Magazine Imobiliário 032

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Construção Ambiente Turismo

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NOV/DEZ 2018 €10

Mercados reclamam estabilidade Markets concerned with stability



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32 NOV/DEZ 2018

Editorial

Salvar o barco Save the ship

Joaquim Pereira de Almeida Director

Director

Em democracia é praticamente impossível que um documento como o Orçamento de Estado consiga que todos estejam de acordo. O conjunto de diplomas que está a ser debatido na Assembleia da República é um caso raro do jogo político que norteia os profissionais desta matéria. Eu chamar-lhe-ia o orçamento da austeridade ou melhor, de renovada austeridade. Com pressupostos macro-económicos invulgares em Portugal, assentes numa política de cinto apertado, cria reacções muito diversas mas na essência pouco muda. Espanta-me que os partidos de esquerda se contentem com tão pouco e volto a lembrar que os resultados que o Governo tanto apregoa são fruto de esmolas para a maioria das classes trabalhadoras. Gostávamos de ver um deputado viver com 650 euros por mês. É natural por isso que a contestação social cresça. À direita, a direita anda perfeitamente ao “Deus dará”. Todos os seus argumentos acabam esmagados pelos números da governação socialista. Quando dizem uma coisa sucede outra no dia seguinte. Falta-lhes imaginação e capacidade para fazer uma oposição que não seja absolutamente previsível. Por exemplo, a questão das rendas na habitação, uma das reais conquistas do anterior governo, podia ter sido muito mais trabalhada politicamente do que está a ser. As medidas que se anunciam e que abalam fortemente o mercado de arrendamento, põem em perigo “as conquistas já alcançadas”. Não nos esqueçamos que a lei que pretendem agora alterar criou um dinamismo invulgar na reabilitação urbana que vive um momento de euforia. Não o sufoquemos. Acredito que quem tem “negociado” tão bem esta conjuntura política consiga ainda salvar o barco cujo naufrágio se vislumbra.

In a democracy, it’s practically impossible for everyone to reach a consensus when it comes to a document like the State Budget. The set of bills being debated in the Assembly of the Republic is a rare example of the political game that controls industry professionals. I would call it the austerity budget or, rather, renewed austerity. With unusual macroeconomic assumptions in Portugal that are based on a ‘tight belt policy’, it evokes lots of different reactions, but, in essence, little changes. It amazes me that the left-wing parties are content with so little, but then I remember that the results the Government touts so much are the result of alms for the majority of the working classes. We’d like to see a deputy live on €650 EUR a month. It’s natural for social consternation to grow. On the right, the right marches perfectly to the refrain “God will provide.” All their arguments end up crushed by the numbers of the socialist governing class. They say one thing one day, and then something else happens the next. They lack both imagination and the ability to choreograph an opposition that is not absolutely predictable. For example, the approach to the issue of housing rents – one of the previous government’s real achievements – could have been much more refined politically speaking than it is now. The measures that are being announced will jolt the rental market and jeopardise ‘the achievements already obtained’. Let us not forget that the law they now intended to change created an unusual dynamism in urban rehabilitation, which is experiencing a moment of euphoria. We mustn’t suffocate it. I believe that people who have been ‘negotiating’ this political situation so well can still save this ship whose wrecking we have glimpsed.


Summary

Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Frank Miller

Yuri Arcurs/istockphoto

Índice Director Joaquim Pereira de Almeida

Grande Tema Lead Story

O imobiliário veste Prada? Does real estate wear Prada?

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Metro Quadrado

Square Meter JPS Group

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Avila Spaces

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SIL 2018

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Opinião Opinion Catarina Barros Fernandes Advogada ABC Legal Lawyer, ABC Legal

Ficha técnica

Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com

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Plumb Line Construção regressa em força Construction comes back strong

Tourism Há turistas a mais? Are there too many tourists?

Fio-dePrumo

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Azimute

Coordinates Alterações climáticas Climate changes

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Ventos do Norte

Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares

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Contabilidade Nasceconta

Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível na página de internet www. magazineimobiliario.com

Opinião Opinion Millenium bcp

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Personalidades do Ano 2018 Personalities of the Year 2018

C

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CM

MY

CY

CMY

North winds Construção nova no Porto New construction projects invade Porto

Grafismo Rodrigues Silva

Sol e Lua

Opinião Opinion Elisabete Soares

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Do Mundo

International Expo Real 2018

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Capa 4 32 NOV/DEZ 2018

As linhas com que se cose Portugal

O imobiliรกrio veste Prada?

The fibres Portugal is sewn with

Does real estate wear Prada?


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Na intervenção do ministro das Finanças, Mário Centeno, na apreciação da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), na Assembleia da República, afirmou que “não é apenas o PIB que veste Prada. Também o desemprego, a dívida pública, o saldo primário das Administrações Públicas, o investimento e as exportações. (…) Hoje todos vestimos Portugal”. E o que veste o imobiliário? Ainda não sabemos bem… During his speech at the Assembly of the Republic on his thoughts regarding the proposed State Budget for 2019 (OE2019), Finance Minister Mário Centeno said, “It’s not just the GDP that wears Prada. It’s also unemployment, public debt, the general government’s primary balance, investment, and exports. (…) Today, we all wear Portugal.” And what does real estate wear? We still don’t really know…

Texto Text: Carla Celestino

Foto Photo: Motoki Tonn / Unsplash

O OE2019 trouxe alterações e correcções e nem todas as associações e players deste sector ficaram contentes com as novas “roupagens”. Entre as novas “mudanças da estação” está o pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) que vai passar a ser concretizado uma única vez (Maio) quando o montante for igual ou inferior a 100 euros; em duas prestações (Maio e Novembro) quando o valor for superior a 100 euros e igual ou inferior a 500 euros; e em três prestações (Maio, Agosto e Novembro) quando for superior a 500 euros. Já o IMI sobre os prédios devolutos há mais de dois anos vai ser agravado ao sêxtuplo e em cada ano subsequente em mais 10%, até ao limite máximo do valor de 12 vezes a taxa prevista (varia entre 0,3% e 0,45%). Algo que para a Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) é uma “injustiça” para os proprietários. Outra medida avançada é que, a partir de agora, as instituições bancárias passam a não poder repercutir sobre os locatários financeiros, total ou parcialmente, o Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI) quando o valor patrimonial tributário dos imóveis não exceder os 600 mil euros, por outras palavras, até ao montante em que os contribuintes singulares estão isentos deste imposto. No caso do Alojamento Local, as mais-valias passam a ser tributadas no momento da alienação do bem, passando a existir apenas o pagamento do imposto só quando o imóvel for vendido.

Nota ainda para o facto de as famílias que decidirem mudar-se para o interior do País irem beneficiar de um bónus no IRS, podendo fazer um abatimento até ao limite de 1000 euros. Não compete neste texto dizer se estas, entre muitas outras medidas, são, ou não, as melhores escolhas para o imobiliário. Certo é que a maioria das associações ligadas a este sector considerou o OE2019 insuficiente. A “instabilidade fiscal” é, aliás, tida como o ponto negativo que marcou 2018, segundo Francisco Quintela sócio-fundador da Quintela e Penalva. “Nenhum investidor, nacional ou estrangeiro, gosta de investir em mercados em que a instabilidade e a insegurança jurídica sejam prementes ao seu investimento. Preferem ter menos proveitos mas saber qual será o seu valor líquido ao fim de uma operação imobiliária (ou em qualquer outro ramo)”. A isto junta a “lentidão do nosso sistema jurídico” que “pode levar a que novos clientes, por vezes com dimensão considerável, desistam de investir em Portugal”. Para este expert, tal é “lamentável”, pois o “País só tem a beneficiar deste investimento, tanto ao nível da qualidade, como da expectativa de ganhos futuros”.

Desfile de milhões Os dados avançados pela B. Prime revelam que o volume de investimento em propriedade comercial ao final do 3º Trimestre deverá ter atingido o montante de 2.431 milhões de euros, um valor já


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O ano deverá fechar com valores novamente históricos e próximos dos três mil milhões de euros. The year should close at a historic high yet again that is close to €3 billion EUR.

Foto Photo: Shridhar Gupta / Unsplash

superior ao atingindo durante todo o ano de 2017, perspectivando-se para o ano de 2018 um ano histórico no mercado de investimento da cidade de Lisboa. Com efeito, tendo em conta os negócios já concretizados e os activos em pipeline em negociação, o ano deverá fechar com valores novamente históricos e próximos dos três mil milhões de euros. Para Paulo Henriques, Partner da B. Prime, “os valores registados em 2018 são tanto mais surpreendentes pelo facto de terem sido atingidos num contexto de falta generalizada de oferta de produto novo no mercado e dos efeitos negativos que essa escassez começa a ter no adiamento de decisões por parte de empresas e outras entidades na mudança de instalações, por falta de alternativas válidas”. Para este especialista, “o mercado de investimento demonstrou um dinamismo acrescido, em relação aos anos anteriores, pelo facto de grandes portfólios imobiliários terem sido apresentados ao mercado durante este ano, tentando os proprietários tirar partido do interesse de grandes investidores internacionais pelo mercado português e pelo facto de muitos investidores terem aproveitado o ano para realizar mais-valias em propriedades adquiridas durante os anos de crise profunda”. A mediação imobiliária tem acompanhado de perto o “crescimento exponencial” do mercado imobiliário puro, refere Francisco Quintela. No entanto, lamenta que se “observe actualmente um sentimen-

to algo generalizado de que é fácil ser mediador imobiliário, independentemente da formação” e “isto transmite uma ideia de pouco rigor e profissionalismo ao cliente, que acaba por não confiar no know-how do mediador e desacreditar as opiniões e informações que lhes são transmitidas”.

Novas tendências Os tempos que vivemos são de mudança… O mundo, a economia no seu todo e naturalmente também o sector imobiliário encontram-se hoje perante novos desafios e diferentes realidades, que importa conhecer e estar atento. A Indústria do Imobiliário 4.0 já chegou a Portugal! Para Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), a inovação neste sector começou com a chegada ao nosso País de novos conceitos de espaços e serviços, tanto no sector imobiliário como no turismo, onde já a mera venda de ‘quatro paredes e um tecto’ ou a prestação de um simples alojamento não são suficientes e onde ao invés se regista o incremento de novas tendências, que já eram moda um pouco por todo o mundo e que agora vieram para ficar no nosso País, como o student housing, os student hotels, os young professionals, ou mesmo os já famosos co-working e co-living. Porém, considera que o sector imobiliário tem “tanto ainda por explorar”. O mercado das casas inteligentes “vai ser uma das maiores tendências do

futuro e, diria, já do presente”. “Coisas tão vulgares hoje em dia como ter o controlo remoto de quase tudo à nossa volta vai começar a ser uma realidade também nas habitações inteligentes”. Há também a salientar uma nova geração de players e de líderes no imobiliário actual, que já está a dar cartas, é que é apelidada de Next Generation Leaders – Real Estate 4.0 (Próxima Geração de Líderes – Imobiliário 4.0). Estes profissionais, diz, “têm sabido agarrar o mercado com toda a pujança, trazendo novos conhecimentos, ideias, estratégias e inovação, o que em muito veio alargar os horizontes de um mercado que era muito conservador e tradicional”.

