quickness, including more efficiency and cost reduction to cli-

D.O. - The Açu Port will have a 17-km pier and capacity to hold 47 vessels.

Our purpose is to enable the arrival in the Açu Port of gas pipelines in order to outflow the additional production of offshore gas ents, increasing the competitiveness of the Brazilian oil. We are in touch with all petroleum producers and in early June we signed a contract with BG Brazil to transship petroleum in the Açu Port by August 2016. The contract provides that BG will use the TOIL (Terminal of Oil) of the port for 20 years, moving an average volume of up to 200 thousand barrels per day, representing 20% of the terminal’s capacity (which is already licensed for this type of operation).

M.O. – What are the perspectives of the gas hub in the Açu Port? Did Petrobras and other companies exploring the Campos Basin show any interest in negotiations? D.O. - Perspectives are very positive. We believe that the development of a gas hub in Açu is one of the best private solutions to received imported liquefied natural gas (LNG) and then outflow the domestic production of natural gas from the Santos, Campos and Espirito Santo Basins. Our purpose is to enable the arrival in the Açu Port of gas pipelines in order to outflow the additional production of offshore gas. We have already started the licensing process to install gas-powered thermal plants (LNG), totalizing 3.3 GW, which will generate a demand of around 15 million m³/day, turning the Açu Port into an important gas consuming pole. Additionally, we recently signed a Memorandum of Understandings (MOU) with Bolognesi Energia to assess a set of investment opportunities with aims at developing natural gas projects in the Açu Port.

M.O. – What is the legacy of the Açu Complex to the city of São João da Barra? D.O. - The development of terminals in the Açu Port brings a series of benefits for the region, such as the increase in tax collection. Only in São João da Barra, ISS (tax on services) collection increased more than 7,500% since 2005, when it recorded a collection of approximately R$ 750 thousand. In 2014, it reached an amount higher than R$ 67 million, with the port already in operation. Additionally, Prumo performed a Professional Qualification Program for the local dwellers. 150 people were trained and 51 hired to work in the TMULT (Multi-cargo Terminal of


INTERVIEW

the enterprise), which became operational mid-July. We also performed a development program for Suppliers in partnership with SEBRAE, promoting lectures, business rounds, courses and consultancies for micro and small companies of the region, preparing them to meet demands from the major companies installed in Açu’s Industrial Complex. More than 400 meetings were held between businessmen and the companies installed in the Complex.

M.O. – Results in the first quarter of the company were not satisfactory. Is there any forecast to achieve a positive cash flow? D.O. - Results are in line with the company’s maturation stage. With the beginning of the operations of the Açu Port on October 2014, we realized improvements in the income of the company. One of such

improvements is that in the last three quarters the company recorded a positive EBITDA (earnings before interests, taxes, depreciation and amortization). Also, with the conclusion of the basic infrastructure works for Terminals 1 and 2 (T1 and T2) expected for this year, there is the forecast of reducing the volume of investments. Both points, added to the contracts already signed and being negotiated will bring new revenues for the company, contributing to reach the results expected by our shareholders.

M.O. – The economic crisis affecting the country is now affecting the conclusion of the works. Is the issue concerning payment of suppliers already solved? D.O. - All payments are taking place according to the contracts. The port’s main risks are staying behind as we are near the end of the first stage of works. The economic moment may

not be good but the Açu is a reality and is helping to solve a series of Brazilian infrastructure problems. We are a source a major cost reductions to several companies. Açu is already a success.

M.O. – The North American Edison Chouest expanded its area in Terminal T2. What is the importance of this contract signed with the multinational? D.O. - Edison Chouest is a leader in the offshore support sector. Their vision about the port a year ago explains why they occupy this leading position. The expansion that turned the company base (at the Açu Port) in the world’s largest offshore support base with 1,030 meters of dock is the perfect example to the foregoing, allowing the company to benefit from the exploration of pre-salt and from the vitality of the Brazilian offshore market. 

MACAÉ OFFSHORE 15


Por dentro do mercado

O que você faria? Por Celso Vianna Cardoso*

N

a última matéria “Dever de casa”, tratamos dos desafios da Petrobras para melhorar sua imagem frente

ao mercado. Na ocasião as ações mais negociadas, PETR4, estavam cotadas a R$12,50 representando ganhos de 25% no ano. Mas isso aconteceu em Maio e hoje, dia 5 de agosto as ações fecharam a R$10,00, ou seja, mesmo preço de abertura deste ano. O dever de casa é difícil e o professor mercado encontra-se ansioso

últimos 12 meses a Petrobras busca

America Merril Lynch vão coordenar a

recuperar parte do dinheiro desvia-

operação e estão em fase de elabora-

do que lesaram a empresa e que está

ção do prospecto e a documentação

sendo investigado pela polícia federal

a ser enviada à CVM. A expectativa é

na operação lava-jato. Até o momen-

que o pedido de oferta seja protoco-

to já se calcula que o prejuízo seja

lado após o dia 6 de agosto segun-

superior aos R$ 6 bilhões e o presi-

do a revista Exame. A questão prin-

dente da Petrobras Aldemir Bendine

cipal que se apresenta é: será que o

espera recuperar todo esse montante

mercado reunirá condições favoráveis

identificado como desviados em atos

para esse IPO?

de corrupção. Na esteira das investigações no Brasil, o SEC (Security and

Nos últimos anos as ações pre-

Exchange Comission) também segue

ferenciais

com investigação para identificar a ex-

ram uma queda de 58% em cin-

O cenário é desafiador: a cotação

tensão dos danos aos investidores vi-

co anos de perdas sucessivas, a sa-

do petróelo tipo brent fechou o dia de

sando possíveis multas e indeniza-

ber: 2014 -37,5%; 2013 -9%; 2012

hoje a US$ 49,60, próximas das míni-

ções. O risco que essa investigação

-6,9%; 2011 -18,3%; 2010 -24,2%.

mas dos últimos 5 anos. Somente em

provoca é que o somatório dessas

Esses entre outros desafios já abor-

janeiro deste ano o preço ficou mais

multas e indenizações podem atingir

dados nessa coluna estão no radar da

baixo, aos US$ 46,40. Mesmo sentido

cifras bilionárias, combalindo ainda

Petrobras para esse e para os próxi-

seguiu o WTI fechando aos US$45,10

mais as finanças da Petrobras,

mos anos. A estratégia de fazer caixa,

por resultados positivos.

e a mínima no início do ano aos US$42,50. O que poderia representar

Na tentativa de fazer caixa o mais

da

Petrobras

amarga-

reduzir custos e aumentar a eficiên-

rapidamente possível, Bendine pre-

cia já foram definidas e estão sendo

para a abertura de capital da BR

adotadas pela petroleira, porém seus

Distribuidora que conta com 7,7 mil

efeitos ainda não seduziram o mer-

postos de combustível. O preço do

cado para a volta às compras. Vamos

IPO e o volume de ações a ser ofe-

aguardar agora pelo balanço do se-

recido ao mercado ainda não está de-

gundo trimestre e analisar se as me-

finido. Os bancos de investimentos

lhoras irão reanimar o mercado. Na

Com um prejuízo acumulado na

Citibank, BTG Pactual, Bradesco BBI,

próxima edição, a análise do balanço.

casa dos 21 bilhões de reais nos

Itaú BBA, BB Investimentos e Bank of

Até lá!

a possibilidade de ganho na linha de abastecimento com o petróleo mais barato no mercado internacional acabou sendo anulada pela alta de dólar que hoje fechou nas máximas do ano aos R$3,50 por US$1,00.

*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É co-autor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.

16 MACAÉ OFFSHORE


inside the market

What would you do? * By Celso Vianna Cardoso

I

n the last article “Homework” we talked about challenges faced by Petrobras to improve its market image. At the occasion the most negotiated shares, PETR4, were quoted at R$12.50 representing earns of 25% in the year. But that took place on May, and today, August 5th, shares closed at R$10.00, i.e., same price at the beginning of the year. Homework is proving to be difficult and the teacher market is anxious for positive results. The scenario is indeed a challenging one: brent-type oil quotation closed today at US$49.60, which is close to the minimum of the last 5 years. Only in January this year the price was quoted even lower at US$46.40. WTI followed the trend closing at US$45.10 and minimum at the beginning of the year at US$42.50. What could represent the possibility of earnings in the supply line with the petroleum at a cheaper price in the international marked ended up being cancelled by the rise of the dollar, which today closed in its peak at the ratio of R$3.50 by US$1.00.

With the accrued loss reaching 21 billion Reais in the last 12 months, Petrobras seeks to recover part of the diverted money that crippled the company and that attracted investigations by the federal police in the Car Wash operation. Up to now the loss is calculated to be above R$ 6 billion. The head of Petrobras, Aldemir Bendine, still expects to recover the entire diverted sum following the corruption maneuvers. In tandem with the investigations in Brazil, the SEC (Security and Exchange Commission) is also carrying out its own investigations to identify the extension of the damages to investors and then apply possible fines and compensations. The risk caused by such investigation is that the sum of said fines and compensations may reach billionaire figures, crippling Petrobras even more in financial terms. In the attempt to make cash as quickly as possible, Bendine is preparing to open the capital of BR Distribuidora, which as 7.7 thousand gas stations. The price of the IPO and volume of shares to be offered to the market is not defined yet. Investment banks such as Citibank, BTG Pactual, Bradesco

BBI, Itaú BBA, BB Investimentos and Bank of America Merrill Lynch will coordinate the operation and prepare a prospect and documentation to be submitted to the SEC. The expectation is that the offering will be filed after August 6th, according to the magazine Exame. The main question is: Will the market be able to gather favorable conditions to this IPO? In the last years Petrobras’ preferential shares suffered a drop of 58% within five years of successive losses, namely: 2014 -37.5%; 2013 -9%; 2012 -6.9%; 2011 -18.3%; 2010 -24.2%. Those and some other challenges already addressed here are on Petrobras’ radar for this year and the following ones. The strategy of making cash, reducing costs and increasing efficiency were already set and are being adopted by the state giant, however, its effects have not attracted the market yet so that it can go back shopping. All we have to do now is to wait for the balance of the 2nd quarter and see if improvements will cheer the market up. In the next issue we will focus on that. Until then!

* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.

