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ÍNDICE / CONTENTS
Matéria de capa | Report of Cover
Divulgação
A saúde da Bacia de Campos
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The Health of Campos Basin
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Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Entrevista | Interview Kjell-Børge Freiberg. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Kjell-Børge Freiberg. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Colunas | Columns
Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso
Destaque Jurídico Judicial Highight Maria d´Assunção Costa
Inteligência Competitiva Competitive Intelligence Glauco Nader
Desenvolvimento Local Local Development Alberto Machado
Rede Petro-BC Rede Petro-BC Ive Talyuli
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Resiliência Resilience Mecanismos de controle de corrupção para o segmento de Petróleo & Gás Corruption control mechanisms for the Oil and Gas segment O que fazer? Buscando alternativas no momento de crise What to do? Searching for alternatives in this time of crisis Qual será o preço do petróleo no final desta década? How much will the oil cost at the end of this decade? Rede Petro-BC: uma ótima alternativa em meio a crise Rede Petro-BC: An Oustanding Alternative Amidst The Crisis
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Mais informações: www.macaeoffshore.com.br
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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER
O fim de uma era. Estamos preparados para a nova? Há quinze anos o mundo entrava num período no qual o Brasil adquiriu status de protagonista. Foi a era das commodities, na qual os preços de produtos produzidos em larga escala em solo brasileiro. Produtos, como minério de ferro e soja, serviram para alimentar o voraz apetite chinês que, ano a não, batia recordes de crescimento econômico e que foi essencial para a expressiva valorização das commodities nos primeiros anos do século XXI. Ao que tudo indica, os acontecimentos dos últimos meses estão marcando, de forma definitiva, o fim de uma era para a indústria. Com a desaceleração chinesa e aumento da oferta de óleo, países que surfaram com as rendas advindas com os altos preços do barril, hoje começam a rever investimentos e começam a buscar se adaptar a um cenário cada vez mais cinzento. Ao que tudo indica, os acontecimentos dos últimos meses estão marcando, de forma definitiva, o fim de uma era para a indústria.
Contudo, está o Brasil preparado para uma nova era que surge para a indústria de O&G? Com a principal empresa brasileira em situação de grave crise, não somente em função dos escândalos de corrupção, mas, também por conta de decisões que se configuraram erradas, verifica-se uma paralisia sem rumos a serem definidos. Os mais prejudicados nesse processo vêm sendo o estado do Rio de Janeiro e Macaé, que assistem erodir as suas receitas, fortemente atreladas ao preço do petróleo. O fim de uma era representa, no entanto, o início de uma nova. Contudo, é preciso que se estabeleça uma diretriz urgente para que a situação atual se reverta, corrigindo os erros cometidos e dando uma injeção de ânimo para a indústria. Nós, da Macaé Offshore, seguimos acreditando que seja possível, desde que se fortaleça a sinergia entre governo, operadoras e representantes da cadeia. O Brasil não pode prescindir disso.
The end of an era. Are we prepared for a new one? Fifteen years ago, the world entered a period in which Brazil became a protagonist. It was the age of commodities, in which the prices of products produced on a large scale in Brazil, like iron ore and soybeans, fed the voracious appetite of the Chinese that, year after year, broke economic growth records and was essential for the substantial valuation of commodities in the first years of the 21th century. It seems that the events over the last months are definitively marking the end of an era for the industry. With the Chinese slowdown and the increasing oil supply, countries that once enjoyed the revenue resulting from higher oil barrel prices, nowadays reconsider investments and seek to adapt to an increasingly darker scenario. It seems that the events over the last months are definitively marking the end of an era for the industry. 4 MACAÉ OFFSHORE
However, is Brazil prepared for the new era of the O&G industry? While the most important Brazilian company is amid such a severe crisis, not only caused by corruption scandals, but by wrong decision-making, we see clear stagnation and no defined directions. The state of Rio de Janeiro and the city of Macaé have been the most affected in this process, and watch their revenue, strongly linked to the price of oil, erode. At the same time, the end of an era represents the beginning of a new one. However, the establishment of urgent guidelines is imperative so the current situation can be reversed, by correcting any mistakes made and boosting the industry. We at Macaé Offshore still believe this is possible, as long as the synergy between government, operators and chain representatives is strengthened. Brazil cannot do without this.
Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Divulgação A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Oito de Março, 402 - Costa do Sol Macaé/RJ - CEP 27.923-340 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga (MTb. 050598/00) Rodrigo Leitão Flávia Domingues (MTb. 27478/RJ) redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Prowords Professional Translations Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 85ª Edição - Dezembro/Janeiro 85th Edition - December/January Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties
MARÉ ALTA
Divulgação
Licença O Estaleiro Brasa conta agora com novas perspectivas de atuação na indústria naval, após receber a renovação de sua licença operacional por parte do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O novo documento, que faz parte do plano do estaleiro de ampliar seu portfólio ao longo dos próximos anos, permitirá à empresa expandir suas atividades em Niterói para as áreas de operações offshore e reparos a embarcações. A medida tem como objetivo aprimorar o atendimento às diversas demandas de companhias do setor. Hoje atuante em operações de construção e montagem de equipamentos, módulos e estruturas, o estaleiro poderá agora expandir sua base para captar novos negócios no mercado. A expectativa é de que o acréscimo nas atividades permita à empresa manter o corpo de funcionários que seria dispensado após o término dos projetos dos FPSOs Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema.
Fundado em 2012, o Brasa é o único estaleiro brasileiro totalmente dedicado à construção de topsides e integração de FPSOs Founded in 2012, Brasa is the only Brazilian shipyard fully dedicated to the construction of topsides and FPSO integration
Ansiedade O mercado aguarda a edição de nova regra, via decreto, definindo as exigências de conteúdo local no setor de petróleo. Estima-se que a mudança deverá facilitar entendimentos entre a Petrobras e a Sete Brasil. A nova regra criaria um sistema de créditos que pode compensar parte da exigência de conteúdo local. Se a operadora de petróleo viabilizar a instalação de novos estaleiros ou fomentar a exportação de componentes pelo Brasil, por exemplo, poderá ganhar créditos e fazer uma aquisição menor de conteúdo local em outros setores. A depender das datas de assinatura dos contratos, a encomenda das sondas pela Petrobras junto à Sete poderia resultar em créditos para a estatal.
Recorde Os campos do pré-sal, que nos três primeiros trimestres de 2015 tiveram uma produção média diária de 919 mil barris de petróleo e gás, já respondem por 24% de todo o petróleo e gás produzido pela Petrobras. De acordo com o diretor da área Financeira e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro, o resultado operacional da companhia está melhorando de maneira muito consistente. “Temos perseguido números e metas desafiadores, mas que possamos, junto com nossas equipes, entregar e concluir. A expectativa é de que, à medida que avança o pré-sal, avançam as decisões que a gente tomou de redução de custo, tudo isso vai sendo capturado no resultado”, disse. A produção da Petrobras no Brasil cresceu 8% no comparativo entre os nove primeiros meses de 2015 e o mesmo período de 2014. Considerando a produção nacional e no exterior o crescimento foi de 6% no período, passando de 2 milhões 627 mil barris por dia para 2 milhões 790 mil barris diários.
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MARÉ ALTA Divulgação
Lançamento A Weatherford International apresentou ao mercado a válvula de circulação JetStream® com sistema de identificação por radiofrequência (RFID) na Conferência Técnica Anual e Exposição da Sociedade de Engenheiros de Petróleo (SPE). Esta solução permite as operadoras utilizar uma série de ferramentas em diferentes posições ao longo da coluna de perfuração e acionar remotamente as válvulas múltiplas vezes em uma única corrida, resultando em maiores taxas de fluxo e poços mais limpos. As capacidades da válvula JetStream RFID podem ajudar a superar os principais problemas durante a perfuração de poços em águas profundas, como aprisionamento de coluna, colapso do poço, instabilidade em zonas de folhelho e perda de circulação. Recentemente, um operador no Mar do Norte utilizou a válvula JetStream RFID em uma seção intermediária de 6.5 pol. que foi perfurada até uma profundidade total de 10.446 pés (3184m) através de uma formação de calcário poroso e suave. A válvula de circula-
Weathford lança válvula de circulação JetStream e expande seu portfólio de sistemas de levantamento Weatherford launches the JetStream circulation valve and expands its portfolio of survey systems
ção foi ativada o total de 16 vezes para bombear 29 pílulas de material de perda, o que permitiu que a operadora
mantivesse as taxas de perda abaixo de 20 bbl / h (3 m³ / h) e evitou o abandono do poço.
adoção de um canal de comunicação independente,
tal, em comunicado entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“O processo de seleção do novo ouvidor geral da Petrobras faz parte do conjunto de ações que a companhia está adotando com o objetivo de aprimorar e fortalecer sua governança”, afirma a esta-
O novo ouvidor geral é servidor público da Controladoria Geral da União (CGU) e vinha exercendo a função de controlador-geral do Estado de Minas Gerais.
Ouvidoria A Petrobras informou que o conselho de administração da estatal aprovou a indicação de Mário Vinícius Claussen Spinelli como novo ouvidor geral da companhia. Segundo a estatal, a nomeação de Spinelli faz parte de um processo de reestruturação da ouvidoria geral, que também inclui a
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HIGH TIDE
Release
License The Brasa Shipyard now has several new perspectives to operate in the shipbuilding industry after having its operating license renewed by the State Institute of Environment (Inea). The new document, which is part of the shipyard’s plan to enhance its portfolio for the next years, will allow the company to expand its activities in Niteroi for the offshore and vessel repair operations. The goal of the measure is to improve the compliance with the several demands from companies of the sector. The Shipyard is currently active in construction and assembly operations for equipment, modules and structures and may now expand its base to attract new business in the market. Expectation is that the increase of activities will allow the company to keep its current headcount that would be otherwise dismissed following the termination of projects related FPSOs Cidade de Maricá & Cidade de Saquarema.
Record Pre-salt fields, which in the first three quarters of 2015 had an average daily production of 919,000 oil and gas barrels, now answer for 24% of the whole oil and gas produced by Petrobras. According to the director of the Financial and Investor Relationship Area, Ivan Monteiro, the operating result of the company is improving in a very consistent way. “We are seeking challenging numbers and goals, but still focused on delivering
and finishing in accordance with our teams. Expectation is that, as the pre-salt develops, decisions we took the reduce cost also develop, and all this reflects in the results”, he said. Production of Petrobras in Brazil grew 8% in the comparison against the new first months of 2015 and the same period from 2014. Considering the local and foreign production the growth was of 6% in the period, from 2,670,000 barrels/day to 2,790,000 barrels/day.
Weatherford International presented to the market the circulation valve JetStream® with radiofrequency-based identification system (RFID) during the Annual Technical Conference and Exhibition of the Society of Petroleum Engineers (SPE). This solution allows operators to use a series of tools in different positions across the drilling string and remotely activate the valves multiple times in a single run, resulting in higher flow rates and cleaner wells. The capacities of the JetStream RFID valve may help to overcome the main issues found during drilling of wells in deep waters, such as trapped column, well blowout, instability inside shale zones and loss of circulation. Recently, an operator in the North Sea used the JetStream RFID in an intermediate section of 6.5 inches that was drilled up to a total depth of 10,446 feet (3,184m) through a porous and smooth limestone formation. The circulation valve was activated 16 times to pump 29 loss material pills, which allowed the operator to keep low rates under 20 bbl/h (3 m³/h) and prevented the well abandonment.
