Magazine Imobiliário 067

Page 1


Edifícios conectados

Connected buildings

Editorial Mestres do ofício Masters of their trade

Todos os anos, a Magazine Imobiliário assinala o seu aniversário com a atribuição dos Prémios Personalidades. Uma tarefa nada fácil que conta com o contributo de especialistas, embora a palavra final seja nossa. Por que razão o fazemos? Porque existem pessoas, muitas vezes invisíveis para o cidadão comum, mas que nas suas áreas profissionais são considerados experts, são aplaudidos pelos seus pares e tocam milhares de vidas. Fazem-no através da criação de postos de trabalho directos e/ou indirectos, movimentarem milhões e mexem com a nossa economia, procuram soluções mais amigas do ambiente e melhoram a qualidade das nossas vidas e do nosso planeta, sabem ser excelentes na arte de bem-receber e protegem quem todos os dias acolhe nacionais e estrangeiros, ou simplesmente embelezam e tornam funcional os nossos edifícios, as nossas cidades, os nossos destinos.

Todos eles são ilustres personalidades e mestres nos seus ofícios, generosos na partilha de conhecimento e levam mais longe o nosso País.

À nossa escala, bem mais singela, e porque também somos mestres no nosso ofício jornalístico, a Magazine Imobiliário não quer prémios pela sua dedicação, gostaria, antes, de poder premiar todos aqueles que têm acompanhado a revista ao longo destes 11 anos de actividade dedicada ao Imobiliário, mas também à Construção, Ambiente e Turismo.

11 anos sempre a lutar, sempre a crescer, sempre a mostrar o que de melhor se faz em Portugal!

Every year, Magazine Imobiliário marks its anniversary by attributing Personality Awards. It is no easy task deciding who gets the awards but involves the contribution of specialists, although we get the final word. Why do we hold these awards? Because there are people, very often invisible to the

common citizen, but who are considered experts in their professional areas and applauded by their equals and touch the lives of thousands. They do so by creating direct and/or indirect jobs, making millions and powering the economy, seeking more environmentally friendly solutions while improving the quality of our lives and our planet, are excellent in the art of welcoming and protecting those who welcome nationals and foreigners on a daily basis, or who simply beautify and make our buildings, cities and destinations functional.

All of them are illustrious personalities and masters of their professions, generous in sharing know-how in their desire to take Portugal further.

On our own much simpler scale, and because we are masters of our journalistic craft, Magazine Imobiliário does not seek awards for dedication, but would rather distinguish all those who have followed the magazine over these past 11 years dedicated to Real estate, but also Construction, Environment and Tourism.

11 years constantly competing, growing, and always showcasing the best of what Portugal does!

Índice

O retalho está morto. Viva o retalho! Retail is dead. Long live retail

Ficha técnica Datasheet

Propriedade Property

Palavras Aliadas

Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901

Administração Anabela Loureiro

Rua Paulo Reis Gil nº 39, 3º Esq. 2745-195 Queluz

Telm. / Mobile: (+351) 96 237 00 08 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario.com

Fundador da Magazine Imobiliário Founder of Magazine Imobiliário Joaquim Pereira de Almeida

Directora Director Carla Celestino

Sede de Redacção / Editor

Rua Paulo Reis Gil nº 39, 3º Esq. 2745-195 Queluz

Colaboradora Permanente Permanent Contributor Elisabete Soares

Colaborador Contributor Fábio Lopes

Fotografia Photography Anabela Loureiro

Tradução Translation Chris Graeme

Grafismo Graphics Luís Silva

Contabilidade Accounting Nasceconta

Periocidade Frequency Bimestral

Tiragem Number printed 3.000 exemplares

Impressão Printing Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica

Depósito Legal Legal Deposit 363718/13

SSN – 2183-0517

ERC – 126397

Estatuto editorial disponível em: Editorial policy available at: www.magazineimobiliario.com

Capa Cover: Sylverarts on Istockphoto

Edifícios inteligentes

Intelligent Buildings

Se um edifício pudesse falar

o que diria?

If a building could speak, what would it say?

Jae Young
JU on istockphoto

Se fosse um prédio antigo, muito provavelmente, queixava-se de fissuras, infiltrações, humidade… Mas, e se fosse um edifício moderno, inteligente, será que pediria para baixar o consumo da electricidade, para se fazer uma gestão consciente do consumo da água, ter maior segurança, menos manutenção…?

If it were an old building, it would very likely complain of cracks, leaks, and damp...but if it were a modern and intelligent building, would it likely ask for the electricity consumption to be reduced, for a more aware use of water, for greater security, and less maintenance...?

Incentivados pela Organização das Nações Unidas ou pelas medidas incrementadas pela União Europeia, várias têm sido as soluções implementadas no edificado de forma a combater as emissões de CO2, o consumo energético e o desperdício originados pelo sector da construção.

Não foi, pois, de estranhar que tanto a arquitectura, como a engenharia e o sector imobiliário tenham começado a adoptar recursos, materiais, técnicas, certificações mais sustentáveis e tecnológicas com menor impacto no mundo que nos rodeia.

Mais do que isso, estão a mudar mentalidades, porque só alterando a raiz se pode dar vida e forma a edifícios mais saudáveis e duradouros.

BMS e IA

Há quem lhes chame “smart buildings”, preferimos a expressão portuguesa. Mas em que medida um edifício é já realmente inteligente?

O avanço tecnológico proporcionou a automatização de todos os sistemas que constituem um edifício e com isso habitar tornou-se mais fácil, mais intuitivo, mais económico e mais amigo do ambiente.

Do lado do construtor e do promotor imobiliário, segundo os especialistas, há também mais-valias, nomeadamente a redução dos custos com a construção e uma maior rentabilidade do negócio, até porque, cada vez mais, do lado da procura está no topo das suas exigências apartamentos ou moradias

que proporcionem uma maior qualidade de vida e menor impacto no ambiente.

Mas para entendermos este novo conceito, nada melhor do que ouvir os especialistas. André Caiado é Doctor Cum Laude in Technologies of Smart Buildings e diz-nos de uma forma muito clara que “edifícios inteligentes são edifícios que utilizam sistemas de gestão e controle do seu funcionamento capazes de responder de forma correcta às necessidades dos seus utilizadores em cada momento.”

E estas palavras “em cada momento” fazem toda a diferença. Basta pensar no abrir e fechar automático dos estores e das cortinas nas horas de maior ou menor calor para se ter uma casa com maior conforto térmico, só para dar o exemplo.

Mas como o arquitecto, fundador e CEO do atelier de arquitectura Contacto Atlântico sublinha, e bem, um edifício inteligente “necessita, antes de tudo, de um projecto de qualidade, que utilize a melhor orientação possível, a forma que melhor o proteja da excessiva acção do sol, soluções de sombreamento, isolamento e captação de energia apropriadas.”

André Caiado deixa-nos animados ao dizer-nos com convicção que “em Portugal temos cada vez mais edifícios inteligentes em que o sistema de gestão do edifício (BMS) começa a integrar-se com a inteligência artificial (AI) para prever as solicitações do utilizador e responder da forma mais eficaz possível às necessidades do dia-a-dia.”

Texto Text: Carla Celestino
Jakub Żerdzicki na Unsplash

Soluções smart

Numa era em que (quase) tudo está conectado através de smartphones, apps, controlo remoto de dispositivos via Wi-Fi ou da ajuda de um Google Assistant ou Amazon Alexa (assistentes de voz), pode-se, a partir de qualquer parte, controlar remotamente, programar ou optimizar de forma eficiente, eficaz e confortável uma casa.

Depois de se ter banalizado o abrir e fechar automático dos estores ou das cortinas, como já referimos, do ligar e desligar as luzes interiores e exteriores, dos detectores

de fumo e de humidade na casa de banho, activar sistemas de rega, ou do conectar às câmaras de vigilância para vigiar bebés, pets e potenciais roubos, agora, há outras soluções que vieram facilitar ainda mais a vida humana.

Estamos a falar da internet das coisas (ou IoT) cuja rede de dispositivos conectados à internet permite interagir com os equipamentos que temos em casa e até compartilhar dados. Damos alguns exemplos.

Através de um smart speaker basta dizer em alta voz “quero água quente” e activamos

O avanço tecnológico proporcionou a automatização de todos os sistemas que constituem um edifício e com isso habitar tornou-se mais fácil.

Technological advances have afforded the automisation of all the systems that make up a building and this makes living in them easier, more intuitive and environmentally friendly”.

as torneiras, “acende a luz” e deixamos de estar às escuras (desde que a lâmpada seja também inteligente) ou “quero a receita de ovos moles de Aveiro” e voilá aparecem os ingredientes e as instruções nos segundos seguintes. Tal também é possível via telemóvel.

Existem igualmente os chamados sistemas de identificação que, através de sensores radiofrequência (RFID) e de peso, permitem monitorizar o stock da nossa despensa ou aparelho em tempo real. Com efeito, já há frigoríficos que nos avisam que o leite e os legumes acabaram lá em casa e até podem fazer o pedido directamente ao supermercado seleccionado. Podemos também dar ordens remotamente para o forno assar aquele bacalhau com batatas a murro ou à máquina para lavar a loiça ou a roupa.

Os cientistas até já criaram robots que cozinham, lavam a roupa suja, fazem a cama, limpam a casa ou regam as plantas, mas isso são outras histórias…

Para quem não tem uma casa inteligente, mas quer ter, uma solução é a adopção de tomadas inteligentes que permitem transformar os aparelhos comuns em dispositivos inteligentes controlados por telefone e/ou à distância.

Todas estas soluções permitem poupar tempo nas nossas vidas, nomeadamente nas tarefas domésticas, mas mais do que isso per-

Moritz Kindler na Unsplash

Excellence in Project and Construction Management

mitem poupar e monitorizar os consumos energéticos.

Não podemos, no entanto, deixar de questionar se a tecnologia será amiga do ócio e poderá controlar as nossas vidas. Basta referir o Display Google (HUB), a título de exemplo, que para uns é um mordomo high tech e que para outros é um assistente pessoal, mas que gere toda a vida tecnológica da casa.

Serão as casas inteligentes para todos?

A resposta a esta questão fica aquém das nossas expectativas. A realidade é que os valores praticados no mercado da automação levam, ainda, a posicionar-se no segmento de luxo.

No entanto, puxados pelas novas directivas europeias em matéria de eficiência energética de edifícios e tendo em mente que a domótica pode reduzir de forma acentuada o consumo energético, as soluções poderão ser utilizadas de diferentes formas e consoante os diferentes orçamentos familiares. Por outro lado, cresce o interesse dos promotores em trazer para o mercado nacional casas mais inteligentes.

O administrador Executivo da NOS, Daniel Beato, fala-nos precisamente de um novo

conceito que, na sua opinião, “vem revolucionar” a casa inteligente “enquanto parceiro dos promotores imobiliários e não apenas um fornecedor de hardware.” Está a referir-se à NOS Smart Home.

Daniel Beato explica que neste conceito, “a forma integrada de gerir as funcionalidades da casa, desde segurança, à climatização, à iluminação, entre outras, sem necessidade de intervenção de terceiros, permite facilmente criar regras e cenários que optimizam o consumo de energia, reduzem custos, tornando a utilização da casa mais eficiente, sustentável e consciente como futuro exige.”

Na sua opinião, a NOS Smart Home traz uma “nova era de habitação”, isto porque tem a “tecnologia a favor dos proprietários.” E esclarece ainda que “esta parceria com os promotores inicia-se com a concepção do projecto, a instalação, o apoio na comercialização e posteriormente garante suporte aos clientes, com uma presença nacional e anos de experiência nesta área.”

Este conceito já está a ser utilizado em algumas casas, basta dar o exemplo da Vila do Tijolo, no bairro da Estrela, em Lisboa.

Com gestão de projecto a cargo da Overseas, a histórica vila operária da antiga fábrica vai ser transformada num empreendimento residencial com 30 apartamentos e cinco mo -

Edifícios inteligentes são edifícios que utilizam sistemas de gestão e controle do seu funcionamento capazes de responder de forma correcta às necessidades dos seus utilizadores em cada momento.

Intelligent Buildings are buildings that use management and control systems which can control the way they operate and can correctly respond to the needs of their users at any moment.”

do futuro constroem-se agora Um Especialista ao seu lado faz toda a diferença

radias que vão deter funcionalidades como segurança, protecção, fechadura inteligente, controlo de iluminação e, adicionalmente nas moradias, controle de estores, climatização e tomadas inteligentes controláveis através de app ou painel interior.

A Lisboa, junta-se o Porto na liderança nesta nova forma de habitar. Tal é o caso do Asprela Living Lofts, localizados na freguesia de Paranhos, próximo ao pólo universitário. Este projecto é desenvolvido pela Sapore Sic Imobiliária Fechada S.A., cuja gestora é Investment Manager da Point Capital Partners, e conta com 30 apartamentos T0 com as mesmas soluções tecnológicas. Na verdade, as soluções de automação já se encontram espalhadas por todo o País, no entanto, a verdadeira acepção de casas inteligentes ainda é residual no mercado re -

sidencial português, mas, dizem os especialistas, com muito potencial de crescimento. A democratização dos edifícios inteligentes, sejam privados ou públicos, será intrínseca às cidades inteligentes. É a este ponto que o futuro nos deve levar. Um futuro em que todos somos mais “espertos” na hora de escolher uma casa, uma creche ou um hospital. Um futuro mais sustentável, com maiores poupanças a todos os níveis e mais tecnológico. Tal só depende das escolhas de cada um de nós…

Given incentives by the United Nations of by incremental measures from the European Union, various solutions have been carried out on buildings to counter CO2 emissions, energy consumption and waste from the construction sector.

Revolucionar a exploração fotovoltaica

Revolutionising photovoltaic exploration

Um grupo de cientistas do departamento de Física da Universidade de Oxford, no Reino Unido, está a explorar as potencialidades do perovskite - um material ultrafino que pode ser aplicado sobre qualquer objecto, tornando-o capaz de absorver a luz do sol.

Necessitando de menos espessura para ser aplicado, dotado de maior flexibilidade e 5% mais eficiente que o silício utilizado na produção de energia solar convencional, este material pode ser a porta para tornar mais barata a exploração fotovoltaica, permitindo uma redução dos custos e do espaço exigidos à construção de quintas de painéis solares.

Aspirando aumentar a sua eficiência em 40%, a equipa de cientistas de Oxford admite, contudo, que a tecnologia está ainda numa fase embrionária, carecendo da estabilidade necessária para ser aplicada em larga-escala.

A group of scientists from the Department of Physics at Oxford University is exploring the potential of perovskite - an ultrafine material that can be applied on any object making it capable of absorbing sunlight.

Requiring less thickness to be applied, giving greater flexibility and 5% more efficient than silicon used in conventional solar energy production, this material could be the gateway to making photovoltaic exploration cheaper, allowing for a reduction in costs and space required from the construction of solar panel parks.

Aspiring to increase its efficiency by 40%, the team of Oxford scientists admit, however, that the technology is still in an embryonic phase and is lacking the necessary stability to be applied on a large scale.

Fora da caixa Out of the box
Julian O Hayon na Unsplash

Indeed, it is not surprising that in architecture and engineering, the real estate sector has begun to adopt resources, materials, techniques, more sustainable and technological certifications with less of an impact on the world that surrounds us.

More than this, they are changing mentalities because only by changing things from the roots up can the way be paved for healthier and longer-lasting buildings.

BMS and AI

There are those who call them “smart buildings”, we prefer to use the Portuguese expression ‘intelligent buildings’. But to what extent is a building actually intelligent? Technological advances has afforded the automisation of all the systems that make up a building and this makes living in them easier, more intuitive, economical, and environmentally friendly.

From the side of the builder and real estate developer there are also benefits, namely a reduction of construction costs and greater business profitability, this because increasingly there is more demand for apartments and houses that provide a better quality of life and less impact on the environment. But to understand this new concept, there is nothing better than listening to the specialists.

André Caiado is Doctor Cum Laude in Technologies of Smart Buildings and tells us very clearly “intelligentbuildings are buildings that use management and control systems

which can control the way they operate and can correctly respond to the needs of their users at any given moment.”

