Construção Ambiente Turismo
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Razões para optimismo Reasons to optimism
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Editorial
A quem interessa falar em ‘bolha imobiliária’? In whose interest is it to talk about property bubbles?
Joaquim Pereira de Almeida Director Director
Nunca tinha estado tão entusiasmado como neste momento. O último ano e, em particular, os últimos meses têm sido frenéticos para o Imobiliário – nacional e internacional. Há poucas semanas estivemos em Munique, na EXPO REAL, que foi um sucesso estrondoso. Depois seguiu-se o SIL, em Lisboa, que esteve como nunca, numa demonstração de vitalidade e dinamismo como nunca tínhamos visto em 20 anos desta feira. Nos dois últimos dias do certame, que coincidiram com um sábado e um domingo, vimos mesmo um ‘fenómeno’ novo para nós. Filas, de centenas de metros, de pessoas à procura de bilhete para entrar. Parecia a entrada de um estádio de futebol em dia de jogo grande. Isto é evidentemente um sinal muito positivo. E vem mesmo a propósito da oportunidade para falar de uma outra questão: A quem interessa falar e invocar uma pretensa ‘bolha imobiliária’? Não há bolha e estou mesmo convencido que ainda há espaço para que os preços se valorizem mais. Hoje o imobiliário português é muito, mas muito mais maduro do que há dez anos. As pessoas têm os pés mais assentes no chão.
I’ve never been so enthusiastic as now. The past year has been, particularly the recent months, frenetic for national and international real estate. A few weeks ago we were in Munich, at EXPO REAL, which was runaway success. Then followed SIL in Lisbon, which was, like never before, a lesson in vitality and dynamism the likes of which we haven’t seen at this fair for 20 years. At the last two days of the fair, which coincided with a Saturday and Sunday, we experienced what was a phenomena for us. Queues of people hundreds of metres long for entry tickets. It was more like the turn-styles of a football stadium on a big match day. This is evidently a very positive sign. And this brings me on to to mention another question: In whose interest is it to conjure up the phantom of a ‘property bubble?’ There is no bubble and I am actually convinced that there is still room for prices to rise more. Today Portuguese real estate is much more, but really so much more mature than it was ten years ago. People have their feet more firmly planted on the ground.
Summary
Yin Yang/istockphoto
Índice Ficha técnica
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Grande Tema Lead Story
2017/2018 Portugal a todo o gás Portugal in top gear
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Metro Quadrado
Square Meter Opinião Opinion Aguirre Newman
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Vilamoura World
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Residencial de luxo Luxury Residential Housing
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SIL 2017 Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme
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Periocidade Bimestral
Opinião Opinion Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Advogados
Tiragem 3.000 exemplares
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Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta
Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível na página de internet www. magazineimobiliario.com
Opinião Opinion Millenium bcp
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Atelier
Mário Sua Kay
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Ventos do Norte
North winds Investimento no Porto Investment in Porto
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Opinião Opinion Elisabete Soares
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Do Mundo
International Expo Real 2017
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Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom
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Personalidades do Ano 2017 Personalities of the Year 2017
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Capa 4 26 NOV/DEZ 2017
De olhos postos em 2018
Portugal a todo o gรกs
All eyes on 2018
Portugal in top gear
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A Comissão Europeia divulgou o relatório da 6.ª missão de vigilância pósprograma de ajustamento que veio confirmar o crescimento económico de Portugal, superando até as projecções da própria entidade. A aceleração das exportações, onde se destaca o turismo, e do investimento, onde o imobiliário teve um papel preponderante, foram e são determinantes para o bom momento que o País atravessa. The European Commission has released the 6th Post Programme Adjustment Surveillance Report which has confirmed Portugal’s economic growth, even going beyond the projections of the actual body itself. The uptick in exports, where tourism stands out, and in investment, where real estate played a major part, were and are decisive for the good times that the country is enjoying.
Texto Text: Carla Celestino
O ‘Boletim Económico’, referente ao mês de Outubro de 2017, do Banco de Portugal (BdP), dá conta que em 2017 existiu uma recuperação da economia portuguesa, a qual deverá ser corroborada no término do ano. Assim, tudo aponta para que o produto interno bruto (PIB) passe dos 1,5% registados em 2016 para 2,5% em 2017. Aliás, espera-se que o crescimento do PIB venha a superar em 0,3 pontos percentuais o crescimento da economia da zona Euro, isto é, “interrompendo a tendência de divergência real registada desde 2000”, como refere o BdP. Para estas percentagens muito contribui o crescimento nas exportações de bens e serviços - que passaram de 4,1% em 2016 para 7,1% em 2017 -, e onde claramente se destacam as exportações de turismo que, segundo o BdP, em 2017 deverão ser 77% superiores ao nível registado em 2008. Há também a distinguir a formação bruta de capital fixo que de apenas 1,6% em 2016 atingiu os 8,0% este ano, e onde as vertentes pública e habitação tiveram um enorme peso. Acresce ainda a manutenção de um forte crescimento da formação bruta de capital fixo empresarial em aproximadamente 7%, o qual é transversal às várias componentes e onde se inclui a construção. A recente reavaliação positiva do rating da economia portuguesa por parte das principais agências será também determinante para captar novos investimentos para Portugal. O País está, pois, a viver um momento económico,
financeiro e monetário muito favorável mas o desafio de promover o aumento da produtividade, a médio e longo prazo, continua no horizonte nacional.
Volume de investimento histórico Apesar do montante investido no imobiliário português este ano ter sido “ligeiramente superior” ao de 2016, a realidade é que, segundo o ‘Marketbeat Julho 2017’, protagonizado pela Cushman & Wakefield, é um valor “acima da média da última década”. Mais, na altura em que este estudo foi apresentado, encontravam-se em curso operações que ultrapassavam os 3.500 milhões de euros, das quais cerca de 1.500 milhões de euros deverão concretizar-se até ao final do ano. Este quadro levou Andreia Almeida, do departamento de Research & Consultoria da Cushman & Wakefield, a afirmar que 2017 será o ano “com maior volume de investimento na história do mercado imobiliário em Portugal”. A análise realizada pelo departamento de Research da CBRE confirma também estas perspectivas ao referir que o investimento alcançado nos primeiros seis meses do ano e os activos que estão e deverão entrar no mercado elevam as expectativas de fecho de 2017 para valores superiores a dois mil milhões de euros, ou seja, 50% acima do ano passado e um valor idêntico ao recorde atingido há dois anos. Algumas das operações mais relevantes do ano
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2017 será o ano com maior volume de investimento na história do mercado imobiliário em Portugal. 2017 will be the year with the greatest turnover of investment in the history of the real estate market in Portugal.
Ano da retoma da construção
foi a venda por parte da Blackstone da empresa Logicor à China Investment Corporation, que compreendeu 16 propriedades em Portugal; a venda do Forum Viseu e do Forum Coimbra ao REIT Sul-africano Lodestone; a alienação do Vila do Conde Nassica Outlet à Via Outlets, também integrada num portefólio europeu; ou a venda de um grande portefólio imobiliário da companhia de seguros Tranquilidade, constituído por activos de rendimento comercial e imóveis para reabilitação ou conversão. Mau grado, no mercado de escritórios a escassez de espaços de qualidade disponíveis vai continuar a ser um problema, pelo menos nos próximos dois anos. Para 2017 estão apenas previstos 10.800 m2 e para 2018 chega somente aos 11.000 m2, incluindo já a Torre de Lisboa (Fontes Pereira de Melo 41) e no Espaço 7 Rios. Entre os principais negócios de mudanças de escritórios e, aliás, motivo para 62% dos negócios verificados no semestre, a ressalva vai para a sociedade de advogados Uría Menéndez Proença de Carvalho (5.300 m2), Bankinter (3.100 m2) e sociedade Abreu Advogados (com 5.100 m2). Já nos centros comerciais, até ao final do ano está prevista a inauguração do Mar Shopping Algarve, Designer Outlet Algarve e Évora Shopping, perfazendo um total de 94.100 m2. 2017 continuou com a tendência da crescente abertura de novas
lojas, em Lisboa e Porto, sobretudo ligadas ao sector de alimentação e bebidas e alavancadas no sector turístico. O estudo da CBRE constata que em termos de investimento, mas em imóveis para promoção, continua a verificar-se a transacção de diversos edifícios para reabilitação, principalmente em Lisboa e no Porto, destinados aos mercados residencial e turístico. Mas faz a ressalva para o facto de, no primeiro semestre do ano, se terem verificado as primeiras transacções de terrenos de grande dimensão para construção de projectos de raiz. Neste âmbito há a destacar, em Lisboa, a aquisição do Lote 1.10 no Parque das Nações com 40.000 m2 de área bruta de construção para desenvolvimento de uma unidade hoteleira e de um edifício de escritórios, e de um outro terreno, também com 40.000 m2, para uso residencial em Campolide; e no Porto, a aquisição pelo fundo de investimento saudita MEFIC Capital em conjunto com a gestora inglesa de activos imobiliários Round Hill Capital de um terreno com potencial construtivo de 78.000 m2 que prevê um projecto de uso misto incluindo habitação, alojamento para estudantes, hotel, escritórios e espaços comerciais. Mas a CBRE avança ainda que na Invicta são esperados outros investimentos em terrenos de grande dimensão até ao final do ano.
“2017 foi um ano positivo para a economia portuguesa e para o sector da construção”, afirma o presidente da AECOPS, para o qual o ano em curso foi de “recuperação para a construção, com sinais de forte dinamismo da actividade, quer no segmento dos edifícios, quer no das obras de engenharia civil”. Segundo as suas previsões, a produção do sector deverá crescer perto dos 3%, consubstanciando a evolução mais positiva dos últimos 16 anos. Destaca também que o emprego do sector está a evoluir de forma positiva (8% até Junho) e todos os restantes indicadores associados à actividade recuperaram de forma significativa ao longo de 2017, desde o licenciamento nas obras particulares até aos dados relativos aos concursos de empreitadas de obras públicas, confirmando a evolução positiva da construção, que responde por mais de 6,5% do emprego total da economia, 50% do investimento total e por cerca de 3,5% do PIB nacional. No corrente ano mantiveram-se, no entanto, alguns dos condicionalismos que afectam negativamente a actividade das empresas de construção. Entre os factores de forte restrição ao desempenho das empresas em 2017, Ricardo Pedrosa Gomes salienta “as dificuldades de financiamento junto do sistema bancário, os preços anormalmente baixos nos concursos de empreitadas de obras públicas, a escassez de mão-de-obra especializada e o agravamento da fiscalidade sobre o imobiliário, de que é exemplo o Adicional ao IMI”. Destaca também o baixo nível do investimento público que, na sua opinião, “não só dificulta a recuperação económica, como é um factor extremamente negativo para a actividade da construção. E aponta ainda, em termos da economia nacional, “o elevado nível da dívida portuguesa, nomeadamente
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Portugal teve um ano muito bom em termos turísticos em 2016, mas, em 2017, está a ter um ano ainda melhor. Portugal enjoyed a very good year in tourism terms in 2016, but, in 2017, it was having an even better year.
da sua componente pública, que se mantém como factor dissuasor de potenciais investimentos, bem como a forte instabilidade do sistema bancário português”. Paralelamente, outras vozes associativas defendem que as obras estruturantes, como a reabilitação urbana, aeroportos, plataformas e ferrovia, têm de ser calendarizadas por parte do actual Executivo, de forma a promover os grandes projectos públicos de investimento e a imprimir um novo e maior dinamismo no sector da construção. A confirmarem-se, ou não, estes projectos de maior vulto, a realidade é que, para 2018, esperam-se novos crescimentos da economia portuguesa e, em particular do sector da construção. “Para 2018, e sem contar com eventuais medidas do Orçamento de Estado para o próximo ano, as perspectivas de evolução da construção são favoráveis. Os indicadores da procura dirigida a produtos da construção mantêm-se positivos e as condições de mercado, nomeadamente do imobiliário, permanecem favoráveis”, defende o presidente da AECOPS. Deste modo, antecipa-se para 2018 uma evolução da produção do sector da construção superior aos +3% esperados para 2017. Refira-se ainda que a hotelaria é uma das áreas que mais mexe com o sector da construção versus reabilitação, uma vez que, conforme a Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) anunciou, em
2017 são esperados 41 novos hotéis e até 2018 vão abrir mais 42 novas unidades hoteleiras.
