Magazine Imobiliário 016

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Construção Ambiente Turismo

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MAR/ABR 2016 €10

Hino à qualidade

Quality himn


ENTRE NUMA

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16 MAR/ABR 2016

Editorial

Elevar a auto-estima Raising self-esteem

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

Celebramos, nesta altura do Ano, o mais importante evento organizado pela Magazine Imobiliário: os “Óscares do Imobiliário 2016”. Este é, sem sombra de dúvida, o mais prestigiado e antigo prémio desta área de actividade em Portugal. Representa um enorme esforço de pesquisa, envolve profissionais de todo o País e representa um dos pontos altos do calendário do sector. Nesta edição ‘chegaram ao fim’ 17 empreendimentos finalistas. É justo dizer que todos eles já venceram. São a imagem de uma actividade que não morreu, que sobrevive à barbárie fiscal e que se alimenta do dinamismo e da capacidade dos seus agentes. De uma forma geral o Imobiliário não tem uma boa imagem junto da opinião pública, fruto, em grande parte do mau trabalho da imprensa generalista que só vê aqui corrupção e compadrio, como se os outros ramos da economia fossem virgens. Por esta razão, o Prémio Nacional do Imobiliário é, também, um elemento renovador, um estímulo ao engrandecimento da auto-estima dos profissionais desta área. Além de que a Gala Final de Encerramento é uma festa sempre inesquecível. Neste momento só nos resta agradecer a todos os que contribuíram para o êxito desde acontecimento, desde os patrocinadores, aos participantes e a todos os fornecedores que fizeram o seu melhor para que nada falhe. Obrigado. At this time of the year we celebrate the most important event organised by Magazine Imo-

biliário: the “Real Estate Oscars 2016”. This is, without a shaddow of a doubt, the oldest and most prestigious award for this activity area in Portugal. It represents a huge research challenge, involves professionals from all over the country and represents one of the high points in the sector calendar. In this issue ‘we have arrived’ at the 17 finalist developments. It’s fair to say that they’re all winners. They represent an image of an activity that hasn’t died, that survived despite being squeezed for taxes like blood from a stone, and which is sutained on the dynamism and capabilties of its agents. Generally speaking Real Estate doesn’t have a good image in terms of public opinion, in large part thanks to the bad reporting from the general press which only sees corruption and ‘deals for the boys’ as though other sections of the economy were as white as snow. For this reason, the National Real Estate Awards are also an element for renewal, a stimulus to raise the self-esteem of the professionals in this sector. Not least to say the Final Closing Ceremony Gala is always a night to remember. So now it only remains for us to extend a big thank you to all those who have contributed towards the success of this event, from the sponsors to the participants and all the suppliers that did their very best to ensure that nothing goes wrong. Thank you!


Summary

Índice Ficha técnica

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Grande Tema Lead Story

Prémios: Reconhecimento ou elitismo? Awards: Recognition or elitism?

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Prémio Nacional do Imobiliário 2016 The National Real Estate Awards 2016

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Escritórios Offices › EDP – Edifício Administrativo › Edifícios Centrais do Parque Tecnológico de Óbidos

14 Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme

Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Jorge Fernandes, Lda. Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397

Habitação Housing › Ópera LX › Village Moments

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Equipamentos Colectivos Community Development Project › Centro de Alto Rendimento de Remo do Pocinho › DOORM Residência de Estudantes › Museu Nacional dos Coches › Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões

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Turismo Tourism › Casa do Mezio Aromatic & Nature Hotel › Centro de Ciência do Café › Clubehouse Espiche Golfe › Hotel Santiago de Alfama › Hotel Vila Galé Évora › Jupiter Lisboa Hotel › Palácio do Governador › Pestana Pousada de Lisboa › Villas da Fonte Leasure & Nature Hotel Apartamento

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Opinião Opinion Sofia Galvão Advogados

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Metro Quadrado

Square Meter Edifício Centro Santander Totta

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Atelier

Atelier Promontório

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Ventos do Norte

North Winds Outside The Box

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Opinião Opinion Elisabete Soares

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Do Mundo

International MIPIM 2016

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Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom

54

Sol e Lua

Tourism Turismo de Saúde e Bem-Estar

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BTL 2016

62

Bom gosto Good Taste

64

Primavera Spring La Croisette


SOMOS EMPREITEIROS ESPECIALIZADOS EM REABILITAÇÃO URBANA É O IMOBILIÁRIO DO FUTURO NÓS JÁ LÁ ESTAMOS ! Rua Fernando Farinha, n.º 24 A, 1950-448 Lisboa Tel: + (351) 210 373 484 Email: renascimovel@renascimovel.pt

www.renascimovel.pt


Capa

PrĂŠmios

Reconhecimento ou elitismo? Awards

Recognition or elitism?


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A atribuição de prémios vulgarizou-se um pouco por todo o mundo e tocam as mais variadas áreas e actividades do ser humano. Para uns é o reconhecimento do seu trabalho e dedicação, para outros é uma esfera quase intangível que só está ao alcance de alguns brilhantes. Seja um troféu ou uma comenda, traduz-se sempre no reconhecimento público de qualidade e excelência. The attribution of awards has become commonplace all over the world and touches the widest variety of human areas and activities. For some it is a recognition of their work and dedication, for others it is like an almost intangible sphere which is only within the reach of the brilliant few. Be it a trophy or some other commendation, it is always a public recognition of quality and excellence.

Texto Text: Carla Celestino

Os designados “Óscares” do Imobiliário – Prémio Nacional do Imobiliário são atribuídos há 17 anos. A ideia inicial, e que sempre se manteve ao longo dos tempos, foi, a par de premiar obras de vulto e ímpares, reconhecer o esforço de um conjunto de ilustres que, através dos seus projectos, moldam cidades e fazem progredir o País. Mas volvidas quase duas décadas, onde os prémios cresceram como ‘cogumelos’, impõe-se perceber o que é ‘qualidade’, o que se ‘premeia’ e se o lobby funciona no momento de atribuir determinado galardão. Imagem de marca “Para se ter um projecto imobiliário de qualidade tem de se ter inevitavelmente arquitectura de qualidade”, defende Gustavo Soares director-geral da Sotheby’s. Até porque, como explica, “no segmento (residencial de luxo) em que nos movemos todos os pormenores fazem a diferença, quer a nível da componente exterior quer interior”. O melhor exemplo da importância que esta empresa atribui à qualidade versus imobiliário e arquitectura, é o facto de a Sotheby’s ter conferido a remodelação de cada um dos seus sete escritórios a sete diferentes arquitectos de prestígio de forma a “ir ao encontro das expectativas e exigências do segmento a que nos dedicamos”. Por outras palavras, ‘oferece-se’ qualidade pela diferenciação e também porque o consumidor hoje o exige. Mas a qualidade não está só patente nos projectos, está também nos serviços que se presta, como salienta o director comercial da Soltrópico. No caso do sector do turismo, Nuno Anjos refere que “a qualidade tem a ver com as expectativas que são geradas no cliente e também as expecta-

tivas que o cliente tem sobre o destino e sobre os serviços que adquiriu. O cumprimento dessas leva a que a qualidade dos serviços prestados seja atingida, isso faz com que a confiança seja garantida e que as pessoas voltem a viajar com essa empresa”. Muitas vezes o destino, a empresa ou o serviço são por si só sinónimo de qualidade. Esta ideia é confirmada por Nuno Anjos: “A marca de notoriedade da Soltrópico acaba por ser o garante de qualidade e por isso os clientes confiam e voltam a confiar nos seus serviços”. A qualidade é, pois, a melhor imagem de marca que se pode ter. Mas será que todos os produtos, serviços ou projectos que são premiados, aqui e além-mar, têm qualidade? O que significa ‘Prémio’ A arquitecta Inês Lobo, recentemente premiada a nível internacional, é da opinião que “os prémios são, acima de tudo, o reconhecimento do trabalho”, pelo que “não significa mais trabalho nem mais encomenda, mas que foi reconhecido o trabalho que se andou a fazer”. Já Nuno Anjos considera que “para se ser nomeado tem de se ter algo”. Mau grado, “esse algo muitas vezes não é quantificado, não é visto a olho nu e passa-se nos bastidores (não de lobbys entenda-se mas dos serviços prestados) pois depende de muitas caras desconhecidas que no seu conjunto são o garante da qualidade que merece ser premiada”. Inês Lobo faz ainda a ressalva para o facto de “a qualidade dos prémios está claramente associada à qualidade do júri que atribui esses prémios. Se o júri for qualificado, claro que isso se reflecte na escolha dos projectos seleccionados e nos prémios atribuídos”, diz.


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A questão do júri é bastante pertinente. Não se pode fazer uma distinção na área do Turismo se os membros do júri forem mais turistas do que especialistas, nem tão pouco galardoar novas construções se os jurados não perceberem algo tão simples como a diferença entre estruturas metálicas e argamassas. Ser especialista e reconhecido pelos seus pares como tal é essencial. Depois há que saber se os interesses pessoais dos elementos do júri não interferem com os interesses do concurso e dos finalistas que vão avaliar. Regra geral, estamos em crer, os elementos do júri estão no ‘Olimpo’, são isentos, têm ética e estão acima das suas preferências ou interesses negociais. Mas independentemente dos vencedores, todos têm os seus preferidos. Não os ver triunfar deixa um amargo de boca e desilusão que muitas vezes conduz a comentários de que foram ‘comprados’ ou que houve ‘lobby’. É possível, embora não tenhamos provas, nem tão pouco procurámos por elas, que nos bastidores se teçam redes com o intuito de obter vantagem. Pelo

menos até ver, a decisão final obedece a rigorosos critérios e dá primazia à pessoa/entidade/obra a concurso de per si. Elitismo versus massificação A questão de premiar a qualidade pode ainda assumir diferentes perspectivas, motivações e prioridades. Basta olhar para o caso particular do Turismo. Os prémios nacionais e internacionais têm sido atribuídos a ‘rodos’, além dos diversos recordes estatísticos que têm sido ‘quebrados’. Mas o facto de os turistas terem voltado em força a Portugal trouxe de volta também uma antiga questão: elitismo versus massificação. Será que preferimos menos turistas mas que gastem mais, ou seja o ‘elitismo turístico’, ou mais turistas que passem a palavra do quanto é bom visitar o nosso País? O especialista em turismo recusa-se a aceitar “elitismo” no turismo e considera que o conceito de massificação também “é muito subjectivo”. Aliás Nuno Anjos questiona se o facto de se estar a

“aproveitar determinados nichos” pode significar elitismo ou massificação?! Para o efeito dá o exemplo do surf na Nazaré: “Nesta altura tem uma procura muito elevada o que faz com que aumente o número de turistas dentro da zona Oeste de Portugal mas será que isso pode ser considerado massificação àquela escala? Penso que não”. Por outro lado, é da opinião de que “aquilo que era o ‘palavrão’ da massificação há uns anos esbateu-se, pois hoje existe uma maior sensibilidade para seguir um Plano Director, quer seja ao nível da arquitectura, das infra-estruturas, dos serviços, etc.” Ainda assim admite que “quando existe uma grande procura por determinado destino pode haver uma descaracterização do mesmo mas são riscos que se correm”. O turismo deve ser um bem acessível a todos mas a realidade é que, derivado de vários factores, nem todos têm acesso ao turismo. Por isso, a ‘velha’ questão está sempre na ordem do dia… Há quem diga também que os prémios são sempre atribuídos às mesmas personalidades, empresas,


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regiões… Já nem se pestaneja cada vez que se ouvem nomes como Siza Vieira, Cristiano Ronaldo ou Algarve. Bem, esses andam sempre nas ‘luzes da ribalta’ mas outros há que, com esforço e dedicação, acabam por lhes ser atribuído o devido mérito, ingressando na ‘estratosfera’ das pessoas com um troféu em cima da lareira em casa ou da estante no escritório. A este propósito, Inês Lobo faz um reparo digno de nota: “Os prémios são sempre elitistas, sejam eles quais forem”. Aliás, na sua convicção, “não há prémio mais elitista que o Prémio Nobel”. Explicando melhor, a arquitecta refere que “a maior parte das vezes são atribuídos por parceiros da mesma área, pelo que, evidentemente, só podem ser elitistas”. Ainda assim, faz a ressalva para o facto de “isso não querer dizer que sejam sempre os mesmos a receber os prémios, até porque as coisas vão mudando e novos arquitectos, novos profissionais, vão aparecendo”. A este propósito, Gustavo Soares não considera que exista “elitismo” na distinção dos projectos de qualidade, embora reconheça que “naturalmente as grandes obras são entregues a arquitectos de renome” e que se “acaba por cair sempre em quatro ou cinco nomes de vulto por serem uma referência de excelência”. Apesar desta realidade, faz a advertência para o facto de “muitas vezes existirem projectos privados fantásticos em todo o País que acabam por não ser premiados, quando o mereciam”. Tendo em conta a sua experiência, Gustavo Soares refere que “existem consumidores individuais que não querem fazer parte de condomínios privados e procuram projectos de elevada qualidade, os quais mereciam estar na lista de qualquer concurso”. Ainda assim, Inês Lobo diz “acreditar” que “quando se fazem bons trabalhos, ‘mais cedo ou mais tarde’, o mérito acaba por ser reconhecido e premiado”. E esta é uma realidade transversal a todas as áreas. The so-called “Real Estate Oscars - National Real Estate Awards” have been awarded for 17 years. The initial idea - and one that has always been maintained over time – was, in addition to recognising important and unique works, to recognise the efforts of a number of distinguished professionals who through their projects have molded cities and have brought progress to the country. But aped for almost two decades, during which awards have sprung up like mushrooms, it is important to understand what is ‘quality’, why something is receiving an award, and which lobby, if any, is behind a particular award? Brand image “To have a quality real estate project inevitably means it having to be quality architecture”, argues Gustavo Soares, CEO of Sotheby’s. Since, as he

explains, “in the (luxury residential) segment in which we operate, all details make the difference, whether in the exterior or interior aspect”. The best example of the importance that this company attaches to quality versus property is architecture, and the fact that Sotheby’s has awarded the refurbishment of each one of its seven offices to seven different prestigious architects so as to “meet the expectations and requirements of the segment which we are dedicated to”. In other words, “offer” quality through differentiation and because these days the consumer demands it. But quality is not only confined to projects, it is also evident in the services that are provided, stresses the sales director of Soltrópico. In the case of the tourism sector, Nuno Anjos states that “quality has to do with the expectations that are created in the client and also the expectations that the client has about the destination and services acquired. The fulfillment of these means that the quality of the services supplied are achieved, resulting in confidence being guaranteed and that the company will get repeat business”. Very often the destination, company or service are in themselves synonymous with quality. This idea is backed up by Nuno Anjos: “Soltrópico’s household name brand itself is a guarantee of quality which is why clients trust it and return to put their trust in its services again”. Quality is, indeed, the best brand image that a

company can have. But are all the products, services or projects that are nominated for awards here and abroad really quality? What does ‘Award’ mean? The architect Inês Lobo, who was recently recognised by an award internationally, is of the opinion that “awards are, above all, the recognition of work”, in that it “doesn’t mean more work or more orders, but recognition for the work that was done”. But then Nuno Anjos believes that “to be nominated you have to have something”. Unfortunately, “this something is very often not quantified, is not seen with the naked eye and is hidden behind the scenes (not meaning lobbies, but services supplied), indeed it depends on many unknown faces who together guarantee the quality that deserves to be nominated for an award. Inês Lobo also draws attention to the fact that “the quality of the awards is clearly associated with the quality of the jury who hands out these awards. If the jury members are respected and qualified for the task, clearly this will be reflected in the choice of projects selected and in the awards handed out”, she says. The issue of the jury is fairly pertinent. One cannot present an award in the Tourism area if the jury members are more tourists than specialists; neither can you do so for new buildings if the people being judged don’t understand something as simple as the difference between metallic and


