Magazine Virtual Educa N°20 - I semestre 2018

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ESTRUTURA INSTITUCIONAL APOIO INSTITUCIONAL

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

Ministerio de Educación

SECRETARIA GERAL E SEDES

O Virtual Educa é uma iniciativa que surgiu em 2001 com o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede em International Square, Washington, DC, EUA. Tem três escritórios regionais [Andina (Peru); Cone Sul (Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai); Américas (Porto Rico)] e quatro sedes nacionais [Brasil, Colômbia, Equador e México]. Opera através de suas fundações na Colômbia, nos Estados Unidos, no México e no Peru.

FAZEM POSSÍVEL VIRTUAL EDUCA SÓCIOS

PARCEIROS

COLABORAM CREAD | AUALCPI | CALED | UNIVERSIDAD ALAS PERUANAS | UDG | UNIVERSIDAD DEL CARIBE | UDCA

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VIRTUAL EDUCA MAGAZINE


EDITORIAL A ALIANÇA GLOBAL VIRTUAL EDUCA Desde o início do milênio, o Virtual Educa se posicionou na fronteira da inovação educacional. Algumas de nossas mais destacadas conquistas foram: a) a organização de encontros e fóruns; b) a criação da rede de Escolas Popup; c) a construção de espaços para análises e debates, tais como a Rede de Encarregados por Inovação Educacional com apoio das TICs, ou do Universidade 2030, projeto em conjunto com IESALC UNESCO.

Uma iniciativa de alcance global Desde janeiro do ano passado, o Virtual Educa passou a ter um caráter global. Com o crescimento do Virtual Educa Américas na Aliança Global Virtual Educa, que gerencia de Washington, nos Estados Unidos, a Fundação Virtual Educa, ampliamos nossas atuações a outras ações. Criou-se um espaço de trabalho em comum sobre inovação educacional para o desenvolvimento sustentável e inclusão social, em colaboração com o fundo SDGF [do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas] e o Banco Mundial, fortalecendo aquelas que estavam reunidas na IMEDH (Iniciativa Multilateral de Educação para o Desenvolvimento Humano), composta por OEA, UNESCO, VIRTUAL EDUCA, PARLATINO e UDUAL.

Think Blue: inovação educacional e sustentabilidade Nossa colaboração com o Banco Mundial está rapidamente se solidificando com o lançamento do programa Think Blue, uma plataforma edutech vinculada a sustentabilidade dos ecossistemas oceânicos e uma nova forma de entender a cooperação e a solidariedade. As atividades econômicas e profissões vinculadas com o setor marítimo prometem acelerar o seu desenvolvimento e expansão no século XXI, desde a robótica subaquática até as energias renováveis, a biotecnologia e os transportes. Para garantir a saúde dos oceanos e conduzir nosso planeta a um futuro social e economicamente sustentável, devemos agir hoje. O que seria melhor que começar pela educação? O Banco Mundial compreendeu a importância de colocar esta questão na agenda internacional, criando uma mudança disruptiva a partir da inovação educacional sobre os oceanos. Em 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, no cenário do porto de Salvador na Bahia, realizaremos o lançamento internacional do Think Blue, durante a cerimônia de encerramento do XIX Encontro Internacional Virtual Educa.

Educação Exponencial Os próximos processos de aprendizagem receberão influência de quatro forças orientadoras. A primeira força aponta a um cenário em turbulenta mudança. Nele, emergem novas famílias de tecnologias que crescem de forma exponencial. Adiciona-se força com a emergente economia digital e mais ainda com a necessidade de desenvolver novas habilidades na população. Com perspectivas para a Agenda 2030, Virtual Educa explora este grande desafio para os sistemas de educação, que deverão desenvolver novas estratégias cognitivas e novas abordagens para a imaginação e a criatividade.

Bem vindos a Bahia, esperamos em Buenos Aires Esperamos que na Bahia sejam alcançadas todas as expectativas. De 10 a 14 de setembro celebraremos em Buenos Aires, Argentina, o vigésimo aniversário de nossos Encontros. Esperamos por vocês lá, para compartilharmos mais uma vez ideias e projetos. Obrigado por nos acompanhar.

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NESTA EDIÇÃO |

I SEMESTRE 2018

REPORTAGENS

ENTREVISTAS

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NUMERO 20

Não há futuro sustentável sem educação RUI COSTA

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Pense Azul: Encontrar crescimento no Mar do Caribe PAWAN PATIL

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Uma nova caminhada: Educar para Transformar

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WALTER PINHEIRO

22 No mundo, um em cada cinco crianças, adolescentes

Fechando a lacuna na educação sobre os oceanos

e jovens está fora da escola

ATUALIDADE VIRTUAL EDUCA

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Mulheres Inspiradoras

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Bahia investe no fortalecimento pedagógico

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Investimentos na carreira do magistério

30

Ferramentas web potencializam aprendizagem

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Conteúdos digitais educacionais disponíveis no Portal da Educação

34

Projetos aliam Ciência, Tecnologia e Inovação

36 Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia

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Fórum Mundial de Educação Capacitação de docentes no Perú Virtual Educa Bolívia 2018 Reunião com o Governo de Porto Rico Fórum Virtual Educa Gran Caribe Pensar exponencialmente em Azul

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Centros Juvenis de Ciência e Cultura

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Arte e Cultura promovem o protagonismo estudantil

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Ações pedagógicas dinamizam ambiente

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Educação Profissional e Tecnológica prepara estudantes

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EMITec vence dimensão geográfica

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Alfabetização de crianças, jovens e adultos


CONTATO E. magazine@virtualeduca.org URL: www.virtualeduca.org www.virtualeduca.org/mediacenter

INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

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INTEL | Jovens inovadores de todo o mundo competem na maior feira internacional de Ciência e Engenharia

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SOFTEX | Conhecimento e oportunidades que ligam tecnologia, educação e trabalho

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JP.IK | A nossa visão para um projeto educativo de sucesso

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BLACKBOARD | Inteligência artificial treinada por professores para ensinar alunos no Brasil

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MICROSOFT | Como preparar suas aulas para o futuro

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ORACLE ACADEMY | 5 assuntos que todos os estudantes de ciência da computação devem aprender

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HP | Um compromisso com a aprendizagem científica e tecnológica

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LEGO EDUCATION | Soluções que transformam a vida de alunos no Brasil

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GENIUS PLAZA | Preparando estudantes para o Futuro

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POSITIVO BGH | Uma história de inovação e confiabilidade

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AULAS AMIGAS | Tecnologia educativa centrada no docente

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74 CACECA | Compromisso com a excelência acadêmica na América Latinal

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CLOUDLABS | Aprender ciência agora é mais divertido e inovador

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ODILO | A educação é um bem comum disponível para todos

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INSPERA | Uma revolução na maneira de examinar estudantes e candidatos

MATIFIC | Matemática com bons resultados

70 FUNDACIÓN TELEFÓNICA | Comprometidos com a educação

Uma publicação do Virtual Educa. Secretário Geral: José María Antón. Diretor de Comunicação: Agustín M. Barbetta. Diretor de Mídia: Matías Casano. Editor-Geral: Matías Casano. Revisão e Tradução: Helio de Sousa heliospbox-idiomas@yahoo.com. Produção Gráfica: María José Michaud / SYNAPSIS ci. Relações Corporativas: Diana Sánchez. Especial Bahia: ASCOM/ Educação Bahia / Cláudia Oliveira, Cláudia Lessa, Suami Dias, Emerson Santos e Joseane Rodrigues.

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ENTREVISTA

NÃO HÁ FUTURO SUSTENTÁVEL SEM EDUCAÇÃO

ENTREVISTA COM

RUI COSTA GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA

Governador, qual é a visão estratégica do Estado da Bahia diante dos desafios que encontramos no Brasil e nos países da região para alcançar uma educação inovadora e de alto nível que atenda às demandas do século XXI? A educação, na minha opinião, é o pilar sobre o qual se assenta todo o desenvolvimento de uma sociedade, a começar na educação infantil e prosseguindo na formação profissional dos jovens. Essa premissa, inclusive, foi o ponto de partida para o lançamento do programa Educar para Transformar. Compreendemos que a educação deve envolver todos os segmentos da sociedade organizada. Tão logo assumi a gestão, lancei o programa Educar para Transformar – Um pacto pela Educação, com a proposta de atrair todos os segmentos 6

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da sociedade para melhorar a educação em nosso estado. Convoquei educadores, prefeitos, universidades, movimentos sociais, empresários e, principalmente, as famílias para uma união de esforços em prol da melhoria da qualidade da educação pública no Estado. Entendo que é fundamental a participação de todos nesse processo, até porque os resultados de um programa institucional na área de educação só são colhidos a longo prazo. Nesse sentido, temos reafirmado o compromisso com a melhoria da qualificação dos profissionais da área de educação, o que temos feito regularmente com incentivos financeiros baseados na realização de cursos e aperfeiçoamento profissional; temos promovido a democratização da gestão escolar, por meio de votação para o cargo de diretor escolar, envolvendo alunos e professores. Educação não apresenta resultado em curto prazo, mas é preciso construir hoje para que amanhã apareçam indicadores melhores. Também não descuidamos da estrutura física das


O governador Rui Costa deu entrevista para o MAGAZINE. Com ele, conversamos sobre a importância de toda a sociedade participar e se envolver no processo educativo. O século 21 exige que adquiramos novas competências e qualificações ao longo da vida. Neste conceito vem trabalhando o Governo do Estado: Educar para Transformar, porque a educação continua sendo o melhor caminho para prosperar como indivíduos e na comunidade.

instalações das escolas. Em todas as viagens de trabalho que faço ao interior, faço questão de visitar os estabelecimentos escolares para conhecer de perto os seus problemas e necessidades. Converso com a comunidade escolar, tanto com professores quanto com alunos, para avaliar o sentimento geral em relação à estrutura escolar daquele município. Temos feito investimentos relevantes nesta área. Nos últimos três anos, somente com construção, ampliação e reformas, investimos mais de R$ 200 milhões. Construímos 74 novas escolas entre 2015 e 2017, além de reformar e ampliar outras 1.175 unidades. O Programa Educar para Transformar, uma das principais ações do Governo, procura que cada aluno desenvolva seu próprio projeto de vida a partir da educação. Sabemos que a inclusão social é um dos grandes objetivos. Do seu ponto de vista, como a educação pode contribuir para alcançá-lo? Não há futuro sustentável sem educação, na minha opinião. Daí porque considero tão importante estimular e incentivar a

adoção de práticas que mantenham o aluno em sala de aula e lhe dê condições de avançar na busca de melhores oportunidades profissionais no competitivo mercado de trabalho. Sem educação, isso é quase impossível. Incontestavelmente, a educação transformadora é uma das principais ferramentas para promover a inclusão social do cidadão. E, para isso, é necessário revolucionar a educação por meio de mudanças estruturais, e vejo como fundamental nesse processo não só uma mudança radical na forma de ensinar como o emprego da correta incorporação das novas tecnologias na sala de aula. Essas ferramentas tecnológicas à disposição da sociedade, hoje, é fundamental para garantir a inserção social do jovem, seja no mercado de trabalho, seja na apropriação das modernas tecnologias ao seu dia-a-dia. E isso nós estamos realizando, cada vez mais, na rede estadual de ensino. Temos buscado parcerias junto a entidades WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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privadas no sentido de levar modernas tecnologias na aplicação do ensino em sala de aula, conjugadas ao treinamento adequado dos professores na aplicação dessas inovações. Tudo isso, veja bem, tendo como premissa a necessidade de ampliar as perspectivas de crianças e jovens no meio social, a partir de um novo conceito de educação, cada vez mais presente no dia a dia do cidadão. Outra importante ação implementada nas escolas de toda a Bahia, que visa promover a integração da escola com a comunidade, é o Projeto Escolas Culturais, O objetivo é aliar a educação com a cultura e incentivar os estudantes no mundo das artes visuais, teatro, dança, música e cinema. Ao todo, 85 municípios receberão o projeto até o final de 2018. Enfim, há um conjunto de ações que devem permear as políticas públicas educacionais para promover a inclusão social. Desde a gestão democrática e participativa, como a remuneração compatível dos educadores. O Estado da Bahia está investindo mais na formação de professores? Esta tem sido uma das nossas prioridades, pois não se concebe educação de qualidade sem investimento nesta categoria profissional, que é a principal responsável pelas mudanças na qualidade do ensino como um todo. Também não poderia ser diferente, haja vista que o foco prioritário da nossa administração é elevar a qualidade do ensino em todos os seus níveis. Como parte do Programa Educar Para Transformar, propus Projeto de Lei que institui o Plano Estadual de Educação, com vinte metas para os próximos dez anos. O Plano foi construído coletivamente com o suporte do Fórum Estadual de Educação 8

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e prevê, dentre outras metas, a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. Em 2015, cerca de 25 mil professores e coordenadores pedagógicos fizeram aperfeiçoamento em tecnologias educacionais e da informação. Outros 2 mil concluíram a graduação universitária. Além disso, mais de 11 mil professores realizaram formação na modalidade de educação à distância. A valorização dos educadores em todos os níveis é uma prioridade da minha gestão. Mais de 23 mil professores e coordenadores pedagógicos da rede estadual, por exemplo, estão sendo beneficiados com o curso on-line “Uso Pedagógico de Tecnologias Educacionais”, promovido em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Para os concluintes, será ofertado um ganho médio de 14% sobre os salários até maio de 2019, dos quais 6% já foram antecipados. O orçamento aplicado neste benefício é da ordem de R$ 348 milhões. Também temos valorizado os professores das universidades estaduais. Nesse segmento, 1.249 professores obtiveram avanços em suas carreiras. Por último, estamos em processo de contratação de 3.760 professores e coordenadores pedagógicos selecionados por meio de concurso público que irão atuar em toda a Bahia. Quais são os resultados de programas como Mais Futuro, Primeiro Emprego e ou Partiu Estágio? A transformação já começou a ser percebida? Na minha avaliação, se queremos promover uma mudança de qualidade na educação em todos os seus níveis, temos


que propor, também, instrumentos de estímulo aos estudantes, de modo que possam aplicar os conhecimentos em sala de aula na vida profissional. Com essa concepção, elaboramos três programas voltados para os jovens, de modo a oferecer oportunidades profissionais alinhadas a um ganho financeiro. Nesse sentido, foi criado o Mais Futuro, o Primeiro Emprego e o Partiu Estágio. O programa Primeiro Emprego é voltado para estudantes e egressos dos cursos técnicos da Educação Profissional. Mais de 4.300 jovens já foram beneficiados com a carteira assinada e estão atuando no serviço público estadual, por meio de um contrato temporário de dois anos. Para o ano de 2018, a expectativa é convocar mais 4.500 estudantes. O Programa Mais Futuro, é direcionado aos jovens em situação de vulnerabilidade social, que estão nas universidades estaduais da Bahia. O Governo do Estado oferta bolsas de permanência e auxílio para estudantes matriculados. 7.885 estudantes universitários já foram beneficiados. Com o programa Partiu Estágio, estudantes de universidades públicas e bolsistas em faculdades privadas são direcionados para vagas de estagiários em órgãos públicos estaduais por um período de um ano, sendo acompanhados por uma coordenação que os monitora e faz a orientação. Ainda é cedo para avaliar os resultados desses programas, mas temos a convicção que a transformação na vida desses jovens já está acontecendo. A experiência profissional, a aplicação dos conhecimentos teóricos na vida prática e a possibilidade de interagir no mercado de trabalho vão possi-

bilitar novas oportunidades e o amadurecimento necessário aos jovens para garantir a sua inclusão social. Em junho, a Bahia sediará o Encontro Internacional Virtual Educa. Quais são as expectativas e resultados esperados deste evento? Trata-se de um importante evento em que especialistas das áreas de educação, ciência e tecnologia e autoridades governamentais se reúnem para trocar experiências e apresentar práticas inovadoras que podem ser apropriadas pelos países participantes. Nesse sentido, aguardo com expectativa o evento que trará, sem dúvidas, impactos no desenvolvimento da educação formal em nosso estado. O intercâmbio de informações e de práticas exitosas aplicadas em outras regiões por si só já vão nos trazer um significativo ganho. Além do mais, podemos afirmar que o governo baiano, por meio da Secretaria Estadual da Educação já está implementando práticas educativas com base no uso de tecnologias modernas que vão promover uma completa revolução na forma de transmitir conhecimento. Isso vem sendo feito por meio de parcerias envolvendo a iniciativa privada, a exemplo da empresa Google, e do uso de equipamentos de alta tecnologia como ferramenta para absorção do conhecimento. Assim, o Virtual Educa 2018, que acontece este ano na Bahia, será um marco no desenvolvimento educacional e nas perspectivas de desenvolvimento e inclusão social, ao transferir e trocar conhecimento no âmbito acadêmico, consolidando as mudanças que queremos implementar na educação em todos os níveis. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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ENTREVISTA

ENTREVISTA COM

WALTER PINHEIRO SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA

UMA NOVA CAMINHADA PEDAGÓGICA

EDUCAR PARA TRANSFORMAR O FUTURO Em entrevista ao MAGAZINE, o Secretário de Educação do Estado da Bahia relatou a importância de melhorar o ambiente escolar com a participação da sociedade para que os estudantes possam chegar em uma escola mais atrativa, que prepare cidadãos para o futuro. O que é o programa Educar para Transformar e por que a Bahia precisa de um pacto pela educação? O primeiro aspecto disso é uma necessidade de rever todos os procedimentos e métodos, e principalmente fazer uma revisão geral do conteúdo a partir do que foi trabalhado ao longo de décadas no processo educacional na Bahia e que a gente só teve a oportunidade de mexer com isso basicamente a partir de 2007 quando o governo do Jaques Wagner. Foi, com pilares muito bem definidos como educação básica, pensando também em aqueles que não haviam sido alcan10

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çados pelo processo de alfabetização; e um modelo mais arrojado de busca ativa, ou seja, caminhar por todos os cantos da Bahia buscando todos aqueles que estavam fora da escola. Associado a esse desafio, no governo do Rui Costa se trabalhou no conceito de mexer a educação como um elemento transformador da vida, do território e para a sociedade. Este desafio vai muito além de uma utilização da educação só como um instrumento de sala de aula. Quebrando paradigmas e trabalhando novos desafios, tem como meta o princípio do desenvolvimento das pessoas e das comunida-


des com o sentido de cada vez mais formar cidadãos e não meramente profissionais ou estudantes que possam alcançar o ensino superior, o qual também é muito importante. Outro elemento fundamental é a participação do Estado como colaborador da educação no ensino fundamental, porque essa é a base do ensino médio que é responsabilidade do Estado. Portanto, transformar e contribuir na transformação de todas as etapas do ensino; criar um ambiente para que verdadeiramente a educação seja transformadora em todas a suas fases, completando esse eixo de sociedade e comunidade, com sentimento de formação cidadã, muito mais orientada para os interesses da população; e claro, preparando a nossa juventude para essa nova caminhada, sem deixar de lado as pessoas que no passado não tiveram a oportunidade de entrar na escola. Como pode a sociedade se envolver na educação? Qual é a experiência da Bahia? O primeiro aspecto que tem é romper essa barreira ou esse muro que ao longo dos anos foi separando a escola da comunidade. A escola é um elemento transformador. Um exemplo disso é um programa que foi lançado pelo governador Rui Costa de escolas culturais. A escola ensina e pratica ciência, mas tem que entender também o mundo das artes e como é que ela se relaciona com a cultura do território e da sociedade. Essa simbiose e essa sinergia são uma contribuição fundamental e fazem cada vez mais usar a escola como um elemento capaz de promover a transformação social.

