Magaz imob 05

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Construção Ambiente Turismo

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MAI/JUN 2014 €10

A nova vida das Construtoras The renaissance of building contractors


Connecting Global Competence

Where all threads come together 17th International Trade Fair for Property and Investment

October 6–8, 2014 | Messe Mßnchen | Germany www.exporeal.net


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05 MAI/JUN 2014

Editorial

Vila Real de Santo António

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

Devo confessar que, nesta edição, estou particularmente bem-disposto. Não que a partida da Troika vá mudar algo mas porque decidi ir à procura de um destino, em Portugal, que conhecesse menos bem. E o que descobri? O sotavento algarvio e em especial a cidade de Vila Real de Santo António. Fiquei surpreendido com a qualidade, o bom gosto e o saber que estiveram presentes na requalificação do Centro Histórico, mandado construir pelo Marquês de Pombal, no século XVIII. Está ali uma peça de urbanismo do mais alto nível, da responsabilidade da autarquia e cuja visita aconselho. Este caso não é único no nosso País. Na verdade, quando mergulhamos no Interior, deparamo-nos, frequentemente, com o trabalho de numerosos municípios que fazem autênticos milagres pelas suas gentes e pelo seu património. Se é real que há muito empreendimento de mau gosto, a realidade, todavia, é que domina, neste momento, a aposta em urbanismo de excelência que está no ponto oposto daquele que se encontra nas grandes metrópoles, pese o esforço importante que as capitais estão a fazer para se reabilitarem. As “gentes da terra” fazem verdadeiros prodígios e na maioria dos casos com poucos recursos. Parece haver amor pelo que é nosso e isso salta à vista. Pena é que o poder político continue a tomar medidas que só contribuem para despovoar essas regiões, ao invés de apostar na fixação das populações, na criação de emprego, no desenvolvimento. Por isso aqui deixo um conselho. Pesquise e este ano vá à descoberta de Portugal. Comece, já agora, por Vila Real de Santo António.

I must confess that in this edition I am feeling particularly upbeat. Not because the departure of the Troika is going to change anything, but because I decided to go in search of a destination in Portugal that I didn’t know so well. And what did I find? The Eastern Algarve and in particular the city of Vila Real de Santo António. I was surprised at the quality, the good taste, and to know that we were witnessing the requalification of the Historic Centre which the Marquis de Pombal ordered to be built in the XVIIIth. Here we have a piece of urban planning of the highest quality, a project by the City Council and one which I recommend you visit. And it’s not the only one in the country. In truth, when we head off into the interior, we come across often with the work of countless municipal authorities which undertake authentic miracles for its citizens and heritage. If it’s true that there is a lot of development in bad taste, the truth today however is that now investment is being made in excellent urban development projects which are poles apart from what is found in the large urban centres, despite the important effort which the capitals are making to rehabilitate. The “country folk” really work wonders and in the majority of cases with few resources. It seems that there is love for what is ours and this stands out. It’s a shame that political power continues to take measures that only contribute towards the depopulation of these regions, instead of investing in attracting people, in creating jobs and in development. Which is why here I’m leaving a word of advice. Do your research and this year go out and discover Portugal. Start off right now with Vila Real de Santo António.


Summary

Índice

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Grande Tema Lead Story

Empresas de construção Construction companies

10

32

46

62

Square Meter Vila Real de Santo António

Coordinates Sector do ar condicionado Air conditioning sector

International Brasil

Good Taste

Metro Quadrado

16

REDES

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Casa em Portugal

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Opinião Opinion Miguel Marques dos Santos

Ficha técnica

Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. da Liberdade, 110, 1º 1269-046 Lisboa Tel.: (+351) 21 122 19 70 Telem.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com

Grafismo Rodrigues Silva

Director Joaquim Pereira de Almeida

Impressão Valente Artes Gráficas R. José Maria da Costa, 14 2640-496 Mafra

Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme

Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares

Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397

26

Fio-de-prumo

Azimute

36

Atelier

Mário Sua Kay

40

Mercado

Market Aguirre Newman

41

Cushman & Wakefield

Plumb Line Secil Argamassas

42

30

43

Sector da iluminação The Lighting sector

Jones Lang LaSalle Prime Yield

44

Neoturis

Do mundo

52

Postal de Luanda Postcard from Luanda

56

Gardens by the Bay

58

Sol e Lua

Tourism Turismo Porto e Norte de Portugal Tourism in Porto and the North of Portugal

Bom gosto

64

Outsider

Chef Chakall



Capa

Face Ă crise

Construtoras especializam-se e desafiam mercado internacional Coping with crisis

Construction companies are secialising and embracing the challenges of the international market


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De pequena ou média dimensão ou com uma estrutura mais complexa, as empresas de construção estão a especializar-se e a tornarem-se mais competitivas. Internamente a aposta passa, cada vez mais, pelo mercado da reabilitação e da construção sustentável. As de maior dimensão tentam a sua sorte nos mercados externos. Whether small or medium size outfits or larger, more complex ones, Portuguese construction firms are specialising and becoming more competitive. Within Portugal the focus is increasingly more on the rehabilitation market and sustainable construction. Larger companies are testing their luck in external markets.

Texto Text: Elisabete Soares

“Podemos afirmar, com alguma certeza, que estamos hoje perante um mercado de construção diferente, assente num mercado global, à escala do planeta, com uma dimensão e competitividade infinitamente maiores que o verificado há uma década”, considera Fernando Oliveira Silva, presidente do Conselho Directivo do Instituto da Construção e do Imobiliário (InCi). Para o responsável do organismo público, que acompanha o sector da construção, a convicção é que assiste-se agora a uma maior especialização das empresas, à redefinição dos modelos de negócio e à aposta em novos mercados internacionais. “No mercado interno a aposta passa cada vez mais pela reabilitação do edificado (o que é uma marca das sociedades modernas e desenvolvidas). Para as empresas de maior dimensão o mercado externo é, neste momento, atractivo (como prova o número de contratos adjudicados a empresas portuguesas)”, adianta Fernando Silva. “O saber fazer e a experiência reconhecida aos nossos profissionais leva-os a apostar em novas metodologias, novas técnicas construtivas, explorando nichos de mercado e correspondendo aos desafios, designadamente da eficiência energética e da construção sustentável”, destaca, por seu lado, Reis Campos, presidente da AICCOPN, estrutura associativa que agrega as empresas de construção civil e obras públicas no Norte e Centro do País. Para José de Matos, secretário-geral da APCMC - organismo que representa o segmento dos comerciantes de materiais de construção - “está a

vender-se mais materiais para obras de renovação e manutenção das casas”. De acordo com José de Matos, perspectiva-se no segundo semestre um aumento do consumo de materiais de construção, de 3% a 5%, o que permite antever um crescimento anual entre os 2% a 3%. Com a mesma atitude positiva face ao mercado está a Renascimóvel, construtora que, em 25 de Janeiro, fez quinze anos de actividade, e é especializada na reabilitação urbana. De acordo com o director-geral, César Manuel Silva Neto, “mesmo no conturbado e difícil período que temos vivido, aumentámos sempre o nosso volume de trabalho desde o ano de 2008 até 2013 e apresentámos sempre resultados líquidos positivos”. A empresa tem um plano que prevê a duplicação do volume de negócios até 2016. Alerte-se que a Renascimóvel executa desde pequenas intervenções em imóveis até à requalificação coordenada e de âmbito mais alargado. “Estamos focados no mercado das pequenas e médias obras, novas ou de reabilitação, em apartamentos, moradias, lojas, escritórios, hotéis, armazéns e infra-estruturas de todo o tipo”, adiante César Neto. Embora o aumento do número de empresas no mercado possa acarretar uma maior concorrência, o responsável da Renascimóvel desvaloriza: “o verdadeiro saber fazer, está, essencialmente, nos recursos humanos das pequenas e médias empresas, especialmente as de proximidade, que cultivam o ensino da arte e vão passando os


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conhecimentos de forma quase familiar ou como relação de vizinhança”. Empresas aumentam 18% O crescimento de pequenas empresas, destinadas essencialmente à renovação e reabilitação de imóveis, começou a notar-se a partir do final de 2013, sendo mais evidente no primeiro trimestre deste ano. Assim, entre Janeiro e Março de 2014, o InCI emitiu 1.484 novos títulos habilitantes para o exercício da actividade de construção. No mês de Fevereiro verificou-se um crescimento de (18%) face a Janeiro. Já no mês de Março é de destacar a continuação dos sinais positivos, com um aumento do número de novos habilitantes (8,3%), influenciados pelo crescimento alcançado no segmento dos alvarás (16,4%). Assim, no final do primeiro trimestre, 47.662 empresas possuíam título válido para o exercício da actividade de construção em Portugal. Em Março de 2013 eram 51.219. Em termos homólogos,

verifica-se um decréscimo de 7% face ao mesmo mês do ano anterior (menos 3.557 empresas). Ainda de acordo com o InCi, de um modo geral, os novos representantes legais das empresas que agora requerem o título habilitante já têm ligação ao mercado da construção. Por seu lado, Reis Campos destaca o facto de haver alguns exemplos de jovens empresários saídos das escolas de engenharia e arquitectura nacionais, especialmente vocacionados para a reabilitação urbana, e para outras áreas marcadas pela inovação. Contudo, adianta, “uma percentagem significativa de empresas são, certamente, constituídas por profissionais que já estavam ligados ao sector”. Fernando Silva sublinha o facto de as empresas portuguesas de construção terem enfrentado o período difícil da economia com grande coragem e determinação. “Ao contrário do que comummente se afirma, este deixa a passos largos de ser um sector da economia baseado em métodos de gestão conservadores e ultrapassados”.

Na sua opinião, há, no entanto, que continuar a trabalhar tendo em vista a constituição de um verdadeiro cluster da construção virado para a internacionalização, o qual deve assentar em parcerias de longa duração envolvendo grandes empresas, mas também as PME do projecto e construção, das várias especialidades construtivas. Inversão do ciclo recessivo O primeiro trimestre deste ano trouxe boas notícias para o sector da construção e a expectativa de crescimento é, por isso, positiva. De acordo com os dados da AICCOPN, “as previsões apontam para uma inversão do ciclo recessivo que o sector da construção enfrenta há mais de doze anos consecutivos”. Isto porque no primeiro trimestre de 2014, face ao período homólogo, verificou-se um crescimento de 38% ao nível das promoções de obras públicas; assistiu-se a um aumento de 22% no volume de crédito à habitação concedido, e o número de insolvências reduziu-se em 20%.


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“São já números positivos, não obstante tenhamos consciência que têm por referência valores homólogos extremamente negativos”, adverte Reis Campo. Outro dado positivo tem a ver com os dados relativos ao segmento das obras de reabilitação. De acordo com Barómetro da Reabilitação Urbana, produzido pela AICCOPN, “a carteira de encomendas das empresas em Abril aumentou 18%, prevendo-se, em particular neste segmento, um crescimento revelador da dinâmica que irá, inevitavelmente, conhecer”. Um crescimento que é confirmado também pelos dados da APCMC: os associados registaram um acréscimo efectivo da actividade e referem um aumento importante do número de orçamentos pedidos pelos clientes, destinados ao segundo semestre do ano. Também o InCi é de opinião de que começam a surgir sinais importantes de que a crise no sector está a ser ultrapassada, o que não significa que os próximos tempos não continuem a ser difíceis. Ou seja, “estamos a entrar numa nova era do mercado da construção, que assentará, sem dúvida, nestes dois grandes pilares: conquista de mercados externos e aposta na reabilitação e regeneração urbana”. “We can state, with some certainty, that we are today facing a different construction market, based on a global market, on a global scale, with a dimension and competitiveness that is infinitely greater than it was a decade ago”, says Fernando Oliveira Silva, President of the Advisory Board for the Institute of Real Estate Construction (InCi). (Instituto da Construção e do Imobiliário) According to the director of this public body, which supports the construction sector, the conviction now is that companies are specialising more, redefining their business models and focusing on international markets. “In the internal market the focus is increasingly on renovating buildings (which is a hallmark of modern and developed societies). For larger sized companies the foreign market is, at the moment, attractive (as the number of contracts awarded to Portuguese companies goes to show)”, adds Fernando Silva. “The recognised know-how and experience of our professionals has led them to concentrate on new methodologies, new construction techniques, exploring market niches and rising to challenges, namely energy efficiency and sustainable construction”, says Reis Campos of AICCOPN, the umbrella organisation that represents civil construction and public works companies in the North and Centre of the Country. According to José de Matos, Secretary-General

of the APCMS - the body that represents traders in building materials - “more materials for house renovation and maintenance works are being sold”. According to José de Matos, the outlook for the second quarter for building materials consumption, from 3% to 5%, enables an annual growth forecast of between 2% and 3%. Construction Company Renascimóvel, which in January celebrated its 15th anniversary and specialises in urban rehabilitation, has the same positive attitude for the market. According to its CEO, César Manuel Silva Neto, “even given the turbulent and difficult times we’ve been going through, we’ve always upped our work turnover, from 2008 to 2013 and we’ve always presented positive net results”. The company has a plan that has projected a doubling of business turnover by 2016. He explains that Renascimóvel carries out different types of projects from small scale renovations to coordinated large scale refurbishment works. “We’re focused in the market on small and medium sized projects, either new or renewal, for apartments, detached houses, shops, offices, hotels, warehouses and infrastructures of all types”, says César Neto. Although there has been an increase of companies in the market undertaking this kind of

work and therefore more competition, the CEO of Renascimóvel downplays this concern: “The true know-how lies essentially in the human resources of small and medium size companies, especially the close-knit ones who cultivate the passing on of knowledge in an almost family firm or neighbourly way”, he adds.

Companies grow by 18% The growth of small companies, essentially those specialising on renovating and rehabilitating properties, began to take off from the end of 2013, being most evident in the first quarter of this year. Between January and March 2014, the InCI issued 1,484 new company licenses for construction activity. In February an increase of 18% was seen compared with January. In March the growth trend continued to be positive, with an 8.3% increase in the number of new licenses, influenced by the overall growth achieved in the licenses segment (16.4%). By the end of the first quarter, 47,662 companies held a valid license to carry out building work in Portugal. By March 2014 there were 51,219. In like for like terms, there was a decrease of 7% compared with the same month the year before (3,557 fewer companies).


Diploma da reabilitação vai impulsionar o mercado

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Also, according to InCi, overall, the new legal company representatives that now were applying for such licenses already now had a link to the construction market. Reis Campos, for one, highlights the fact that there are some examples of young entrepreneurs fresh out of national engineering and architecture schools, especially trained in urban rehabilitation and other areas linked to innovation. However, he adds, “a significant percentage of companies are, to be sure, made up of professionals who were already linked to the sector”. Fernando Silva stresses the fact that Portuguese construction companies have faced the difficult economic period with great courage and determination. “Contrary to what is often imagined, this has ceased to be, by a long chalk, a sector of the economy based on conservative and obsolete management methods.” There is, however, in his opinion, work to be done which takes into account the setting up of a real construction industry cluster focused towards internationalisation, which should be based on long lasting partnerships involving large companies, but also SMEs from various building specialities. A turnaround in the recessionary cycle The first quarter’s figures for this year brought good news for the building sector and the expectation for growth is, based on these figures, positive. According to AICCOPN, “forecasts point to a turnaround in the recessionary cycle that

Rehabilitation Law will boost the market

the construction sector has been facing for more than 12 years on the trot”. The optimism is because in the first quarter of 2014, compared to the same period the year before, there was a 38% increase in the level of public works development projects; there was a 22% increase in the volume of mortgage concessions, and the number of bankruptcies fell by 20%. “These are already positive figures, notwithstanding the fact that we’re aware that like-forlike figures are extremely negative”, Reis Campos points out. Another piece of positive information has to do with data relative to the rehabilitation works segment. According to the Urban Rehabilitation Barometer produced by AICCOPN, “company order books in April increased by 18%, with the expectation, particularly in this segment, of a relevant boost in growth that will, inevitably, be evident”. A level of growth that is also backed up by data from the APCMC: their members registered an effective increase in activity and referred to an important increase in the number of budget estimates requested by clients, for the second half of the year. The InCi too also believes that important signs are appearing which point to the crisis in the sector coming to an end, which does not mean that the near future will not continue to be difficult. In other words, “we’re entering a new era of the construction market, which without a doubt will be based on two fundamental pillars: exploring new foreign markets and focusing on rehabilitation and urban regeneration”.