And these words “at any moment” make all the difference. One only has to think of the automatic opening and closing of curtains and blinds during hours of greater or lesser heat to have a house with greater thermal comfort, just to give one example.

But as the architect, founder and CEO of the architecture atelier Contacto Atlântico correctly emphasises, above all an intelligent building” requires a quality project that uses the best possible position to protect it as much as possible from the excessive effects of the sun, and solutions for providing shade, insulation, and harnessing the appropriate energy.”

André Caiado leaves leaves us encouraged when he tells us with conviction that “we have increasingly more intelligent buildings in Portugal in which the Building Management System (BMS) is beginning to be integrated with Artificial Intelligence (AI) to anticipate the requests of users and respond to their day-to-day needs in the most effective way possible.”

Smart solutions

In an era when (almost) everything is connected via smartphones, apps, Wi-Fi remote control devices or the help of a Google Assistant or Amazon Alexa (voice assistants), you can from any part remotely control, programme, or optimise a house in an efficient, effective and comfortable way.

Construir Portugal Building Portugal

O Governo assinou acordos com 18 municípios para a construção e reabilitação de 4.483 habitações no âmbito do programa Construir Portugal, Nova Estratégia para a Habitação. Esta iniciativa surge com a pretensão de responder à falta de habitação acessível, pelo que o Governo afirma estar empenhado em trabalhar de perto com as autarquias locais para edificar habitação digna para os portugueses.

Financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da União Europeia, numa numa dotação de 454 milhões de euros, 4.130 destas habitações situam-se na região de Lisboa, em concelhos como Almada, Cascais, Lisboa, Mafra, Oeiras, Setúbal e Sintra, entre outros. Os restantes 355 fogos localizam-se nos municípios de Fafe, Guimarães, Lamego e Matosinhos. Desta forma, o Governo espera ter 26 mil fogos construídos até 2026.

The government has signed agreements with 18 municipalities for the construction and refurbishment of 4,483 homes as part of the Construir Portugal (Building Portugal) programme. This initiative arises from the intention to respond to the lack of affordable housing with the government saying that it is committed to collaborating closely with local municipal authorities to build decent housing for the Portuguese. Financed from the European Union Recovery and Resilience Plan (RRP) with a grant of 454 million euros, 4,130 of these homes will be in the Lisbon region in boroughs like Almada, Cascais, Lisbon, Mafra, Oeiras, Setúbal, and Sintra, among others. The other 355 homes are in the municipalities of Fafe, Guimarães, Lamego and Matosinhos. The government therefore expects to have 26,000 homes built by 2026.

25 Anos de Excelência na Gestão de Projeto

Desde a sua fundação, a Rockbuilding tem pavimentado um caminho de inovação no mundo da construção e desenvolvimento imobiliário em Portugal. Com um compromisso inabalável de qualidade e de atenção às necessidades dos clientes, atua na transformação de espaços urbanos, com intervenção em mais de 6 milhões de metros quadrados, contribuindo para grandes marcos de construção no nosso país.

Ao longo dos seus memoráveis 25 anos, a Rockbuilding tem sido uma referência no setor da gestão de projetos, graças ao seu know-how e expertise. Procuram criar soluções personalizadas, em cada fase de um projeto, tendo como foco a responsabilidade ambiental, otimização de custos e cumprimento da qualidade.

Em que ficamos? Where we are now

After the automatic opening and closing of blinds or curtains, as already mentioned, has become quite ordinary, as has turning on and off indoor and outdoor lights, smoke and humidity detectors in the bathroom, the activation of watering systems, or security cameras to monitor babies, pets and potential theft, now there are other solutions that have made human life even easier.

We are talking about the Internet of Things (IoT) whose network of devices connected to the internet enables interaction with the appliances and devices we have at home and even to share data. We give some examples. Using a smart speaker you only have to say out loud “I want hot water” and we can turn on the taps, “switch on the lights” and no longer be in the dark (just so long as the bulbs are also intelligent), or “I want a recipe for Aveiro sugared egg sweets” and voila!... the ingredients and instructions follow in seconds. And you can also do that through your mobile phone.

There are equally also the so-called identification systems that via radio frequency sensors (RFID) and weight can monitor the stock in our pantry or device in real time. In effect, there are already fridges that tell us when the milk and vegetables at home are running out and can even make a direct order to a selected supermarket. We can also remotely give orders for the oven to start baking that codfish with mashed potatoes or to the dishwasher or washing machine to do the dishes and wash the clothes.

Scientists have even created robots that cook, wash the dirty clothes, make the bed, clean the house or water the plants, but that’s another story...

For those who don’t have an intelligent house, but want to have one, one solution is to get intelligent sockets that allow you to turn common devices into intelligent ones controlled by telephone and/or from a distance.

All these solutions permit time to be saved in our lives, particularly on domestic chores, but more than this they enable you to save and monitor energy consumption.

Meanwhile we cannot avoid questioning if technology will be a hollow friend You only have to mention Display Google (HUB), by way of example, which for some is a high-tech´ butler and for others is a personal assistant managing all the technology in the home.

Are intelligent houses for everyone?

The reply to this question was beyond our expectations. The reality is that the prices practised in the automation market mean that they are still positioned for the luxury segment.

However, driven by new European directives on the matter of the energy efficiency of buildings, and bearing in mind that demotics can sharply reduce energy consumption, solutions may be used in different ways and depending on different family budgets. On the other hand, there is a growing interest among developers in bringing more intel-

Projectos podem não ser concluídos dentro do prazo

Projects may not be completed by the deadline

No passado dia 6 de Agosto, o Governo comunicou que irá proceder à reapreciação de projectos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Hélder Reis, secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, afirmou que, apesar de não haver perspectivas de abandono para nenhuma obra, o Governo está a traçar prazos de conclusão mais realistas e a tentar perceber a forma mais eficaz de alocar recursos.

Tal é o caso da obra do Metropolitano de Lisboa que tem previsto um financiamento do PRR de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha até Alcântara, e 250 milhões de euros para a nova Linha Violeta, que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures.

On 6 August, the government said that it would proceed with reappraising the projects within the Recovery and Resilience Plan (RRP).

Hélder Reis, the Secretary of State for Planning and Regional Development confirmed that despite there not being any prospects of abandoning any of the works, the government would adopt more realistic completion deadlines and try to allocate resources in a more effective and realistic way.

Such is the case with the Lisbon Metropolitan which has 400 million euros earmarked to expand the Red Line to Alcântara, and 250 million euros for the new Purple line that will link Hospital Beatriz Ângelo to Odivelas and Loures.

ligent homes to the Portuguese market.

The Executive Director of NOS, Daniel Beato, tells us precisely about a new concept that, in his opinion, “revolutionises” the smart home “as a partner of real estate developers and not just as a hardware supplier.” He is referring to NOS Smart Home.

Daniel Beato explains that in this concept, “the integrated way of managing the functionalities of the house, from security, to air conditioning and lighting, among others, without the need for third-party intervention, allows you to easily create rules and scenarios that optimise energy consumption and reduce costs, making the use of the house more efficient, sustainable and conscious as the future requires.”

In his opinion, NOS Smart Home ushers in a “new era of housing”, because it has “technology at the service of the owners.” And he also clarifies that “this partnership with the developers begins with the design of the project, the installation, the support in the commercialisation, and later guarantees support to customers, with a national presence and years of experience in this area.”

This concept is already being used in some houses, just take the example of Vila do Tijolo, in the Estrela neighborhood, in Lisbon. With the management of the project in the hands of Overseas, this historic working class neighbourhood that was built to house work-

ers at the old factory, will be turned into a residential development with 30 apartments and five town houses that will have features like security, protection, intelligent locking systems, lighting control and also in the houses blinds control, air conditioning and intelligent sockets that can be controlled via an app or interior panel.

Lisbon and Porto are leading the way in this new way of living. Such is the case with Asprela Living Lofts on the parish of Paranhos close to the university. This project has been developed by Sapore Sic Imobiliária Fechada S.A., whose manager is Investment Manager from Point Capital Partners, and has 30 studio apartments with the same technological solutions.

In truth, automation solutions are to be found spread up and down the country, however, the actual uptake of intelligent houses is still slight in the Portuguese residential market, according to the specialists, but with lots of potential for growth.

The democratisation of intelligent buildings, whether private or public, will be intrinsic to intelligent buildings. And it is to this point that the future should take us. A future in which we are all “smarter” when it comes to choosing a house, a creche or a hospital. A more sustainable future, with more technology and greater savings at all levels. And that depends on the choice of each one of us...

Insolvências aumentam em 2024

Bankruptcies up in 2024

Os primeiros sete meses deste ano foram palco de 2.410 insolvências, um aumento de 16% face a 2023, reportam os dados da Iberinform.

Segundo a filial da Crédito y Caución, Em termos geográficos, Lisboa (+10%) e Porto (+35%) são os distritos com o maior número de insolvências: 545 e 594, respectivamente. Já Horta (-50%) e Madeira (-30%) são aqueles onde se registaram as maiores descidas.

Os sectores da Electricidade, Gás e Água (+100%) e da Indústria Transformadora (+39%) foram os que denotaram mais pedidos de insolvência.

The first seven months of the year were the stage for 2,410 bankruptcies, an increase of 16% on 2023 according to data from Iberinform.

According to the local branch office of Crédito y Caución, in geographical terms, Lisbon (+10%) and Porto (+35%) are the districts with the greatest number of bankruptcies. 545 and 594, respectively. Then Horta (-50%) and Madeira (-30%) are the districts which registered the greatest falls.

Electricity, Gas and Water (+100%) and Manufacturing (+39%) sectors denoted the greatest increases in files for bankruptcy.

Nevão Snow
Sebastian Scholz Nuki na Unsplash

António Andrade

Edifícios mais inteligentes e sustentáveis com tecnologia KNX

More intelligent and sustainable buildings with KNX technology

No contexto actual, onde a consciência sobre o impacto ambiental se tornou uma prioridade global, a domótica surge como um pilar fundamental para promover práticas sustentáveis.

Neste cenário, a integração de sistemas de gestão e monitorização de energia, como os dispositivos KNX, está a gerar uma transformação notável no sector imobiliário. Destacando-se neste campo, a JUNG que oferece soluções avançadas que facilitam a gestão eficiente da energia e a redução do desperdício de recursos.

Utilizando contadores de consumo de electricidade e energia, e sensores para medir a qualidade do ar interior, os utilizadores poderão aproveitar melhor a energia, enquanto dispõem de espaços mais confortáveis. Estes dispositivos não só optimizam a utilização de energia, como também desempenham um papel crucial na obtenção de certificações de sustentabilidade, como o BREEAM. Esta certificação garante que os edifícios cumprem elevados padrões ambientais, o que se traduz num menor impacto ecológico e numa maior eficiência energética.

Com a domótica é possível monitorizar e controlar a utilização de água e electricidade em tempo real, requisito obrigatório para a obtenção desta certificação. Desta forma, a informação obtida facilita a implementação de medidas para reduzir o consumo e detetar rapidamente possíveis fugas e ineficiências.

No entanto, para além da sustentabilidade ambiental, a certificação WELL, que se centra no bem-estar e na saúde em ambientes construídos, está a emergir fortemente. Neste sentido, a domótica KNX desempenha

um papel essencial na oferta de soluções que cumpram os exigentes requisitos desta certificação.

Os sensores de qualidade do ar interior monitorizam constantemente o ambiente, enquanto os sensores de luminosidade e temperatura exteriores ajustam automaticamente a iluminação e o clima interior. Estas medidas não só melhoram a eficiência energética do edifício, como também aumentam a qualidade de vida dos seus ocupantes, estando em linha com os objectivos de bem-estar da certificação WELL. Na perspectiva da JUNG, a tendência para a sustentabilidade e o bem-estar através da domótica verde representa o futuro do sector imobiliário. A combinação entre a eficiência energética e o bem-estar dos utilizadores não só gera espaços inteligentes, como também espaços saudáveis. A médio prazo, prevê-se que a adoção generalizada destas tecnologias transforme por completo o panorama do sector imobiliário. Edifícios mais inteligentes e sustentáveis não só se tornarão a norma, como também serão essenciais para satisfazer as crescentes exigências ambientais e de saúde da sociedade moderna. Neste sentido, a JUNG posiciona-se como pioneira na criação de ambientes de convívio que não só respeitem o meio ambiente, mas também promovam o bem-estar e a saúde de quem os habita.

In the current context where environmental impact awareness has become a global priority, demotics have become a fundamental support in promoting sustainable practices. In this scenario, the integration of energy monitoring and management systems such as KNX devices is creating a remark-

able transformation in the real estate sector. Standing out in this field, JUNG offers advanced solutions that facilitate the efficient management of energy and reduce the waste of resources.

Using energy and electricity meters, and sensors to measure the quality of indoor air, users can take maximum advantage of energy, while making rooms more comfortable. These devices not only enhance energy use, but also play a crucial role in obtaining sustainability certificates like BREEAM. This certification ensures that buildings meet high environmental standards, which means having a lesser ecological impact and greater energy efficiency.

With demotics the use of water and electricity can be monitored and controlled in real time, a mandatory requirement to get this certification. In this way, the information obtained makes it easier to implement measures to reduce consumption and quickly detect possible leaks and inefficiencies.

Meanwhile, in addition to environmental sustainability, the WELL certification which focuses on well-being and health in built environments, is coming to the fore. In this respect, KMX demotics has an essential role in the range of solutions that meet the existing

requirements of this certification.

Indoor air quality sensors constantly monitor the environment, while outdoor light and temperature sensors automatically adjust the lighting and interior climate. These measures do not only improve the energy efficiency of the building, but also enhance the quality of the lives of the occupants; and are in line with the well-being goals required by WELL certification.

From JUNG’s perspective, the trend towards sustainability and well-being through green demotics is the future for the real estate sector. The combination of energy efficiency and the well-being of the users not only creates intelligent spaces but also healthy ones. In the medium term, it is predicted that the widespread adoption of these technologies will completely transform the real estate sector panorama.

More intelligent and sustainable buildings will not only become the norm but will also be essential to meet the growing environmental and health demands of a modern society. In this respect, JUNG is placed as a pioneer in creating social environments that not only respect the environment, but also promote the health and well-being of those living in them.

Brinde ao sucesso! A toast

to success!

No ano em que a Magazine Imobiliário celebra 11 anos de actividade e de muitos momentos marcantes, atribui os Prémios Personalidades 2024 a cinco notáveis cujas vidas e percurso profissional tiveram um impacto significativo nas áreas a que se dedicam.

In the year in which Magazine Imobiliário celebrates 11 years of existence and of many milestone moments, it awarded Personality Awards to five remarkable people whose lives and careers have had a significant impact on their specialist areas.

Acontece já no dia 19 de Setembro mais uma edição dos Prémios Personalidades, cujos eleitos são escolhidos pela equipa editorial da revista Magazine Imobiliário, órgão de comunicação social isento e independente. Nas próximas páginas da revista conheça os distinguidos de 2024 nestes prestigiados prémios nas áreas do Imobiliário, Construção, Ambiente e Turismo, a par do galardão Mérito. Todos personalidades memoráveis! Neste aniversário, a Magazine Imobiliário faz

um brinde especial a todos os que têm acompanhado, ao longo dos anos, a revista - patrocinadores, leitores/visualizadores, players, empresas e individualidades públicas e privadas: Bem-hajam, hoje e sempre!

Another edition of the Personalities Awards will be held on 19 September, whose winners are chosen by the editorial team at Magazine Imobiliário, an independent media organisation.

Discover in the following pages of the magazine the 2024 winners of these prestigious awards in the areas of Real estate, Construction, Environment, and Tourism, as well as the Award for Merit. All memorable personalities! On this anniversary, Magazine Imobiliário raises a glass to make a special toast to all who have followed the magazine throughout the years - the sponsors, readers/viewers, players, companies, and public and private individuals: Here’s to success, now and always!

