Magazine Imobiláirio 012

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Construção Ambiente Turismo

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JUL/AGO 2015 €10

A magia de Portugal

The magic of Portugal



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12 JUL/AGO 2015

Editorial

Portugal no seu melhor Portugal at its best

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

Adoro o Verão. Não tanto pelas férias, mas pela vida que trás a Portugal. Uma vida intensa, cheia de gente, turistas misturados com emigrantes, oportunidade de trabalho para centenas de milhares de pessoas, o País vira uma festa que todos os anos cresce. Ao contrário do que se possa pensar, para o sector imobiliário e nomeadamente para a medição é um excelente tempo para negócios. No meio dos milhões que nos visitam há sempre quem aproveita para comprar propriedades. Não é por acaso que as zonas mais turísticas têm sempre bastantes lojas de imobiliárias. Esta revista está muito virada para o turismo. Quisemos ir para lá do sol e da praia, acompanhando outros segmentos igualmente importantes e com procura. A nossa terra tem potencialidades como poucas e aqui pode fazer-se praticamente tudo. Somos uma pequena grande Nação. A indústria turística nunca foi tão forte, nem nunca os investimentos tão elevados. Há, naturalmente, boas razões para estar optimista relativamente aos resultados finais deste Verão. Só é pena, no meio de tudo isto, que esta época do ano já esteja a ser marcada por uma tragédia nacional que pelos vistos ninguém quer ou pode travar: os incêndios florestais. Há certamente muitos interesses económicos ocultos, para não dizer criminosos, que impedem uma solução para este problema. É lamentável. Já sabe. Goze da melhor forma que puder e prepare-se para um Setembro escaldante. Os bandidos estão a afiar facas…

I love the summer, not so much because of the holidays, but because of the life it brings to Portugal. An intense life, full of people, tourists mingling with émigrés, an opportunity for work for hundreds of thousands of people, a time when the country becomes a party that grows with each and every year. Contrary to what you might think, it is an excellent time for doing business for the real estate sector, especially estate agents. In the midst of millions who visit us, there are always those who take the opportunity of buying properties. It’s not by chance that the most tourist areas always have plenty of estate agencies. This magazine is very focused on tourism. In this issue we wanted to focus on the sun and the beach, following other equally important sectors of the economy for which there is demand. Portugal has the potential that few countries have and practically everything can be done here. We are a great little nation. The tourist industry has never been so strong, neither have investments been so high. There are naturally good reasons to be optimistic regarding the final results for this summer. It’s just a shame that in the midst of all this that this time of the year has already been marked by a national tragedy which it seems no one wants to or can put a stop to: forest fires. There are certainly many hidden economic interests, if not to say criminal ones, that are preventing a solution to being found for this problem. It’s a crying shame. Just so you know. Enjoy the summer the best way possible and prepare for a scorching summer. The bandits are sharpening their knives...


Summary

Índice

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Grande Tema Lead Story

Muito além do Sol e Mar Much more than just Sun and Sea

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Tourism Turiamo Náutico Nautical Tourism

Plumb Line JOFEBAR

Good Taste

Sol e Lua

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Casinos

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Praias fluviais River beaches

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Turismo Equestre Equestrian Tourism

Ficha técnica

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Fio-de-Prumo

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Azimute

Coordinates Incêndios florestais Forest fires

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Opinião Opinion ADENE

Pine Cliffs Resort Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme

Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Valente Artes Gráficas R. José Maria da Costa, 14 2640-496 Mafra Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397

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Metro Quadrado

Square Meter Lisbon South Bay

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Atelier

Presidente da Ordem dos Arquitectos President of the Architects’ Association

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Opinião Opinion Millennium BCP

56

40

International BBVA

Opinião Opinion Miguel Marques dos Santos

Do Mundo

Bom gosto

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Outsider

Jorge Coelho



Capa

Turismo em Portugal

Muito além do Sol e Mar Tourism in Portugal

Much more than just Sun and Sea


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As cidades de Lisboa e do Porto, mas também as de menores dimensões como Coimbra, Braga ou Viseu, souberam criar as condições para receber cada vez mais turistas, que são atraídos pela beleza, pela gastronomia ou pelos eventos culturais e religiosos. Na capital, além do facto de ser uma das cidades mais bonitas do mundo (segundo os leitores do site de viagens Urban City Guides, 2014), o peso do turismo de negócios é também cada vez maior. The cities of Lisbon and Porto, but also smaller size cities like Coimbra, Braga and Viseu, have known how to create the conditions to welcome ever more tourists, who are attracted by its beauty, cuisine and cultural and religious events. In the capital, despite the fact Lisbon is one of the most beautiful cities in the word (according to readers of the travel site Urban City Guide, 2014), the impact of tourism on business is ever greater. Texto Text: Elisabete Soares

Portugal é um destino turístico de excelência e as suas potencialidades vão muito além do destino Sol e Mar que, contudo, tem o mérito de ser o nosso melhor cartão-de-visita e de promoção no exterior. Na última década as entidades do turismo, especialmente o Turismo de Portugal, procuraram potenciar um conjunto de 10 produtos turísticos, agrupados no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), que foram seleccionados em função da sua quota de mercado e do seu potencial de crescimento. Embora o produto Sol e Mar continue a encabeçar a lista, é visível que as diferentes regiões do País apostaram em outros produtos estratégicos, como é o caso do Turismo de Negócios, Náutico, Golfe, Saúde e Bem-Estar, Religioso ou de Natureza. Contudo, continuam a existir muitas debilidades que não permitem que os diferentes produtos atinjam a notoriedade que os produtos Sol e Mar e o City Breaks já conseguiram. Começamos pela cidade de Lisboa. Em 2014 foi a cidade europeia que registou um maior crescimento turístico, 15,4% face a 2013. Contudo, há já algumas pessoas que começam a preocupar-se com os efeitos do turismo de massas e da gentrificação (alteração das dinâmicas da região) e que estão a assustar a população alfacinha. A capital é uma das cidades europeias com maior potencial no turismo de negócios, sendo já uma referência internacional no designado segmen-

to MICE (Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions). No entanto, a falta de estruturas impede-a de concorrer aos grandes eventos mundiais. Perguntamos a Vítor Costa, director-geral da Associação Turismo de Lisboa (ATL), para quando a construção do tão desejado centro de congressos, com capacidade até seis mil pessoas, cuja falta – dizem - limita o crescimento deste mercado, e que, por isso, tem prevista a construção há muitos anos. Nas suas palavras, o crescimento do produto MI deve assentar nas vantagens competitivas do destino, mas também na excelência das suas infra-estruturas. “Tendo em conta a elevada relevância do Turismo de Negócios no posicionamento de Lisboa como destino, é indispensável continuar a apostar na dinâmica de exposição internacional, de relações públicas e de promoção, necessárias a valorizar o seu mérito, frente a uma agressiva concorrência de outras capitais”. Ou seja, na sua opinião, “a captação de um maior número de eventos a ter lugar em Lisboa obriga a alcançar patamares cada vez mais exigentes e, por isso, a construção de um novo centro de congressos com capacidade para receber entre 3.000 a 6.000 congressistas é crucial e prioritário”. Embora a construção do centro de congressos de Lisboa seja um dossier com alguns anos e tenha servido, recentemente, para a autarquia de Lisboa justificar a introdução de taxas turísticas


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na capital, a verdade é que passados poucos meses a nova mensagem é agora que devem ser os privados a avançar com a sua construção. Vítor Costa alerta para o facto de o turismo de negócios representar 40% para as contas do sector. “É um recurso importante para a geração de fluxos financeiros – principalmente através da captação de receitas externas, nomeadamente na recuperação económica, criação de emprego e consequente estabilidade política e social, sendo considerado primordial para o desenvolvimento da economia nacional”. E, por isso, adverte, “o importante é melhorar a posição de Lisboa no segmento de negócio, em particular nos congressos de maior dimensão com a construção de um novo centro de congressos, seja pela iniciativa privada ou pública”. O Plano Estratégico de Lisboa 2015-2019, elaborado pela consultora Roland Berger, destaca que o desenvolvimento turístico de Lisboa nos próximos cinco anos deve assentar “numa visão regional, integrada e alargada da oferta, com novas experiências, produtos e motivações”. Entre muitos outros pontos, o documento defende a elevação de Lisboa “a um novo patamar no segmento MI, reforçando a captação de congressos de grande dimensão, o que apenas será possível através de um novo Centro de Grandes Congressos”.