MACAÉ OFFSHORE 17


desTAQUE jurídico

Concessão x partilha: opção política Por Maria d´Assunção Costa *

E

m decorrência do momento que o setor de petróleo e gás está vivendo, discute-se a possível mudança da Lei de Partilha (12.351/2010) para permitir a participação de agentes privados como operadores técnicos, retirando a obrigação da Petrobrás. Com isso, retomam as opiniões sobre as vantagens e desvantagens da escolha legal impondo participação compulsória da estatal. Daí as discussões acaloradas sobre o melhor arranjo legal e contratual para a exploração das grandes reservas do pré-sal. As reservas petrolíferas são bens do Estado e não do Governo. A decisão sobre explorar e usar rendas petrolíferas exigem aprovação legislativa. O entendimento é que se trata de uma decisão política, visto que o Congresso Nacional reúne os diversos segmentos da sociedade brasileira e suas decisões devem obediência apenas à Constituição Federal sem a necessidade de avaliação técnica. A Lei é um ato conjunto dos Poderes Legislativo e Executivo e por isso espelha a vontade política do momento da sua aprovação e sanção. A justificativa técnica e econômica está na esfera da regulação e dos documentos integrantes do edital. A escolha legislativa por partilha ou concessão decorre do modus operandi dos agentes políticos para obter rendas petrolíferas. No regime de concessão as participações governamentais são recolhidas diretamente no Ministério da Fazenda,

deixando para os agentes econômicos os riscos, enquanto na partilha a estatal tem fortes ônus que implicam em assumir riscos. O maior controle político sobre as reservas petrolíferas resulta da escolha legislativa para a maior ou menor participação direta do Estado. Não se trata de afastar o Estado da decisão, do controle e da fiscalização. Ao contrário, quando o Estado se afasta da realização direta da atividade tem que reforçar o controle e a fiscalização. A mão e os olhos do Estado devem estar em todos os momentos que perfazem a escolha das áreas, o certame licitatório, o acompanhamento da execução contratual e a produção incluindo a atuação preventiva. Convém ressaltar que no caso da concessão não se trata de entregar o petróleo “aos estrangeiros” porque a propriedade do óleo produzido como bem afirmou o STF é “uma propriedade resolúvel” sujeita à garantia do abastecimento nacional, como determinam a Constituição Federal e a Lei nº 8.176/1991. Portanto, a disponibilidade para venda e/ou exportação do petróleo produzido está na esfera do Estado, titular do monopólio em conformidade com a legislação. É imperioso lembrar que as rendas petrolíferas da produção do petróleo traduzidas nas participações governamentais deveriam ter, além da divisão entre os entes Federados (porque não têm), destinação final obrigatória, especialmente

vinculada à melhoria do IDH da população e não deixar ao livre arbítrio do governante ou do prefeito. Indicação legislativa genérica apenas provoca um emaranhado de ações descoordenadas que dificilmente trazem benefícios para toda a sociedade, a exemplo da situação atual dos municípios da Bacia de Campos, com redução do preço do petróleo e o ritmo de produção. Como dito acima, não é o regime jurídico de partilha ou de concessão que trará maior ou menor benefício econômico e social, mas a maneira como o Estado e seus entes fazem a governança das rendas petrolíferas. Apenas a título especulativo: se estamos num período em que os investimentos do Estado são escassos, não seria o caso de permitir a entrada dos agentes privados para a exploração do petróleo e com isso receber as participações governamentais para equacionar as contas públicas? Qual o pecado de se estruturar o regulador com condições de controle e fiscalização eficientes? Enfraquecer o regulador retirando-lhe as verbas destinadas por Lei é uma forma de captura governamental permitindo usos indevidos das rendas petrolíferas. Finalizando, destaca-se que o regime de concessão tem seus méritos de ter propiciado o desenvolvimento da indústria, inclusive o descobrimento do pré-sal. E que a partilha exige um Governo eficiente e probo sem os usos indevidos das rendas petrolíferas. 

*Maria d´Assunção Costa é advogada, formada pela Universidade São Paulo, Mestre em Direito do Estado pela PUC-SP, Doutora do IEE/USP e Pós-Doutora em Energia pelo IEE/USP em 2013. É autora do livro ‘ comentários à lei do petróleo’ e sócia de Assunção Consultoria.

18 MACAÉ OFFSHORE


Judicial Highlights

Concession x share: political option * By Maria d´Assunção Costa

A

s a direct result of the moment lived by the oil and gas sector, it is being discussed the possible change of the Share Act (12351/2010) to allow the participation of private agents as technical operators, thus revoking Petrobras’ obligation. This discussion will eventually trigger opinions on the pros and cons of the legal choice imposing the compulsory participation of Petrobras. The debate will heat up again discussions on the best legal and contractual arrangement to explore big pre-salt reserves. Oil reserves are assets owned by the State not the Government. The decision to explore and use oil revenues requires legislative approval. The understanding deals with the notion of a political decision considering that the National Congress gathers the different segments of the Brazilian society and its decision must obey only the Federal Constitution without the need for technical assessment. The Act is a joint action from the Legislative and Executive Branches and for that reason reflects the political wish at the moment of its approval and sanction. The technical and economic justification lies in the regulation and documents that are part of the notice. The legislative choice for sharing or concession depends on the modus operandi of the political agents in order to obtain oil revenues. In the concession regime governmental participations are taken directly with the

Ministry of Treasury, leaving risks to the economic agents, while in the share regime the state-owned company (Petrobras) has a strong burden that implies in the taking of risks. The highest political control on oil reserves results from the legislative choice to more or less direct participation of the State. It is not about withdrawing the State from the decision, control and supervision. In fact, when the State distances itself from the direct execution of the activity it has to reinforce control and supervision. The hands and eyes of the State must be in every movement making choices on the areas, bidding process, follow-up of the contractual execution and production including preventive actuation. It is worth emphasizing that concession does not mean handing the petroleum “to foreigners” as the ownership of the produced oil as said by the Supreme Federal Court is “a resoluble property” subject to the guarantee of national supply, as set out by the Federal Constitution and Act 8176/1991. Therefore, the availability to sell and/or export produced oil lies with the State, holder of the monopoly in compliance with the laws. It is imperative to remind that oil revenues from oil production represented by governmental participations should have, in addition to the division among the Federal entities (as there is none), mandatory final destination,

mainly related to the improvement of the population’s HDI instead of relying it on the free will of the governor or mayor. Generic legislative indication only triggers a web of uncoordinated actions that hardly benefits the society, as it can be seen in the current status of the cities comprising the Campos Basin, with reduction of the oil price and of the production pace. As said above, it is not the legal regime of share or concession that will be more or less economic and/or social benefit, but instead it is the way how State and its entities perform the governance of the oil revenues. Just for speculation purposes: if we are in an age where investments from the State are scarce, would not it be more reasonable to allow the entry of private agents to explore petroleum and then receive the due governmental participations in order to settle the public accounts? What is wrong with developing a regulator with efficient control and supervision conditions? Weakening the regulator by taking away from it the funds legally established is a form of governmental capture that allows the improper use of oil revenues. To sum up, it must be pointed out that the concession regime has its merits for developing the industry, including the discovery of the pre-salt, while the share regime requires an efficient and honest Government without the improper use of the oil revenues.

*Maria D´Assunção Costa, lawyer graduated by USP, doctor in Energy by IEE/USP, partner of Assunção Consultoria and author of the book “Comentários à Lei do Petróleo” (Comments on the Petroleum Law) published by Editora Atlas.

MACAÉ OFFSHORE 19


CAPA

A ver

navios

Com a economia estagnada e empresas alvo de Operações na Justiça brasileira, a indústria naval tenta retomar seu ritmo, mas não está sendo fácil

Por Rodrigo Leitão

C

om a política de equilíbrio fiscal revista pelos setores econômicos que regem as contas do governo federal e os impactos da Operação Lava-Jato, a indústria naval vive uma crise de incertezas, assim como todo o cenário de petróleo e gás no Brasil. Por suas características de ciclo longo de produção, esse impacto provavelmente ocorrerá ao longo dos próximos três anos. No momento a carteira de encomendas dos estaleiros estão parcialmente ocupadas com a construção de plataformas de produção de petróleo, navios petroleiros, navios de apoio marítimo, embarcações para transporte

20 MACAÉ OFFSHORE

fluvial, rebocadores portuários e navios sondas, navios porta-contêineres e navios graneleiros. As entregas estão previstas até 2020.

principais estaleiros internacionais e no Brasil, mas com a economia brasileira o mar não está para peixe como diz o jargão popular.

O projeto de construção no país de 28 navios-sonda foi parcialmente prejudicado pela situação financeira da Sete Brasil. No entanto, um ousado esquema de suporte está sendo equacionado e tudo indica que em torno de 19 unidades ficarão no país, nos estaleiros Jurong (ES), Brasfels (RJ), Enseada (BA) e Ecovix (RS). Se isso se confirmar, será uma vitória.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparo Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, a expectativa é que neste período uma nova realidade econômica se imponha possibilitando a expansão da construção naval brasileira, que é um setor relevante, mas, bastante modesto em relação a outros setores da economia brasileira.