Anxiety The market awaits the issue of a new rule, via decree, defining the requirements of local content in the petroleum sector. It is expected that the change will facilitate understandings between Petrobras and Sete Brasil. The new rule would create a credit system capable of offsetting part of the local content requirements. If the petroleum operator arranges for the installation of new shipyards or promotes the export of components, for instance, said operator may earn credits and acquire less local content in other sectors. Depending on the date agreements are signed, the order of rigs by Petrobras to Sete may result in credits to the former.
Ombudsman’s Office Petrobras informed that its board of directors approved the appointment of Mário Vinícius Claussen Spinelli as the new general ombudsperson of the company. According to Petrobras, the nomination of Spinelli is part of the process to restructure the general ombudsman’s office, which also includes the adoption of an independent communication channel. “The process to select a new general ombudsperson is part of a set of actions the company has been adopting with the purpose of improving and strengthening its governance”, said the company in a newsletter delivered to the Securities and Exchange Commission (SEC). The new general ombudsperson is a public servant from the Comptroller General of the Union (CGU) and has been exercising the role of ComptrollerGeneral for the State of Minas Gerais.
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Por dentro do mercado
Resiliência
R
Por Celso Vianna Cardoso*
esiliência: (s.f.) capacidade de um corpo de voltar ao seu estado original após terem sido submetidos a uma deforma-
ção.
“Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha.” Rocky Balboa Em 2014 (Que fase!; dez/ 2014) esta coluna abordou o cenário de deterioração dos fundamentos econômicos e financeiros da Petrobras juntamente com o agravamento das suspeitas de corrupção em função da delação premiada feita pelo ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa. Naquele mês, as ações da Petrobras atingiam seu menor patamar dos últimos sete anos, aos R$12,00 (PETR4), e o barril de petróleo tipo Brent encontrava-se aos US$70. Nos EUA, a SEC dava início ao processo investigativo sobre as denúncias de desvios de dinheiro da Petrobrás, para saber se infringiram as leis de anticorrupção americana prejudicando seus investidores. Em dezembro de 2015, até o fechamento desta edição, as ações da Petrobras renovaram os preços mínimos aos R$ 7,50 (PETR4), o barril tipo Brent caiu para US$43,23, e as investigações levaram a um agravamento das suspeições envolvendo, inclusive, políticos e
o palácio do planalto. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, aceitou um pedido de impeachment contra Dilma Roussef — que ainda terá que se defender de uma ação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por suspeita de abuso do poder econômico e político que apontana direção no sentido de que recursos desviados da Petrobras podem ter ajudado a financiar a reeleição. Em fevereiro de 2015 assumiu a presidência da estatal Aldemir Bendine, vindo do Banco do Brasil, e em abril Murilo Ferreira é escolhido como presidente do conselho de administração. Após ter votado contra a venda da BR Distribuidora, Ferreira pediu licença do cargo em setembro e finalmente renunciou ao cargo no final de novembro de 2015, após sete meros meses no cargo. O mercado viu o afastamento definitivo como uma insatisfação do executivo com a falta de transparência da estatal, e com a quantidade mínima de informações que o conselho recebia. Essa desconfiança do mercado foi amplificada pela saída do seu suplente no conselho, também oriundo da Vale. Analistas de mercado previram como repercussão negativa a saída de Murilo Ferreira. Para agravar um pouco mais o cenário — já muito ruim, evidentemente — o banqueiro André Esteves foi preso no dia 25 de novembro pela Polícia Federal, sob suspeita de tentar
atrapalhar as investigações da LavaJato através da compra do silêncio do Nestor Cerveró. Uma gravação feita pelo filho do delator expôs uma negociação entre o senador Delcídio do Amaral, seu assessor Diogo Ferreira e o advogado Edson Ribeiro, com o fim de comprar o silêncio de Nestor Cerveró e evitar que ele fechasse o acordo de delação premiada. São três os negócios entre o banco BTG Pactual de André Esteves e a Petrobras: o embandeiramento de postos de gasolina pela BR em São Paulo; a formação da Sete Brasil, da qual o BTG é o principal acionista; e a compra de participação em projetos na África, sendo este último o mais lucrativo. Na outra ponta, a Sete Brasil, criada para construir e alugar sondas para a Petrobras encontra-se à beira da falência, devido à queda do preço do petróleo, do represamento dos repasses do BNDES, e pela dívida superior a R$ 14 bilhões junto a bancos a quem a empresa recorreu para manter suas operações. Para evitar a quebra, os sócios da empresa estudam processar a Petrobras em R$20 bilhões. A palavra de ordem agora é resiliência. Para se manter em pé, a Petrobras precisa absorver todos esses golpes e, através de uma boa gestão, se levantar e buscar o caminho para voltar a ser a maior empresa do país.
*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É co-autor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.
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inside the market
Resilience * By Celso Vianna Cardoso
R
esilience: (n.) The property of a material that enables it to resume its original shape or position after being bent, stretched, or compressed; elasticity. “It ain’t about how hard you hit. It’s about how hard you can get hit and keep moving forward; how much you can take and keep moving forward. That’s how winning is done!” Rocky Balboa In 2014 (What a year!; Dec/ 2014) this periodical addressed the deterioration scenario of the economic and financial foundations of Petrobras along with the worsening of corruption scandals following the plea bargains by the former supply director Paulo Roberto Costa. On that month, Petrobras shares reached their lower threshold in the last seven years, at R$12.00 (PETR4), while the Brent oil price was at US$70. In the USA, SEC started its investigation process on denounces of embezzlement charges in Petrobras to discover if American anticorruption laws were violated, thus impairing stakeholders. On December 2015, up to the closing of this issue, Petrobras shares renewed minimum prices at R$ 7.50 (PETR4), the Brent barrel dropped to US$43.23, and investigations led to a worsening of the suspicions, also
involving politicians and the Planalto Palace. Eduardo Cunha, President of the Chamber of Deputies, accepted a request for impeachment against Dilma Roussef — who will have to defend herself against a lawsuit from the TSE (Superior Electoral Court) after suspicions of economic and political power abuse leading to a possible deviation of resources from Petrobras to finance her reelection.
being suspected of trying to hinder Car-wash investigations by buying out the silence of Nestor Cerveró. A recording made by the son of the defendant exposed a negotiation between Senator Delcídio do Amaral, his advisor Diogo Ferreira and attorney Edson Ribeiro, whose goal was to bribe Nestor Cerveró to remain silent and prevent him from entering into the plea bargaining.
On February 2015, Aldemir Bendine, from Banco do Brasil, became the president of the stateowned company and on April, Murilo Ferreira was chosen as its Chairman of the Board. After voting against the sale of BR Distribuidora, Ferreira requested to withdraw from the office on September and finally waived it at the end of November 2015, after merely seven months in the office. The market saw the definitive leaving as his disappointment with the lack of transparence exercised in the company, and with the minimum amount of information the board was provided. This distrust from the market increased after the leaving of his deputy, also from Vale. Market analysts forecasted as a negative repercussion the leaving of Murilo Ferreira.
There are 03 business between bank BTG Pactual of André Esteves and Petrobras: the flagging of gas stations by BR in São Paulo; the formation of Sete Brasil, from which BTG is the main shareholder; and the acquisition of participation in projects located in Africa, being this one the most profitable. Meanwhile, Sete Brasil, created to build and lease rigs for Petrobras, is at the verge of bankruptcy due to the drop in the oil price, block of transfers from the BNDES and debt exceeding R$ 14 billion with banks the company resorted to in order maintain its operations. To avoid the ultimate break, the company partners intend to suit Petrobras in R$20 billion.
To make things even worse in already bad scenario, the banker André Esteves was arrested on November 25th by the Federal Police
The key word is now resilience. In order to stand still, Petrobras must absorb all those hits and through good management practices, get up and seek the path that will lead it back to position of the largest company of the country.
* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.
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desTAQUE jurídico
Mecanismos de controle de corrupção para o segmento de Petróleo & Gás Por Maria d´Assunção Costa *
S
egundo o Banco Mundial (http://www.worldbank.org/ e n / r e s u l t s / 2013 / 0 4 / 15 / extractive-industries-transparency-initiative-results-profile), cerca de 3,5 bilhões de pessoas vivem em países ricos em recursos naturais, dentre esses, petróleo e gás, o que não quer dizer que a sua população se beneficie dessas riquezas. Em todo o mundo, a indústria de petróleo e gás é caracterizada pela presença do Estado, seja sob a forma direta por meio de empresas estatais, seja (indiretamente) na obtenção de receitas oriundas das rendas petrolíferas das produtoras. Nesse cenário, há incontáveis relações entre representantes do Governo com as empresas privadas do segmento.
Decreto nº 3.678/2000, e a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção pelo Decreto nº 5.687/2006. Por esses atos, o Brasil, Estado, se comprometeu a responsabilizar pessoas jurídicas e físicas por atos de corrupção.
condutas corruptivas por parte das em-
Nesse cenário, em 2013, foi publicada a Lei nº 12.846/2013, denominada de Lei Anticorrupção, a qual atribui responsabilidade objetiva (independentemente de dolo ou culpa) às companhias envolvidas em atos de corrupção junto ao Poder Público, alcançando a solidariedade entre empresas controladoras, controladas e consorciadas, aquelas resultantes de fusões e de aquisições, além das terceiras envolvidas nas condutas corruptivas tipificadas na Lei.
de adoção de melhores instrumentos de
Muito do que se notícia sobre corrupção se deve à falta de transparência nos mecanismos institucionais dessas relações entre Estados-hospedeiros e empresas de petróleo e gás, o que pode levar à prática de variados esquemas de corrupção e, consequentemente, retirar da população os possíveis benefícios decorrentes da extração de petróleo e gás.
Ademais, essa mesma Lei tem por finalidade estabelecer (i) normas regulamentares, por meio da adoção de códigos de ética, (ii) processos de análise de riscos de desconformidade; (iii) treinamento, (iv) auditoria e (v) serviços de prevenção, no combate à corrupção praticada junto ao Estado.
camos as regras para escolha dos dirigen-
No entanto, vimos que o Governo deixou de cumprir as obrigações às quais o Estado Brasileiro se comprometeu nos tratados e na Lei. Os acontecimentos que temos presenciado evidenciam a necessidade de que esses instrumentos normativos tenham mais eficácia com a adoção de mecanismos de prevenção de
Essas previsões têm sido discutidas com
Trazendo esse assunto para cá, vimos que o Brasil já ratificou a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico pelo
presas públicas e privadas, sobretudo a criação de programas de compliance e auditoria interna e externa para fiscalizar os atos praticados. Além disso, revela-se a necessidade governança interna das empresas estatais. Para tanto, tramitam no Congresso Nacional três projetos de lei que tratam do assunto: (i) o Projeto de Lei do Senado nº 343/2015, (ii) o anteprojeto apresentado pelos presidentes da Câmara e do Senado; e (iii) o Substitutivo do Projeto de Lei do Senado nº 167, que tramita na Comissão Mista de Responsabilidade das Empresas Estatais. Dentre os assuntos abordados, destates das empresas estatais, composição dos conselhos de administração nas sociedades de economia mista, a proibição da presença de “autoridade” nesses conselhos, bem como a necessidade de definição e preservação dos limites do “interesse público que justificou a sua criação”. as entidades de classe, evidenciando que a corrupção, a médio e longo prazos, não favorece nem as empresas privadas nem tão pouco as públicas. Embora tenhamos tratados e Lei atuais, ainda há muito a progredir em relação à governança das estatais e à forma de contratar.