Vestir à medida Para Paulo Henriques o próximo ano será de “transição”, “de fim de ciclo”, onde a performance do mercado de investimento deste ano “não se deverá manter”. Na sua opinião, “o fim do programa de compra de dívida do BCE, o dinamismo da economia dos EUA, só para nomear alguns, conjugam-se para que o apetite dos investidores internacionais pelo mercado português seja, de algum modo, mais moderado”. Existe ainda a perspectiva de um enfoque acrescido de alguns investidores noutros segmentos de mercado, nomeadamente o de escritórios e logística, este último um mercado que começa a registar uma actividade acrescida e onde começam a ser reportadas operações bastante relevantes. Já para Hugo Santos Ferreira, 2019 vai ser marcado pela “entrada significativa de novos players, mais do género core investment, ou seja, investidores e promotores de longo prazo” e o “avolumar de interesse por Portugal de grandes fundos de investimento imobiliário, para grandes projectos de promoção imobiliária focada no segmento residencial e de grandes dimensões”. Entre os novos desafios para o próximo ano está, a seu ver, o incentivo à construção nova, nomeadamente localizada fora dos centros urbanos e desti-


Foto Photo: Yuri Catalano / Unsplash

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nada à classe média e aos jovens, e a necessidade de colocar mais oferta no mercado para satisfazer os níveis absolutamente recordes de procura e de criar uma oferta que seja acessível aos portugueses. Não sabemos que se o imobiliário vai vestir-se a uma loja Prada, Mango ou do chinês, mas uma coisa é certa: O mercado tem de encontrar o seu equilíbrio e ser acessível a todos! The 2019 State Budget (OE2019) brought changes and corrections, and not all the associations and players in this sector were happy with the new ‘clothes’. Among the new ‘seasonal changes’ is how the Municipal Property Tax (IMI) will be paid: only one payment (May) when the amount due is equal to or less than €100 EUR; in two instalments (May and November) when the amount

due is higher than €100 EUR and equal to or less than €500 EUR; and in three instalments (May, August, and November) when it exceeds €500 EUR. On the other hand, the IMI due on buildings that have been vacant for more than two years will increase six-fold, rising by another 10% each subsequent year up to a maximum amount equal to 12 times the typically prescribed rate (ranging from 0.3% to 0.45%). This is something that the Portuguese Association of Real Estate Developers and Investors (APPII) believes is an “injustice” for the owners. Another proposed measure stipulates that, from now on, banking institutions will no longer be able to pass on, totally or partially, the Municipal Property Tax Supplement (AIMI) to financial lessees when the tax registration value of a property does not exceed €600,000 EUR, in other words, up to the amount which individual taxpayers are exempt from that tax. In the case of Local Accommodation, capital gains will be taxed the moment the property is disposed of, with payment of the tax now only occurring when the property is sold. It should also be noted that families who decide to move to the interior of the country will have the chance to be able to deduct up to €1,000 EUR off their personal income tax (IRS). This article isn’t being written to debate whether or not these measures, among many others, are the best choices for the real estate world. What is true is that most associations linked to this industry have found the OE2019 to be inadequate. In fact, “fiscal instability” has been one of 2018’s most negative aspects, according to Francisco Quintela, founding partner of Quintela and Penalva. “No investor – foreign or domestic – likes to invest in markets where instability and legal uncertainty hang over their investments. They prefer to have fewer profits and the ability to know what their net worth will be at the end of a real estate transaction (or any other kind of deal).” Quintela also highlights the “sluggishness of our legal system,” which “may lead to new clients, sometimes of considerable size, giving up on investing in Portugal.” For this expert, this is “regrettable” because Portugal “only stands to benefit from these investments both in terms of quality and the prospect of future gains.”

A parade of millions Data published by B. Prime show that the amount of investment in commercial properties through the end of the 3ʳᵈ Quarter reached €2.431 billion EUR, an amount already higher


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have been presented to the market this year, with proprietors trying to capitalise on large international investors’ interest in the Portuguese market, and because many investors have used the year to realise capital gains on properties acquired when the crisis was at its worst.” Real estate brokerage has been following the “exponential growth” of the pure real estate market closely, Quintela says. However, he laments the fact that “there is a general feeling nowadays that it is easy to be a real estate agent, regardless of the training,” explaining that “this projects an image that lacks discipline and professionalism, causing clients to end up not trusting the agent’s know-how and questioning the opinions and information given to them.”

New concepts

Foto Photo: Charl van Rooy / Unsplash

than that achieved during the whole of 2017. Given these numbers, 2018 is shaping up to be a historic year in Lisbon’s investment market. Indeed, taking into account the deals that have already come to fruition and assets in the pipeline under negotiation, the year should close at a historic high yet again that is close to €3 billion EUR. According to Paulo Henriques, a B. Prime Partner, “the figures seen in 2018 are all the

more surprising given the fact that they were achieved despite the market’s general lack of supply in terms of new product and the negative effects this scarcity has begun to have, with companies and other entities having to postpone decisions related to facility moves due to the lack of acceptable alternatives.” Henriques also says, “The investment market has shown a greater dynamism than in previous years because large real estate portfolios

The times we live in are times of change. The world, the economy as a whole, and, of course, the real estate industry are facing new challenges and different realities that are important to learn about and be aware of. Real Estate 4.0 has reached Portugal! For Hugo Santos Ferreira, Executive Vice President of APPII, innovation in this sector began with the arrival of new space- and servicerelated concepts in both the real estate and tourism sectors in Portugal. Merely selling ‘four walls and a roof’ or providing simple accommodation was no longer enough. Instead, these new concepts, such as student housing, student hotels, young professionals, and even the already famous co-working and co-living which were already popular a bit throughout the world, have come and taken permanent root in our country. However, Ferreira believes that the real estate industry has “so much yet to be explored.” Smart homes are “going to be one of the biggest sensations of the future and, I would say, of the present. […] Such advances as having a device to control almost everything around us remotely will become a commonplace reality with intelligent housing.” There is also a new generation of players and leaders in the current real estate market who are already calling the shots. They are called Next Generation Leaders – Real Estate 4.0. These professionals, Ferreira says, “have figured out how to grab the market’s attention with all their might, bringing new knowledge, ideas, strategies, and innovation to the forefront, which has, in a great way, broadened the horizons of a market that was very conservative and traditional.”


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Foto Photo: by André Spilborghs / Unsplash

Foto Photo: Amandine Lerbscher on Unsplash

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Finding something that fits For Paulo Henriques, next year will be one of “transition,” “the end of the cycle,” a time when the performance of this year’s investment market “will most likely not be maintained.” In his opinion, “the end of the ECB’s debt-buying programme, the dynamism of the U.S. economy, just to name a few factors, will all combine so that international investors’ appetite for the Portuguese market will become somewhat more moderate.” There is also the prospect of some investors becoming increasingly focused on other market segments, namely offices and logistics. The logistics segment in particular is starting to see increased amounts of activity and is where some very interesting transactions are beginning to be reported. For Hugo Santos Ferreira, 2019 will be marked by the “significant entry of new players, more of the

core investment type, that is, long-term investors and developers.” 2019 will also see “Portugal will take an increasing amount of interest in large real estate investment funds for major real estate development projects that are focused on the residential segment and large in scale.” Among the new challenges for next year will be, in his view, incentivising new construction projects, especially those located outside urban centres and aimed at the middle class and young people, and the need to inject more supply in the market to satisfy the absolutely record levels of demand, creating spaces that are affordable for the Portuguese. We do not know if real estate will be wearing Prada, Mango, or something more thrift store chic, but one thing is certain: the market has to find its balance and be accessible to all!


Metro Quadrado 10 32 NOV/DEZ 2018

JPS Group

Aposta em outras zonas do PaĂ­s Betting on new parts of Portugal


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Depois da inauguração do LuxResidence, do início da construção do SkyCity e do lançamento do Dream Living numa parceria com o antigo futebolista Rui Costa, o CEO da JPS Group, João Sousa, anuncia em primeira mão as novas apostas da empresa em Lisboa na zona Centro e Sul do País, e onde pode estar no horizonte também os REITs. After the opening of LuxResidence, the start of construction on SkyCity, and the launch of the Dream Living project in partnership with former footballer Rui Costa, João Sousa, JPS Group’s CEO, is announcing first-hand the company’s new projects in Lisbon and the Center and South of Portugal and that REITs may be on the horizon.

A JPS Group esteve, e está, em 2018 com intensa actividade. Estivemos e estamos, como diz, muito ocupados. O balanço da actividade da JPS Group em 2018 tem sido, até agora, bastante positiva. O vosso ano vai ficar marcado pela inauguração do LuxResidence. De facto, o LuxResidence foi recentemente inaugurado e tem sido um caso de enorme sucesso. Como sabe, iniciámos o projecto em 2016 para um conceito muito específico que idealizámos e de que faz parte quer um conjunto de facilities para os residentes, quer uma parte em que as pessoas podiam fazer investimento através da própria empresa que faz a exploração do empreendimento e, neste momento, estamos com uma taxa de ocupação de 90%. Posso avançar que ao nível das plataformas de alojamento, devido à qualidade que nós oferecemos, estamos perto da nota máxima de “10” e o edifício é classificado como “soberbo”. Este empreendimento foi todo vendido em planta e tem vindo sempre a superar as nossas expectativas. Com tão pouco tempo de actividade, este edifício é para nós realmente um orgulho. Em relação ao SkyCity não foi fácil sair do papel mas, agora, já são visíveis os movimentos de máquinas e terras. Como estão a decorrer as obras e as vendas? Neste momento está-se em pleno desenvolvimento da obra do SkyCity, nomeadamente das unidades multifamiliares, moradias em banda e isoladas. É um empreendimento que, pela sua escala, demorou mais tempo a arrancar devido a questões burocráticas que Portugal e qualquer promotor atravessa, pois não existe um regime simples de fazer licenciamentos e não é fácil cumprir com todos os trâmites legais para poder começar a edificar. Felizmente conseguimos ultrapassar essa fase e estamos em obra. Em relação às vendas foram iniciadas há uns meses, foram todas concretizadas em planta e estão a ser um tremendo sucesso: temos todas as moradias em banda e isoladas vendidas e os apartamentos encontram-se também numa velocidade muito rápida de venda. Numa altura em que o mercado estava muito focado em Lisboa e na reabilitação urbana, a JPS Group acabou por ser visionária e até ousada em apostar na periferia da capital, em construção nova e em produtos para as famílias portuguesas de que é exemplo o SkyCity. Quando o mercado imobiliário começou novamente a mexer os investidores e os promotores estavam muito focados na reabilitação urbana e essa também foi a nossa porta de entrada. Mas rapida-

mente percebemos que essa vertente ia ser limitada e que a população portuguesa necessitava de casas para viver. Como sabe a construção sofreu uma grande crise em que esteve parada durante uma década, sem construção nova e os produtos que estavam disponíveis estavam desactualizados. Por outro lado, nos últimos 10 anos, houve uma evolução nas exigências de qualidade por parte do consumidor face aos produtos existentes. Perante este cenário passámos a olhar para a zona de Oeiras pois é de fácil acessibilidade ao centro de Lisboa e à linha de Cascais e onde ainda se consegue encontrar habitação a preços acessíveis mas com qualidade máxima. É preciso ter a consciência e até a sensibilidade de que não basta captar os compradores estrangeiros é preciso também satisfazer a procura nacional e posso dizer-lhe que 80/90% das nossas vendas são feitas com portugueses. Além disso, é preciso também perceber que nem todas as pessoas conseguem comprar casa a seis ou a oito mil euros o metro quadrado; no entanto, é preciso vender a essas pessoas habitação a preços acessíveis e com qualidade. E foi isso que fizemos. Esta zona que deveria ter sido uma aposta de futuro acabou por ser uma aposta imediata e em boa hora o fizemos a atestar pelo sucesso dos nossos projectos. Outros promotores também perceberam que o futuro do mercado da habitação passa por esta zona. Nesta zona vai nascer também o Dream Living, como está a decorrer a comercialização? Há cerca de um mês e meio iniciámos a primeira fase da pré-venda do Dream Living e dos 45 apartamentos que disponibilizámos mais de 60% estão reservados. Como está a ser um sucesso decidimos, até ao final do ano, lançar a segunda fase. O Dream Living foi apresentado oficialmente durante o SIL e é composto por apartamentos em condomínio privado, com piscina, salão de condomínio e festas, com acabamentos premium. Tudo isto às portas de Lisboa. Este empreendimento conta com a parceria da Invest 10 do antigo futebolista Rui Costa. Como surgiu esta cumplicidade? Eu e o Rui já nos conhecemos há algum tempo e, desde então, temos vindo a trocar ideias. Como sabe, além do futebolista excepcional que foi, ele faz igualmente investimentos no imobiliário e como sempre comungámos de alguns princípios nomeadamente de como o mercado imobiliário deve ser feito, que deve ser dirigido para o cliente e onde a qualidade deve imperar - achámos que este era o momento de estabelecer uma parceria. Esta é uma parceria win-win que, na prática, se


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traduz no facto do Rui Costa deter os lotes de terrenos nesta zona e a JPS Group propor-se a fazer o desenvolvimento de todo o resto do projecto: legalização, construção, promoção, marketing, comercialização. O Dream Living é composto por dois blocos: no início de 2019 estimamos arrancar com o primeiro e no final do primeiro trimestre avançamos com o segundo. Ainda não foi anunciado e avanço à Magazine Imobiliário em primeira mão que, além deste dois blocos, na mesma urbanização, temos mais um lote destinado a equipamentos. O que decidimos foi oferecer ao empreendimento um outro nível de qualidade que vai ser composto por uma clínica de saúde; uma unidade escolar, ou seja, vai ter creche embora estejamos a “lutar” para que tenha também ensino primário; e um outro espaço de bem-estar com ginásio e spa. O Dream Living é mais do que um espaço para habitar é também um local onde as pessoas têm acesso a um conjunto de facilidades que necessitam para que o seu dia-a-dia seja mais confortável e harmonioso, isto é, viver bem. E como está o The Village? Este é um dos tais casos que sofreu com a crise da construção e imobiliário em Portugal pois era um condomínio que estava parado há já alguns anos na Malveira. Pegámos neste projecto e procedemos às obras de requalificação. É composto por moradias em banda e isoladas e, neste momento, só faltam duas unidades para vender. Sendo os vossos projectos de escala, de que forma os vossos investimentos são concretizados: com capital próprio, de investidores ou recorrem à banca?

