Magazine Imobiliário 019

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Construção Ambiente Turismo

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SET/OUT 2016 €10

Brexit: O que vem a seguir? Brexit: What come’s next?


UM PREMIO É FANTÁSTICO, TRES É DE MAQUINA.

Além de ser uma máquina a vender casas, a ERA também se revelou uma máquina a conquistar prémios. Pela confiança e reconhecimento que os nossos clientes e o mercado imobiliário nos depositaram, 3 palavras apenas: muito, muito obrigado!

era.pt


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19 SET/OUT 2016

Editorial

Uma batalha ganha todos os dias A battle won every day

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

O mês de Setembro tem um significado importante. É a altura que marca o início da publicação da Magazine Imobiliário. Faz, em 2016, três anos que chegámos ao mercado. Em plena crise, com a subordinação à Troika, não foram muitos os que acreditaram no nosso projecto. A confiança de alguns, o empenho de uma pequena mas aguerrida e competente equipa fizeram com que nos tenhamos imposto no mercado, não só de Imobiliário, mas também da Construção, Ambiente e Turismo. Ganhamos crédito e prestígio todos os dias, seja na nossa edição em papel, seja no online. Cumprimos todos os planos e prazos, não falhámos uma única edição, somos a única revista do género em Portugal. Organizamos o mais importante concurso imobiliário do País – os ‘Óscares’ do Imobiliário - e relançámos, também, os prémios ‘Personalidade do Ano’. Além disto marcamos presença constante nas maiores feiras imobiliárias da Europa e no SIL. Crescemos em todas as frentes e estamos a preparar-nos para novos desafios. A data em que comemoramos o nosso terceiro aniversário coincide, também, com a cerimónia de entrega dos prémios ‘Personalidade do Ano’. Por tudo isto estamos muito satisfeitos e gratos a todos os que nos têm apoiado. Isto não obsta que haja dificuldades e contratempos, o último dos quais, se traduz na política de algumas editoras que não respeitam o mercado e têm políticas comerciais que são uma afronta. Isto é um problema transversal na sociedade portuguesa, afecta praticamente todos os sectores de actividade. Mas, porque estamos muito seguros do que fazemos, acreditamos que quem aproveita este ramo com outros interesses alheios ao público e aos leitores, tem os dias contados. Desejamos, sinceramente, que continuem a acreditar em nós porque, como escrevemos, no primeiro editorial, em 2013, “viemos para ficar”.

September is an important month for us. It’s the month when we launched Magazine Imobiliário. In September 2016 we celebrate our third anniversary in the market. In the middle of the crisis and under the supervision of the Troika, few believed in our project. The confidence of some, the determination of a small but competent and plucky team has meant that we not only established ourselves on the real estate market but also in Environment and Tourism. We’re winning credit and prestige on a daily basis, whether for our on-line issues or printed editions. We’ve met all our targets and deadlines, we haven’t missed a single issue and we’re the only magazine of its kind in Portugal to combine the three sectors. We organise the most important real estate awards competition in the country - the Real Estate Oscars - and also the ‘Personalities of the Year’ awards. Furthermore, we have consistently attended the largest property fairs in Europe and the Portuguese real estate fair SIL. We have grown on all fronts and are getting prepared for fresh challenges. The date on which we celebrate our third anniversary also coincides with the handing over ceremony of the ‘Personality of the Year’ awards. For all these reasons we’re very satisfied and grateful to all those who have supported us. This doesn’t mean that there haven’t been difficulties and setbacks, the last of which resulted in a policy by some publishers which have not respected the market and have pursued commercial policies which are outrageous. This is a problem that runs across the board in Portuguese society, affecting practically all activity sectors. But because we’re very secure in what we do, we believe that those taking advantage of this sector with selfish intentions that have little to do with the interest of the public and our readers have their days numbered. We sincerely hope that you will continue to believe in us because, as we wrote in our first editorial in 2013, “we’re here to stay”.


Summary

Índice Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme

Grande Tema Lead Story

BREXIT: E agora? BREXIT: And now what? Foto Photo: Richard Sharrocks

4 24 3º Aniversário da Magazine Imobiliário

3rd Anniversary of Magazine Imobiliário

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Prémio Personalidade Imobiliário 2016 Real Estate Personality Award 2016

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Ficha técnica

Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com

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Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Jorge Fernandes, Lda. Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397

Prémio Personalidade Construção 2016 Construction Personality Award 2016

10

Prémio Personalidade Ambiente 2016 Environment Personality Award 2016

12

Prémio Personalidade Turismo 2016 Tourism Personality Award 2016

14

Prémio Personalidade Mérito 2016 Merit Personality Award 2016

Metro Quadrado

Square Meter Nichos de mercado Niche markets

30 SIL

34

Fio-de-Prumo Plumb Line Empresas da construção Construction companies

40

Atelier

Atelier Broadway Malyan

46

Ventos do Norte

North Winds Grupo Monte Monte Group

48

Opinião Opinion Elisabete Saraiva Soares

50

Do Mundo

International EXPO REAL 2016

54

Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom

56

Sol e Lua

Tourism Turismo Sénior Silver Hair Tourism

62

Verão Summer

64

Rentrée


SOMOS EMPREITEIROS ESPECIALIZADOS EM REABILITAÇÃO URBANA É O IMOBILIÁRIO DO FUTURO NÓS JÁ LÁ ESTAMOS Rua Fernando Farinha n.º – 24 A, 1950-448 Lisboa Tel: 210 373 484 – Fax: 210 358 699 - www.renascimovel.pt Email: renascimovel@renascimovel.pt - Alvará n.º 60423


3º Aniversário

‘Personalidades do Ano’em clima festivo ‘Personalities of the Year’ in a party atmosphere

Ao assinalar o seu terceiro aniversário, a Magazine Imobiliário volta a organizar o Prémio ‘Personalidades do Ano’, nas áreas que cobre jornalisticamente, ou seja, no Imobiliário, na Construção, no Ambiente e no Turismo, além da distinção de Mérito. Com a colaboração e os conselhos de especialistas, homenageamos pessoas que se distinguiram pelo seu prestígio e profissionalismo. Para o efeito tem lugar, num hotel de Lisboa, uma cerimónia para a qual foram convidadas dezenas de profissionais. Será, também, um momento festivo, por coincidir com três anos da nossa revista. Nas páginas que se seguem publicamos artigos sobre os cinco premiados. Figuras diferentes, com percursos distintos, todos com grande valor humano e profissional. Este evento só é possível devido ao patrocínio de várias entidades e empresas das quais se destacam a Aguirre Newman, a Renascimóvel, a Sotherbys’s Portugal, a Vulcano, a Bosch e a Roca, a par da hospitalidade da Hoti Hotéis. Conta ainda com o apoio, institucional, das principais associações nacionais destas áreas.

To mark its third anniversary, Magazine Imobiliário is once again organising the ‘Personalities of the Year’ award for the areas that are covered journalistically: i.e. Real Estate, Construction, Environment and Tourism as well as the Merit award. With the collaboration and advice of specialists, we pay tribute to people who stand out for their prestige and professionalism. As a result there will be a ceremony at a Lisbon hotel to which scores of professionals will be invited. It will also provide a moment of celebration to commemorate our magazine’s third anniversary. In the pages that follow we’ve published articles about the five award winners. Different personalities with different career paths but who are extremely distinguished both on a human and professional level. This event has only been made possible thanks to the various entities and companies who have sponsored it including Aguirre Newman, Renascimóvel, Sotherby’s Portugal, Vulcano, Bosch and Roca as well as the hospitality of hotel group Hoti Hotéis. It also enjoys the institutional report of the main national associations covering these areas.


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19 SET/OUT 2016

See property as a flexible asset

www.cbre.pt

AMI 407

Our scale and connections provide a valuable perspective, helping the world’s most successful companies discover opportunities others might miss. So when you’re looking for a greater return from property, speak to us, because where some see property, we see advantage.


Premiados 6 19 SET/OUT 2016

Prémio Personalidade Imobiliário 2016 Real Estate Personality Award 2016

Rui Coelho


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19 SET/OUT 2016

Rui Ramos Pinto Coelho tem como mérito promover a internacionalização do imobiliário português, além de dominar a arte de bem captar investimento estrangeiro e nesta intenção há que louvar o seu contributo para o crescimento da participação de Lisboa nas feiras internacionais. Licenciado em Administração e Gestão de Empresas, com especialização em Marketing, pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), frequentou posteriormente, também na UCP, os Programas Executivos de Empreendedorismo e Gestão da Inovação e de Desenvolvimento Pessoal e Profissional. Assumiu o cargo de subdirector-geral do Turismo entre 2002 e 2004; e foi também director da Expo-Adrenalina (EXPO’98) e Project Manager na Novo Design. Como empreendedor implementou os projectos Best of Portugal e OA - Objectos Actuais. Hoje é Director Executivo da Invest Lisboa, agência de promoção económica de Lisboa responsável pela promoção internacional, apoio a investidores, empresas e empreendedores e promoção de projectos de dinamização da economia. Cargo que ocupa desde a fundação desta entidade, em 2009. Nesse âmbito coordenou stands de Lisboa em 14 feiras internacionais (incluindo as principais feiras internacionais de investimento imobiliário – MIPIM e EXPO REAL), foi orador em mais de 60 eventos no exterior, apoiou mais de 2.000 projectos de investidores, empresas e empreendedores, e promoveu a criação da Incubadora de Empresas Startup Lisboa (da qual faz parte da direcção), a Reutilização do Convento do Desterro (em parceria com a ESTAMO, CML e Main Side) e o Leilão de Arrendamento Low-Cost (em parceria com a EPUL), entre outros projectos. Integrou ainda, em 2015, um grupo de peritos internacionais da ULI – Urban Land Institute que desenvolveu o projecto de consultoria para as cidades alemãs de Frankfurt e Offenbach. Rui Ramos Pinto Coelho gets this award for promoting the internationalisation of Portuguese real estate as well as for mastering the art of attracting foreign investment and it is for these that we pay tribute to his contribution to the growing participation of Lisbon at international fairs. With a degree in Business Administration with a Marketing specialisation from Lisbon’s Universidade Católica Portuguesa (UCP), he later took Executive Entrepreneurial Programmes, Innovation Management and Personal and Professional Development courses also at UCP. He took up the post of Deputy General Director of Tourism between 2002 and 2004; and was

also director of Expo-Adrenalina (EXPO’98) and Project Manager at Novo Design. As a entrepreneur he implemented the projects Best of Portugal and OA - Objectos Actuais. Today he is the CEO of Invest Lisboa, Lisbon’s economic promotion agency responsible for promoting the city internationally and helping investors and companies develop and promote their projects thus boosting the city’s economy. It’s a post he has occupied since this agency was set up in 2009. As part of this he has coordinated the Lisbon stands at 14 international fairs (including the main international real estate investment fairs - MIPIM and EXPO REAL, has been a speaker at more than 60 events overseas, supported more than 2,000 investor projects, companies and entrepreneurs and has promoted the creation of the start-up incubator Startup Lisboa (for which he is on the board), the refurbishment, rennovation and adaptation of the Convento do Desterro (a former public hospital now being turned into housing) (in partnership with ESTAMO, CML (Lisbon Council) and Main Side) and the Low-Cost Rental Auction (in partnership with EPUL - Lisbon Public Urbanisation Company), among other projects. He also joined a group of international experts from the ULI - Urban Land Institute in 2015 which developed a consultancy project for the German cities of Frankfurt and Offenbach.


Premiados 8 19 SET/OUT 2016

Prémio Personalidade Construção 2016 Construction Personality Award 2016

Carlos Matias Ramos


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19 SET/OUT 2016

Carlos Alberto Matias Ramos é um nome incontornável da Engenharia portuguesa, cujo contributo técnico e científico conferiu a este sector elevado prestígio nacional e internacional. Nasceu em Pinhel, em 22 de Janeiro de 1945, tendo-se formado em Engenheira Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1969. Ao serviço do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) foi sempre crescendo profissionalmente e a muito pulsar foi sendo reconhecido pelos seus pares e alcançando novos patamares. De reputado investigador, entre outros cargos que conquistou pelo caminho, chegou à presidência desta entidade. Com sabedoria e experiência, foi de forma natural que abraçou a educação e a formação, tendo sido docente no NATO/ASI (Advanced Study Institute), docente convidado em cursos de mestrado em Portugal e em cursos de especialização no CEDEX, em Espanha, e ainda docente no IST/Técnico. Do seu currículo faz parte também a autoria e co-autoria de diversos relatórios, notas técnicas, pareceres, artigos técnico-científicos publicados em revistas, congressos, simpósios e conferências nacionais e internacionais, de cinco memórias técnicas e diversos livros. Na actividade de consultoria adquiriu igualmente elevado estatuto, destacando-se a participação e orientação em diversos estudos e projectos de várias obras, quer em Portugal quer no estrangeiro. Mais recentemente atingiu o ponto máximo da profissão ao ser eleito Bastonário da Ordem dos Engenheiros de Portugal (2010-2016) e Conselheiro do Conselho Económico e Social Europeu (2015-2020). Carlos Alberto Matias Ramos is an essential name in the world of Portuguese engineering, whose technical and scientific contribution has given this sector a high degree of national and international prestige. Born in Pinhel, on 22 January, 1945, he got a degree in Civil Engineering from the Engineering Faculty at the University of Porto, in 1969. He worked for the National Civil Engineering Laboratory (LNEC) in which he grew professionally and has for many years been recognised by his peers for setting new standards. A renown researcher, from the many posts he filled along the way he became president of LNEC. With wisdom and experience, he naturally embraced education and training having been a fellow at NATO/ASI (Advanced Study Institute), a guest fellow in Masters courses in Portugal and on specialised courses at CEDEX - Centro de Estudios y Experimentación de Obras Públicas (a Civil Engineering Research Agency), in Spain,

and also a fellow at IST/Técnico (Lisbon Higher Technical Institute). On his curriculum too is his authorship and coauthorship of various reports, technical briefs, expert reports and technical-scientific articles published in magazines, congresses, symposia and national and international conferences, various books and other technical aids. In the consulting area he has gained a high level of prestige, it being worth pointing out his coordination and participation in various studies and projects for various civil engineering/construction projects both in Portugal and overseas. More recently he reached the summit of his profession by being elected President of the Portuguese Engineers Association (2010-2016) and Advisor to the European Economic and Social Council (2015-2020).


