Magazine Imobiliário 013

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Construção Ambiente Turismo

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SET/OUT 2015 €10

O valor do investimento estrangeiro The value of foreign investment


Porque têm de passar por uma recruta exigente e uma formação contínua, porque trabalham a tempo inteiro, porque vivem e respiram exclusivamente na zona geográfica onde trabalham, o que lhes dá um profundo conhecimento do seu bairro, porque sabem os preços reais do mercado, porque possuem o apoio de uma estrutura à escala nacional – a máquina ERA, porque têm em cada Agência um consultor legal e financeiro que adora triturar papelada e acelerar processos, porque nunca se desligam dos seus objectivos, porque são incansáveis na procura da casa certa para cada família e da família certa para cada casa, por todas estas razões e mais algumas que lhe podemos dizer cara a cara e caso a caso, os Agentes ERA são uma autêntica máquina a vender casas.

era.pt


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13 SET/OUT 2015

Editorial

Uma migalha A mere speck

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

Neste virar de página da ‘Magazine Imobiliário’ – passam dois anos da sua fundação, quero falar sobretudo para os leitores que, todos os dias, são intoxicados pela propaganda política, até por força do calendário eleitoral. A verdade é que tudo indica que Portugal, no sector imobiliário, vai ter o maior investimento imobiliário estrangeiro de sempre. No turismo os resultados são ainda mais surpreendentes. Na construção a recuperação, apesar de mais lenta, também se faz sentir e no ambiente também existem progressos. Há alguns comentadores que já dizem que Portugal é um ‘El Dourado’ para quem aqui quer investir ou mesmo residir. Será? Não será somente um pequeno gigante com pés de barro? Cuidado! Os períodos de euforia costumam dar mau resultado e é necessário ter cautelas. Ando neste ramo de trabalho, como jornalista, há 24 anos. Já vi, entre nós, praticamente de tudo: do bom ao mau, ou seja, dos negócios que nasceram e floresceram até aos que estão moribundos, dos que faliram por completo e dos que nunca chegaram a nascer com imensos prejuízos para quem comprou ‘praticamente às escuras’. O que é feito dos investidores suecos? E de grande parte dos franceses e espanhóis? Actualmente, no turismo, passe o exagero, nasce um novo hotel por semana. Não estaremos a ir longe demais? Lembro-me da loucura que foi com os centros comerciais. É escusado dizer o que se passa actualmente. Os profissionais destes sectores são altamente responsáveis pela evolução dos mercados e oxalá a maioria deles não repita os erros do passado. O mesmo se passa com a Banca. Crédito à habitação massivo outra vez? Onde está a prudência? Este cantinho lusitano é uma ‘migalha’ na economia mundial e por muita publicidade que se faça está dependente do que se passa além das suas fronteiras geográficas.

At this turning point for ‘Imobiliário Magazine’ - it’s been two years since it was founded - I particularly want to address our readers, who every day are bombarded by political propaganda, mainly because elections are coming up. The truth is that everything indicates that in the real estate sector this year will prove the best year for foreign real estate investment ever. And the results for tourism are even more surprising. In the construction sector the recovery, despite being slower, is also making itself felt, while there is also progress in the environment. There are some commentators who are already saying that Portugal is an ‘El Dourado’ for those who want to invest or live here. Is that really true? Isn’t it rather a little giant with clay feet? One needs to be careful! Periods of euphoria usually bring bad results and caution is called for. I’ve been working in this field as a journalist for 24 years. I’ve practically seen it all among us: from the good to the bad; in other words businesses that were founded and flourished and those that are dying, others that have failed completely, and others still that never got off the ground with immense losses for those who bought “practically blind’. What have the Swedish investors been up to? And most of the French and Spanish? Currently, in tourism, investment has gone from next-to-nothing to practically a new hotel every week. Aren’t we going just a bit too far? It reminds me of the craze for shopping centres. What’s happening now, it goes without saying. The professionals in these sectors are highly responsible for the development of the markets and I hope that most of them will not repeat the errors of the past. The same goes for the banking system. Massive mortgage lending yet again? Where’s the prudence? This Portuguese corner of the world is just a “mere speck” in the world economy and for all the publicity it makes, it is dependent on what goes in the world’s economies overseas.


Summary

Índice Ficha técnica

16

Grande Tema Lead Story

O que procuram os investidores What investores are looking for

4

Prémio Personalidade Magazine Imobiliário 2015 Magazine Imobiliário Personality Award 2015

6

Prémio Personalidade Imobiliário 2015 Real Estate Personality Award 2015

8 Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme

Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Valente Artes Gráficas R. José Maria da Costa, 14 2640-496 Mafra Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397

Prémio Personalidade Construção 2015 Construction Personality Award 2015

10

Prémio Personalidade Ambiente 2015 Environment Personality Award 2015

12

Prémio Personalidade Turismo 2015 Tourim Personality Award 2015

14

Prémio Personalidade Mérito 2015 Personality of Merit Award 2015

22

Metro Quadrado Square Meter Entrevista Interview Sotheby’s

28

SIL 2015

32

Opinião Opinion Sofia Galvão

34

Fio-de-Prumo Plumb Line Bastonário da Ordem dos Engenheiros President of the Portuguese Engineers’ Association

40

56

Coordinates Trânsito nas cidades Traffic in the cities

Tourism Companhias aéreas low-cost Low-cost airline companies

Azimute

44

Ventos do Norte

North winds Entrevista Interview Promotop

46

Crónica Chronicle Elisabete Soares

48

Do Mundo

International EXPO REAL

52

Mondial du Bâtiment

54

Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom

Sol e Lua

62

Bom gosto Good Taste

64

Outsider

Filipe La Féria



2.º Aniversário e Personalidades do Ano 2nd Anniversary and Personalities of the Year

Para a frente continua a ser o caminho Straight ahead is the way ahead É com enorme alegria que comemoramos, neste Setembro de 2015, o segundo aniversário da “Magazine Imobiliário”. Na mesma ocasião, organizamos, também, uma nova edição da cerimónia de entrega dos Prémios “Personalidade do Ano” a figuras que se distinguiram nas áreas do Imobiliário, Construção, Ambiente e Turismo, além do Prémio de Mérito, entregue a uma pessoa respeitada e consensual entre todos estes sectores. O ambiente é, portanto, de festa e de convívio que julgamos muito merecido. A nossa revista conquistou Portugal e várias partes do Mundo em dois anos, apesar de ser feita por uma pequena mas aguerrida equipa que prima pelo profissionalismo e pela ética, única forma de respeitar os nossos leitores e as empresas que apostam em nós. Devagar, remamos um pouco contra a maré e crescemos, a todos os níveis, sem nunca termos tido qualquer apoio estatal. Somos um produto da sociedade civil e orgulhamo-nos de nunca ter politizado a nossa revista, mesmo quando somos ásperos para o poder político. Continuamos a marcar presença nas principais feiras nacionais e internacionais do imobiliário e da construção, procurando contribuir para o reforço da imagem e do papel de Portugal no Mundo. Não ficaria bem, neste momento, deixar de referir as empresas e entidades que quiseram apoiar-nos neste segundo aniversário, nomeadamente a Renascimóvel, a Aguirre Newman, a Sotheby´s Portugal, a Vulcano, a Hoti Hoteis, a Adene, a Casa Sapo e o Diário Imobiliário. A estes e a todos os que nos têm acompanhado ao longo destes dois anos, muito OBRIGADO. It’s with enormous joy that we’re celebrating, this September 2015, the second anniversary

of “Magazine Imobiliário”. On the same occasion, we’re organising too a new edition of the “Personalities of the Year Awards” ceremony, paying tribute to figures who stand out in the areas of Real Estate, Construction, Environment and Tourism, in addition to the Merit Award, awarded to a person who is widely and consensually respected in all these sectors. The atmosphere is, therefore, a party and socialising one which we believe is very much deserved. Our magazine has won over Portugal is various parts of the world in two years, despite being produced by a small but competitive team which stands out for its professionalism and ethics, the only way of respecting our readers and the companies that have invested and placed their trust in us. Slowly, we’ve been rowing against the tide and we’ve grown, at all levels, without ever having had any kind of support from the State. We are a product of civil society and we’re proud of the fact that we’ve never politicised our magazine, even when we were put under pressure by political power. We have continued to attend the key national and international trade fairs for real estate and construction, seeking to contribute towards boosting Portugal’s image and role in the world. It wouldn’t be right, at this moment, not to mention the companies and entities that wanted to support us in this, our second anniversary, namely, Renascimóvel,Aguirre Newman, Sotherby´s Portugal, Vulcano, Hoti Hotéis, Adene, Casa Sapo and Diário Imobiliário. To these and all of those who have accompanied us throughout these two years, many THANKS. Joaquim Pereira de Almeida


JLL Residential Our expertise is your value JLL is the only “one stop shop” consultancy for national and international investors. We work with exclusive properties in prime locations, especially in the center and historical areas of Lisbon. By working with us the safety of your investment is guaranteed! We will advise the properties that best suit your needs and investment profile, through all stages of the process. Sale of residential projects using our JLL global network Sale of buildings for refurbishment | Strategic consultancy | Project Management Contact us: Patrícia Barão | patricia.barao@eu.jll.com | +351 21 358 32 22 | www.jll.pt


Premiados 6 13 SET/OUT 2015

Personalidade Imobiliรกrio 2015 Real Estate Personality Award 2015

Eric van Leuven


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13 SET/OUT 2015

Nasceu em 1961 na Holanda mas quis o destino que vivesse e trabalhasse em Portugal, onde se encontra já há 33 anos. Ainda em terras holandesas estudou Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Nijmegen, tendo ingressado mais tarde e no mesmo curso na Universidade Clássica de Lisboa. O seu percurso no imobiliário iniciou-se em 1987, quando fundou a George Knight Estate Agents em Lisboa. Em pouco tempo a sua carreira profissional entra numa curva ascendente e acaba por tomar novos rumos. Em 1990, a Healey & Baker adquire a componente de imobiliário comercial à George Knight e, nessa mesma altura, Eric van Leuven torna-se Director Geral, tendo-lhe sido conferido o estatuto de Equity Partner (sócio de capital) um ano depois. Entretanto, no decorrer de 1990, a norte-americana Cushman & Wakefield (C&W) adquire a Healey & Baker e um ano depois abre escritório em Lisboa. Eric van Leuven passa a ser o Managing Partner em Portugal, cargo que ainda mantém até aos dias de hoje. Actualmente lidera uma equipa de 80 profissionais de consultoria e mediação imobiliária, além de participar de forma mais directa nos serviços de aconselhamento de investimento e promoção de centros comerciais. Enquanto membro do Conselho de Administração europeu da C&W, entre 2007 e 2012, presidiu aos escritórios da C&W na Polónia, Hungria, República Checa, Eslováquia, Roménia e Grécia. Integra actualmente o Conselho Executivo Europeu da empresa. Em 2000 foi eleito Fellow do RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) como ‘profissional de excelência’, em reconhecimento do seu trabalho no desenvolvimento do mercado do imobiliário comercial em Portugal. É desde 2009 Presidente do RICS em Portugal. Assume ainda a vice-presidência da ACAI (Associação de Empresas de Consultoria e Avaliação Imobiliária) e da Câmara de Comércio Portugal-Holanda. Para o sucesso da consultora imobiliária global C&W tem sido determinante a postura profissional de Eric van Leuven, um homem que conhece como ninguém o mundo do imobiliário nacional e internacional. Born in 1961 in Holland, but wanted his destiny to be living and working in Portugal where he has now been for 33 years. While still in Holland he studied Portuguese language and literature at the University of Nijmegen, having later enrolled on the same course at Lisbon’s Universidade Clássica.

His career in real estate began in 1987 when he founded George Knight Estate Agents in Lisbon. In a short period of time his professional career was on an upward curve and he began to take new directions. In 1990, Healey & Baker acquired the commercial real estate part of George Knight and, at the same time, Eric van Leuven became Managing Director, and was made an Equity Partner a year later. Meanwhile, in 1990, the US consultants Cushman & Wakefield (C&W) acquired Healey & Baker and a year later opened an office in Lisbon. Eric van Leuven became the Managing Partner in Portugal, a post he still holds today. He currently leads a team of 80 property consultants and estate agent professionals, in addition to being directly involved in the investments advisory and shopping centres development services. As a member of the C&W European Board of Directors, between 2007 and 2012 he presided over C&W offices in Poland, Hungary, the Czech Republic, Slovakia, Romania and Greece. He is currently on the company’s European Executive Board. In 2000 he was elected a Fellow of RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) as a ‘professional of excellence’, in recognition of his work in developing the commercial real estate market in Portugal. And since 2009 he has been President of RICS in Portugal. He is also Vice-President of ACAI (Associação de Empresas de Consultoria e Avaliação Imobiliária) (The Association of Real Estate Consultants and Assessment Companies) and the PortugueseDutch Chamber of Commerce (Câmara de Comércio Portugal-Holanda). Eric van Leuven’s professional experience and posture have been deciding factors for the success of C&W as a global real estate consultants, a man who knows, better than any other, the national and international real estate world.


Premiados 8 13 SET/OUT 2015

Personalidade Construção 2015 Construction Personality Award 2015

João Appleton


9

13 SET/OUT 2015

Ele é um senhor maior da Engenharia portuguesa. João Augusto da Silva Appleton nasceu a 23 de Junho de 1947. Engenheiro Civil de profissão e vocação licenciou-se pelo Instituto Superior Técnico, em 1971. Possui um percurso profissional notável, tendo, em 1981, ocupado as funções de Especialista em Edifícios no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Aliás, no LNEC assumiu ainda, entre 1987 e 1997, o cargo de Chefe do Núcleo do Processos de Construção do Departamento de Edifícios e, em 1992, a responsabilidade de Investigador Coordenador de Reabilitação de Edifícios. Do seu prestigiado curriculum faz ainda parte o importante cargo de Conselheiro do Conselho Superior de Obras Públicas, Transportes e Comunicações (1997 a 2007). Os seus conhecimentos, experiência e dedicação ao mundo da construção conduziram-no inevitavelmente ao mundo catedrático onde na qualidade de professor convidado, partilhou o seu know-how com várias gerações no IST, na Universidade de Évora e na Universidade Católica. Homem que busca constantemente o saber fazer mais e melhor, tornou-se Especialista em Estruturas pela Ordem dos Engenheiros, Engenharia de Estruturas, Edifícios, Reabilitação de Edifícios Antigos e Processos Gerais de Construção. Hoje é membro Conselheiro e Especialista em Estruturas da Ordem dos Engenheiros e tornou-se Sócio e Director Técnico de A2P Consult, Estudos e Projectos, Lda. É projectista de estruturas desde 1971 e a ele se atribui numerosas obras novas e de conservação, restauro e reabilitação do património arquitectónico, monumental e habitacional. Na memória colectiva de todos nós está, na sua actividade ao nível de Projectos de Edifícios Novos, projectos de renome como o CS Salgados Grande Hotel, Paço do Duque ou Mar Vermelho, entre muitos outros. João Appleton é autor de mais de 500 publicações técnicas, incluindo livros, relatórios, artigos, comunicações e palestras. Não é, pois, de estranhar que a sua vida, obra e carreira já lhe tenham valido vários prémios de prestígio. He is the grand gentleman of Portuguese Engineering. João Augusto da Silva Appleton was born on June 23rd, 1947. A Civil Engineer by profession and vocation with a degree from Lisbon’s Higher Technical Institute (Instituto Superior Técnico) in 1971. He has enjoyed a remarkable professional career, having in 1981 held the post of Buildings Specialist at the Portuguese Civil Engineering Laboratory (Laboratório Nacional de Engenharia

Civil (LNEC). Furthermore, at LNEC he also held the post between 1987 and 1997 of Head of the Buildings Department’s Construction Processes (Chefe do Núcleo do Processos de Construção do Departamento de Edifícios) and, in 1992, had the responsibility of the post of Investigative Coordinator for Buildings Rehabilitation (Investigador Coordenador de Reabilitação de Edifícios). The important post of Advisor to the Board of Public Works, Transport and Communication (Conselheiro do Conselho Superior de Obras Públicas, Transportes e Comunicações) (1997 to 2007) is also on his prestigious curriculum from which he is now retired. Os seus conhecimentos, experiência e dedicação ao mundo da construção conduziram-no inevitavelmente ao mundo catedrático onde na qualidade de professor convidado, partilhou o seu know-how com várias gerações no IST, na Universidade de Évora e na Universidade Católica. His know-how, experience and dedication to the world of construction inevitably led him to the academic world of universities where he was a Guest Professor at IST, University of Évora and Lisbon’s Catholic University’s. A man who constantly strives to know how to to more and better, he became a Specialist in Structures from the Association of Engineers, Structural Engineering, Buildings, Rehabilitation of Old Buildings and General Construction Processes. Today he is an Advisor and Specialist in Structures for the Association of Engineers and became a Partner and Technical Director for the consultants A2P Consult, Estudos e Projectos, Lda. He has been a structural designer since 1971 and he is responsible for many new works, conservation, restoration and rehabilitation works for architectural, monumental and residential heritage. In the collective memory of all of us is, regarding his New Buildings Projects activity, renowned projects like CS Salgados Grande Hotel, Paço do Duque or Mar Vermelho, among many others. João Appleton is the author and participator of over 500 technical publications, including books, reports, articles, communiques and workshops. It comes as no surprise then that his life, works and career have earned him numerous prestigious awards.