José Cardoso Botelho

Prémio Personalidade Imobiliário 2024

Real Estate Personality Award 2024

Nascido em 1964, em Lisboa, desde cedo mostrou aptidão para os números. Licenciado em Gestão, com especialização em Finanças Empresariais, possui um MBA em Gestão Internacional e pós-graduações nas áreas de Negociação e Data-Base Marketing. Desde 1987 dedica-se de corpo e alma ao empreendedorismo. Guiado pelas suas aspirações desenvolve negócios nas áreas da promoção e rendimento imobiliários, da construção e obras públicas, do desenvolvimento de softwares 3D, equipamento médico, lazer, retalho têxtil e alimentar, indústria de compósitos, agricultura e investimentos financeiros.

A sua especialização em Gestão Internacional permitiu-lhe expandir, com perspicácia, os seus negócios para fora de Portugal, mais precisamente para a Suíça, Alemanha, Rússia e Angola. Membro do Conselho Consultivo do GRI de Portugal, gere mais de 1,35 biliões de euros de investimentos no nosso País. Figura proeminente do imobiliário português, é actualmente director-executivo e co-fundador da Vanguard Properties. Este é um grupo empresarial que agrega um conjunto de mais de setenta sociedades e cerca de 850 colaboradores que actuam nos sectores imobiliário, industrial, serviços, desporto, arte e mecenato.

Casado e pai de três filhos, reside na capital

e dedica-se à leitura, à pintura e à natação. Afirma que o seu “hobby predilecto” é o empreendedorismo, no entanto, ávido conhecedor pelo mundo, tem um gosto particular por viajar. Diz-se um apaixonado pela gastronomia e, talvez por isso, adore receber os amigos em casa e cozinhar para todos. Acrescentamos que é alguém que sabe apreciar a vida, mas também sabe partilhar e inspirar outros.

Born in 1964 in Lisbon, he showed an aptitude for numbers from an early age. He got a degree in Management with a specialisation in Company Finance and has an MBA in International Management and a post-graduate degree in the areas of Negotiation and DataBase Marketing.

Since 1987 he has dedicated body and soul to entrepreneurship. Guided by his aspirations he has developed businesses in the areas of real estate development and investments, public works construction, the development of 3D software, medical equipment, leisure, retail, textiles and foodstuffs, the composites industry, agriculture, and financial investments.

His specialisation in international management has enabled him to shrewdly expand his businesses overseas, more precisely Switzerland, Germany, Russia, and Angola. A member of the Advisory Board of GRI Portugal, he

manages over €1.35 billion euros of investments in Portugal.

A prominent figure in Portuguese real estate, he is currently the CEO and co-founder of Vanguard Properties. This is a business group that comprises over 70 companies and employs around 850 staff which operates in the real estate, industrial, services, sports, arts, and patronage sectors.

Married and the father of three children, he lives in Lisbon and enjoys reading, painting, and swimming. He says that his “favourite hobby” is running businesses, however, hungry to know the world, he has a particular love of travelling. He also loves fine cuisine, which is perhaps why he loves inviting friends to his home and cooking for them. We would add that he is someone who knows how to appreciate life, but also knows how to inspire others.

Amaro, Hélder e Luís Santos

Prémio Personalidade

Construção 2024

Construction Personality Award 2024

Amaro, Hélder e Luís Santos fazem parte da segunda geração da Jular Madeiras, empresa familiar fundada em 1973 e que se agigantou como um dos mais notáveis players da indústria da construção portuguesa. Dando continuidade ao legado de Júlia e Amaro Santos, os três irmãos continuam a dinamizar e a inovar a empresa com 50 anos de história na comercialização de materiais para o sector, possuindo um know-how inigualável no que toca ao que de melhor se faz na construção em madeira. Licenciado em Economia e pós-graduado em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, Amaro Santos é o actual presidente do Conselho Administrativo da Jular, onde, há 40 anos, iniciou a sua carreira como gestor de produção. Responsável pelo desenho estratégico da actuação da empresa, é possuidor de um conhecimento ímpar no que toca às potencialidades construtivas e sustentáveis da madeira, o que lhe tem granjeado convites frequentes para ser orador de workshops e seminários.

Com uma carreira de 30 anos, Hélder Santos é gestor de vendas e administrador da Jular, sendo responsável pela gestão das relações que estabelece com os seus clientes e pela criação de produtos inovadores e a sua introdução nos mercados de actuação da empresa. Casado e pai de três filhos, estudou Direito na Universidade Católica e possui uma pós-graduação em Gestão de Negócios Internacionais, formação que o tornou especialista em Direito Comercial e Liderança de Equipas. Director comercial e administrador da Jular,

onde, há 30 anos, iniciou o seu percurso no sector de madeiras e revestimentos, Luís Santos é reconhecido pela sua excelência em negociação, desenvolvimento de parcerias e desenho de estratégias de vendas. À semelhança dos seus irmãos, passou pela Universidade Católica, onde adquiriu uma sólida formação na área da Gestão. Pai de quatro filhos, ocupa-se ainda da administração e crescimento sustentável da empresa Tijolar – Cerâmica do Olival.

Para além do ofício que os une, os irmãos são ainda apaixonados pelo desporto. Amaro Santos dedica-se ao jogging e ao trekking, Hélder Santos prefere o golfe e o ténis, e Luís Santos prefere aventurar-se no esqui e vela. Amaro e Luís Santos partilham ainda uma veia artística, nutrindo um particular gosto pela fotografia.

Amaro, Hélder and Luís Santos are part of the second generation of Jular Madeiras, the family company founded in 1973 and which grew to become one of the most notable players in the Portuguese construction industry. Continuing the legacy of Júlia and Amaro Santos, the three brothers continue to revitalise and modernise the company with 50 years of history in selling materials to the sector, possessing an unrivalled know-how when it comes to the best that can be done in wood construction. With a degree in Economy and a post-graduate degree in Management from the Lisbon Católica University, Amaro Santos is the current board president at Jula where 40 years ago

he began his career as a Production Manager. Responsible for the strategic lines of the company and possessing an unequalled knowledge regarding sustainable and building properties of wood, he has received frequent invitations to speak at workshops and seminars. With a career spanning 30 years, Hélder Santos is the Sales Manager and CEO of Jular, being responsible for client relations and creating innovative products and introducing them in the markets in which the company operates. Married and a father of four, he studied Law at Lisbon’s Católica University and has a post-graduate degree in International Business Management and is a specialist in Commercial Law and Team Leadership. The Commercial Director and Director of Jular, 30 years ago Luís Santos began his career in the woods and cladding/panelling sector and is recognised for his excellent negotiation skills, forging partnerships, and designing sales strategies. Just like his brothers, he attended Lisbon Católica University where he got a sold training in the Management area. A father of four children, he is also responsible for the management and sustainable growth of the ceramics company Tijolar - Cerâmica do Olival.

Despite the trade that unites them, the brothers are also great sports lovers. Amaro Santos practises jogging and trekking, Hélder Santos prefers golf and tennis, while Luís Santos likes skiing and sailing. Amaro and Luís Santos also share an artistic vein, both having a particular love of photography.

Nelson Lage

Prémio Personalidade Ambiente 2024

Environment Personality Award 2024

Licenciado em Ciência Política - Relações Internacionais e mestre executivo em Gestão e Desenvolvimento de Liderança, tem guiado a sua vida pessoal e profissional por valores como a determinação, auto-motivação e auto-disciplina, dedicando a sua existência à defesa do Planeta.

Possui 20 anos de experiência no sector público nas áreas da Energia, Inovação e Relações Internacionais, onde desempenhou cargos de assessor, adjunto e chefe de Gabinete em diferentes governos.

Considera as competências de trabalho em equipa, combinadas com a disciplina, essenciais para uma carreira de sucesso e, nesse sentido, decidiu juntar-se à ADENE - Agência Portuguesa da Energia, com a qual tem, desde em 2011, desenvolvido actividades de interesse público nas áreas da Energia, Eficiência Hídrica e Mobilidade Sustentável.

Em 2020 pôs em prática as suas capacidades de gestão de liderança e assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração da ADENE, que tem sabido usar com sabedoria para promover a literacia ambiental junto dos sectores empresarial e associativo, procurando estimular o seu envolvimento e colaboração na descarbonização e transição energética de Portugal.

Para além do seu afecto pelas questões ambientais, é apaixonado pelas artes. Leitor

assíduo, encontra na música e na fotografia formas de se expressar, possuindo um vasto portfólio de imagens captadas nos mais variados momentos e um catálogo de composições musicais em piano e viola. Preocupa-se ainda em estar em constante contacto com o mundo, procurando, quando o seu tempo lhe permite, viajar ao máximo e travar conhecimento com várias culturas.

With a degree in Political Science - International Relations, and an Executive Masters in Management and Leadership Development, he has guided his personal and professional life by values such as determination, self-motivation, and discipline, dedicating his existence to defending the planet.

He has 20 years of experience in the public sector in areas such as Energy, Innovation, and International Relations, where he filled posts of advisor, and assistant and head of office in different governments.

He considers the skills of working in a team, combined with discipline, essential for a successful career and, with this in mind, decided to join ADENE - the Portuguese Energy Agency which he has been with since 2011, developing activities of public interest in areas of Energy, Water Efficiency and Sustainable Mobility.

In 2020 he put his skills in leadership manage -

ment into practice and accepted the post of President of the Board of Directors at ADENE where he has known how to use his wisdom to promote environmental literacy with business sectors and associations, seeking to stimulate engagement and collaboration in de-carbonisation initiatives and Portugal’s energy transition.

Apart from his dedication to environmental issues, he is enthusiastic about the arts. An ardent reader, he finds in music and photography ways of self-expression, possessing a vast portfolio of images captured in the widest range of moments and a musical catalogue of piano and viola compositions. He also finds time to be in constant contact with the world by travelling as much as possible and getting to know diverse cultures when time permits.

Bernardo Trindade

Prémio Personalidade Turismo 2024

Tourism Personality Award

2024

Diz-se “madeirense”, mas nasceu em Lisboa, Bernardo Trindade é uma das mais ilustres figuras do turismo nacional, tendo fornecido contributos fulcrais para o traçar da arquitectura institucional do sector, que se encontra em vigor desde 2008.

É licenciado em Organização e Gestão de Empresas pelo ISG – Business and Economic School e possui um vasto conhecimento no que ao mundo executivo diz respeito, tendo frequentado vários programas da Universidade Católica Portuguesa dirigidos a Executivos.

Conta com uma notável carreira legislativa que teve início como deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, de 2000 a 2005, tendo sido, posteriormente, secretário de Estado do Turismo nos XVI e XVII Governos Constitucionais, entre 2005-2011. Nessa altura, criou o Turismo de Portugal, empreendeu uma intensa reforma e reorganização espacial das regiões de turismo nacionais e levou a cabo uma revisão de toda a legislação do sector, nomeadamente no que diz respeito à lei dos empreendimentos turísticos, agências de viagens e animação turística. Homem de família, de quem recebe o apelido “community manager”, é actualmente administrador do grupo hoteleiro madeirense PortoBay Hotels & Resorts, que conta com 16 hotéis em geografias como a Madeira, Lisboa, Algarve, Porto e Brasil, e emprega mais de 1000 colaboradores.

É ainda presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) para o mandato 20222025 e do Conselho Estratégico do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Apaixonado por Lisboa, onde reside há 20

anos e desempenha funções como autarca de freguesia em Arroios, Bernardo Trindade é um amante de Portugal e, em especial, da Madeira, cujas serras gosta de percorrer em busca de “desafios”. Procurando manter a mente e o corpo activos, nutre um grande gosto pelo ténis, que pratica três vezes por semana, e pela leitura.

O seu percurso e engenho granjearam-lhe a condecoração de “Grande-Oficial da Ordem D. Infante D. Henrique” pelo Presidente da República Portuguesa.

He says he is ‘Madeiran’ but was born in Lisbon; Bernardo Trindade is one of most illustrious figures in national tourism, having made pivotal contributions to outlining the institutional architecture of the sector which has been in place since 2008.

He has a degree in Companies Organisation and Management from ISG - Business and Economics School and possesses a vast knowledge regarding the executive world having taken various executive courses at Lisbon’s Católica University.

He has a notable legislative career which began as an MP at the Madeira Legislative Council from 2000 to 2005, having been later Secretary of State for Tourism in the XVI and XVII constitutional governments between 20052011. At this time, he created the Portuguese tourist board Turismo de Portugal and conducted an intense reform and reorganisation of Portugal’s tourism regions and completed a total overhaul of the sector’s legislation, namely regarding the law of tourism developments, travel agencies and tourist entertainment.

A family man – his family nickname him ‘community manager,’ - he is currently the group director of the Madeira hotel chain Porto Bay Hotels & Resorts which has 16 hotels in places such as Madeira, Lisbon, the Algarve, Porto, and Brazil, and employs over 1000 staff.

He is also president of the Portugal Hotel Association (AHP) for the term 2022-2025 and sits on the Strategic Board of the Porto and the North of Portugal Tourism board (Turismo do Porto e Norte de Portugal).

Enthusiastic about Lisbon, where he has lived for 20 years, he has served as a parish councillor for the Lisbon district of Arroios, Bernardo Trindade loves Portugal, and particularly Madeira, whose hills he likes to walk in search of ‘challenges’. Seeking to keep his mind and body active, he nurtures a love of tennis, which he plays three times a week, and for reading.

His career and ingenuity won him the civil list decoration ‘Grand Official of the Order of Prince Henry’ from the President of the Republic.

João Paciência

Prémio Personalidade

Mérito 2024

Personality of Merit Award 2024

É um “Senhor” da Arquitectura portuguesa, tendo um legado que percorre de Norte a Sul o País e o mundo.

Homem de convicções, diríamos mesmo um filósofo da arquitectura, tem uma visão muito própria dos edifícios, do urbanismo, das formas de viver e habitar nas quais imprimiu a sua própria impressão digital. Encanta ouvi-lo, embora o próprio diga que ser frontal nas suas opiniões não o tenha “ajudado muito” ao longo da vida. Contradizemos, é precisamente o seu conhecimento e ideias que fascina todos. Mas é ver e sentir as suas obras o que mais nos cativa.

Nascido na vila alentejana de Mora, cresceu rodeado de livros, silêncio e pelas pinturas do seu pai, João Paciência.

Aluno do Instituto Superior Técnico e da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde foi professor da cadeira de Projecto, possui atelier próprio desde em 1980. Com uma prodigiosa carreira de mais de quatro décadas, durante as quais desenvolveu projectos incidentes sobre as mais diversas áreas - desde hotéis e turismo, ao planeamento urbano, a hospitais, escolas, habitação e decoração -, é responsável pelos notáveis traçados do “Atrium Saldanha” e dos edifícios de apartamentos “Habiparque” em Telheiras, que lhe granjearam dois prémios Valmor em Lisboa. É ainda autor de projectos como “Alcântara-Mar” e dos edifícios “Alto do Restelo”. Fora das fronteiras de Portugal, debruçou-se sobre projectos de diversas escalas e programas, em países como Argélia e Angola. A par da arquitectura, revela um particular interesse pela música, tendo os seus anos de

estudante universitário sido marcados pelo jazz, pela música clássica e por sessões de canto e viola vividas entre amigos. Amante de livros e homem de família, gosta de saborear os pequenos prazeres da vida, de contemplar o nascer do Sol e de viajar.

A sua visão e traçado incomparáveis e o evidente empenho e paixão com que impregna todos os seus projectos mereceram-lhe, entre outros galardões, o Prémio Municipal Cidade de Almada (2006), o Prémio SIL Carreira (2013) e a condecoração de Comendador da Ordem de São Tiago (2006).

No início dos seus 80 anos continua a envolver-se em diferentes projectos turísticos, bem como na reabilitação e construção nova de edifícios na capital, revelando que continua a ser uma referência da Arquitectura nacional.

He is the grandee of Portuguese architecture, with a legacy from the North to the South of the country and the world.

A man of convictions, we would even say a philosophy of architecture, he has a vision of buildings, urban planning, and ways of living and inhabiting spaces that is very much his own and on which he has left his own digital fingerprint. It is wonderful to hear him, although he himself would say that being forthright in his opinions has not “helped much” throughout his life. We contradict him, it is precisely his knowledge and ideas that fascinate everyone. But it is seeing and feeling his works that most captivates us.