Premiados 10 19 SET/OUT 2016

PrĂŠmio Personalidade Ambiente 2016 Environment Personality Award 2016

Nuno Coelho


11 19 SET/OUT 2016

Daniel Nuno de Melo Coelho é um homem da Natureza que tem promovido o regresso às origens no que mais de genuíno possui, a preservação do meio ambiente de forma integrada e sustentada e ainda a prática inteligente, sensibilizada e divertida de fazer turismo ao ar livre. Possui o Curso Superior de Turismo do ISLA, em Gaia, e em 1993, à sua formação turística juntou-se o apelo da natureza, tornando-se sócio fundador da empresa Montes d’Aventura, onde vem a desempenhar funções de consultor técnico na área de actividades outdoor. Ainda assim, desde esse ano até 1998, prossegue com as funções comerciais e de recuperação de crédito no BESLEASING, Sociedade de Locação Financeira S.A. É precisamente em 1998 que se torna gerente da Incentivos Outdoor, passando a ser responsável pela execução dos programas de actividades outdoor desta empresa, bem como da sua gestão comercial. Cargo que ocupa até ao ano 2000, altura em que assume a coordenação da empresa Montes d’Aventura – Coelho & Império Lda., da área de comércio de artigos montanhismo, passando a ser gestor de três lojas na zona Norte do País. Em 2005 passa a gerir o projecto turismo náutico da empresa Incentivos Outdoor no rio Tejo e entre 2006 e 2009 gere o parque temático ‘Campo Aventura’ em Vila Velha do Ródão e Gerês. Pelo meio, em 2007, é ainda gestor do Restaurante Vale Mourão na aldeia da Foz do Cobrão associada ao projecto turístico Aldeias do Xisto; gestor do projecto turístico GeoCircuitos, circuitos turísticos no Geopark Naturtejo da empresa Incentivos Outdoor; e coordenador pela empresa Incentivos Outdoor do projecto turístico de exploração da linha da Beira Baixa em parceira com a CP - Caminhos de Ferro Portugueses. Entre 2008 e 2009, coordena os projectos: ‘Turismo de Natureza’ a implementar em Marvão pela empresa Incentivos Outdoor; ‘GeoTrekking’, passeios pedestres no Geopark Naturtejo da empresa Incentivos Outdoor; e ‘Geotrekking’ construção, implementação e manutenção de percursos pedestres. E a partir de 2010 assume o cargo de gestor do Complexo Turístico Portas de Ródão, unidade de alojamento e restauração de eventos. Daniel Nuno de Melo Coelho is a man of Nature who has promoted a back to origins approach of which more genuine there cannot be - the preservation of the environment in a sustained and integrated way and also an intelligent, aware and fun way of doing open-air tourism. With a qualification in Tourism from Porto’s ISLA - Higher Institute of Languages and Administration, Gaia) in 1993, he combined his tourism training with his love of nature, becoming a founding

partner of the company Montes d’Aventura, where he has been a technical consultant in the outdoor activities area. Furthermore, from that time until 1998, he fulfilled commercial activities including credit recovery for BESLEASING, Sociedade de Locação Financeira S.A. And it was in 1998 that he became manager of Incentivos Outdoor, being responsible for running a programme of outdoor activities for this company, as well as its commercial management.A post he held until 2000, when he took over the coordination of the company Montes d’Aventura - Coelho & Império Lda., focusing on selling mountaineering/rock climbing equipment, and then managing three shops in the North of Portugal. In 2005 he managed a marine tourism project for the company Incentivos Outdoor on the River Tagus and between 2006 and 2009 managed the theme park ‘Campo Aventura’ in Vila Velha do Ródão e Gerês. In between, in 2007, he was also manager of the Restaurante Vale Mourão in the village of Foz do Cobrão, associated with the tourism project Aldeias do Xisto (Shale Villages); and manager of the tourism project GeoCircuitos, tourism trails in Geopark Naturtejo for the company Incentivos Outdoor; and coordinator for Incentivos Outdoor on the tourism project for running the Beira Baixa historic/scenic railway line with CP - Caminho de Ferro Portuguesas (The Portuguese Railway Company - CP) Between 2008 and 2009 he coordinated the following projects: ‘Turismo de Natureza’ (Nature Tourism) in Marvão set up by Incentivos Outdoor; ‘GeoTrekking’, country walks in Geopark Naturetejo (Incentivos Outdoor); and ‘Geotrekking’ construction, implementation and maintenance of pedestrian country footpaths. And from 2010 he has been the manager of the Complexo Túrístico Portas de Ródão - a Tourism complex including accommodation, restaurants and hosting events.


Premiados 12 19 SET/OUT 2016

Prémio Personalidade Turismo 2016 Tourism Personality Award 2016

Luís Veiga


13 19 SET/OUT 2016

Grande figura do turismo português Luís Veiga dedicou a sua vida a defender este sector, a exigir qualidade a todos os níveis desta indústria, a tecer críticas quando as tinha de fazer e a congratular quando as medidas e projectos eram bons. É, pois, um dos expoentes máximos da hotelaria e do turismo do nosso País. Nasceu a 2 de Março de 1955. Casado e pai de dois filhos, tem, actualmente, um pé em Lisboa e outro na Covilhã, cidade nortenha que lhe conferiu o título de ‘Cidadão Honorário’. A sua formação académica passou por estabelecimentos de ensino de prestígio tendo adquirido o Curso de Administração e Gestão, pela Universidade de Lausanne (1975-77), e licenciatura em Gestão de Empresas, pelo ISCTE (1981). Na década de 80 integrou um dos maiores projectos turísticos do Algarve, o Vale do Lobo. Posteriormente, durante quatro anos, foi consultor de Empresas BDO Binder. Fez parte da administração executiva da Norgarante – Sociedade de Garantia Mútua. Actualmente é administrador executivo da Natura IMB HOTELS e Grupo IMB. A vida associativa é um dos grandes pilares do seu percurso, tendo-se destacado, desde logo, na presidência da NERCAB - Associação Empresarial do Distrito de Castelo Branco. Mas foi na qualidade de presidente do Conselho Geral da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, cargo que exerceu até Abril de 2016, que mais se percebeu a sua paixão pelo turismo e pela hotelaria e mais garra mostrou nas ‘lutas’ do sector. Actualmente é membro do Conselho Geral desta associação (desde Maio 2016). No momento, assume a vice-presidência da ARPT Centro – Agência Regional de Promoção Turística do Centro de Portugal, entidade que tem vindo a mostrar-se muito dinâmica e a colocar a Região Centro nas ‘bocas do mundo’; e a vice-presidência da ATP – Associação das Termas de Portugal, entidade que mais recentemente tem conseguido modernizar e tornar mais activo o termalismo e o turismo de saúde e bem-estar em Portugal e além-fronteiras. A grand figure in Portuguese tourism, Luís Veiga had dedicated his life to promoting this sector, demanding quality at all levels from this industry, making harsh criticisms when necessary and congratulating when measures and projects were good one. And then he is one of the leading lights in the hotel and tourism industry in Portugal. Born on 2 March, 1955. Married with two children, he currently has one foot in Lisbon and the other in the northern town of Covilhã which has conferred on him the honour of ‘Honorary

Citizen’. His academic training in included pretigious educational establishments having got a qualification in Business Administration and Management from the University of Lausanne (1975-77), and a degree in Business Management from the Lisbon School of Economics and Management (ISCTE (1981). In the 80s he worked on one of the biggest tourism projects in the Algarve, Vale do Lobo. Later on, for four years, he was a consultant for Empresas BDO Binder. He sat on the board of the property development based mutual credit fund Norgarante - Sociedade de Garantia Mútua. He is currently the CEO of Natura IMB HOTELS and the Grupo IMB. His work in associations has been one of the cornerstones of his career, particularly his term as President of NERCAB - Castelo Branco District Business Association. But it was in his capacity as President of the General Board for the Portuguese Hotel Association - AHP (Associação da Hotelaria de Portugal), a post which he occupied until April 2016, that one understands his passion for tourism and the hotel sector and in which his hands-on record shows his ‘battles’ for the sector. Currently he has been on the board of the AHP since may 2016. At the moment he is the Vice President of the ARPT Centro - Agência Regional de Promoção Turística do Centro de Portugal (The Centre of Portugal Regional Agency for Tourism Promotion), a body which has worked tirelessly to put the Central Region on ‘the lips of the world’; and he is Vice-President of the Portuguese Association of Hot Spas (ATP – Associação das Termas de Portugal) and more recently has succeeded in modernizing and promoting natural spas and wellness in Portugal and abroad.


Premiados 14 19 SET/OUT 2016

PrĂŠmio Personalidade MĂŠrito 2016 Merit Personality Award 2016

Arnaldo Grossman


15 19 SET/OUT 2016

É uma das mais antigas personalidades da área da mediação imobiliária em Portugal, tendo passado também pela promoção. Arnaldo Grossman é histórico e ‘revolucionário’ na maneira de comercializar o imobiliário no País, tendo a Consultan sido líder de mercado durante muitos anos e atingindo vendas e valores nunca antes vistos neste segmento. Afirma-se brasileiro e português, tendo nascido na cidade do Rio de Janeiro há 70 anos. Fundou a Consultan em 1974 e a Consultan portuguesa em 1989, altura em que se mudou com a sua mulher e os seus três filhos para Portugal. Formado em Direito pela Universidade do Estado de Guanabara (actual UERJ), começou por trabalhar na empresa Veplan-Residência localizada na cidade carioca que considera ser a sua grande escola do imobiliário. O seu primeiro grande lançamento em Portugal foi o Parque Europa, actualmente denominado de Alta de Lisboa, em que comercializou cerca de 600 unidades num tempo recorde e antes de se iniciar a fase de construção. Mas o projecto que marcou em profundida a empresa foi a EXPO’98 com o lançamento das duas torres emblemáticas: São Gabriel e São Rafael (grupos Sonae e Ferrovial) que, além de ter sido um grande êxito de vendas, contribuiu para a mudança de mentalidade da juventude em Portugal. A ele se deve o lançamento do primeiro apart-hotel e o primeiro loft em Lisboa, tendo participado ainda no conceito e desenvolvimento do projecto da Casa da Guia (Cascais). É presidente do Maccabi Country Club, pertencente à comunidade judaica de Lisboa, desde a sua fundação há 12 anos. Apreciador de ténis, confessa que também adora futebol e revela-se um fevroso adepto do Sport Lisboa e Benfica. One of the longest-serving personalities in the estate agency business in Portugal, having also worked in promotion. Arnaldo Grossman is historic and ‘revolutionary’ in the way in which he marketed and commercialised real estate in Portugal, his company Consultan having been a market leader for many years, achieving sales and values never before seen in the segment. He sees himself as both Brazilian and Portuguese and was born in Rio de Janeiro 70 years ago. He founded Consultan in 1974 and its Portuguese affiliate in 1989, when he moved with his wife and three children to Portugal. With a law degree from Guanabara State University (Universidade do Estado de Guanabara (UERJ), he began working for the company Veplan-Residência in Rio which he considers to be the best baptism of fire he could have had in the

world of real estate. His big break in Portugal was Parque Europa, currently called Alta de Lisboa, in which he commercialised around 600 units in record time and before construction work had even begun. But the project which really proved the signature for the company was the world exhibition EXPO’98 with the launch of two emblematic towers: São Gabriel and São Rafael (Sonae and Ferrovial groups) which, which apart from being a big success in terms of sales, contributed towards changing the mentality of young people in Portugal. The launch of the first apart-hotel and first loft in Lisbon is down to him, having also been involved in the concept and development of the Casa da Guia project (Cascais) He is President of the Maccabi Country Club, is a member of the Lisbon Jewish Community since its foundation 12 years ago. A tennis fan, he admits to also enjoying football and is an ardent fan of Sport Lisboa and Benfica.


19 SET/OUT 2016

Brexit

E agora? And now what?

Foto Photo: VisitBritain

Capa 16


17 Simples e complicada, esta é a questão colocada por todos após o referendo do dia 23 de Junho que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia. Auscultámos a opinião de um britânico e um português para tentar perceber como foi aberta esta ‘caixa de pandora’ e que consequências pode trazer para Portugal. Simple and complicated, that’s the verdict from everyone following the June 23 referendum which forced the United Kingdom’s exit from the European Union. We heard the opinion from a British citizen in Portugal in order to try and understand how this ‘Pandora’s box’ could have been opened and the consequences this could bring for Portugal.

Texto Text: Carla Celestino

Foto Photo: VisitBritain / Pawel Libera

19 SET/OUT 2016

O Reino Unido sempre foi um ‘enfant terrible’ da União Europeia (UE) e embora estivesse nesta instituição há 43 anos a realidade é que sempre o fez à sua maneira, exemplo disso é não ter aderido à moeda única (Euro), entre outros acordos e concessões. Mas agora foi mais longe… e está de malas feitas para sair definitivamente do mapa comum europeu. Uma decisão que aparentemente parecia tão simples – Ficar/Sair -, “desencadeou uma sequência de eventos que poucos anteciparam”, referiu o CEO Chris Barton da Câmara de Comércio Luso-Britânica. Com efeito, a esmagadora maioria dos apoiantes do ‘Brexit’ (Saída da UE) votaram a pensar no sentimento de que queriam libertar-se das restrições impostas por Bruxelas (recorde-se que em Fevereiro o Primeiro-Ministro David Cameron trouxe um conjunto de reformas da UE que não agradou muito aos britânicos) ou das restrições à imigração (que, na sua opinião, estão a causar pressão sobre o Sistema Nacional de Segurança Social/Saúde e a obter benefícios sociais à custa dos ‘britânicos’). Chris Barton lembra que “durante as 24 horas imediatamente após o resultado anunciado manifestou-se a preocupação generalizada sobre a renovada reivindicação da Escócia pela independência, possível controlo da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República e a ameaça da Espanha em ser mais forte no longo desacordo sobre Gibraltar”. Questões que poucos tiveram em consideração na hora de votar.