A construção naval representa o maior volume de faturamento entre os

As últimas vítimas até o fechamento desta edição foram os trabalhadores


capa

do estaleiro Eisa Petro Um (Mauá), localizado na Ponta da Areia, no município de Niterói, no Rio de Janeiro. No final de junho deste ano, cerca de mil operários foram demitidos de suas funções. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, o estaleiro estaria com dificuldades para construir o quarto navio e teria solicitado revisão dos preços junto à estatal. Mas outro problema seria que o Eisa não está com dificuldades para conseguir garantias reais para obter um financiamento bancário para poder iniciar as obras de outro contrato da Transpetro com encomenda de mais oito navios. Para o Sinaval, a indústria de Niterói sofre dos mesmos problemas que afetam todo o país. Embora avalie que não deve ocorrer uma melhora significativa no mercado em curto prazo, a instituição crê que as demissões se devem a “ajustes de pessoal”: “Os estaleiros sempre apresentam movimento

de ajustes de pessoal, em função de entregas De acordo com o Ariovaldo, existe um novo cenário para o investimento público que terá impacto em todos os fundos com recursos do orçamento federal, mas acrescenta que, ainda não existe possibilidade de uma avaliação clara sobre esse tema. “O que merece ser destacado é que os desembolsos informados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) aos estaleiros, de 2011 a 2014 somaram, R$ 17,7 bilhões que representa um desembolso médio de R$ 5,9 bilhões ao ano, nesses três anos. É uma participação modesta no total do orçamento federal”, ressalta o presidente do Sinaval. Não são apenas as empresas nacionais que vêm sofrendo com o momento, mas companhias multinacionais também passam por situação difícil. A companhia francesa líder em tecnologia e atuante no Brasil desde 1974 nos

setores Subsea, Onshore e Offshore, a Technip enviou para seus funcionários um e-mail interno anunciando redução de custos e deixando em aberto a possibilidade de encerramento de atividades em diversas localidades, inclusive no país. Por outro lado, a Petrobras e o consórcio QGI, formado por Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás, chegaram a um acordo para viabilizar as obras das plataformas P-75 e P-77 no Polo Naval de Rio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul. Em setembro de 2013, a Petrobras e o estaleiro firmaram um contrato no valor de US$ 1,6 bilhão, mas o estaleiro pediu mais US$ 160 milhões alegando mudanças feitas pela Petrobras no projeto inicial. Cinco navios com peças para os projetos já foram descarregados no porto. Durante o impasse, chegou a haver risco das plataformas serem repassadas para estaleiros na China. A obra tem potencial para gerar cerca de 5 mil empregos. Divulgação

Estaleiro Atlântico Sul: desde janeiro, o Atlântico Sul, em Pernambuco, rescindiu o contrato de 2,4 mil trabalhadores Shipyard “Atlântico Sul”: Since January, the Atlântico Sul, located in Pernambunco, has terminated the employment of 2.4 thousand workers

MACAÉ OFFSHORE 21


CAPA

Carteira de Encomendas dos Estaleiros A carteira de encomendas dos estaleiros soma 279 contratos de construção naval. O Plano de Negócios da Petrobras 2015-2019 provocou a redução geral da demanda com os impactos mais fortes nas construções por plataformas (FPSO) de produção de petróleo. São sete cascos de plataformas em construção em estaleiros locais. Cinco contratos de construção de cascos foram transferidos para estaleiros da Ásia. São 10 contratos para construção e integração de módulos de produção aos cascos de FPSOs. Cinco novas plataformas estão previstas para licitação internacional até 2020. As plataformas FPSO influenciam a demanda futura por navios petroleiros aliviadores, estimados em dois por plataforma, e navios de apoio marítimo, estimados em cinco por plataforma. Com o objetivo para retomar a produção de sondas de exploração de petróleo, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga se reuniu com diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa e Petrobras para discutir a situação da Sete Brasil, com o intuito de recuperar o nível de produção e manter os postos de trabalho. “As coisas estão caminhando e o horizonte é positivo. Com o preço do barril atual, houve um redimensionamento”, disse o ministro, ao se referir às paralisações decorrentes das denuncias apuradas na Operação Lava-Jato.

TIPO

QUANTIDADE

APLICAÇÃO

Barcaças e empurradores*

148

Comboios de transporte fluvial

Rebocadores portuários*

13

Navios de apoio marítimo

32

Sondas de perfuração**

19

Petroleiros

29

Plataformas de produção

17

Submarinos

5

Transporte de petróleo e derivados Processamento e armazenamento do petróleo produzido nos campos offshore Militar

Gaseiros

8

Transporte de gás natural

Navios patrulha

4

Militar

Navios porta contêineres

3

Transporte na costa brasileira

Graneleiros

1

Transporte de minério de bauxita

Total

279

que todos os esforços devam estar voltados para execução das operações da Transpetro com melhor qualidade, maior produtividade e menor custo, respeitando sempre a integridade da força de trabalho, das instalações e do meio ambiente. Apesar do momento de grandes desafios, ele ressaltou que acredita no resultado do trabalho a ser realizado.

Posicionamento de navios nos berços de atracação Suprimentos a plataformas de petróleo e serviços de instalação submarina Perfuração do leito marinho em águas profundas

“Vivemos um momento de superação, precisamos de foco em resultados econômicos e financeiros, visando assegurar a perenidade da companhia”. Segundo a Transpetro, há, atualmente, 15 navios encomendados a estaleiros nacionais, em diferentes fases de construção. As obras acontecem em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Divulgação

Segundo fontes do setor que preferiram não se identificar, a redução de postos de trabalho também afeta outros estaleiros, como o UTC, além de Brasa, Vard e Enaval. O novo presidente da Transpetro, Antonio Rubens Silva Silvino, destacou o papel estratégico da companhia no Sistema Petrobras. O presidente defende 22 MACAÉ OFFSHORE

O Estaleiro Eisa Petro Um não resistiu à crise do setor e demitiu cerca de 1.000 funcionários em julho Shipyard “Eisa Petro Um” failed to withstand the sector crisis and dismissed around 1 thousand workers in July


capa

Construídos no EISA PETRO-UM (RJ) (Mauá) Fotos: Agência Petrobras

Celso Furtado Produtos Viagem inaugural: Novembro de 2011

Sérgio Buarque de Holanda Produtos Viagem inaugural: Julho de 2012

Rômulo Almeida Produtos Viagem inaugural: Janeiro de 2013

José Alencar Produtos Viagem inaugural: Janeiro de 2014

Anita Garibaldi Panamax Viagem inaugural: Junho de 2015

MACAÉ OFFSHORE 23


24 MACAÉ OFFSHORE


MACAÉ OFFSHORE 25


CAPA

Construídos no EAS – Estaleiro Atlântico Sul (PE) Fotos: Agência Petrobras

João Cândido Suezmax Viagem inaugural: Maio de 2012

Zumbi dos Palmares Suezmax Viagem inaugural: Maio de 2013

Dragão do Mar Suezmax Viagem inaugural: Abril de 2014

Henrique Dias Suezmax Viagem inaugural: Dezembro de 2014

André Rebouças Suezmax Viagem inaugural: Maio de 2015

26 MACAÉ OFFSHORE


capa

Ajuste de pessoal Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), o número de trabalhadores no setor caiu de 82.472 em dezembro de 2014 para 68 mil em junho de 2015, um dado ainda mais significativo se for levado em conta que, há dez anos, o total de postos de trabalho gerados por esta indústria era de 14.442.

Desde janeiro, o Estaleiro Paraguaçu, na Bahia, demitiu mais de 3 mil trabalhadores, e o Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, rescindiu o contrato de outros 2,4 mil.

causar impacto no plano de negócios

Existem questões que devem ser enfrentadas em relação a queda no preço do petróleo que deve

preços do petróleo e acesso a financia-

da Petrobras para 2015 e os anos seguintes. O principal impacto deve ser na demanda por plataformas de produção de petróleo, já que as limitações de mentos podem provocar uma redução na demanda prevista.

UF

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

RJ

10.636

12.385

17.052

24.003

20.403

23.654

25.987

25.020

29.967

30.506

30.085

ES

410

620

SP

661

781

795

1.578

1.065

1.414

781

721

1.604

1.782

1.862

SC

1.046

766

1.208

2.207

2.395

2.518

1.958

2.397

3.039

4.247

5.351

RS

820

5.500

5.500

6.174

19.954

9.762

PA

175

190

225

225

341

420

411

371

316

580

888

AM

2.500

2.637

9.244

11.987

13.372

11.902

11.576

CE

133

320

320

632

960

1.500

1.300

903

202

702

623

SE

350

345

38

38

50

BA

523

2.125

1.628

92

74

PE

480

5.613

7.014

10.581

9.798

5.696

7.923

21.581

Total

12.651

14.442

19.600

29.125

33.277

40.500

56.112

59.167

62.036

78.136

82.472

* Dezembro de 2014 Fonte: SINAVAL

Evolução do emprego nos estaleiros nacionais ANO 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

TOTAL 14.442 19.600 29.125 33.277 40.500 56.112 59.167 62.036 78.136 82.472 68.000

Fonte: SINAVAL

MACAÉ OFFSHORE 27


COVER

Left high and

dry

With the stagnant economy and companies targeted by investigations of the Brazilian Justice, the shipbuilding industry tries to go back on track, although it is not being easy at all

By Rodrigo Leitão

W

ith the policy of tax balance reviewed by the economic sectors that rule the federal government accounts and the impacts from the Car Wash Operation, the shipbuilding industry faces a crisis of uncertainties, just as the one faced by the whole Brazilian oil and gas scenario. Due to its production long cycle characteristics, such impact will probably occur throughout the next three years.

(RJ), Enseada (BA) and Ecovix (RS). If the fact is indeed confirmed then it will be a victory. Shipbuilding represents the largest volume of income among the main international and local shipyards, but as people use to say the Brazilian economy is now sailing on rough seas.

At the moment the shipyards’ order portfolio is partially busy with the construction of oil production platforms, oil tankers, offshore supply vessels, waterway transportation vessels, port tugs and drillships, container ships and bulk carriers. Deliveries are expected to 2020.

According to the president of the National Union of the National Union of the Offshore Shipbuilding and Repair Industry (Sinaval), Ariovaldo Rocha, expectations is that in this period a new economic reality will appear allowing the expansion of the Brazilian shipbuilding, which is a relevant but still modest sector compared to other sectors of the Brazilian economy.

The project in the country to build 28 drillships was partially affected by the financial situation of Sete Brasil. However, a bold supporting scheme is under development and it seems that approximately 19 units will stay in the country at the shipyards of Jurong (ES), Brasfels

The last victims by the time this issue was closed were the workers of the shipyard Eisa Petro Um (Mauá), located at Ponta da Areia, in the city of Niterói, State of Rio de Janeiro. At the end of June, around one thousand employees were lost their jobs.