E nós estamos trabalhando nisso. Por isso, até a distribuição geográfica de toda a estrutura da Secretaria obedece a uma decisão territorial. Assim, você consegue juntar identidade, cultura, economia, desejos, expectativas e soluções, criando esse ambiente. Uma escola isolada, além de não formar cidadãos contextualizados, não vai contribuir para absolutamente nada. O grande desafio é a escola interagindo e a comunidade participando. A escola é um elemento que permanece. As cidades passam por diversas transformações, mas em cada uma delas sempre tem uma escola. Em alguns lugares, ela chega a ser até o único elemento agregador. Portanto, não pode perder de forma nenhuma a função que tem, através da formação e da contribuição dos seus professores. Em algumas localidades, por exemplo, os mais ilustres desde o ponto de vista do conhecimento e da capacidade de interagir no distrito, são os professores. Não podemos esperar que esse recurso seja usado exclusivamente na sala de aula. Para contribuir ainda mais com a sociedade, a escola precisa passar por essa mudança para que a educação seja exatamente um elemento transformador. Quais são os maiores projetos de inovação educacional e que resultados foram alcançados? Por determinação do Governador, nós trabalhamos no eixo de Educar para Transformar com pilares muito fiéis. A grande transformação da escola não vem através de máquinas, nem de tecnología, nem de software. Todas essas condições são ferramentas. A grande transformação é causada pelo

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eixo pedagógico. Portanto, precisamos consolidar uma boa base, estabelecer novos conteúdos e entender a necessidade de ter um Currículo Bahia, sem deixar a nossa base nacional curricular, mais conseguindo identificar de forma muito territorializada qual deve ser cada metodologia, cada escolha e cada implementação, para criar uma nova caminhada pedagógica. Trabalhar a partir disso na reestruturação da escola, com uma valorização dos profissionais na área de educação e ao mesmo tempo de formação continuada para eles. E aí, criando um novo ambiente, não só de sala de aula, mais de diversas práticas, para que o aluno possa chegar em uma escola mais atrativa, que lhe prepare para o futuro. Outro elemento fundamental é introduzir novas opções nesse contexto curricular. As Escolas Culturais, a Ciência na Escola e o Inova Escola são elementos do contexto pedagógico que vão corroborar com o desejo da escola no sentido dessa transformação. Para isso, estamos trabalhando com diversas implementações e metas: toda escola com coordenador pedagógico, concurso para novos professores, duas jornadas pedagógicas por ano nas escolas, um processo de diálogo permanente com os gestores, e formação a distância para 24 mil professores com toda a estrutura da Universidade Federal da Bahia. Essas ações estão integradas num projeto pedagógico que respeita principalmente as escolhas de cada escola. A Secretaria pode orientar mais é importante que cada escola possa construir a partir de seu planejamento pedagógico o seu novo caminhar. É uma nova forma de enxergar a escola que nós estamos batizando de Inova Escola, com a consolidação de uma plataforma com 12

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conteúdo produzido por baianos e baianas para priorizar a utilização do Currículo Bahia. O próximo Encontro Internacional Virtual Educa terá uma de suas sedes no​antigo​ICEIA que ​vai se tornar um centro de inovação educacional e tecnológica. Que futuro você imagina para o ​ ICEIA e quais são as expectativas d​o Virtual Educa Bahia 2018? O fato de Virtual Educa acontecer no ICEIA teve muito uma ligação com o que é Virtual Educa: um evento que provoca a todo o mundo de maneira que a gente possa descobrir como inovar e como superar as barreiras para fazer a educação chegar em todos os cantos com qualidade e capacidade transformadora. E o novo ICEIA será isso, um centro de formação e inovação que terá a capacidade de juntar a tecnologia de ponta com a arte. Será um local onde vai se poder apresentar durante o ano inteiro tudo o que de forma muito valorosa é feito em cada escola. Também será um espaço para estimular o surgimento de startups e de empreendedorismo. Esse grande centro vai abrigar desde um restaurante escola até a volta do antigo teatro, o segundo maior de Salvador. O Virtual Educa passará pela Bahia trazendo boas experiências, juntando professores, alunos e especialistas, com a participação dos municípios, para que todos possam trocar conhecimentos e enxergar práticas transformadoras. Depois disso, fica o legado. A ideia é que o Virtual Educa não se vá com o fechamento do evento, mas que ele fique permanentemente na Bahia enquanto uma prática, com o ICEIA como a sua sede.


ATUALIDADE VIRTUAL EDUCA

ATIVIDADES EM DESTAQUE PRIMEIRO SEMESTRE 2018

Virtual Educa no Fórum Mundial de Educação

Capacitação de docentes no Perú Em Lima, cerca de cem docentes de nove instituições de educação do distrito da Vila El Salvador participaram da capacitação chamada “As TICs como ferramenta de ensino” que ocorreu do dia 6 ao 9 de março nas instalações da Escola Popup Virtual Educa. A capacitação foi organizada pela Fundação Virtual Educa dos Andes, com o objetivo de desenvolver capacidades digitais aos docentes de educação básica regular, utilizando as ferramentas tecnológicas que possuem a Escola Popup.

De 21 a 24 de janeiro, se realizou em Londres o Education World Forum (EWF), apoiado pelo Governo e Conselho Britânicos. O Fórum, que contou com a participação do Virtual Educa, foi um espaço para o debate e diálogo entre especialistas de organizações internacionais, como o Diretor de Educação da OCDE, Andreas Schleicher, e uma equipe do Banco Mundial composta por Jaime Saavedra e Michael Trucano. O EWF convoca anualmente os ministros de educação e seus principais assessores -que recaem na política de educação de mais de dois terços da população mundial- para compartilhar experiências e debater sobre o futuro da Educação.

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ATUALIDADE VIRTUAL EDUCA

Virtual Educa Bolívia: Inovação na educação para a transformação social

Reunião com o Governo de Porto Rico

O II Encontro Regional Virtual Educa Bolívia 2018 ocorreu de 12 a 14 de março no Centro Internacional de Convenções e Cultura (CICC) da cidade de Sucre. Convocou mais de 5.700 participantes e ofereceu 230 exposições e oficinas com especialistas nacionais e internacionais em inovação tecnológica. Álvaro García Linera, Vice-presidente da Bolívia, participou do ato de inauguração. “As tecnologias se converteram em uma parte imprescindível de nossa vida cotidiana. Não poderemos entender o mundo do século XXI sem um conhecimento minucioso da tecnologia, das ciências e da informação”, destacou ao mesmo tempo que celebrou a organização deste encontro como uma oportunidade para que os docentes conheçam em primeira mão os últimos progressos em inovação para a educação.

O Secretário de Estado do Governo de Porto Rico, Luis Rivera Marín -acompanhado de Edward Moreno, Assessor de Educação, Esportes e Cultura; Luis Méndez, Secretário Adjunto de Estado; e Gaudy Gómez, Diretora do Gabinete de Internacionalizaçãose reuniram em 13 de abril com com o Secretário Geral do Virtual Educa, José María Antón, e a Diretora da Fundação Virtual Educa em Porto Rico, Dra. Suleira Quiñones. Durante a reunião foram propostas diversas possibilidades de colaboração, com ênfase especial ao projeto de internacionalização da oferta de educação de pós-graduação que o Governo recomenda, entre outros motivos, por ser um mecanismo de dinamização econômica e universitária. Por parte da Virtual Educa foram propostas várias opções para apoiar tais projetos, através da plataforma UNIVERSIDADE 2030, gerenciada pelo Virtual Educa com IESALC-UNESCO e os Encontros e Fóruns Virtual Educa.

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O Fórum Virtual Educa Gran Caribe enfatizou a importância das TICs na Educação Superior Com os olhares em enfrentar as novas necessidades de instituições acadêmicas, o Fórum de Educação Superior Virtual Educa Gran Caribe [19-20 de abril, Santo Domingo, República Dominicana], pesou o impacto das tecnologias digitais em educação superior e o papel das universidades em seu processo de inovação. A atividade contou com a ajuda da ministra de Educação Superior, Ciência e Tecnologia, Alejandrina Germán; José Alejandro Aybar Martín, reitor da Universidade do Caribe; José María Antón, secretário geral do Virtual Educa; assim como Armando García, diretor do Gabinete da Presidência de Tecnologias da Informação e Comunicação (OPTIC), entre outras personalidades. Durante o fórum foram abordados os temas da transformação da Educação Superior e da Universidade 2030, assim como a integração regional do Caribe neste processo.

Pensar exponencialmente em Azul A Virtual Educa começou uma nova etapa na qual focará nos objetivos da Agenda 2030 de uma perspectiva azul exponencial. Com este propósito, representantes do Virtual Educa e do Grupo Banco Mundial se reuniram em 23 de abril de Washington, nos Estados Unidos, para analisar temas de interesse em comum e projetos de colaboração vinculados à educação e ao desenvolvimento sustentável: Iniciativa Think Blue (economia azul), Educação Exponencial e Desafios de educação da Agenda 2030. Participaram, Pawan Patil, economista sênior do Banco Mundial; Marisol Espinoza, presidente do Conselho Virtual Educa; José María Antón, secretário geral do Virtual Educa; Jorge Barbosa, coordenador da iniciativa Think Blue; Germán Escorcia, diretor de inovação do Virtual Educa; Stephanie Norby, diretora do Centro Smithsonian para Aprendizagem e Acesso Digital; Asunción Sanz, presidente da Fundação Virtual Educa; Nelly Gochicoa, diretora de relações multilaterais do Virtual Educa; Sandra M. Chica, diretora de operações do Virtual Educa; e diretores de empresas que integram o Conselho Virtual Educa: Brian González (Intel), Tony Prince (Microsoft), Luis Pinto (Learn Capital), Pablo Langa (EDT), Matias Matias e Enrique Ortiz (HP), Andrea Velez-Green e Sara Akbar (Oracle) e Lawrence Korchnak (Matific).

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REPORTAGEM

Pense Azul: Encontrando crescimento no Mar do Caribe

PAWAN PATIL ECONOMISTA SÊNIOR DO BANCO MUNDIAL

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Sem um esforço concertado para garantir a sustentabilidade do ambiente marinho, as ameaças crescentes à saúde dos oceanos podem comprometer os benefícios dos mares para as gerações futuras. A boa notícia é que ainda não é tarde para agir.

O nosso é um planeta azul. A água cobre mais de 70% da superfície da Terra, e a economia do oceano impulsiona o comércio global, contribuindo anualmente com cerca de 3% ou US$ 1,5 trilhão do valor agregado global. Além disso, os especialistas esperam que as indústrias oceânicas dupliquem essa contribuição para o PIB global nos próximos 15 anos. Mas esse crescimento tem um preço e hoje nos encontramos em uma encruzilhada.

Do verde para o azul “Pensar verde” foi a moda da década passada, quando países e empresas acordaram para as suas responsabilidades compartilhadas para a sustentabilidade. Agora é hora de adicionar outra cor a paleta: azul.

...o mapeamento do espaço oceânico e do capital natural da área precisa ser um dos primeiros passos para uma economia oceânica sustentável A economia “azul” procura equilibrar riqueza oceânica com saúde oceânica, administrando de forma sustentável os ativos oceânicos (por exemplo: Estoques pesqueiros, recifes de corais e etc.) e serviços ecossistêmicos (por exemplo: Proteção costeira, potencial para a captura de carbono, produção de oxigênio). E de acordo com o novo relatório do Banco Mundial para uma economia azul: ‘Uma promessa de crescimento sustentável no Caribe’ -em colaboração com parceiros-chave, incluindo o Secretariado da Commonwealth, a Organização dos Estados do Caribe Oriental e o Instituto Nicholas para Soluções de Política Ambiental na Duke University- milhões de pessoas na região poderiam se beneficiar. O Mar do Caribe apoia diretamente as economias de 37 estados e territórios insulares costeiros e pequenos. Notavelmente, a economia do oceano gera um quinto do PIB total

Rumo a uma economia azul no Caribe Os oceanos alimentam um bilhão de pessoas em todo o mundo e contribuem com 3% - 5% da atividade econômica global. Sua saúde em declínio ameaça centenas de milhões de meios de subsistência.

US$ 6,4 bilhões

Total de investimentos ativos do Grupo Banco Mundial para aumentar o capital natural de costas e oceanos

2013

9 Estados do Caribe se comprometeram a conservar 20% dos ambientes marinhos e costeiros até 2020

25%

das áreas marinhas e terrestres próximas à costa em Granada serão preservadas até 2020

4% do Mar do Caribe estão em Áreas Marinhas Protegidas, 20 vezes mais que 30 anos atrás

6463 km2 143096 km2 1983

2014

Fonte: Transboundary Waters Assessment Programme 2015

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UMA ECONOMIA SUSTENTÁVEL DOS OCEANOS É POSSÍVEL QUANDO A ATIVIDADE ECONÔMICA ESTÁ EM EQUILÍBRIO COM A CAPACIDADE DE LONGO PRAZO DOS ECOSSISTEMAS OCE NICOS DE SUPORTAREM ESTA ATIVIDADE E PERMANECEREM RESISTENTES E SALDÁVEIS Economist Intelligence Unit

O Mar do Caribe é um recurso crucial para 40 milhões de pessoas que habitam as pequenas ilhas da região.

41 milhões

de pessoas vivem dentro de 10 quilômetros do mar do Caribe.

18,4%

do PIB total dos estados insulares do Caribe é gerado pela economia oceânica

O MAR DO CARIBE É LAR PARA A MAIOR DIVERSIDADE DE ESPÉCIES MARINHAS DO ATL NTICO TROPICAL Toward A Blue Economy: A Promise of Sustainable Growth in the Caribbean

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dos estados e territórios insulares da região. E acreditamos que isso é subestimado.

O que precisa ser feito? Em terra, o mapeamento de áreas para o planejamento espacial é a prática comum. É improvável que alguém considere a construção de uma rodovia através da floresta tropical mais produtiva do mundo, por exemplo. Mas sob o mar, essas divisões são menos fáceis de administrar. O recife mesoamericano é o equivalente marinho de uma floresta tropical terrestre. É o maior recife de coral do mundo, depois da Grande Barreira de Corais, que corre diretamente debaixo do Mar do Caribe e fornece 60% de biomassa para o México e os EUA. Simplificando, sem coral, não haveria peixe. E isso significa comida para milhões de pessoas. No entanto, essa mesma área ecologicamente importante é explorada por numerosos


Desembarque de peixes no Caribe caiu 42% devido à pesca excessiva 377952

toneladas

423199

toneladas setores e usuários, todos com seus próprios regulamentos, prioridades e objetivos. É por isso que o mapeamento do espaço oceânico e do capital natural da área precisa ser um dos primeiros passos para uma economia oceânica sustentável. No Caribe, esse planejamento espacial marinho categorizaria a área do mar para usos específicos. Embora haja ainda um longo caminho a percorrer, as nações da Organização dos Estados do Caribe Oriental (OECS) já começaram a avançar nessa direção, desenvolvendo uma política de governança integrada para o espaço oceânico compartilhado, além do compromisso de que no minimo um quinto das águas territoriais será protegido até 2020.

Qual é o objetivo? Em última análise, a economia azul não é apenas sobre proteção. Pelo contrário, trata-se de garantir a sustentabilidade dos ecossistemas marinhos e seus ativos de capital natural associados. Isso não pode ser alcançado sem ambientes oceânicos saudáveis. E como a saúde do oceano depende muito mais do que acontece debaixo da água, promover a economia azul no Caribe exigirá cooperação entre governos, setor privado e sociedade civil. É uma tarefa grande, mas se todos concordarmos, não será tarde demais para agir.

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toneladas 1988

2005

2010

Fonte: Transboundary Waters Assessment Programme 2015

Desembarque de peixes no Caribe caiu 42% devido à pesca excessiva

85%

da água servida liberada no Caribe não é tratada

75%

dos recifes da região estão em risco

790.000 toneladas

de plástico prevê-se que cheguem ao mar do Caribe até 2025 Fonte: Toward A Blue Economy. A Promise for Sustainable Growth in the Caribbean. World Bank, 2016

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REPORTAGEM

T hink Blue, a sea of change

FECHANDO A LACUNA NA EDUCAÇÃO SOBRE OS OCEANOS

O Think Blue é uma mudança disruptiva que promove a inovação educacional oceânica para levar o planeta a um futuro social e economicamente sustentável.

JORGE BARBOSA COORDENADOR DO PROGRAMA THINK BLUE BANCO MUNDIAL

Quando pensamos no futuro coletivo, considerando as inegáveis mudanças que ocorrem no mundo, entendemos que existem oportunidades-chave em relação à educação e às perspectivas futuras de trabalho. QUAIS SERÃO OS OBJETIVOS EDUCACIONAIS PARA O FUTURO? Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas delineiam uma agenda educacional ambiciosa para o ano 2030, que inclui “aumentar substancialmente o número de jovens e adultos com habilidades relevantes, in20

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cluindo habilidades técnicas e vocacionais, para o emprego, o trabalho digno e o empreendedorismo “(Objetivo ODS 4.4). QUAIS SERÃO AS PRINCIPAIS HABILIDADES RELEVANTES PARA O FUTURO? As estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sugerem que essas habilidades relevantes estarão ligadas às indústrias oceânicas (ou seja, turismo costeiro, transporte marítimo, pesca e aquicultura, etc.). Espera-se que essas atividades proporcionem o maior número de novos empregos e oportunidades de negócios. Já


estamos experimentando uma grande demanda nesses setores “azuis”, particularmente nos países costeiros e insulares. QUAIS SERÃO OS PRÓXIMOS DESAFIOS? O caminho para as metas educacionais dos ODS e a satisfação da crescente demanda por empregos qualificados nas indústrias oceânicas é dificultado pela falta de pelo menos 68,8 milhões de professores e educadores, de acordo com projeções da UNESCO. Embora os países continuem a trabalhar para adicionar professores qualificados, muitos ficarão aquém, colocando em risco o futuro da nossa sociedade. UMA PROPOSTA DE AÇÃO PARA UMA EDUCAÇÃO GLOBAL A RESPEITO DOS OCEANOS E COM UM PROPÓSITO - THINK BLUE O mundo precisa de uma mudança disruptiva na oferta e na qualidade da educação, uma mudança que intensifique os esforços para unir melhor a tecnologia, a aprendizagem e a indústria, apesar das lacunas entre os professores. O Think Blue, uma iniciativa do Banco Mundial powered by Virtual Educa, é uma solução que é apresentada na forma de um portal para a inovação na educação oceânica, e que promove e apóia a aprendizagem ao longo da vida. Em primeiro lugar, o Think Blue atua como uma ferramenta “tudo em um só lugar” para pesquisar e acessar o conteúdo agregado sobre educação oceânica em todos os tópicos relacionados, incluindo conservação marinha, gestão e defesa contra a poluição plástica, indústrias técnicas, política marinha e etc. O portal busca aplicar tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial (IA) e a aprendizagem automática para personalizar cada busca e obter os melhores resultados para todos os públicos. Essas tecnologias digitais também serão aplicadas a conteúdos educacionais on-line, oferecendo uma experiência de aprendizagem dinâmica adaptada às necessidades de cada indivíduo. O uso de TICs disruptivas e um foco específico no espaço “azul” tornam esta iniciativa poderosamente única. Tendo entendido as necessidades educacionais da economia global, impulsionada pelos oceanos e os desafios futuros, a Think Blue procura acelerar o acesso à educação oceânica, conectando tecnologia, aprendizagem adaptativa e indústrias oceânicas para desenvolver habilidades e um futuro com base no conhecimento. Além disso, o Think Blue é um portal que eventualmente evo-

luirá além dos oceanos e abordará a necessidade de elevar a educação a maiores alturas e propósitos. O portal representa uma mudança de mentalidade em relação ao uso de produtos edu-tech e das tecnologias disruptivas para preparar do melhor modo possível a geração atual e as seguintes para levar o planeta a um futuro sustentável. O Think Blue é, portanto, um conceito sinônimo de incubação e manutenção da transformação, que começa com nossos jovens e implementa as tecnologias do futuro. O Think Blue não diminui a importância e a relevância dos educadores, mas complementa seus esforços e atua como uma ferramenta poderosa para expandir o alcance e a cobertura da educação oceânica. PARCERIAS INOVADORAS PARA MUDAR A MENTALIDADE E ATENDER A DEMANDA No desenvolvimento de uma solução de escala educacional como a Think Blue, parceiros ágeis e visionários são fundamentais. A parceria entre o Banco Mundial e o Virtual Educa é por natureza inovadora, já que ambas instituições proporcionam grande experiência e conhecimento. O compromisso do Banco Mundial com o desenvolvimento sustentável das economias oceânicas -a “economia azul”- dos países costeiros e insulares contribui para que o Think Blue tenha uma perspectiva de política estratégica de desenvolvimento até 2030. O Virtual Educa complementa o Banco com seu comprovado compromisso com a educação e seu amplo sucesso em encontrar líderes da indústria de tecnologia, acadêmicos, funcionários do governo e instituições internacionais em torno de uma abordagem visionária à educação. Think Blue nasceu de uma demanda dos países da Organização dos Estados do Caribe Oriental (OECS). Aproveitando-se do apoio do Banco para o desenvolvimento da economia azul, os países da OECS promoveram a necessidade de compreender e gerenciar melhor o ambiente marinho para desbloquear o incrível potencial de um ambiente saudável e forte. Como os países da OECS, aqueles com uma perspectiva de economia azul (qualquer país à beira-mar) podem se beneficiar enormemente de um portal confiável, adaptável, poderoso e suficiente para oferecer uma melhor compreensão de nossos oceanos. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM

NO MUNDO, UM EM CADA CINCO CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS ESTÁ FORA DA ESCOLA

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Novos dados sobre o número de crianças fora da escola em todo o mundo revelam que, apesar de décadas de esforços para se levar todas as crianças à sala de aula, o progresso está estagnado. De acordo com dados do Instituto de Estatística da UNESCO (UIS), cerca de 263 milhões de crianças, adolescentes e jovens de todo o mundo – um em cada cinco – estão fora da escola, um número que quase não mudou nos últimos cinco anos.