Premiados 10 13 SET/OUT 2015

Personalidade Ambiente 2015 Environment Personality Award 2015

Pedro Veiga & LuĂ­s Teixeira


11 13 SET/OUT 2015

Na sua juventude, Pedro Veiga e Luís Teixeira costumavam praticar remo nas águas das barragens do Maranhão e Montargil, no Alentejo. Com o decorrer dos anos nasceu o sonho de dotar esta região de um hotel concebido como centro de estágios para os praticantes desta modalidade e que estivesse em sintonia com a Natureza. Hoje esta quimera foi concretizada, recebendo na Herdade da Cortesia Hotel hóspedes nacionais e estrangeiros e, sobretudo, as selecções internacionais de remo para fazerem os seus treinos nas belas paisagens de Avis. Aliás, a procura é tal que estão completamente esgotados até 2017. Pedro Maria Montenegro Carvalhaes d’Alte da Veiga Nasceu em Lourenço Marques (agora Maputo), Moçambique, a 15 de Abril de 1973, mas acabou por se mudar para Portugal. Em 1995 tirou o curso superior de Design Industrial do IADE e em 2000 licenciou-se em Arquitectura pela Universidade Lusíada de Lisboa. Tem grande experiência em arquitectura, onde se destaca a elaboração de diversos projectos na área do urbanismo e de edifícios de habitações unifamiliares. Posteriormente desenvolveu diversos trabalhos por conta própria. Aliás, a Herdade da Cortesia Hotel é um projecto de arquitectura da sua autoria em parceria com Klaus Gruner. É um dos Sócios Fundadores da Avizaqcua/ Herdade da Cortesia Hotel, sendo actualmente um dos administradores e gestores do empreendimento turístico. Luís Neto Ahrens Teixeira Nasceu em Lisboa, a 5 de Novembro de 1973. Formou-se em Economia pela Universidade Nova de Lisboa. Foi atleta da Selecção Nacional de Remo entre 1992 e 2004, período no qual conquistou diversas medalhas e foi por inúmeras vezes campeão nacional de remo. É sócio fundador da Herdade da Cortesia Hotel e enquanto gestor da empresa Avizaqcua Team Center desenvolve, desde 2005, contactos privilegiados com a mais alta esfera do remo mundial. Actualmente é presidente da Federação Portuguesa de Remo. In their youth, Pedro Veiga and and Luís Teixeira used to practise rowing in the waters of the Maranhão and Montargil reservoirs, in the Alentejo. With the passage of time they had a dream to set up a hotel in this region designed to be a lodge for rowing enthusiasts, one that would be environmentally friendly. Today, what was once

a pipe-dream, has become a reality, welcoming at the Herdade da Cortesia Hotel both national and foreign visitors and, particularly, international rowing teams who train surrounded by the beautiful landscapes of the Avis. Moreover, the demand is such that the hotel is fully booked until 2017. Pedro Maria Montenegro Carvalhaes d’Alte da Veiga Was born in Lourenço Marques (now Maputo), Mozambique, on April 15th, 1973, but moved to Portugal. In 1995 he took a further education course in Industrial Design at IADE - a marketing, publicity and design college in Lisbon - and in 2000 graduated with a degree in Architecture from Lisbon’s Universidade Lusíada. He has a lot of experience in architecture, where his involvement in developing various urban and residential apartment building projects stand out. Later on he developed various projects alone. Indeed, the Herdade da Cortesia is an architectural project of his own authorship in partnership with Klaus Gruner. He is one of the founding partners of Avizaqcua/Herdade da Cortesia Hotel, being currently one of the directors and managers if this tourism development. Luís Neto Ahrens Teixeira Was born in Lisbon on November 5th, 1973. He graduated in Economy from Lisbon’s Universidade Nova. He was a member of the National Rowing Team between 1992 and 2004, a period in which he won various medals and was the national rowing champion countless times. He is also a founding partner of the Herdade da Cortesia Hotel and as the manager of the company Avizaqcua Team Centre has developed, since 2005, valuable contacts with the cream of the rowing world. Luís Neto Teixeira is currently President of the Portuguese Federation of Rowing.


Premiados 12 13 SET/OUT 2015

Personalidade Turismo 2015 Tourism Personality Award 2015

Jorge Rebelo de Almeida


13 13 SET/OUT 2015

Jorge Afonso Campos Rebelo de Almeida é um nome incontornável do sector do turismo em Portugal e além-fronteiras. Mas ele é muito mais do que o sorriso afável por detrás do Grupo de Hotéis Vila Galé… Alfacinha de gema, nasceu no dia 25 de Março de 1949 na Ajuda, em Lisboa. Foi na advocacia que começou por dar os primeiros passos da sua vida estudantil e profissional. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1974, tonando-se advogado. Foi também consultor jurídico no Ministério das Obras Públicas, onde, aliás, trabalhou como técnico estagiário durante o seu curso superior. Exercia a sua profissão na área comercial, nomeadamente nos sectores de projectos de construção e hotelaria, mas acabou por deixar a advocacia em 1986. Perdeu-se um bom advogado ganhou-se um excelente hoteleiro. Em 1986 constituiu a Vila Galé, S.A. de que é Presidente do Conselho de Administração. Actualmente a empresa é proprietária e responsável pela exploração de 25 hotéis, com uma capacidade de 6.253 quartos e 12.652 camas, em Portugal e no Brasil. No seu percurso acabou por se envolver na Galbor – Investimentos e Construções, S.A., hoje integrada por fusão na Vila Galé, S.A., ao nível da promoção e construção de diversos edifícios de escritórios. Homem dos ‘sete ofícios’ encontrou na agricultura uma nova vocação. É Administrador da Casa de Sta. Vitória – Sociedade Agro-Industrial, S.A., através da qual são produzidos e comercializados vinhos e azeites alentejanos de qualidade superior. É ainda Gerente da SV Frutas – Sociedade Agro-Industrial, S.A., sociedade que desenvolve a sua actividade na área da fruticultura. Para lá de Portugal, assumiu as funções de sócio-gerente das sociedades brasileiras Vila Galé Brasil – Actividades Hoteleiras, Ltda., VG Cintra Cumbuco – Actividades Hoteleiras, Ltda. e Cumbuco Golf Resort, Ltda. Com quase três décadas de existência, o Vila Galé acredita que parte do seu sucesso deve-se à qualidade do seu produto e profissionalismo das suas equipas. Mas a maior parte deve-se mesmo a Jorge Rebelo de Almeida que nutre uma enorme paixão pela hotelaria e pelo turismo. Jorge Afonso Campos Rebelo de Almeida is an incontrovertible name in both Portugal’s tourism sector and overseas. But he is so much more than the affable smile behind the Vila Galé Hotels Group. A Lisboner through and through, he was born on March 25th, 1949 in Ajuda, Lisbon.

He began to take his first steps as a student and in professional life in Law. He graduated with a Law Degree from Lisbon’s University Law Faculty (Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa) in 1974 and became a lawyer. He was also a legal consultant to the Ministry of Public Works, where, furthermore, he had worked as a trainee technician during his degree course. He practised his profession in the commercial area, namely in the areas of hotels and related construction projects, but finally abandoned law in 1986. The sector lost a good lawyer but gained an excellent hotelier. In 1986 he formed Vila Galé, S.A. of which he is Chairman of the Board of Directors. Currently the company has the holding and is responsible for managing 25 hotels, with a capacity of 6,253 rooms and 12,652 beds in Portugal and Brazil. During his career he developed Galbor - Investimentos e Construcções, S.A., which today is merged with Vila Galé, S.A., at the level of the development and construction of various buildings and offices. The man of “six professions” he found a new vocation in agriculture. He’s the Chairman of Casa de Sta. Vitória - Sociedade Agro-Industrial, S.A., (an agro-industrial group) from which fine Alentejo wines and olive oils are produced. He’s also the Manager of SV Frutas - Sociedade Agro-Industrial, S.A., a fruit farming company. Beyond Portugal, he is the managing partner of the companies Vila Galé Brasil - Actividades Hoteleiras, Ltda (a hotel group in Brazil); VG Cintra Cumbuco - Actividades Hoteleiras, Ltda. (another hotel group); and the Cumbuco Golf Resort, Ltda. In existence for almost three decades, Vila Galé believes that its success is partly down to the quality of its product and the professionalism of its teams. But its greatest success is owed to Jorge Rebelo de Almeida himself due to his enormous passion for the hotel and tourism businesses.


Premiados 14 13 SET/OUT 2015

Personalidade MĂŠrito 2015 Personality of Merit Award 2015

Margarida Caldeira


15 13 SET/OUT 2015

Nasceu em Castelo Branco e foi na Beira Baixa que viveu na sua infância, numa família numerosa, sendo a única filha no meio de quatro rapazes. Desde cedo quis ser arquitecta, pois, como costuma dizer, gostava muito de desenhar. Desta forma seguiu as pisadas do avô paterno, arquitecto, mas o qual nunca chegou a conhecer. Licenciada na Universidade Técnica de Lisboa, pela Faculdade de Arquitectura, iniciou a sua carreira profissional na CPU Consultores, chegando a Directora de Arquitectura com apenas 25 anos. Trabalhou também em Barcelona, no Atelier Gelabert y Associados, por um período pequeno, mas que reconhece ter tido um enorme impacto no seu crescimento pessoal e profissional. Conta com 30 anos de experiência profissional, tendo passado os últimos 20 à frente da Broadway Malyan em Lisboa e os últimos cinco acumulando a direcção de São Paulo. Actualmente estes ateliers estão a desenvolver projectos para Portugal, Brasil, Paraguai, Angola, Moçambique, Quatar, Dubai, Abudhabi, Índia, Azerbeijão, Dinamarca, Alemanha e Polónia. A arquitecta de renome acredita que a ética e o profissionalismo, aliados a uma grande paixão e perseverança contribuíram decisivamente para o sucesso desta equipa. Apesar de se considerar uma generalista, revela que, nos últimos anos, tem-se dedicado na sua maioria a projectos de hotelaria, área que a apaixona e onde tem-se notabilizado na Europa, África e América do Sul. Foi convidada a pertencer ao Board da Broadway Malyan e durante 10 anos foi a única mulher num grupo de 19 homens. Hoje, faz parte dos sete maiores accionistas deste Grupo Internacional de Arquitectura, Urbanismo e Design. Nos últimos 20 anos, Margarida Caldeira dedicou a sua vida a dois pilares vitais: a família e a Broadway Malyan. Born in Castelo Branco and spent her childhood in the Beira Baixa, one of a large family, but the only girl surrounded by four brothers. She wanted to be an architect from an early age and as she always says, she really liked drawing. She therefore followed in her grandfather’s footsteps, an architect, but who she never got to know. Margarida Caldeira graduated from Lisbon Technical University’s Faculty of Architecture and began her career at CPU Consultores, rising to become the Director of Architecture at only 25. She also worked in Barcelona, at the Atelier Gelabrert y Associados only for a short time, but recognises that it had a huge impact on her per-

sonal and professional growth. She has 30 years of professional experience, having passed the last 20 years heading Broadway Malyan in Lisbon and the last five years heading the company’s São Paulo office. These ateliers are currently developing projects for Portugal, Brazil, Paraguay, Angola, Mozambique, Qatar, Dubai, Abudhabi, India, Azerbaijan, Denmark, Germany and Poland. The renowned architect believes that ethics and professionalism, allied to great passion and perseverance have contributed decisively to the success of this team. Despite considering herself a general all-rounder, she reveals that in recent years had dedicated her efforts, in the main, to hotel projects, an area she loves and where she had enjoyed the greatest impact in Europe, Africa and South America. She was invited to become a board member of Broadway Malyan and for 10 years was the only woman in a group of 19 men. Today, she is part of the seven biggest shareholders in this International Group of Architecture, Urban Planning and Design. Over the last 20 years, Margarida Caldeira had dedicated her life to two core pillars: her family and Broadway Malyan.


Capa 16 13 SET/OUT 2015

Anรกlise

Mudanรงa no paradigma do investimento Analysis

The change in investment paradigm


17 13 SET/OUT 2015

“O que procuram os investidores em Portugal?” foi a pergunta que lançamos junto de alguns dos consultores que melhor conhecem o imobiliário nacional. Na primeira pessoa, ficamos a saber quem são esses investidores, o que procuram no nosso País e quais as repercussões que esta procura versus investimento tem no mercado imobiliário português. “What are investors in Portugal looking for?” that’s the question we asked some consultants who best know the national real estate market. From the horse’s mouth, we learnt who these investors are, what they are looking for in Portugal and what are the repercussions of this demand versus investment has on the real estate market in Portugal.