Turismo aumenta em todo o País Numa altura em que o OE2018 é entregue na Assembleia da República, a Confederação do Turismo Português (CTP) veio a público, a propósito deste documento, “saudar, no que diz respeito ao Turismo, a constituição de um fundo junto do Turismo de Portugal para apoio a acções, iniciativas e projectos que contribuam para o reforço do posicionamento do País enquanto destino turístico, para a coesão do território, para a redução da sazonalidade e para a sustentabilidade no turismo”. Aplaudindo também “os incentivos para a redução do elevado nível de endividamento das empresas e para a melhoria de condições ao investimento”. Já do lado negativo aponta o aumento dos impostos indirectos que, para a CTP, vai “reflectir-se na procura, levando a uma retracção no consumo, e a ausência de mais medidas estruturais que visem a diminuição da despesa pública, condição essencial para uma verdadeira reforma do Estado”. O OE2018 prevê também a transferência de uma verba até 11 milhões de euros do Turismo de Portugal para a AICEP promover Portugal a nível internacional e a transferência de 16,4 milhões de euros a título do IVA destinada às entidades regionais de turismo.
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O ano em curso foi de recuperação para a construção, com sinais de forte dinamismo da actividade, quer no segmento dos edifícios, quer no das obras de engenharia civil. 2017 has been one of recovery for construction, with signs of strong and dynamic activity, both in the buildings segment and civil engineering works.
Não obstante o que 2018 reservará ao turismo, a realidade é que, entre os aspectos que marcaram pela positiva 2017, está, nas palavras de Luís Menezes Leitão, o “crescimento do turismo, que permitiu um grande desenvolvimento do sector, quer nas vendas, quer no alojamento local”. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), durante os primeiros oito meses de 2017, Portugal recebeu cerca de 14 milhões de hóspedes e houve 39,9 milhões registos de dormidas, com o turismo a gerar 2,3 mil milhões de euros de receitas. Só no mês de Agosto, o INE avançou que 2,4 milhões de hóspedes visitaram o País, tendo-se registado 7,8 milhões de dormidas, ou seja, comparativamente ao mesmo período de 2016, existiu um acréscimo de mais 107 mil turistas e mais 240 mil dormidas. Mas estes números não são propriamente uma novidade, uma vez que Agosto é con-
siderado época alta; ainda assim, as informações apontam igualmente para um crescimento ainda mais forte na designada época baixa. Paralelamente existiu também um crescimento notável ao nível de hóspedes e dormidas em todas as regiões do País, com maior enfase nos Açores (+15,8%), Alentejo (+6,4%) e zona Centro (+6,2%); e ainda uma consolidação da diversificação dos mercados norte-americano (+43,6%), sueco (+30,6%) e brasileiro (30,1%). Os dados avançados pelo INE levaram o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, a afirmar que “Portugal teve um ano muito bom em termos turísticos em 2016, mas, em 2017, está a ter um ano ainda melhor”. The ‘Economic Bulletin’ for October 2017 from the Bank of Portugal (BdP), states that there was a recovery in the Portuguese economy in
2017 which should be corroborated by the end of the year. Therefore, everything points to Portugal’s GDP going from 1.5% recorded in 2016 to 2.5% in 2017. Furthermore, it is expected that the growth in GDP will exceed the growth of the Eurozone economy by 0.3 percentage points, meaning “halting the actual divergence trend registered since 2000” states the BdP. The export of goods and services have contributed a lot to these percentages - which went from 4.1% in 2016 to 7.1% in 2017 -, and where tourism exports stand out. According to the BdP these should be 77% in 2017. The accumulation of fixed capital has also to be highlighted, which at 1.6% in 2016 achieved 8.0% this year, and where public aspects and housing had a huge impact. To this is added the maintenance of a strong growth in the gross accumulation of fixed business capital by around 7%, which runs across the board including construction. The recent positive evaluation of the Portuguese economy by the main ratings agencies will also be decisive in attracting new investment to Portugal. The country is indeed going through a very favourable economic, financial and monetary period but the challenge of promoting an increase in productivity in the medium and long terms continues on the national horizon.
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Historic turnover in investment Despite the amount invested in property in Portuguese real estate this year being “slightly more” than in 2016, the reality is that according to ‘Marketbeat July 2017’, produced by Cushman & Wakefield, it is an amount “above average for the last decade”. Furthermore, at the time when the study was presented, operations were underway that exceeded 3.5 billion euro, of which around 1.5 billion euro should materialise by the end of the year. This scenario has led Andreia Almeida, from Cushman & Wakefield’s Department of Research and Consultancy to state that 2017 will be the year “with the greatest turnover of investment in the history of the real estate market in Portugal”. The analysis undertaken by CBRE’s Department of Research also confirms these perspectives stating that the investment achieved in the first six months of the year and the assets that are and should come onto the market are raising expectations of closing 2017 with amounts over 2 billion euro, in other words 50% up on last year. Some of the more relevant operations of the year was the sale by Blackstone of Logicor to China Investment Corporation, which comprises 16 properties in Portugal; the sale of Forum Viseu and Forum Coimbra shopping centres to the South African real estate investment trust (REIT) Lodestone; the sale of Vila do Conde Nassica Outlet to Via Outlets, also integrated in a European property portfolio: or the sale of the large property portfolio belonging to the insurance company Tranquilidade, made up of commercial rental assets and properties for rehabilitation or conversion. Unfortunately, in the offices market, the scarcity of available quality spaces will continue to be a problem, at least for the next two years. For 2017 there are forecast just 10.800 m2 and for 2018 only 11,000 m2, including the Torre de Lisboa (Fontes Pereira de Melo 41) and in Espaço 7 Rios. Among the main business transactions is office space change, especially law firms, and the reason for 62% of business seen for the half year. Particular examples include the law firm Uría Menéndez Proença de Carvalho (5,300 m2), the bank Bankinter (3,300 m2) and the law firm Abreu Advogados (5,100 m2). As to shopping centres, the opening of Mar Shopping in the Algarve is slated by the end of the year and Designer Outlet Algarve and Évora Shopping, making a total of 94,100m2. 2017 continued with the trend for the opening of a growing number of new shops in Lisbon and Porto, particularly linked to the food and beverages sector and boosted by the tourism sector. The CBRE study states that in terms of invest-
ment, but in property for development, the transaction of various buildings for refurbishment continues to be seen, mainly in Lisbon and Porto, destined for the residential and tourism markets. But stresses that in the first half of the year, the first transactions of large plots of land were seen for new building projects. In this scope various transactions stand out. In Lisbon the purchase of Plot 1.10 at Parque das Nações with a 40,000m2 ABL for the development of a hotel unit and an office building, and another plot, also 40,000m2 for residential use in Campolide; and in Porto, the purchase by the Saudi investment fund MEFIC Capital with the British property asset management company Round Hill Capital of a plot with a building potential of 78,000m2 which foresees a mixed-use project including housing, student accommodation, a hotel, offices and commercial spaces. But CBRE also reveals that Porto is expecting other investments in large-scale plots of land by the end of the year.
The year of construction’s recovery “2017 was a positive year for the Portuguese economy and for the construction sector”, said the President of AECOPS - the Portuguese Association for Construction, Public Works and Services, and 2017 has been one of “recovery for construction, with signs of strong and dynamic activity, both in the buildings segment and civil
O crescimento do turismo permitiu um grande desenvolvimento do sector, quer nas vendas, quer no alojamento local. The growth in tourism enabled great development of the sector, both on sales and local accommodation. engineering works”. According to Ricardo Pedrosa Gomes forecasts, sector production should grow at around 3%, consolidating the more positive development of the past 16 years. AECOPS’s Ricardo Pedrosa Gomes also points to sector employment which is evolving in a more positive way (8% to June) and all the other indicators associated with this activity have recovered significantly throughout 2017, from planning permission for private projects to the data regarding competitive tendering for public construction projects which correspond to more than 6.5% of total employment for the economy, 50% of total investment and
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by around 3.5% of national GDP. In the current year some constraints remain, however, which are negatively impacting on construction companies. Among factors strongly restricting the performance of companies in 2017, Ricardo Pedrosa Gomes highlights “difficulties getting financing from the banking system, the unusually low prices in competitions for public works projects, the lack of specialised manpower and the increased taxation on real estate, a example being the IMI Surcharge tax (AIMI). He also points to the low level of public investment which, in his opinion, “not only makes economic recovery difficult, but is an extremely negative factor for construction activity. And in national economic terms he also points to the “high level of Portuguese debt, namely public debt, which remains an off-putting factor for potential investments, as well as the strong instability of the Portuguese banking sector”. At the same time, other association voices argue that structural works, like urban rehabilitation, airports, platforms and railways have to be timetabled by the current Government to develop large public investment projects and imprint a new and greater dynamism in the construction sector.
Whether these big ticket projects will go ahead or not, the reality is that for 2018 new growth in the Portuguese economy is expected and, in particular the construction sector. “For 2018, and not counting eventual measures from the State Budget for the coming year, the perspectives for the construction industry’s development are positive. The indicators for demand aimed at construction products remain positive and the market conditions, namely real estate, remain favourable”, argues the President of AECOPS. Therefore, the construction sector is expected to develop by +3% in 2017. It should be noted too that the hotel sector is one of the areas that has most to do with the construction sector versus rehabilitation, since as the Portuguese Hotel Association (Associação de Hotelaria de Portugal - AHP) has announced, in 2017 41 new hotels are expected and by 2018 42 new hotel units will open.”
Tourism increases all over the country At a time in which the State Budget (OE2018) is delivered to the Portuguese parliament (Assembleia da República), the Confederation of Portuguese Tourism (CTP) went public regarding this
document “congratulating” its parts referring to Tourism and the setting up of a fund with the Portuguese tourist board Turismo de Portugal for supporting activites, campaigns and projects that contribute to reinforcing the country’s position as a tourist destination, for the cohesion of the territory, the reduction of the seasonal nature of the industry and the sustainability of tourism”. It also applauded “the incentives for reducing the high level of indebtedness of companies and for improving investment conditions”. On the negative side it points to the increase in indirect taxes which, for the CTP, will be reflected in demand, leading to a retraction in consumption, and the lack of more structural measures aimed at slashing public spending, an essential condition for truly reforming the State”. The OE2018 also foresees the transfer of a sum up to 11 million euros from Turismo de Portugal to Portugal’s foreign trade association AICEP to promote Portugal internationally and the transfer of 16.4 million euro in VAT destined for regional tourism entities. Irrespective of what 2018 holds out for tourism, the reality is that among the aspects that have marked 2017 positively, is, in the words of Luís Menezes Leitão, the “growth in tourism, which enabled great development of the sector, both on sales and local accommodation. According to the INE (National Statistics Institute), during the first eight months of 2017, Portugal received around 14 million visitors and there were 39.9 million hotel bookings, with tourism generating 2.3 billion euro in revenues. In the month of August alone, the INE announced that 2.4 million visitors visited Portugal, having recorded 7.8 million room bookings, in other words, compared to the same period in 2016, there was an increase of over 107,000 tourists and more than 240,000 room bookings. But these numbers are not actually anything new, since that August is considered high season; even so, information points equally to even stronger growth than usual for the low season. At the same time there was also a notable growth in the level of visitors and bed occupancies in all regions of Portugal, with greater emphasis on the Azores ((+15,8%), Alentejo (+6,4%) and the Central zone (+6,2%); and also a consolidation in the diversification of markets: North America (+43,6%), Sweden (+30,6%) and Brazil (30,1%). Data advanced by the INE led the Minister of the Economy, Manuel Caldeira Cabral to state that “Portugal enjoyed a very good year in tourism terms in 2016, but, in 2017, it was having an even better year”.