“A única coisa que foi definitivamente previsível foi que um resultado ‘Brexit’ iria criar turbulência nos mercados financeiros”, afirma Chris Barton, defendendo que “o desafio a curto prazo é evitar a tentação de entrar em pânico”. Para tal recorda que “na manhã do referendo as notícias foram inundadas com histórias sobre a maior queda individual do valor da libra desde o desastre Lehman Brothers, mas em retrospectiva a taxa £/€ tinha apenas retornado até um pouco abaixo dos valores do mês anterior e a extremidade do movimento foi, em parte, devido ao aumento pouco usual do dia anterior”. Apesar desta realidade, um estudo da Deloitte, revelado no mês de Julho, mostra que os directores financeiros das empresas com maior peso na economia britânica estão mais pessimistas em relação ao Brexit do que estavam após a falência do Lehman Brothers. Aliás, 80% dos inquiridos por esta consultora esperam uma queda significativa das contratações e do investimento na economia britânica em 2017. O Reino Unido enfrenta, pois, um longo caminho de mudanças, já iniciado com a passagem do testemunho de David Cameron para Theresa May; ao qual vai seguir-se dois anos de negociações, após evocar o artigo 50 do tratado, liderado por Boris Johnson percursor do movimento ‘Brexit’ e actual ministro dos Negócios Estrangeiros. Entretanto, vai imperar a incerteza sobre as cabeças de milhões de cidadãos europeus que vivem em ‘terras de Sua Majestade’ e nos cidadãos britânicos que vivem em países no seio da UE,


18 Foto Photo: VisitBritain / Damir Fabijanc

19 SET/OUT 2016

nomeadamente em Portugal. A este propósito Chris Barton acredita que “os portugueses que estão legalmente no Reino Unido continuarão a estar legais pelo menos nos próximos dois anos e, provavelmente, indefinidamente. O mesmo será verdade para os residentes britânicos em Portugal”. No entanto adverte: “As pessoas precisam de ter atenção no exercício do seu direito no país de acolhimento, pelo que devem ter urgência em se registar como residentes e garantir que toda a sua documentação está em ordem”. Acrescentando que “alguns podem optar por dar um passo em frente e aplicar a cidadania e desfrutar da dupla nacionalidade”. Novas oportunidades no horizonte Se há os que dizem que o Reino Unido pode enfrentar uma crise sem precedentes nos próximos anos, outros há que acreditam que vai saber adaptar-se a esta nova fase e ainda há outros que vêem nesta ‘saída’ uma oportunidade para os restantes países da UE, incluindo Portugal. Diversas empresas já anunciaram que vão reti-

rar as suas sedes do Reino Unido e deslocalizar escritórios e trabalhadores para outros países europeus. Chris Barton salienta que “talvez para Portugal (e, especialmente, Lisboa) esta oportunidade de mercado deve ser explorada como uma muito viável opção onde o imobiliário é provavelmente muito menos caro do que em outras cidades”. Esta ideia é partilhada pelo presidente da ULI, Francisco Horta e Costa, que acredita também haver essa “oportunidade”. Salientando, aliás, que esta é uma realidade que pode já estar a acontecer, basta recordar que “alguns fundos imobiliários ingleses suspenderam os resgates porque o que estava por detrás dessa procura ‘fora do normal’ era o facto de os fundos imobiliário viverem de rendas que são pagas por empresas e se essas empresas decidirem sair do Reino Unido há o risco da desvalorização da unidade de participação desses fundos”. Na sua opinião, “se deixar de haver liberdade de circulação, homogeneização das leis do trabalho, do mercado de capitais em geral e se o Reino Uni-

Uma decisão que aparentemente parecia tão simples – Ficar/Sair -, desencadeou uma sequência de eventos que poucos anteciparam. A decision that apparently seemed so simple - Stay/Leave -, has triggered a sequence of events that few expected.


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Não haverá constrangimentos no nosso País, a excepção poderá passar por algum investimento que era para ser feito no Reino Unido passe a ser feito na Europa continental e Portugal pode beneficiar disso. There won’t be constraints in Portugal, the exception involving some investment that was planned to be made in the United Kingdom and will now be made in Europe and Portugal could benefit from this.

do passar a divergir das normas vigentes na UE é natural que haja empresas que prefiram ter as suas sedes, ou pelo menos sítios onde concentram muitos trabalhadores, num país em que essa liberdade de circulação é total, onde sabem com o que podem contar, onde a evolução legislativa fiscal é um pouco mais previsível pelo simples facto de estarem dentro da UE”. E, como diz, “todos estes factores contam no momento de decidir investir”. Embora Francisco Horta e Costa refira que no dia a seguir ao referendo alguns investidores britânicos em Portugal tenham, nesse dia, “tirado o ‘pé do acelerador’ para repensar nos dias seguintes os seus investimentos”, acredita que “não haverá constrangimentos no nosso País”, a excepção poderá passar por “algum investimento que era para ser feito no Reino Unido passe a ser feito na Europa continental e Portugal pode beneficiar disso”. Chris Barton faz a ressalva para uma outra realidade: “Os britânicos de férias que vêm para Portugal e expatriados portugueses que voltam para

casa, agora terão menos dinheiro para gastar aqui e os britânicos residentes aqui, mas dependentes de pensões ou remessas provenientes do Reino Unido, também vão receber menos”.Há ainda um outro reverso da medalha. Com o ‘Brexit’ as empresas exportadoras portuguesas poderão vir a beneficiar com as flutuações da taxa de câmbio e tornarem-se mais competitivas no mercado britânico. No rescaldo do ‘Brexit’ um pensamento assombra as mentes europeias: a política da UE tem de mudar. Tem de passar a respeitar a vontade dos cidadãos dos Estados-membros. Caso contrário, depois do Reino Unido outros países poderão seguir o seu exemplo e, em última instância, colocar em causa uma Europa Unida. The United Kingdom was always the ‘enfant terrible’ of the European Union (EU) and although it had been in this institution for 43 years, the reality is that it always was a member on its own terms, an example being its insistence on not joining the single currency (Euro), among other


Foto Photo: VisitBritain

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agreements and concessions. But not it has gone further and is packing its bags to leave the European Community map of Europe for good. A decision that apparently seemed so simple - Stay/Leave -, “has triggered a sequence of events that few expected”, said Chris Barton, CEO of the British-Portuguese Chamber of Commerce. The result, the overwhelming majority of ‘Brexit’ supporters (Leaving the EU) voted on the feeling that they wanted to free themselves from the restrictions imposed by Brussels (it will be remembered that in February the then Prime Minister David Cameron brought home a number of EU reforms that didn’t satisfy the British) and restrictions on immigration (which, in their opinion is putting pressure on the National Security and Health systems with immigrants receiving welfare and social benefits at the expense of the ‘British’). Chris Barton says that “it was only during the 24 hours immediately after the result was announced that there was widespread concern voiced about the Scotland’s renewed claim for independence, possible border control between Northern Ireland and the Republic, and Spain’s threat to be more forceful over the long standing Gibraltar disagreement.” Issues that few really thought about seriously when it came to vote. “The one thing that was definitely predictable was that a Brexit result would create turmoil in the financial markets”, said Chris Barton, arguing that “The challenge in the short term is to avoid the temptaion to panic.” On that he said that “On the morning of the referendum result the news

was awash with stories of the biggest single drop in the value of the pound since the Lehmann Brothers disaster, but in retrospect the £/€ rate had merely returned to just below the values of the month before and the extremity of the movement was in part due to the unusaul surge the day before.” Despite this reality, a Deloitte study published in July, shows that the financial directors of the most important companies to the British economy are more pessimistic about the Brexit than they were following the Lehman Brothers collapse. Moreover, 80% of those canvassed by the consultants expect a significant fall in orders and investment in the British economy in 2017. The United Kingdom is therefore facing a long road of changes, already begin with the changeover at No 10 Downing Street from David Cameron to Theresa May; from which two years of negotiations will follow, led by Boris Johnson who headed the ‘Brexit’ campaign and now Secretary of State for Foreign and Commonwealth Affairs since July. In the meantime an atmosphere of uncertainty will hang over the heads of millions of European citizens living in the United Kingdom and for British citizens living in countries within the EU, namely Portugal. On this Chris Barton believes that the “Portuguese people who are legally in the UK will remain legal for at least the next two years, and probably indefinitely. The same will be true for British people resident in Portugal”. However he warns: “People need to take care of is exercising their current right to be in their chosen country,

No rescaldo do ‘Brexit’ um pensamento assombra as mentes europeias: a política da UE tem de mudar. As the dust settles on the ‘Brexit’ one thought overshadows European minds: the EU’s policy had to change.


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so they should be urged to register themselves as residents and ensure that all their documentation is in order”. Adding that “some may opt to take it a step further and apply for citizenship and enjoy dual nationality”. New opportunities on the horizon If there are those who say that the United Kingdom could face a crisis without precedent over the next few years, others believe that it will be able to adapt to this new phase and others still who see this Brexit as an opportunity for other EU countries, including Portugal. Various companies have already announced that they will withdraw their headquarters from the United Kingdom and move their offices and employees to other European countries. Chris Barton points out that “perhaps Portugal (and especially Lisbon) should be exploiting this opportunity to market itself as a very viable option where real estate is probably far less expensive than the other cities”. This idea is shared by the President of the Portuguese Urban Land Institute, Francisco Horta e Costa, who also thinks that there is this “op-

portunity”. Pointing out, furthermore, that this is a reality that may already be happening and that one only has to consider that “some British property funds have suspended their redemptions since what had been behind this “unusual” demand was that property funds were cashing in on revenues paid for by these companies and if these companies decide to quit the United Kingdom there is a risk in the devaluation of the investment unit of these funds”. In his opinion, “if we no longer have freedom of movement, homogenisation of labour laws and capital market regulations in general and if the United Kingdom introduces regulations that differ from those in force in the EU then it is understandable that these companies would want their headquarters and offices where they have many workers within a country enjoying free circulation in which they know what they can count on, where tax legislation is a little more predictable for the simple fact that they are in the EU”. And, as he says, “all of these factors are weighed up when the moment comes to decide to invest”. Whilst Francisco Horta e Costa mentioned that the day after the referendum some British inves-

tors in Portugal on that day “took their ‘foot of the accelerator’ to rethink their investments over the following days” but says that he believes that “there won’t be constraints in Portugal”, the exception involving some investment that was planned to be made in the United Kingdom and will now be made in Europe and Portugal could benefit from this”. Chris Barton points out another reality: “British holiday makers coming to Portugal, and Portuguese expatriates returning home, will now have less money to spend here and British people resident here but dependent on pensions or remittances from the UK will also be receiving less”. There is also another side to the coin. With the ‘Brexit’ Portuguese export companies may benefit from fluctuations in the exchange rate and become more competitive in the British market. As the dust settles on the ‘Brexit’ one thought overshadows European minds: the EU’s policy had to change. They have to now respect the will of Member-State citizens. If they don’t, after the United Kingdom other countries could follow its example and, in the worst case scenario, put the future of the European Union at risk.


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Mercado

Nova cultura imobiliรกria Market

The new real estate culture


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Texto Text: Carla Celestino

Foto Photo: JLL

Lisboa e Porto têm um novo pulsar e a cada esquina surgem novas lojas, novas empresas, novos conceitos… Estará o imobiliário nacional a inovar e a conquistar diferentes nichos de mercado? Lisbon and Porto has a new beat and on every corner new shops, companies and concepts are springing up... could it be that national real estate is innovating and conquering different niche markets? Os dados divulgados pelas principais consultoras não deixam margem para dúvida: o imobiliário português está mais dinâmico. Quer seja habitação, retalho, escritórios ou hotelaria, o volume de investimento e de transacções aumentou este ano comparativamente a 2015. Lisboa e Porto são as cidades onde esta realidade é mais notória e que estão agora, novamente e de uma forma mais forte, sob o olhar de rapina dos investidores nacionais e internacionais. Para tal muito tem contribuído a reabilitação urbana que permitiu devolver a estas cidades a sua beleza urbana e a vitalidade que já teve em outros tempos. O segmento residencial é talvez aquele em que se espelha melhor este cenário e que tem proporcionado o surgimento de novas apostas imobiliárias, tal é o caso dos apartamentos turísticos e do conceito de hotel apartamentos. Mas também ao nível dos escritórios têm surgido novidades, nomeadamente com a cada vez maior procura por Portugal como destino para a instalação de centros de serviços partilhados e de call centres. O comércio de rua, por seu lado, já nos habituou à mudança e ao frenesim que se vive na cidade. A cada instante, num piscar de olhos, surge uma nova loja, uma nova ideia, uma nova corrente. E também novas localizações. Basta referir a frente ribeirinha que vai desde o Cais de Sodré até à Avenida 24 de Julho, em Lisboa, onde os novos conceitos de restauração e entretenimento têm-se desenvolvido como ‘cogumelos’. Além disso, Lisboa continua no mapa das principais marcas

internacionais para aqui se instalarem e cativarem portugueses e turistas. Novos nichos Face a toda esta conjuntura, não se pode deixar de questionar: Existem novos nichos no mercado imobiliário no nosso País? O Director Geral da JLL em Portugal, Pedro Lancastre, acredita que sim e dá como exemplo “as residências de estudantes” e “as residências seniores”. No que diz respeito às primeiras, refere que “impulsionadas pelo crescimento do número de estudantes em mobilidade internacional, levaram grandes instituições de investimento imobiliário na Europa a apostar neste segmento, transformando um ‘nicho’ até há pouco negligenciado, num mercado dinâmico e profissionalizado”. Na sua opinião, “Portugal não foi excepção a esta dinâmica, também sustentada pela crescente procura de estudantes estrangeiros, cuja capacidade financeira é superior à dos estudantes portugueses”. Por esta razão, diz que “os alunos estrangeiros são o principal target deste tipo de alojamento, não só porque os preços praticados são usualmente superiores ao arrendamento tradicional de quartos ou apartamentos, mas também porque em Portugal a cultura do ‘dorm’ ainda não está completamente enraizada”. Sendo Lisboa a cidade com maior número de estudantes é, por isso mesmo, actualmente o mercado mais desenvolvido. Ainda assim, Pedro Lancastre salienta que nota “que os investidores