Cruzeiros geraram 92 milhões em 2014 O segmento dos cruzeiros, da náutica e do turismo de saúde são também estratégicos para o Turismo em Lisboa. Um inquérito realizado pelo Observatório do Turismo de Lisboa, em conjunto com a Administração do Porto de Lisboa, revela que, em 2014, cada passageiro de cruzeiro gastou, em média, cerca de 183 euros na capital. O valor é o dobro do registado no ano anterior, que se ficava pelos 97 euros. No total, os 500.872 passageiros de cruzeiros que passaram pelo Porto de Lisboa, em 2014, tiveram um impacto económico de quase 92 milhões de euros. O valor, que ilustra a importância da indústria de cruzeiros para a capital, não inclui o emprego directo e indirecto gerado, nem as prestações de serviço associadas ao negócio, como sejam os gastos dos passageiros em excursões, hotel pré e pós cruzeiro e passagem aérea, no caso dos passageiros embarcados/desembarcados. Para o Turismo de Lisboa o objectivo é crescer em quantidade e valor, sendo crucial procurar adaptar a oferta e estruturar a promoção turística em função do perfil e preferências de cada mercado e segmento. “Lisboa pretende continuar a proporcionar a quem a visita uma multiplicidade de experiências únicas, e por isso mesmo, continuaremos a apostar em produtos

e segmentos que acrescentem valor à região e atraiam turistas de todos os lados do mundo”, acrescenta Vítor Costa. Associado a estes segmentos surge o turismo de compras que, no primeiro trimestre deste ano, registou um crescimento de 8% em Lisboa. No top cinco das nacionalidades que mais gastam surgem, isolados no primeiro lugar, os turistas angolanos, com cerca de 48% do total. Seguem-se os brasileiros, os chineses, os russos e os moçambicanos. Ao todo, representam 90% das compras, livres de impostos, em Portugal. “Podemos estar a falar na casa dos 300 a 350 milhões de euros de compras por ano realizadas por estes turistas não residentes na União Europeia”, considera Renato Lira Leite, Country Manager da Global Blue em Portugal, especialista mundial em turismo de compras. Porto à boleia das ‘low-cost’ O crescimento do turismo na última década é uma realidade na cidade Porto. E, neste caso, o seu crescimento deveu-se especialmente à atracção para o aeroporto do Porto de companhias low-cost – com destaque para a Ryanair –, mas também à iniciativa privada que soube aproveitar esta avalanche de turistas, promovendo novos negócios, como os hostels e enchendo a cidade, especialmente a Baixa,


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Os 500.872 passageiros de cruzeiros que passaram pelo Porto de Lisboa, em 2014, tiveram um impacto económico de quase 92 milhões de euros. 500,872 cruise ship passengers who passed through the Port of Lisbon in 2014 had an economic impact of almost 92 million euros. de novos restaurantes, bares e lojas. De forma descentralizada e assumindo os próprios riscos, muitos investidores e empreendedores têm lançado novos negócios que, simultaneamente, tiram partido e incentivam o sucesso turístico da cidade e da região. Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, considera que o sucesso do destino Porto e Norte de Portugal, enquanto produto, se deve ao facto de estar devidamente estruturado e ser promovido através das plataformas e diversos materiais promocionais. Destaca - entre outras razões que contribuíram o crescimento do turismo – a implementação de uma rede de lojas interactivas de turismo que promove os serviços e as empresas bem como os territórios onde desenvolvem a sua actividade. O projecto inclui 68 lojas aprovadas para abrir na região, das quais 47 estão já está a funcionar em pleno, uma delas em Santiago de Compostela. Também no Porto o Turismo de Negócios tem crescido significativamente. Contudo, contrariamente a Lisboa, nesta cidade e na região, não faltam as estruturas. Basta referir o potencial que oferece o Edifício da Alfândega e, se o evento o justificar, as magnificas instalações do Centro de Congressos do Europarque, em Santa Maria da Feira, com acesso facilitado pela à A1 e com infra-estruturas, como hotel e restaurantes. E para rentabilizar este ‘elefante branco’, que ficou de outros tempos, a autarquia feirense deve estar a praticar preços de aluguer bem mais baratos. Portugal is a tourist destination par excellence and its potential goes well beyond being a sun and sea destination which, however, has the merit of being our best calling card when marketing Portugal abroad. In the last decade, tourism bodies, especially the

Portuguese tourist board Turismo de Portugal, have sought to boost a package of 10 tourism products, grouped within the National Strategy Plan for Tourism (Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), which were selected around their market share and potential for growth. While the Sun and Sea product continues to top the list, it is evident that the different regions of the country are focusing on other types of strategic products, as is the case with Business Tourism, Nautical Tourism, Golf, Wellness, Religious Tourism and Nature. However, there continues to be many weaknesses which has not enabled the different products to achieve the same visibility that the Sun, Sea and City Breaks products have already achieved. We start off with Lisbon. In 2014 it was the European city which recorded the largest growth in tourism, 15.4% compared to 2013. However, there are already some people who are beginning to be worried about the effects of mass tourism and gentrification (changes in the dynamics of the region) which are frightening the Lisbon population. The capital is one of the European cities with the greatest potential for business tourism, already being an international reference in the so-called Meetings and Incentives sector (MI). Meanwhile, the lack of structures impedes it

from competing with large world events. We asked Vítor Costa, CEO of the Lisbon Tourism Association (ATL), when the long sought after congress centre will be built, with its capacity for 6,000 people, the lack of which - so they say - limits the growth of this market, and which has been on the cards to be built for many years. In his words, the growth of MI product should be based on the competitive advantages of the destination but also on the excellence of its infrastructures. “Taking into account the high relevance of Business Tourism in positioning Lisbon as a destination, it is vital to continue investing in international marketing and exposure, public relations and the necessary promotional activities needed to play up Lisbon’s merits given the aggressive competition from other capitals”. In other words, in his opinion, “the attraction of a greater number of events to Lisbon means achieving ever more demanding standards which is why the construction of a new congress centre with the capacity to receive between 3-6,000 congress-goers is crucial and a priority. Although the construction of the Lisbon congress centre has been in the pipeline for some years and has served, recently, for Lisbon City Council to justify the introduction of new tourist taxes in the capital, the truth is that a few months on the new message is now that it’s up


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to invest in products and segments that add value to the region and attract tourists from all parts of the world”, adds Vítor Costa Associated to these segments is shopping tourism which, in the first quarter of this year, saw a growth of 8% in Lisbon. Of the top five big spending nationalities, the Angolans stand out by far with around 48% of the total. This is followed by the Brazilians, Chinese, Russians and Mozambicans. All told, they represent around 90% of purchases, duty free, in Portugal. “We could be talking of around 300 to 350 million euros in purchases a year from these non-EU tourists”, says Renato Leite, Country Manager of Global Blue in Portugal, a world specialist in shopping tourism.

to private venture to push ahead with its construction. Vítor Costa draws attention to the fact that business tourism represents 40% for the sector’s accounts. “It is an important resource to generate financial liquidity inflow - principally by attracting foreign receipts, namely for economic recovery, job creation, and social and political stability as a consequence, being considered key to the development of the national activity”. Which is why, he says, it is “important to improve Lisbon’s position in the business segment, in particular in larger size congresses with the construction of a new congress centre, whether by public or private investment”. Lisbon Strategic Plan 2015-2019 (Plano Estratégico de Lisboa 2015-2019), produced by the consultant Roland Berger, highlights that Lisbon’s tourism development in the next five years should be based “on a regional view, integrating and widening the offer with new experiences, products and motivating factors”. From among the many other points, the document argues elevating Lisbon “to a new level in the MI segment, beefing up the attraction of largescale congresses, which would only be possible through a new Grand Congress Centre”.

Cruise ships raked in 92 million in 2014 The cruise ship, nautical and health tourism segments are also strategic for Tourism in Lisbon. A survey carried out by the Lisbon Tourism Observatory with the Lisbon Porto Authority reveals that in 2014 each cruise ship passenger spent, on average, around 183 euros in capital. The amount is double compared to the previous year when it stood at 97 euros. In total, 500,872 cruise ship passengers who passed through the Port of Lisbon in 2014 had an economic impact of almost 92 million euros. The amount, which shows the importance of the cruise ship industry for the capital, did not include the direct or indirect employment created, neither service provisions associated with the business, but rather the spending by passengers on excursions, pre and post cruise hotels and flights, in the case of passengers boarding and disembarking. For the Lisbon tourist board the aim is to grow in quantity and value, it being crucial to seek to adapt the offer and structure tourist marketing around the profile and preferences of each market and segment. “Lisbon intends to continue to provide visitors with a wide array of unique experiences which is exactly why we will continue

Porto getting on the ‘low-cost’ flights band wagon The growth of tourism in the past decade is a reality in Porto. And, in this case, its growth is especially down to the attraction of low-cost airlines to Porto Airport - particularly Ryanair -, but also private initiative that knew how to make the most of this avalanche of tourists, spurring new businesses, filling hotels and the city, particularly the Biaxa or down-town, new restaurants, bars and shops. In a decentralised way and taking on the risks themselves, many investors and entrepreneurs have launched new businesses which, at the same time, have taken advantage of and boosted the success of city and regional tourism. Melchior Moreira, President of Porto and North Portugal Tourist Board (Turismo do Porto e Norte de Portugal), as a product, down to the fact of being duly structured and marketed on platforms and a wide array of promotional materials. Worth highlighting - among other reasons that have contributed towards the growth of tourism - the implementation of a network of interactive tourism shops that promote services and companies as well as the areas where they develop their activities. The project includes 68 shops with planning permission to open in the region, of which 47 are already fully up and running, one of them in Santiago de Compostela. Business tourism has grown significantly in Porto too. However, unlike Lisbon, in this city and region, there’s no lack of facilities and infrastructure. One only has to refer to the potential offered by the Alfândega Building and, if the event justifies it, the magnificent premises of the Europarque Congress Centre in Santa Maria da Feira, with ease of access by the A1 and boasting facilities such as a hotel and restaurants. And to make this once unprofitable white elephant from other times, the local council should be charging lower prices and renting out at cheaper rates.



Sol e Lua Turismo Náutico

De “vela” em popa Nautical Tourism

Anchor’s away!