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concrete structures. To be a specialist and be recognised by your peers as such is essential. Then you have to ensure that the personal interests of the jury members are not interfering with the interests of the competition and finalists who are being evaluated. As a rule of thumb, we believe, the members of the jury are on ‘Mount Olympus’ and therefore impartial, have ethics and are above their preferences and business interests. But regardless of the winners, all jury members have their favourites. For those who don’t win, they are often left with a bitter taste in the mouth and disappointment which very often leads to commentaries that the jury was “bought” or that there was a ‘lobby’. It is possible - although we can’t prove it, neither are we even looking for evidence to do so - that behind the scenes there are those who are pulling the strings with the intention of gaining an advantage. As far as can be seen, the final decision meets the strict criteria and gives primacy to the person/ entity/work in the competition on its own merits. Elitism versus massification The question of rewarding quality can furthermore take on different perspectives, motivations and priorities. One only has to look at the particular case of Tourism. National and international awards have been attributed “in rotation”, in addition to the various statistical records that have been ‘broken’. But the fact that tourists have returned in force to Portugal has brought up an old question too: elitism versus massification. Could it be that we prefer less tourists who spend more, in other words ‘tourist

elitism’, or more tourists who pass the word on how good visiting our country is? The tourism specialist refuses to accept “elitism” in tourism and thinks that the concept of massification too is “rather subjective”. Furthermore, Nuno Anjos calls into question if the fact of “taking advantage of specific niches” means elitism or massification?! To illustrate the point, he gives the example of surfing in Nazaré. “At the moment there’s very high demand which has increased the number of tourists on Portugal’s Silver Coast, but does this mean massification on such a scale? I don’t think so”. On the other hand, he is of the opinion that “what was considered by the term “massification” a few years back has become blurred, rather today there is a greater awareness to follow the Municipal or Regional Master Plan, be that in the case of architecture, infrastructure, services, etc.” Nevertheless, he admits that “when there is a great demand for a specific destination this can result in a loss of local identity of the same, but these are risks that have to be taken.” Tourism should be a commodity which is accessible to all, but the reality is that because of various factors, not everyone has access to tourism. Which is why the ‘old’ question is always present... There are those too who say that the awards are always handed out to the same people, companies, regions...and that people no longer even blink each time they hear names like Siza Vieira, Cristiano Ronaldo or the Algarve. Well, these are always ‘in the limelight’ but there are others who, with effort and dedication, end up receiving awards for due merit and are ushered into the hall

of fame with a trophy above the fireplace at home or on the bookshelf in the office. On this subject, Inês Lobo makes a clever observation: “Awards are always elitist, whatever they are for.” Furthermore, it’s her conviction that “there is no award more elitist than the Nobel Prize”. By way of better explanation, the architect mentions that “the vast majority are given awards by partners from the same area, so that evidently they can but be only elitists”. Nevertheless, she draws attention to the fact that “this doesn’t mean that it is always the same people receiving the awards, even if only because things change with new architects and professionals appearing”. On this issue, Gustavo Soares does not believe that there is “elitism” when distinguishing quality projects, although he recognises that “naturally the great works are contracted to renowned architects” and that if they “always go to four or five famous names, it’s because they are a benchmark of excellence”. Despite this reality, he draws attention to the fact that “very often there are fantastic private projects all over the country who end up by not winning awards when they deserved to.” Taking into account his experience, Gustavo Soares mentions that there are “individual consumers that don’t wish to be part of the private condominiums and seek high-quality projects, which deserve to be on the list of any competition”. Furthermore, Inês Lobo says that she “believes” that “when good projects are made, ‘sooner or later’ their merit will shine through and be recognised and given an award”. And this is a reality that cuts across all areas.



Prémio Nacional do Imobiliário 2016 10

National Real Estate Awards 2016 16 MAR/ABR 2016

A caminho dos ‘Óscares’

The road to the ‘Oscars’ O glamour volta à Gala do Prémio Nacional do Imobiliário 2016, onde os 17 finalistas esperam a decisão soberana do Júri. A Revista Magazine Imobiliário volta, assim, a estender a passadeira vermelha aos ‘melhores’ de Portugal. The glamour returns with the National Real Estate Awards 2016 Gala at which the 17 finalists await the final word of the Jury. The magazine Magazine Imobiliário returns to once again roll out the red carpet for the ‘best’ of Portugal.

O júri do concurso The jury of the competition

Depois de meses de investigação e reunião de projectos, e após apurada e debatida selecção, 17 empreendimentos mereceram estar na recta final dos “Óscares” do Imobiliário 2016 em quatro categorias - Escritórios, Habitação, Equipamentos Colectivos e Turismo -, a par do Prémio Reabilitação. Mas no final da noite, só um levará o troféu de “Melhor Empreendimento do Ano”. A reunião do Júri não foi ‘pacífica’ dada a elevada qualidade dos projectos a concurso. Apesar da boa disposição e do debate aceso entre os membros, Paulo Silva (Aguirre Newman), César Neto (Renascimóvel), Almeida Guerra (Rockbuilding), arquitecto João Paciência e Eduardo Abreu (neoturis) não tiveram a vida nada facilitada na hora da decisão final. No dia 18 de Abril, a Gala que vai decorrer no Palacete do Hotel Tivoli, em Lisboa, será o culminar do reconhecimento do valor, quer de todos os intervenientes neste concurso, quer dos seus protagonistas - os concorrentes. Na edição de 2016, os “Óscares” do Imobiliário têm como patrocinador principal a consultora Aguirre Newman, a que se juntam os patrocínios da Sotheby’s International Realty, da Renascimóvel e da Bosch. Contam ainda com o apoio institucional da CPCI, CIMLOP e APPII, a par da contribuição da Casa Sapo, OJE, Diário Imobiliário, Green Media, Empatias e Trigital. After months of research and studying projects, and after heated debate and rigorous selection, 17 developments deserve to be among the finalists in the run up to the “Real Estate Oscars 2016 in four categories - Offices, Housing, Amenities & Facilities and Tourism - as well as the Rehabilitation Award. But at the end of the night only one candidate will go home with the “Best Development of the Year”. The Jury’s meeting to discuss the finalists was heated given the high quality of the projects in the competition. Despite the good humour and lively debate between the jury members, Paulo Silva (Aguirre Newman), César Neto (Renascimóvel), Almeida Guerra (Rockbuilding), architect João Paciência and Eduardo Abreu (neoturis) didn’t have an easy life when the time came to choose. On April 18, the Gala that will take place at the Palacete at the Hotel Tivoli, in Lisbon, will be the culmination of the recognition of value, both for all those involved in this competition and the candidates. The main sponsor at the 2016 edition of the Real Estate Oscars is the consultant Aguirre Newman, which joins the sponsors Sotheby’s International Realty, Renascimóvel and Bosch. The ‘Oscars’ also count on the support of CPCI (Portuguese Confederation of Real Estate and Construction), CIMLOP(Confederation of Real Estate and Construction of Portuguese Speaking Countries) and APPII (Portuguese Association of Developers and Real Estate Investors), in addition to a contribution from the on-line property estate agency Casa Sapo, and the newspapers and digital news platforms OJE, Diário Imobiliário, Green Media, interior decoration specialists Empatias and digital post-production company Trigital.



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Escritórios Offices

Foto Photo: Fernando Guerra (FG+SG)

EDP – Edifício Administrativo EDP - Administrative Building O ambiente estético algo desordenado que aparecia na subestação da EDP em Andrinos, Leiria, foi requalificado. A complexidade incontornável das visíveis infra-estruturas da electricidade serviu de contraponto à necessária sobriedade do volume da nova construção. Por isso, este volume destaca-se do espaço envolvente como uma longa caixa de betão, de forma pura e linhas minimalistas. A serenidade da sua beleza impõe uma presença independente de ‘modas arquitectónicas’ que se integra no consistente dinamismo da imagem do Grupo EDP. O edifício foi pensado para afirmar-se como produto que oferece conforto e funcionalidade operacional. Desta forma, a organização interior resulta na materialização de uma solução modular, flexível e incremental. Para maximizar a flexibilidade no uso do espaço, a maioria dos compartimentos ficam ‘desligados’ da fachada, garantindo que, no futuro, os interiores possam ser transformados conforme necessário e assegurando uma significativa eficiência nos espaços de trabalho. Concretizou-se, assim, uma realização bemsucedida, que demonstra capacidade de inovação, dentro da responsabilidade social corporativa da EDP. The rather disorderly aeshtetic environment presented by EDP’s Sub-station in Andrinos, Leiria, has been given a makeover. The unavoidable complexity of visible electricity infrastructures served to offset the necessary sobriety of the new building. Which is why this building stands out from the surrounding space with its long concrete box of pure form and minimalist lines. Its serene beauty creates an independent presence from the ‘architechtronic fashions’ which are part of the constant dynamism of EDP Group’s image. The building was thought out to stand alone as a product offering comfort and operational functionality. In this way, the interior organisation is the result of a materialisation of a modular, flexible and incremental solution. To maximise the flexibility in the use of space, the majority of compartments are ‘detached from the façade’ ensuring that in future the interiors can be transformed as necessary while assuring a significant efficiency in the working spaces. The realisation of a successful project has thereby been achieved which demonstrates a capacity for innovation and within EDP’s corporate social responsibility.

Promotor Developer: EDP Imobiliária e Participações SA Construtor Builder: CONDURIL Arquitecto Architect: Regino Cruz


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Escritórios Offices

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Foto Photo: Fernando Guerra

Edifícios Centrais do Parque Tecnológico de Óbidos Central Buildings at Óbidos Technology Park Os edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos desenvolvem-se numa moldura quadrada em torno de uma praça central. Dois edifícios impõem-se na paisagem: o edifício de gestão/business center e o edifício para a incubação de empresas de base tecnológica. O primeiro dispõe de auditórios, salas de reunião, serviços de videoconferência, espaços de restauração, cafetaria e comércio e ainda alguns espaços de escritórios para empresas. O segundo vai permitir às start’ups darem os primeiros passos na sua actividade ou desenvolverem os seus projectos. A localização e o posicionamento global deste espaço, particularmente direccionado para as indústrias criativas, permitem diferenciá-lo dos parques existentes, imprimindo uma grande vantagem, onde a parceria com as universidades se traduz no desenvolvimento de projectos de investigação ligados às empresas. Este projecto deu também especial atenção às zonas verdes e de baixa densidade de construção, cuja área de implantação da construção nos lotes representou menos de 10% da área total de intervenção do projecto. Possui ainda infraestruturas desportivas, nomeadamente ciclovia/ circuito de manutenção e campo polidesportivo, e acesso à formação, ensino, investigação e redes com instituições de ensino superior e investigação. The central buildings that make up the Óbidos Technology Park have been developed within a square framework around a central square. Two buildings stand out in the landscape: the business centre and the technology company start-up incubator. The first boasts auditoria, meeting rooms, videoconference services, restaurant, cafeteria and commerical areas, and also some office spaces for companies. The second will enable start-ups to take their first steps in their activity or develop their projects. The overall location and position of this space, which is particulalry aimed at creative industries, enables it to stand apart from existing parks, giving it a leading edge, where its partnership with universities has translated into research project development linked to companies. This project paid special attention to green zones and low-density construction, whose gross construction area on the plots represented less than 10% of the total gross land area for the project. It also possesses sports infrastructures, namely cycle paths/ exercise circuit and multisports pitch, and access to training, teaching, research and networks with higher educational establishments and research institutions.

Promotor Developer: OBITEC – Associação Óbidos Ciência e Tecnologia Construtor Builder: Consórcio MRG Arquitecto Architect: Jorge Mealha


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Habitação Housing

Ópera LX

O Edifício Ópera LX, no n.º 236 da Avenida da Liberdade, remonta ao século XIX. A reabilitação do edifício primou por respeitar e preservar os conceitos e elementos arquitectónicos presentes, como a fachada e a volumetria originais, privilegiando os materiais nobres e as soluções de raiz, como a aplicação mista de ferro, madeira, pedra e betão, respeitando as directivas da Câmara Municipal de Lisboa para as zonas históricas. Este edifício ostenta duas faces de um edifício único: uma frente para a Avenida da Liberdade e a outra para a Rua Rodrigues Sampaio. Um pátio interior, para onde dão as duas traseiras, constitui o terceiro elemento intimista. As tipologias são distintas em cada um dos corpos do Ópera LX. Assim, enquanto a fachada da Avenida da Liberdade oferece as tipologias T2, T3 e T3+, a da Rodrigues Sampaio apresenta as tipologias T1 e T2. A vista deslumbrante que se desfruta das suas janelas faz jus ao nome Ópera LX, já que Lisboa dá-se em espectáculo panorâmico e revela alguns dos seus cenários mais esplendorosos e característicos como a baixa lisboeta e o rio Tejo ou a Praça Marquês de Pombal. The Ópera LX Building at No 236 Avenida da Liberdade, dates back to the XIX century. The rehabilitation of the building aimed to respect and preserve the architectronic concepts and elements present; such as the façade and original measurements; making use of noble materials and original solutions such as the mixed application of iron, wood, stone and concrete whilst respecting the guidelines laid down by Lisbon City Council for historic areas. This building boasts two façades of the one building: the front onto Avenida da Liberdade and the other façade onto Rua Rodrigues Sampaio. An interior patio, which link to the rear façades make up a third and intimate element. The typologies are distinct in each of the corpuses of Ópera LX. Therefore, while the Avenida da Liberdade façade offers 2, 3 and 3 + bed typologies, the Rodrigues Sampaio side has 1 and 2 bed typologies. The stunning view that can be enjoyed from its windows pays justice to the name Ópera LX, given the visibility of Lisbon’s spectacular panorama and some of its most splendid sights and characteristics, like Lisbon’s downtown Baixa and the River Tagus or Marquês de Pombal.