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Opinião Paulo Silva
2017: Balanço Perspectivado 2017: An forecast assessment Paulo Silva Managing Director Aguirre Newman
O balanço de qualquer evento antes da sua conclusão é uma tarefa que se pode revelar ingrata, sobretudo quando não estamos na presença de perspectivas que apontam para um resultado inequívoco, mas sim de probabilidades na vizinhança dos 50% das mesmas se poderem vir a concretizar, ou não. Dito isto, a pouco mais de dois meses do final de 2017, o balanço possível deste ano aponta para as seguintes conclusões a destacar: a nível do registo de Investimento Imobiliário, irá posicionar 2017 entre os três melhores anos de sempre em Portugal; o segmento residencial, sobretudo numa perspectiva de reabilitação, continuou a merecer a preferência das intenções de investimento dos promotores imobiliários, condicionando assim o desenvolvimento de outros sectores; a alienação de projectos de promoção imobiliária com determinada envergadura, cuja disponibilidade no mercado irá acontecer após 2019; e, ao despertar de novos produtos que se irão desenvolver de uma forma sustentada e estruturada. O investimento imobiliário em Portugal mantém-se em alta, continuando os investidores estrangeiros a serem os principais originários do mesmo. A exemplo dos últimos anos deverão ser responsáveis por mais de 80% do seu volume, que pela primeira vez na sua história, a concretizar-se a venda de um portfólio de três centros comerciais, poderá situar-se na vizinhança, muito próxima, de 3b€s. Importa sublinhar a alteração do perfil desses investidores, que se apresentam menos oportunísticos e mais de ‘value added’ (valor acrescentado), num contexto em que os que têm um perfil ‘core’ encontram uma extrema dificuldade em
identificar produtos com as características requeridas (localização, horizonte temporal, qualidade do activo e do arrendatário, volume da operação) para a concretização das suas intenções de investimento pela falta de actividade de promoção imobiliária nos últimos anos. O segmento residencial tem vindo ao longo dos últimos anos a desempenhar o papel de ‘estrela da companhia’. Num mercado pequeno como o nosso, com uma abordagem relativamente cuidadosa à gestão de risco, a oferta de habitação, que se tem vindo a circunscrever sobretudo a reabilitação nas localizações mais centrais, tem-se revelado insuficiente para as intenções de compra de produto final, como revelam as vendas em projecto e/ou os níveis de preços que têm vindo a ser alcançados. Estes níveis de preços, ‘normalmente’ superiores a 5.000 €/m2 nas referidas localizações centrais, associados aos ritmos de vendas e brevidade com que as mesmas são alcançadas, apontam para retornos com que nenhum outro segmento do mercado imobiliário consegue competir, inibindo nessa medida a oferta de novos produtos por outros segmentos do mercado imobiliário, como, numa perspectiva histórica, os escritórios e hotelaria. Em paralelo regista-se o desvio de edifícios de escritórios, que nos últimos 2/3 anos ultrapassou os 70.000 m2. Havendo escassez do perfil de activos de reabilitação, que têm vindo a constituir a base de lançamento da habitação, em associação à procura de produtos finais, é de sublinhar a venda de projectos de promoção imobiliária propriamente dita, com dimensões superiores a 40.000 m2, e cuja disponibilidade se registará a partir de fins de 2019/2020.
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Por último, importa sublinhar a consistência com que estão a entrar no mercado, de uma forma consistente, produtos como residências para estudantes e residências seniores, pelas mãos de quem tem um forte conhecimento e experiência no desenvolvimento deste tipo de produtos, assentes em ambiciosos objectivos de crescimento e já deram mostrar de não estar num simples plano de intenções. Em conclusão, estamos a poucos dias de encerrar um ano que deixará muitas memórias e boas nos operadores do mercado imobiliário, pelo que nele se concluir e pelas perspectivas que deixa para 2018, igualmente muito boas. An assessment of any event before it ends is a task that can seem a thankless one, particularly when we’re not seeing perspectives pointing to
an unequivocal result, but rather the probabilities of them coming to fruition, or not, standing at around 50% of the same. That said, with a little over two months to go until the end of 2017, the possible balance for this year points to the following conclusions that stand out: the level of recorded Real Estate Investment will place 2017 amongst one of the three best years ever in Portugal; the residential segment, particularly within a perspective of urban rehabilitation, continued to merit the investment intentions and preferences of real estate developers, thereby affecting the development of other sectors; the dispensing of the need of real estate development projects of specific scales, whose availability in the market will take place after 2019; and the revival of new products which will be developed in a
Opinião Mercado Residencial - Valores pedidos por zona (€/m2) Residential market - Asking prices per zone (€/m2) 10 000
9 300 8 000
8 000
5 700
6 000 5 500 4 000
6 000
5 300 5 500
4 500
2 000 Baixa Chiado
sustained and structured way. Real estate investment in Portugal remains high with foreign investors continuing to be the main source of the same. The example of recent years is likely to be responsible for over 80% of its turnover, which for the first time in its history was achieved by the sale of a portfolio of three shopping centres, and may well be in the region of 3Bn Euro. It is important to stress the change in profile of these investors, which are less opportunistic and more ‘value added’ within a context whereby those that have a ‘core’ profile find it extremely hard to pinpoint products with the required characteristics (location, time horizon, quality of asset and leaser, operation volume) to achieve their investment intentions because of the lack of real estate development activity in recent years. The residential segment has developed the role of ‘company star’ over the past few years. In a small market like ours, with a relatively cautious approach to risk management, the housing supply, which has mostly been restricted to rehabilitation in more central locations, has proved insufficient to meet intentions to buy final product, as project sales and/or the levels of prices that have been achieved have revealed. These levels of prices, ‘normally’ above 5,000 euro per m2 in the same central locations, associated to the rhythm of sales and the short
Avenidas Novas
Graça / Castelo
time in which they are achieved, point to returns that no other segment of the real estate market can match, inhibiting by this measure the supply of new products for other segments of the real estate market, like, within a historic perspective, offices and the hotel segment. At the same time the diversion of office buildings, which in the past two years exceeded 70,000 m2. With a lack of properties with the profile of rehabilitation assets, which has come to form the launch pad for housing, together with a demand for final products, the sale of property development projects must be stressed, with dimensions exceeding 40,000m2, availability of which will be recorded from the end of 2019/2020. Last, it is important to underscore the consistency with which they are penetrating the market with products such as residences for students and the elderly, via those who have a strong knowledge and experience in developing these kinds of projects, based on ambitious goals for growth and have shown themselves to not merely be part of a simple plan of intentions. To conclude, we’re days away from closing a year that will leave many and good memories for real estate market operators, from which it can be concluded that the prospects for 2018 will be equally as good.
São Paulo / Santos
O investimento Imobiliário irá posicionar 2017 entre os três melhores anos de sempre em Portugal. The level of recorded Real Estate Investment will place 2017 amongst one of the three best years ever in Portugal.
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Investimento total (´000€) Total investment 3500 Cenário Optimista
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Optimistic outlook
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outlook 3T Investimento 3T Investment
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Vilamoura World convida investidores Vilamoura World invites investors and developers
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Um elevado nível de profissionalismo e planeamento continuam a marcar a actividade de Vilamoura World. A high level of professionalism in the activities of Vilamoura World.
Em setembro, os seus responsáveis promoveram um evento reservado para alguns dos mais influentes investidores em Vilamoura, que foram conhecer ‘por dentro’ o amplo programa de trabalho de Vilamoura World, bem como o real potencial da região. Foram dois dias de intenso trabalho, mas também de convívio, proporcionando excelentes oportunidades de networking que permitiram aos convidados a oportunidade de interagir com os responsáveis por Vilamoura e com arquitectos dos projectos, bem como de visitar os seus locais de implantação e alguns outros locais ‘estratégicos’ para o desenvolvimento daquele grande resort de referência mundial. A grande novidade do encontro terá sido o facto dos promotores, pela primeira vez, e com detalhe, terem divulgado os 13 projectos que integram o Master Plan e que incluem habitação, lazer, turismo e retalho. Serão mais de 570 mil metros quadrados de área bruta de construção, distribuídos por quatro mil unida-
des habitacionais, 25 mil metros quadrados de retalho e cinco hotéis. Do Master Plan revelado sete têm projectos aprovados e seis estão com projectos em desenvolvimento. Vamos fixar-nos agora, sobretudo, nos projectos absolutamente aprovados e dos quais dois – Uptown e Central – vão iniciar obra em 2018. Foram os ‘reis’ da apresentação. Desde logo, Uptown, ‘a nova centralidade de Vilamoura’ que terá 41 mil metros quadrados de construção e que é um misto de residencial, turístico e retalho. O projecto é absolutamente original, sobretudo se pensarmos que vai ser desenvolvido no Algarve e numa região tão mediática. O atelier de arquitectura do francês Jacques Ferrier – que apresentou o seu programa no local – concebeu aquilo que poderíamos chamar uma pequena vila, com uma densidade muito pequena e de um bom gosto inexcedíveis. A primeira parte a avançar será a área residencial, seguindo-se depois das outras que refe-
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rimos. Os investidores estiveram no local e, de facto, mal perceberam onde estavam, tão tranquilo e sustentável é. Percebe-se, desde logo, um enorme respeito pelo ambiente, ele dá, aliás para a zona mais protegida ecologicamente de Vilamoura. Foram muitas as perguntas feitas e o próprio arquitecto não parou nos esclarecimentos que lhe foram solicitados. Uptown está situado ao lado do Centro Equestre e do Colégio Internacional, oferecendo vistas para o Parque Ambiental e para o Victória Golf Course. Outro produto divulgado com enfase é o ‘Central’, completamente diferente daquele que temos vindo a falar. Central situa-se no coração de Vilamoura, ao lado do Vilamoura Tennis Academy, a uma curta distância a pé da Marina e das praias. As casas têm uma implantação Este/Oeste, permitindo aos residentes usufruírem da melhor luz solar. As habitações integram um pátio privativo,
com acesso directo aos jardins comuns. Vão ser 90 unidades, com uma área de construção de 13.800 metros quadrados e a arquitectura é de Petraccone&Vodar. Se bem que os anfitriões tenham dado especial enfoque a estes dois mega-produtos, os restantes, com projecto aprovado, ficaram, logicamente, ‘debaixo de olho’ porque têm realmente um potencial enorme. São os casos do Vale (residencial), com 42.500 m2; o Fairways (Hotel, residencial e retalho) com 44.500 m2; e outros três, de natureza mais turística que são o Springs, com 15.000 m2; o Creek, com 6.500 m2 e o Zest, com 7.500 m2. Apesar do empenho de Vilamoura World em ‘mostrar’ tudo, a verdade, é que se falou muito, entre os convidados/investidores de um outro projecto que está em desenvolvimento e que merece a atenção de muita gente. O Lakes, mais perto do mar, e que terá, ‘apenas’, 320 mil metros quadrados de construção. E, com tudo isto, é claro, Vilamoura está de volta.
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In September, Vilamoura World’s senior management organised an exclusive event for some of the most influential investors in Vilamoura. The event provided an “insiders view” of Vilamoura World’s diverse work programme and the exciting opportunity that it offers. The event took place over two days and provided excellent networking opportunities that allowed invitees to interact with those responsible for Vilamoura and several architects. Vilamoura World highlighted the 13 projects that make up its Master Plan and divulged in detail the blend of residential, leisure, tourism and retail uses. The Vilamoura World Master Plan includes over 570,000 square metres of Gross Construction Area (GCA) which comprises of more than four thousand housing units, 25 thousand square metres of retail and five hotels. Within the Master Plan, seven projects have full approval, and six are in project development. During the event, Vilamoura focused on two flagship projects which
will be developed in 2018 – Uptown and Central. Uptown, located in the northern part of Vilamoura, has been thought of as a new community. Uptown will feature, 41,000 square metres of construction area and have a “mixed” usage which includes retail, hotel, touristic and residential. The project represents a new way of living in the Algarve, characterised by nature, silence and views. Ideal for families. Stephane Vigoureux from the French “Jacques Ferrier Agency” presented the programme, a village of low density and incredibly good taste. At first, the residential area will commence and then be followed by the elements as mentioned above. The investors and developers who visited were impressed with the peace and sustainability of the area, which ensures a high respect for the environment and overlooks the most ecologically protected area of Vilamoura. The architect himself was more than ready and willing to answer any questions on the project.