Born in the Alentejan village of Mora, he grew up surrounded by books, silence, and his father João Paciência’s paintings.

He attended the Lisbon Higher Technical Institute and Lisbon University’s Faculty of Fine Arts where he would later be professor of the Projecto discipline. He has had his own studio since 1980. With a prodigious career spanning over four decades during which he developed projects covering diverse areas - from hotels and tourism, urban planning hospitals, schools, housing and décor - he is responsible for the remarkable lines of the ‘Atrium Saldanha’ and the ‘Habiparque’ apartment buildings in Telheiras for which he won the Valmor Prizes in Lisbon. He also designed projects such as ‘Alcântara-Mar’ and buildings ‘Alto do Restelo.’ Overseas, he has been behind diverse projects of different scales and complexities in countries like Algeria and Angola.

As well as architecture he also has a particular interest in music, his university student years being marked by jazz, classical music and sessions of song and viola experienced with friends. A lover of books and a family man, he likes to sample the small pleasures of life, contemplate the sunrise, and travel.

His vision and unique designs and the evident dedication and passion with which he hallmarks all his projects, have won him, among other awards, the Municipal City of Almada Award (2006), SIL Career Award (2013), and was decorated with the Knight Commander of the Order of São Tiago (2006).

At the beginning of his 80s he continues to be involved in different tourism projects, as well as renovation and new build construction in Lisbon, showing that he continues to be a leading light on the Portuguese architectural stage.

Nesta edição recuamos no tempo com Manuel Alvarez e Beatriz Rubio, presidente e CEO da Remax em Portugal respectivamente. Parceiros de vida e de trabalho, partilham a sua cumplicidade com os seus franchisados há quase 25 anos. Neste momento, o “balão” da Remax possui 12 mil trabalhadores directos.

In this edition we go back in time with Manuel Alvarez and Beatriz Rubio, president, and CEO of Remax in Portugal, respectively. Partners in life and work, they have shared a closeness with their franchisees for 25 years. Presently, the Remax ‘balloon’ has 12 thousand direct collaborators.

No próximo ano celebram 25 anos de Remax em Portugal. O tempo passou muito depressa?

Beatriz Rubio - Os 25 anos passaram muito depressa, mas no final é como se não tivessem passado. Na realidade a nossa aventura em Portugal começou antes da Remax. Viemos para aqui porque o Manuel veio para montar os negócios de franchising do grupo DIA e eu pedi transferência da L’Óreal de Espanha para Portugal. Viemos por três anos, depois prolongámos por mais três, seis… Manuel Alvarez – Nos anos 90 a minha empresa convidou-me para ir trabalhar para a China, mas não considerámos a proposta, decidimos que íamos ficar em Portugal e que ia implementar o meu sonho de ser empresário. A nossa primeira experiência imobiliária deu-se com a Expo’98, na altura comprámos um terreno barato, o que podíamos pagar, e montámos um parque e aí ganhámos dinheiro.

Quando se questionou sobre o seu futuro, o imobiliário estava nele?

MA - Eu percebia de imobiliário, porque tinha sido director de expansão do DIA e tínhamos lançado o franchising dos supermercados. Quando me questionei, naquele momento, sobre o que queria fazer, percebi que sabia fazer franchising e por isso mesmo procurei um franchising imobiliário. Foi, então, que encontrei várias marcas como a Century 21, a Coldwell Banker, nessa altura já a ERA tinha chegado a Portugal. Mas acabei por ficar realmente apai-

xonado pela marca Remax e pelo seu conceito de negócio, sobretudo o seu lema: “Everybody Wins” (Todos ganham). Em Maio de 1999, fui ao Canadá para contactar os donos da Remax Europa e, em 15 dias, avançámos com a Remax Portugal. Foi tudo muito rápido.

Nessa altura, num país pouco profissionalizado, quiseram aumentar a comissão sobre a angariação e venda de casas. As pessoas compreenderam esta mudança?

BR - A gestão dos franchisados nunca é fácil, porque cada um tem a sua vontade, mas nós sempre tivemos a qualidade de gerir as pessoas e as empresas com consenso. Além disso, esta rede veio revolucionar o mercado da mediação imobiliária. Aliás, não foi a marca, foi o trabalho feito por nós dois. E esta afirmação não é arrogância, porque a Remax, no fundo, está em todos os países e em muitos deles não mudou nada. Aqui houve muita visão do Manuel no sentido de as pessoas conseguirem partilhar e, foi nessa altura, que sugeriu que a comissão dos brokers tinha de aumentar. Porque a questão era: Como é que se consegue partilhar apenas 2% sobre a angariação e venda de uma casa?

MA – Até então, a lógica de trabalho era cada um por si e isso não era nada, porque ninguém queria partilhar conhecimento ou informação e com isso o cliente não ficava beneficiado. O que acontecia é que, quando havia uma boa angariação, era escondida, para que quem tivesse a angariação conseguisse também o

Entrevista Interview: Carla Celestino
Fotos Photos: Anabela Loueiro

comprador e ficasse com a comissão toda. Rompemos com esse grande paradigma da mediação em Portugal, a comissão passou a ser repartida entre os dois.

BR – Mas não foi fácil no início quebrar com este tabu, recebíamos cada insulto…

Se isso aconteceu com a comissão, imagino que foi igualmente difícil implementar a “exclusividade”.

MA - A Remax abriu o caminho para o modelo de partilha, mas persistia a problemática de quando os nossos franchisados angariavam uma casa, chegava depois outra imobiliária e angariava a mesma casa. Todos tínhamos as

mesmas angariações. O que dissemos, na altura, aos nossos concorrentes era “deixa-nos focar nesta casa e tu foca-te em outra”. Mas como não havia entendimento, surgimos com a “exclusiva” e então foi uma guerra.

BR - Foram anos e anos de ataques que recebemos, sabes que o ser humano é muito reactivo às mudanças. A exclusividade garante que se encontra a casa e o comprador certo e para isso o broker investe muito na promoção do imóvel, mas também sabe que o proprietário assegura a comissão.

Nessa altura também não se assinavam contratos, pois não?

MA – Esse, na verdade, foi o primeiro paradigma que nós mudámos que foi assinar um contrato de mediação já que, ninguém assinava contratos. Era pouco profissional. Mais tarde, por volta de 2004/2006, o INPI passou a exigir a celebração de contratos.

BR - E depois, a seguir a toda estas revoluções, surgiu mais uma: o IVA. Todo o mundo dizia que na mediação imobiliária não havia IVA, que era como nas obras da construção. E nós dizíamos, não, não, tem que pagar IVA porque nós vamos ser líderes e por isso vamos fazer muitas revisões das finanças.

No início a mediação imobiliária era vista como o último refúgio, depois, por volta da entrada da Troika serviu de tábua de salvação a muitas pessoas que, com idades entre os 40 e 50 anos, perderam os seus empregos, para agora aparecer uma nova levada de jovens. Foi este o percurso do valor humano na Remax?

BR- Há 25 anos sim, eram pouco profissionais. Agora não, nas equipas existem consultores, financeiros, advogados, arquitectos, solicitadores, fotógrafos, videógrafos, staff que gere as redes sociais, formadores... Mas sim, durante a Troika as profissões que mais contratámos foram, primeiro, professores e, depois arquitectos e decoradores que ficaram sem trabalho porque a construção parou.

MA - Nós temos dado solução profissional a muitas pessoas com poucos estudos e com

Acabei por ficar realmente apaixonado pela marca Remax e pelo seu conceito de negócio, sobretudo o seu lema: “Everybody Wins” (Todos ganham).

I ended up becoming very enthusiastic about the Remax brand and its business concept, particularly its slogan: ‘Everybody Wins’.”

pouca capacidade de evoluir profissionalmente. Eram pessoas que não tinham visão de carreira profissional, mas que aprenderam uma nova profissão e tornaram-se muitos bons naquilo que fazem.

BR - Agora temos outro conjunto de profissionais que são os licenciados e estamos a investir nos jovens, porque acredito que as empresas têm que ser rejuvenescidas. Esta empresa estava com uma idade média de 42 anos, e há quatro ou cinco anos pensámos que tínhamos de incluir pessoas novas e estamos a conseguir. Já temos mais de 500 profissionais com menos de 35 anos a trabalhar e a alcançar prémios.

MA - Há um par de meses um professor universitário disse-me uma frase que me encheu de orgulho, que foi que tinham de nos dar um prémio pela quantidade de soluções de vida que criámos para as pessoas e que evitaram que emigrassem para outros países. Neste momento somos 12 mil postos de trabalho directos no “balão” da Remax.

Como estão a sentir o mercado imobiliário português?

BR - O mercado precisa de muitas e muitas casas. Infelizmente não há uma varinha mágica que, “pimba”, faça nascer um prédio, pois em

média demora três, quatro, anos a ser construído. E a necessidade da elevada construção de casas não vai provocar uma bolha imobiliária, até porque não há nenhum banco em Portugal que dê crédito para a compra de terrenos. Dizem também que os preços só continuam a aumentar por causa dos estrangeiros. Na realidade, o total das vendas em Portugal continua a ser liderado por portugueses. O estrangeiro que trabalha remotamente, o que faz é arrendar um quarto, pois não consegue comprar casa.

MA – A Remax Collection posiciona-se no luxo, e é aí que entra o mercado mais dos estrangeiros. Isto porque são eles que conseguem pagar os preços finais. É preciso perceber que, embora os preços dos materiais já estejam estabilizados, existe falta de mão-de-obra, os terrenos estão caros e o custo da construção está caro. Perante este cenário decidem que vão construir caro porque vão ganhar mais dinheiro. Mesmo assim, 72% dos imóveis da Collection que vendemos é a portugueses e nas grandes cidades como Lisboa, Porto, linha de Cascais, alguns na linha de Sintra, na Margem Sul e Setúbal. Em Braga e Guimarães os imóveis Collection são menos, mas também existem.

O que estão a preparar para celebrar o 25º aniversário da Remax?

MA - Nem eu sei, está no segredo.

BR - Bom, para começar vamos festejar os 25 anos no Porto, cidade em que nunca estivemos nas nossas reuniões, no Palácio de Cristal e na Alfândega, ou seja, em dois locais muito emblemáticos. Haverá também uma reunião de brokers no Mosteiro da Batalha. Gostávamos de ir às ilhas, mas é difícil conseguir voos para todos. Até agora sempre nos focávamos muito no Algarve, porque era mais fácil em termos de logística para toda a nossa rede a nível nacional, mas o nosso objectivo é nos 25 anos percorrer todo o País nas diferentes reuniões. Vamos ter um marco histórico a nível de transacções e não digo mais nada.

Next year you celebrate 25 years of Remax in Portugal. Has the time passed quickly?

Beatriz Rubio - The 25 years have flown by, but it seems like they haven’t passed at all. In reality our adventure in Portugal began before Remax. We came here because Manuel set up a DIA group (supermarkets) franchising business and I asked for a transfer from L’Óreal Spain to Portugal. We came for three years, then we extended for three more years. And then six...

Fazemos Futuro.

A SOLYD é uma das promotoras imobiliárias líderes em Portugal e foca-se principalmente em projetos residenciais distintivos (segmentos médio e médio-alto), localizados em zonas históricas e urbanas de qualidade, nas principais cidades portuguesas, nomeadamente na área Metropolitana de Lisboa.

Future in the Making.

SOLYD is one of Portugal´s leading real estate developers and is focused primarily on distinctive residential projects (mid to mid-high-end segments), located in historical and quality urban areas, in major Portuguese cities, namely in Lisbon Metropolitan Area.

EDIFÍCIO ATLAS III

Avenida José Gomes Ferreira, Nº 13, Piso 5

Miraflores, 1495-139 Algés

Manuel Alvarez - In the 90s my company invited me to go and work in China, but we didn’t consider the offer, and decided that we would stay in Portugal and pursue my dream to be an entrepreneur. Our first experience in real estate began with Expo ´98 when at the time we purchased a plot of land cheaply that we could pay, and we set up a park and earned money from that.

When asked about your future, did real estate feature?

MA - I knew real estate, because I had been the expansion director for DIA, and we had launched the supermarket franchise. When people asked me at that time what I wanted to do, I realised that I wanted to do franchis-

ing which is why I looked for a real estate franchise. It was then that I came across several brands like Century 21, Coldwell Banker, and by then ERA had arrived in Portugal. But I ended up becoming very enthusiastic about the Remax brand and its business concept, particularly its slogan: ‘Everybody Wins.’ In May 1999, I went to Canada to contact the owners of Remax Europe and in 15 days we advanced with Remax Portugal. It all happened so fast.

At that time, in a country that was not very professionalised, you wanted to increase the commission on finding and selling houses. Did people understand this change?

BR - The management of franchisees is never easy because each wants to do things their way,

but we always knew how to manage people and companies with consensus. Moreover, this chain would revolutionise the estate agency market. Indeed, it was not the brand, it was the work done by the two of us. And we’re not being arrogant because Remax is basically in all countries and in many of them nothing has changed at all. Manuel had a lot of vision here in the sense that people were able to share, and it was at that time that I suggested that the commission for brokers needed to increase, because the question was: How do you manage to share just 2% on securing and selling a house?

MA - Up until then the working logic was each one for themselves and this was no logic at all because no one wanted to share knowledge or information, and like that the client didn’t benefit. What happened is that when someone found a good property, they hid the fact so that whoever found the property also secured the buyer and ended up with all the commission. We cut with this great paradigm in estate agency in Portugal, the commission ended up being split both ways.

BR - but it was not easy to break this taboo in the beginning and we got so many insults....

If this happened with the commission, I imagine that it was equally difficult to introduce ‘exclusivity.’

MA - Remax paved the way for a sharing model, but the problem persisted when our franchisees secured a house and then another estate agency would appear and secure the same property. We all had the same properties. What we said to our competitors at the time was “let us focus on this house and you focus on another.” But as we couldn’t reach an understanding, we came up with ‘exclusive’ and then war broke out.

BR - We were on the receiving end of attacks for years and years. You know human beings react badly to changes. Exclusivity ensures that you find the right house and buyer and for this the broker invests a lot in the promotion of the property, but also knows that the owner assures the commission.

At that time contracts weren’t signed, were they?

MA - This, in truth, was the first paradigm that we changed which was signing a broker contract given that no one was signing contracts. It wasn’t very professional. Later on, around 2004/2006, the INPI - National Institute of the Property Industry demanded the signing of contracts.

Impulsionada pelo desejo de transformar o ambiente urbano, a Civilria apresenta o The Unique - um empreendimento contemporâneo, assinado pelo premiado arquiteto Eduardo Souto de Moura, e localizado no coração da cidade de Aveiro. www.civilria.pt

Deixe-se inspirar pela paleta de cores da cidade de Aveiro!

BR - And later, after all these revolutions, there was another: VAT. Everyone used to say that there was no VAT in estate agency like there was on construction works. And we said, “no, no, VAT should be paid” because we’re going to be leaders and we’re going to make a lot of revisions in tax.

In the beginning estate agency was seen as the last refuge for VAT, then around the time the ‘troika’ came in, it acted as a lifeline for many people who between the ages of 40 and 50 had lost their jobs to make way for a new crop of young people. Was this the way to go to value people at Remax?

BR - 25 years ago, yes. They weren’t very professional. That’s not the case now. The teams now have consultants, financial people, lawyers, architects, solicitors, photographers, videographers, staff who manage social networks, trainers... But yes, during the ‘troika’ the professionals that we most hired were teachers, followed by architects and decora -

tors who lost their jobs because construction came to a standstill.

MA - We had not come up with a solution for the many people with few educational qualifications and with little capacity to develop professionally. These were people who did not have a vision of their professional career, but who learnt a new profession and became very good at what they do.

BR - Now we have another group of professionals who have degrees and we’re investing in young people because I believe that companies have to be rejuvenated. The average age of agents in this company was 42 and around four to five years ago we thought that we needed to include fresh blood and we’re achieving that. We already have more than 500 professionals under 35 working and winning awards.