Nós temos duas vias: a banca como parceiro e também investidores nacionais e internacionais que acreditam no nosso produto. Muito simplesmente compram os apartamentos ou moradias em planta, ou seja, antecipam o capital para as suas compras, beneficiam de descontos e usufruem de mais-valias mais tarde. Muito embora tenhamos o apoio da banca, o facto de teremos essa liquidez antecipada faz com que não tenhamos problemas de capital e elevada capacidade de investimento. Por falar em capital, a JPS REI sempre vai continuar no crowdfunding ou, a concretizar-se, pondera entrar nos REITs? Numa primeira fase pensámos efectivamente fazer financiamento através do crowdfunding. No entanto, rapidamente percebemos que esse não era o caminho uma vez que os nossos projectos são na ordem das dezenas de milhares e milhões e o crowdfunding é para pequenos investidores. O que estamos agora a preparar para avançar para outros projectos é, ou a constituição de fundos de investimento imobiliário, ou os REITs, embora estejamos em compasso de espera para ver se estes se tornam realidade em Portugal. Aliás, a propósito dos REITs, fizemos um pedido à APPII para se ter uma atenção particular a este assunto porque temos um conjunto de investidores que querem entrar connosco em projectos mas só avançam se forem constituídas REITs. Como sabe em Espanha as SOCIMI foram um sucesso mas em Portugal os REITs ainda não passam de uma intenção de legislação para a sua constituição por parte do Governo. Todos os dias no chegam projectos com algum interesse mas o capital, como todos sabemos, é limitado.

Desses projectos que analisam todos os dias existem já alguns que pretendem vir a concretizar? Posso avançar que iremos apostar novamente na reabilitação dentro de Lisboa, no centro histórico, num projecto que vai ser lançado até ao final do ano. Por outro lado, como procuramos sempre projectos de escala, que fazem a diferença e que têm uma dinâmica própria, já estamos a preparar outro projecto nos arredores de Lisboa. A nossa estratégia passa agora por solidificar o nosso posicionamento em Lisboa uma vez que já temos em pipeline dois grandes projectos que vamos lançar em 2019. A juntar a estes está ainda, como novidade, a nosA juntar a estes está ainda, como novidade, a nossa expansão geográfica: Vamos apostar nas zonas Centro, possivelmente no segmento da habitação permanente, e Sul do País, ao nível da habitação secundária. Temos tido solicitações de clientes, quer por parte da oferta, com promotores a querer fazer parcerias connosco, quer da procura com clientes a querer comprar, que nos têm empurrado para estas zonas.

The JPS Group has experienced some intense activity in 2018. We’ve been, as you’ve said, extremely busy. The JPS Group’s performance in 2018 has been rather positive so far. This year will go down in history for you as the year LuxResidence was inaugurated. Indeed, LuxResidence was inaugurated recently and has been an enormous success. As you know, we began working on this project in 2016 with a specific, idyllic concept in mind that boasts a set of facilities for residents and opportunities for people to make investments through the same company that operates the building. At the moment, we have a 90% occupancy rate at the moment, and I can also announce that, on accommodation platforms, we are very close to the maximum rating of “10” and that the building is classified as “superb” – all thanks to the quality of our work. This project sold out completely while still in the blueprint stage and has consistently exceeded our expectations. With such little time on the market, this building is truly a source of pride for us. It wasn’t easy to get SkyCity off the ground. Now, though, you can see machines moving around. How is construction coming along? What about sales?


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Work on SkyCity is moving along full steam ahead, especially on the project’s multi-family units, townhomes, and detached single family homes. This project took longer to get started because of its size and because of issues that any developer would come across in Portugal, since no simple licencing regime exists and it’s not easy to comply with all the legal procedures that need to be completed before beginning to build. Fortunately, we’ve gotten past that phase, and construction is now underway. As for sales, the development went on the market a few months ago, and sales have been a tremendous success. We’ve sold every single multi-family unit and townhome, and apartments are also selling very quick pace. At a time when the market has been very focused on Lisbon and urban restoration, the JPS Group turned out to be visionary and even daring when it gambled on newly constructed products for Portuguese families on the outskirts of the capital, which SkyCity is an example of. When the real estate market began to stir again, investors and developers were very much focused on urban restoration, and this was also our gate-

way into the market. We quickly realised, however, that that domain was going to be limited and that the Portuguese needed houses to live in. As you know, the construction industry suffered a great crisis during which it was brought to a standstill for an entire decade without any new construction, and the products that were available during that time were out-dated. On the other hand, there have been changes over the last 10 years with regard to what consumers demand in terms of quality in the face of existing products. Given this scenario, we started looking at the area of Oeiras because the centre of Lisbon and the Cascais line are easily accessible from that area and because housing that is both affordable and high quality can still be found there. You have to have the awareness and even the sensibility that attracting foreign buyers is not enough. We also have to satisfy domestic demand, and I can tell you that 80%-90% of our sales come from Portuguese buyers. In addition, we must also understand that not all people can buy a house at €6,000 EUR or €8,000 EUR per square meter; we have to sell high-quality housing to these people at affordable prices. And that’s what we’ve done. This area, which was going to be used for some fu-

ture undertaking, ended up garnering immediate interest, and we made this gamble at a good time, with this endeavour becoming a testament to the success of our projects. Other developers have also come to realise that the future of the housing market is in that area. Dream Living will also be located in this area. How is the marketing for this project going? About a month and a half ago, we launched Dream Living’s first pre-sale phase, and, of the 45 apartments that we made available, more than 60% have been reserved. Since it’s been such a success, we’ve decided to launch the second phase by the end of the year. Dream Living was officially presented during SIL and will feature apartments in a private condominium with a swimming pool, a common party room, and premium finishes – all this at the gates of Lisbon. The JPS Group entered into a partnership with former footballer Rui Costa’s Invest 10 for this venture. How did this partnership come about? Rui and I met each other a while ago, and, since then, we’ve been exchanging ideas. As you know, in addition to the exceptional footballer he was,


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he also invests in real estate, and, since we have always shared certain principles (namely how real estate should be done, that it should always be directed to the customer with quality reigning supreme), we thought this was the right time to establish a partnership. This is a win-win partnership, which, in practice, translates to Rui Costa owning land in this area and JPS Group proposing to take on the rest of the project: licencing, construction, development/promotion, marketing, etc. Dream Living willconsist of two buildings. We hope to start work on the first building in early 2019, and, at the end of the first quarter, we’ll begin on the second. This has not been announced yet, but I’d like to tell Magazine Imobiliário first-hand that, in addition to these two blocks, we have another lot in the same development that will be used for services. We have decided to bring yet another level of quality to the project, which will now feature a health clinic; an education facility, that is, it will have a nursery, although we are “fighting” for it to also offer primary education; and a wellness area with a gym and spa. Dream Living will be more than a place to live. It will also be a place where people will have access to a range of facilities that will make their daily lives more comfortable and harmonious. In other words, Dream Living will make the good life accessible to its residents. And what is progress like on The Village? This is one of those cases that suffered during the construction and real estate crisis in Portugal. It was to be a condominium in Malveira, but work on it had been stopped for a number of years. We took this project head-on and went forward with the renovation work. It is comprised of townhomes and detached single family homes, and, at the moment, there are only two units left to sell. Given your projects are large in scale, how do you finance your investments: you’re your own capital, through investors, or do you work with banks? We have two channels: the banking world as our partner and domestic and international investors who believe in our product. Put quite simply, they buy the apartments or houses while still in the blueprint stage. They anticipate the capital they’ll receive for their purchases, benefit from discounts, and will enjoy capital gains later on. Although we have the support of the banks, the fact that we have this liquidity in advance means that we don’t have problems related to capital and have a high investment capacity.

Speaking of capital, will JPS REI always continue to rely on crowd-funding or, if they materialise, would REITs be an option? At first, we actually thought we would do our financing through crowd-funding. However, we quickly realised that this was not the right path for us, since our projects require tens of thousands to millions of euros and crowd-funding is for small investors. We are now preparing to set up either real estate investment funds or REITs for our next projects, although we’re waiting to see if REITs become reality in Portugal. Incidentally, regarding REITs, we have asked APPII to pay particular attention to this issue because we have a group of investors who want to work on projects with us but will only move forward if REITs are set up. As you know, the SOCIMI were a success in Spain, but, in Portugal, REITs have not moved from being a legislative proposal to actually getting set up by the Government. Every day, we get projects with some interest, but capital, as we all know, is limited.

Of those projects you get every day, are there already some that you intend to bring to fruition? A project that will be launched by the end of the year will have us focusing on restoration in Lisbon’s historic centre. On the other hand, given that we’re always looking to work on largescale projects that make a difference and have their own dynamics, we are already preparing another project on the outskirts of Lisbon. Our strategy now is all about solidifying our positioning in Lisbon, since we already have two major projects in the pipeline that are going to launch there in 2019. Adding to these developments is also the news that we will be expanding geographically: we’re going to be working on projects in the Center (possibly in the segment of permanent housing) and in the South of Portugal (in the secondary housing segment). We’ve been receiving requests from clients on both the supply and demand sides of the equation – with developers wanting to form partnerships with us and customers wanting to buy properties – that have pushed us to these regions.


Esta é a nossa casa O Santander é a sua casa em Soluções de Crédito Habitação Este é o nosso espaço, tal como o imaginámos. Acolhedor, pensado e planeado para nós. Em Soluções de Crédito Habitação, o Santander é a nossa casa.

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Metro Quadrado 16 32 NOV/DEZ 2018

Avila Spaces

Aproveitar a vida Enjoying life


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O slogan do espaço de escritórios físico e virtual do Avila Spaces é: Work, Relax, Enjoy. É que no 1º, 6º e 7º pisos do edifício localizado no número 6 da Avenida da República existe um espaço que vai muito além do conceito tradicional de trabalho. Aqui trabalha-se, e muito, mas partilham-se igualmente ideias, negócios e formas de estar na vida. Também há pausas e conversas de café, onde não falta uma boa cerveja. The slogan of Avila Spaces, a physical and virtual office space, is “Work, Relax, Enjoy.” The 1st, 6th, and 7th floors of the building located at Avenida da República 6 house spaces that provide much more than the traditional workspace. There, occupants work – a lot – but also exchange ideas, do business, and share ways of life. Coffee breaks are also never in short supply, nor are chats over a good, cold beer.