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Another product unveiled and highlighted was “Central.� This development is situated in the heart of Vilamoura, next to the Vilamoura Tennis Academy, and a short distance by foot from the Marina and beaches. The houses have an east/west insertion aspect meaning that residents can best take advantage of the sunlight. The homes include a private internal patio with direct access to communal gardens. There will be 80 housing units with a construction area of 12,500 square metres and the architect is Petraccone & Vodar. Five other projects have planning permission. Vale (residential) 42,500 m2; Fairways (hotel, residential and retail) 44,500 m2; and a further three, of a more tourist nature which are Springs 15,000 m2; Creek 6,500 m2 and Zest 7,500 m2 . In addition to the above, Vilamoura World is also working on a further larger project.
Vilamoura Lakes which is surrounded by the environmental park, Marina and within walking distance of the beach. The 320,000 m2 of construction area will further transform Vilamoura. It is clear, Vilamoura is back!
Metro Quadrado 22 26 NOV/DEZ 2017
Residencial de luxo
Portugal: ‘paraíso’ fiscal para estrangeiros Luxury Residential Housin
Portugal: A tax ‘haven’ for foreigners?
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Dos apartamentos de luxo das principais artérias das cidades de Lisboa e Porto saem pais a falar francês com os filhos ou empresários de iphone em punho a pronunciar palavras inglesas ou russas. As vantagens fiscais estão a atrair cada vez mais estrangeiros ao nosso País. Algo está, pois, a mudar no imobiliário residencial de luxo nacional. From luxury apartments in the main thoroughfares of the cities of Lisbon and Porto emerge parents speaking French with their kids or businessmen with iphones in hand speaking Russian or English. Tax sweeteners are attracting more and more foreigners to Portugal. Something then is changing in Portugal’s national luxury residential housing market.
Texto Text: Carla Celestino
Nos momentos conturbados que o mundo enfrenta, Portugal tem conseguido manter-se um lugar bonito e seguro à beira-mar plantado. Como uma frase já muito batida – está na moda. Viver, trabalhar, estudar ou investir tem ‘retorno’ garantido. Hoje já não basta apenas andar nas ruas da capital ou da Invicta para ouvir uma infindável variedade de idiomas, porque as diferentes nacionalidades habitam o segundo andar de um prédio, frequentam o colégio do bairro ou vão às compras na mesma superfície comercial que outros milhares de portugueses. Mas no que toca à compra ou aluguer de habitação de luxo tudo é mais discreto, mas também existem e cruzamo-nos com eles todos os dias. A exposição global de Lisboa e, claro, de todo o País, fez com que o perfil do investidor em imobiliário português seja, hoje, também bastante variado. Arnaldo Grossman, presidente da Consultan, confirma esta tendência, revelando que, actualmente, a sua consultora conta com “clientes vindos de locais tão diversos quanto Rússia e Brasil, França e Estados Unidos da América”. A par das nacionalidades tão divergentes, também se denota uma diversidade de perfis ao nível dos tipos de investimentos e zonas que procuram: “Sejam apartamentos pequenos para exploração do conhecido ‘short-term renting’, sejam aquisições de prédios inteiros para reabilitação, há procura para todos os segmentos do imobiliário”. Aliás, esta é uma “dinâmica de mer-
cado que há muito tempo esperávamos”, acrescenta o representante máximo da Consultan. Inscrevendo-se no segmento premium do mercado, Arnaldo Grossman recorda que “o consumidor local (português) estava muito abalado pelo difícil passado recente do País”, pelo que ainda hoje cerca de 80% dos seus clientes são estrangeiros. Faz, no entanto, a ressalva, para o facto de este cenário estar a mudar graças ao “regresso da confiança do consumidor português, pela retoma do apetite da banca pelo fomento ao consumo e pelo bom momento económico pelo qual o País passa”.
Vantagens fiscais para estrangeiros São, pois, cada vez mais os estrangeiros que procuram o nosso País para aquisição ou aluguer de residência e aqui gozarem os seus estudos ou aposentadoria. Muitos destes casos são motivados pelas condições fiscais atractivas. O melhor exemplo foi o do cantor francês Florent Pagny que afirmou, pública e categoricamente, que veio para Portugal “por verdadeiras razões fiscais”. Segundo os dados da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), em 2016, o investimento estrangeiro concretizado no nosso País ficou a dever-se em grande parte a dois programas – Golden Visa (Autorização de Residência para Actividade de Investimento) e Residentes Não Habituais (RNH), tendo promovido mais de 4,4 mil milhões de euros em investimento. Só o programa Golden Visa Portugal já
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reunião do Ecofin que decorreu no início deste ano, em Bruxelas, declarando publicamente que “as pessoas devem pagar impostos ou em Portugal ou na Suécia” e que “é inaceitável que o sistema português não cobre impostos” aos reformados. Mais recentemente a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, lembrou que Portugal “não é um caso único” nas vantagens fiscais para estrangeiros. Com efeito, existem outros países com regimes fiscais idênticos, nomeadamente Holanda, Irlanda, Espanha e Luxemburgo. Além disso, recordou que nem sempre as condições fiscais estão no topo das prioridades dos investidores e das pessoas que escolhem Portugal para residir. Numa reportagem do canal televisivo francês TF1, a secretária de Estado deu como exemplo a cantora Madonna que escolheu o nosso País, não tendo feito “uma única vez a referência às razões fiscais”.
‘Mexidas’ afectam comunidade estrangeira
arrecadou mais de 3,2 milhões de euros desde que foi incrementado no nosso País. Já o regime fiscal para os RNH em sede do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) tem como principal objectivo atrair ao nosso País “profissionais não residentes qualificados em actividades de elevado valor acrescentado ou da propriedade intelectual, industrial ou know-how, bem como beneficiários de pensões obtidas no estrangeiro”, conforme explica a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Nestes inscrevem-se arquitectos, engenheiros, artistas, auditores, médicos, professores, investigadores, entre muitos outros. Recorde-se que este regime é, no entanto, apenas atribuído a quem não tenha sido residente fiscal em Portugal nos últimos dois a cinco anos e passe a ser residente fiscal no País, ou seja, permanecer mais de 183 dias por cada ano ou, no caso de permanecer menos tempo, possuir em Portugal a sua residência fiscal habitual e manter no País o seu “centro de interesses vitais”. As vantagens do regime fiscal dos RNH traduzem-se, desde logo, na tributação, por um período de 10 anos e a uma taxa fixa de IRS (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares) de
20% sobre os rendimentos do trabalho auferidos em Portugal; bem como na inexistência de dupla tributação, no caso do rendimento de pensões e do trabalho dependente e independente auferido no estrangeiro. Os dados avançados pelo ministério das Finanças mostram que o crescimento dos estrangeiros que escolheram Portugal ao abrigo do RNH foi notório, só para se ter uma noção, em 2016, existiram 6.000 novos pedidos e mais de 10.000 RNH estavam registados. Esta realidade é comprovada pelas estatísticas de IRS, divulgadas pela AT, e que demonstram que de 52 milhões de euros em 2014 (em relação ao imposto pago em 2013), passou-se para 123 milhões de euros em 2015 (em relação ao imposto pago em 2014) e para os 166 milhões de euros em 2016 (em relação ao imposto pago em 2015). Mas os acordos para evitar a dupla tributação entre Portugal e os países de origem dos RNH faz com que os seus rendimentos não sejam tributados nem em Portugal nem nesses países, o que já provocou alguma celeuma com outros países comunitários, nomeadamente a Suécia. A ministra sueca das finanças, Magdalena Andersson, até pediu ‘contas’ a Mário Centeno numa
Nos últimos tempos tem-se falado muito sobre uma eventual mexida nos benefícios fiscais que actualmente são aplicáveis aos estrangeiros a residirem em Portugal. Muitos consideram que, a concretizarem-se, o País perderá competitividade junto desta comunidade e poderá mesmo afectar, pela negativa, o mercado residencial. Entre as grandes questões que se colocam, neste momento, está, a título de exemplo, a aplicação da taxa mínima de IRS aos reformados estrangeiros ou o Adicional ao IMI. Tal leva a questionar sobre até que ponto estas questões fiscais poderão fazer os investidores estrangeiros pensar duas vezes antes de procurar o nosso imobiliário? Para Arnaldo Grossman, “ainda que haja algum tipo de novidade que venha a onerar o investidor, o que nunca se pode considerar uma boa notícia, os fundamentos que estão a alavancar os negócios são sólidos e, portanto, mais relevantes para sustentar o mercado imobiliário”. Para o presidente da Consultan, veículos como o regime fiscal dos RNH e a obtenção do Golden Visa “trazem vantagens com forte apelo ao consumidor estrangeiro”. Porém, faz a ressalva para o facto de ser “importante dizer que não é a maioria dos casos (talvez metade), dado que muitos compradores já possuem cidadania de algum país da União Europeia e, portanto, não precisam do visto especial”. Na sua opinião, o que sustenta mesmo este panorama do mercado é “a visão dos clientes de que investir em Portugal é seguro e tem forte potencial de valorização e/ou retorno com exploração de negócios imobiliários”.
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A exposição global de Lisboa e, claro, de todo o País, fez com que o perfil do investidor em imobiliário português seja, hoje, também bastante variado. Lisbon’s exposure to the world means, of course, like the country as a whole, that the profile of the Portuguese real estate investor is quite varied today
In the turbulent times the world is facing, Portugal has managed to remain an attractive and safe place with a well-planted seaside. As goes the well-worn cliché currently doing the rounds - it’s in fashion. Living, working or investing has a guaranteed return. Today you don’t even need to walk the streets of Lisbon or Porto to hear a dizzying array of languages, because different nationalities live on the second floor of a building, go to the local collage or school or shop at the same supermarket like thousands of other Portuguese. But when it comes to buying or renting luxury housing everything is more discreet, but they exist too and we come across them on a daily basis. Lisbon’s exposure to the world means, of course, like the country as a whole, that the profile of the Portuguese real estate investor is quite varied today. Arnaldo Grossman, Chairman of Consultan, confirms this trend, revealing that currently his consultancy has “diverse clients from as far a field as Russia, Brazil, France and the United States of America.” Along with such different nationalities, one also sees a wide variety of profiles in terms of investments and the areas they seek: “Whether small
apartments for short-term renting’, or buying up while buildings to do up, there is demand for all real estate segments”. Moreover, this is a market dynamic we’ve been expecting for a long time”, adds the top boss at Consultan. Focusing on the premium segment of the market, Arnaldo Grossman recalls that the “local (Portuguese) consumer was knocked right down by Portugal’s difficult recent past”, so that even today around 80% of his clients are foreigners. However he points out the fact that this scenario is changing thanks to a “return in confidence by the Portuguese consumer, by the return in appetite from the banking sector from the growth in consumer spending and the good economic period that Portugal is going through”.
Tax advantages for foreigners Indeed more and more foreigners are seeking out Portugal to buy or rent a residence and make the most of their studies or retirement. Many of these cases are motivated by attractive tax conditions. The best example was that of the French Florent Pagny who publicly and categorically stated that he was coming to Portugal “for tax reasons”. According to data from the Portuguese Confed-
eration for Consatruction and Real Estate (CPCI), in 2016 foreign investment in Portugal was largely down to two programmes - Golden Visa (Authorisation of Residency for Investment Activity) and the Non-Habitual Residents scheme (NHR) which together have attracted 4.4 billion euro of investment. Just the Portugal Golden Visa programme alone has raked in around 3.2 million euro since it was introduced in Portugal in 2012. And the objective of the NHR tax regime based on the Taxable Income on Single Persons (IRS) is to attract “qualified professional non-residents in activities of high added value, intellectual or industrial property or know-how, as well as the beneficiaries of pensions obtained overseas”, says the Portuguese Tax and Customs Authority (Autoridade tributária e aduaneira - AT). Signed up are architects, engineers, artists, auditors, doctors, teachers, researchers among many others. This regime, however, is awarded only to those who were not registered in Portugal for tax reasons in the past two-five years and are now registered for tax purposed in the country, in other words resident more than 183 days in each year or, in the case of spending less time, owning in
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Portugal their fixed residence for tax purposes and maintaining Portugal as the centre of the vital interests”. The advantages of the NHR tax regime means an attractive fixed IRS tax regime of 20% for 10 years (IRS - Tax on the Income of Singular Persons) on income on work in Portugal; as well as the non-existence of double taxation, in the case of pensions income and employed and selfemployed work undertaken abroad. Data provided by the Ministry of Finances show that the growth in foreigners who have opted for Portugal under the NHR scheme was significant. Just to get an idea, in 2016 there were 6,000 new applications while over 10,000 NHR were registered. This reality is borne out by IRS statistics published by the AT which show that 52 million euro in 2014 (in relation to tax paid in 2013), rose to 123 million euro in 2015 (in relation to tax paid in 2014) and to 166 million euro in 2016 (in relation to tax paid in 2015). But agreements to avoid double taxation between Portugal and the countries of origin of NHRs means that their income is not taxed neither in Portugal or in these countries, which has already caused some consternation from other EU community countries, namely Sweden. The Swedish minister of Finances, Magdalena An-
dersson has even requested “accounts” from Mário Centeno at a Ecofin meeting that took place at the start of this year in Brussels, declaring publicly that “people should pay taxes either in Portugal or Sweden” and that it is “unacceptable that the Portuguese system doesn’t charge taxes” on retired persons. More recently the Secretary of State for Tourism, Ana Mendes Godinho, recalled that Portugal “is not a unique case” in terms of tax incentives for foreigners. Actually there are other countries with identical tax regimes, namely Holland, Ireland, Spain and Luxembourg. Moreover, she recalls that it is not always tax conditions that are at the top of investor priorities and others choosing Portugal as a place to live. In a report from the French TV channel TF1, the secretary of State gave the example of the singer Madonna who had chosen Portugal without ever having “once mentioned tax reasons”.