Um aspecto importante é o facto de finalmente ter sido publicado o regime excepcional e transitório para a reabilitação urbana. José de Matos alerta que a nova legislação para a reabilitação é encarada de forma positiva pelo mercado. “Destina-se aos processos de reabilitação que carecem de licenciamento e resolve a limitação de carácter regulamentar que tornava difícil a intervenção em edifícios antigos”. Na sua opinião trata-se do cumprimento de regulamentos que se aplicavam à construção nova, e que levava a que muitas vezes a reabilitação ficasse mais cara que a construção nova. “O que introduziu são normas de bom senso, como no caso da obrigatoriedade de colocar elevadores e escadas com determinada dimensão, que não são possíveis em edifícios antigos”. O diploma vem ajudar a resolver imensas situações – embora esteja dependente do bom senso dos técnicos das autarquias que vão analisar os processos - mas não quer dizer que vá resolver, por si só, o problema da reabilitação urbana, já que este continuará dependente da melhoria da situação financeiro do País. One important aspect is that finally an exceptional and provisional legislation for urban rehabilitation is to be published. José de Matos says that the new legislation on rehabilitation is viewed positively by the market. “These are intended for rehabilitation planning licenses and aim to relax regulations that make it difficult to carry out modernisation works on old buildings”. In his opinion it has to do with compliance with regulations that apply to new building work, and which often makes rehabilitation much more expensive than new construction. “What this would introduce are common sense regulations, as in the case of the mandatory requirement of fitting elevators and staircases of a particular size, which isn’t feasible in old buildings”. The legislation will help sort out loads of situations - although it will depend on the common sense of local council planning permission staff who study the applications - but that doesn’t mean that it will sort out, by itself, the problem of urban rehabilitation, since this will continue to depend on the country’s financial situation


Reabilitação e Construção Sustentável Um Desafio Global International Conference

Renovation and Sustainable Construction A Global Challenge

Inscrição Gratuita mas Obrigatória E-mail: alzira.correia@apcmc.pt Fax: 225 074 218/9 Site: www.apcmc.pt

Conferência Internacional em simultâneo com 17º Congresso APCMC

30 Maio, Hotel Sheraton, PORTO

Programa Provisório Chairman da Conferência

- Victor Ferreira (Presidente do Cluster Habitat Sustentável)

- Giusepi Freri (Presidente da UFEMAT, Associação Europeia das Associações Nacionais de Comerciantes de Materiais de Construção e de Fabricantes)

12.30h Almoço

9.00h

- Anders Bjerre (Copenhagen Institute for Futures Studies)

- Afonso Caldeira (Presidente da Direção da APCMC, Associação

Apresentação da Plataforma Digital destinada a promover a Fileira da Construção

14.00h Sessão 3

- João Vieira Lopes (Presidente Direção da CCP, Confederação

10.45h Coffee Break

- Miguel Amado (Faculdade de Ciências e Tecnologia/Universidade Nova de Lisboa)

- Luís Carvalho Lima (Presidente da APEMIP, Associação

11.00h Sessão 2

- Nuno Milagres (Vortal)

Sessão de Abertura Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção) do Comércio e Serviços de Portugal)

dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal)

9.30h

Sessão 1

Inovação e Sustentabilidade - António Tadeu (ITeCons, Instituto de

O Futuro da Construção

Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção)

- Carmo Caldeira (Conselho Directivo da Ordem dos Arquitectos)

- Jordi Martí Muñoz (Collegi dʼAparelladors,

- João Ferreira Gomes (Presidente da ANFAJE, Associação Nacional

Arquitectes Tècnics i Enginyers dʼEdificació de Barcelona)

dos Fabricante de Janelas Eficientes)

- Carlos Manuel Silva (Amorim Isolamentos)

- Frans Guerts (Diretor-Geral da FEST, Federação Europeia dos Distribuidores de Equipamentos Sanitários e Aquecimento)

- Paulo Gonçalves (Secil Argamassas) Apresentação do Filme Promocional dos Materiais de Construção, das Empresas e da Arquitetura e da Engenharia Portuguesas

Praça Francisco Sá Carneiro, 219, 3º 4200-313 Porto Tel.: 225 074 210, Fax: 225 074 218 Site: www.apcmc.pt

Os desafios dos Mercados

- Rodrigo Briceño (Penta MG Group, Chile) - Vasco Peixoto de Freitas (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)

16.00h Sessão de Encerramento - Afonso Caldeira (Presidente da Direção da APCMC, Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção) - Correia Fernandes (Vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto) - Reis Campos (Presidente da Direção da CPCI, Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário)


Metro Quadrado Vila Real de Santo Ant贸nio

Um exemplo a seguir

An example to follow


11 05 MAI/JUN 2014

Margem norte da foz do Guadiana. 1774, reinado de D. José I. Chegam notícias da capital. O Primeiro-Ministro, Marquês de Pombal dá ordens para erguer uma nova cidade, de traçado pombalino, que reforce a soberania portuguesa face à actividade dos espanhóis dos querem aproveitar-se dos nossos recursos naturais. The North bank of the River Guadiana Estuary 1774, during the reign of King José I. News arrives from the capital. The Prime Minister, the Marquis de Pombal, has given orders for a new city to be built on a grid layout, that will reinforce Portuguese sovereignty in the face of the machinations of the Spanish who are trying to exploit our natural resources.


12 05 MAI/JUN 2014

Há que defender a nossa pesca e os nossos interesses. Aos poucos, toma forma um belo lugar que está a ressuscitar três séculos depois de forma harmoniosa e actual. Vila Real de Santo António (VRSA) está na ordem do dia. Os objectivos estão muito bem traçados como é possível confirmar pelas palavras do presidente da Câmara Municipal, Luís Filipe Gomes: “Queremos ver a história de Vila Real de Santo António bem conservada e, por isso, estamos a transformar o Centro Histórico num cartão-de-visita cultural e prosseguimos a maior operação de sempre de requalificação do comércio da cidade. Financiadas pelo fundo comunitário Jessica e avaliadas em um milhão e meio de euros, estamos a levar a cabo um conjunto de intervenções que estão a transformar a cidade numa referência turística e comercial que já deu origem à criação da marca ‘VRSA a Céu Aberto’”. Quem visitar hoje VRSA e em especial o seu Centro Histórico fica, de facto, surpreendido. Não se trata apenas da requalificação urbana de alto nível, é também uma expressão de bom gosto como não haverá muitas em todo o País. A harmonia que se conseguiu em toda a área, o mobiliário urbano, a sinalética, a conversão do comércio a um mesmo modelo de design, a predominância do branco torna a área num desenho lindíssimo e humano. Os responsáveis operacionais desta transformação, a Sociedade de Gestão Urbana teve, além de toda a encomenda feita a gabinetes de urbanismo, arquitectura e design, de realizar um

trabalho de “porta a porta”, junto de aproximadamente 200 lojistas para os levar a aceitar a proposta de mudança. A maioria aderiu e os resultados estão à vista. Os comerciantes pagam uma taxa, do género de condomínio, e o município assegura a limpeza e manutenção de todo o equipamento que disponibilizou. Mas a intervenção não se fica por aqui. Agora que o “Centro Comercial a Céu Aberto” já é uma realidade, está em marcha, também na zona histórica, o projecto do “Alojamento a Céu Aberto” que é uma autêntica revolução. Além de ter reabilitado o edifício de Antiga Alfândega – o primeiro imóvel a ser construído na cidade – e onde será aberto um restaurante e cinco suítes, está em marcha um concurso para a requalificação do Hotel Guadiana (do início do século XX) e a reconversão da antiga Câmara Municipal para alojamentos. No total desta primeira fase, que se prevê concluir em 2015, VRSA terá uma oferta hoteleira de 133 novos quartos. Só que os planos de alojamento são mais ambiciosos. Os responsáveis autárquicos querem apropriar-se de todas as poucas casas que ainda estão devolutas na zona histórica, transformá-las e entrega-las à exploração hoteleira. No final, tudo isto seria operacionalizado por uma ou mais cadeias turísticas, num conceito articulado e altamente estudado. Actualmente o Centro Histórico de VRSA já é o mais visitado do Algarve e dificilmente o deixará de ser. Mas a cidade tem outros atractivos, não estivesse ela situada na foz do Guadiana, virada para o

mar e para o rio. Há ambiciosos projectos para a náutica de recreio e para a frente ribeirinha mas a prudência aconselha que se encontrem os timings adequados para o seu desenvolvimento. Outras metas imediatas O presidente Luís Filipe Gomes fala, além destes aspectos, em algo muito relevante: “Estamos a trabalhar em projectos inovadores na área da saúde e a ampliar a nossa influência ao nível da cooperação internacional, nomeadamente através da recém-criada Eurocidade do Guadiana, uma estrutura que permitirá a partilha de sinergias, equipamentos e serviços na extensa faixa de fronteira que possuímos com a vizinha Andaluzia”. “Estamos também” – acrescenta – “a dar forma ao projecto que permitirá a implementação de um cluster do mar em VRSA, revitalizando a indústria naval, um dos impulsionadores da economia local e regional”. Dado adquirido nesta terra, como lembra Luís Filipe Gomes, é a importância do “Complexo Desportivo de VRSA que é hoje responsável pelas boas taxas de ocupação hoteleira do concelho. Este é, aliás, um activo que tem permitido captar investimento privado e que se traduziu na abertura do Centro Médico Internacional, inaugurado a 13 de Maio de 2014, que é uma estrutura de excelência vocacionada para a medicina desportiva e de reabilitação”. Voltaremos, certamente, a falar desta bela surpresa que é: VRSA.


13 05 MAI/JUN 2014

Luís Filipe Gomes Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António Mayor of Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Our fishing and interests have to be defended. Little by little a lovely town takes shape which three centuries later is enjoying a renaissance once again in a harmonious and contemporary manner. Vila Real de Santo António (VRSA) is back in vogue. The goals have been extremely well planned out, as has been confirmed by the very words of the Mayor of Vila Real de Santo António, Luís Filipe Gomes. “We want to see the history of Vila Real de Santo António well preserved which is why we’re turning the Historic Centre into a cultural calling card and why we’ve undertaken the largest scale urban requalification project of the commercial district even undertaken. Financed by the European Union Jessica Fund and worth €1.5 million, we’re carrying out a number of projects that are transforming the city into a reference for commercial and tourism which began with the creation of the brand “VRSA the Open Sky”.

Whoever today visits VRSA and its Historic Centre in particular, is in fact in for a surprise. This isn’t just about urban re-qualification at a high level, it is also an expression of good taste, the kinds of which we don’t often see in this country. The harmony that has been achieved over the entire area, the street furnishings, the street signs, the conversion of the trading area into one single design model, the predominance of white has turned the area into a really lovely and human design. The operational team responsible for this transformation, the Urban Management Company (Sociedade de Gestão Urbana) had, in addition to the entire order being planned by the Offices of Architecture, Design and Urbanism, to undertake a door-to-door poll seeking the permission of around 200 shop keepers to accept the redevelopment plan. The majority signed up and the results are for all to see. The traders pay a rate, like a condominium charge, and the Council


Agora que o “Centro Comercial a Céu Aberto” já é uma realidade, está em marcha, também na zona histórica, o projecto do “Alojamento a Céu Aberto” que é uma autêntica revolução. Now that the “Open Air Shopping Centre” is now a reality, there is now the “Open Air Accommodation” project under way which is a real revolution.” takes care of the cleaning and maintenance of all the facilities made available. But the improvement works don’t just stop there. Now that the “Open Air Shopping Centre” is now a reality, there is now the “Open Air Accommodation” project under way which is a real revolution. In addition to having rehabilitated the Old Customs House building - the first building to be built in the city - and where a restaurant and five suites will be opened - there is a competition for the re-qualification of the Hotel Guadiana (dating from the beginning of the XX) and the reconversion of the former Town Hall into accommodation. In all for the first phase, which should be completed by 2015, VRSA will have a hotel with 133 new rooms. And the plans for the accommodation are more ambitious. The Council officers want to take over all of the few houses that are still abandoned in the historic centre, renovate them and use them for hotel accom-

modation. Finally all of this will be operated by one or more tourism chains, in a concept that is articulated and well planned and thought out. Currently VRSA’s Historic Centre is already the most visited in the Algarve and it’s hard to imagine that changing. But the city has other attractions, it is situated on the estuary of the Guadiana, facing both the sea and the river. There are ambitious projects for recreational boating and for the river front, but prudence advises caution over the adequate timings for its development. Other immediate goals The Mayor, Luís Filipe Gomes talks, in addition to these aspects, about something more relevant: “We’re working on innovative projects for the health area and are widening our influence in terms of international cooperation, namely through the recently created Guardiana Euroc-

ity, a structure that will enable the sharing of synergies, equipment and services along an extensive strip of border that we share with neighbouring Andalusia. “We’re also” - he adds - “giving substance to a project that will enable a maritime cluster to be set up in VRSA, breathing new life into the shipping industry, one of the drivers for the local and regional economy”. Another given in this area, as Luís Filipe Gomes recalls, is the importance of the “VRSA Sports Complex” which today is responsible for the good hotel take-up rates in the district. This has, moreover, proved to be an asset that has enabled the attraction of private investment and which included the opening of an International Medical Centre, inaugurated on May 13th, 2014, which is a clinic of excellence specialising in sports medicine and physical rehabilitation. We’ll certainly talk again about this great surprise called: VRSA.


15 05 MAI/JUN 2014


Metro Quadrado Regeneração de Espaços

Valorizar a alma das cidades Regeneration of Spaces

Placing value in the soul cities O conceito de regeneração urbana é o novo paradigma. Simon Punter, um dos mentores do projecto REDES – Regenerar Espaços. Desenvolver Economias Sustentáveis, fala dessa nova abordagem. The urban regeneration concept is the new paradigm. Simon Punter, one of the mentors of the REDES project – Regenerating Spaces Developing Sustainable Economies (Regenerar Espaços Desenvolver Economias Sustentáveis) speaks about this new. Texto Text: Carla Celestino

Hoje em dia não basta reabilitar o espaço físico de um edifício ou conjunto de edifícios… há que olhar para a envolvente, entender o seu potencial de desenvolvimento tanto a nível social, potenciando a fixação e bem-estar da comunidade, como económico, potenciando a abertura de novos negócios ou o reposicionamento dos existentes. Há que perceber a alma do local, dos centros históricos a regenerar. Há que planear para a Regeneração Urbana vs Reabilitação Urbana – uma pequena diferença léxica com uma vasta diferença nas suas ramificações. Seguir uma óptica de destino integrado sustentável promovendo a revitalização. Um processo que envolve a participação de entidades oficiais e de empresas especialistas, nomeadamente ao nível do master-planning incluindo o planeamento urbano, business planning, marketing territorial, ordenamento do território, gestão urbanística, desenvolvimento turístico e cultural, retalho, empreendorismo, criatividade, inovação, entre muitas outras áreas... Como funciona na prática? Não existem modelos estandardizados a seguir, porque cada caso é um caso. As necessidades, por exemplo, do centro histórico de Lisboa não são as mesmas do centro histórico de Silves, Vila Real, Vila Nova de Gaia ou da pequena vila de Santar. Estas constituem comunidades (sendo esta a palavra chave) únicas onde características de diferenciação devem ser respeitadas e até potenciadas. Trata-se de pensar o todo, dando nova vida aos

espaços e às pessoas. Identificar oportunidades, nomeadamente económicas em diferentes sectores, desde o imobiliário residencial puro, serviços ou comércio – seja alojamento turístico, lojas especializadas, um museu ou outra “visitor attraction”. Integrando neste desenvolvimento a manutenção dos espaços de lazer, a segurança e a iluminação… as potencialidades são infinitas mas têm de ser personalizadas. Essas potencialidades devem incluir “âncoras” de atracção a estas zonas, quer para viver, quer para trabalhar, quer para visitar, num conceito sempre integrado. E para que tudo funcione na perfeição, há que trabalhar as bases, com o planeamento económico, com o compromisso social e, acima de tudo, com o ADN (identidade) sempre único do local. Este novo paradigma implica uma mudança de mentalidades e, sobretudo de visão. Embora todos os projectos tenham um master-plan inicial este não se esgota após implementação. Tratam-se de projectos vivos, dinâmicos no tempo, que têm de ser adaptados às constantes evoluções das sociedades. Projecto REDES Simon Punter percebeu as potencialidades da regeneração urbana e daí nasceu a REDES. Este projecto promove precisamente a regeneração de espaços através de uma proposta integrada de serviços que passa por identificar, caso a caso, os diferentes parceiros e estratégias de trabalho com vista ao planeamento estratégico


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Embora todos os projectos tenham um master-plan inicial este não se esgota após implementação. Tratam-se de projectos vivos, dinâmicos no tempo, que têm de ser adaptados às constantes evoluções das sociedades. Whilst all the projects have an initial master-plan this isn’t spent after implementation. This means living projects, dynamic in time, that have to be adapted to the constant developments of societies.

da regeneração sustentável catalisando os interesses dos stakeholders locais. Como Simon Punter explica: “A REDES junta várias empresas, várias valências e várias pessoas de forma a poder oferecer uma solução integrada de regeneração urbana especifica para as necessidades do local”. O processo de regeneração urbana que lideram não é simples: “existe sempre um programa inicial que exige um trabalho muito intensivo, um acompanhamento no local e um envolvimento muito pessoal no projecto pois só assim se compreender as necessidades, exigências, gostos e tendências da comunidade. Nas competências desta equipa, criativa e muito ligada ao sector do turismo, juntam-se os conhecimentos territoriais, de negócio, marketing, etc. Simon Punter considera ainda que “o compromisso da comunidade e a importância da sua DMO (Destination Management Organisation) que existe no nosso modelo é absolutamente fundamental. Tem de se ser receptivo a novas ideias e estar sempre atento às necessidades da comunidade.” O que distingue então a reabilitação da regeneração e onde entra a REDES? É simples diz Simon Punter, usando como exemplo um paralelo

do mundo de informática: “a reabilitação urbana foca o hardware de uma cidade – as suas infra-estruturas e edifícios, enquanto a regeneração urbana foca também o software (envolvimento dos stakeholders que deve incluir residentes, comerciantes, turistas etc.), e a REDES pode ser visto como o sistema operativo que põe o hardware e software a dialogar permitindo um resultado funcional e chegar à regeneração urbana sustentável das cidades”. Today it’s not enough to rehabilitate the physical space of a building or a collection of buildings...one has to look at the surroundings, understand its potential for development at a social level, enhancing the well-being of the community and getting it to settle there, as well as at an economic level, boosting the opening of new businesses or the repositioning of existing ones. One has to understand the soul of the place, of the historic centres to be regenerated. One has to plan for Urban Regeneration and Urban Rehabilitation - a small lexical difference with a vast difference in its ramifications. Following the logic of an integrated sustainable destination, promoting the revitalisation and the commitment of the entire surroundings at


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an economic, social, cultural and environmental level. A process that involves the participation of official entities and specialist companies, namely at the level of master-planning, including urban planning, business planning, territorial marketing, territorial planning, urban management, cultural and tourism development, retail, entrepreneurialism, creativity, innovation, among many other areas... How does this work in practice? There are no standard models to follow since each case is a case apart. The needs, for example, of Lisbon’s historic centre are not the same as those of the historic centres of Silves, Vila Real, Vila Nova de Gaia or the small town of Santar. These are unique communities (communities being the key word) where their different characteristics should be respected and even encouraged. It means thinking in the whole, giving new life to the spaces and people. Identifying opportunities, namely economic ones in different sectors, from pure residential real estate, services or trade - whether tourism accommodation, specialised shops, a museum or some other “visitor attraction”. Integrating the maintenance of leisure spaces, security and lighting in this development...the potentials are infinite but have to be personalised. These potential benefits should also include “anchors” of attraction to these areas, whether to live, work or visit, in a concept that is always integrated. And so that everything works to per-

fection, the basics have to be worked on, with economic planning, social commitment and, above all, always with the DNA (identity) of the place. This new paradigm also implies a change of mentalities and, above all, vision. Whilst all the projects have an initial masterplan this isn’t spent after implementation. This means living projects, dynamic in time, that have to be adapted to the constant developments of societies. REDES Project Simon Punter grasped the potential of urban regeneration and out of that REDES was born. This project, to be more exact, promotes the regeneration of spaces through an integrated package of services, which ranges from identifying on a case-by-case basis different partners and work strategies with a view to the strategic planning of sustainable regeneration, catalysing the interests of local stakeholders. As Simon Punter explains: REDES brings together various companies, skills and people so as to offer an integrated solution to urban regeneration which meets the specific needs of the location”. The urban regeneration process they lead isn’t simple: “There’s always an initial programme that requires very detailed work, on-site follow up and a very personal involvement in the project, for it is only in this way can the requirements, demands, tastes and trends of the com-

Simon Punter explica: “A REDES junta várias empresas, várias valências e várias pessoas de forma a poder oferecer uma solução integrada de regeneração urbana especifica para as necessidades do local”. Simon Punter explains: REDES brings together various companies, skills and people so as to offer an integrated solution to urban regeneration which meets the specific needs of the location”.