*Maria D´Assunção Costa é advogada, doutora em Energia, sócia de Assunção Consultoria e coordenadora do livro Gás Natural no Cenário Brasileiro, da Editora Synergia.
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Judicial Highlights
Corruption control mechanisms for the Oil and Gas segment * By Maria d´Assunção Costa
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ccording to the World Bank (http://www. worldbank .org/en/re sults/2013/04/15/extractive-industries-transparency-initiative-results-profile), around 3.5 billion people live in countries rich in natural resources, including oil and gas. However, it does not mean that the population of such countries will benefit from those resources. In the whole world, the oil and gas industry is characterized by the intervention of the State, be it directly by means of state-owned companies or (indirectly) by obtaining income from the producers’ petroleum revenues. In this scenario, there are countless relations between Government representatives and sectorial private companies.
also the Convention of the United Nations against Corruption by enacting Decree 5687/2006. After such acts, Brazil, as a State, is committed to make legal and physical entities accountable for corruption acts.
Most news on corruption is due to the lack of transparence in the institutional mechanisms ruling said relations between Hosting-States and oil and gas companies, which can lead to the practice of several corruption plots, and consequently, deny the population of the possible benefits from the extraction of oil and gas.
Furthermore, this Act is intended to establish (i) regulatory standards by means of ethical code adoption, (ii) noncompliance risk analysis processes; (iii) training, (iv) auditing and (v) prevention services in the fight against corruption with the State.
Bringing the subject to our reality, we saw that Brazil ratified the Convention on Anticorruption of Foreign Public Servants in Business Transactions from the Organization for the Cooperation and Economic Development by enacting Decree 3678/2000 and
The year of 2013 marked the promulgation of Act 12846/2013, called Anticorruption Act, which assigns objective responsibility (regardless of deceit or negligence) to the companies involved in corruption acts, also including controller, controlled and consortium companies as well as those resulting from merge and acquisition processes and third parties involved in the corruptive behavior set out in the aforementioned Act.
However, we saw that the Government refrained from complying with the obligations the Brazilian State assumed in respect to treaties and laws. The last occurrences we have witnessed evidence that these normative instruments require more efficacy with the adoption of preventive mechanisms in order to
inhibit corruptive behaviors by both public and private companies, especially with the creation of compliance and internal and external audit programs to oversee the practice acts. Additionally, it is revealed the need to adopt better internal governance instruments for state-owned companies. To do so, three bills are currently being studied by the National Congress: (i) the Senate Bill 343/2015, (ii) the drafted submitted by the presidents of the Chamber and of the Senate; and (iii) the Alternate Senate Bill 167, which is under assessment by the Joint Responsibility Commission of State-owned Companies. Among the subjects addressed, we highlight the rules to: select leaderships for stateowned companies, form the board of directors in mixedeconomy companies, prohibit the presence of “authority” in such boards, as well as the need to set and preserve limits of the “public interest that caused its creation”. Such forecasts have been discussed with class entities demonstrating that corruption, at mid and long terms, does not favor private or public companies. Even though we have adopted current treaties and laws, there is still a lot to do to evolve governance and recruitment in state-owned companies.
*Maria D´Assunção Costa is lawyer, doctorate in Energy, partner of Assunção Consultoria and coordinator of the book Natural Gas in the Brazilian Scenario, Synergia Publishing House.
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INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
O que fazer? Buscando alternativas no momento de crise Por Glauco Nader*
O
início do ano apresenta a perspectiva de um período de dificuldades e desafios, principalmente,
neste momento? Quais as decisões
revistas especializadas, a participação
mais indicadas a serem tomadas?
de feiras e eventos ligados ao setor
para as empresas fornecedoras da
presas é fundamental neste momen-
cadeia produtiva de Petróleo e Gás.
to, mas saber o limite desses cortes
No cenário externo, há a constante
para não impactar a competitividade
queda do preço do barril do petró-
da empresa no presente e no futu-
leo chegando a menos de US$ 30, a
outras empresas e a participação em
ro é o grande desafio. Também nesse
associações contribuirá para o apro-
manutenção da elevada oferta pelos
caminho, é o momento para reestru-
fundamento do networking e a busca
principais países produtores e um
turar as organizações aperfeiçoando
pela diversificação através de novos
consumo menor do que o esperado,
a qualidade, a gestão estratégica por
mercados.
impactado pelo baixo crescimento da
meio de indicadores e a reestrutura-
parcerias internacionais e um proces-
economia mundial, o arrefecimento
ção da área comercial.
so de internacionalização impulsiona-
da economia chinesa e o brando inverno no Hemisfério Norte.
A diminuição dos custos pelas em-
Nesse último item percebemos um crescimento na demanda por
de petróleo e gás, no desenvolvimento do relacionamento com outros empresários e agentes podem contribuir ao sucesso da empresa. Assumir a necessidade de realizar parcerias com
Definitivamente
buscar
dos pela relação cambial é outro caminho promissor.
No cenário interno há ainda a pre-
serviços de reestruturação comercial
A maioria das empresas possui
visão de redução do volume de inves-
com objetivo de tornar a prospecção
a necessidade de atualização dos
timentos da Petrobras, a indefinição
de negócios mais assertiva, diminuin-
cadastros nas empresas e institui-
em relação à sua reestruturação orga-
do o desperdício de recursos e de
ções ligadas ao mundo do petróleo.
nizacional, o pagamento da sua dívi-
tempo. Talvez a realização de visitas
Aumentar as notas dos requisitos ou
da e, por fim, o baixo desempenho da
às empresas somente como agenda a
inserir famílias de fornecimento no
economia brasileira e as intempéries
ser cumprida, sem conhecer seu por-
cadastro da Petrobras é uma pendên-
políticas do governo federal.
tfólio de projetos e contratos sejam
cia constante. Esse é o momento para
infrutíferas. Acreditamos que um dire-
realizar esta atividade, pois apesar da
A Agência Internacional de Energia (EIA) aponta que o preço do barril não chegará a US$ 50 nos próximos dois anos, logo a expectativa de aquecimento do mercado petrolífero é para
cionamento e uma maior preparação à prospecção seja fundamental para aumentar a taxa de sucesso nas negociações.
o médio e longo prazos. Diante dis-
Além disso, a busca por informa-
so, muitos se perguntam o que fazer
ções qualificadas através da leitura de
diminuição do volume de investimentos, há ainda US$ 98 bilhões que serão investidos pela Petrobras nos próximos 5 anos e, principalmente, neste ano, a previsão de investimentos aumentou de 19 para 20 bilhões de reais.
*Glauco Nader é economista formado pela UFF e doutor em Planejamento Urbano e Regional formado pela UFRJ. Também é Diretor da Dinamus Consultoria.
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Competitive intelligence
What to do? Searching for alternatives in this time of crisis * By Glauco Nader
T
he beginning of the year is presenting itself as a period of difficulties and challenges, mainly for suppliers of the Oil and Gas production chain. In the external scenario, there is the constant drop of the oil barrel price to less than US$ 30, the maintenance of the high offer by the main producing countries allied to consumption below expectations affected by the low growth of the global economy, the slowdown of the Chinese economy and the mild winter in the North Hemisphere.
terms. As a result, many are asking themselves what to do in such a moment? What are the decisions to be made?
In the internal scenario there is also the possible reduction in the volume of investments from Petrobras, uncertainty concerning its organizational restructuration, payment of its debts, and finally, the low performance of the Brazilian economy, not to mention the political turmoil inside the federal government.
In the last item we can notice a growth in the demand by commercial restructuration services with the purpose of making business prospection more assertive, thus decreasing waste of resources and time. Perhaps the scheduling of visits to companies – only as an agenda to be followed, without knowing its portfolio of projects and contracts – seems pointless. We believe that strong steering and preparation towards prospections are fundamental to increase the success rate during negotiations. Additionally, the search for qualified information by reading
The Energy International Agency (EIA) forecasts that the barrel price will not reach US$ 50 in the next couple of years, therefore the heating expectations for the oil market are of mid and long
Reduction of costs by companies is critical right now, but to know the limits of such cuts in order to avoid impacting competitiveness now and in the future is the biggest challenge. It is also the time to restructure organizations to improve quality, strategic management by means of indicators and restructuration of commercial areas.
specialized magazines, attending to O&G fairs and events and developing relationship with other businessmen and agents can all contribute to the success of the company. By assuming the need to create partnerships with other companies and joining associations you will be deepening networking and finding diversification in new markets. Definitively, the search for international partnerships and an internationalization process boosted by a solid relationship is also another promising path. Most companies have the need to update registries in companies and institutions related to the petroleum market. Increasing requirement scores and inserting supply families in Petrobras’ registry is a constant pending issue. This is the perfect time to perform this particular activity, as even though the volume of investments are decreasing, there are still US$ 98 billion to be invested by Petrobras in the next 5 years, and for this year the forecast of investments increased from R$ 19 to 20 billion..
* Glauco Nader is an economist graduated by UFF and Doctor in Urban and Regional Planning by UFRJ. He is also a Director of Dinamus Consultoria.
Consultoria de solução em desenvolvimento de negócios no setor de petróleo e gás Rua Treze de Maio, 13 Sala 601 - Cinelândia - Rio de Janeiro/RJ Tel: 55 21 3553 5457 - www.dinamusconsultoria.com.br
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DESENVOLVIMENTO LOCAL
Qual será o preço do petróleo no final desta década? Por Alberto Machado*
O
s especialistas diriam que acertar a previsão do preço do petróleo é mais difícil que acertar sozinho as seis dezenas da Mega Sena, cuja probabilidade é de uma chance em 50.063.860.
praticado daqui a três ou quatro anos, é entender as principais variáveis que influenciam a formação de preços e as possibilidades de sua variação vis-a-vis as mudanças do cenário geopolítico internacional ao longo do tempo.
Enquanto que na Mega Sena nós conhecemos os números das bolinhas que serão sorteadas, no caso do petróleo não sabemos quantas bolinhas existem nem que valores podem assumir, o que leva a um número infinito de possibilidades e faz com que a probabilidade de acertar seja, na prática, igual a zero.
Para começar, a quase totalidade dos meios de transporte utiliza derivados de petróleo, parcela que significa praticamente um terço de todo consumo mundial de energia (os outros dois terços ficam divididos em partes iguais entre moradia e comércio e indústria e agricultura).
Por esse motivo, os analistas do setor determinam as principais variáveis que influenciam o mercado e suas condições de contorno e, a partir da avaliação dessas condições, estabelecem cenários que permitam estimar faixas de valores mais prováveis.