MA - A couple of months back a university professor told me something that made me proud, and that was that they should give us an award for the number of opportunities that

we have given to people, and which meant that they didn’t emigrate overseas. Right now, we have 12 thousand people collaborating directly with us in the Remax ‘balloon’.

What state is the Portuguese real estate market now?

BR - The market needs many, many houses. Unfortunately, there is no magic wand and ‘hey presto!’ you’ve got a new block of apartments. In fact, it takes between three to four years to be built. And the need to build a high number of houses will not cause a property bubble since no bank in Portugal concedes credit to buy parcels of land. They also say that prices are continuing to go up because of foreigners. In reality, total sales in Portugal continue to be led by the Portuguese. The foreigner who is working remotely, who is renting a room, cannot buy a house.

MA - The Remax Collection has positioned itself in the luxury segment and it is in this market that you most find foreigners. That’s because they’re able to pay the retail prices. It needs to be understood that while the price of materials is stable, there is a lack of labour, the plots of land are expensive, and the cost of construction is dear. Given this scenario developers have opted to build expensive homes because they earn more money. Even so, 72% of the properties in the Collection that we sell are bought by Portuguese in the large cities like Lisbon, Porto, the Cascais line, and some on the Sintra line, the South Bank of the Tagus, and Setúbal. There are less properties in the Collection in Braga and Guimarães, but we do have them.

What are you doing to celebrate the 25th anniversary of Remax?

MA - It’s a secret, even I don’t know.

BR - Well, to begin with we’ll celebrate the 25th anniversary in Porto, a city where we’ve never been at our meetings, at the Palácio de Cristal (Crystal Palace) and at the Alfândega (old Customs building), in two very iconic places. There will also be a brokers’ meeting at the Batalha Monastery. We’d like to go to the islands, but it is difficult to arrange tickets for everyone. Until now we’ve always focused a lot on the Algarve because it was easier in terms of logistics for our entire network at a national level. Our goal for the 25th anniversary is to travel all around the country to different meetings and we’ll beat a record milestone in terms of transactions, but I’ll not reveal more.”

Thomas & Piron

“Habitar com história”

‘Living

with history’

A empresa belga, fundada há 48 anos, tem-se destacado no mercado imobiliário no seu país de origem, bem como em França, Luxemburgo, Suíça e Marrocos. Em Portugal, está a crescer e conta já com quatro projectos residenciais, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, um já concluído, dois em construção e um em desenvolvimento. E é este último - “Clarissas” - que mais nos desperta a curiosidade.

The Belgian company, founded 48 years ago, has been prominent in its own country of origin, as well as in France, Luxembourg, Switzerland and Morocco. In Portugal it is growing and already has four residential projects undergoing, in the metropolitan areas of Lisbon and Porto, one already completed, two under construction and one under development. And it’s this last one“Clarissas” - that most piques our curiosity.

O actual investimento do promotor Thomas & Piron no nosso País passa por projectos muito singulares e de elevada qualidade: Clarissas, em Sacavém - Loures; Docks Matosinhos, em Matosinhos; Gaia Hills, em Vila Nova de Gaia; e Conde Lima, em Lisboa, este último com 41 apartamentos já concluído e entregue. No total falamos de cerca de 130.000 metros quadrados (m2) de construção, e mais de 1.000 fogos.

No projecto Clarissas, em particular, revelaram-se visionários ao desejarem transformar um espaço com séculos de história num polo de comunhão onde as pessoas se vão cruzar entre o habitar, fazer compras, desfrutar das suas horas de lazer ou simplesmente respirar e gozar da passagem do tempo à sombra de uma árvore no jardim.

Clarissas: entre o secular e o moderno

Durante anos questionámo-nos sobre o futuro do antigo Convento de Nossa Senhora dos Mártires e da Conceição dos Milagres, localizado no centro de Sacavém, no concelho de Loures.

Agora, pela mão da Thomas & Piron e num investimento que ascende a 300 milhões de euros, a Praça da República e o Convento vão ser recuperados e ganhar nova vida. Aliás, em Julho de 2024, foi já aprovada a Unidade de Execução e assinado o Contrato de Urbanização com a autarquia.

O nome do empreendimento – Clarissasfica a dever-se ao facto das irmãs da Ordem de Santa Clara terem sido as primeiras a vi -

ver neste imóvel, há mais de cinco séculos. Depois da reabilitação do antigo Quartel, cujo projecto é da responsabilidade do atelier Saraiva+Associados, vão surgir novas formas de habitar nos 760 apartamentos, de tipologias T1 a T5, que incluem apartamentos duplex e penthouses nas coberturas, distribuídos por 10 lotes e 37 edifícios. Todos os apartamentos têm generosas varandas ou terraços cujas vistas perdem-se na frente ribeirinha do Tejo. Além do estacionamento privativo, alguns dos edifícios terão direito a comodidades exclusivas, como seja piscina e jardins privativos.

Este projecto urbanístico englobador contará ainda com nove mil m2 de zonas comerciais, de serviços, de equipamentos sociais e de lazer, sendo que na Praça da República vão ser criados espaços verdes quer no interior quer na envolvente. Tudo isto a um pulinho da ponte pedonal que liga Loures a Lisboa. As obras de construção da renovação da Praça da República arrancaram no passado mês de Agosto. No próximo ano deverão ter início as obras das infraestruturas e construção e a comercialização deste projecto, cujos valores de venda começarão nos 195 mil euros. Se tivermos em consideração que a área média dos apartamentos é de cerca de 100 m2 por unidade, os preços não só são convidativos, como são acessíveis à classe média nacional. Se tudo decorrer conforme o previsto, o empreendimento Clarissas estará concluído em 2033/2034, mas as primeiras unidades deverão iniciar a sua comercialização no segundo trimestre de 2025.

Imagino o futuro, já muito próximo

No empreendimento Clarissas há, saliente-se, valores nobres e o desejo de apoiar a vivência em comunidade e o mundo que nos rodeia.

Foi com este pensamento que a Thomas & Piron quis ir mais longe e o seu desejo é transformar o Convento de Nossa Senhora dos Mártires e da Conceição dos Milagres numa residência moderna para seniores, que poderá incluir serviços de enfermagem, mas que poderá igualmente ser complementada com áreas para crianças, como creche e jardim de infância.

Num espaço com uma grande e rica herança histórica, mais do que cuidadosos e sensíveis na reabilitação do edificado, têm a preocupação de promover um projecto sustentável.

Com efeito, todos os apartamentos foram pensados para serem eficientes energeticamente, privilegiaram a escolha de materiais made in Portugal de forma a reduzir a ‘pegada ecológica’ e o impacto ambiental, além de pretenderem introduzir novas formas de produção de energias renováveis. Acresce ainda 30 mil m2 de áreas verdes. Imagino o futuro, já muito próximo, dos moradores do Clarissas: chegarem a casa após um dia de trabalho e poderem contemplar o charme de viver num espaço repleto de História e histórias; e depois abrir a porta, entrar e relaxar num empreendimento moderno com todo o conforto. Deixar as crianças brincar no jardim, ou ir buscar aquele ingrediente que falta para o jantar com os amigos. Sentir a luz e a brisa que vem do rio Tejo ao entardecer.

The current investment from developer Thomas & Piron in Portugal encompasses unique and high-quality projects. Clarissas, in Sacavém - Loures; Docks Matosinhos, in Matosinhos; Gaia Hills, in Vila Nova de Gaia; and Conde Lima, in Lisbon - the latter with 41 apartments already completed and delivered to the clients. All told we are referring to around 130.000 square metres (m2) of construction, and more than 1,000 homes.

In the Clarissas project, in particular, they have shown themselves to be visionaries in a desire to transform a space with centuries of history into a hub of communion where people who are living there will mingle with people doing their shopping, enjoying leisure activities, or simply watching life go by under the shade of a garden tree.

Clarissas: between the secular and the modern

For years we wondered about the future of the former convent Convento de Nossa Senhora dos Mártires e da Conceição dos Milagres, (The Convent of Our Lady of Martyrs and Miraculous Conception) located in the centre of Sacavém, in the district of Loures.

Now in a 300 million euros investment by Thomas & Piron, the Praça da República and convent are to be renovated and given a new lease of life. Moreover, in July 2024 the Permission for Works and Urban Development contract was signed with the local authority. The name of the development - Clarissaswas after the Sisters of the Order of Saint Clara who were the first to live in this property over five centuries ago.

The former army barracks are to be refurbished with 760 apartments ranging from one to five bedrooms in a project from the studio of architects Saraiva+Associates, providing new forms of living that will include duplex apartments and rooftop penthouses spread over 10 plots and 37 buildings. All the apartments have generous verandas or balconies whose Tagus River front views tail off into the distance. Apart from the private parking, some of the buildings feature exclusive amenities like swimming pools and private gardens. This all-encompassing urban project will also feature 9,000m2 of commercial spaces and social and leisure areas and amenities, while green spaces will be created within the square Praça da República and surrounding area. All of this at the distance of a stroll from the footbridge linking Loures to Lisbon.

Construction works to renovate Praça da República started in August. Next year building and infrastructure works and sales should start for the project with prices starting from 195 thousand euros. If the average area of the apartments, which is around 100m2 per unit, is taken into consideration, the prices are not only attractive, but also affordable for Portugal’s middle class. If all goes to plan, the Clarissas development should be completed in 2033/2034, but the first units are due to go on sale in the second quarter of 2025.

Imagining a future that is closer than you think

In the Clarissas development the emphasis is on noble values and the desire to encourage living in the community and the world around it.

It was with this thought in mind that Thomas & Piron wanted to go further in their desire to turn the Convento de Nossa Senhora dos Mártires e da Conceição dos Milagres into a modern residence for seniors that could include nursing services but that could equally be complemented with areas for children such as kindergarten.

In a space with a large and rich historical legacy, more than careful and sensitive in refurbishing the building, they have been careful to develop a sustainable project. In effect, all the apartments were thought out to be energy efficient, with carefully selected ‘Made in Portugal’ materials to reduce

the ecological footprint and environmental impact, as well as introducing new forms of renewable energy generation. To this are added 30 thousand m2 of green areas.

Imagine a future that is closer than you think, one where the residents at Clarissas arrive home after a day at work and can contemplate the charm of living in a space full of history and stories, coming into and relaxing in a modern development with all the comfort. Let the children play in the garden or get that ingredient missing for a dinner with friends. Experience the afternoon light and feel the breeze from the river Tagus.

Francisco Campilho

A importância das Lacunas de Protecção

The importance of Protection Safeguards

Nos últimos meses, tem havido diversas discussões sobre a necessidade de reduzir as Lacunas de Protecção (LP) da economia portuguesa, particularmente no que se refere ao risco sísmico e à falta de seguros contra catástrofes naturais. Estas lacunas evidenciam a insuficiência de protecção do país, como refere o estudo da Nova SBE, que indicou que Portugal é o 9º país da União Europeia com a maior LP em riscos climáticos e catástrofes naturais, com 96% das perdas não cobertas. Este cenário é preocupante, especialmente quando comparado com o de outros países, como a Dinamarca, onde apenas 44% dos riscos não estão cobertos.

Por outro lado, as conclusões para Portugal do Relatório de Lacunas de Protecção de Seguros para Catástrofes Naturais, elaborado pela Autoridade Europeia para Seguros e Pensões Ocupacionais (EIOPA), apontam para uma lacuna significativa em relação aos incêndios florestais, devendo também o risco sísmico ser monitorizado de perto. A EIOPA alerta para que o risco sísmico possa vir a ser a principal preocupação no futuro, com possíveis impactos sistémicos no país, devido a eventos potencialmente devastadores em áreas com alta vulnerabilidade e baixa cobertura de seguros.

Neste contexto, a Estratégia Nacional para a Protecção Civil Preventiva 2030 propôs a criação de um sistema de protecção contra riscos catastróficos, incluindo a implementação de soluções baseadas em seguros para cobrir esses riscos. Em 2023, o tema ganhou relevância com a Resolução da Assembleia da República, que recomen -

dou a criação de um Fundo de Garantia para os Riscos Climáticos e Sísmicos, com o risco sísmico como o primeiro pilar. Esse processo foi formalizado pelo Despacho 10256/2023, que encarregou a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) de prestar apoio técnico para o desenvolvimento desse sistema. Apesar dessas iniciativas, a situação parece ainda estar longe de ser resolvida. Já neste ano, a ASF publicou um relatório que analisou a cobertura de seguros no país em relação ao risco sísmico, revelando que, embora 55% das habitações em Portugal tenham algum tipo de seguro de incêndio ou multirriscos, apenas 19% estão cobertas contra fenómenos sísmicos. Esse dado expõe uma LP de 79% para o risco sísmico, ressaltando a urgência de uma intervenção eficaz. Diante desse cenário de vulnerabilidade, torna-se ainda mais crucial que os decisores políticos e o setor segurador estabeleçam um sistema robusto para proteger um dos principais activos dos portugueses: o património imobiliário. A situação actual requer não só a continuidade dos esforços para reduzir essa lacuna, mas também a implementação de medidas concretas que garantam uma proteção eficaz contra catástrofes naturais, a fim de evitar futuras tragédias e garantir uma maior segurança do património nacional.

In recent months there have been several discussions about the need to reduce the gaps in Protection Safeguards (PS) for the Portuguese economy, particularly regarding seismic risk and the lack of insurance

Francisco Campilho
Presidente da Comissão Executiva da VICTORIA Seguros
President of the Executive Commission of insurance
company VICTORIA Seguros

against natural disasters. These gaps are evident from the country’s insufficient safeguards as highlighted by the Novo SBE study which indicates that Portugal is the 9th European Union country with the greatest PS in climate and natural catastrophe risks, with 96% of losses not covered. This scenario is worrying, especially when compared with other countries such as Denmark, where only 44% of risks are not covered.

On the other hand, the conclusions for Portugal in the Report on Insurance Protection Gaps against Natural Disasters produced by the European Insurance and Occupational Pensions Authority (EIOPA) points to a significant gap in relation to forest fires with the risks of earthquakes also needing close monitoring. EIOPA warns that seismic risk could be the main concern in future, with possible systemic impacts on the country because of potentially devastating events in areas of high vulnerability and low insurance cover.

In this respect, the National Strategy for Preventative Civil Protection 2030 has proposed the setting up of a system of protection against catastrophic risks, including the implementation of insurance-based solutions to cover these risks. In 2023, the topic gained relevance with a Portuguese Parliament Resolution that recommended

the setting up of a Seismic and Climate Risks Guarantee Fund with the risk of earthquakes being the primary pillar. This process was ratified by the Dispatch 10256/2023 which charged the Authority for the Supervision of Insurance and Pension Funds (ASF) to provide technical support for the development of this system.

Despite these initiatives, the situation is still far from resolved. This year, the ASF published a report that analysed insurance cover in Portugal regarding seismic activity, revealing that while 55% of houses in Portugal did have some type of fire and multirisk insurance, only 19% are covered against seismic phenomena. This data exposes a PS risk of 79% for seismic risk, underscoring the urgent need for an effective intervention. Faced with this scenario of vulnerability, it has become even more crucial that political decision-makers and the insurance sector set up a robust system to protect one of Portugal’s main assets: its real estate patrimony.

The current situation requires not just a continued effort to close this gap, but also the implementation of concrete measures that guarantee effective protection against natural catastrophes to avoid future tragedies and ensure a greater security for national patrimony.

Sustentabilidade e Circularidade

Sustainability and Circularity

Reinventar as Cidades

Reinventing Cities

“A Cidade do Zero é uma experiência imersiva que dá a conhecer uma cidade pensada para a sustentabilidade e para a circularidade”. É assim que Catarina Barreiros, criadora de conteúdos sobre sustentabilidade e fundadora do projecto Do Zero, descreve a iniciativa que fez nascer em 2021, e que assinala este ano a sua terceira edição.

“The Zero City is an immersive experience that introduces a city designed with sustainability and circularity in mind.”

That is how Catarina Barreiros, content creator on sustainability and founder of the From Zero (Do Zero) project describes the initiative that she set up in 2021, and which this year is in its third edition.