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munity be understood. To this team’s skills, a team which is creative and very linked to the tourism sector, are joined territorial, business and marketing skills, etc. Simon Punter also considers that “the community’s commitment and the importance of its DMO (Database Management Organisation) that exists in our model is absolutely vital. One has to be receptive to new ideas and always be attentive to the needs of the community.” So what then sets rehabilitation apart from regeneration and where does REDES come in? “That’s simple” says Simon Punter, using as an example a parallel from the world of IT: “Urban rehabilitation focuses on the hardware of a city - its infrastructures and buildings, while urban regeneration focuses on the software too (the involvement of stakeholders that should include residents, traders, tourists etc.), and REDES can be seen as an operative system that puts the hardware and the software communicating with one another, enabling a functional result which in turn results in the sustainable urban regeneration of cities”.

SOMAGUE ANGOLA

SEMPRE PERTO DOS SEUS NEGÓCIOS


Metro Quadrado Mediadora Casa em Portugal

“Para cada imóvel há um potencial comprador” Casa em Portugal Estate Agents

“For each property there’s a potential buyer” O administrador Pascal Gonçalves explica que imóveis se vendem em Portugal, a quem se vende e como a “Casa em Portugal” conseguiu aumentar as suas vendas na ordem dos 30% apesar da actual conjuntura. CEO Pascal Gonçalves explains that properties are selling in Portugal, who is buying them and how “Casa em Portugal” has succeeded in increasing its sales by 30% despite the crisis.

A agência de mediação Casa em Portugal, que abriu em 2010 na Avenida da Liberdade, mudou-se para o Chiado. O administrador desta mediadora, Pascal Gonçalves, explicou que esta tomada de decisão surge numa altura em que prevêem aumentar, em 2014, 30% nas suas vendas e alargar a novos produtos. “Isto vai permitir-nos dar um salto”, comenta. Para tal vão promover parcerias com promotores imobiliários que estejam a desenvolver produtos em zonas com interesse e também com particulares. Pascal Gonçalves revela ainda que estão “igualmente a profissionalizar a empresa, para o efeito contamos com vários consultores internacionais de diferentes nacionalidades, com uma coordenação comercial e com vários escritórios abertos”. 2014 vai ser, então, “o ano da consolidação e maturação do projecto que se iniciou em 2010”. E não é para menos, conforme o administrador avança: “Sentimos que existe uma cada vez maior apetência por parte dos estrangeiros em investir em Portugal pelo que temos boas perspectivas para a nossa empresa para este ano”. Com escritórios também abertos em França, Suécia, Brasil e Venezuela, Pascal Gonçalves diz que, de uma forma geral, “as pessoas fazem nestes países um primeiro contacto mas depois vêm a Portugal procurar casa”. Neste momento, encontram-se a angariar um leque variado de imóveis de forma a dar resposta à procura que têm tido e “que, não só está a aumentar, como é, cada vez mais, diversificada”.

Por isso mesmo, precisam de “encontrar produtos que correspondam a essa variedade da procura”. O tipo de procura que chega à Casa em Portugal tem como principal motivação encontrar o imóvel dos seus sonhos essencialmente na região de Lisboa e no Algarve. “No caso da Grande Lisboa, dominam as casas reabilitadas com vista de rio ou com terraços, mas também procuram casas localizadas na linha de Cascais, nomeadamente apartamentos e moradias, e ainda casas situadas na margem sul de preferência com vista de rio ou com vista para Lisboa. As zonas nobres da capital, como é o caso do Chiado, são muito procuradas pelos brasileiros, embora também estendam a sua procura à linha de Cascais”, esclarece. Já no caso do Algarve, “os estrangeiros procuram sobretudo as zonas de Lagoa, Ferragudo e Tavira, nomeadamente o mercado francês, enquanto Albufeira é mais procurada por mercados como o sueco e o inglês”. A explicação sobre o facto de estarem mais focados nestas duas regiões portuguesas é simples: “porque os nossos clientes estão mais focados nestas regiões, ou seja, estamos onde os nossos clientes precisam que estejamos”. Pascal Gonçalves acredita que “cada nacionalidade tem os seus próprios critérios de procura”, pelo que “para cada imóvel há um potencial comprador”. Relativamente ao tempo médio de venda de imóveis a estrangeiros, esta mediadora avança


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A mediação internacional tem muito boas perspectivas e a mediação para o mercado português também tem perspectivas que estão a melhorar”. The international estate agency business in Portugal shows promise and the outlook is improving”.

que, normalmente, “entre o primeiro contacto e a compra efectiva varia entre 15 dias a seis meses, mas existem casos em que isso só acontece ao fim de um ou dois anos”. O interlocutor dá dois exemplos antagónicos que espelham bem esta realidade: “A decisão de comprar um imóvel por parte dos chineses é muito rápida mas depois a concretização depende da chegada ou não do dinheiro a Portugal; já os franceses demoram mais tempo e, por vezes, preferem mesmo arrendar antes de comprar para sentir os bairros e o País e só depois então decidem”. Ainda assim, ficamos a saber que o poder aquisitivo da procura tem vindo a aumentar. “Enquanto até há bem pouco tempo apenas se procuravam casas na ordem dos 200 mil euros, agora a fasquia já vai até aos 400 mil euros”. Além de que até a “compra de imóveis por parte dos portugueses também está a dar sinais positivos”. Face a este cenário, Pascal Gonçalves acredita “a mediação internacional tem muito boas

perspectivas e a mediação para o mercado português também tem perspectivas que estão a melhorar”. The estate agents “Casa em Portugal”, which opened in 2010 in Avenida da Liberdade, has moved to Chiado. The CEO of this estate agents, Pascal Gonçalves, explains that this decision comes at a time when in 2014 it predicts that it will up its sales by 30% and widen its product base. “This will enable us to make a leap”, he comments. To that end it will foster partnerships with property developers which are developing products in areas of interest and also to private buyers. Pascal Gonçalves also reveals that they are “professionalising the company at the same time, and to this end contracting various international consultants of different nationalities, with a commercial coordination and by opening various offices”.


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This year will therefore be the “year of the project’s consolidation and maturity - the project started in 2010”. And the CEO says it’s not on the off-chance, adding, “We feel that there is an increasing appetite from foreigners to invest in Portugal and we have high hopes for our company in 2014”. With offices open in France, Sweden, Brazil and Venezuela, Pascal Gonçalves explains that, as a general rule, “people make their initial contacts in these countries and then come to Portugal looking for a house”. At the moment, we’re building up a wide variety of properties to meet the market demand which is “not only increasing but is increasingly more diverse”. Which is why they need “to find products that meet this variety of demand”. The type of demand that “Casa em Portugal” gets is from people whose main motivation is to find the property of their dreams, essentially in the Lisbon and Algarve region. “In the case of Greater Lisbon, houses which have been done up dominate, with riverside views or with balconies, but they are also looking for houses on the Cascais line, namely apartments or town houses, and also houses located on the south side of the river with a view over the river or Lisbon. The prime areas of the capital, as is the case with Chiado, are very sought after by Brazilians, although they also widen their search along the Cascais line”, he explains. In the case of the Algarve, “foreigners are particularly looking for properties in the Lagoa, Ferragudo and Tavira areas, namely the French

market, while Albufeira is more sought after by the Swedish and English markets”. The explanation for the fact that they are focusing more on these two Portuguese regions is simple: “Because our clients are more focused on these regions, we are where our clients need us to be”. Pascal Gonçalves believes that “each nationality has its own demand criteria”, so that “each property has a potential buyer”. Regarding the average time it takes to sell property to foreigners, this estate agent says that normally, “between the first contact to sealing the deal, it varies between 15 days and six months, but there are cases in which this only happens at the end of one or two years”. He gives two other examples that mirror this reality very well: “The decision to buy a property on the part of the Chinese is very quick but then the actual deal depends on the money coming to Portugal or not; the French take more time and, sometimes, actually prefer to rent before buying to get used to the neighbourhoods and the country and then later decide”. Even so, we’re seeing that the demand for buying property has been increasing. “Whereas until fairly recently they were only looking for properties in the order of €200,000, now the benchmark has risen to €400,000. And even “property purchases by the Portuguese are also showing positive signs”. Given this scenario, Pascal Gonçalves believes the “international estate agency business in Portugal shows promise and the outlook is improving”.

A mediação internacional tem muito boas perspectivas e a mediação para o mercado português também tem perspectivas que estão a melhorar”. The international estate agency business in Portugal shows promise and the outlook is improving”.


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Opinião Miguel Marques dos Santos

Imobiliário Turístico: maior exigência Tourist Real Estate: greater stringency

Miguel Marques dos Santos Advogado, Sócio da Garrigues Responsável pelo Departamento de Imobiliário e Urbanismo da Garrigues Portugal Lawyer, Garrigues Partner Head of the Department of Garrigues Portugal Real Estate and Urbanism

O turismo é, sem margem para dúvidas, uma das actividades com maior potencial exportador da economia portuguesa. Os últimos anos vieram confirmar a resiliência do sector do turismo e a sua importância para a superação do período difícil que Portugal está a atravessar. O turismo residencial, apesar de ter acompanhado a crise do imobiliário, que se agravou a partir de 2008, está neste momento a recuperar o seu papel de pilar essencial do turismo português, apresentando níveis de vendas crescentes, em parte em resultado dos regimes do Golden Visa e dos Residentes não Habituais, mas não só. Os próximos anos, passado que está o epicentro da crise financeira mundial e do estado de emergência em Portugal, serão certamente anos de grande potencial para o turismo residencial. O facto de o dinheiro voltar a fluir para a Europa, associado ao facto de o factor risco-pais ter deixado de afectar Portugal de forma tão evidente, são os ingredientes necessários para que o imobiliário turístico volte a florescer e Portugal volte a ser um dos destinos de eleição para os investidores privados internacionais. Os diversos prémios de “melhor destino” atribuídos ao turismo Português no ano passado, serão também certamente um factor importante. Aqui chegados, mostra-se aconselhável fazer uma reflexão sobre quem são os potenciais clientes do imobiliário turístico português nós próximos anos, quais são as suas principais preocupações e quais os aspectos que os promotores devem cuidar de forma mais particular. Só estudando estes aspectos de forma metódica e tecnicamente apetrechada poderá o pais evoluir positivamente e oferecer cada vez mais o que o mercado procura, perseguindo um ciclo virtuoso de crescimento responsável, que se pretende tão longo quanto possível. Está reflexão deverá ser necessariamente profunda e demorada e envolver todas as áreas

com relevância para o estudo do tema, da área da consultoria em turismo aos estudos de mercado na área turística, da área de projecto (planeamento, arquitectura e engenharia) aos aspectos jurídicos e administrativos da organização dos empreendimentos turísticos. Quanto aos aspectos jurídicos e administrativos da organização dos empreendimentos turísticos (que, apesar de serem a parte menos relevante nesta reflexão, não deixam de ter a sua importância), pode dizer-se desde já o seguinte: os potenciais clientes do imobiliário turístico português são cada vez mais sofisticados e exigentes, são investidores de pequena dimensão que em muitos casos se comportam como investidores instucionais, têm cada vez mais a intenção de efectivamente beneficiar da exploração turística dos activos que adquirem (e de garantir a rentabilidade inicialmente programada) e, talvez por isso (ou também por isso), são cada vez mais exigentes quanto à situação jurídica e administrativa dos activos a adquirir. E sendo na sua grande maioria investidores estrangeiros, normalmente apoiam-se em equipas jurídicas nacionais, por forma a obter a garantiria da regularidade dos activos que adquirem. A mensagem que daqui resulta para os promotores é a de que a regularidade jurídica e administrativa dos processos de licenciamento urbanístico e turístico dos empreendimentos deve ser à prova de bala, sem nenhum tipo de amadorismos ou de facilitismos, pois certamente a pior coisa que poderia acontecer a um promotor seria perder vendas potencialmente fechadas por motivos de ordem jurídica ou administrativa. Em resumo: clientes mais sofisticados impõe promotores mais exigentes. E essa exigência, além de passar pelos aspectos mais essenciais do empreendimento, como o facto de ser um produto adequado ao mercado e de se basear em boas soluções de projecto, passa também por cuidar de aspectos que à partida seriam


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menos relevantes para o sucesso comercial do empreendimento (mas que na prática podem limitar ou mesmo impedir vendas), como é o caso da regularidade jurídica e administrativa do empreendimento e de todos os elementos que o compõe. Tourism is, without a shadow of the doubt, one of the activities with the greatest export potential for the Portuguese economy. Recent years have confirmed the resilience of the tourism sector and its importance in helping to overcome the difficult period that Portugal has been going through. Residential tourism, despite being knocked back by the real estate crisis, which got worse from 2008, is now recovering its role as an essential pillar for Portuguese tourism, presenting levels of growing sales, partly as a result of the Golden Visa Residency by Investment Programme and Non-Habitual Residents Tax Regime, but not only. In the next few years, as we move away from the epicentre of the world financial crisis and Portugal’s state of emergency which led to its bailout in 2011, will certainly be years of great potential for residential tourism. The fact that money is once again flowing into Europe, associated to the fact that Portugal is no longer seen as such a risky country for investors, are all the necessary ingredients for tourist real estate to again flourish and for Portugal to again become one of the destinations of choice for international private investors. The wise variety of awards such as “Best Destination” given to Portuguese tourism last year will also be an important factor. Those investors arriving are advised to take a moment’s reflection on who will be the potential clients for Portuguese tourist real estate in the years to come, what are the main concerns and what aspects should developers pay careful attention to. Only by studying these aspects in a methodical and technically competent and well prepared way can the country evolve positively and offer the market what it is increasingly looking for, pursing a sensible, responsible and viable growth cycle that lasts for as long as possible. This reflection should necessarily be measured and leave no stone unturned, involving all relevant areas when studying the topic, involving tourism consultancy, tourism area market studies, project areas (planning, architecture and engineering) to the legal and administrative aspects of organising and running tourist developments. As to the legal and administrative aspects of organising tourist developments (which, despite

Clientes mais sofisticados impõe promotores mais exigentes. More sophisticated clients require more stringent developers.

being lesser relevant part of this reflection, is no less important), the following can be said straight off: the potential clients of Portuguese tourist real estate are increasingly more sophisticated and demanding, are small scale investors who in many cases behave like institutional investors, intend increasingly more to effectively benefit from making money out of the tourism assets they acquire (and want to guarantee the profitability that was initially factored into the investment), and, perhaps for this reason (or indeed for this very reason), are increasingly more demanding when it comes to the legal and administrative situation of the assets they are intending to buy. And since they are foreign investors for the most part, they are normally backed up by teams of national legal experts, to ensure that the assets they are buying are legally above board and with no nasty surprises. The message coming out loud and clear for developers is that legal and administrative good standing and transparency in urban planning permission rules and those for tourism developments should cut ice, without any type of amateurism or cutting corners, indeed certainly the worst thing that could happen to a developer would be to lose sales that were potentially in the bag over legal or administrative problems. To sum up: More sophisticated clients require more stringent developers. And this demand, apart from covering the more essential aspects of the development, such as being a product that meets market requirements and is based on firm project solutions, also covers the taking care of aspects that from the outset might seem less relevant for the commercial success of the development (but which in practice could limit or even prevent sales), a case in point being the need to have consistent, transparent and reliable administrative and legal regulations and all of the elements which make them up.


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Sercil Argamassas

Soluções técnicas e inovadoras Innovative and technical solutions


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A Secil Argamassas é a única empresa em Portugal e uma das poucas no mundo a fabricar Cal Hidráulica Natural (NHL). A directora Técnica da Secil Argamassas, Dina Frade, fala deste e de outros produtos onde a empresa soube inovar. Secil Argamassas is the only company in Portugal and one of the few in the world to make Natural Hydraulic Lime (NHL). Secil Argamassas Technical Director, Dina Frade, talks about this and other products in which the company has been a trailblazer.