28 MACAÉ OFFSHORE

According to the Trade Union of the Metal Workers of Niterói, the shipyard was facing difficulties to build the fourth ship and would have forwarded a revision of prices to Petrobras. But another problem is that Eisa is not having trouble to get real guarantees with the purpose of obtaining a bank loan in order to be able to start works from another contract with Transpetro related to an order for another eight ships. According to Sinaval, the industry of Niterói suffers from the same issues that affect the whole country. Even if it evaluates that there will be no significant improvement in the market at the short term, the institution believes that the dismissals are the result of “personnel adjustments”: shipyards are known for always adjusting personnel depending on deliveries. According to Ariovaldo, there is a new scenario for public investments that will impact all funds with resources from the federal budget, but he adds that there is


COVER

no possibility to provide a clear assessment on the subject. “What deserves to be highlighted is the fact that disbursements informed by the Merchant Navy Fund (FMM) to shipyards from 2011 to 2014 summed R$ 17.7 billion, which represents an average disbursement of R$ 5.9 billion per year during that three-year period. It is a modest participation in the total federal budget”, said the president of Sinaval. Not only national companies are suffering with this particular moment, but

multinational ones are also experiencing a tough situation. The French company leader in technology and operating in Brazil since 1974 in the Subsea, Onshore and Offshore sectors, Technip, sent to its employees an internal e-mail disclosing cost reduction policies and is not discarding the possibility to end its activities in several locations, including here. On the other hand, Petrobras and the QGI consortium, formed by Queiroz Galvão & Iesa Óleo e Gás, celebrated an agreement to finish the works of platforms P-75 and P-77 at the Shipbuilding Pole of

Rio Grande, located south of the State of Rio Grande do Sul. On September 2013, Petrobras and the shipyard signed an agreement in the amount of US$ 1.6 billion, but the shipyard requested more US$ 160 million due to changes made by Petrobras in the initial project. Five ships with parts intended for the projects were already unloaded in the port. During the stalemate, there was the risk of the platforms being transferred to Chinese shipyards. The works have the potential to generate around 5 thousand jobs.

Shipyards’ Order Portfolio The order portfolio of the shipyards sums 279 shipbuilding contracts. Petrobras’ Business Plan 2015-2019 caused the overall reduction of the demand whose strongest impacts were felt by oil production platforms (FPSO). There are seven hulls of platforms under construction in local shipyards. Five hull construction contracts were transferred to Asian shipyards. There are 10 contracts to build and integrate production modules to FPSO hulls. Five new platforms are expected for international bidding by 2020. FPSO platforms affect the future demand for shuttle tankers, estimated as two by platform, and also for offshore supply vessels, estimated as five by platform. With the purpose of resuming production of oil exploration rigs, the minister of Mines and Energy, Eduardo Braga, met with directors from the Brazilian Development Bank (BNDES), Banco do Brasil, Caixa and Petrobras to discuss the current situation of Sete Brasil, with the purpose of restoring the production level and keeping the employment level. “Things are going well and the horizon is quite positive. The current barrel price demanded a resizing” said the minister concerning the shutdowns resulting from denouncements investigated by the Car Wash Operation. According to sources from the sector that preferred to remain anonymous,

TYPE

QUANTITY

Application

Barges and Pushers*

148

Waterway transportation convoys

Port Tugs*

13

Positioning ships inside mooring berths

Offshore Supply Vessels

32

Supplies to oil platforms and submarine installation services

Drilling Rigs**

19

Drilling of seabed in deep waters

Oil Tankers

29

Transportation of petroleum and byproducts

Production Platforms

17

Processing and storage of the oil produced in offshore fields

Submarines

5

Military

Gas Tankers

8

Natural gas transportation

Patrol ships

4

Military

Container ships

3

Transportation within the Brazilian coast

Bulk carriers

1

Bauxite ore transportation

Total

279

the reduction of employments also affects other shipyard, such as UTC, Brasa, Vard and Enaval. The new president of Transpetro, Antonio Rubens Silva Silvino, highlighted the strategic role of the company in the Petrobras System. He defends that all efforts must be focused on the execution of Transpetro’s operations with the best quality, maximum productivity and minimum cost, always respecting the integrity of the workforce, facilities and environment.

Despite of the big challenges, he believes in the result of the work to be done. “We live in a moment of resilience thus we need to focus on economic and financial results if our goals is to ensure the sustainability of the company”. According to Transpetro there are currently 15 ships ordered to local shipyards under different construction stages, Works are being developed in the States of Pernambuco and Rio de Janeiro. MACAÉ OFFSHORE 29


COVER

Built at the EISA PETRO-UM (RJ) (Mauá)

Built at the EAS –Atlântico Sul Shipyard (PE)

November 2011

May 2012

Celso Furtado

João Cândido – Suezmax

July 2012

May 2013

Sérgio Buarque de Holanda

Zumbi dos Palmares – Suezmax

January 2013

April 2014

Rômulo Almeida

Dragão do Mar – Suezmax

January 2014

December 2014

José Alencar

Henrique Dias – Suezmax

June 2015

May 2015

Anita Garibaldi – Panamax

André Rebouças – Suezmax

Personnel adjustment According to data from Sinaval the number of workers in the sector dropped from 82,472 on December 2014 to 68 thousand on June 2015, which is even more significant if we consider that in a period of ten years, the total of employments generated by the industry was of 14,442.

STATE RJ

2004

2005

2006

2007

Since January, the Paraguaçu Shipyard located in the State of Bahia has fired 3 thousand workers and the Atlântico Sul in the State of Pernambuco has terminated the employment of 2.4 thousand ones. There are issues that must be tackled concerning the drop of the oil

2008

2009

2010

2011

2012

price, which will impact Petrobras’ Business Plan for 2015 and the following years. The main impact should be felt on the demand for oil production platforms as limitations from oil prices and access to financial support may cause another reduction in the forecasted demand.

2013

2014*

10,636 12,385 17,052 24,003 20,403 23,654 25,987 25,020 29,967 30,506 30,085

Job evolution in local shipyards YEAR

TOTAL

1,862

2005

14,442

4,247

5,351

2006

19,600

6,174

19,954

9,762

2007

29,125

316

580

888

2008

33,277

9,244 11,987 13,372 11,902 11,576

2009

40,500

1,500

1,300

903

202

702

623

2010

56,112

350

345

38

38

50

2011

59,167

523

2,125

1,628

92

74

2012

62,036

480

5,613

7,014

10,581

9,798

5,696

7,923

21,581

2013

78,136

Total 12,651 14,442 19,600 29,125 33,277 40,500 56,112 59,167 62,036 78,136 82,472

2014

82,472

2015

68,000

ES

410

620

SP

661

781

795

1,578

1,065

1,414

781

721

1,604

1,782

SC

1,046

766

1,208

2,207

2,395

2,518

1,958

2,397

3,039

RS

820

5,500

5,500

PA

175

190

225

225

341

420

411

371

AM

2,500

2,637

CE

133

320

320

632

960

SE

BA

PE

* December 2014 Source: SINAVAL

30 MACAÉ OFFSHORE

Source: SINAVAL


NAVAL

Fila no Porto de Santos: O Brasil vai precisar de 106 novos terminais portuários para atender o transporte de cargas para importação, exportação e cabotagem Queue in the Port of Santos: Brazil will need 106 new port terminals to meet demands of cargo transportation concerning importing, exporting and cabotage

Na ponta dos

Divulgação

cascos

Expansão do setor aumentou o interesse das empresas na encomenda de navios. Necessidade das armadoras é o que define em qual mercado investir Por Rodrigo Leitão

P

lanejamento, gestão e produtividade são prioridades para que a indústria naval possa competir em igualdade com o mercado internacional. Esta é a opinião dos principais empresários brasileiros que atuam no setor naval, principalmente no que tange à navegação de cabotagem. Apesar do desequilíbrio na matriz dos transportes brasileira com a preponderância do modal rodoviário, o fato é que a cabotagem cresce de 10% a 12% ao ano no Brasil, por ser economicamente mais barata e sustentável.

Divulgação

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Agenor Junqueira, o futuro da indústria marítima está na capacidade de desenvolver tecnologias que ampliem a qualidade e a eficiência para atender a demanda do setor. “Se nós não conseguirmos aumentar a nossa produtividade, não teremos uma indústria capaz de ser competitiva no mercado internacional. Precisamos aprimorar a produção para que ela seja feita em menor tempo, com mais agilidade e qualidade”, acrescenta.

Presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Agenor Junqueira President of the Brazilian Naval Engineering Society (Sobena), Agenor Junqueira

MACAÉ OFFSHORE 31


NAVAL

Divulgação / Syndarma

Divulgação/ Antaq

Diretor do Syndarma aponta as regras de conteúdo local como problemas vividos pelas operadoras Director of Syndarma points out that rules for local content as problems faced by operators

Segundo Costa Fonseca, diretor da Antaq é preciso investir nos armadores brasileiro According to Costa Fonseca, director of Antaq, it is imperative to invest on Brazilian shipowners

De acordo com o executivo, além da falta de disponibilidade e capacidade dos estaleiros para construção de navios de porte bruto são outros problemas enfrentados pelo setor, que precisa fabricar navios capazes de suportar até 60 mil toneladas.

a 50% do valor da encomenda, deixam as estrangeiras em desvantagem. Na visão de Resano, a decisão de construir embarcações no Brasil ou encomendar no exterior vai depender muito da necessidade do armador.

De acordo com o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Fernando José de Pádua Costa Fonseca, uma das soluções para incentivar ainda mais o transporte de cabotagem é prestigiar o armador brasileiro.

Mesmo com todos estes desafios, o vice-presidente do Syndarma acredita que o mercado nacional possui condições para competir em igualdade com o mercado internacional, pois as altas taxas de impostos para a importação, que podem chegar

‘Se existe urgência para operar, por segurança as empresas optam pela produção internacional devido à agilidade, mas se for uma demanda de longo prazo a vantagem utilizar conteúdo local”, explica o vice-presidente do Syndarma.

“Podemos conseguir um frete muito mais em conta apesar do risco Brasil. Nosso custo portuário é muito elevado, então precisamos incentivar os armadores brasileiros e melhorarmos as condições do nosso custo de logística”, concluiu Costa Fonseca.

Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Luis Fernando Resano, os principais gargalos vividos pelas amadoras na hora de escolher entre a produção nacional ou recorrer à importada é a questão do conteúdo local. “O segmento de cabotagem possui condições mais flexíveis e praticáveis que requerem índices mínimos para a fabricação de embarcações no Brasil. Porém os pedidos de encomendas ainda esbarram em entraves como custo elevado para a construção e dificuldade no cumprimento dos prazos”, enfatiza Resano.