Promotor Developer: AM48 Construtor Builder: Lucios Arquitecto Architect: Cityshapers


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Habitação Housing

16 MAR/ABR 2016

Village Moments

Consequência do sucesso reconhecido nos empreendimentos Aroeira Village I e II surge o Aroeira Village Moments. Localizado na Aroeira, no concelho de Almada, distrito de Setúbal, é um empreendimento residencial de luxo. Este condomínio semi-privado, da autoria do atelier Cria + arquitectos, é composto por moradias implantadas em lotes com cerca de 400 m2 com jardim, piscina e amplos espaços verdes. O Aroeira Village passou por várias fases, sendo que a primeira contou com 10 moradias, a segunda com 20 e a terceira fase, a que se encontra a concurso, é composta por 10 moradias. Para breve poderá estar a quarta e última fase deste projecto. Contemporâneo, requintado, vocacionado para o lazer e bem-estar este empreendimento congrega a comunhão com a natureza, a proximidade de praias de elevada qualidade, proximidade de equipamentos de desporto e lazer reputados e boas acessibilidades. Conceitos construtivos de vanguarda privilegiando o conforto e a habitabilidade, fruto de uma escolha criteriosa de materiais, e equipamentos e tecnologias de ponta garantem a excelência de cada uma das moradias. On the heels of the recognised success of the Aroeira Village I and II, developments now comes Aroeira Village Moments. Located in Aroeira, in the municipality of Almada, district of Setúbal, this is a luxury residential development. This semi-private condominium from the architects atelier Cria + arquitectos, it comprises of detached town houses implanted on plots of around 400m2 with garden, swimming pool and spacious green areas. Aroeira Village has undergone various phases, the first having 10 houses, the second, 20, and the third phase, which is underway now, comprising 10 properties. There are plans in the pipeline for the fourth and last phase of this project. Contemporary, stylishly refined, aimed at leisure and wellbeing, this development brings together a union with nature, close proximity to top-quality beaches, proximity to sports and leisure facilities of reputation and good accesses. Cutting edge building concepts giving priority to comfort and liveability, the fruit of a careful choice of materials , facilities and the latest technology, all guaranteeing the excellence of each one of the houses.

Promotor Developer: SMP Construções Lda. Construtor Builder: SMP Construções Lda. Arquitecto Architect: Cria + arquitectos Mediador Agent: ERA – Charneca de Caparica


16Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Equipamentos Colectivos Community Development Project

Centro de Alto Rendimento de Remo do Pocinho Pocinho Rowing Training Centre

Foto Photo: João Morgado

Promotor Developer: Município de Vila Nova de Foz Côa Construtor Builder: Manuel Vieira e Irmãos Lda. e Edibeiras Edifícios e Obras Públicas das Beiras Lda. Foto Photo: specialAR-TE

Designed for championship level athletics, the Centro de Alto Rendimento de Remo do Pocinho is based on three fundamental components social, accommodation, and training interlinked by a building of white lines which snake around the Douro wine terraces of the Rio Douro Valley. Located in the municipal district of Vila Nova de Foz Côa in the district of Guarda, lying within an area classified as a UNESCO World Heritage of Humanity site. Taking into account this important factor, the whole building was designed in a highly sensitive way and with architectural options which, on the one hand, minimized its impact on the environment and, on the other, enabled new challenges of accessability and sustainability to be met. Its conception followed an extensive programme - 8.000 m2, 84 rooms and around 130 users -, with the possibility of future expansion - up to.11,500m2, 170 rooms and around 225 users - in a possible later phase of expansion to the accommodation area but without having an exaggerated impact in terms of volume and on the landscape. Various athletes and trainers for Olympic teams already hold the opinion that the Centro de Alto Rendimento de Remo do Pocinho is among the best in the world to prepare and train those who practise rowing.

Foto Photo: Fernando Guerra

Concebido para os atletas de alta competição, o Centro de Alto Rendimento de Remo do Pocinho assenta em três componentes fundamentais social, alojamento e treino – ligadas entre si por um edifício de linhas brancas que serpenteia os socalcos do Vale do Rio Douro. Localizado no concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda, insere-se num espaço classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Tendo em conta esta importante particularidade, todo o edifício foi projectado com uma grande sensibilidade e com opções arquitectónicas que, por um lado, minimizaram o seu impacto na paisagem e, por outro, permitiram satisfazer os novos desafios de acessibilidade e de sustentabilidade. A sua idealização obedeceu a um programa extenso 8.000 m2, 84 quartos e cerca de 130 utentes -, com perspectivas de expansão futura - até 11.500m2, 170 quartos e cerca de 225 utentes -, numa possível subsequente fase de expansão da zona de alojamento mas sem um exagerado impacto volumétrico e paisagístico. Vários atletas e técnicos de selecções olímpicas já consideraram que o Centro de Alto Rendimento de Remo do Pocinho encontra-se entre os melhores do mundo para a preparação e formação dos praticantes deste desporto.

Arquitecto Architect: Álvaro Fernandes Andrade



18Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Equipamentos Colectivos Community Development Project

DOORM Residência de Estudantes DOORM Students Residence

A Fábrica das Gaivotas, fundada em 1811, centrava a sua produção na manufactura de vidros, tendo encerrando a sua actividade na década de 80 do século XX. Ao longo do tempo as instalações abandonadas sofreram uma degradação progressiva, culminando num incêndio que destruiu a nave principal e ocasionou a derrocada da maior parte das coberturas. O património da fábrica incluía alguns edifícios de habitação, para a Rua das Gaivotas e para a Rua Fernandes Tomás, onde está localizada ainda a fachada-cenário que ocultava a fábrica, e ainda para o Beco do Carrasco. Hoje a nova proposta transformou este espaço fabril numa residência de estudantes particular. A primeira no centro histórico de Lisboa composta por 84 quartos simples dos quais 26 são duplos com cozinhas comunitárias; sala de recepção; back office; salas de convívio; salas de estudo e ginásio e correspondentes áreas de serviço; e ainda estacionamento de duas vagas automóveis e área de parqueamento de bicicletas e motorizadas. De destacar que manteve-se a fachada cenário e a chaminé de alvenaria de tijolo maciço à vista que, fazendo parte da memória do local, foram integrados no presente projecto. The Fábrica das Gaivotas, founded in 1811, based its production on glass manufacture, closing down its activity in the 1980s. Over time the abandoned premises suffered from progressive dereliction and decay culminating in a fire which destroyed the central aisle, causing most of the roof to cave in. The factory legacy included some accommodation buildings facing onto Rua das Gaivotas and Rua Fernandes Tomás; where the façade that hid the factory is still in place; and also onto Beco do Carrasco. Today the new proposal is to transform this factory site into a private students residence. The first in the historic centre of Lisbon, comprising 84 simple rooms of which 26 are double, with communal kitchens, a reception area, back office, areas for socialising, study rooms, gym and corresponding service areas, and also parking for two vehicles and a bicycle and motorbike park. It should be emphasised that the façade and the visible solid brickwork chimney, being part of local memory, were integrated into the current project.

Promotor Developer: Dorfino Construtor Builder: CivilCasa Arquitecto Architect: RA \\ Architectural & Design Studio Rebelo de Andrade Mediador Agent: Dorfino


Prémio Nacional do Imobiliário

Equipamentos Colectivos Community Development Project

19 16 MAR/ABR 2016

Museu Nacional dos Coches National Coach Museum

The new building for the National Coach Museum, designed by the Brazilian architect Paulo Mendes da Rocha in partnership with the Portuguese architect Ricardo Bak Gordon, arose out of two concerns. On the one hand, the need to increase the exhibition area, the technical support infrastructures and the new features for the public for what is the most visited museum in the country. And, on the other hand, the need to crown the monumental area of Belém, the construction of the new building providing an incentive for creating a new dynamic for the area around the museum, with new public spaces and walkways in a city that echoes past times. The building is made up of a main pavilion for exhibitions and educational services, and an anexe, which encompasses the premises for museum technicians and administration, restaurant and auditorium. It also has permanent and temporary exhibition space, ticket/booking areas, a restoration and conservation workshop, library and archive. Spaces were designed to accommodate visitors including a restaurant, a museum shop and a tourism information post.

Foto Photo: Pedro Beltrão

O novo edifício do Museu Nacional dos Coches, projectado pelo arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha em parceria com o arquitecto português Ricardo Bak Gordon, convergiu em duas preocupações. Por um lado, a necessidade de aumentar a área expositiva, a infra-estrutura técnica de apoio e as novas valências para o público daquele que é o museu mais visitado do País. E, por outro, a necessidade de realizar o remate na zona monumental de Belém, tendo a construção do novo edifício incentivado uma nova dinâmica do território circundante ao museu, criando novos espaços públicos e percursos na cidade que evocam anteriores vivências. O edifício é constituído por um pavilhão principal, destinado às exposições e serviços educativo, e um anexo, que engloba as instalações para os técnicos do museu e a administração, restaurante e auditório. Possui ainda espaços para exposição permanente e temporária, áreas de reservas, uma oficina de conservação e restauro, biblioteca e arquivo. Para o acolhimento dos visitantes foram programados espaços de restauração, uma loja do museu e um posto de informação turística.

Promotor Developer: Ministério da Economia / Parque EXPO / Frente Tejo Construtor Builder: Mota Engil Arquitecto Architect: Arquitecto Paulo Mendes da Rocha em parceria com o arquitecto Ricardo Bak Gordon Mediador Agent: DGPC


20Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Equipamentos Colectivos Public Amenities

Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões Port of Leixões Cruise Ship Terminal O Terminal de Cruzeiros de Leixões é, de acordo com Luís Pedro Silva, uma intervenção portuária composta por novos edifícios, obras no plano de água e espaços exteriores de vocação pública. O edifício principal magnetiza o conjunto abrigando várias componentes programáticas: terminal para navios de cruzeiro, instalações de apoio ao porto de recreio, Pólo de Mar da Universidade do Porto, salas para eventos e um restaurante. A obra foi subdividida em fases estando concluídas as duas iniciais: um novo cais e o edifício principal. A fase três corresponde ao espelho de água e a fase quatro ao arruamento. A fase cinco corresponderá à instalação do porto de recreio, ao tratamento das suas frentes e ao pequeno edifício de apoio náutico. O Terminal de Cruzeiros de Leixões é o resultado de um processo longo e ponderado de uma equipa de projecto pluridisciplinar e de uma administração portuária activa e interventiva. Esse processo de concepção foi gerando a mobilização de agentes e recursos, a par do interesse da população. O usufruto deste espaço tem sido progressivo, na forma de um convite, de intensidade crescente, ao mar e à terra, da mão ao território, num modo de ser lugar. The Port of Leixões Cruise Ship Terminal is, according to Luís Pedro Silva, a port project comprising nine buildings, works in terms of water and outdoor areas aimed at the public. The main building is a hub around which the various components planned revolve: a cruise ship terminal, marina auxilliary premises, the University of Porto’s Maritime Centre, events rooms and a restaurant. The project was sub-divided into phases with the two initial ones already completed: a new dock and the main building. The third phase corresponds to a ‘water mirror’ lake and the fourth phase to road infrastructure. The fifth phase will correspond to the installation of a recreational port or marina, landscaping the water fronts and a small nautical auxilliary building. The Port of Leixões Cruise Ship Terminal is the result of a long and studied process by a multidisciplinary project team and an active and hands-on port authority. This conceptural process mobilised agents and resources as well as interest from the public. The use of this space has been progressive, in the form of an invitation, of growing intensity, to the sea and to the land, lending a hand to the territory, by affirming it as a place.

Promotor Developer: Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, SA Construtor Builder: Consórcio Opway Engenharia e Ferreira Construções Arquitecto Architect: Luís Pedro Silva



22Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Turismo Tourism

Casa do Mezio Aromatic & Nature Hotel Com vistas deslumbrantes sobre a Serra do Gerês, surge a Casa do Mezio Aromatic & Nature Hotel numa perfeita harmonia com o meio envolvente. A pouco metros existe um conjunto de espigueiros comunitários. Datados de 1782, no Soajo, com estruturas graníticas e madeira, serviu de inspiração para a volumetria do hotel, assim como serviram também as antigas construções de apoio agrícola. Com uma volumetria de apenas um piso na zona de chegada vestiu-se as volumetrias visíveis com a madeira e a cortiça, materiais eleitos pela sua resistência à altitude e pela sua natureza camaleónica em termos cromáticos onde absorvem as estações do ano e funde a natureza à edificação. Com 25 quartos, os que se localizam nos dois pisos inferiores, ambos térreos, possuem coberturas ajardinadas minimizando a edificabilidade e privilegiando o verde natural das aromáticas que ali se desenvolvem. Todos os pisos possuem uma vista panorâmica para o vale virado ao núcleo do Soajo. Este é um segredo bem guardado que fica para lá dos 800 metros de caminho, por entre fauna e flora locais, e que permite observar ainda duas das onze Mamoas que integram o Núcleo Megalítico do Mezio. With spectacular views over Serra do Gerês, the Casa do Mezio Aromatic & Nature Hotel is in perfect harmony with its surrounding environment. Just a stone throw away in the village of Soajo are a number of old.communal grannaries. Dating back to 1782, these granite and wood structures provided the inspiration for the overall outside design of the hotel, as also did the former agricultural ancillary buildings. With a structure comprising just one floor at the reception area; the visible structures are covered in wood and cork; materials chosen because of their hardwearing and resistant qualities at altitude and their chameleon nature in terms of colour; absorbing the tones of the seasons of the year and helping the building blend in with nature. With 25 rooms, those located on the two lower floors, both ground level floors, boast covered garden areas minimizing the built area and emphasising the natural green of the herb garden that is growing there. All the floors enjoy a panoramic view over the valley and facing towards the cluster of Soajo village. This is a well-kept secret which is 800 metres off the road, nestling between local flora and fauna, and from where you can also see two of the eleven Stone Age dolmens and tombs which make up the Megalithic Nucleus in the village of Mezio.

Promotor Developer: City & Country Hotels Construtor Builder: Baltor Lda. Arquitecto Architect: Jorge Teixeira Clemente


Prémio Nacional do Imobiliário

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Turismo Tourism

16 MAR/ABR 2016

Centro de Ciência do Café Coffee Science Centre A motivação deste projecto prendeu-se com a necessidade de criar um edifício mais eficaz e representativo da História do Café e do que a ela está intrinsecamente ligada a vida do próprio Comendador Rui Nabeiro. O Museu do Café, em Campo Maior, foi inaugurado em 1994, por iniciativa de Manuel Rui Azinhais Nabeiro, fundador da maior empresa de torrefação de café existente em Portugal. Desde a sua inauguração, o Museu do Café teve mais de 150 mil visitantes nacionais e estrangeiros. Após 18 anos de existência procedeu-se a uma reflexão sobre a sua história e as novas necessidades e interesses que se colocam à sociedade contemporânea. Concluiu-se que estava reunido um conjunto de factores que permitia alargar o leque de resposta desta instituição museológica, integrando-a num Centro de Interpretação, Divulgação Científica e Tecnológica e Promoção Turística, que tivesse como motivo unificador a Cultura do Café. Este Centro de Ciência do Café foi ao encontro das reais necessidades de uma comunidade transfronteiriça, com um património cultural e natural, que deve ser rentabilizado em múltiplas vertentes, nomeadamente, a economia, a tecnologia, a científica, educativa, cultural, social e a turística. The motivation behind this project had to do with the need to create a more effective building that was more representative of the History of Coffee and to which would be intrinsically linked to the life of Portuguese coffee mogul Comendador Rui Nabeiro. The Coffee Museum in Campo Maior was inaugurated in 1994 on the initiative of Manuel Rui Azinhais Nabeiro, founder of the largest coffee processing company in Portugal. Since its inauguration, the Coffee Museum has clocked up more than 150,000 national and international visitors. After 18 years in existence it represents a reflection on its history and the new needs and interests of contemporary society. The conclusion was reached that there were a number of factors which when taken together meant that the range of facilities and amenities in this museum institution could be expanded and intergrated into a visitors’ centre - Centro de Interpretação, Divulgação Científica e Tecnológica e Promoção Turística with the aim of bringing tgoether all of the strands of the Culture of Coffee. This Coffee Science Centre aims to meet the real needs of a cross-border community,with a cultural and natural heritage, which should be exploited from various angles, namely , the economy, technology, scientific , educational, cultural, social and tourist.