Dina Frade Directora Técnica da Secil Secil Technical Director

No mercado nacional de Cal Hidráulica, apesar de se verificar “um conhecimento pouco profundo por parte dos utilizadores, promotores e projectistas”, tem tido uma “evolução interessante” na opinião da directora Técnica da Secil Argamassas. É preciso salientar que, a nível internacional, este material tem conhecido um crescente interesse de importantes mercados da Europa Central e do Norte, não só por o ligante especificamente, mas também por argamassas de elevado desempenho, adequadas ao processo de reabilitação e de eco-construção. A Secil Argamassas, como Dina Frade explica, “entendeu, por isso, que é do maior interesse estratégico aumentar a sua oferta em termos de produtos da fileira de NHL”. E não é para menos, é que a NHL é um ligante considerado por reconhecidos autores, como “o ligante ideal para a utilização na reabilitação de edifícios de estrutura monolítica construídos antes de 1950, ou seja, uma parte muito significativa dos que apresenta hoje elevadas necessidades de reabilitação”, esclarece. Outros produtos inovadores Entre os produtos inovadores da Secil não se pode deixar de focar também o Reboco Térmico Isodur e as argamassas com incorporação de cortiça Secil ecoCORK. O Reboco Térmico ISODUR a par das argamassas

com incorporação de granulado reciclado de cortiça expandida – gama Secil ecoCORK, “são dois exemplos práticos de como, por um lado, estamos a combinar matérias-primas inovadoras e não utilizadas industrialmente neste tipo de produtos, por outro conseguimos disponibilizar ao mercado soluções que aumentam significativamente o conforto dos edifícios, com recurso a materiais de elevada rentabilidade, durabilidade”. A incorporação nestes produtos de matérias-primas que de outro modo seriam considerados resíduo, como é o caso no ISODUR do poliestireno expandido reciclado e no caso dos vários produtos da Gama ecoCorK o granulado de cortiça expandida, até aqui utilizado como mero combustível em caldeiras, “trouxeram confiança e uma maior apetência para a mudança, dois pontos fundamentais quando pensamos em inovação a qualquer nível e em qualquer sector”. Na perspectiva de Dina Frade, a evolução das argamassas dentro do sector da construção em Portugal, “será positiva”. É que “o cliente final é cada vez mais exigente, está cada vez mais informado e vai exigir uma maior qualidade na sua própria construção, o mercado que ainda hoje é maioritariamente de argamassas preparadas em obra, sem qualquer tipo de controlo, será mais exigente e procurará soluções com maior desempenho, como é o caso das Argamassas Industriais”.


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In the national ‘slaked lime’ market, despite “a rather superficial knowledge from users, developers and project developers” in evidence, it has proved an “interesting evolution” in the opinion of the Secil Argamassas Technical Director. It needs to be pointed out that at an international level, this material has seen a growing interest in important markets in Central and Northern Europe, not just for the mortar in itself, but also for high performance mortars which are suitable for rehabilitation and eco-building processes. Secil Argamassas, as Dina Frade explains, “has realised that it is of major strategic interest to up its offer in terms of products in the NHL range. And it’s not for nothing that NHL is a mortar considered by recognised players in the business as “the ideal mortar for use in the rehabilitation of monolithic structures built before 1940, in other words, by a very significant slice of builders who today specialise in urban rehabilitation”, she says. Other innovative products Among Secil’s other innovative products is Reboco Térmico Isodor, a mortar with insulation properties - and mortars which contain cork Secil ecoCORK. Reboco Térmico ISODUR along with mortars that include recycled cork in granulated form which expands - Secil ecoCORK range, “are two prac-

tical examples of how, on the one hand, we’re combining innovative raw materials and which have not been used on an industral scale in this type of products, on the other hand we’ve succeeded in providing the market with solutions which significantly increase the comfort of buildings, using highly usable, cost effective and long-lasting materials, The incorporation of raw materials in these products which in any other circumstance would be considered waste, as is the case in ISODUR made with recycled expanded polystyrene and in the case of various products in the ecoCORK range with granulated expandable cork, which up until now was used as mere fuel for boilers, “have brought confidence and greater appetite for change, two fundamental points when we think about innovation at any level and in any sector. In Dina Frade’s perspective, the development of mortars within the construction sector in Portugal, “will prove positive”. “The end client is increasingly more demanding and better informed and will insist on better quality for their own building work, the market today is still dominated for the most part by mortars made up on site, without any type of control, but the market will be more demanding and seek solutions with higher performance, as is the case with Argamassas Industriais”. (Industrial Mortars)


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Fio-de-Prumo Sector da iluminação

Objectivo passa por aumentar exportação The Lighting sector

The alm is to up export turnover O director Executivo da Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação, Ricardo Sebastião, faz o balanço de um sector que enfrentou uma grave crise mas soube apostar na internacionalização. The CEO of the Portuguese Lighting Industries Association (Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação), Ricardo Sebastião, takes stock of a sector that went through a serious crisis but was able to successfully compete in the international marketplace.

A semelhança dos demais mercados da fileira, também o da iluminação tem vindo a sofrer, desde 2009, uma enorme contracção. Como resultado, muitas empresas a actuar no mercado interno não conseguiram sobreviver e fecharam portas. Contudo, como o director Executivo da AIPI revela, a generalidade do sector conseguiu fazer um “ajustamento, com maior ou menor turbulência, em que as empresas que já se tinham internacionalizado consolidaram esse processo, e as restantes empresas não tiveram alternativa senão iniciarem-no como condição da sua própria sobrevivência”. Os números espelham esta realidade: a quota exportadora do sector era residual no final dos anos 90 e actualmente ronda quase os 70% da facturação total sendo que nos últimos dois anos as exportações aumentaram 20%. O próprio mercado nacional começa este ano a dar sinais de alguma tímida recuperação, contudo a aposta terá que continuar a ser no mercado externo. Entre as dificuldades que as empresas do sector enfrentam está a “obtenção de matéria-prima e componentes devido ao fecho de portas de muitos fornecedores em consequência da recente crise, bem como as restrições à concessão de crédito pelos bancos”. Mas o principal handicap do sector “é mesmo a falta de escala das empresas que em muito dificulta o processo de internacionalização. A maioria das empresas do sector são micro e pequenas empresas, muitas delas com cinco a sete funcionários incluindo o próprio empresário, que fazem um pouco de tudo e tende por isso a faltar know-how específico em áreas cruciais como marketing e vendas”, avança Ricardo Sebastião.

AIPI promove empresas portuguesas A AIPI desenvolve um conjunto anual de acções de internacionalização, desde a participação colectiva nas maiores feiras europeias do sector à realização de missões de prospecção em novos mercados extra UE, entre outros. Ricardo Sebastião esclarece que “a participação em feiras continua a ser a principal forma de obtenção de novos clientes para as empresas do sector daí que a respectiva participação nas mesmas se revista de fulcral importância, apesar de representarem no curto prazo um importante constrangimento em termos de tesouraria”. Em jeito de balanço do actual projecto de internacionalização, a AIPI diz estar a ser “positivo”, o qual resulta essencialmente do “feedback que nos vai chegando através das empresas”. Recorde-se que este projecto encontra-se a decorrer desde o dia 1 de Janeiro deste ano e vai prolongar-se até ao dia 30 de Junho de 2015 e inclui a participação em nove feiras internacionais, a realização de uma missão comercial a Luanda, em Angola, e ainda a organização de um evento da AIPI em parceria com a Exposalão Batalha que pretende trazer a Portugal um conjunto de importadores estrangeiros que virão visitar os fabricantes portugueses e assim potenciar a realização de novos negócios. “O objectivo final passa sempre por aumentar os volumes de exportação do sector”, conclui. Just like so many other markets of its kind, the lighting sector too has suffered from a huge downturn since 2009. As a result, many companies in the local market couldn’t survive and closed their doors. However, as the CEO of AIPI reveals, most of the


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sector managed to “adjust with varying degrees of difficulty, with those companies that already had been trading overseas consolidating their positions, while the other companies had no other alternative but to go global for the sake of their own survival. The numbers mirror this reality: the exporting share in the sector has been minimal until the end of the 90s, but now it accounts for almost 70% of turnover with exports having increased by 20% over the past two years. The national market itself has, this year, begun to show timid signs of recovery, however the focus will have to continue being in the overseas markets. From amongst the difficulties that companies in the sector are facing one is “getting the raw materials and components owing to the fact that so many suppliers have closed down due to the recent crisis, as well as the restrictions on getting credit from banks. But the sector’s main handicap is “the real lack of scale of these companies which makes it difficult for them to go global. The majority of companies in the sector are micro and small companies, many of them with five to seven staff, including the owner, who all work as jacks of all trades in the business meaning that they lack specific know-how in key areas like marketing and sales”, says Ricardo Sebastião.

AIPI promotes Portuguese companies AIPI organises a series of internationalisation campaigns annually, from the collective involvement in the largest European trade fairs in the sector to undertaking road shows in new markets outside the EU among others. Ricardo Sebastião explains that “taking part in fairs continues to be the main way of picking up new clients for companies in the sector so that taking part in them is of vital importance, even though they represent a considerable financial outlay in the short term. Referring to how the current internationalisation project has done on balance, AIPI says that it has been “positive”, which has essentially come from the “feedback that we’ve been getting from the companies”. It will be recalled that the project has been up and running since January 1st and will continue until June 30th, 2015 and includes participation in nine international fairs, a trade mission in Luanda, Angola, and also the organisation of an AIPI event in partnership with Exposalão Batalha which aims to being a range of foreign importers to Portugal who will visit Portuguese manufacturers and thereby drum up new business. “The end game is to continually up the sector’s export turnover” he concludes.


32 Azimute 05 MAI/JUN 2014

Segmento residencial

Ar condicionado com potencial de crescimento Residential sector

Air conditioning has growth potential


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Com as temperaturas a subir fomos saber como está o sector do ar condicionado em Portugal, quais os aparelhos mais eficientes no mercado nacional e quais as preferências dos portugueses. With temperatures rising, we went to find out how the air conditioning sector in Portugal is doing, which are the most efficient units in the national market and which ones the Portuguese prefer.

Em Portugal, os sistemas de climatização representem cerca de 17% do consumo energético global de uma habitação. Neste consumo, os aparelhos de ar condicionado são, cada vez mais, procurados ao nível dos edifícios residenciais. Para o presidente da Comissão de Distribuição da Associação Portuguesa da Indústria da Refrigeração e Ar Condicionado (APIRAC), José Adriano, “o segmento doméstico tem potencial de crescimento, no entanto, devido à crise que se atravessa, assiste-se apenas pontualmente a crescimentos do mercado doméstico nas vagas de calor, em que a procura tem-se revelado superior à oferta, pois dificilmente nos tempos correntes se consegue fazer grandes stokagens e, por outro lado, adivinhar é proibido”. O interlocutor avança que “este tipo de equipamento está também a ocupar uma fatia importante no mercado do aquecimento, pois assiste-se à substituição dos sistemas de aquecimento tradicionais antigos (caldeira/radiadores) pelos aparelhos de ar condicionado”. Outra realidade para a qual chama a atenção, é que “o cliente final já vê o aparelho de ar condicionado também como uma solução interessante para o período de Inverno”, ou seja, “para o clima do nosso País, estes equipamentos respondem com eficiências muito interessantes e do ponto de vista do investimento não deixa de ser uma solução de climatização para o ano inteiro”. Aparelhos mais eficientes Os aparelhos mais procurados pelos portugueses são os mono splits e os multisplits, mas as bombas de calor que permitem climatizar o ambiente e fazer as águas quentes sanitárias começam também a despertar interesse no mercado nacional. O aumento do consumo por este tipo de aparelhos traz consigo o debate da eficiência energética. Para José Adriano esta questão é, cada vez mais, “um factor de escolha da solução até porque os portugueses têm vindo a habituar-se a estas evoluções tecnológicas em todos os equipamentos eléctricos e electrónicos”. Paralelo a esta realidade, faz a ressalva para a questão da etiquetagem energética (obrigatória nos aparelhos) que “ajuda também nos esclarecimentos mais básicos para uma melhor escolha e comparação de aparelhos”. Por outro lado, refere que “toda a legislação e certificações europeias vêm ajudar a uniformizar os parâmetros de produção dos aparelhos tornando mais fácil para o utilizador as escolhas a que está submetido aquando a aquisição dos mesmos”. Ainda assim, no ano passado, a Quercus em parceria com a Adene lançou, no âmbito do projec-

to Topten.pt, a categoria de produtos que dá a conhecer os aparelhos de ar condicionado com maior eficiência energética do mercado nacional. Nesta categoria, são apresentados os melhores modelos dentro das tipologias de mural e de chão, totalizando 51 equipamentos de aquecimento e arrefecimento com a classe de eficiência energética mínima de A+, o critério base considerado. A Mitsubishi Electric e a Daikin são as marcas mais representadas, com 16 e 12 modelos respectivamente, e as mais sustentáveis, embora na selecção efectuada estejam ainda distinguidas a LG, a Panasonic, a Samsung e a Electrolux. Adquirir um aparelho de ar condicionado eficiente a nível energético não tem só impactes no meio ambiente, tem também impacto na factura que as famílias pagam no final do mês. Por isso, na hora de comprar um equipamento deve pensar-se duas vezes… Air conditioning systems represent around 17% of the total energy consumption in housing. In this consumption, air conditioning units are increasingly more sought after in terms of residential buildings. In the opinion of José Adriano, the President of the Distribution Commission for the Portuguese Air Conditioning and Refrigeration Association (APIRAC) Distribution Commission, José Adriano, “the home segment has the potential to grow, however, because of the crisis, the domestic market only grows in fits and starts during heat waves, when demand outstrips supply, and it is difficult at the present time to buy in a lot of stock on the one hand and guess what the demand will be long-term, on the other. “This type of equipment is also taking up an important slice of the heating market, since we’re seeing the replacement of old-fashioned traditional heating systems (boilers and radiators) with air conditioning systems”. Another reality he draws attention to is that the “end customer also sees the air conditioning unit as an interesting solution for the winter period”, in other words “for our country’s climate this equipment admirably meets requirements and from the investment point of view can be used as a all-year-round air conditioning solution”. More efficient units The units which are most sought after by the Portuguese are mono and multisplits, but heat pumps that can alter the temperature and humidity if the environment and provide hot water in the wash rooms have also begun to arouse interest in the national market.


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The increase in orders for this type of unit has provoked a debate about energy efficiency. According to José Adriano this question is increasingly “a factor in choosing the type of solution since the Portuguese have got used to changes in technology in all types of electrical and electronic equipment”. Running alongside this reality is the issue surrounding energy efficiency labels (mandatory for all units) which also “help us to make a better choice and comparison when it comes to buying these units”. On the other hand, he states that “all the legislation and European certificates have helped to make the production parameters of such equipment uniform, making it easier for the user to make choices when buying them”. Furthermore, last year, Quercus, a non-governmental environmental agency, in partnership with ADENE - a Portuguese energy agency - has launched, through the project Topten.pt, the cat-

egory of products that informs the public about the available air conditioning products which are most energy efficient on the national market. In this category the best models to be fitted on walls and floors are presented, a total of 51 heating and cooling units with a minimum energy efficiency of A+, the base criteria considered. Mitsubishi Electric and Daikin are the brands most represented, with 16 and 12 models respectively, and the most sustainable, although in the selection made other makes also stand out such as LG, Panasonic, Samsung and Electrolux. Purchasing an energy efficient air conditioning unit should not only have a lesser impact on the environment but also on the pockets of the families that have to pay the electricity bill at the end of the month. Which is why, when it comes to buying a unit, think twice...

Os sistemas de climatização representem cerca de 17% do consumo energético global de uma habitação. Air conditioning systems represent around 17% of the total energy consumption in housing.“



36 Atelier 05 MAI/JUN 2014

Mรกrio Sua Kay

O arquitecto do pragmatismo The architect of pragmatismo


37 05 MAI/JUN 2014

Aeroporto de Lisboa, manhã de 11 de Março de 2014. Porta de embarque do voo para Nice. Olhamos em volta para ver se encontramos alguém conhecido. Ninguém ou quase ninguém, até que alguém se dirige a nós. É o Mário Sua Kay que observa: “Até há quatro anos este avião estava cheio de gente do imobiliário, a caminho do MIPIM…” Eram outros tempos. Lisbon Airport, the morning of March 11th, 2014. The boarding gate for the Nice flight. We look around to see if we can spot someone we know. No one or virtually no one, until that is someone approaches us. And it’s Mário Sua Kay who makes the observation: “Up to four years ago this flight was packed with property people on the way to MIPIM…” Those were other times.

