Magazine Imobiliário 022

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Construção Ambiente Turismo

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MAR/ABR 2017 €10

Falta de produto anima mercados Lack of product cheers markets


A eficácia ERA explica-se facilmente: os Agentes ERA de todo o país subdividem entre si a zona geográfica onde estão localizados, o que elimina a concorrência interna e permite um conhecimento aprofundado bairro a bairro. Ao escolher a rua onde quer viver, fale com “O” Agente dessa área, a máquina que vai encontrar a sua casa.


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21 MAR/ABR 2017

Editorial

Que vença o melhor! May the best win!

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

A beleza da vida está neste fenómeno fascinante e ao mesmo tempo assustador de o calendário não parar de somar segundos, minutos, horas, dias, meses, anos. Quem encara a nossa pulsação como uma dávida da natureza rapidamente percebe que, hesitar, é travar a marcha irreversível do nosso ritmo. E, por isso, não há que temer algumas rotinas que acabam por ser sadias, se soubermos tirar delas os seus pontos positivos. Daí que, estejamos, outra vez, a aproximar-nos da Primavera que, na agenda dos profissionais de imobiliário portugueses, marca, também, a realização do ‘Prémio Nacional do Imobiliário’, um acontecimento que mexe com centenas de operacionais dos vários pontos do País: preparam dossiers, cuidam e preocupam-se em trazer os seus empreendimentos ao Concurso. É assim desde 1996, e a expectativa é tanto maior quanto a incerteza sobre o que vai acontecer. Nenhum dos 21 Finalistas de 2017 sabe quem ganhou os ‘Óscares’ até ao final da noite de 17 de Abril, no Jantar de Gala que tem lugar no Palacete do Hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. O cristal dos troféus só vai ser guardado por seis promotores, os que triunfarem nas disciplinas de Habitação, Escritórios, Comércio, Turismo, Equipamentos Colectivos e Reabilitação Urbana. Este ano e uma vez mais, como é natural, a tipologia daqueles que, na verdade, já são vencedores, só por terem chegado à final, reflecte bem a actual situação dos mercados, pelo que aconselhamos uma leitura atenta da descrição dos concorrentes que publicamos adiante, nesta revista. Não podemos, naturalmente, neste momento deixar de agradecer a todos os que se envolveram nesta iniciativa, desde os investidores que ‘humildemente’ inscreveram os seus projectos, passando pelos patrocinadores, os fornecedores, as equipas técnicas, os apoios institucionais e, também, a pequena mas competente equipa da Magazine Imobiliário que não deixa um único detalhe ao acaso. A todos, o nosso Muito Obrigado e, como é inevitável repetir, que vença o melhor!

The beauty of life lies in this fascinating and at the same time scary phenomena of the calendar which never stops clocking up the seconds, minutes, hours, days, months and years. Whoever sees our pulse as a gift of nature quickly grasps that to hesitate is to put the brakes on the unstoppable onward march of the rhythm of life. Which is why you don’t have to fear some procedures that end up by showing you the door, if one knows how to take something positive from them. From that premise we’re once again moving closer to Spring and the organisation of the ‘National Real Estate Awards’ are marked down in the diary of Portuguese real estate professionals as well, an event that stirs up hundreds of industry professionals across the country: preparing dossiers, being careful to bring their developments to the competition. That’s how it’s been since 1996, and the expectation is as great as the uncertainty about what will happen. None of the 21 Finalists of 2017 will know who has won the “Oscars” until the end of the night of 17 April at the Gala Dinner that will take place at the Hotel Tivoli Palacette in Avenida da Liberdade, Lisbon. The crystal trophies will only be bagged by six developers, who have triumphed in the disciplines of Housing, Offices, Commerce, Community Facilities and Urban Rehabilitation. This year is once again, as is natural, the type of those who, in truth, are already winners, just because they’ve reached the final, well reflecting the current situation of the markets, so that we advise a careful reading of the description of the competitors that we’ve published in the next pages of this magazine. At this moment we naturally can’t forget to thank all those involved in this initiative, from the investors who “humbly” entered their projects, passing on to sponsors, suppliers, technical teams, institutional supporters and, too, the small but competent Magazine Imobiliário team who hasn’t left anything to chance. We extend a Big Thank-You to everyone and, as it’s inevitable to say again, may the best win!


Summary

Índice Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme

Grande Tema Lead Story

Promoção pura está de regresso? Is pure development set to return?

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Prémio Nacional do Imobiliário 2017

National Real Estate Awards 2017

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Comércio Retail Centro Comercial Nova Arcada

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Ficha técnica

Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com

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Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível na página de internet www. magazineimobiliario.com

Escritórios Offices Castilho 24 Centro Santander Totta Sede da SG1 Portugal

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Habitação Housing 8 Building Camões 40 Chiado 6 Flora Chiado Apartments Grande Hotel Liberdade 238 Misericórdia 116 Park Avenue Rua Nova da Trindade

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Equipamentos Colectivos Community Development Project Cine-Teatro Capitólio Lenitudes - Medical Center & Research Palácio do Raio

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Turismo Tourism Douro Royal Valley Hotel & Spa Hotel Termal Longroiva Hotel Vincci Liberdade Memmo Príncipe Real Stroganov Hotel

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Metro Quadrado

Square Meter Entrevista Interview Henrique Polignac de Barros - APPII

44

Entrevista Interview José Araújo – Millennium bcp

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Opinião Opinion Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Advogados

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Azimute

Coordinates Economia circular Circular economy

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Ventos do Norte

North winds Porto

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Opinião Opinion Elisabete Soares

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Do Mundo

International Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom

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Sol e Lua

Tourism Turismo sustentável Sustainable tourism



Tema de Capa 4 21 MAR/ABR 2017

Desafios para 2017

Promoção pura está de regresso? Challenges for 2017

Is pure development set to return?


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Os especialistas vaticinam que este ano os promotores voltem a apostar no nosso País. Muitos dos projectos equacionados, dado a sua amplitude, vão exigir promoção de raiz. Resta saber se a promoção imobiliária, que deverá ‘renascer das cinzas’, vai arriscar ou jogar pelo seguro. Specialists are predicting that this year developers are returning to invest in Portugal. Many projects planned, given their size, will require development from the drawing board. It remains to be seen if real estate development, which should ‘rise from the ashes’will take a risk or play safe.

Texto Text: Carla Celestino

A reabilitação urbana e o turismo foram, e vão continuar a ser, até ver, os drivers do mercado imobiliário nacional. Com efeito, o investimento em promoção tem estado direccionado para os centros históricos e projectos prime de Lisboa e Porto. Do mesmo modo, esses investimentos têm sido concretizados, na esmagadora maioria dos casos, para fins habitacionais ou turísticos, sendo que o segmento de escritórios não tem tido grande destaque nos radares dos promotores. A este nível, importa referir, como salienta o CEO da Aguirre Newman Portugal, Paulo Silva, que “em Lisboa não existem promotores imobiliários especializados em escritórios” e dá o exemplo dos principais operadores, “tanto a Coporgest, que surgiu em 2004, como a Level Constellation ou a Habitat, por via dos ‘Golden Visa’, a Avenue ou a Stone Capital, nenhum faz escritórios”. Tal prende-se com vários factores, como Paulo Silva explica, um “projecto de escritórios, conciliando interesses dos promotores, investidores e arrendatários, só sairá do papel num horizonte de dois a três anos”, além de que “o investimento em habitação permite rentabilidades mais rápidas que no segmento de escritórios, nomeadamente quando se está a falar de capitais próprios”. Outra realidade constatada, como revela a consultora JLL, é o aparecimento de muitos promotores e investidores sem ‘track record’ de promoção imobiliária, atraídos pelo risco baixo destas operações e perspectivas de melhores rentabilidades face a outro tipo de activos, incluindo de rendimento. O vento corre de feição para os mercados da habitação e da hotelaria/turismo mas nestes mercados, como em outros, ‘nada dura para sempre’.

A atestar pelo mercado de escritórios, onde começa a escassear oferta de produto de qualidade, e sabendo, ao que tudo indica, que as actuais taxas de juro vão manter-se a níveis historicamente baixos, é expectável que continue a existir uma forte procura por imóveis de rendimento e para reabilitação, mas em que se vislumbra também uma nova realidade que não pode ser mais adiada: é necessário e urgente reanimar a promoção imobiliária ‘pura’. Arriscar para rentabilizar O regresso da promoção imobiliária ‘pura’ é um cenário confirmado pelo director-geral da CBRE Portugal, Francisco Horta e Costa, quando diz que “os investidores estão conscientes que têm que assumir mais risco para obter rentabilidades mais elevadas”. Esta realidade conjugada “com a escassez de oferta de escritórios de qualidade, irá ter como consequência a retoma da promoção imobiliária e a consequente venda de terrenos para construção de escritórios, mas também para habitação e logística”, acrescenta. A promoção imobiliária terá também de renascer em outras geografias para lá de Lisboa, embora por motivos óbvios continue sempre no topo do interesse dos investidores. A ilustrar esta tendência vaticina-se que, para 2017, a procura de escritórios por parte de empresas de nearshore leve à expansão do mercado de escritórios para outras cidades como Porto e Braga. Equacionada poderá estar também a retoma dos processos de comercialização de empreendimentos turístico-imobiliários de média-grande dimensão localizados em Lisboa, no Porto e Algarve; bem como a análise por


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parte de investidores internacionais das regiões do Douro e Alentejo. “2017 irá ser o ano em que os bancos, agora recapitalizados, com novos accionistas e com um nível significativo de imparidades registadas, vão acelerar a venda de activos, o que terá impacto positivo na dinâmica de mercado”, salienta ainda Francisco Horta e Costa. Com a actual conjuntura favorável, segura e de confiança, haja mais produto de qualidade que investidores não vão faltar. Por isso, a promoção imobiliária tem de voltar, não dizemos aos níveis da ‘época de ouro’ do imobiliário nacional mas com operações mais fortes e mais arriscadas (ainda que também mais controladas). Aliás, como Fernando Vasco Costa, Head of Development Solutions da JLL, afirma: “O regresso da promoção imobiliária nova será um dos principais desafios para 2017, incluindo nas áreas de escritórios, mas também de habitação direccionada para a gama média e fora do centro das duas principais cidades portuguesas”, é que “no centro histórico de Lisboa e Porto há cada vez menos oportunidades”. Projectos de raiz estão de volta Uma outra realidade que começa a despontar é a recuperação de alguns projectos que se encontravam na gaveta ou porque os seus promotores

desapareceram, ou porque os portfólios passaram para as mãos das instituições bancárias ou porque o imobiliário simplesmente já não se encontrava num bom momento. Muito embora o apoio ao investimento à construção nova seja actualmente inexistente, além do facto de dentro dos limites da cidade de Lisboa também não existir muito mais espaço para crescer, avizinham-se, ainda assim, sinais de mudança na promoção imobiliária com o emergir de projectos de construção de raiz. Na calha estão alguns há muito acalentados. A Torre FPM 41 (Fontes Pereira de Melo), pertencente ao fundo FLIT - Fundo Lazer Imobiliário e Turismo, gerido pela ECS Capital, já está em curso. Os Jardins de Braço de Prata - complexo residencial desenvolvido pela CPU Urbanistas e Arquitectos em parceria com o gabinete de arquitectura italiano RPBW - Renzo Piano Building Workshop -, já estão em curso e a primeira fase deverá estar concluída no final do presente ano. Alguns projectos que deverão receber luz verde passam pela terceira torre do Centro Comercial Colombo; pelo projecto do Grupo SIL para Alcântara (agora com o novo projecto de autoria do arquitecto Valsassina); pelo Metropolis (na zona do Campo Grande); e pelo Artilharia Um (Amoreiras). Relativamente a este último projecto, ao fecho da

presente edição, foi avançada a notícia de que o fundo de investimento norte-americano Lone Star, caso efective a aquisição do Novo Banco, vai dar vida ao antigo projecto de urbanização inicialmente lançado pelo Grupo Temple de Vasco Pereira Coutinho para aquela zona da cidade, uma vez que a instituição bancária, através do Fundo de Investimento Imobiliário Amoreiras, detém a posse dos terrenos e do alvará de loteamento. Outros projectos que poderão trazer novas dinâmicas imobiliárias à capital surgem pela mão da Câmara Municipal de Lisboa (CML). No ano passado, em reunião camarária, o presidente da CML, Fernando Medina, anunciou que iam proceder à hasta pública de alguns terrenos da autarquia na Praça de Espanha com o objectivo de reforçar a oferta de escritórios nesta zona da cidade. Outro projecto autárquico a destacar, e que já movimenta terrenos e maquinaria, é a Nova Feira Popular de Lisboa. Inserido num parque urbano de 20 hectares em Carnide, vai desenvolver-se ao longo de vários anos e em várias etapas, pois além da área de lazer e diversão, poderá também agregar espaços de escritórios, habitação, comércio e ambiente que poderão vir a mexer com o mercado imobiliário da capital. Mas segundo Eric van Leuven, Manager Partner da Cushman & Wakefield, este projecto “poderá estar sobreavaliado”, o que


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Equacionada poderá estar também a retoma dos processos de comercialização de empreendimentos turísticoimobiliários de médiagrande dimensão. Envisaged too are the resumption of commercialisation processes for medium to large scale tourism-property developments.

“poderá afastar os investidores” (à semelhança do que se passa com os terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos). Talvez com o aproximar das eleições autárquicas tudo se torne mais claro. Pedro Lancastre considera que todos estes projectos são “de grande escala” e “estruturantes para a cidade”, pelo que “exigirão promoção de raiz”. Urban rehabilitation and tourism were, and will continue to be, for the foreseeable future, the drivers for the national real estate market. In effect, investment in development has been directed to historic centres and prime projects in Lisbon and Porto. In the same way, these investments have been achieved, in the vast majority of cases, for housing or tourism purposes, with the offices segment not being particularly in demand in terms of interest from developers. At this level, it is important to mention, as the CEO of Aguirre Newman Portugal, Paulo Silva points out that “in Lisbon there aren’t real estate developers specialising in offices” and gives the example of the main operators, “such as Coporgest S.A. Which arose in 2004, and Level Constellation or Habitat, through the ‘Golden Visa’, Avenue or Stone Capital, of which none build offices”. That has to do with various factors, as Paulo Silva explains, “an office project, bringing together the interests of developers, investors and lessors, will only get off the drawing board stage in two to three years from now”, apart from “investment in housing permits profitability from renting more quickly than in the offices segment,

namely when referring to own capital”. Another reality registered, as the consultancy JLL reveals, is the appearance of many developers and investors without a ‘track record’ in real estate development, attracted by the low level of risk from these operations and the prospect of improved profitability compared with other types of assets, including rental. The tailwinds are blowing for the housing, hotel/tourism markets but in these markets, as with others, ‘nothing lasts forever’. As confirmed from the offices market, where quality product is beginning to be scarce, and knowing, from all indicators, that the current interest rates will remain at historically low levels, it is expected that there will continue to be strong demand for property for rental income and rehabilitation, but in which a new reality can be glimpsed too which can no longer be put off: the urgent necessity to revive ‘pure’ real estate development. Risk to capitalise The return of ‘pure’ real estate development is a scenario confirmed by the CEO of CBRE Portugal, Francisco Horta e Costa, when he says that “investors are aware that they have to take on more risk to get higher returns”. This reality together with the “dearth of quality office supply, will have as a consequence the return of real estate development and the knock-on sale of plots of land for office building, but also for housing and logistics”, he adds. Real estate development may also flourish