Promotor Developer: Delta Ciência e Desenvolvimento Construtor Builder: Grupo CASAIS Arquitecto Architect: João António Alves Simão – Diade Design Mediador Agent: Grupo Nabeiro


24Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Turismo Tourism

Clubehouse - Espiche Golfe

Construído numa reserva ecológica, sobre uma ruína pré-existente de 190m² e no local de uma antiga quinta algarvia, a filosofia subjacente tanto ao Clubhouse, como ao campo de golfe, é a de ‘sustentabilidade para um mundo em mudança’. Em termos de materiais, toda a alvenaria remanescente da ruína pré-existente foi incorporada nas paredes inferiores da estrutura externa para preservar e honrar o sentido da história e espaço. O resto da pedra bruta utilizado nas paredes veio das terras e pedreiras vizinhas e a pedra usada em calçada e empedrados em torno do edifício e caminhos no campo de golfe foi de origem local. Além das suas funções tradicionais de um Clubhouse associado a um campo de Golfe alojar os serviços administrativos, garantir a gestão do campo de golfe e a loja de golfe para comercialização de equipamentos - o espaço integra ainda um restaurante/bar. O edifício conta com terraços, salões lounge e Skybar, bar/restaurante, pátio interior com jardim e fonte, vestiários, loja de golfe e uma ampla área de recepção com um back-office para a administração do campo. Built in an ecological reservation, on a preexisting 190m2 ruin located within an old Algarve estate, the underlying philosophy to the Clubhouse and the golf course is one of ‘sustainability in a world of change’. In terms of materials, all the remaining masonry of the pre-existing ruin was incorporated into the lower walls of the outside structure to preserve and honour the sense of history of the space. The rest of the bare stone used in the walls came from the neighbouring land and quarries and stone used in the paving and paths around the building and paths around the golf course was of local origin. In addition to its traditional functions as a Clubhouse associated with a Golf course - it houses administrative services, guaranteeing the management of the golf course and the golf shop to sell equipment - the space also has a restaurant/bar. The building has terraces, lounges and a Skybar/restaurant, interior patio with garden and fountain, changing room facilities, golf shop and a specious reception area with a backoffice for administration of the golf course.

Promotor Developer: Espiche Campo de Golfe Construtor Builder: Consdep e Viva Mundial Arquitecto Architect: Nadine Berger


Prémio Nacional do Imobiliário

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Turismo Tourism

16 MAR/ABR 2016

Hotel Santiago de Alfama Localizado em Alfama, Lisboa, desconhece-se a data inicial da sua construção, embora percebase que é uma edificação bastante anterior ao terramoto de Lisboa de 1755. A transformação operada neste conjunto consistiu em instalar um hotel de charme e de luxo com vinte quartos. Não houve qualquer alteração à sua volumetria inicial, com excepção de pequeníssimos detalhes, nomeadamente um terraço a tardoz e algumas cotas de cumeeira. Apesar disto, o edifício cresce em área construída de 1.700 para 2.400 m2 de área. Este ganho faz-se à custa de escavação também a tardoz e em cave sobretudo, onde se localizam os serviços do hotel. Antes de sofrer esta intervenção, o edifício foi alvo de vários diagnósticos e escavações arqueológicas, permitindo criar as ditas caves necessárias à operação do hotel. Durante a primeira fase de reconstrução foram descobertas pré-existências que, no decorrer da segunda fase de acabamentos, serão totalmente integrados e aproveitados, tais como arcos, cisterna, troços de tanques romanos, colunatas manuelinas, entre outras. É de referir ainda que 80% das paredes desta construção são mestras, não existindo nenhuma ortogonalidade entre elas. Located in Alfama, Lisbon, it is not know exactly when it was built, although it is known that the building significantly pre-dates the Great Lisbon Earthquake of 1755. The transformation forseen for this complex consists of building a luxury 20-room charm hotel. There was no change to its initial volume, with the excpetion of the tiniest of details, namely a rear terrace and some alterations to the height of the roof. Despite this, the building area has increased from 1,700 to 2,400m2. This gain has been made through excavating down at the rear terrace, and particularly the basement, where the hotel services are located. Before undergoing this building work, the building was the target of various archaeological diagnostics and excavations, enabling the basements necessary for the hotel’s operation to be put in. During the first phase of the reconstruction some original features dating back to previous centuries were discovered which during the second phase of finishing works will be totally incorporated and taken advantage of, such as arches, a cistern, sections of Roman tanks, manuelline style (early 16th century) columns, among others. It should also be mentioned that 80% of the walls of this construction are bearing walls, there being no orthogonality among them.

Promotor Developer: Manuel e Hellen Rosa da Silva Construtor Builder: Teixeira Duarte e S. José Arquitecto Architect: RA \\ Architectural & Design Studio Rebelo de Andrade


26Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Turismo Tourism

Hotel Vila Galé Évora O Hotel Vila Galé Évora procurou promover a valorização do espaço e contribuir para a requalificação da oferta hoteleira da cidade de Évora. Situado junto às muralhas da cidade e apenas a dois minutos do centro histórico, conta com amplos e modernos quartos e suites, dois restaurantes, um bar, uma piscina exterior ladeada por oliveiras e um spa Satsanga com piscina interior, sauna, banho turco e salas de massagem. Para o segmento de negócios apostou num moderno centro de convenções constituído por quatro salas totalmente equipadas e adaptadas a todo o tipo de eventos. Neste projecto optou-se por implantar o corpo principal do hotel paralelo à Avenida Túlio Espanca com poucas vistas para a frente, escolhendo-se para os pisos dos quartos vãos com vidro fosco, iluminando com luz natural os corredores. Desta forma, o hotel desenvolveu-se em dois corpos perpendiculares ao corpo principal, o que originou uma solução arquitectónica da implantação em forma de ‘Pente’ virada a Sul. As origens e as tradições locais estão bem patentes na decoração de interiores onde dominam as influências árabes, bem como a arte equestre e ainda o cante alentejano recentemente elevado a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. The Hotel Vila Galé Évora sought to.make the best of the space and contribute to modernising the hotel offer in the city of Évora. Situated next to the city walls and just two minutes from the historic centre, it boasts spacious and modern rooms and suites, two restaurants, a bar, an outdoor pool surrounded by olive trees, a Satsanga spa with indoor pool, sauna, Turkish steam bath and massage rooms. For the business segment it features a modern conventions centre comprising four rooms totally equipped and adapted for all types of events. In this project it was decided to implant the main body of the hotel parallel with Avenida Túlio Espanca with few front-facing views; choosing fenestration elements with frosted glass for illuminating the corridors with natural light. In this way, the hotel developed in two corpuses perpendicular to the main corpus, which gave rise to an architectonic solution of implantation in a ‘Comb’ shape and facing South. Local origins and traditions are highly evident in the decoration of the interiors where Arab influences dominate, as well as equestrian art and even Alentejo choral singing which was recently designated with the status of Intangible Heritage of Humanity by UNESCO.

Promotor Developer: Vila Galé SA Construtor Builder: Gabriel Couto Arquitecto Architect: Luís Carlos Antunes António


Prémio Nacional do Imobiliário Turismo Tourism

27 16 MAR/ABR 2016

Jupiter Lisboa Hotel

O edifício da Avenida da República nº46, em Lisboa, que estava a ser alvo de uma intervenção profunda de reabilitação abriu portas no ano passado como hotel de quatro estrelas. Manteve a histórica fachada original de 1906, desenhada pelo arquitecto Miguel Ventura Terra, e inspirou-se na história da cidade de Lisboa, sendo que os 224 quartos reflectem “a cultura e os bairros lisboetas, os seus monumentos, símbolos e cores que a tornam única”. Todos os amplos quartos (inferiores a 25m²) e suites possuem internet Wi-Fi gratuita, mesa de trabalho, smart TV, ligação HDMI, casa-de-banho com duche ou banheira. Possui ainda piscina exterior, parque estacionamento, ginásio disponível 24horas/ dia, o Bar Lisboa Amada aberto 24 horas/ dia e o Restaurante Dom Alimado de cozinha mediterrânica e algarvia. As diversas tipologias de quartos adaptam-se quer para hóspedes individuais, em negócios ou casais, sendo que para as famílias o hotel dispõe de quartos comunicantes e amplas suites júnior ou suites diplomáticas. Desta forma, assume-se como o hotel ideal para uma programa de fimde-semana, para quem quer conhecer e explorar a capital portuguesa ou ainda para pequenas reuniões de negócios. The building in Avenida da República No 46 in Lisbon, which was the target of extensive rehabilitation works, opened its doors last year as a four-star hotel. It retained its original historic façade dating from 1906 designed by the architect Miguel Ventura Terra; and inspired by the history of the city of Lisbon, with the 224 rooms reflecting “Lisbon culture and neighbourhoods, its monuments, symbols and colours that make it unique”. All of the spacious rooms (less than 25m2) and suites have free Wi-Fi internet, work table, smart TV, HDMI link, and bathroom with shower or bath. It also boasts an outdoor pool, parking, gym open 24 hours/day, Bar Lisboa Amada open 24 hours/day and the restaurant Dom Alimado serving Mediterranean and Algarve cuisine. The diverse typologies of the rooms are adpated for individual guests, business guests or couples, while for families the hotel features interlinked rooms and specious junior suites or diplomatic suites. In this way, it is the ideal hotel for a weekend get-away, for those who want to discover and explore the Portuguese capital or for small business meetings.

Promotor Developer: Jupiter Hotéis Construtor Builder: Maia e Pereira Arquitecto Architect: Miguel Ventura Terra


28Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Turismo Tourism

Palácio do Governador Governor’s Palace

O Palácio do Governador, com 60 quartos, todos diferentes, localiza-se junto ao rio Tejo, em pleno centro histórico de Belém, numa das zonas mais emblemáticas da capital. Erguido na antiga Casa do Governador da Torre de Belém e restaurada sobre vestígios romanos dos séculos I a V, é um edifício palaciano, com uma recepção que já foi capela, um restaurante com tectos em abóbodas originais e um spa contemporâneo ligado às antigas tradições termais das culturas mediterrânicas. Esta unidade hoteleira teve como premissa de manter, tanto quanto possível, as suas características arquitectónicas e estruturais. Nini Andrade Silva, decoradora responsável pelo design e decoração interior, realçou as características do espaço através de uma ‘viagem’ à época dos Descobrimentos para criar uma arquitectura de interiores inspirada na Companhia das Índias, onde integrou cerca de 300 reproduções dessa loiça, possíveis de encontrar um pouco por todo o hotel. Este novo hotel de Lisboa recupera, assim, parte da História de Lisboa e de Portugal. The Governor’s Palace (Palácio do Governador), with 60 rooms, all different, is located next to the River Tagus, right in the historic centre of Belém, in one of the most iconic areas of the city. Errected in the former Casa do Governador (House of the Governor of the Belém Tower) and restored over Roman remains from the 1st to 5th centuries, it is a palatial building with a reception that was once a chapel, a restaurant with original vaulted ceilings and a moden spa with a link to the traditions of hot thermal spring baths from Mediterranean cultures. This hotel unit’s brief was to maintain, where possible, its architectonic and structural characteristics. Nini Andrade Silva, the interior designer responsible for the interior design and decoration, traced the characteristics of the space through a ‘journey’ to the times of the Discoveries to create an interior architecture inspired by the Indies Company, where she integrated around 300 reproductions of this chinaware all over the hotel. This new Lisbon hotel thereby recovers part of the history of Lisbon and Portugal.

Promotor Developer: Sycamore Propriedades SA Construtor Builder: Casais Arquitecto Architect: Jorge Cruz Pinto e Maria Cristina Mantas


Prémio Nacional do Imobiliário Turismo Tourism

29 16 MAR/ABR 2016

Pestana Pousada de Lisboa Em Maio de 2015, o Grupo Pestana Pousadas concretizou o seu ‘sonho de décadas’, através da abertura da primeira unidade no coração do centro histórico de Lisboa, num edifício-quarteirão defronte à Praça do Comércio. Outrora sede do Ministério da Administração Interna na década de 90 e, mais tarde, uma esquadra de polícia, o imóvel de traça pombalina de grande valor histórico-cultural apresenta-se, depois de 17 meses de reconstrução, como a mais recente Pousada de Portugal e membro da Small Luxury Hotels of the World. Da localização e dos valores patrimoniais presentes, bem como da flexibilidade de adaptação da estrutura original, da sua métrica de vãos, relativamente às exigências do novo programa, resultou um edifício de cinco pisos onde se valorizaram as qualidades formais e estéticas dos espaços, sem esquecer a qualidade e nobreza dos acabamentos pétreos, mais modernos e a sua renovação interna, resultante das anteriores campanhas de obras. Com os seus 90 quartos, a Pousada de Lisboa integra-se na estratégia das Pousadas de Portugal de preservação e promoção da hospitalidade de qualidade e culturas portuguesas e dotar a cidade de uma oferta única. In May 2015 the Grupo Pestana Pousadas (Pestana Pousadas Group) achieved its ‘decades-old dream’, with the opening of its first hotel in the historic heart of Lisbon, in a neighbourhood block fronting onto Praça do Comércio. Formerly the headquarters of the Ministry of Internal Administration in the 90s and, later on, a police station; the property - in the 18th century Pombaline style and which is of great historic and cultural value - has, after 17 months of reconstruction, become the latest Pousada de Portugal and a member of the Small Luxury Hotels of the World. Its location and current value in terms of heritage, as well as the flexibility involved in adapting the original structure, the metric of its spans, and in regard of the demands of the new programme, the result is a five floor building where the formal qualities and aesthetics of the spaces have been vaued, without forgetting the quality and nobility of the more modern stone finishes and its internal rennovation resulting from previous works. With its 90 rooms, the Pousada de Lisboa is intergrated within the strategy of Pousadas de Portugal to preserve and promote quality hospitality and Portuguese cultures and bestow a unique offer on the city.

Promotor Developer: Grupo Pestana Pousadas Construtor Builder: Soares da Costa Arquitecto Architect: David Sinclair Arquitectos Associados / Dueto Arquitectos / Jaime Morais Arquitectos Associados


30Prémio Nacional do Imobiliário 16 MAR/ABR 2016

Turismo Tourism

Villas da Fonte Leasure & Nature Hotel Apartamento

Este hotel apartamento de quatro estrelas está vocacionado para casais, famílias e grupos, oferecendo uma oportunidade única num ambiente rural em contacto com a natureza mas ao mesmo tempo a uma curta distância das principais atracções culturais da região de Leiria. Nove apartamentos independentes com pátios privativos, em forma de pequenas moradias, encontram-se dispersos pela propriedade. Aqui os materiais de construção utilizados invocam a natureza, a madeira e os jardins verticais. Cinco dos quartos localizados no edifício principal têm vista para o espaço lúdico do empreendimento. Esta unidade dispõe ainda de restaurante bar e esplanada, piscina exterior e interior com jacuzzi, campo de jorkyball, serviços de beleza, saúde e bem-estar, lavandaria serfservice, loja de produtos locais e tradicionais e parque privativo. Amigo do ambiente, o Villas da Fonte promove um conceito que enfatiza a qualidade de vida em harmonia com a natureza e promete ser um ‘pedaço de paraíso para o descanso e bem-estar’. This four-star aparthotel is aimed at couples, families and groups, offering a unique opportunity in a rural environment in contact with nature but at the same time is located a short distance from the made cultural attractions in the Leiria region. Nine independent apartments with private patios, in the form of small town houses are spread out around the property. Here the building materials used are evocative of nature, the wood and vertical gardens. Five of the four rooms in the main building have a view overlooking the development’s leisure area. This unit also boasts a restaurant bar and esplanade, outdoor pool and indoor pool with Jacuzzi, jorkyball, health, beauty and wellness services, self-service launderette, local and traditional products shop and private park. Environmentally friendly, the Villas da Fonte fosters a concept which emphasises quality of life in harmony with nature and promises to be a “piece of paradise for rest and wellbeing.”