TextoText: Joaquim Pereira de Almeida

O arquitecto estava, como sempre, simpático e positivo. A aeronave descola e recuamos até 1952, ano em que Mário nasceu, em Lourenço Marques, fruto do amor de um chinês de Macau e de uma alemã judia, fugida ao nazismo. O avô, oriundo de Xangai, tinha sido cozinheiro num navio até que desembarcou na capital de Moçambique e decidiu ficar ali para sempre. Como muitos outros membros da comunidade chinesa, o pai era comerciante e empresário. Conheceu a mulher a jogar ténis. Vivia-se bem. O pequeno Sua Kay estuda na escola chinesa mas faz a Primária na “Rebelo da Silva”. Em casa, falam-se várias línguas e isso, desde logo, lhe abre novos horizontes. Só estuda em Moçambique até ao 2º ano do liceu porque os pais decidem matriculá-lo no primeiro colégio inglês multi-racial e anti-apartheid da África colonial nas montanhas do bonito reino da Suazilândia, na fronteira com Moçambique, onde faz o secundário, os “O” e “A” levels de Cambridge. Logo a seguir, voa para a Alemanha, onde está seis meses, porque a mãe queria que ele aprendesse Alemão. É sol de pouca dura porque a Faculdade o espera em Londres. Mário Sua Kay já sabia bem o caminho profissional que queria. Tinha sido fortemente influenciado pelo trabalho de Pancho Guedes, o famosíssimo arquitecto de Lourenço Marques e amigo de família. Aplica-se a fundo na Westminster University onde se diploma ao fim de seis anos. Em 1976, já está a trabalhar em Londres. Entretanto, no avião, faz uma pausa para beber um sumo que a hospedeira oferece e nós aproveitamos para mudar de tema. “Como soube do 25 de Abril?” Ao que respondeu: “No Metro londrino, no Evening Standard que sempre comprava a caminho de casa. Os pais, entretanto, tinham vindo para Portugal e ele, ao contrário do que se possa julgar, aproveitou bem a juventude. Olha as nuvens quando nos confessa que deu a volta à Europa, à boleia, na companhia de uma amiga. “Hoje isso era impossível” – assegura. Vem definitivamente para Portugal em 1981 onde trabalha para um gabinete inglês que tinha feito, para a Lusotur, o masterplan de Vilamoura. Como confessa, começou “no primeiro degrau” mas, em 1984 já tinha atelier próprio, na Marquês da Fronteira”, num prédio de amigos, no último andar e sem elevador”. Faz interiores de escritórios, uma moradia em Colares, a sede da Deloitte na Silva Carvalho. Rapidamente começa a ganhar escala e aos poucos é-lhe reconhecido um enorme profissionalismo e um espírito inovador. Está sempre interessado em introduzir novos materiais, orgulha-se particularmente do edifício sede do Banif onde

aplica a primeira fachada dupla em Portugal e, quando dá por ele, tem uma obra feita como poucos. Só shoppings são nove. Gosta de dizer que é muito pragmático na sua arquitectura e procura sempre “ir ao encontro do interesse do cliente”. No meio de tudo isto, ainda teve tempo para dar aulas no Técnico, em Lisboa, durante seis anos, e por essa razão vê com preocupação o futuro dos jovens licenciados. Não propriamente o dos seus filhos, mas mesmo esses optaram por ir para o estrangeiro. A filha está a fazer um mestrado de pintura em Nova Iorque e o filho trabalha em Londres. Sobre a realidade político-económica portuguesa, Mário Sua Kay é claro: “Foi necessário pôr fim à fantasia, é necessário uma enorme disciplina”. O Fokker toca a pista de Nice e o arquitecto, a caminho de novos projectos e novas oportunidades, recorda, ainda, a importância que tem para ele, neste momento, uma encomenda assegurada na Argélia e que lhe dá algum conforto. É preciso não perder o avião. As always the architect was pleasant and positive. The aircraft pulls back and we go back to 1952, the year when Mário was born in Lourenço Marques, fruit of the love between a Chinese from Macau and a German Jewess fleeing Nazi Germany. His grandfather, from Shanghai, had been a shipboard cook until disembarking in the capital of Mozambique where he decided to stay for good. Like other members of the Chinese community, his father was a trader and businessman. He met his wife playing tennis. They enjoyed the good life. Young Sua Kay studied at the Chinese school but attended a Grammar school in “Rebello da Silva.” Various languages were spoken at home and this immediately opened up new horizons. He only studied in Mozambique until his 2nd year at the lyceum (secondary school) because his parents decided to enrol him at the first multi-racial antiapartheid college in colonial Africa in the beautiful mountains of the Kingdom of Swaziland on the border of Mozambique where he completed his secondary and Cambridge ‘O’ and ‘A’ levels. Straight after, he flew to Germany where he spent six months because his mother wanted him to learn German. The time there was short and sweet because University awaited him in London. Mário Sua Kay already knew full well what profession he wanted to follow. He had been strongly influenced by the work of Pancho Guedes, the very famous Lourenço Marques architect and a friend of the family. He got a grant for Westminster University where he graduated after six years. In 1976 he was already working in London.


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Meanwhile, on board the plane, he takes a pause to drink a fruit juice which the air hostess offers us and we change the conversation. “How did you learn of the April 25th Revolution in Portugal?” To which he replied: In the London Underground reading the London Evening Standard which I always used to buy on my way home. His parents, meanwhile, had come to Portugal and he, contrary to what one might imagine, enjoyed his youth to the full. He stares out at the clouds when confessing to us that he travelled around Europe, hitch-hiking, in the company of a girlfriend. “You wouldn’t do that today” - he states. He came to Portugal for good in 1981 where he worked for an English architects office which had designed the masterplan for Vilamoura for Lusotur. As he admits, I started “right on the first rung of the ladder” but, in 1984 I already had my own atelier, in Marquês da Fronteira”, in a friends’ building, on the top floor and there was no lift”. I designed office interiors, a house in Colares, the headquarters of Deloitte in Silva Carvalho. He rapidly began to grow and in a short space of time became recognised for enormous profes-

sionalism and an innovative spirit. He’s always interested in introducing new materials, he’s particularly proud of the Banif headquarters building where he put in the first double façade in Portugal and, when he does a project there’s nothing else quite like it. He’s done nine shopping centres alone. He likes to say that he’s very pragmatic in his architecture and seeks always to “satisfy what the client wants”. In the midst of all this, he still managed to find time to teach at the Técnico in Lisbon for six years which is why he’s concerned about the future of young graduates. Not exactly the future of his children, since these opted to go abroad. His daughter is doing a masters in painting in New York and his son works in London. As to Portugal’s political and economic situation, Mário Sua Kay is clear: “We needed to put an end to fantasies, an enormous discipline was necessary.” The Fokker touches down in Nice and the architect, on the way to new projects and new opportunities, also recalls the importance for him at the moment of an order in Algeria which gives him a certain satisfaction. And he mustn’t miss the plane.

Mário Sua Kay citando Oscar Wilde: “Estamos todos na sargeta mas uns olham as estrelas...” Quoting Oscar Wilde he says: “We are all in the gutter but some of us are looking at the stars...”


Uma empresa internacional de Gestão de Projectos de Construção

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A Mace é uma consultora internacional de gestão de projectos e gestão da construção, que presta serviços durante todo o ciclo de vida dos projectos, sejam eles edifícios ou infra-estruturas.

Angola Rua Kwamme N’Krumah, nº33/35 Luanda, Angola t +244 931 538 194 e rodrigo.januario@macegroup.com

A nossa cultura empresarial de permanente aprendizagem e grande exigência faz com que os nossos especialistas de “programme” e “project management”, gestão da construção e consultoria de custos, tenham como objectivo principal encontrar as melhores soluções para os desafios que se lhes colocam.

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Presente em mais de 70 países e em todos os continentes, a Mace trabalha em conjunto com os seus clientes, quer local quer internacionalmente, na execução de grandes projectos públicos e privados, imobiliários e de infra-estruturas, que vão moldando as cidades e o mundo.

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Winner


Mercado Aguirre Newman

Alojamento local, uma nova tendência? Local guest houses, a new trend?

Paula Sequeira Responsável Estudos de Mercado Architect

Apesar de conotados com o turismo low cost, os hostels portugueses caracterizam-se pela qualidade da construção, conforto do alojamento e originalidade da decoração Despite the connotations associated with low cost tourism, Portuguese hostels are characterised by the quality of their construction, the comfort of their accommodation and the originality of their decoration.”

Nos últimos anos tem-se vindo a assistir nas principais cidades portuguesas, com particular incidência nas zonas históricas das cidades de Lisboa e Porto, à abertura de unidades de alojamento local (e.g. hostels, guest-houses, apartments, town-houses e bed&breakfasts). O surgimento deste tipo de unidades tem sido responsável pela recuperação de muitos imóveis e pela revitalização das zonas envolventes. Esta realidade surge associada ao turismo low cost, impulsionado pelo crescimento exponencial dos voos operados por companhias desse segmento. O turista low cost e principal cliente das unidades de alojamento local é europeu, tem entre 25 e 44 anos e não gasta mais de 100€/dia. Dentro da categoria do alojamento local, o hostel é sem dúvida o mais procurado, oferecendo a qualidade de um hotel mas com um espírito simples e preços mais económicos. Trata-se de um tipo de alojamento turístico que se distingue por disponibilizar dormitórios partilhados a preços mais baixos, em paralelo com quartos privados, duplos ou triplos com WC. Apesar de conotados com o turismo low cost, os hostels portugueses caracterizam-se pela qualidade da construção, conforto do alojamento e originalidade da decoração, a qual assenta normalmente num tema relacionado com a história do próprio edifício ou da zona onde o mesmo se insere. Facto que se tem reflectido no número de prémios internacionais que os nossos hostels têm angariado (11 entre os melhores do mundo). Pode-se assim dizer que o alojamento local traduz uma nova tendência, ainda que para um perfil específico de turistas. Por outro lado, a hotelaria tem sido afectada pela degradação dos preços e baixas taxas de ocupação, para as quais tem contribuído em parte o surgimento acentuado das unidades de alojamento local. Assim sendo, é minha convicção que a resposta da hotelaria ao fenómeno do Local Hosting, em muito contribuirá para o futuro (ou não) desta nova realidade.

In recent years there has been a growing trend in the main Portuguese cities, particularly happening in the historic areas of Lisbon and Porto, for local accommodation for tourists (e.g. hostels, guest-houses, apartments, town-houses and bed&breakfasts). The appearance of this kind of accommodation has been responsible for the refurbishment of many properties and the revitalisation of the areas involved. This reality is associated to low cost tourism, boosted by the exponential growth of low cost flights operated by companies in this segment. The low cost tourist is the main customer of local and European guest house and hostel accommodation, aged between 25 and 44 and doesn’t spend more than €100/day. Within this category of local accommodation, the hostel is, without a doubt, the most sought after, offering the quality of a hotel but with a simple spirit and at more economical prices. This is a type of tourist accommodation which stands out for providing shared rooms at lower prices in parallel with private rooms, double or triple with bathroom. Despite the connotations associated with low cost tourism, Portuguese hostels are characterised by the quality of their construction, the comfort of their accommodation and the originality of their decoration, which is normally based on a relationship with the history of the actual building or the area in which it is. A fact that is reflected in the number of international awards that our hostels have won (11 from amongst the best in the world). It can therefore be said that local accommodation has brought a new trend, although for a specific profile of tourists. On the other hand, the hotel sector has been affected by falling prices and low occupation rates, which in part is as a consequence of the sharp rise in these hostels and bed and breakfast guest houses. This being the case, it is my belief that the hotel sector’s reaction to Local Hosting will contribute significantly to the future (or not) to this new reality.


41 05 MAI/JUN 2014

Cushman & Wakefield

Parabéns Portugal!

Congratulations Portugal!

Marta Esteves Costa Associate e Directora de Research & Consultoria Partner and Director of Research and Consultancy

“Ao longo dos últimos três anos a população portuguesa deu um exemplo inigualável de resiliência e capacidade de adaptação a uma situação muito difícil. Throughout the last three years the Portuguese population set an unbeatable example of resilience and capacity to adapt to a very difficult situation.

17 de Maio de 2014 foi um dia histórico para Portugal. O nosso Primeiro-Ministro diz que este deve ser um dia de tributo a todos os portugueses, por que sem eles não teria sido possível o percurso nestes últimos três anos. Hoje sinto-me mais orgulhosa por ter nascido em Portugal, por aqui ter crescido e ainda por aqui continuar. São muitas as vozes que criticam o optimismo que hoje se vive e que questionam a alegada recuperação da economia. É certo que se trata de apenas um começo e que os riscos de reversão são ainda elevados, mas não é assim que o crescimento começa? Poucos questionarão o enorme desafio que a saída da crise representa para Portugal, os níveis de desemprego são preocupantes, a confiança dos agentes económicos é ainda reduzida e os dados de crescimento das economias europeias no primeiro trimestre do ano trouxeram novas dúvidas. Mas não é certo que Portugal está hoje num melhor caminho que há três anos? Que o enorme esforço que foi feito por todos os portugueses deve ser reconhecido e exaltado? Ao longo dos últimos três anos a população portuguesa deu um exemplo inigualável de resiliência e capacidade de adaptação a uma situação muito difícil. Os trabalhadores, empresários e população em geral souberam responder ao enorme desafio que a situação do País impunha. A resposta pacífica, civilizada e trabalhadora dos portugueses, que muitos apelidam de cobarde e conformada, foi na minha opinião uma resposta inteligente de um povo que demonstrou mais uma vez, como muitas outras ao longo da nossa História, ser um povo pacífico mas lutador e sem medos de enfrentar o desconhecido. Parabéns aos nossos trabalhadores, não trabalhadores, empresários, jovens e menos jovens. Parabéns Portugal.

May 17th, 2014 was a historic day for Portugal. Our Prime Minister, Pedro Passos Coelho says that this should be a day of tribute to all Portuguese, because without them the road over these last three years wouldn’t have been possible. Today I feel prouder to have been born in Portugal, to have grown up here and to continue living here. There are many voices criticizing the optimism that we’re feeling today and who question the alleged economic recovery. And it is certain that this is just a beginning and that the risks of relapse are still high, but isn’t that how growth starts? Few will question the huge challenge which leaving the crisis represents for Portugal, the unemployment levels are worrying, the confidence of economic movers and shakers is still down and the growth statistics for Europe’s economies in the first quarter of the year threw up fresh doubts. But surely it’s certain that Portugal today is on a better path than it was three years ago? And shouldn’t the huge effort that was made by all the Portuguese be recognised and advertised? Throughout the last three years the Portuguese population set an unbeatable example of resilience and capacity to adapt to a very difficult situation. Employees, business leaders and the population in general knew how to rise to the huge challenge that Portugal’s situation threw down. In the way that the Portuguese rose to that challenge peacefully, in a civilised and hard working manner, which many called cowardliness and kowtowing, they have once again shown, like they did so many times throughout our history, that they are a peaceful nation of fighters who are not afraid to face the unknown. Congratulations to our employees, unemployed, entrepreneurs, young people and elderly. Congratulations Portugal.


Mercado JLL

O Retail está de volta Retail is back

Patrícia Araújo Head of Retail da JLL Architect

O consumo começa a despontar, os espaços estão aí, o Retail está de volta, o optimismo justifica-se. Consumer spending has started to take off, the spaces are there, Retail is back, and the optimism is well founded.”

Todos os passos em frente têm na sua base uma ideia, um assombro de criatividade que traz consigo uma série de mudanças a jusante. Até agora, a zona de S. Paulo, apesar do seu elevado potencial, tem estado decrépita, os prédios degradados, o comércio tradicional incipiente e a definhar. De repente, alguém teve uma ideia peregrina: reabilitar com poucos recursos um bar nocturno que, sem renegar o seu passado, pode ser frequentado por gente de todas as idades, a todas as horas da noite - a conhecida Pensão do Amor. É um local arrojado, atrevido, divertido, surpreendente, que inclui também uma livraria e um tarot. Uma das saídas dá para uma rua cujo chão foi pintado de cor-de-rosa e onde aos poucos apareceram novos espaços comerciais, que trouxeram mais gente, e a zona tem vindo a dotar-se de novos conceitos, muito pautados pela criatividade, os prédios começaram a ser reabilitados, e nesta altura o turnaround que teve por base a Pensão do Amor já vai bem longe da Rua Cor-de-Rosa. Basta passar por lá para ver o corrupio de gente, turistas e locais, que percorre aquelas ruas, consome os mais variados produtos nas muitas lojas, novas e antigas, que prosperam, faz a sua vida e se diverte numa zona até há pouco tempo não muito longe de estar abandonada. E mais, com a abertura do renovado Mercado da Ribeira, a nova sede da EDP, que albergará muitas pessoas e está em fase adiantada de construção, Lisboa apresentará mais uma zona com vida, reabilitada e com gente, que será com certeza um orgulho para a cidade. Uma zona segmentada para o seu público com os seus produtos, conceitos e experiências, numa cidade cada vez mais economicamente relevante, cosmopolita e internacional. Esta revitalização de locais até agora praticamente abandonados, entre vários outros factores que não cabem neste breve artigo, permite-nos dizer que o consumo começa a despontar, os espaços estão aí, o Retail está de volta, o optimismo justifica-se.

All steps forward have as their basis an idea, a shadow of creativity that brings with it a series of adjustments up and down. Up to now, Lisbon’s São Paulo area, despite its high potential, had been down at heel, the buildings run down, the traditional trade lacklustre and languishing. Suddenly, someone had a bright idea: do up a night bar with little resources, which, without disowning its past, can be frequented by people of all ages, at all hours of the night - the famous Pensão do Amor (Pension of Love). It is a risqué, sassy, fun and surprising place, which includes a bookshop and tarot card readings. One of the exits leads to a street whose ground was painted pink and where bit by bit new commercial spaces sprung up, which attracted more people, and the area has been blessed with new concepts, with a sharp bent towards creativity, the buildings started to be done up, and at that time the turnaround which was based around the Pensão do Amor now extends way beyond Rua Cor-de-Rosa (Pink Street). It’s enough to stroll along there to see the variety of people, tourists and locals wandering through those streets, enjoying a wide range of products in the many shops, new and old, which are thriving, making a living and having fun in an area which until relatively recently was almost abandoned. Furthermore, with the opening of the revamped market Mercado da Ribeiro, the new EDP headquarters, which will accommodate many people and is in an advanced phase of construction, Lisbon will present yet another area full of life, regenerated, with people, and which certainly the city will be proud of. An area segmented for its public and products, concepts and experiences, in a city increasingly more economically relevant, cosmopolitan and international. This revitalisation of places until recently practically abandoned, amongst various other factors that there isn’t room to discuss in this brief article, allows us to say that consumer spending has started to take off, the spaces are there, Retail is back, and the optimism is well founded.


43 05 MAI/JUN 2014

Prime Yeld Portugal

Sai a Troika, fica um novo mercado Troika goes, new market remains

José Manuel Velez Director Executivo/MRICS CEO/MRICS

Quem resistiu vai sair mais forte e mais preparado, o que vai contribuir para um mercado muito mais profissionalizado e maduro. Those which have survived will be stronger and better prepared, which will contribute towards a market that is more professional and mature.”

A dias (contando a data em que escrevo estas linhas) do fim oficial do programa de resgate financeiro a que Portugal esteve sujeito durante três anos, é uma altura propícia para fazer uma reflexão sobre o que mudou no mercado imobiliário. E não falo apenas de números – neste campo, todos sabemos que, tal como aconteceu com a maior parte dos outros sectores económicos, o destaque é pela negativa, com resultados a alcançarem mínimos históricos quer no investimento imobiliário, quer na venda de casas e na ocupação de escritórios, ou também nos centros comerciais, que estiveram entre os mais diretamente afectados pelas quebras dramáticas no consumo e no poder de compra dos portugueses. Acima de tudo, importa reflectir sobre o novo paradigma que se tem vindo a consolidar no mercado imobiliário e que já há muito vinha sendo indicado com o caminho a seguir. Com os fluxos de financiamento limitados quer para quem compra quer para quem constrói e promove, o arrendamento - obviamente que impulsionado por uma lei que veio, entre outras vantagens, quebrar o congelamento de rendas – voltou a ser uma alternativa e solução para muitos portugueses na hora de escolher casa, depois de décadas em que apenas a compra de casa se perfilava. A oferta tem crescido e voltou hoje a haver o direccionamento dos pequenos aforradores para a compra de imóveis devido a um mercado de arrendamento consistente. Por outro lado, a reabilitação urbana substituiu o paradigma da construção nova, o que traz vantagens acrescidas para um setor que se encontrava praticamente estagnado, mas também, e principalmente, para as cidades, onde o edificado existente está tão necessitado de obras e onde é preciso, com urgência, fazer regressar. Por último, a mudança de atitude: é verdade que estes anos - de quase travessia no deserto para muitos – eliminaram muitas empresas, mas quem resistiu vai sair mais forte e mais preparado, o que vai contribuir para um mercado muito mais profissionalizado e maduro.