‘Changes’ affect the foreign community Much has been spoken recently about an eventual change in tax benefits that are currently applicable to foreigners living in Portugal. Many believe that if they go ahead, the country will lose out on competitiveness with this community and could even affect the residential housing market negatively.
Among the big questions on the table at the moment is, by way of example, the application of the minimum tax rate on IRS on foreign pensioners or Surcharges on the property tax IMI. That leads to the question at what point could these tax questions cause foreign investors to think twice before buying our property? Arnaldo Grossman says “Are there still to be some kind of further changes to the tax regime to encumber the investor? That can never be good news. The fundamentals which are boosting business are solid ones and are therefore more relevant to sustain the real estate market”. The Chairman of Consultan says that vehicles like the NHR tax regime and Golden Visas “bring very appealing advantages to the foreign consumer”. Therefore he draws attention to the fact that it is “important to state that it is not in the majority of cases (perhaps a half), given that many buyers already have citizenship from some European Union country and, therefore, they don’t need a special visa”. In his opinion, what is actually sustaining this market panorama is “the view from clients that investing in Portugal is secure and has a strong potential to gain in value and/or give a return on the investment by operating real estate business”.
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SIL 2017
Espaรงo para novos estilos de vida Space for new lifestyles
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A organização parece ter encontrado a fórmula certa para fazer deste evento um caso de sucesso, bastou juntar à versão original do SIL – Salão Imobiliário de Portugal, a INTERCASA, o LxD – Lisboa Design Show e o Vintage Festival The organisers seem to have found the right formula to make this event a success; just add the original formula SIL - Portuguese Property Fair to INTERCASA, LxD - Lisboa Design Show and Vintage Festival.
Texto Text: Carla Celestino
O SIL decorreu entre os dias 18 e 22 de Outubro, na FIL, Parque das Nações, em Lisboa. 20 anos depois de ter promovido a sua primeira edição, e mais do que divulgar projectos, oportunidades e negócios imobiliários, quer junto dos profissionais, quer do público em geral, em 2017 este evento abriu-se a novos estilos de vida. É certo que a procura que dominou os corredores foi em busca do SIL. Uns lançaram-se na demanda por novos projectos imobiliários, outros de casas para comprar ou investir, outros eram meros curiosos mas houve também quem participasse nas reuniões B2B ou lançasse ofertas nos leilões imobiliários. Mas a curiosidade deste salão facilmente se traspunha para os restantes salões e houve até quem ali se deslocasse somente para o Vintage Festival, já na sua quarta edição. Ali, entre música, dança, desfiles de moda, demonstrações de Vintage Hairstylist ou momentos televisivos, descobriu-se esta cultura em crescendo em Portugal, justificando a participação de mais de 100 stands nesta montra. Ninguém ficou também indiferente à INTERCASA que deu a conhecer os últimos lançamentos nas áreas da decoração e design de interiores e indústria nacional. Na sua 41ª edição apresentou as colecções do sector casa e as tendências da arte de decorar em linha com estilos de vida e padrões de consumo cosmopolitas. Nota ainda para o LxD – Lisboa Design Show, considerado o maior evento do género em Portugal e que, segundo a organização, traduz-se já no meeting-point e plataforma de excelência para a promoção do design nacional ao dispôr de
jovens designers e criadores, instituições de ensino, marcas emergentes e startups.
Optimismo num salão dinâmico Os números têm vindo a crescer nas últimas edições do SIL, estando, aliás, em sintonia com o bom momento que o mercado imobiliário nacional atravessa, marcado por uma elevada procura, nacional e internacional, e oferta de qualidade excepcional num país que beneficia da confiança e da segurança. Foram mais de 1.000 as empresas e marcas que preencheram os quatro pavilhões da FIL, incluindo o espaço exterior, e mais de 200 actividades programadas e em sintonia com cada um dos sectores de actividade. As estimativas da organização foram de que este evento alcançou os 62.639 visitantes. Entre as diversas acções que tiveram lugar durante o SIL há a destacar o Meeting Cocktail SIL 2017 – SIL 20 Anos ‘Centro de excelência de networking para o mercado imobiliário’ e para a cerimónia de entrega de prémios SIL do Imobiliário 2017. Um ambiente optimista marcou, pois, a edição deste ano do SIL. SIL ran from 18-22 October at FIL (Lisbon International Fair), Parque das Naçoes, Lisbon. 20 years after having organised its first edition, it is much more than showcasing projects, opportunities and real estate business, whether for professionals or the general public. In 2017 this event opened up to new lifestyles. And what’s certain is that the demand dominat-
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ing the aisles was looking for SIL. Some were seizing on the demand for new real estate projects, others for houses to buy or invest in, still others were merely curious. But there were also those who took part in the B2B meetings or made offers at the real estate auctions. But the strange thing about this fair can easily be transposed to the other fairs and there were those who went there just to visit the Vintage Festival which is now in its fourth edition. There, between the music, dancing, fashion parades, Vintage Hairstyle Demonstrations and TV spots, one can see that this culture is on the up in Portugal, justified by the participation of over 100 stands at this display. No one could be indifferent to INTERCASA which showcased the latest releases in the areas of interior decoration and design and national industry. In its 41st edition, it presented collections from the home sector and trends in décor art in line with lifestyles and patterns of cosmopolitan consumption. It should be noted too that LxD - Lisboa Design Show, considered the largest event of the kind in Portugal is, according to the organisation, a meeting point and platform for excellence for
promoting national design for young designers and creators, educational institutions, emerging brands and startups.
Optimism at a dynamic fair The numbers have been growing in recent editions of SIL, being in line with the positive economic cycle that the national real estate market is enjoying, marked by a high level of national and international demand and exceptional quality offer in a country that benefits from being secure and instilling confidence. More than 1,000 companies and brands filled the four FIL pavilions, including the outside area, and over 200 scheduled activities in harmony with each one of the activity sectors. The organisation estimates that this year’s event netted 62.639 visitors. Among the various activities that took place during SIL, the Meeting Cocktail SIL 2017 - SIL 20 Years ‘Centre of Networking Excellence for the Real Estate Market stands out as does the awards ceremony for the SIL Real Estate Awards 2017. An optimistic atmosphere indeed marked this year’s edition of SIL.
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20 anos depois de ter promovido a sua primeira edição, e mais do que divulgar projectos, oportunidades e negócios imobiliários, quer junto dos profissionais, quer do público em geral, em 2017 este evento abriu-se a novos estilos de vida. 20 years after having organised its first edition, it is much more than showcasing projects, opportunities and real estate business, whether for professionals or the general public, in 2017 this event opened up to new lifestyles.
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Opinião Nuno Sá Carvalho Sara Quaresma
Perspectivas do sector imobiliário para 2018 Outlook for the real estate sector for 2018
Nuno Sá Carvalho Sócio responsável pelo departamento de Imobiliário e Construção da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Partner in charge of the Real Estate and Construction department of Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Sara Quaresma Advogada Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Lawyer Cuatrecasas, Gonçalves Pereira
De acordo com as previsões do mercado e tendo em conta os dados referentes ao primeiro semestre, 2017 será um ano ímpar para Portugal no que respeita ao investimento imobiliário, esperando-se números recorde, seja em volume de investimento global, seja na quantidade e dimensão das operações realizadas. Esta tendência de crescimento é transversal aos vários segmentos do mercado imobiliário, resultando não só do investimento associado ao turismo, mas também dos segmentos residencial, retalho e de escritórios, cujos números reflectem o dinamismo e entusiasmo que se vive actualmente nesta área. As expectativas para o próximo ano voltam, assim, a ser muito elevadas, existindo várias matérias em discussão que poderão ter elevado impacto no mercado imobiliário. A criação de novos veículos de investimento imobiliário, através da implementação do regime especial de sociedades de investimento imobiliário – os chamados “Real Estate Investment Funds” (REIT) -, é um dos temas anunciados, prevendo-se que a análise e discussão deste tema tenha início já após a conclusão da discussão do Orçamento de Estado para 2018. O facto desta figura ser já muito popular noutras jurisdições europeias, com especial destaque para a vizinha Espanha, contribuirá seguramente para o dinamismo deste tipo de veículo de investimento, tornando o mercado português ainda mais competitivo. Recentemente foi também divulgado o interesse do Governo em introduzir em Portugal veículos similares às “Limited Liability Partnerships (LLP)”, originárias no Reino Unido, com vista a simplificar e a facilitar parcerias entre proprie-
tários e empresários destinadas à recuperação de imóveis. À espera de regulamentação para breve encontra-se ainda a figura do financiamento colectivo no sector imobiliário, também conhecido por ‘crowdfunding’ imobiliário. Este canal alternativo de captação de capitais permitirá também atrair investidores com diferentes perfis em troca de taxas de rentabilidade atractivas. No quadro do arrendamento, foi recentemente anunciado um pacote de medidas no âmbito da estratégia para a habitação, do qual fará parte o programa de rendas acessíveis destinado a dinamizar o mercado de arrendamento. Este programa assenta essencialmente na criação de incentivos para os senhorios que coloquem as suas casas no mercado de arrendamento habitacional a preços inferiores aos valores de referência do mercado, a serem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. Estes incentivos, de natureza fiscal, assim como o apoio à reabilitação e a criação de mecanismos semelhantes a um seguro de renda, pretendem tornar as rendas dos imóveis destinados à habitação mais acessíveis, com vista a devolver o mercado habitacional de longa duração aos centros urbanos. No âmbito do mesmo pacote, pretende-se ainda criar o Projecto Reabilitar como Regra e os programas Reabilitar para Arrendar, o Casa Eficiente, o Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado ou o Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, para continuar a aposta na reabilitação do edificado. Por último, destacamos ainda a aprovação da Estratégia Nacional do Turismo que vem definir desafios, objectivos e metas para o turismo em
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Portugal nos próximos 10 anos no sentido de consolidar e garantir a sustentabilidade desta actividade a longo prazo. Estas medidas que vêm sendo anunciadas demonstram um forte empenho na consolidação de Portugal como destino prioritário de investimento no sector imobiliário que, em 2018, continuará a ter um papel preponderante na dinamização da economia portuguesa. According to market forecasts and taking into account data regarding the first half, 2017 will be a year like no other for Portugal in terms of real estate investment, with record numbers expected both in terms of total investment volume and the quantity and size of operations undertaken. This growth trend goes right across the board in various segments of the real estate market, not only for investment associated with tourism, but also residential segments, retail and offices whose numbers reflect the dynamism and enthusiasm currently being enjoyed in this area. The expectations for next year are once again very high, with various matters under discussion which could have a high impact on the real estate market. The creation of new real estate investment vehicles, by the implementation of a special real estate companies investment regime - the socalled “Real Estate Investment Funds” (REIT) -, is one of the themes announced, it being anticipated that the analysis and discussion of this theme will begin following the discussions on the State Budget for 2018. The fact that this regime is already popular in other European jurisdictions, particularly Spain, will surely contribute to boosting this type of investment vehicle, making the Portuguese market even more competitive. The Portuguese government also recently divulged its interest in introducing vehicles in Portugal similar to “Limited Liability Partnerships (LLP)”, originally from the United Kingdom, with a view to simplifying and facilitating partnerships between proprietors and business owners and aimed at refurbishing and restoring properties. Awaiting regulations soon is collective financing (crowd funding) for the real estate sector. This alternative channel for attracting capital will also enable the attraction of investors with different profiles in exchange for attractive rates of return. Within the rental framework, a package of measures was recently announced as part of a strategy for housing and which will be part of the affordable rental programme aimed at boosting
the rental market. This programme is essentially based on creating incentives for landlords to place their houses on the housing rental market at prices which are less than the practised market values and will be divulged by the Portuguese National Statistics Institute (Instituto Nacional de Estatística). These incentives, of a tax nature, as well as the incentives for rehabilitation and the creation of similar mechanisms for a secure rent, aim to make housing property rents for affordable, with a view to bringing back the long-stay housing market to city centres. As part of the same package, it is also intended to create the rehabilitation project Projecto Reabilitar como Regra and the programmes Rehabilitar para Arrendar (Refurbish for Rent), Casa Eficiente (Efficient House), the Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (National Fund for Building Refurbishment) and the Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (Financial Instrument for Urban Refurbishment and Regeneration), programmes which show a continued investment and focus on building rehabilitation. Last, the National Tourism Strategy (Estratégia Nacional do Turismo) should also be highlighted and which will define the challenges, goals and measures for tourism in Portugal over the next 10 years so as to consolidate and ensure this activity in the long term. These measures to be announced show a strong performance in Portugal’s consolidation as a priority investment destination in the real estate sector which, in 2018, will continue to have key role in driving the Portuguese economy.