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again in other geographical areas apart from Lisbon, although for obvious reasons the capital will continue to top the list of interest for investors. To illustrate this trend, it is predicted that for 2017 the demand for offices on the part of nearshore companies will lead to office market expansion to other cities such as Porto and Braga. Envisaged too are the resumption of commercialisation processes for medium to large scale tourism-property developments in Lisbon, Porto and the Algarve; as well as investor analysis of the Douro and Alentejo. “2017 will be the year in which the banks, now recapitalised, with new shareholders and with a significant level of registered impairments, will speed up the sale of assets, which will have a positive and boosting effect on the market”, Francisco Horta e Costa further points out. With the current favourable climate of security and confidence, there will be no lack of good quality product for investors. Which is why, real estate development is likely to bounce back, not to say at levels seen in the ‘golden age’ of national real estate, but with operations that are stronger and with greater risk (while at the same time more controlled). Furthermore, as Fernando Vasco Costa, Head of Development Solutions at JLL, confirms: “The return of new real estate development will be one of the main challenges for 2017, including in the offices area, but also housing aimed at the mid-range of buyers and outside the centre of the two main Portuguese cities”, and that “in the historic centre of Lisbon and Porto there are increasingly less opportunities”. Drawing board projects are back Another reality that is starting to appear is the recovery of some projects that have been shelved or because their developers have disappeared, or because the asset portfolios are in the hands of the banks or because it simply wasn’t the right time for property development. Despite support for investment in new construction currently being non-existent, not to mention that within the Lisbon city limits there isn’t a lot more space to grow, despite this signs of real estate development can be detected with the emergence of drawing board projects. In the pipeline are some that have been eagerly awaited for some time. Torre FPM 41 (Fontes Pereira de Melo), belonging to the fund FLIT - Fundo Lazer Imobiliário e Turismo (Leisure, Tourism Property Fund), managed by ECS Capital, works for which are currently in progress. The Jardins de Braço de Prata - a residential complex developed by CPU Urbanistas e Arquitectos in partnership with the

Italian architecture studio RPBW - Renzo Piano Building Workshop -, are already underway and the first phase should be completed at the end of the current year. Other projects that should move forward include the third tower of the Centro Comercial Colombo (Colombo Shopping Centre); and Grupo SIL project for Alcântara (now with a new project by the architect Valsassina); Metropolis (in the Campo Grande area); and Artilharia 1 (Amoreiras). Some projects that should get the green light include the third tower of the Centro Comercial Colombo (Colombo Shopping Centre); and the Grupo SIL project for Alcântara (now with a new project by the architect Valsassina); Metropolis (in the Campo Grande area); and Artilharia 1 (Amoreiras). Regarding this latter project, when putting this latest edition to bed, news was released that the United States investment fund Lone Star, should it succeed in acquiring the Novo Banco, will breathe new life into an old urban planning project initially launched by the Temple Group of Vasco Pereira Coutinho for that area of the city, since the banking institution, through the Amoreiras Real Estate Investment Fund (Fundo de Investimento Imobiliário Amoreiras), owns the parcels of land and the planning permission for the plot. There are other projects from Lisbon City Council (CML) too that could bring a new real estate fillip to Lisbon. Last year, at a Lisbon Council meeting, the Mayor of Lisbon Municipal Council, Fernando Medina, announced that they would proceed with the public auction of some municipal plots of land in Praça de Espanha with the goal of reinforcing the supply of offices in this area of the city. Another municipal project to highlight where diggers are already moving earth, is the Nova Feira Popular de Lisboa (Lisbon Fairground site). Set within a 20-hectare urban park in Carnide, this project will be developed over several years and in various phases and apart from the leisure and entertainments area may well include office, housing, shopping and environmental which could shake-up the capital’s real estate market. But according to Eric van Leuven, Managing Partner of Cushman & Wakefield, this project “could be overvalued”, which could “scare away investors” (similarly as was the case with the land of the former Feira Popular at Entrecampos). Perhaps as the local council elections draw closer all will become clearer. Pedro Lancastre believes that all these projects are “on a big scale” and “defining for the city”, so that they will require drawing board development”.

Avizinham-se sinais de mudança na promoção imobiliária com o emergir de projectos de construção de raiz. Despite this signs of real estate development can be detected with the emergence of drawing board projects.



Liguem os holofotes!

Switch on the spotlights! Começou a contagem decrescente para a Gala Final do Prémio Nacional do Imobiliário 2017. O Júri do Concurso já decidiu sobre as suas escolhas, entre os 21 empreendimentos Finalistas mas os resultados só serão conhecidos na noite de 17 de Abril, no final do Jantar que tem lugar no Palacete do Hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, perante cerca de 200 convidados. The countdown has begun for the Gala Finale for the National Real Estate Awards 2017. The competition jury has alre ady made its choices from the 21 finalist developments, but the results will only be known on the night of 17 April, at the end of a dinner that will take place at the Hotel Tivoli Palacette in Lisbon’s Avenida da Liberdade for around 200 guests.

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11 21 MAR/ABR 2017

A MAGAZINE IMOBILIÁRIO divulga, agora, quem chegou à fase final nas diversas categorias do Prémio, nomeadamente Habitação, Escritórios, Comércio, Turismo, Equipamentos Colectivos, além do troféu para a Reabilitação Urbana. São empreendimentos situados em várias regiões do País e cujas inscrições foram feitas por promotores e investidores nacionais e estrangeiros. Esta fase da iniciativa é o resultado de um ano inteiro de trabalho e pesquisa sobre o que de melhor e mais válido se fez, em Portugal, neste domínio. O número e as tipologias dos Finalistas revelam bem o actual estado de desenvolvimento do mercado imobiliário nacional. O Júri do concurso é composto por destacados especialistas das diversas áreas do Sector como é o caso de Almeida Guerra que dirige a empresa Rockbuilding e que é considerado um dos mais credenciados profissionais dos projectos e desenvolvimentos imobiliários, com dezenas de anos de experiência no ramo. Paulo Silva que lidera, em Portugal, a consultora Aguirre Newman, é igualmente uma figura incontornável do saber do negócio e do estudo dos mercados. César Neto que tem, actualmente, grandes responsabilidades em organizações empresariais como a CIP e a AICE trabalha, activamente, através da sociedade Renascimóvel, no campo da reabilitação e renovação de edifícios. Eduardo Abreu é conhecido como o maior perito nacional da indústria turística não sendo de estranhar que, pela sua empresa, a neoturis, tenham passado e passem os grandes projectos neste domínio. É dos poucos que, nesta matéria, ‘sabe tudo’ antes de as decisões dos operadores virem a público. Por fim, os arquitectos João Paciência e Regino Cruz, com origens e percursos absolutamente distintos, são dois ‘pesos pesados’ da arquitectura contemporânea portuguesa, com invejáveis curriculums dentro e fora do País. Apenas estes e só estes os homens são responsáveis pelas decisões do Júri que é obrigado a obedecer ao Regulamento do Concurso, que é conhecido, e cuja elaboração visa, acima de tudo, privilegiar a qualidade em detrimento de quais pressões ou interesses externos. É isto que faz com que, desde 1996, este seja o mais importante e prestigiado prémio imobiliário de Portugal. A direcção da MAGAZINE IMOBILIÁRIO não interfere nas escolhas dos jurados. A realização desta iniciativa só é possível graças a um bom número de patrocinadores, apoios e parceiros. Desde logo, a Aguirre Newman, que continua a ser o Patrocinador Principal, mas também a Portugal Sotheby’s, a Renascimóvel, a Technal e a Bosch Eficiência Energêtica. O Prémio Nacional do Imobiliário 2017 tem o apoio institucional da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário – CPCI; da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários – APPII; Associação Lisbonense de Proprietários - ALP e da Associação de Hotéis de Portugal – AHP. Os principais parceiros, na organização da Gala Final, são a Tecnovisão e a empresa de decoração Carlos Pissarra. A Comunicação

O Júri do concurso: César Neto, Eduardo Abreu, João Paciência, Regino Cruz, Almeida Guerra e Paulo Silva.

é da responsabilidade da Agência Green Media e o Media Partner é o Site ‘Diário Imobiliário’. A Magazine Imobiliário nunca procurou nenhuma ‘tutela’ governamental ou estatal para esta iniciativa, pela defesa da absoluta independência de qualquer forma de poder político. MAGAZINE IMOBILIARIO has now released the names of those who have reached the finals in the various categories of the awards, namely Housing, Offices, Commercial, Tourism, Community Facilities as well as the trophy for Urban Rehabilitation. They are developments located in various regions of the Country whose applications were made by foreign and international developers and investors. This phase of the initiative is the result of a whole year of work and research on the best and most valid projects in Portugal in this domain. The number and the type of finalists illustrate well the current state of development of the national real estate market. The competition Jury comprises well-known specialists from the various sector areas such as Almeida Guerra who ran the company Rockbuilding and who is considered one of the professions with the best credentials for real estate projects and developments with decades of experience in the field. Paulo Silva who in Portugal heads the consultancy Aguirre Newman, and equally is an uncontested font of business wisdom and market studies. César Neto who currently has big responsibilities in company associations such as CIP and AICE and actively works through his company Renascimóvel, in the field of building rehabilitation and renovation. Eduardo Abreu is known as the greatest expert in Portugal on the tourism industry and it comes as no surprise that his company,

neoturis, has been involved in and still is involved in large projects in this domain. And is one of the few, in this matter who “is in the know” before the decisions of developers are made public. Finally, the architects João Paciência and Regino Cruz, with origins and paths that are completely distinct and are two of the “heavyweights” of Portuguese contemporary architecture, with enviable curriculae both in Portugal and overseas. Just these and only these men are responsible for the Jury’s decisions who are obliged to obey the Regulations of the Competition, and whose deliberations aim, above all, to focus on quality rather than any outside pressures or interests. It is this that has made this competition the most prestigious real estate awards in Portugal since 1996. The board of MAGAZINE IMOBILIÁRIO does not interfere in the jury’s choices. This initiative is only possible thanks to a great number of sponsors, supporters and partners. First, Aguirre Newman, which continues to be the Main Sponsor, but also Sotheby’s Portugal, Renascimóvel, Technal and Bosch Energy efficiency. The National Real Estate Awards 2017 enjoy the institutional support of the Portuguese Confederation for Construction and Real Estate (CPCI); the Portuguese Association of Real Estate Developers and Investors (APPII); Lisbon Association of Owners (ALP) and the Portuguese Hotels Association (AHP). The main partners in organizing the Gala Finale are Tecnovisão and the decoration company Carlos Pissarra. Communication is the responsibility of Agência Green Media while the Media Partner is the Site “Diário Imobiliário”. Magazine Imobiliário has never sought any Government or state support for this initiative in order to remain absolutely independent of any form of political power.


Comércio Retail

Centro Comercial Nova Arcada Com a assinatura ‘O Nova Arcada é de Braga’, o centro comercial abriu ao público em Março de 2016. No total possui 109 lojas de diferentes tipologias distribuídas por quatro pisos, das quais 17 lojas são de grande dimensão (com mais de 600 m2). Uma das principais âncoras é a loja IKEA, única na cidade de Braga e a segunda da região Norte. Este centro oferece aos visitantes uma praça de restauração de última geração com cerca de 1.000 lugares sentados, possuindo uma zona de refeições exclusiva equipada para as refeições de bebés e crianças até aos três anos de idade. Proporciona ainda aos seus visitantes duas esplanadas exteriores com vista panorâmica, 10 sitting areas com 112 lugares sentados para momentos de descanso e descontração dos visitantes, 12 salas de cinema (com capacidade para 1.600 pessoas), 330 m2 de playground no piso da restauração para diversão dos mais pequenos e um ginásio com mais de 1.200 m2. Com uma arquitectura arrojada e iluminação original, este é um projecto visionário de forma elíptica. Apresenta fachadas metalizadas num material original, remetendo no seu conjunto para uma estética de inspiração algo futurista. Under the slogan ‘The New Arcade is Braga’, the shopping centre opened to the public in March 2016. It contains a total of 109 shops of different types spread out over four floors, of which 17 shops are large (over 600 m2). One of the main anchors is IKEA, the only one in Braga and the second in the north region. This centre offers visitors a state-ofthe-art food court to seat around 1000, an exclusive dining area for babies and toddlers to three years of age. It also affords its visitors two outdoor terraces with panoramic views, 10 sitting areas with seating for 112 for moments of rest and relaxation, 12 cinema theatres (with a capacity for 1,600 people),330 m2 of playground on the food court floor to entertain youngsters and a 1,200 m2 gym. With a bold architecture and natural lighting, this is a visionary project with an elliptical shape. It features metallic façades in an original material, which as a whole is inspired by a somewhat futuristic look.

Promotor Developer: Promotor Developer: Cibergradual, Investimento Imobiliário, SA Arquitecto Architect: Sua Kay Arquitectos, SA Construtor Builder: Edivimeã – Sociedade de Construções, Lda. Área Bruta de Construção Gross Building Area: Acima do solo / Above ground: 95.160 m2 - Abaixo do solo / Below ground: 68.466m2


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Escritórios Offices

Castilho 24 O edifício Castilho 24, junto ao Marquês de Pombal e à Avenida da Liberdade localiza-se numa das melhores zonas da cidade de Lisboa. Com a intervenção neste edifício pretendeuse uma ocupação mínima com cerca de 350 colaboradores, a sua grande maioria em open space, sendo o programa constituído essencialmente por escritórios, um centro de reuniões que também é um espaço para reflexão, partilha, conhecimento e inspiração, cafetaria e locais vários para inspiração, concentração e convívio. Espaços que são essenciais numa abordagem contemporânea ao trabalho. Neste projecto há a salientar ainda, e de forma a quebrar a possível monotonia de imagem criada pelo elevado número de ocupantes, que foram dados tratamentos diferenciados às zonas de circulação e de permanência de pessoas. As zonas de circulação têm pavimentos e tectos com tons mais escuros, promovendo uma circulação com alguma calma; já as zonas de open space têm pavimentos mais claros e cores mais fortes nomeadamente nos tecidos a utilizar em biombos e outros, essenciais para a absorção acústica pretendida. O Castilho 24 promove a interacção entre as pessoas mas não deixou de lado as preocupações de conforto, acústicas e de organização. The building Castilho 24, by Marquês de Pombal and Avenida da Liberdade is in one of the best areas of Lisboa. By modernising this building it is intended to achieve a minimum occupation of around 350 staff, the majority of them working in open space, being a programme essentially made up of offices, a meeting room which also doubles as a space for reflection, the sharing of ideas, know-how and inspiration, cafeteria and various places for inspiration, concentration and socialising. Spaces that are essential in a contemporary approach to work. In this project it should also be pointed out, with the aim of breaking the possible monotony of image created by the high number of occupants, that the areas where people circulate and remain were given different treatments. The circulation area have flooring and ceilings in darker tones, encouraging calm circulation; while the open space area feature flooring that is much lighter with stronger colours, namely in the fabrics used in the screens and other features, essential for the noise-reduction intended. Castilho 24 encourages interaction between people but does not ignore concerns over comfort, acoustics and organisation.