Criada com o objectivo de “mostrar tudo aquilo que em Portugal se faz pela sustentabilidade, circularidade e inclusão social”, a Cidade do Zero surgiu da vontade da criadora de conteúdos de reunir uma comunidade de indivíduos ávidos por conhecimentos relativos aos temas da sustentabilidade. Surge então um espaço onde, segundo Catarina, “toda a gente pode aprender alguma coisa”. Uma cidade verde e circular, onde nada se perde e tudo é reaproveitado.

Texto Text: Fábio Lopes

Foi a partir do princípio de que nada deveria ser produzido de propósito para o evento que Manuel Cruchinho, fundador da MCA - Manuel Cruchinho Arquitectos, idealizou o projecto de design da Cidade do Zero. “A preocupação no desenho [do projecto] foi a vida dos materiais no pós-evento”, sublinhou. Como tal, a cidade sustentável é edificada a partir de materiais que têm como destino final a utilização como cofragens de obras, fazendo nela uma paragem a meio do seu percurso. “A Cidade do Zero é um centro de reutilização gigante. Até as marcas que trabalham connosco acabam por pensar nesta circularidade”, acrescenta João Barreiros, parceiro do projecto Do Zero. Nasce assim uma reinterpretação do espaço citadino que contrasta com as cidades contemporâneas, grandes responsáveis pela poluição à escala mundial. “Continuamos a ver que as cidades não estão preparadas para a

mobilidade suave, que não existem refúgios verdes”, afirma Catarina Barreiros, para quem o espaço citadino deve ser reinventado, passando a ter no centro das suas preocupações a saúde física e mental dos seus habitantes. “Esta ideia de que podemos viver em cubos de betão, sem aproximação à natureza, é uma realidade que não é compatível com a saúde humana. As cidades têm de servir a natureza e os humanos que fazem parte dela”, defende. Para os envolvidos no desenvolvimento da Cidade do Zero, é possível repensar as cidades portuguesas a partir de um olhar mais sustentável, algo que já está a ser feito noutros países. Catarina Barreiros diz-nos, para tal, ser “necessário requalificar as nossas cidades. Criar formas de construção que permitam a multifuncionalidade dos edifícios; formas de trabalho que não impliquem uma movimentação excessiva de um grupo de pessoas à mesma hora e para o mesmo sítio”.

Catarina e João Barreiros e Manuel Cruchinho acreditam que a chave está nas cidades e aldeias do interior português, isoladas face ao resto do País e possuidoras de infra-estruturas inutilizadas. De facto, para estes, a conectividade inter-regional é uma das maiores oportunidades inaproveitadas por Portugal. O País deve, por isso, proceder a uma “renovação da ferrovia”, acredita Manuel Cruchinho. “Ligar essas aldeias faria com que houvesse

Filip

mais pessoas no interior. Seria voltar às cidades mais pequenas que nos permitem maior contacto com a natureza”, acrescenta.

Com a pretensão de consciencializar os portugueses para a necessidade de repensar a forma como vivem, a Cidade do Zero regressa, de 14 a 15 de Setembro, com novas actividades, palestras e mercados de troca de bens. A sua missão é clara: capacitar os visitantes de conhecimentos que os façam olhar a realidade de forma mais verde.

Created with the goal of “showcasing everything done in Portugal around sustainability, circularity and social inclusion” Zero City (Cidade do Zero) arose from a desire from the content creator to bring together a community of individuals hungry for knowledge on sustainability themes. Therefore, a space was created where, according to Catarina, “everyone could learn something.” A green and circular city where nothing is lost, and everything is recycled”.

It was from the principle that nothing should be produced on purpose for the Zero City design project event conceived by Manuel Cruchinho, founder of MCA Manuel Cruchinho Arquitectos. “The care and attention on the

design (of the project) revolved around the life of the materials once the event was over,” he emphasised. As such, the sustainable city is built using materials which will go on to be used as construction formworks, providing a break in its lifespan. “The Zero City is a centre of a vast recycling. Even the brands collaborating with us are thinking about this circularity,” adds João Barreiros, a partner in the From Zero project.

A reinterpretation of the city space has therefore been created, one which contrasts with large contemporary cities responsible for pollution on a world scale. “We continue to see that cities are not prepared for ‘smooth’ mobility, that there are no green refuges,” said Catarina Barreiros who thinks that city spaces should be reinvented and centred around the physical and mental health and welfare of its inhabitants. “This idea that we can live in concrete cubes, far from nature, is a reality that is not compatible with human health. Cities must cater for nature and the humans that comprise them,” she thinks.

For those involved in the development of the Zero City, it is possible to rethink Portuguese cities from a more sustainable vantage point, something that is already being done in other

Esta ideia de que podemos viver em cubos de betão sem aproximação à natureza é uma realidade que não é compatível com a saúde humana. As cidades têm de servir a natureza e os humanos que fazem parte dela.

This idea that we can live in concrete cubes, far from nature, is a reality that is not compatible with human health.” Cities have to cater to nature and the humans that comprise it.”

countries. Catarina Barreiros tells us that to achieve this “our cities would have to be rehabilitated. Creating forms of construction that allow for multifunctional buildings; ways of working that do not imply an excessive movement of one group of people at the same hour and to the same place.”

Catarina and João Barreiros and Manuel Cruchinho believe that the key lies in the towns and villages in the interior of Portugal, isolated from the rest of the country and possessing unused infrastructures. In fact, they think that inter-regional connectivity is one of the greatest, largely missed opportunities for Portugal. Which is why the country should proceed to “renovate the railways,” says Manuel Cruchinho. “Linking these villages would mean there would be more people living in the interior. Moving back to smaller cities would enable us to have a greater contact with nature,” he added.

With the aim of making the Portuguese more aware of the need to rethink the way they live, the Zero City returns on the 14 and 15 of September with new activities, workshops, and goods exchange markets. Its mission is clear: provide visitors with the knowledge that make them look at reality in a greener way.

Apoio no desenho, conceção e instalação

Apoio de marketing na comercialização

Suporte e manutenção de longo prazo

Se é promotor imobiliário, marque uma visita à casa NOS Smart Home, para conhecer as soluções que pode ter nos seus empreendimentos.

Para saber mais: nos.smarthome@nos.pt

Habitat Verde

Green Habitat

Turismo e ambiente: o impacto da aviação

Tourism and environment: the impact of aviation

Sílvia Moutinho

Vice-Presidente da Quercus

Vice-Presidente of Quercus

Já aqui se abordou a situação muitas vezes dicotómica entre impactos e desenvolvimento associada ao turismo. Um dos impactos é indiscutivelmente o aumento acentuado que se tem verificado do tráfego aéreo, estimulado pelo turismo.

Numa ânsia de “conhecer” o mundo, e os seus recantos… Até onde vamos permitir a nossa insaciedade comprometer o paraíso que é o nosso planeta?

Alguns dados sobre o impacto sobre a aviação podem-nos fazer pensar. Importa também acima de tudo questionarmo-nos sobre a qualidade das experiências que fazemos com o nosso tempo de lazer, e ponderar custos e benefícios a vários níveis.

Como aponta Eliane Cristine Raab Pires, no seu trabalho ‘As Inter-relações Turismo, Meio Ambiente e Cultura’ (), “a partir de 1945, com a criação do IATA (International Air of Transport Association), que regulou o direito aéreo, o turismo então entrou na era do avião. A tecnologia da aviação é que deu o impulso definitivo para o desenvolvimento do turismo no que concerne a novas aeronaves, propiciando maior rapidez, autonomia e conforto ao longo das viagens.” O incremento das viagens de avião facilitou um intenso vai e vem de turistas através do ar, isto no pós II Guerra Mundial. No século XXI estamos a assistir a enérgicas movimentações por parte de quem detém meios, para que se facilite ainda mais o transporte aéreo. Todas as globalizações dos negócios,

da vida das pessoas e da indústria do turismo especificamente, a isso conduziram. O caso dos aeroportos portugueses, e previsões de construção de novos ou sua ampliação, faz parte dessas acções. Esses projectos, se obtiverem a chancela de viabilidade, através de Avaliação de Impacte Ambiental, serão sobrevoados desde logo por nuvens de um fumo escuro: mais aviões a aterrar por hora representarão um contributo para o aumento de gases de efeito estufa (GEE). Lembrando-se aqui o compromisso de Portugal de alcançar a neutralidade climática. Lembrando também que o processo construtivo só por si será já factor de elevadas emissões de GEE. Na Lei de Bases do Clima, de 2021, que parte da premissa que “é reconhecida a situação de emergência climática”, deixa-se decidido que “Portugal compromete-se a reduzir até 2030 a emissão de GEE em 55%.”

Com os projectos para aeroportos estamos a sujar, além da paisagem (incluindo a paisagem sonora) portuguesa, as intenções nacionais.

Uma questão essencial é, o investimento do nosso tempo de lazer em experiências gratificantes. A criatividade com a atenção na efectiva valorização dos territórios de forma equilibrada abre-nos o leque a outras opções com o menor impacto possível.

We have often covered the dichotomy between the impacts tourism has on the en -

vironment and its importance to the economy. One of the impacts is undoubtedly the sharp increase that has been seen in air traffic, stimulated by tourism. In an eagerness to “see” the world and its corners... to what degree will we allow our insatiability to compromise the paradise that is our planet?

Some data about the impact of aviation provides food for thought. Above all it is also important to ask ourselves about the quality of the experiences that we have in our leisure time and weigh up the costs and the benefits at various levels.

As Elaine Cristine Raab Pires says in her work ‘The Interrelations between Tourism, Environment and Culture’ (1), from 1945, with the creation of IATA (International Air Transport Association), which regulates aviation law, tourism entered the aviation era. Aviation technology is what gave the definitive impetus to the development of tourism with regard to new aircraft, providing greater speed, autonomy and comfort throughout travel.”

The increase in plane travel facilitated a sharp up-tick in tourists going and returning by air in the post-World War II period. In the 21st century, we are witnessing a vigorous drive from those who have the means - whether airlines or airports - to make air transport even easier. The globalisation of business, people’s lives, and the tourism industry specifically are the drivers behind this.

The case of Portuguese airports and plans to build new ones or expand existing ones are part of this. These projects, if they get the seal of viability from an Environmental Impact Study, will be immediately flying over a dark cloud: more planes landing per hour will contribute to an increase of greenhouse gases. (GHGs) Here one recalls the commitment Portugal made to achieve net zero. One should also remember that building the airport alone will be a factor in generating high levels of GHGs. In the 2021 Climate Framework Law, whose starting premise is the “recognition that we are in a climate emergency” it was decided that “Portugal would sign up to reducing GHGs by 55% to 2030”.

With airport projects we are blighting not just the Portuguese landscape (including the sonic landscape), but also national intentions.

An essential issue is the investment of our leisure time on gratifying experiences. By being creative and paying attention to effectively bringing value to destinations in a balanced manner paves the way for other options which have a much less damaging impact.

Photo: Anabela Loureiro

Um rasgo de sorte

A stroke of luck!

No ano em que assinala 40 anos de carreira, o arquitecto João de Sousa Rodolfo, CEO da Traçado Regulador, partilhou connosco fragmentos da sua vida profissional que começou com muito trabalho, dedicação e sorte. Confessa-nos o que o move e até dá um possível rumo para a resolução da crise na habitação.

In the 40th year of his career, architect João de Sousa, Rodolfo, CEO of Traçado Regulador, shared fragments of his professional life with us that started off with a lot of hard work, dedication, and luck. He confides in us what makes him tick and even provides us with a possible pointer to solving the housing crisis.

Tem uma longa carreira no mundo da arquitectura. O que o levou a fundar a Traçado Regulador?

No início trabalhava sozinho e dava aulas na Universidade Lusíada. A dada altura da minha vida senti a necessidade de estar com outras pessoas, outras mentes, outras criações. Nessa altura pensei para com os meus botões: “Vou fechar a empresa e fundar a Traçado Regulador”. Acabei por me juntar a um outro professor também da Lusíada que se tornou meu sócio e mais tarde juntou-se um terceiro sócio ao atelier. Foi uma experiência interessante, mas acabei por perceber que preferia trabalhar a solo e adquiri as cotas dos meus sócios.

Ao fim de todos estes anos, o que continua a inspirá-lo?

Devo dizer que considero que os arquitectos têm uma actividade super gratificante. Temos a concretização daquilo que imaginamos, e construímos complementos nossos no mundo. É quase como se nos prolongássemos pelo mundo. Os arquitectos, como eu, vão pontuando o espaço das cidades com obras suas e isso é algo que nos motiva a todos: o facto de imaginarmos, concebermos, criarmos e depois sermos reconhecidos por essa obra.

O que distingue o vosso gabinete de arquitectura dos demais no sector?

Quem pode dizer o que nos diferencia é quem nos escolhe. O que posso dizer é o que é importante para o nosso atelier é criar ambientes propícios à vida e que temos a preocupação com o espaço interior e exterior. Sobretudo, o nosso cérebro abarcar, com um rápido olhar, todo o espaço e percebê-lo, interiorizá-lo e dar-lhe vida.

Que projectos têm em cima da mesa ainda para 2024?

Temos entre-mãos projectos de grande dimensão e que são conjuntos vastos de moradias, edifícios, mas que, devido a confidencialidade, não posso divulgar neste momento. Mas há outros dos quais posso falar, como é o caso de seis reabilitações em obra no bairro de Campo Ourique, em Lisboa.

Foi docente universitário entre 1984 e 2015. O que o levou a ensinar?

O ensino foi quase uma necessidade. A minha vida foi fácil até ao falecimento do meu pai, pouco depois do 25 de Abril. Após esse período, ainda no liceu, percebi que tinha de trabalhar, e no meu segundo ano de universidade comecei a dar aulas. Primeiro no liceu Dom Pedro V e depois no liceu Gil Vi -

Entrevista Interview: Fábio Lopes
Fotos Photos: Anabela Loureiro

cente, em Lisboa. Devo dizer que a minha vida profissional começou com um rasgo de sorte: acabei o curso e, mesmo antes de ir de férias, fui convidado para dar aulas na Faculdade de Arquitectura e, ao mesmo tempo, para trabalhar num atelier.

Como vê actualmente o ensino da Arquitectura no nosso País?

Não há dúvida que os cursos de Arquitectura em Portugal são bons, no entanto, considero que deveria haver uma reestruturação geral. Mais do que isso, os alunos deveriam

construir os seus próprios percursos e uma das soluções poderia ser a existência de uma estrutura comum com cadeiras opcionais ao longo do curso e somando unidades de crédito. Isso permitiria construir perfis diferentes de futuros arquitectos.

Hoje, na sua opinião, quais são os maiores desafios que sente existir na Arquitectura e no Imobiliário?

Neste momento, diria que há necessidade de habitação, e penso que o problema só se resolve de duas maneiras. Primeiro, com a

Os arquitectos, como eu, vão pontuando o espaço das cidades com obras nossas e isso é algo que nos motiva a todos: o facto de imaginarmos, concebermos, criarmos e depois sermos reconhecidos por essa obra. Architects like me mark the city space with our work and this is something that drives us all: the fact that we have imagined, conceived, created, and later are recognised for this work.”

Quem pode dizer o que nos diferencia é quem nos escolhe.

Those who can say what makes us different are those who choose us.”

revisão da Lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo. Isto, porque, sem espaço urbanizável, os terrenos para construção nova são escassos e tornam-se caros. Há também uma elevada concentração de população nas grandes cidades do litoral e uma desertificação do interior, onde existem mais de 500.000 fogos devolutos a preços bastante baixos. Se houver incentivos às empresas para se deslocalizarem e para as pessoas habitarem o interior, o problema da habitação fica resolvido.

You have had a lengthy career in the architectural world. What led you to found Traçado Regulador?

At the start I was working alone and gave lectures at the Lusíada University. At a given point in my life, I felt the need to be with other people, other minds, other creations. At that time, I thought to myself: “I’ll close the company and found ‘Traçado Regulador.’” I got together with another professor, also teaching at Lusíada, who later became my partner, and later a third partner joined us at the studio. It was an interesting experience, but I ended up realising that I preferred working solo and bought my partners out.