Assim sendo, é fácil entender o primeiro duelo que se trava, o qual tem a ver com a lei da oferta, dos países exportadores de óleo e gás natural, e a da procura, decorrente dos países que dependem da importação desse insumo para sobreviver. Tal duelo ocorre também entre o petróleo e o capital, pois oito dos quinze países mais ricos do mundo, que representam 38% do PIB mundial, dependem da importação do petróleo.
As entidades e empresas mais importantes que atuam na análise de cenários, como a International Energy Agency, a IHS, a Wood Mackenzie e até mesmo a Energy Information Administration, órgão do governo dos Estados Unidos, apresentam variações significativas entre suas previsões ao longo do tempo. Ao considerarmos o valor mais baixo da previsão mais pessimista e o valor mais alto da previsão mais otimista, estamos falando, nas previsões mais atuais, de uma faixa que varia entre US$ 60.00 e US$ 80.00 em 2019/2020. Entretanto, mais útil do que tentar descobrir o valor que efetivamente será
Devido ao tempo necessário para o desenvolvimento de novos campos, à disponibilidade de oferta potencial de rápida disponibilização e aos estoques acumulados em tempos de preços atrativos para compra no mercado internacional, o efeito das alterações na demanda e na oferta sobre os preços não é instantâneo. As variações no curto prazo, quando ocorrem, decorrem de fatos de forte impacto, como um terremoto ou uma
guerra, ou simplesmente de especulação, pois o petróleo acaba sendo um importante ativo negociado em bolsa. O crescimento da economia certamente irá gerar um acréscimo de demanda, principalmente por parte da China e da Índia, países que apresentam percentuais ainda proporcionalmente baixos de consumo de óleo e gás natural em suas matrizes energéticas. Cabe lembrar que a China, mesmo desacelerando seu crescimento, ainda está crescendo acima de 6% ao ano e já passou à frente dos Estados Unidos como o maior importador de petróleo. Outros fatores também contribuem para a complexidade do tema, como o consumo de matérias primas para a indústria petroquímica, o maior ou menor desenvolvimento de energias alternativas, as ameaças ao meio ambiente, a concorrência com o gás natural, as práticas de redução de consumo, as novas fronteiras de produção, como as areias betuminosas do Canadá, o shale oil dos Estados Unidos e até mesmo o nosso pré-sal, entre outros, cuja viabilidade é fortemente dependente do preço do óleo. A dica está dada: Para estimar o preço do petróleo ao fim desta década, basta acompanhar as variáveis acima, dentre outras aqui não citadas, e pode estar certo de que, se você acertar, foi mero acaso, pois apesar de existir um número infinito de pontos em uma mesa de bilhar, em um deles a bola vai ter que parar.
*Alberto Machado é engenheiro Químico, Mestre em Engenharia da Produção COPPE/UFRJ e Pós-Graduado em Business Administration INSEAD/França.Diretor Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - ABIMAQ. Professor e Coordenador Acadêmico do MBA Gestão em Petróleo e Gás – FGV
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lOCAL development
How much will the oil cost at the end of this decade? * By Alberto Machado
S
pecialists would say that getting an accurate forecast of the oil price is harder than scoring the six winning number of the Lottery alone, whose probability is a chance among 50,063,860. While in the Lottery we know the numbers that will be draw, for petroleum we do not know how many numbers that are or their value, which leads to an infinite number of possibilities causing the probability to hit practically zero. For such reason, analysts from the sector are more concerned in finding the main variables affecting the market and how to bypass them, and from this assessment, they establish scenarios that allow the estimation of the most probable range of values. The most important entities and companies focused on analyzing scenarios, such as the International Energy Agency, IHS and Wood Mackenzie and even the Energy Information Administration, an American governmental agency, are showing significant variations between their forecast through time. When we consider the lowest value of the most pessimist scenario and the highest value of the most optimist scenario, we are talking, according to the latest forecasts, about a range that varies from US$ 60,00 to US$ 80,00 in 2019/2020. However, much better than trying to figure out the value that will
be effectively adopted in three or four years, is to understand the main variables that influence the price formation and the possibilities of its vis-à-vis variation to the changes from the international geopolitical scenario through time. To start off, almost all transportation means use oil byproducts, a slice that practically means one third of the whole global energy consumption (the other two thirds share equal slices between housing and trade and industry and agriculture). Thus, it is now easier to understand the first duel being fought, which is about the law of supply, backed up by oil and gas exporting countries, and the law of demand, backed up by countries depending on the import of that input to survive. This duel also occurs between oil and capital, as 08 from the 15 richest countries in the world, representing 38% of the global GDP, depend on the import of oil. Due to the time required to develop new fields, to potentially provide quick supply availability and to deal with accumulated stocks in times of attractive prices to purchase in the international market, the effect from changes in the demand and supply on prices is not instantaneous. Short-term variations, when they do happen, result from strong impact facts, such as an earthquake or war, or simply from speculation, as petroleum, ends up being an important
asset to be traded in stock exchanges. Economic growth will certainly generate an increase on demand, mainly by China and India, both countries present percentages still proportionally low in the consumption of oil and natural gas in their energy matrixes. It is worth reminding that China, even after slowing down the growth pace the country is still growing above 6% y.o.y. and has already surpassed the United States as the largest oil importer. The low price stimulates consumption and replacement of energy sources for petroleum. Other factors adding more complexity to the theme, such as consumption of raw materials by the petrochemical industry, more or less development of alternative energy sources, threats to the environment, competition with natural gas, consumption reduction practices, new production borders, such as Canadian bituminous areas, shale oil from the United States and even our pre-salt, among others, whose feasibility strongly depends on the oil price. The hint has been given: In order to estimate the oil price at the end of this decade, one simply has to keep up with the aforementioned variables, among other not mentioned here, and be certain that, if one hits the jackpot, it was mere luck, as even though there is an infinite number of points in a billiard table, the ball will have to stop in one of them.
Alberto Machado is Chemical Engineer, Master in Production Engineering by COPPE/UFRJ and Postgraduate in Business Administration by INSEAD/France. CEO of the Brazilian Association of the Machinery and Equipment Industry – ABIMAQ. Professor and Academic Coordinator of MBA Management in Oil and Gas – FGV
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CAPA
saúde
A da Bacia de Campos A crise do petróleo é um problema global, mas também preocupa a saúde financeira dos municípios entorno da Bacia de Campos
Por Rodrigo Leitão
S
em nenhum bloco arrematado na 13` Rodada de Licitação de Blocos de Petróleo, realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), a Bacia de Campos, conhecida mundialmente como a “Dubai Brasileira” – referência à cidade nos Emirados Árabes rica por sua abundância em petróleo, poderá enfrentar um período de ostracismo e inércia para os próximos cinco anos. Para mostrar o total desinteresse das companhias multinacionais e, para a surpresa do mercado, até das petroleiras nacionais, a Bacia de Campos 16 MACAÉ OFFSHORE
situada no litoral dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, não recebeu nenhuma oferta. Na ocasião foram ofertados três blocos em águas rasas (C-M-298, C-M-332 e C-M-366), em um único setor. Segundo a ANP, a Bacia de Campos é classificada como de elevado potencial, sendo a maior produtora de petróleo do Brasil. A 13ª rodada de licitações de blocos exploratórios terminou com apenas 14% das ofertas arrematadas. Ao todo, foram oferecidos 266 blocos, em 22 setores de 10 bacias sedimentares – mas apenas 37 foram arrematadas. A Petrobras, envolvida nos escândalos da
Operação Lava Jato, sequer participou do leilão. Essa foi a primeira vez que a maior player brasileira e, umas das principais do mundo, não enviou propostas para o leilão. Analistas ouvidos pela Macaé Offshore disseram que o setor privado de petróleo aposta em uma agenda mais regular de leilões para garantir a continuidade e previsibilidade das ofertas de novas áreas exploratórias e dar fôlego ao setor. “Previsibilidade significa ter um calendário. Alguns países têm leilão todo ano, outros de dois em dois anos.
capa
Rafael Godinho
2019 foi reduzido para US$ 98,4 bilhões, o que corresponde a US$ 32 bilhões a menos que a projeção inicial. Com os cortes, a expectativa de produção de petróleo para 2020 cai de 2,8 milhões para 2,7 milhões de barris por dia.
Queremos um calendário a cada cinco anos que, diante das potencialidades do Brasil, preveja um leilão por ano”, diz o secretário-executivo de E&P do IBP, Antônio Guimarães. De acordo com o presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e prefeito de Macaé, Aluizio Junior (PMDB), além de permitir que as empresas se programem melhor e não tenham que montar e desmontar as equipes formadas para preparar as propostas, a previsibilidade teria impacto para a cadeia de fornecedores, para a preservação das companhias que realizam os estudos sísmicos e para a saúde dos negócios das fornecedoras de equipamentos e serviços. Com a crise da Petrobras, o prognóstico é de mais demissões na indústria e empresas prestadoras de serviços ligados à exploração offshore. A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê corte de 25 mil vagas ao longo de 2016, em parte por causa da paralisia de encomendas do setor. Já a Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) prevê redução de 38% no número de sondas em operação somente na Bacia de Campos, principal área produtora do País. Para este ano, a previsão é que apenas 22 das 36 sondas previstas estejam em operação. Há três anos, em 2013, havia 70 unidades na região. A retração dos investimentos na Área de Exploração e Produção, diante dos baixos preços in ternacionais do petróleo, também afeta empresas prestadoras de serviço que atuam no apoio à atividade petrolífera nos municípios produtores - além do aluguel de sondas, transportes de cargas, aluguel de imóveis, serviços gerais. A Petrobras já enfrentava grandes dificuldades em realizar seu plano de
Um dos motivos apresentados pelo presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). José Velloso são as regras impostas pelo governo no que tange a regulação de conteúdo local no país.
Secretário executivo do IBP reforça rodada de leilões anuais IBP’s executive secretary reinforces annual auction rounds
negócios devido ao que sofreu nas mãos do governo nos últimos anos. Com o atual cenário, foi obrigada a cortar mais ainda. O plano de investimentos da companhia para o período entre 2015 e Divulgação
“A regra de conteúdo nacional nunca foi implementada de fato no Brasil e nunca contribuiu para a criação de riqueza para a indústria nacional, ao contrário do que ocorre no fornecimento de equipamentos de energia eólica”, destaca Velloso. Mas o ano é novo, e a produção continua velha. No final de dezembro, a Petrobras decidiu interromper a produção do campo de Bicudo, na Bacia de Campos. A estatal obteve o aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para encerrar a produção da plataforma P-07 e suspender temporariamente Em fase de produção desde a década de 1980, Bicudo é um campo maduro e produzia cerca de 4 mil barris diários de petróleo.