Promotor Developer: Fundo de Pensões do Banco de Portugal Arquitecto Architect: José Serrano Construtor Builder: Constructora San José Área Bruta de Construção Gross Building Area: 10098m2


Escritórios Offices

15 21 MAR/ABR 2017

Centro Santander Totta A solução proposta de integração do novo volume de ampliação do Centro Santander Totta com os edifícios já existentes procurou uma relação de equilíbrio e respeito pelo edificado já existente e pelo corredor verde. Concebido segundo os valores de funcionalidade, proximidade e sustentabilidade, é composto por três blocos semi-enterrados em redor do imóvel já existente e que estão interligados internamente: um paralelo à Avenida Calouste Gulbenkian (bloco A), outro na fronteira com a ciclovia e virado para a Universidade Nova (bloco B) e um último que conjuga a construção em altura com a subterrânea (bloco C). O bloco A é constituído por quatro pisos abaixo da cota do solo natural e o facto de o terreno ser desnivelado levou a que dos quatro pisos apenas três sejam visíveis. Nos três primeiros pisos deste bloco estão integrados os serviços, enquanto no quarto piso encontra-se um auditório para 252 pessoas, uma sala multiusos com 50 lugares e ainda as áreas técnicas. O bloco B possui quatro pisos abaixo do nível da cota do terreno natural e um piso acima. No piso localizado à superfície estão os serviços e áreas técnicas; no piso -2 um ginásio e um novo espaço de cafetaria/ restauração com vista para um terreiro ajardinado; e os três pisos inferiores têm estacionamento e áreas técnicas. O bloco C possui dois pisos à superfície vocacionados para os serviços e um piso subterrâneo para áreas técnicas. The solution proposed for integrating the new increased volume of the Portugal headquarters of bank Centro Santander Totta with the pre-existing buildings sought a balanced relationship and respect for the existing building and the green belt. Designed according to values of functionality, proximity and sustainability, it comprises three semi-buried blocks arranged around the existing building which are internally interlinked: one parallel to Avenida Calouste Gulbenkian (block A) the other bordering the cycle path and faced towards the Universidade Nova (block B) and the last that joins the construction height with the subterranean (block C). Block A comprises four floors below natural ground level and the fact that the land is inclined means that of the four floors, only three are visible. Services are integrated on the first three floors of this block while on the fourth floor is a 252-seat auditorium, a multi-use room seating 50 and also technical areas. Block B has four below ground level floors and an above ground level floor. On the surface level floor are services and technical areas; on floor -2 a gym and a new cafeteria/ restaurant space overlooking a planted patio; the three lower levels have parking and technical areas. Block C has two floors above ground level for services and a below ground level floor for technical areas.

Promotor Developer: Banco Santander Totta Arquitecto Architect: Frederico Valsassina Arquitectos Construtor Builder: Ferrovial Agroman Área Bruta de Construção Gross Building Area: 9 841,08m2


16 21 MAR/ABR 2017

Escritórios Offices

Foto Photo: Fernando Guerra/FG+SG

Sede da SG1 PORTUGAL A sede da SG1 está localizada no Campus do Lumiar do IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação), em Lisboa. O novo edifício parte da adaptação e remodelação de uma estrutura de betão existente, entretanto física e tecnologicamente obsoleta. Designado por ‘K3’, teve como ponto de partida a pré-existência de um volume rectangular com dois pisos, numa malha estrutural de pilares e lajes de betão, estas últimas fungiformes, também vulgarmente referidas como ‘lajes de cocos’. Em termos de programa é constituído por três áreas distintas que correspondem aos diferentes pisos. O piso térreo integra o Centro de Inovação e Competitividade, que inclui também um auditório polivalente e áreas técnicas; o segundo piso agrega em open space a direcção e a equipa da GS1 Portugal; e o piso da cobertura corresponde à zona social com bar/cafetaria que se abre para uma área de terraço. A destacar ainda, no exterior, os painéis de betão pré-fabricado que foram objecto de uma intervenção em baixo-relevo do artista plástico Alexandre Farto aka VHILS. The headquarters of SG1 is located on the IAPMEI Campus do Lumiar (Agency for Competitiveness and Innovation), in Lisbon. The new building involves the adaptation and renovation or an existing concrete structure which in the meantime has become physically and technologically out-of-date. Called ‘K3’, the starting point is a pre-existing rectangular space with two floors, within a structural framework of concrete pillars and slabs, the latter in fungiform, also more commonly referred to as ‘flatslabs’. In project terms it comprises three distinct areas corresponding to different floors. The ground floor houses the Centro de Inovação e Competitividade (Centre for Innovation and Technology), that also includes a multi-use auditorium and technical areas; the second floor houses the management and team of GS1 Portugal; and the roof level has the social area with bar/cafeteria which opens out onto a terrace. Also to highlight, on the exterior, the prefabricated concrete panels which were decorated in bas-relief by plastic arts artist Alexandre Farto aka VHILS.

Promotor Developer: GS1 Portugal Arquitecto Architect: Promontorio Construtor Builder: Tétris Área Bruta de Construção Gross Building Area: 1,750 m2



18 21 MAR/ABR 2017

Habitação Housing

8 Building O antigo edifício da Central Telefónica Interurbana de Lisboa pertencente aos CTT, projectado nos anos 40 do século XX pelo arquitecto Adelino Alves Nunes, deu lugar a um novo empreendimento habitacional de luxo na zona histórica de Lisboa, agora pela mão do arquitecto Manuel Aires Mateus. Localizado num quarteirão inteiro, nas proximidades da Praça D. Luís I, Cais do Sodré e Praça da Ribeira, em Lisboa, teve a intervenção clara de conservar a imagem urbana e arquitectónica do edifício. O 8 Building possui uma fachada reveladora de um edifício cheio de história, onde se destaca a sua imponente torre relógio, e o qual proporciona vistas únicas sobre o rio Tejo. Destinado à habitação, conta com apartamentos nas tipologias T0, T1, T2 e T3 que foram renovados com os mais altos padrões e acabamentos. O piso térreo é dedicado a espaços comerciais ou serviços dinamizadores da área urbana envolvente. Previsto está ainda um bar lounge no terraço que vai traduzir-se num novo ponto de lazer de referência na cidade de Lisboa e num novo miradouro sobre a Praça D. Luís. The former Lisbon Intercity Telephone Exchange building (Central Telefónica Interurbana de Lisboa) belongs to the postal service CTT, designed in the 1940s by architect Adelino Alves Nunes, it has given rise to a new luxury housing development in the historic zone of Lisbon, noe by the hand of architect Manuel Aires Mateus. Located in an entire block and close to the square Praça D. Luís I, Cais do Sodré and Praça da Ribeira, in Lisbon, the aim was clearly to retain the urban and architectonic image of the building. 8 Building has a façade which reveals a building that is full of history, where its clock tower, which provides unique views over the River Tagus, stands out. Destined for housing, it boasts studio, one-bed, two-bed and three-bed apartments which were renovated to the highest standards, fixtures and fittings. The ground floor is set aside for dynamic commercial and service space to bring movement and energy to the surrounding urban area. A lounge-bar on the terrace is also slated which will provide a new point of leisure of reference in the city of Lisbon and a new belvedere overlooking square Praça D. Luís I.

Promotor Developer: Habitat Vitae Arquitecto Architect: Manuel Aires Mateus Construtor Builder: DST Área Bruta de Construção Gross Building Area: 13.112 m2


Habitação Housing

19 21 MAR/ABR 2017

Chiado 6 O Chiado 6 encontrava-se em estado de ruína eminente aquando da aquisição em 2012 pela Coporgest S.A., apresentando um programa repartido entre comércio no piso térreo, serviços no piso 1 e 2 e habitação nos restantes pisos, compondo cinco pisos acima do solo. De acordo com o Arquivo da Câmara Municipal de Lisboa, a construção do edifício está registada como tendo ocorrido entre 1883 e 1885. A afamada Barbearia Campos, a mais antiga da Europa ainda em funcionamento e que terá inaugurado no ano de 1886, foi das principais preocupações aquando da intervenção que o seu funcionamento e preservação fossem mantidos. Facto que se verifica ainda no presente. A intervenção terminou em 2016 e completou o perfil de rua, recompôs o perímetro do emblemático Largo do Chiado e redesenhou o edifício em oito exclusivos apartamentos ao longo de quatro pisos incluindo a mansarda, com tipologias T1, T2 e T2 duplex, acrescidos de um espaço comercial classificado, a emblemática Barbearia Campos, e uma loja âncora que ocupa o piso -1, 0 e 1 completamente enquadrado na dinâmica fervilhante do Largo do Chiado. Chiado 6 was in a ruined state when acquired in 2012 by Coporgest S.A., which presented a programme divided between commerce on the ground-floor, services on the first and second floor and housing on the other floors comprising five floors above ground level. According to the Lisbon City Council Archive, the construction of the building was recorded as having taken place between 1883 and 1885. Protecting the famous barber shop Barbearia Campos, the oldest in Europe still operating and which was opened in 1886 and its daily operation was one of the main concerns for this project. A concern that has been maintained to date. Works were completed in 2016 and completed the profile of the street, restoring the perimeter of the emblematic Largo do Chiado and redesigning the building into eight exclusive apartments over four floors including the garret with one, two-bed and two-bed duplex typologies, added to a listed commercial space, the emblematic Barbearia Campos, and an anchor store that completely occupies floors -1, 0 and 1, and set within the bustling dynamic of Largo do Chiado.

Promotor Developer: Coporgest, S.A. Arquitecto Architect: Nuno Pais Ministro Construtor Builder: UDRA Área Bruta de Construção Gross Building Area: 1.412,91m2


20 21 MAR/ABR 2017

Habitação Housing

Camões 40 CAMÕES 40 é parte do perímetro de uma das mais emblemáticas praças da cidade de Lisboa, um local atravessado diariamente por milhares de habitantes e visitantes. No passado o edifício possuía uma utilização sobretudo comercial sendo a Joalharia Silva e a Papelaria Corbel as duas lojas mais importantes da Praça aqui situado. O mesmo sofreu diversas alterações ao longo do tempo que culminaram numa deformação estrutural, que provocou uma subversão da lógica construtiva Pombalina. Tal estava patente na destruição do cunhal do edifício, na eliminação dos arcos ao nível do piso térreo e na remoção de diversas paredes frontais, o que acelerou a deterioração generalizada, que associada ao abandono dos proprietários levaram o edificado ao seu limite. A emblemática Joalharia Silva (classificada na categoria de Objectos Singulares e Lojas de referência Histórica e/ou Artística) com as suas inconfundíveis vitrinas foi preservada na intervenção. A adulteração realizada nos anos 70 do século XX na fachada da Papelaria Corbel foi eliminada repondo-se a métrica original dos vãos e respectivos revestimentos. Actualmente o edifício contém três pisos para fins comerciais (cave, r/chão e piso 1), os restantes pisos bem como o aproveitamento da cobertura destinam-se ao uso habitacional sob a actividade de Alojamento Local, tirando partido da sua implantação e vistas únicas para o património e vivência contemporânea da cidade de Lisboa. CAMÕES 40 forms part of the perimeter of one of the most emblematic squares in Lisbon, a place daily crossed by thousands of locals and visitors. In the past the building had a mainly commercial use, the two most important shops on the square, Joalharia Silva and Papelaria Corbel being situated there. The building underwent various alterations over time which resulted in structural deformation and caused a subversion to the constructive logic of the Pombaline style of architcture which dominates this square. This was evident from the destruction of a corner wall, the removal of arches on the groundfloor level and the removal of various front walls, which accelerated the general deterioration, which together with neglect from the owners brought the building to its limit. The emblematic Joalharia Silva (classified in the category of Unique Objects and Shops with Historic and/or Artistic Merit) with its unmistakable windows was preserved during the refurbishment. The adulteration carried out to the façade of Papelaria Corbel in the 1970s was removed putting back the original metric of the spans and respective coverings. Currently the building has three floors for commercial purposes (basement, ground and first), the other floors as well as the roof extension destined for Local Housing use, making the most of the buildings unique location and views over the square and Lisbon’s contemporary daily life.

Promotor Developer: Coporgest, S.A. Arquitecto Architect: Nuno Pais Ministro Construtor Builder: Lucios Área Bruta de Construção Gross Building Area: 1.111,00 m2


Habitação Housing

21 21 MAR/ABR 2017

Flora Chiado Apartments Localizado numa transversal à rua Garrett no Chiado, apesar de estreita, na frente do imóvel existe um terraço anexo à Basílica tipo claustro, afastando o plano de fachada do edifício oposto e permitindo desta forma a entrada de luz a partir do primeiro piso, tornando toda a frente do edifício bastante desafogada e soalheira. A traça original pode-se classificar como um exemplar tradicional de arquitectura pombalina, tendo no núcleo da escada central uma guarda em tabique revestido a azulejos e um lance inicial em escadaria de pedra. Como linha condutora da solução implementada optou-se pela preservação de todos os elementos arquitectónicos originais. Solução que se verificou difícil, uma vez que grande parte desses elementos já tinham sido demolidos e retirados do edifício. Para se ter uma noção desta tarefa ‘hercúlea’ basta referir que houve a necessidade de refazer cerca de 5.000 azulejos para se poder preservar a sua imagem. Constituído por cinco apartamentos T1 e cinco apartamentos T2, dos quais três são duplex, o Flora Chiado Apartments assume-se como alojamento premium no coração da Lisboa histórica para estadas de curta e longa duração. Located in a traversal street to Rua Garrett in Chiado, despite being narrow, there is a cloisterlike terrace in front of the property linked to the Basilica, setting it away from the façade of the building opposite thereby permitting light to be let in from the first floor, making the entire front of the building fairly uninterrupted and sunny. The original outline may be classified as a traditional example of Pombaline architecture, having a sheltered partition in the central staircase covered in blue-white azulejo tiles and the first flights of stairs in stone. It was decided to conserve all the original architectural elements as a common thread for the project. The solution proved difficult since a large part of these elements had already been demolished and taken off the building. To have some idea of this herculean task, its enough to mention that around 5,000 azulejo tiles had to be replaced in order to preserve its image. Comprising five one-bedroom apartments and five two-bedroom apartments, of which three are duplex, the Flora Chiado Apartments are premium long and short-stay apartments in the heart of historic Lisbon.

Promotor Developer: VFArquitectos Arquitecto Architect: Ricardo Flora Construtor Builder: Obrivalor Engenharia e Construções Lda. Área Bruta de Construção Gross Building Area: 1750 m2


22 21 MAR/ABR 2017

Habitação Housing

Grande Hotel O edifício do Grande Hotel, localizado na Avenida Sabóia, no Monte Estoril, junto ao Jardim dos Passarinhos, foi alvo de reabilitação e ampliação com o intuito de proceder à sua reconversão em edifício de apartamentos. O hotel original, com a designação de Grande Hotel Estrade (nome do seu promotor de origem francesa), foi inaugurado em 1898 e tinha então apenas dois pisos. Nos anos 30 do século XX o imóvel foi ampliado para quatro pisos e viu o seu nome alterado para Grande Hotel Monte Estoril. Posteriormente, nos anos 50/60, foi novamente ampliado para a sua configuração actual, com seis pisos de salas e quartos acima do solo e dois pisos de estruturas de apoio abaixo do solo. Agora, as fracções foram integralmente destinadas à habitação. Trata-se de um conjunto de 15 fogos, complementados por um fogo de menor dimensão destinado ao apoio de serviços de portaria. Possui jardins privativos, zona de jardim com piscina, parqueamento automóvel, arrecadações e áreas técnicas e áreas complementares de apoio. Apesar das sucessivas alterações e da actual reconversão, o Grande Hotel constitui um marco referencial arquitectónico do Monte do Estoril. The Grande Hotel building, in Avenida Sabóia, in Monte Estoril, by the Jardim dos Passarinhos gardens, was the subject of renovation and extension with the aim of reconverting it into an apartment building. The original hotel, with the name Grande Hotel Estrade (name of its French developer), was officially opened in 1898 when it had two floors. In the 1930s the building was extended by four floors and its name was changed to Grande Hotel Monte Estoril. Later, in the 50/60, it was extended again to its current configuration, with six floors of above-ground public and meeting rooms and bedrooms and two below-ground floors with ancillary structures. Now the divisions were wholly for housing. It is an ensemble of 15 homes, complemented by a smaller property for ancillary and doorkeeper services. It boasts private gardens, a garden area with a pool, car-parking, storage and technical areas and other ancillary areas. Despite successive alterations from the current reconversion, the Grande Hotel is an benchmark architectural brand of Monte do Estoril.