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O número de marinas em Portugal é reduzido mas a qualidade dos projectos efectuados nos últimos anos, além de excelente, permitiu requalificar a frente ribeirinha das cidades. Ainda assim, perde-se muito do potencial do Turismo Náutico português. There are not that many marinas in Portugal, but the quality of projects undertaken in recent years, apart from being excellent, has enabled the regeneration of city riversides. Even so, Portuguese nautical tourism has missed the boat on a lot of potential.

Portugal tem cerca de 2.830Km de costa e cerca de 620km2 de bacias interiores (rios, barragens, lagos, lagoas…), possui um óptimo clima e excelentes condições de navegabilidade e é a porta de entrada da Europa das embarcações do continente americano, no entanto, o rácio de barcos per capita continua baixo a nível europeu. De acordo com um relatório, de Janeiro de 2013, da Comissão Consultiva da Alterações Industriais para Comissão Europeia, o sector da Indústria Náutica Europeia sofreu uma queda entre 40% a 60% do seu volume de produção. Mau grado, o espaço europeu continua a ser o maior centro industrial náutico a nível internacional, sendo que o consumo de produtos turísticos no âmbito da náutica de recreio da União Europeia tem um peso 11%. O facto do território hídrico português e os nossos recursos serem enormes, poderíamos estar perante uma fonte de receitas com capacidade superior a mil milhões de euros. Foi tendo em conta esta realidade que a Associação Empresarial de Portugal (AEP), em colaboração com a Oceano XXI - Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar, desenvolveu o projecto Portugal Náutico. As conclusões apresentadas recentemente revelam precisamente que este é um produto turístico com potencial no País mas que está sobreaproveitado. Este documento considera que Portugal deve posicionar-se como um destino preferencial junto dos melhores mercados mundiais de nautas, constituído pelas ilhas Britânicas, Espanha, França, Holanda, Bélgica e Escandinávia. No entanto,

adverte que é necessário que se prepare as bases para o desenvolvimento da procura. Entre as melhorias apontadas está a dinamização dos sectores envolvidos na Náutica de Recreio, nomeadamente as que estão ligadas ao desporto, às marinas, às actividades industriais e de serviços relacionados (vestuário e calçado; construção, manutenção e reparação de embarcações; seguros; financiamento, entre outras). Do mesmo modo, deve-se contribuir para a substituição de importações de bens e serviços de náutica de recreio, que actualmente é de mais de 75%, por produtos de maior incorporação nacional. E ainda o aumento da visibilidade, da notoriedade e da reputação da fileira da Náutica de Recreio. Apesar do potencial, Portugal ainda tem muito a fazer caso queira conquistar uma importante fatia deste mercado e caso queira competir com os seus principais rivais: Espanha, França e Itália. Lisboa: Cidade de Mar A capital reflecte as novas prioridades que estão a ser dadas ao Mar e ao Turismo Náutico. No âmbito da requalificação dos 19 quilómetros da frente ribeirinha de Lisboa, desde o Cais do Sodré até ao Campo das Cebolas, promoveu-se a expansão do passeio ribeirinho, o rio Tejo foi afundado de forma a permitir uma maior navegabilidade e em Santa Apolónia nasceu um terminal de cruzeiros. A isto veio ainda juntar-se o projecto Marina do Tejo, promovido pela Administração do Porto de Lisboa (APL) e com o aval do Estado português, que pretende dar nova vida à zona que vai desde a doca de Pedrouços até à doca do Bom Sucesso.


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Esta é uma zona que vai fazer convergir actividades ligadas à área portuária, bem como de lazer, desporto e náutica de recreio. Entre as marinas que se podem encontrar na região de Lisboa e Vale do Tejo está a Marina de Cascais, o Porto de Recreio de Oeiras, a APL, a Marina do Parque das Nações, a APSS Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e ainda a Tróia Marina. Todas com instalações náuticas de classe mundial. Para a notoriedade crescente do turismo náutico da cidade muito tem contribuído também o evento internacional da Volvo Ocean Race. Só na edição de 2013 gerou um impacto económico estimado em mais de 31 milhões de euros e recebeu cerca de 200 mil visitantes. A meta traçada agora é que a Volvo Ocean Race estabeleça a sua sede em Lisboa e transforme a capital numa verdadeira ‘Cidade do Mar’. Reconhecimento internacional A Associação Bandeira Azul atribuiu este ano a Bandeira Azul a 15 marinas, quatro das quais estão localizadas no Algarve. É também na região algarvia que as marinas portuguesas têm vindo a ser reconhecidas internacionalmente pela sua qualidade e diversidade de oferta, o que não é de estranhar já que têm uma elevada taxa de ocupação de embarcações estrangeiras. A título de exemplo recorde-se a Marina de Vilamoura que recebeu o título de “Melhor Marina Internacional” pela The Yacht Harbour Association ou a Marina de Lagos que foi distinguida com o prémio Euromarina Anchor Award. A estas junta-

-se a Marina de Albufeira e a Doca Pesca. Merecem igualmente nota, na região Norte, a Marina de Póvoa de Varzim e a Douro Marina, enquanto na região Centro se destaca o Porto da Figueira da Foz e a Doca Pesca. O Alentejo resume-se ao Porto Recreio de Sines. E nos Açores, está disponível o Porto de Ponta Delgada, a Marina D’Hangra e a Horta Marina. Mas este tipo de turismo não se limita ao mar e à vertente fluvial tem vindo a crescer nos últimos anos, onde a região do Douro é o expoente máximo. Além dos passeios rio acima e rio abaixo, a oferta já passa por barcos-hotel e pela prática de desportos náuticos e actividades de lazer. Só em 2014, segundo a Delegação do Norte e Douro do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), passaram pela via navegável 600 mil passageiros. Seja por mar ou por rio, passear nas águas portuguesas é sempre descobrir o património natural, histórico, cultural e até vínico nacional. O facto de o País ter Invernos amenos e Verões quentes, leva muitos turistas a considerarem a costa portuguesa como o local ideal para velejar durante todo o ano. Portugal has around 2,830Km of coast and around 620Km2 of inland waterways (rivers, reservoirs, lakes and lagoons...), has an excellent climate and sailing conditions as well as being a European entry port for shipping from the American continent. However, the ratio of boats per capita continues to be low at a European level. According to a report, from January 2013 from the European Commission’s Consultative Com-

A Associação Bandeira Azul atribuiu este ano a Bandeira Azul a 15 marinas, quatro das quais estão localizadas no Algarve. The Blue Flag Association has this year awarded the Blue Flag to 15 marinas, four of which are in the Algarve.


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Este tipo de turismo não se limita ao mar e à vertente fluvial tem vindo a crescer nos últimos anos. This type of tourism is not just limited to the sea since the river aspect has grown in popularity in recent years.

mission on Industrial Change (CCMI), the European Maritime Industries sector suffered a fall of around 40% to 60% of its production turnover. Nevertheless, the European space continues to be the largest industrial maritime centre at an international level, with the consumption of tourism products in terms of pleasure boating in the European Union representing 11%. The fact that Portugal’s water territory and our resources are huge means we could enjoy an income stream of over €1Bn. It was by taking this reality into account that the Business Association of Portugal (Associação Empresarial de Portugal) (AEP), in collaboration with Oceano XXI - Sea Knowledge and Economy Cluster, developed the Nautical Portugal project. The recently presented conclusions show precisely that this is a tourism product with potential for the country but which has been somewhat overstated. This document believes that Portugal should position itself as a preferential destination amongst the best world nautical markets, comprising the British Isles, Spain, France, Holland, Belgium and Scandinavia. However, it points out that it is necessary for the bases for demand development to be prepared.

Among the improvements indicated is boosting those sectors involved in Recreational Boating, namely those linked to sports, marinas, related industrial and service activities (clothing and footwear; construction, maintenance and boar repairs; insurance; financing, among others). In the same vein, it should contribute to the replacement of imports of recreational boating goods and services, which currently account for over 75% of all products sold nationally in this area, while also increasing the visibility, notoriety and reputation of the Recreational Boating chain. Despite the potential, Portugal still has a long way to go if it wants to capture an important slice of this market and compete with its main rivals: Spain, France and Italy. Lisbon: City of the Sea (Cidade de Mar) The capital reflects the new priorities that are now being given to the sea and nautical tourism. As part of the redevelopment of 19 kilometres of Lisbon riverside, from Cais do Sodré to Campo das Cebolas, the riverside promenade has been extended, the Tagus River has been dredged to enable greater navigability while a new cruise ship terminal has been built at Santa Apolónia.


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To this will be joined the Marina do Tejo Project (Tagus Marina Project) developed by the Port of Lisbon Authority (APL) and with the seal of approval by the Portuguese state which wants to breathe new life into the zone which stretches from the Pedrouços Dock to Bom Sucesso Dock. This is an area which will bring together activities linked to the port area as well as leisure, sport and nautical and boating recreation. From among the marinas that can be found in the Lisbon and Lisbon Valley region is the Cascais Marina, Oeiras Recreation Port, APL, Parque das Nações Marina, the APSS Administration of the Ports of Setúbal and Sesimbra and also Tróia Marina. All with world class boating facilities. The international event Volvo Ocean Race has also contributed towards the growing importance of nautical tourism. n 2013 alone the event generated an estimated 31 million euros impact and received around 200,000 visitors. The goal now is for the Volvo Ocean Race to establish its headquarters in Lisbon and turn the capital into a true ‘City of the Sea’ International Recognition The Blue Flag Association has this year awarded the Blue Flag to 15 marinas, four of which are in the Algarve. It is also in the Algarve region that Portuguese marinas have become recognised internationally for their quality and diversity of offer, which is not so remarkable give that it already has a high mooring rate of foreign boats.