Within days (counting from the date I’m writing these lines) the financial bailout programme which Portugal was subject to for three years, will have come to an end, and it’s a propitious time to take stock of what’s changed in the real estate market. And I’m not referring just to numbers - in this field, as everyone knows, and as has happened with just about every other sector of the economy, the focus has been on the negative side, with results that achieved record lows whether in real estate investment, house sales, office take-up, shopping centre turnover, the last being among the areas most directly affected by the dramatic falls in consumption and the purchasing power of the Portuguese. Above all, it is important to reflect on the new paradigm which has consolidated in the real estate market and for some time has been viewed as the way to go for the real estate market. With limited flows of finance for buyers, builders and developers, the rental market - obviously spurred on by the new law that has come into force and brought advantages, namely melting frozen rents - has again become an alternative and solution for many Portuguese when it comes to choosing a house, after decades when the only model on the market was buying a house. Supply has grown and has today returned to once again be directed towards the small savers to buy properties due to a rental market that is more consistent. On the other hand, urban rehabilitation has replaced the paradigm of new construction, which has brought added advantages to a sector that was practically stagnant, but also, and mainly, for the cities, where the existing building stock is so badly in need of restoration works and where attentions need to be turned urgently. Last, the change in attitude: it’s true that these past years, which for many was like crossing a desert - have weeded out many firms, but those which have survived will be stronger and better prepared, which will contribute towards a market that is more professional and mature.


Mercado Neoturis

De volta à acção Let’s get back down to business

Eduardo Abreu Partner Partner

“Não há duvida que o efeito moda (que facilmente em Portugal se confunde com euforia) recolocou no radar Portugal enquanto destino de investimento. There is no room for doubt current mood (which in Portugal can easily be confused with euphoria) once again reflects that Portugal is on the radar as an investment destination.”

A partir de Agosto de 2013 é visível e crescente o interesse de investidores internacionais no sector imobiliário nacional. Porque acreditam que a fase mais baixa do ciclo já passou (ou está a passar) e porque as notícias de Portugal enquanto destino turístico qualificado e com potencial de crescimento têm sido abundantes nos últimos meses. Não querendo evoluir no tema do momento do ciclo que atravessamos (embora arrisque que os momentos mais difíceis, principalmente para activos bem localizados e dimensionados, terão já sido ultrapassados) não há duvida que o efeito moda (que facilmente em Portugal se confunde com euforia) recolocou no radar Portugal enquanto destino de investimento. Alguns exemplos. Lisboa: 2013 Europe’s Leading City Break Destination, regresso ao Top Ten dos principais destinos de Congressos do Mundo, simultaneidade do Queen Elisabeth II, Queen Victoria e Queen Mary II ou Rock in Rio e a final da Champions League no mesmo fim-de-semana. Porto: International Best of Wine Tourism 2013, European Best Destination 2014, inauguração do World of Discoveries, Douro Azul distinguida no World Travel Market com um Global Award. Algarve: Europe’s leading Beach destination do World Travel Awards. Estas distinções, associadas à promoção dos novos instrumentos fiscais e legais para aquisição de imobiliário em Portugal, já com resultados demonstráveis, permitem contar uma história que não foi possível no período 2009 - 2012. É assim o momento para promover, de forma profissional, em conjunto com a administração pública e com projecções de negócio devidamente sustentadas as oportunidades de investimento existentes. Outros destinos estarão na moda daqui a 12 meses… From August 2013 the growing interest of international investors in the national real estate sector has been apparent. Because they believe

lowest point in the downturn has already passed (or is passing) and because the news from Portugal as a top tourist destination with the potential for growth has been abundant in recent months. Without wanting to go too much into the cycle that we’ve been going through (although I’ll put my head on the line by saying that the most difficult moments, mainly for sizeable and well located assets, may have now passed), there is no room for doubt current mood (which in Portugal can easily be confused with euphoria) once again reflects that Portugal is on the radar as an investment destination. Some examples - Lisbon: 2013 voted Europe’s Leading City Break Destination, returning to the Top 10 main destinations in the world for International Congresses, on the cruise ship itinerary of the three Cunard Queens - Queen Elizabeth II, Queen Victoria and Queen Mary II at the same time, the venue for Rock in Rio and the final of the Champions League in the same weekend. Porto: International Best of Wine Tourism 2013, European Best Destination 2014, inauguration of World of Discoveries, Douro Azul distinguished in the World Travel Market with a Global Award. Algarve: Europe’s leading Beach destination at the World Travel Awards. These distinctions, together with the promotion of new taxation breaks and legal reforms for buying real estate in Portugal, already showing proven results, allows us to tell a story that would have been impossible in the period 2009-2012. And now is the time to promote, professionally, together with Government bodies and sustainable business forecasts, the opportunities for investment that exist. Other destinations will be in fashion in 12 months time...


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Do Mundo

Arena da Baixa, Curitiba - FRiedemann Vogel/ FIFA via Getty Images

Brasil

Das elevadas expectativas à bolha imobiliária From high hopes to property bubble


47 05 MAI/JUN 2014

Ao todo são 12 cidades que vão receber o Mundial de Futebol de 2014. As expectativas em torno deste evento desportivo eram elevadas, sobretudo ao nível da construção, imobiliário e turismo. Mas são já muitos os que dizem que as oportunidades passaram ao lado e que o país está a enfrentar uma bolha imobiliária. All told, 12 cities will stage the 2014 Brazil World Cup. The expectations around this sporting event were high, particularly in terms of construction, property and tourism. But there are now many saying that opportunities have been lost and that Brazil is facing a property crash.

TextoText: Carla Celestino

Estádio Beira Rio Porto Alegre, Rio Grande do Sul - AFP Lucas Uebel

Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo foram as cidades eleitas para receber a “Copa do Mundo” que vai decorrer em Junho e Julho próximo. O processo de construção dos estádios de futebol não foi pacífico, existiram grandes atrasos na entrega dos espaços desportivos, as derrapagens orçamentais foram exorbitantes, os acidentes humanos em obra aconteceram e muitos milhões rolaram. Só para se ter uma noção, no Arena Corinthians, estádio que vai promover a cerimónia de abertura e o jogo inaugural, e no qual morreram três operários, custou 1.002,69 milhões de reais (324 milhões de euros). Aliás, estas são as obras mais caras de sempre em todos os mundiais realizados até hoje. O documento técnico enviado à FIFA em Outubro de 2007 referia que os estádios iriam custar cerca de 2,6 bilhões de reais (0,8 mil milhões de euros), mas a última estimativa oficial revelou que o valor final vai, na realidade, ascender aos 8,9 bilhões de reais (2,9 mil milhões de euros). Ainda assim, as expectativas em relação à construção no Brasil foram muito além das fronteiras dos estádios de futebol. Este evento teve um impacto significativo no desenvolvimento das regiões sede da “Copa”. Basta olhar para a cidade de São Paulo, nomeadamente em Itaquera, para se ver o boom de lançamento de obras e construções efectivas que surgiram porque vão realizar-se jogos de futebol nesta região. Na região do Recife os portugueses estão a dar cartas. Tal é o caso do projecto “Convida Suape”.

Trata-se de uma nova cidade que foi projectada pela Brodway Malyan e cujo masterplan foi lançado oficialmente pela Moura Dubeux Engenharia e Cone S/A. O projecto foi desenvolvido por uma equipa interdisciplinar de renome internacional integrando masterplanners, urbanistas, arquitectos, arquitectos paisagistas e especialistas de branding baseados nos escritórios de São Paulo, Lisboa e Londres. A cidade será construída em quatro fases, com dez bairros distintos oferecendo 25.000 novas habitações distribuídas por 154 hectares de espaço aberto, com capacidade substancial para albergar novos negócios, serviços de saúde, educação e diversas actividades de lazer. Margarida Caldeira, directora da empresa, afirmou que a “Convida Suape irá ser uma referência para o desenvolvimento estratégico urbano e para os novos projectos de expansão das cidades no Nordeste do Brasil, actualmente uma das áreas com maior crescimento no mundo. Este lançamento é prova do trabalho interdisciplinar da nossa equipa de especialistas nas mais diversas áreas e do nosso empenho na realização das ambições dos nossos clientes em parceria com seus investidores.” A par da Arquitectura e do Urbanismo, também na área do Turismo, e em particular na Hotelaria, existe a impressão digital de Portugal. Com efeito, o nosso País, a par de Espanha, tem sido dos maiores promotores da construção de unidades hoteleiras, muitas vezes agregadas ao turismo residencial, sobretudo na região do Nordeste. O Ministério do Turismo revelou que


48 05 MAI/JUN 2014

Projecto Convida Suape - Broadway Malyan

no topo dos maiores promotores turísticos internacionais estão oito grupos portugueses e sete espanhóis que representam no seu conjunto um investimento na ordem do 1,5 bilhão de reais (0,49 mil milhões de euros). Refira-se que o presidente da WTTC (World Travel & Tourism Council), David Scowsill, revelou que o sector do turismo atraiu 52 bilhões de reais (17 mil milhões de euros) em recursos, em 2013, pelo simples facto de se ir realizar o Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Para esse crescimento muito contribuíram acções como a atribuição mais célere dos vistos, o aumento de novos voos internacionais para o Brasil e a melhoria nos aeroportos. Os dados avançados pelo WTTC revelam que o impacto do turismo na economia do país deverá alcançar 9,5% do PIB, cerca de 466,6 bilhões de reais (151 mil milhões de euros), trata-se de um acréscimo de 5,2% em relação aos números de 2013. O Brasil será ainda, nas contas da WTTC, o país com maiores probabilidades de investimento no sector do turismo no mundo, obtendo 21,8% que rivaliza com a média mundial de 5,7%. Apesar de todos estes projectos e do desenvolvimento das cidades brasileiras, para muitos

analistas, mais do que construir o que seria importante era promover a expansão e a melhoria da rede de infra-estruturas de transportes e isso foi um resultado que ficou aquém das expectativas de todos. Crise no mercado brasileiro Os índices de confiança na economia, e em particular nos sectores da construção e do imobiliário, não são partilhados por todos. Até porque o cenário económico brasileiro está a mudar. O Banco Central do Brasil afirmou, recentemente, que o país encontra-se em recessão desde o terceiro trimestre de 2013. É preciso compreender, no entanto, que até há bem pouco tempo este país teve um crescimento elevado, alavancado, sobretudo, na exportação de matérias-primas e no declínio do custo de capital a nível mundial. Por outras palavras, o país regressou ao habitual PIB de 2%/ano. Ainda assim, o prémio Nobel de Economia Robert Shiller veio a público alertar para uma realidade que pode já estar a acontecer: o Brasil está a viver uma “bolha imobiliária” muito semelhante à que atravessou os Estados Unidos da América. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) revelou que,

em 2010, a Taxa Selic (taxa básica de juros) e os juros dos empréstimos começaram a cair a pique no Brasil; com isso, os bancos começaram a facilitar o crédito imobiliário. Só para se ter uma noção, em 2013, e segundo a mesma fonte, os empréstimos para a construção e compra de imóveis bateram recordes, ascendendo a 109,2 bilhões de reais (35,3 mil milhões de euros) no Brasil. Escusado será dizer que face ao facilitismo da concepção de crédito e a um aumento da procura, passou a haver uma valorização dos preços dos imóveis, muitas vezes acima do mercado. Aliás, a Abecip revelou que, entre 2008 e 2013, o preço médio dos imóveis brasileiros subiu 121,6%. A problemática que está agora instalada no Brasil é que a Taxa Selic subiu de forma acentuada como mecanismo para conter a inflacção. Como consequência os empréstimos deixaram de ser favoráveis para quem os contrai. Com isso, as pessoas que compraram os imóveis em planta começaram a perceber que as prestações que vão ter de pagar vão ser muito caras e como não podem devolver os apartamentos às construtoras, até porque também elas já estão a dever ao banco, o que vai acontecer é o mesmo que


49 05 MAI/JUN 2014

1. Estádio Castelão - Arena 2. Estádio Minerão, Belo Horizonte - Arena 3. Arena Fonte Nova, Salvados da Baía - Nilton Souza

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se passa em Portugal, os bancos que financiaram estas operações vão ter de os receber e vão ficar com um portfolio elevado de imóveis devolvidos. Ainda assim, as empresas de mediação brasileiras tranquilizam os potenciais investidores imobiliários no Brasil. Aliás, aconselham mesmo a esperar pelo final da “Copa do Mundo”, altura em que, na sua opinião, os preços dos imóveis vão cair e as boas oportunidades vão surgir. Belo Horizonte, Brazilia, Cuiabá, Cuitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador and São Paulo were the cities elected to host the World Cup that will take place in June and July. The process of building the football stadia hasn’t exactly been smooth, there have been long delays in delivering the completed sporting infrastructure, the budgetary overspends were huge, the worker accidents that took place and the millions involved in what became a gravy train. Just to get an idea, the Arena Corinthians, the stadium which will host the opening ceremony of the championships, in which three workmen died, cost 1,002,69 million Reais (€325 million).

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Indeed, these have proved the costliest building projects ever for all the world cups put on to date. The specification document sent to FIFA in October 2007 stated that the stadia would cost around 2.6Bn Reais (€0.8Bn), but the last official estimate revealed that the final amount would actually exceed 8.9Bn Reais (€2.9Bn). Even so, the expectations surrounding construction in Brazil went way beyond the limits of the actual football stadia themselves. This event has a significant impact on the development of the regions where the Cup was based. One has only to look at the city of São Paulo, more precisely Itaquera, to see the boom resulting from the start of building works on the stadium simply because the football games are to be held in this region. In the Recife region the Portuguese have been competing for contracts. A case in point being the “Convida Suape” project. This is a new city that was designed by Broadway Malyan and the masterplan of which was officially launched by the client Moura Dubeux Engenharia and Cone S/A. The project was developed by a respected international interdisciplinary team integrating master planners, urban designers, architects, landscape architects and branding specialists

based in offices in São Paulo, Lisbon and London. The city will be built in four phases, with ten distinct neighbourhoods, offering 25,000 new homes spread out over 154 hectares of open space with a substantial capacity to accommodate new businesses, health services, education and a wide range of leisure activities. Margarida Caldeira, the company’s director says that “Convida Suape” will be a benchmark for strategic urban development and for new city expansion projects in North-East Brazil, currently one of the areas with the largest growth in the world. This launch is a proof of our team of specialists’ interdisciplinary work in the widest of areas, and of our efforts in realising the ambitions of our clients in partnership with their investors”. On a par with the development of Architecture and Urban Planning, is the Tourism sector too, and in particular Hotels which also has Portugal’s hallmark on it. The upshot is that Portugal, like Spain, has provided the biggest developers of hotels, very often linked to residential tourism, particularly in the North-East. The Ministry of Tourism has revealed that within the top biggest international tourism developers are eight Portuguese


50 05 MAI/JUN 2014

Estádio Minerão e conjunto arquitectónico Pampulha, Belo Horizonte - Cleonice Silva (UNA 2014)

“O presidente da WTTC (World Travel & Tourism Council), David Scowsill, revelou que o sector do turismo atraiu 52 bilhões de reais (17 mil milhões de euros) em recursos, em 2013, pelo simples facto de se ir realizar o Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. The President of the WTTC (World Travel & Tourism Council), David Scowsill, revealed that the tourism sector attracted 52Bn Reais (€17Bn) in resources in 2013, from the simple fact that Brazil is hosting the World Cup in 2014 and the Olympic Games in 2016. “

and seven Spanish groups which taken together represent an investment in the region of 1.5Bn Reais (€0.5Bn). The President of the WTTC (World Travel & Tourism Council), David Scowsill, revealed that the tourism sector attracted 52Bn Reais (€17Bn) in resources in 2013, from the simple fact that Brazil is hosting the World Cup in 2014 and the Olympic Games in 2016. Various acts contributed in no small measure to this growth such as fast-track visa concession, increasing the number of new international flights to Brazil and modernising airports. Data advanced by the WTTC reveals that the impact of tourism on the country’s economy should reach 9.5% of GDP, around 466.6Bn Reais (€151B), which is a growth of 5.2% compared to 2013 figures. And in the WTTC’s reckoning, Brazil will be the country with the greatest likelihood of investment in the tourism sector in the world, garnering 21.8% which more than outstrips the world average of 5.7%. Despite all these projects and Brazilian city urban development plans, many analysts, more than building is the importance of developing the expansion and improvement of the transport network infrastructure and this was a result that fell short of everyone’s expectations. Crisis in the Brazilian market The economy confidence indexes, particularly

for the construction sectors and real estate, are not shared by everyone. And that’s because the Brazilian economic landscape is changing. The Central Bank of Brazil has recently confirmed that the country has been in a technical recession since the third quarter of 2013. It needs to be understood, however, that until relatively recently this country enjoyed a high growth rate, fuelled above all by the exports of raw materials and the reduction in the cost of capital at a world level. In other words, the country has returned to its usual GDP of 2% per annum. Furthermore, the Nobel Prize Winner for Economics, Robert Shiller has publicly warned about another reality which is already happening: Brazil is suffering from a property bubble very similar to the one that occurred in the United States. The Brazilian Association of Mortgage Lenders and Building Societies (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), revealed that in 2010, the Taxa Selic - Brazilian version of Euribor - and interest rates on loans began to nosedive in Brazil; and from this the banks began making it easy to take out property loans. Just to get an idea, in 2013, according to the same source, loans for construction and mortgages hit record levels, topping 109.2Bn Reais (€35.3Bn) in Brazil. It goes without saying that faced with this easy credit there was an increase in demand and this fuelled speculation with property prices fetching amounts well beyond what they were really worth in the market. And then Abecip revealed that between 2008 and 2013 the average price of Brazilian property shot up 121.6%. The problem in Brazil now is that the current interest rates on property loans (Taxa Selic) has risen sharply as a mechanism to counter inflation. As a consequence loans are no longer made at favourable rates. With this, people who bought property at the height of the market have now woken up to the face that the repayments they are having to pay will be a lot more expensive and they cannot hand their apartments back to the builders since these too are indebted to the banks, so what is happening there now is the same that happened in Portugal, the banks that financed the operations will end up with scores of repossessed properties on their books. Even so, Brazilian real estate agencies have calmed potential property investors. However, it remains to be seen what will happen by the end of the World Cup, when, in his opinion, property prices will plummet and golden opportunities will arise.