Promotor Developer: Stone Capital Arquitecto Architect: ARX Arquitectos Construtor Builder: SanJose Construtora Área Bruta de Construção Gross Building Area: 5735 m2


Habitação Housing

23 21 MAR/ABR 2017

Liberdade 238 O quarteirão onde está inserido o edifício Liberdade 238 é dos últimos onde se reconhece a escala e o detalhe característicos das fachadas da Avenida dos finais do século XIX. Neste projecto, foi proposta a construção de um edifício de habitação com 24 apartamentos e tipologias que se consideraram adequadas ao local em que se insere. O corpo do edifício com entrada pela Avenida da Liberdade é ocupado com tipologias que variam entre o T1 e o T6, algumas das quais se desenvolvem em duplex, aproveitando as diferenças de alturas entre pisos que ligam à fachada principal. O outro corpo, com entrada pela Rua Rodrigues Sampaio, foi ocupado com apartamentos com áreas mais pequenas e maioritariamente T1. Esta intervenção respeitou também o estabelecido no plano da Avenida da Liberdade no que se refere ao número de pisos em obras de ampliação, por isso aos quatro pisos existentes foram acrescentados dois. Foram ainda construídas três caves para estacionamento privado, que ocupam toda a área do lote. O conceito de imagem desenvolvido para este edifício teve como princípio fundamental a recuperação da fachada sobre a Avenida e o enquadramento da Rodrigues Sampaio para a volumetria e desenho da nova fachada. The block in which the building Liberdade 238 is situated is one of the last where the characteristics of the façades of the Avenida of the late XIXth century is still evident. In this project, the construction of a building for housing with 24 apartments was proposed of the kind considered suitable for the location in which it is built. The body of the building with an entrance on Avenida da Liberdade is taken up by apartments which range between one and six-bedrooms, some of which are duplex, taking advantage of the differences in the heights between the floors that link to the main façade. The other corpus, with its entrance via Rua Rodrigues Sampaio, has been occupied by apartments with smaller areas, mainly onebedroom. This project also respected the overall plan setup in Avenida da Liberdade in terms of the number of floors being extended, meaning to the existing four floors a further two were added. Three basements for private underground parking were also built which occupy the entire site. The concept of image developed for this building worked from the fundamental principle of restoring the façade on the Avenida within the framework of Rodrigues Sampaio for the volume and design of the new façade.

Promotor Developer: Stone Capital Arquitecto Architect: Ana Costa Arquitectos Construtor Builder: Alves Ribeiro Área Bruta de Construção Gross Building Area: 7418 m2


24 21 MAR/ABR 2017

Habitação Housing

Misericórdia 116 Localizado na Rua da Misericórdia 106 a 116 e Rua Nova da Trindade 17 e 17 A, na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, teve anteriormente o uso de comércio e serviços/escritórios tendo passado, agora, a espaço habitacional. Construído em 1999, encontrava-se em propriedade horizontal e era constituído por 38 fracções autónomas: duas de comércio, três de escritórios e as restantes de estacionamento. O projecto de alterações de arquitectura executado preconizou a alteração de seu uso, passando o mesmo de comércio e serviçosescritórios para habitação e comércio. Actualmente conta com seis T1, oito T2, três T3, um T4 Duplex, uma loja e 47 lugares de estacionamento. A reformulação de todo o imóvel, bem como da sua imagem exterior, traduziu-se numa substancial melhoria para a zona onde se insere, dada a presença marcante que o mesmo possui devido à sua dimensão e elementos arquitectónicos exteriores. Este é um edifício expectante onde a necessidade de um novo uso pulsava da envolvente, tendo sido devolvido ao bairro e à cidade, e onde a convivência demonstra ser perfeita. Aqui estimulam-se e criam-se novas memórias. Located at Rua da Misericórdia 106 and 116 and Rua Nova da Trindade 17 and 17A, in the parish of Santa Maria Maior, in Lisbon, it formally had a commercial and services/ offices use, now being destined for housing. Built in 1999, this horizontal property comprised 38 independent fractions: two commercial, three offices and the others for parking. The architectural alterations project undertaken took into account the building’s change of use from commercial and servicesoffices to housing and commercial. Currently it has six one-bed, eight two-bed, three three-bed, a four-bed Duplex, a shop and 47 parking places. The redesign and re-adaptation of the entire building including its exterior image, resulted in a substantial improvement for surrounding area, given the impressive presence that the building has because of its size and exterior architectural features. This is a building which for a long time was in need of a new lease of life to provide a fresh impulse to the surrounding area, now returned to the neighbourhood and city and where social interaction has been restored. Here fresh memories are stirred and created.

Promotor Developer: Coporgest, S.A. Arquitecto Architect: Nuno Pais Ministro Construtor Builder: UDRA Área Bruta de Construção Gross Building Area: 4.958,24 m2


Habitação Housing

Park Avenue Localizado no Bairro do Alto do Parque, nas Ruas Padre António Vieira (nº 26) e Rodrigo da Fonseca (nº 139), em Lisboa, o Park Avenue remonta ao final da década de 50 do século XX. O edifício, originalmente de uso residencial e comercial, tem projecto de Faria da Costa, de 1958, e é portador de uma solução estrutural, métricas e alinhamentos interiores e exteriores, desenho de fachadas e detalhes construtivos, claramente avançados para a época. Abandonado desde 2002 e em estado de degradação, foi sujeito a um profundo processo de reabilitação, confiado, em 2015, ao arquitecto Luís Casal Ribeiro. O programa inclui tipologias do tipo T1, T2 e T3, tendo sido criadas salas com dimensões que permitem conviver, cozinhar e trabalhar em continuidade espacial, num modo de vida contemporâneo. As antigas lojas no piso térreo, convertidas em habitações de tipologia T0/Loft, tiram partido das características da construção existente, organizados em duplex, com a área habitável localizada no piso térreo e as caves aproveitadas para instalações sanitárias e espaços polivalentes. Um apontamento de ‘verde’ foi introduzido na esquina do imóvel, pisos 2 a 6, através da instalação de floreiras com espécies arbustivas seleccionadas, sendo este um novo elemento de referência na imagem do edifício reabilitado. Located in Bairro do Alto do Parque, in Ruas Padre António Vieira (No 26) and Rodrigo da Fonseca (No 139), in Lisbon, Park Avenue dated from the end of the 1950s. The building, originally for residential and commercial use, was a project by Faria da Costa, has a metric structural solution of interior and exterior alignments, the design of the constructive façades and details were clearly ahead of their time. Abandoned since 2002 and in a state of degradation, was subject to a profound process of rehabilitation entrusted in 2015 to the architect Luís Casal Ribeiro. The programme includes one, two and three-bed typologies, with rooms being created with dimensions enabling living, cooking and working in spacial continuity, in a contemporary way of living. The former shops on the ground floor, converted into studio/loft accommodation, used the existing construction characteristics, organised in duplex, with a living area located on the ground-floor and the basements used for bathroom facilities and multi-use spaces. A ‘green’ feature was introduced on the corner of the property, floors 2 to 6, by installing flower beds with selected shrub species, this being a new reference element in the image of the renovated building.

Promotor Developer: Level Constellation Arquitecto Architect: Luís Casal Ribeiro Construtor Builder: Teixeira Duarte Área Bruta de Construção Gross Building Area: 3517,3 m2

25 21 MAR/ABR 2017


26 21 MAR/ABR 2017

Habitação Housing

Rua Nova da Trindade 6 Na Rua Nova da Trindade 6 localiza-se, a 50 metros do Chiado, o empreendimento com o mesmo nome, em pleno coração de Lisboa. O imóvel encontrava-se em muito mau estado de conservação, cujos registos de edificação constam em arquivo municipal com a data de 1900 e ampliações posteriores. Foi adquirido em 2009 pela Coporgest S.A., apresentando-se à data da aquisição com duas unidades comerciais no piso térreo e seis pisos habitacionais, incluindo o sótão. A intervenção redesenhou o edifício em cinco apartamentos exclusivos ao longo de cinco pisos mais mansarda, com tipologias T1, T2 e T2 duplex, acrescidos de um espaço comercial no piso térreo. Foi intenção do promotor a preservação do existente ou, quando tal não fosse possível, a sua reconstrução. Assim a intervenção estrutural respeitou a memória patrimonial, replicando conceitos estruturais, rodeando-os de processos, procedimentos e resultados construtivos sem descurar todas as necessidades legais e modo de habitar contemporâneo em pleno centro histórico lisboeta. Foi igualmente mantida uma lápide colocada pela Câmara Municipal de Lisboa a 5 de Dezembro de 1941 para comemorar o tricentenário do primeiro periódico português ‘A Revista Militar’. Rua Nova da Trindade is located just 50 metres from Chiado, the development with the same name, right in the heart of Lisbon. The property was extremely dilapidated, it building recorded in the Lisbon City Council Municipal Archive as 1900 with later adaptations. It was acquired in 2009 by Coporgest S.A., described at its purchase date as two commercial units on the ground-floor and six floors for housing, including the attic. The refurbishment redesigned the building into five exclusive apartments over five floors and a garret, with one-bed, two-bed and two-bed duplex typologies, added to a commercial space on the ground-floor. It was the developer’s intention to preserve the existing façades and features or, where this was not possible, to reconstruct them. The structural intervention thereby respected the memory of the architectural heritage, replicating structural concepts, circumventing the processes, procedures and constructional necessities without ignoring all the legal requirements and contemporary lifestyle in the historic centre of Lisbon. A monument errected by Lisbon City Council on 5 December, 1941 to commemorate the tercentenary of the first Portuguese periodical ‘The Military Magazine’ (A Revista Militar) was also maintained.

Promotor Developer: Coporgest, S.A. Arquitecto Architect: Nuno Pais Ministro Construtor Builder: SPACOM Área Bruta de Construção Gross Building Area: 622,65 m2


Se já tentou gerir um projeto imobiliário, sabe que pôr os pés na terra pode significar isso mesmo. A Rockbuilding pode fazer por si a Gestão Integrada do seu projeto imobiliário, em qualquer uma das fases e vertentes, a nível Técnico, Comercial e Administrativo, de uma maneira muito mais limpa.

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28 21 MAR/ABR 2017

Equipamentos Colectivos Community Development Project

Foto Photo: Alberto Souza Oliveira

Cine-Teatro Capitólio O Concurso de Reabilitação do Capitólio definiu a reposição do edifício nas suas características de 1929. Para o efeito, teve de se proceder à supressão das obras que adaptaram o imóvel ao cinema sonoro, mas que o descaracterizou, e torná-lo na âncora de todo aquele ‘lugar de teatro’ que é o Parque Mayer. A proposta a concurso pretendeu, assim, transformar o Capitólio, repondo a sua ‘grande sala’ e simultaneamente dotá-la de uma maior versatilidade compatível com as novas exigências da produção contemporânea de espectáculos. Mau grado, a reabilitação trouxe a problemática do restauro dos edifícios do Modernismo, ou seja, a dicotomia entre conservar versus modernizar. Assim, a fachada Norte foi mantida na sua integridade e a fachada Poente, com a sua empena, levou a que a ampliação proposta representasse a possibilidade de estabelecer um grande ecrã em leds e uma nova boca de cena tardoz. Esta nova fachada representa um conceito comunicativo que possibilita a informação em directo ou a retransmissão de espectáculos, criando uma dinâmica interactiva. A intenção da intervenção no Capitólio foi a de criar um edifício que, tal como na sua concepção original, procura conquistar a admiração do público pelo espectáculo e pelas inovações tecnológicas que propõe. The Competitive Tendering brief for the Renovation of Capitólio defined the restoration of the building conserving its 1929 characteristics. To that effect, works on adapting the property to a sound cinema which decharacterised it had to be removed, and turn it into an anchor property for Lisbon’s theatreland Parque Mayer. The competition brief thereby intended to transform the Capitólio, restoring its ‘grand auditorium’ while at the same time lending it greater versatility compatible with the new demands of contemporary show production. Unfortunately, the rehabilitation brought problems in restoring the Modernist buildings, in other words, the dichotomy between conserving versus modernizing. Therefore, the North façade was maintained in its entirety and the North façade, with its gable rakes, meant that the proposed extension would provide the possibility of putting in a large LED screen and a new downstage back wall. This new façade represents a communicative concept that enables live information transmission or the rebroadcast of shows, creating an interactive dynamic. The aim of the Capitólio project was to create a building which, like in its original conception, seeks to win over the admiration of the public through shows and the technological innovations that it proposes.

Promotor Developer: Câmara Municipal de Lisboa Arquitecto Architect: Sousa Oliveira Área Bruta de Construção Gross Building Area: 4.330 m2 (aproximadamente / around)


Equipamentos Colectivos Community Development Project

29 21 MAR/ABR 2017

Lenitudes Medical Center & Research O Lenitudes Medical Center & Research, localizado em Santa Maria da Feira, procurou, desde o primeiro momento, uma relação de forte integração paisagística e ambiental no território com a manutenção da morfologia do terreno natural tanto quanto possível, e com a replantação de espécies arbóreas para integração na envolvente natural existente. Todo o projecto foi estruturado por um eixo central que atravessa o terreno, ao longo do qual se estendem os diversos núcleos programáticos que compõem a Unidade - medicina nuclear, radioterapia, cirurgia, quimioterapia, consultas e investigação - e que dispõe de entradas independentes permitindo que funcionem de uma forma autónoma. Este é um ‘Eco-Edifício’ que está totalmente integrado e construído pela Natureza e em que os seus principais componentes construtivos são naturais: a pedra e a relva. Assim, o eixo atravessa todo o terreno sem o desfragmentar, já que a cobertura é revestida com uma manta de relva que funciona como elemento atenuador da visibilidade de uma construção com 5636 m². Esta é uma Unidade que pretende ser uma referência na área da Saúde e que tem como grande objectivo ser ‘um espaço de vida’. The Lenitudes Medical & Research Centre, in Santa Maria da Feira, from the first sought a strong integrated relationship with the landscape and environment of the territory by maintaining the morphology of the natural terrain as far as possible and with the replanting of tree species to be integrated into the surrounding natural landscape. The entire project was structured around a central axis which crosses the land, along which extends a cluster of various specific-treatment blocks which comprise the Unit - nuclear medicine, radiotherapy, surgery, chemotherapy, appointments block, research facilities - which have their own separate entrances enabling them to operate independently. This is an ‘Eco-Building’ which is totally integrated and built within Nature and in which its main elements are natural: stone and lawn. The axis path thereby crosses the entire site without eliminating fragmentation, since the roof is covered by a mantle of lawn which acts as an element to attenuate the visibility of a 5636 m² construction. This is a Unit which aims to be a reference for healthcare in the area whose main objective is to be ‘a space for life’.

Promotor Developer: Lenitudes, SGPS, S.A. Arquitecto Architect: Carlos Sousa Pereira e Tiago Delgado Construtor Builder: Lucios - Engenharia e Construção Área Bruta de Construção Gross Building Area: 5669m2


30 21 MAR/ABR 2017

Equipamentos Colectivos Community Development Project

Foto Photo: Sérgio Freitas

Palácio do Raio Também denominado ‘Casa do Raio’ ou ‘Casa do Mexicano’, o Palácio do Raio foi edificado, em 1752, por João Duarte de Faria, sob risco de André Soares da Silva e é um magnífico exemplo de arquitectura Barroca, no melhor estilo Joanino. O edifício revelava intervenções pouco cuidadas, irreversíveis em alguns locais, apresentando-se no geral desfigurado e descaracterizado. Felizmente, nos locais mais nobres e ricos (fachadas, entrada principal, escadaria e salões do piso superior) a introdução de elementos estranhos (divisórias de estrutura leve, tectos falsos, cobrimento de frescos, etc.) pôde ainda ser reversível. Sob a égide da Santa Casa da Misericórdia de Braga (SCMB), a intenção foi a de instalar no Palácio do Raio o Centro Interpretativo de Memórias da Misericórdia de Braga. A proposta apresentada foi a de devolver as características morfológicas, espaciais e artísticas ao palácio e, simultaneamente, criar um espaço de exposição de todo o espólio artístico da SCMB que compreende um conjunto de objectos, de arte sacra, que vão do têxtil, à pintura, à escultura e talha, até à ourivesaria e prataria estando prevista a selecção e musealização de cerca de 330 peças. Houve ainda uma valorização dos espaços verdes, percursos pedonais e um significativo contributo para a imagem urbana do conjunto. Also called ‘Casa do Raio’ or ‘Casa do Mexicano’ the Palácio do Raio was built in 1752, by João Duarte de Faria from investment by André Soares da Silva and is a magnificent example of Baroque architecture in the best Joanine style. The building has displayed rather sloppy alterations which are irreversible in some places, in general looking rather disfigured and decharacterised. Fortunately, in more noble and richer locations (the façades, main entrance, stairway and rooms on the upper floor) the introduction of later elements (light division structures, false ceilings, ceiling with frescoes, etc.) could still be reversible. Managed by the charity Santa Casa da Misericórdia of Braga (SCMB), the intention was to install in the Palácio do Raio a Visitors Centre about the charity’s history and role in Braga (Centro Interpretativo de Memórias da Misericórdia de Braga). The presented proposal was to return the morphological, spatial and artistic characteristics to the palace and, at the same time, create an exhibition space housing all the artistic collection belonging to SCMB which comprises a collection of sacred art including textiles, painting, sculpture and carvings, and even gold and silver work with the selection and display of around 330 pieces. The green areas and paths have also been given prominence and provide a significant contribution to the urban image of the ensemble.