Promotor Developer: Central Rede Lda. Construtor Builder: Persarel Lda. Arquitecto Architect: Jorge Teixeira Clemente



Opinião Hugo Nunes

Nova forma de financiamento imobiliário? New forms of real estate financing?

Hugo Nunes Sócia Partner Sofia Galvão Advogados

O financiamento colaborativo (‘Crowdfunding’) é um mecanismo que, por intermédio de contribuições de valor reduzido (ao alcance da generalidade da população) e com promoção online, permite o financiamento de projectos filantrópicos (mero donativo, sem contrapartida) ou de projectos com fins lucrativos [investimento remunerado mediante (i) pagamento de juros, (ii) entrega de brinde relacionado com o projecto ou (iii) participação nos lucros, eventualmente convertível em participação social na empresa]. Pese embora o Crowdfunding seja normalmente associado a actividades típicas de start-up (p.e., novas tecnologias ou produção cultural), o impacte desta ‘nova’ modalidade de financiamento começa a fazer-se sentir no sector imobiliário, por intermédio de campanhas de Real Estate Crowdfunding (‘REC’). De acordo com os últimos dados, estima-se que, em 2015, o volume de investimento em REC, a nível mundial, tenha atingido os $2.570M, dos quais $1.400M nos EUA e $1.000M, na Europa – em Espanha, onde o REC deu os primeiros passos no ano passado, serão angariados em 2016, por esta via, €37,5M (15% do volume total de investimento em Crowdfunding nesse país). Uma análise comparativa permite concluir que existem diversos modelos de estruturação do REC, quanto a limites de investimento por projecto (‘LP’) e por categoria de investidor (‘LCI’): nos EUA, LP de $1M/ano, com LCI diferenciados para investidores não-qualificados (rendimento anual inferior a $100K, taxa de esforço de 5%) e qualificados (rendimento anual superior a $100K, taxa de esforço de 10%, máximo $100K); na Alemanha, LP de €2,5M, sem LCI para investidores profissionais; em Espanha, LP de €2M (investidores não-profissionais) ou de €5M (investidores profissionais). Em Portugal, entrou em vigor, em Outubro de

2015, o regime jurídico do Crowdfunding (‘RJC’), nos termos do qual podem ser titulares de plataformas quaisquer pessoas colectivas ou estabelecimentos individuais de responsabilidade, fixando-se, em relação às mesmas, os respectivos deveres, modo de adesão e regras aplicáveis aos contratos celebrados (a par do regime sancionatório e de supervisão – quando esteja em causa actividade de intermediação de financiamento através de capital ou por empréstimo, é necessário registo prévio junto da CMVM). Mais recentemente foi colocado em discussão pública pela CMVM o projecto de Regulamento previsto no RJC, o qual propõe a fixação de um LP geral de €1M (passível de ser aumentado até €5M, nas ofertas destinadas exclusivamente a investidores que sejam pessoas singulares com rendimento anual superior a €100K), bem como uma protecção acrescida para os “pequenos” investidores (rendimento anual inferior a €100K) – €3.000/ por oferta disponível, €10.000 para o total dos investimentos em Crowdfunding/ano. O futuro ditará o lugar, entre nós, do REC enquanto fonte de financiamento do investimento imobiliário – para já, o próximo passo será a aprovação (e publicação) da regulamentação necessária. Crowdfunding is a mechanism which, through the use of small contributions (at the reach of the general population) and online promotion, enables the financing of philanthropic projects (mere donations with no return) or of profitable projects [investment with return by means of (i) interests, ii) project-related gifts or (iii) participation in profits, sometimes via a stake in the company]. Even if Crowdfunding is normally associated with “typical” start-up activities (e.g., new technologies or cultural production), the impact of


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O futuro ditará o lugar, entre nós, do REC enquanto fonte de financiamento do investimento imobiliário. The future will show the place reserved REC among us as a source for real estate investment financing.

this “new” type of financing is beginning to be noticed in the real estate sector, in the shape of Real Estate Crowdfunding (“REC”). According to the latest statistics, 2015, REC worldwide investment is estimated to have reached $2.570M, of which $1.400M in the USA

and $1.000M in Europe [in Spain, where REC took its first steps last year, in 2016, €37,5M is expected to be raised through REC (15% of the total Crowdfunding expected investment)]. In a comparative analysis, various structural models for REC have been adopted, whether in terms of investment limits per project (“LP”’) as per type of investor (“LI”): in the USA, LP of $1M/ year, with differentiated LI for non-qualified investors (annual return less than $100K, effort rate of 10%, maximum $100K; in Germany, LP of €2,5M, with no LI for professional investors; in Spain LP of €2M (non-professional investors) or €5M (professional investors). In Portugal, the Crowdfunding Act came into force in October 2015 (“CA”), under which any collective persons or individual establishments of liability can be owner of Crowdfunding platforms, setting the applicable duties, registration procedures and rules applicable to the relevant contracts (as well as supervisory and penalties regime – when performing funding activities, via equity or debt, prior registration with the Portuguese Securities Market Commission – “CMVM” – is mandatory).More recently, CMVM presented, for public discussion purposes, a project for an additional set of Regulations, as foreseen in the CA, which proposes setting a general LP of €1M (which can be increased up to €5M, in offers aimed exclusively at investors with an annual personal income of over €100K), as well as an added protection for “small investors” (annual personal income of less than €100K),– €3.000/ available offer, €10.000 for the total of investments in Crowdfunding/year. The future will show the place reserved REC among us as a source for real estate investment financing– for the time being, the next step will be the approval (and publication) of the necessary regulations.


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Edif铆cio Centro Santander Totta

Obra simb贸lica na capital

An iconic project in the city


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O novo Edifício Centro Santander Totta vai abrir portas no Verão de 2016. Com projecto assinado pelo arquitecto de renome Frederico Valsassina, reflecte a aposta e confiança da instituição bancária no nosso País. Santander Totta bank’s new headquarters Edifício Centro Santander Totta will open its doors in the Summer of 2016. Designed by the renown architect Frederico Valsassina, the building reflects the banking institution’s investments and confidence in our country. O Santander Totta investiu 26.9 milhões de euros no novo Edifício Centro Santander Totta, entre terreno e construção. As obras iniciaram-se em Dezembro de 2014 e deverão estar concluídas no final da próxima Primavera. A sede financeira do Santander Totta vai manter-se na Rua do Ouro, na Baixa de Lisboa, mas o banco já anunciou que vai libertar três edifícios, sendo que dois dos imóveis são arrendados e um

terceiro de que é proprietário vai ser vendido. O novo Edifício Centro Totta é emblemático, possui uma traça arquitectónica muito original e onde todos os pormenores foram pensados ao mais ínfimo pormenor, sobretudo ao nível da sustentabilidade ambiental e impacte visual. Mas mais do que isso, é uma obra que faz parte do plano de crescimento do Santander Totta e que revela a confiança do banco no futuro do País.


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abastecidos pelas águas pluviais e pelas águas cinzentas. Em ambos os casos, as águas passam por um rigoroso sistema de tratamento, filtragem e desinfecção de forma a poderem ser novamente utilizadas na rega dos espaços verdes, nos equipamentos sanitários e na lavagem da sala dos lixos e garagem. E como nada foi deixado ao acaso, os novos quatro elevadores são também dotados com um sistema de regeneração de energia. Será ainda implementado no novo edifício um sistema de reciclagem de resíduos recuperáveis e orgânicos, como, aliás, já acontece no edifício existente.

Um edifício generoso para a cidade de Lisboa e para a sociedade em geral é como se apresenta este imóvel ao público. O mesmo foi pensado tendo em consideração valores de funcionalidade, proximidade e sustentabilidade. Edifício integrado na paisagem No total são três os blocos semi-enterrados em redor do edifício já existente e que vão estar interligados internamente: um paralelo à Avenida Calouste Gulbenkian (bloco A), outro na fronteira com a ciclovia e virado para a Universidade Nova (bloco B) e um último que conjuga a construção em altura com a subterrânea (bloco C). O bloco A vai ser constituído por quatro pisos abaixo da cota do solo natural e o facto de o terreno ser desnivelado levou a que dos quatro pisos apenas três sejam visíveis. Os três primeiros pisos deste bloco destinam-se ao funcionamento de serviços, enquanto o quarto piso vai ser dotado de um auditório para 252 pessoas, uma sala multiusos com 50 lugares, a par das áreas técnicas. Já o bloco B vai ter quatro pisos abaixo do nível da cota do terreno natural e um piso acima. Assim, o piso localizado à superfície destina-se aos serviços e áreas técnicas; o piso -2 vai possuir um ginásio com 683m2 e um novo espaço de cafetaria/restauração com 300 m2 (oferta total passa de 988m2 para 1.288 m2) com vista para um terreiro ajardinado; e os três pisos inferiores vão ser dedicados ao estacionamento e áreas técnicas. Faça-se a ressalva para o facto de os espaços de estacionamento passarem dos actuais 387 lugares para os 571 lugares e de estes ficarem ligados ao edifício já existente ao nível

de cada um dos pisos. Por fim, o bloco C possui dois pisos à superfície vocacionados para os serviços e um piso subterrâneo para áreas técnicas. Melhor ambiente para todos As questões de impacte visual e de sustentabilidade ambiental foram imperiais na concepção deste projecto. Basta referir que a opção de todas as novas construções terem coberturas ajardinadas permitiu a integração do novo edificado no corredor verde de Monsanto. A isto acresce as várias soluções eco-friendly e os sistemas de última geração de elevada eficiência energética que, segundo as estimativas do projecto, vão permitir uma redução energética na ordem dos 20%. Com o intuito de aproveitar ao máximo a luz natural do dia e minimizar os custos com energia, optou-se, ao nível da iluminação, por utilizar luminárias de led com fluxo luminoso variável ajustado de acordo com a luz natural; por incrementar um sistema de iluminação controlado por um sistema centralizado de última geração (Dali); e promover a regulação da luz natural através de um comando centralizado de estores. Em termos de climatização, quer das áreas de serviços, quer de circulação, a produção de água quente e fria é assegurada por três chillers de potência considerável (1.480KW). A este nível, a novidade surge em termos do aquecimento/ arrefecimento do ar que utiliza um inovador sistema (indução) que se caracteriza pelo conforto térmico e ausência de ruídos. O edifício foi preparado com dois reservatórios de água reutilizável (cerca de 40m3) que serão

Acreditar no futuro No futuro, o Santander Totta vai deter, em Lisboa, dois edifícios administrativos (CST e Rua Augusta, também este último objecto de recuperação), aos quais acresce o edifício institucional da sede (Rua do Ouro) e um edifício logístico (Francelha). No Porto, o seu património passa por dois edifícios administrativos localizados na Avenida Boavista e na Rua Júlio Dinis. Com o novo Edifício Centro Santander Totta o espaço passará a acolher 2.200 pessoas, ou seja, aos actuais 1.300 colaboradores, acrescem, agora, mais 900. Esta é uma obra que merece uma ressalva não só por se tratar de construção nova, pela imponência arquitectónica, pelas mega-estruturas que envolveu e pelo ambiente cuidadosamente idealizado mas, sobretudo, pelo facto de ser um banco cujos capitais são de origem espanhola e que, ainda assim, se mantém de ‘pedra e cal’ em Portugal. Mais, que acredita na economia nacional e, por isso mesmo, aumentou o seu investimento no nosso País. Para António Vieira Monteiro, presidente Executivo do Santander Totta, o novo edifício reflecte a aposta do banco no nosso País, “para servir as pessoas e as empresas”. O responsável máximo do Santander Totta – segundo maior banco privado em Portugal - recorda que a entidade que dirige quer continuar a crescer, lembrando que é hoje a instituição financeira com “melhores resultados, melhores rácios de capital e de rating em Portugal, posição que alcançou sem qualquer recurso ao apoio do Estado ou do accionista”. Santander Totta has invested 26.9 million euros in the new Edifício Centro Santander Totta on both the plot of land and its construction. Work began in December 2014 and should be completed at the end of next Spring. Santander Totta’s financial headquarters will remain in Rua do Ouro, in Lisbon’s downtown Baixa, but the bank has already announced that it will free up three


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Um edifício generoso para a cidade de Lisboa e para a sociedade em geral é como se apresenta este imóvel ao público. O mesmo foi pensado tendo em consideração valores de funcionalidade, proximidade e sustentabilidade. A generously-sized building for the city of Lisbon and for society in general is how this building is being presented to the public. It was actually conceived taking into consideration the values of functionality, proximity and sustainability.”

buildings, two of these properties being rented and a third which it owns is to be sold. The new Edifício Centro Totta is iconic, it has a highly original architectural outline where all of the details were thought out down to the tiniest of details, particularly at the level of environmental sustainability and visual impact. But more than this, it is a project that forms part of Santander Totta’s growth plan and which reveals the confidence of the bank in the future of Portugal. A generously-sized building for the city of Lisbon

and for society in general is how this building is being presented to the public. It was actually conceived taking into consideration the values of functionality, proximity and sustainability. A building that blends into the landscape There are three semi-buried blocks around the pre-existing buildings which will be interlinked internally: one parallel to Avenida Calouste Gulbenkian (Block A), another bordering the cycle path and pointing towards the University Nova (Block B), and a third which brings together the above ground construction with the subterranean construction (Block C). Block A will be constructed with four floors below the natural soil level and the fact that the site is uneven means that of the four floors, only three are visible. The first three floors of this block have been earmarked for services, whilst the fourth floor will boast a 252-seat auditorium, a multi-purpose room to seat 50, as well as technical areas. Block B will have four floors below ground and one above. Therefore, the floor on the surface will be for services and technical areas; Floor -2 will feature a 683m2 gym and a new 300. m2 cafeteria/restaurant space (total space goes from 988 m2 to 1,288 m2) with a view over a garden yard; and the three below-ground floors will be set aside for parking and technical areas. It is worth pointing out that the parking spaces pass from the current 387 to 571 spaces, and are linked to the pre-existing building to the level of each one of the floors. Last, Block C has two floors on the surface devoted to services and a subterranean floor for technical areas. Better environment for all Questions of visual impact and environmental sustainability were paramount in the design of this project. It suffices to say that the option for all of the new constructions to have roof gardens meant that the new building could be integrated into the Monsanto green corridor. To this are added the various eco-friendly solutions and the latest generation of high-energy efficiency systems which, accordign to the project specification estimates, will enable a reduction in energy in the order of 20%. With the intention to make the most of the natural daylight and minimise energy costs, in terms of lighting, it was decided to choose LED lights whereby the lighting levels could be adjusted according to the natural light; to install a lighting system controlled by the latest centralised system (Dali); and foster natural light regulation via a centralised daylight control command.