A taxa de progresso, ou falta dele, varia por grupo de idade, de acordo com o estudo do Instituto de Estatística da UNESCO - UIS. No nível primário, a taxa de evasão escolar quase não sofreu modificações durante toda a década passada, com 9%, ou 63 milhões de crianças entre 6 e 11 anos fora da escola. Além disso, 61 milhões de adolescentes entre 12 e 14 anos e 139 milhões de jovens de 15 a 17 anos – o que resulta no total em 1 em cada 3 – não estão matriculados em nenhuma escola. Os jovens do último grupo têm uma probabilidade quatro vezes maior do que crianças do primário de estarem fora da escola. Em comparação aos jovens de 12 a 14 anos, os adolescente mais velhos possuem o dobro de chances de não estarem matriculados. “Esses novos dados mostram o tamanho da lacuna que precisa ser preenchida para garantir o acesso universal à educação”, diz a Diretora-Geral da UNESCO, Audrey

Azoulay. “Precisamos de abordagens mais compreensivas e focadas somadas a mais recursos para alcançar crianças e jovens que têm o direito à educação negado, com ênfase social nas meninas e em melhorar a qualidade da educação para todos. Essa é a maior urgência para desestagnar o progresso em direção ao ODS 4”. Os números do estudo do UIS confirmam que, em toda a África subsaariana, um em cada três crianças, adolescentes e jovens está fora da escola - com meninas mais propensas à exclusão que meninos. Para cada 100 meninos de 6 a 11 anos fora da escola, há 123 garotas sem direito à educação. Os novos dados também destacam grande disparidade entre as taxas de evasão escolar nos países mais pobres e mais ricos do mundo. Nos países de baixa renda, a taxa de evasão de estudantes de 15 a 17 anos é de 59%, enquanto nos países ricos é de apenas 6%. De acordo com Silvia Montoya, diretora do UIS, “o acesso à educação é apenas uma parte do cenário. Temos também uma crise de aprendizagem, com um em seis crianças e adolescentes que não atinge níveis mínimos de proficiência em leitura ou matemática. A educação oferecida deve ser de qualidade para todos, o que requer um monitoramento eficaz para garantir que todas as crianças estejam na escola e que estejam aprendendo o que precisam saber. É por isso que o UIS, que é a fonte oficial de dados sobre o ODS 4, está desenvolvendo novos indicadores sobre equidade na educação e resultados de aprendizagem”. Os novos números reforçam a necessidade de investimentos globais bem maiores em todos os níveis da educação para assegurar o progresso em direção ao ODS 4, incluindo mais recursos para coleta e análise de dados que permitam acompanhar o ritmo e a equidade desse progresso. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM

Mulheres Inspiradoras VIRA POLÍTICA PÚBLICA EM ESCOLAS DO BRASIL

“Mulheres Inspiradoras” teve início em 2014, com a iniciativa da professora Gina Vieira Ponte. O objetivo principal do projeto era estimular o interesse dos alunos pela leitura e escrita por meio da análise das obras escritas por mulheres. Os temas abordados eram a violência, o racismo, o empoderamento, a diversidade, a igualdade de gênero ou a representação feminina. Os primeiros a experimentar essa iniciativa foram os cinco grupos para os quais a professora lecionava. Um ano depois, mais dois grupos se juntaram. Em 2016, Gina pediu a seus alunos que começassem a escrever redações sobre uma mulher inspiradora na vida deles. A atividade foi tão bem-sucedida que as histórias dos alunos do Centro de Ensino Fundamental 12 de Ceilândia foram transformadas em livros. 24

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Um dos elementos-chave do projeto é que ele não tem que se limitar à disciplina de língua portuguesa ou da área de humanas. “O conteúdo pode ser aplicado à disciplina de língua portuguesa ou de maneira interdisciplinar. O conteúdo das aulas abrange a leitura, interpretação de texto e a escrita autoral. O feminismo e as questões de gênero entram como temas transversais nesse processo”, explica Gina. Em “Mulheres Inspiradoras” os estudantes são os protagonistas do processo de aprendizagem, transformando as aulas em uma atividade coletiva e cooperativa. Emily Camille Silvia, estudante do 2º ano, explica como se sentiu em relação ao projeto: “Foi uma experiência incrível que me permitiu conhecer muitas histórias de mulheres que eu não


O projeto foi premiado na primeira edição do Prêmio em Direitos Humanos da OEI.

conhecia e que se tornaram um espelho para mim. Parecia que as histórias eram minhas”. Este foi apenas o começo dos reconhecimentos que este programa inovador recebeu. No âmbito nacional, ele conquistou o 1º Prêmio WED Brasil (Women’s Entrepreneurship Day Organization) e foi premiado pelo Ministério da Educação, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. No âmbito internacional, “Mulheres Inspiradoras” foi o vencedor entre os mais de 300 projetos participantes do I Prêmio Ibero-Americano de Educação em Direitos Humanos Óscar Ar-

nulfo Romero, que foi promovido pela Organização de Estados Ibero-americanos e pela Fundação SM. O projeto superou na etapa final 17 ganhadores de outros países participantes. Após os bons resultados obtidos, em 2017, foi assinado um acordo de cooperação internacional entre o Governo do Distrito Federal, o Banco de Desenvolvimento da América Latina e a Organização de Estados Ibero-Americanos, que permitiu que o programa se expandisse para outras 15 escolas. Agora, a iniciativa tornou-se a primeira proposta aplicada em sala de aula e, posteriormente, incorporada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A ideia se tornará política pública a partir de abril para que, com o passar do tempo, o trabalho alcance um número maior de instituições de ensino público do Distrito Federal. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

Formação de Professores. Professora Lucila Coimbra. Foto: Claudionor Jr.

BAHIA INVESTE NO FORTALECIMENTO PEDAGÓGICO PARA ESCOLAS CONTEXTUALIZADAS COM O SÉCULO XXI A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Programa Educar para Transformar, vem implementando ações para fortalecer o eixo pedagógico das escolas e melhorar a qualidade da Educação.

A Bahia tem uma dimensão territorial próxima à da França, com 565 mil km² (10% a menos), e é o quarto maior Estado do Brasil em contingente populacional, com 15,1 milhões de habitantes. Não à toa, a rede estadual de ensino apresenta números expressivos: são mais de 800 mil alunos, 38 mil professores, 1.245 unidades e 853 anexos, distribuídos em 416 municípios baianos. A Secretaria da Educação do Estado vem fortalecendo o eixo pedagógico com ações que envolvem, por exemplo, a formação de professores e de coordenadores pedagógicos; a realização de concurso público para a rede estadual, parceria com universidades públicas e organismos nacionais e internacionais, como o Google e o Virtual Educa; e a otimização e o desenvolvimento de projetos das áreas de Ciência, Tecnologia,

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Inovação, Empreendedorismo, Arte e Cultura, que dinamizam o ambiente escolar e promovem o protagonismo estudantil. Para valorizar a carreira do magistério estadual e, ao mesmo tempo, fortalecer o eixo pedagógico, a Secretaria da Educação está promovendo o curso on-line “Uso Pedagógico de Tecnologias Educacionais”, ministrado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), por meio de uma es­tru­tura tec­no­ ló­gica e me­to­do­ló­gica que pos­si­bi­li­ta a mais de 23 mil educadores acessar o am­bi­ente vir­tual de apren­di­zagem, através do site www.sec.ufba.br. A iniciativa torna evidente a na­tu­reza trans­for­ma­dora das tec­ no­lo­gias edu­ca­ci­o­nais na prá­tica pe­da­gó­gica da rede pú­blica es­ta­dual de en­sino, seja na ver­tente ope­ra­ci­onal ou na hu­ma­ ni­za­dora, dentro do pro­cesso de en­sino e apren­di­zagem nas di­versas áreas do co­nhe­ci­mento. Além disso, os con­cluintes do curso terão um ganho médio de 14% em seus ven­ci­mentos até junho de 2019, sendo que 6% já foram pagos, em um investimento que chegará a R$ 348 milhões para o Governo da Bahia.

dor, revela que a formação tem sido gratificante, tanto no âmbito pedagógico, como financeiro. “Profissionalmente, é extremamente necessária esta capacitação no tempo em que as tecnologias sociais estão diretamente ligadas ao trabalho do professor, ampliando as possibilidades de conhecimentos para os nossos estudantes. Trabalhar em sala de aula com a disponibilidade de recursos tecnológicos educacionais é um ganho enorme. Ter um ganho salarial, com certeza, é uma motivação a mais, um reconhecimento do nosso trabalho”. O professor de Filosofia, Arthur de Oliveira Neto, e vice-diretor do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) em Biotecnologia e Saúde, na cidade de Itabuna, na Região do Litoral Sul, também falou sobre a iniciativa. “Esta proposta é excelente, porque qualifica a educação pública. Com uma rede de informação cada vez mais rápida, por meio da Internet e outras tecnologias, os professores têm que estar atualizados, e, de certa forma, é uma iniciativa que incentiva os educadores tanto no aspecto formativo, quanto no salarial”, avaliou.

Os professores da rede estadual contam como o curso tem contribuído para a qualidade do ensino. A professora Lucília Coimbra, do Colégio Estadual Deputado Henrique Brito, disse que a iniciativa valoriza o profissional do magistério público estadual. “É fundamental que seja promovida a capacitação dos professores para que possamos aplicar essas metodologias na sala de aula. Com o curso, podemos estar atualizados sobre as novas ferramentas para o uso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem, além, é claro, do ganho nos nossos vencimentos, o que mostra um real comprometimento com a valorização em todos os aspectos do professor”, disse. O professor de Língua Portuguesa e Redação, Paulo Jorge de Jesus, do Colégio Estadual Raphael Serravalle, em Salva-

Formação de professores. Professor Artur de Oliveira Neto.

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

INVESTIMENTOS NA CARREIRA DO MAGISTÉRIO

A partir da compreensão de que o fortalecimento do eixo pedagógico das escolas passa pela valorização dos profissionais da Educação, o Estado mantém o Instituto Anísio Teixeira, que é destinado à formação de professores. Além disso, tem buscado parcerias com universidade para distintas formações e cursos de pós-graduação (latu e strictu senso), atualizando os educadores com temática contemporâneas e fortalecendo o ensino em sala de aula. Para se ter uma ideia, em parceria com instituições de Ensino Superior da Bahia, em 2018, estão programados 255 cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado), com cerca de 2 mil vagas. Além destas, outras 2.110 vagas de cursos de Licenciatura foram programadas para 2018, nas universidades públicas na Bahia, pelo Programa Nacional de Formação de Professores (PAFOR), e um total de 7.352 professores passaram por cursos, concluídos em 2017, de Formação Inicial e Continuada, pelo Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Só no segundo semestre de 2017 foram 1.631 vagas ofertas na modalidade à distância pela UAB e agora, em 2018, estão programadas 5 mil vagas por diferentes universidades brasileiras. Outras medidas adotadas de valorização profissional foram os avanços e gratificações da carreira do magistério público 28

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estadual. De junho de 2016 até abril 2018, mais de 9 mil professores tiveram gratificações de estímulo ao aperfeiçoamento profissional por conclusão de cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação. Nesse mesmo período, mais de 23 mil docentes tiveram mudança de grau por avaliação de desempenho em cursos de formação continuada e outros 3.219 obtiveram mudança de padrão por conclusão de cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado). Além disso, a Secretaria estabeleceu como meta toda escola com coordenador pedagógico e uma das inciativas neste sentido foi a ampliação de 20 para 40 horas/semanais a carga horária dos coordenadores pedagógicos e a convocação para o retorno às escolas todos aqueles que estavam exercendo funções fora das suas unidades de ensino. Ao mesmo tempo em que foi montada uma força tarefa junto à Secretaria da Administração do Estado para agilizar os processos de aposentadoria do quadro do magistério estadual, o Estado lançou a Bolsa de Estímulo à Permanência em Atividade de Classe para os professores que desejassem permanecer em atividade. E, atendendo a uma reivindicação da categoria, realizou o concurso público com 3.760 vagas para professores e coordenadores pedagógicos. As provas já foram realizadas e o resultado final deverá ser divulgado no dia 12 de junho. O Estado também realizou pro­cesso se­le­tivo


Centro de Formação e Eventos da SEC - ICEIA

sim­pli­fi­cado em Re­gime Es­pe­cial de Di­reito Ad­mi­nis­tra­tivo (REDA), com a convocação de mais de 6 mil professores e profissionais da Educação.

REDE FÍSICA As ações voltadas para a valorização do magistério também incluíram melhores condições de trabalho a partir de investimento na infraestrutura das escolas. Tanto é que do Plano Plurianual Participativo (PPA) do Governo do Estado, para o período de 2016 a 2019, destinou-se quase 97 milhões de reais para investimentos na infraestrutura das escolas, o que inclui reforma, pequenos reparos e construções. Uma das escolas recém-inauguradas na Bahia foi na comunidade quilombola de Parateca, distrito localizado no município de Malhada (781 Km de Salvador). Com investimentos de, aproximadamente, R$ 1 milhão, a nova escola é um anexo do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães e vai atender a cerca de 600 estudantes do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITEC) dos distritos de Paula D’Arco, São Jenipapo, Papaconha, Vila Nova e Jacaré, nos três turnos. O Anexo Estadual de Parateca possui quatro salas de aula, laboratório de informática, biblioteca, espaço de convivência, salas administrativas (sala dos professores, diretoria, almoxarifado e secretaria), cozinha e uma ampla área verde, destinada à construção de uma horta escolar. Os estudantes também assistem às aulas transmitidas via satélite, em tempo real, com professores diretamente dos estúdios instalados no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador. O diretor da unidade, Tiago Soares, diz que esta é uma grande conquista para o povo da localidade. “Estou agradecido

Inauguração do Anexo Estadual de Parateca. Foto-Raquel Lacerda

por mais este benefício. Há anos a comunidade de Parateca aguarda por uma escola digna para nossos estudantes, e esta veio melhor do que a gente esperava. Uma estrutura de escola de cidade grande”, afirmou. A estudante Jéssica Maria da Conceição, 17, 3° ano do Ensino Médio, também comemorou a nova unidade escolar. “Nosso aprendizado está mais fácil, pois temos salas mais amplas e arejadas. É um espaço que os jovens de Parateca e região estavam precisando”, disse.