Texto Text: Carla Celestino

Questionámos as principais consultoras internacionais sobre quem são os investidores de olhos postos em Portugal e o que procuram no nosso País. O director-geral da Aguirre Newman, Paulo Silva, é muito claro na sua resposta. “De uma forma sintética, e genérica, os investidores apresentam dois perfis distintos, em função da exposição de risco assumido: ‘core’, procurando rendimento ‘garantido’, nas melhores localizações, nos melhores edifícios e com bons inquilinos; e ‘value added’, assumindo maiores riscos e consequentemente requerendo retornos mais elevados”. Pedro Lancastre, director-geral da JLL, entra em maiores detalhes e explica que, regra geral, “os alemães, suíços, britânicos e inclusive os norte-americanos são grandes fundos institucionais, normalmente envolvidos em grandes transacções e que procuram tipicamente activos ‘core’, ou seja, edifícios bem localizados e arrendados a inquilinos estáveis”. A par dos institucionais, são cada vez mais os investidores emergentes, como é o caso dos chineses e brasileiros, habitualmente privados/ familly offices, que procuram tanto activos de rendimento como edifícios para reabilitar. A este propósito, Pedro Lancastre salienta que, no caso dos chineses, estão muito focados no programa Autorização de Residência para Actividade de Investimento (ARI), vulgo Golden Visa: “Por um lado, é um investidor final que procura activos de pequena dimensão, nomeadamente fracções residenciais ou fracções de escritórios e lojas arrendados; e por outro, são os promo-

tores que estão focados essencialmente na procura de edifícios para reabilitar no centro de Lisboa”. Já os brasileiros “são investidores que procuram activos para rendimento com caraterísticas ‘core’, mas de menor dimensão”. O CEO da Worx, Pedro Rutkowski, diz ainda que a aposta tem sido maioritariamente “no sector de retalho, que representa 76% do volume total de investimento, bem visível nas operações de aquisição do Almada Forúm, Forúm Montijo e Dolce Vita Tejo”, assim como “os sectores de logística e escritórios apresentam-se como alternativas para os fundos de maior dimensão”. Aliás, como relembra, ao nível do investimento de promoção, no qual se inclui a hotelaria e o residencial, assistimos “à compra de Vilamoura por parte de um grande fundo de investimento norte-americano enquanto os pequenos investidores procuram edifícios de pequena dimensão, maioritariamente em zonas centrais de Lisboa e Porto para reabilitar e transformar em habitações”. Regresso dos FII Aos poucos tem-se assistido também a um retorno dos fundos de investimento imobiliário internacionais, quer dos já habituais quer dos mais reservados. Segundo o Managing Partner da B. Prime, Jorge Bota, o “retorno das grandes casas de investimento tem a ver com um conjunto de factores que se encontram reunidos e que tornam atractivo a aplicação de capital”. A saber: “O grande volume de liquidez existente nos mercados internacionais, as baixas taxas


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Existem dois tipos de investidores: ‘core’, procurando rendimento garantido, nas melhores localizações, nos melhores edifícios e com bons inquilinos; e ‘value added’, assumindo maiores riscos e consequentemente requerendo retornos mais elevados. There are two distinct profiles os investors: ‘core’, seeking a guaranteed income, from properties in the best locations, in the best buildings and with the best tenants; and ‘value added’, taking on greater risks and as a consequence requiring higher returns.

de juro e as menores alternativas para aplicação e os baixos preços que o imobiliário português ainda tem, comparando com outros mercados europeus, bastante mais ‘aquecidos’”. Jorge Bota chama a atenção para o facto de, “tendo disponíveis oportunidades a 6%, o mercado português acaba por chamar a atenção dos investidores internacionais, que já não conseguem encontrar essas rentabilidades nos principais mercados europeus e por esta razão, assumem maior risco nas suas aplicações, sendo que a quota de investimento em Portugal, tem sempre um valor relativo baixo, que permite encarar um mercado com maiores riscos, como o nosso”. Já o director do departamento de Investimento da CBRE Portugal, Nuno Nunes, é da opinião que este regresso dos FII internacionais deve-se também “à clara melhoria da percepção do risco do País que levou a que durante algum tempo vários investidores tivessem ‘banido’ Portugal dos seus programas de investimento”, a par da “grande concorrência e escassez de boas oportunidades de investimento em mercados mais consolidados como o inglês, alemão ou mesmo de outros mercados periféricos, como Espanha, onde a pressão investidora faz com que seja difícil aos investidores conseguirem realizar operações ao mesmo tempo que cria uma tendência altista nos preços”. Os fundos de investimento internacionais têm estado muito activos e segundo a JLL representam 58% do volume total investido nos primeiros seis meses do ano. Aliás, como já foi mencionado, só em fundos internacionais a percentagem de investimento internacional é de 77%.

Tendências do mercado Além das grandes operações registadas em 2014 e no início de 2015, é digno de nota a recente conclusão da venda da Torre Ocidente do Colombo no mês de Agosto e a previsão de concretização de vários portfólios, nomeadamente de escritórios, logística e retalho que se encontram em negociação. Face a estas operações, Paulo Silva acredita que “iremos alcançar um máximo histórico este ano (1.500 – 2.000 milhões de euros), após o que voltaremos a níveis de actividade que se situarão na vizinhança das médias históricas (700 – 1.000 milhões de euros/ano), sem que com isto represente um ‘volte face’ mas antes uma reposição da normalidade do investimento”. Jorge Bota admite também que “enquanto houver liquidez e pressão para aplicar e as alternativas de investimento continuarem com rentabilidades baixas, irá manter-se o ritmo de procura de investimento em Portugal” mas claro que uma possível instabilidade associada a Portugal após as eleições “poderá ‘arrefecer’ o ímpeto dos investidores mas não nos parece que de momento haja uma forte possibilidade de, independentemente da solução de Governo que venha a existir, que haja receptividade para mudanças bruscas ou surpreendentes”. Já Pedro Rutkowski evidencia que “as questões e receios em relação à União Europeia e em especial à crise grega afectaram os países como Portugal, Espanha e Itália” mas, neste momento, “as dúvidas estão apaziguadas e a posição da Europa em relação ao Grexit (saída da Grécia do Euro) já é uma realidade pelo que a confiança na


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Os fundos de investimento internacionais têm estado muito activos e representam 58% do volume total investido nos primeiros seis meses do ano. International investment funds have been very active and represent 58% o the total turnover invested in the first six months of the year.

Europa fica reforçada”. Para Jorge Bota o factor, talvez, mais relevante para um eventual abrandamento do investimento em imobiliário possa ser “a limitação de oferta e a consequente pressão nos preços, o que poderá tornar Portugal menos atractivo”. We quizzed the main international consultants about who are the investors who are looking at Portugal and what they’re looking for in our country. The CEO of Aguirre Newman, Paulo Silva, is very clear in his reply. “In a synthetic and generic form, investors have two distinct profiles, influenced by the amount of risk exposure: ‘core’, seeking a ‘guaranteed’ income, from properties in the best locations, in the best buildings and with the best tenants; and ‘value added’, taking on greater risks and as a consequence requiring higher returns”. Pedro Lancastre, CEO of JLL, provides more details and explains that the general rule is that “the Germans, Swiss, British and Americans are large institutional funds, normally involved in big transactions and typically seeking ‘core’ assets, in other words “buildings that are in good locations and rented out to stable tenants.” Along with the institutional investors, there are increasingly more emerging investors, as is the case with the Chinese and Brazilians, usually private/family offices, who are just as likely looking for assets with an income as properties to do up. On this point, Pedro Lancastre stresses that in the case of the Chinese, they are more focused on the Authorisation for Residency through Investment Activity (ARI), commonly known as

the Golden Visa: “On the one hand, this is a final investor seeking small-size assets, namely residential fractions or office fractions and rented shops; and on the other hand, there are the developers that are essentially focused on finding buildings to do up in the centre of Lisbon”. Now the Brazilians are “investors looking for income yielding assets with ‘core’ characteristics, but smaller sized”. The CEO of Worx, Pedro Rutkowski, also says that investments have been mostly in the “retail sector, which represents 76% of the total investment turnover, particularly evident in the purchase operations for Almada Forúm, Forúm Montijo and Dolce Vita Tejo shopping centres”, as well as “logistics and office sectors which provide alternatives for large-scale funds. However, as he recalls, at the development investment level, which includes hotels and the residential sector, we’ve seen the “purchase of Vilamoura - a luxury hotel, golf, apartment and marina development in the Algarve - by a large US investment fund while smaller investors are looking for small size buildings, mainly in central areas in Lisbon and Porto to do up and turn into housing”. The return of the FIIs Little by little we’ve also seen the return of the international real estate investment funds, both the usual ones and more low-key funds. According to the Managing Partner of B.Prime, Jorge Bota, the “return of the big investment houses has to do with a number of factors that have all converged and which have made the application of capital attractive”. For example: “The large turnover of liquidity existing in the international markets, the low interest rates and fewer alternatives for the application of capital and the lower prices that Portuguese real estate still offers compared to other “fairly heated” European markets.” Jorge Bota calls attention to the fact that “since there are opportunities offering 6%, the Portuguese market has been attracting international investors, who can no longer find these returns in the main European markets and for that reason take on greater risk in their applications, since the investment share in Portugal has always had a relatively low value, which means it’s easier to take greater risks in a market like ours”. Then the Director of the Investment Department at CBRE Portugal, Nuno Nunes, believes that the the return of the international FIIs is also down to “a clear improvement in the perception of risk in Portugal, it being seen as a risky country for some years with various investors

having “banned” Portugal from its investment programmes”, as well as the “stiff competition and lack of good investment opportunities in more consolidated markets like the English and German markets or other periphery markets like Spain, where investor pressure has made it difficult for investors to successfully make operations while at the same time creating a trend-up in prices”. International investment funds have been very active and according to JLL represent 58% o the total turnover invested in the first six months of the year. Indeed, as has already been mentioned, in international funds alone the percentage of international investment is 77%. Market trends In addition to the large operations recorded in 2014 and the start of 2015, it’s worth noting the recent sale completion of the Torre Ocidente de Colombo – an tower of offices attached to the Colombo shopping centre in Lisbon – in August, and plans to move forward with various portfolios, namely offices, logistics and retail which are under negotiation. Given these operations, Paulo Silva believes that “we’ll achieve a historic maximum this year (1.5-2Bn euros), after which we will return to activity levels that will hover around historic averages (700M-1Bn euros/year), without this meaning a U-turn but rather a return to more normal investment levels”. Jorge Bota admits too that while “there’s liquidity and pressure to invest and the investment alternatives continue to show low yields, the rhythm of demand for investment in Portugal will continue” but of course there could be a possible instability associated with Portugal following the elections which could “cool down” the impetus from investors, but it doesn’t seem to us at the moment that there is a strong likelihood, regardless of which party wins the elections, of this happening and of there being sharp and surprising changes”. Then Pedro Rutkowski points out that the “issues and fears in relation to the European Union and especially the Greek Crisis have affected countries like Portugal, Spain and Italy”, but, at the moment, “doubts are being extinguished and the position of Greece in relation to the Grexit (Greece leaving the Euro) which seems less likely now, is already a reality so that confidence in Europe has been strengthened”. For Jorge Bota, the most relevant factor, perhaps, for a possible future slow down in real estate investment could be the “limited offer and the consequent pressure on prices, which could make Portugal less attractive”.


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Sotheby’s Portugal

“No luxo também há crise” “Luxury is in crisis too”


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Falar com Gustavo Soares, por muito preparados que estejamos, é como que entrar num ‘conto de fadas’. Apalpamos as calças e lamentamos a nossa mísera carteira enquanto nos diz que tem clientes com casas espelhadas pelo mundo com valores de milhões de euros cada uma. Interviewing Gustavo Soares, however prepared we are, is like entering a ‘fairytale’. We squeeze the pockets of our trousers and bemoan how light our wallets are when he tells us that he has clients with houses spread around the world each one worth million of euros. Director Geral da Sotheby’s em Portugal, este homem transmite um profissionalismo e uma simpatia invulgares. Cauteloso, espantamo-nos quando afirma que há políticos portugueses no activo que são clientes da casa. Perdoem-nos mas não podíamos deixar de dar esta pequena imagem de tablóide barato. É evidente que não quisemos sequer saber quem eles são, nem ele nunca o diria. Ninguém desconhece esta marca em Portugal e no mundo. Originária da leiloeira com o mesmo nome e que foi fundada, em Londres, em 1744, assumiu também, esta vertente imobiliária, em Nova Iorque, à data de 1976. Empresa cotada em Bolsa, nessa praça, tem padrões de qualidade e exigência de que não abre mão. Chegou a Portugal em 2007 pela mão de um grupo de investidores nacionais. Mas nem por isso a ‘expansão’ da marca foi muito grande. A qua-

lidade, aqui, é um ponto de honra. Daí que seja condição, por exemplo, que o seus brokers sejam pessoas que nunca antes trabalharam no ramo imobiliário. A selecção é super exigente e a formação constante. Em Portugal a Sothebys’s tem apenas seis empresas ‘aliadas’, nomeadamente em Lisboa e no Porto, em Oeiras/Restelo, no Estoril, no Carvoeiro e em Vilamoura. Com 140 colaboradores, dos quais 80% estão directamente ligados à parte comercial, ‘só’ trabalham com propriedades acima de 500 mil euros, não sendo invulgar vender produtos que atingem os 12 milhões de euros. O valor médio de vendas, este ano, situa-se em um milhão de euros. Praticamente todos os clientes, maioritariamente ingleses, alemães, franceses e brasileiros, entre muitas outras nacionalidades “compram a pron-


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to”. Também aqui Portugal concorre com o mundo inteiro. Não é por acaso que a empresa publicita os seus produtos nos sites dos principais órgãos de comunicação social mundiais. Gustavo Soares quase que nos agradeceu a pergunta que fizemos adiante. A sua resposta foi pronta: “ao contrário do que habitualmente se diz, a crise, nos últimos cinco anos, também afectou, em cerca de 60 por cento, largamente o nosso mercado. É preciso lembrar que entre os nossos clientes há investidores, empresários e outros. Além disso há, naturalmente, o factor psicológico que tem influência directa nas decisões”. Para concluir o nosso convidado deixa uma afirmação final: “Quem nos procura sabe muito bem o que quer, já investigou e é cada vez mais exigente”. Restará dizer que, neste encontro, não se falou em Vistos Gold. Esse não é o mercado da Sotheby’s. CEO of Sotheby’s in Portugal, this man conveys a rare professionalism and affability. Wary as we

are, he surprises us when he states that there are acting Portuguese politicians who are Sotheby’s clients. Forgive us, but we can’t help but give this slight image of being a cheap tabloid newspaper. It’s obvious that we don’t even want to know who they are, nor did he even tell us. There isn’t anyone who doesn’t know this brand in Portugal and in the world. It origins lie in the auction house of the same name which was founded in London in 1744, it has also been running a real estate business in New York since 1976. The company is listed on the New York stock market, and has standards of quality and rigour that few can hold a candle to. It arrived in Portugal in 2007 through a group of international investors. But that’s not why the brand’s expansion has been so great. It’s its quality here which is a point of honour. For example, one of its conditions is that its brokers must be people who have never worked in the real estate sector before. It recruitment selection is extremely strict and its training is ongoing.

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In Portugal Sotheby’s has only six ‘allied’ companies, namely in Lisbon and in Porto, in Oeiras/ Restelo, in Estoril, Carvoeiro and in Vilamoura. With 140 staff, of which 80% are directly linked to the commercial side of the business, they ‘only’ work with properties over 500,000 euros, it not being unusual for them to sell products worth 12 million euros. The average value of sales, this year, stands at around a million euros. Practically all the clients, mostly English, Germans, French and Brazilians, among many other nationalities, “buy up-front”. Here too Portugal is competing with the rest of the world. It’s no accident that the company advertises its products on the websites of the world’s main media outlets.