In terms of air-conditioning; whether in the services areas or the free circulation areas; the production of hot and cold water is assured by three chillers of considerable power (1.480KW). At this level, the novelty is in terms of the air heating/cooling which uses an innovative system (induction) which is characterised by thermal comfort and noise supression. The building was prepared with two reusable water tanks (around 40m3) which will be supplied by rain water and grey water. In both cases the water passes through a thorough treatment system - filtering and disinfecting it so that it can be used again to water green spaces, in sanitary facilities and in washing the waste room and garage. And since nothing was left to chance, the four new elevators have also been provided with an energy regeneration system. A system of organic and recoverable waste recycling will also be implemented, as already happens in the existing building. Believing in the future In the future Santander Totta will have two administrative buildings (CST and Rua Augusta, the latter also being modernised), to which is added the institutional headquarters building (Rua do Ouro) and a logistics building (Francelha). In Porto its patrimony includes two administrative buildings located in Avenida Boavista and in Rua Júlio Dinis. With the new Edifício Centro Santander Totta the space will accommodate 2,200 people, in other words a further 900 staff will be added to the current 1,300 staff members. This is a project which merits attention, not only because it is a new building, but because of its architectural impressiveness, the megastructures involved and the carefully created environment but, most of all, from the fact that it is a bank whose capital is of Spanish origin and which, nevertheless, maintains a ‘bricks and mortar’ presence in Portugal. But furthermore one that believes in the national economy and for this very reason, has increased its investment in Portugal. For António Vieira Monteiro, CEO of Santander Totta, the new building reflects reflects the bank’s investment in our country, “to serve people and companies”. The Santander Totta top chief - the second largest private bank in Portugal - recalls that the entity he runs aims to continue growing, stressing that today it is the financial institution with the “best results, best capital ratios and rating in Portugal, a position it achieved without any recourse to help from the State or from shareholders”.


38 Atelier 16 MAR/ABR 2016

Promontório

Discrição e competência Discription and competence


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Fazem da descrição uma ferramenta e da competência uma arma. Pouca gente saberá que o Promontório é um dos mais prestigiados gabinetes de arquitectura de Portugal, com créditos firmados dentro e fora do País. They make a tool of description and a weapon of competence. Few people would know that Promontório is one of the most prestigious architecture ateliers in Portugal, with an enviable reputation both at home and abroad.

Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida

Num sítio bem escondido de Lisboa, junto à antiga Fábrica de Material de Guerra, está montada toda uma ‘artilharia’ de tecnologia e sabedoria que alcança hoje boa parte do mundo. Daqui saem projectos para todas as áreas de arquitectura, num desafio permanente pela defesa da qualidade e do rigor. Com uma obra notável em Portugal, trabalham, actualmente, para países tão díspares como, por exemplo, Angola, Moçambique, Qatar, Arábia Saudita, Egipto, Argélia, Rússia, Vietnam ou Koweit.

João Luís Ferreira, um dos sócios do gabinete, assegura que não há grande dificuldade em lidar com mercados tão diferentes. “Há que ter em atenção a cultura do tempo, o espírito do tempo, o clima e a forma como as pessoas vivem”. Com 60 colaboradores, a maioria dos quais arquitectos, João Ferreira partilha da opinião de que Portugal é um País muito bem visto internacionalmente nesta área, estando ao nível do que melhor se faz no mundo. O Promontório raramente vai a concursos, sen-


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do boa parte do seu trabalho conseguido por convites, o que, por si só, atesta o reconhecimento que tem. O nosso anfitrião não vê como um factor negativo a emigração de jovens arquitectos. Pelo contrário, acha que isso enriquece o seu curriculum “permite vencer os medos e ganhar estofo para ser criticado. Muitos vão e voltam”. Outro tema que sempre preocupou muito estes profissionais é o flagelo da burocracia, que no passado chegou a invalidar imensas obras de grande nível. João Luís Ferreira considera que os tempos mudaram e que as “entidades públicas têm muito mais responsabilidade”. Portanto já sabe. Coloque esta grande equipa na sua lista de contactos. In a well-tucked away site in Lisbon, next to the former weapons factory Fábrica de Material de Guerra, an ‘artilliary’ of technology and wisdom is set up that today has reached a large part of the world Projects for all areas of architecture emerge from here, in what is a constant challenge in the defence of quality and accuracy. With a remarkable body of work in Portugal, they currently have projects for countries as far and wide as Angola, Mozambique, Quatar, Saudi Arabia, Egypt, Algeria, Russia, Vietnam

and Kuwait, just to name some examples. João Luís Ferreira, one of the partners at the atelier, insists that it isn’t that difficult dealing with such different markets. “One has to pay attention to the culture of time, the spirit of time, the climate and the way in which people live. With 60 staff, the majority of whom are architects, João Ferreira shares the opinion that Portugal is a country that has a very good reputation internationally in this area, at the level of being the best in the world at what it does. Promontório rarely competes for projects, securing the majority of its contracts through invitation, which in itself is proof of the recognition that it enjoys. Our host doesn’t see the emigration of young architects as a bad thing. Quite the contrary, he believes that this enriches their curriculum “allowing them to conquer their fears and develop the guts to face criticism. Many leave and return”. Another topic that has always worried these professionals a lot is the bundles of red tape, which in the past ended up by strangling many high-level projects. João Luís Ferreira believes that times have changed and that “public entities have a lot more responsibility”. So now you know. Add this great team to your contacts list.

Com uma obra notável em Portugal, trabalham, actualmente, para países tão díspares como, por exemplo, Angola, Moçambique, Qatar, Arábia Saudita, Egipto, Argélia, Rússia, Vietnam ou Koweit. With a remarkable body of work in Portugal, they currently have projects for countries as far and wide as Angola, Mozambique, Quatar, Saudi Arabia, Egypt, Algeria, Russia, Vietnam and Kuwait, just to name some examples.



Ventos do Norte 42 16 MAR/ABR 2016

OTB

Jovens irmãos criam marca na reabilitação Young team creates a brand in the renovated


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Poucas vezes se aplica o provérbio – ‘filho de peixe sabe nadar’ - com a certeza que apresenta o caso dos jovens empresários Maria João e Nuno Ascenção, promotores da Outside The Box (OTB). It’s not often that the proverb – ‘a chip off the old block’ applies so faithfully as it does in the case of the young entrepreneurs Maria João and Nuno Ascenção, developers from Outside The Box (OTB). Texto Text: Elisabete Soares

Sendo filhos do empresário Mário Ascenção, uma referência na promoção imobiliária e hoteleira nacional – basta referir o caso das unidades recentes da Eurostars das Artes, na rua do Rosário, do Eurostars Oporto, junto ao Hospital de São João, exploradas pela cadeia espanhola Hotusa, e do hotel Axis Porto, da cadeia nacional Axis -, o percurso recente dos jovens Ascenção já conseguiu fazer vingar a suas marcas. Uma delas chama-se Porto Renovato e assume-se com referência na reabilitação de qualidade na cidade do Porto. É que, até este momento, a OTB já reabilitou três edifícios antigos, convertendo-os em habitação, onde imprimiu padrões de qualidade que permitem ter agora uma lista de clientes finais e investidores sempre prontos a reservar novas tipologias ainda em fase de projecto. Numa altura em que está em conclusão a reabilitação do edifício da Rua João IV, 376, constituído por 27 apartamentos, a OTB já tem fase final de licenciamento um novo projecto para a Rua da Torinha, perto da Rua de Cedofeita, com cerca de 40 tipologias, e áreas entre os 50 m2 e os 200 m2. Os dois projectos anteriores ficam localizados na Rua Duque da Terceira 141 e na Rua da Alegria 258. O segredo, segundo Nuno Ascenção, “está no facto apostarem, especialmente, no conforto de quem vai habitar as casas, com preços ajustados à realidade do mercado, permitindo que quem compra sabe que

conseguirá uma boa rentabilidade, se vender a tipologia”. Foi esse facto que levou os jovens, Maria João e Nuno, a criarem a marca Porto Renovato. “Decidimos criar uma marca que representasse, não só, a nossa forma de construir, mas, também, a nossa forma de estar e trabalhar. O objectivo é, não a comercialização de um ou dois edifícios nos anos seguintes, mas a criação de um nome que se torne uma referência na habitação para as próximas décadas”, destaca Nuno Ascenção. E, “tem sido com muita satisfação que verificamos que, em pouco tempo, o nome se tornou reconhecido, existindo, neste momento, uma procura específica por estes apartamentos”, acrescenta Maria João. Assim, a OTB, como promotor criativo na área da reabilitação urbana, imprime uma abordagem diferente a cada projecto. O resultado é a conjugação do toque rústico com a sustentabilidade do novo, na concepção de ambientes criativos e requintados, e que pode ser apreciado nas entradas amplas e decoradas com motivos apelativos, alusivos à cidade. Outro dos projectos em que a OTB está envolvida é da construção da nova unidade hoteleira, Porto Ribeira Hotel, em fase de conclusão e com abertura prevista para breve. A nova unidade, de quatro estrelas, assume-se como um dos motivos para a nova atractividade no prolongamento da Ribeira, a seguir à ponte D. Luís I, cons-

tituída pela emblemática Rampa da Corticeira, onde está instalado, mas também de toda a zona envolvente, junto da Escarpa dos Guindais, com ligação, na cota superior, com a zona das Fontainhas. De acordo com Maria João, “o hotel, com 59 quartos, quase todos com vista para a Rio Douro e para as pontes, terá todas as condições para ser uma referência, criando uma novo circuito que potencie o prolongamento da Ribeira”. O edifício do aparthotel, localizado ao lado, mas que vai ser gerido pela mesma cadeia, encontra-se agora em início de construção e será constituído por 46 apartamentos. Este é, neste momento, o projecto que onde ocupa parte significativa dos seus dias, já que fazem questão de acompanhar a obra, passo e passo. Being the children of businessman Mário Ascenção - a reference in national real esate development and hoteliery - one only has to mention the cases of the latest units of Eurostars das Artes in rua do Rosário; Eurostars Oporto, next to the Hospital of São João and operated by the Spanish chain Hotusa; and of the hotel Axis Porto, from the national chain Axis - to see that the recent career trajectory of the young Ascenção siblings has already secured their brands. One of them is called Porto Renovato and is seen as a benchmark in quality urban rehabilitation in the city of Porto. And that, up to now, OTB


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has already restored three old buildings by converting them into housing, where they have imprinted standards of quality that has enabled them to now have a list of end clients and investors always ready to reserve new properties still in the project phase. At a time in which it is completing the rehabilitation of the building at Rua João IV, 376, comprising 27 apartments, OTB already has advanced planning permission for a new project for Rua da Torinha close to Rua de Cedofeita, with around 40 typologies, and areas between 50 m2 and 200 m2. Their previous two projects were at Rua Duque da Terceira and at Rua da Alegria 258. The secret, according to Nuno Ascenção, “lies in the fact that they place special emphasis on the comfort of those who will live in the houses, with prices adjusted to the reality of the market, permitting those who buy to know that they will get a handsome return if they sell.” It was this fact that led the young Maria João and Nuno to create the brand Porto Renovato. “We decided to create a brand that would represent not only our way of building, but also our way of operating and working. The goal is not the commercialisation of one or two buildings in the years to follow, but to create a name that becomes a reference in housing for the next decades” says Nuno Ascenção. And “it has been with much satisfaction that we have seen in a short time the name become recognised, there being, at the moment, a specific demand for these apartments”, adds Maria João. In this way, OTB as a creative developer in the urban rehabilitation area has created a different approach to each project. The result is a blend of the rustic touch with the sustainability of the new, in the conception of creative and refined environments which can be appreciated in the spacious hallways decorated with appealing motifs which allude to the city. Another of the projects in which OTB has been involved in is the building of a new hotel unit, the Porto Ribeira Hotel, which is in its completion phase and is slated to open shortly. The new four-star hotel unit is seen as one of the reasons why the new Ribeira extension, further along from King Dom Luís I bridge, is so attractive, including the iconic Cork Ramp next to it, but also the entire surrounding area, next to the Escarpa dos Guindais and.with a link, at the upper level, to the Fontainhas area of the city. According to Maria João, “the 59-room hotel; almost all of them with views over the Rio Douro and bridges; has all the conditions to be a reference, creating a new walkway that enhances the Ribeira exstension”. The aparthotel building located next door, but will be managed by the same chain, is now at the start of its construction phase and will comprise 46 apartments. This is, at the moment, the project which takes up a significant part of their time, since they insist on supervising the project at every step of the way.

Opinião Opinion Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist

Uma estátua para o dono da Ryanair A statue to the owner of Ryanair O Porto está na moda e isso já ninguém lhe tira. Se vai conseguir ou não estar na moda por muitos anos, isso é já outro caso. Mas para já as coisas estão a correr bem. Os hotéis, os hostels e toda uma panóplia de unidades de alojamento local – que estão a nascer que nem ‘cogumelos’ na Baixa – estão a conviver, mais ou menos bem, e isso deve-se às excelentes taxas de ocupação, quer seja ao fim-de-semana, durante a semana, Verão ou Inverno. Os empresários da restauração e os lojistas – que nos últimos anos sofreram amargamente a crise – colhem agora os frutos dos seus investimentos. E a população do Porto está satisfeita, porque, finalmente, conseguiu que a cidade seja agora uma referência internacional, tanto em termos de beleza, como de qualidade, situação que até há pouco tempo só acontecia com a capital. Só através do Metro de Superfície, cuja linha de Pedras Rubras é todos os dias a mais congestionada, chegam às estações da Casa da Música e, especialmente, da Trindade, várias dezenas de turistas, com pouco mais de um trólei, muitas vezes apenas uma mochila. Mas são estes turistas que tiraram a cidade do marasmo que viveu durante décadas. E aqui temos de reconhecer que este sucesso foi conseguido porque houve uma companhia de baixo custo, a Ryanair, a apostar no Porto. Quando ainda não se sabia bem o significado de low-cost e qual a importância que traria para a dinamização do turismo. A este propósito, perguntava, recentemente, um jornalista a Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, se não era caso para erguer uma estátua ao dono da Ryanair – o bem conhecido e não menos polémico Michael O´Leary. Eu voto que sim. E, já agora, porque não se aproveita a degradada e abandonada estátua ao Empresário, erguida no início da Avenida da Marechal para esse fim. É que a Ryanair, em poucos anos, fez muito mais pela economia da cidade que os muitos empresários, que simbolicamente foram homenageados com esta iniciativa da AEP, durante as últimas décadas.

Porto is in fashion and this is a fact that no one can take away from it. Whether it will succeed or not in being in vogue for many years is another question. But for the time being things are going well. The hotels, the hostels and the whole panapoly of local accommodation units - that are springing up like mushrooms in the Baixa - are more or less co-existing well together, and this is down to the excellent take-up rates, whether for the weekend, during the week, Summer or Winter. The shop and restaurant owners - which in recent years suffered bitterly from the crisis - are now reaping the rewards of their investments. And the population of Porto is satisfied, because finally it has succeeded in the city being an international reference, as much in terms of beauty as in quality - a situation which until relatively recently was only accorded to the capital Lisbon. Via the Surface Metro alone and the Pedras Rubras line - one of the most congested - scores of tourists are brought daily to the Casa da Música and Trindade stations, carrying little more than a cabin-size suitcase and sometimes just a rucksack. But it is these tourists who have taken the city from the doldrums that it was in for decades. And here one needs to recognise that this success was achieved because there was a low-cost airline, Ryanair, who invested in Porto. At a time when the meaning of low-cost still wasn’t that apparent or the imprortance that it would have in boosting tourism. On this subject a journalist recently asked the Mayor of Porto, Rui Moreira, if it wasn’t worthy of errecting a statue of the Ryanair owner - the well-known and no less controversial Michael O´Leary. My vote is yes. And while we’re on the subject, why not take advantage of the dilapidaded and abandoned statue to the Entrepreneur errected at the beginning of Avenida da Marechal to this end. Because Ryanair, in just a few years, did a lot more for the economy of the city than many entrepreneurs, who symbolically were paid tribute to with this initiative from the AEP (Porto Chamber of Commerce), in recent decades.