CENTRO DE FORMAÇÃO Investimentos em torno de R$ 4 milhões também foram feitos na unidade escolar transformada no Centro de Formação e Eventos da Secretaria da Educação do Estado, inaugurado para sediar o Virtual Educa 2018. Com uma área total de, aproximadamente, 29 mil metros quadrados, cinco pavilhões e 45 salas de aula, o antigo Isaías Alves (ICEIA) completa 182 anos de fundação, este ano. A reforma priorizou a estrutura de concreto (vigas, pilares e lajes) e incluiu a recuperação de toda a cobertura (telhados), bem como a substituição de pisos das salas e em outras áreas, com cerâmicas de alta resistência. A reforma contemplou, ainda, os sanitários, os vestuários, as quadras, o ginásio de esporte, a piscina coberta, a restauração das esquadrias (madeira e metálica), a troca de toda a parte elétrica e reparos na hidráulica, além de pintura interna e externa total. O Centro também conta com um teatro, que no passado abrigou shows de personalidades da música popular brasileira, como a cantora Elis Regina. Depois do Virtual Educa, o Centro será utilizado para que a comunidade escolar e a própria sociedade sejam beneficiadas com a oferta de cursos em várias áreas do conhecimento. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

FERRAMENTAS WEB POTENCIALIZAM APRENDIZAGEM A contextualização da sala de aula no século XXI na rede estadual de ensino da Bahia vai além da formação dos professores. O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação do Estado, vem transformando o ambiente escolar, ampliando o acesso dos estudantes a conteúdos pedagógicos associados à tecnologia digital, por meio de chromebooks conectados à internet de alta velocidade, graças ao projeto e-Nova Educação, lançado em em parceria com o Google. Na fase piloto, desde 2017, o projeto e-Nova Educação fez parte do dia a dia de estudantes e professores de 20 escolas de Ensino Médio de 11 municípios baianos – Salvador, Feira de Santana, Mata de São João, Camaçari, Lauro de Freitas, Jequié, Vitória da Conquista, Ilhéus, Itabuna, Senhor do Bonfim e Luís Eduardo Magalhães, nas mais variadas modalidades de ensino. Até o mês de julho de 2018, a meta é chegar a 536 unidades escolares. O conteúdo, aplicado de 30

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forma diversa, é acessado através de chromebooks, aparelho semelhante a um notebook, criado pelo Google, que funciona totalmente baseado na web. A novidade tem provocado uma euforia entre os estudantes e entusiasmado professores, imprimindo uma nova dinâmica no processo de ensino e aprendizagem. Tem sido assim, por exemplo, na Escola Professor Luiz Fernando Macedo Costa, no bairro de Águas Claras, em Salvador, onde as aulas de Língua Inglesa jamais serão as mesmas depois do e-Nova Educação. Com o uso dos chromebooks, os conteúdos são trabalhados em linguagem multimídia, integrando áudio, vídeos e textos. As estudantes Andressa Figueiredo e Beatriz Lima, ambas com 12 anos e cursando o 8º ano, falam sobre a nova motivação em sala de aula. “Estou achando muito legal esta experiência de estudar com o auxílio do chromebook, porque a gente pesquisa os conteúdos de forma mais curiosa e pode aprofundar nos assuntos através de vídeos e outros textos”,


Pratica do e-NOVA no Colégio Luis Fernando Macedo - foto-Claudionor Jr

relata Andressa. Beatriz também opina: “Estou achando tudo muito interessante, mais estimulante porque os assuntos que os professores abordam a gente pode pesquisar, com a ajuda de outros textos, além de vídeos e fotos”. Também animada com as novas possibilidades de aprendizado, Helenice Santos Reis, 11, 6º ano, diz que o chromebook é uma maneira lúdica de aprender. “Estou achando muito bom esse projeto, porque a gente absorve os conteúdos de uma forma mais divertida. Com isso, sinto mais empolgação para fazer as atividades escolares”. O professor de Língua Inglesa, Arleme Muniz Cotrim, considera que o e-Nova promove uma revolução na escola. “O projeto oportuniza mais facilidade no acesso aos conteúdos pedagógicos, contribuindo para melhorar a qualidade de ensino. Usamos os chromebooks não somente para executar atividades escolares, a exemplo de trabalhar a pronúncia das palavras através de um vídeo, mas também como uma ferramenta recreativa, como jogos por meio dos quais deter-

minado conteúdo é abordado de forma lúdica. Percebo que o interesse dos alunos pelas aulas aumentou em 80%”, revela. MAIS FORMAÇÃO A parceria da Secretaria da Educação do Estado com o Google, por meio do projeto e-Nova Educação, também inclui a formação dos gestores e professores. A Google já certificou 116 professores e nove estudantes da rede estadual de ensino, que participaram da formação do Google Apps For Education ou Google Sala de Aula, realizada pelo Instituto Paramitas – única ONG parceira da Google para a formação de professores –, contratado pela Secretaria da Educação do Estado. A professora de Filosofia do Colégio Estadual Félix Mendonça, em Itabuna, Joadilma Priscila, falou sobre a experiência. “Este curso do Google foi muito bom. Estou aplicando as ferramentas com os alunos e pretendo ampliar a execução com eles porque acho que isso vai dar uma grande oportunidade, tanto para mim, como professora, como para os alunos de nos envolvermos mais com o conhecimento”. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

CONTEÚDOS DIGITAIS EDUCACIONAIS DISPONÍVEIS NO PORTAL DA EDUCAÇÃO Projeto Inova Escola, Col. Norma Ribeiro. Foto: Claudionor Jr.

O Portal da Educação oferece games, vídeos, jogos, dentre outros conteúdos educacionais pensados e elaborados por professores da rede estadual de ensino na perspectiva de dinamizar as aulas e disponibilizar novas ferramentas de acesso ao conhecimento. O trabalho tem uma proposta de apropriação tecnológica para a produção de um conteúdo crítico, contextualizado e colaborativo, ou seja, usando a tecnologia em benefício da comunidade escolar, buscando respeitar e dialogar com a história e a cultura do Estado. Além disso, a ação é colaborativa, pois tem como elemento principal a participação de professores da rede estadual e estudantes como protagonistas, trabalhando coletivamente. A partir desta concepção, os trabalhos são baseados em três linhas de ação: formação, produção e compartilhamento. O programa atua por meio 32

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de três projetos: Ambiente Educacional Web, TV Anísio Teixeira e Professor Web. Os conteúdos digitais livres são organizados por disciplinas, área do conhecimento, temas transversais, tipo de mídia, acessibilidade e sites temáticos para uso em sala de aula ou como suporte nos estudos. Além disso, há links para softwares de apoio para produção e colaboração, visando que os educadores participem com produção própria. Na plataforma digital ainda consta uma rede social educacional, denominada Espaço Aberto, na qual professores podem trocar e compartilhar experiências do uso dessas tecnologias.

INOVA ESCOLA O Inova Escola é outro projeto que está levando inovação e tecnologia para a rede estadual, com foco no fortalecimento


Projeto Inova Escola, Col. Norma Ribeiro, Kaique Costa. Foto: Cladionor Jr.

No mundo marcado pelas revoluções tecnológicas, a Secretaria da Educação do Estado também disponibiliza no Portal da Educação (www.educacao.ba.gov.br) mais de 6 mil conteúdos digitais educacionais.

do eixo pedagógico. Desenvolvido em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, o Inova Escola tem a mesma concepção que o e-Nova Educação de propiciar a contextualização da educação e das salas de aula no século XXI com cada Território do Estado, buscando a melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem. O principal objetivo do Inova Escola é o fomento à experimentação e ao desenvolvimento de novos modelos de aprendizagem apoiados por tecnologias digitais, buscando contribuir para a transformação da educação brasileira por meio da inovação educativa e estimular o desenvolvimento de competências do século XXI em estudantes e educadores, ampliando suas perspectivas de futuro. O Colégio Estadual Norma Ribeiro, no bairro do Arenoso, em Salvador, foi a primeira escola da rede estadual a receber

o Inova Escola e a primeira de Ensino Médio do Brasil a receber o suporte necessário para o título de “Escola do Século XXI”. A estudante Tauna Santos, 17, do 2º ano, comemora o acesso a novos métodos de ensino. “Estudo aqui desde o 7° ano e durante todo este tempo venho percebendo a evolução deste colégio. Agora, podemos sair do tradicional e usar tablets para pesquisar os conteúdos nas aulas e isso é muito bom porque nos estimula ainda mais”, comentou. Kaique Costa, 14, 9º ano, tem habilidades para o desenho e criou uma revista em quadrinhos para contar a história do colégio através do suporte pedagógico e ferramentas do projeto. “Estou muito feliz. O apoio dos professores foi muito importante, porque desenvolvi, ainda mais, a minha criatividade e, com isso, posso incentivar outros estudantes”, afirmou. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

PROJETOS ALIAM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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Nas escolas da rede estadual de ensino da Bahia, a inventividade, a inovação, a criatividade e a tecnologia fazem dos estudantes entusiastas da iniciação científica, por meio do Projeto Ciência na Escola, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado.

Ação estruturante do programa Educar para Transformar, o Ciência na Escola busca elevar aprendizagens prioritárias em que se inclui a alfabetização científica e tecnológica de professores e estudantes. Em 2017 e 2018, o projeto alcançou 382 escolas, em 78 municípios, com 404 projetos estudantis voltados à educação científica. Pelas experiências em sala de aula, os estudantes acabam alcançando notoriedade em mostras e feiras nacionais e internacionais, como é o caso da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), apresentando projetos que se destacam por representar tecnologias sociais de baixo custo e com grande impacto para as comunidades onde os estudantes vivem. Na 16ª da FEBRACE, em 2018, por exemplo, foram apresentados nove projetos de estudantes de diferentes Territórios de Identidade da Bahia, sendo que dois deles foram premiados pelo alcance e relevância social. O projeto ‘Smartcam: Dispositivo de segurança para ultrapassagem’, do Colégio Estadual Wilson Lins, em Valente, conquistou o Certificado de Incentivo à Pesquisa Tecnológica e Científica da Associação Brasileira de Incentivo Tecnológico e Científico (ABRITEC) e o Prêmio da Revista InCiência. Já o projeto ‘Desvendando as regiões da Bahia através da criação de mangás’, do Colégio Edvaldo Brandão Correia, no bairro de Cajazeiras, em Salvador, conquistou o Prêmio Destaque da Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (ABRIC). Desenvolvido pelos estudantes Ana Letícia Araújo Lima e Saulo Ferreira de Jesus Santana e orientado pelo professor Adaltro José Araujo Silva, o projeto consiste em uma câmera monitor instalada no retrovisor externo do veículo, que serve de auxílio para o motorista na hora de realizar uma ultrapassagem. O aparelho auxilia e evita que o motorista faça movimentos ao tentar realizar uma ultrapassagem e cause acidentes. Para a criação do protótipo, foram realizados levantamentos e pesquisas com as Polícias Rodo-

viária Federal e Estadual e verificado que mais de 12% dos acidentes que ocorrem no trânsito são decorrentes desse movimento que os motoristas fazem durante a tentativa de ultrapassar. Já o projeto ‘Desvendando as regiões da Bahia através da criação de mangás’ foi realizado pelos estudantes Bianca Rodrigues de Oliveira, 18, e Lucas Max Estrela Pinho, 18, e orientado pelos professores Jorge Lucio Rodrigues das Dores e Juciane Cerqueira de Souza. O projeto teve como base aulas de campo para a produção de um mangá (revista em quadrinho japonês) voltado para as regiões do Estado. O objetivo foi criar uma ferramenta paradidática para atrair os estudantes a aprenderem assuntos, que muitas vezes, eles não possuem uma proximidade física, possibilitando que eles sejam os protagonistas na construção do conhecimento. RECONHECIMENTO A estudante Bianca Rodrigues falou sobre o reconhecimento. “Fiquei muito emocionada e feliz. Ganhar esta premiação é gratificante por toda a construção do projeto e uma honra em representar o meu Colégio Edvaldo Brandão Correia e a educação pública da Bahia”. O professor Jorge Lucio Rodrigues também falou sobre o significado da premiação. “Este prêmio é a recompensa do esforço dos estudantes, dos professores e da escola e, também, é uma vitória da educação pública da Bahia, mostrando que nós estamos trabalhando no caminho certo”. Esta é também a opinião do professor Adaltro José Araujo Silva, que orientou o projeto “Smartcam: Dispositivo de segurança para ultrapassagem”. “Os prêmios que recebemos na FEBRACE reforçam as ações da Secretaria da Educação do Estado e do Programa Ciência na Escola, pois somos fruto dele, mostrando que a educação transpassa os muros da escola”, comentou. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

FEIRA DE CIÊNCIAS

EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO DA BAHIA Na própria rede estadual, a Secretaria da Educação promove a Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA ), que premia as experiências com maior destaque e estimula a ciência em sala de aula. Em 2017 e 2018, a FECIBA contemplou 404 projetos, alcançando 808 estudantes de 382 escolas, em 78 municípios, apresentados em cinco categorias: Ciências Biológicas, Ciências Humanas, Divulgação Científica, Energia e Sustentabilidade e Ciências Exatas e Engenharia. Neste ano, a sétima edição da FECIBA será integrada à programação do Virtual Educa. Os estudantes selecionados em etapas realizadas nas escolas e, depois, nos Territórios de Identidade irão apresentar seus projetos. Na FECIBA, os estudantes apresentarão suas metodologias e resultados a uma banca examinadora. Uma das novidades para 2018 é que a 7ª FECIBA premiará os 22 primeiros colocados com Bolsa de Iniciação Científica Junior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nesta edição, também foram criadas duas novas categorias: Júnior Menor e Empreendedorismo, promovendo a construção de conhecimentos a partir dos aspectos econômicos das regiões onde as escolas estão inseridas. Um dos projetos apresentados na FECIBA 2017, “Da Escola Para o Mundo”, desenvolvido no Colégio Estadual Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Alagoinhas, pelas estudantes Islaine Medeiros, 16, Adrielle Bispo, 18, Carlos Henrique, 18, e Jeane Flávia, 17, conquistou o prêmio Desafio Criativos da Escola, iniciativa do Instituto Alana. O projeto é voltado

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para jovens em situação de vulnerabilidade social e foi um dos 11 premiados entre 1.492 projetos inscritos de todo o Brasil, além de ter sido premiado e exposto em feiras e mostras nacionais de Ciência e Tecnologia, em Recife, Salvador e no Pará. Os estudantes ressaltam o grande êxito do projeto. “Percebemos que os pais não tinham diálogo com os filhos e aí começamos a nos mobilizar para levar as famílias para a escola”, contou Carlos Henrique. “A partir daí, com a orientação da professora e orientadora Maria de Lourdes Ramos, a gente viu que os pais não têm simplesmente a responsabilidade de educar os filhos, mas também na maneira como eles se veem, porque quando os pais acreditam na gente, a gente passa a ter uma autoestima muito elevada e a confiar em nós mesmos”, afirmou Adrielle. “Não foi fácil trazer os pais para a escola. Mas usamos algumas estratégias, como reuniões sobre a importância da base familiar para a formação humana e integral e uma ampla divulgação nas escolas vizinhas e até em postos de saúde”, comentou Islaine. A professora Maria de Lourdes Ramos fala que os benefícios do projeto vão para além da sala de aula. “A principal conquista para mim é fazer com que estes estudantes tenham orgulho do bairro que eles moram, o Barreiro, um bairro de periferia, fazendo com que, através da Educação e da experimentação científica, possam mudar histórias de vidas, a deles e dos colegas”, afirmou. EDUCAÇÃO CIENTÍFICA Para fortalecer a Educação Científica na sala de aula, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia realizou a formação de 795 professores da rede estadual. No curso “Ciência na Escola: repensando a prática de Ciência no Ensino Médio”, educadores de escolas da capital e do interior participaram de aulas online, através do ambiente virtual do Instituto Anísio Teixeira (IAT), e participam, também, de encontros presenciais

FECIBA. Projeto Smartcam.

nas sedes dos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTE). A perspectiva foi proporcionar aos professores uma rede de formação colaborativa de Educação Científica e empreendedora para fomentar, ainda mais, a pesquisa e a investigação nas escolas, promovendo o protagonismo dos estudantes. LIVRO DIGITAL O livro ‘Bahia, Brasil: identidade, trabalho e inovação’ é outra ferramenta disponibilizada pela Secretaria da Educação do Estado, por meio do projeto Ciência na Escola, para apoiar e motivar os professores a desenvolverem uma pedagogia baseada na realidade dos Territórios de Identidade da Bahia, seguindo a ideia da sala de aula contextualizada no século XXI. O livro é utilizado dentro do Programa e-Nova Educação. A publicação aborda diversas áreas do conhecimento, de forma ilustrativa e dinâmica, possibilitando que o estudante perceba a conexão existente entre sua vida e tudo o que ele aprende na escola. Lançado em março deste ano, o livro terá três versões. A primeira versão disponibilizada é muito próxima a de um livro tradicional, onde se pode mudar as páginas, dar zoom para aproximar a leitura do texto e fazer buscas por palavras no conteúdo. A segunda versão é a de acessibilidade voltada para todos que têm baixa visão ou dificuldades de ler no dispositivo digital, na qual todas as imagens estão transcritas e todo o conteúdo pode ser escutado como se fosse um áudio-livro. Já a terceira versão é a conversão do livro num grande conjunto de pequenos aplicativos onde cada um deles vai permitir maior interação do aluno e do professor com o conteúdo. A primeira versão está disponível para download no Portal da Educação: www.educacao.ba.gov.br

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

CENTROS JUVENIS DE CIÊNCIA E CULTURA

CONHECIMENTO COM DIVERSÃO Aprendizagem criativa em arte, cultura, inovação e ciência após a jornada escolar.

Para ampliar ainda mais o acesso da juventude baiana às temáticas contemporâneas, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia criou os Centros Juvenis de Ciência e Cultura (CJCC) e conta com unidades em Salvador, Itabuna, Vitória da Conquista, Senhor do Bonfim e Barreiras e, em 2018, está implantando mais três nas cidades de Feira de Santana, Jequié e Irecê. Os Centros Juvenis têm o objetivo de ampliar a jornada escolar e diversificar o currículo dos estudantes com oficinas, cursos e atividades voltadas à arte, cultura, inovação e ciência, que são realizadas no turno oposto aos quais os estudantes estão matriculados regularmente. Os CJCC ofertam mais de 75 oficinas, beneficiando mais de 1.850 estudantes. Só em Salvador são 25 cursos e oficinas, como Robótica, Piloto Virtual, Ecociência, Biotec, Games, Garagem de APPs, Música e Jogos Teatrais. Uma das oficinas mais procuradas é a de Robótica, que tem feito os estudantes se destacarem em algumas competições. Em 2017, por exemplo, três equipes do CJCC de Salvador, Itabuna e Vitória da Conquista conquistaram premiações nas categorias “Programação” e “Design” e o prêmio Maker, na etapa 38

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Regional Bahia da Olimpíada Brasileira de Robótica, na Campus Party Bahia. Já os projetos dos estudantes do CJCC de Vitória da Conquista, o ‘Robótica Educacional’ e o ‘Choices’, receberam Menção Honrosa na 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ficando entre os 12 que receberam a honraria no Brasil. O Choices é um jogo interdisciplinar de cartas digitais sobre hábitos alimentares saudáveis, que proporciona uma ação educativa capaz de despertar nos estudantes a consciência para o cuidado com a saúde. Já o projeto de Robótica Educacional oferece a possibilidade de realização, por exemplo, de uma programação com a placa de Arduíno (plataforma de hardware e software, criada para auxiliar no ensino de eletrônica), visando ampliar o acesso de jovens a novas experiências educativas. O foco é o estudo do aplicativo da Robótica para o desenvolvimento de diferentes habilidades, como o trabalho colaborativo, o raciocínio lógico e a criatividade. Em 2018, os estudantes do CJCC de Salvador também foram selecionados para participar da etapa regional do Torneio de


Projeção internacional

Piloto Virtual. Foto: Claudionor

Robótica First Lego League. Trata-se de um programa internacional de exploração científica, projetado para fazer com que crianças e jovens de 9 a 16 anos se entusiasmem com ciência e tecnologia e adquiram habilidades valiosas de trabalho e de vida. Estudante da oficina de Robótica, Ítalo Gabriel, 15 anos, que estuda no Colégio Estadual da Bahia (Central), fala sobre a atividade. “Sempre tive interesse por eletrônica e participar da oficina de Robótica é uma oportunidade de aprender muito sobre o assunto”, disse. O curso de piloto virtual é outro com grande procura e é ministrado em uma cabine real de aeronave da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), instalada no pátio do Colégio Estadual da Bahia (Central), no Centro de Salvador. Os alunos aprendem os primeiros conceitos do voo e desenvolvem conhecimentos para voar no simulador em condições visuais (céu aberto). Com isso, reforçam o processo de ensino e de aprendizagem de disciplinas como Física, Matemática, História, Geografia e Inglês por meio do conhecimento aeronáutico, em uma experiência única.

A proposta metodológica do CJCC está sendo reconhecida Bahia afora. A mais recente conquista foi a seleção, em 2018, do projeto “A Aprendizagem Criativa na Rede dos Centros Juvenis de Ciência e Cultura (CJCC) da Bahia”, para o “Desafio Aprendizagem Criativos Brasil 2018”, uma iniciativa da Fundação Lemann, em parceria com a MIT Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. A ação visa fomentar a implementação de soluções inovadoras que ajudem a tornar a Educação mais colaborativa e prazerosa, além de apoiar agentes no avanço de práticas de Aprendizagem Criativa. O projeto vai proporcionar a realização de três oficinas direcionadas à Robótica, Programação e Reinvenção das coisas, envolvendo 800 estudantes, e incluirá a formação de 20 professores do CJCC sobre Aprendizagem Criativa. Como parte do processo, os autores do projeto, Iuri Rubim, coordenador dos CJCC, e Elmara Souza, professora e vice-diretora do CJCC de Vitória da Conquista, visitaram, no mês de maio, o MIT Media Lab, em Boston, para conhecer escolas com experiências na aprendizagem criativa, visando a implementação do projeto na Bahia.