Promotor Developer: Santa Casa da Misericórdia de Braga Arquitecto Architect: Miguel Guedes arquitectos Construtor Builder: Anorte - Construção e Engenharia, Lda. Área Bruta de Construção Gross Building Area: 2.776,00 m²


Turismo Tourism

31 21 MAR/ABR 2017

Douro Royal Valley Hotel & Spa Esta unidade hoteleira de cinco estrelas é também espaço de formação hoteleira. Inserida no vale do Douro, está localizada na conhecida propriedade da ‘Portela do Rio’, na margem direita da albufeira do Carrapatelo, no concelho de Baião. O Douro Royal Valley Hotel & Spa possui 105 unidades de alojamento, 36 das quais se destinam a residência de estudantes, um restaurante, dois bares, duas piscinas, um spa, seis salas de reuniões, um campo de ténis e estacionamento para 125 automóveis. A paisagem natural circundante é caracterizada pela presença do rio Douro como elemento hidrológico principal e por uma bacia orográfica recortada, marcada por declives muito acentuados, pelo que desde o primeiro momento que este hotel/escola enfrentou vários desafios na sua edificação quer ao nível do terreno de topografia difícil, quer ao acrescentar espaços exteriores estáveis de vivência ao ar livre. Todas essas ‘provas’ foram superadas e, hoje, o Douro Royal Valley Hotel & Spa proporciona um ambiente relaxante e acolhedor, rodeado pelas ancestrais vinhas da região do Douro classificada como Património Mundial da Humanidade. This five-star hotel unit is also a hotel training school. Situated in the Douro Valley it is located in the well-known property ‘Portela do Rio’ on the right-bank of the Carrapatelo reservoir, in the district of Baião. The Douro Royal Valley Hotel & Spa has 105 accommodation units, 36 of which are for student accommodation, a restaurant, two bars, two pools, a spa, six meeting rooms, a tennis court and parking for 125 cars. The surrounding natural landscape is characterised by the presence of the River Douro as the main water feature and by an indented orographic basin, marked by very sharp slopes, so that from the offset this hotel/school faced various challenges when being built, both in terms of the difficult topology of the land and in terms of adding stable outdoor socialising spaces. All these ‘tests’ were overcome and today the Douro Royal Valley Hotel & Spa provides a relaxing and welcoming environment surrounded by the ancestral vineyards of the Douro region which is classified as a World Heritage Site.

Promotor Developer: JASE Empreendimentos Turísticos Lda. Arquitecto Architect: Rui Castro Construtor Builder: Grupo ASC Área Bruta de Construção Gross Building Area: 13.462,000m2


32 21 MAR/ABR 2017

Turismo Tourism

Hotel Termal de Longroiva O Hotel Termal de Longroiva, situado no concelho da Mêda, a Nordeste de Portugal, localiza-se no terreno das Termas de Longroiva, as quais remontam à ocupação romana, e desde então são reconhecidas pelo seu valor simbólico e terapêutico. O antigo edifício das Termas, datado de final do século XIX, foi reabilitado, albergando agora 17 quartos nos pisos superiores e zonas de convívio no piso térreo. Comunica com os novos volumes através de um passadiço, ligando o piso superior aos novos volumes. Os cinco novos módulos de quartos, semi-enterrados, alteram a sua orientação consoante a posição que ocupam no terreno. Estes módulos são intercalados por zonas de convívio com vista sobre a paisagem, momentos de descompressão e iluminação natural. Os volumes desaguam na zona da piscina e seus apoios, criando a ponte entre a nova unidade hoteleira e a estância termal, com ela comunicante. Acima do nível dos quartos, encontra-se implantado o edifício de serviços e 10 bungalows, organizados em dois grupos separados por um maciço de pedra. Esta unidade hoteleira articula, assim, modernidade e tradição, natural e construído. Esta forte relação visual com a paisagem onde se insere traduz-se também na escolha criteriosa de materiais e cores, invocando a vegetação da zona e os materiais tradicionais da construção local. The Hotel Termal de Longroiva in the county of Mêda, in the north-west of Portugal, is located in the thermal springs area of Termas de Longrovia, which date back to the Roman occupation, and ever since have been recognised for their symbolic and therapeutic value. The old thermal spa building (Termas) dating from the end of the XIXth century, was refurbished, now housing 17 rooms on the upper floors and public rooms on the ground floor. They are linked with the new areas via a walkway, linking the upper floor to the new areas. The orientation of the five new semi-buried room modules, change according to the position they occupy on the land. These modules are interpolated by social areas with natural lighting with a view over the landscape for spending timeout. The structures flow into the pool area and their ancillary facilities, creating a bridge between the new hotel unit and the thermal spa to which it is linked. Above the bedroom level is the service building and 10 bungalows, organised in two groups separated by a stone mass. This hotel unit thereby expresses modernity and tradition, natural and built. This strong visual relationship with the landscape in which it is inserted can also be seen through the careful selection of materials and colours, invoking the surrounding vegetation in the area local traditional building materials.

Promotor Developer: Natura, SA Arquitecto Architect: Luís Rebelo de Andrade Construtor Builder: Civil Casa Área Bruta de Construção Gross Building Area: 4317 m2



34 21 MAR/ABR 2017

Turismo Tourism

Hotel Vincci Liberdade Localizado na Rua Rosa Araújo 16, junto à Avenida da Liberdade, em Lisboa, o edifício integra o designado Hotel Vincci Liberdade. Esta unidade hoteleira de quatro estrelas está dotada de 83 quartos duplos e um espaço polivalente para encontros e reuniões. O alojamento conta também com um pátio interior tranquilo e agradável, alheado do ruído, onde é possível apreciar um cocktail. O projecto de arquitectura contemplou a manutenção das fachadas, mantendo a sua riqueza original, e a ampliação de dois pisos acima dos existentes com uma abordagem contemporânea. Nesta intervenção a compatibilização da reabilitação do imóvel com a conservação dos elementos arquitectónicos e construtivos, considerados de grande valor, conduziu a uma proposta em que a modernidade do espaço interior está patente na nobreza e qualidade dos acabamentos e na sua arquitectura, baseada numa filosofia de eficiência e optimização. O resultado é um espaço edificado único, intemporal e majestoso, que reúne o melhor da tradição e modernidade e cuja beleza arquitectónica e localização privilegiada convida a uma estada demorada nesta unidade hoteleira da capital. Located in Rua Rosa Araújo 16, next to Avenida da Liberdade, in Lisbon, the building houses the Hotel Vincci Liberdade. This four-star hotel unit has 83 double rooms and a multi-use space for gatherings and meetings. The hotel also features a calm and pleasant indoor patio away from the noise where one can enjoy cocktails. The architectural project involved maintaining the façades, retaining their original richness, and extending the two existing upper floors within a contemporary approach. In this project attention was paid to balancing the rehabilitation of the building with conserving the architectural and constructional elements which are considered of great value, resulting in a proposal in which the modernity of the interior space is evident in the quality and luxury of the finishes, fixtures and fittings and in its architecture, based on a philosophy of efficiency and optimisation. The result is a unique, timeless and majestic building which brings together the best of tradition and modernity and whose architectural beauty and privileged location encourages an unhurried stay in this hotel in the capital.

Promotor Developer: Cerquia, S.A. Arquitecto Architect: António Fernandez Construtor Builder: HCI - Construções, S.A. Área Bruta de Construção Gross Building Area: 5.825,43m2


Turismo Tourism

35 21 MAR/ABR 2017

Memmo Príncipe Real Este que é o terceiro hotel do grupo Memmo na categoria de cinco estrelas, insere-se nas traseiras da frente edificada da Rua D. Pedro V, no bairro trendy do Príncipe Real, em Lisboa. Encaixado numa colina e desenhado em socalcos respeitando a estrutura topográfica existente, é uma obra de construção de raiz e ocupa o lugar de um antigo armazém. Com uma área bruta de construção de 2.8000m2, o novo edifício tem quatro pisos em que um deles se esconde no embasamento que sustenta todo o corpo dos quartos e dos espaços sociais, dando a sensação de que está a flutuar. O piso zero engloba as zonas comuns como o lobby e o restaurante, onde a separação dos espaços faz-se através dos elementos circulares em ripado de madeira cujo interior decorrem os serviços de apoio aos espaços públicos, sendo maioritariamente envidraçado no sentido de realçar o efeito da não construção e permitir um maior contacto com o exterior. Os 41 quartos distribuem-se entre os dois pisos superiores que perfazem o volume visível e o piso -1 cuja cobertura constitui o terraço do piso zero. O serviço do hotel incluem piscina aquecida, terraço exposto para a colina e o restaurante ‘Café Colonial’. O acesso ao hotel é feito através de uma estreita passagem, um pequeno túnel, que leva os hóspedes a um secreto miradouro com vistas panorâmicas deslumbrantes sobre a cidade. This, the third hotel from the Memmo Group in the five-star category, is at the back of the building fronting Rua D. Pedro V, in the trendy Príncipe Real neighbourhood in Lisbon. Set on a hill and designed in terraces respecting the existing topographical structure, this was a project built from scratch and takes the place of an old warehouse. With a gross construction area of 2,8000m2, the new building has four floors in which one of them is hidden in the foundations which supports the entire block of rooms and public spaces, lending a sensation of it floating. Floor zero encompasses public areas areas such as the lobby and restaurant, where the space is divided by using circular elements in timber lath-work the interior of which has the auxiliary services for the public areas, being mostly glassed so as to emphasise the effect of non-construction and permit greater contact with the outside. The 41 rooms are spread over two upper floors which make up the visible volume and floor -1 whose roof comprises the terrace of floor zero. The hotel’s facilities include a heated pool, a terrace overlooking the hill and the ‘Café Colonial’ restaurant. The access to the hotel is through a narrow walkway, a little tunnel which takes the guests to a secret belvedere with wonderful panoramic views over the city.

Promotor Developer: memmo Hoteis Arquitecto Architect: Samuel Torres de Carvalho Construtor Builder: Ferreira Build Power Área Bruta de Construção Gross Building Area: 2 238,64 m2


36 21 MAR/ABR 2017

Turismo Tourism

Stroganov Hotel A decoradora moscovita Marina Kartashova, depois de procurar em outros países da Europa e noutras regiões de Portugal, encontrou na aldeia de Fiais da Beira, em Oliveira do Hospital, um elegante palacete datado de 1898 que a inspirou a realizar o sonho de abrir um luxuoso hotel em espaço rural. A propriedade, com uma área total de 4.889,00 m² e possuidora de uma envolvência granítica deslumbrante, foi cautelosamente alvo de um processo quase cirúrgico de reconstrução, ampliação e adaptação a novas funções. O Hotel Stroganov é dedicado a uma das uniões mais incomuns e brilhantes do século XIX, o casamento entre um famoso diplomata e filantropo russo, Conde Grigory Stroganov, e a filha de um poeta português e da condessa de Alorna, a Condessa Juliana d’Oyengauzen. Cada um dos sumptuosos 12 quartos conta um episódio da sua história de amor, sendo que a maioria dos quartos foram concebidos e decorados ao estilo das mansões russas do século XIX e outros segundo o espírito português da mesma época. O espaço está ainda dotado do Stroganov Wellness & Spa, piscina aquecida, Sala de Jogos, Sala Chinesa para relaxar, Pavilhão de Eventos e o Restaurante Chaminé Russa. The Moscow interior designer and decorator Marina Kartashova, after being in demand in other European countries and regions of Portugal, discovered in the village of Fiais da Beira, in Oliveira do Hospital, an elegant mansion dating from 1898 which inspired her to realise her dream of opening a luxury hotel in a rural setting. The property, with a total area of 4.889,00 m², is surrounded by stunning granite scenery and was the target of a careful process of almost surgical reconstruction, extension and adaptation for change-of-use. The Hotel Stroganov is dedicated to one of the most unusual and brilliant unions of the XIX century, the marriage between the famous Russian diplomat and philanthropist Count Grigory Stroganov and the daughter of a Portuguese poet and the Countess of Alorna, Juliana d’Oyengauzen. Each of the 12 sumptuous rooms tells a story of love, with the majority of rooms designed and decorated in the style of the Russian mansions of the XIX century and others in the Portuguese spirit of the same epoch. The space is also bestowed with the Stroganov Wellness & Spa, heated pool, Games Room, Chinese Room for relaxation, Events Pavilion and the Chaminé Russa restaurant.

Promotor Developer: Rubra Estrela Unipessoal, Lda. Arquitecto Architect: Irina Samarina / M.A.S.P. Arquitectura Construtor Builder: Bogas Construções, Pirales Lda Área Bruta de Construção Gross Building Area: 2229 m2


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Metro Quadrado 38 21 MAR/ABR 2017

Henrique Polignac de Barros - APPII

Dois mil milhões em promoção Two billion in development


39 21 MAR/ABR 2017

A afirmação é do presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), Henrique Polignac de Barros, que, em entrevista, avança com óptimas notícias para o sector: no horizonte estão vários projectos de promoção imobiliária, quer de reabilitação urbana, quer de construção nova; além das muitas novas oportunidades de investimento que os promotores não devem deixar escapar. That’s according to the President of the Portuguese Association of Real Estate Developers and Investors (APPII), Henrique Polignac de Barros, who in an interview reveals excellent news for the sector: there are various real estate development projects on the horizon, whether in urban rehabilitation or new construction; not to mention the many new investment opportunities that developers shouldn’t let slip through their fingers.