Abimaq: a regra de conteúdo local nunca foi implementada no Brasil Abimaq: local content rule has never been implemented in Brazil
De acordo com a agência reguladora, a previsão é de que o campo volte a produzir em dezembro do próximo ano, por meio de um poço interligado à PCE-1. Embora analise formas de revigorar a produção na área, a ANP atualmente avalia o plano da Petrobrás para o descomissionamento de Bicudo. Em nota, a agência afirma que o projeto ainda não foi aprovado e seus aspectos operacionais e de segurança ainda vem sendo estudados. MACAÉ OFFSHORE 17
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CAPA
Divulgação
Final de dezembro, a Petrobras interrompeu a produção no campo de Bicudo, na Bacia de Campos At the end of December, Petrobras shut down production in the Bicudo Field, in Campos Basin
Sem saída A redução de repasses do governo para os 11 municípios produtores de petróleo da Bacia de Campos foram o tema da reunião ocorrida entre o prefeito de Macaé, Aluizio dos Santos Junior, o Dr. Aloysio, e o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB). Presidente eleito da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Dr Aluizio falou da queda dos rapasses de royalties, que chegou a 50% no mês de março. em Macaé. De acordo com o Dr Aluizio, a Petrobras é a única cliente da maior parte das empresas instaladas em Macaé, a principal base da estatal no norte fluminense. Com a redução de sua capacidade de investimentos, a perspectiva é “desemprego em cadeia”. “Este ano se anuncia muito pior que 2015”, resume o prefeito de Macaé. 20 MACAÉ OFFSHORE
As empresas de construção naval também estão preocupadas. Segundo fontes do setor, não há perspectiva de construção de novas embarcações pela subsidiária de logística da Petrobrás, a Transpetro.
Rui Porto Filho / Assessoria
“Há mais de um ano, a Petrobras não fecha novos contratos com as empresas do setor, que hoje vivem da manutenção de contratos antigos”, afirmou o presidente da Abimaq, José Velloso. Segundo ele, nos últimos três anos a indústria de máquinas já perdeu mais de 60 mil trabalhadores. Somente no último ano, foram 35 mil funcionários demitidos. Integram a Ompetro, além de Macaé, os municípios de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu, Niterói, Quissamã, Rio das Ostras e São João da Barra.
Presidente da Ompetro e prefeito de Macaé, Dr Aluizio President of Ompetro and Mayor of Macaé, Dr. Aluizio
capa
IBP defende regularidade dos leilões Com a queda do preço do barril, muitos municípios e estados brasileiros tão perdendo dinheiro. Os ganhos com royalties despencaram. E pra muitos governos e prefeituras, esses recursos eram mais do que um reforço de caixa. Eram fundamentais pra fechar as contas. “Houve uma perda de cerca de 5% da receita de cada município. Um cenário desafiador, que vai exigir de cada gestor hoje, de cada político do Executivo que de uma forma ou de outra corte seus os custos e possa oferecer pra população a qualidade de serviço público que é fundamental”, ressalta o presidente da Organização de Municípios Produtores de petróleo, Aluízio dos Santos Júnior. Em 2014, com o preço médio do barril acima dos US$ 100, as cidades, estados e a União receberam R$ 35,6 bilhões. No ano passado, com o barril
A Lei Noel (Lei nº 4.117/2003), sancionada pelo Estado do Rio de Janeiro em 2003. Diante da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3019) ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) – e também devido à ampla discussão com a indústria, no mesmo ano foi editado um decreto pela Governadora Rosinha Garotinho suspendendo, por tempo indeterminado, a regulamentação da cobrança do tributo. Apesar da ADI ainda não ter sido julgada pelo STF, o tributo voltou agora com um evidente objetivo arrecadatório devido ao complicado momento econômico vivido pelo Estado
a US$ 57, foram R$ 24,75 bilhões. Dez bilhões a menos. Uma diferença de 30%. Relatório do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), divulgado em 2015, aponta que a legislação deveria ser aperfeiçoada, para que os fornecedores possam melhor aproveitar esse instrumento. Em 2005, os investimentos anuais em petróleo eram de cerca US$ 6 bilhões. Atualmente, são da ordem de US$ 30 bilhões anuais, depois de já terem superado os US$ 40 bilhões em 2013. Um dos pontos criticados é que, durante os leilões de blocos, os investidores trabalham com um elevado grau de incerteza, sem saber ao certo as características reais do projeto de desenvolvimento da produção, que se tornará mais concreto após um período de sete a dez anos, caso haja de fato uma descoberta.
do Rio de Janeiro, desconsiderando, todavia, os nocivos efeitos sobre os investimentos no setor, inviabilizando, da mesma forma, projetos já em curso da indústria de petróleo. Já a Lei nº 7182/2015 institui a Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Petróleo e Gás (TFPG). O valor da TFPG corresponde a 1UFIR/RJ vigente na data do vencimento da taxa por barril de petróleo extraído. Em dezembro de 2012 a ALERJ já havia aprovado projeto semelhante que foi vetado
“Seria, então, difícil imaginar que empresas possam competir fazendo lances de conteúdo local e, principalmente, que o regulador, com todas estas incertezas, possa estabelecer de forma definitiva, no momento do leilão, a qualidade das ofertas para definir o vencedor do bloco”, ressalta o relatório. Duas leis publicadas no penúltimo dia do ano de 2015, no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro são, na avaliação do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), inconstitucionais e o Instituto estuda as providências cabíveis. O aumento da carga tributária no setor de petróleo terá como consequência a redução de investimentos nessa atividade, diminuição ainda maior da arrecadação de royalties e participações especiais, e a redução de emprego e renda no país, com impactos no curto, médio e longo prazo.
integralmente pelo Governador Sérgio Cabral dentre outras razões por invadir a competência reservada à Chefia do Poder Executivo e por estabelecer base de cálculo própria de imposto. O volume total de arrecadação esperado (algo em torno de R$ 1,84 bilhão – conforme justificativa do PL) é absolutamente dissonante do que seria razoável se esperar como custo do aparato estatal necessário para o exercício da fiscalização de polícia veiculada pela TFGP. Assim sendo, a TFPG parece mais ter natureza arrecadatória no contexto de crise orçamentária no Rio de Janeiro do que caráter fiscalizatório.
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CAPA
Produção na Bacia de Campos despenca Escritórios fecham em Macaé Após o anúncio do fechamento do escritório do Sebrae em Macaé, instituições empresariais, como a Rede Petro – Bacia de Campos, Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM) e Comissão Municipal da FIRJAN, se manifestaram contra a medida. As entidades redigiram uma carta que foi entregue ao Diretor Superintendente do SEBRAE/RJ, Cezar Vasques.
Divulgação
A região, que já representou mais de 80% da produção nacional, enfrenta rápido declínio e atualmente representa menos de 65% da produção total, necessitando de mais recursos para recuperar a produtividade. No encontro, o governador discutiu a concessão de áreas maduras para empresas privadas.
Vasquez: Macaé já sente os efeitos da crise econômica Vasquez: Macaé already feels the effects of the economic crisis
O documento fala a respeito dos impactos da crise econômica nacional para as empresas que atuam no setor de Petróleo, Gás e Energia. “Em Macaé e nos municípios vizinhos esse impacto tem sido agudo e se soma à maior crise que o setor de Petróleo e Gás já passou na história”, afirma a carta. Além de expor a atual situação econômica, mostrando a importância da presença do SEBRAE no município, o documento solicita a revisão da decisão tomada, o que beneficiaria milhares de pequenos negócios ativos na região de Macaé. “Entendemos a importância do SEBRAE para as Micro e Pequenas Empresas e, sabemos também, que a unidade de Macaé tinha muitas demandas, sendo muito rentável para a organização. Justo neste momento em que deveríamos estar recebendo apoio desta importante instituição, ela fecha as portas em nossa cidade”, ressaltou Evandro Cunha, um dos coordenadores da Rede Petro-BC.
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A Petrobras reduziu em 44% a meta de produção para os próximos cinco anos, de 4,2 milhões de barris para 2,8 milhões em 2020. A cada ano de atraso no ritmo da produção de petróleo, o Brasil deixaria de arrecadar aproximadamente R$ 53 bilhões, segundo estudo da FGV. No estudo, a Fundação apontou o saldo de 30,5 mil vagas fechadas só no primeiro semestre deste ano na indústria de petróleo e gás natural. Em 2015, os estaleiros já somam 14 mil trabalhadores desempregados.
A ANP avalia o pedido da Petrobras para a renovação antecipada da concessão de 260 blocos, alguns deles na Bacia de Campos. Nos últimos dois anos, a região viu cair sua participação na produção nacional de 78% para 64%. Em setembro, a produção nos campos de pós-sal caiu abaixo de 2 milhões de barris diários pela primeira vez em dois anos. , com a queda na cotação do petróleo e a redução de investimentos da Petrobras, a arrecadação de royalties já recuou cerca de 30%, afetando Estados e municípios.
cOVER
Health
The of Campos Basin The oil crisis is a global concern, but it also worries the financial health of the cities around Campos Basin
By Rodrigo Leitão
A
s no block was auctioned on the 13th Bidding round for Oil Blocks carried out by the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP), the Campos Basin (known worldwide as the “Brazilian Dubai” in reference to the city in the UAE rich in oil abundance) may face a period of ostracism and inertia for the next five years. Showing the total lack of interest from multinationals and, for the surprise of the market, even from local players, the Campos Basin - located on the coast of the states of Rio de Janeiro and Espírito Santo - received no offer. Three blocks in shallow waters were being offered (C-M-298, C-M-332 and C-M-366) in one only sector. According to ANP, the Campos Basin is classified as having high potential, considered the greater oil producer in Brazil. The 13th Bidding round for Oil Blocks ended with only 14% of the offers auctioned. Altogether, 266 blocks were offered in 22 sectors from 10 sedimentary basins - but only 37 were effectively auctioned. Petrobras, involved in the scandals of the Carwash Operation, not even participated
in said auction. This was the first time that the most important Brazilian player, and one of the main players of the world, did not submit any proposals for the auction. Analysts heard by Macaé Offshore said that the private oil sector is betting on a more regular schedule of auctions to ensure the continuity and predictability of offers on new exploration areas in order to breathe new life to the sector. “Predictability means to have a schedule. Some countries have auctions every year, others every two years. We want a schedule every five years that, given the potential of Brazil, allows for an auction every single year”, says the executive secretary of IBP E&P, Antônio Guimarães. According to the president of the Organization of the Oil Producer Cities Ompetro) and mayor of Macaé, Aluizio Junior (PMDB), in addition to enable companies to be better programmed without having to arrange and disarrange teams to prepare proposals, the predictability factor would impact the supply chain, therefore preserving companies carrying out seismic studies and the business health of
suppliers of equipment and service providers. With Petrobras in crisis, the prognosis is more job cuts in the industry and in companies providing services in offshore exploration. The Brazilian Machinery and Equipment Association (Abimaq) estimates a cut of 25,000 jobs over 2016, partly due to the paralysis of orders in the industry. Ompetro estimates a reduction of 38% in the number of rigs operating in Campos Basin only, the main producing area of the Country. For this year, it is estimated that only 22 of the 36 rigs planned are in operation. Three years ago back in 2013, there were 70 units in the region. The retraction of investments in the Exploration and Production Area due to the low international oil prices also affects companies providing services and supporting oil activities in producing cities – such as rental of rigs, cargo transportation, real estate rental and general services. Petrobras was already facing major difficulties in implementing its business plan due hard times in the hands of the government in the last few years. With this MACAÉ OFFSHORE 23
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dreadful scenario, Petrobras was forced to make event more cuts. The company’s investment plan for the period between 2015 and 2019 was reduced to US$ 98.4 billion, which corresponds to US$ 32 billion less than the initial forecast. With the cuts, the expected oil production for 2020 dropped from 2.8 million to 2.7 million barrels per day. One of the reasons given by the CEO of Abimaq, Jose Velloso, are the rules imposed by the government with respect to the regulation of local content in the country.