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

Escolas Culturais. Foto: Claudionor Jr

ARTE E CULTURA PROMOVEM O PROTAGONISMO ESTUDANTIL A arte, o esporte e a cultura também integram o Programa Educar para Transformar por meio de projetos estruturantes realizados pela Secretaria da Educação nas escolas estaduais.

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Ao mesmo tempo em que diversificam os saberes nos currículos escolares, projetos de arte, esporte e cultura garantem o direito dos estudantes ao conhecimento e à cultura, dinamizam o ambiente escolar e promovem o protagonismo estudantil.

ESCOLAS CULTURAIS

Um dos projetos de destaque é o Escolas Culturais. O projeto Escolas Culturais integra o programa Educar para Transformar e objetiva promover o protagonismo estudantil, além de reconhecer e requalificar a escola como um espaço de circulação e produção da diversidade cultural do Território de Identidade onde está inserida. O projeto é executado em parceria entre a Secretaria da Educação do Estado com as Secretarias de Cultura (Secult) e da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). As atividades envolvem as áreas de Dança, Música, Audiovisual e Literatura e já foram implementadas em Itabuna, Juazeiro, Gandu, Bom Jesus da Lapa, Feira de Santana e Itaberaba. O projeto alcançará 85 unidades escolares da rede estadual, totalizando 85 municípios, que serão atendidas com ações de

Escolas Culturais - Neojibá

requalificação e aquisição de novos equipamentos para projeção de audiovisuais, apresentações artísticas e internet banda larga para o desenvolvimento de programas de rádio e ações de estímulo ao empreendedorismo.

Escolas Culturais - Neojibá

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

Transformaê no Colégio Estadual da Bahia. Foto:Marçal Dutra

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AÇÕES PEDAGÓGICAS DINAMIZAM AMBIENTE ESCOLAR

Integrando escola e comunidade Na perspectiva de integrar a escola com a comunidade, a Secretaria da Educação do Estado estimula projetos que abrem as escolas para ações que envolvem as famílias e as populações do entorno. Projetos de arte, cultura, esporte, ciências, empreendedorismo, inovação e de intervenções sociais, realizados durante todo o ano, envolvem as etapas escolares e territoriais e culminam na etapa estadual, ou seja, no Encontro Estudantil da rede estadual, realizado, até o ano de 2017, na Arena Fonte Nova, em Salvador. O Encontro Estudantil é uma grande celebração do conhecimento, por meio do qual mais de quatro mil estudantes, dos 27 Territórios de Identidade, orientados por professores da rede estadual, apresentam suas produções científicas, artísticas, esportivas e culturais para a inovação dos processos de ensino e de aprendizagem. O evento sempre é aberto às famílias e ao público.

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5º Encontro Estudantil. Foto: Claudionor Jr

Durante os três dias do Encontro Estudantil, abre-se espaço para a música, as artes visuais, a literatura, o cinema, o patrimônio, os esportes, a dança, as ciências, a matemática, a educação profissional, a educação de jovens e adultos. Entre outras ações formativas e educativas, desenvolvidas nos conAulão do Enem 100. Foto: Gabriel Carvalho Transformaê no Colégio Estad textos escolares, estão os projetos estruturantes que se caracterizam como políticas culturais com a juventude estudantil: Festival Anual da Canção Estudantil em estilo bossa nova, apresentaram a música autoral intitulada (Face), Mostra de Artes Visuais Estudantis (AVE), Sarau do “Meu cantar”, que traz uma mensagem de esperança. “A nosprojeto Tempos de Arte Literária (TAL), Mostra das Aventu- sa música vem da inspiração da vida, mostrando que temos que ras Patrimoniais (EPA), Mostra de Vídeos Estudantis (Prove), passar por cima das dificuldades e que o cantar torna as coisas Mostra de Dança Estudantil (Dance), Mostra de Canto Coral mais bonitas e especiais. Participar do FACE foi uma experiênEstudantil (Encante) e Festival Estudantil de Teatro (Feste). cia incrível e poder cantar a nossa música na Arena Fonte Nova marcou as nossas vidas para sempre”, revelou Mayana. Ludivan dos Santos Oliveira, 17, do 3º ano, do Colégio Estadual Ernesto Carneiro Ribeiro, localizado no município de QUALIDADE TÉCNICA Saúde, foi um dos finalistas do projeto Educação Patrimonial As apresentações dos estudantes nos projetos estruturantes e Artística (EPA), no 5º Encontro Estudantil. Ele apresentou o são avaliadas por profissionais renomados das áreas aos quais álbum “Mãos que geram vidas” em homenagem às parteiras. estão relacionados e eles atestam a qualidade técnica das cria“No álbum procuramos defender e valorizar o patrimônio re- ções estudantis. A artista plástica PHD em Educação e Arte Inpresentado pelas parteiras da nossa comunidade do Povoado dígena pela Universidade de Ciências e Arte de Paris, Débora Genipapo, que possuem a arte de trazer a vida ao mundo Fontes, faz parte dos grupos de jurados do projeto Artes Viatravés de suas mãos. Atualmente, as parteiras não realizam suais Estudantis (AVE), no âmbito do Encontro Estudantil, fala mais os partos por terem idade avançada ou pelo fato das sobre a obras expostas pelos estudantes. “É simplesmente pessoas acharem algo ultrapassado”, explica o estudante. inenarrável a maneira que esses jovens artistas brilhantes que serão no futuro constroem suas obras com uma roupagem e Já as gêmeas Mayana e Mayane Barbosa Macêdo, 19, do 3º técnica próprias deles, que buscam a atualidade e problemas ano do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, localizado em sociais e, principalmente, com o traço marcante com o que Saubara, participaram do Festival Anual da Canção Estudantil e estamos vivendo no momento”, destacou. 44

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O cantor Tonho Matéria, que participa do júri do FACE desde a primeira edição, destacou a qualidade das canções estudantis. “Acho muito importante quando as escolas se reúnem para descobrir novas vozes, novos letristas. E quando o Governo, por meio da Secretaria da Educação, compreende este olhar, trás para a gente uma nova forma de dialogar com as nossas comunidades. Nós temos jovens fantásticos, com talentos incríveis e, cada ano que chego no FACE, eu me surpreendo e percebo um crescimento na qualidade vocal e técnica dos estudantes”, afirmou. O Encontro Estudantil ainda contempla os Jogos Estudantis da Rede Pública (JERP), a Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA), exposição de projetos da Educação Profissional e Tecnológica, o Encontro de Líderes de Classe, além das experiências desenvolvidas pelo Centro Juvenil de Ciência e Cultura, pela Rede Anísio Teixeira e pelo Programa Todos pela Alfabetização (TOPA).

TRANSFORMAÊ O projeto Transformaê – Virada Educacional Bahia é desenvolvido nas escolas e acontece durante 12 horas seguidas,

dual Satélite.

Projeto Arte e Cultura - FACE. Foto: Gabriel Carvalho.

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5º Encontro Estudantil - Foto: Claudionor Jr.

envolvendo ações pedagógicas com arte, cultura, esporte e ciências. Na segunda edição, em 2017, o Transformaê contou com 1.001 unidades escolares. O Colégio 15 de Novembro, no bairro de Mussurunga, em Salvador, associou o Transformaê com a culminância anual dos projetos de arte e cultura da escola, intitulada Guarda Chuva Cultural. “O Transformaê veio reafirmar o que trabalhamos na escola na perspectiva da importância da inclusão das intervenções artísticas como parte fundamental no ensino aprendizagem do estudante. Ficamos felizes com o envolvimento e comprometimento de todos”, disse a diretora da escola, Rita de Cássia.

GRAFITAGEM NAS ESCOLAS Outro projeto pedagógico lançado pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia foi o Grafitaê: escola conta e pinta a sua história. O projeto incentiva a liberdade de expressão, a criatividade, a interação coletiva e o grafite como forma de diálogo da cultura urbana dentro do ambiente escolar. A iniciativa busca, desta forma, aproximar a realidade dos estudantes à escola por meio da história de vida deles e da comunidade, promovendo o empoderamento juvenil. O projeto trabalha a arte de forma multidisciplinar, pois além das intervenções de grafitagem nos ambientes escolares, os estudantes participam de seminários e debates sobre temas que fazem parte da vida em sociedade, tais como: respeito à diversidade; combate ao racismo, ao machismo e ao sexis46

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Projeto Arte e Cultura 2- FACE. Foto: Gabriel Carvalho.

mo; e empoderamento juvenil, negro e feminino.

ENEM 100% Como forma de auxiliar os estudantes na preparação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), cujas notas contam para o acesso ao Ensino Superior, os estudantes da rede estadual contam com o projeto ENEM 100%. O projeto envolve ações como: mobilização dos estudantes para a inscrição no exame; fortalecimento das aprendizagens e projetos de vida; revisão de redações por meio do Redijaê e apoio logístico, como transporte para garantir o deslocamento dos estudantes que moram longe dos locais de provas; e o Aulão Enem 100%, que é realizado com a participação de vários professores, se configurando como uma grande revisão às vésperas das provas.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA Para orientar as práticas pedagógicas dos professores e a organização das estruturas escolares, a Secretaria da Educação do Estado lançou, em 2017, as Diretrizes para a Educação Inclusiva no Estado da Bahia, documento que consolida a política da Educação Inclusiva na Bahia. A rede estadual conta com Atendimento Educacional Especializado (AEE), que está disponível, atualmente, para mais de oito mil estudantes com necessidades educacionais especiais. São 65 Salas de Recursos Multifuncionais (SEM), 12 Centros de Atendimento Educacional Especializado e seis instituições conveniadas. Os alunos


Educação Inclusiva

são atendidos nas escolas da rede e nos Centros de Educação Especial, dentro de suas especificidades, para que possam participar ativamente do ensino regular. No ato da matrícula, a família pode escolher a escola da sua conveniência e a Secretaria providencia os meios para que o estudante acesse e permaneça na referida unidade escolar.

SARAHDO Ainda na perspectiva de assegurar o atendimento educacional especializado a estudantes da Educação Inclusiva, a Secretaria da Educação do Estado lançou, em 2018, o Serviço de Atendimento à Rede em Ambiências Hospitalares e Domiciliares (SARAHDO). Atualmente, são atendidos em domicílio cinco jovens gravemente enfermos, assegurando-lhes escolaridade, atendimento educacional especializado e tratamento personalizado e humanizado para estudantes e familiares. O estudante Mateus Silva, 15, 1º ano do Colégio Estadual Sete de Setembro, em Paripe, em Salvador, é um dos estudantes beneficiados pelo SARAHDO. Ele sofre de epidermólise bolhosa, doença rara e sem cura, causada por um defeito genético da fixação da camada da epiderme na derme.

A professora Ariana Santana, responsável pelo atendimento em domicílio ao aluno conta que ele tem o seu cognitivo preservado, mas nem sempre pode ir à escola por conta da sua imunidade. “Dou aula a ele na garagem de sua casa, que é iluminada e ventilada. Ele é muito interessado, inteligente e hoje ele se sente uma outra pessoa porque, como é o objetivo do nosso projeto, a gente traz um olhar para além da enfermidade e, com isso, o estudante se sente estimulado a estudar”, afirmou a educadora. Mateus diz que o ensino em casa contribui para o seu processo de aprendizagem. “Na sala de aula, a gente tem vários amigos, várias pessoas conversando ao mesmo tempo. E em casa só sou eu e a professora e, com isso, eu consigo entender o assunto mais rápido”, comentou. A mãe de Mateus, Graça Silva, é só emoção ao falar do processo inclusivo do filho. “Quando vejo ele falar das conquistas, eu não consigo me conter. Meu filho é bem assistido em termos de saúde. Eu viajo e o Estado paga a minha condução para eu dar uma qualidade de vida para ele. E na educação, a escola dele é parceira, é uma escola de inclusão e a professora que me mandaram é um anjo e eu só tenho a agradecer”, comenta, emocionada. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

Fábrica-Escola de Chocolate

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

FORMAÇÃO PARA O MUNDO DO TRABALHO E O EMPREENDEDORISMO

Curso Técnico no Colégio Luiz Tarquinio

Educação Profissional e Tecnológica

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Atualmente, a rede estadual da Bahia é a segunda maior do Brasil, entre as redes públicas estaduais, em número de oferta de vagas para a Educação Profissional e Tecnológica, atrás apenas do Estado de São Paulo. No ano letivo de 2018, a rede estadual de ensino da Bahia conta com 98 mil estudantes matriculados em cursos de formação e de qualificação profissional, atendendo a 166 municípios. A oferta dos cursos é contextualizada nos 27 Territórios de Identidade da Bahia, considerando a pluralidade e diversidade cultural, bem como as suas características socioeconômicas e ambientais. Deste modo, os estudantes são preparados para uma inser-

A Educação Profissional e Tecnológica é outra marca da rede estadual de ensino da Bahia. O Estado vem investindo na formação dos estudantes preparando-os para uma inserção cidadã no mundo do trabalho ou para que possam montar o próprio negócio, por meio do empreendedorismo.

ção no mundo do trabalho e, também, para serem empreendedores sociais e agentes de transformação nos locais onde vivem. Na perspectiva da educação empreendedora, um dos projetos lançados pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia a Fábrica-Escola. Instalados nos centros de Educação Profissional e Tecnológica, esses equipamentos servem como laboratório para que os estudantes que fazem os cursos técnicos de nível médio tenham aulas práticas e possam desenvolver projetos, pesquisas e intervenções sociais, aperfeiçoando a formação profissional. Duas destas fábricas estão em funcionamento: a Fábrica-Escola do Chocolate, vinculada ao Centro Territorial de Educação Profissional do Baixo Sul, no município de Gandu, e a Fábri-

ca-Escola do Couro, no Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) Bacia do Jacuípe, no município de Ipirá. As fábricas ficam abertas à comunidade local (produtores, cooperativas e agricultores familiares, por exemplo) para a capacitação e certificação de trabalhadores e para a incubação, pré-incubação e aceleração de empreendimentos. Em uma destas iniciativas, na Fábrica-Escola do Chocolate, mulheres ligadas à Agricultura Familiar e empreendedoras que atuam em diversos ramos de produção alimentícia formam o grupo de 30 estudantes que participam do curso de qualificação profissional em Confeitaria. As aulas, que prosseguem até julho, são ministradas por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), na modalidade Formação Inicial e Continuada (FIC). Para as participantes, o curso é uma oportunidade de aprenderem uma profissão e se inserirem no mundo do trabalho. A perspectiva é que a ação contribua para que se tornem empreendedoras, utilizando o chocolate como base de diferentes receitas. A dona de casa Leidiane Souza, 35 anos, é uma das cursistas. “Estou muito feliz pela chance de obter novos conhecimentos, que, certamente, vão contribuir para o meu futuro profissional. Chego a ficar emocionada, sem palavras, com o que estou vivendo, que é o recomeço de um sonho: abrir um pequeno comércio para vender meus doces”, relata. Ainda deverão ser instaladas mais três Fábricas-Escolas do Chocolate no Centro de Educação Profissional (CEEP) da Floresta do Cacau e do Chocolate Milton Santos, no município de Arataca; no CETEP do Médio Rio das Contas, localizado no município de Ipiaú, e no CEEP do Chocolate Nelson Schaun, em Ilhéus. Além destas, mais quatro Fábricas-Escolas estão em processo de instalação de acordo com outras vocações territoriais. A Fábrica-Escola da Carne do Sol funcionará em Itororó, no CETEP do Médio Sudoeste da Bahia; enquanto a Fábrica Escola da Maniçoba, em Cruz das Almas, terá uma parceria com a Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que irá trabalhar com a cadeia da mandiocultura e seus subprodutos, como beiju, biscoitos, farinha e a própria maniçoba. A Fábrica-Escola da Moqueca, em Valença, irá desenvolver tecnologias de processamento de pescados e mariscos, além do desenvolvimento e aperfeiçoamento de pratos tíWWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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picos regionais. Já a Fábrica-Escola da Carne de Fumeiro, no município de Maragogipe, irá desenvolver tecnologias de processamento de carne suína, pescados e mariscos, principalmente a defumação, em parceria com comunidades quilombolas. INTERMEDIAÇÃO TECNOLÓGICA Outro projeto voltado para os estudantes é a Educação Profissional Intermediada por Tecnologia (EPITEC). O curso por intermediação tecnológica de nível médio de Redes de Computadores está sendo feito, em fase piloto, por 90 estudantes do Colégio Estadual Luiz Tarquínio, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. A ação é realizada pela Secretaria da Educação do Estado, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), com duração de um ano e meio e formação certificada pelo próprio SENAI. Os estudantes assistem aulas transmitidas ao vivo pelos professores do SENAI diretamente do estúdio, situado no município de Lauro de Freitas, e auxiliados presencialmente por um monitor em cada turma, no Colégio Luiz Tarquínio. Nas aulas são usados diversos recursos, entre eles o ambiente virtual de aprendizagem, através do qual o aluno pode praticar o que é ensinado pelo professor, como por exemplo desenrolar um cabeamento de rede em uma empresa. REGIME DE ALTERNÂNCIA Os estudantes, especialmente pescadores, marisqueiras e agricultores familiares, estão sendo beneficiados com cursos técnicos em regime de alternância, por meio dos quais os estudantes passam parte do tempo na escola e parte nas suas comunidades. Em parceria com a Secretaria da Agricultura do Estado/Bahia Pesca, a oferta é do curso técnico em Aquicultura e de cursos na modalidade Formação Inicial e Continuada (FIC), para a difusão e transferência de tecnologias de produção de pescado e pesca. Por meio do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEX) e da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado estão sendo ofertados os cursos técnicos 50

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em Agroecologia e cursos FIC. Com o Ministério da Educação (MEC), a rede oferta cursos de qualificação em Agroecologia. ESCOLAS TRANSFORMADORAS Para estabelecer a integração entre o currículo escolar com as características empreendedoras dos estudantes, associadas aos seus aspectos socioemocionais, gestores da Educação Profissional e Tecnológica da rede estadual estão participando de formação por meio do “Programa Escolas

Curso Técnico no Colégio Luiz Tarquinio

Fábrica de Couro


Projetos da Educação Profissional e Tecnológica no 5º Encontro Estudantil | Foto: Sergio Isensee

Transformadoras”, idealizado pela instituição internacional Ashoka, parceira do Instituto Alana, no Brasil. A parceria busca levar aos gestores da Educação Profissional elementos para que eles possam se apropriar em seus próprios territórios e continuar atuando em prol de uma educação que forme os estudantes para que também eles atuem em prol das transformações sociais dos locais onde vivem. O diretor Petrônio Silva, do Centro Territorial da Educação Profissional do Extremo Sul, em Teixeira de Freitas, é um dos cursistas e fala sobre a iniciativa. “O projeto vem trazer novas ideias para atuarmos no dia a dia do fazer pedagógico. Todos sabem que a formação continuada é uma necessidade para os gestores e educadores e essa ação se mostra bastante inovadora”, afirmou. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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TECNOLOGIAS E INTERVENÇÕES SOCIAIS Educação Profissional e Tecnológica