Opinião José Araújo Mudanças no imobiliário Changes in real estate
José Araújo Director da Direcção de Negócio Imobiliário Millennium bcp Director of Department of Real Estate Business at Millennium bcp
Com o Orçamento de Estado ainda numa fase inicial é prematuro avaliar o seu real impacto no sector imobiliário, no entanto, as mudanças em alguns aspectos críticos como a fiscalidade, não ajudam à estabilização e confiança dos investidores, sobretudo os internacionais que nem sempre percebem a extensão das medidas anunciadas. Uma novidade para 2018 e que pode ser realmente interessante será o arranque das REITS (Real Estate Investment Trust), caso se concretize e, dependendo dos contornos regulamentares, pode ter um impacto positivo para Portugal. A reabilitação urbana vai continuar, agora reforçada pelo IFRRU 2020 e o aumento do apoio à promoção imobiliária pelos bancos, situação que vai alterar alguns dados do sector, especialmente no segmento habitacional. Vai existir novo produto promovendo uma maior estabilização dos preços que nos últimos anos registaram uma forte subida por falta de oferta em algumas zonas do País. Os terrenos estão a vender-se, sobretudo os que estão localizados em zonas prime apesar de existir procura em zonas limítrofes das cidades, com os promotores a quererem construir para o mercado médio nacional, e isso será mais uma boa novidade para 2018. No segmento da habitação para férias ou segunda habitação o dinamismo irá manter-se e o facto de existir produto bem localizado com o turismo em alta ajudará este sector. As perspectivas de crescimento da economia portuguesa são positivas e este pode ser um factor fulcral para acelerar a venda de armazéns e unidades industriais que estão em carteira já que ao nível dos escritórios a procura manter-se-á activa como em 2017 com as rendas a subir. No sector dos espaços para comércio a procura é sobretudo ao nível do arrendamento o que demonstra ainda falta de alguma confiança na evolução do consumo interno. Embora com novas zonas comerciais a arrancar, há unidades a abrir em Évora, Algarve e outros locais em construção, sinal que o ano de 2018 pode ser o retorno das novas grandes superfícies ao mercado. Finalmente ao nível do sector hoteleiro a procura de unidades para exploração e outras para construção irá manter-se até pelo menos na primeira parte do ano de 2018, podendo depois reduzir-se face ao elevado número de unidades a abrir, se os números do turismo se mantiverem elevados, a estabilização será ligeira com o preço dos quartos ainda em subida. Estas previsões são sobretudo desejos que estão como sempre muito condicionados à evolução política, económica e evolução de alguns temas de relevo a nível nacional e internacional.
With the State Budget still in a preliminary phase, it is premature to evaluate its real impact on the real estate sector, however, changes in some critical aspects like taxation, don’t help to instil confidence in investors, particularly international ones, that don’t always grasp the far-reaching consequences of the measures announced. One piece of news for 2018 which can be truly interesting will be the start of REITS (Real estate Investment Trusts). If these go ahead and, depending on the twists and turns of regulations, they could prove extremely positive for Portugal. Urban rehabilitation will continue, now strengthened by IFRRU 2020 (Financial Instruments for Urban Rehabilitation) and the increase in support for property development from the banks, a situation that will change some sector data, especially in the housing segment. There will be new product promoting greater price stability that in recent years registered a strong increase due to lack of supply in some areas of the country. Plots of land are selling, particularly those located in prime areas despite there being demand in peripheral areas of the cities, with developers wanting to build for the mid-range national market, and this will be another piece of good news for 2018. In the holiday homes or second homes segment the buoyancy will maintain thanks to the the fact that there is well located product and strong tourism demand will help this sector. The forecast for growth in the Portuguese economy are positive and this could prove a vital factor to speed up the sale of warehouses and industrial units that are on the banks’ books whole at the offices level demand remains healthy as in 2017 with rising rents. In the commercial and shop unit sector, demand is mainly for rental which still shows a lack of some confidence in the development of domestic consumption. Although there are new commercial areas getting off the ground, there are shopping centres opening in Évora, the Algarve and under construction in other locations, a sign that 2018 could see the return of large shopping centres to the market. Finally, at the hotel sector level, the demand for units to operate as hotels and others under construction will maintain at least until the first half of 2018, perhaps then tailing off given the high number of hotels opening. Should the number of tourists remain high, stabilisation will be light with room prices continuing to climb. These forecasts are mainly desires that are as always conditioned by political and economic developments and how some relevant topics nationally and internationally pan out.
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Atelier 38 26 NOV/DEZ 2017
Sua Kay
Qualidade muito para além da Arquitectura Quality that’s so much more than Architecture
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O arquitecto Mário Sua Kay fala do seu mais recente desafio: West Cliffs, Ocean and Golf Resort, localizado em Óbidos. Fala da linguagem arquitectónica deste projecto, da vertente imobiliária pensada para os futuros moradores e do interesse crescente dos investidores estrangeiros. Architect Mário Sua Kay talks of his latest challenge. West Cliffs, Ocean and Golf Resort, located in Óbidos. He talks of the architectonic language of this project, of the real estate aspect designed with future residents in mind and of the growing interest of foreign investors.
Entrevista Interview: Carla Celestino
Depois de alguma ‘travessia no deserto’ em que os resorts estiveram em ‘stand by’ no País, quer parecer - pelo bom exemplo do West Cliffs, Ocean and Golf Resort - que os resorts estão de volta ao mercado turístico-imobiliário nacional. Concorda? Não sei se iremos assistir a uma invasão de resorts em Portugal. O West Cliffs já tinha sido imaginado há bastante tempo como uma oferta diferenciada do que se tem feito na região, propondo-se ser uma verdadeira alternativa a vivências mais urbanas. Mas existe a realidade de eventos recentes que têm mudado muito o panorama dos destinos turísticos pelo mundo fora e em particular no Norte de África. Portugal oferece talvez um porto mais seguro e por isso tem-se evidenciado um maior interesse e procura em resorts made-in-Portugal... Existem outras razões pela escolha de Portugal para investimento neste tipo de empreendimento. Tive várias reuniões com um casal inglês que vive no Dubai e pretende vir para Portugal e para o West Cliffs por uma razão muito simples: fanáticos do golfe, lá, só conseguem jogar ou muito cedo ou muito tarde! E muitas vezes nem isso devido ao calor insuportável que se faz sentir naquela parte do mundo! Em Portugal não temos esse problema…
Do mesmo modo, há mais de três/quatro anos que não eram inaugurados novos campos de golfe em Portugal e, uma vez mais, o West Cliffs veio mudar este panorama. Era uma oportunidade que não se podia perder. Construir um campo junto ao mar e com a assinatura de Cynthia Dye da famosíssima família Dye, responsáveis por alguns dos mais famosos campos do mundo, destacando-se o Sawgrass na Florida com o green 17 no meio de um pequeno lago! E o campo foi recentemente considerado o vigésimo quinto campo numa lista dos cem melhores da Europa. Nada mau para um campo inaugurado este ano. Sendo o resort de autoria do seu atelier de arquitectura, o que o inspirou neste projecto e qual a filosofia que compõe este complexo de cinco estrelas que parece estar em ‘perfeita’ sintonia com a Natureza? Queríamos que o resort fosse diferente na expressão arquitectónica do todo e a imersão dessa arquitectura na paisagem, e isso só foi possível com a cumplicidade do promotor. Não se mexeu muito na topografia existente e pensámos numa arquitectura muito agarrada ao terreno e á terra, seguindo os contornos e entrelaçando as intervenções por entre o coberto verde existente
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acompanhando o traçado sinuoso do campo de golfe com os seus extensos tapetes verdes e lagos sem nunca esquecermos do mar ali tão próximo. Assim, as moradias, o club house e o futuro hotel estão e estarão em permanente diálogo com a natureza que as envolve através dos materiais utilizados (pedra, madeira, telha tradicional), grandes panos de vidro e amplas varandas cobertas. A imagem que ilustra de uma maneira muito simples é aquela que se tem ao descer para o buraco 18 com a cobertura do clubhouse a nascer aparentemente de uma das muitas dunas que limitam os fairways do campo. É desafiante ter de pensar para um mesmo projecto em vertentes tão distintas como a hotelaria, o imobiliário e até a restauração? Claro que é, mas existe o risco de um ‘overplay’, ou seja, de fazer demais e cair para um exagero arquitectónico descontrolado. No caso do West Cliffs, e mais uma vez com a conivência do promotor, optou-se por uma coerência arquitectónica do todo. Assim serão aplicados os mesmos materiais do club house (agora em pleno funcionamento), às moradias e ao futuro hotel. Outros arquitectos irão também projectar no Westcliffs e serão encorajados ao uso dos mesmos materiais. O que nos pode avançar sobre as unidades de alojamento de luxo que se inserem no West Cliffs? São moradias que queremos que sejam dos ‘moradores’. Este aspecto é-me muito importante. O arquitecto tem sempre que pensar mais naqueles que irão lá viver e menos na vontade ou desejo arquitectónico pessoal e do momento. Um amigo
arquitecto inglês dizia-me sempre F..k fashion! E concordo. Assim a arquitectura organiza-se em espaços – salas, quartos, cozinhas, garagens, etc. de uma maneira muito simples e de fácil percepção. A relação exterior/interior é promovida até ao limite por grandes panos de vidro dando vistas desimpedidas para a paisagem, amplas varandas cobertas a encorajar o estar cá fora a respirar a brisa do mar, muros de pedra que entram pela casa dentro e a cobertura única em madeira que tanto está no interior como no exterior. E todas com áreas muito confortáveis to ‘say the least’. Este é um projecto muito vocacionado para a procura internacional, sobretudo para os investidores estrangeiros. Em que medida isso se reflectiu, ou não, na concepção deste projecto e em que medida poderá levar o mesmo a ‘bom porto’? O investidor estrangeiro como qualquer investidor cuidadoso exige qualidade e um investimento seguro que valorize no tempo. É tão simples como isso. A qualidade reflecte-se muito para além da arquitectura. Ela tem que estar na qualidade da construção, dos materiais, das instalações técnicas, eficiência energética e na sua manutenção e resistência à degradação qualitativa no tempo. E é isso que pretendemos aqui como em tudo que projectamos e vimos construído. Associamos sempre o nome ‘Sua Kay’ a projectos de prestígio e de dimensão considerável; ainda assim, sente que o seu atelier está
O West Cliffs já tinha sido imaginado há bastante tempo como uma oferta diferenciada do que se tem feito na região, propondo-se ser uma verdadeira alternativa a vivências mais urbanas. West Cliffs had already been envisaged quite some time ago with a very different product than those built in the region, providing a real alternative to more urban living.