O que vos levou a apostar em modelos de escritórios alternativos? A empresa começou em 2004 com um centro de escritórios tradicional na Avenida Duque de Ávila daí o nome Avila Spaces. Depressa percebemos, sobretudo com o surgimento da crise em 2008/2009, que as empresas procuravam modelos alternativos de trabalho. Recorde-se que, na altura, houve muitas empresas que começaram a reduzir a sua estrutura por uma questão de contenção de custos. Neste sentido, tentámos ir ao encontro dessa nova procura, começámos a diversificar a nossa actividade e a inovar ao nível do escritório virtual. Passámos a oferecer, não só espaço físico às empresas que trabalhavam no modelo tradicional em escritórios privativos, mas também no secretariado à distância no âmbito do escritório virtual. Quais são as vantagens de ter um escritório virtual e o que mudou com o surgimento do Coworking? A maior vantagem do escritório virtual é, acima de tudo, dar às empresas a possibilidade de poderem utilizar o espaço físico quando necessitam, ou seja, além da morada, atendimento telefónico persona-

lizado e gestão de correspondência, disponibilizamos também salas de reunião e espaços de trabalho de utilização pontual. Temos muitas empresas do Norte do País, nomeadamente do Porto, também de fora do Lisboa e até pessoas que trabalham em casa mas que pontualmente precisam de um espaço numa morada de prestígio, como a Av. da República, para contactar ou captar clientes. Neste momento temos cerca de 500 clientes mas que não estão diariamente no Avila Spaces, pois usufruem do serviço de escritório virtual ou o coworking. O que mudou com o Coworking foi, sobretudo, o facto de termos diversificado ainda mais o nosso leque de oferta de serviços. Como costumamos dizer, passámos a oferecer o “melhor dos três mundos num só espaço”: escritório físico, escritório virtual e coworking. O vosso conceito parece estar muito orientado para empresas. Sim, estamos. Ao contrário de alguns centros de escritórios que têm espaços de coworking muito orientados para freelancers, indústrias criativas e/ ou empresas startup, nós somos um espaço corpo-


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rativo que está orientado para empresas já estabelecidas no mercado, que valorizam a qualidade do serviço, a imagem e o espaço confortável para trabalhar. Inicialmente eramos procurados por pequenas empresas, freelancers, profissionais liberais e consultores, mas desde que iniciámos o primeiro projecto de coworking em 2008 até 2018, ou seja, os últimos 10 anos, temos vindo a assistir a um crescente interesse por parte de empresas, nomeadamente multinacionais. E isto aconteceu por duas razões: a primeira, porque oferecemos um modelo flexível que permite as estas empresas localizarem-se em Portugal num espaço de 24 horas num espaço partilhado e em que ao fim de três meses podem sessar a operação no escritório ou fazer alterações; a segunda razão prende-se com o conforto e com um conjunto de serviços e vários espaços que oferecemos como o business lounge, locais de lazer de que é exemplo o nosso terraço, copa, bebidas e catering gratuito, etc... Acabamos por ser centros de atracção e retenção de talentos pois as empresas sabem que neste nosso espaço oferecemos boas condições de trabalho aos seus colaboradores que é essencial à produtividade e criatividade dos mesmos. Essa procura já dita uma expansão do Avila Spaces quer no edifício, quer para outras localizações? Nesta localização, ocupávamos inicialmente o 7º piso e depois expandimos para mais dois pisos precisamente porque houve uma necessidade de crescimento e de dar resposta a novas necessidades e exigências aos nossos clientes. Ainda assim, e apesar de a procura ser crescente não pensamos aumentar o nosso espaço. Estamos no mercado já há 14 anos e somos uma pequena empresa pelo que quer crescer de forma sustentada. Crescer, no vosso caso é, então, sinónimo de inovação? Sim. Para nós crescer nem sempre tem de ser no espaço físico, no nosso caso passa, de facto, pela aposta na inovação. Recorde-se que em 2010 fomos a primeira empresa no mundo a criar uma aplicação mobile de escritório virtual - a app myOffice - que é um factor de diferenciação face aos outros operadores na medida que através desta aplicação os nossos clientes recebem informação em tempo real sobre correspondência, notificações de contactos telefónicos e marcação de reuniões. Somos o Centro de Escritórios e Coworking mais premiado do país, temos participado em eventos nacionais e internacionais e estamos sempre à

procura de novas formas de inovar para os nossos clientes. Posso avançar também que, nas próximas semanas, vamos lançar uma plataforma de networking, na qual os nossos clientes poderão contactar com outros membros da comunidade para estabelecer parcerias, divulgação dos seus produtos ou serviços e promover o negócio. É quase como um ‘LinkedIn’ privado.

meio do dia no Business Lounge ou no Terraço) e Enjoy (convidamos as pessoas a usufruir dos bons momentos da vida através de eventos que organizamos, desde workshops a festas). Os milleniells vieram ensinar-nos que a nossa vida não é só trabalho. Por isso neste escritório cruzamos trabalho com relaxamento e descontração. Temos de aproveitar a vida.

O que vos levou a mudar o vosso “mantra” para “Work Relax Enjoy”? Penso que a palavra escritório está a cair em desuso. O que hoje as pessoas têm são espaços de trabalho, pois basta ter um telemóvel, um tablet ou um computador e estão comunicáveis em qualquer parte do mundo. Foi com base nesta nova realidade que pensámos que devíamos mudar o nosso slogan para três palavras que melhor definem o nosso espaço e conceito de negócio: “Work (um espaço para trabalhar), Relax (poderão fazer pausas, ter momentos de descontração e relaxar entre reuniões ou a

What led you to focus on alternative office models? Our company was started in 2004 with a traditional office building on Avenida Duque de Ávila. Hence, the name “Avila Spaces”. We quickly realised, especially with the onset of the crisis in 2008-2009, that companies were looking for alternative work models. Of course, there were lots of companies at the time that began to shrink for the sake of cost containment. With this in mind, we tried to satisfy that new kind of demand and began to diversify our business and innovate in the field of virtual offices.


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We started to offer not only physical spaces to companies that used the traditional ‘private office’ model but also online solutions for virtual offices. What are the advantages of having a virtual office, and what has changed with the emergence of co-working? The greatest advantage of having a virtual office is, above all, the fact that it gives companies the option of using the physical space when they need it. In addition to the address, personalised telephone service, and correspondence management, we also offer meeting rooms and workspaces for occasional, specific use. We have lots of client companies in northern Portugal (namely in Porto), from outside Lisbon, and even people who work at home who occasionally need a space at a reputable, upmarket address, such as Avenida da República, to contact or attract clients. At the moment, we have about 500 clients, but they don’t come to an Avila Spaces outlet daily because they enjoy the virtual office service or co-working. The most important thing that has changed with co-working is the fact that we have further diversified the range of services we offer. As we like to say, we began offering the “best of the three worlds [– a physical office, a virtual office, and co-working –] in one space.” Your concept seems to be oriented more towards businesses. Yes, it is. Unlike some office centres that have co-working spaces that are aimed more at freelancers, creatives, and/or start-up companies, we are a corporate space that is geared towards companies that are already established in the market and value the quality of our services, our image, and the comfort our spaces provide for them to work in. Initially, we were sought after by small businesses, freelancers, self-employed professionals, and consultants, but, ever since we began on our first co-working project in 2008 (i.e., the last 10 years), we have witnessed a growing amount of interest from companies, namely multinationals. And this has happened for two reasons. Firstly, we offer a flexible model that lets these companies to open up shop in Portugal in part of a shared space that is accessible 24 hours a day, and, after three months, they are allowed to stop operating in the office or make changes. The second reason is the comfort, services, and wide range of spaces and amenities that we offer, such as the business lounge, leisure areas

like our terrace, cups, drinks, free catering, etc… We’ve ended up attracting and retaining a large amount of talent because these companies know that, in this space of ours, we offer good working conditions for their employees, which is essential to their productivity and creativity. Will this demand compel Avila Spaces to expand soon, be it to other spaces in the same building or to other locations? In this location, we started out on the 7th floor and then expanded to another two floors precisely because we needed to grow and respond to new needs and requirements our customers had. Despite this, and although demand is increasing, we’re not thinking about growing our square footage. We’ve been in the market for 14 years now, and we’re a small company that wants to grow in ways that are sustainable. In your case, then, growth is synonymous with innovation, is it not? Yes. For us, growing doesn’t even always have to be about growing our physical space. In our case, it is, in fact, truly all about our commitment to innovation. Of course, in 2010, we were the first company in the world to create a virtual office mobile application – the myOffice app – which is something that has differentiated us from other operators inasmuch as our clients receive real-time information about correspondence, telephone contact notifications, and meeting appointments through this application.

We are the most awarded office and co-working centre in Portugal. We’ve participated in national and international events, and we’re always looking for new ways to innovate for our customers. I can also announce that, in the coming weeks, we will be launching a networking platform through which our clients will be able to contact other members of the community to establish partnerships, publicise their products or services, and promote their business. It’ll be almost like a private LinkedIn. What led you to change your slogan to “Work, Relax, Enjoy”? I think the word ‘office’ is falling into disuse. What people have today are workspaces, since all you need is a mobile phone, a tablet, or a computer to communicate from anywhere in the world. It was thanks to this new reality that we thought we should change our slogan to three words that best define our space and business concept: “Work (a place to work), Relax (you can take breaks, de-stress, and relax between meetings or in the middle of the day in the Business Lounge or on the Terrace), Enjoy (we invite people to enjoy the good moments in life with events we organise, from workshops to parties).” The millennials have come to teach us that our lives shouldn’t be all about work, so, in this office, we cross work with relaxation. We have to enjoy life.


Metro Quadrado 20 32 NOV/DEZ 2018

SIL 2018

Um pulo para a frente

A leap forward


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Entre os dias 3 a 7 de Outubro todos os caminhos foram dar ao Parque das Nações, em Lisboa, para participar no Salão Imobiliário de Portugal (SIL). A organização cumpriu a sua missão, e alavancada pelo bom momento que o sector atravessa, aumentou a área exposicional e trouxe diversas novidades ao certame. From 3 to 7 October, all roads led to Parque das Nações in Lisbon for the Portuguese Real Estate Exhibition (SIL). SIL’s organising body fulfilled its mission and, thanks to the fantastic energy the industry is currently experiencing, brought several new exhibitors to the event, leading it to take up more exhibition space than ever before.

Conforme a organização avançou, foram ocupados 40,000 m2 aos quais se juntaram os espaços exteriores dos pavilhões da FIL com a realização em simultâneo das quatro feiras: SIL, 42ª edição da INTERCASA, Lisboa Design Show (LxD) e Vintage Festival. Este evento pecou, no entanto, pela data escolhida que coincidiu com um fim-de-semana prolongado que, juntando-se às boas temperaturas que se fizeram sentir no País, foi convidativo a umas mini-férias. Como resultado assistiu-se ao contraste do primeiro dia em que os corredores do salão estiveram repletos de pessoas, com os últimos dias a “meio gás” e com a ausência visível de visitantes. Outra das “queixas” dos expositores foi o lançamento dos convites virtuais que teve uma primeira experiência menos boa já que não foi fácil o acesso aos mesmos mas que, se espera, esteja ultrapassada em 2019. Aliás, há que louvar esta decisão amiga do ambiente.

Novidades SIL No pavilhão 2 e 3 realizou-se o SIL que este ano contou com o dobro da área exposicional. Entre as novidades esteve a 1ª Edição do “SIL LUXURY”, um espaço onde estiveram representadas diversas marcas de luxo e prestígio dos mais variados sectores. Do mesmo modo merece destaque o “SIL INVESTMENT PRO”, um “side event” só para os profissionais do sector e para convidados. Várias foram também as novidades apresentadas no SIL 2018. Desde logo a Câmara Municipal de Lisboa anunciou que vai lançar quatro novos concursos ao abrigo do Programa Renda Acessível (PRA). Trata-se de um total de 1.600 apartamentos, dos quais cerca de 1.200, dependendo da tipologia, vão ter rendas entre os 150 e 600 euros, e os restantes serão para especulação imobiliária promovida por parte dos privados que ficarem responsáveis pela recuperação e comercialização por um período de 30 anos deste edificado. O presidente da Câmara Municipal do Seixal, que foi a Cidade Convidada, apresentou durante o seminário SIL Investment Pro diversos projectos que vão ser desenvolvidos, através de parcerias públicas e privadas, entre os quais estão os projectos turísticos do Hotel Quinta da Fidalga, Hotel Mundet, Hotel Largo dos Restauradores, Hotel Quinta da Trindade, Eco Resort do Seixal, bem como as novas urbanizações da Quinta da Trindade e do Seixal Baía. Já a JPS Group lançou, em parceria com a empresa Invest 10 do antigo jogador de futebol Rui Costa, o empreendimento Dream Living que promete ser mais um caso de sucesso imobiliário deste promotor imobiliário.

According to organisers, four large expos being held simultaneously – SIL, the 42nd INTERCASA trade show, the Lisbon Design Show (LxD), and the Vintage Festival – combined to form a single event that occupied 40,000 m² of exhibition space, not including FIL’s outdoor pavilions. The event committed a mortal sin, however, by being held on dates that coincided with an extended holiday weekend. The holiday – combined with the great weather Portugal had that weekend – led many to go on mini-holidays. As a result, the first day, during which the exhibition hall’s corridors were filled with people, contrasted with the other days, when things seemed to be running at ‘half steam’ and the lack of visitors was noticeable. Another of the exhibitors’ “complaints” was the way in which the virtual invitations were implemented. The event’s first experience with these invitations was less than optimal because they were difficult to access, but organisers are hoping this will be resolved in 2019. Indeed, this environmentally friendly decision ought to be praised.