O desenvolvimento de tecnologias sociais de baixo custo e de grande alcance social é outro diferencial metodológico que faz parte do cotidiano dos estudantes da rede estadual de Educação Profissional e Tecnológica. Os alunos se destacam por projetos contextualizados com os Territórios de Identidade onde vivem e, também, realizam intervenções sociais que contribuem para que tenham uma formação cidadã, principalmente por meio de mostras e feiras de Educação Profissional e Tecnológica, quando prestam serviços gratuitos à sociedade. Entre os trabalhos de grande alcance social está o programa “Professional Vision”, que beneficia pessoas com paralisia total do corpo e da fala. Desenvolvido pelas estudantes do curso técnico de nível médio em Informática, do Centro Territorial de Educação Profissional Itaparica I, em Paulo Afonso, Renata Silva e Rafela ngela, ambas com 18 anos, o sistema, por meio de um reconhecedor facial, possibilita que o usu-

Projetos da Educação Profissional e Tecnológica no 5º Encontro Estudantil 2 | Foto: Sergio Isensee

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ário se comunique. “Através da webcam do computador, o programa reconhece a pessoa que pode movimentar o cursor com leves movimentos indicando frases pré-programadas como ‘olá, tudo bem?’ ou ‘como está você?’. A seleção é feita com um piscar de olhos que aciona o clique do mouse”, explicou Renata. Este projeto rendeu às jovens um prêmio de primeiro lugar no Hackathon (maratona de programação) no Google Devfest, realizado em outubro de 2016, em Maceió (AL). Também com grande apelo social, as primas e estudantes do curso técnico de Segurança do Trabalho, do Centro Estadual de Educação Profissional do Vale do Paraguacú, em Maragogipe, Iris Calheiras, 18, e Jéssica Calheiras, 19, se voltaram para a sua realidade para desenvolver um projeto que altera a qualidade no trabalho de seu povo. “Em nossa comunidade quilombola de Giral Grande temos muitos acidentes com a produção de farinha. Com os equipamentos acabavam acontecendo muitas mutilações e até mesmo escapelação do couro cabeludo. Com nosso projeto, mostramos soluções, como a criação de uma paleta que empurra a mandioca para o trituramento no cocho, evitando o uso diretamente das mãos. Além disso, o projeto tem uma proteção feita com as caixas que transportam a mandioca, para evitar que o cabelo fique preso na máquina provocando um acidente, na maioria das vezes com as mulheres”, ressaltou Iris. Muitas outras experiências desenvolvidas pelos estudantes da Educação Profissional e Tecnológica da rede estadual serão apresentadas em 25 estandes montados no Centro de Formação e Eventos da Secretaria da Educação, durante o Virtual Educa, dentre as quais uma cozinha experimental, na qual os estudantes irão apresentar produtos desenvolvidos por eles durante as aulas práticas de diferentes cursos técnicos, a exemplo do chocolate, com diferentes teores de cacau, elaborados na Fábrica-Escola de Chocolate.


REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA http://emitec.educacao.ba.gov.br

EMITEC VENCE DIMENSÃO GEOGRÁFICA E LEVA ENSINO MÉDIO PARA ÁREA LONGÍNQUAS DA BAHIA

Aula do EMITec

A tecnologia e a inovação também são aliadas dos estudantes que moram nas áreas remotas da Bahia, Estado que tem a maior população rural do Brasil, com cerca de 3 milhões de habitantes. Para garantir que os alunos que moram distantes dos centros urbanos possam fazer e concluir o Ensino Médio, a Secretaria da Educação do Estado implantou, em 2010, o projeto Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITec). Graças a esta tecnologia, os estudantes estudam em salas de aula instaladas em áreas longínquas, com conteúdo pedagógico especialmente preparado por professores da rede estadual de ensino e com a vantagem de estarem perto de casa. Aliando tecnologia e interatividade, o EMITec vence a dimensão geográfica da Bahia e supera a carência de docentes habilitados em diferentes componentes curriculares, em áreas afastadas dos grandes centros urbanos. Só em 2018, o EMITec atende a 19.730 estudantes e está presente em 355 localidades de 135 municípios do interior da Bahia. Ao longo dos últimos sete anos, graças ao EMITec, 33.044 estudantes concluíram o Ensino Médio e obtiveram outras conquistas. É o caso de Dikson Ferreira dos Santos, morador do município de Araci, que concluiu o 3º ano do Ensino Médio em 2017. O estudante assistia às aulas do EMITec no Instituto Educacional de Pedra Altas e vem acumulando medalhas em competições de Matemática. São quatro só na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP). Ele falou que o fato de estudar perto de casa otimizou muito seu tempo. “O EMITec é bem importante para estudantes de baixa renda que não têm

condições de ir para outro lugar e os professores são bem qualificados. Estudar pelo EMITec foi importante para mim porque não precisei mudar para uma cidade maior”, ressaltou. A dinâmica do EMITec é estruturada de forma que o estudante da rede estadual, que cursa o Ensino Médio nestas localidades, esteja, de fato, dentro de uma sala de aula, com todos os recursos que o espaço pode oferecer. Desta forma, as aulas são transmitidas via satélite, em tempo real, diretamente do Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, e ministradas por professores da rede estadual, que contam, no estúdio, com a presença de outro docente da rede para apoio e subsídios, já que as aulas são ao vivo. Nas telessalas, os alunos contam com a presença de professores mediadores, que fazem a interlocução de dúvidas para os professores em estúdio e aplicam as avaliações, que são por área e interdisciplinares. A comunicação também é realizada via chat. Os conteúdos são veiculados por meio de uma moderna plataforma de telecomunicações, por meio de solução tecnológica desenvolvida especialmente para o programa, que inclui possibilidades de videoconferência e acesso simultâneo à comunicação interativa entre usuários, empregando IP (Internet Protocol), por satélite VSAT (Very Small Aperture Terminal). Após as aulas, os vídeos são editados e disponibilizados no website que também oferece material didático de apoio. WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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REPORTAGEM | ESPECIAL BAHIA

Pacto pela Alfabetização | Foto: Claudionor Jr.

Topa | Foto: João Valadares

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ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS A Secretaria da Educação do Estado da Bahia também está desenvolvendo ações estratégicas, em parceria com 381 municípios, voltadas à alfabetização das crianças na idade certa, até os oito anos de idade. Desde 2011, esta ação já beneficiou 1.597.696 crianças das séries iniciais de 1º ao 3º ano das escolas municipais. Através do Programa Estadual Pacto pela Educação e por meio do regime de colaboração com os municípios, o Estado vem realizando formação de coordenadores pedagógicos, coordenadores locais, assessoramento técnico a esses municípios no monitoramento dos Planos Municipais de Educação, além da elaboração de diagnóstico e elaboração dos Planos de Carreira e Remuneração dos profissionais da Educação das redes municipais. Além das redes de assistência técnica e pedagógica aos municípios, a Secretaria também distribui material didático. Além disso, só em 2017, foi realizada a formação de mais de 900 coordenadores pedagógicos e coordenadores locais de redes municipais, com foco especial para as áreas de Língua Portuguesa e Matemática no ciclo inicial (1º ao 3º ano do Ensino Fundamental). TOPA Em termos de alfabetização, a Secretaria da Educação do Estado também executa o Programa Todos pela Alfabetização

(TOPA), desenvolvido em parceria com o Governo Federal e com o apoio dos municípios e das entidades sociais e sindicais. Com o TOPA, 1,5 milhão de jovens acima de 15 anos, adultos e idosos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, foram alfabetizados na Bahia. Os dados oficiais no Brasil mostram a eficácia do programa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), graças ao TOPA, entre 2007 e 2016, a taxa passou de 81,6% para 87,0% de pessoas alfabetizadas na Bahia, nesta faixa etária, o que representou um aumento de 5,4 pontos percentuais. Os dados também dão conta de que o programa vem combatendo o analfabetismo, que em 2000 atingia 23,1% da população nesta faixa etária e que em 2016 diminuiu para 13%. Com isso, entre os Estados da região Nordeste, a Bahia é o que apresenta a segunda maior taxa de alfabetização. NEOJIBA Com os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (NEOJIBA), o Estado firmou uma parceria para promover o fortalecimento e a estruturação das fanfarras e dos coros das escolas estaduais. A iniciativa contempla ações, como a realização do Curso de Formação Instrumental de Integrantes de Fanfarras, incluindo oficinas de reparos básicos e de manutenção de instrumentos voltadas para os estudantes. Além disso, o NEOJIBA também integra as ações do Projeto Escolas Culturais.

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

Maior competição internacional de ciências do mundo para jovens inovadores, o Intel ISEF – Feira Internacional de Ciências e Engenharia, parte do programa da ONG Society for Science & the Public, aconteceu em maio em Pittsburgh, Estados Unidos. Nesta edição, o Brasil foi representado por 25 estudantes de diferentes estados com 18 projetos inovadores. Aproximadamente 1.800 estudantes do ensino médio de 80 países foram selecionados para apresentar suas invenções e pesquisas científicas em realidade virtual, energia sustentável e aprendizagem de máquina, entre tantos outros temas. Os finalistas concorreram a cinco milhões de dólares em prêmios e bolsas de estudo, incluindo 75 mil dólares pelo prêmio Gordon E. Moore, cientista e cofundador da Intel, e dois prêmios Jovem Cientista, no valor de 50 mil dólares cada, todos concedidos pela Fundação Intel. VENCEDORES BRASILEIROS Dos 18 projetos que foram apresentados por estudantes brasileiros, cinco foram escolhidos como vencedores em suas categorias no primeiro dia de premiação. Isabela dos Reis foi a primeira vencedora da delegação brasileira, levando prêmio em dinheiro para seu projeto que com um simples reagente, detecta a presença de benzodiazepínicos (conhecido popularmente como “boa noite Cinderela”) em bebidas. Depois dela, Caio Vinicius Lima de Souza também 56

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foi escolhido, com seu projeto que dessaliniza água do mar e gera energia elétrica ao mesmo tempo, tendo capacidade de gerar quase que um litro de água potável em um dia de sol - em um dessalinizador com 50 centímetros quadrados. Gabriel Negrão de Moraes foi o seguinte, e também levou o prêmio para o Brasil. Seu projeto tem como objetivo a síntese química com catalisadores sustentáveis. Juliana Estradioto também foi uma das vencedoras e Myllena Cristyna foi a única da equipe de estudantes que conseguiu dois prêmios de duas universidades do Arizona e que contemplam bolsa integral de estudos para todo o curso escolhido, juntamente com ajuda financeira para seu projeto.

A Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel, organizada pela Society for Science & the Public, é a maior competição científica internacional préuniversitária do mundo. O projeto apresentado por Myllena recicla o isopor e transforma o produto em um cristal liso que é capaz de repelir líquidos. Após esta transformação, outra reação química cria outro cristal (agora poroso) que consegue absorver petróleo, para que com a posterior adição de uma bactéria o material seja degradado em um prazo de sete meses - contra 150 anos


JOVENS INOVADORES DO BRASIL COMPETEM NA MAIOR FEIRA DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DO MUNDO O país foi representado por 25 alunos de diferentes estados e seus 18 projetos.

para a degradação natural do isopor no meio ambiente. MENÇÕES HONROSAS Além destes projetos, dois chamaram atenção por trabalhem mais próximos com área tecnológica. O primeiro é de Pedro Henrique Capp Kopper, que criou um pequeno drone autônomo que tem como objetivo mapear áreas com sensores de proximidade e posicionamento visual, para que um programa no computador crie uma planta tridimensional sobre o local. Além deste, Gabriel Checcinato elaborou um

dispenser de água autônomo. Seu projeto utiliza infravermelho na lateral do dispenser para entender a altura do copo, junto de ultrassom na parte superior para entender quanto de água chegou perto da altura do recipiente. O objetivo é de diminuir o desperdício de água ajudando aos cegos, que contam com avisos sonoros quando o copo é inserido corretamente no local e outro aviso, quando o copo já está cheio. A lista completa dos finalistas está disponível no site do evento: https://student.societyforscience.org/intel-isef

www.intel.com.br WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

A NOSSA VISÃO PARA UM PROJETO EDUCATIVO DE SUCESSO Investir em educação significa alimentar o futuro de uma nação e as tecnologias educativas são ferramentas poderosas para promover os sistemas educacionais. Não se trata apenas de fornecer tecnologia! Capacitar os professores e envolver os alunos! Desenvolver a capacidade dos professores para aproveitar ao máximo as novas tecnologias educativas e transformar a educação é crucial neste processo. Para a jp.ik, a sua missão é apoiar o desenvolvimento de ecossistemas de aprendizagem inclusivos e de elevada quali58

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dade, cooperando no desenho e implementação de projetos da transformação educativa personalizados.

Planificação ik.design: Onde começa esta viagem? Como faço para compreender as necessidades e oportunidades mais importantes no meu meio que podem ser abordadas pela Educação? Como integrá-los num plano de ação significativo e eficaz?


A Nossa Consultoria Educativa Conhecer as necessidades, oportunidades e prioridades do seu Sistema Educativo. Trabalhamos conjuntamente nessa avaliação como um ponto de partida crucial para o investimento do seu projeto. Colaboramos para transformar essas necessidades e oportunidades em linhas de ação do projeto: 1. Definir o alcance 2. Definir objetivos e resultados expectáveis 3. Identificar ações críticas para o lançamento do projeto 4. Identificar recursos

Compromisso ik.impact: Como posso saber o impacto? O projeto está em curso, como posso compreender o seu impacto efetivo sobre professores, estudantes, famílias e comunidades? A Nossa Avaliação de Impacto Sabemos que grandes investimentos têm de gerar rendimento e a avaliação é uma ferramenta poderosa para gerir o progresso da implementação do projeto, permitindo o redesenho contínuo do projeto com vista à obtenção de melhores resultados.

Planeie a sua realidade! Analise! Avaliar! Desenhar para a ação!

Transformação ik.learning: Como passo à ação? Como vou implementar o projeto? Como vou preparo a minha equipa para que seja um agente de mudança eficaz neste projeto de transformação?

Estamos empenhados em trabalhar conjuntamente para: 1. Compreender os resultados; 2. Identificar as melhorias necessárias; 3. Alcançar uma transformação efetiva e significativa de seu sistema educacional. Compreender os ganhos e melhorar o processo!

A Nossa Capacitação O nosso compromisso é capacitar as suas equipas para uma implementação autónoma. Sabemos através da nossa experiência quais são as competências críticas para o lançamento de um projeto e estamos bem preparados para orientá-lo para o sucesso. O nosso programa de capacitação contempla: 1. Criar e alinhar a mentalidade; 2. Desenvolver competências para a ação, contribuindo para a literacia digital e midiática, a inovação pedagógica e os processos de transformação educativos; 3. Aprofundar os conhecimentos e competências nos domínios críticos da Educação e EdTech. O nosso programa de capacitação integra uma abordagem holística para a transformação da experiência de aprendizagem. Investigação sistemática, abordagem prática, aprendizagem contínua, aprendizagem contextualizada, capacitação certificada.

Alguns projetos de éxito Na Bolívia, El Salvador, Peru, Porto Rico e Venezuela, os nossos cursos de capacitação. implementados em projetos com abordagens baseadas na aprendizagem e colaboração. Estes cursos foram dirigidos a Ministérios da Educação e Tecnologia, coordenadores pedagógicos, estudantes de ciências da educação e professores de Educação Primária à Universidade. Através destes cursos foi possível capacitar indivíduos com competências em: • Abordagens pedagógicas que beneficiam do uso significativo da EDTECH. • Envolver a comunidade educativa para resultados compartilhados.

jpik.com WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

COMO PREPARAR SUAS AULAS PARA O FUTURO? Nova pesquisa do Microsoft traz insights sobre o futuro da aprendizagem e mostra a importância do ensino personalizado, social e apoiado por professores a a tecnologia.

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Os alunos que estão hoje em fase pré-escolar estarão muito melhor preparados para o futuro se eles tiverem uma base social e emocional sólida, que seja desenvolvida em um ambiente de aprendizado personalizado, de acordo com recente pesquisa da Microsoft, realizada em parceria com a empresa de consultoria McKinsey & Company. Além de revelar novos insights sobre o conhecimento e as experiências que os alunos precisarão para futuro, a pesquisa também mostra que a tecnologia vai se tornar, cada vez mais, um meio essencial para essa mudança. Para o estudo foram entrevistados 2.000 alunos e 2.000 professores além de 70 líderes globais. A pesquisa ainda considerou a análise de pesquisas anteriores sobre o tema. HABILIDADES INTERPESSOAIS PASSAM A SER O FOCO Um dos temas mais presentes na pesquisa foi a importância do desenvolvimento e da aplicação de competências sociais e emocionais na aprendizagem. Os resultados mostraram que estas habilidades têm duas vezes mais chances de gerar um melhor desempenho acadêmico do aluno, assim como o ambiente familiar e questões regionais. IMPACTO NO SUCESSO DA CARREIRA 30 - 40% dos postos de trabalho de setores em expansão exigem habilidades interpessoais. Nem só um bom diploma, de escolas e universidades de prestígio, faz um bom profissional. As habilidades interpessoais, como trabalho em equipe e conhecimento em novas mídias, serão mais exigidas para esses futuros profissionais. O PAPEL DOS PROFESSORES É AMPLIFICADO Os alunos neste estudo desejam professores qualificados e confiáveis, que os conheçam em profundidade. A profissão associada ao ensino é uma das menos sujeitas à automação no futuro, por isso fomentar conexões fortes entre professores e alunos é mais importante do que nunca. Impacto no ensino: Até 51% dos professores pesquisados disseram que eles têm relações individuais muito fortes com seus alunos, mas apenas 34% dos alunos concordam com isso. INDO ALÉM DA APRENDIZAGEM DO SÉCULO XXI Na pesquisa, os alunos enfatizaram muito mais a importância das habilidades criativas, sociais, emocionais e tecnológi-

cas quando comparados aos professores. Os empregos do futuro também dão grande destaque a essas capacidades. Impacto na empregabilidade: Apenas 42% dos empregadores acreditam que os recém-formados estão preparados adequadamente para a força de trabalho, especialmente quando se tratam de habilidades sociais e emocionais habilidades sociais e emocionais A pesquisa também mostrou a importância de os educadores estarem sempre atualizados, pois o conhecimento de novas práticas terá impacto direto no ensino personalizado. O ambiente escolar será muito mais dinâmico e colaborativo, caso os profissionais tenham conhecimento em novas ferramentas e se aproxime de seus estudantes. A TECNOLOGIA CRIA OPORTUNIDADES Experiências de aprendizagem personalizadas, inclusivas e imersivas, promovidas pela tecnologia, criam oportunidades de desenvolver habilidades cognitivas e emocionais em conjunto com o aprendizado acadêmico. Impacto no tempo: Professores economizam até 30% do tempo com o uso da tecnologia certa. As ferramentas que promovem a colaboração serão essenciais para a sala de aula. OS ALUNOS QUEREM PERSONALIZAÇÃO, NÃO AUTOMAÇÃO A personalização está entre os meios mais eficazes de acelerar o crescimento acadêmico e cognitivo. Os estudantes querem ser criativos e acreditam que aprendem mais quando eles têm maior voz e escolha e recebem feedback personalizado. Impacto no desempenho acadêmico: Alunos que recebem orientações personalizadas têm resultado melhor do que 98% dos alunos do ensino tradicional. A pesquisa também mostrou que alunos que recebem feedback personalizados, possuem melhores resultados do que 98% de estudantes que têm acesso somente ao ensino tradicional. Confira a pesquisa completa: https://unlocklimitlesslearning. com.

www.microsoft.com/pt-br/education WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

UM COMPROMISSO COM A APRENDIZAGEM CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA A Escola de Robótica de Misiones (Argentina) e sua proposta inovadora sobre estratégias e metodologias de ensino e aprendizagem começaram a trilhar o caminho para uma educação que pretende formar indivíduos comprometidos e capazes de intervir de forma construtiva na sociedade, utilizando a ciência e a tecnologia da robótica educacional. A Escola de Robótica surgiu em 2016 a partir de um acordo de colaboração entre a Hewlett-Packard (HP) e a Câmara dos Representantes da Província de Misiones. A HP forneceu equipamentos de ponta, únicos na América Latina; e a Câmara, o espaço físico e os recursos humanos para realizar o projeto. A escola é dirigida pela profissional graduada Flávia Morales, acompanhada de uma equipe interdisciplinar. A escola tem quatro rotas de aprendizagem, de acordo com a idade dos alunos: Tecno Kids (5 a 9 anos), Maker Juniors 62

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(10 a 13 anos), Teen Maker (14 a 16 anos) e Team Inn (17 a 20 anos). Os cursos são presenciais e são realizados uma vez por semana, com aulas de 2 a 4 horas. A escola funciona de segunda a sábado com jovens de toda a província; entre eles, estudantes da comunidade Mbyá Guarani. Os alunos passam por 3 níveis -básico, intermediário e avançado- e gradualmente passam por conteúdos de menos a maior complexidade, trabalhando com diferentes metodologias: aprendizagem baseada em projetos (ABP), metodolo-


gias ágeis (SCRUM), aplicação de técnicas de aprendizagem baseadas em video games orientadas para a conscientização da cultura maker; para que crianças e jovens se tornem construtores de seus próprios projetos e conhecimentos.