Foto Photo: JLL

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começam também a olhar para os mercados do Porto e de Coimbra”. A oferta existente em Lisboa - ainda sem escala para acolher os inúmeros alunos estrangeiros que são atraídos não só pela boa reputação que as universidades portuguesas conquistam lá fora, mas também pela reconhecida qualidade de vida que o nosso País proporciona - tem origem nacional, mas reflecte em muito o que de melhor se faz lá fora. E, apesar de os investidores portugueses terem sido pioneiros no nosso mercado, diversos investidores estrangeiros e grandes grupos operadores neste mercado, já incluem na sua estratégia de expansão a curto prazo o mercado português. No que diz respeito à classe de residências sénior, Pedro Lancastre acredita que “é sem dúvida ainda um mercado de nicho, que face à realidade portuguesa ainda não está muito desenvolvido”. No entanto, faz a ressalva para o facto de “impulsionado pelos benefícios fiscais concedidos a residentes não habituais, a procura tem vindo a crescer e vários cidadãos estrangeiros têm escolhido Portugal para residir e aproveitar a sua reforma”. Pelo que considera que este mercado “tem bastante potencial de crescimento, pois as extraordinárias condições naturais e de segurança do nosso País aliadas ao custo de vida e aos benefícios fiscais existentes tornam Portugal um destino preferencial para cidadãos de todo o

mundo, e em especial os seniores, com mais disponibilidade de tempo”. Um outro nicho que parece estar a despontar é o da saúde e são várias as clínicas a surgirem no mercado e a especializarem-se em determinadas doenças com o intuito de cativar os pacientes estrangeiros. Também já são várias as unidades hospitalares com acreditação internacional e com selos de garantia que não só acabam por lhes permitir entrar na ‘rede’ das organizações internacionais que habitualmente aconselham os doentes a optar por este ou aquele país, esta ou aquela clínica, como ajudam a consolidar o nome do nosso País na vertente saúde. Mas este é um novo nicho ainda em aperfeiçoamento. Aventuras com prazo É preciso não esquecer que o mercado está em constante mutação e o que é hoje ‘moda’ pode amanhã perder o interesse quer por parte de quem investe, quer do próprio consumidor. Por isso, é provável que algumas destas novas ‘aventuras’ de investimento possam estar condenadas a ‘morrer’ a médio prazo… mas isso faz parte da vida e do ciclo dos negócios. Pedro Lancastre acredita, no entanto, que “cada vez mais os investidores sustentam as suas estratégias de investimento em estudos de mercado bem fundamentados, analisando bem todas as opções, os riscos e os retornos potenciais do

seu investimento”. Mas, obviamente, como afirma, “há segmentos com um maior potencial que outros e em cada caso é necessário considerar eventuais alterações do mercado imobiliário global e nacional”. Ainda assim, é peremptório ao afirmar: “Não vejo que existam neste momento investimentos que a médio prazo estejam condenados”. Data released by the main consultants leave no room for doubt: Portuguese real estate is more dynamic. Whether housing, retail, offices or hotels, the investment turnover in transactions has increased this year compared to 2015. Lisbon and Porto are the cities where this reality is most glaring and which are now again strongly under the hungry eyes of both national and international investors. Urban rehabilitation has contributed considerably towards this by returning the urban beauty and vitality that they once had to these cities. The residential segment is perhaps the one which best mirrors this scenario and which has has encouraged the rise of new real estate investments, as in the case of tourist apartments and the aparthotel concept. But there have also been novelties at the offices level, namely in the increasing demand for Portugal as a shared service centre and call centres destination. High street shopping, in turn, has already got us



28 Foto Photo: Door Student Housing

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used to seeing change and the frenetic pace of the city. At any given moment, in the blink of an eye, there’s a new shop, idea or trend. And new locations too. One only had to refer to the river front area which stretches from Cais do Sodré and to Avenida 24 de Julho in Lisbon, where new concepts of restaurants and entertainment have sprung up like mushrooms. Furthermore, Lisbon continues to be on the map for the main international brands to set up here and attract both the Portuguese and tourists. New niches Given this set of circumstances the question has to be begged: Are there new niches in the real estate market in our country? The CEO of JLL Portugal, Pedro Lancastre, thinks yes and gives the example of “students’ halls of residence” and assisted apartments for senior citizens”. Regarding the former, he says that this has been driven by the growth in the number of international students (particularly Erasmus) leading large real estate investment houses in Europe to invest in this segment, turning a ‘niche’

which had until now been relatively neglected into a dynamic and professional market”. In his opinion, “Portugal has proved no exception to this dynamic, also fuelled by the growing demand from international students, whose financial capacity is greater than that of Portuguese students”. For this reason, he says that “foreign students are the principal target for this type of accommodation, not just because the prices charged are usually higher to traditional rental prices for rooms or apartments, but also because in Portugal the concept of “dorms” or “students’ digs” has yet to become completely rooted in society”. Since Lisbon is the city with the greatest number of students it is also for this reason the market which is currently the most developed. However, Pedro Lancastre notes that “investors are beginning to also look at the markets of Porto and Coimbra”. The existing supply in Lisbon - which doesn’t yet have the scale to host the countless foreign students who are attracted not only by the fine reputation that Portuguese universities have

succeeded in creating abroad, but also by the recognised quality of life that Portugal offers which is of a national origin, but also greatly reflects abroad the best that Portugal has to offer. And although Portuguese investors have been trailblazers in our market, a wide number of foreign investors and operating groups in this market, have already been including the Portuguese market in their short-term expansion plans. Regarding senior citizen residences, Pedro Lancastre believes that “it is without a doubt still a niche market which given the Portuguese reality is still rather underdeveloped”. However, he stresses that “demand has been growing and various foreign citizens have chosen Portugal to retire in an enjoy their retirement boosted by the tax benefits granted to Non-Habitual Residents (NHRs). So he considers that this market “has a fair growth potential since the extraordinary natural conditions and security in Portugal together with the cost of living and existing tax benefits make Portugal a preferential destination for citizens from all over the world, especially senior citizens with more available time on their hands”. Another niche which seems about to take off is health and the various clinics that have appeared in the market and specialise in specific illnesses with the aim of attracting foreign patients. And there are now various hospital units with international accreditation and guarantees which not only means they can join the ‘network’ of international organisations that usually advise patients to opt for this or that country or clinic, but also help to consolidate Portugal’s name in the health sector. But this is a new niche still undergoing improvements. Time sensitive investment adventures It should not be forgotten that the market is in constant mutation and that what is ‘in’ today may no longer be interesting for investors or the consumer tomorrow. Which is why some of these new investment adventures may be condemned to ‘die’ in the medium term...but this is part and parcel of the business cycle. The JLL CEO believes, however, that investors increasingly base their investment strategies on well-founded market studies, thoroughly analysing all the options, risks and potential returns on their investment”. But, obviously, as he says, “there are segments with greater potential than others and in each case one needs to consider eventual changes in the global and national real estate markets”. Furthermore, he is quick to state: “I don’t see investments condemned to fail in the medium term at the moment”.



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SIL 2016

Tendência de crescimento A trend for growth

A gestora do Salão Imobiliário de Portugal (SIL), Sandra Bértolo Fragoso, fala sobre aquele que “continua a ser o encontro anual do sector imobiliário em Portugal”. The manager of the Portuguese Property Show (SIL), Sandra Bértolo Fragoso, talks about what “continues to be the annual meeting for the real estate sector in Portugal”.


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O SIL open Day foi um sucesso e oportunamente informaremos sobre esta questão. Always growing, is there room for SIL to continue growing not only in 2016 but in the years to come? The growth of SIL has been a sustained growth in that the Portuguese Industrial Association AIP Foundation/Fundaçao AIP) has sought with each edition to promote activities in the show which meet the needs of the exhibitors and visitors, meaning seminars, speed-networking, international meeting point, rental stock shop, family space, auctions, among others. Therefore, we’ve no doubt about the trend for growth for SIL, indeed the show continues to be the only event nationally that brings together the real estate sector, fostering debate and defining strategies, but without a doubt it also encourages doing business. We therefore hope to achieve 270 exhibitors and around 53,500 visitors.

Sempre em crescimento, há margem para que o SIL continue a crescer não só em 2016, como nos anos vindouros? O crescimento do SIL tem sido um crescimento sustentado na medida em que a Fundação AIP tem procurado em cada edição promover actividades no salão que correspondam às necessidades dos expositores e dos visitantes, refiro-me a seminários, speed-networking, international meeting point, bolsa de arrendamento, espaço família, leilões, entre outras. Assim, não duvidamos da tendência de crescimento do SIL, pois o salão continua a ser o único evento a nível nacional que reúne o sector imobiliário, proporcionando o debate e a definição de estratégias, mas sem dúvida, proporcionando o negócio. Esperamos assim alcançar os 270 expositores e cerca de 53.500 Visitantes. A internacionalização tem sido um dos grandes pilares do SIL. Que acções desenvolveram nesta matéria e quais os impactes que vai ter no salão? A internacionalização do sector imobiliário é um trabalho continuado do SIL e tem vindo a revelar os seus frutos. Este ano estivemos pela primeira vez no Dubai, estivemos na China e em França.

Estas participações trazem sempre contactos novos e promissores para os nossos expositores, exemplo disso é a participação de visitantes do Reino Unido em acções de speed networking no SIL deste ano, tendo Londres sido um dos mercados em que temos vindo a marcar presença. Os franceses que estão na primeira linha de investidores no mercado nacional, seguidos dos chineses, são já visitas habituais no SIL. No ano passado o ‘speed networking’ com investidores de diferentes nacionalidades teve bastante procura, é uma experiência para manter? O speed networking faz parte da programação do evento e é apreciado pelos expositores e pelos investidores. O facto de haver um contacto directo com os potenciais compradores/investidores de vários mercados num curto espaço de tempo, revela a eficácia destas acções. De referir ainda o International Meting Point, local privilegiado de networking entre os investidores, parceiros e empresas expositoras. Podemos esperar também um ‘SIL Open Day II’?

Internationalisation has been one of SIL’s main pillars. What activities have been developed in this area and what impact will they have on the show? The internationalisation of the real estate sector is an ongoing project for SIL and has been paying dividends. This year and for the first time we’ve visited Dubai and we’ve been in China and France. Taking part in these events has always brought new and promising contacts for our exhibitors, an example of this is the participation of visitors from the United Kingdom with speed networking activities at SIL this year, with London being one of the markets in which we have been present. The French who are first-line investors in the national market, followed by the Chinese, are already regular visitors at SIL. Last year the ‘speed networking’ with investors of different nationalities was fairly in demand. Is this an experience that will be a regular feature? Speed networking is part of the event programming and is appreciated by both exhibitors and investors. The fact of their being a direct contact with the potential buyers/investors from various markets within a short space of time, reveals the effectiveness of these activities. Then there’s International Meeting Point, a privileged place for networking amongst investors, partners and exhibitor companies. Can we also expect a ‘SIL Open Day II’? SIL Open Day was a success so watch this space on this question!


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Fio-de-Prumo 34 19 SET/OUT 2016

Empresas da construção

Internacionalização faz parte do nosso ADN Construction companies

Internationalisation is part of our DNA


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A crise trouxe uma dura realidade às empresas do sector da construção em Portugal. A internacionalização surgiu como a via natural para a salvaguarda das empresas. The crisis brought a hard reality to construction sector companies in Portugal. Internationalisation arose as a natural way of safeguarding companies.

Texto Text: Carla Celestino

O presidente da AECOPS, Ricardo Pedrosa Gomes, começa por lembrar que “o sucesso da internacionalização da construção não foi fruto do acaso ou da crise. Nalgumas empresas, a presença nos mercados externos tem décadas e faz parte da sua cultura e identidade empresarial”. Com efeito, muito antes da crise económica que afectou duramente a construção portuguesa nos últimos anos, já diversas empresas da nossa praça estavam presentes em diferentes geografias, nomeadamente nos designados Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Por outro lado, o presidente desta associação faz ainda uma outra ressalva: “A crise não facilitou o processo de internacionalização. Pelo contrário, e regra geral, iniciar um processo de internacionalização num contexto de fragilidade económica ou financeira é meio caminho andado para o fracasso”. Ainda assim reconhece, por um lado, que “a presença nos mercados externos foi essencial para a sobrevivência de muitas empresas que iniciaram o processo de internacionalização na fase de expansão do mercado interno”; e, por outro, que “as empresas internacionalizadas demonstraram uma resiliência e capacidade para aproveitar novas oportunidades porque já tinham experiência nos mercados externos”. Sucesso em diferentes geografias Os dados disponíveis sobre a internacionalização das construtoras portuguesas remontam a 2014, altura em que o volume de negócios obtido no exterior atingiu os 5,6 mil milhões de euros, representando um aumento de 6% face a 2013. De

acordo com as estatísticas oficiais, o processo de consolidação de internacionalização do sector foi muito relevante com as empresas a facturarem no mercado externo mais 3,7 mil milhões de euros do que em 2006, correspondendo a uma taxa de crescimento média anual de 14%. No que diz respeito à carteira de encomendas no exterior, nesse período, cifrou-se nos 5,7 mil milhões de euros, apresentando um quebra de 14% em relação ao ano anterior. Entretanto, tendo em conta o contexto internacional adverso e a conjugação da crise das economias emergentes com a lenta recuperação do mercado interno, as previsões da AECOPS apontam para que em 2015 e nos primeiros meses de 2016 se tenha verificado uma redução do volume de negócios no exterior, em especial nos PALOP, e na carteira de encomendas, com a consequente redução da actividade nos próximos anos. Ainda assim, há a registar o sucesso da internacionalização das empresas de construção nos PALOP, em África e na América Central. Na opinião de Ricardo Pedrosa Gomes, tal resultou de “uma opção estratégica das empresas, ou seja, de uma aposta de médio e longo prazo, assente na competitividade e na excelência da engenharia portuguesa nesses mercados e, nesse sentido, é uma aposta com continuidade e de futuro”. Por isso, acredita que a “maioria das empresas está preparada para prosseguir a sua actividade nestes mercados apesar da conjuntura desfavorável e da possível instabilidade política, económica e social”. Recorde-se que, em 2014, as empresas de construção portuguesas representavam 21% do total do volume de negócios das construtoras euro-


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Nalgumas empresas, a presença nos mercados externos tem décadas e faz parte da sua cultura e identidade empresarial. In some companies, their presence in foreign markets is decades old and is part of their company culture and identity.