Gustavo Soares almost thanked us for the next question we pitched. His reply was immediate. “Contrary to what most people usually say, the crisis over the past five years, affected our market widely too, by around 60%”. You have to remember that from among our clients there are investors, entrepreneurs and others. Apart from this, there is naturally the psychological factor that has had a direct impact on their decisions”. To wind-up our invitation for an interview he leaves a final point: “Those who seek us out know exactly what they are looking for, they have already researched the market and are increasingly more demanding. That just left the question of the Golden Visas for this interview. That’s not Sotheby’s market.

‘Só’ trabalham com propriedades acima de 500 mil euros, não sendo invulgar vender produtos que atingem os 12 milhões de euros. They ‘only’ work with properties over 500,000 euros, it not being unusual for them to sell products worth 12 million euros.


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SIL 2015

“Evento indispensável” “An indispensable event” Sandra Fragoso, gestora do Salão Imobiliário de Portugal (SIL), revela as novidades para 2015. Sandra Fragoso, director of the Portugal Property Fair (Salão Imobiliário de Portugal (SIL), reveals the latest news for 2015.

A gestora do SIL recorda que este certame, em 2014, “ficou marcado pelo aumento de empresas presentes”. Por isso mesmo, na edição deste ano, que vai decorrer entre os dias 7 e 11 de Outubro, na Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, esse crescimento vai ser mantido, uma vez que o evento conta com “mais empresas novas e as fidelizadas a aumentarem os seus espaços na feira”. O objectivo para 2015 é “ter 200 empresas”. Este salão é, pois, considerado líder do imobiliário em Portugal mas será que já atingiu uma ‘velocidade cruzeiro’? A resposta de Sandra Fragoso é peremptória: “Considero que ainda não, ainda há muita margem para inovar e evoluir, designadamente na internacionalização e na diversidade de acções que podemos organizar neste âmbito”. Acrescentando que “nos projectos de sucesso a procura de melhoria terá de ser sempre uma constante, pois só assim conseguiremos continuar a acompanhar a evolução do mercado a nível nacional e afirmarmo-nos como a plataforma para a internacionalização do SIL”. Levantar o véu sobre as novidades O SIL, como já nos tem vindo a habituar, reserva aos expositores e visitantes várias inovações na área do imobiliário. Na edição de 2015, a gestora deste salão afirma



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que reforçaram a “aposta continuada na internacionalização, com a presença de investidores franceses, chineses e de todos os países da CPLP, bem como a organização do Dia Portugal/ China e do Dia Portugal/França”. Aliás, uma das grandes novidades vai ser a presença, pela primeira vez, de uma delegação do Chile. Sandra Fragoso revela igualmente que o SIL, em parceria com a Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP) e com o apoio da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), levará a cabo uma iniciativa inédita: um “Jantar Internacional”, que vai permitir “o networking entre os convidados”. Além deste momento que vai ser o “ponto alto” da feira, vai decorrer igualmente a cerimónia de entrega de Prémios SIL do Imobiliário que, este ano, vai inserir novas categorias na área da Reabilitação Urbana e a distinção ‘Carreira Engenheiro’. Novidade vai ser também a ‘Festa da Família’, organizada pela Century 21 em parceria com o SIL. Apesar de Sandra Fragoso revelar que este é um “espaço dedicado à família, no qual se poderão experienciar diversas actividades”, a realidade é que diz, desde logo, que não vai “levantar muito o véu sobre este tema”. Ainda assim, aguça a nossa curiosidade dizendo: “Estejam atentos…”. Mostrar lá fora e cá dentro O SIL tem acompanhado ao longo do ano as empresas portuguesas no sector imobiliário em mercados estratégicos internacionais. Com efeito, este certame assume-se como “uma plataforma privilegiada no apoio à internacionalização das empresas portuguesas do sector imobiliário, levando os nossos empresários aos mercados que mais compram e investem em imobiliário em Portugal”, explica. Segundo Sandra Fragoso, “as participações em França, na China, no Brasil, entre outros destinos a definir, dão aos mercados visitados uma imagem de excelência da oferta portuguesa e permitem às empresas nacionais uma abordagem cirúrgica aos potenciais compradores e investidores internacionais, optimizando o seu negócio”. Face a esta aposta, não se pode deixar de questionar em que medida também essas acções têm efeitos no SIL? A resposta é clara: “O efeito é francamente notório, quer pelo número de convidados internacionais que visitam o SIL quer pelas actividades que organizamos à volta da temática da internacionalização”. Com efeito, a estratégia deste salão passa sempre por ter duas vertentes. Primeiro, “vamos aos mercados internacionais, só em 2015 já estive-

mos presentes em Xangai, Paris, Lyon e no final de Agosto vamos a S. Paulo (primeira acção co-financiada no âmbito do Portugal 2020) com as empresas portuguesas, com o intuito de captar investimento estrageiro para Portugal”. Em segundo lugar, “o grande objectivo é trazer estes investidores ao SIL em Lisboa, onde poderão visitar os imóveis, disfrutar do clima e constatar a segurança em que vivemos”. A gestora do SIL acredita que este “é hoje um evento indispensável para o crescimento do investimento estrangeiro no imobiliário em Portugal”. The SIL director recalls that this fair, in 2014, “saw an increase in the number of participating companies”. Which is why, at this year’s event, which will take place between October 7th and 11th at the Lisbon trade fairs and exposition venue Feira Internacional de Lisboa, at Parque das Nações, this growth will remain since the event can count on “more new companies while the old-timers have increased the amount of space they rent at the fair for stands.”The goal fixed for 2015 is to attract “200 companies”. This fair is, indeed, considered the real estate leader in Portugal but could it be that it has achieved the ‘speed of a cruise ship’? Sandra Fragoso’s reply is resolute: “I don’t think so yet, there’s still a lot of room to innovate and develop, particularly in internationalisation and the diversity of activities and events that we can organise around it.” Adding that, “with successful projects seeking the best will always have to be the bottom line, because only by doing that can we continue to keep up with the developments in the market nationally and put ourselves on the map as a platform for the internationalisation of SIL”. Lifting the veil on the latest novelties SIL, as we’ve become used to seeing, always has various innovations and surprises in the real estate area for both exhibitors and visitors. In the 2015 edition, the director of this fair states that they will be bolstering their “continued internationalisation, with the presence of French and Chinese investors and representatives from all the Portuguese speaking countries, as well as organising Portugal/China Day and Portugal/France Day”. Indeed, the big news will be the presence, for the first time, of a delegation from Chile. Sandra Fragoso equally reveals that SIL, in partnership with the Construction and Real Estate Confederation of Portuguese-speaking Countries (Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP) and with the help of the Portuguese Association of Estate Agents and Real Estate Professionals (Asso-

ciação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), have brought to fruition a unique event: an “International Dinner” which will enable the “guests to network.” Apart from this dinner, which will be the “high point” of the fair, there will also be the SIL Real Estate Awards ceremony which this year will feature new categories in the area of Urban Rehabilitation and the distinction “Engineer’s Career Achievement Award” (Carreira Engenheiro) New too is the ‘Family Party’ organised by the estate agent chain Century 21 in partnership with SIL. Despite Sandra Fragoso revealing that this is a space “dedicated to the family” in which “they will be able to experience various activities”, in reality, which she says straight up, is that she won’t “let the cat out of the bag on this topic to much”. Even so, she fires our curiosity by saying: “Watch this space...” Showcasing what Portugal has to offer both home and abroad SIL has accompanied Portuguese companies in the real estate sector throughout the year in international strategic markets. The effect being that this fair is seen as a “privileged platform in helping the internationalisation of Portuguese companies in the real estate sector, taking our companies to the markets that most buy and invest in real estate in Portugal”, she explains. According to Sandra Fragoso, “events and roadshows in France, China and Brazil, among other destinations, give the host markets an excellent image of Portuguese property offer and enable Portuguese companies a first-hand approach to potential international buyers and investors, boosting their business”. Given this investment, one has to ask to what extent these activities have effects on SIL? The answer is clear: “The effect is frankly glaringly visible, both in the number of international guests that come to SIL and in terms of the activities that we organise around the internationalisation theme. In effect the fair’s strategy always has two main strands. First, “visiting international markets, in 2015 alone we have so far been in Shanghai, Paris, Lyons and at the end of August, São Paulo (the first co-financed activity as part of Portugal 2020) with Portuguese companies, with the aim of attracting foreign investment to Portugal”. Second, “the main objective is to bring these investors to SIL in Lisbon, where they can visit properties, enjoy the climate and see the security that we have for themselves.” The SIL director believes that this is “today an indispensable event for the growth of foreign investment in real estate in Portugal.”


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Sempre sensível às mudanças de ciclo, o mercado imobiliário português dá sinais muito positivos. A internacionalização crescente dos investimentos altera escalas, práticas, produtos. Num mundo global, o mercado imobiliário tornou-se um mercado aberto à concorrência. Hoje, Portugal compete também no imobiliário, o que significa que depende da sua própria capacidade para disputar e conquistar quota de mercado. Mas, apesar do caminho feito e de o País ter sabido colocar-se na mira de investidores de referência, a consolidação da tendência é ainda um enorme desafio. Com a descida gradual das yields e uma feroz concorrência entre as principais cidades europeias, ainda que muitos investimentos tendam a concentrar-se em activos ‘core’, cada vez mais investidores olham para activos ‘value-added’ e especulativos. O mercado já dá sinais dessa reorientação e duas oportunidades merecem destaque: a reabilitação urbana e o turismo. Escancarando a porta à urgência da reabilitação, os cascos históricos e consolidados de muitas cidades portuguesas há muito requerem intervenções susceptíveis de os modernizar e qualificar. Ao mesmo tempo, a procura dá sinais de uma preferência clara pela ocupação de tais zonas. Ora, num tal contexto objectivo, é crítico aproveitar as condições favoráveis disponíveis – designadamente, isenção de IMT, redução do IVA, ‘funding’ disponível no quadro do Portugal 2020, para o que é decisivo programar bem a operação e a respectiva execução, dominando os instrumentos de planeamento urbanístico, licenciando em tempo e sem surpresas, construindo sem atrasos. Em paralelo, com um crescimento ímpar nos últimos tempos, o turismo em Portugal está condena-

do a ser uma aposta segura. Mas há inúmeros projectos a precisar de um novo impulso, localizações ‘prime’ a requerer novos conceitos de negócio, unidades tradicionais a recomendar novos modelos de exploração. Do hotel urbano ao ‘resort’, do hotel de praia ao turismo na natureza, do hotel-boutique ao aldeamento, do hotel rural à unidade em propriedade plural, todos exigem capacidade para aprofundar o conhecimento do contexto e das regras aplicáveis, explorar as vias abertas pelo planeamento territorial, definir o programa certo, executar em tempo, desenvolver a actividade no modelo e pelos canais adequados. Por fim, e transversalmente, há que saber estruturar as operações, para o que é determinante conhecer as ferramentas negociais – a título de exemplo, as novas SIPI’s ou, por via do horizonte do IRC, o recurso a SPV’s com saídas em ‘share deal’. De uma maneira ou de outra, estão aí tempos promissores. Sobretudo, tudo indica, na promoção e nos investimentos ‘value-added’, para aqueles que programem os seus investimentos com trabalho sério, apoiados em boas equipas e empenhados nas melhores práticas. Always sensitive to cyclical changes, the Portuguese real estate market is showing very positive signs The growing internationalisation of investments changes scales, practices and products. In a global world, the real estate market has become a market that’s open to competition. Today, Portugal also competes in real estate, which means that it depends on its own capacity to fight for and win market share. But, despite the path trodden, and the fact that the country has known how to put itself under


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the spotlights of top international investors, consolidating the trend still proves to be a huge challenge. With the gradual fall of yields and a fierce competition between the main European cities, even though many investments tend to be concentrated on “core” assets, increasingly more investors are eyeing up ‘value-added’ and speculative assets. The market is already showing signs of this shift and two opportunities deserve highlighting: urban rehabilitation and tourism. Opening the door wide to the urgent need for rehabilitation, the consolidated historic shells of many Portuguese cities have for a long time been in need of regeneration works which can modernise and restore them. At the same time, demand is showing signs of a clear preference for take-up in such areas. Now, in such an objective context, it is critical to make the most of the favourable conditions available - namely, exemption of IMT (Property Tax), a reduction in VAT, “funding available as part of Portugal 2020” (EU development funding), so that it is vital to plan such operations and their respective execution well, mastering urban planning instruments, planning permission in good time and without surprises and building without set backs and delays. At the same time, with its unparalleled growth recently, tourism in Portugal is condemned to be a safe bet. But there are countless projects needing a new boost, ‘prime’ locations requiring new business concepts, traditional units in need of new business models. From the urban hotel to the ‘re-

sort’, from the beach hotel to nature tourism, from the boutique hotel to the tourist village, from the rural hotel to the developments for multi-owners, all demanding the capacity to deepen context know-how and applicable rules, exploring open avenues for territorial planning, defining the right programme, completing on schedule, developing the activity in the model and through the adequate channels. Finally, and this goes across-the-board, one has to know how to structure operations, for which it is vital to understand the business tools - an example being, the new SIPIs (Real estate investment fund vehicles) or, on the horizon, IRC (income tax), using SPVs (bankruptcy-remote entities for specific investments) with share deal outflows. In one manner or other, the current times are promising. Above all, everything points to development and ‘value-added’ investments for those who plan out their investments with some serious homework, supported by good teams and committed to the best practices.


34 Fio-de-prumo 13 SET/OUT 2015

Ordem dos Engenheiros

“Luz ao fundo do túnel” The Engineers Association

“Light at the end of the tunnel” Entrevista Interview: Carla Celestino


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O Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos, fala das dificuldades que o País, o sector da construção e os engenheiros têm enfrentado. Ainda assim, mostra-se optimista. If you think that the beach The President of the Portuguese Engineers’ Association, Carlos Matias Ramos, talks about the country’s difficulties, and the difficulties that the construction sector and engineers have been facing. Even so, he remains optimistic.