É importante destacar que todos os projetos são planejados, gerenciados e construídos pelos alunos, que se organizam em equipes de trabalho com funções definidas e ajuda de um orientador.

A escola começou com 1300 alunos, um número que superou em muito as expectativas iniciais. A eles juntaram-se estudantes que participaram com os seus professores no âmbito do programa “Sumá a tu escuela”; uma iniciativa que permite levar robótica educacional às escolas que aplicam o ABP. Desta forma, a Escola de Robótica atinge as instituições educacionais de todos os níveis da província. E cada instituição participante recebe um kit de robótica com os componentes necessários para trabalhar no projeto planejado pelo professor e seus alunos.

As conquistas realizadas pela escola fizeram com que ela fosse reconhecida pelo Conselho Geral de Educação da Província de Misiones como um estabelecimento de gestão pública, estadual e gratuita. Dessa forma, o esforço e a dedicação de alunos e professores foram reconhecidos pelas autoridades educacionais, e os conteúdos receberam um reconhecimento legal.

Os resultados da escola foram apresentados em dois eventos: Robotic Night (nível básico) e Robotic Night 2 Evolution (nível intermediário).

A Escola de Robótica, em seu primeiro ano, cumpriu amplamente os objetivos propostos e continua crescendo. Reforçou seus laços com a HP, que doou novos equipamentos para o ano letivo de 2018; e assinou um acordo de colaboração com a Câmara Argentina de Software (CESSI) para que os jovens estudantes possam realizar práticas tecnológicas e adquirir habilidades profissionais.

www.hp.com/br | www.escueladeroboticamisiones.com WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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BRASIL MAIS TI:

CONHECIMENTO E OPORTUNIDADES QUE LIGAM TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E TRABALHO O Projeto Brasil Mais TI é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação (MEC), com gestão da Softex. A Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro), como instituição parceira do governo federal e do setor privado na execução de políticas públicas com vistas a fortalecer a indústria brasileira de software e serviços de TI, com experiência em ações na área de educação à distância e presencial, contribui sobremaneira para a gestão executiva do projeto. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação realizou uma pesquisa e obteve como resultado, que somente 13% dos alunos inscritos em um curso superior de ciência da computação finalizam o curso. Para isso, em 2012 foi criado o Brasil Mais TI, um projeto inovador e dinâmico de educação a distância que atua em três pontos essenciais da formação profissional: Conhecimento, capacitação e oportunidades. INCLUSÃO, DIVERSIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Brasil Mais TI tem por objetivo principal capacitar os futuros 64

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profissionais do setor de Tecnologia da Informação – TI, em linguagens de programação através de uma plataforma de Educação a distância (EaD), disponível gratuitamente. Como também, criamos áreas para o empreendedorismo, professor, de conhecimento internacional, e de desenvolvimento de suas aptidões em comunicação através de games para o crescimento dos nossos alunos. Também é um espaço onde os profissionais têm oportunidade de verificar informações sobre o mercado de tecnologia; se há aptidão ou não para a área; conhecer as diferentes profissões, bem como as competências a serem desenvolvidas para os cargos, diminuindo assim, a evasão nas diversas universidades. O projeto colabora estimulando e desenvolvendo a área de TI por meio da ampliação da base de mão-de-obra em nível técnico, da oferta de soluções de software e serviços para o setor, e da supressão de lacunas na cadeia de valor de software e serviços de Tecnologia da Informação.


INSERÇÃO LABORAL Brasil Mais TI busca também aproximar, em sua área de vagas, as empresas desse setor aos alunos da plataforma. Empresas de qualquer região do país interessadas em oferecer vagas de trabalho, apenas se cadastram, inserem as informações com o perfil do profissional que procuram e a quantidade de vagas disponíveis. Os alunos podem se candidatar às vagas disponíveis, onde devem preencher o currículo em um modelo disponível na própria plataforma e publica-los para consulta. ABC DA TECNOLOGIA Criamos a área do ABC da Tecnologia, que busca trazer o conhecimento da tecnologia desde o básico (o que é um computador), até criar o seu primeiro aplicativo. Nessa área temos cursos para crianças a partir de 7 anos de idade, o conhecimento geral do computador, da internet, até a criação do seu primeiro aplicativo. DESCUBRA SUA VOCAÇÃO Desenvolvemos a área de descobrir sua vocação, onde o usuário pode fazer vários testes e descobrir qual a sua aptidão para a área de tecnologia, temos ferramentas financeiras para organizar seu orçamentos e seu plano de vida. MERCADO DE TRABALHO Área de treinamento para o mercado de trabalho, com os cursos gamificados preparar-se para o mercado (Go2Job), entrevistas, primeira empresa e tomadas de decisão. Criamos tudo de forma a fazer o usuário de qualquer idade ter o conhecimento de forma lúdica e dinâmica. Fizemos uma pesquisa com uma grande quantidade de pessoas para trazermos um conteúdo que seja “hands on” e que possa ser utilizado na vida das pessoas para crescimento profissional e pessoal. Em desenvolvimento, estamos com as áreas dos professores (trazer a tecnologia para a sala de aula), de descobrir o mundo (de inspiração para as pessoas que estão em busca de bolsas de estudo e oportunidades no mercado internacional) e do empreendedor (com histórias de sucesso). A TECNOLOGIA NOS CONECTA Desenvolvemos uma rede de comunicação nas mídias sociais, onde focamos em trazer informações sobre novidades

na tecnologia, vagas de trabalho, oportunidades de estágio e trainee, eventos, hackathons, bolsas de estudos, e inspirar pessoas a acreditar e sonhar. Finalmente, construímos uma network em todo o Brasil e no mundo, conectando as pessoas pelo conhecimento e a tecnologia através da comunicação e educação como um todo. Podemos replicar esse programa em todo o mundo e trazer um enorme crescimento para inúmeros países. O melhor investimento é na educação.

Maratona Unicef - Samsung A Maratona Unicef - Samsung é um projeto de programação e tecnologia para criar aplicativos educacionais de acordo com áreas, competências e habilidades definidas pela BNCC – Base Nacional Comum Curricular, para serem utilizadas, em escolas públicas, por professores e estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Organizado pela Softex por meio do programa Brasil Mais TI, o evento reunirá -na forma de maratona- programadores, designers, desenvolvedores, estudantes, professores e inventores em geral, com o objetivo de promover o desenvolvimento de protótipos de aplicativos para dispositivos móveis e serem utilizados em sala de aula em cada componente curricular dos anos finais do ensino fundamental (sexto ao nono ano) nas áreas de Linguagens (Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua inglesa), Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas (Geografia e História). As soluções desenvolvidas durante o evento devem ter como finalidade, além de promover inovação, desenvolver soluções tecnológicas para dispositivos móveis que contribuam para a melhoria da qualidade educacional. Para o desenvolvimento dos projetos, os participantes deverão utilizar o Portal Brasil Mais TI para inscrição e interação com as equipes participante e responsáveis: http://maratona.brasilmaisti.com.br.

www.brasilmaisti.com.br WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

PREPARANDO ESTUDANTES PARA O FUTURO Genius Plaza é a primeira plataforma de educação multicultural (Ed Tech) construída para comunidades diversificadas, dedicada a inspirar jovens, particularmente os carentes, à seguir carreiras em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Genius Plaza iniciou suas atividades em 2012 com escolas públicas dos Estados Unidos e depois em países como Bolívia, República Dominicana e Guatemala e atualmente distribui conteúdo para mais de 5.000 escolas. DESPERTAR O GÊNIO EM CADA CRIANÇA A premiada plataforma em nuvem do Genius Plaza promove

acesso a conteúdos culturalmente relevantes, com aprendizado personalizado desde o berçário até a universidade e ainda com todo conteúdo disponível em Inglês, Espanhol e Português. O Banco de Estudos do Genius Plaza têm como base a educação centrada no aluno, oferecendo recursos digitais envolventes (em Inglês, Espanhol e Português) para estudantes do berçário até a universidade. Professores podem usar nossos “Sparks” para enriquecer seus planos de aula enquanto encorajam seus estudantes a serem os protagonistas do seu próprio aprendizado. Oferecemos licenças anuais que incluem a implementação, suporte e treinamento customizado para estudantes, professores e pais.

geniusplaza.com 66

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UMA HISTÓRIA DE INOVAÇÃO E CONFIABILIDADE A POSITIVO BGH é reconhecida por fornecer produtos e serviços tecnológicos confiáveis e inovadores, adaptados às diversas necessidades dos clientes e usuários finais, para transformar suas vidas melhorando suas experiências de entretenimento, trabalho e educação. A POSITIVO BGH é o resultado de uma Associação entre dois grupos que operam na América do Sul, a Positivo Tecnologia do Brasil e a BGH S.A. da Argentina. A primeira é uma empresa com uma longa história no setor de educação há mais de 40 anos, fundada por professores e profissionais. “E por sua vez a BGH, uma empresa argentina com mais de 100 anos de experiência no setor de manufatura e tecnologia”, comenta Juan Ignacio Ponelli, diretor de estratégia da Positivo BGH. “Juntos, temos mais de 140 anos de experiência nos setores de tecnologia, fabricação e educação”. A POSITIVO BGH começou a expandir suas atividades desde sua criação em 2011 na Argentina, tanto na fabricação quanto no desenvolvimento tecnológico, para depois diversificar e entrar na América Latina e na África. “Não só temos uma excelente trajetória em serviços educacionais, mas também somos reconhecidos na fabricação de produtos de consumo para marcas globais”, acrescenta Ponelli. “Este é um ponto que esperamos melhorar continuamente e lançar na África à medida que avançamos e expandimos nossos serviços na região.” “Há cerca de quatro anos, os objetivos de negócios para o cone sul haviam sido alcançados e, decidimos que era hora de expandir os negócios, a África era o lugar certo para começar”, explica Ponelli. “Nossa vantagem competitiva está no fato de termos surgido de economias emergentes, o que nos permite operar em contextos semelhantes. Portanto, começamos a desenvolver o negócio em 2014 com um contrato em Ruanda “.

Um ano depois, a fábrica em Ruanda estava entregando 150.000 unidades sob os mais altos padrões internacionais de qualidade e provou ser um sucesso retumbante. A POSITIVO BGH continua cumprindo seu acordo comercial, bem como suas promessas para a comunidade. “Além de fornecer um serviço, queríamos ajudar a fazer a diferença no nível local e, portanto, mais de 95% de nossa equipe é local. Como essa foi a primeira vez que a indústria estava se desenvolvendo na região, muitos processos de desenvolvimento e programas de treinamento extensivos foram necessários para atingir os padrões de serviço “, diz Juan Ignacio Ponelli. Após o primeiro ano de atividades, a POSITIVO BGH decidiu participar de uma licitação no Quênia, que se tratava de um programa de alfabetização digital. “Nós ganhamos a licitação em uma parceiria com uma universidade local, a fim de trazer o melhor do conhecimento, tecnologia e experiência da nossa parte neste tipo de projeto”, diz o Diretor de Estratégia da empresa. “As instalações necessárias foram realizadas em cada uma das salas de aula e no final do projeto capacitamos mais de 16.000 professores com todas as habilidades necessárias para que a alfabetização digital fosse um sucesso no país”, continua Ponelli. “Ao fazermos uma análise do nosso crescimento na África, começamos com computadores e programas educacionais e temos expandido continuamente nossos produtos e serviços; por exemplo, em Ruanda, fornecemos computadores para escritórios governamentais e neste Q2 iniciaremos a produção de medidores analógicos de eletricidade. A curto prazo, começaremos com a produção de medidores inteligentes, a fim de fornecer tecnologia para uma medição e distribuição de energia mais eficientes”, compartilha Juan Ignacio Ponelli. Embora a POSITIVO BGH tenha se deparado com algumas dificuldades ao longo de suas operações, a empresa busca soluções e alternativas para continuar operando nesses contextos. A empresa planeja continuar seu crescimento tanto a nível local quanto em projetos de grande escala na região, ao mesmo tempo que planeja expandir a oferta de produtos na África, participar de parcerias locais, transferir conhecimentos e habilidades nos próximos anos e a longo prazo.

positivo.com.br | positivobgh.com WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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TECNOLOGIA EDUCATIVA CENTRADA NO DOCENTE Hoje se conta em bilhões de dólares o investimento em tecnologia para educação nos países que estão em desenvolvimento durante os últimos dez anos. São inúmeros os tipos de conteúdos educativos e de ferramentas tecnológicas que têm passado pelas salas de aulas, porém, a conclusão termina sendo sempre a mesma: “os docentes não possuem as competências para se apropriarem das TICs nas suas práticas pedagógicas”. Isso tem levado a uma lista interminável de programas de formação de docentes, lideradas por governos, organismos multilaterais e até empresas privadas, as quais no final concluem: “os docentes de hoje não querem fazer uso das TICs, teremos de esperar às novas gerações de docente”. Mas, conferindo as estatísticas, encontramos que só 30% dos docentes que apresentam avanços no uso de TIC estão abaixo dos 35 anos. Isto nos deixa sem nenhuma saída evidente, porque o problema também não será resolvido com as novas gerações de docentes. A razão dos recorrentes fracassos está ao alcance de nossos olhos e a ignoramos: “O Reitor me disse que se não usarmos os tablets que nos deram vão recolhê-los. Mas ainda nem terminei de qualificar as provas e nem preparar as aulas, além do planejamento curricular do próximo ano..., a apresentação de notas finais e uma reunião de pais para amanhã. Não tenho tido tempo para saber como e nem para que usar os tablets”, me dizia um professor de Caquetá, Colômbia. Ele tem mais de 25 anos no magistério e jamais se sentiu tão angustiado. Se estamos levando tecnologia às salas de aulas, porque os professores sentem que sua qualidade de vida tende a piorar? Os esforços de incorporação de TICs em educação começaram

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CEO TOMI.DIGITAL

com a premissa de que “uma criança aprende mais por conta própria em um mês com um computador do que em um ano com um professor”, um conceito errado e fora de foco que mais parece uma corrida pela substituição do docente baseada em modelos pedagógicos mal lidos, que vão ladeira a baixo como é o caso Finlandês. Se bem que a educação deve estar centrada no aprendizado do estudante e procurar ser menos direcionadora, a verdadeira missão da tecnologia e de qualquer iniciativa de inovação deveria ser centrada no educador e não no estudante. É o educador quem precisa de apoio das TICs para facilitar e melhorar seu processo de planejamento, didáticas de sala de aula, avaliações, personalização do aprendizado, comunicação com os pais e família, co-criação com outros educadores e seu próprio crescimento profissional, sem que nada disso dependa do acesso permanente à Internet e de alta qualidade. Chega de tecnologia inútil nas prateleiras das escolas e seja bem vinda uma nova era de inovação pensada em #MestresQueInspiram a seus estudantes apoiados em tecnologias que fazem sua vida mais fácil, enquanto que suas práticas pedagógicas se tornam mais personalizadas, onipresentes e fundamentadas nos contextos reais das suas regiões. TOMi é a tecnologia pensada ainda mais para os educadores do que para os estudantes. O melhoramento da qualidade educativa será a consequência iminente do apoio permanente aos #MestresQueInspiram. Conheça mais em TOMi.Digital

aulasamigas.com 68

JUAN MANUEL LOPERA


MATEMÁTICA COM BONS RESULTADOS Com metodologias inovadoras e uso estratégico de novas tecnologias, é possível alavancar o desempenho em matemática.

dizagem da matemática. “Considerando que cada criança aprende de uma forma e em um ritmo diferente, o professor pode selecionar e atribuir atividades personalizadas a cada aluno”, afirma Szyller.