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a ter ‘mais trabalho’ actualmente derivado do bom momento que o País atravessa ou a crise não passou pela sua ‘porta’? A crise foi transversal e afectou de forma muito vincada o sector do imobiliário e construção. O País sofreu com isso, as empresas, todos nós fomos, de uma forma ou outra, afectados. Como em quase todos os ateliers, também na Sua Kay foi notório esse efeito. Felizmente, o nosso prestígio não é apenas nacional e sempre fomos muito virados para o mercado internacional que nos ajudou a superar a fase menos boa do nosso País. Por cá as coisas retomaram e ficamos muito agradados com isso. After some “crossing the desert” in which resorts were on ‘standby’ in Portugal, it seems - from the good example of West Cliffs, Ocean and Golf Resort - that resorts are back in the national tourism property market. Do you agree? I don’t know if we’ll see an invasion of resorts in Portugal. West Cliffs had already been envisaged quite some time ago with a very different product than those built in the region, providing a real alternative to more urban living. But there is the reality of recent events which have shifted the panorama of tourist destinations for the world outside, and in particular
north Africa. Portugal perhaps offers a safer haven which is why there has been more interest in made-in Portugal resorts. There are other reasons that investors choose Portugal for this type of development. I had various meetings with an English couple who live in Dubai and intend to come to Portugal and West Cliffs for a very simple reason: they are golf fanatics and there they can only play either very early in the day or very late! And very often they can’t even do that because of the unbearable heat in that part of the world! In Portugal we haven’t got this problem... Even so, no new golf clubs were opened in Portugal for three/four years and, once again, West Cliffs has changed this panorama. It was an opportunity not to be missed. To build a course by the sea and designed by Cynthia Dye from the very famous Dye family who are behind some of the most famous courses in the world, particularly Sawgrass in Florida with a 17-hole green in the middle of a small lake! And the course was recently considered the 25th best course on the list of the 100 best in Europe. That’s not bad for a course launched this year. Since this resort is by your own architectural
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studio, what inspired you on this project and what is the philosophy behind this five-star complex which seems to be in perfect harmony with nature? We wanted the resort to be different in terms of architectural expression overall and the immersion of this architecture in the landscape, and this was only possible with the complicity of the developer. We didn’t change the existing topography much and we thought about an architecture hugging the ground, following the curves and inter-weaved with the existing green cover and following the winding outline of the golf course with its extensive carpets of green and lakes while never forgetting the sea which is so close by. So, the houses, the club house and future hotel are and will be in perfect harmony with the surrounding nature through the materials used (stone, wood, traditional tiles and shingle), large window panes and generous covered verandas. An image that shows this in a very simple way is one you see on descending to the 18th hole with the clubhouse roof apparently rising from one of the many dunes that border the course fairways.
Is it challenging having to think about aspects that are do different in the same project, such as hotels, properties and even a restaurant? Of course it is, but there is the risk of an ‘overplay’, in other words doing too much and falling into uncontrolled architectural exaggeration. In the case of West Cliffs, and again with the permission of the developer, an architectural cohesion of the whole was opted for. In that way the same materials for the club house (now fully up and running) would be applied for the for houses and future hotel. Other architects will also be involved in designing West Cliffs and will be encouraged to use the same materials. What can you tell us about the luxury housing units at West Cliffs? These are detached houses that we want to be owned by the ‘home owners’. This aspect is very important. The architect must always think about those living there and less about what he wants to do and his own architectural preferenc-
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Queríamos que o resort fosse diferente na expressão arquitectónica do todo e a imersão dessa arquitectura na paisagem, e isso só foi possível com a cumplicidade do promotor. We wanted the resort to be different in terms of architectural expression overall and the immersion of this architecture in the landscape, and this was only possible with the complicity of the developer.
es or the trends of the moment. An English architect friend always used to tell me “F..k fashion!” I agree. Therefore the architecture is organised into spaces - rooms, bedrooms, kitchens, garages, etc. - in a very simple way that’s easy to perceive. The outside/inside relationship is encouraged to the maximum by using large panes of glass giving uninterrupted views over the landscape, generous covered verandas to encourage being outside and taking in the sea breeze, stone walls that penetrate inside and the unique wooden roof which is as much on the inside as it is outside. And all with very comfy areas to say the least. This is a project that’s very aimed at international demand, particularly foreign investors. To what extent is this reflected or not in the project’s conception and how can it ensure its success? The foreign real estate investor like any other careful investor demands quality and a safe investment that will gain in value over time. It’s as simple as that. Quality is reflected so much more than in the Architecture. It has to be in the qual-
ity of the construction, the materials, the technical and maintenance buildings, energy efficiency and in its maintenance and ability to withstand the degradation and weathering of time. And that’s what we wanted to achieve here as in everything we’ve designed and built. We tend to associate the name ‘Sua Kay’ with large and prestigious projects; nevertheless, does your studio seem to be enjoying “more work” now thanks to the positive period the country is going through or did you manage to avoid the crisis? The crisis cut right across the board and acutely affected the real estate and construction sector. Portugal suffered as a result, its companies and all of us in one way or another were affected. Like in almost all ateliers, Sua Kay suffered substantially too. Thankfully, our prestige is not just in Portugal as we have always been very focused on the international market which helped us to overcome a difficult period for our country. Here things have recovered and we’re really grateful for that.
Ventos do Norte 44 26 NOV/DEZ 2017
Investimento
Imobiliรกrias regressam ao Porto Investment
Real Estate consultants return to Porto
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CBRE, Engel & Völkers, são as mais recentes consultoras que chegaram à cidade. Aguirre, C&W e JLL instalaram-se o ano passado. CBRE, Engel & Völkers, are the latest consultants to arrive in the city. Aguirre, C&W and JLL set up last year.
Texto Text: Elisabete Soares
Que o Porto está na moda e que, por isso, passou a estar no radar dos investidores, com efeitos visíveis sobre a renovação e o desenvolvimento da cidade, já não é novidade para ninguém. Novidade, sim, é que também as consultoras imobiliárias e outras empresas ligadas a estas áreas estão de regresso ao Porto, algumas delas depois de terem saído da cidade durante o período da crise, e, outras, que apostam pela primeira vez no Norte, investindo na abertura de lojas, escritórios ou delegações. Depois de, em finais de 2016, algumas consultoras, como a Cushman & Wakefield (C&W), JLL e a Aguirre Newman, terem aberto uma delegação no Porto, foi agora a vez de a CBRE regressar - tinha fechado o escritório em 2012, altura em que na cidade se ‘contava pelos dedos’ as transacções imobiliárias de relevo realizadas neste mercado. Uma chegada marcada pelo lançamento de um estudo sobre o mercado imobiliário da região, cuja escassez é precisamente uma das lacunas da inexistência da área de consultadoria. Mas o sinal de que o imobiliário de luxo já não é uma aposta apenas em locais como Lisboa, Estoril e Cascais, e no Algarve, é a chegada do grupo alemão Engel & Völkers, líder mundial no sector imobiliário de luxo, que tem mais sete licenças disponíveis para venda em vários pontos do País, sendo que quatro delas são na zona Norte de Portugal. Na realidade, o imobiliário de luxo no Norte do País é cada vez mais alimentado por uma elite de famílias portu-
guesas, muitas delas oriundas de um cada vez mais florescente mercado empresarial, mas também alimentado pelo aumento das transacções de imóveis, com localizações prime e transformados em unidades hoteleiras ou condomínios residenciais. Imóveis esses a precisar de obras de reabilitação, que estão a ser vendidos por preços exorbitantes, mas que permitem a essas famílias a aquisição de moradias e apartamentos de construção recente e de maior conforto e qualidade. Também as empresas de construção e engenharia estão a apostar neste mercado. É o caso da MAP Engenharia, empresa especializada na construção e reabilitação de projectos imobiliários, que em Fevereiro, abriu, na cidade, uma delegação e contratou uma equipa própria, como objectivo reforçar a presença no Norte do País, embora desde a criação da empresa, em 2013, estivesse presente neste mercado e tenha executado várias obras. A presença de cada vez mais imobiliárias e empresas destas áreas deve-se, sem dúvida, à maior apetência pelo investimento, de que está a resultar num aumento exponencial de transacções de imóveis, muitos deles emblemáticos e localizados nas zonas prime da cidade. Basta referir o caso da Avenida dos Aliados, onde nos últimos dois anos mudaram de mão mais de uma dúzia de prédios e, curiosamente, a grande maioria para investidores nacionais. Os family offices, como gostam de referir as consultoras, quando se referem aos investidores nacionais.
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That Porto is in fashion and that, because of this, is now under the investors’ spotlights, with visible effects on renovation and city development is now nothing new to anyone. What is new is that real estate consultants and other companies linked to these areas have returned or are returning to Porto, some of them after having abandoned the city during the crisis, and others, who are investing for the first time in the north, investing in the opening of new shops, offices and branches. After, at the end of 2016, some consultants, like Cushman & Wakefield (C&W), JLL and Aguirre Newman, had opened an office in Porto, then came CBRE which returned - it had closed its office in 2012, the time in which the city could ‘count on its hands’ the number of important transactions completed in this market. An arrival marked by the launch of a study on the region’s real estate market, the scarcity of such reports being precisely one of the gaps showing the non-existence of of consultants until recently. But the sign that the luxury real estate market is no longer just investing in places like Lisbon, Estoril and Cascais and the Algarve is the arrival of the German group Engel & Völkers, a world leader in the luxury real estate sector which has a further six licenses available to sell in various points in Portugal, with four of them in the North of the country. In reality, luxury real estate in the north of the country is increasingly fed by an elite of Portuguese families, many of them hailing from an increasingly blooming commercial market, but also fed by an increase in property transactions in prime locations and turned into hotel units or residential condominiums. Properties like this needing refurbishment works, that are being sold for exorbitant prices, but which permit these families to purchase recently built detached houses and apartments offering greater comfort and quality. Building and engineering companies too are investing in this market. Such is the case of MAP Enganharia, an engineering construction firm specialising in refurbishing real estate and which opened in February an office in the city with its own team. Its goal is to beef up its presence in the north of Portugal, although since it was created in 2013, it has been present in this market undertaking various projects. The presence of more and more real estate companies and estate consultancies and agents in these areas is undoubtedly down to a greater appetite for investment, which is resulting in an exponential growth in real estate transactions, many of them emblematic and located in the prime areas of the city. One only has to mention the case of the Avenida dos Aliados, where in the past two years over a dozen buildings have changed hands and, curiously enough, the large majority to national investors. The so-called ‘family offices’ as the consultants like to call them when referring to national investors.
Opinião Opinion Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist
Incêndios: prevenção e muita cultura cívica Wildfires: prevention and lots of civic culture Ainda sou do tempo em que os montes - como é comum chamar-se nas aldeias -, eram limpos nos meses de Março/Abril, como de verdadeiros campos de cultivo se tratassem. Cortavam-se as partes das árvores mais próximas do chão, as árvores que tinham caído no Inverno eram recolhidas e o matagal era cortado e separado. O que podia ser aproveitado destinava-se à lenha, o restante era para queimar, porque não tinha outra utilidade. Os proprietários conseguiam tirar rendimento interessante desta floresta, já que vendiam as árvores para madeira sempre que atingiam o porte ideal. Quando havia um incêndio – porque nessa altura também aconteciam – não atingia estas proporções e raramente passavam de uma propriedade para outra, devido aos caminhos, os corta-fogos, que os separavam. Contudo, havia pessoas para trabalhar os campos e havia, especialmente, outros valores, a que chamo uma cultura cívica sobre a importância da floresta e de tudo o que ela nos pode dar. Nesta altura, a desertificação das aldeias é uma realidade, e, por isso, é difícil compreender porque há pessoas nestas zonas, aptas para o trabalho, mas que não trabalham porque usufruem do Rendimento Mínimo de Inserção (RSI). Porque é que estas pessoas não estão a cargo das autarquias e juntas de freguesia, que deveriam ser os responsáveis de que estas limpezas eram feitas, a começar criando perímetros de segurança nas aldeias? Já o regresso de uma cultura cívica, talvez seja uma tarefa mais árdua de conseguir. E aí teríamos de regressar novamente à escola.