Announcements/News from SIL SIL was held in Pavilions 2 and 3, which had twice as much exhibition space this year. Among SIL’s new attractions for this year was the first “SIL LUXURY” space, an area where a number of prestigious luxury brands from a wide range of industries were represented. Likewise, the “SIL INVESTMENT PRO” ‘side event’ should also be highlighted, dedicated exclusively to industry professionals and special guests. SIL 2018 also helped showcase other new developments. First, the City Council of Lisbon announced that it will launch four new competitions under the Affordable Rent Programme (PRA). A total of 1,600 apartments will be involved; about 1,200 of these will have rents between €150 EUR and €600 EUR (depending on the number of rooms), while the rest will be left to real estate speculation organised by private parties that will be responsible for maintaining and marketing the building for a period of 30 years. The Mayor of Seixal, which was SIL’s Guest City, gave a presentation during the SIL Investment Pro seminar on several projects that will be executed through public and private partnerships. Many of these projects (e.g., the Hotel Quinta da Fidalga, Hotel Mundet, Hotel Largo dos Restauradores, Hotel Quinta da Trindade, and the Eco Resort of Seixal) are linked to tourism, while others, such as Quinta da Trindade and Seixal Baía, will see new housing developments built.


Opinião Catarina Barros Fernandes

Especulação Imobiliária? Não, investimento! Real Estate Speculation? No, investment! Catarina Barros Fernandes Advogada ABC Legal

Lawyer, ABC Legal Alexandra Bessone Cardoso & Associados, Sociedade de Advogados, SP, RL

Portugal tornou-se num dos países de eleição para as pessoas se domiciliarem, habitarem e investirem devido ao baixo custo de vida, baixa criminalidade, domínio de diversos idiomas por parte da população, boas redes rodoviárias, excelentes clima e gastronomia, associados aos incentivos criados legalmente para os investidores, que representam uma conjugação única de factores. Com o impulso relativamente recente do turismo em Portugal, particularmente Lisboa e Porto, deu-se início ao mercado do alojamento local e ao regresso do mercado do arrendamento, isto, porque se permitiu que os bairros debilitados voltassem a estar na moda devido ao investimento promovido por investidores imobiliários na reabilitação urbana e pelo facto dos turistas usufruírem desses imóveis nessas localizações. O boom imobiliário veio pois de mãos dadas com o boom turístico, deu-se um rápido desenvolvimento económico e inevitavelmente assistimos ao crescimento do mercado imobiliário. Facilitou-se o investimento privado, permitindo desta forma acesso aos investidores nacionais e internacionais que acreditam no crescimento do País e que assim contribuem para o desenvolvimento do imobiliário português. Estamos perante investimento e não especulação, já que quem investe se vê com as obrigações legais de proceder a obras ou requalificações por forma a poder vender ou arrendar. Quem vive do mercado imobiliário compra e vende imóveis tirando disso o maior proveito possível, sendo isto tão legítimo como em qualquer outro negócio. Umas vezes ganha-se

e outras vezes perde-se, geralmente muito em uma ou outra das circunstâncias na área do imobiliário. A expressão especulação é sempre usada com uma conotação negativa, um juízo de valor e por isso a causa anti especulativa é valiosa enquanto causa política. Não foi o investimento imobiliário que fez com que as pessoas deixassem de viver nos centros das cidades sendo “empurradas” para a periferia, foi o congelamento das rendas que levou a que as casas dos centros urbanos se degradassem e consequentemente à noite se fizesse sentir a desertificação humana. Os preços estão inflaccionados, é uma realidade, mas isso só se combate com investimento legalmente regulamentado e sustentado e com as indispensáveis reabilitação e construção que levam ao aumento da oferta, fazendo assim face à incessante procura e consequente baixa dos preços e não com medidas fiscais post aestate sobre as transacções imobiliárias. O agravamento tributário reduz a oferta, ou pelo menos modera o seu crescimento, não a aumenta. A estabilidade fiscal é amiga do crescimento económico, assim o clarificam fiscalistas e economistas, sendo factor de disciplina orçamental e incentivo para que se estudem outras medidas que não a criação de novos impostos e taxas. Portugal atravessa um momento em que tal Quinto, de Italo Calvino, na sua obra “Especulação Imobiliária”, oscila entre manter-se fiel às ideias intelectuais de esquerda ou em aderir ao empreendedorismo económico, mas não deverá hesitar, pois as coisas mudaram vertiginosamente, para muito melhor. As velhas e pacatas Lisboa e Porto desertificadas


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transformaram-se não em infernos populosos e kitsch como lhe chamam alguns, mas sim em cidades com vida, bonitas, movimentadas, sendo um prazer para quem nelas habita, trabalha ou visita. Convém por fim lembrar que as zonas prime históricas das cidades europeias estão a ser ocupadas por turismo, quadros superiores e empresas. É esta a realidade do mercado liberalizado e legalmente regulamentado onde o que lidera é a lei da oferta e da procura formando-se assim livremente os preços de venda e arrendamento que levam ao escrutínio de quem vai ocupar estes espaços. Portugal has become one of the top countries people choose to live and invest in. People are flocking to establish residency here thanks to the country’s low cost of living, low crime rate, high quality road network, excellent climate and food, the population’s command of a number of different languages, and incentives established by law for investors, all of which come together to create a unique combination of attractive factors. Tourism’s relatively recent rise in Portugal (especially in Lisbon and Porto) jumpstarted the local accommodation market and caused the rental market to pick back up. This was an important influencing factor because real estate investors’ actions and the increasing number of tourists enjoying properties in larger cities helped decaying neighborhoods become trendy again. The real estate boom, thus, came hand in hand with tourism’s boom, economic development quickly skyrocketed, and we inevitably witnessed the real estate market grow. Private investment has been encouraged, which has allowed domestic and foreign investors who believe in Portugal’s growth prospects easier access to the country, thereby enabling them to make important contributions to the development of the Portuguese real estate market. We are in the midst of investment and not speculation, since those making the investments are legally obliged to carry out construction and restoration work in order to be able to sell or rent out whichever building is involved. Anyone who lives off the real estate market buys and sells properties and tries to obtain as much profit as possible, which is just as legitimate a business as any other. Sometimes, you win. Sometimes, you lose. It’s generally a lot one way or the other and depends on the how the real estate market is performing. The term ‘speculation’ seems to

always carry a negative connotation, a judgement of something’s value, which is why the anti-speculation cause is valuable as a political cause. It wasn’t real estate investment that made people stop living in city centres, causing them to be ‘pushed’ out to the periphery. Rather, it was rent stagnation that led homes in city centres to deteriorate, consequently leading city centres to feel deserted at night. It’s true prices are inflated, but we can only combat this with legally regulated and sustained investment and with restoration and construction projects that indispensably lead to increases in supply, doing so in the face of incessant demand and even after the resulting fall in prices. Post aestate taxes levied on real estate transactions will not help combat inflation. Tax burdens reduce supply (or, at the very least, restrict its growth); they do not increase it. Fiscal stability is a friend of economic growth, tax experts and economists say, as it contributes to budgetary discipline and serves as an incentive to look at other measures that do not create new taxes and fees. Portugal is going through a phase similar to that which Quinto from Italo Calvino’s work “A Plunge into Real Estate” experienced when he oscillated between staying true to the intellectual ideas of the left or adhering to economic entrepreneurship. But Portugal must not hesitate, for things have changed dramatically for the better. Lisbon and Porto – once old and deserted – have not transformed into crowded, kitsch hells as some call them but rather into lively, beautiful, bustling cities that are a pleasure to visit or live or work in. Lastly, we ought to remember that the prime historical areas of European cities are being occupied by tourists, high-level officials, and companies. This is the reality of a liberalised, legally regulated market where the law of supply and demand reigns supreme, with sale and rent prices that lead whoever occupies these spaces to be scrutinised thus being calculated freely.


Opinião José Araújo Mudança de ciclo? A change to the cycle?

José Araújo Director da Direcção de Negócio Imobiliário Millennium bcp

Director of Department of Real Estate Business at Millennium bcp

No momento em que escrevo estas linhas, não sabemos ainda muito bem qual o Pacote Legislativo a ser aprovado pela Assembleia de República, nem qual o Orçamento do Estado a ser viabilizado no âmbito do sector imobiliário. No entanto sabemos que ambos serão peças fundamentais para ajudar a prolongar, por mais um ano a confiança, a saúde e a recuperação deste sector. Do que podemos perspectivar do OE 2019, não se esperam alterações fraturantes. Por sua vez, do Pacote Legislativo já teremos motivos para alguma expectativa quanto a decisões que podem ser impactantes. No mercado imobiliário, a confiança dos players é notória e prevê-se que irá permanecer no decurso do próximo ano, reflectindo-se na manutenção da procura, embora mais tranquila e ponderada. Há quem diga que poderá ser um dos últimos anos deste ciclo bastante positivo que começou logo após a saída de Portugal da Troika, em 2014. Mas há também opiniões divergentes que se fundamentam na realidade observada no dia-a-dia, porque continuam a não faltar investidores internacionais, fundos de investimento, promotores nacionais com interesse em procurar alternativas de investimento e em prosseguirem a sua actividade no sector. Poderá haver um maior foco na construção nova e uma estabilização de preços, bem como um reforço do alargamento da procura para as zonas periféricas às grandes cidades. Adicionalmente, o aumento da exposição bancária à promoção imobiliária poderá desenvolver-se dando continuidade ao que só este ano foi possível para a maioria dos bancos, apoiando os projectos de construção com viabilidade. Ou seja, existem factores visíveis no mercado com capacidade para suportar esta boa dinâmica do sector imobiliário e manter activos os diferentes intervenientes em prol da continuação do seu desenvolvimento. Estamos pois activamente optimistas, mas prevenidos e cautelosos quanto aos altos e baixos dos ciclos económicos, devendo sobretudo caber aos agentes e ao mercado em geral, o estabelecimento da sua duração e a profundidade das suas curvas. Contamos com os legisladores para regular e proteger o mercado de situações oportunistas e especulativas mas não determinar a sua evolução. Deixei, de propósito para o fim o tema da prometida legislação em Portugal para a criação de REITs (Real Estate Investment Trusts). Se for uma realidade, e de fora não vier nenhuma situação inesperada, 2019 poderá ser mais um belo ano para o sector imobiliário nacional.

As I write these lines, we still do not really know which Legislative Package the Assembly of the Republic will approve nor which State Budget will be made available to the real estate industry. What we do know, though, is that both will be key to helping prolong this industry’s confidence, health, and recovery for one more year. Current expectations for the 2019 State Budget do not include any earth-shattering changes. In turn, we already have reasons to expect some decisions in the Legislative Package that could prove impactful/may have consequences/an impact. Key players in the real estate market are notoriously confident and are expected to remain so through next year. As a result, demand will remain high, although calmer and more deliberate. There are those who say that it may be one of the last years of this very positive cycle that began shortly after the Troika left Portugal in 2014. Other opinions that are based on the realities people observe in their everyday lives also exist: international investors, investment funds, and national developers interested in pursuing alternative investment opportunities and continuing their work in the sector continue to abound. A greater focus on new construction projects may come to pass, prices may stabilise, and the broadening demand for projects on the outskirts of large cities may intensify. In addition, banks’ exposure to real estate development could grow even more, continuing what most banks could achieve this year alone and supporting viable construction projects. In other words, there are visible phenomena in the market that have the capacity to keep the real estate industry’s positive energy going and to keep active different actors that support the industry’s continued development. We are thus actively optimistic but cautious and prudent with regard to the ups and downs of economic cycles. Above all, it should be left up to the market in general and its players to determine how long these cycles should last and how extreme they should be. We rely on legislators to regulate and protect the market from situations where opportunism and speculation run rampant – not to determine how it evolves. I waited until the end to discuss the promised piece of legislation regarding the creation of REITs (Real Estate Investment Trusts) in Portugal on purpose. If it comes to fruition and no unexpected situation arises on the outside, 2019 could be yet another beautiful year for Portugal’s real estate industry.