Aliar jogos educativos e tecnologia foi o recurso utilizado pela Escola Municipal Lázaro Sagrado para reverter a baixa proficiência em matemática. A instituição, localizada em um bairro carente do município de Colorado/PR, apresentava elevada defasagem de aprendizagem. A principal dificuldade dos alunos estava relacionada aos conceitos mais básicos da matemática. Em 2017, a escola aderiu à utilização da plataforma de jogos da startup de tecnologia educacional Matific como uma de suas estratégias. A medida foi aplicada para alunos do 1° ao 5° ano. “Com mais de 1.600 jogos interativos, acreditamos que a matemática é mais bem apreendida por meio de atividades guiadas, mãos na massa, de interação e aprendizagem por descoberta. Assim, as atividades da nossa plataforma são elaboradas de forma a permitir que o aluno analise e compreenda um problema real e escolha a melhor estratégia para resolver a situação apresentada”, afirma o diretor da Matific, Dennis Szyller. Cada episódio, como são chamadas as principais atividades da Matific, dura de 5 a 15 minu­tos e busca abordar um conceito matemático, habilidade ou ideia simples, bem definidos e orientados ao currículo. A plataforma permite que as ações da criança sejam continuamente monitoradas e acumula dados sobre as habilidades dela na evolução da apren-

Os resultados na Escola Lázaro Sagrado foram tão significativos que surpreenderam até mesmo a equipe escolar envolvida com a implantação do projeto: a escola, que em 2016 tinha tido o índice de reprovação de 31,8%, no ano passado conseguiu reduzi­-lo para 4%. O nível de autonomia dos alunos também melhorou. Coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação de Colorado/PR, Fernanda Souza acompanhou a implantação do projeto. “A plataforma se destacou como uma forma de o professor utilizar as tecnologias para falar a língua dos alunos. Isso além de ser um suporte muito eficaz para o professor, uma vez que os jogos também ajudam na transmissão dos conceitos matemáticos de modo mais eficaz e envolvente. A tecnologia trouxe inúmeras formas de o professor explorar e perceber o que o aluno está conseguindo aprender ou não. Assim, o docente tem mais condições para buscar novas estratégias ou até mesmo preparar uma aula diferenciada”, afirma. Fernanda ainda avalia o uso de jogos educativos aliados a recursos tecnológicos para o ensino de matemática. “A tecnologia é instrumento capaz de ampliar a metodologia e auxiliar o professor, ajudando-o a ir mais além”.

matific.com WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

COMPROMETIDOS COM A EDUCAÇÃO A educação é o instrumento mais poderoso para reduzir a desigualdade e construir as bases para o crescimento sustentável em todo o mundo. Por esta razão, a Fundación Telefónica e a Fundación Bancaria La Caixa apresentam o programa global “Educação Digital”, um programa educacional que incorpora treinamento e apoio permanente a professores, dotação tecnológica para escolas e o uso de plataforma com conteúdo educacional digital em escolas em ambientes vulneráveis na África, América Latina e Ásia. Desta forma, busca-se reduzir o abismo educacional e tecnológico, capacitar professores no uso de metodologias inovadoras, melhorar a aprendizagem dos alunos e promover aulas dinâmicas com o uso da tecnologia em diversos cenários:

escolas urbanas, rurais, hospitais e ambientes vulneráveis. A proposta educacional do projeto é baseada na qualidade, a sustentabilidade e o acesso à educação em áreas vulneráveis, rurais ou remotas. Para isso, a solução educacional pode ser modulada e adaptada a qualquer ambiente e contexto, independentemente de ter ou não conectividade. “Acreditamos que a educação é o instrumento mais poderoso para reduzir a desigualdade e apostar no desenvolvimento sustentável do país. Com este projeto, promovemos o acesso a uma educação universal e de qualidade, que contribui para a igualdade de oportunidades das crianças, com foco na aquisição de competências e capacitação de professores através da tecnologia”, disse Elizabeth Galdo, diretora executiva da Fundación Telefónica.

fundaciontelefonica.com.pe 70

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Adriano Mussa, diretor acadêmico, de pesquisas e inteligência artificial e sócio da Saint Paul Escola de Negócios

José Cláudio Securato, CEO e sóciofundador da Saint Paul Escola de Negócios

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL TREINADA POR PROFESSORES PARA ENSINAR ALUNOS NO BRASIL Imagine como seria se os professores na sua instituição tivessem uma nova possibilidade de carreira: ensinar temas razoavelmente complexos a uma inteligência artificial capaz de compreender questões dos alunos e explicar a eles diferentes conceitos, técnicas e relações relacionadas a um assunto específico. A Saint Paul Escola de Negócios, localizada em São Paulo e listada cinco vezes entre as melhores do mundo no ranking da revista Financial Times, passou o último ano desenvolvendo uma plataforma chamada LIT, que utiliza inteligência artificial de uma forma inédita em instituições de ensino. O projeto começou a ser desenvolvido em novembro de 2016, com a contribuição de aproximadamente 40 fornecedores. Eles combinaram a tecnologia de inteligência artificial IBM Watson com recursos de e-learning do ambiente de aprendizagem digital da Blackboard. José Cláudio Securato, CEO e sócio-fundador da Saint Paul, explica que a instituição desenvolveu um conceito chamado

onlearning, que propõe uma base teórica para o que eles acreditam que será o futuro da educação executiva, e também da educação de adultos em geral –educação para pessoas que estão no mercado de trabalho. “O LIT foi a forma que encontramos de desenvolver um produto baseado no onlearning”, explica Securato. O LIT é como um Netflix de cursos. Os alunos pagam R$ 99 por mês para ter acesso a todo o conteúdo disponível. De acordo com a instituição, mesmo se o aluno estivesse disposto a estudar oito horas por dia e 365 dias por ano, ele não conseguiria consumir mais de 15% do conteúdo disponível na plataforma. A plataforma permite que os alunos recebam microcertificações ao longo do caminho. Assim, eles podem adquirir habilidades específicas que precisam ou desejam desenvolver. Após completar essas certificações, o aluno tem a opção de cursar algumas etapas adicionais para receber um diploma de MBA da Saint Paul reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), por uma fração do valor de um programa de MBA cursado de forma tradicional.

br.blackboard.com WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

5 ASSUNTOS QUE TODOS OS ESTUDANTES DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO DEVEM APRENDER A tecnologia muda rapidamente e pode ser difícil para os programas acadêmicos acompanharem o ritmo. Ainda assim, é fundamental que os alunos de ciência da computação aprendam habilidades modernas de programação. Estes são os cinco assuntos que as instituições de ensino superior devem ensinar: 1. Programação Paralela. As faculdades e universidades ainda ensinam seus alunos a programar sequencialmente como há décadas. Os ambientes de computação modernos e os conjuntos de dados massivos exigem não apenas que processemos várias instruções simultaneamente em vários servidores, como também que os programas possam processar várias instruções simultaneamente em vários servidores e dispositivos. 2. Programação Verde. Quanto mais pedimos aos nossos dispositivos inteligentes, mais energia eles precisam e mais rapidamente eles esgotam as baterias. É imperativo que escrevam programas otimizados para energia. Os alunos não poderão fazê-los se não os ensinarmos. 3. Desenvolvimento Colaborativo. Na maioria das aulas de programação, os alunos começam a partir de uma tela em branco e escrevem código limpo de forma independente ou com um colega. Mas no mundo real, os engenheiros de software profissionais, quase sempre começam com o código de outra pessoa e trabalham em colaboração com

grandes grupos para modificar, melhorar e corrigí-lo, que é então integrado ao código que está sendo escrito por outros engenheiros de outros grupos. 4. Arquitetura de Hardware. A computação funciona e avança com base em todo o sistema: desde a fonte de energia até a interface com o usuário, e os alunos terão mais sucesso se souberem abrir o gabinete e inspecionar o interior. A ciência da computação não é apenas software ou codificação. Os estudantes também precisam de fundamentos na arquitetura de hardware, incluindo engenharia elétrica e física. 5. História e Ética do Computador. A computação não é neutra. Pode ser usada para o bem ou para o mal; para ajudar pessoas ou para manipulá-las e prejudicá-las. O poder da computação é tão grande que precisamos de políticas para regulá-lo e administrá-lo, com a finalidade de proteger e beneficiar as pessoas. É importante que os alunos de computação entendam sua história e façam cursos baseados em ética, para que possam tomar decisões responsáveis e orientar os outros. Mesmo em um currículo que pareça completo, precisamos garantir que os alunos estejam adquirindo as habilidades e os conhecimentos necessários para se tornarem inovadores, líderes de negócios e bons contribuidores para a sociedade no mundo. Esta lista é apenas um ponto de partida.

academy.oracle.com 72

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SOLUÇÕES QUE TRANSFORMAM A VIDA DE ALUNOS NO BRASIL

Os conjuntos LEGO Education encorajam os alunos a serem mais investigativos e construírem o conhecimento por meio de suas vivências. A Positivo Tecnologia Educacional se tornou uma distribuidora dos produtos da LEGO® Education no Brasil em setembro de 2016. Com isso, integrou ao seu portfólio de soluções educacionais os produtos da gigante dinamarquesa que há mais de trinta anos, em conjunto com educadores, desempenha um papel decisivo na motivação e envolvimento dos alunos na aprendizagem. Por meio de brincadeiras e atividades, as crianças exploram e aprendem sobre emoções e relações sociais, desenvolvem a linguagem, veem como o mundo real funciona, constroem a autoconfiança e dão vida a ideias, além de desenvolver competências para resolução de problemas e o interesse em áreas como ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, consideradas fundamentais no século XXI. Esta parceria vai além da simples distribuição de produtos. Através de iniciativas como o Embaixadores da Inovação, um

programa que capacita professores no uso de ferramentas tecnológicas inovadoras em sala de aula, centenas de professores de todo Brasil e de países da América do Sul obtiveram Certificação Internacional LEGO® Education Academy, tornando-se multiplicadores deste conhecimento em suas escolas e comunidades. Isto impacta diretamente a vida dos alunos. O Centro Educacional Casulo, de Rio das Ostras, no RJ, trabalha com soluções como os kits Mindstorms® EV3 e WeDo® 2.0. E segundo Rosekel Schettino de Meirelles Maia, diretora geral da instituição, os alunos que entram em contato com as soluções LEGO® apresentam: “aumento da autoestima, melhorias claras de comportamento, definição de escolhas profissionais futuras, aumento de dedicação ao estudo e melhor organização de atividades e horários.” Como distribuidora oficial, a Positivo Tecnologia Educacional procura integrar de forma natural e atraente as soluções LEGO® Education ao cotidiano de escolas de todo o Brasil e também de alguns países da América Latina e África, e também as incluindo em projetos como Embaixadores da Inovação, Innovation Room, Pense Matemática e VC.Maker, entre outros.

www.positivoteceduc.com.br WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA ACADÊMICA NA AMÉRICA LATINA

O CACECA e o CACSLA são duas associações civis comprometidas com a excelência acadêmica por meio do credenciamento de programas acadêmicos e do treinamento para a melhoria contínua no México e na América Latina. CONSELHO DE CREDENCIAMENTO NO ENSINO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO (CACECA) Desde 1996, o CACECA tem o compromisso e a responsabilidade de projetar processos de credenciamento nas áreas de ensino médio e superior. Das 30 agências credenciadoras de programas acadêmicos existentes no México, o CACECA é o único que conta com um Conselho Diretivo que orienta e regula a criação, integração e operação dos órgãos da Associação Civil, a fim de garantir o bom cumprimento da sua missão e de suas tarefas essenciais. O CACECA possui mais de mil programas acadêmicos credenciados e já tem recredenciado mais de quinhentos nas áreas econômico-administrativas, tanto no México quanto na América Latina, em instituições públicas e privadas. CONSELHO DE CREDENCIAMENTO EM CIÊNCIAS SOCIAIS, CONTÁBEIS E ADMINISTRATIVAS EM EDUCAÇÃO

SUPERIOR NA AMÉRICA LATINA (CACSLA) O CACSLA enfatiza a importância do processo de credenciamento dos programas acadêmicos para atingir diferentes níveis de qualidade educacional. O processo de credenciamento que o CACSLA administra tem como objetivo verificar se os programas acadêmicos estão em conformidade com os padrões de qualidade. Além disso, promove uma mudança no Ensino Superior, onde a avaliação da qualidade, desempenho e internacionalização são os eixos que norteiam o desenvolvimento das instituições de ensino. O CACSLA credenciou 53 programas em 17 universidades mexicanas e estrangeiras nas áreas de economia, administração e ciências sociais, em instituições públicas e privadas, em modalidades presenciais, on-line e de pós-graduação. O CACECA e o CACSLA oferecem os seguintes serviços: • Credenciamentos: avaliação utilizando metodologias, instrumentos e critérios padronizados para decidir se a instituição de ensino é adequada para a formação de seus alunos. • Treinamento: para promover uma cultura de melhoria permanente, o CACECA organiza cursos, workshops e outras atividades. O CACECA já treinou mais de 5 mil professores que aumentaram suas habilidades acadêmicas e gerenciais.

caceca.org | cacsla.org.mx 74

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APRENDER CIÊNCIA AGORA É MAIS DIVERTIDO E INOVADOR O CloudLabs transforma tablets e computadores em completos e sofisticados laboratórios de ciência básica e engenharia.

Além disso, o CloudLabs reduz significativamente os investimentos em compra e manutenção de equipamentos; os simuladores possuem ambiente amigável e o risco de acidentes em sala de aula é reduzido a zero.

Buscando oferecer uma resposta inovadora e divertida na aprendizagem de ciências básicas e aproveitando o impacto atual das tecnologias de informação e comunicação, a Innovative Education desenvolveu os simuladores de laboratório CloudLabs, uma plataforma que transforma a forma como os alunos aprendem, propiciando o pensamento científico, a compreensão dos fenômenos físicos, a resolução de problemas e as tomadas de decisão.

Atualmente, os simuladores CloudLabs são usados em mais de mil escolas em 12 países (Colômbia, Panamá, Peru, México, Equador, Chile, Paraguai, Porto Rico, EUA, China, Filipinas e República Dominicana), abrangendo mais de 170.000 alunos. Essa experiência demonstra o potencial do CloudLabs em transformar os processos de aprendizagem em ciências, ajudando as instituições a melhorarem os resultados em testes internacionais (por exemplo, o PISA) que avaliam o desempenho dos alunos nessas áreas.

Graças ao CloudLabs, os tablets e computadores tornam-se laboratórios completos de física, química, biologia e engenharia que promovem, além das competências científicas, a compreensão da leitura e o trabalho colaborativo dos alunos, permitindo a análise de dados e a resolução de problemas em contextos reais.

A utilização dos simuladores de laboratório do CloudLabs melhora a aprendizagem em ciências dos estudantes e os resultados em testes internacionais das instituições.

A utilização dos simuladores de laboratório do CloudLabs melhora a aprendizagem em ciências. Assim, os alunos constroem seus conhecimentos a partir de uma estrutura didática atraente e divertida, e otimizam o uso de dispositivos eletrônicos que já existem nos ambientes de aprendizagem.

A abrangência do CloudLabs fortalece os ambientes educacionais todos os dias. Como resultado, pode-se alcançar uma educação de qualidade e relevância acadêmica, com múltiplas experiências de sucesso de professores e alunos na aprendizagem das ciências básicas.

innovativeeducation.co/pt WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

A EDUCAÇÃO É UM BEM COMUM DISPONÍVEL PARA TODOS?

como clubes de leitura, gerenciamento de planos de leitura ou o gerenciamento de estatísticas. Permitindo desta forma, avaliar o processo de aprendizagem e compreensão. A democratização da educação e da cultura por meio da tecnologia e da inovação, a promoção da leitura como um hábito saudável ou a promoção da leitura independente, são objetivos comuns do Programa de Alfabetização do Uruguai e das bibliotecas digitais do Peru e do Chile. A Odilo conseguiu fornecer mais de 1,4 milhões de conteúdos digitais, disponíveis através de um aplicativo completamente adaptado às necessidades dessas instituições, que agora chega a todos os cantos do país, sem a necessidade de uma conexão permanente à internet.

A cultura e a educação estão passando por profundas transformações devido às mudanças nos hábitos de leitura dos alunos. Em 2017, 60% dos usuários de bibliotecas digitais fizeram acesso via celular ou tablet. Em 2018, o número subiu para 90%. Mesmo assim, a maioria das iniciativas sobre digitalização de conteúdo educacional ainda pensam no celular como de uso secundário e não principal. Estamos diante de uma mudança no modelo de consumo cultural e educacional, cada vez mais voltado para o uso de tecnologias e conteúdos digitais. Passamos de uma economia de conteúdo para uma economia do conhecimento. É necessário agir imediatamente com as ferramentas exigidas pelos ambientes educacionais: Conteúdo de qualidade, aplicativos personalizados que facilitam a consulta de conteúdos e ferramentas que estimulem a leitura por meio de atividades

As bibliotecas e os centros educacionais podem ter seu próprio conteúdo sem a necessidade de investir em outra plataforma adicional. A Odilo permite usar uma única plataforma para ter os conteúdos já disponíveis ou outros próprios, unificando esforços e reduzindo custos. Além disso, graças aos consórcios -que beneficiam tanto os centros com custos estruturais comuns quanto bibliotecas com conteúdo próprio- a Odilo pode ajudar a desenvolver tanto soft quanto hard skills com conteúdo multi-formato (ebooks, audiolivros, SCORMS, revistas, vídeos e etc.). Segundo a UNESCO, ainda há no mundo aproximadamente 58 milhões de crianças entre 6 e 11 anos de idade fora da escola. Por isso, na Odilo trabalhamos todos os dias para que a educação seja realmente um bem comum, fortalecendo e facilitando os pilares da aprendizagem: Leitura e compreensão.

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UMA REVOLUÇÃO NA MANEIRA DE EXAMINAR ESTUDANTES E CANDIDATOS O desenvolvimento de testes adaptativos para a avaliação da aprendizagem é uma parte importante do compromisso do Inspera Assessment com a inovação educacional. Não em vão, a equipe de P&D do Inspera trabalha com conceitos de IRT e algoritmos complexos que estão mudando o paradigma dos exames. Em primeiro lugar, a tecnologia adaptativa permite oferecer soluções mais seguras. Imagine o velho teste de papel. Pode ser copiado e vendido no mercado negro, o que compromete a integridade do teste. Em um teste adaptativo, cada examinando obtém um conjunto exclusivo de exercícios que são extraídos de um banco de elementos. Isso significa que fazer trapaça se torna um problema do passado. Em segundo lugar, os testes adaptativos oferecem uma experiência mais agradável para os examinandos. Ao em vez de apresentar testes lineares e clássicos, um teste adaptativo estima constantemente o nível de habilidade nas perguntas já respondidas, e extrai do banco de elementos uma próxima

pergunta apropriada para cada um. Como candidato, você está respondendo perguntas de acordo com o seu nível, o que facilita manter a motivação e a concentração. Além disso, como estamos usando apenas questões que sabemos serem relevantes para medir competências e habilidades, os testes podem ser mais curtos, economizando tempo e energia. Finalmente, deve-se notar que os modelos estatísticos que estão por trás dos testes adaptativos permitem obter uma estimativa empírica da capacidade do candidato. De uma maneira simples, a tecnologia adaptativa é baseada em um conjunto de modelos chamado Teoria da Resposta ao Ítem (TRI). Ao contrário da teoria clássica dos testes, ela permite avaliar vários fatores-chave de cada pergunta (dificuldade, capacidade, discriminação de candidatos de acordo com o nível de conhecimento). A tecnologia adaptativa também nos permite representar graficamente uma curva que coloca os examinandos de acordo com o seu desempenho. Na prática, tudo isto nos permite obter um melhor processo de avaliação que serve de grande ajuda a professores, instituições de educação e qualificadoras.

inspera.com WWW.VIRTUALEDUCA.ORG

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AGENDA ENCONTROS E FÓRUNS VIRTUAL EDUCA VIRTUAL EDUCA ORGANIZA XX ENCUENTRO INTERNACIONAL VIRTUAL EDUCA ARGENTINA 2018 10 a 14 de setembro, Centro de Convenções, Buenos Aires [Argentina] Organizado por: Ministério da Educação da Nação, Ministério da Educação da Cidade de Buenos Aires, Escritório da OEI e Virtual Educa Cono Sur virtualeduca.org/argentina2018

IX FORO MULTILATERAL DE INNOVACIÓN EN EDUCACIÓN: LA AGENDA 2030 [por invitación] 10 a 14 de setembro, Centro de Convenções, Buenos Aires [Argentina] Organizado por: Secretaria Geral do Virtual Educa virtualeduca.org/foros/multilateral

IV ENCUENTRO VIRTUAL EDUCA ANDINA ‘La innovación en Educación: infraestructura tecnológica, conectividad, cobertura y calidad’ 07 a 09 de novembro, Centro de Convenções, Sheraton Hotel, Lima [Peru] Organizado por: Fundación Virtual Educa Andina (FVEA) virtualeducaandina.org

VIRTUAL EDUCA COLABORA XXV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN A DISTANCIA 03 a 06 de dezembro, Feira Internacional do Livro (FIL), Guadalajara, Jalisco [México] Organizado por: Universidad de Guadalajara (Sistema de la Universidad Virtual) www.udgvirtual.udg.mx/encuentro

www.virtualeduca.org/encuentros 78

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