De que forma o sector da construção e os engenheiros portugueses têm conseguido enfrentar os reveses do actual panorama económico do País? A actual crise económica e financeira que afectou, de forma acentuada, o nosso País, teve consequências muito relevantes no sector da construção. Começa-se, no entanto, a vislumbrar uma “luz ao fundo do túnel”, em particular na sequência das expectativas criadas pelo Portugal 2020 e, em especial, pelo Plano Estratégico dos Transportes e Infra-Estruturas (PETI+3). Esta percepção foi incorporada pelos empresários da construção que, com alguma esperança, têm manifestado, de forma estoica, confiança numa recuperação do sector, confiança sustentada no facto de 2014 ter registado uma quebra menos acentuada na actividade que a verificada em 2013, ano em que, comparativamente ao anterior, as perdas foram de 14,5%. O efeito desta quebra em 2013 foi atenuado pela capacidade demonstrada pelas empresas portuguesas de construção, que asseguraram,

nos mercados externos, uma carteira de encomendas a rondar os sete mil milhões de euros, o que corresponde a um crescimento, nesse ano, de 53% face ao ano anterior. No que se refere às obras públicas, salienta-se, pela positiva, o facto de os projectos de manutenção das infra-estruturas existentes serem elegíveis ao abrigo do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos. Num ambiente de desvalorização desta componente no nosso País, determinante para garantir qualidade no desempenho das infra-estruturas existentes, esta orientação permitirá animar um pouco o sector da construção e, consequentemente, o emprego. Além disso, os indicadores de conjuntura apontam para uma retoma da actividade no segmento dos edifícios não residenciais, o que se compreende face ao patamar de referência que, desde há muito, apresenta níveis bastante baixos. Os desenvolvimentos na área da reabilitação urbana, associados a projectos prioritários e ao investimento estrangeiro, estão igualmente a


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Os empresários da construção com alguma esperança, têm manifestado, de forma estoica, confiança numa recuperação do sector. Construction companies, with some hope, have displayed a rather stoic confidence in the sector’s recovery.

contribuir para uma ligeira redução do pessimismo no sector da construção e imobiliário. Saliento que um dos factores que tem afectado as empresas de construção tem a ver com a falta de continuidade nos processos de planeamento e de cumprimento dos planos, num ‘pára-arranca’ que não cria credibilidade e induz custos e perdas nas empresas que, em antecipação, procuram adaptar-se às expectativas que muitas vezes saem goradas. O Sr. Bastonário já alertou para o facto de o País poder vir a enfrentar uma crise de falta de mão-de-obra qualificada em algumas especialidades da engenharia derivado da redução de candidatos aos cursos superiores. Analisando os dados das colocações na primeira fase aos cursos do Ensino Superior em Engenharia Civil que tiveram lugar nos últimos cinco anos, constata-se uma variação entre 876 colocações em 2010/2011 e 158 em 2014/2015, o que revela uma tendência preocupante. É, no entanto, minha percepção que estes dados não permitem afirmar que a crise no sector da construção seja a única grande responsável pela perda de atracção dos cursos de Engenharia Civil. Efectivamente, esta crise afectou também, de forma significativa, outras áreas como a arquitectura e, no entanto, este facto não alterou a atractividade para os cursos nesta área, sendo preenchidas as vagas disponibilizadas.

Por outro lado, há o sentimento de que os jovens, na idade em que têm de tomar as suas opções no acesso ao ensino superior, são mais facilmente atraídos para áreas sociais ou mediaticamente valorizadas, não tendo em conta, nas suas opções, a empregabilidade. Perpassa também a ideia, que pode condicionar a decisão, de que obter o diploma num curso de Engenharia Civil corresponde a ‘tirar um passaporte’ para sair do País. Não têm em conta o facto de que se se graduarem em determinados cursos, em que as vagas são totalmente preenchidas, pode, isso sim, significar obter um “um passaporte para o desemprego” qualificado. A complementar há o factor demográfico negativo em resultado da quebra da natalidade, mas que afecta todos os cursos. Como encara o possível cenário de passarmos de um país ‘exportador’ dos melhores engenheiros do mundo para uma ‘importação’ de engenheiros do estrangeiro? Com preocupação. De facto, a grande capacidade demonstrada pelas empresas portuguesas de construção, que permitiu o seu elevado desempenho, designadamente no mercado externo, deve-se de forma muito relevante à qualidade da engenharia civil portuguesa. Se ela não existir na dimensão e qualidade exigíveis, o País não pode aspirar a um dos seus grandes propósitos: a crescente internacionali-

zação da nossa economia, que integra o sector da construção civil, propósito que representa, mais do que em qualquer outro momento da nossa história, um caminho político vital para o progresso nacional. Ora, essa internacionalização exige engenheiros, nas empresas e nas actividades económicas em geral, preparados técnica e culturalmente para actuar globalmente. A previsível redução do número de engenheiros civis nos próximos cinco anos para patamares inferiores ao desejável no País, com vista a satisfazer as necessidades internas e externas das nossas empresas, designadamente num período que se espera que seja mobilizador face, nomeadamente, aos objectivos do Portugal 2020, conduz ao risco de termos esse cenário de ‘importação’ e, mais relevante, ao empobrecimento da qualidade de resposta aos desafios das nossas empresas. Tendo em conta que 2015 é ano de eleições mas onde o regime de austeridade vai, por certo, continuar, pergunto-lhe: Como perspectiva o futuro da Engenharia e dos engenheiros nos próximos anos? A Engenharia é uma profissão feita de várias especialidades. O futuro dos engenheiros está forçosamente ligado às estratégias políticas e ao que se pretende para o País, tendo em vista as apostas políticas associadas ao desenvolvimento económico e social, que passam, de forma determinante, pelo reconhecimento de que os engenheiros constituem uma mais-valia que o País deverá saber capitalizar. Desejamos um futuro com surgimento de empresas de base tecnológica capazes de inovar e gerar valor, determinantes para estimular a economia. Este futuro passa pelo incremento substancial da inovação, pelo empreendedorismo e pela conquista de outras geografias. Sem engenharia não se cria valor


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O futuro dos engenheiros está forçosamente ligado às estratégias políticas e ao que se pretende para o País. The future of engineers is strongly linked to policy strategies and what governments want for the country.

How has the Portuguese construction and engineering sector managed to face the economic downturn in Portugal? The current economic and financial crisis that has deeply affected our country has had very relevant consequences for the construction sector. I would begin, however, by saying that a glimmer of light can be seen at “the end of the tunnel”, in particular as a result of the expectations created by Portugal 2020 and, especially from the Transports and Infrastructure Strategic Plan (PETI+3). This perception was taken on board by construction companies that, with some hope, have displayed a rather stoic confidence in the sector’s recovery, a confidence sustained by the fact that in 2014 it suffered activity falls that were less sharp than in 2013, a year in which losses compared to the previous year were 14.5%. The effect of this fall in 2013 was offset by the capacity shown by Portuguese construction companies to do better in overseas markets, with an order book of around 7Bn euros, which in that year corresponded to a 53% increase on the previous year. As to public works, on the positive side, the fact that existing infrastructure maintenance projects were eligible for investments from the European Strategic Investments Fund should also be stressed. In an atmosphere where infrastructure maintenance has been played down in our country - a decisive factor in guaranteeing the performance quality of existing

infrastructure - the investments from this fund will mean that some life will be injected into the construction sector, bringing jobs with it. Furthermore, the overall indicators seem to show a recovery for the non-residential buildings sector, which can be seen in benchmark indicators which for a long time had displayed fairly low levels. Developments in the urban rehabilitation area, associated to priority projects and foreign investment, have equally been contributing to a slight reduction in pessimism in the construction sector and real estate. I would stress that one of the factors that has affected construction companies has to do with the lack of continuity in planning processes and the fulfilment of plans, in a stop-start situation that has not instilled credibility and causes costs and losses for companies which, in anticipation, have tried to cut their cloth according to expectations that very often are dashed at the last minute. You have already warned that Portugal could face a crisis of lack of skilled manpower in some specialities resulting from a reduction in candidates for further education courses. Analysing the first phase application and takeup statistics for further education courses in Civil Engineering over the past five years, there has been a variation between 876 vacancies filled for 2010/2011 and 158 in 2014/2015, which shows a worrying trend. However, it is my perception that this data cannot point to the construction sector crisis being wholly to blame for this lack of interest in Civil Engineering courses. Actually, this crisis has also significantly affected other areas like architecture but, however, this factor has not diminished the attractiveness of courses in this field, with the available vacancies being taken up. On the other hand, there is a feeling that young people, when they reach the age to choose their further education options, are more easily attracted to social areas or those that are valued more highly by the media, without stopping to think about their prospects of getting a job when it comes to choosing a course. There is also an idea gaining currency which could influence decision-making; that obtaining a diploma in Civil Engineering means a “passport to leave the country”. It doesn’t take into account the fact that if they graduate in certain courses in which the vacancies are totally filled, this also can mean getting a “passport to the unemployment office”.

Added to this is the negative demographic factor resulting from a fall-off in the birth rate, one which affects all courses. How do you view the possible scenario of us becoming a country which “exports” the best engineers in the world to one that “imports” them from abroad? It worries me. In fact, the great capacity shown by Portuguese construction companies, which enables their high level of performance, namely in the overseas market, is to a great degree down to the quality of Portuguese civil engineering. If this doesn’t exist in the extent and quality demanded, the country cannot aspire to one of its main ambitions: the growing internationalisation of our economy, which integrates the civil construction sector, and which represents, more than at any time in our history, a vital policy pathway to national progress. Now this internationalisation requires engineers, in companies and in economic activities in general, technically and culturally prepared to compete globally. The predictable reduction in the number of civil engineers over the next five years to less than desirable levels for the country, in terms of satisfying the internal and external needs of our companies, particularly in a period which is expected to be crucial to achieve the goals of Portugal 2020, leads to the risk in terms of this scenario of us having to import engineers and, more importantly, to a fall in the quality standards required to meet the challenges our companies face. Taking into account that 2015 is a year of elections but that austerity looks set to certainly continue, I would ask you: How do you see the future of Engineering and engineers in the coming years? Engineering is a profession made up of various specialities. The future of engineers is strongly linked to policy strategies and what governments want for the country, taking into account the policies associated with economic and social development, which includes, in a marked form, recognising that engineers are an asset that the country should be able to capitalise on. We want a future with the appearance of technologically based companies that are capable of innovating and creating value, vital for stimulating the economy. This future includes a substantial increase in innovation, involving entrepreneurship and winning business in other geographical territories. There is no value creation without engineering.

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Azimute

Tr창nsito nas cidades

Andar numa roda-viva Traffic in the cities

On a roundabout to nowhere


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Circular de automóvel dentro das cidades não é fácil. O trânsito é lento e sem grandes alternativas de fuga, há dificuldade em estacionar, a poluição é elevada… Uff! Proibir, ou não, os carros nas grandes cidades é a grande questão! Driving in cities isn’t easy. The traffic is slow and there aren’t many alternatives to get out of it, it’s hard to park and the pollution i s awful...Yuk! To ban cars in large cities or not - that’s the big issue!

Lisboa e Porto, quer o interior das cidades, quer a periferia, beneficiam de uma boa rede de transportes públicos. Desde que não haja acidentes, greves ou obras, e mesmo contando com ligeiros atrasos, funcionam. Assim, seria de esperar que não fosse preciso circular em viaturas próprias e que as notícias sobre o trânsito não dissessem, todos os dias, que o IC19 está congestionado entre o Cacém e a curva do Palácio de Queluz ou que existe abrandamento entre o Freixo e a Arrábida. Depois de ultrapassado o acesso aos grandes centros urbanos, o pesadelo diário da mobilidade automóvel ainda não terminou. Há que chegar ao local desejado e estacionar, tarefa nada fácil mesmo em parques de estacionamento pagos. Aliás, estes parques não têm preços muito acessíveis pelo que seria também de esperar que fosse um factor dissuasor para não levar o automóvel para o centro da cidade mas, na realidade, quase sempre, mostram a placa a dizer “completo”. Nem mesmo as campanhas de partilha de viatura entre pessoas, conhecidas ou estranhas, que fazem o mesmo percurso diário casa-emprego/ local de estudo-casa, parece estar a surtir efeito. Os níveis de poluição obrigaram, no entanto, a repensar a estratégia de circulação das cidades. Basta olhar para a capital. Basta parar para beber um café numa esplanada do Rossio para depressa se sentir a poluição a entrar pelas vias respiratórias. Basta olhar para a Sé de Lisboa cuja fachada foi limpa não há muito tempo e já se encontra escura da poluição automóvel.

E depois há o excursionismo e o turismo. Existem zonas da cidade que precisam de ser apreciadas com tranquilidade e, de preferência, sem muito ruído. A Baixa lisboeta deveria ser uma dessas zonas mas as buzinadelas ou o chiar dos pneus distrai qualquer observador da fachada do Teatro D. Maria II ou da estátua do Camões. Face a este panorama, surgiu a necessidade de impôr restrições no acesso automóvel às cidades. Limitar a circulação automóvel Um estudo levado a cabo pela marca de GPS TomTom apurou as cidades com o pior trânsito a nível mundial. Esta análise resultou do número de horas que as pessoas passam no trânsito em mais de 100 cidades em todo o mundo. No topo da lista surge Istambul, mas Los Angeles, nos Estados Unidos da América, a Cidade do México, no México, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, no Brasil, Moscovo e São Petersburgo, na Rússia, Bucareste, na Roménia, ou Varsóvia, na Polónia, fazem parte deste ranking. A dimensão de Lisboa ou do Porto ainda não faz delas tão caóticas como estas cidades internacionais. Ainda assim, segundo a autarquia de Lisboa, estima-se que entrem diariamente na capital 500 mil viaturas e que duas em cada três viaturas sejam oriundas do exterior da cidade; também segundo um estudo do departamento de Mobilidade da Câmara Municipal do Porto, 67 mil viaturas oriundas da região Norte entram diariamente na Invicta as quais se juntam às 46 mil viaturas dos portuenses. O elevado número


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de automóveis deve-se, em muito, aos estímulos lançados nos últimos anos no crédito à compra de automóvel, à semelhança do que se passou na habitação. Não é, pois, de estranhar que em Lisboa a autarquia tenha dado início à implementação das Zonas de Emissões Reduzida (ZER) como forma de impedir a entrada das viaturas mais poluentes segundo as normas europeias. Mas não basta proibir a circulação automóvel, tem de se criar alternativas. Como a utilização de percursos pedestres, o recurso à bicicleta ou à utilização de uma frota de transportes públicos mais amiga do ambiente. As nossas cidades já estão a dar os primeiros passos nesse sentido. A restrição do acesso automóvel às cidades traz, no entanto, a sombra de uma portagem urbana, ou seja, do pagamento de uma elevada taxa para entrar nas cidades. Para já, não é a realidade portuguesa, ao contrário do que se passa em Londres, Inglaterra, em que, desde 2003, é obrigatório pagar a ‘London congestion charge’. Mas nunca se sabe o que o futuro sobre rodas nos reserva…

Lisbon and Porto, both in the city centres and on the outskirts enjoy a good public transport network. Providing there aren’t any accidents, strikes or roadworks, and even taking into account slight delays, it works. That’s what people would expect if they didn’t have to travel in their own vehicles and hear the traffic news state on a daily basis that the IC19 was jam-packed between Cacém and the Queluz Palace bend or there was a tailback between Freixo and Arrábida. After overcoming actually getting into the large urban centres, the daily traffic nightmare isn’t over. You have to get to your desired destination and park, no easy task even when using paid car parks. Furthermore, these car parks aren’t exactly cheap which also acts as a deterrent to taking your car in the city centres and the reality is that they nearly always display a sign saying “Car Park Full”. Not even the car-sharing campaigns between colleagues, friends or strangers who make the same route from home to work/home to place of study seems to be having an effect. The levels of pollution, meanwhile, are forcing a rethink on traffic strategies in cities. You only need to look at Lisbon. You only have to stop and have a coffee on an esplanade in the capital’s city-centre square Rossio to feel the pollution in your lungs. You only have to look at the façade of Lisbon’s Sé cathedral, which was cleaned not that long ago, to see the grime from car pollution. And then there are excursions and tourism. There are parts of the city which need to be appreciated calmly and preferably without a lot of noise. Lisbon’s down-town ‘baixa’ should be one of these areas but the noise of car horns or the rumble of tyres distracts any sightseer looking at the façade of the D. Maria II Theatre or statue of the poet Luís Camões. Give this backdrop, there’s the need to impose restrictions on car access to cities. Restricting car traffic A study carried out by the GPS brand TomTom discovered that cities have the worst traffic worldwide. This study was the result of the many hours that people spent in traffic in over 100 cities all over the world. Istanbul topped the list, but Los Angeles in the United States, Mexico City in Mexico, Rio de Janeiro, Salvador and Recife in Brazil and Moscow and St. Petersburg in Russia, Bucharest in Romania and Warsaw, Poland also made this league table. The size of Lisbon and Porto has yet to make them so chaotic as these international cities.