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Fio-de-Prumo 26 32 NOV/DEZ 2018

Evolução positiva

Construção regressa em força Positive progress

Construction comes back strong


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2018 afirma-se como um ano de consolidação da recuperação da actividade das empresas da Construção. Tudo leva a crer que se avizinham bons momentos para este sector ainda que “agoirado” pela crise de mão-de-obra que poderá ser atenuada com a materialização de algumas medidas previstas no Orçamento de Estado para 2019. 2018 will stand out as a year that saw the construction industry intensify its recovery. There is every reason to believe that good times are ahead for this industry, even if it is ‘harried’ by the current labour crisis, which some measures provided for in the 2019 State Budget may mitigate.

Os dados avançados pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), em 2018, para a produção do sector apontam para um crescimento de 4,5% o que reflecte um andamento positivo em todos os segmentos. Já ao nível dos edifícios residenciais existe uma variação de 7%, dos edifícios não residenciais um crescimento de 2,8% e na Engenharia Civil um aumento de 4,0%. Não obstante, o presidente da associação, Reis Campos, salienta a “manifesta redução do investimento público que se encontra, a preços constantes, a níveis de há 30 anos, e o investimento privado, sobretudo em imobiliário, foi compensando as insuficiências de um Estado que não investe como deveria”. O bom momento que o País atravessa ao nível do turismo, bem como iniciativas como o Programa de Vistos Gold e o Regime de Tributação de Residentes Não Habituais, colocaram Portugal na rota dos investidores internacionais. Mas a isto Reis Campos junta “a fraca atractividade dos produtos oferecidos pela Banca, no actual contexto de baixas taxas de juro, que veio complementar esta conjuntura positiva, criando condições para uma estabilização do mercado imobiliário que era esperada há muito”. No entanto, sublinha o “papel estruturante do investimento público e o seu efeito enquanto catalisador do investimento privado, pelo que se trata de uma matéria que não pode continuar a ser menosprezada e, sobretudo, colocada à margem

da política orçamental e fiscal”. Na opinião do administrador da Garcia Garcia, 2018 foi “globalmente um ano positivo para a Construção em Portugal, sendo que, à semelhança do que tem vindo a acontecer nos últimos anos, o sector privado foi o principal dinamizador da construção”. Carlos Garcia acrescenta que no sector residencial, “quer ao nível da construção nova, quer ao nível da reabilitação, registou uma dinâmica muito interessante e que há muito tempo não se via”. A Garcia Garcia opera no Industrial e Logística e para este particular sub-sector da construção considera que “manteve-se a tendência de crescimento, com níveis de investimento elevado por parte da indústria em Portugal”. Para Carlos Garcia tal é “justificado pelos incentivos dirigidos às empresas no âmbito do Portugal 2020, assim como, pelo investimento directo estrangeiro que Portugal tem conseguido captar. Portugal está na “moda” e isso reflecte-se nas empresas que investem no nosso País”.

Há falta de mão-de-obra “O mercado, sobretudo em Lisboa, continua bastante aquecido” diz Nuno Couceiro, general manager da Paviana, para quem o “sector da reabilitação continua a ser a força motriz da construção”, muito embora reconheça que “já começa a haver alguma procura por construção nova e para fazer face à escassez de imóveis novos que existe no mercado”.


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Nuno Couceiro adianta que, o facto de os “investidores continuarem a procurar oportunidades de negócio (embora estejam mais criteriosos) e com elevadas rentabilidades, levaram a construção ao ponto actual: elevada procura de serviços de construção e escassez de meios, nomeadamente de mão-de-obra que está cada vez mais cara”. Por outro lado, e face a esta dinâmica, “os terrenos estão a subir de preço e a construção está a subir de preço, ou seja, a margem está a estreitar-se para os investidores, apesar de a procura por produto final continuar extremamente dinâmica”. Derivado da falta de mão-de-obra especializada em Portugal já há empresas da construção e sub-empreiteiros que estão a recusar obras pois não têm mãos a medir para tantas solicitações. A este propósito Nuno Couceiro declara que, no entanto, já se está a assistir a um “aumento do influxo de emigrantes para a construção portu-

guesa, nomeadamente trabalhadores brasileiros e alguns dos países de Leste (a mão-de-obra que existia em abundância antes da crise), ou seja, os sub-empreiteiros já estão a começar a reforçar-se”. A este novo cenário acrescenta “o incentivo do Governo à mão-de-obra especializada que se encontra expatriada, não só em Angola mas também na Europa, que, através do desconto no IRS, entre outros benefícios, pode trazer de volta aqueles que durante a crise saíram de Portugal”. Ao mesmo tempo, “a situação do Brasil que é muito difícil em termos sociais pode também fazer com que exista um influxo dessa mão-de-obra para Portugal”.

Especialistas dão nota positiva Para Carlos Garcia, 2019 “deverá voltar a ser um ano favorável para a construção. Os efeitos da recuperação económica devem continuar a

fazer-se sentir na construção, com especial incidência no sector residencial e de equipamentos/ serviços”. Contudo, como diz, “este crescimento deverá “chocar” de frente com a crise de mão-de-obra, que deverá fazer com que alguns investimentos possam ver o seu arranque adiado”. Ainda assim, para o próximo ano, só em Lisboa, são esperadas obras de vulto, nomeadamente a Feira Popular, os projectos equacionados para a Avenida Infante D. Henrique ou para os antigos terrenos da Galp, Alcântara, Artilharia 1, entre muitos outros que, por certo, vão animar o sector da construção e reabilitação. Para 2019, pela positiva, Reis Campos declara que é “esperado novamente um crescimento generalizado da actividade do sector, acompanhando as actuais previsões macro-económicas para o andamento do investimento”. As últimas estimativas do Governo, constantes da Proposta do OE2019, apontam para um cres-


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Há elevada procura de serviços de construção e escassez de meios, nomeadamente de mão-de-obra que está cada vez mais cara. High demand for construction services and scarce resources, namely manpower, which is increasingly expensive.

cimento de 7% para o investimento, sendo que o investimento em construção representa 50,5% deste último. Neste contexto, e a concretizar-se este cenário, Reis Campos acredita que “a actividade do sector terá uma evolução claramente positiva”. Data released by the Association of Civil Construction and Public Works Industries (AICCOPN) on the sector’s performance in 2018 point to a growth rate of 4.5%, which indicates positive progress in all segments. Residential buildings grew by 7%, whereas non-residential buildings experienced 2.8% growth and Civil Engineering 4.0%. Nonetheless, Reis Campos, President of AICCOPN, underscored the “obvious reduction in public investment, which, at constant prices, is at levels from 30 years ago. Private investment, [however,] especially in real estate, has compensated for the inadequacies of a State that does not invest as it should.” The momentum that Portugal’s tourism industry is experiencing, as well as initiatives like the Gold Visa Programme and the Non-Habitual Resident Tax Regime, have put the country on international investors’ radars. But, to this, Campos also stressed “the weak attractiveness of the products offered by banks, given the current context of low interest rates, which has complemented the country’s positive momentum, creating conditions for a stabilization of the real estate market that had long been expected.” He further highlighted the “structuring role of public investment and its effect as

a catalyst for private investment. So this is a matter that cannot be neglected any longer nor, above all, left out of budgetary and fiscal policies.” In the opinion of Garcia Garcia’s manager, 2018 was “a positive year overall for the construction industry in Portugal, and, as in recent years, the private sector has been the main driver of construction.” Carlos Garcia adds that, in the residential sector, “there was a very interesting dynamic both at the level of new construction and at the level of rehabilitation that had not been seen for a long time.” Garcia Garcia operates in the industrial and logistics segment, and, for this particular sub-sector of the construction, they believe that “this tendency to grow has continued, with industry in Portugal seeing high levels of investment.” For Carlos, this growth has been brought about thanks to “the incentives directed at companies under the Portugal 2020 framework, as well as the foreign direct investment that Portugal has managed to capture. Portugal is in “vogue”, and this is reflected in the companies that invest in our country.”

Lack of manpower “The market is still very hot, especially in Lisbon,” says Nuno Couceiro, General Manager of Paviana. For Couceiro, the “rehabilitation sector continues to be the driving force in the construction industry,” although he acknowledges that “there is already some demand for new construction projects given the scarcity of new properties in the market.”

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Couceiro points out that “investors (although more scrupulous) continuing to look for business opportunities with high returns have led the construction industry to its current state of affairs: high demand for construction services and scarce resources, namely manpower, which is increasingly expensive.” On the other hand and in spite of this dynamic, “land is rising in price, as is construction. So margins are getting tighter for investors, even though demand for the final product remains extremely high.” There are already some construction companies and sub-contractors who are refusing to work because they have no way of responding to so many requests owing to the lack of skilled labour in Portugal. However, Couceiro claims that, despite this, Portugal is already witnessing an “increase in the number of migrants working in the national construction industry. [Many of these] workers are Brazilian, while others hail

from Eastern Europe (the labour force that existed in abundance before of the crisis). So subcontractors are starting to gain some strength.” Couceiro adds, “The Government’s incentive programme for skilled expatriated manpower living not only in Angola but also in other countries in Europe, by way of its Individual Income Tax discount and other benefits, could bring back some of the workers who left Portugal during the crisis.” At the same time, “Brazil’s situation, which is very difficult in social terms, could also cause an influx of this labour force to Portugal.”

Experts give positive feedback For Carlos Garcia, 2019 “should be another favourable year for construction. We should continue to feel the effects of economic recovery, with a special focus on the residential and equipment/services sectors.” However, he explains, “this growth is expected to “clash” head-on with the labour crisis, which

may cause some investments to be delayed in getting off the ground.” Nevertheless, in Lisbon alone, some important projects are expected for next year, namely the Feira Popular (“People’s Fair” in English), projects along Avenida Infante D. Henrique, those on Galp’s former lands, those in Alcântara, Artilharia 1, and many others that will certainly excite the construction and rehabilitation sector. On a positive note, Campos has declared that, in 2019, “we expect to see generalised growth again in the sector’s activity levels, which is line with the current macro-economic forecasts for the investment world.” The Government’s latest estimates, included in the 2019 State Budget Proposal, point to a supposed growth rate of 7% for investment, with investment in the construction industry representing 50.5% of this growth. Given these fantastic prospects, Campos believes that, when this materialises, “the sector’s activity levels will have made clearly positive progress.”



Azimute 32 32 NOV/DEZ 2018

O lado real das alterações climáticas

Mover montanhas Real effects of climate change

Moving mountains


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Há um movimento que, nos últimos tempos, tem dado que falar: “Pessoas pelo Clima”. Isto porque tomaram em suas mãos uma acção inédita a nível legal contra as instituições europeias no Tribunal Geral da União Europeia (UE). Tudo porque consideram inadequada a actual meta climática da UE para 2030 de manter o aquecimento abaixo dos 2°C. There’s a movement out there that has recently been proclaiming “People for the Climate,” and the movement’s backers have taken unprecedented legal action against European institutions before the General Court of the European Union (EU) – all because they believe the EU’s current climate goal for 2030 of keeping global warming below 2°C to be inadequate

Para os mentores deste movimento é vital manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C para proteger os cidadãos. Por isso, através de uma carta aberta que foi distribuída à comunicação social, recordam ao Parlamento e ao Conselho Europeu que este é o momento para aumentar a ambição climática da UE. Porquê? Porque, acreditam que “as alterações climáticas estão a afectar a nossa vida quotidiana”. “Não tomaríamos este passo, se não estivesse em causa as nossas famílias, amigos, lares, tradições e o futuro dos nossos filhos”, dizem em comunicado. Os protagonistas desta acção são a associação ambientalista alemã Protect The Planet ao nível dos custos relaccionados com o processo legal, a Rede Europeia de Acção Climática (CAN-Europe) na coordenação e comunicação, e a ZERO na comunicação sobre o caso em Portugal. Falam em nome dos “agricultores, pastores, silvicultores, proprietários de hotéis e restaurantes e estudantes”. São “provenientes de diferentes países da Europa: Suécia, Portugal, França, Itália, Alemanha e Roménia” e têm como preocupação comum o facto de que as alterações climáticas estarem “já a acontecer” e de “precisamos urgentemente de uma Europa que proteja os direitos, a segurança e a vida dos seus cidadãos das suas consequências mais adversas”.

de casos reais onde as alterações climatéricas já começaram a ameaçar modos de vida. E isto acontece quando a temperatura global subiu apenas um mero 1°C. O nosso País figura entre os casos apresentados. “Em Portugal, a exploração agrícola em modo biológico de Alfredo Sendim é atingida por secas severas cada vez mais frequentes. Ele sabe que, num cenário de alterações climáticas acima do limiar de temperatura de 1,5°C para onde estamos a caminhar com a actual meta climática da UE, haverá um deserto na terra onde se localiza a sua herdade. Ele e as 35 famílias que trabalham na herdade terão que se mudar”. Outro caso destacado onde as alterações climáticas têm um efeito devastador é o da família de Ildebrando Conceição que opera no ramo da apicultura há décadas. “As alterações na estação de floração e o clima quente incomum começaram a dizimar as colmeias e a sua família perdeu 60% da sua produção em 2017”. E há ainda o exemplo de Armando Carvalho, proprietário florestal, que “no ano passado (2017), perdeu parte significativa da floresta das suas propriedades nos incêndios em Portugal. Perante o público, as autoridades relacionaram publicamente os incêndios florestais com as alterações climáticas”.