After all these years what continues to inspire you?

I should say that architects have a really satisfying job. We have the manifest materialisation of what we’ve imagined and build as part of us in the world. It’s almost as if there’s an extension of us around the world. Architects like me mark the city space with our work and this is something that drives us all: the fact that we have imagined, conceived, created, and later are recognised for this work.

What sets your architects studio from others in the sector?

Those who can say what makes us different are those who choose us. What I can say is that it is important for our studio to create environments that are propitious for living

and that we’re concerned with both the interior and exterior. Above all, our minds get a rapid grasp of the entire space and understand it, internalise it, and bring it to life.

What projects do you have on the table for 2024?

We have large projects on our hands such as vast numbers of detached houses, and buildings, but because of confidentiality I can’t reveal them right now. But there are others I can talk about, a case being the six renovations under way in the Campo de Ourique neighbourhood of Lisbon.

You were a university lecturer between 1984 and 2015. What led you to teaching? Teaching was almost a necessity. My life was easy until the death of my father shortly after the 25 April Revolution in 1974. After this pe -

riod, when I was still in high school, I realised that I had to work and in my second year in the university I began teaching. First at the Dom Pedro V high school and then at the Gil Vicente high school in Lisbon. I should say that my professional life began with a stroke of luck: I completed my course and even before I’d gone on holiday, I was invited to give classes at the Faculty of Architecture and, at the same time, work at a studio.

How do you currently see the teaching of architecture in our country?

There is no doubt that the architecture courses in Portugal are good, however, I think it needs a general overhaul. More than this, students should build their own careers and one of the solutions could be the creation of a core course with optional specialisations throughout the course from which the stu-

A minha vida profissional começou com um rasgo de sorte: acabei o curso e, mesmo antes de ir de férias, fui convidado para dar aulas na Faculdade de Arquitectura e, ao mesmo tempo, para trabalhar num atelier.

My professional life began with a stroke of luck: I completed my course and even before I’d gone on holiday, I was invited to give classes at the Faculty of Architecture and, at the same time, work at a studio.”

dents get credits. This would enable different profiles of future architects to be created.

In your opinion what are the main challenges you feel exist in architecture and real estate?

Right now, I’d say we need housing, and I think the problem can only be solved in two ways. First, with a revision of the General Base Law on Public Land Policy, Territorial, and Urban Planning. That’s because without urban development space, parcels of land for new build will continue to be scarce, making them expensive. There is also a high concentration of the population in the large coastal cities and desertification inland where there are over 500,000 empty homes at quite low prices. If there were incentives for companies to relocate and for people to live in the interior, the housing problem would be solved.

Gaia e Porto

Gaia and Porto

Zonas Ribeirinhas atraem habitação de luxo

Riverside areas attract luxury housing

A renovação das zonas ribeirinhas do Gaia e Porto aconteceu sobretudo nos últimos 10 anos, sendo visível um aumento significativo de projetos residenciais de luxo.

The regeneration of riverside areas of Gaia and Porto has taken place, particularly over the past 10 years, as seen from the significant increase in luxury residential projects.

É de uma beleza ‘de cortar a respiração’ a vista que se pode observar desde a marginal de Vila Nova de Gaia, num fim de tarde de Primavera, quando os raios de sol se projectam sobre a ponte da Arrábida, o Rio Douro e sobre a zona ribeirinha do Porto. Não é de admirar, por isso, que entre as dezenas de pessoas que aproveitam a hora para a sua caminhada neste local, e de outros que simplesmente contemplam a paisagem, se encontrem portugueses, mas também muitos residentes estrangeiros, franceses, italianos, norte-americanos e alguns asiáticos.

Na renovada Marginal de Gaia - que se estende

por alguns quilómetros desde o Cais de Gaia, onde se inicia a ciclovia que permite passear a pé ou de bicicleta até à aldeia dos pescadores da Afurada ou ir um pouco mais longe até à foz do Douro, no Cabedelo -, estão actualmente em construção dezenas de empreendimentos residenciais, em que a oferta apresenta valores para gama média/alta de clientes - com preços médios de 6500 euros por m2 (€/m2) - mas onde ainda é possível conjugar com os espaços verdes e um conjunto de equipamentos de uso comum dos condóminos. Cerca de 30% dos clientes compradores são estrangeiros, refere a mediadora Chave Nova.

Texto Text: Elisabete Soares Fotos Photos: Anabela Loureiro

A construção de empreendimentos, sobretudo novos, e outros que resultam da renovação de armazéns e antigas fábricas, na renovada marginal de Gaia, surgem também várias unidades hoteleiras, caso do hotel Hilton Porto Gaia, e de vários empreendimentos residenciais, sendo o mais recente o Gaia Hills, com 251 apartamentos (de T0 a T5), um investimento de cerca de 100 milhões de euros dos grupos belgas Thomas & Piron e Promiris. Com início de construção para o último trimestre do ano, os apartamentos variam entre os 250 mil euros e 1,7 milhões de euros.

Esta é uma zona que passou a ser conhecida nos últimos anos por Foz de Gaia, procurando igualar-se à zona que fica do outro lado do estuário do rio Douro, a Foz do Porto, conhecida por ser um dos locais desta cidade onde o pre-

ço da habitação de luxo atinge os valores mais elevados.

Têm em comum o facto de partilharem as vistas ímpares sobre a foz do estuário do Douro e sobre o oceano Atlântico, no entanto, muitos outros aspectos os separam, já que a falta de espaço para a construção faz com que os preços da habitação tenham disparado e actualmente os valores rondam os oito euros a 10 mil €/m2.

A Foz de antigamente

“Esta Foz de há cinquenta anos, adormecida e doirada, a Cantareira, no Alto o Monte, depois o farol e sempre ao largo o mar diáfano ou colérico, foi o quadro da minha vida”. Assim escrevia Raul Germano Brandão, militar, jornalista e escritor português, famoso pelo realismo das

Na renovada Marginal de Gaia (…) estão actualmente em construção dezenas de empreendimentos residenciais.

The renewed Gaia coastal road (…) currently reveals scores of residential developments under construction.”

Construímos o FUTURO há 40 anos!

suas descrições e pelo lirismo da linguagem, que nasceu e viveu na Foz do Douro. Morreu a 5 de Dezembro de 1930. Nas memórias da Cantareira, Raul Brandão refere-a como uma “vila adormecida” que “estava a cem léguas do Porto e da vida” e onde as casas, “limpas como o convés de um navio, espreitavam para o mar, umas por cima das outras”.

Esta imagem da Foz do Douro é muito diferente do que se encontra actualmente, já que, paulatinamente, as pequenas casas dos pescadores estão a ser substituídas por prédios, parte deles onde se mantém alguma coisa do que era a sua arquitectura original, mas em outros nem por isso.

“Lembro-me de criança de os meus avós e os meus pais, que moravam no Bonfim, alugarem uma casa na Foz, nos finais dos anos 50, para irmos a banhos e já que lá estávamos, assistimos ao grande prémio de Portugal, com o Stirling Moss a ganhar”, conta José Carvalho, presidente do grupo Omega Engenharia.

Por sua vez, o geógrafo José Alberto Rio Fernandes destaca que “a frente de água metropolitana, voltada ao mar e ao Douro, mudou muito nos últimos anos”. De uma forma muito

simples, pode dizer-se “que reflectiu o que tem sido o modo urbano dito de ‘neoliberalismo’, ou seja, a construção de uma cidade onde o imobiliário tem sido uma máquina de fazer dinheiro”.

The view that you get from the road that winds along the Douro at Vila Nova de Gaia on a Spring afternoon when the sun’s rays reflect on the Arrábida bridge, the River Douro and riverside at Porto is enough to take your breath away. Which is why it is not surprising that from among the dozens of people that take the opportunity of this hour to stroll along the riverside or simply admire the landscape, are Portuguese, but also many foreign residents: French, Italians, Americans, and some Asians.

The renewed Gaia coastal road that extends for some kilometres from Gaia’s quayside where the cycle path starts and where you can walk or ride as far as the fishing village of Afurada, or go a bit further to the Douro estuary at Cabedelo -, currently reveals scores of residential developments under construction, where the property offer for upper middle

Esta é uma zona que passou a ser conhecida nos últimos anos por Foz de Gaia (…) conhecida por ser um dos locais desta cidade onde o preço da habitação de luxo atinge os valores mais elevados.

This is an area that has become known in recent years for Foz de Gaia (…) known for being one of the places in this city where the price of luxury housing has attained high prices.”

class and upper class clients sells on average for 6,500 per square metre (€/m2) - but where you can still have green spaces and a range of amenities shared by the condominiums. Around 30% of client buyers are foreigners according to the estate agency Chava Nova. Developments, particularly new ones, are being built, and others that result from refurbishing old factory warehouses. Various hotels too are springing up along the Gaia coastal road, a case being the Hilton Porto Gaia and several residential developments, the most recent being Gaia Hills with 251 apartments (from studio to five bedrooms), in an investment of around 100 million euros from the Belgian groups Thomas & Piron and Promiris. With construction starting in the last quarter of the year, the apartments vary in price from 250,000 euros to 1.7 million euros. This is an area that has become known in recent years for Foz de Gaia which seeks to match the area on the other side of the River Douro, Foz do Porto, known for being one of

the places in this city where the price of luxury housing has attained high prices. They have in common that fact that they have unequalled views over the Douro estuary and Atlantic Ocean, meanwhile, many other aspects separate them, the lack of space for construction has meant that house prices have shot up and currently prices are at around eight to 10,000 €/m2.

Foz in times gone by

“This golden sleepy Foz of 50 years past, Cantareira, on Alto o Monte, then the lighthouse and the expanse of the diaphanous or indignant sea was the canvas of my life”. Thus wrote Raul Germano Brandão, soldier, journalist, and Portuguese writer, famous for his realism and descriptions and for his lyrical language, who was born and died at Foz do Douro. He died on December 5, 1930. In his memories of Cantareira, Raul Brandão refers to it as a “sleeping town” that was “100 leagues from Porto and life” and where the

houses “clean as a ship’s deck, gazed out to the sea, one above the others.

This image of Foz do Douro is very different from what you find today, so that gradually the little fishing houses are being replaced by buildings, some of them retaining something of their original architecture, but others not at all.

“I remember in childhood my grandparents and my parents who used to live in Bonfim rented a house on the Foz at the end of the 50s where we would go to bathe, and there we would see the Portugal Grand Prix won by Stirling Moss”, recalls José Carvalho, President of the Omega Engenharia Group.

In turn, the geographer José Alberto Rio highlights that “the metropolitan waterfront, turned to the sea and the Douro, has changed a lot of in recent years”. Put simply, you could say that “it reflected what had been the urban style of so-called ‘neo-liberalism’, in other words the construction of a city where real estate has been the money-making machine.

A frente de água metropolitana, voltada ao mar e ao Douro (…) reflectiu o que tem sido o modo urbano dito de ‘neoliberalismo’, ou seja, a construção de uma cidade onde o imobiliário tem sido uma máquina de fazer dinheiro.

The metropolitan waterfront, turned to the sea and the Douro (…) reflects what had been the urban style of socalled ‘neo-liberalism’, in other words the construction of a city where real estate has been the money-making machine.”

Design com Significado para Inspirar a Vida das Pessoas

Foi assim que recebemos a notícia de que a Invest Lisboa não iria participar na feira internacional de Munique: a Expo Real. A presença portuguesa na Alemanha vai resumir-se à Sonae e à associação empresarial de Santarém NERSANT. Sinais dos tempos actuais, além da ausência Lusa, a organização espera um ligeiro declínio de expositores face a 2023. That was how we received the news that Invest Lisboa would not be taking part at the Munich international property fair: Expo Real. Portugal’s presence in Germany will boil down to Sonae and the Santarém business association NERSANT. Signs of the current times, apart from Portugal’s absence, the organisers expect a slight downturn in exhibitors on 2023.

“Choque”, acho que é a palavra certa para definir o que sentimos quando soubemos que a região de Lisboa não iria estar presente na Expo Real, um dos maiores eventos internacionais dedicados ao sector do imobiliário. E a razão é muito simples: já este ano, a Invest Lisboa, entidade que representa e une a região de Lisboa, apresentou numa feira similar (MIPIM, em Cannes) um stand novo, muito moderno e green, que esteve ao rubro com visitantes e interessados, destacando-se nomeadamente a presença institucional das autarquias de Lisboa, Almada e Vila Franca de Xira, pelo que tudo fazia crer que esse sucesso iria ser replicado na Expo Real. Bem sabíamos que o actual executivo da Câmara Municipal de Lisboa (CML) pretendia fazer uma “limpeza à casa” e parece-nos que isso fez adiar a participação da comitiva portuguesa no evento alemão. Dizemos “parece-nos”, porque até ao momento do fecho desta edição não obtivemos resposta por parte da Lisboa Invest.

“Quem desaparece, esquece!”

Falámos com Jorge Bota, managing partner da consultora Imobiliária B. Prime, e presença assídua há vários anos na feira no stand conjunto da Lisboa Invest, sobre esta ausência, ao que nos disse que foi “com muita surpresa que tivemos conhecimento da decisão da não participação de Lisboa, naquele que é o principal evento de investimento imobiliá -

rio da Europa, a Expo Real.”

Na sua opinião esta é “claramente uma oportunidade perdida para promover a cidade e a região, atrair investimento em projectos públicos e privados, e tendo a CML projectos que claramente avançarão mais rapidamente, caso atraiam os meios financeiros privados, seja na renda acessível, seja no Vale de Santo António, ainda mais surpreendente foi, a decisão tomada.”

Jorge Bota alerta para o facto da “não participação”, não ter um “impacto só neste ano”, pois, como diz, “trata-se de um evento em que é difícil ter uma presença, que gere interesse e dinâmica de contactos - pela sua dimensão e pela forte concorrência das outras cidades e regiões europeias -, pelo que mesmo que no próximo ano seja retomada, terá que ser feito um esforço suplementar para recuperar do zero, um processo que já vinha de há muitos anos, com a inercia inerente a deixar de estar no roteiro.”

Apesar desta situação, a B. Prime diz ser um “parceiro fiel”, que “participou nos últimos anos, mesmo nos mais difíceis, na viabilização do projecto, mesmo com custos significativos para a nossa empresa.” Por isso, e porque “não podemos desbaratar o investimento feito nos últimos anos”, afirma que vão “estar presentes, mesmo não tendo um stand próprio.”

Jorge Bota remata: “Como diz o povo: quem desaparece, esquece!”

Texto Text: Carla Celestino Fotos Photos: Anabela Loureiro

Mostrar a diversidade, inovação e potencial

Claudia Boymanns, directora de Exposições Expo Real, Messe München, avançou que a Sonae Sierra, expositora de longa data, estará mais uma vez representada com um stand de 110 metros quadrados no Pavilhão B2. E salienta que, “ao longo dos anos em Munique, pudemos vê-los evoluir de especialistas em centros comerciais para profissionais versáteis no sector imobiliário, com projectos em mais de 35 países.”

Novidade na edição deste ano é a participação, pela “primeira vez”, da associação empresarial da região portuguesa de Santarém como expositor. A NERSANT irá apresentar-se aos investidores internacionais no seu stand no Hall A1.

Em declarações à Magazine Imobiliário, o presidente da Direcção da NERSANT, António Pedroso Leal, referiu que “a participação na Expo Real é uma estratégia concertada com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e os seus municípios, liderada pela NERSANT,

para fortalecer a economia regional.” O objectivo é, pois, “promover a região enquanto destino de investimentos imobiliários, aumentando o reconhecimento da qualidade das empresas, produtos e serviços da região nos mercados externos.”

António Pedroso Leal considera que “a promoção internacional do Médio Tejo é fundamental para melhorar a sua notoriedade, destacar suas capacidades competitivas e atrair novos investimentos.” Além disso, participar neste evento internacional permite, como afirma, “mostrar a diversidade, inovação e potencial da região nesta área, facilitando a internacionalização das empresas locais e impulsionando o desenvolvimento sustentável do Médio Tejo.”