Estima-se que entrem diariamente na capital 500 mil viaturas e que duas em cada três viaturas sejam oriundas do exterior da cidade. It is estimated that 500,000 vehicles drive into Lisbon each day and that two out of three vehicles come from outside the city.

Even so, according to Lisbon City Council, it is estimated that 500,000 vehicles drive into Lisbon each day and that two out of three vehicles come from outside the city; equally, according to a study from Porto City Council’s Department of Mobility, 67,000 vehicles from the north region drive into Porto per day to be added to the 46,000 vehicles used by Porto residents. This high number of cars is to a large part down to the easy car credit of recent years, in the same way that home mortgages became easier to access. It is therefore not surprising that in Lisbon the Council has begun setting up Reduced Emission Zones (REZ), as a way to stop the most polluting vehicles according to European standards from coming into the cities. But it’s not enough to ban traffic without creating alternatives. Such as the use of pedestrian walkways, cycle paths or by using an environmentally friendly public transport fleet of buses. Our cities are already taking the first steps in this direction. Restricting car access to cities brings, however, the spectre of traffic congestion charges, in other words a costly tax to bring vehicles into cities. For the time being, that’s still not the case in Portugal, contrary to London, UK, which has levied a congestion charge since 2003. But you never know what the future on wheels might bring...



44 Ventos do Norte 13 SET/OUT 2015

David Pinto

Promotop: lugar à excelência Promotop: developers of top quality properties Texto Text: Elisabete Soares

Promove e vende no Porto apartamentos que são uma referência. Não admira que tenha importantes clientes, muitos deles que o acompanham desde o início da Promotop, criada em 2000. Develops and sells in Porto apartments that are a benchmark, which is why it comes as no surprise that it has importante clients, many of which he has served since Promotop was created in 2000.


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Estamos a falar de David Pinto, promotor imobiliário e empresário que elegeu o nicho da construção de habitação de luxo, exclusiva, em condomínios privados de pequena dimensão, escolhendo as zonas nobres e tranquilas do Porto, rodeadas de jardins e espaços verdes, onde a aposta na arquitectura dos edifícios, nos pequenos detalhes e nos acabamentos personalizados dos apartamentos, ou andares moradia, são marcas que o acompanham o seu percurso de 15 anos de actividade. Estas características são visíveis num dos mais recentes e exclusivos empreendimentos promovidos - o Castelo Residence -, junto ao Castelo do Queijo, com vistas privilegiadas para o Parque da Cidade e para o mar. Contudo, a mesma situação repete-se no Monte da Ervilha, na Foz, um empreendimento de 35 apartamentos, promovido em parceria com a Cobelba Construções, ultrapassando, desta forma, as limitações de crédito e as maiores dificuldade de venda decorrentes desse facto e impostas pelos últimos anos de crise no sector. Da investigação à promoção Engenheiro civil de formação, na FEUP, David Pinto esteve, inicialmente, ligado à investigação, na área da engenharia sísmica, ao mesmo tempo que trabalhava na empresa Soares da Costa. Seguiu-se um período em que deu aulas no Ensino Superior, fazendo também parte do clube de avaliadores do Montepio e do BIC. Neste período fez ainda duas pós-graduações na área de gestão, no ISEG e Universidade Católica de Lisboa. Na década de 2000, além da criação da Promotop - que começou a actividade com a promoção do Antas Residence - o empresário iniciou, em Setembro de 2001, um projecto na área do ensino não superior, criando o Colégio Novo da Maia, sendo já neste momento um projecto de ensino afirmado e conceituado, que se desenvolve em instalações compostas por três edifícios, com cerca de 14.000 m2 de área coberta, e implantados num terreno com área de 14.000 m2, desde o pré-escolar ao ensino secundário, e com mais de 1000 alunos inscritos. Aliás, para David Pinto, a diversificação para uma área diferente do imobiliário foi uma das razões que lhe permitiu manter, com algum fôlego, os negócios neste período de crise do sector. “Foi importante a diversificação da actividade, já que permitiu a obtenção de receitas numa altura em que as vendas na habitação se reduziram drasticamente”. Na sua opinião, este facto levou a que conseguisse ter uma ‘almofada’ para evitar o fenómeno negativo que proliferou no sector imobiliário nos últimos anos, com alguns compradores a pedirem descontos irrazoáveis.

“Nesse período tivemos clientes que ofereciam 60% do valor do imóvel”. Um fenómeno onde o papel dos avaliadores também não ficou bem na fotografia, já que “muitos dos avaliadores actuaram como prestadores de serviços à banca”, destaca. “Sair da crise sem passivo” Para este gestor a estratégia seguida, nos últimos quatro a cinco anos, foi a de resolver o mais rapidamente o passivo contraído junto da banca e procurar parceiros que “complementassem a sua política de qualidade, como é o caso da Cobelba”. O fruto desta relação é visível no Monte da Ervilha, empreendimento já concluído e praticamente comercializado, e que, segundo David Pinto, continuará num projecto novo para a Rua António Aroso, a poucos metros do Parque da Cidade, com a promoção de mais um condomínio de pequena dimensão e com as características dos bem-sucedidos Castelo Residence e Monte da Ervilha Residences, localizados próximo. Apesar da sua experiência nas várias áreas, a recente crise imobiliária ainda trouxe algumas lições a este gestor. Especialmente, na constatação que “só a aposta na qualidade e exclusividade se apresenta segura no curto, médio e longo prazo”, conclui David Pinto.

We’re interviewing David Pinto, real estate developer and entrepreneur who has cornered the exclusive luxury housing niche specialising in smallscale private condominiums, selecting the quiet uptown areas of Porto, surrounded by gardens and green spaces, where the focus in building architecture lies in the fine details and customised fixtures, fittings and finishes of the apartments, or detached housing, markers that have been he hallmark of his career for the 15 years he has been in business. These characteristics are apparent in the company’s latest and most exclusive developments - o Castelo (Castle) Residence -, by the Castelo do Queijo castle, with privileged views over the City Park and the sea. A situation he has repeated, however, at Monte da Ervilha, at Foz, with a 35 apartment development, developed in partnership with Cobelba Constructions, thereby overcoming credit limitations and greater difficulties in selling arising from this factor and imposed during the recent years of crisis in this sector. From research to development A Civil Engineer by training, in FEUP (University of Porto’s Engineering Faculty), David Pinto was initially linked to research in the area of seismic engineering, at the same time he was working


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in the construction company Soares da Costa. This was followed by a period in which he gave Higher Education lectures, also being part of Montepio and BIC’s property assessors. During this period he also pursued two post-graduate degrees in the management area at ISEG (Lisbon School of Economics and Management), and Lisbon’s Catholic University. In the 2000 decade, apart from founding Promotop - which he began with the development of Antas Residence - the entrepreneur began, in September2001, a project in the educational area, creating the Colégio Novo da Maia college, being at that time a respected and reputable educational establishment, comprising premises made up of three buildings, with around 14,000 m2 covered area, and set within a 14.000 m2 plot of land, offering pre-reception/primary and secondary education, and with over 1000 pupils. Indeed, for David Pinto, diversifying into an area different from real estate was one of the reasons that enabled him to maintain, with some margin for manoeuvre, his businesses afloat during this period of crisis in the sector. “Diversifying activities was important, since it enabled me to get revenues at a time when housing sales fell drastically”. In his opinion, this factor gave him a ‘lifeline’ to avoid the phenomena that had been spreading in the real estate sector over the past years, with some buyers asking for unreasonable discounts. “At that time we had clients offering 60% of the property’s value”. A phenomena where the role of the assessors wasn’t exactly snow white, since “many assessors behaved like service suppliers to the banking sector”, he stresses. “Emerging from the crisis without losses” For this manager the strategy followed in the last four or five years was to resolve, as quickly as possible, the losses resulting from bank loans and look for partners who “complemented his policy for quality, as is the case of Cobelba”. The fruit of this relationship is visible at Monte da Ervilha, a development that has already been completed and practically sold, and which, according to David Pinto, a partnership that will continue in a new project for Rua António Aroso, a few minutes from the City Park, with the development of another small size condominium with the characteristics of the successful Castelo Residence and Monte da Ervilha Residences, located nearby. Despite his experience in these various areas, the recent real estate crisis still taught this manager some lessons. Especially in insisting that “only by focusing on quality and exclusivity can you be reliably confident of success in the short, medium and long terms”, concludes David Pinto.

Opinião Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist

Um casamento que animou o Porto A wedding to cheer Porto

O Verão é uma altura em que os dias são cheios de sol e quase só isso é o suficiente para nos tornarmos mais felizes e optimistas. Mas mesmo no advento do Outono, as novidades com que nos deparamos no nosso dia-a-dia também não nos deixam cair no marasmo que o País viveu há dois ou três anos. Para ilustrar esta ideia, que tal falar no mais badalado casamento do ano que aconteceu, no Porto, no início de Agosto e que, tirando algum mediatismo que o rodeou e as exageradas medidas de segurança impostas, teve algum impacto económico na região, que é bom registar. É que o casamento religioso do empresário de futebol Jorge Mendes, dono da Gestifute, que segundo as notícias, teve um custo total de 500 mil euros, significou, só para a Fundação de Serralves, 100 mil euros no aluguer do espaço. Uma verba que a direcção que gere o Museu de Serralves saberá muito bem utilizar. Mas movimentou, também, um sem número de empresas que organizam eventos e um grande número de pessoas que foram contratadas e mesmo as instituições sociais, especialmente o IPO Porto, que foram contemplados com os donativos, feitos de forma anónima, pelos 400 convidados. A somar a isto está a repercussão mundial que teve a realização de um evento que juntou algumas das figuras mais mediáticas, entre jogadores, treinadores e magnatas do futebol. O único senão foi mesmo o facto de Cristiano Ronaldo, padrinho do filho do empresário, ter escolhido as ilhas gregas para a suposta prenda que teve a oportunidade de oferecer. Apesar de não se saber se afinal ofereceu uma ilha que custou dois ou 50 milhões de euros (é caso para dizer que jornalista quando não sabe, inventa!), a verdade é que qualquer verba que tenha sido poderia ter sido investida num resort no nosso País, por exemplo na ilha de Porto Santo, que está há tanto tempo à espera do prometido investimento do Cristiano Ronaldo. Summer is a time when every day is a sunny one and this is almost enough to make us feel

happy and optimistic. But even with autumn around the corner, the latest news that we come across in our day-to-day lives prevent us from falling into the despair that Portugal went through two or three years ago. To illustrate this idea, there’s the much discussed wedding of the year that took place in Porto at the start of August and which, with the exception of the media circus that surrounded it and the exaggerated security measures put in place, had a positive economic impact on the region which was good to see. The wedding, a religious ceremony, for the entrepreneur and football mogul Jorge Mendes, owner of Gestifute, which according to the news, cost a total of 500,000 euros, meant 100,000 euros alone for the Serralves Foundation for renting out the space. A sum which the administration that manages the Serralves Museum will know how to spend very well. But it had an impact too on a countless number of companies that organise events and a large number of people who were hired and even on the social institutions, especially the cancer hospital in Porto, the IPO, who are to receive anonymous donations from the 400 guests. Add to this the knock-on effects worldwide from the event which brought together some of the most famous celebrities from the football world including players, football moguls and coaches. The only drawback was the fact that Cristiano Ronaldo, the Godfather of the mogul’s son, had chosen the Greek Islands for the apparent wedding present that he had the opportunity to offer the couple. Despite not knowing for sure if the island he offered cost two or 50 million euros (providing an opportunity to accuse journalists who don’t know the facts of making them up!), the truth is that any sum that had been given as a wedding present could have been invested on a resort in our country, for example on the island of Porto Santo, which for so long has been waiting for a promised investment from Cristiano Ronaldo.



48 Do Mundo 13 SET/OUT 2015

Expo Real 2015

‘Networking’ no sector imobiliário Networking in the real estate sector


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No ano passado o imobiliário português regressou com maior expressão à EXPO REAL. Segundo a directora Claudia Boymanns esta é uma tendência para continuar nos dias 5 a 7 de Outubro, em Munique, na Alemanha. Last year Portuguese real estate returned with a greater presence to EXPO REAL. According to its director, Claudia Boymanns, this is a trend set to continue from October 5th to 7th, in Munich, Germany.

O tema central da Expo Real 2015 é ‘Building Networks’. Que tipo de ‘redes’ este evento pretende alcançar? A Expo Real sempre foi, e ainda é, concebida como um evento de networking. O foco principal aqui é sobre interdisciplinar e orientado para resultados ‘networking’ no sector imobiliário. Na feira queremos reunir especialistas em todo o ciclo de vida de um imóvel, promovendo assim o intercâmbio de informações e experiências, bem como a oportunidade de fazer novos contactos e, assim, explorar novas oportunidades de negócios. Neste contexto, encontramo-nos a dar um apoio adicional através de MatchUp! Trata-se de um espaço online em que a comunidade participante na EXPO REAL, envolvendo todos os participantes - expositores, visitantes e representantes da imprensa –, mantém o contacto durante todo o ano e apresenta uma imagem actualizada e abrangente de si ou da sua empresa através dos seus respectivos perfis online e do diálogo. Qual o volume de expositores e visitantes esperados em 2015? O sector imobiliário está a desenvolver-se muito bem. É por isso que esperamos que a Expo Real 2015 permaneça estável e ao mesmo nível do ano passado, quando a feira voltou a ser novamente um ponto de encontro do sector imobiliário internacional, com 1.653 expositores e 36.893 participantes.

Há mais participantes portugueses este ano? O que procuram as empresas portuguesas? O número de expositores portugueses na EXPO REAL manteve-se praticamente inalterado. Estamos especialmente satisfeitos que a cidade de Lisboa seja novamente representada com um stand próprio. As empresas portuguesas encontram nesta feira especializada os contactos de negócios internacionais ideais para a sua empresa e o espaço para apresentar os seus projectos e serviços a potenciais parceiros e clientes. A EXPO REAL torna possível, dentro de um curto espaço de tempo, entrar em contacto com numerosos representantes de toda a indústria imobiliária. Considera que a EXPO REAL é um bom lugar para satisfazer a curiosidade sobre o imobiliário português? Se não for na EXPO REAL, onde será? A presença dos expositores portugueses no ano passado demonstrou as possibilidades que o país tem para oferecer aos investidores internacionais e em que áreas existem essas oportunidades. Especialmente para os países com os quais, talvez, nem todo mundo esteja familiarizado, uma feira desta dimensão internacional, como a EXPO REAL é sem dúvida, apresenta-se como a plataforma ideal para se darem a conhecer e para colocarem as suas vantagens particulares na perspectiva correcta.


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Na feira queremos reunir especialistas em todo o ciclo de vida de um imóvel. At the fair we aim to bring specialists together from the entire life cycle of a property.

throughout the year and presenting a contemporary and far-reaching image of themselves or their companies through respective on-line profiles and discussion forums. What is the turnover of expected visitors in 2015? The real estate sector is developing extremely well. Which is why we expect Expo Real 2015 to remain stable and at the same level as last year, when the fair once again became a meeting point for international real estate, with 1,653 exhibitors and 36,893 participants.