A good example is Vilamoura Marina which was awarded the title of “Best International Marina” by the Yacht Harbour Association or the Lagos Marina which was distinguished with the Euromarina Anchor Award. To these the Albufeira and Doca Pesca (Fishing Dock) marinas can be added. In the north of the country and equally deserving merit are the Póvoa de Varzim and Douro Marinas, while in the centre of the country the Port of Figueira da Foz and Doca Pesca stand out. The Alentejo can be summed up by the Sines Recreation Port. While in the Azores there are the ports of Ponta Delgado, Marina D’Hangra and Horta Marina. But this type of tourism is not just limited to the sea since the river aspect has grown in popularity in recent years, where the Douro region is the exlibris. Apart from the trips up and down the river, offer now includes hotel-boats and water and leisure sports. In 2014 alone, according to the North and Douro Delegation of the Maritime Transport and Ports Institute (Delegação do Norte e Douro do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), 600,000 passengers cruise up and down navigable waterways. Whether by river or by sea, Portuguese waters and their natural, historical, cultural and even national vineyards are always there to be discovered. The fact that the country has mild winters and hot summers leads many tourists to consider the Portuguese coast as the ideal place to go sailing all the year round.

O facto de o País ter Invernos amenos e Verões quentes, leva muitos turistas a considerarem a costa portuguesa como o local ideal para velejar durante todo o ano. The fact that the country has mild winters and hot summers leads many tourists to consider the Portuguese coast as the ideal place to go sailing all the year round.


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Os dados estão lançados The statistics are out


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Os últimos anos foram particularmente difíceis para os operadores e agentes económicos ligados aos casinos, ainda assim têm conseguido adaptar-se a um mercado cada vez mais competitivo. Ainda mais agora com a entrada em vigor da nova Lei do Jogo. Recent years have been particularly difficult for the operators and economic agents linked to casinos, even so they have managed to adapt to an increasingly competitive market. Even more so with the coming into force of the new Gambling Law. Texto Text: Carla Celestino

Com o intuito de tentar perceber o sector dos casinos e a sua relação com o turismo, a Magazine Imobiliário contactou o presidente da Associação Portuguesa de Casinos de Portugal, Jorge Armindo, o qual não quis tecer quaisquer comentários sobre esta temática. Por isso fomos ter com quem está no terreno, com quem tem tradição e vocação para as vertentes turísticas e de casinos como o Grupo Solverde que, aliás, tem mantido desempenhos acima da média, tanto nos seus hotéis como nos seus casinos. Com efeito, as receitas geradas pelos casinos deste grupo, em 2014, ascenderam a 72 milhões de euros, tendo o sector dos casinos em Portugal fechado o ano com receitas globais de 267 milhões de euros, a perder 1,9% face ao ano anterior. O presidente do Grupo Solverde, Manuel Violas, refere que “o Turismo em Portugal, como é notório, tem registado um elevado crescimento nos últimos anos, ao contrário dos casinos em que se tem assistido a uma queda acentuada”. Queda esta que tem sido superada por este grupo através de diferentes acções, das quais se destacam os espectáculos com artistas de renome e os torneios de poker que têm trazido muitos aficcionados aos seus hotéis. Nestes casos, “os casinos funcionam como pólos de atracção para as unidades hoteleiras”, explica. Mas o inverso também funciona, “os clientes dos nossos hotéis no Algarve, em Espinho e em Chaves acabam também por visitar e desfrutar dos casinos e de toda a oferta subjacente”. E quem procura os casinos portugueses? De uma forma genérica, “há mais homens do que mulheres

e a idade média dos frequentadores situa-se acima dos 50 anos”, esclarece. Trata-se de pessoas que “procuram um espaço para diversão, gostam da adrenalina do jogo e buscam a conquista de um prémio”. Mas nos últimos anos, o perfil das pessoas que frequenta os casinos tem-se alterado, muito por causa da importância crescente do poker. “Com isso há cada vez mais jovens a usufruir de um casino”, sendo que “estas alterações estendem-se também aos casais e às famílias que procuram sobretudo as vertentes da restauração, gastronomia e espetáculo”, acrescenta Manuel Violas. Resumindo, hoje em dia “há um público diferente, onde se esbatem as diferenças ao nível da classe sócio-económica, a frequentar os casinos”. Jogos e apostas online Estima-se que, entre 2001 e 2014, as concessionárias de casinos tenham rendido ao Estado 2.359 milhões de euros, tendo parte desse valor contribuído para financiar acções do Turismo de Portugal, nomeadamente a promoção turística do País. Uma das razões que leva o Grupo Solverde a estar em desacordo com a política implementada para o jogo online é o facto de “o Estado ir cobrar taxas muito inferiores para quem entrar agora no jogo online, o que é injusto tendo em conta a grande desproporção do investimento necessário para desenvolver uma e outra actividade”, explica. O novo regime jurídico dos jogos e apostas online entrou em vigor no dia 31 de Junho e passou a permitir que qualquer entidade se possa candidatar à atribuição de uma licença, desde que cumpra o


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importance of poker. “With this there have been increasingly more young people going a casino”, since “these changes have also extended to couples and families that above all are looking for restaurants, fine good and shows”, adds Manuel Violas. In a nutshell, these days there is a “different public”, where differences in terms of socio-economic class are being levelled, with a wider swathe of the population visiting casinos”.

caderno de encargos e demonstre que tem capacidade económica, financeira e técnica para desenvolver a actividade e cujo montante do capital social mínimo foi fixado nos 250 mil euros. Com esta nova lei os casinos perdem a exclusividade de exploração do jogo de ‘fortuna e azar’. Por isso, Manuel Violas diz-se bastante “céptico relativamente ao impacto da nova lei”. É que “a decisão de retirar a exclusividade da exploração dos jogos de fortuna e azar aos – cujos contratos reconhecem esse direito - veio prejudicar as concessionárias”. Segundo o interlocutor, o jogo online (o principal concorrente dos casinos) tem “crescido baseado em plataformas sedeadas em paraísos fiscais, com pouco ou nenhum controlo”. A isto acrescem os investimentos exigidos para esta actividade que “são reduzidos quando comparados com o investimento numa sala de jogo tradicional”. Ainda assim, o facto de o jogo online ter sido legalizado tenderá a atrair mais pessoas e a gerar algum crescimento. Para já prevê investir na promoção das salas dos seus cinco casinos. O objectivo, segundo Manuel Violas, é “incentivar as pessoas a irem às salas de casino, onde a emoção é bem mais forte e real e são socialmente mais apelativas do que o isolamento do jogo online em casa”. With the aim of trying to understand the casinos sector and their relationship with tourism, Magazine Imobiliário contacted the President of the Portuguese Casinos Association (Associação Portuguesa de Casinos de Portugal), Jorge Armindo, who didn’t want to give any comments on the subject.

Which is why we went in search of someone on the ground and who has a tradition and vocation for these tourist attractions and casinos such as the Solverde Group which, despite the crisis, has managed to keep its head well above water with above average results, both in its hotels and casinos. With the result that the revenues generated by this group’s casinos in 2014 topped 72 million euros, with the casinos sector in Portugal closing the year with total receipts of 267 million euros, 1.9% down on the previous year. The President of the Solverde Group, Manuel Violas, states that “tourism in Portugal, as is well known, has registered a high level of growth in recent years, unlike the casinos which have experienced a sharp fall”. A fall that has been stemmed by this group via different actions, of which shows with famous stars and poker tournaments stand out and which have attracted many fans to its hotels. In these cases, “casinos act as a magnet of attraction for the hotel units”, he explains. But the reverse also works, “the clients of our hotels in the Algarve, in Espinho (near Porto) and in Chaves also end up by visiting and making the most of our casinos and their attendant facilities”. And who seeks out these Portuguese casinos? As a general rule, “there are more men than women and the average age of casino-goers is over 50”, he says. These are people who “are looking for a place to have fun, like the rush of the gambling and want to hit the jackpot”. But in recent years, the profile of people who go to casinos has changed, a lot down to the growing

On-line gambling and gaming It is estimated that between 2001 and 2014 the casino concessionaires raked in 2.359Bn euros for the State, a part of this amount having contributed towards promotional activities from the Portuguese tourist bureau Turismo de Portugal, namely marketing the country. One of the reasons which has led the Solverde Group to be in disagreement with the on-line gaming policy is that “the State has been charging taxes that are a lot less for those who want to gamble on-line, which is unfair taking into account the huge disproportion in the investment necessary to develop one or other activity,” he explains. The new legal regime for gambling and on-line gaming came into force on June 31st and and enabled any entity to be able to apply for a gambling license providing they comply with the regulations and demonstrate that they have the economic, financial and technical capacity to develop the activity for which the minimum social capital was fixed at 250,000 euros. With this new law casinos have lost their exclusive right to explore the game of “fortune and bad luck”. Which is why Manuel Violas says he’s fairly “sceptical regarding the impact of the new law”. And that the “decision to withdraw the exclusive exploration rights of games of ‘fortune and misfortune’ – whose contracts recognise this right – will harm the concessionaires”. According to Violas, on-line gambling (the main competitor for casinos) has “grown based on platforms with their headquarters in offshore tax havens with little or no control”. To this are added the investments required for this activity “which are reduced when compared to the investment needed for a traditional gambling house”. Even so, the fact that online gambling has been legalised will tend to attract more people and generate some growth. For the time being it expects to invest in improving and marketing its existing five casinos. The aim being, according to Manuel Violas, “is to encourage people to go to gaming rooms, where the emotion is so much stronger and real and are socially more appealing than the isolation of online gambling at home”.