Gabriel Couto / Projecto Praia, Cabo Verde

peias, tanto em África como na América Latina, ocupando, respectivamente, o segundo e terceiro lugares do ranking internacional europeu dos respectivos mercados regionais. Já no que diz respeito ao volume de negócios das empresas de construção no Médio Oriente, em 2014, rondava os cinco milhões de euros, cerca de 0.1% do total. No ano em foco, continuaram, pois, fora das rotas asiáticas, uma realidade que actualmente não se alterou. Futuro com mais dificuldades O ‘Portugal 2020’ trouxe algum ânimo ao nível dos apoios à internacionalização das empresas de construção e ao abrigo deste programa já foram aprovados 82 projectos, correspondendo a um valor total de investimento de 21.2 milhões de euros, com o valor dos incentivos a atingir 8.6 milhões de euros. Em termos médios, os incentivos desses projectos aprovados ascenderam a cerca de 100 mil euros por empresa, para um volume de investimento de 247 mil euros. Mas a larga maioria destes projectos aprovados no âmbito da internacionalização são de pequena dimensão e estão direccionados para o acesso de novas empresas a novos mercados. Face a esta realidade, Ricardo Pedrosa Gomes considera que, “sem pôr em causa a importância do acesso de novas PME’s aos mercados externos, e tendo em conta o contexto internacional adverso”, considera que seria importante “uma

reafectação selectiva dos apoios comunitários à internacionalização para reforçar a resiliência das empresas de construção instaladas nos mercados estratégicos”. Até porque o futuro próximo deste sector não auspicia panoramas favoráveis. Para 2016 e 2017 a AECOPS perspectiva “um cenário de dificuldades acrescidas para a empresas de construção nos mercados externos, desde logo, como resultado dos efeitos do ciclo de redução do preço do petróleo e das matérias-primas no dinamismo económico e na contração do investimento público e privado nos PALOP, em África e na América Central e Latina”. Provavelmente, como conclui, “iremos assistir a uma redução do volume de negócios no exterior, em especial nos PALOP, a uma redução da carteira de encomendas e a um aumento da dívida e dos atrasos nos pagamentos às empresas, como resultado da crise e das dificuldades financeiras nos principais mercados internacionais”. The President of AECOPS - the Portuguese Association for Construction, Public Works and Services, remembers that “the success of internationalisation in construction was not the result of the crisis or happened by chance. In some companies, their presence in foreign markets is decades old and is part of their company culture and identity”. As a result, well before the economic crisis

which badly affected Portuguese construction in recent years, various companies around us were already present in different geographical areas, namely in Portuguese-speaking African countries - PALOP. On the other hand, the President of this association makes another point: “The crisis did nit make the internationalisation process easy. On the contrary, and as a general room, it kickstarted a process of internationalisation within a fragile economic and financial context and half with the prospect of failure”. Nevertheless he recognises, on the other hand, that “their presence in overseas markets was essential for the survival of many companies that began their process of internationalisation during their expansion phase in the internal market”; and, then again, “internationalised companies showed a resilience and capacity to make the most of new opportunities because they already had experience in overseas markets”. Success in different geographical markets The data available on the internationalisation of Portuguese construction companies is from 2014, a time when the turnover of business abroad reached 5.6 billion Euro, representing an increase of 6% compared to 2013. According to official statistics, the consolidation process of the sector’s internationalisation was highly relevant


Criatividade: boschyserret.com Fotógrafo: José Manuel

Technal com Nuno Leónidas Arquitectos Este complexo hoteleiro, é composto por um hotel e um aparthotel de 5 estrelas, um centro de conferências, uma zona de restauração, uma área de jogos, um parque infantil e uma área de estacionamento com 122 lugares. A integração do complexo turístico com o meio ambiente foi um dos eixos principais na concepção do projecto. O hotel foi construído num lugar com vista desafogada próximo de zonas ajardinadas, pelo que beneficia de uma privacidade incomparável num quadro único. A volumetria reduzida do edifício, acentuada pela horizontalidade das suas linhas, confere uma estética apurada e elegante, realçada pela fachada GEODE e pelas janelas de correr TOPAZE e GALENE, criando múltiplos miradouros para uma vista privilegiada. Todas estas características contribuíram para a atribuição da primeira menção do Palmarés Architecture Aluminium Technal Iberia 2015 na categoria Disfrutar. A ligação interior/exterior de cada um dos quartos é concretizada através das janelas de correr TOPAZE e GALENE, que funcionam, por seu lado, como um miradouro para a paisagem privilegiada.

Obra: Hotel Epic Sana Algarve, Albufeira (Portugal). Atelier de arquitectura: NLA – Nuno Leónidas Arquitectos. Instalador: Ribeiro & Rocha LDA. Soluções Technal utilizadas: fachada-cortina GEODE com sistema de grelha tradicional, janelas de correr TOPAZE, GALENE, portas SAPHIR e janelas de batente Wicslide.

www.technal.pt

The world looks better


38 19 SET/OUT 2016

A presença nos mercados externos foi essencial para a sobrevivência de muitas empresas. Their presence in overseas markets was essential for the survival of many companies.

Lucius / Condomínio Privado, Maputo Bay

with companies turning over 3.7 billion Euro more in the external market than in 2006, corresponding to a average annual growth rate of 14%. Regarding the overseas orders book, in this period it was worth 5.7 billion Euro, showing a fall of 14% in relation to the previous year. However, taking into account the adverse international economic situation and the collective crisis hitting emerging economies with the slow internal market recovery, the forecasts from AECOPS - the Portuguese Association for Construction, Public Works and Services - showed that 2015 and the first months of 2016 suffered a reduction in foreign business turnover, especially in the PALOPs, with a consequent reduction in activity in the coming years. Even so, the success of the internationalisation of construction companies in the PALOPs, in Africa and in Central America has to be admitted. In Ricardo Pedrosa Gomes’ opinion, that resulted in a “strategic option from companies, meaning a medium and long-term focus based on competitiveness and in the excellence of Portuguese engineering in these markets and, in this sense, is an investment with continuity and in the future”. Which is why he believes that the “majority of companies are prepared to pursue their activities in these markets despite the downturn and the

possible political, economic and social instability”. It will be recalled that in 2014 Portuguese construction companies represented 21% of the total business turnover of European builders in Africa and Latin America, occupying respectively the second and third places in the European international ranking for the respective regional markets. Regarding the business turnover of Portuguese construction companies in the Middle East, in 2014 it stood at around five million Euro, around 0.1% of the total. In the year in focus, outside Asian routes, the difficult reality has continued and that currently hasn’t changed. A future with more difficulties Portugal 2020 (EU investment fund package) brought some cheer in terms of the financial support for the internationalisation of construction companies on the back of this programme and 82 projects have already been approved, with the value of incentives reaching 8.6 million Euro. On average, the incentives for these approved projects are worth around 100,000 Euro per company, for an investment amount worth 247,000 Euro. But the vast majority of these projects approved for internationalisation are small scale and

aimed at helping new companies access new markets. Given this reality, Ricardo Pedroso Gomes believes that, “with downplaying the importance of SMEs getting access to overseas markets, and taking in account the negative international context”, he thinks there needs to be a “selective reallocation of community funds for internationalisation to strengthen the resilience of construction companies operating in strategic markets.” This because the near future for the sector does not bode well given the world economy. For 2016 and 2017 AECOPS - the Portuguese Association for Construction, Public Works and Services foresees “a scenario of added difficulties for construction companies in overseas markets, as a result of the fallout from tumbling oil prices and raw-materials and its effect on economic dynamism and a contraction in public and private investment in PALOPs, in Africa and in Central America and Latin America. Probably, as he concludes, “we will see a reduction in overseas business turnover, especially in the PALOPs, a reduction in orders and an increase in debt and payment delays to companies, as a result of the crisis and the financial difficulties affecting the main international markets”.


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Atelier

Broadway Malyan

20 anos de referĂŞncia na Arquitectura A trailblazer in architecture for 20 years


41 19 SET/OUT 2016

O atelier Broadway Malyan celebra, este ano, 20 anos de carreira com projectos de excelência quer a nível nacional, quer internacional. A Board Director Margarida Caldeira fala sobre a energia que move a sua equipa, a visão do mercado e como o futuro se vislumbra promissor. The atelier Broadway Malyan celebrates a career spanning 20 years this year with benchmark projects both nationally and internationally. Its Board Chair Margarida Caldeira talks about the energy that motivates her team, her vision of the market and how the future looks promising and rosy.

Foto página anterior: Cruise Terminal – Miami, EUA / Royal Caribbean Cruises Ltd

Edifício Meridiano e Edifício Oriente (escritórios) e Hotel Olissippo - Parque das Nações

A Broadway Malyan Lisboa completa este ano 20 anos, qual é a sensação? É uma sensação óptima de realização profissional e um sentimento de dever cumprido. Sinto que honrei a confiança que o Grupo Broadway Malyan depositou em mim quando me convidou, juntamente com o Stuart Rough, para abrir o atelier em Portugal. Passados estes 20 anos, este atelier da Broadway Malyan é, sem dúvida, um dos mais respeitados dentro do Grupo. Aliás, ao longo destes 20 anos, o mercado passou por muitos altos e baixos e está finalmente a sair, aos poucos, da crise profunda em que se encontrava e que todos os que trabalham no sector imobiliário bem conhecem, mesmo assim a Broadway Malyan Portugal contou com o melhor resultado financeiro de sempre, um motivo de grande orgulho para todos. E a que se deve este resultado, uma vez que é o melhor de sempre em Portugal? Diria que se deve essencialmente a todo o esforço e dedicação, demonstrados ao longo de todo este período e, principalmente, após Setembro de 2008, por esta equipa fantástica que tenho o orgulho e a sorte de liderar. A estratégia que definimos, no início de 2009, no sentido de acelerar a internacionalização do atelier de Lisboa, permitiu-nos manter esta equipa de grande experiência e qualidade, uma questão

crucial quando o trabalho no exterior começou a aparecer após a abertura do atelier de São Paulo e de diversas encomendas de trabalhos em Angola e Moçambique. Quando começaram a surgir algumas dificuldades, tanto no Brasil como em África, em 2014, tivemos felizmente a sorte de poder começar a fomentar uma relação de trabalho muito sólida com os nossos colegas de Abu Dhabi. Os voos diários para o Dubai, à semelhança do Brasil, ajudaram na dinâmica de colaboração, pelo que construímos uma equipa muito coesa e sabemos que podemos contar uns com os outros, independentemente do local ou fuso horário onde nos encontramos. Isto traduz-se, não só num desafio, como também na evolução dos nossos colaboradores, o acesso a projectos em diferentes geografias, com culturas diversificadas, abre-nos horizontes e dá-nos a todos, uma grande vantagem competitiva no mundo global actual. A Margarida Caldeira é quem lidera o atelier de Lisboa mas recentemente foi nomeada como Board Director da região do EMEA, como vê esta nomeação? O convite que tive no passado mês de Maio, por parte do director geral da Broadway Malyan, Gary Whittle, para fazer parte do Comité Executivo do Grupo, acrescido da nomeação para liderar a região do EMEA, deixou-me evidentemente


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orgulhosa. Tenho a consciência de que é fruto de uma dedicação extrema ao longo destes 20 anos, aliada a uma grande paixão pelo que faço e pela ajuda inestimável da grande família Broadway Malyan. Tenho a sorte de trabalhar com pessoas muito boas. Esta nomeação é também uma oportunidade de uma maior aprendizagem e possibilidade de poder gerir uma equipa bastante mais alargada, a equipa da Região do EMEA conta já com cerca de 150 pessoas. Estou certa de que será um período muito estimulante, vamos trabalhar com equipas maiores, elaborar projectos maiores e mais exigentes, é um desafio fantástico. Quais as principais diferenças que verifica no mercado nacional de 1996, época em que abriu o atelier em Lisboa, para agora? Realmente é impressionante que já tenham passado 20 anos, passou num ápice! Sinto uma evolução no mercado e uma aprendizagem conjunta de toda a classe profissional do imobiliário que actua em Portugal, desde o início dos anos noventa. Nessa altura, a Expo 98, actual Parque da Nações, ainda não existia, a maior parte das infra-estruturas rodoviárias eram modestas e o aparecimento dos fundos imobiliários e novos edifícios de escritórios ou centros comerciais estavam ainda a dar os primeiros passos. Esta evolução é facilmente perceptível, basta enumerar os milhares de metros quadrados construídos ao longo destes vinte anos em edifícios comerciais e de escritórios. A Broadway Malyan é responsável por uma parte significativa desta estatística, ano após ano, ganhámos vários prémios internacionais com os nossos centros comerciais e muitos deles são casos de estudo. Ao longo destes 20 anos, qual foi o peso do mercado português no vosso trabalho e no atelier? A internacionalização do atelier de Lisboa talvez não seja alheia ao facto de termos sido o primeiro atelier internacional da Broadway Malyan, ou seja, a nossa génese é internacional. De uma maneira ou de outra nunca fomos um atelier local, sempre tivemos uma forte influência do Grupo que tem uma forte cultura empreendedora, criativa e com uma grande preocupação pela excelência na execução de um projecto. São características que nos estruturam, fazem parte do nosso ADN. Em termos temporais, diria que grande percentagem do mercado português nas nossas encomendas nos primeiros 10 anos ultrapassava os 90% e a partir de 2009 essa percentagem começou a diminuir e chegou a ser apenas 3% nos anos de

2012-2013. Só a partir do ano de 2015 é que sentimos uma recuperação e temos previsto que este ano o mercado português pese cerca 35% nas nossas encomendas, o que é sem dúvida um factor promissor. Como perspectiva o futuro do mercado nacional e internacional, positivo ou negativo? Sente-se algum movimento no mercado nacional e internacional e isso traduz-se em perspectivas futuras positivas. Em termos internacionais, por termos ganho recentemente o terminal de cruzeiros em Miami para a Royal Caribbean Cruises Ltd, abriram-se as portas do mercado gigantesco da América do Norte, sendo que este é o primeiro projecto de grande dimensão que temos nesse continente. Em termos nacionais, sinto que a nossa experiência em projectos de renovação e reposicionamento, quer sejam projectos de centros comerciais, edifícios de escritórios e principalmente unidades hoteleiras, nos posiciona como parceiros interessantes pelo know-how específico. Não é por acaso que, a par de alguns edifícios feitos de raiz em Portugal, como o novo Anteporto da Marina de Vilamoura, temos nos últimos tempos estado muito envolvidos em projectos de renovação e reposicionamento na área de Hotelaria e Retail com projectos como o Hotel Quinta das Lágrimas em Coimbra, o Hotel Altis Park em Lisboa ou o Fórum Algarve, entre outros. Esperamos pelos próximos 20 anos com muita energia e motivação, queremos tornar-nos cada vez mais uma referência na arquitectura nacional e internacional. How do you feel about the fact that Broadway Malyan Lisbon is celebrating 20 years this year? It’s a fantastic feeling on a professional level and a feeling of mission accomplished. I feel that I’ve honoured the confidence that the Broadway Malyan Group has placed in me when together with Stuart Rough I was invited to open the branch in Portugal. Looking back on these 20 years, the Broadway Malyan office in Portugal is, without a doubt, one of the most respected within the group as a whole. Furthermore, over these 20 years the market has gone through many highs and lows and gradually is finally emerging from the deep crisis that everyone working in the real estate sector knows only too well. Even so, Broadway Malyan Portugal enjoyed its best ever financial results, a reason for all of us to be extremely proud. And what do you owe this tremendous success in Portugal? Essentially I would say that it is down to all the ef-


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44 19 SET/OUT 2016

easy to perceive. You only have to count the thousands of square metres built throughout these 20 years in commercial and office buildings. Broadway Malyan is responsible for a significant part of these statistics. Year after year we won various international awards for our shopping centres and many of them are case studies.