The central theme for Expo Real 2015 is ‘Building Networks’. What type of ‘networks’ does this event aim to reach? Expo Real has always been and still is conceived as a networking event. The main focus here is interdisciplinary and geared to ‘networking’ results in the real estate sector. At the fair we aim to bring specialists together from the entire life cycle of a property, thereby promoting an interchange of information and experiences, as well as providing an opportunity to make new business contacts and, thereby exploring new business opportunities. In this context, we give additional support through MatchUp! This is an on-line space in which the community participants at EXPO REAL, involving all participants - exhibitors, visitors and representatives of the press -, maintaining contact

Are there more Portuguese participants this year? What are Portuguese companies looking for? The number of Portuguese exhibitors at EXPO REAL has remained practically unaltered. We are especially satisfied that Lisbon is once again represented by its own stand. Portuguese companies find at this specialised fair the ideal international business contacts for their companies and the space to showcase their projects and services to potential partners and clients. EXPO REAL makes it possible, within a short space of time, to get in touch with countless representatives from all over the real estate industry. Do you think that EXPO REAL is a good place to satisfy curiosity about Portuguese real estate? If not at EXPO REAL then where else? The presence of Portuguese exhibitors last year showed the possibilities that the country has to offer international investors and in which areas these opportunities exist. Especially for those countries with which the rest of the world may not be so familiar, an international fair of this size like EXPO REAL is, without a doubt, an ideal platform to showcase their particular advantages in the right setting.



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Mondial du Bâtiment 2015

Portugueses de olhos postos em França

Portuguese with their eyes fixed on France


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A próxima edição da Batimat 2015 já tem confirmada a presença de cerca de 30 empresas portuguesas. Guillaume Loizeaud, Directeur Division Construction – Reed Expositions France, explica as razões da preferência dos empresários portugueses da construção por este certame. The next edition of Batimat 2015 has already confirmed the presence of around 30 Portuguese companies. Guillaume Loizeaud, Director of the Construction Division - Reed Expositions France, explains the reasons why Portuguese construction entrepreneurs prefer this trade fair.

De 2 a 6 de Novembro de 2015, o Parque de Exposições Paris Nord Villepinte, em Paris, França, vai receber o Mondial du Bâtiment 2015. Muito embora o Directeur Division Construction – Reed Expositions France afirme que, nesta altura, ainda seja “prematuro fazer um prognóstico”, não deixa de referir que, “no mínimo, contamos alcançar os mesmos números de 2013, ou seja, receber 350.000 visitantes e 2.600 expositores”. Recorde-se que esta feira ocorre de dois em dois anos. Este é um certame que tem sabido adaptar-se à evolução do sector da construção e da economia quer francês, quer europeu e mundial. Mais recentemente adquiriu uma visão globalizante, o que levou à alteração da sua denominação para “Mondial du Bâtiment” (Mundial da Construção) que, à semelhança da edição de 2013, vai decorrer em simultâneo com os salões INTERCLIMA+ELEC e IDÉOBAIN. Relações fortes entre Portugal e França Em Abril deste ano, alguns representantes da Batimat estiveram em Portugal e anunciaram que o nosso País ocupa o 8º lugar na classificação dos visitantes internacionais desta feira, estando no topo da lista países como a Tunísia, Marrocos, Bélgica, Itália, Argélia e Espanha, sendo que a Rússia e o Brasil surgem após o nosso País. Uma das razões da preferência dos portugueses pelo Mondial du Bâtiment prende-se, segundo Guillaume Loizeaud, com o facto de “Portugal e França manterem excelentes relações sejam históricas, políticas ou económicas”. Com efeito, “a comunidade portuguesa em França é muito grande e está bem integrada o que facilita as deslocações”. Além disso, “Portugal embora pequeno mantém-se muito dinâmico e voltado para as exportações e para as parcerias económicas com o estrangeiro”. Perante este cenário, ir ao salão “é a oportunidade para os visitantes e expositores portugueses de criarem novos contactos profissionais e desenvolver os seus negócios”. Guillaume Loizeaud salienta que, apesar do difícil contexto económico, “a participação de expositores portugueses mantém-se estável em relação às edições precedentes com uma forte representatividade no sector da marcenaria & serralharia (hall 6) e no sector de acessórios de interior & exterior (hall 5b), nos quais os subsectores de actividade da pedra e do mármore estão bem representados pelos expositores portugueses”.

From November 2nd to 6th, the the Paris Nord Villepinte fairs and exhibition park, in Paris, France will host the Mondial du Bâtiment 2015. Whilst the Director of the Construction Division - Reed Expositions France states that at this time it is still “too early to come to conclusions”, he does state that “we will at least achieve the same numbers we had in 2013, in other words, welcome 350,000 visitors and 2,600 exhibitors”. It will be recalled that this fair takes place every two years. This is a fair that has managed to adapt to the evolution in the construction sector and economy, whether on a French, European or World level. More recently it acquired a global view which led to a name change to “Mondial du Bâtiment” (World Construction Fair) which, similar to the 2013 edition, will run at the same time as the INTERCLIMA+ELEC and IDÉOBAIN fairs. Strong relations between Portugal and France In April this year, some representatives of Batimat were in Portugal and announced that our country occupies 8th place in the classification of international visitors to this fair, countries like Tunisia, Morocco, Belgium, Italy, Algeria and Spain topping the list, with Russia and Brazil following Portugal. One of the reasons why the Portuguese prefer the Mondial du Bâtiment has, according to Guillaume Loizeaud, to do with the fact that “Portugal and France have excellent historic, political and economic relations”. The effect being that the “Portuguese community in France is very large and well integrated which makes visits easier”. Furthermore, “while Portugal is small, it is very dynamic and focused on exports and economic partnerships abroad”. Given this scenario, going to the fair “is an opportunity for both Portuguese exhibitors and visitors to create new professional contacts and develop their businesses”. Guillaume Loizeaud stresses that, despite the difficult economic context, “the participation of Portuguese exhibitors has remained stable in relation to previous editions with a strong representation in the joinery and metalworking sector (hall 6) and in the interior and exterior accessories sector (hall 5b), in which the stone and marble sub-sector activities are well represented by Portuguese exhibitors”.


Do Mundo Reino Unido

O que há de novo? United Kingdom

What’s hot?

Roberto Varandas Director Global de Desenvolvimento de Negócios Imóveis da Aberdeen Asset Management Global Head of Business Development – Property Aberdeen Asset Management

Os meses de Verão são o momento ideal para olhar para trás, analisar o primeiro semestre do ano e tentar inferir se a segunda metade do ano será semelhante. Se haverá espaço para grandes negócios no mercado ou se o mercado português já não é a última moda. Este ano, até ao momento, temos assistido a algumas importantes operações - a aquisição dos hotéis Tivoli por uma empresa tailandesa, o portfólio da ESAF adquirido pela Blackstone, a recente venda de Torre Ocidente a uma empresa cotada de Singapura ou a transacção de Vilamoura pela Lone Star. Mas será que existe algum traço comum entre estas operações? Ao que parece, os investidores ‘descobriram’ Portugal e estão à procura de novas oportunidades de negócio. Se tivermos em conta as operações em sectores fora do radar dos investidores institucionais como turismo residencial, e a reabilitação, as quantias e o número de investimentos é ainda maior. Ao nível macro, os mercados portugueses têm beneficiado do regresso da confiança no País e na economia. Mesmo sectores mais defensivos, como supermercados, voltaram a fazer sentido em relação ao spread à dívida do País. Este ambiente indica-nos que Portugal está definitivamente na moda e, sem dúvida, que o mercado vai continuar a transaccionar um conjunto variado de oportunidades. À medida que os bancos continuam aproveitar um mercado mais forte e conseguem ‘limpar’ activos que não desejam nos seus balanços, à medida que o turismo continua a crescer a dois dígitos e à medida que as principais cidades continuam a reabilitar e a melhorar bairros inteiros devido às políticas nacionais e locais favoráveis, os mercados imobiliários começam a inserir-se num círculo virtuoso. Mas o que é um investidor, particularmente mais pequeno e mais ágil, faz numa economia em recuperação mas ainda frágil? O que é que um inves-

tidor pode fazer num mercado onde os inquilinos de grandes escritórios retraíram ou consolidaram as operações ibéricas em Madrid ou em outras paragens? A resposta pode estar em apostar num sector que está menos exposto à economia local, menos exposto ao poder de compra local e que até beneficia da instabilidade política em outros locais - um sector alternativo que abrange o residencial e lazer. Os dados oficiais apontam para um aumento do número de turistas em Portugal, acima de 10% nos últimos anos e que se perspectiva que cresça mais 40% até 2020, ou seja, 16 milhões de visitantes por ano. Com o aumento da instabilidade no Norte de África, Turquia e, de um modo geral, em todo o Mediterrâneo, e com a crescente variedade de origens dos próprios visitantes juntamente com políticas do país destinados a atrair investidores individuais estrangeiros, parece ter acelerado as transacções no sector residencial nos últimos três anos. Um sub-segmento interessante no mercado residencial é o sector de apartamentos turísticos alimentado não só pelo aumento do número de visitantes, como também pelo advento de plataformas online como o Airbnb e o Booking.com que oferecem este tipo de acomodação em todo o mundo. Mas este não é o tradicional investimento de apartamento de férias, muitas vezes de duvidosa comercialização. Os clientes deste tipo de alojamento são exigentes e estão à procura de algo especial. E geralmente desejam a oportunidade de viver como um residente local, apenas por alguns dias. O sistema de feedback e avaliação dos imóveis assim como uma da concorrência forte estabelece uma fasquia elevada aos operadores no sentido de atrair os clientes para os seus imóveis e mantê-los contentes. O desafio operacional na gestão de um grande número deste tipo de empreendimentos é outro


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factor importante a considerar. Existe um número crescente de prestadores de serviços que gerem estes imóveis mas, na maioria dos casos, absorvem uma proporção muito grande das receitas. Espera-se que o mercado traga prestadores de serviços mais eficientes e mais focados que, por sua vez, melhore a rentabilidade ao investidor e, ao mesmo tempo, torne a experiência do cliente final mais agradável. Com rentabilidades baixas nos sectores tradicionais e com crescimento incerto, o alojamento local é certamente um nicho que vale a pena olhar no mercado português. The summer months seem like the perfect time to look back to the first half of the year and try to infer whether the second half of the year will be similar. Whether there will be bigger deals in the market or whether the Portuguese market no longer seems ‘flavour of the month’. So far this year we have seen some important transactions – the Tivoli hotels acquisition by a Thai firm, the ESAF portfolio acquired by Blackstone, the very recent sale of Torre Ocidente to a Singapore listed company or the Vilamoura transaction by Lone Star. Is there really any common thread to these transactions? It seems investors have “discovered” Portugal and are looking for value. If we take into account the transactions mostly below the radar screen of institutional investors segments such as holiday homes, residential conversion and rehabilitation the amounts and spread of investments is even wider. At the macro level, the Portuguese markets have benefitted from a return of confidence in the country and in the economy and even the defensive sectors like long lease supermarkets make sense again on a relative basis to the country’s sovereign yields. This backdrop means that Portugal is definitely back in fashion and no doubt the market will continue to transact a varied set of opportunities. As the banks continue to take advantage of the stronger market to clean out assets they do not necessarily want on their balance sheets, as tourism continues to grow in the double digit range and as the main cities continue to refurbish and improve entire neighbourhoods due to favourable national and local policies, the property markets see themselves in a virtuous circle. But what is an investor, particularly a smaller, more nimble investor to do in the context of a recovering yet still fragile market? What is an investor to do in a market where large corporate office tenants have been retreating and consolidating Iberian operations in Madrid or further afar? The answer could lie in targeting a sector that is less exposed to the local economy, local purchas-

ing power and that could even benefit from political instability elsewhere – an alternative sector that bridges residential and leisure. Official numbers point to an increase in the number of tourists in Portugal has increased in the double digits in the last years and is projected to grow a further 40% until 2020 to 16 million visitors a year. As instability has increased in North Africa, Turkey and around the Mediterranean in general, and as a greater number and greater variety of origins of visitors discover the country coupled policies designed to attract individual foreign investors and residents trend seems to have accelerated transactions in the residential sector in the past three years. An interesting sub-segment in the residential market is the tourist apartment sector fuelled not only this increase in visitors but also due to the advent of extensive online platforms like Airbnb and Booking.com offering this type of lodging all around the world. But this is not your typical, guaranteed return, often dubiously marketed small apartment in a new, oversized development. Clients of this type of lodging are demanding and are looking for something special, usually the opportunity to live like a local. Instant, verified feedback on these websites and increased competition sets a very high threshold for operators to maintain and direct clients to their properties. The operational challenge in managing a large number of these types of properties is another important factor to consider. While there are an increasing number of service providers that handle the entire client experience, they often charge a very large proportion of the revenues. Hopefully more efficient and more targeted service providers grow in the market and can in turn improve the end cash flow to the investor as well as the customer experience. If yields in the traditional sectors are low and growth is uncertain, tourist apartments are certainly a niche to look at in the Portuguese market.


56 Sol e Lua 13 SET/OUT 2015

Companhias aéreas low-cost

Dar asas ao turismo económico Low-cost airline companies

Giving wings to Portugal’s tourist economy


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Viajar nunca foi tão barato como agora, graças às companhias aéreas low-cost. Com promoções a partir dos cinco ou dez euros só não viaja quem não quer. Travelling has never been cheaper thanks to low-cost airlines. With promotions starting from five or 10 euros; so the only people who don’t travel are those who don’t want to!