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Praias fluviais

Férias de Verão no Interior River Beaches

Inland Summer Holidays


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Se pensa que praia é apenas sinónimo de litoral e mar salgado desengane-se. Portugal tem no interior diversas praias fluviais e diz, quem as frequenta, que desde que haja sol ou calor que estas convidam sempre a dar um mergulho. If you think that the beach means only the coast and salt water then think again. In its interior Portugal has various river beaches and those who frequent them say that so long as there is sun and heat that they are always inviting for a bathe.

Texto Text: Carla Celestino

Tal é o caso de Nuno Fonseca. Mudou-se de malas e bagagens de Lisboa para a cidade interior de Portalegre à procura de melhor qualidade de vida. Mas assim que os termómetros começaram a marcar 40ºC no seu primeiro Verão nesta região que depressa sentiu falta das praias da linha de Cascais e de Sintra ou da Costa de Caparica. Mas como nos meios mais ‘pequenos’ a hospitalidade e solidariedade impera, os vizinhos logo lhe disseram que a praia fluvial mais próxima era a da Portagem, no rio Sever. “Água sempre muito fresquinha e limpa” disseram-lhe. Acrescentando: “Não há areal, mas tem relvados, mesas de piquenique, cafetaria e um complexo de piscinas ao ar livre logo ao lado”. Uma vez chegado à Portagem, Nuno Fonseca descobriu o que torna tão especial esta praia fluvial: “Tem uma vista espectacular para Marvão e para o seu castelo”. Assim, para quem se desloque a esta praia, encontra como motivos de interesse Marvão, vários caminhos pedestres, as ruínas romanas da Ammaia e toda uma série de restaurantes com muita gastronomia regional de ‘lamber os beiços’. Depois de desfrutar da sua primeira praia fluvial, Nuno Fonseca quis experienciar outra, desta feita do Alamal, perto de Belver, município de Gavião. “Esta sim com areal” diz logo, “que é também uma ampla esplanada à beirinha do rio Tejo”. Pontos de interesse: é uma praia no Tejo, com uma excelente vista para o castelo de Belver, do outro lado do rio surge um edifício antigo recuperado do Inatel, a partir da praia existe um

passadiço de madeira de alguns quilómetros até Belver, sempre no meio da natureza e à beirinha do rio com a possibilidade de fazer passeios de barco ao longo do Tejo. Ainda nesta região há também a albufeira da barragem de Montargil, com imensas praias fluviais e muitas actividades para fazer, como caminhadas, passeios de jeep, moto quatro, moto aquática e canoagem. “Já lá fiz canoagem e adorei, muito calminho, parece que se está longe do resto do mundo”, confessa Nuno Fonseca. No distrito ainda se pode encontrar outras praias fluviais, como a praia da barragem da Apartadura, praia da barragem de Póvoas e Meadas (onde se realiza o famoso festival “Andanças”), Avis e Ponte de Sôr. Mas o horizonte das praias fluviais não se limita à região de Portalegre, existem muitas e boas por todo o País. A Rede de Praias Fluviais das Aldeias do Xisto assume que engloba um conjunto das melhores zonas balneares de rio da Região Centro. Desde Pampilhosa da Serra até Oliveira do Hospital, esta rede defende que “as férias de Verão podem ser no interior”. De Braga ao Porto, de Vila Real a Viseu, de Aveiro a Lisboa, de Castelo Branco a Beja, ou de Setúbal a Faro, existem praias fluviais de beleza singular, com serviços de apoio e vigilância. Só este ano foram atribuídas a 16 praias fluviais a Bandeira Azul, localizando-se a esmagadora maioria nas regiões Centro e de Lisboa, a par de duas no Norte e uma no Alentejo. Segundo a Associação da Bandeira Azul muitas mais poderiam ter esta


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Turismo do Alentejo ERT

distinção mas as descargas de poluentes oriundos da indústria e agricultura local colocam em causa a qualidade da água destas praias. Resta saber qual a verdadeira razão por que vale a pena ‘ir a banhos’ nas praias fluviais portuguesas. Segundo Nuno Fonseca, “a grande vantagem é que, na grande maioria dos casos, estão inseridas no calmo interior campestre de Portugal e normalmente sempre com muitos motivos de passeio ao seu redor, com grande enfoque nos edifícios históricos e nas paisagens serranas”. Na sua opinião, “são enormes as vantagens turísticas, especialmente quando comparadas com as praias de mar salgado”. That’s the case for Nuno Fonseca. He packed his bags and cases and left Lisbon for the inland city of Portalegre in search of a better quality of life. But as soon as the thermometers began to hit 40ºC in his first summer in this region he quickly missed the beaches along the Cascais coast, Sintra and Costa de Caparica. But since in smaller communities hospitality and solidarity reign, his neighbours immediately told him that the nearest river beach was Portagem, on the River Sever. “The water is always clear and fresh” he said. And added: “There’s no sandy beach, but there are grassed areas, picnic tables, a café and an open-air swimming pool complex nearby. Once he’d arrived at Portagem, Nuno Fonseca dis-

covered discovered what made this river beach so special. “It has a spectacular view to Marvão and its castle”. So, those who come to this beach, find points of interest other than Marvão such as various pedestrian walks, the Roman ruins of Ammaia and a whole range of restaurants serving a lot of delicious regional fayre. After enjoying his first river beach, Nuno Fonseca wanted to experience another, this time in Alamal, close to Belver in the municipality of Gavião. “This one does have a sandy beach” he says straight away, “and a wide esplanade on the banks of the Tagus river. Points of interest: a beach on the Tagus, with an excellent view of Belver Castle, on the other side of the river an old restored building housing Inatel, from the beach there is a wooden walkway of several kilometres to Belver, winding through nature and the riverside with the chance to take boat trips along the Tagus. Also in this region is the Montargil dam reservoir with lots of river beaches and activities to do such as walks, Jeep rides, quad biking, jet skiing and canoeing. “I’ve already gone canoeing and I loved it, it’s very calm and seems far from the rest of the world”. Other river beaches can be found in this district, like the beach at the Apartudura dam reservoir, and the beach at the dam reservoir of Póvoas e Meadas (which hosts the famous “Andanças” festival”), Avis and Ponte de Sôr. But the horizon of river beaches is not restricted to

the Portalegre region, there are many good ones all over the country. The Aldeias do Xisto Network of River Beaches villages whose typical houses are made of slate in this area - has some of the best river bathing areas in the Central Region of Portugal. From Pampilhosa da Serra to Oliveira do Hospital, this network provides a strong argument that “the summer holidays can be spent inland”. From Braga to Porto, from Vila Real to Viseu, from Aveiro to Lisbon, from Castelo Branco to Beja, or from Setúbal to Faro, there are river beaches of outstanding beauty, with support and security guard services. This year alone 16 river beaches were awarded the Blue Flag, the vast majority located in the Centre and Lisbon regions, along with two in the North and one in the Alentejo. According to the Blue Flag Association many more could have this distinction but the outflow of pollutants from local industry and agriculture call into question the water quality of these beaches. The only thing left to say is the real reason why it’s worthwhile “going bathing” at Portuguese river beaches. According to Nuno Fonseca, “the big advantage is that, in the vast majority of cases, they are in the calm countryside interior of Portugal and normally always hold out many good reasons to stroll in their vicinity, with the focus being on the historic buildings and hilly landscapes”. In his opinion, “the advantages for tourism are huge, especially when compared to the salt sea beaches.”



Turismo Equestre

A galope pelo País Equestrian Tourism

Galloping around the Country

PSML- Pedro Yglesias

Sol e Lua


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Para uns é o simples prazer de observar um dos mais belos e elegantes animais. Outros exigem ver uma apurada técnica num espectáculo de desporto ou de lazer. O denominador comum entre ambos é o Cavalo. Para lá da tradição e paixão, o Turismo Equestre tem vindo a conquistar o nosso País. For some it’s the simple pleasure of watching one of the loveliest and most elegant animals. Others demand to see perfect technique in a sports or leisure show: show jumping, dressage, horse racing, bullfighting etc. The common denominator in both is the horse. Beyond the tradition and passion, Equestrian Tourism has taken Portugal by storm.