Cruise Terminal – Miami, EUA / Royal Caribbean Cruises Ltd

fort and dedication shown throughout this period, mainly, after September 2008, by the fantastic team that I have the pride and luck to lead. The strategy that we defined at the beginning of 2009 in terms of speeding up the internationalisation of the Lisbon office has enabled us to keep this highly experienced quality team and which was crucial when work overseas began to appear after we opened our office in São Paulo and the various orders we got in Angola and Mozambique. When some difficulties began to arise, both in Brazil and Africa, in 2014, we were lucky to have been able to begin forging a very solid relationship with our colleagues in Abu Dhabi. Daily flights to Dubai and Brazil have helped boost our cooperation so that we’ve built a very cohesive team and know that we can count on one another regardless of the location of time difference in the place where we find ourselves. This means not only a challenge but also development for our staff, access to projects in different geographical locations with diverse cultures which widened our horizons and gave us all a leading competitive edge in the today’s global world. Margarida Caldeira, you currently head the Lisbon office, but recently you were appointed as Board Chair for the Europe, Middle East and Africa region. How do you view this appointment? The invitation, which I received in May from the

Managing Director of Broadway Malyan, Gary Whittle, to join the Group’s Executive Board together with my appointment to head the EMEA region obviously made me proud. I am aware that it is the result of my extreme dedication over the past 20 years plus my great passion for what I do as well as the incalculable help from the great Broadway Malyan family. I am lucky to work with extremely good people. This appointment is also an opportunity for greater learning and the chance to be able to manage a team that has been extended to a fair extent. The EMEA Region team now has around 150 employees. I am sure that it will be a very exciting time, we’ll be working with larger teams, producing bigger and more demanding projects. It’s a fantastic challenge. What are the main differences in the national market between now and when you opened the Lisbon office? It’s really incredible that 20 years have flown by in a flash! I feel a development in the market and a collective learning experience from the entire real estate profession operating in Portugal since the beginning of the 1990s. At that time, Expo 98, now the Parque of the Nations (Parque da Nações) has yet to be built, most road infrastructures were modest and the appearance of real estate funds and new office buildings and shopping centres were still in their infancy. This development is

Over these 20 years how did the Portugal market impact your work at the atelier? The internationalisation of the Lisbon office is not entirely related to the fact that we had been the first international branch of Broadway Malyan, meaning our creation was the beginning of that internationalisation. In one way or another we were never a local atelier, we were always strongly influenced by the Group which has a strong entrepreneurial and creative culture and which is highly focused on excellence when carrying out a project. They are characteristics that make us up and are part of our DNA. In terms of time, I would say that the lion’s share or our orders in the first 10 years came from the Portuguese market and represented over 90% and from 2009 this percentage began to plummet and represented only 3% in the years 2012-2013. It was only from 2015 that we felt a recovery and we foresee that this year the Portuguese market will represent around 35% of our orders, which, without doubt, is a promising factor. How do you view the future of the national and international markets? Positive or negative? I’m feeling some movement in the national and international market and this translates into positive perspectives for the future. In international terms, because we recently won the contract for the cruise ship terminal in Miami for Royal Caribbean Cruises Ltd, this has opened up the huge doors to the US market, this being the first largescale project that we have in the States. Nationally, I feel that our experience in refurbishment and repositioning whether for shopping centres, office buildings and particularly hotel units, makes us interesting partners for our specific know-how. It’s not by chance that, along with some buildings created from scratch in Portugal, such as the new Vilamoura Marina Outerport, we have recently been very involved in renovation and repositioning projects in the Hotel and Retail area with projects such as Hotel Quinta das Lágrimas in Coimbra, Hotel Altis Park in Lisbon and Forum Algarve, among others. We look forward to the next 20 years with much motivation and energy and we aim to make ourselves even more of a benchmark in national and international architecture.



Ventos do Norte 46 19 SET/OUT 2016

Empreendedorismo

Nova geração lidera Grupo Monte Entrepreneurship

The new generation leading Monte Group


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Boega Hotel

Tiago Melo Patrício lidera uma equipa jovem e dinâmica que afirmou o Grupo Monte no triângulo formado por Portugal, Angola e Brasil. Tiago Melo Patrício heads a young and dynamic team which has put the group firmly on the map in the triangle made up of Portugal, Angola and Brazil. Texto Text: Elisabete Saraiva

Página anterior: Inlima Hotel

Quatro anos depois de ter vendido, ao fundo Vallis, a sua área de negócio na construção, constituída pela MonteAdriano Engenharia & Construção, o grupo Monte seguiu o seu caminho, afirmando-se em diversas áreas de negócios, aliadas à qualidade, sustentabilidade e a uma gestão inovadora, mas de forma prudente. Tiago Melo Patrício, CEO, presente no grupo há mais de uma década, lidera uma equipa jovem que, contudo, tem presente um histórico de experiências e princípios de vida que advém de um percurso geracional iniciado em 1940. A reorganização do grupo, iniciada em 2007, colocou à frente da direcção a terceira geração da família Monte, mas que actua em estreita colaboração com os dois fundadores do grupo Monte & Monte, Manuel Monte e Alípio Monte, que continuam a acompanhar o dia-a-dia da empresa. “Temos cerca de 400 colaboradores, sendo que 80% tem menos de 44 anos. A formação dos nossos recursos humanos é, por isso, uma das nossas prioridades”, destaca Tiago Patrício. O Grupo Monte tem actualmente o seu enfoque geográfico no triângulo formado por Portugal, Angola e Brasil, sendo que o mercado internacional tem um peso de 85%. Com um volume de negócios que ronda os 35 milhões de euros, conseguiram uma margem de EBITDA média, nos últimos anos, de 9% nos 3,2 milhões, enfatiza o gestor. O ambiente, turismo, imobiliário e a construção, a par dos serviços, são os principais sectores onde actua o grupo, sendo visível que os dois primeiros têm actualmente um peso mais significativo. No caso do ambiente, com uma forte presença no mercado angolano, estão presentes há perto de uma década, especialmente no Huambo, Benguela e Kwanza Sul. O turismo, que desenvolvem em Portugal, é um segmento que continua em expansão e onde mar-

cas como a cadeia hoteleira Axis (onde detém uma parceria de 30%) e as unidades Boega e InLima são referências já consolidadas. “Nos últimos anos tem-se assistido a uma ligeira diminuição do peso de Angola, fruto da desvalorização do kwanza face ao euro. Contudo, este decréscimo tem sido compensado pelo aumento dos negócios em Portugal, de uma forma geral, em todos os sectores onde actuamos”, destaca Tiago Patrício. Actualmente a empresa está apostada em aumentar a presença na reabilitação urbana, ganhando curriculum e direccionando a aposta para a componente de serviços, ligados ao imobiliário. Na área hoteleira o objectivo é aumentar o número de unidades, e Lisboa é uma das localizações pretendidas. Contudo, outras cidades estão em estudo, “sendo que o ideal seria através da marca Axis”, destaca. A nível internacional o Grupo Monte está desenvolver actividades com a Ásia Central, nomeadamente com o Uzbequistão, país do qual Tiago Patrício é o representante para Portugal da Câmara de Comércio e Indústria. Depois da organização de um fórum em Lisboa, está a preparar um fórum no Porto, para Outubro. “Prevemos dinamizar a criação de uma Câmara de Comércio Luso-Uzbeque para incentivar e apoiar as empresas portuguesas e uzbeques a dinamizarem as suas trocas comerciais”, finaliza o empresário. Four years after having been sold to the Vallis fund, its business area in construction, created by MonteAdriano Engenharia & Construção, the Monte group followed its own path, making its mark in various business areas, linked to quality, sustainability and an innovative but prudent management. Tiago Melo Patrício, CEO, involved in the group for more than a decade, leads a young team


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which, nevertheless is backed by a track-record of life experiences and principles which stems from a generational path begun in 1940. The reorganisation of the group begun in 2007 put him in front of the third generation of the Monte family, working in close collaboration with the two founders of the Monte &/ Monte group, Manuel Monte and Alípio Monte, who continue to follow the day-to-day activities of the company. “We’ve got around 400 staff members, with 80% being under the age of 44. The training of our human resources is, therefore, one of our priorities”, says Tiago Melo Patrício. The Grupo Monte has currently been focusing on the geographical triangle made up by Portugal, Angola and Brazil, with the international market representing 85%. With a business turnover of around 35 million euros, it has achieved an average EBITDA (Earnings before Interest, Taxes and Depreciation) margin, in recent years, of 9% worth 3.2 million emphasises the manager. Environment, tourism, real estate and construction along with services are the main sectors in which the group operates, with the first two categories having the greatest weight. In the case of the environment, it has a strong presence in the Angolan market for close to a decade, especially in Huambo, Benguela and Kwanza Sul. Tourism, which they’ve been developing in Portugal, is a segment continuing to grow and on which brands such as the hotel chain Axis (which has a 30% share) and the Boega and InLima units are already consolidated references. “In recent years he’s seen a slight slowdown in the importance of Angola, caused by the devaluation of the kwanza compared to the euro. However, this decrease has been compensated for by an increase in business in Portugal, generally speaking, in all the sectors we’re involved in”, Tiago Melo Patrício points out. The company currently is focusing on upping its presence in urban rehabilitation, gaining curriculum and directing its investments to the services component linked to property. In the hotel area, the goal is to up the number of units, and Lisbon is one of the planned locations. However, other cities are being studied, “the ideal being through the Axis brand”, he says. Internationally the Grupo Monte is developing activities in Central Asia, namely Uzbekistan, a country for which Tiago Melo Patrício is the Portugal representative for the Chamber of Commerce and Industry. After organising a forum in Lisbon, he is preparing forum in Porto for October. “We expect to boost the creation of a Portuguese-Uzbek Chamber of Commerce and Industry and support Portuguese and Uzbek companies with their trade exchanges”, concludes the entrepreneur.

Opinião Opinion Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist

Transportes à moda do Porto Transport systems Porto style

O Metro de Superfície revolucionou os transportes na cidade do Porto. Sem exagero, podemos mesmo dizer que este transporte é um dos factores que contribui para a qualidade de vida que é hoje uma realidade, reconhecida tanto pelos residentes como pelos visitantes. O bom funcionamento do Metro, desde a sua criação, deve-se, especialmente, ao modelo de gestão privado. Rigoroso no cumprimento dos horários, maior afluência nas horas de ponta, greves… só muito raramente, segurança, limpeza. No outro extremo temos a STCP, que nunca funcionou muito bem, mas que nos últimos dois anos está muito pior. As razões são variadas, mas têm muito a ver com uma gestão pública que permite que os sindicatos exerçam um poder quase absoluto. Por isso, foi com muita preocupação que os portuenses puderam assistir a uma das mais graves interferências do poder público na gestão dos transportes, com a anulação, pelo Governo, da concessão aos privados da STCP e do Metro do Porto. Felizmente que temos um Presidente da República, que apesar dos muitos e variados afazeres, está atento à gravidade desta cedência do Governo aos partidos de esquerda. É que Marcelo Rebelo de Sousa justifica a não promulgação do decreto, aprovado no Parlamento em Junho, com o facto de vedar ‘taxativamente’ a participação de investidores privados nas transportadoras do Estado. The Overground Metro revolutionised transport in the city of Porto. Without exaggeration, we can even say that this system is one of the factors that has contributed towards the quality of life that today is a reality and is recog-

nised both by residents and visitors alike. The smooth operation of the Metro, since its inception, is especially down to its private management model. Strict in its being on time, more trains at rush-hour, strikes...only rarely, safety and cleanliness. At the other extreme we have the STCP, that has never worked very well, but over the past two years has got a lot worse. The reasons are legion, but has got a lot to do with public management that has allowed the unions to exercise almost absolute power. Which is why it was with great concern that the Porto residents had to suffer one of the worst cases of public power meddling in transport management ever seen, with the cancelling by the Government of both the Porto Metro and STCP’s concession to the private sector. Thankfully we have a President of the Republic who, despite many and various responsibilities, has been aware of the seriousness of having a government that caves in to the left-wing parties.And that Marcelo Rebelo da Sousa has justified not promulgating the decree-law approved by Parliament in June by the fact that it vetoes “injuriously” the participation of private investors in State transportation companies.


JÁ PENSOU EM TER UMA CASA NOS AÇORES? Situados no meio do Oceano Atlântico, entre o Continente Europeu e o Continente Americano, os Açores são constituídos por 9 ilhas paradisíacas. Com uma natureza mágica e riqueza cultural e histórica, os Açores são uma região com um elevado nível de segurança e uma qualidade de vida sem igual, oferecendo também um dos sistemas de apoio ao investidor mais vantajosos da União Europeia. Se procura um destino único, os Açores são a sua nova casa.

Azores, the perfect place to live.

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Do Mundo 50 19 SET/OUT 2016

EXPO REAL 2016

Temas ‘quentes’ em debate Hot topics under debate


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Claudia Boymanns, Exhibition Manager da EXPO REAL, fala sobre as temáticas mais ‘quentes’ do imobiliário que vão estar em debate e sobre a presença das empresas portuguesas neste certame que vai decorrer entre os dias 4 e 6 de Outubro, em Munique, Alemanha. Claudia Boymanns, Exhibition Manager for EXPO REAL, talks about the hottest property topics to be discussed and about the presence of Portuguese companies at this fair which will run from 4 to 6 of October, in Munich, Germany.