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46 Do Mundo 16 MAR/ABR 2016

2016

MIPIM com ‘cheiro’ a Turquia MIPIM with a ‘whiff’ of Turkey


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Por mais certames e fóruns que se realizem por esse mundo fora nada consegue vergar o MIPIM que todos os anos continua a reunir, em Cannes, a ‘nata’ dos maiores investidores e profissionais do imobiliário dos cinco continentes. For all the fairs and forums that take place all over the world nothing can quite hold a candle to MIPIM which every year in Cannes continues to attract the crème de la crème of real estate investors and professionals from five continents.

Entrevista Text: Joaquim Pereira de Almeida Foto Photos: Anabela Loureiro

Desta vez, apesar de nos parecer haver menos expositores, o dinamismo manteve-se e continua a haver alguns indicadores que confirmam o que há muito andamos a dizer: mais do que uma amostra de empresas e de grandes companhias, o que se ‘disputa’ ali são as realidades dos países, das regiões e das cidades. A procura do investimento justifica enormes esforços e dá ao certame um interesse particular.

O MIPIM não se resume só ao local onde tem lugar – o Palácio dos Festivais – mas a toda a bonita cidade francesa. Os hotéis, num raio de muitos quilómetros esgotam a sua capacidade, e, nos maiores e mais conhecidos as salas estão sempre cheias de reuniões e conferências. Este evento continua a estar na agenda dos maiores investidores mundiais. Como também já é costume, há sempre, em cada


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edição, um país que ‘deslumbra’ e não olha a meios para a ser visto. Desta vez foi a Turquia, cuja presença era impressionante. Não falta dinheiro, nem planos por aquelas paragens… Cabe também aqui, uma palavra de louvor à Invest Lisboa que melhorou imenso o stand da capital portuguesa, conseguindo, inclusive, uma localização excelente. Há certamente ainda muito que fazer, mas parece que estamos, novamente, no bom caminho. Já sabe. Tome nota e no próximo ano marque uma ida a este encontro. Vale a pena. Fica a ganhar. This time, despite there seeming to be less exhibitors, the dynamism has maintained and there continues to be some indicators that confirm what we’ve been saying for some time: more than just a showcase for big companies and enterprises, what’s being “contested” there are the realities of countries, regions and cities. Seeking out investment requires huge efforts and this makes MIPIM of particular interest.

MIPIM isn’t just about the place where it’s held - The Palace of Festivals - but rather the whole of this pretty French city. The hotels, within a radius of many miles are full, and, in the larger and better known ones the rooms are always full of meetings and conferences. This event continues to be in the calendar of the greatest world investors. As is usual too, there is always, at each edition, one country that ‘outshines’ and doesn’t do things by halves when it comes to being seen. This time it was Turkey whose presence was impressive. Money was no object nether were plans for those destinations... There’s room here too for a word of praise for Invest Lisboa which has improved its stand devoted to the Portuguese capital immensely, succeeding in securing an excellent spot. There’s certainly still a lot to do, but it seems like we’re once again on the right path. Now you know. Make a note and next year book a trip to this get-together. Well worthwhile. There’s everything to gain.



Do Mundo Reino Unido

A cada sete anos... United Kingdom

Every seven years...

Roberto Varandas Real Estate Executive

Há um ditado que diz que os ciclos de investimento no imobiliário duram sete anos, enquanto a memória dos investidores só dura cinco anos. A ser verdade, facilmente podemos ver como nos metemos em problemas a cada ciclo. Tivemos cinco a seis anos de fortes retornos na maioria dos mercados imobiliários globais pelo que a questão que se impõe é – “... estamos a caminho de uma correcção?”. Olhando mais de perto para esta questão, já podemos ver em alguns estudos de opinião e outros indicadores que existe um esfriamento dos fluxos recordes registados em 2015. O facto de o imobiliário em geral ter tido um forte desempenho e outras classes de activos, em particular as acções, terem baixado, fez com que alguns investidores tenham de lidar com o efeito denominador e tenham uma exposição ao imobiliário mais elevado do que o desejado. Os critérios de concessão de empréstimos comerciais também parecem ter-se tornado mais rigorosos em 2016, enquanto o ciclo da construção finalmente parece ter apanhado o ciclo económico em muitos mercados. Para mais, algumas das fontes de capital mais ‘exuberantes’ secaram um pouco com a baixa nos mercados de commodities e os investidores sensíveis ao preço do petróleo e de outros recursos naturais a sentirem na pele algumas dificuldades. Já na frente política, parece não haver falta de razões para os investidores evitarem investir ou mesmo vender activos nos diferentes mercados. Irá a saída do Reino Unido da UE manter a posição do Reino Unido no universo do investimento global? Vão os problemas políticos no Brasil afectar a sua capacidade de atracção como importante destino emergente no mercado de capital global? (Sim!) É a China um buraco negro ou vai continuar o seu caminho rumo à potência económica do século XXI? Como o resultado das eleições nos EUA

afectará a economia? E assim por diante... Basta escolher um lugar no mundo e é certo que existem problemas no horizonte. Desta vez é diferente. É sempre. Desta vez, os mercados globais estão a enfrentar um mundo de taxas de juros cada vez mais negativas e pouca, ou nenhuma, inflacção. Grandes reservas de capital continuam a precisar de uma casa, de preferência em investimentos que não impliquem taxas de retorno negativas. Na verdade, o mais recente relatório da Cushman & Wakefield ‘Great Wall of Money’ diz-nos que existe uma quantidade recorde de capitais - $443 biliões que têm como alvo o imobiliário comercial, estimando um aumento de 3% em relação a 2014/2015. E os fundamentos da classe de activos não param de melhorar. Alguns parques de escritórios secundários, sub-urbanos e fora da cidade, há mais de uma década negligenciados, estão agora audaciosamente a mostrar taxas de absorção positivas. Vou até me atrever a mencionar a palavra suja – ‘alavancagem’ - para dizer que, desta vez, e por enquanto, é conservador com médias mais ou menos constantes de alavancagem em torno dos 50%, para investidores institucionais nos últimos três anos. Então o que podemos esperar desta classe de activos nos próximos anos? Eu diria mais negócios, mais intervenientes, mais regulamentação e mais complexidade. Regulamentação e negócios complexos funcionam como uma barreira à entrada na indústria e o favorecimento das instituições maiores. Enquanto indústria, devemos tomar cuidado, pois, no mundo financeiro, maior raramente significa melhor. There is a saying that investment cycles in real estate run seven years while investors’ memories only run 5 years. If the saying goes true, one can see how easily we can get ourselves into trouble


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every cycle. We have generally had 5 to 6 years of strong returns in most global real estate markets so the question becomes – “…are we in for a correction?”. Looking closer at this issue, we can already see some surveys and mood indicators showing a cooling off of the record flows in 2015. The fact that real estate in general has performed strongly and other asset classes, in particular equities, have struggled, some investors will be coping with the denominator effect and have higher allocations than desired. Commercial lending criteria also seems to have become more stringent in 2016 as the building cycle has finally caught up with the economic cycle in many markets. To top this all off, some of the more “exuberant” sources of capital have somewhat dried up as the repricing in the commodities markets mean lower cash-flows for investors sensitive to the price of oil and other natural resources. On the political front, there seems no lack of excuses for investors to avoid investing or even selling assets in the different markets. Will Brexit re-rate the UK’s standing in the global investment universe? Are the political problems in Brazil affecting its attraction as an important emerging market destination of global capital? (Yes!) Is China a black hole or will it continue its path to the economic powerhouse of the 21st century? How will the outcome of the US elections affect the economy? And so on, and so on… Just pick a

place in the world and there is sure to be troubles on the horizon. This time it’s different. It always is. This time around, the global markets are facing a world of increasingly negative interest rates and little to no inflation. Large pools of capital still continuously need to find a home, preferably one that does not involve a certainty of negative rates of return. In fact, the latest “Great Wall of Money” report from Cushman & Wakefield tell us that there is a record amount of capital - $443 billion targeting commercial real estate, an increase of 3% over 2014/2015 estimates. And the fundamentals of the asset class have not stopped improving. Some secondary, sub-urban and out of town office parks, disliked now for over a decade, are even audaciously showing positive absorption rates. I will even dare to mention the dirty word – “leverage” – to say that, this time around, and for now, it is muted for the most part, with average institutional leverage constant for the past 3 years and, depending on the region, ranging around the 50% loan-to-value mark. So what can we expect from the asset class in the coming years? I would guess more deals, more players, more regulation and more complexity. Regulation and complexity act as a barrier to entry to the industry and favour larger players. As an industry, we should take caution as, in the financial world, bigger is seldom better.


16 MAR/ABR 2016

Saúde e Bem-Estar

Mente sã em corpo são Health and Wellness

A healthy mind in a healthy body

Foto Photo: Discovering Madeira/The Vine Hotel

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Já há muito que o Turismo de Saúde e Bem-Estar foi considerado um produto estratégico para Portugal. As termas ganharam nova vida, as clínicas tonaram-se mais inovadoras, os spas proliferaram e a hotelaria soube acompanhar os novos tempos. Ainda assim, pode estar a perder-se um forte mercado turístico. For a long time, Health and Wellness Tourism has been considered a strategic product for Portugal. The hot springs have been given a new lease of life, clinics have become more innovative, spas have proliferated and the hotel trade has been able to keep up with the times. Even so, a strong tourist market could be losing out.

Texto Text: Carla Celestino

Foto Photo: Penha Longa Resort

Ana Fernandes, cliente das termas de Portugal, diz-se “fã” destes espaços. Mas nem sempre foi assim… “Recordo-me vagamente, quando tinha sete anos de ir com a minha mãe às termas da região de Viseu. Lembro-me dos vapores a sair de uma espécie de chaminé e de que tudo aquilo me parecia fantasmagórico, não gostava nada, muito menos daquela água horrível”. A bem da verdade é que, segundo Ana, a sua asma crónica foi em muito atenuada pela frequência regular nas termas. E a imagem negativa que tinha das termas nacionais também se dissipou: “Hoje, sempre que posso, passo uma temporada nas termas, ou melhor dizendo nos ‘spas’, porque é isso que no fundo sinto que são para mim”. Acrescentando que este tipo de férias “permite-me recuperar ‘baterias’ para o resto do ano e faz-me também muito bem à alma”. A evolução das termas no nosso País, assim como o aumento do número dos aquistas, ainda que maioritariamente portugueses, é confirmado pelo secretário-geral da Associação de Termas de Portugal (ATP): “O ano 2015 foi muito positivo com crescimento do número de clientes, do volume de negócios e do gasto por cliente em ambos os segmentos, terapêutico e bem-estar”. Por isso, João Barbosa diz que “temos expectativa que 2016 continuará a ser um ano de crescimento”.

Também o número de clientes estrangeiros subiu em 2015 e este valor poderá vir a aumentar uma vez que, de acordo com a ATP, “estamos a desenvolver propostas de valor direccionadas para os mercados espanhol, francês e alemão baseadas na excelência das nossas águas minerais naturais e incorporando outros atractivos turísticos do nosso País, como o património, a cultura, a gastronomia e vinhos, o clima e outros”. Além disso, a entrada em vigor da Directiva Europeia de cuidados de saúde transfronteiriços também constitui uma grande oportunidade para a afirmação internacional. Negócio da saúde O Turismo de Bem-Estar e o Termalismo são produtos há muito trabalhados do ponto de vista turístico no nosso País, quer através dos operadores turísticos, quer através de campanhas promocionais junto dos mercados internacionais. Já a vertente médica tem ainda algum ‘trabalho’ pela frente. De uma forma generalizada, este tipo de produto não está ainda devidamente organizado para poder internacionalizar os seus serviços na vertente turística. E com isto, há um potencial mercado que se pode estar a perder… Em 2014, o Relatório do Grupo de Trabalho Interministerial sobre o Turismo de Saúde revelava que


Foto Photo: Malo Clinic Termas Luso

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o mercado global de Turismo Médico valia entre 10.000 e 13.000 milhões de euros, apresentando uma taxa média de crescimento de 13%. Aliás, já nessa altura estimava-se que, entre quatro e cinco milhões de clientes, adquiriam anualmente este tipo de serviço numa vertente turística. Este grupo de trabalho apurou também que é um mercado com o potencial de gerar receitas entre 66 e 138,6 milhões de euros e captar de 20.000 a 42.000 clientes/ano. Referindo ainda que para que se atingissem 20.000 clientes em 2017, teria de existir um crescimento na ordem dos 50% desse valor em 2015 e 75% em 2016. De olhos postos no futuro está um outro estudo da Associação Empresarial Portuguesa, Câmara de Comércio e Indústria e Health Cluster Portugal que vaticina para 2020 um potencial de captação de 400 milhões de euros por ano para a economia portuguesa. A Alemanha, Áustria, França, Holanda, Irlanda, Reino Unido, Suécia, a Diáspora Portuguesa e os PALOP são os potenciais mercados que Portugal pode captar, até porque também já são mercados naturais emissores de turistas para o nosso País. A proximidade geográfica, a distância, o tempo de duração da viagem, a relação qualidade-preço dos tratamentos, a qualidade das infra-estruturas, o cli-

ma ou a afinidade cultural, linguística e emocional, são algumas das mais-valias que podem atrair os turistas internacionais na hora de escolher um destino turístico de bem-estar e saúde. Mais vida mais saúde A população mundial está a envelhecer, no caso de Portugal a esperança média de vida é de 77 anos para os homens e 83 anos para as mulheres, pelo que o termalismo, a talassoterapia e os spas apresentam-se como as novas terapias para prevenir e promover a saúde, a par da estética e do relaxamento. Ter mais idade deve ser também sinónimo de mais qualidade de vida e melhor assistência médica mesmo que isso signifique sair da Dinamarca e passar umas semanas numa clínica em Lisboa, deslocar-se da Holanda até às termas de S. Pedro do Sul ou simplesmente afastar-se do stress do Reino Unido e recuperar forças na serra de Monchique. Ana Fernandes diz que sempre que pode faz uma “cura” para a asma nas termas mas, como acrescenta, “por incrível que pareça, em escapadinhas de fim-de-semana, além das habituais caminhadas matinais e dos tratamentos anti-stress, já assisti a concertos ao vivo e a peças de teatro nestes espaços”. “Para mim é o refúgio ideal do quotidiano”, conclui.

O ano 2015 foi muito positivo com crescimento do número de clientes, do volume de negócios e do gasto por cliente em ambos os segmentos, terapêutico e bem-estar. 2015 was very positive with a growth in the number of clients, in turnover and in expenditure per client in both segments, therapeutic and wellness.”