32 MACAÉ OFFSHORE


NAVAL

In

“hull“ strength Expansion of the sector attracts the interest of companies in the order of ships. Need from shipowners is what determines which market is to be invested

By Rodrigo Leitão

P

lanning, management and productivity are the priorities to allow local shipbuilding to compete in equal terms against the international market. This is the opinion of the main Brazilian businessmen working in the shipbuilding sector, mainly with respect to the cabotage navigation. Even with the unbalance of the Brazilian transportation matrix – due to the preponderance of the roadway modality – the fact is that cabotage grows from 10% to 12% per year in Brazil as it is economically cheaper and more sustainable. According to the president of the Brazilian Society of Naval Engineering (Sobena), Agenor Junqueira, the future of the maritime industry lies in the capacity to develop technologies that improve quality and efficiency to meet sectorial demands. “If we cannot increase our productivity, we will not have an industry capable of being competitive in the international market. We need to improve production in such a way that it takes less

time, while adding speed to quality”, he added. According the vice-president of the National Trade Union of the Maritime Navigation Companies (Syndarma), Luis Fernando Resano, the main gap seen by shipowners – when choosing between national production or seeking importers – is the issue of local content. “The cabotage segment has more flexible and practicable conditions requiring minimum indexes to manufacture vessels in Brazil. But orders still find resistance with the high costs to build and difficulties to meet terms” says Resano. According to the executive, the lack of availability and capacity of shipyards to build big-sized ships are some of the other problems faced by the sector that needs to manufacture ships capable of holding up to 60 thousand tons. Even with all challenges, the vice-president of Syndarma believes that the national market has conditions to compete in equal terms against the international

market, as the high importing taxes, reaching to 50% of the order value, put foreigners in disadvantage. In the view of Resano, the decision to build vessels in Brazil or place orders abroad will depend on the needs of the shipowner. “If there is any urgency to operate companies will prefer to stick with the international production for agility and safety reasons, but if it deals with a long-term demand then the advantage is to use local content”, explains the vice-president of Syndarma. According to the director of the National Agency of Waterway Transportation (ANTAQ), Fernando José de Pádua Costa Fonseca, one of the solutions to stimulate further cabotage transportation is to prioritize the Brazilian shipowner. “We can obtain a more cost-effective freight despite the Brazilian risk. Our port costs are too high, we need to incentive local shipowners and improve the conditions or our logistic cost”, concluded Costa Fonseca.  MACAÉ OFFSHORE 33


ÓLEO & GÁS

De olho no

Subsea

Crise no setor de óleo e gás faz com que sejam revistas as previsões otimistas para o setor em 2015 Por Brunno Braga

A

crise que assola o mercado de óleo e gás pelo mundo já vem trazendo arranhões para o segmento de subsea no Brasil. Apesar de previsões que atestavam boas oportunidades para o segmento no Brasil (segundo estudo publicado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o segmento faria, nos próximos cinco anos, investimentos da ordem de R$ 50 bilhões) o fato é que 2015 será marcado como um ano em que empresas passaram a repensar seus investimentos, reduzindo custos e em compasso de espera para um possível revés no cenário atual em 2016. Anúncio de demissões e indefinições quanto à continuidade do projeto de construção de um cluster subsea no Rio de Janeiro são fatos que demonstram grande preocupação para os agentes do setor. Neste quadro de incertezas, é possível observar algo de positivo para empresas que atuam neste setor? Segundo analistas, a resposta é sim. Isso porque, mesmo com as dificuldades existentes no setor de óleo e gás mundo afora e os problemas políticos internos, o Brasil ainda é visto como um país que apresenta oportunidades, sobretudo em relação às atividades de exploração e produção do pré-sal. 34 MACAÉ OFFSHORE

Divulgação

Subsecretário estadual de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro, Marcelo Vertis State Subsecretary of Energy, Logistics and Industrial Development of Rio de Janeiro, Marcelo Vertis

De fato, mesmo com a crise, o governo brasileiro ainda mantém a previsão de chegar, até 2020, a uma produção diária de 4 milhões de barris por dia. E segundo dados divulgados recentemente pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), essa meta tem forte condições de ser atendida. Desta forma, cada vez mais será preciso a contratação de equipamentos subsea para alcançar esse objetivo. Manifolds, instalação de jumpers, umbilicais, estruturas de dutos submarinos ainda serão muito requisitados, segundo

o subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Marcelo Vertis, explica que muitas empresas vão continuar sendo contratadas sobretudo para maximizar a eficiência nas operações, ou seja, produzir a custos reduzidos. E, somente o desenvolvimento de novas tecnologias subsea pode tornar possível esse objetivo. Um dos exemplos é o mercado de manifolds que, segundo estudo publicado em junho deste ano pela consultoria americana Global Industry Analysis, sobre o mercado mundial de subsea prevê um aumento médio de na demanda até 2020. Assim, este setor, que atualmente está avaliado em US$ 2,54 bilhões, será um mercado de US$ 3,7 bilhões em cinco anos, segundo as estimativas apresentadas pelos pesquisadores de mercado. Intitulada Subsea Manifolds Market (By Application – Production and Injection) –, a pesquisa foi feita pelo insitutto Transparency Market Research, consultoria voltada para avaliação e tendências de mercado nos mais variados segmentos industriais. A necessidade de aumento da eficiência em poços irá levar o crescimento do mercado de manifolds. Além disso, a capacidade dos equipamentos em se adaptar a mudanças de condições de


ÓLEO & GÁS

também aponta o oeste da África e o Golfo do México como áreas que também vão oferecer oportunidades para as empresas produtoras de manifolds.

operação é um outro ponto que pode dar mais gás a essa indústria. O mercado global de subsea está segmentado de acordo com a sua aplicação na produção. A implementação de manifolds depende das propriedades dos reservatórios e condições do campo. No entanto, com o envelhecimento das reservas na Europa e baixas pressões em reservatórios offshore na América Latina irá fazer com que seja mais atraente investir nessa região do planeta. Além do mercado latino-americano, a pesquisa

Segundo a Sedeis há, atualmente, 35 empresas do setor de subsea instaladas no estado do Rio. O setor de fabricantes de equipamentos submarinos e prestadores de serviços para exploração de óleo e gás no Estado do Rio de Janeiro já conta com grandes fornecedores mundiais, como a FMC Technologies, a GE Wellstream, a NOV, os centros de Pesquisa e Desenvolvimento

da Halliburton, da Schlumberger e da Baker Hugues, no Parque Tecnológico da Cidade Universitária da UFRJ. E de cerca de 80 empresas subfornecedoras da cadeia do segmento subsea. Elas fornecem uniformes, equipamentos de segurança e prestam serviços para essas grandes empresas. “As grandes empresas de subsea atuando no Brasil vão buscar preços competitivos e essa é a hora para que esses subfornecedores invsitam em eficiência e consigam, assim fechar contratos. Divulgação

Com unidade no Fundão, a capital fluminense é o principal polo de inovação da GE na América Latina With the unit of Fundão, the capital city is the main innovation pole of GE in Latin America

Concentração mundial A consultoria americana Dougças Westwood anunciou um estudo que confirma a existênca de uma grande concentração de empresas do segmento subsea. De acordo com a pesquisa, cinco empresas do setor concentram US$ 12 bilhões anuais em contratos de serviços offshore. As

duas

maiores,

FMC

e

OneSubsea, respondem por cerca de dois terços do mercado mundial e, de acordo com a consultoria, não há sinais de que este quadro mude nos próximos anos.

Essas duas empresas promoveram, recentemente, grandes mudanças nos processos tecnológicos na área de instrumentação e monitoramento. A joint venture entre a Cameron e Schumbleger para a criação da OneSubsea, em 2013, representou uma tentativa de unir as habilidades das atividades submarinas da primeira com a expertise tecnológica de perfuração da segunda. Da mesma forma, a parceria entre FMC e a Technip para formar a Forsys Subsea, com objetivos de combinar processo e capacidade de instalação, minimizando os custos existentes na cadeia

produtiva para os seus clientes finais (no caso as operadoras). A DW informou, ainda, que está será uma tendência para os próximos anos. Para este ano, a consultoria revela que 95% das árvores de natal instaladas terão cabeças de poço e controladores fornecidos pela mesma empresa. Esta tendência permitirá com que haja uma maior padronização dos equipamentos subsea, e gerando, assim, redução de custos e mais rapidez na entrega dos equipamentos encomendados. 

MACAÉ OFFSHORE 35


OIL & GaS

Eyes on

Subsea

Crisis in the oil and gas sector demands revision of the optimistic forecasts in 2015 By Brunno Braga

T

he crisis shaking the global oil and gas market is already impacting the Brazilian subsea segment. Despite of the forecasts that promised good opportunities for the Brazilian segment (according to a study published by the Federation of Industries of the Rio de Janeiro, the segment would, in the next five years, bring investments of approximately R$ 50 billion) the fact is that 2015 will be reminded as a year when companies decided to replan their investments, reducing costs and waiting for a possible change of fate in the current scenario by 2016. Announcements of dismissals and uncertainties concerning the continuity of the project to build a subsea cluster in Rio de Janeiro are some of the facts that show great concern to the agents of the sector. In this scenario of uncertainties, is it still possible to find anything positive for the companies operating in the sector? According to analysis, the answer is yes. Even with the difficulties existing in the oil and gas sector around the globe and the internal political issues, Brazil still is seen as a country with opportunities, especially with respect to the pre-salt’s exploration and production activities. In fact, even with the crisis, the Brazilian government still keeps the forecast of reaching by 2020 a production of 4 million barrels per day. And according to data recently disclosed by the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP), this goal has solid conditions to be met. Therefore, it will be required to hire a growing number of subsea equipment in order reach said goal. Manifolds, installation of jumpers, umbilicals, and submarine pipeline structures will be largely demanded. According to the subsecretary of Economic Development, Energy, Industry and Services, Marcelo Vertis, many companies will keep on being hired in order to maximize efficiency in operations, i.e., produce at lower costs. And only the development of new subsea technologies can make that goal possible.

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One of the examples is the market of manifolds – according to a study published in June by the North American consultancy Global Industry Analysis on the global sea market – this market will have an average growth in the demand until 2020. Therefore, this sector now currently assessed at US$ 2.54 billion will become a market worth US$ 3.7 billion in five years from now, according to the estimations presented by market researchers.

University City of UFRJ (Federal University of Rio de Janeiro).

Entitled Subsea Manifolds Market (By Application – Production and Injection), the research was carried out by the Transparency Market Research institute, a consultancy with focus on market assessment and trending in the most varied segments.