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Do Mundo

Postal de Luanda Postcard from Luanda

Rodrigo Januário Director do MACE Group MACE Group Managing Director

Os estrangeiros que trabalham em Angola têm de ouvir recorrentemente, da parte dos amigos com quem falam e que aqui nunca estiveram, duas afirmações que irritam de sobremaneira – “deves passar a vida na praia” e “a ganhar o que ganhas já deves estar rico”. Infelizmente para a maioria dos estrangeiros que cá estão, nem uma nem outra das afirmações são verdadeiras. O trabalho dos técnicos expatriados em Angola é, normalmente, muito exigente, o tempo que fica livre é muito pouco e depois, fazer qualquer coisa nesse tempo livre como ir a um restaurante ou à praia, é muito caro dado o elevado custo de vida, especialmente em Luanda, e não é fácil para a maioria, que tem de se deslocar por não viver no centro da cidade. Só dizer que é difícil e que gastamos muito tempo a trabalhar não chega. Deixem que vos explique algumas das razões porque isto acontece. A maioria dos clientes com que os expatriados trabalham em Angola, tem responsáveis ou consultores que vêm a Angola esporadicamente e que, quando aqui estão, fazem por rentabilizar da melhor maneira possível o seu tempo. Como não têm a família à espera em casa, não têm normalmente de perder horas no trânsito na ida para o trabalho e no regresso a casa e nada para fazer aos fins-de-semana, trabalham horas sem fim, marcam reuniões de trabalho para os Sábados e Domingos, e nós lá temos de dizer presente. E se isto acontecesse meia dúzia de vezes ao ano, paciência, “noblesse oblige”, mas não. A maioria das empresas aqui a trabalhar tem gente que se desloca a Angola por períodos curtos o que torna a situação uma constante. De vez em quando os clientes dão-nos uma folga e é exactamente nessa altura que os patrões ou

os responsáveis das empresas onde trabalhamos decidem vir ver como andam as modas. Estes ainda são piores que os clientes porque, além de se portarem da mesma maneira, ainda estão à espera que lhes façamos companhia depois do trabalho, o que tem graça uma ou duas vezes mas ao fim da vigésima…. Depois há que fazer o trabalho e aqui, os problemas que se colocam são completamente diferentes daqueles que os meus amigos que acham que eu estou sempre na praia, têm de resolver no dia-a-dia. A enorme falta de gente qualificada em Angola a todos os níveis, problema que só agora começa a ser atacado, faz com que qualquer técnico medianamente qualificado tenha de fazer, aqui, trabalhos que noutro local delegaria e que lhe ocupam imenso tempo que não é recuperável. Isto leva a que a maioria dos expatriados tenha de trabalhar muito mais horas do que normalmente faria e fazer trabalhos que normalmente não faria. Depois, para os que trabalham em Luanda que são talvez a maioria, o tempo que se gasta nos transportes é enorme e muitas vezes inibidor de que se tratem os assuntos da maneira mais directa. Claro que um problema na agência bancária se trata mais rapidamente se lá formos pessoalmente (temos de lá ir nós por ser difícil ter em quem delegar) mas só pensar que vamos passar duas horas no trânsito e perder uma tarde ou uma manhã, faz-nos tentar tratar o assunto pelo telefone e, claro, leva mais tempo e vamos ter de ouvir muita vez a mesma resposta quando perguntamos se já trataram do tal assunto: “ainda”. Claro que os expatriados não estão propriamente mal pagos, mas os tempos das “vacas gordas” também já passou. Com a crise em Portugal os


53 05 MAI/JUN 2014

salários em Angola também baixaram automaticamente para os expatriados fruto de uma oferta muito maior e mais qualificada. Nesta altura é possível contratar pessoas muito qualificadas por valores cerca de 30% inferiores aos de há quatro anos e a vida em Angola não está mais barata. Quem teve a paciência de chegar com a leitura até este ponto do meu escrito estará a pensar: este tipo só sabe apontar dificuldades. Aquilo deve ter qualidades também! E tem, não fiquem preocupados. As principais qualidades que encontro e de que vos vou falar, são a motivação dos que para aqui vêm trabalhar e de muitos que depois nem pensam sequer regressar. Que qualidades são estas? São essencialmente as derivadas do facto de que aqui um técnico expatriado se sente extremamente útil, sente que conta e é importante para a organização onde está inserido e que não é só mais um entre muitos. A necessidade que as empresas angolanas têm de organização de processos e de ajuda na implementação dos mesmos, de quem tenha as capacidades técnicas necessárias para levar a bom termo os trabalhos que executam e, mais do que isso, que possam transmitir esse conhecimento e formar pessoas é de tal maneira grande que qualquer técnico competente que aqui trabalhe acaba por se sentir largamente recompensado pois o seu contributo é sempre importante e tem uma visibilidade que noutro mercado mais desenvolvido e maduro passaria por coisa normal e corriqueira. Muitos dos técnicos expatriados com muita experiência, por terem vindo trabalhar para empresas que, ou são muito jovens ou estão mesmo no seu arranque, estão a fazer trabalhos que, na maioria dos casos, conhecem e dominam muito bem mas que já não faziam há alguns anos por razões que se prendiam com o nível mais elevado de organização das empresas onde anteriormente trabalhavam, sem que no entanto isto represente um menor grau de responsabilidade dentro das organizações, muitas vezes muito pelo contrário. É muito agradável e motivador ver que o nosso esforço traz consequências enormes e imediatas para as organizações e ver a evolução permanente das pessoas com quem trabalhamos. Estas razões não motivam toda a gente e já tive colaboradores que não conseguiram suportar a pressão do trabalho e, o que aconteceu mais vezes e normalmente com os que estão cá com a mulher ou o marido, quem não consiga conviver pacificamente com as horas que se perdem no trânsito em Luanda, que depois fazem com que

a vida em família durante a semana seja quase inexistente. Depois destas queixas todas direi, talvez abusivamente, em nome dos expatriados, que pobres não estamos e ricos dificilmente ficaremos, que, infelizmente, não passamos a vida na praia porque trabalhamos muitas horas e muitos dias dos nossos fins-de-semana, mas uma coisa vos digo, que a praia é fantástica e que a podemos usar durante todo o ano disso não tenham dúvidas. Foreigners who work in Angola have to constantly hear from friends who have never set foot here, two things that are particularly annoying - “you must spend your life on the beach” and “to earn what you’re earning you must be rich”. Unfortunately, for the majority of foreigners who are here, neither of these things are true. The work of skilled expats working in Angola is, normally, very demanding - they don’t have much free time and then doing something in this free time, like going to a restaurant or the beach, is very expensive given the high cost of living, especially in Luanda, and it’s not easy for the majority who have to commute since they don’t live in the centre of the city. It’s just that telling them that life is difficult and that we spend a lot of time at work doesn’t seen to convince them. So let’s explain some of the reasons why this is. The majority of clients with whom the expats work with in Angola have bosses or consultants who come to Angola sporadically and when here spend their time as profitably as possible. Since they don’t have their family waiting for them at home, they don’t normally waste hours in traffic to and from work and home; and having nothing to do at the weekends, they work hours on end, booking meetings for Saturdays and Sundays, and this has to be said. And if this happens half a dozen times a year, then it’s tough luck. “Noblesse oblige.” But no, it’s not quite like that. The majority of companies working here have people that go to Angola for short periods which makes the situation a constant feature. Now and again when the clients give us a day off it is precisely at this time that bosses or company managers where we work decide to come and see how things are done. These people even worse than the clients because, apart from behaving in the same way, they also expect us to socialise with them after work, which is fun once or twice but after the 20th time..... Then there’s work to do and here the problems that face us are completely different to those

O trabalho dos técnicos expatriados em Angola é, normalmente, muito exigente, o tempo que fica livre é muito pouco… The work of skilled expats working in Angola is, normally, very demanding - they don’t have much free time and then doing something in this free time…” which my friends, who think I spend my time on the beach, have to sort out on a daily basis at home. The enormous lack of qualified people in Angola at all levels, a problem that is only now beginning to be dealt with, means that any average qualified professional has to do here jobs that in another place they would delegate to someone else, jobs which take up a huge amount of their time which they never recoup. This leads the majority of expats to have to work a lot more hours than they would normally work, and do jobs which they wouldn’t normally have to do. Then, for those who do work in Luanda, and perhaps most of these do, the time spent on transport is immense and very often gets in the way of dealing with matters in a direct way. Of course, a problem at the bank branch can be dealt with quicker if we go there ourselves (we have to go there personally because it’s difficult to delegate that), but just the thought of having to spend two hours stuck in traffic and lose an afternoon or a morning makes us try to deal with the problem over the phone and, of course, takes more time, and we often have to hear the same reply when asking if they have already dealt with the matter “yet”. Of course expats aren’t exactly badly paid, but the times of milk and honey have also long gone. With the crisis in Portugal the salaries in Angola have also gone down automatically for expats due to greater and more qualified supply. Nowadays it is possible to take on very qualified people for rates that are around 30% lower than four years ago and life in Angola hasn’t got any cheaper. Those who have had the patience to read this


54 05 MAI/JUN 2014

É muito agradável e motivador ver que o nosso esforço traz consequências enormes e imediatas para as organizações e ver a evolução permanente das pessoas com quem trabalhamos. It is very pleasing and motivating to see that our effort brings enormous and immediate consequences for these organisations and see the constant development of people with whom one works.

far will be thinking: this guy only sees difficulties. It must have qualities too! And it does, don’t you worry. The main qualities that I find and which I’m going to tell you about are the reasons why people come to work here and why many later decide to stay. And what qualities are these? They essentially lie in the fact that a qualified professional expat here feels extremely useful, feels like they count and are important for the organization. The need that Angolan companies have for people to organise processes and support them in implementing the same, for people who have the necessary technical capacities to successfully complete projects and, more than this, can pass on this knowledge and train people is so necessary that any competent professional working here ends up feeling largely compensated since their contribution is always important and has a visibility that in another more developed and mature market would seem normal and run-ofthe-mill. Many expat professionals with lots of experience, because they have come to work for companies which are either very new or even starting up, are doing jobs which, in the majority of cases, they know and dominate very well

but haven’t done for some years because they had already scaled the heights in the companies where they used to work, without meaning however that this represents a lesser degree of responsibility within these organisations, more often it’s the exact opposite. It is very pleasing and motivating to see that our effort brings enormous and immediate consequences for these organisations and see the constant development of people with whom one works. These reasons do not motivate everyone and I’ve already worked with staff who couldn’t cope with the work pressure and, what often happens with those who are with their wife or husband, they cannot deal peacefully with the hours lost in Luanda traffic, and end up finding that their family lives during the week is virtually non-existent. After all these complaints I would say, perhaps abusively, in the name of expats, that we’re not poor and it’s not likely we’ll become rich either, but unfortunately we don’t spend our lives on the beach because we’re working many hours and many weekends, but one thing I will say to you - the beach is fantastic and without a doubt we can enjoy it all year round.



Do Mundo Gardens by the Bay

Uma cidade-jardim única no mundo A city garden that’s unique in the world Transformar uma cidade num jardim e proporcionar o ambiente perfeito para se viver, trabalhar e divertir é a filosofia de “Gardens by the Bay”, localizado em Singapura. Este projecto foi recentemente laureado nos MIPIM Awards 2014, em Cannes, França. Turning a city into a garden and providing the perfect environment in which to live, work and have fun is the philosophy of “Gardens by the Bay”, in Singapore. This project was recently singled out at the MIPIM Awards 2014 in Cannes, France.

Ainda no rescaldo da edição deste ano do MIPIM não poderíamos deixar de focar os prestigiados MIPIM Awards, em particular o prémio especial do júri de 2014 que foi atribuído a um projecto que nos deixou literalmente de boca aberta: “Gardens by the Bay”. A sua originalidade, inovação e sustentabilidade são um bom exemplo a seguir a nível mundial. Gardens by the Bay é um parque constituído por três jardins: Bay South Garden, Bay East Garden e Bay Central Garden. Esta cidade-jardim partiu da iniciativa do governo de Singapura para transformar a “cidade num jardim”. O director da Grant Associates, Andrew Grant, um dos gabinetes vencedores deste projecto salientou um conjunto de dados que considera essenciais para se compreender a grandeza deste projecto. Desde logo “a decisão política de transformar uma zona com mais de 100 hectares de linha de frente ribeirinha num espaço verde e com restrições ao nível da pegada territorial de Singapura”. Como este interlocutor explica, existiu “o objectivo deliberado em criar uma colecção de plantas únicas e em exibir espécies de todo o mundo dentro de um ambiente público agradável e num contexto de jardim recreativo ao invés de um contexto de jardim mais científico ou de jardim botânico convencional”. Gardens by the Bay apostou também na integração e na valorização das tecnologias ambientais entrelaçadas com o lado maravilhoso e espectacular dos jardins e das próprias características dos jardins. Segundo Andrew Grant “há uma série de inovações interessantes incorporadas dentro do Gardens by the Bay”, tal é o caso do “uso de energia de biomassa integrada com líquido dessecante que permite fazer recurso a uma tecnologia de

arrefecimento que permite criar uma estratégia eficiente de carbono para os conservatórios de arrefecimento”. Salienta também a “integração de sistemas ambientais dentro das ‘Supertrees’ (superárvores) que incluem células fotovoltaicas que fornecem a energia para o espectáculo de luz destas superárvores”. “A estratégia de gestão sustentável de drenagem e de água, que inclui a retenção de água para sustentar os lagos e as características da água, alimentar a irrigação e melhorar a qualidade da água dentro de um reservatório adjacente” e a “ampla criação de habitat para aumentar a biodiversidade e em parte recriando o habitat de floresta usando espécies raras e ameaçadas de extinção”, são outras das riquezas deste projecto destacadas por Andrew Grant. Por toda a cidade as soluções inovadoras ao nível da eficiência energética imperam, desde o aproveitamento da energia solar, ao arrefecimento dos espaços públicos com pontos de água, passando pelo conjunto de estufas arrefecidas, entre muitas outras. Por isso, o que torna este projecto especial não é só a sua grandiosidade geográfica ou beleza arquitectónica e natural, é também o facto de ter seguido desde a sua raiz uma linha directiva assente em princípios de desenvolvimento integrado e sustentado a nível ambiental, social, económico e recrativo. In the aftermath of this year’s MIPIM edition we couldn’t not focus on the prestigious MIPIM Awards, in particular the jury’s special 2014 award which was given for a project that left us literally speechless: “Gardens by the Bay”. Its originality, innovation and sustainability are a good example to follow at a world level. Gardens by the Bay is a park made up of three


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GBTB GA

O objectivo era conceber não só um espaço recreativo ao ar livre, mas também um símbolo nacional que unisse e reflectisse a imagem da Singapura do século XXI. The objective was to come up with not just an open air recreational space but also national symbol that would unite and reflect the Singapore of the XXIst century.”

gardens: Bay South Garden, Bay East Garden and Bay Central Garden. This city garden arose out of a Singapore Government initiative to turn the “city into a garden”. Andrew Grant, director of the Grant Associates, one of the landscape architecture firm that won the international design competition of this project, pointed out a number of data that he considered essential in order to understand a project of this magnitude. From the beginning “the political decision to transform an area with over 100 hectares of river front into a green space and with restrictions in terms of a territorial footprint was no mean feat. As the director of the Grant Associates and one of the project devellopers, Andrew Grant, explains, “there was a pondered objective to create a collection of unique plants and to showcase species from all over the world within a pleasant public environment and within the context of a recreational garden instead of within the context of a more scientific or conventional botanical garden”. Gardens by the Bay also focused on integration and valuing environmental technology interlaced with the marvellous and spectacular side of gardens and their own characteristics. According to Andrew Grant “there is a series of interesting innovations incorporated within Gardens

by the Bay”, a case in point being biomass energy integrated with liquid desiccant which means that carbon efficient cooling system technology can be used for the cool houses. He also stresses the “integration of environmental systems inside the ‘Supertrees’ which include photovoltaic cells that supply energy for the light show for these supertrees”. “The sustainable management strategy for water drainage, which include water retention to feed the lakes and the water characteristics, supplying the irrigation and improving the water quality within an adjacent reservoir” and the “ample creation of habitat to increase biodiversity and in part recreating the forest habitat using rare species and ones threatened with extinction”, are other features of this project highlighted by Andrew Grant. All over the city innovative solutions in terms of energy efficiency are evident, from solar energy to cooling public areas with water features, and a number of cooled greenhouses, among many others. Which is why what makes this project special is not just its huge scale or lovely architectural and natural features, it’s also down to the fact that it has followed from its inception a direct line based on integrated and sustainable development principles at an environmental, social, economic and recreational level.


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e Lua

Turismo Porto e Norte de Portugal

“Emergência de novos interesses” Tourism in Porto and the North of Portugal

“The emergence of new trends”


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O Norte está definitivamente no mapa turístico nacional e internacional. Em entrevista, o presidente do Turismo Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, mostra as potencialidades desta região. The North of Portugal is definitively on the map for Portuguese and international tourists. In an interview, the President of the Porto and North of Portugal tourist board (Turismo Porto e Norte de Portugal), Melchior Moreira, explains the potential of this region.