Têm-se “vaticinado” o regresso dos promotores portugueses ao mercado. Confirma esta opinião? Muito se tem falado nas últimas semanas sobre o regresso da promoção imobiliária. Como associação que representa os promotores imobiliários há mais de 25 anos em Portugal, convém esclarecer e fazer um ponto de situação. A promoção imobiliária não irá voltar este ano, já voltou… A APPII estima ter já, entre os seus associados nacionais e estrangeiros e num pipeline de curto e de médio prazo, uma intenção de investimento em projectos de promoção imobiliária orçada em, pelo menos, mais de dois mil milhões de euros, uma grande maioria ainda em projectos de reabilitação urbana. Mas também a construção nova volta a querer ser uma realidade na promoção imobiliária, havendo alguns nossos associados já com projectos em lançamento e muitos outros com intenção de avançar. Em especial no segmento dos escritórios, é por mais evidente a retoma da promoção imobiliária, o que se passa é que os seus efeitos apenas serão visíveis daqui a um/dois anos. Como a APPII já alertava há muito tempo, havia que dotar o País de oferta de escritórios de qualidade. Hoje, a oferta de escritórios continua ainda longe da procura. Neste caso e tendo em conta o tipo de ocupantes que procura Portugal, a construção nova até é geralmente mais apreciada, pelas condições e espaços que oferece (que possibilita por exemplo o

trabalho em co-working ou em open space) e pela maior incorporação de novas tecnologias, tudo o que por vezes um projecto de reabilitação urbana não oferece. Pensamos que há aqui uma oportunidade aos promotores imobiliários, que deve ser aproveitada. No que diz respeito ao investimento estrangeiro, a sua grande maioria vinha a ser feita principalmente em activos de rendimento e menos em promoção imobiliária, mas a verdade é que, de entre os 20% de associados internacionais que a APPII tem, registou-se um interesse crescente no último ano por verdadeiros projectos de promoção imobiliária, principalmente através de joint-ventures com parceiros nacionais. Aqui, cabe fazer referência às A2A Meetings da APPII, através das quais se promovem reuniões de associados com perfis complementares, visando estes encontros precisamente apoiar as empresas suas associadas, proporcionando, num modelo ‘win-win’, parcerias benéficas para ambos e que, por isso, tanto sucesso têm tido no seio da associação com a concretização de importantes negócios. 2017 vai ser o ano da retoma dos empreendimentos turístico-imobiliários de média-grande dimensão em carteira ou esta é uma área que vai continuar a ser adiada? O que referimos acima aplica-se à promoção imobiliária de grandes empreendimentos turísticos, tendo a APPII vindo a ser contactada por grandes casas de investimento internacional e grandes


40 21 MAR/ABR 2017

Entre os seus associados nacionais e estrangeiros e num pipeline de curto e de médio prazo, existe uma intenção de investimento em projectos de promoção imobiliária orçada em, pelo menos, mais de dois mil milhões de euros. Among its national and foreign members and in the short and mediumterm pipeline, an intention to invest in real estate development projects worth around two billion euros.

grupos hoteleiros mundiais à procura de activos e parceiros certos, para começarem a desenvolver projectos turísticos em Portugal.

descentralização do investimento, a estabilização dos preços e o acesso mais fácil à primeira habitação, nomeadamente por parte dos jovens.

Acredita que dado a actual conjuntura mais favorável às instituições bancárias, estas vão acelerar a venda dos activos que têm em carteira e com isso dinamizar o mercado imobiliário português? Nesta matéria, posso dizer que a bem da economia do País e da sustentabilidade do sector, seria urgente, não descurando a reabilitação, voltar a apostar-se na promoção imobiliária de construção nova no segmento residencial fora dos centros históricos. Assim ajudem os bancos, voltando a abrir linhas de financiamento à promoção imobiliária de construção nova, mas também o Estado e a Europa, criando linhas de financiamento comunitário ao sector. Desta forma conseguir-se-ia uma maior

Com a actual conjuntura nacional e internacional, como entende que se deve viver o imobiliário português? Volvidos os piores anos da crise e contando-se já com dois anos muito positivos para o sector, é hora de o voltar a viver de uma forma saudável e sustentável, sem as euforias que, como se sabe, acabam por ser sempre contraproducentes Uma grande parte do stock imobiliário, que se acumulou durante a crise e que sufocava o sector, já foi absorvido. Há que procurar agora a sustentabilidade do mercado. Há muito que a APPII alerta para a necessidade de se voltar a criar um mercado em equilíbrio, que seja atractivo, tanto para os estrangeiros, como também acessível aos portu-


41 21 MAR/ABR 2017

A APPII tem vindo a ser contactada por grandes casas de investimento internacional e grandes grupos hoteleiros mundiais à procura de activos e parceiros certos, para começarem a desenvolver projectos turísticos em Portugal. APPII has been contacted by large international investment houses and the great international hotel groups looking for the right assets and partners, to begin developing tourist projects in Portugal.

gueses e em especial aos jovens, que pela primeira vez em muitos anos querem voltar aos centros das cidades. The return of Portuguese developers to the market has been on the cards. Do you agree? There has been a lot of talk in recent weeks about the return of real estate development. As an association that has been representing real estate developers for over 25 years in Portugal, it worth clarifying and taking stock of the situation. Real estate development is not going to return this year, it already has returned... The APPII estimates to now have, among its national and foreign members and in the short and medium-term pipeline, an intention to invest in real estate development projects worth around two billion euros, most of them urban rehabilitation projects. But new construction too is back and likely to be a reality in real estate development, with some of our members with projects being launched and many others with the intention to advance. This is especially so of the offices segment, and as evident as the recovery of real estate development may be, the fact is that its effects will only be visible one or two years from now. As the AP-

PII has been warning for some time, the country needs to have quality office supply. Today, office supply continues to be less than demand. In this case and taking on board the type of occupants looking at Portugal, new construction is generally even more highly valued, because of the conditions and spaces that it offers (which enables for example co-working or working in open space) and for ease of incorporating new technology, everything which sometimes an urban rehabilitation project doesn’t offer. We think that there’s a golden opportunity here for developers that should be seized upon. As to foreign investment, the lion’s share has been mainly made in income assets and less in real estate development, but in truth among the 20% of international members the APPII has, we’ve seen a growing interest in the last year for genuine real estate development projects, mainly through jointventures with national partners. Here, it’s enough to mention the APPII A2A Meetings through which meetings are set up with members with complementary profiles, these meetings precisely aimed at supporting its member companies through a ‘win-win’ model, partnerships that benefit both sides and which is why, so much success has been generated within the association through important deals which have been struck.


42 21 MAR/ABR 2017

Volvidos os piores anos da crise e contando-se já com dois anos muito positivos para o sector, é hora de o voltar a viver de uma forma saudável e sustentável. Having gone through the worst years of the crisis and now with two very positive years for the sector, it’s now high-time to go back to a healthier and sustainable model.

Will 2017 be the year of the return of medium-large scale tourism-real estate development portfolios or is this an area which will continue to be on ice? What we’re referring to above is the real estate development of large tourist developments, the APPII having been contacted by large international investment houses and the great international hotel groups looking for the right assets and partners, to begin developing tourist projects in Portugal. Do you believe that given the current economic climate is more favourable to the banks, they will speed up the sale of assets they have on their books thereby boosting the Portuguese real estate market? In this matter, I can say that investing in new construction other than in the historical citycentre residential segment is urgent for the health of Portugal’s economy and the sustainability of the sector. Banks can therefore help by once again opening lines of credit for new construction real estate development, but so too can the State and Europe, channelling EU

Community funds to the sector. In this way a greater de-centralisation of investment will be achieved, along with a stabilisation of prices and easier access for first-time buyers, namely young people. Given the current national and international climate, how do you see Portuguese real estate? Having gone through the worst years of the crisis and now with two very positive years for the sector, it’s now high-time to go back to a healthier and sustainable model, without the euphorias which, as everyone knows, always wind up counter-productive. A large part of the real estate stock which accumulated during the crisis and which suffocated the sector, has now been absorbed. Now market sustainability is called for. For a long time the APPII has been warning for the need to go back to creating a balanced market, as much for foreigners as accessible to the Portuguese too, particularly young people, who for the first time in many years want to return to the city centres.


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Metro Quadrado 44 21 MAR/ABR 2017

José Araújo – Millennium bcp

Os trunfos do mercado financeiro The trump cards of the financial market


45 21 MAR/ABR 2017

O director da Direcção de Negócio Imobiliário Millennium bcp, José Araújo, em entrevista exclusiva à nossa revista fala dos maiores desafios que a instituição bancária enfrenta face ao actual mercado do imobiliário. Mostra-se optimista em relação ao futuro, pois, como diz, os bancos estão a ficar mais “robustos e libertos de certas limitações”. The director of Department of Real Estate Business at Portuguese bank Millennium bcp, José Araújo, in an exclusive interview with our magazine talks about the greatest challenges that the banking institution faces regarding the current real estate market. His is optimistic in relation to the future, indeed, as he says, the banks are becoming more “robust and free from certain limitations”.

Um dos grandes desafios do Millennium bcp no pós-crise foi conseguir baixar o balanço dos seus activos imobiliários, quer do crédito mal parado, quer dos imóveis pertencentes ao próprio banco. Isso foi conseguido? É um desafio que não vai terminar ainda no curto prazo apesar da grande performance do Millennium bcp sempre com vendas crescentes nestes últimos seis anos. Como é conhecido, apesar da melhoria do mercado e da conjuntura, os processos judiciais são nalguns casos lentos e demoram muitas vezes três a quatro anos (quando não mais) a resolver processos que provocam que estejamos ainda a receber imóveis do período da crise. Por outro lado, a absorção lenta pelo mercado em determinados segmentos como dos armazéns, imóveis inacabados e lotes de terrenos, que são uma parcela significativa da carteira de imóveis dos bancos, acaba por ter impacto no volume de vendas, apesar da construção de novos edifícios estar finalmente a recomeçar. Quanto ao escoamento no mercado penso que é reconhecido que a marca M Imóveis é sinónimo de solução integrada de distribuição, venda e aquisição com ou sem financiamento, rapidez e sobretudo geradora de confiança. A nossa equipa está sempre presente no terreno, junto dos nossos parceiros mediadores (vendemos maioritariamente por este canal), das nossas sucursais que referenciam diariamente clientes e

oportunidades, e dos nossos compradores interessados que estão sempre no centro da relação. São todos trunfos muito fortes. Esta matriz tem conseguido ser eficiente nas respostas e concretização das várias situações tão diversas que se lhe deparam e como já referi tem sobretudo conseguido garantir muita seriedade e confiança numa relação comprador-vendedor-mediador. Todas as áreas do banco têm sido decisivas para esta performance e até a comunicação com parceiros da comunicação especializada, como é o vosso caso, têm sido muito importantes. Contamos sempre com todos para os próximos anos que temos pela frente pois só pensamos no futuro que é ainda o mais desafiante. Actualmente como é constituída a carteira de imóveis do Millennium bcp? Já chegaram ao ponto em que saem mais imóveis do que aqueles que entram no banco? A carteira de imóveis encontra-se estável com um valor médio por imóvel de 146 mil euros, no que diz respeito à sua composição o segmento residencial representa 1/4 do total da carteira e o segmento não residencial representa o restante, com os terrenos, os espaços comerciais e os armazéns a terem o maior peso. Os distritos com maior número de imóveis são os de Lisboa, Porto, Setúbal e Faro, respectivamente.


46 21 MAR/ABR 2017

Acredita que este ano os bancos vão acelerar a venda dos seus activos? Na habitação vai manter-se uma forte procura e esperamos que nos terrenos vá também aumentar. Os edifícios de escritórios já escasseiam e nas lojas e armazéns veremos como a conjuntura económica nacional e externa evolui, pois são segmentos que dependem destes fatores. Há quem vaticine o regresso da promoção ‘pura’ e da construção nova em 2017. Concorda? Não tenho dúvida nenhuma que sim. Começou na reabilitação e agora com a escassez de produto novo, seja de habitação seja de escritórios, vamos ver mais gruas por aí.

No Millennium bcp estamos aumentar claramente a venda de terrenos, loteamentos para construção e para projectos turísticos, para pequenos prédios de 2/3 andares, moradias em banda e também muito para auto-construção. É, alias, um dos grandes objectivos de venda para este ano e estamos como sempre bem preparados para tal. Sente que a procura por aquisição de segunda habitação, quer para uso próprio quer para rendimento, aumentou? Nos últimos dois anos sentimos maior procura de imóveis em zonas de férias, sobretudo junto ao mar e especialmente no Algarve. Mais dificuldade existe em outros imóveis como sejam os palacetes

ou casas com algum cachet em zonas mais interiores. Mas as oportunidades estão aí, o custo do crédito mantém-se baixo pelo que veremos se os mesmos seguem a mesma evolução do restante mercado. One of the big challenges facing Millennium bcp in the post-crisis was managing to reduce the balance of its real estate assets, both mortgage and credit defaults and the property that belonged to the bank itself. Did it succeed? It is a challenge that will carry on for the short term despite the great performance of Millennium bcp with growing sales over the past six years. As is known, despite an improvement


47 21 MAR/ABR 2017

A carteira de imóveis encontra-se estável com um valor médio por imóvel de 146 mil euros, no que diz respeito à sua composição o segmento residencial representa 1/4 do total da carteira e o segmento não residencial representa o restante. Our property portfolio is stable with an average value per property of 146,000 euros. As to its make-up, the residential segment represents 1/4 of the total portfolio and the non-residential segment represents the rest. in the market and overall economic climate, legal cases are, in some cases, slow and can often take three to four years (if not more) to resolve cases which has meant that we’re still receiving properties from the crisis period. On the other hand, the slow take-up by the market in certain segments such as warehousing, unfinished property and development plots, which represent a significant slice of the real estate portfolios of the banks, has an impact on sales turnover, despite new building finally starting to take-off. As to clearing property off the books in the market, I think that it is recognised that our brand M Imóveis is synonymous with an integrated solution of property distribution, sales and acquisition, with or without financing, which is rapid and fosters confidence. Our team is always on the ground, acting in tandem with our estate agent partners (we mostly sell through this channel), from our branches who advise on customers and opportunities on a daily basis, and our interested buyers who are always at the centre of this relationship. They are all very strong trump cards. This matrix has succeeded in being very ef-

ficient in meeting and achieving successful outcomes in various and diverse situations which have arisen and which above all, have as I have already mentioned, managed to ensure much professionalism and confidence in the buyer-seller-estate agent relationship. All areas of the bank have been decisive for this performance and even communication with specialised media outlets like Magazine Imobiliária have been very important. We’re counting on all our partners for the coming years, indeed we think the future will bring even greater challenges. How is Millennium bcp’s property portfolio organised at present? Have you already reached the point where you’re offloading more properties than receiving them? Our property portfolio is stable with an average value per property of 146,000 euros. As to its make-up, the residential segment represents 1/4 of the total portfolio and the nonresidential segment represents the rest, with the plots, commercial spaces and warehousing representing the bulk. The districts with the largest number of properties are Lisbon, Porto, Setúbal and Faro, respectively.


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No Millennium bcp estamos aumentar claramente a venda de terrenos, loteamentos para construção e para projectos turísticos, para pequenos prédios de 2/3 andares, moradias em banda e também muito para autoconstrução. At Millennium bcp we’re clearly upping the sale of land, development plots and those for tourist projects, for small 2-3 storey buildings, to terrace villas and also much for DIY construction.

Do you think that this year the banks will accelerate the sale of their assets? There will continue to be strong demand in housing and we hope that development plots will also increase. The office buildings have already gone and as for shops and warehouses we’ll see how the national and international economic situation develops since these are segments that depend on these factors. There are those who predict the return of ‘pure’ development and new construction in 2017. Do you agree? I do. I started with rehabilitation and now with the dearth of new product, whether housing or offices, we’ll see more cranes going up. At Millennium bcp we’re clearly upping the sale of land, development plots and those for tourist

projects, for small 2-3 storey buildings, to terrace villas and also much for DIY construction. It is, furthermore, one of the main objectives for this year and we are, as always, well prepared for that. Do you feel that demand to buy second homes either for own use of rental has increased? In the last two years we’ve felt greater demand for properties in holiday areas, particularly by the sea and especially in the Algarve. There is more difficulty with other properties such as mansions or houses with some prestige in more interior areas. But the opportunities are out there, the cost of credit remains low so that we will see if these follow the same evolution as the rest of the market.