No total, 1.707 expositores de 33 países participaram na Expo Real 2015. Quais são as expectativas para a edição deste ano? A Expo Real está a crescer de uma forma saudável e sustentável. Esperamos que esta tendência continue em 2016. A procura por expositores é elevada. Como resultado, os seis pavilhões de exposição com 64.000 metros quadrados estão completamente ocupados. Esperamos também um aumento contínuo no número de participantes. E quais são as expectativas para a participação portuguesa este ano? Portugal será representado por um alargado stand conjunto, organizado pela Agência de Promoção de Investimento Português INVEST LISBOA. Sete empresas da região de Lisboa vão estar presentes. Os destaques incluem ‘Lisbon South Bay’ com dois parques empresariais, bem como 900 hectares de área residencial do ‘Water City Almada’ ao longo da margem Sul do rio Tejo. E estamos ansiosos por receber novamente o nosso expositor de longa data Sonae Sierra, especialista internacional em centros comerciais.

Entrevista Interview: Carla Celestino

O Brexit e o futuro da Europa, a migração e a bolha imobiliária vão estar no topo da agen-

da da EXPO REAL. O que pensa sobre estas questões? O Brexit terá enormes consequências na nossa indústria, particularmente no Reino Unido. No entanto, o debate vai muito além disso: Como será o futuro da União Europeia? Como a cooperação económica continuará a desenvolver-se? E qual será o impacto a longo prazo nos mercados imobiliário e de investimento? A EXPO REAL é o ‘hotspot’ europeu desta indústria chave. Veremos vários oradores de elevada qualidade a discutir as principais questões económicas e sociais, bem como as tendências futuras da indústria do imobiliário e de investimentos. Estamos muito satisfeitos em receber Nouriel Roubini, um analista excepcional dos Estados Unidos da América. Ele foi um dos poucos que previu o estouro da bolha imobiliária em 2008. O nosso programa da conferência vai contar com profissionais de elevada categoria da indústria que irão discutir a situação económica global, os efeitos da política de juros do Banco Central Europeu e como o sector imobiliário pode lidar com elevados níveis de migração. Por isso, sem dúvida: Vamos experimentar uma EXPO REAL muito interessante novamente.


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Os novos portais sociais nos mercados hoteleiro e residencial vão ser igualmente debatidos na EXPO REAL. Esta é uma nova tendência nos mercados imobiliários e turísticos globais? Absolutamente. Muitas cidades têm de gerir o impacto destes portais sociais nos mercados da habitação, imobiliário e hospitalidade. Por exemplo, Berlim está actualmente a tentar regular o mercado com autorizações especiais. Podemos esperar discussões acaloradas na EXPO REAL: Murray Cox, o fundador do site ‘Inside Airbnb’, vai participar e mostrar como um conjunto de ferramentas e dados permite perceber como o Airbnb está realmente a ser usado nas cidades à volta do mundo. Na sua opinião, o interesse pelo mercado imobiliário europeu continuam em alta? Na minha opinião a questão mais interessante é saber em que ponto do ciclo de negócios nos encontramos agora. Ou se estamos a testemunhar o fim do pensamento em ciclos. Esta questão também será discutida no nosso abrangente programa da conferência, e será interessante ouvir como os grandes players julgam esta situação. In total 1,707 exhibitors from 33 countries took part in EXPO REAL 2015. What are the expectations for this year edition? EXPO REAL is growing in a healthy and sustainably way. We expect that this trend will continue in 2016. Exhibitor demand is high. As a result, the six

exhibition halls with 64,000 sq. m. are completely booked. We also expect a continuous increase in the number of participants. And what are the expectations for the Portuguese participation this year? Portugal will be represented by an enlarged joint stand, organized by Portuguese Investment Promotion Agency INVEST LISBOA. Seven companies from the Lisbon region will exhibit. Highlights include ‘Lisbon South Bay’ with two business parks as well as the 900 hectare residential area ‘Water City Almada’ along the south bank of Tejo River. And we are looking forward to welcoming again our long-time exhibitor SONAE SIERRA, an international specialist for shopping centers. Brexit and the future of Europe, migration and housing bubble will be on top of the agenda at EXPO REAL. What do you think about these issues? Brexit will have massive consequences for our industry, particularly in the UK. However, the debate goes far beyond that: What does the future of the European Union look like? How will economic cooperation continue to develop? And what will be the long-term impact on the real estate and investment markets? EXPO REAL is the European hotspot of that key industry. We will see several high-caliber speakers discussing the major economic and social issues as well as upcoming trends of the property and investment industry. We are very pleased to welcome Nouriel Roubini, an out-

standing analyst from the United States. He was one of the few who predicted the bursting of the housing bubble in 2008. At our conference program, high-ranking professionals of the industry will discuss the global economic situation, the effects of the interest rate policy of the European Central Bank and how the housing industry can cope with high migration levels. That’s for sure: We will experience a highly interesting EXPO REAL again. The new social portals in hospitality and residential market will also be debated at EXPO REAL. Is this a new tendency in global real estate and tourism markets? Absolutely. Many cities have to manage the impact of these social portals on the housing, real estate and hospitality market. For example, Berlin is currently trying to regulate the market with special permits. We can expect heated discussions at EXPO REAL: Murray Cox is participating, the founder of the website “Inside Airbnb”, a set of tools and data that allows you to explore how Airbnb is really being used in cities around the world. In your opinion, does interest in the European real estate market remain high? In my opinion the more interesting question is at which point in the business cycle we are right now. Or whether we are witnessing the end of thinking in cycles. This question will also be discussed in our comprehensive conference program, and it will be interesting to hear how the big players judge the situation.


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Do Mundo Reino Unido

Brexit e os efeitos no imobiliário europeu United Kingdom

Brexit and the effects on European Real Estate

Roberto Varandas Real Estate Executive

Muito tem sido dito sobre o fenómeno Brexit e as suas implicações políticas no Reino Unido e no resto da Europa. Tentarei transmitir os meus pensamentos sobre os impactos nos mercados imobiliários. Para recordar os recentes acontecimentos, no dia 23 de Junho, o eleitorado do Reino Unido votou num referendo para decidir se deviam sair ou permanecer na União Europeia (UE). Como sabemos, o voto, por uma pequena margem, resultou a favor da saída da UE. As consequências nos mercados de investimento têm sido tudo menos desinteressantes. Os mais recentes dados económicos mostram, até agora, uma desaceleração muito suave. Enquanto algumas actividades económicas tiveram uma desaceleração acelerada, a maior parte da economia parece continuar a desenvolver-se, para surpresa de muitos economistas e opositores do Brexit. Uma actividade económica que está marcadamente em baixo são as transacções imobiliárias. De acordo com a Cushman & Wakefield, em comparação com 2015, as operações no Reino Unido caíram 40% para a primeira metade do ano, enquanto no resto da Europa o nível de transacções manteve-se estável e a um nível alto. E o que este nível diferenciado de fluxos de capital produziu em termos de preços? Pelo menos numa primeira fase, devido à cautela dos investidores em relação aos efeitos esperados do Brexit, tem havido uma clara fuga de investimentos para destinos considerados mais seguros, de menor risco. Um dos principais beneficiários tem sido o investimento em activos residenciais na Alemanha. Em 2011, um investidor

conseguia adquirir imóveis residenciais, localizados em cidades alemãs de boas dimensões, com um rendimento acima de 6%. Estes yields caíram agora para pouco mais de 3%! Se olharmos para a reacção do mercado imobiliário do Reino Unido nos dias do referendo, mais uma vez de acordo com a Cushman & Wakefield, de 26 transacções no centro de Londres, apenas um negócio foi cancelado formalmente. Os negócios seguiram em frente num intervalo considerado normal de entre 300bps abaixo para 125bps acima da yield quotado. Vimos também o compromisso firmado dos inquilinos. A Wells Fargo prossegiu com a aquisição de sua sede para 2017 e dois grandes contratos de arrendamento foram assinados no edifício ‘Cheesegrater’. A partir do mercado de fundos, uma fonte importante de vendas forçadas durante a crise financeira de 2008 e 2009, as reacções foram também diminutas. Praticamente apenas duas transacções ocorreram a um preço de desconto, imediatamente após o referendo, uma das quais permitiu ao fundo soberano norueguês adquirir um activo em Oxford Street, em Londres, a um preço atractivo, 15% abaixo da avaliação mais recente. Melhores regras de governance destes fundos imobiliários e uma menor alavancagem explicam muito esta resposta mais suave dos mesmos. E quais são as perspectivas a curto prazo? O mercado de financiamento está robusto. Na maior parte da Europa, excepto, talvez, em Portugal e na Itália, os bancos estão a funcionar bem e a proporcionar financiamentos a taxas de mercado atractivas. Para os activos certos, o


55 capital próprio é abundante e novas fontes de capital surgem a toda a hora, seja a partir da Ásia, Médio Oriente, América do Norte ou outros, prontos para aproveitar quaisquer negócios que chegam ao mercado. E enquanto as economias europeias não estão todas a crescer como estavam há um par de anos, os inquilinos estão com saúde financeira e as perspectivas económicas não são tão graves como se poderia pensar pelas manchetes. Acima de tudo, a principal razão pela qual os mercados imobiliários em geral, incluindo o Reino Unido, se vão aguentando, é pelo facto de os investidores não terem outras alternativas. Os investimentos de renda fixa são, na sua maior parte, de 0%. No sector imobiliário, os investidores podem amplificar os seus retornos (e perdas) ao aproveitar precisamente essas baixas taxas de juros. Então, significa que com o Brexit se está a fazer muito barulho para nada? Não é bem assim. Suspeito que vamos começar a ver os efeitos negativos na economia nos próximos trimestres devido à incerteza - o maior inimigo das decisões de investimento. E dependendo de como favorável ou desfavorável as negociações do Brexit com a UE vão ser para a economia britânica, em particular para o sector financeiro e Londres, as empresas de serviços financeiros não podem simplesmente esperar por um resultado favorável. Estas empresas terão de estabelecer ou reforçar a sua presença no continente europeu, o que significa a deslocalização de empregos para outros centros financeiros europeus. Como tal, provavelmente vamos ver algum volume de negócios neste sector maioritariamente concentrado no centro de Londres. Much has been said about Brexit and its political implications in the UK and the rest of Europe. I will try to convey my thoughts on the effects to the real estate markets. To recall the recent events, on the 23rd of June, the UK electorate voted in a referendum that put to them the decision to broadly exit or remain in the European Union. As we know, the vote, by a slim margin, voted in favour of the exit of the EU. The aftermath in the investment markets has been anything but uninteresting. The most recent economic data has shown a very mild downturn so far. While some activities have seen an accelerated slowdown, most of the economy seems to keep ticking along, much to the surprise of many economists and Brexit opponents. One activity that is markedly down are real estate transactions. According to Cushman & Wakefield, compared to 2015, transactions in the UK are down 40% for the first half of the year while the rest of Europe has shown no

Foto Photo: VisitBritain / Jasmine Teer

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change. And what has this differentiated level of capital flows produced in terms of prices? At least in the first stage, as investors have been cautious about the true fallout from Brexit, there has been a clear flight to safety. One of the main beneficiaries has been German residential investments. In 2011, an investor was able to acquire income producing residential properties in good size German cities at a yield above 6%. Those yields have now fallen to just over 3%! If we look at the UK real estate market’s reaction around the days of the referendum, again according to Cushman & Wakefield, of 26 central London transactions, only one deal was formally cancelled. Deals went ahead on a normal market range of between 300bps below to 125bps above the quoted yield with 50% on either side. We also saw firm commitment from occupiers. Wells Fargo committed to the acquisition of its headquarters for 2017 and two large leases were signed at the “Cheesegrater” building. From the fund market, an ongoing source of forced sales during the financial crisis in 2008 and 2009, the reactions were also muted. Pretty much only two transactions occurred at a discounted price, immediately after the referendum, one of which allowed the Norwegian petroleum fund to acquire an asset on Oxford street in London at an attractive price based on most recent valuation. Better governance of these real estate funds and lower leverage goes a long way to explain this softer response this time around. And what are the prospects in the short term? We still see strong financing markets. In most of Europe, except maybe in Portugal and Italy,

banks are functioning well and providing debt financing at attractive market rates. For the right assets, equity capital is abundant and new pools of capital arise regularly, be it from Asia, Middle East, North America and others, ready to scoop up any bargains that come to market. And while the European economies are not all growing as they were a couple of years ago, the occupier markets are still holding up robustly and economic outlook is not so dire as one would think by the headlines. Above all, the main reason the real estate markets in general, including the UK, are still holding up is the fact that investors have now where else to go. Fixed income yields are, for the most part, 0%. In real estate, investors can amplify their returns (and losses) by adding on leverage taking advantage of precisely those low interest rates. So does this mean that Brexit is much ado about nothing? Not quite. I suspect we will start to see the negative effects in the economy in the coming quarters due to the uncertainty - the greatest enemy of investment decisions. And depending on how favourable or unfavourable the Brexit negotiations with the EU are for the British economy, in particular the financial sector and London, financial services firms are not able to just wait on a favourable outcome. They will need to establish or beef up their presence on the continent which means relocating jobs to one of the other European financial centers. EU passporting rules oblige. As such we will likely see some turnover in this sector that is mostly concentrated in central London and the properties housing them will, as a consequence, be less valuable.


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Seniores

A idade do turismo Silver Citizens

Retirement tourism


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Uma realidade à escala mundial é que a população está a envelhecer e a esperança de vida a aumentar, pelo que o designado turismo ‘silver hair’ (cabelos brancos) ou sénior está a tornar-se num importante segmento de mercado. A idade não retraí o turismo, pelo contrário promove-o e durante todo o ano. Its a reality worldwide that the population is ageing and life expectancy is increasing so that the so-called ‘silver hair or silver citizen tourism’ is becoming an important segment in the market. Age is no drawback when it comes to tourism, on the contrary it promotes it all year round.