A melhoria do nível de vida dos portugueses levou a que viajassem mais e cada vez mais longe. Quando a crise económica surgiu no panorama nacional, os mais resistentes e habituados à descoberta de novos países, novos povos e novas culturas apelaram aos cartões visa. E quando parecia que a democratização do turismo tinha terminado, eis que surgem as companhias aéreas low-cost e as esperanças de umas férias bem passadas voltam a ser renovadas. Se isso é válido para os portugueses, é válido também para os turistas internacionais que nos procuram. Aliás, os dados avançados pelo Aeroporto Internacional de Lisboa, relativos a Maio de 2015, mostram o peso que as companhias aéreas low cost têm vindo a adquirir em Portugal. No mês em foco, os maiores aumentos de passageiros neste aeroporto foram da Ryanair, com mais 109,6 mil (+119,1%, para 201.758), da easyJet, com mais 8,5 mil (+5,2%, para 173.183) e da Transavia.com, com mais 5,8 mil (+16,3%, para 41.380). Sendo que o início das operações da low cost Wizz Air permitiram alcançar os 5.691 passageiros e os 5.286 passageiros. Lisboa não passou a estar só na moda…, passou a estar mais acessível. E quem diz Lisboa, diz também Porto, Faro, Funchal, S. Miguel ou ilha Terceira. Os preços dos bilhetes de uma viagem de avião são relativamente baixos e podem chegar a promoções irresistíveis. Basta recordar a campanha lançada pela Ryanair, entre 1 e 5 de Maio do cor-

rente ano, em que os voos para o Porto estiveram a 9.99 euros. Existe no entanto, o reverso da medalha. O barato pode sair caro. Quando se está a fazer a reserva de um bilhete de avião low-cost pode ser somado ao preço base serviços considerados ‘extra’ nestas companhias mas já incluídos nos voos regulares. Entre esses serviços está colocar a bagagem no porão, escolher um lugar no avião, usufruir de uma refeição quente, pedir seguro de viagem ou pagar com cartão de crédito. No final, o preço a pagar não é tão díspar de uma companhia como a TAP. Mas se consegue viajar sem este tipo de ‘mordomias’ (até porque na maioria das vezes não se usufrui mesmo destes serviços extra), então o low-cost é para si. Quem voa em classe ‘low-cost’? O Observatório do Turismo de Lisboa, em colaboração com a ANA aeroportos, tem vindo a traçar o perfil do passageiro que opta pelos voos low-cost. Em termos gerais, este tipo de turista pertence ao sexo masculino, tem entre 45 e 54 anos e possui grau universitário. Viaja uma vez por ano com um acompanhante e faz uma estada média de três a seis noites. Quando decide viajar faz a reserva da sua viagem directamente no site da companhia aérea com um a dois meses de antecedência. A sua principal motivação é o lazer, sendo que o produto City Break encontra-se no topo das suas preferências, seguido do Sol e Mar. Mas nem sempre é assim tão linear este perfil. Por


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O preço é a principal motivação que leva a esmagadora maioria dos turistas a recorrer às companhias aéreas low-cost. The price is the main reason why the overwhelming majority of tourists choose low-cost airlines.

exemplo, um turista que viaja com a Ryanair para a cidade do Porto, segundo este estudo, é um jovem do sexo masculino, com idade compreendida entre os 25 e os 34 anos, com nacionalidade portuguesa e residência na Invicta e que viaja sozinho com o intuito de visitar familiares e/ou amigos. Mas o que têm em comum todos os turistas que viajam em low-cost? O preço. De facto esta é a principal motivação que leva a esmagadora maioria dos turistas a recorrer às companhias aéreas low-cost. A este motivo junta-se também as condições de horário, a frequência de voos e as rotas disponíveis. O fenómeno dos Açores As rotas que passaram a estar recentemente acessíveis para os Açores transformaram este arquipélago num verdadeiro fenómeno ‘low-cost’. A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) revelou que, no primeiro quadrimestre deste ano, os Açores foi o destino que registou as maiores subidas de taxa de ocupação e de RevPar, de mais 8,08 pp (40,24%) e mais 24,67% (20,06 euros) respectivamente. Resultados estes que, segundo a AHP, “coincidem com a liberalização do espaço aéreo nesta região”. Recorde-se que foi em Outubro de 2014 que o Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC) informou todas as companhias aéreas de que o Governo

pretendia liberalizar o transporte aéreo da ilha Terceira e de Ponta Delgada (Aeroporto João Paulo II) para o território continental. Mas a liberalização só passou a ser efectiva no Verão IATA 2015. A easyJet foi a primeira a entrar na corrida, tendo começado a voar para os Açores no dia 29 de Março de 2015, através da ponte aérea entre Lisboa e Ponta Delgada. No mês seguinte foi a vez da Ryanair com voos entre Ponta Delgada, Lisboa, Porto e Londres. A Transavia, a Vueling e a Biter Canárias também já mostraram o seu interesse. A Magazine Imobiliário questionou a easyJet sobre as razões que levaram esta companhia aérea a apostar no mercado açoriano. José Lopes, director comercial da easyJet Portugal, explicou que “a liberalização do espaço aéreo dos Açores foi um tema no qual a easyJet trabalhou durante mais de dois anos em simultâneo com os governos nacional e regional” e este foi um investimento que se revelou “muito positivo”, trazendo inclusivamente “vantagens aos passageiros açorianos permitindo com uma redução relevante das tarifas praticadas no mercado representando uma poupança entre 75% e 90%”. Em toda a rede da easyJet, que se estende por 134 aeroportos e mais de 700 rotas, a companhia aérea opera com uma taxa de ocupação média de 90%. O modelo de negócio da easyJet estimula o mercado para que seja possível operar com estes


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As rotas que passaram a estar recentemente acessíveis para os Açores transformaram este arquipélago num verdadeiro fenómeno ‘low-cost’. The routes that have recently opened up more accessibly to the Azores have transformed this archipelago into a veritable low-cost Mecca.

números em todas as rotas e Ponta Delgada não é excepção. Mas José Lopes afirma: “Queremos mais do que isso, queremos que os açorianos sintam que a easyJet lhes trouxe benefícios directos e indirectos”. Como? Através da “redução das tarifas médias de uma forma drástica e imediata e a dinamização da economia local através da captação de mais turistas para o arquipélago são os principais benefícios que sabemos que estamos a proporcionar ao arquipélago dos Açores”, defende José Lopes. Na rota Lisboa-Ponta Delgada a easyJet utiliza o modelo A320 com capacidade para 180 passageiros. Neste momento a easyJet opera quatro frequências semanais (terça, quinta, sábado e domingo), pretendendo aumentar para seis frequências semanais (segunda, terça, quarta, sexta, sábado e domingo) a partir de 26 de Outubro de 2015. Perante todo este cenário, facilmente se pode concluir que o ‘segredo’ do mercado das companhias aéreas de baixo custo é o preço acessível, a pontualidade, a qualidade, a segurança e as inovações tecnológicas. An improvement in the living standards of the Portuguese has meant that they travel more and further. When the economic crisis hit the Portuguese economy, the hardy survivors used to discovering new countries, new peoples and new cultures drew on their credit cards. And just when it seemed that the democratisation of tourism had already ended, the low-cost airlines appeared and with it renewed hopes for longed-for holidays. If this is true for the Portuguese, then it is equally

true for international tourists that want to come to Portugal. Indeed, the data from Lisbon International Airport for May 2015 shows the impact that low-cost airlines have been having on Portugal. For the month in focus, the airline enjoying the greatest increases in passengers at this airport were Ryanair, with over 109.6, thousand (+119.1%), to 201,758), easyJet, with more than 8.5 thousand (+5.2%), to 173,183) and Transavia. com, with over 5.8 thousand (+16.3%) to 41,380). And the start of flights from the low cost airline Wizz Air saw 5,691+ passengers. Lisbon didn’t just become the height of fashion, it became easier to get to. And that goes for Porto, Faro, Funchal (Madeira), São Miguel (Azores) and Terceira Island (Azores) too. The cost of an airline ticket is relatively low and sometimes there are irresistible special offers. One only has to think of the campaign launched by Ryanair between May 1st and 5th this year when flights to Porto cost as little as 9.99 euros. There is the flip side of the coin, however. Cheap can end up being expensive. When booking a lowcost plane ticket a number of extras can be added on to the base price which are already included in regular flights. Among these extra services are charges for putting baggage in the hold, choosing a seat on the plane, having a hot meal, purchasing travel insurance or paying by credit card. At the end of it all the price may not be that different from a ticket on the Portuguese airline TAP. But if you can manage to fly without these kinds of ‘extra services’ (since most of the time you don’t even


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take advantage of them) then the low-cost option is for you.

O ‘segredo’ do mercado das companhias aéreas de baixo custo é o preço acessível, a pontualidade, a qualidade, a segurança e as inovações tecnológicas. The ‘secret’ of low-cost airline companies is practising accessible prices, punctuality, quality, safety and technological innovations.

Who flies ‘low-cost’? The Lisbon Tourist Bureau’s Observatory, together with the Portuguese airports authority ANA aeroportos, has outlined the profile of the passenger who opts for low-cost flights. In general terms, this type of tourist is male, aged between 45 and 54 and has a university degree; travels with a companion and stays an average of three to six nights at their destination. When they decide to travel, they book their flights directly on the company’s website around two months beforehand. There main motivation is leisure, with the City Break product at the top of their list followed by Sun and Sea holidays. But this profile isn’t always so cut and dried. For example, a tourist who travels with Ryanair to Porto, according to this study, is a young man, aged 25-34, Portuguese, lives in Porto alone and travels to visit friends and/or family. But what do all these low-cost travellers have in common? The price. This is the main reason why the overwhelming majority of tourists choose lowcost airlines. To this, conditions such as timetable, frequency of flights and available routes are all also factors. The Azores phenomena The routes that have recently opened up more accessibly to the Azores have transformed this archipelago into a veritable low-cost Mecca. The Portuguese Hotels Association (Associação da Hotelaria de Portugal (AHP)) reveals that in the first quarter of the year, the Azores were the destination that registered the highest increases in hotel room occupation rate and RevPar, +8.08pp (40.24%) and over 24.67% (20.06 euros) respec-

tively. The reason for these results having to do with the liberalisation of the air space in this region. It will be remembered that in October 2014 the National Institute of Civil Aviation (Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC) informed all airline companies that the Government intended to liberalise air transport to Terceira Island and Ponta Delgado (John Paul II Airport) from mainland Portugal. But the liberalisation would only come into force in the International Air Transport Association (IATA) summer of 2015. easyJet was the first to enter the race, having begun flying to the Azores from March 29th, 2015 from its air hub at Lisbon to Ponto Delgada. The following month, came Ryanair with flights between Ponta Delgada, Lisbon, Porto and London. Transavia, Vueling and Biter Canárias also have now shown their interest. Magazine Imobiliário asked easyJet why it decided to operate flights in the Azores market. José Lopes, the Commercial Director of easyJet Portugal, explained that the “liberalisation of the air space around the Azores was an issue that easyJet had been pressing the regional and national governments for over two years” and it was an investment that ended up by being “very positive”, inclusively bringing “advantages to passengers from the Azores by enabling a reduction in the costs of flights practised in the market of between 75% and 90%”. Throughout the easyJet network, which takes in 134 airports and over 700 routes, the airline operates with a take-up rate of 90%. easyJet’s business model stimulates the market so that it is possible to operate with these numbers on all the routes and Ponta Delgada is no exception. José Lopes states: “We want more than this, we want the Azorians to feel that easyJet has brought them direct and indirect benefits”. How? By reducing “average fares in a manner that is drastic and immediate and through boosting the local economy by attracting more tourists to the archipelago which are the main benefits that we know that we’re providing the Azores archipelago”, argues José Lopes. On the Lisbon-Ponta Delgada route easyJet uses the A320 model with a capacity for 180 passengers. At the moment easyJet operates flights to the islands four times a week (Tuesday, Thursday, Saturday and Sunday), intending to increase this to six services a week (Monday, Tuesday, Wednesday, Friday, Saturday and Sunday) from October 26th, 2015. Given this scenario, it’s easy to conclude that the ‘secret’ of low-cost airline companies is practising accessible prices, punctuality, quality, safety and technological innovations.



Bom Gosto

The Fashion Store Incógnita Atelier Nada é finito, eis a linha orientadora com a qual a designer Sandra Simões recria objectos resgatados ao mar. Sob o signo do Mar e no fascínio da personalização que este imprime à matéria, nasce em 2014 a Incógnita Atelier que cria objectos irreverentes, totalmente artesanais e únicos. Nothing is finite, that’s the guiding line which designer Sandra Simões takes who turns objects rescued from the sea into decorative design pieces. Under the ‘Mar’ (Sea) trademark and using her fascination for stamping personality on the items, Incóginta Atelier was founded in 2014 which creates irreverent objects that are totally unique and hand-crafted.

A partir de agora, hóspedes e visitantes do Pine Cliffs Resort terão acesso às últimas novidades e tendências de algumas das maiores marcas de luxo reunidas num só espaço. Numa parceria exclusiva com o Grupo Brodheim, o Resort algarvio abriu recentemente uma Pop-up Store com as marcas Furla, Guess, Love Moschino, Timberland, DKNY, Armani Jeans, Tod’s, Michael Kors, entre outros nomes reconhecidos no mundo da moda internacional. A nova The Fashion Store do Pine Cliffs Resort, localizada junto ao edifício do Sheraton Algarve Hotel, encontra-se aberta diariamente e funcionará em formato Pop-up Store até ao final do mês de Outubro. Now guests and visitors at the Pine Cliffs Resort will have access to the latest novelties and trends from some of the biggest luxury brands brought together in one single space. In an exclusive partnership with the Brodheim Group, the Algarve resort recently opened a Pop-up Store with the brands Furla, Guess, Love Moschino, Timberland, DKNY, Armani Jeans, Tod’s, Michael Kors, among other household names from the world of international fashion. The new The Fashion Store at Pine Cliffs Resort, situated next to the Sheraton Algarve Hotel, is open daily and operates in a Pop-up Store format until the end of October.

DelightFULL O mundo DelightFULL centra-se no ambiente, história e momentos que ficam para sempre através de projectos de iluminação, criados pelos seus artesãos, com a sabedoria e paixão pelo artesanato. É uma cultura know-how que combina o passado Heritage de trabalho manual com atenção às necessidades emergentes do futuro. As peças não só iluminam interiores, mas também acrescentam uma forte presença de design a um qualquer espaço através das suas formas únicas. The DelightFULL world is centred around environment, history and eternal moments through lighting projects created by its craftsmen and with the traditional know-how and passion for handicrafts. It is a know-how culture that combines with the past heritage of manual craftsmanship but which pays attention to the emerging needs of the future. Not only do the pieces illuminate interiors, but also add a strong design presence to any space thanks to their unique shapes.


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Outsider Filipe La Féria

Um palco de loucos A stage of fools

Foto Photo: Anabela Loureiro

Se não fosse um homem de teatro seria arquitecto ou mestre de obra. Por isso faço sempre os cenários dos meus espectáculos. Quando as peças terminam costumo aproveitar os cenários para decorar um velho monte alentejano que pertence à minha família. Assim, cada divisão tem a memória de um espectáculo. Há a sala “My Fair Lady”, a cozinha “Casa do Lago”, o quarto “Música no Coração”, a despensa “Violino no Telhado” e até na horta tenho a fonte do “Passa por mim no Rossio” com as suas ninfas e repuxos. Desta forma a ‘mentira’ do teatro transfigura-se na ‘verdade’ da natureza. A fonte de esferovite confunde os pássaros que poisam na cabeça dos seus titãs e até os sapos mergulham no pequeno lago onde anos atrás lindas artistas cantavam no palco levianas canções. Também na horta há os cogumelos mágicos de “Alice no País das Maravilhas” e as papoilas vermelhas do “Feiticeiro de Oz”. É claro que as minhas netas adoram este mundo de fingimento e magia do avô louco. Mas o que seria delas e de mim, e de todos vocês, se não vivêssemos num palco de loucos? If I wasn’t a man of the theatre I would be an architect or building foreman. Which is why I always design the scenery of my shows. When the shows are over, I usually recycle the sceneries to decorate an old Alentejo house that belong to my family. Therefore each room hold a memory of a show, There’s the “My Fair Lady” room, the “Lake House” kitchen, the “Sound of Music” room, the “Fiddler on the Roof” pantry and even the veg-

etable garden has the fountain from “I saw him walk by in Rossio” complete with nymphs and fountains displays. In this way the “illusion” of the theatre is transformed into a “reality” of nature. The polystyrene fountain confuses the birds that pose on the heads of its titans and even the frogs dive in the small pond where years ago wonderful performers sang variety songs on stage. In the vegetable patch there are the magic mushrooms too from “Alice in Wonderland” and the red poppies from the “Wizard of Oz”. And of course my grandchildren adore this world of make-believe and magic from their crazy granddad. But where would I, they and you be if we didn’t live on a stage of fools?




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