Opinião Nuno Sá Carvalho João Lemos Portugal

Revitalização urbana e intervenção pública Urban regeneration and public investment

Nuno Sá Carvalho Sócio responsável pelo departamento de Imobiliário e Construção Partner in charge of the Real Estate and Construction department

João Lemos Portugal Advogado Lawyer Cuatrecasas, Gonçalves Pereira

Com a aproximação de mais uma Semana da Reabilitação Urbana, propomo-nos reflectir sobre alguns modelos alternativos de parceria entre o Estado e os investidores privados nesta matéria. Os centros urbanos das principais cidades estão a ser objecto de uma requalificação urbana muito expressiva, em grande parte alavancados pelo objectivo de os imóveis serem utilizados para alojamento local, para oferta de investimento no âmbito dos ‘vistos gold’ ou como residência para cidadãos estrangeiros, atraídos por benefícios fiscais. No entanto, é também notório que este movimento de regeneração urbana tem provocado um natural aumento dos valores das rendas naqueles centros, com o risco associado de se experimentar uma nova forma de desertificação: a ausência dos típicos moradores daqueles bairros. Tendo as políticas públicas incentivado a dinâmica de mercado que possibilitou a notável regeneração dos centros urbanos, consideramos que o Estado, enquanto maior proprietário do País, deverá também contribuir para que as nossas cidades não se tornem em bairros ‘para turista ver’. Um contributo possível neste sentido seria a disponibilização aos privados de imóveis do Estado, que se encontram devolutos e em avançado estado de degradação, para arrendamento habitacional com rendas controladas ou outros fins de interesse público.

Além da mais-valia social que esta iniciativa representaria, não faltariam certamente investidores interessados em aliar-se ao Estado neste modelo de negócio virtuoso em todas as frentes: os privados assegurariam a reabilitação e gestão do património público, contra o pagamento de uma remuneração às entidades públicas proprietárias. A implementação deste tipo de projectos pode beneficiar da iniciativa que foi recentemente aprovada pela Assembleia da República, a qual visa a cooperação entre entidades públicas e autarquias com o objectivo de rentabilizar imóveis devolutos do Estado, que poderão ser cedidos por um máximo de 50 anos. A contrapartida pela utilização do imóvel poderá ser paga através de uma renda ou de investimentos em obras de conservação e reabilitação ou da entrega às Finanças de parte das receitas obtidas pela exploração. De acordo com essa proposta, as autarquias irão receber contrapartidas pelo serviço prestado, sob a forma de pagamentos pecuniários, pela partilha do produto da rentabilização do imóvel ou pela atribuição de direitos de utilização dos imóveis públicos, para a realização de projetos de interesse público. De facto, a montante, esta proposta de lei permitirá que as autarquias possam gerir, de forma mais próxima, as necessidades dos seus munícipes, a oferta imobiliária pública excedentária, alocando-a aos projectos que se afigurem mais


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rentáveis e sustentáveis, como é o caso da reabilitação para os fins acima referidos. With another Urban Rehabilitation Week on the horizon we’re reflecting on some alternative models public-private partnerships between the State and private investors in this matter. The main inner cities are being subjected to very intense urban re-qualification, to a large extent with the aim of these properties being used for local accommodation, to offer for investment as part of the ‘Golden Visa’ scheme or as a residence for foreign citizens, attracted by tax breaks. However, it is also evident that this urban regeneration movement has caused a natural price-hike in rents in those city centres, with the associated risk of trying out a new form of desertification: the absence of the traditional residents of these neighbourhoods. With public policies having given the market a boost which made a remarkable regeneration of inner cities possible, we believe that the State, as the largest proprietor in Portugal, should also contribute so that our cities do turn into neighbourhoods “just for the tourists to see”. A possible contribution in this sense would be providing the private sector with State properties which are seriously dilapidated or abandoned, to rent out with fixed rents or for other ends with a public interest. Apart from the social benefits that this initiative

would represent, there certainly wouldn’t be a lack of investors interested in joining forces with the State on all fronts in this worthy business model: private entities would secure the rehabilitation and management of public patrimony, offset by the payment of income to the public entity owners. The implementation of this type of projects may benefit from the initiative that was recently approved by the Portuguese Parliament, which sees cooperation between public entities and municipal councils with the aim of generating income from properties left empty by the State and which could be leased for a maximum of 50 years. The offset for using the property could be paid through a rent or investments in conservation and rehabilitation works or payments of part of the rental income to the tax authorities. According to this proposal, municipal councils will receive offsets from the service provided, in the form of money payments, the sharing of the product from renting out the property or by attributing the rights of use of public buildings to carry out projects of public interest. In fact, going forward, this legal proposal will permit municipal councils to closely manage the needs of their municipalities, and their surplusto-requirements public property offer, allocating it to projects that seem to be more profitable and sustainable, as is the case of rehabilitation for the above mentioned ends.


Azimute 52 21 MAR/ABR 2017

Economia circular

Renovar o ciclo de vida Circular economy

Renewing the life cycle


53 21 MAR/ABR 2017

A actual economia linear está a conduzir ao esgotamento dos recursos do planeta. A resposta a esta crise de recursos está na economia circular que, segundo o ministro do Ambiente português: “Vai acontecer mesmo!” The current linear economy is leading to the exhaustion of the planet’s resources. The answer to this crisis of resources lies in the circular economy which, according to the Portuguese Minister of the Environment: “Is actually going to happen!”

Texto Text: Carla Celestino

Portugal e o resto do mundo viveram até agora numa economia linear, em que os recursos do planeta eram consumidos de uma forma muito mais voraz do que aquela que o planeta tem capacidade para conseguir novamente produzir. Colhemos, produzimos, consumimos e depois deitamos fora, não renovamos. É certo que esta economia permitiu abastecer em larga escala uma população que cada vez mais é massificada a nível global, a preços mais competitivos e disponibilizando tecnologias cada vez mais eficientes e eficazes, mas o custo ambiental, e não só, para a Humanidade e para o planeta Terra já é muito elevado. As pressões sobre os recursos e o ambiente são tão massivas que as autoridades nacionais e internacionais já advertiram que urge apostar numa economia circular. Uma economia que assenta num consumo sustentado e integrado dos recursos naturais e que possibilita que esses mesmos recursos, após serem consumidos, sejam devolvi-

dos ao ciclo produtivo. Isso poderá ser feito através da replantação, recuperação, reutilização e reciclagem. União Europeia lança metas A situação está a tonar-se de tal forma insustentável que, no dia 24 de Janeiro, a Comissão de Ambiente do Parlamento Europeu levou a votação um relatório onde estabeleceu novas metas para a reciclagem, nomeadamente ao nível dos sectores da reutilização e reparação. As metas traçadas pela Comissão de Ambiente do Parlamento Europeu são ambiciosas. Uma delas pretende que 70% de todos os resíduos produzidos na União Europeia (UE) sejam reutilizados ou reciclados, promovendo a reparação e reutilização de materiais, objectos e equipamentos, até ao horizonte de 2030. Outra meta traçada é que o lixo deitado para os oceanos seja reduzido para metade até 2025. Para atingir este objectivo será necessário, por


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exemplo, a proibição de bens desnecessários e não reutilizáveis, como é o caso de pratos, copos e facas descartáveis de plástico. A Comissão pretende também apostar mais nas políticas de prevenção de resíduos, na criação de sistemas mais eficazes de recolha selectiva, no recurso a incentivos fiscais, como é o caso da redução do IVA nas operações de reparação, e no estímulo às actividades de reciclagem e reintegração dos materiais na economia. Em cima da mesa está ainda o apoio aos países que se encontram a abraços com dificuldades em cumprir estas metas. Portugal circular O nosso País tem vindo a trabalhar de uma forma empenhada nesta matéria, mas ainda assim está longe das metas traçadas pela União Europeia. Basta referir que, actualmente, e segundo os dados oficiais, apenas reciclamos 28% dos resíduos sólidos urbanos quando a meta é de 50% até 2020. No ano passado, na conferência sobre o ‘Financiamento da Economia Circular’, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, fez a ressalva para o facto de que a economia circular tem de se apoiar em três vertentes: “Uma economia que respeite a hierarquia do reduzir, reutilizar, reciclar”; “uma economia baseada no conceito de ciclo de vida, visando limitar o consumo de recursos e o desperdício”; e “uma economia susceptível de gerar novos modelos de produção e de consumo, assim como de promover a criação de emprego à escala local ou regional”. Para incentivar o desenvolvimento dos produtos designados como ‘eco.nómicos’, o ministério do Ambiente criou uma plataforma que permite aos agentes económicos conhecer as boas práticas da eco.nomia nos diversos sectores de actividade, a nível nacional e internacional. A inclusão de incentivos no pacote da ‘fiscalidade verde’ e os financiamentos europeus da eco.nomia são outras das formas do Executivo incentivar o desenvolvimento de produtos desta natureza. João Pedro Matos Fernandes deixou, na altura, um alerta: “Tenhamos todos a convicção que a transição para a economia circular é algo que vai acontecer. É uma tendência da sociedade actual que não podemos ignorar ou alhearmo-nos dela. Vai acontecer mesmo!” Portugal and the rest of the world has until now lived in a linear world, in which the planet’s resources have been consumed in a more voracious manner than the planet can produce anew. We harvest, produce, consume and then throw away, we don’t renovate. It’s true that this economy has enabled us to fuel

and feed a population that is increasingly concentrated at a global level and do so on a grand scale at more competitive prices and through increasingly more efficient and effective technology, but at a high environmental cost, not just for Humanity but for the Earth. Pressures on resources and the environment are so huge that national and international authorities have already advised and urged the implementation of a circular economy. An economy based on sustained and integrated consumption of natural resources and which enable these same resources, after being consumed, to be returned back to the productive cycle. This could be done via re-plantation, repair, recycling and reusing. European Union launches target plans The situation is becoming so unsustainable that, on 24 January, the European Parliament Environment Commission voted on a report which laid down fresh targets for recycling, namely at the level of recycling and repair sectors. The targets outlined by the European Parliament Environment Commission are ambitious. One of them aims at 70% of all residuals produced in the European Union (EU) should be recycled or reused, promoting the repair and reuse of materials, objects and equipment to 2030. Another target is that rubbish discarded into the oceans should be slashed by 50% by 2025. To achieve this goal it will be necessary, for example, to ban superfluous non-reusable goods,as in the case of throw-away plastic plates, cups and cutlery. The Commission also intends to focus more on waste prevention policies, in the creation of more effective systems of selective collection, on tax incentives, as is the case with reducing VAT on repairs, and in stimulating recycling activities and reintegrating materials back into the economy. Still on the table is support for countries with difficulties meeting these targets.

Portugal circular Portugal has been working hard regarding this matter, but even so is far from meeting the targets set out by the European Union. One only needs mention that currently, and according to official statistics, we only recycle 28% of urban solid residuals when the target is 50% by 2020. Last year, at the conference on ‘Financing the Circular Economy’ the Minister for the Environment, João Pedro Matos Fernandes, stressed the fact that the circular economy has to be supported in three areas: “An economy that re-

spects the hierarchy of reducing, reusing, recycling”; “an economy based on the concept of life cycle, with a view to limiting the consumption of resources and waste”; and “an economy susceptible to creating new production and consumption models, as well as promoting job creation on a local or regional scale”. To create incentives for the development of “eco.nomic” products, the Ministry of the Environment has set up a platform to enable economic agents to learn about the new practices of eco.nomy in a wide range of activity sectors, at a national and international level. Including incentives in the ´green taxation´ package and European financing of eco.nomy are other forms from the EU to encourage the development of products of this type. João Pedro Matos Fernandes issued, at the time, a warning: “We all have the conviction that the transition towards a circular economy is something that is going to happen. It’s a trend of today’s society that we can’t ignore or choose not to be a part of. “It’s actually going to happen!”

As pressões sobre os recursos e o ambiente são tão massivas que as autoridades nacionais e internacionais já advertiram que urge apostar numa economia circular. Pressures on resources and the environment are so huge that national and international authorities have already advised and urged the implementation of a circular economy.


precisa a c r a sua m a temos o s d ó n n , a Qu guir. ojeção e r s p n r o c io de ma entas para o iços m rv as ferra os nossos se ais, a u ç is e v h io n Co e Aud d s ade. o id d iv a t r g ia inte o e Cr ã ç a ic Comun o.com cnovisa cnovisao e .t w w w /te ok.com facebo


Ventos do Norte 56 21 MAR/ABR 2017

Porto

O renascer de uma cidade The rebirth of a city


57 21 MAR/ABR 2017

O Porto está na moda e isso nota-se no imobiliário. A cidade tem agora centenas de edifícios em reabilitação, muitos deles destinados à hotelaria mas muitos outros para habitação. Porto is in vogue and this is reflected in real estate. The city now has hundreds of buildings in rehabilitation, many destined for hotels but many others for housing. Texto Text: Elisabete Soares

Numa reportagem, intitulada ‘Portugal debate-se sob o fardo da austeridade’, publicado no site BBC News Business, no dia 13 de Novembro de 2013, o jornalista Nigel Cassidy escolheu a cidade do Porto para ilustrar o cenário de crise que assolava o País. “Caminhando pelo centro da cidade, encontram-se não só lojas fechadas, mas quarteirões inteiros de casas abandonadas. O Porto está a tornar-se rapidamente numa espécie de Detroit (a cidade norte-americana que, após o declínio da indústria automóvel, declarou falência) europeia ou de mini-Havana (a capital de Cuba, país alvo de bloqueio económico por parte dos EUA)”. Pouco mais de três anos passados, o retrato traçado pela BBC é apenas uma fugaz imagem e a verdade é que o Porto é, actualmente, o motor do crescimento económico que vive o País. Basta fazer um pequeno passeio pela Baixa do Porto, em ruas como Mouzinho da Silveira, Flores, Vitória, subir na direcção do edifício da câmara municipal, continuar pela Rua de Camões, ou dar um salto até Cedofeita, Rua do Breyner, e pode comprovar-se esta nova realidade. Os prédios e

quarteirões degradados deram já lugar a centenas de edifícios reabilitados com qualidade - a maioria deles de grande beleza -, a projectos em fase de construção e agora executados em tempo recorde, e a cada vez mais gruas, que fazem recordar o boom de construção que se viveu no limiar deste século. A montra dos Aliados Durante algumas décadas a Avenida dos Aliados espelhou a realidade de abandono em que viviam os centros das cidades. Contudo, depois de concluídos os vários projectos previstos, a maioria deles já em obras, não será exagerado dizer que esta vai tornar-se numa das praças mais chiques das cidades europeias. Mas o reverso da medalha também já é visível nos preços praticados, que dispararam para valores irrealistas nos últimos anos. Tanto na venda dos edifícios para reabilitar, como nos preços finais da habitação. De acordo com um estudo recente da Prime Yield/ Predibisa, “no caso da Avenida dos Aliados o valor médio de oferta nos apartamentos reabilitados atinge um patamar bastante elevado, fixando-se em 4.892€/m2, quase duas vezes mais que a média para o total da zona”. Um exemplo que ilustra esta realidade é a do edifício da antiga sede do Banif, até anos atrás, ocupado pelo Jornal O Comércio do Porto – que na galeria comercial vai albergar espaços comerciais de luxo, como é o caso das lojas de Louis Vuitton e Christian Dior, em que os 23 apartamentos custam entre 215 mil euros e os 1,4 milhões de euros, sendo que, nesta altura em que se inicia a reabilitação do edifício, estão

praticamente todos colocados, a maioria para clientes nacionais. Embora, em certas zonas da Baixa, os preços de aquisição por m2 de imóveis para reabilitação no Porto tenham disparado nos últimos quatro anos – dos mil e poucos euros para os 2,5 mil euros a três mil euros, atualmente – continuam a ser de cerca de metade em relação aos valores praticados na cidade de Lisboa. Por isso, Rui Ávila, administrador do grupo Ferreira, destaca que no Porto “os preços de venda das unidades reabilitadas ainda deverão subir, mas até lá as margens de promoção também não são altas”. O factor positivo, acrescenta, “é que em ambos os casos existe muita procura e para diferentes tipos de imobiliário – hotelaria, residenciais e serviços – o que é relativamente novo entre nós”. In a report, called ‘Portugal debates the burden of austerity’ published on the BBC News Business site on 13 November, 2013, the journalist Nigel Cassidy chose the city of Porto to illustrate the scenario of crisis that was afflicting the country. “Strolling around the city centre you come across not only shops that have closed down, but whole blocks of abandoned houses. Porto is rapidly turning into a kind of European Detroit (a US city which after the decline of the car manufacturing industry, declared itself bankrupt) or a mini-Havana (the Cuban capital, a country which suffered an economic embargo by the USA)”. A little over three years later, the portrait painted by the BBC is little more than a fading image and the truth is that Porto is today the driver for


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economic growth that the country is enjoying. One only has to amble around downtown Porto, in streets such as Mouzinho da Silveira, Flores, Vitória, climbing in the direction of the municipal council building, continuing along Rua de Camões or pop by Cedofeita, Rua do Breyner to see proof of this new reality. The run-down buildings and blocks have now given way to scores of quality renovated buildings - the majority beautifully so -, the projects under construction, and now completed in record time, and more cranes, that remind one of the construction boom that was seen at the turn of the millennium. The window of the Aliados For some decades the Avenida dos Aliados mirrored the reality of abandonment which many inner cities suffered from. However, after completing the various projects planned, the majority of them under construction, it would not be an exaggeration to say that this will become on of the chicest squares of Europe’s cities. But on the flip side of the coin one can also see in the prices being charged that property has shot up to unrealistic values in recent years. Both in the sale of buildings for rehabilitation and the final mark-up price for housing. According to a recent study by Prime Yield/Predibisa, “in the case of Avenida dos Aliados the average price for rehabilitated apartments has reached a fairly high level, standing at around €4,892/m2, almost twice the average for the whole area”. An example to illustrate this reality is the building which was once the headquarters of the bank Banif, which until a few years ago was occupied by the newspaper O Comércio do Porto - which in shopping gallery will house the luxury stores Louis Vuitton and Christian Dior, in which the 23 apartments cost between 215,000 euros and 1.4 million euros, the case being that at this time in which the rehabilitation of the building is in progress, they have virtually all been sold, mostly to national clients. However, in certain areas of the Baixa, the prices per m2 to buy properties for rehabilitation in Porto has shot up over the past four years - from just over 1,000 euros then to 2,500 euros and to 3,000 euros now - but still continue to be around half in relation to the prices practised in the city of Lisbon. Which is why Rui Ávila, CEO of the Ferreira Group stresses that in Porto “the sale prices of rehabilitated properties are likely to rise more, but until then the development margins still aren’t so high”. The positive side, he adds, “is that in both cases there is high demand and for different types of property - hotels, residential and services - which is relatively new for us.”