I’m still from the time when the ‘mounds’ - as they’re usually called in the villages -, were cleaned up in the months of March/April, just like the regular cultivated land. They used to cut the parts of the trees closest to the ground, the trees that has fallen in winter were collected and the tree litter and scrub were cut and separated. What could be used was put aside for wood, the rest was firewood because it was useless for anything else. The landowners managed to make a tidy sum from this forest, since they sold the trees for wood whenever they achieved the right price from the right buyer. When there was a fire - because at this time they too happened - they weren’t on this scale and rarely swept from one property to the other due to the paths and the fire-breakers which separated them. Moreover, there were people to work the fields and more than that there were other values, what I call a civic culture on the importance of the forest and all that it can offer us. At this time, the depopulation of the villages is a reality, which is why it is difficult to understand why there are people living in these areas, prepared to work, but don’t do so because they’re paid the social integration minimum income benefit (RSI). Why are these people not working for the local councils and parishes, who should be in charge of making sure this forest detritus is cleared? Now a return to a culture of civic responsibility seems, perhaps, to be a task more difficult to achieve. And for that we need to go back to school.
Do Mundo 48 26 NOV/DEZ 2017
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EXPO REAL
Munique descolou Munich on a high Mais importante que os números oficiais, que confirmam um enorme crescimento, o sentimento que se trás da Expo Real 2017 é que ela se afirmou, de facto, e de vez, como a mais importante feira imobiliária da Europa. More important that the official numbers, which confirm huge growth, the feeling brought from Expo Real 2017 is that it is confirmed undoubtedly as the most important real estate fair in Europe. Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida Fotos Photos: Anabela Loureiro
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Nunca tínhamos visto tamanho entusiasmo, tanta participação internacional, tanto investidor – de todo o Mundo – como este ano. A prudência que os organizadores colocaram antes do abrir de portas não se justificou de modo nenhum. Pessoalmente, ficámos particularmente entusiasmado com o clima que se vivia nos pavilhões onde estavam a maioria dos investidores internacionais. Por momentos parecia que estávamos em Wall Street ou numa outra qualquer bolsa financeira internacional. Por isso dizemos que Munique descolou. O mesmo já não se pode dizer em relação à presença portuguesa. Rui Coelho e a incansável equipa do Invest Lisboa não podem continuar sozinhos, a trazer Portugal às costas. Já o dissemos inúmeras vezes e não nos cansamos. Tem de haver um esforço nacional, global, para promover a nossa indústria do imobiliário. Ou para as autoridades nacionais o imobiliário só serve como receita fiscal? Está visto que sim, porque, no plano internacional, se for para vender salsichas, presuntos, trapos ou sapatos, já há dinheiro para tudo. ‘O imobiliário?’ Eles que se governem…
We had never witnessed so much enthusiasm, the sheer scale of the international participation or numbers of investors - from all over the world - as we did this year. The caution that the organisers put in place before opening the doors were not in any way justified. Personally, we were particularly enthusiastic with the atmosphere seen at the pavilions where the majority of the international investors were gathered. At times it seemed that we were on Wall Street or some other international stock market. Which is why we’re saying that Munich is on a high. The same cannot be said of the Portuguese presence at the fair. Rui Coelho and his tireless team at Invest Lisboa cannot continue to carry Portugal on his shoulders alone. We’ve said this countless times and never tire of doing so. There has to be a national, global and concerted overall effort to promote our real estate industry. Or does the real estate industry exist just to bring in tax receipts for the national authorities? It seems so, because, on the international plan, if it was about selling sausages, cured hams, textiles or shoes, then there’s plenty of money. ‘And Real Estate?’ They’re the ones who are governing...
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Reino Unido
O que nos espera em 2018 United Kingdom
What’s in store for 2018
Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe
Chegou aquela altura do ano em que revemos o que aconteceu nos últimos 12 meses e reflectimos sobre os desenvolvimentos nos mercados, como correram os nossos investimentos e antecipamos o que irá acontecer para o próximo ano. A par de rever os comportamentos e retornos dos diferentes mercados, tento sempre perceber os fluxos do capital – donde vêm e, mais importante, para onde irão. Muito embora já tenha alguns meses aquando da publicação deste artigo, o relatório da Cushman & Wakefield – “Great Wall of Money” é sempre uma leitura bastante informativa. A principal conclusão do último relatório é de que há menos capital a ser investido no sector imobiliário do que em anos precedentes. Mas será uma conclusão relevante? Neste caso diria que não, simplesmente porque o ano de 2016 foi um ano recorde a nível mundial com respeito à disponibilidade de capitais próprios e alheios para o investimento imobiliário. Dirão, o que é então relevante? O que mudou em 2017 e o que poderemos esperar para 2018? Arrisco as seguintes hipóteses: O decréscimo de capital em 2017 deveu-se principalmente à redução da disponibilidade de crédito. Os bancos continuam a desalavancar e continuarão à medida que os mercados ‘limpam’ os problemas do sector bancário. O Sul da Europa é um exemplo deste fenómeno e a China prepara-se para entrar de novo num processo semelhante à medida que o problema dos NPLs se torna mais evidente. Muito embora o governo chinês se tenha mostrado extremamente pragmático a gerir este problema, a realidade é que tal significará um decréscimo de capital
e uma desalavancagem de todo o sector financeiro. Muito embora os fundos de dívida e os canais alternativos de financiamento tenham crescido um pouco por todo o mundo, nada se compara à capacidade de alavancagem dos tradicionais bancos quando dão crédito contra activos considerados seguros. O destino do capital está a alterar-se. Enquanto a Europa era vista como um mercado em baixa, com boas oportunidades, vai havendo muito capital para investir. À medida que as taxas de retorno baixam para mínimos históricos e a disponibilidade de bons activos diminui, os investidores, tanto os conservadores como os mais especulativos, encontram menos oportunidades. Enquanto os países do Sul da Europa, com a honrosa excepção da Espanha, não se libertam dos problemas dos créditos tóxicos, libertando assim também os activos e projectos imobiliários subjacentes, o capital fluirá para destinos mais atraentes. É provável que assistiremos ao aumento da importância da Ásia enquanto destino de investimento. Apesar dos problemas de governance, fiscalidade e de contexto, a Índia por exemplo, tem uma enorme necessidade de infra-estruturas simples como armazéns, escritórios e habitação. A China por sua vez, encontrando-se a meio de um processo de rebalançar da economia, provavelmente manterá mais do seu capital perto de casa para aproveitar as oportunidades emergentes dos NPLs e outros créditos problemáticos. O capital internacional mais arrojado também será atraído por tais oportunidades, normalmente em parceria com investidores locais. Haverá, no entanto, muitos activos tóxi-
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cos que não serão de fácil resolução. A especialização continuará. Veremos cada vez mais estratégias muito específicas a criar valor em segmentos que até há pouco tempo nem sequer mereciam essa distinção, tais como residências de estudantes, arrecadações partilhadas (self-storage), sector da saúde, datacenters, etc. O sector residencial de arrendamento, apesar de um contexto legal e fiscal desfavorável em muitos países da Europa, continuará a crescer como um segmento viável para os investidores institucionais. A natureza do capital está a mudar. À medida que o preço do petróleo se mantém em níveis modestos, comparado com anos anteriores, os fundos soberanos perderam alguma da capacidade de investimento. Outras fontes de capital estão a crescer em importância, nomeadamente, o capital de privados, através dos bancos privados e gestores de fortunas, que têm investido crescentemente em fundos especulativos. E cada vez mais se vê a importância do mercado accionista, através dos REITs e equivalentes, sendo o sucesso do mercado espanhol um claro exemplo desta tendência, tão importante para a provisão de capital permanente, estável e de longo prazo. E eis como se evita responder à questão da existência ou não de uma bolha e de quando é que ela rebentará! It is that time of the year when we look back and reflect what has happened in the markets, what has happened with investment decisions and try to anticipate what will happen in the coming year. Apart from reviewing the absolute and relative performance of the different markets and sectors, I always like to try to understand where capital has come from and, more importantly, where it is going. While it is a few months dated by the time of writing this article, the Cushman & Wakefield yearly “Great Wall of Money” report is always an interesting read and the very high level conclusion is that there is less capital coming into real estate overall than in the previous year. But is that really relevant? In this case, I would say not, simply because it is only 2% lower than in the previous year and 2016 was a record year for availability of equity and debt allocated towards real estate investments. So what is really relevant? What has changed over the course of 2017 and what can we expect for 2018? I will risk the following: The decrease in available capital in 2017 mostly came from the debt side. Banks continue to deleverage and will continue to do so in mar-
kets that have not yet cleaned up their banking sector. Southern Europe is a clear case of this problem and China is likely to enter a cleansing process as the amount of NPLs become more evident. While China has and will likely be extremely pragmatic in managing this problem, as in previous periods, it nonetheless requires a deleveraging of the whole financial sector. Furthemore, while debt funds and shadow banking has increased globally, these channels do not allow for the leverage that the banks traditionally were able to apply when lending to “safe” assets. The destination of capital is shifting. While Europe was perceived as a distressed market, availability of capital in the region has been high. But as yields reach historical lows and availability of stock decreases, both core and opportunistic investors have less to buy. Unless and until southern European countries (with the honourable exception of Spain) can release their problems of the bad debt and unlock the underlying real estate assets, capital will flow to where it can find a home. We will also likely see continued growth of investment into Asia. Despite its governance, tax and overall structural problems, India is a vibrant economy in desperate need of simple infrastructure like warehouses, offices and housing while China, in the midst of the rebalancing of the economy, will likely keep more of their capital near home to take advantage of distressed opportunities, NPLs and workouts. Foreign, opportunistic capital will team up with local groups to target these same opportunities. A great deal of bad assets will however be an inconvenient overhang. Specialism will continue. We see more and more sector specific strategies targeting sectors that were not even considered as such until recently like student accommodation, selfstorage, healthcare, datacenters. Residential for rent, despite some unfavourable regimes across Europe, will continue to grow as an investable segment for institutional investors. The nature of capital is changing. As oil and other commodity prices remain subdued, SWF have lost some of their standing in the market. Other sources of capital from wealth management platforms that find their way into opportunistic funds and, increasingly, listed companies and REITs. The enormous success of the listed market in Spain gives us an indication of this trend, so important for the provision of permanent, long-term capital. And this is how you avoid answering the question of whether we are in a bubble and when will it burst!
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4º Aniversário
Tempo de festa e homenagem 4th Anniversary
Time to party and pay tribute
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Fotos Photos: Joaquim Morgado
Um dia para recordar
A day to remember
Vinte e um de Setembro de 2017 vai ficar registado como mais um dia histórico para o Magazine Imobiliário. Decorreu, no bonito hotel Palácio dos Arcos, em Paço de Arcos, a cerimónia de entrega dos Prémios Personalidade do Ano 2017, ao mesmo tempo que se assinalou o quarto aniversário da revista. Foi tempo de convívio e de homenagem. Desta vez os laureados foram Gilberto Jordan, no Imobiliário; Eduardo Abreu, no Turismo; Carlos Bigode, na Construção; Mário Ruivo, no Ambiente (a título póstumo); e o Prémio de Mérito coube a Rui Loza. Marcaram presença 120 convidados de todos os sectores de actividade. A cerimónia foi patrocinada pela Aguirre Newman, Broadway Malyan, Bosch, Sotheby’s, Roca e Technal.
The 21st of September 2017 will go down as the most historic day for Magazine Imobiliário. The ceremony for the Personality Awards of 2017 took place at a charming hotel in Paço de Arcos at the same time that the magazine marked its fourth anniversary. It was a time for socialising and paying tribute. This time the award-winners were Gilberto Jordan, in Real Estate; Eduardo Abreu, in Tourism; Carlos Bigode, Construction; Mário Ruivo in Environment (awarded posthumously) whole the Merit Award went to Rui Loza. 120 guests were present from all sectors of the activity. The ceremony was sponsored by Aguirre Newman, Broadway Malyan, Bosch, Sotheby’s, Roca and Technal.
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Premiado Imobiliário
Premiado Construção
Premiado Ambiente
Premiado Turismo
Personalidade de Mérito do Ano 2017
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