Claudia Boymanns revela ainda que adicionalmente o evento espera também “cerca de 100 visitantes profissionais de Portugal.” Valor que, segundo a directora de Exposições da Expo Real, “duplicou nos últimos cinco anos e reflecte o crescente interesse dos players portugueses no mercado internacional.”

Esperamos cerca de 100 visitantes profissionais de Portugal. Este valor duplicou nos últimos cinco anos e reflecte o crescente interesse dos players portugueses no mercado internacional. We expect around 100 professional visitors from Portugal. This number has doubled over the past five years and reflects the growing interest from Portuguese players in the international market.”

As feiras são um reflexo da indústria

No centro das atenções da Expo Real 2024 vão estar os temas de EGS e descarbonização de cidades e edifícios, IA e robótica, edifícios inteligentes, digitalização e soluções de gestão de energia, assim como a habitação acessível e os data centers ou como o cenário dos investidores irá mudar. Boymanns anuncia que este ano desenvolveram o “conceito Transform & Beyond by Expo Real” que será “uma área dedicada aos temas do futuro e da transformação do sector imobiliário.” Além disso, com o ‘Centro de Construção Sustentável’, desenvolvido pela BAU (feira alemã dedicada à Arquitectura, Materiais, Sistemas) e Expo Real, “oferecemos um fórum no qual questões actuais relacionadas com a construção económica e com a conservação de recursos e a construção em edifícios existentes serão discutidas em vários painéis”, acrescenta.

Na sua análise ao mercado e ao seu impacto na feira, afirma que “os desafios do sector são diversos e complexos e claro que também sentimos isso na Expo Real.” No entanto, destaca que “as feiras são sempre um reflexo da indústria e por isso - face à situação actual - esperamos um ligeiro declínio na participação dos expositores em relação a 2023.”

Ainda assim, Claudia Boymanns diz estar convencida de que a “indústria encontrará o impulso necessário na Expo Real para regressar a uma situação mais estável.”

‘Shock’ - I think that’s the right word to define what we felt when we knew that the Lisbon region would not be present at Expo Real, one of the largest international events dedicated to the real estate sector.

And the reason is very simple: already this year, Invest Lisboa, the entity that represents and unites the Lisbon region was at a similar fair (MIPIM, in Cannes), with a new, modern

Mesmo que no próximo ano seja retomada (presença da Invest Lisboa na Expo Real), terá que ser feito um esforço suplementar para recuperar do zero.

Even if it is resumed next year (Invest Lisboa’s presence at Expo Real), an extra effort will have to be made to recover from scratch.”

and green stand that was humming with visitors and interested parties, namely highlighting the institutional presence of Lisbon’s local councils, Almada, and Vila Franca de Xira, with every indication that it would repeat this success at Expo Real.

We well know that the current leadership at Lisbon City Council (CML) intended to ‘put its house in order’ and it seems to us that this postponed the Portuguese committee’s attendance at the German event. We say “it seems to us” because at the time of closing this issue we did not receive a reply from Lisboa Invest.

“Out of sight out of mind!”

We spoke to Jorge Bota, the managing partner of real estate consultancy B.Prime, which has always been a constant presence at the fair on the Lisboa Invest stand, about this absence who told us that he was “very surprised when we knew about Lisboa Invest’s decision not to take part in what is the main real estate investment event in Europe - Expo Real.

In his opinion, this is “clearly a wasted opportunity to promote the city and the region, attract investment to public and private projects, which would have made CML projects advance faster if they would have attracted private financial investment, be that for affordable rentals or housing projects in the Vale de Santo António area, making the decision taken even more surprising.”

Jorge Bota warns that a “no show” will not “just have an impact on this year.” As he says, “As an event it is difficult to find another where being present generates so much interest and contacts - by its size and the strong competition from other cities and European regions - so that even if Lisboa Invest returns next year, the organisers will have to make an extra effort to recover from scratch; a process that had already taken many years, and with all the inertia as a consequence of not being on the real estate fairs itinerary.

Despite this situation, B. Prime says it is a “faithful partner”, which “has participated in recent years, even in the most difficult ones,

supporting the feasibility of the project, even at significant costs for our company.” For this reason, and because “we cannot waste the investment made in recent years”, he says that they will “be present, even if they do not have their own stand.”

Jorge Bota adds: “As the popular saying goes, ‘out of sight, out of mind.’

Showcasing diversity, innovation, and potential

Claudia Boymanns, Expo Real Exhibitions Director, Messe München, said that Sonae Sierra, a long-time exhibitor, will once again be represented with a 110-square-metre stand in Pavilion B2. And she points out that “over the years in Munich, we have been able to see them evolve from specialists in shopping centres to versatile professionals in the real estate sector, with projects in more than 35 countries.”

New for this year’s edition is the appearance, for the “first time” as an exhibitor, of the business association representing the Por-

tuguese region of Santarém. NERSANT will present itself to international investors at its stand in Hall A1.

Speaking to Magazine Imobiliário, the chair of the Board of NERSANT, António Pedroso Leal, said that “taking part in Expo Real is a concerted strategy with the Inter-Municipal Community of Middle Tejo and its municipalities led by NERSANT to strengthen the regional economy.” Indeed, the goal is to “promote the region as a real estate investments destination, increasing recognition of the quality of the region’s companies, products, and services in overseas markets.

António Pedroso Leal believes that “international marketing of the Middle Tejo is vital to improve its visibility, highlight its capacities, and attract fresh investments. Moreover, taking part in this international event enables, as he says, the region to “showcase its diversity, innovation and potential in this area, making it easier for local companies to

internationalise and boost the sustainable development of the Middle Tejo.”

Claudia Boymanns reveals that additionally the event also expects “around 100 professional visitors from Portugal”. A number that according to the Expo Real exhibitions director has “doubled over the past five years, reflecting the growing interest from Portuguese players in the international market.”

Fairs reflect industry

The themes of EGS and decarbonisation of cities and buildings, AI and robotics, smart buildings, digitalization, and energy management solutions, as well as affordable housing and data centres, or how the investor landscape will change will be the centre of attention at Expo Real 2024. Boymanns says that this year they have developed the “concept Transform & Beyond by Expo Real” which will be “an area dedicated to themes of the future and the transformation of the real estate sector.

In addition, with the ‘Sustainable Construction Centre’, developed by BAU (A German fair dedicated to Architecture, Materials, and Systems) and Expo Real, “we offer a forum in which current issues related to economical construction and the conservation of resources and construction in existing buildings will be discussed on various panels”, she adds.

In her market analysis and impact on the fair, she affirms that the “challenges faced by the sector are diverse and complex, and of course we feel this at Expo Real.” However, she highlights that “fairs are always a reflection of the industry and for that reason - given the current situation - we expect a slight downturn in exhibitor numbers on 2023.”

Nevertheless, Claudia Boymanns says that she is convinced that the “industry will find the momentum necessary to get back to a more stable situation.”

Reino Unido

United Kingdom

O retalho está morto. Viva o retalho!

Retail is dead. Long live retail!

Nos últimos sete/oito anos, temos ouvido falar de como o comércio electrónico matou as lojas. O crescimento da Amazon, tornando-se uma das empresas mais valorizadas do mundo, foi um presságio do fim dos retalhistas tradicionais, de lojas físicas. E a realidade é que a ascensão do comércio electrónico foi o golpe fatal para muitos retalhistas.

As ‘Department Stores’, tradicionalmente fortes em alguns mercados europeus como o Reino Unido, a Alemanha e a França, quase desapareceram. Apenas os locais mais icónicos sobreviveram, principalmente graças aos turistas.

Assistimos também a uma mudança nos tipos de retalho que atraem consumidores, retalhistas e investidores. A proliferação de retail parks por toda a Europa e o aumento da penetração de supermercados de baixo custo como Aldi e Lidl também fragmentaram ainda mais o mercado.

Estas mudanças produziram dois tipos de retalho do lado perdedor: centros comerciais e lojas de rua em localizações secundárias. Embora seja claro que vemos ruas desertas e lojas fechadas em todas, excepto nas ruas principais mais movimentadas, particularmente em cidades menores, há mais a dizer sobre a morte dos centros comerciais. Lembro-me, há cerca de 20 anos, de o sector de retalho, em particular os centros comerciais, ser o tipo de activo favorito para os investidores. Não se podia errar ao investir em centros comerciais - eles ofereciam uma base de inquilinos supostamente diversificada e uma renda muito estável. Se tivesse a sorte de possuir um centro comercial dominante, o prémio sobre o valor do seu activo era ainda maior.

Após o impacto económico da crise financeira global em 2008, os investidores começaram a desinteressar-se pelo retalho e perceberam que a fraqueza do consumidor poderia prejudicar a pré-disposição dos retalhistas em pagar rendas cada vez mais altas. A partir daí, a mudança para a narrativa da ascensão do comércio electrónico foi uma questão de tempo. Seguiu-se um declínio lento e a consolidação no secvtor acelerou-se. Em algum momento de 2016/2017, muitos investidores viram uma certa oportunidade nos valores relativo dos activos de retalho e, com mercados de capitais muito fortes, investiram em activos que ofereciam rendimentos superiores a outros sectores. Infelizmente, a maioria caiu numa armadilha, ficando presos a investir mais capital para defender-se da perda de valor e para cumprir padrões ambientais mais rigorosos. A sentença de morte final veio com a Covid. Os retalhistas foram severamente restringidos na sua actividade, durante quase dois anos, com alguns a entrarem em falência. Então, qual é a situação em 2024? Bem, os centros comerciais problemáticos continuam a ser problemáticos e muitos não vão recuperar. Em algumas cidades europeias mais pequenas, as autoridades locais trabalham activamente com proprietários e com empreendedores, que tentam converter estes activos em imóveis que tragam vida às áreas locais. O co-working e até o residencial têm sido algumas das conversões que estes empreendedores iniciaram com resultados mistos. E quanto aos centros comerciais sobreviventes? Bem, sobreviveram e, na sua maioria, prosperaram. Tenho a oportunidade de conversar com muitos investidores que confes-

Roberto Varandas Managing Director Europa Capital Partners / Mitsubishi Estate Co.

sam que as vendas dos seus centros são melhores agora do que em 2019, antes da Covid. Os retalhistas que sobreviveram ao equivalente a uma bomba nuclear para o sector, com o encerramento literal das suas actividades por um período prolongado, simplesmente persistiram. Muitos centros comerciais de qualidade na Europa estão agora a oferecer rentabilidades acima de 10% e a negociar a valores abaixo do custo de construção. Todos estes factores juntos de certeza indicam-nos que os investidores estão em fila para comprar activos no sector que têm evitado durante quase uma década? Não é o caso.

Além da possiblidade de estarmos perante outra armadilha, a narrativa continua a ser tão negativa em relação ao retalho que os investidores preferem não querer enfrentar a possível crítica dos seus comités de investimento. O retalho continua a ser o sector menos procurado em inúmeras sondagens por toda a Europa, incluindo, por exemplo, o relatório anual da INREV sobre as intenções de investimento. Além disso, as crescentes exigências ambientais, incluindo compromissos de emissões de CO2, significam que os centros comerciais, grandes consumidores de energia, não são óbvios. E ainda assim, em muitos mercados europeus, o retalho tem sido o sector com melhor desempenho nos últimos dois anos. Viva o retalho!

For the past 7-8 years, we have been hearing how e-commerce was killing retailing in physical stores. The long, steady growth of Amazon to one of the most valued companies in the world was a harbinger of the demise of old school, bricks and mortar retailers. And the reality is that the rise of ecommerce has dealt a death blow to many retailers.

Department stores, traditionally strong in some European markets like the UK, Germany and France, have almost disappeared, with only the very iconic locations surviving mostly thanks to tourists.

We have also seen a shift in the types of retail that has attracted consumers, retailers and investors alike. The proliferation of retail parks across Europe and the increased penetration of the low cost supermarkets like Aldi and Lidl, has also further divided the pie. These shifts have produced two types of retail losing out – shopping centres and secondary, high street shops. While it is clear we see deserted streets and closed shops in all but the

busiest of high streets, particularly in smaller towns, there is more to be said about the death of the shopping centre.

I recall, some 20 years ago, the retail sector, in particular shopping centres, being the darling asset type for investors. You could do no wrong investing in malls - they provided a supposed diversified tenant base and a very stable income. If you were lucky enough to have a dominant shopping centre, the premium on the value of your asset was that much higher.

After the economic fallout from the global financial crisis in 2008, investors started cooling to retail and realized that consumer weakness could hinder the willingness of retailers to pay ever higher rents. From there to the narrative shift of the e-commerce ascendence, was a matter of time. A slow decline ensued and consolidation in the sector accelerated. At some point in 2016/2017, many investors saw relative value in retail and, with very strong capital markets, bought retail assets that were yielding more than other sectors. Unfortunately, most got caught in a value trap and were stuck having to invest more capital to defend themselves from the loss in value and to comply with stricter environmental standards. The final death sentence came with covid. Retailers were severely restricted in their operations, in some markets, for almost 2 years, with some falling into administration.

So what is the situation in 2024? Well, the bad centres are still bad and many will not recover. In some smaller European cities, local authorities are working actively with existing owners and, in some cases, entrepreneurs, who are

trying to convert these assets into properties that bring life to the local areas. Co-working and even residential have been some of the conversions these entrepreneurs have embarked on with mixed success.

And what to stay of the surviving centres? Well, they have survived and, for the most part, thrived. I have had a chance to speak with many owners who have told me that their trading figures are better than pre-covid, 2019. Retailers who survived the equivalent of a nuclear bomb for the sector, with literal shutdown of their activities for an extended period of time, have simply persisted. Many quality shopping centres in Europe are now providing double digit yields and trade at values below construction cost. All these unique factors must mean that investors are lining up to buy into the sector which they have been avoiding for almost a decade? Not so fast.

Apart from the prospect that we would be facing another value trap, the narrative is simply still so negative towards retail that investors do not want to face possible criticism from their investment committees and boards. Retail continues to be the least preferred sector for investment across numerous surveys across Europe, including for example, the INREV annual investor intentions report. Furthermore, increasing environmental demands, including net zero commitments, mean that energy hungry shopping centres are not an easy pill to swallow. And still, in many European markets, retail has been the best performing sector for the past 2 years.

Long live retail!

É para valer?

Will it be worth it?

Os primeiros meses de legislatura à direita, mostram um governo preocupado em querer resolver os problemas sociais e a não fazer “orelhas moucas” aos trabalhadores.

É a grande lição de Montenegro até agora: independente da cor partidária, as pessoas estão primeiro. Sempre.

É exemplo disso a tentativa de conversação para a solução das dificuldades dos vários sectores: profissionais de saúde, professores, polícias e guardas prisionais, cultura, pensionistas, estes últimos com bónus extraordinário em Outubro…

Mostrar vontade em sanar problemáticas fracturantes da nossa sociedade civil é uma boa forma de estar numa política que se quer Social Democrática. Tal como diria Sá Carneiro: “Procuramos, acima de tudo, defender os interesses de Portugal e dos portugueses, lutando por mais liberdade, mais justiça social e mais igualdade para todos.”

Veremos se a vontade de empreender estas políticas sociais terão uma continuidade na governação de Montenegro ou se pelo contrário, servirão para elevar o seu eleitorado, e, mais à frente esquecê-las. É para valer?

The first months of the right-wing legislature show a government that seeks to resolve social problems and not ignore workers. It is Montenegro’s big lesson to date: independent of party colour, people come first. Always.

An example of this is the attempt to hold a conversation about the solution to the difficulties faced by various sectors: health professionals, teachers, police and prison guards, culture, pensioners, the latter ones getting extraordinary bonuses in October...

To show a willingness to heal fractious divisions in our civil society is a great way of be -

ing seen to have Social Democratic policies. As former prime minister Sá Carneiro would have said: “Above all we seek to defend the interests of Portugal and the Portuguese, fighting for more liberty, more social justice, and more equality for all.”

We will have to see if this willingness to employ these social policies will continue in the Montenegro government or if on the other hand, they will serve to raise its electorate and then forget it later on down the line. Will it be worth it?

Foto
Photo: Anabela Loureiro

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.