Texto Text: Carla Celestino

PSML-Emigus

Ninguém fica indiferente a um espectáculo da Escola Portuguesa de Arte Equestre no Palácio Nacional de Queluz. É o traje de gala dos Picadores com casaca comprida de veludo, botões dourados e tricórnio de feltro na cabeça. É também a beleza das selas à portuguesa ou dos estribos com as armas de D. João V. Mas é, sobretudo pelo Cavalo Lusitano, pela sua imponência, beleza e pelo pormenor da trança na crina com fitas de seda, que todos estão ali. Para alguns espectadores o que os faz vibrar é a sensação que se tem do cavalo dançar ao som da música. Mas outros há que analisam ao pormenor o passo, trote e galope como exímios amantes de cavalos que são, muitos deles criadores de cavalos. Mas todos são unânimes na sua euforia quando vêem o esplendor da Equitação Barroca num piaffer, curveta ou capriola. Teresa Abrandes, responsável pela Escola, confirma estes dois tipos de turistas: “os que simplesmente apreciam o espectáculo e aqueles que observam todos os movimentos e equilíbrio dos cavalos”. Acrescentando que “vêm pessoas de todo o mundo, desde os extremos dos Estados Unidos da América até à Austrália” só para ver os treinos do Cavalo Lusitano de Ferro Alter e a Equitação Portuguesa. Actualmente com 50 cavalos, mas apenas 25 em espectáculo, Teresa Abrantes explica que “as apresentações ao ar livre estão muito dependentes do sol e da chuva, pois não temos um espaço coberto e no Palácio Nacional de Queluz não é permitido fazer construção nos jardins”.

Foi por esse motivo e por que têm uma “elevada solicitação por parte dos estrangeiros para ver os espectáculos” que a Parques de Sintra, que gere a Escola, assinou um protocolo com o Exército, e que já estava previsto em Decreto-Lei, no sentido de utilizar o Picadeiro Henrique Calado, na Calçada da Ajuda, e parte das cavalariças do chamado Pátio na Nora que faz parte do Regimento de Lanceiros 2, para apresentações em recinto fechado. Desta forma, já vai ser possível proceder à venda online de bilhetes e à criação de pacotes turísticos que o visitante pode adquirir antecipadamente. A inauguração está para breve. De rédeas na Natureza Mas o turismo equestre no concelho de Sintra não se limita à Escola. A recente abertura ao público da Abegoaria da Quinta da Pena (2013) passou a permitir aos visitantes desfrutar de passeios a cavalo pelo Parque da Pena e de conhecer as cavalariças e espaços de tratamento de cavalos. Há também passeios de pónei para os mais pequenos acompanhados por um monitor. E os já tradicionais passeios de charrete a que estávamos habituados a ver na vila são agora também possíveis entre o Vale dos Lagos e o Chalet da Condessa D’Edla, no Parque da Pena. Aliás, é este tipo de actividades - acrescidas das aulas, estágios e cursos de equitação, desportos ou exibições hípicas, estadas hípicas, visitas de quintas e de espaços de criação ou ainda de feiras e eventos relacionados com o cavalo -, que podem ser encontradas um pouco por todo o


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PSML-Jonas Tavares

Turismo do Alentejo ERT

Estamos a falar de um produto que está claramente mais vocacionado para o estrangeiro. We’re talking about a product that is clearly more directed at foreigners.

País onde se promove o Turismo Equestre e que, regra geral, estão também associadas ao património histórico, cultural, natural e até gastronómico. Refira-se que o Turismo de Portugal lançou recentemente online o Guia Técnico do Turismo Equestre em que, por regiões, ficamos a conhecer os locais onde se pode desfrutar deste tipo de turismo em todo o País. Verdadeiros aficcionados Mas é nas regiões do Alentejo e Ribatejo que as actividades equestres têm mais tradição. Terra de campinos, ganadeiros, cavaleiros e toureiros, tem o seu ex-libris na criação dos cavalos de raça Lusitana. Só a Feira da Golegã, que já faz parte das rotas internacionais ligadas ao turismo equestre, move centenas de turistas oriundos de Espanha, Itália, França e países nórdicos. Tendo em conta esta realidade, foi apresentado recentemente o Plano de Intervenção para o Turismo Equestre no Alentejo e Ribatejo que, segundo, o presidente do Turismo do Alentejo, “é um dos potenciais produtos inseridos no terri-

tório mas que é necessário ainda ser trabalhado ao longo dos próximos anos”. “Aproveitando o plano comunitário 2020, pretendemos incrementar um conjunto de intervenções que venham a posicionar o Turismo Equestre como um produto estruturado e consolidado nos mercados externos”, pois, como António Ceia da Silva explica, “é claramente um produto de internacionalização”. Apesar de fazer a ressalva para o facto de também existir “mercado nacional”, a realidade é que “estamos a falar de um produto que está claramente mais vocacionado para o estrangeiro”. António Ceia da Silva esclarece que basta perceber que na “França existem 2,2 milhões de pessoas que andam a cavalo, que no Reino Unido existe o maior número de cavalos e cavaleiros da Europa ou que nos Estados Unidos da América e no Canadá há um enraizamento muito forte deste tipo de turismo”. O posicionamento das Regiões do Alentejo e Ribatejo vai, assim, passar tanto pelo “turismo a cavalo”, ou seja, pelo foco no conhecimento do cavalo como produto e da exibição do cavalo;


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Para Carlos Leal, “o potencial de retorno que este tipo de eventos tem para a região algarvia é muito elevado, posicionando-a como um destino-chave para os amantes de provas equestres”. Além de “combater a sazonalidade que se faz sentir no Algarve durante a época baixa, ajuda a fomentar o turismo e todos os serviços associados ao mesmo”. Acreditando que o “interesse no hipismo está a aumentar cada vez mais e é certamente um sector em que todos devemos acreditar e apostar para alavancar a economia algarvia”. Mas as competições não se limitam à região do Algarve e, um pouco por todo o País, têm conseguido posicionar Portugal como ‘marca’ de referência dos grandes eventos equestres internacionais e com isso contribuir para o fortalecimento da imagem do Turismo Equestre.

Turismo do Alentejo ERT

como pelo “turismo de cavalo”, isto é, pela utilização do cavalo em práticas turísticas individuais. Competições são imagem de marca No Algarve, tradicionalmente associado aos produtos ‘Sol e Mar’ e ‘Golfe’, o Turismo Equestre tem ganho fervorosos adeptos. Basta recordar o Vilamoura Atlantic Tour 2015 que, em Abril deste ano, levou à região algarvia alguns dos melhores cavaleiros do mundo, para uma competição que tem vindo a crescer e que este ano reuniu 1.000 cavalos, 300 cavaleiros profissionais e amadores, oriundos de 33 países, e mais de seis mil participantes. O Pine Cliffs Resort foi, pelo segundo ano consecutivo, name sponsor de uma das seis semanas desta competição que, de acordo com director Geral da United Investments Portugal, atraiu “muitas pessoas, desde os praticantes aos patrocinadores dos eventos, como também, todas as pessoas que gostam simplesmente do desporto, de cavalos e de todo o convívio que se cria nas provas”.

Produto turístico estratégico Inserido no Turismo de Natureza, nomeadamente no meio rural, o Turismo Equestre foi considerado pela ministra da Agricultura como um “produto estratégico” do Governo para a indústria turística e para a economia nacional. Aliás, no início do ano, Assunção Cristas iniciou o Roteiro do Cavalo Lusitano com o objectivo de mostrar o “potencial e a importância” que este tipo de turismo e esta raça de cavalos pode representar para Portugal. E não é para menos. Possuímos as raças autóctones Puro Sangue Lusitano, Garrana e Sorraia; detemos um clima ameno, uma paisagem e uma orografia diversificadas; infra-estruturas de elevada qualidade para o ensino, prática, observação, competição e compra de cavalos; rotas e itinerários equestres que fazem as delícias dos turistas; contribui para combater a sazonalidade; entre muitas outras mais-valias. Segundo o PENT 2013-2015 este segmento do turismo pode vir a “crescer 5% nos próximos anos”. No one remains indifferent to a show by the Portuguese School of Equestrian Art (Escola Portuguesa de Arte Equestre) at the National Palace of Queluz. The gala costumes worn by the Picadors with long velvet 18th century-style jackets, golden buttons and felt tricorn hat. And too the beauty of the Portuguese saddles and the stirrups bearing the arms of King João V. But above all it is the impressive beauty of the Portuguese horse - the Lusitano - with the detail of the plaits on its mane and silk ribbons that draw in the crowds. For some spectators what makes them tremble with excitement is the sensation one gets on seeing the horse dance to the sound of music.

But there are others who make a detailed study of the gait, trot, gallop as expert horse lovers many of which are horse breeders. But all are in agreement in their euphoria when they see the splendour of Baroque Horse Riding with piaffes, courbettes or caprioles. Teresa Abrandes, who runs the school, talks about these two types of tourists. “Those who simply appreciate the show and those who scrutinise all the horse movements and equilibrium.” Adding that, “we see people from all over the world, from the United States of America to Australia”, just to see the training sessions of the Ferro Alter Lusitano horse and Portuguese horse riding. Currently maintaining 50 horses but using 25 in shows, Teresa Abrantes explains that “the open air presentations are extremely dependent on the sun and rain since we don’t have a covered space and it is forbidden to build in the palace gardens”. It was for this reason and because of the “high demand from foreigners to see the shows” that Sintra Parks (Parques de Sintra), which runs the school, signed a protocol with the Army, and which was already foreseen in a Decree-Law, to use the Henrique Calado Picador in Calçada da Ajuda, Lisbon, and part of the so-called Pátio riding arenas at Nora which are part of the 2nd Regiment of Lancers, for indoor shows. Therefore it will now be possible to sell tickets on-line and create tourist packages which the visitors can purchase ahead of time. The inauguration will be soon. Taking a ride on the wild side But equestrian tourism in the Borough of Sintra is not just limited to the School. The recent opening to the public of the Abegoaria da Quinta da Pena (2013) went on to enable visitors to enjoy horse riding around the Pena Park (Parque da Pena) and to discover the stables and horse grooming and training areas. There are also pony rides for youngsters accompanied by a monitor. And those already traditional pony and trap rides that we’re so used to seeing in Sintra village are also now possible between the Vale dos Lagos and Chalet da Condessa D’Edla in Parque da Pena. Moreover, it is this type of activities - together with horse riding lessons, work experience and horse riding courses, horse sports or exhibitions, horse-theme holidays, visits to estates and breeding centres or even fairs and events related to horses -, that can be found all over the country where Equestrian Tourism is promoted and which, as a general rule, are also associated to historical, cultural, nature and even gastronomical heritage.