Opinião Opinion Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist

Uma cidade a duas velocidades A city in two gears No concelho do Porto, os pedidos de apoio para o pagamento da renda ou empréstimo à habitação aumentaram no último ano. Há também mais munícipes a solicitar acesso à habitação social, realização de obras, alteração do valor da renda e intervenção na área da habitação. Esta realidade, revelada no Relatório de Actividades 2015/2016 da Provedoria do Inquilino Municipal, é muito preocupante, quando vemos que a cidade fervilha de novas actividades, há mais construção, mais comércio e mais negócios. E há, também, a acreditar nas estatísticas, menos desemprego e logicamente mais pessoas empregadas, novas e mais medidas de apoio a gente carenciada, mais entraves legais à banca na execução de hipotecas. Mas, segundo este documento, os pedidos no âmbito do programa Porto Solidário - Fundo de Emergência Social, aumentaram 19% entre Outubro de 2015 e Setembro de 2016. Como se explica esta situação? Eu gostaria de saber, mas não sei. Espero que as entidades públicas competentes estejam atentas a esta realidade, porque afinal alguma coisa está a falhar. In the Borough of Porto, applications for housing benefit in support of rent or mortgage payments have shot up in recent years. There are too many more city councils requesting access to social housing, carrying out building works, altering rent prices and the costs of improvements in the housing area. This reality, revealed in the Activities Report 2015/2016 from the Municipal Tenants Watchdog, is very worrying, when we can see that the city is bubbling with new activities, with more construction, commerce and business. And if you believe in the statistics, there’s less unem-

ployment and logically more people in work, new and more charity measures for those in need, and more legal restrictions on the banks when providing mortgages. But, according to this document, the buildings within the charitable social security scheme Porto Solidário - Fundo de Emergência Social, increased 19% between October 2015 and September 2016. How can this situation be explained? I’d like to know, but don’t. I hope that the competent public bodies are aware of this reality, because in the end something is going wrong.


A sua revista de eleição pode ser lida, na integra, em www.magazineimobiliario.com Estão disponíveis as 22 edições publicadas desde Setembro de 2013. Acompanhe também a informação diária no serviço noticioso.


Do Mundo Reino Unido

Promoção não é mais uma palavra feia United Kingdom

Development is no longer a dirty word

Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe

Durante a crise financeira de 2008/2009, a comunidade de investidores, na sua maioria, não queria ouvir falar em investimentos imobiliários. Para muitos investidores, o culpado pelo quase colapso do sistema económico foi a excessiva engenharia financeira em torno de uma classe de activos ilíquidos que as pessoas julgavam que conheciam. E era difícil distinguir quem tinha mais culpa, se eram os banqueiros gananciosos ou os promotores imobiliários gananciosos. O que é claro, no entanto, é que não se poderiam existir uns sem os outros. Demorou algum tempo até que as várias fontes de capital, tanto de dívida como de capital próprio, se sentissem novamente confortáveis com o financiamento à promoção. Obviamente, o ritmo da recuperação variou de mercado para mercado, de cidade para cidade, mas as tendências subjacentes da urbanização continuaram inabaláveis. Foi por volta da época da crise financeira que, pela primeira vez, a população urbana do mundo ultrapassou a rural e não parou desde então. Como as cidades se tornaram mais densas ao longo dos anos e como a tecnologia mudou a forma como trabalhamos, como nos comunicamos e como vivemos, o imobiliário teve de se adaptar aos novos tempos. Hoje temos necessidades cada vez mais específicas em relação aos nossos escritórios, às nossas casas e às nossas lojas. E os promotores inteligentes entenderam isso e souberam adaptar o seu produto para reflectir essa mudanças. Houve uma época em que os promotores é que tinham todas as cartas na mão, apresentavam o produto ao mercado com muito poucos inputs

dos futuros proprietários ou inquilinos e tomavam a atitude de ‘pegar ou largar’. O mesmo aconteceu com os financiadores que, ou compraram segundo a visão do promotor, ou escolheram outros projectos. Com excepção de alguns mercados emergentes, que se encontram num estágio inicial de maturidade, onde a procura supera em muito a oferta e o capital é menos abundante, os promotores hoje precisam ter em conta um conjunto mais diversificado das partes interessadas, já para não mencionar dos regulamentos. Os compradores residenciais podem hoje estar menos preocupados com o tamanho de um imóvel e mais focados em determinadas comodidades específicas, como os pontos de carga para veículos eléctricos, suportes de bicicletas ou conexões de fibra óptica para as suas necessidades de comunicação. Agora é comum que os lojistas e proprietários de escritórios exijam tamanhos de piso flexíveis, sistemas de AVAC eficientes, baixos custos e espaço de trabalho flexível. Actualmente, os promotores não só têm que ter em conta todos esses requisitos dos clientes finais, como também os requisitos dos seus investidores e dos bancos financiadores. Os bancos exigem níveis mais elevados de capitais próprios e balanços mais sólidos. Os investidores exigem alinhamento de interesses com o co-investimento em projectos e o cumprimento de especificações verdes e sustentáveis. As autoridades locais condicionam os projectos aprovando apenas os que estejam bem integrados e tenham um efeito positivo para a comunidade, e muitas cidades exigem também que os grandes


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projectos integrem a componente da habitação social. Os promotores de hoje devem ter um conhecimento tão profundo de mobiliário urbano como dos custos de construção. Dada a evolução substancial da função do promotor, proponho que a promoção imobiliária não seja mais uma palavra feia! During the financial crisis in 2008/2009, the investor community, for the most part, could not hear about investing in real estate. For many investors, the culprit of the near collapse of the capitalist economic system was due to too much financial engineering around an illiquid asset class, that people thought they knew. And it was hard to distinguish who was more at fault, whether it was the greedy bankers or the greedy property developers. What is clear however is that you could not have one without the other. It took some time for the various capital providers, both debt and equity, to feel comfortable with financing developments again. Obviously the rate of recovery varied from market to market, city to city, but the underlying trends of urbanisation continued unabated. It was around the time of the financial crisis that, for the first time, the world’s urban population surpassed the rural one. As cities have grown denser over the years and as technology has changed how we work, how we communicate and how we live, property has had to adapt with the times. Today we have more and more specific demands from our offices, our homes and our shops. And the smart developers have understood this and have adapted their product to reflect this change in preference. There was a time when developers called all

the shots, presented product to the market with very little input from owners or renters and took a take it or leave it attitude. The same happened with the capital providers who either bought into the developer’s vision or moved onto another project. Except for some emerging markets, who find themselves in an earlier stage of maturity, where demand far outstrips supply and capital is less abundant, developers today need to take into account a more diverse set of stakeholders not to mention regulations. Residential buyers today may be less concerned about the size of a property and more focused on certain specific amenities like charge points for electric vehicles, bike racks or optic fibre connections for their communication needs. It is now commonplace that office tenants and owners require flexible floor plates, efficient HVAC systems, low service charges and flexible workspaces. Today, developers not only have to take into account all of these end users requirements, but also those of their investors and other capital providers. Banks require higher levels of equity and more solid balance sheets. Investors demand alignment of interests with co-investment into projects and overlay green, sustainable specifications. Local authorities condition consent and approvals for developments to be well integrated and have a positive effect to the community and numerous cities require that large projects integrate a component of social housing. Developers today must have knowledge of urban art as they do of building costs. Given the substantial evolution of the function of a developer, I propose that development is no longer a dirty word!


Sol e Lua 62 21 MAR/ABR 2017

Turismo sustentรกvel

Passaporte para um mundo melhor Sustainable tourism

Passport to a better world


63 21 MAR/ABR 2017

The General Assembly of the United Nations and the World Tourism Organisation (UNWTO) declared 2017 as the ‘International Year of Sustainable Tourism for Development’. At the base of this initiative is the philosophy that this sector has the capacity to make the planet a better place in which to live and travel. A Assembleia Geral das Nações Unidas e a Organização Mundial do Turismo (OMT) declararam 2017 como o ‘Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento’. Na base desta iniciativa está a filosofia de que este sector tem a capacidade de tornar o planeta num local melhor para viver e viajar.

Texto Text: Carla Celestino

Na FITUR, feira do turismo espanhola que decorreu em Madrid, em Janeiro, fez-se o lançamento oficial do ano internacional dedicado ao Turismo Sustentável. Por essa altura, numa mensagem dirigida à organização deste evento, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, salientou que “todos os dias mais de três milhões de turistas atravessam as fronteiras internacionais. Todos os anos, quase 1,2 mil milhões de pessoas viajam para o exterior. O turismo tornou-se um pilar das economias, um passaporte para a prosperidade e uma força transformadora para melhorar milhões de vidas. O mundo pode e deve aproveitar o poder do turismo enquanto nos esforçamos para levar a cabo a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030”. Na mesma ocasião, o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, esclareceu que “2017 é uma oportunidade única para promover o contributo do turismo para alcançar o futuro que queremos”. Dado a importância e actualidade desta temática, Portugal não quis ficar de fora desta agenda e, no mês seguinte, o Governo português assinou um memorando de adesão a esta iniciativa. Celebrar a diversidade De uma forma geral o secretário-Geral da OMT definiu, aquando da assinatura do memorando de adesão em Lisboa, que o “Turismo é uma força para o bem”, pois “quantas mais pessoas viajarem melhor se torna o mundo, porque teremos maior capacidade de nos compreendermos e reduzirmos

as diferenças entre nós e celebrarmos a diversidade”. Relativamente a Portugal, Taleb Rifai considerou que “o melhor do País são a sua gente”. Ideia corroborada por David Scowsill, CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC), também presente no evento, que não só salientou “a forma como Lisboa reergueu-se de um período de crise profunda e está agora a regenerar-se para o futuro do Turismo”, como também considerou que a “constante procura de investimento e inovação por parte dos players que trabalham na indústria são outros pontos a favor do destino”. O momento serviu ainda para a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, adiantar que “Portugal, através dos programas REVIVE e do Portuguese Trails está em linha com o objectivo sustentabilidade definido pela OMT”. Mil milhões de oportunidades Muito sucintamente e em termos práticos, Taleb Rifai esclareceu que o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento assenta nos grandes pilares do crescimento económico, aumento do emprego, alterações climáticas, cultura, paz e segurança. Para se ter uma noção da dimensão desta realidade, basta referir a questão do aumento da temperatura no globo e as consequências ao nível das mudanças climáticas. Neste contexto, o turismo apresenta duas faces: tanto é causador como vítima. Senão vejamos: as temperaturas mais quentes, o aumento dos níveis do mar, a erosão costeira


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guese Trails programmes is in line with the sustainability objective defined by the UNWTO”. A billion opportunities In a nutshell and in very practical terms, Taleb Rifi said that the ‘International Year of Sustainable Tourism for Development’ is based on the the principle pillars of economic growth, increasing employment, climate change, culture, peace and security. To have some idea of the size of this reality, one just needs to refer to the issue of global warming and the consequences in terms of climate change. In this context, tourism has two faces: both the causer and the victim. Meaning: warmer temperatures, an increase in sea levels, coastal erosion and loss of biodiversity threaten the future of tourism in many places, and Portuguese beaches are no exception; but the multiple socio-economic benefits and the ample influence on a wide number of sectors can also mean that tourism can be a valuable part of the solution. The Annual Report of the UNWTO states that over a billion tourists travelled internationally in 2015. Indeed, these represent over a billion opportunities that must be taken advantage of for sustainable development. e a perda de biodiversidade ameaçam o futuro do turismo em muitos locais, e as praias portuguesas não vão ser excepção; mas os múltiplos benefícios soció-económicos e a ampla influência sobre uma diversidade de sectores podem também fazer com que o turismo seja uma parte valiosa da solução. O Relatório Anual da OMT refere que mais de mil milhões de turistas viajaram internacionalmente em 2015. São, pois, mais de mil milhões de oportunidades que têm de ser aproveitadas para o desenvolvimento sustentável. The official launch of International Year of Sustainable Tourism was at the Spanish tourism fair FITUR which ran in Madrid, in January. At the time, in a message addressed the organisation of the event, the Secretary-General of the United Nations, António Guterres, pointed out that “every day more than three million tourists cross international borders. Every year almost 1.2 billion people go abroad. Tourism has become one of the pillars of economies, a passport to prosperity and a force to change the lives of millions for the better. The world can and should take advantage of the power of tourism while we make efforts to achieve the 2030 Agenda for Sustainable Development.” On the same occasion, the Secretary-General of the UNWTO, Taleb Rifai, made clear that “2017 is a unique opportunity to promote the contribu-

tion of tourism to achieve the future we want”. Given the importance and timeliness of this topic, Portugal did not want to be off this agenda and the following month the Portuguese government signed a memorandum to join this initiative. Celebrating diversity Overall, the Secretary-General of the UNWTO has defined, during the signing of Lisbon’s adhesion to the memorandum that “Tourism is a force for good”, indeed, “the more people that travel the better the world becomes, because we will have a greater capacity to understand one another and reduce the differences between us and celebrate diversity”. Regarding Portugal, Taleb Rifai considered that “the best of a country is its people”. An idea backed up by David Scowsill, CEO of the World Travel & Tourism Council (WTTC) who also attended the event who not only stressed “the way in which Lisbon got up again after a period of deep crisis and is now regenerating for the future Tourism”, as he also believed that the “constant investment and innovation demand from the players working in the industry are other points in favour of the destination”. The moment also served for the Secretary of State for Tourism, Ana Mendes Godinho to add that “Portugal, through the REVIVE and Portu-

2017 é uma oportunidade única para promover o contributo do turismo para alcançar o futuro que queremos. 2017 is a unique opportunity to promote the contribution of tourism to achieve the future we want.



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