Worldwide concentration

The need to increase efficiency in wells will cause the growth of the manifold market. Additionally, the capacity of the equipment in adapting to changes in operating conditions is another point that may leverage this industry further. The global subsea market is segmented according to its application in production. Implementation of manifolds depends on the reservoir properties and field conditions. However, the aging of reserves in Europe and low pressures in offshore reservoirs in Latin America will make this particular region much more attractive to investments. In addition to the Latin American market, the research also indicates that the African West and the Gulf of Mexico are areas also capable of offering opportunities to manifold manufacturers. According to Sedeis there are currently 35 companies of the subsea sector installed in the State of Rio. The sector of submarine equipment manufacturers and oil and gas exploration service providers in the State of Rio Janeiro already includes major world providers, such as FMC Technologies, GE Wellstream, NOV and the Research and Development Centers from Halliburton, Schlumberger and Baker Hughes all located inside the Technological Park of the

There are also around 80 subproviders from the subsea chain. They provide uniforms, safety equipment and provide services for the major players. “Big-sized subsea companies working in Brazil will seek competitive prices and that is the perfect moment for those subproviders to invest in efficiency and manage to get signed contracts.

The North American consultancy Douglas Westwood disclosed a study where it confirms the existence of a large concentration of companies from the subsea segment. According to the study, five companies from the sector concentrate US$ 12 billion in offshore service contracts. The two largest ones, FMC and OneSubsea, answer for nearly two thirds of the global market and according to Douglas Westwood, there are no signs that this situation will change in the next years. Both companies recently promoted major changes in their technological process in the areas of instrumentation and monitoring. The joint venture between Cameron and Schlumbleger to create OneSubsea in 2013 represented an attempt to combine the skills of the submarine activities from Cameron with the technological drilling expertise from Schlumbleger. Likewise, the partnership between FMC and Technip to create Forsys Subsea with the purpose of combining process and capacity of installation, minimizing costs in the production chain for its clients (in the case of operators). DW also informed that the foregoing will be a trend for the next years. For this year in particular, the consultancy reveals that 95% of x-mas trees installed will have wellheads and controllers provided by the same company. This trend will enable more standardization of subsea equipment and allow lower costs and more speed in the delivery of ordered equipment.


MARKET

Menos dinheiro, mais

desafios

Investimentos do PNG 2015-2019 sofrem queda de 37%, e Petrobras promete priorizar atividades no pré-sal. No entanto, atrasos e dívidas em dólar são preocupantes Por Brunno Braga

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Agência Petrobras

om dívidas em ritmo crescente e envolvida no maior escândalo de corrupção, grandes desafios a serem encarados e, ainda, tendo ao seu redor grande desconfiança do mercado acionista, a Petrobras lançou, em junho o seu Plano de Negócios para o período 2015-2019. O total de investimentos da empresa para o período – US$ 130,3 bilhões, representa uma redução de 37% em relação ao PNG 2014-2018, aumento da meta de desinvestimentos e com ênfase cada vez maior nas atividades do pré-sal foram os pontos que tiveram maior destaque no Plano de Negócios e Gestão da Petrobras, divulgado em junho. De fato, o mercado já esperava redução de aporte de recursos financeiros da empresa, que enfrenta hoje a maior crise dentro das suas seis décadas de história. E, mesmo assim, os desafios ainda se mostram grandes, a despeito de todo esforço prometido pelo atual presidente da estatal petrolífera brasileira, Aldemir Bendine. Mesmo reduzindo para quase metade a meta de produção para 2020 prevista no PGN anterior (2014-2018), a estatal poderá se defrontar com alguns problemas durante o período observado.

O novo presidente de Petrobras, Aldemir Bendine, disse que a empresa vai superar a crise com auxílio do quadro técnico The new president of Petrobras, Aldemir Bendine, said that the company will overcome the crisis with the aid of the technical staff

De fato, o mercado já sinalizava uma queda no aporte de dinheiro a ser colocado na estatal, mas, mesmo com o anúncio, ainda corre-se o risco de haver percalços pelo caminho. De acordo com Bendine, foram considerados riscos que podem impactar o plano, tais como mudanças de condições de mercado, preço do barril de petróleo e taxa de câmbio, operações de desinvestimentos e outras reestruturações de negócios. No documento divulgado, a área de E&P da Petrobras responderá com

83% do total de investimentos, o que representa a quantia de US$ 108,6 bilhões. Deste total, 86% dos recursos sendo que a maior parte disso (86%) será destinada ao desenvolvimento da produção, restando apenas 11% para exploração e 3% para suporte operacional. o pré-sal passará a ter um protagonismo, sem que haja grandes aportes para as áreas do pós-sal, sobretudo as localizadas na Bacia de Campos, localizada no litoral norte fluminense. MACAÉ OFFSHORE 37


MERCADO

Dívida galopante O alto endividamento da empresa também é visto como um dos maiores desafios a serem enfrentados pela companha. Em 2014, a Petrobras registou aumento de 31% em seu endividamento, grande parte em dólar, moeda que nos últimos meses vem batendo recorde de alta. Por isso, para aliviar o caixa, a companhia anunciou em seu plano que aumentou a venda de ativos, chegando ao total de US$ 42,6 bilhões. O objetivo é que a dívida chegue a 40% até 2018 e a 35% até 2020. Hoje, o montante da dívida está em 43% do patrimônio total da companhia. Há, ainda, problemas referentes à questão operacional. O prazo para

entrega de plataformas, previsto nos planos anteriores, não será cumprido, o que poderá comprometer ainda mais a meta de produção já reduzida prevista. Este é o caso das P-75 e P-77. Após meses de negociação entre a estatal e os estaleiro pertencente ao consórcio QGI, no Rio Grande do Sul, e riscos de que a construção de módulos das plataformas fossem transferida para estaleiros chineses, chegou-se a um acordo para que essas unidades fossem construídas em território gaúcho. As plataformas P-75 e P-77 serão instaladas, respectivamente, nos campos Búzios II e Búzios IV,

na área da cessão onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos. As duas plataformas vão produzir, individualmente, até 150 mil barris de petróleo e vão comprimir 7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A previsão inicial era de que as plataformas ficassem prontas em meados de 2016. A QGI, no entanto, comunicou que o novo prazo de entrega é para meados de 2017. “Quanto mais atrasa a entrega de uma plataforma, mais prejuízos para a estatal, pois ela limita a sua produção diária”, afirma Marcio Sette, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ. 

Divulgação

Em operação desde outubro de 2010, o estaleiro Rio Grande 1 tem em sua carteira de construção oito cascos para os FPSOs replicantes In operation since October 2010, the shipyard “Rio Grande 1” has in its construction portfolio 08 hulls for replicant-type FPSO’s

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MARKET

Less cash, more

challenges

Investments from PNG 2015-2019 dropped 37% and Petrobras promises to focus on pre-salt activities. However, delays and debts (in dollar) are disturbing

By Brunno Braga

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ith growing debts, involved in one of the biggest corruption scandals, major challenges ahead and surrounded by distrust from the shareholding market Petrobras decided to release in June its Business Plan to the period of 2015-2019. Total of investments of the company for the period – US$ 130.3 billion, represents a reduction of 37% against the PNG 2014-2018, increase in the goal of disinvestments and continuous focus on pre-salt activities. These were the issues that received more attention in Petrobras’ Management and Business Plan disclosed in June. The market was already expecting a reduction of financial resources from the company, who

faces today its worst crisis in its six decades of history. Still, challenges are many despite all the efforts promised by the current president of the Brazilian giant, Aldemir Bendine. Even with the reduction to almost half of the production goals for 2020, as set out in the previous PGN (20142018), the company may keep facing trouble during the observed period. In fact, the market was already showing signs of a drop in the money to be allocated by Petrobras, but even when it became official, there is still the risk of treading a difficult terrain. According to Bendine, the risks

considered were those that may impact the plan, such as changes in market conditions, oil barrel price and exchange rates, disinvestment operations and other business reorganizations. In the disclosed document, the E&P area of Petrobras will answer for 83% of the total of investments, which represents an amount of US$ 108.6 billion. From that total, 86% of the resources will be intended to the development of production, remaining only 11% for exploration and 3% for operational support. Pre-salt will become a protagonist as there will be no major contributions to the post-salt areas especially those located in the Campos Basin, at the north shore of the State.

Galloping Debt The issue of high debts in the company is also seen as a major challenge to be overcome. In 2014, Petrobras recorded an increase of 31% in its debts, most in dollar, a currency that in the last months recorded a soaring rise. Thus, in order to find relief, the company announced in its plan that it will increase the sale of assets, reaching the total of US$ 42.6 billion. The goal is to reduce the debt to 40% by 2018 and to 35% by 2020. Today, the sum is in 43% of the total equity of the company. There are also concerns around the operational issue. Deadline to deliver

platforms, expected in previous plans, will not be met, which will compromise even further the production goal already reduced and forecasted. This is the case of P-75 and P-77. After months of negotiation between Petrobras and shipyards owned by the QGI consortium in the State of Rio Grande do Sul, not to mention risks that the building of platform modules would be transferred to Chinese shipyards, an agreement was finally reached to build those units in the Brazilian pampas. Platforms P-75 and P-77 will be installed, respectively, in fields Búzios II and Búzios IV, onerous

assignment area, at the pre-salt of the Santos Basin. Each platform will produce up to 150 thousand oil barrels and compress 7 million cubic meters of natural gas per day. Initial forecast was that the platforms would be ready by mid-2016. However, QGI informed that the new term for delivery is now mid-2017. “The more you delay the delivery of a platform, more losses you will cause to the company, as said delay limits its daily production”, says Marcio Sette, professor at the Coppe’s Energy Planning Program from UFRJ (Federal University of Rio de Janeiro).  MACAÉ OFFSHORE 39


DESENVOLVIMENTO LOCAL

A esperança é a última que morre Por Alberto Machado*

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tuo no setor de petróleo há 46 anos. Durante todo esse tempo, tive a oportunidade de assistir ao jogo de dentro do campo, dei muitos chutes, levei algumas caneladas e até fiz alguns gols. Como dizia Raul Seixas, no setor de petróleo: “eu nasci há dez mil anos atrás”. Vi os dois choques do petróleo, o preço do barril pular de dois dólares em 1970 para trinta e cinco dólares em 1979, estava na comemoração das primeiras descobertas da Bacia de Campos, acompanhei a construção de algumas refinarias, participei da implantação de grandes empreendimentos e vivi períodos de petróleo em baixa e a Petrobrás sem caixa, da moratória, participei do desenvolvimento da indústria nacional, do fim do monopólio da Petrobras, do Prominp, da euforia do pré-sal, dos investimentos, conheci os planos ambiciosos da Petrobras e agora assisto, estarrecido, às descobertas da Operação Lava-Jato. No começo da década de cinquenta, a Campanha “O Petróleo é Nosso” teve como resultado a promulgação da Lei 2004 e a criação da Petrobrás​, naquele tempo com acento agudo no “a”​. Na verdade, o slogan da vitoriosa campanha deveria ter sido: “O petróleo, se houver, será nosso”, pois até então pouco conhecíamos de nossas bacias sedimentares.