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PSML-Jonas Tavares

It’s worth mentioning that the Portuguese tourist bureau Turismo de Portugal recently launched on-line its Technical Guide to Equestrian Tourism through which, region-by-region, one can discover the places where this type of tourism can be enjoyed all over the country. True buffs But it is in the Alentejo and Ribatejo regions that these equestrian activities have most tradition. The land of country folk, farmers, horse riders and bullfighters are famous for breeding the Lusitana breed horse. The Golegã Fair alone, which is already on the international tourist route for equestrian tourism, attracts hundreds of tourists from Spain, Italy, France and Scandinavia. Taking into account this reality, the Alentejo and Ribatejo Equestrian Tourism Action Plan (Plano de Intervenção para o Turismo Equestre no Alentejo e Ribatejo) which, according to the President of the Alentejo tourist board (Turismo do Alentejo), “is one of the potential products earmarked for these areas but one that needs a lot of work, marketing and promotion in the coming years”. “Making the most of EU Community Plan 2020 funds, we are planning to set up a whole range

of initiatives that should position Equestrian Tourism as a structured and consolidated project in foreign markets”, indeed, as António Ceia da Silva explains, “it’s clearly a product that can be exported”. Despite pointing out the fact that there is also a “national market”, the reality is that “we’re talking about a product that is clearly more directed at foreigners.” António Ceia da Silva makes it clear that one only has to realise that in “France there are 2.2 million people who ride, while the United Kingdom has the greatest number of horses and riders in Europe, and in the United States and Canada this type of tourism is already deeply rooted. The positioning of the Alentejo and Ribatejo Regions will therefore now be just as focused on “specialised horse tourism”, in other words, by focusing on horse skills and expertise as a product and showing horses; as “conventional horse tourism”, meaning using horses for individual tourist uses. Competitions that are a trade mark In the Algarve, traditionally associated with ‘Sun and Sea and Golf’ products, Equestrian Tourism has won fervent fans. One only has to recall the Vilamoura Atlantic Tour 2015 which, in April, at-

tracted to the Algarve region some of the best riders in the world for a competition that has steadily grown and which this year brought together 1,000 horses, 300 professional and amateur riders, from 33 countries, and over 6,000 participants. The Pine Cliffs Resort was, for the second year running, the named sponsor for one of the six weeks of this competition which, according to the CEO of United Investments Portugal, attracted “many people, from those taking part to the sponsors of the events, as well as al the people who simply like the sport too, the horses and all the socialising resulting from the competitions”. According to Carlos Leal, “the potential for return that this type of events has for the Algarve region is very high, positioned as as key-destination for the fans of equestrian competitive events. Apart from “combating the lack of visitors off-season that is felt in the Algarve in the winter months, it helps to boost tourism and all of the services associated with the same”. Believing that the “interest in horse riding is on the increase and is certainly a sector in which all should believe and invest in to leverage the Algarve economy”. But the competitions are not only limited to the Algarve region but take place all over the country and have managed to put Portugal on the map as a benchmark ´brand´ for large international equestrian events and thereby contributing to strengthening the image of Equestrian Tourism. Strategic tourist product Part of Nature Tourism (Turismo de Natureza), namely in rural areas, Equestrian Tourism was considered by the minister of Agriculture as a “strategic product” for the Government regarding the tourism industry and for the national economy. Furthermore, at the start of the year, the minister, Assunção Cristas launched the Lusitano Horse Route with the object of showing the “potential and importance” that this type of tourism and this breed of horses can mean for Portugal. And that’s not all. We have the local breeds, the Thoroughbred Lusitano, Garrana and Sorraia; we’ve got a warm climate, a wide variety of landscapes and geography; top-quality infrastructure for teaching, practising, observing, competition and buying horses; equestrian itineraries and routes that delight tourists so much; contribute towards counteracting the low-season; amongst many other assets. According to PENT 2013-2015 this segment of tourism could eventually “grow 5% in the coming years”.



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Pine Cliffs Resort

Propriedades de luxo num lugar único Luxury properties in a unique setting


31 12 JUL/AGO 2015

As Ocean Suites vieram reforçar a oferta de luxo do Pine Cliffs Resort na área de Real Estate tanto a nível nacional como internacional. Carlos Leal, director-geral da United Investments Portugal, fala de uma “nova era” neste resort algarvio. The Ocean Suites have strengthened the luxury offer at the Pine Cliffs Resort in the Real Estate area both nationally and internationally. Carlos Leal, CEO of United Investments Portugal, talks of a “new era” at this Algarve resort.

Como está a decorrer o processo de desenvolvimento imobiliário do Pine Cliffs Resort? Neste momento estamos concentrados nas novas Pine Cliffs Ocean Suites, a Luxury Collection Resort, que estão em fase de construção e têm inauguração prevista para Julho de 2016. Estas suites constituem um conjunto de 76 apartamentos, com uma localização privilegiada frente ao mar e estão integradas no plano de investimento que anunciámos em 2014. As Ocean Suites vêm reforçar a nossa oferta de propriedades de luxo, seja para férias ou investimento, marcando assim, uma nova era no Pine Cliffs Resort. O investimento é constante e nos últimos anos temos vindo a requalificar na área de real estate, com a inauguração das Pine Cliffs Deluxe Suites e a remodelação dos Pine Cliffs Terraces em 2014, por exemplo. Com um total de seis opções de alojamento de luxo e com um serviço integrado, o Pine Cliffs Resort é um dos líderes nacionais em real estate e consecutivamente premiado a nível internacional. Como se encontram a decorrer as respectivas vendas? As vendas estão a correr bem com grande interesse nas Pine Cliffs Ocean Suites, uma vez que é um produto diferenciado e exclusivo, numa localização única frente ao mar e inserido num

resort premiado, gerido pela Luxury Collection Brand, marca reconhecida a nível mundial da Starwood Hotels & Resorts, com uma variedade de serviços integrados de excelência. Que impacto pode ter a renovação do Sheraton Algarve Hotel em todo este processo imobiliário? O plano de renovação e extensão do Sheraton Algarve Hotel foi planeado e coordenado com a Starwood Hotels & Resorts, enquanto entidade gestora do Pine Cliffs Resort sob a marca The Luxury Collection. Este plano irá permitir requalificar a oferta, confirmar e consolidar o Hotel como um dos melhores hotéis em Portugal e na Europa. Com o Spa, áreas comerciais e restauração para adicionar às infra-estruturas e serviços já existentes no hotel proporcionando aos nossos clientes, membros e proprietários uma experiencia uníca. A renovação do Hotel tem, naturalmente, um impacto significativo e positivo no processo imobiliário. Quais os vossos principais clientes e os mercados de onde vêm? O Algarve mantém-se o destino de eleição para a aquisição de uma segunda casa, quer para o target nacional, quer internacional. No caso particular do Pine Cliffs Resort, os mercados tradicionais têm mantido muito interesse na aqui-


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O Pine Cliffs Resort é um dos líderes nacionais em real estate e consecutivamente premiado a nível internacional. The Pine Cliffs Resort is one of the national leaders in real estate and has picked up awards time and time again internationally.

sição imobiliária mas a adesão dos mercados emergentes já é também notória, nomeadamente de clientes provenientes da Rússia e da Ásia. A concorrência por este tipo de produtos no Algarve é grande? A oferta é grande mas a concorrência não. Há efectivamente produtos concorrentes na região do Algarve mas numa escala muito reduzida. Acredito que o Pine Cliffs Resort é único pelas suas características distintivas, com destaque para a sua localização sobre a falésia e a extensa área de 72 hectares que o Resort ocupa e o que permite aos nossos clientes usufruírem de uma vasta oferta de actividades de lazer e bem-estar outside. Há também uma oferta integrada de excelência para as famílias que nos visitam, a quem dedicamos especial atenção e que nos tem permitido sermos distinguidos como Melhor Resort Familiar por cinco vezes, pelos World Travel Awards, entre outros muitos prémios de grande prestígio. A oferta de várias opções de alojamento, aliadas a um serviço personalizado de luxo, torna o Pine Cliffs um lugar mágico e único na Europa. How is the real estate development process going at Pine Cliffs Resort?