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Foto Photo: Sheraton Lisboa Hotel & Spa

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Estamos a desenvolver propostas de valor direccionadas para os mercados espanhol, francês e alemão baseadas na excelência das nossas águas minerais naturais e incorporando outros atractivos turísticos. We’re developing value propositions aimed at the Spanish, French, and German markets, based on the excellence of our natural mineral waters and built around other tourist attraction activities.”

Ana Fernandes, a client of Portugal’s hot springs says she is a “fan” of these places. But it wasn’t always like that... “I vaguely remember when I was seven going with my mother to the hot springs in the Viseu region. I recall the steam coming out from a type of chimney and it all seemed a bit spooky, I didn’t like it at all, least of all that horrid water”. The truth of the matter is that, according to Ana, her chronic asthma was relieved by her regular trips to the springs. And the negative image that I had of our national springs has also dissipated: “Today, whenever I can, I spend a spell at the springs or it would be better to say at the ‘spas’ because deep down I feel that they are for me.” Adding that this type of holidays “enables me to recharge my ‘batteries’ for the rest of the year and also does my soul a lot of good”. The development of hot spring resorts in Portugal as well as the increasing number of patients ‘taking the cure’ still mostly Portuguese, is confirmed by the General Secretary of the Association of Springs of Portugal (ATP): “2015 was very positive with a growth in the number of clients, in turnover and in expenditure per client in both segments, therapeutic and wellness.” Which is why João Barbosa says “we have

the expectation that 2016 will continue to be a year of growth”. The number of foreign clients too rose in 2015 and this amount could increase given that, according to the ATP, “we’re developing value propositions aimed at the Spanish, French, and German markets, based on the excellence of our natural mineral waters and built around other tourist attraction activities in our country, such as our heritage, culture, cuisine, wines, climate and others”. Furthermore, the coming into force of the new European Directive covering cross-border health care provides a great opportunity to put Portugal’s spas on the map. The health business Wellness and Spa Tourism have been worked for many years from the Portuguese tourism point of view, whether referring to tour operators or marketing campaigns in international markets. The medical aspect still has some ‘work to be done’ ahead. In a general way, this type of product has not been well enough organised in order to internationalise its services towards tourism. And because of this there is a market potential that


Foto Photo: Malo Clinic Termas Luso

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could be being lost... In 2014, the joint-ministerial Working Group Report on Health Tourism revealed that the global market for Medical Tourism was worth between 10 and 13 billion Euros, with an average growth rate of 13%. Moreover, at this time it was estimated that between five million clients bought this kind of service annually in terms of tourism. This working group also discovered that it represents a market with the potential to generate revenues of between 66 and 138.8 million euros and attract from 20,000 to 42,000 clients/year. Also referring that for the market to achieve 20,000 clients in 2017, there would have to be growth to the tune of 50% of this value in 2015 and 75% in 2016. With eyes on the future is another study from the Associação Empresarial Portuguesa (Portuguese Enterprise Association), Câmara de Comércio e Indústria (The Portuguese Chamber of Commerce and Industry) and Health Cluster Portugal which have calculated a potential to attract 400 million euros per year for the Portuguese economy. Germany, Austria, France, Holland, Ireland, the United Kingdom, Sweden, the Portuguese diaspora and Portuguese speaking countries (PALOP) are the potential markets that Portugal could attract since these are also natural tourist generating markets for Portugal. Its geographical proximity, the distance, length

of flight times, the quality price ratio relationship for treatments, the quality of the infrastructures, the climate and cultural, linguistic and emotional affinities and ties are some of the assets that can attract international tourists at the time of deciding a health and wellness tourist destination. Living life longer and healthier The world population is aging, in the case of Portugal the average life expectancy is 77 for men and 83 for women, so that thermalism, thalassotherapy and spas are being packaged as the new therapies to prevent illness and promote health alongside beauty and relaxation. Being older should also be synonymous with more lifestyle quality and better medical assistance even if this means leaving Denmark, and spending a few weeks in a Lisbon clinic, coming from Holland to the thermal spa at S. Pedro do Sul or simply to leave the stress of the United Kingdom behind to recharge batteries in the serra de Monchique. Ana Fernandes says that whenever she can she takes the ‘cure’ for her asthma at the thermal springs but, as she adds, “incredible as it seems, during weekend getaways, apart from the usual morning walks and anti-stress treatments, she has already been to live concerts and theatrical plays in these spas”. “It’s the ideal escape from the daily grind for me”, she concludes.

A entrada em vigor da Directiva Europeia de cuidados de saúde transfronteiriços também constitui uma grande oportunidade para a afirmação internacional. The coming into force of the new European Directive covering cross-border health care provides a great opportunity to put Portugal’s spas on the map.”



Sol e Lua

BTL 2016

Feira colhe o que plantou Fair reaps what it has sown


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Os corredores da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) tornaram-se, este ano, mais apertados. O ‘mar de gente’ que por lá se mostrou e passou faz antever um bom ano turístico para Portugal e para o negócio do turismo. The aisles at the Lisbon Tourism Fair (Bolsa de Turismo de Lisboa - BTL) will be somewhat narrower this year. The ‘sea of people’ who paraded and exhibited presaged a good year for Portugal for tourism and for the tourist trade. A organização da BTL, evento que decorreu na Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, confirma uma tendência que se tem vindo a verificar nos últimos anos: esta feira está a crescer quer em termos de oferta, quer de procura. Para tal muito tem contribuído o facto de esta feira ter-se conseguido ‘reinventar’, ou seja, ter conseguido inovar. O resultado está à vista: em 2016 voltou a atingir números recorde. Durante cinco dias os três pavilhões desta feira tiveram em montra mais de mil expositores nacionais e internacionais e receberam 75.428 visitantes (36.116 profissionais do sector e 39.302 consumidores finais). Em termos de visitantes é de salientar que verificou-se um aumento de 4% face a 2015, tendo existido igualmente um crescimento na ordem dos 3% ao nível do trade e 6% nos clientes finais. Em claro destaque estiveram as regiões de turismo nacionais onde dominaram os grandes espaços expositivos, a divulgação de uma oferta mais diversificada e animação para todos os gostos. Já a nível internacional estiveram representados 36 destinos internacionais, com algumas novidades como foi o caso do Japão. A par das habituais conferências e workshops, o programa ‘Hosted Buyers’ merece uma especial atenção. Esta iniciativa contou com aproximada-

mente 400 participações, sendo que a organização avançou que “os compradores internacionais, oriundos de vários países como Colômbia, Alemanha, EUA, Polónia e Rússia, entre muitos outros, mostraram-se satisfeitos”. Ainda neste âmbito, e numa parceria com a Embratur e com a TAP, foi lançado, pelo segundo ano consecutivo, o programa de compradores internacionais específico para o Brasil que “também registou uma forte adesão”. Quem passou por este espaço verificou que os operadores brasileiros estiveram bastante ocupados, resta esperar para ver se daí resultaram negócios turísticos. Recorde-se ainda que duas das apostas para a edição deste ano da BTL foi, por um lado, o reforço do espaço dedicado às startups, realizado em parceria com a Beta-i, e que “veio impulsionar a promoção de projectos inovadores do sector do Turismo”, como explicou a organização; e, por outro, a Bolsa de Empregabilidade organizada pelo Fórum Turismo 2.1 que “colocou à disposição de quem procura emprego neste sector cerca de 800 oportunidades de trabalho”. Fátima Vila Maior, directora de área de feiras da FIL responsável pela BTL, considerou a 28ª edição deste certame “muito interessante quer na vertente profissional quer na vertente do grande público”, realçando que “os portugueses aceitaram o nosso desafio e vieram à feira procurar as melhores soluções para as suas férias”. Esta feira está, assim, a ‘colher’ os frutos que tem vindo a ‘plantar’ ao longo dos últimos anos. Mas a fasquia está a tornar-se cada vez mais elevada e inovar ainda mais para 2017 não vai ser tarefa fácil… The organisers of BTL, the event which takes place at the Lisbon trade fairs and exhibition centre (Feira Internacional de Lisboa, at Parque das Nações) confirms a trend that has been backed up in recent years: that this fair is growing in terms of offer and demand. That this fair has been able to reinvent itself and succeeded in innovating has contributed in no small way to this fact. The result is there for all to see: in 2016 it again achieved record numbers. For five days the three pavilions at this fair were the showrooms for more than 3,000 national and

international exhibitors and received 75,428 visitors (36,116 sector professionals and 39,302 final consumers). In terms of visitors it is worth adding that an increase of 4% compared to 2015 was seen, there being equally a growth of around 3% in level of trade and 6% in final clients. In sharp focus were the national tourism regions which dominated the large exhibition stands, a more diversified offer of product and entertainment to suit all tastes. Then at the international level 36 international destinations were represented, with some new exhibitors as in the case of Japan. Alongside the usual conferences and workshops, the ‘Hosted Buyers’ programme warrants special attention. This initiative enjoyed around 400 participants, with the organizers revealing that the “international buyers from various countries like Colombia, Germany, USA, Poland and Russia, among many others, showed their satisfaction”. Also within this scope, and in partnership with Embratur and with TAP, the International Buyers Programme for Brazil was launched for the second year running which “also registered a strong takeup”. Those who passed by this stand saw that the Brazilian operators were fairly busy, it just remains to be seen if this translates into tourist business. It will be remembered too that two of the foci for this year’s edition of BTL was, on the one hand, a reinforcement of the space dedicated for startups, in partnership with Beta-i, and which “will boost the development of innovative projects in the Tourism sector”, as the organisers explained, and, on the other hand, the Employability Exchange organised by Fórum Turismo 2.1 which “placed around 800 job offers at the disposal of job-seekers”. Fátima Vila Maior, director of the fairs area of FIL which is responsible for BTL, considered the 28th edition of this fair “very interesting both from a professional point of view and for the public at large”, stressing that the “Portuguese accepted our challenge and came to the fair in search of better solutions for their holidays”. This fair is therefore ‘reaping’ the benefits of the efforts it has ‘sown’ in recent years. But the benchmark is being set increasingly higher and being even more innovative for 2017 won’t be an easy task...


Bom Gosto

Guava Inês Caleiro estudou Design, Joalharia e Design de Moda. Depois de um ano na Jimmy Choo, em Londres, passou outro ano em Washington, na Boca do Lobo. Nessa altura soube que o design era parte de si, assim como era parte de si os sapatos, por isso fundou a Guava. De inspiração na arquitectura moderna e nas formas geométricas, esta marca de sapatos portuguesa é já um sucesso nacional e internacional. Inês Caleiro studied Design, Jewellery and Fashion Design. After working for a year at Jimmy Choo in London, she spent a further year at Boca do Lobo in Washington. At that time she knew that design was a part of her, just like shoes were, which is why she founded Guava. Inspired by modern architecture and in geometric forms, this brand of Portuguese shoes is already a national and international success.

Memoir A MEMOIR é uma nova marca de design criada por Mafalda Soares, uma interior designer portuguesa, que tem a intenção de transmitir e de dar vida à sua visão e modo de olhar a vida, criando obras marcantes e intemporais que inspirem e que se tornem alvo de desejo. As peças são feitas de modo artesanal e são utilizados os melhores materiais, como o mármore e o bronze, recorrendo às técnicas mais ancestrais e tendo sempre em atenção todos os detalhes. O resultado final é uma colecção intemporal, com a mais elevada qualidade, ideal para todos os projectos que pretendem ser uma referência no universo do interior design. MEMOIR is a new design brand created by Mafalda Soares, a Portuguese interior designer who intends to impart and give life to her vision and way of looking at life, creating timeless and striking works which inspire and which make them an object of desire. The pieces are produced in a hand-crafted manner and using the best materials, such as marble and bronze, employing handed down techniques and by always paying attention to details. The final result is a timeless collection, of the highest quality, ideal for all projects aiming to be a benchmark in the world of interior design.

Rio Maravilha Na antiga sala de convívio dos trabalhadores da Lx Factory, nasceu o gastrobar Rio Maravilha que tem um pé em Lisboa e com vista para o Tejo, e outro no tropicalismo do Rio de Janeiro. Aqui ambas as culturas entrelaçam-se na mais perfeita harmonia e o resultado é um local mix onde a cozinha original do Chef Diogo Noronha se cruza com os cocktails de Fernão Gonçalves e com muita música e dança. The gastro-bar Rio Maravilha was set up in the former staff social room at Lx Factory and has a foot in Lisbon with a view onto the Tagus, and another in the tropical environment of Rio de Janeiro. Here both cultures are interwoven in the most perfect harmony and the result is a mixed location where original cuisine by Chef Diogo Noronha interlaces with the cocktails by Fernão Gonçalves and with lots of music and dance.


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Primavera

Croisette The Croisette Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida

Aconteceu há muito pouco tempo. E desde logo decidi: Não volto mais a Cannes. Aterro num simpático aeroporto e vejo que tudo está mal. Um frio de rachar! Depois, quando penso que estou na Pátria da Liberdade, uma fila imensa para entrar. Por causa ou a pretexto do terrorismo recuo muitas décadas: rigoroso controlo de identidades, como se, hoje em dia, a informação partilhada das polícias de informação não soubesse perfeitamente quem chega em cada avião. Não interessa. O país está em ‘Estado de Sítio’ o que respeito perfeitamente. No interior da gare, tropas armados até aos dentes. Passo a ignorar, lembro-me de longitudes muito diferentes… Como se não bastasse o frio, enfrento, já na linda cidade dos festivais um tempo que nunca aí tinha visto, e já lá vou desde o início da década de 90. Frio, chuva e muito vento. “Raios-os-partam”, desabafo, para logo depois me redimir ao pensar nos prejuízos que a cidade está a sofrer, numa altura em que recebe o MIPIM. Moral da história. Não vi uma única mulher francesa bonita à excepção das hospedeiras da Feira. Estavam todas escondidas ou circulavam nos carros de luxo que passavam na Croisette como se fossem ‘Fiats Punto’ na Amadora. Para mal dos meus pecados regresso a Lisboa e a chuva mantém-se. Mas como menos frio, menos vento e nenhum controlo no aeroporto. Viva a Pátria Lusa

It happened a very short while ago. And I immediately took the decision: I’m not going back to Cannes again. I touch down in a lovely airport and notice that everything is wrong. A biting cold! Later, when thinking that I am in the land of Liberté, I’m stuck in a huge queue to get in. Because of or on the pretext of terrorism I’m back in time by several decades: strict identity checks, as if today from the information shared with the security police they don’t know perfectly well who is arriving on each plane. That doesn’t matter. The country is in a State of Lock-down’ which I perfectly respect. Inside the station there are troops armed to the teeth. I choose to ignore it, remembering longitudes very different... As if the cold was not enough, I’m now facing in the beautiful city of festivals a time that until now I had never seen before, and I’ve been going there since the beginning of the 90s. Cold, rain and very windy. “Damn it!” I moan, before later stopping to think about the losses that this city is suffering at a time in which it is hosting MIPIM. The moral of the story. I didn’t see a single beautiful French woman with the exception of the Fair hostesses. They were either or hidden or riding around in the limousines that passed up and down the Croisette as if they were ‘Fiat Puntos’ in the Greater Lisbon suburb of Amadora. For my sins I return to Lisbon where it’s still raining. But with less cold, less wind and no airport checks. Long live Portugal!




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