Exemplos reais

Ainda não é tarde para mudar

O que tem de interessante esta carta, além das devidas advertências, é que são dados exemplos

Apesar deste cenário traçado, os cientistas defendem que é possível limitar a temperatura global


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abaixo ou em valor igual a 1,5°C desde que haja vontade política. Até porque “a ciência prova, uma vez mais, que temos os meios concretos para enfrentar este desafio”. Dentro de escassos meses a Europa será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, evento que decorrerá em Katowice, na Polónia. Esta será a oportunidade perfeita para mover mentalidades e trabalhar em equipa em nome do futuro do Planeta. Não vai ser fácil “mover montanhas” mas se nada se fizer, por certo as montanhas vão mover-se e nessa altura poderá ser tarde de mais para a vida, tal como a conhecemos, na Terra. For the followers of this movement, it is vital to keep global warming below 1.5°C in order to protect the citizens. Because of this, they decided to remind the European Council and Parliament through an open letter distributed to the media that now is the time to enhance the EU’s climate ambitions. Why now? Because, they believe, “climate change is affecting our daily lives.” “We wouldn’t be taking this step if our families, friends, homes, traditions, and our children’s futures weren’t at stake,” they said in the letter. The protagonists of this suit are German environmentalist association Protect The Planet, which is helping cover the costs related to the legal proceedings; the European Climate Action Network

(CAN-Europe), which is working on coordination and communication; and ZERO, which is spreading the word about the situation in Portugal. They speak on behalf of “farmers, shepherds, foresters, hotel and restaurant owners, and students.” They come from “different countries across Europe: Sweden, Portugal, France, Italy, Germany, and Romania” and have a common concern that climate change is “already happening” and that “we urgently need a Europe that protects the rights, security, and lives of its citizens from [climate change’s] most adverse consequences.”

move.” Another case that was highlighted where climate change is having devastating effects is the family of Ildebrando Conceição, which has been in the beekeeping business for decades: “Changes in the flowering season and unusually warm weather have begun to decimate the hives, and his family lost 60% of their production in 2017.” The letter also gives the example of Armando Carvalho, a forest owner, who “lost a significant part of his forested land during the wildfires in Portugal last year (2017). The authorities publicly associated the wildfires with climate change.”

Real examples

It’s still not too late to change

What is interesting about this letter besides the warnings is that examples are given of real cases where climate change has already begun to threaten people’s ways of life. And this is happening when global temperatures have risen by only a mere 1°C. Portugal’s case is among those presented: “In Portugal, Alfredo Sendim’s organic farm is hit by severe droughts that are increasingly frequent. He knows that, in a climate change scenario where temperatures surpass the 1.5°C threshold (which is where we are headed with the EU’s existing climate target), there will be a desert on the land where his farm stands today. And he and the 35 families who work on the farm will have to

Despite the state of affairs described here, scientists argue that it’s possible to keep global temperatures from rising by more than 1.5°C as long as there is political will to do so, with “science proving once again that we have the concrete means to address this challenge.” In a few months, Europe will host the United Nations Conference on Climate Change in Katowice, Poland, which will be the perfect opportunity to change mind-sets and work together on behalf of the future of the planet. It won’t be easy to ‘move these mountains’, but, if nothing is done, the mountains will certainly move themselves. By that time, it may be too late for life as we know it on Earth.


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Ventos do Norte 36 32 NOV/DEZ 2018

Investimento imobiliário

Construção nova invade Porto Real estate investment

New construction projects invade Porto


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Nos últimos anos os terrenos vazios começaram a dar lugar a novos empreendimentos, especialmente de habitação. In recent years, the empty plots of land in the city have begun to give way to new developments, especially residential ones.

É inegável que a cidade do Porto apresenta actualmente uma nova dinâmica que, sem receio de errar, se pode dizer que é completamente inovadora e nunca vista. Nos últimos dois anos, pouco a pouco, os terrenos e alguns espaços vazios e abandonados vão sendo substituídos por empreendimentos de construção, sendo que a maioria são destinados à habitação nova. Isto acontece alguns anos depois de o investimento imobiliário se ter concentrado quase só no centro da cidade, impulsionado especialmente pelo aumento do turismo e, consequentemente, pela necessidade de responder a essa procura crescente, tanto em termos de alojamento, como de serviços e comércio. Agora, é a vez de a renovação da cidade alargar horizontes e expandir-se para outras zonas como a Boavista, Marquês, Amial, Paranhos e, também, para a zona Oriental da cidade, Campanhã, uma das mais deprimidas do concelho.

Investimento privado em força

Texto Text: Elisabete Soares

Contudo, a nova dinâmica visível na cidade do Porto é sobretudo impulsionada pelo investimento privado na construção para habitação e turismo. São vários os exemplos onde se verifica esta situação e a prova está agora à vista de todos na grande profusão de gruas, espalhadas por toda a cidade. Só comparável com os melhores anos da promoção privada, na década de 90, especialmente nos concelhos vizinhos do Porto, já que na Invicta, nessa altura, ‘por decreto’ o poder autárquico obrigava a que os promotores investissem na reabilitação urbana da Baixa. Começando por Paranhos - uma zona onde nos últimos anos os licenciamentos dispararam, fruto da grande procura de alojamento por parte de estudantes universitários -, neste momento encontram-se em construção vários empreendimentos residenciais. Alguns de grande envergadura, como é o caso do empreendimento Acquadalva, onde os promotores, a sociedade Living Senses – construída pela Tensai e pelo empresário moçambicano António Acevinkumar Chotalal Nathooram – querem construir mais de 200 habitações, em vários edifícios. No entanto, o grande boom de construção na freguesia de Paranhos é destinado a empreendimentos vocacionados para jovens estudantes e marcam também a entrada de grandes players estrangeiros, especialistas nestas áreas de investimento. Um destes casos é o empreendimento da Milestone, que pertence ao grupo austríaco Value One. Um projecto com 220 quartos, cuja abertura está agendada para o início do próximo ano lectivo de 2019/20. Contudo, não muito distante daqui está em início de construção um mega projecto imobiliário que vai

revolucionar a zona do Amial. Trata-se de um projecto do fundo saudita MEFIC Capital e da gestora inglesa Round Hill Capital, que estão a investir 100 milhões de euros. O complexo que se desenvolve no quarteirão de uma antiga fábrica, incluirá 1200 acomodações para estudantes e 200 apartamentos residenciais, bem como um hotel, espaços para escritórios, um mercado, um supermercado, áreas de estacionamento e jardim. No entanto, há vários outros empreendimentos em desenvolvimento na cidade. Destaca-se o caso do projecto de escritórios, promovido pelo grupo Tiago Violas Ferreira, na Boavista. Duas torres de escritórios, com mais de 15 mil m2 de área acima do solo, num investimento de 100 milhões de euros. Na Avenida Fernão de Magalhães, 210, é já visível o investimento da Outside the Box (OTB), empresa liderada por Nuno Ascenção e Maria João Ascenção, na promoção de um edifício de habitação, com 84 apartamentos, e a construção do novo hotel da Eurostares, localizado ao lado e promovido por Mário Ascenção, pai dos jovens empresários. Na freguesia de Campanhã – onde a autarquia prepara alguns projectos estruturantes, como a construção do Terminal Intermodal de Campanhã e a transformação do antigo Matadouro Municipal num pólo cultural e empresarial – o grupo israelita Fortera vai também avançar com um projecto de habitação, que vai marcar o início da reabilitação desejada para a zona. It’s undeniable that the city of Porto is sporting a new liveliness that, without a doubt, is full of innovation and has never been seen in the city before. Over the last two years, plots of land and empty and abandoned spaces have been gradually replaced by construction projects, most of which are destined to become new homes. This is happening a few years after real estate investment had become concentrated almost exclusively in the centre of the city, driven especially by tourism’s rise in the city, which consequently made it necessary to respond to the growing demand for accommodation, services, and trade. Now, it’s time for the city’s restoration to expand and reinvigorate other areas such as Boavista, Marquês, Amial, Paranhos, and also to the eastern part of the city, Campanhã, one of the county’s most depressing.

Private investment remains robust However, Porto’s new energy is mainly driven by private investment in residential and tourism-related construction. There are several examples of this, and proof of this phenomenon is now visible for all to see, thanks to the great abundance of cranes scattered throughout the city. Today is comparable only to


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private development’s best years in the 1990s, especially in the municipalities neighbouring Porto, since Porto’s local authorities forced developers at the time to invest in the restoration of Porto’s historic Baixa neighbourhood ‘by decree’. In Paranhos (an area where licencing has skyrocketed in recent years due to university students’ strong demand for housing), a number of residential developments are currently under construction. Some of them are of great importance, such as the Acquadalva project. The developers of this undertaking, the Living Senses corporation (built by Tensai and Mozambican businessman António Acevinkumar Chotalal Nathooram) want to build several buildings that will boast more than 200 dwellings. The projects that are part of the great construction boom in the parish of Paranhos are primarily aimed at young students and also represent the market debut of large players from abroad that are experts in these areas of investment. One such case is the Milestone project, which belongs to Austrian group Value One. Milestone will feature 220 rooms when it opens at the beginning of the next academic year (2019-2020). Not far from there, a mega real estate project that will completely transform the Amial is also under construction. Saudi fund MEFIC Capital and English real estate investment and asset management firm Round Hill Capital are investing €100 million EUR into the project. The complex, which is located on a block where an old factory used to be, will be able to accommodate 1,200 students and 200 residential apartments, as well as a hotel, office spaces, a market, a supermarket, car parks, and a garden. There are several other projects also under development throughout the city. One particular undertaking that stands out is the office project that the Tiago Violas Ferreira group is working on in Boavista. After an investment of €100 million EUR, two office towers with more than 15,000 m² of space will rise from the ground. Visible progress is being made on an investment that Outside the Box (OTB), a company led by siblings Nuno Ascenção and Maria João Ascenção, is working on, which will see an 84-apartment residential building constructed at Avenida Fernão de Magalhães 210. And Mário Ascenção, the young entrepreneurs’ father, is developing the new Eurostars hotel being built next door. The parish of Campanhã will soon be buzzing with activity as well. Local authorities there are preparing for a number of structural projects, such as the construction of the Campanhã Intermodal Terminal and the transformation of the former Municipal Slaughterhouse into a cultural and business centre, and Israeli group Fortera will also be moving forward with a housing project that will signal the beginning of the restoration work so needed in that neighbourhood.

Opinião Opinion Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist

Promotores disputados nas feiras do Porto Developers lacking from Porto’s trade fairs

O mercado imobiliário no Porto atravessa um bom momento e há cada vez mais sociedades a desenvolverem os seus investimentos. Contudo, é visível que os promotores e investidores imobiliários, os mais penalizados com a crise do início da década, continuam receosos em investir no marketing e a marcar presença nas feiras e eventos do sector. Por isso, é insólito que num mercado de reduzidas dimensões, como o do Norte do País, mais uma vez – e tal como aconteceu no Verão deste ano – no próximo ano se vão realizar, novamente, duas feiras de imobiliário. Uma em Março, na Alfândega, e outra em Junho, na Exponor. Apesar de mais espaçadas no tempo, tudo leva a crer que nem uma, nem outra, tenham condições de mostrar os empreendimentos de qualidade que estão a ser feitos no Porto e cidades vizinhas, em termos de habitação nova e reabilitada. E, mais uma vez, vamos ter pavilhões cheios, mas com outros protagonistas, como as redes de mediação, que ocupam áreas gigantescas, bancos e outros serviços ligados ao imobiliário. Mas quem ficar à espera de ser surpreendido pelas novidades - que numa feira de imobiliário deveriam ser trazidas pelos seus protagonistas, os promotores e investidores -, vem de lá, sempre muito desiludido.