Entrevista Interview: Carla Celestino

De acordo com um estudo da Horwath HTL, em 2014, 12% da população mundial tinha idade superior a 60 anos, estimando que essa percentagem cresça para 21% em 2050. Com rendimentos satisfatórios, menos responsabilidades domésticas, mais tempo para viajar e saúde relativamente boa, esta entidade estima que os turistas seniores gastem mais do que todos os outros grupos etários em viagens de férias, pelo que este tipo de turismo tornou-se numa importante fatia do mercado turístico mundial, e Portugal não é excepção. Depois de uma vida de trabalho não é fácil ‘parar’ e ocupar os tempos livres, ainda que se tenha netos ou bisnetos e os vá buscar à escola, brincar no parque ou ir à praia com eles. Há também aqueles que, por razões diversas, optam por continuar a trabalhar ainda que seja em part-time ou na sua hortinha de frutas e legumes. Mas aos poucos a rotina fora da rotina instala-se e surgem as caminhadas pelo fresco da manhã, as tardes a jogar às cartas ou tentar a sorte nas salas de bingo e nos casinos, as excursões de autocarro a Fátima ou a Vigo, e aquela viagem de avião a Paris ou a Roma que sempre quiseram fazer. Seniores mais activos Estes turistas podem ser designados de ‘empty nesters’, com idades entre 45 e 65 anos e cujos filhos já saíram do ‘ninho’, YAS (Young Active Seniors), com idades entre os 55 e os 65 anos e que

são ainda jovens e muito activos, ou seniores com idade igual ou superior a 65 anos, mas todos eles têm algo em comum: gostam de aproveitar a vida e viajar. Estão mais livres do nunca para fazerem as actividades que desejam. Já têm filhos independentes e fora de sua casa e com isso os seus rendimentos aumentam, pelo que o turismo surge, por um lado, como uma recompensa de uma vida de trabalho e, por outro, uma oportunidade para procurar e beneficiar de cuidados de saúde e bem-estar. António Nogueira de 67 anos recorda as suas primeiras viagens como algo “maravilhoso”. Reformado há 12 anos, lembra que “a vida de trabalho apenas nos dava a oportunidade para passar umas semanas na Costa Nova mas era o suficiente para ‘recarregar baterias’ e para os miúdos fazerem praia”. Quando podiam faziam também um “fim-de-semana a dois” nas termas da região de Viseu, área onde vivem. Com a passagem à reforma e com os filhos criados o tempo de lazer aumentou. Ainda que muito ocupado entre movimentos associativos e o clube da sua terra, a vontade de viajar cresceu mas a vontade de conduzir diminuiu, por isso “decidi começar por fazer aquelas excursões de autocarro ao Sul de Portugal e a Espanha”. A esposa, Filomena, interpela-o e vai dizendo que “ao passar pela vitrina de uma agência de viagens vi o panfleto com a viagem da nossa vida: Jerusa-


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lém. Foi uma viagem inesquecível e a partir daí não parámos mais”. Mas acrescenta: “Hoje estamos mais exigentes, por isso dedicamos algumas horas a pesquisar na Internet a melhor viagem e ao melhor preço”. Este casal já esteve em várias cidades europeias, passou pela “África portuguesa” e já regressou por diversas vezes ao Brasil, mas António Nogueira declara que “Jerusalém, Israel e o Vaticano, talvez por sermos religiosos, foram as viagens que mais nos marcaram”. O reverso da medalha É preciso enfatizar que os seniores têm uma enorme vantagem: combatem a sazonalidade. Com efeito, tanto deslocam-se em época alta como, e sobretudo, em época baixa, o que permite colmatar certas dificuldades que determinados destinos têm, sobretudo, no período de menor procura e aproveitá-lo anualmente. O turismo sénior incorpora também uma outra dimensão: uma nova vida social. Este tipo de turismo permite desenvolver novas redes de encontros e de relações sociais, bem como a solidariedade entre pares. Pelo que a solidão ou o isolamento,

a que muitos idosos estão muitas vezes votados, é dissipado com as excursões de um dia ou com a visita de vários dias. A este propósito António Nogueira refere que “em todas as viagens que fizemos criámos laços e ainda hoje ou falo pelo facebook com algumas dessas pessoas ou vou mesmo tomar um chá ou ao cinema com elas. A minha rede de amigos realmente aumentou um pouco e a minha vida social, se é que posso chamar assim, também”. Não podemos, no entanto, esquecer que o turismo ainda não é para todos. Os elevados níveis de pobreza e exclusão social que ainda imperam no mundo privam as pessoas de se deslocar. Ainda assim, têm sido desenvolvidos diversos esforços, sobretudo nas sociedades ocidentais mais avançadas, para promover programas de turismo social que permitem às populações dos escalões sócio-económicos inferiores e aos seniores fazer turismo. Para tal muito contribuem os projectos das câmaras municipais ou de juntas de freguesia, bem como de outras entidades de que é exemplo, em Portugal, a Fundação INATEL. Refira-se ainda que, muito embora os turistas seniores tenham cada vez mais um importante peso nos fluxos turísticos nacionais e internacionais, a realidade é que as taxas de partida de férias tendem, como facilmente se compreende, a diminuir com a idade. Ainda assim, a idade não é uma limitação à prática do turismo. According to a study from Horwath HTL published in 2014, 12% of the world’s population is over 60

and it is estimated that this percentage will rise to 21% in 2050. With satisfactory incomes, less domestic responsibilities, more time to travel and with relatively good health, this entity estimates that senior tourists spend more than all the other age groups on holiday trips so that this type of tourism has become an important segment in the world tourism market, and Portugal is no exception. After a lifetime working it isn’t easy to ´stop’ and fill one’s free time, even when they do have grandchildren or great-grandchildren and help do the school run, take them to the playground or go to the beach. There are also those who, for various reasons, opt to continue working even if on a part-time basis or on their fruit and vegetable allotment. But gradually routine outside of routine is taking over with early morning walks in the fresh air, afternoons playing cards or trying one’s luck at bingo, casinos, coach trips to Fátima or Vigo and that trip by plane to Paris or Rome that they always wanted to do. More active seniors These tourists can be labelled ‘empty nesters’, with ages between 45 and 65 and whose children have already flown the nest, YAS (Young Active Seniors), with ages between 55 and 65 who are still young and very active, or seniors with an age equal to or over 65, but all of them have something in common: they like to enjoy life to the full and travel. They are freer than ever to take part in the activi-

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ties they want to. They already have independent children living away from home and their incomes have risen so that tourism is, on the one hand, a reward for a lifetime of work and, on the other, an opportunity to seek and benefit from health care and wellness. António Nogueira, 67, recalls his first trips as something “marvellous”. Retiring 12 years ago, he recalls that “working life only gave us the opportunity to spend some weeks at Costa Nova but it was enough to “recharge batteries” and for the kids to enjoy the beach”. When we could we spent “a weekend away together” in the spas in the Viseu region, where we lived. On retiring and with the children grown our leisure time increased. Although still taken up with local associations and club, the desire to travel increased but to drive diminished which is why “I decided to begin excursions by coach to the South of Portugal and Spain”. His wife, Filomena, interrupts him and says that “passing by the window of a travel agency I saw a leaflet with our trip of a lifetime: Jerusalem. It was an unforgettable trip and from there we never stopped”. But she adds: “Today we’re more

demanding, which is why we spend some hours searching on the internet for the best trip at the best price”. This couple has already been in various European cities, visited Mozambique and Angola and has returned various times to Brazil, but António Nogueira says that “Jerusalem, Israel and the Vatican, perhaps because we’re religious, were the trips that meant the most to us”. The reverse of the coin It needs to be emphasised that seniors have a huge advantage: they’re not concerned about seasonality. Which means they can go away at high season or equally at low season, which means certain difficulties that specific destinations have, particularly in off season can be offset and they can make the most of them annually. Senior tourism also includes another dimension: a new social life. This type of tourism fosters the development of new social relations and networks, as well as solidarity amongst peers. The result being that loneliness or isolation, which many elderly people suffer from, disappears with the day excursions or a trip lasting several days.

On this, António Nogueira says that “on all the trips we’ve done we’ve created links and to this day we chat or keep in contact via Facebook with some of these people or go for tea or to the cinema with them. My network of friends really took off and my social life, if I can call it that, did too”. However it should not be forgotten that tourism isn’t for everyone. High levels of poverty and social exclusion that still feature large in the world deprive many of the chance to travel. Nevertheless, various efforts have been developed, particularly in the more advanced western societies, to promote social tourism programmes which enable lower socio-economic sections of society and the elderly to enjoy tourism. Projects from the municipal and parish councils have contributed a lot towards this, as well as other bodies such as the INATEL Foundation in Portugal. It should also be mentioned that whilst senior tourists have an increasingly important impact on national and international tourist flows, the reality is that the rates for holidays tend, as one would easily expect, to diminish with age. Even so, age is no barrier when it comes to tourism.


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Bom Gosto

Vintage Department Em 2014, Alma e Emily abriam no Príncipe Real a ‘Vintage Department’, uma loja que, como o próprio nome indica, se dedica a recuperar móveis antigos e peças industriais. Depois de muitos clientes sugerirem a Comporta como o local ideal para o trabalho a que se dedicam ser mostrado, o casal viajou até lá e apaixonou-se instantaneamente. Em poucas semanas, abriram esta nova loja no centro da Comporta. O espaço segue o mesmo princípio da loja-mãe, mas com especial destaque para peças ligadas à praia. In 2014 Alma and Emily opened their shop ‘Vintage Department’ in Príncipe Real, a shop which, as its actual name suggests, specialises in restoring antique furniture and industrial pieces. After many clients suggested Comporta as the ideal place for the kind of work they do, the couple went there and instantly fell in love with the place. In a few weeks they opened this new shop in the centre of Comporta. This shop follows the same principle as the main shop in Lisbon, but has a special focus on beach furniture.

Joana Ribeiro Joalharia A Joana Ribeiro Joalharia abriu no NorteShopping e foi uma das ideias inovadoras premiadas pelo concurso Rising Store, organizado pela Sonae Sierra. A artista tem captado a atenção dos media pela inovação e criatividade das suas peças, tendo a revista italiana Vogue Accessory destacado o anel Lilium como uma das peças ‘Must-Have de 2015’. As suas jóias apelativas, inspiradas nas formas e texturas da natureza, destinam-se a mulheres com forte sentido estético. Joana Ribeiro Jewellers has opened in NorteShopping and was one of the innovative ideas which won an award at the competition Rising Store organised by Sonae Sierra. The artist has attracted the attention of the media because of the innovation and creativity of her pieces and has featured in Italian Vogue Accessory which showcased her ring Lilium as one of the ‘Must-Have’ pieces for 2015. Her appealing jewellery, inspired in the forms and textures of nature, are aimed at women with a string aesthetic sense of style.

Peacock’s Grill & Bar Situado no coração do Algarve, com a exclusividade da Quinta do Lago, o Monte da Quinta Resort é a casa do Peacock’s Grill & Bar, um restaurante contemporâneo onde a gastronomia, desenvolvida pelo Chef Roeland Klein, tem origem nos produtos locais, mas com inspiração a nível global. Apenas a um passo do Parque Natural da Ria Formosa, o Peacock Grill possui também uma zona lounge & bar, com música ao vivo cinco dias por semana.

Este espaço foi fundado na paixão pela comida, com um serviço eficiente e uma atmosfera tranquila. Located in the heart of the Algarve, with the exclusivity of Quinta do Lago, the Monte da Quinta Resort, Peacock’s Grill & Bar is a contemporary eatery where the cuisine designed by Chef Roeland Klein, uses local produce but is inspired by food from around the world. Just a stone throw from the Ria Formosa Natural Park, Peacock Grill also boasts a lounge area and bar, with live music five days a week. This space was founded on a passion for food and has efficient service and a calm atmosphere.


Connecting Global Competence

EXPO REAL in one sentence: Business that works. Europe’s largest exhibition for property and investment in a concise threeday program and an entire “Who’s who” of the industry under one roof. With 38,000 participants from 74 countries, the event is an ideal setting for networking and gaining inspiration for your business. A high-quality conference program will give you an in-depth insight into current real estate industry topics.

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Rentrée

Setembro quente Hot September Cuidado amigo leitor: o circo já está outra vez montado e nós deixamos alguns alertas e avisos para não ser atropelado à entrada. Em primeiro lugar, muita atenção ao trânsito. As feras não se habituaram aos engarrafamentos da nacional 125 do Algarve e querem, agora, chegar mais depressa aos empregos. Depois é melhor voltar de férias se quer falar com alguém sobre trabalho. Em Setembro só há uma bóia salva-vidas: o número de telemóvel directo. Por duas razões: porque as caixas de correio dos emails estão cheias e porque as ‘secretárias’ dos executivos vieram mais cansadas da praia e impedem qualquer contacto telefónico. Ou marcou antes a reunião que quer ter, ou é melhor tentar no Outono. Mas há outros perigos. Atenção redobrada aos comentadores das televisões. O sol, em excesso, alimentou ainda mais as suas capacidades criativas e a imaginação está ao rubro. A produção de disparates que vai entrar nas nossas casas, via TV, pode ser contagiante. Enfim, vai ser difícil. E ainda por cima há uma péssima notícia. Se pensava que podia fazer parte do mini clube de portugueses que tem capacidades para ser administrador de bancos ou grandes empresas públicas, tire o ‘cavalo da chuva’ porque já não há vagas na CGD. A lotação está esgotada e ainda por cima o BCE anda de olho nos lusitanos. Lamentável esta ingerência… Resta, portanto, ser paciente e pensar que nem tudo é mau: acabou o trágico reality show dos incêndios e voltou o futebol. Sobra, por isso, alguma possibilidade de conversar. Deixamos um conselho. Aproveite, agora, para relaxar das férias e tente arranjar um novo hobby: desligue a televisão, leia, oiça música, acredite mais em si.

crushed at the entrance of the Big Top. First, be careful of the traffic. The stampede of holidaymakers have not got used to the bottlenecks on the 125 motorway from the Algarve and are anxious to get back to work as quickly as possible. Then you’d better get back from holiday if you want to talk to someone about work. In September there is only one lifeline: the direct mobile phone line. For two reasons: because e-mail in-boxes are full and because the executive ‘secretaries’ have got back from the beach feeling tired and refuse to answer the telephone. Either book the meeting you want before or better try in the Autumn. But there are other dangers. Pay double attention to the television commentators. Sun, in excess, fuels their creative capacities even more and their imagination is running wild. The output of nonsense that will come to houses via our TV screen could be contagious. So, it will be difficult. And to cap it all there’s terrible news. If you thought that you could be part of the little club of Portuguese with the capacity to be bank directors of directors of large public companies then think again because all the vacancies at CGD (Portuguese bank Caixa Geral de Depósitos) have been snapped up. It’s a full house and if that wasn’t enough the European Central Bank is still keeping an eye on Portugal. This mismanagement is a crying shame... All that one can do is be patient and think that it isn’t all bad: the tragic reality shows of the forest fires are over and it’s back to football. So there’s still something positive to talk about. We leave you with some advice. Try to now unwind from your holidays and start up a new hobby: switch off the TV, read, listen to music and have more faith in yourselves.

Beware dear reader: the business and media circus is back in town so we’d leave a few alerts and warnings against being

Joaquim Pereira de Almeida



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