“The local content rule was never actually implemented in Brazil and it has never contributed to the creation of wealth for the national industry, as opposed to what occurs in the supply of wind power equipment” highlights Velloso.
In production since the 1980s, Bicudo is a mature field that produced about 4000 barrels of oil per day.
The year has just begun anew, but production remains old. In the end of December, Petrobras decided to discontinue the production of the Bicudo field in the Campos Basin. Petrobras obtained the approval from ANP to stop production of platform P-07 and temporarily suspend it.
According to the regulatory agency, Bicudo is expected to resume production in December of the next year, through a well connected to the PCE-1. Although ANP analyzes ways to boost production in the area, it is currently evaluating Petrobras plan to decommission Bicudo. In a note, the agency says that the project has not been approved yet and its operational and safety aspects are still being studied.
located in Macaé, the main base of the state-owned company in northern Rio de Janeiro. With the reduction of its investment capacity, the perspective is “chain unemployment”.
“For over a year, Petrobras have not signed new contracts with companies of the sector and is currently living by maintaining old contracts” stated the president of Abimaq, Jose Velloso.
No way out The reduction in government transfers to 11 cities producing oil in Campos Basin was the subject of a meeting held between the Mayor of Macaé, Aluizio dos Santos Junior, Dr. Aloysio and the President of the Legislative Assembly (Alerj), congressman Jorge Picciani (PMDB). Elected president of Ompetro, Dr. Aluizio mentioned the drop on royalties’ transfer, which reached 50% in March, in Macaé. According to Dr. Aluizio, Petrobras is the only client of most companies
“It seems that this year will be much worse than 2015”, summarized Macaé’s mayor. Shipbuilding companies are also worried. According to sources from the sector, there are no plans to build new vessels by the logistics subsidiary of Petrobras, Transpetro.
According to him, in the last three years the industry of machines already lost more than 60 thousand workers. In the last year alone, 35,000 employees were fired. Ompetro city members are, beyond Macaé, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu, Niterói, Quissamã, Rio das Ostras and São João da Barra.
IBP advocates regularity of auctions With the drop on barrel price, several cities and states of Brazil are losing money. Profits from royalties are gone and for several governments and city halls, these resources were more than just cash reinforcement. They were essential to balance accounts. “There was a loss of about 5% in the revenue of each city. A challenging scenario that today demands from each manager and each politician to somehow cut costs and offer to the population a quality public services”, highlights Aluízio dos Santos Júnior, president of Ompetro. In 2014, with the average barrel price over US$ 100, the cities, states and the Country itself received a sum of $ 35.6 billion reais. Last year, with the barrel costing US$ 57, that sum was of $ 24.75 billion reais, which represents a shortage of ten billion and a difference of 30%. 24 MACAÉ OFFSHORE
A report from the Brazilian Oil Institute (IBP) disclosed in 2015 indicates that the law needs to be perfected, so that suppliers may use this instrument. In 2005, the annual investments in oil were about US$ 6 billion. Currently, they reach US$ 30 billion annually, after already having surpassed the US$ 40 billion in 2013. One of the criticized topics is that during the auction of blocks, investors work with a high degree of uncertainty, without knowing for sure the actual characteristics of the production development project, which will become more concrete after a period of seven to ten years, in case of actual discover. “It would then be difficult to imagine that companies could compete by bidding local content, and especially the
regulator, with all these uncertainties, could definitively establish, at the time of the auction, the quality of the offers to decide the winner of the block” says the report. Two acts disclosed on the penultimate day of 2015 on the Official Gazette of the State of Rio de Janeiro are, according to IBP evaluation, both unconstitutional and the Institute is already studying the appropriate actions. The increase of tax burden on the oil sector will cause the reduction of investments in this activity, and an even greater decrease in royalty revenues and special participations, as well as reduction of employment and income in the country, with impacts at the short, medium and long terms.
cOVER
The Noel Act (Act 4117/2003) approved by the State of Rio de Janeiro in 2003. In response to the Direct Action of Unconstitutionality (ADI 3019) filed in the Supreme Court (STF) - and also because of the extensive discussion with the industry in the same year, a decree was published by Governor Rosinha Garotinho suspending, indefinitely, the regulation of tax collection. Even though the ADI is yet to be decided by the Supreme Court, the tax has now a clear objective of revenue collection due to the difficult economic times experienced by the State of Rio de
Janeiro, not considering, however, the harmful effects on investments in the sector, preventing ongoing projects of the oil industry itself. There is also the Act 7182/2015 that institutes the Charge Fee for the Control, Environmental Monitoring, and Supervision of Research, Mining, Exploration, and Production of Oil and Gas Activities (TFPG). The value of TFPG corresponding to 1UFIR/RJ in force on the due date of the rate per oil barrel extracted. In December 2012, ALERJ had already approved similar project
that was fully vetoed by Governor Sérgio Cabral as, among other reasons, it trespasses the competence reserved to the Head of the Government and establishes an own tax calculation basis. The total volume of collections expected (around $ 1.84 billion reais - as PL justification) is absolutely dissonant of what would reasonably be expected as cost of the state apparatus required for the exercise of police surveillance related to TFGP. Therefore, TFPG seems to have a more tax collection nature in the context of budget crisis in Rio de Janeiro than a supervisory one.
Offices close in Macaé After the announcement of the closing of Sebrae office in Macaé, business institutions, such as Rede Petro - Capos Basin, Commercial and Industrial Association of Macaé (ACIM) and Municipal Commission of FIRJAN, have spoken out against the measure. The entities had written a letter that was delivered to SEBRAE/RJ CEO, Cezar Vasques. The document is about the impacts of the national economic crisis
for companies operating in the Oil, Gas and Energy sector. “In Macaé and neighboring cities the impact has been acute and adds to the worst crisis that the oil and gas industry has ever lived in history”, the letter states. In addition to exposing the current economic situation, showing the importance of the presence of SEBRAE in the city, the document request the revision of the decision, which would
benefit thousands of small businesses active in Macaé region. “We understand the importance of SEBRAE for Micro and Small Companies, and we also know that the Macaé unit had many demands, being very profitable for the organization. And at this moment, when we were supposed to be receiving support from such important institution, it decides to close the doors in our city” said Evandro Cunha, one of the coordinators of Rede Petro-BC.
Production in the Campos Basin collapses Petrobras has reduced by 44% the production target for the next five years, from 4.2 million barrels to 2.8 million in 2020. Every year of delay in the rate of oil production, Brazil fails to collect approximately $ 53 billion reais, according to a FGV study. In said study, the Foundation pointed out the balance of 30,500 places closed only in the first half of this year in the oil and gas industry. In 2015, shipyards now total fourteen thousand unemployed workers.
The region that once represented more than 80% of the domestic production now faces a quick decline and represents less than 65% of the total production, requiring more resources to recover productivity. In the meeting, the governor discussed the granting of mature areas to private companies. ANP is evaluating Petrobras request for the early extension of the
concession of 260 blocks, some of them in the Campos Basin. Over the past two years, the region’s participation in the national production dropped from 78% to 64%. In September, the production in the post-salt fields dropped below 2 million barrels a day for the first time in two years, with the drop in oil prices and the reduction of Petrobras investments, collection of royalties has backed off about 30%, affecting states and cities. MACAÉ OFFSHORE 25
ENTREVISTA
Kjell-Børge Freiberg Vice-ministro de Petróleo e Energia da Noruega
Por Brunno Braga
Em sua primeira visita ao Brasil, o viceministro de Petróleo e Gás da Noruega, Mr. Kjell-Børge Freiberg, reafirmou o interesse do país nórdico, um dos mais importantes produtores de petróleo no mundo, pelo mercado brasileiro, mesmo com os entraves causados pela grave crise política e econômica. Ele veio, em conjunto com a vinda de uma comitiva da Noruega, liderada pelo princípe da Noruega, Haakon, que contou ainda com a presença da ministra do Comércio e Indústria, Monica Mæland, e com uma delegação de 100 empresários para firmar acordos de negócios. Entre encontros com o vice-presidente, Michel Temer, e com o ministro de Minas e Energia do Brasil, Eduardo Braga,em Brasília, e participação em dois seminários de óleo
MACAÉ OFFSHORE – Qual é a importância do segmento de óleo e gás do Brasil para a Noruega? Kjell-Børge Freiberg - O Brasil é o maior mercado offshore do mundo e o segmento offshore de óleo e gás é a principal indústria da Noruega. O Brasil é o terceiro maior mercado exportador para a indústria norueguesa, atrás da União Europeia e Estados Unidos e 26 MACAÉ OFFSHORE
e gás offshore, indústria naval e energias renováveis no Rio de Janeir, Freiberg também visitou o Cenpes para ver o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento para criação de robôs offshore desenvolvido numa jointventure entre Brasil e Noruega. Durante sua passagem, ele falou, em entrevista exclusiva à Macaé Offshore, sobre as relações entre Brasil e Noruega no segmento offshore, as suas potencialidades, a crise na Petrobras e o atual cenário norueguês de óleo e gás e sobre os impactos da queda do barril na economia norueguesa. “Apesar da atual situação econômica que o Brasil está enfrentando agora, a maioria das empresas norueguesas tem uma visão de longo prazo para as suas atividades e investimentos”. Leia, em seguida, os principais trechos da entrevista:
isso é extremamente importante para nós. Empresas norueguesas têm investido mais de US$ 24 bilhões no Brasil e estão empregando cerca de 22 mil pessoas. Eles estão também aumentando investimentos em projetos de pesquisa e desenvolvimento no Brasil em cooperação com parceiros locais. Nós entramos em um acordo de cooperação focando no setor de óleo
e gás, chamado BN21 e nós agora estamos vendo vários resultados excelentes vindos desse acordo. Nós esperamos que essas atividades cresçam no futuro. Apesar da atual situação econômica que o Brasil está enfrentando agora, a maioria das empresas norueguesas tem uma visão de longo prazo para as suas atividades e investimentos e pretende fazer o possível para que
ENTREVISTA
elas fiquem mesmo durante essa crise. Todos os executivos dessas empresas me contam que eles esperam que a situação melhore no futuro tão logo as condições necessárias de mudanças aconteçam. M.O. – Na sua visão, quais são as vantagens e desvantagens para as empresas norueguesas de óleo e gás fazerem negócios no Brasil? K.F. - A vantagem está nas oportunidades existentes neste mercado – ainda que com um volume menor de investimentos do que antes, Brasil é um imenso mercado com recursos abundantes e necessidades tecnológicas que são muito relevantes para os fornecedores noruegueses de bens e serviços. Petrobras é uma operadora muito competente, que tem tecnologia de ponta, uma verdadeira líder em operações em águas profundas. Além disso, elas têm acesso a uma mão de obra competente assim como a fundos de investimentos e inovação. Brasileiros e noruegueses parecem cooperar muito bem. As desvantagens são as mesmas que as empresas norueguesas e outras companhias internacionais e estão relacionadas às atuais condições de mercado. A burocracia pode ser um outro complicador, especialmente para pequenas empresas com limitada capacidade administrativa. M.O. – O segmento de óleo e gás no Brasil está passando por sérios problemas em razão das investigações sobre corrupção na Petrobras. O senhor acha que este cenário atual pode comprometer as relações de negócios entre Brasil e Noruega? K.F. - A minha Impressão é de que o Brasil está lidando a operação
Lava Jato de forma competente e estruturada. Isso ilustra como as instituições no país estão trabalhando bem. Por isso, nós esperamos que quando a situação for definida de maneira correta, o Brasil vai emergir mais transparente e com um mercado mais flexível. M.O. – Há algum acordo de P&D entre Brasil e Noruega para o segmento de óleo e gás?