Mesmo assim, a Petrobrás, ainda com acento agudo, mostrou a que veio. Na falta de reservas conhecidas de petróleo, optou por tornar o país autossuficiente em processamento de petróleo, construindo um competitivo parque de refino e desenvolvendo um vasto knowhow em comércio exterior. A excelência dessa estratégia livrou o Brasil do desabastecimento sentido pela maioria dos países na década de setenta. Com o passar do tempo, o petróleo brasileiro começou a dar o “ar de sua graça”, passando a alimentar o antigo sonho de o Brasil se tornar autossuficiente. As descobertas no mar só ocorreram porque o Brasil investiu em desenvolvimento tecnológico e apostou em seus técnicos, que passaram a caminhar na vanguarda no setor, obtendo seguidos prêmios internacionais. O que teria sido de nossa economia se tivéssemos tido que importar a maior parte de nossa demanda interna até hoje? Do mesmo modo que, no passado, o Brasil soube gerenciar o abastecimento nacional quando o óleo produzido localmente era bastante escasso e o mundo vivia severas restrições de oferta, estaria na hora de atuarmos com a mesma competência naquele então novo cenário. Estávamos com um “bilhete premiado” em mãos.

Uma possível abundância de petróleo trouxe vários questionamentos, sendo que o mais importante foi a necessidade de definição de um discutível novo marco regulatório que resultou, entre outras medidas, na implantação do regime de partilha, na obrigatoriedade de a Petrobras atuar como operadora única e na participação obrigatória com, no mínimo, 30% em cada bloco licitado, entre outras providências. Como consequência, o grande e irreparável prejuízo foi o retardamento dos leilões da ANP. Infelizmente, tendência atual é exatamente contrária: O Custo Brasil tira a competitividade dos produtos nacionais, a não utilização de processos projetados no Brasil, utilizando normas brasileiras, dificulta a inserção de nossa indústria, a competitividade acirrada de outros países, os problemas de caixa e de governança na principal empresa do setor, os problemas macroeconômicos e a crise política tornam o cenário nebuloso para novos investimentos que objetivem monetizar o óleo do subsolo. Mas, nem tudo está perdido, pois temos grandes reservas, profissionais competentes e sabemos que, pelo menos, por uns 20 ou 30 anos o petróleo ainda vai ser um importante energético. Portanto, vamos continuar lutando, pois “a esperança é a última que morre”.​ 

*Alberto Machado é engenheiro Químico, Mestre em Engenharia da Produção COPPE/UFRJ e Pós-Graduado em Business Administration INSEAD/França.Diretor Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - ABIMAQ. Professor e Coordenador Acadêmico do MBA Gestão em Petróleo e Gás – FGV

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lOCAL development

Hope dies last * By Alberto Machado

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’ve been working in the oil sector for 46 years. During that whole time, I had the opportunity to watch the game from the field itself, I have kicked many balls, took some kicks to the shins and even got the chance to score a few goals. As Raul Seixas used to say, in the oil sector “I was born 10,000 years ago”. I saw the two petroleum crisis, the oil barrel jumping from two dollars in 1970 to thirty-five in 1979. I was in the celebration of the first discoveries in the Campos Basin, I followed up the construction of refineries, I joined the implementation of major enterprises and endured periods of low petroleum and Petrobras without cash, I lived during the moratorium, I took part in the development of the national industry, I saw the end of Petrobras’ monopoly, the Prominp, the euphoria of the pre-salt and the investments, I managed to knew Petrobras’ ambitious plans and now I see, appalled, the discoveries of the Car Wash Operation.

knowledge of our own sedimentary basins. Nevertheless, Petrobrás, still stressed, did not disappoint. In the lack of known oil reserves, it chose to make the country self-sufficient in oil processing, building a competitive refinement park and developing a vast know-how in foreign trade. The excellence of that strategy saved Brazil from the shortage felt by most countries during the 1970s. Still on to the second petroleum crisis, Petrobras instrumented and implemented the pro-alcohol, the only program to replace petroleum by economically feasible and sustainable biomass. We finished the decade of 1970 with a refinement park appropriately sized to meet the demand, along with terminals, oil pipelines and a fleet of world class oil tankers. To top it off the value chain only needed the “The Petroleum to be Ours”.

Optimists say the scenario is not so cheering, but hopefully every crisis has to end one day. In an attempt to understand the current situation, let’s take a look at past periods and then try to identify remarkable events that may contribute to the proposal of solutions.

At the same time, in an action as important as the maintenance of the supply, Petrobrás assisted the implementation in Brazil of a manufacturing park with solid and competent services, whose development system served as a role model in several other countries.

At the beginning of the 1950s the Campaign “The Petroleum is Ours” resulted in the promulgation of Act 2004 and in the creation of Petrobrás, with a stress mark in the “a”.

As time passed, the Brazilian oil started to “make a name for itself” by rekindling the old dream of making Brazil self-sufficient.

In fact, the slogan of that victorious campaign should have been: “The petroleum, if any, is ours”, mostly because we had such a shallow

Discoveries on the sea only happened because Brazil invested in technological development and betted on its technicians, who eventually marched at the vanguard of the

sector, being awarded with several internationals prizes. What would have been of our own economy if we had imported most of our internal demand? But times changed. Petrobrás’ monopoly is now dead and countless players have joined the market. “Petrobrás” has become the international “Petrobras” and following the birth of the new millennium, we arrived at a precarious, although possible, self-sufficiency, and when it was least expected, the pre-salt suddenly came. With the discovery of big reservoirs the slumbering spirit that guided the campaign back in the 1950s woke up. Finally, “The Petroleum that, theoretically, is Ours” has become a reality. As it did in the past, when Brazil managed to meet the local supply demand when the locally produced oil was very scarce and the world was facing several offer restrictions, it now would be the perfect time to work with the same competence against the new scenario. We were holding a “golden ticket” in our hands. However, economists teach us that it is no trivial task to hold a “golden ticket”. If not appropriately held, the result of the whole process can be negative and unfortunately, economists were right: What was the sign of a promising future turned out to be more harmful than healthy. A possible abundance of petroleum brought with it several questions, especially the need to define a discussible new regulatory milestone that resulted, among other measures, in the implementation of the share

*Maria D´Assunção Costa, lawyer graduated by USP, doctor in Energy by IEE/USP, partner of Assunção Consultoria and author of the book “Comentários à Lei do Petróleo” (Comments on the Petroleum Law) published by Editora Atlas.

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INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Luz no fim do túnel Por Glauco Nader*

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ara muitas empresas fornecedoras da cadeia produtiva de petróleo e gás natural, o final do primeiro semestre

de 2015 termina com a esperança de que os contratos retornem, se não no ritmo de antes, mas com alguma regularidade que possibilite um mínimo de planejamento para os próximos meses. Ainda no segundo semestre de 2013, percebeu-se um forte aumento da inadimplência de grandes empresas ligadas ao setor. Como consequêcia disso, naquele momento as pequenas e médias subfornecedoras enfrentaram grandes dificuldades para honrar seus compromissos, pois não conseguiam receber dos seus clientes. O ano de 2015, iniciou sem grandes perspectivas, devido à intensificação da Operação Lava Jato e às crises na Petrobras e na economia brasileira, que tornaram o corrente ano ainda mais difícil para a cadeia de fornecimento. Contudo, a acelerada queda no preço do barril do petróleo (BOE) no mercado internacional de US$ 105 em maio/14 para US$ 44 em janeiro/15, quando alcançou o nível mais baixo nos últimos anos, foi o real motivo da queda do movimento no setor. Tendo em vista esse cenário, o

entendimento dos motivos e as consequências da paralisação das grandes empresas, causaram o congelamento e/ou a diminuição do ritmo dos seus projetos de investimento. O segundo semestre do ano começa com o acordo nuclear da comunidade internacional com o Irã trazendo a perspectiva de um novo aumento da oferta de óleo no mercado internacional de 4,4 milhões de barris em 2016 e, consequentemente, do aumento da compressão do preço do barril.

pois a Bacia de Campos apresenta 15 campos nesta fase, sendo 10 confrontantes com o território do Estado do Rio de Janeiro. Enquanto na Bacia de Santos há 24 campos nesta fase, sendo 16 também confrontantes com o Estado do Rio de Janeiro. Em relação à Petrobras também há notícias positivas, como o aumento médio de 4,9% da produção em relação a 2013 e o aumento do Índice de Reposição de Reservas de 125% pelo critério da SPE, alcançando assim o índice de 100% pelo 23º

Entretanto, também se vislumbram elementos que indicam sinais positivos no futuro próximo. Em termos gerais no Brasil temos: o aumento das reservas para 16,2 bilhões de barris boe e da produção de petróleo e gás para 2,3 milhões de barris diários, além do anúncio da 13º. Rodada da ANP com a oferta de 266 blocos em outubro. Pelo ponto de vista internacional, há uma relativa estabilidade do preço internacional do barril em aproximadamente US$ 60.

ano consecutivo.