Entrevista Interview: Carla Celestino

O Porto foi eleito pela segunda vez “European Best Destination”, destronando outras cidades europeias e inclusivamente a Madeira. Isto é um sinal claro que algo está a mudar nas tendências turísticas nacionais ou é apenas reflexo da mobilização online? Sem qualquer tipo de dúvida, que isto é um manifesto sinal de que muita coisa está a mudar. Além de estarmos a falar de um sector que é extraordinariamente dinâmico, fruto de um conjunto de circunstâncias diversas, o perfil do turista tem vindo a alterar-se profundamente, nomeadamente, levando a uma clara mudança de atitude. Significa isto que a emergência de novos interesses e de um turista mais exigente e informado são realidades que caracterizam o tempo actual. Além disso, é um facto que o Porto está cada vez mais vibrante e apetecível, com uma oferta de grande qualidade e que é hoje cada vez mais diversa, à qual não é alheia a revitalização/recuperação patrimonial, tanto em espaços públicos como privados, oferecendo diferentes possibilidades de lazer e satisfazendo cada vez mais a procura. No ano passado o número de receitas e de dormidas, nomeadamente de turistas estrangeiros, não só aumentou como superou as melhores expectativas. A que se deveu este crescimento? Acredito que sim, até porque as perspectivas para 2014, tanto por parte da OMT, como por parte do

Eurobarómetro da Comissão Europeia, são bastante animadoras ao referirem que os fluxos turísticos serão este ano superiores aos de 2013, mantendo-se a tendência de crescimento da Europa, que foi no ano transacto o maior emissor/recetor de turismo no mundo. Além disso, quero acreditar que a crescente notoriedade do destino turístico Porto e Norte de Portugal, fruto de uma oferta que é riquíssima e do excelente trabalho que os próprios empresários do setor têm realizado, nomeadamente, resultando em prestigiantes prémios e importantes galardões recebidos ao longo dos últimos tempos, é um sinal evidente de reconhecimento da qualidade da nossa oferta e do que de diferenciador possuímos. Aliás, não é certamente por acaso que ao longo dos últimos anos temos vindo a crescer ininterruptamente acima da média nacional e, em 2013, o Norte foi a região que mais cresceu, traduzindo o trabalho que todos estamos a realizar, indo ao encontro de um requisito que é hoje fundamental – ser competitivo. Em que medida o facto de o Porto ter um aeroporto de top e um terminal de cruzeiros operacional contribuíram para esse crescimento? Embora de modo distinto, os dois contribuíram naturalmente para o crescimento das receitas. Porém, já não será possível dizer o mesmo em relação às dormidas, cujo crescimento resulta essencialmente do contributo que é dado pelo aeroporto


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especificidades motivando públicos diferenciados, todas têm sido objecto de uma procura crescente, contribuindo de modo muito satisfatório para a afirmação deste destino turístico. Apenas como exemplo, refiro aqui o facto do próprio Parque Nacional da Peneda-Gerês ocupar o 9º lugar dos 100 melhores destinos do mundo a visitar em 2014, traduzindo a sua importância. Em termos de estratégia traçada, a nível nacional e internacional, quais as metas que pretendem alcançar em 2014? Fundamentalmente, crescer mais ainda, tanto em termos nacionais, como internacionais, se possível entre oito e 10% em relação ao ano de 2013, contando para o efeito com a colaboração de todos.

e não pelo terminal de cruzeiros. Quanto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, é um facto que a sua influência é grande, especialmente pelo excelente trabalho que foi desenvolvido fazendo com que, entre 2005 e 2011, fosse possível triplicar o seu network, passando de 20 para 60 destinos, hoje já com 68 destinos, incluindo aqui voos regulares e voos de serviço low cost, de 17 companhias aéreas. Além disso, trata-se de um aeroporto com um relevante prestígio internacional, que tem sido constantemente premiado e que, uma vez mais este ano, foi considerado o 3º melhor aeroporto da Europa, o que claramente contribui para o sucesso do destino Porto e Norte de Portugal. A oferta hoteleira do Porto e da região Norte é suficiente para satisfazer a procura ou existe a necessidade de haver uma aposta mais forte nesta área? Estou convencido que, em termos genéricos, a oferta que existe na região, além de ser diversificada e de qualidade, é suficiente para satisfazer a procura, apesar de ainda haver lugar para o surgimento de mais unidades hoteleiras, com especial atenção para os locais onde é preciso promover o alargamento da fixação dos turistas, bem como, para aqueles onde a realização de grandes eventos assim o exijam. Esta é uma região que continua a ser marcadamente procurada por nacionais, espanhóis,

franceses e alemães ou novos mercados emissores já estão a descobrir o Porto e o Norte de Portugal? Quais as suas principais motivações? Felizmente que esta é uma região que continua a merecer o carinho dos portugueses e a quem nós temos prestado uma atenção muito especial. Quanto aos restantes mercados que nos procuram, estes já não são somente os clássicos que referiu, embora alguns deles sejam para nós mercados muito importantes e em crescimento, tal como se verifica com a França. Porém, Brasil, Rússia, países nórdicos ou EUA, são mercados de aposta face à procura crescente que temos registado, influenciados especialmente pela facilidade das ligações aéreas, pela diversidade cultural, pela riqueza natural e paisagística, pela fabulosa gastronomia e vinhos que temos, e ainda, pela relação preço/qualidade dos serviços prestados no destino Porto e Norte de Portugal. O Porto e o Douro são indissociáveis mas a região de turismo abarca muitos mais destinos turísticos nacionais. Como têm evoluído os sub-destinos como Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Barcelos, Gerês, entre outros? Todas as localidades que menciona são referências de reconhecido valor no contexto geral e parte integrante do Minho que é indiscutivelmente um importante subdestino do Porto e Norte de Portugal. Daí que, independentemente das suas

Porto was elected for the second time “European Best Destination”, dethroning other European cities and even Madeira. Is this is a clear sign that something is changing in national and international tourist trends or is it just a reflection of on-line marketing? Without a shadow of a doubt this is a clear sign that lots of things are changing. Without even mentioning that we’re talking about a sector that is extraordinarily dynamic, which is down to a wide number of circumstances, the profile of the tourist has been changing profoundly, leading to a clear change in attitude. This means that there is the emergence of new interests and more demanding tourists, who are better informed about the realities that characterise our present time. Furthermore, it is a fact that Porto is increasingly more vibrant and attractive, with a wide range of quality offer which today is increasingly more diverse, which also has to do with revitalisation/restoration of heritage, in terms of public and private spaces, offering different possibilities for leisure and increasingly satisfying growing demand. Last year the number of receipts and bookings, namely from foreign tourists, not only increased but actually exceeded your best expectations. What was this growth down to? It was down to the wide range of offer we provide and an excellent job done by businesspeople themselves in the sector. The perspectives for 2014 both from the World Tourism Organisation and the European Commission’s Eurobarometer are fairly encouraging and state that tourist flows will this year outstrip the number for 2013, maintaining a growth trend for Europe, which for last year was the biggest source/destination for tourism in the world. Furthermore, I would like to think that this growing notoriety of Porto and


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the North as a tourist destination is down to its wealth of diversity and good marketing which has resulted in prestigious awards being handed out recently and is a clear sign of the recognition of the quality of our diverse range of offer that we have. And it’s certainly not by chance that throughout the recent years we’ve grown above the national average non-stop and, in 2013, the North was the region which most grew, reflecting the work that we’re all doing as we strive to meet a requirement that today is vital - being competitive. How far does the fact that Porto has a top international airport and a operational cruise ship terminal contributed towards this growth? Although in their own distinct ways, the two naturally contribute towards growth in revenues. However, one cannot say the same in relation to hotel beds, the growth of which has resulted essentially from the contribution of the airport and not the cruise ship terminal. As for Francisco Sá Carneiro Airport, it is a fact that its influence is considerable, especially because of the excellent work that was undertaken whereby between 2005 and 2011 it tripled its network, from 20 to 60 destinations, today having 68 destinations, including scheduled flights and low cost flights, from 17 airlines. Furthermore this is an airport which has notable international prestige, which has constantly picked up awards and which one

again this year was considered the 3rd best airport in Europe, which clearly contributed towards the success of Porto and the North of Portugal as a destination.

natural diversity and landscapes, fabulous cuisine and the wines that we’ve got, and also by the price/quality ratio of the services offered in Porto and the North of Portugal.

Is the hotel offer in Porto and the North region sufficient to satisfy demand is there the need to boost investment in this area? I’m convinced that, in overall terms, the supply that there is in the region, in addition to being diverse and good quality, is sufficient to meet demand, although that said, there is room for more hotels, with special focus on places where we need to promote and enlarge tourist numbers, as well as those places that host large events.

Porto and the Douro are indissociable from one another, but the tourism region has so many more destinations to offer. How have other destinations like Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Barcelos, Gerês, among others evolved? All the locations that you’ve mentioned are references of recognised value in the broader context and the context of the Minho area which is undoubtedly an important secondary destination to Porto and the North of Portugal. From there, irrespective of their specific attractions which motivate a different public, all have seen growing demand, contributing in a very satisfactory way to this tourism destination being firmly on the map. Just as an example, I would mention here the fact that the Peneda-Gerês National Park itself occupies 9th place in the 100 best destinations in the world to visit in 2014, showing its importance.

This is a region that continues to be markedly sought after by nationals, Spanish, French and Germans. Are new markets now discovering Porto and the North of Portugal? What are their main motivations? Happily this is a region that continues to warrant attention from the Portuguese and we’ve paid very special attention to them. As to the other markets that seek us out, these are no longer the classic ones you referred to, although some of them have proved extremely important markets for us and are growing, a case being France. However, Brazil, Russia, the USA and Scandinavia are markets we’re also concentrating on given the growing demand we’re seeing, influenced especially by easy air links, cultural diversity, a rich

In terms of the strategy outlined, nationally and internationally, what goals do you hope to achieve in 2014? Basically, grow even more, both in national and international terms, if possible between eight and 10% in relation to 2013, by drawing on the cooperation of everyone.


Bom Gosto

Champanheira da Baixa do Porto

Ambitoitaliano Uma montra de materiais exclusivos e inovadores italianos foi o que fomos encontrar na inauguração da nova loja de decoração localizada no Santos Design Disctrit, em Lisboa. Foi idealizada por quatro italianos que têm um pé em Itália e outro em Portugal. Um dos sócios, Michelangelo Cammarata, revelou que esta é “uma loja de materiais de revestimento, mosaicos, móveis de casa de banho e artigos de design que se dirige a arquitectos e decoradores” mas que também tem a porta aberta à “compra emocional do cliente final”. O nosso olhar ficou cativado pelo “musgo orgânico que tanto pode ser aplicado no interior como no exterior, em paredes, molduras…”. Trata-se de uma verdadeira revolução verde! A showcase of exclusive and innovative Italian materials is what we found at the launch of a new décor shop nova in Lisbon’s Santos Design District. It was conceived by four Italians who have one foot in Italy and another in Portugal. One of the partners, Michelangelo Cammarata reveals that this is “a shop of coatings and claddings, mosaics, bathroom furniture and design articles which are aimed at architects and decorators” but also has a door open for “the emotional purchase of the end customer”. Our eye was caught by the “organic moss that can just as easily be applied to interiors as exteriors, on walls, frames.” This is a true green revolution!

A Champanheria da Baixa do Porto é o novo espaço do Largo de Mompilher onde imperam os melhores espumantes e champanhes da cidade num ambiente típico da França dos anos 50. Mas este é também o local ideal tanto para partilhar um café da manhã original, como para ter um jantar especial ou simplesmente beber um copo na esplanada com os amigos. Champanheria in Porto’s downtown district is a new shop in Largo de Mompilher square which sells the best sparkling wines and champagnes in the city in an environment typical of France in the 1950s. But this is also the ideal place to share a unique morning coffee or enjoy a special dinner or simply have a drink on the esplanade with friends.

Sky Bar Apresenta-se como uma “esplanada de Verão com vista sobre Lisboa”. O Sky Bar localiza-se a “céu aberto”, bem no topo do Hotel Tivoli Lisboa. A vista deste espaço é deslumbrante e o ambiente descontraído e confortável traz a promessa de animar e eternizar as noites da capital. Is described as a “Summer terrace bar with a view over Lisbon”. The Sky Bar is an “Open Air” bar right at the top of the Hotel Tivoli Lisboa. The view from this bar is fabulous and the environment is relaxed and comfortable, holding out the promise to liven up those long nights in the capital.


63 05 MAI/JUN 2014

Palácio da Pena

Ambitoitaliano

O Palácio da Pena fez a promessa de oferecer aos seus visitantes mais do que história, património e lendas… e cumpriu. Agora, o espaço que no século XIX era as cocheiras transformou-se numa loja; a área onde está o restaurante funcionava como aposentos dos criados do Palácio; e a cafetaria era a ucharia da Cozinha Real. Degustar de uma refeição ou apenas apreciar uma queijada de Sintra num espaço histórico como é o Palácio da Pena é realmente algo único! Pena Palace has kept its promise to offer its visitors more than just history, heritage and legends. Now, the space which in the XIXth century was a coach house, has been transformed into a shop; the area where the restaurant is once was the Palace servants’ quarters; and the cafeteria was once the larder for the Royal kitchens. Enjoying a meal or simply appreciating a Sintra cheese cake in such a historic setting as the Pena Palace is really something unique!

Adega Mayor lança “Siza”

Bergue & Co O LX Factory abriu uma nova loja há cerca de um mês que já está a ser alvo da cobiça de todas as mulheres. Jóias de autor contemporâneas, arrojadas e de muito bom gosto são elaboradas pela designer belga Anne Bergue que há muito foi conquistada por Portugal. Anéis, brincos, colares ou pulseiras que estão à venda na Hébergée , em Paris, podem ser agora encontradas também em Portugal. LX Factory saw a new shop open around a month ago which is already being covetously sought out by all the ladies. Bold, contemporary designer jewels in good taste have been designed by Belgian designer Anne Bergue who has been popular in Portugal for some time. Rings, earrings, necklaces or bracelets which are for sale at Hébergée, in Paris, can now be found in Portugal too.

A Adega Mayor reforçou a sua ligação ao universo das artes ao lançar uma edição exclusiva de 2.500 garrafas em homenagem ao arquitecto Siza Vieira: o vinho Siza. “Siza” é uma homenagem à arte de fazer o vinho e é um monocasta, 100% Alicante Bouschet, intenso, de cor granada profunda com o aroma complexo e concentrado da casta, sugere notas de pimenta, fumado e chocolate. Recorde-se que foi da mão do prestigiado arquitecto Siza Vieira que, em 2007, surgiu a Adega Mayor. Agora, a primeira adega de autor em Portugal, retribui o gesto e lança um vinho inspirado no traço do arquitecto. The Adega Mayor reinforced its link to the arts world by launching an exclusive edition of 2,500 bottles in tribute to the architect Siza Vieira: the wine Siza. “Siza” is a tribute to the art of wine-making and is a single grape variety 100% Alicante Bouschet, intense, with the deep grainy colour and complex, concentrated aroma typical of the variety, suggesting notes of pepper, smoke and chocolate. Readers may recall that Adega Mayor was designed by the famous architect Siza Vieira in 2007. Now, the first signature wine cellar in Portugal has returned the gesture by launching a wine inspired by the architect’s design lines.


Outsider Chef Chakall

Dar lugar aos profissionais Make way for the professionals!

Foto: Artur Lourenço

Pelos países onde já passei nunca tive a necessidade ou o desejo de comprar uma casa. Mas no ano de 2002 acabei por comprar a minha primeira casa. Foi em Portugal, está situada na Lourinhã e ainda a mantenho actualmente. Na compra desta casa gastei todas as minhas poupanças e ainda assim tive que fazer algumas reformas para que ficasse confortável. A primeira coisa que fiz foi construir com pladur um roupeiro para o meu vestuário. Mas a casa precisava de algo mais… Por isso, logo a seguir, fui a uma loja de aluguer de ferramentas no centro da Lourinhã e aluguei uma máquina para conseguir cortar a parede que separava a sala da cozinha. Nunca antes tinha utilizado tal ferramenta, pelo que, ingenuamente, perguntei como funcionava. O dono da loja olhou para mim e disse: “ Acho que você não se safa com esta máquina.” Mas claro, achei que o homem estava a exagerar! Quando cheguei a casa e liguei a máquina, parecia que tinha uma moto serra entre mãos que tinha ganhado vida e que literalmente me levava para onde ela queria. Após o primeiro corte desisti logo, pois apercebi-me que se continuasse ia certamente ficar sem um braço. Perante esta realidade, dei-me por vencido e liguei para um pedreiro… foi a melhor decisão que podia ter tomado. Há que saber quando parar e dar lugar aos profissionais que realmente sabem o que fazem. Hoje tenho uma ampla sala-cozinha que me permite dar asas àquilo que mais gosto e que realmente sei fazer: dedicar-me à arte da culinária, portuguesa e não só…

In the countries I’ve lived in, I’ve never felt the need or desire to buy a house. But in 2002 I ended up by buying my very first house. It was in Portugal, in Lourinhã and I still own it today. I spent all of my savings in buying that house, and even so I had to carry out some alterations to make it comfortable. The first thing I did was to construct a wardrobe for my clothes out of plasterboard. But the house needed more than that...which is why, straight afterwards, I went to a shop to rent some power tools in the centre of Lourinhã and rented a machine so that I could cut the wall that divided the lounge from the kitchen. I’d never used that tool before, so rather naively I asked how it worked. The shop owner looked at me and said: “I reckon you’re not going to be able to handle this machine.” But of course, I thought the man was exaggerating! When I got home I switched on the machine. It felt like I had an electric chain saw in my hands that had a life of its own and quite literally dragged me where it wanted. After the first cut I gave up immediately as I realised that if I struggled on I would certainly end up without an arm. Faced with this reality, I threw in the towel and phoned a stonemason...it was the best decision I could have made. You have to know when to quit and make way for the professionals who really know what they are doing. Today I’ve got a spacious lounge-kitchen which enables me to really get down to doing what I actually know how to do: dedicate my time to the culinary arts, Portuguese cuisine and not only...


Oferta de um fim-de-semana em regime de alojamento, para duas pessoas, em Vilamoura, para assinaturas. Assinaturas Nome: Telefone:

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