The real estate market in Porto is experiencing an incredible energy, and there are more and more companies making investments here. However, it is clear that real estate developers and investors – those most affected by the crisis at the beginning of the decade – are still apprehensive about investing in marketing and attending trade fairs and industry events. Therefore, it is unheard of for a market as small as northern Portugal to hold two real estate fairs. But, similar to what happened over the summer this year, exactly that will happen again next year: one in March at Porto’s unique Customs House venue and another in June at Exponor. Although there’s more spaced between the two events next year, everything suggests that neither one nor the other will be able to showcase the quality housing projects that are being worked on in Porto and the surrounding area. And, once again, we’ll have full pavilions, but they’ll be full with other players such as brokerage networks (which occupy giant amounts of space), banks, and providers of other services linked to real estate. But whoever expects to be surprised with new projects and products – which, at a real estate trade fair, key players, developers, and investors should provide – will always come out very disappointed.


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Do Mundo

Expo Real

O grande encontro de Munique The big gathering in Munich


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Munique acolheu mais uma edição da Expo Real, a maior feira imobiliária do mundo. Estiveram presentes profissionais dos cinco continentes, que aliaram o seu profissionalismo à dinâmica germânica. Munich recently hosted yet another edition of Expo Real, the world’s largest real estate trade fair. Professionals from all six inhabited continents were present for the gathering, showcasing their professional endeavours within the context of the event’s Germanic dynamic. De facto, a feira não pára de crescer quer a nível de qualidade, quer no seu tamanho. É impressionante o ritmo com que se fazem negócios e o frenesim dos corredores sempre cheios. Quando nasceu a Expo Real era muito conotada com o mercado alemão mas hoje é, sem dúvida, uma reunião global dos operacionais deste sector. Portugal fez-se representar por um stand organizado pela Invest Lisboa e por representantes das câmaras municipais de Lisboa e do Porto. Se há que louvar a atitude dos seus promotores, há também que lamentar a ausência de dezenas de empresas nacionais que ignoram os grandes acontecimentos imobiliários onde estão representados os maiores investidores mundiais.

The world’s largest trade fair for real estate continues to grow both in quality and in size. The pace at which deals are made and the frenzy in the hallways, which were always full of people, were absolutely amazing. When Expo Real was born, it was heavily associated with the German market. Today, however, it is undoubtedly a global meeting for those who work in this industry. Portugal was represented by representatives from the municipal councils of Lisbon and Porto and by a stand organised by Invest Lisboa. If we are to praise the attitude of its promoters, we must also lament the absence of dozens of Portuguese companies that ignore major real estate events where the world’s largest investors are present.


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Turismo de vento em poupa

Hå turistas a mais? Full wind in tourism’s sails

Are there too many tourists?


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Os números vaticinam novos recordes no turismo em Portugal. Os centros históricos estão à pinha de turistas. Muitos desses turistas revelaram-se, mais tarde, importantes investidores nos mais variados sectores no nosso País. Mas será que todos gostam desta nova dinâmica turística? The figures predict that tourism in Portugal will set some new records. The historic centres of Portugal’s cities are overflowing with tourists. Many of these tourists later became important investors in various different industries in our country. But does everyone like this new tourism dynamic?

No Dia Mundial do Turismo (27 de Setembro) o Primeiro-Ministro, António Costa, revelou que, entre 2010 e 2018, Portugal foi o país europeu onde as exportações de turismo mais cresceram. Só em 2017 o País obteve receitas turísticas que ultrapassaram pela primeira vez os 15 mil milhões de euros, tendo recebido 2.114 prémios internacionais. A consultora Cushman & Wakefield avança que existem, em pipeline, 130 novos projectos hoteleiros com abertura prevista até 2020 que, a concretizarem-se, representam 10.000 novos quartos em Portugal e onde as cidades de Lisboa e Porto e a região do Algarve contam com o maior volume de oferta futura. De acordo com o Observatório do Turismo, no primeiro semestre do ano, em Lisboa, o Aeroporto recebeu 6,9 milhões de passageiros, obtendo um aumento de 13% face ao período homólogo de 2017; e o Terminal de Cruzeiros recebeu 221 mil passageiros, ou seja, teve um crescimento homólogo de 14,7%. No caso do Porto, ao Aeroporto chegaram 2,8 milhões de passageiros e o Terminal de Cruzeiros de Leixões recebeu mais de 56 mil passageiros. Em cima da mesa está a promessa de um Aeroporto Complementar que tudo leva a crer será no Montijo (uma vez que António Costa já afirmou que esta decisão é “absolutamente irreversível”) e ainda a intervenção nos aeropor-

tos do Porto e Faro dado a pressão que existe sobre o espaço aéreo português. Há quem diga que temos turistas a mais. O Governo diz que não, que, pelo contrário, “temos de aumentar a intensidade do turismo em Portugal. Por isso, a Magazine Imobiliário foi para as ruas de Lisboa perguntar se isto é ou não verdade para quem todos os dias tem de lidar com os turistas e não “vive” nos gabinetes. Ana Paula Fernandes trabalha da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e num destes dias teve de ir de Metro desde o Campo Grande até à Baixa-Chiado: “Estou habituada a multidões de alunos mas ir de Metro até à baixa é uma verdadeira aventura. Os tempos de espera chegam aos 9 minutos e é o suficiente para as plataformas ficarem cheias de pessoas, a maioria de turistas. Depois de seguirmos viagem em “sardinha em lata” chegamos ao destino e as ruas e as lojas estão à pinha”. Apesar desta “queixa”, diz: “Não penso que haja turistas a mais, o que há é infra-estruturas e recursos a menos que não cresceram ao mesmo ritmo e aos mesmos números que os turistas que recebemos”. Já Luísa Lopes, que trabalha na zona do Saldanha, faz a ressalva, pelo lado bom, para o facto de “todos os dias vemos turistas e estudantes nacionais e internacionais a utilizar as bicicle-


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tas eléctricas que a autarquia disponibiliza”; e, pelo lado menos bom, o facto de os “restaurantes estarem sempre lotados e com preços cada vez mais caros”. Ainda assim, partilha da ideia de que “não existem turistas a mais”, até porque, como diz, “os portugueses sempre gostaram de receber visitas”. Mas lembra que “antes de convidarem alguém, os portugueses arrumam a casa, põem uma mesa farta e colocam uma boa música”, o problema é que Portugal “convidou os turistas sem antes aumentar a rede de transportes públicos, antes de aumentar os aeroportos, antes de acautelar o boom do Alojamento Local…”. Faça-se, no entanto, a ressalva para o facto de no Orçamento de Estado 2019 fazer parte o investimento ao nível dos transportes: Ferrovia 2020, Metros de Lisboa e Porto e Transtejo. Assim como faz parte o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa. Uma coisa é certa, na maioria dos países da União Europeia, em média, o turismo corresponde a 10% do Produto Interno Bruto, sendo que em Portugal apenas atingiu os 8%. Há, pois, margem para crescimento se queremos acompanhar as tendências europeias. Aliás, esta deveria ser a nossa maior indústria, mas ainda não o é.

On World Tourism Day (27 September), Prime Minister António Costa announced that, between 2010 and 2018, Portugal’s tourism exports grew the most out of all European countries. In just 2017, Portugal had tourism-related revenues that surpassed the €15 billion EUR for the first time and received 2,114 international awards. Consulting firm Cushman & Wakefield adds that 130 new hotel projects with planned openings through 2020 are in the pipeline, which, once completed, will bring 10,000 new rooms to the Portuguese hospitality industry. Lisbon, Porto, and the Algarve will be where most of this future supply will be found. According to the Tourism Observatory, Lisbon’s airport received 6.9 million passengers during the first half of the year, an increase of 13% over the same period of 2017, and the city’s Cruise Terminal received 221,000 passengers, translating to a year-over-year growth rate of 14.7%. Porto’s airport received 2.8 million passengers, and the Leixões Cruise Terminal received more than 56,000 passengers. The promise of a Complementary Airport is also on the table, which everything suggests will be in Montijo (since PM Costa has already stated that this decision is “absolutely irreversible”).

Renovations at the airports in Porto and Faro are also likely to come soon, given the pressure they are experiencing from increasing amounts of passenger traffic. Some say we have too many tourists. The Government says we don’t, asserting that, on the contrary, “we have to increase the intensity of tourism in Portugal.” Given this difference of opinion, Magazine Imobiliário took to the streets of Lisbon to ask people who deal with tourists everyday – and don’t ‘live’ in offices – what they think. Ana Paula Fernandes works at the University of Lisbon’s Faculty of Sciences. One day, she had to take the Metro from Campo Grande to BaixaChiado, and this is what she had to say about the experience: “I’m used to crowds of students, but taking the Metro downtown is a real adventure. Wait times can be as long as 9 minutes, which is enough time for the platforms to fill with people, most of whom are tourists. After travelling like ‘canned sardines’, we get to our destination, and the streets and shops are overflowing [with people].” Despite this ‘complaint’, she says, “I do not think there are too many tourists. What we do have are too few resources and infrastructure that hasn’t grown at the same pace as the number of tourists we’ve been receiving.” Luísa Lopes, who works near Saldanha, highlighted the good – “every day, we see tourists and both Portuguese and foreign students use the electric bicycles that the city makes available” – and the not so good – “restaurants are always full, and prices are increasingly expensive.” Nevertheless, Lopes is also of the opinion that “there are not too many tourists” because, as she said, “the Portuguese have always liked to receive visitors.” However, she did make the caveat that, “before inviting someone over, the Portuguese clean their homes, set the table nicely, and put on some good music,” explaining that the problem is that Portugal “invited the tourists to come without first improving our public transportation networks, expanding the airports, taking care of the Local Accommodation boom…” It should be noted, however, that the 2019 State Budget includes appropriations for Portugal’s transportation networks: Railway 2020, Metros of Lisbon and Porto, and Transtejo. It also provides for increases to the airport capacity of the Lisbon region. One thing is certain: in the majority of European Union countries, tourism accounts for an average of 10% of the Gross Domestic Product, while it reached only 8% of GDP in in Portugal. So we still have room to grow, if we want to follow the rest of Europe. In fact, tourism should be our biggest industry, but it’s not – yet.



Prémios 50 32 NOV/DEZ 2018

5º Aniversário

Classe e descontração 5th Anniversary

Classy yet laidback


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Fotos Photos DR: Joaquim Morgado

PATROCÍNIOS

Foi num clima descontraído e de convívio que decorreu no Hotel Vila Galé Palácio dos Arcos, em Paço de Arcos, a cerimónia do quinto aniversário da Magazine Imobiliário e da entrega dos prémios Personalidade do Ano. O ambiente permitiu trocas de contactos de forma informais. Depois do cocktail seguiu-se a entre dos troféus. Fátima Perdigão foi a escolhida na categoria de Personalidade do Ano Imobiliário 2018. João e Hugo Paviana receberam o troféu de Personalidade do Ano Construção. Filipe Duarte Santos foi o escolhido no Ambiente e Reinaldo Teixeira no Turismo. Leonel Fadigas foi a Personalidade de Mérito.

PORTAL OFICIAL

Portal Nacional de Imobili‡rio desde 2001

It was a relaxed, laidback atmosphere during Magazine Imobiliário’s fifth anniversary celebration and Personality of the Year Awards Ceremony at the Hotel Vila Galé Palácio dos Arcos in Paço de Arcos, and the environment allowed for contacts to be exchanged informally. After the cocktail hour, the trophies were finally handed out. Fátima Perdigão was chosen as the winner of the Real Estate Personality of the Year Award for 2018. João and Hugo Paviana received the Personality of the Year trophy in Construction. Filipe Duarte Santos was selected as the winner of the Environment category, and Reinaldo Teixeira was the Personality of Year for Tourism. Leonel Fadigas won the Personality of Merit award.

COMUNICAÇÃO

MEDIA PARTNERS


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Prémio Personalidade Imobiliário

Prémio Personalidade Mérito

Prémio Personalidade Turismo

Prémio Personalidade Construção

Prémio Personalidade Ambiente



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