Além disso, a divulgação do Plano de Negócios da Petrobras (2015-2019) priorizando a etapa de Desenvolvimento da Produção, indica um alto volume de recursos para investimento. Essa é uma motivação para as empresas fornecedoras,

ças, promovendo situações de opor-

No ranking Top 50 produzido pela Energy Intelligence Group, a companhia melhorou sua posição – passou do 14º lugar em 2012 para 12º em 2013. Além do reconhecimento pelas conquistas obtidos no desenvolvimento do Pré-Sal através do prêmio recebido pela OTC 2015. Nos próximos meses ainda haverá incertezas nas empresas, mas sabe-se que este mercado passa por mudantunidades. Por isso, as empresas que melhor avaliarem o impacto dessas mudanças no setor e se adaptarem de forma estruturada, serão capazes de encontrar e desenvolver as oportunidades de forma mais rápida.

*Glauco Nader é economista formado pela UFF e doutor em Planejamento Urbano e Regional formado pela UFRJ. Também é Diretor da Dinamus Consultoria.

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Competitive intelligence

Light at the end of the tunnel * By Glauco Nader

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or many suppliers of the oil and natural gas production chain, the end of the first half of 2015 closes with the hope that contracts will return, maybe not as fast as before, but with a regular pace that allows a minimum of planning for the next months. In the second half of 2013, it was noticed a strong increase in default from major companies from the sector. As a result, in that same year small- and mid-sized sub-suppliers faced big challenges to honor their commitments as they were unable to receive from their clients. The year of 2015 started without major perspectives due to the intensification of the Car Wash Operation, crises within Petrobras and its impacts on the Brazilian economy, which made the current year even more troublesome to the supply chain. However, the quick drop of the oil barrel price (BOE) in the international market, from US$ 105 on May/14 to US$ 44 on January/15 (when it reached the lowest level in the last years), was the real reason behind the lack of movement in the sector. Considering this scenario, the understanding of the motives and consequences that explain the downtime of the bigger companies caused a stoppage and/or decrease

in the pace of their investment projects. The second half of the year starts with the nuclear agreement in the international community where Iran is expected to come up with a new increase in the offer of oil for the global market amounting 4.4 million barrels in 2016, and consequently, an increase in the compression of the barrel price. However, there are also elements indicating positive signs in a near future. In general terms Brazil had: an increase of reserves to 16.2 billion of BOE and an increase in the production of oil and gas to 2.3 million of daily barrels, in addition to the announcement of ANP’s 13th Round with the offer of 266 blocks by October. According to the international point-of-view, there is a relative stability of the international barrel price at approximately US$ 60. Additionally, the disclosure of Petrobras Business Plan (20152019) prioritizing the Production Development stage indicates a high volume of resources for investments. This is a motivational boost for suppliers, as the Campos Basin represents 15 fields in that stage, 10 confronting the territory of the

State of Rio de Janeiro de Janeiro. Meanwhile the Santos Basin has 24 fields in that stage, 16 of them also confronting the State of Rio de Janeiro. Concerning Petrobras there is also positive news, such as the average increase of 4.9% of production against 2013 and an increase in the Reserve Replacement Ratio of 125% per SPE criterion, which allowed the company to reach the ratio of 100% for the 23rd consecutive year. In the Top 50 ranking prepared by the Energy Intelligence Group, the company improved its position – it leaped from the 14th in 2012 to the 12th in 2013, not to mention the recognition for the achievements obtained in the Pre-salt development following awards won at the OTC 215. The next months will come with uncertainties for companies, but it is certain that the market is undergoing changes and promoting opportunity situations. For that reason companies that excel not only in evaluating the impact of such changes in the sector but also in adapting themselves in a structured way will be able to find and develop opportunities in a much faster fashion.

* Glauco Nader is an economist graduated by UFF and Doctor in Urban and Regional Planning by UFRJ. He is also a Director of Dinamus Consultoria.

Consultoria de solução em desenvolvimento de negócios no setor de petróleo e gás Rua Treze de Maio, 13 Sala 601 - Cinelândia - Rio de Janeiro/RJ Tel: 55 21 3553 5457 - www.dinamusconsultoria.com.br

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MARKET

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rede petro-BC

Rede Petro-BC tem participação importante e inédita na Brasil Offshore Por Ive Talyuli Divulgação

O terceiro maior evento do setor de Petróleo, Gás e Energia do mundo, a Brasil Offshore, realizada em junho deste ano, contou com o apoio especial da Rede Petro – Bacia de Campos. Dividindo um espaço de 36 metros quadrados com a Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM), a organização teve uma participação inédita no evento, divulgando suas ações e conquistando novos associados. Além do estande oficial, a Rede Petro-BC conseguiu, em parceria com a Reed Exhibitions (organizadora da Brasil Offshore), um espaço privilegiado para os seus associados que demonstraram interesse em apresentar seus produtos e serviços durante o evento. “Foi uma grande parceria que tivemos com a Reed neste ano. Nossos associados estiveram muito bem localizados, no pavilhão principal da feira. O estande da Rede Petro-BC também foi muito bem visitado e tivemos a oportunidade de fazer novos contatos”, ressaltou Vitor Silva, um dos coordenadores da Rede Petro-BC. Como tem sido feito em todos os eventos os quais participa, a instituição aproveitou a Brasil Offshore para visitar os estandes das grandes empresas, com o objetivo de apresentar suas ações e estreitar o relacionamento. “Essas visitas sempre nos trazem bons resultados. A intenção é fazer com que essas empresas nos informem suas demandas de fornecimento para que possamos repassar aos nossos associados, que terão a oportunidade de fechar um negócio”, explicou Evandro Cunha, que também atua na coordenadoria da Rede Petro-BC.

Um dos pontos altos da participação da organização na Brasil Offshore 2015, foi o coquetel realizado em seu estande, que reuniu empresários e autoridades municipais, como o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio. “Foi um grande momento ocorrido dentre os quatro dias de evento. Na ocasião, tivemos a oportunidade de estreitar o relacionamento com nossos associados e parceiros, além de também conquistar novas empresas para fazerem parte da Rede Petro-BC”, destacou Mário Jorge, outro coordenador da instituição. Carta de Boas-Vindas Aproveitando o momento do coquetel, que reuniu grande parte de seus parceiros e associados, a Rede Petro-BC entregou uma carta de boas-vindas ao novo gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Petrobras na Bacia de Campos, Marcelo Ferreira Batalha, que assumiu em junho.

Na ocasião, os coordenadores da Rede Petro-BC, Evandro Cunha e Vitor Silva, passaram a carta para as mãos do gerente de Contratação da Petrobras na UO-BC, Reinaldo Costa Silva. “Neste momento de transição, principalmente diante do cenário de crise, precisamos demonstrar nosso apoio e deixar claro que queremos continuar com a parceria que sempre tivemos com a Petrobras”, explicou Vitor. Redes Petro firmam acordo Com o objetivo de trocar experiências e estreitar o relacionamento, os representantes administrativos das Redes Petro Bacia de Campos, Espírito Santo, Leste Fluminense e Rio de Janeiro, aproveitaram a presença Brasil Offshore para uma reunião. O encontro foi organizado pelo SEBRAE visando, além da melhoria nos processos, a união de informações e troca de assuntos de interesse das empresas associadas a todas as Redes Petro. 

A Rede Petro-BC é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover, articular e fomentar a geração de negócios entre os atores da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da Bacia de Campos. Seu desafio principal é atender às demandas da principal área de exploração e produção brasileira, investindo constantemente em estudos para a viabilização de projetos em que a promoção de negócios se dê através da competitividade, gerando oportunidades de negócios às empresas e instituições envolvidas. Maiores informações através do telefone (22) 2796-6122.

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rede petro-BC

Rede Petro-BC has important and ground-breaking participation in Brazil Offshore By Ive Talyuli

The third largest Oil, Gas and Energy sector event in the world - Brazil Offshore -in June this year had special support from Petro Network (Rede Petro) - Campos Basin. Sharing a 230 sq. ft (36 sq. meter) space with the Macaé Commercial and Industrial Association (ACIM), the organization had a ground-breaking participation in the event, publicizing its actions and winning new members.’ In addition to the official booth Rede Petro-BC secured a privileged space in partnership with Reed Exhibitions (Brazil Offshore organizer) for members who expressed interest in showing their products and services during the event. ‘We had a great partnership with Reed this year. Our members were very well located in the main exhibition hall. The Rede Petro-BC booth also received many visitors and we had the opportunity of making new contacts’, stressed Vitor Silva, one of the Rede Petro-BC coordinators. As in all events it participates in, the institution seized the Brazil Offshore to visit major company booths for the purpose of presenting its actions and bridging their relationship. ‘These visits always bring us good result. The intent is that these companies inform us of their supply demands so that we can relay them to our members, who will then have the opportunity to close a deal’, explained Evandro Cunha, who also works in the Rede Petro-BC coordination.

One of the highlights of the organization’s participation in the Brazil Offshore 2015 was the cocktail party at its boot, which gathered businessmen and city officials, such as the mayor of Macaé, Dr. Aluízio. ‘It was a great moment that happened in the four days of the event. At the time we had the opportunity to narrow our relationship with our members and partners, and also to garner new companies to become part of Rede Petro-BC, accented Mário Jorge, another institution coordinator. Welcome Letter Taking opportunity of the cocktail event that gathered most of its partners and members, Rede Petro-BC delivered a welcome letter for the new general manager of the Petrobras Campos Basin Exploration and Production Operations Unit, Marcelo Ferreira Batalha, who took office in June. On that occasion the Rede PetroBC coordinators, Evandro Cunha and

Vitor Silva, presented the letter to the Contracts manager of the Petrobras Campos Basin Operations Unit, Reinaldo Costa Silva. ‘At this time of transition, especially in view of the crisis scenario, we need to demonstrate our support and make it clear that we wish to continue the partnership we have always had with Petrobras, explained Vitor.’ Petro Networks secure a deal For the purpose of exchanging experiences and bridging their relationship, the administrative representatives of the Campos Basin, Espírito Santo, East Rio de Janeiro and Rio de Janeiro Petro Networks seized their presence at the Brazil Offshore for a meeting. The engagement was organized by SEBRAE aiming at information gathering and the exchange of topics of interest to the company members of all Petro Networks, in addition to process improvement.

Rede Petro-BC is a non-profit organization whose purpose is to promote, articulate and foment business generation among the Campos Basin oil, gas and energy productive chain players. Its main challenge is to meet the demands of the primary Brazilian exploration and production area by constantly investing in feasibility studies for projects in which business promotion is achieved through competitiveness, thus generating business opportunities to the companies and institutions involved. For more information call (22) 2796-6122.

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