podem aproveitar as oportunidades que existem no segmento de óleo e gás norueguês? K.F. - Dentro do meu conhecimento não há atualmente nenhuma empresa brasileira fornecedora da cadeia de óleo e gás atuando na Noruega, mas eu espero que isso aconteça no futuro e eu ficarei muito feliz em recebe-las. A Noruega é um pas de economia aberta com uma vasta base internacional de
K.F. - Sim. Há o MOU (Memorando de Entendimento) chamado BN21 (Brasil-Noruega no século 21), que foi assinado em 2013 e em 2014 esse memorando foi seguido da assinatura de três acordos adicionais entre FINEP, CNPq e Conselho de Pesquisa e Inovação da Noruega. Assim, nós estamos dispostos a oferecer fundos em conjunto para projetos de inovação com players do segmento de óleo e gás brasileiros e noruegueses, com o objetivo de superar desafios relevantes para os dois países. Nós entendemos que há um grande interesse por essas iniciativas. No dia 23 de novembro nós realizamos a 3ª Conferência Anual para Colaboração em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para a Indústria de Óleo e Gás entre Noruega e Brasil. Mais de 150 pessoas compareceram e nós esperamos ainda mais projetos bilaterais como resultado deste importante encontro. M.O. – Há atualmente empresas fornecedoras brasileiras atuando na Noruega?Como as elas MACAÉ OFFSHORE 27
ENTREVISTA
fornecimento e nós sempre estamos interessados em receber empresas que possam agregar valor a essa base de competência. M.O. – Há um forte debate no Brasil a respeito da lei de conteúdo local, muito criticada pelas majors que atualmente operam no Brasil. Há alguma lei similar na Noruega? K.F. - Nós não temos uma política de conteúdo local na Noruega. A regulação de competição da União Europeia, que está em vigor desde 1994, não permite que haja este tipo de política. A Noruega tem uma força de trabalho altamente qualificada e competitiva internacionalmente no que diz respeito a serviços e fornecimento de equipamentos para indústria ao longo de 40 anos de atividades petrolíferas na Noruega. Cerca de 40% das receitas da indústria de serviços e fornecimento da cadeia da indústria vêm do mercado internacional. Nós acreditamos que a competição é um meio no qual traz benefícios para a economia como um todo e encoraja empresas a se tornarem mais eficientes e inovadoras. M.O. – Qual é a importância da indústria de óleo e gás dentro do PIB da Noruega e quantas pessoas essa indústria emprega atualmente? K.F. - A indústria de óleo e gás tem um papel muito importante para a economia e finanças da Noruega. Em 2015, o segmento de petróleo representou 15% do PIB norueguês. Isos faz com que o segmento de petróleo se configure como a maior indústria da Noruega. No entanto, isso não inclui a nossa indústria de supply chain, que representa o segundo mais importante segmento industrial do país. A indústria do petróleo está presente em 424 dos 428 municípios da 28 MACAÉ OFFSHORE
Noruega. Antes da queda no preço do barril, cerca de 150 mil pessoas estavam diretamente empregadas no setor, incluindo cerca de 27 mil empregados pelas companhias e 126 mil pessoas em empresas de serviços e fornecimento de equipamentos. Esse número representava cerca de 7¨% de todos os empregos existentes na Noruega.
Empresas norueguesas têm investido mais de US$ 24 bilhões no Brasil Em 2014, as companhias de óleo e gás e as empresas ligadas à indústria demitiram milhares de pessoas. Primeiramente, isso não afetou a taxa de desemprego porque parte dessas pessoas foram absorvidas por outros setores ou ouras companhias dentro do segmento de óleo e
gás. Agora, a taxa de desemprego começou a crescer. Para 2015, estima-se que o índice chegue a 4,4% de desemprego frente a 3,5% registrado em 2014.
M.O. – Como a atual crise está afetando o setor de óleo e gás na Noruega? K.F. - É uma época desafiadora para muitas companhias e para aqueles que perderam seus empregos, ainda que haja demanda pelos baixos preços do barril. No entanto, é também uma oportunidade para construir uma indústria mais forte. Ganhos de eficiência, modos mais inteligentes de trabalhar em parcerias e redução de custos estão na agenda das empresas hoje. Então, eu acredito que a indústria está caminhando na direção correta. Nós esperamos por um aumento das atividades na Noruega nos próximos anos. O timing de desenvolvimento do campo de Johan Sverdrup é o maior projeto industrial da Noruega em décadas e tem sido uma benção para a indústria. Eu fico contente de ver que a cadeia de fornecimento da Noruega se mostra competitiva e tem sido recompensada por grandes contratos para o desenvolvimento do campo. M.O. – Como a Noruega atua para atrair as grandes empresas para atuarem no país? Quantas empresas operadoras de O&G atuam hoje? K.F. - Um dos principais objetivos da política de petróleo da Noruega é fazer com que haja um marco legal para uma utilização efetiva e lucrativa dos recursos naturais. Em 2000, havia cerca de 28 companhias de óleo e gás operando na Noruega.
ENTREVISTA
Como parte dos campos se tornaram maduros ao longo dos anos e diferentes desafios apareceram, as autoridades norueguesas consideraram como importante fazer ajustes para encorajar a competição e assegurar que há interesse suficiente em diferentes áreas de trabalho e desafios que precisam ser superados. Como resultado, hoje temos 37 operadoras na Noruega e outras 19 como parceiras e produção. M.O. – Qual é a percentagem da Statoil no mercado de O&G da Noruega? K.F. - A Statoil tem um papel muito importante no mercado de óleo e gás na Noruega. Dos 82 campos em produção hoje, a Statoil opera em torno da metade.
M.O. – Há no Brasil um grande debate a respeito do forte intervencionismo estatal na Petrobras. Como atua o governo norueguês na Statoil? Há também políticas intervencionistas na estatal norueguesa de petróleo? K.F. - O Estado norueguês detém 67% da Statoil. O objetivo do controle estatal da Statoil é manter a base de conhecimento e alta tecnologia industrial comandadas pelos líderes do governo na Noruega. A companhia é dirigida dentro de uma linha comercial e com o objetivo de ter um retorno competitivo. O governo da Noruega desenvolveu uma série de princípios de governança corporativa em companhias como a Statoil:
• Todos os acionistas devem ser tratados com igualdade • Decisões e resoluções do controlador têm que ser tomadas em assembleias gerais • A diretoria é responsável pela elaboração explícita dos objetivos e estratégias para a companhia dentro dos dispositivos legais da associação. O ministro do Petróleo e Energia entende e respeita os papéis e responsabilidades da boa governança corporativa. A diretoria e gerência da Statoil são responsáveis para todas as operações, investimentos e estratégia. O ministro do Petróleo e Energia não está representada na diretoria da Statoil e não forma maioria acionária e nem intervém em qualquer decisão tomada pela companhia.
MACAÉ OFFSHORE 29
INTERVIEW
Kjell-Børge Freiberg Vice Minister of Oil and Energy in Norway
By Brunno Braga
In his first time in Brazil, the Norwegian Vice Minister of Oil and Energy, Mr. Kjell-Børge Freiberg, reaffirmed the interest of the Nordic country, one of the most important oil producers in the world, on the Brazilian market, even with obstacles caused by the severe political and economic crisis. He came along with a delegation led by the prince of Norway, Haakon, also including the Minister of Trade and Industry, Monica Mæland, and a delegation of 100 businessmen to establish business deals.
in Rio de Janeiro, Freiberg also visited the Cenpes to see the Research and Development project for the creation of offshore robot developed in a joint venture between Brazil and Norway. During his visit, he spoke in an exclusive interview to Macaé Offshore about the relations between Brazil and Norway in the offshore segment, its potential, the crisis in Petrobras, the current Norwegian oil and gas scenario and the impacts of barrel price drop in the Norwegian economy.
Between meetings with Vice President Michel Temer, and the Minister of Mines and Energy of Brazil, Eduardo Braga, in Brasilia, and participation in two offshore oil and gas, shipbuilding and renewable energies seminars
“Despite the current economic situation that Brazil is facing, most Norwegian companies have a long-term vision for their activities and investments”. Following we present the main parts of the interview:
MACAÉ OFFSHORE – What is the importance of the Brazilian oil and gas sector to Norway? Kjell-Børge Freiberg - Brazil is the greatest offshore market in the world and the offshore oil and gas sector is the main industry in Norway. Brazil is the third largest export market for Norwegian industry, after the European Union and the United States and this is important to us. Norwegian companies have invested more than US$ 24 billion in Brazil and are employing approx. 22,000 people. They are also increasing 30 MACAÉ OFFSHORE
investment in research and development projects in Brazil in cooperation with local partners. We entered into a cooperation agreement focusing on oil and gas sector, called BN21 and we are now seeing several excellent results coming from this agreement. We expect that these activities grow in the future. Despite the current economic situation that Brazil is facing, most Norwegian companies have a long-term vision for their activities and investments and intends to make all efforts for them to stay even during this crisis. All the executives of these companies tell me that they expect the situation to
improve in the future as soon as the necessary changes happen.
M.O. – In your opinion, what are the advantages and disadvantages for the Norwegian oil and gas companies doing business in Brazil? K.F. - The advantage is in the opportunities available in this market - even with a lower level of investment than before, Brazil is a huge market with abundant resources and technological needs that are very relevant for Norwegian suppliers of goods and services. Petrobras is a very competent operator, with
INTERVIEW
cutting edge technology, a true leader in deep-water operations. Furthermore, they have access to competent workforce as well as to investment funds and innovation. Brazilians and Norwegians seem to cooperate very well. The disadvantages are the same as the Norwegian companies and other international companies and are related to current market conditions. Bureaucracy may be another complicating factor, especially for small businesses with limited administrative capacity.
M.O. – The oil and gas sector in Brazil is experiencing serious problems due to the investigation of corruption at Petrobras. Do you think this current scenario may compromise business relations between Brazil and Norway? K.F. - My impression is that Brazil is dealing with Operação Lava Jato in a competent and structured way. This illustrates how Brazilian institutions are working well. So we hope that when the situation is properly dealt with, Brazil may emerge more transparent and with a more flexible market.
M.O. – Is there any R&D agreement between Brazil and Norway for the oil and gas sector? K.F. - Yes. There is the MOU (Memorandum of Understanding) called BN21 (Brazil-Norway in the 21st century), which was signed in 2013 and in 2014; this memorandum was followed by the signing of three additional agreements between FINEP, CNPq and Norwegian Research and Innovation Council. Therefore, we are willing to provide funds in conjunction for innovation projects with players of the Brazilian and Norwegian oil and gas sector segment in order to overcome significant challenges for both countries. We understand that there is great interest in these initiatives. On November 23 we held the 3rd Annual Conference for Collaboration in Research, Development and Innovation for the Oil and Gas Industry between Norway and Brazil. More than 150 people attended and we still expect more bilateral projects as a result of this important meeting.
M.O. – Currently, is there any Brazilian supplying company operating in Norway? How can they take advantage of the opportunities that exist in the Norwegian oil and gas sector?
K.F. - As far as I know, currently there is no Brazilian supplier of the oil and gas chain operating in Norway, but I expect that to happen in the future and I’ll be pleased to receive them. Norway is a country with open economy and a vast international supply base and we are always interested in receiving companies that can add value to this competence base.
M.O. – There is a strong debate in Brazil about the local content law, widely criticized by the majors currently operating in Brazil. Is there any similar law in Norway? K.F. - We do not have a local content policy in Norway. The regulations of competition in the European Union, which has been in place since 1994, does not allow this type of policy. Norway has a highly skilled and internationally competitive workforce regarding services and supply of equipment for the industry over 40 years of oil activities in the country. Approximately 40% of the revenues of the service and supply chain industry come from the international market. We believe that competition is a way that benefits the economy as a whole and encourages companies to become more efficient and innovative.
MACAÉ OFFSHORE 31
INTERVIEW
M.O. – What is the importance of the oil and gas industry in the Norwegian GDP and how many people this industry employs today? K.F. - The oil and gas industry has a very important role in the economy and finances of Norway. In 2015, the oil segment represented 15% of the Norwegian GDP. This makes the oil sector the largest Norwegian industry. However, this does not include our supply chain industry, which represents the second most important industrial sector of the country. The oil industry is present in 424 of the 428 cities of Norway. Before the price of the barrel drop, approximately 150 thousand people were directly employed in the sector, including about 27 000 employees by the companies and 126 thousand people in service and equipment supply companies. This number represented approx. 7% of all the jobs in Norway. In 2014, oil and gas companies and companies connected to the industry fired thousands of people. At first, it did not affect the unemployment rate as these people were absorbed by other sectors or other companies within the oil and gas sector. Now, the unemployment rate started to grow. For 2015, it is estimated that the rate will reach 4.4% unemployment compared to 3.5% registered in 2014.
M.O. – How the current crisis is affecting the oil and gas sector in Norway? K.F. - It is a challenging time for many companies and for those who have lost their jobs, although low oil prices may be demanding. However, it is also a chance to build a stronger industry. Gains in efficiency, most intelligent ways of working in partnerships and cost reduction are on the agenda of the companies today. Then, I believe that the industry is walking in the right direction. We expect a quite high activity level on the Norwegian Shelf in the years ahead. The timing of development of the Johan Sverdrup field is the greatest industrial project of Norway in decades 32 MACAÉ OFFSHORE
and it has been a blessing for the industry. I am pleased to see that the supply chain of Norway is competitive and has been awarded by large contracts for the development of the field.
different areas of work and challenges that must be overcome. As a result, today we have 37 operators in Norway and other 19 as production partners.
M.O. – How Norway works to attract large companies to work in the country? How many O&G companies operate there today?
M.O. – What percentage of Statoil in the O&G market in Norway?
Norwegian companies have invested over US$ 24 billion in Brazil K.F. - One of the major objective of oil policy in Norway is have a legal framework for the effective and profitable use of natural resources. In 2000, there were approx. 28 oil and gas companies operating in Norway. As part of the fields become mature over the years and different challenges have appeared, the Norwegian authorities considered it important to make adjustments to encourage competition and ensure that there is enough interest in
K.F. - Statoil has a very important role in the market of oil and gas in Norway. It operates in near a half of the 82 fields in production today.
M.O. – There is a great debate in Brazil about the strong governmental intervention in Petrobras. How the Norwegian government acts in the Statoil? Are there also interventionist policies in the Norwegian oil state? K.F. - The Norwegian State withholds 67% of the Statoil. The objective of the state’s ownership of Statoil ASA is to maintain a knowledge-based and high technology industrial group with head office functions in Norway. The company is directed within a commercial line and with the purpose of having a competitive return. The Norwegian government has developed a series of corporate governance principles in companies such as Statoil: • All shareholders should be treated equally • Decisions and resolutions of the controller have to be taken in general meetings • The board is responsible for elaborating explicit objectives and strategies for the company within the constraints of its articles of association. The Minister of Oil and Energy understands and respects the roles and responsibilities of good corporate governance. Statoil board and management are responsible for all operations, investments and strategy. The Ministry of Petroleum and Energy is not represented in Statoil’s board and does not as majority shareholder intervene in any commercial decision made by the company.
rede petro-BC
Rede Petro-BC: uma ótima alternativa em meio a crise Por Ive Talyuli
Surgindo como uma excelente opção
da nossa instituição e, somente neste ano,
Alfredo Renault, encontro com a empresa
para estar em contato com outras empre-
conseguimos aumentar cerca de 30% o nú-
Oil States, entre outros. “Além desses, tam-
sas, representando até mesmo uma opor-
mero de associados. Com isso, nossa res-
bém apoiamos outras iniciativas e já esta-
tunidade de fazer novos negócios, a Rede
ponsabilidade fica ainda maior, pois enten-
mos planejando os próximos eventos. É
Petro – Bacia de Campos vem pautando sua
demos que essas empresas estão buscan-
atuação de maneira a informar constante-
do informações através da Rede Petro-BC e
nossa função apontar caminhos e apresen-
mente os empresários sobre o cenário eco-
estamos nos empenhando para correspon-
nômico atual.
der a estas expectativas”, afirmou Vitor.
tar opções válidas para os empresários. No entanto, não tem sido uma tarefa fácil, já que muitas das grandes empresas não estão expondo suas necessidades de fornecimen-
Para a coordenadoria da Rede Petro-
Exemplo disso, é a parceria constan-
BC, este momento representa uma grande
te que a instituição vem firmando com o
oportunidade de mostrar os benefícios que
SEBRAE, oferecendo seminários e outros
as empresas podem obter ao se associarem
eventos que representem oportunidades de
a organização. “Nossa missão é tornar o
negócios e novos contatos aos seus asso-
ambiente favorável para que os nossos as-
ciados. “O SEBRAE é uma das entidades
sociados possam fazer negócios entre si. O
mantenedoras da Rede Petro-BC e, neste
que estamos procurando fazer neste mo-
ano, estamos trabalhando juntos oferecen-
todo um processo de aprovação, que inclui
mento é buscar informações positivas para
do a nossa estrutura para divulgação e re-
apresentação de documentação, análise da
transmitir às empresas. Isso não significa
alização de inscrição. Em contrapartida, o
coordenadoria e do comitê gestor. “Somos
que estamos desconsiderando a crise, pois
SEBRAE realiza a contratação de palestran-
uma instituição de um setor muito especí-
ela é real, mas precisamos oferecer alterna-
tes que possam fazer uma análise do cená-
fico e nossos objetivos são muito claros,
tivas positivas para que o empresário possa
rio atual, orientando os empresários sobre
que é o de fazer com que as empresas fa-
tomar decisões mais assertivas”, observou
que atitudes tomar para sobreviver a este
çam negócios entre si. Por isso, fazemos
Vitor Silva, um dos coordenadores da Rede
momento”, explicou Evandro Cunha, tam-
uma análise prévia, que inclui uma conversa
Petro-BC.
bém coordenador da Rede Petro-BC.
com os gestores da candidata a sócia e tam-
to”, considerou Evandro. Todos os dias, a Rede Petro-BC tem recebido contato de empresas interessadas em fazer parte da instituição. Para se tornar associada, a empresa precisa passar por
Ao que tudo indica, as empresas estão
Entre os eventos promovidos pela Rede
bém da documentação exigida. Analisamos
reconhecendo a importância da organiza-
Petro-BC, em parceria com o SEBRAE, es-
os motivos pelos quais a empresa quer se
ção, que mensalmente registra um aumento
tão dois Seminários Cenário e Tendências,
associar e informamos nossos objetivos a
no número de associados. “Muitas empre-
tendo a presença de palestrantes de reno-
ela”, explicou Mário Jorge, coordenador da
sas estão nos procurando para fazer parte
me, como o professor de Economia da PUC,
organização.
Para ser um associado da Rede Petro-BC, o interessado deve entrar em contato através do telefone (22) 2706-6122 ou do e-mail redepetro-bc@redepetro-bc.com.br.
MACAÉ OFFSHORE 33
rede petro-BC
Rede Petro-BC: An Oustanding Alternative Amidst The Crisis By Ive Talyuli
Rising as an excellent option for kee-
alone we managed to increase our mem-
professor Alfredo Renault, meeting with the
ping in touch with other companies - which
bership by 30%. Thus our responsibility is
company Oil States, and others. ‘In addition
could even represent an opportunity for new
ever increasing, because we understand
to these we also supported other activities
business, Rede Petro - Campos Basin has
that these companies are seeking infor-
been governing its performance in order to
mation through Rede Petro-BC and we are
and we are already planning the upcoming
constantly inform businessmen of the cur-
making efforts to live up to these expecta-
rent economic scenario.
tions’, stated Vitor.
events. Our role is to point the way and show valid options to the businessmen. However, it has not been an easy task, as many of the major companies are not disclosing their su-
For the Rede Petro-BC coordinator’s
An example is the ongoing partner-
office, this moment represents a great op-
ship that the institution has been securing
portunity to show the benefits that compa-
with SEBRAE, offering seminars and other
nies can gain by joining the organization.
events that translate into business oppor-
Every day Rede Petro-BC is contacted
‘Our mission is to make the environment
tunities and new contacts to our mem-
by companies interested in joining the insti-
favorable so that our members may do bu-
bers. ‘SEBRAE is one of the Rede Petro-
tution. To become a member the company
siness among themselves. What we are
BC supporting entities, and this year we
needs to undergo an approval process, whi-
trying to do at this time is to seek positive
are working together; we offer our structu-
ch includes documentation submission, and
information to relay to the companies. This
re to publicize and take registrations. In turn
coordinator’s office and managing commit-
does not mean we are disregarding the cri-
SEBRAE hires speakers who are able to
sis, for it is real, but we need to offer posi-
make an analyzes of the current scenario,
tee review. ‘We are an institution of a very
tive alternatives so the businessmen may
advising the businessmen on what stances
make more assertive decisions’, remarked
to take in order to survive this moment’, ex-
Vitor Silva, one of the Rede Petro-BC coor-
plained Evandro Cunha, also a Rede Petro-
dinators.
BC coordinator.
pply needs’, considered Evandro.
specific sector and our goals are very clear, that is, making companies do business among themselves. For this reason we conduct a previous analysis, which includes a talk with the aspiring member’s managers and also of the documentation required. We
It looks like the companies are recog-
Among the events promoted by Rede
nizing the organization’s importance, and it
Petro-BC in partnership with SEBRAE are
analyze the reasons why the company wi-
is recording an increase in membership on
two Scenario and Trends Seminars, with
shes to join and inform our goals to them’,
a monthly basis. ‘Many companies are co-
the presence of renowned speakers, such
explained Mário Jorge, a coordinator of the
ming to us to join our institution. This year
as Catholic University (PUC) Economics
organization.
To become a member of Rede Petro-BC the party concerned must get in touch by telephone (22) 2706-6122 or e-mail to www.redepetro-bc.com.br.
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Plataforma santos
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