At this moment we’re focused on the new Pine Cliffs Ocean Suites, the Luxury Collection Resort, which are under construction with an expected launch date for July 2016. These suites comprise a group of 76 apartments with a privileged location in front of the sea and are integrated into the investment plan that we had announced in 2014. The Ocean Suites will strengthen our luxury property offer, whether intended for holidays or investment, thereby signalling a new era at the Pine Cliffs Resort. The investment is ongoing and in recent years we have been refurbishing and modernizing in the real estate area, with the launch of the Pine Cliffs Deluxe Suites and the revamping of the Pine Cliffs Terraces in 2014, for example. With a total of six luxury accommodation options with an integrated service, the Pine Cliffs Resort is one of the national leaders in real estate and has picked up awards time and time again internationally. How have respective sales been going? Sales are going well with great interest in the Pine Cliffs Ocean Suites, since this is an exclusive and differentiated product, in a unique sea front location and inserted within an awardwinning resort, managed by the Luxury Collec-


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A oferta de várias opções de alojamento, aliadas a um serviço personalizado de luxo, torna o Pine Cliffs um lugar mágico e único na Europa. The range of various accommodation options on offer added to a luxury personalised service, makes Pine Cliffs a magical place and one that is unique in Europe.

tion Brand, a recognised brand at an international level from Starwood Hotels & Resorts, with a variety of integrated services of excellence. What impact could the refurbishment of the Sheraton Algarve Hotel have in this real estate process? The refurbishment and expansion plan for the Sheraton Algarve Hotel was planned and coordinated with Starwood Hotels & Resorts, while the management entity of the Pine Cliffs Resort comes under the brand The Luxury Collection. This plan will enable the offer to be modernized, confirming and consolidating the Hotel as one of the best hotels in Portugal and Europe. With the Spa, shops and restaurants which will be added to the pre-existing facilities and services in the hotel, providing our clients, members and owners a unique experience. The refurbishment of the Hotel, naturally, has a significant and positive impact on the real estate process. Who are your main clients and from which markets do they come from? The Algarve remains a destination of choice for buying a second home, both for national and

international target markets. In the particular case of the Pine Cliffs Resort, the traditional markets have retained a lot of interest in purchasing real estate but a lot of interest from emerging markets is also apparent, namely from Russia and Asia. Is the competition for this type of products in the Algarve fierce? The offer is large but the competition isn’t. Effectively there are competing products in the Algarve region but on a much reduced scale. I believe that the Pine Cliffs Resort is unique because of its distinct characteristics, particularly because of its location on a cliff with the extensive area of 72 hectares which the resort occupies and enables our clients to enjoy a vast offer of outdoors leisure and wellness activities. There is also an excellent integrated offer for the families who visit us, to whom we dedicate special attention and which has enabled us to be distinguished with the Best Family Resort award five times by the World Travel Awards, among many other great prestige awards. The range of various accommodation options on offer added to a luxury personalised service, makes Pine Cliffs a magical place and one that is unique in Europe.


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Lisbon South Bay

Atrair novos investimentos Attracting new investments


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A Baía do Tejo e os municípios de Almada, Barreiro e Seixal desenvolveram um plano de marketing territorial que deu origem ao ‘naming’ Lisbon South Bay. Captar investidores internacionais é uma das metas do presidente do Conselho de Administração da Baía do Tejo, Jacinto Guilherme Pereira. Baía do Tejo – a company which specialises in running business parks - and the municipalities of Almada and Seixal have developed an area marketing plan for the municipalities on the south bank of the River Tagus, one that has given rise to the “name” Lisbon South Bay. Attracting international investors is one of the objectives according to the President of the Tejo Bay Administration Council, Guilherme Pereira.

Já no tempo da Parque Expo e depois com a Sociedade Arco Ribeirinho Sul se previa a reconversão e requalificação dos terrenos da Quimiparque, Siderurgia Nacional e Margueira. Parece um desejo sempre adiado. Acha que agora finalmente esta região vai ter a vida que merece? Pela nossa parte, tendo a Baía do Tejo assumida a dupla missão de gerir os Parques Empresariais de Barreiro, Seixal e Estarreja e de promover a estratégia Arco Ribeirinho Sul, aquilo que temos de garantir é que se está a trabalhar no sentido de um presente e um futuro melhor do que aquele que tem estado afeto a estes territórios. Acreditamos que esta região vai ter a vida que merece, sabemos que esta região e estes territórios têm um potencial e uma capacidade instalada que lhes permite ter uma vida melhor. A nossa preocupação foi recentrar a actividade da Baía do Tejo no seu core business: a gestão de Parques Empresariais e a Promoção dos territórios da Estratégia Arco Ribeirinho Sul. Sabemos que é com esse trabalho que vamos garantir a manutenção dos clientes actuais e que vamos criar cada vez melhores condições nos nossos parques empresariais para acolher novos clientes, sabemos que é com este trabalho que vamos conseguir promover os territórios do Arco Ribeirinho Sul junto dos players e grupos económicos de referência a nível de global e facilitar a sua sinalização junto destes, permitindo que o interesse das empresas aumente sobre estes territórios. Só assim conseguiremos trazer para estes territórios, mais economia, mais investimento e mais

emprego e só desta forma se conseguirão resolver os problemas económicos e sociais da região e melhorar as vidas das suas populações. Fala-se actualmente no terminal de contentores no Barreiro e na Cidade da Água na Margueira. Que projectos pensa que poderão instalar-se no eixo de Almada, Seixal e Barreiro? É verdade que estes projectos estão falados para estes territórios e é verdade que veríamos com satisfação a concretização do terminal de contentores no Barreiro. Quanto à Cidade da Água, temos feito um trabalho de promoção do projecto junto de investidores imobiliários internacionais que possam e tenham capacidade para implementar um projecto que tem dimensão que extravasa as fronteiras do nosso País. O nosso interesse nestes projectos é efectivo porque sabemos que a implantação dos mesmos nestes territórios nos permitiam cumprir de forma mais acelerada e consistente os objectivos de requalificação ambiental e de requalificação e reordenamento dos territórios. Trata-se de investimentos estruturantes capazes de alterar a face e o dinamismo destes territórios, de aproveitar todo o seu potencial e de contribuir para a redinamização económica, não apenas do Arco Ribeirinho Sul e da região da Grande Lisboa, mas de todo o País. Claro que no caso da Baía do Tejo, quaisquer outros projectos de dimensão semelhante que percebam as mais-valias únicas e distintivas deste territórios e dos nossos parques empresariais que aqui se queiram instalar, são igualmente bem-vindos.


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do Arco Ribeirinho Sul, mas também de forma articulada com Lisboa o potencial conjunto e complementar de todos estes territórios. Estamos a construir cada vez mais o conceito da Cidade das Duas Margens e a permitir a Lisboa ganhar a dimensão e o estatuto de Cidade Região que, além do potencial histórico, turístico e ao nível dos serviços que já tem, passa também a ter a capacidade de ancorar empresas e projectos de cariz empresarial e industrial de dimensão significativa, capazes de alavancar a economia de toda uma região e de um país. Os eventos que referiu e em que a Baía do Tejo tem marcado presença em parceria com a Invest Lisboa, são os certames que garantem visibilidade a nível global, onde competimos com as grandes áreas metropolitanas mundiais e que permitem a apresentação destes territórios a potenciais investidores das mais variadas geografias. No entanto, temos como mercados prioritários para o desenvolvimento deste esforço de promoção, os mercados da América do Norte, da Europa e do Extremo Oriente. Jacinto Guilherme Pereira Presidente do Conselho de Administração da Baía do Tejo President of the Tejo Bay Administration Council

É por isso que temos feito um esforço efetivo de promoção dos mesmos, tanto a nível nacional como internacional. O que vos levou a criar a imagem de marca Lisbon South Bay e quais as metas que pretendem alcançar com a mesma? Precisamente para potenciar esse trabalho de promoção e para facilitar a sinalização dos territórios, nomeadamente a nível internacional. Aqui queremos vincar a óptima articulação que tem sido feita com os municípios de Almada, Barreiro e Seixal. De facto, cada uma das quatro entidades, a Baía do Tejo e os três municípios, reconhece que este esforço conjunto pode ajudar a concretizar os objectivos específicos de cada um para estes territórios, os quais acabam sempre por visar uma valorização dos mesmos e um esforço por garantir melhores condições de vida para as suas populações através da captação de novos investimentos a nível global. A Baía Tejo tem estado presente em eventos internacionais como a Expo Real e o MIPIM, considera que agora com este namimg poderão melhor atrair os investidores internacionais? O objectivo é esse, comunicar com os municípios

Back in the time of Parque Expo – the company created for the world fair Expo ‘98 – now known as the Parque das Naões) and later the South Bank Arc Society (Sociedade Arco Ribeirinho Sul) the redevelopment and regeneration of parcels of land at Quimparque, Siderurgia Nacional and Margueira was already on the cards. It seems to be a dream that’s always put on ice. Could it be that now, finally, that this region will get the makeover and life that it deserves? On our part, having the Baía do Tejo taking on the double mission of managing the business parks Parques Empresariais de Barreiro, Seixal and Estarreja and developing and marketing the Arco Ribeirinho South Strategy, which we need to secure, means working in the present for a better future than the one that has affected these parts of Greater Lisbon. We believe that this region will get the lifeline that it deserves, we know that this region and these parts of Lisbon have potential and all the right inbuilt factors and capacities for it to be prosperous. Our concern was to refocus Baía do Tejo’s activity on its core business: the management of Business Parks and developing and marketing the Arco Ribeirinho Sul Strategy. We know that with this work we’ll ensure that we’ll keep our current clients and that we’ll create increasingly better conditions at our business parks to house new clients, we know too that through this work we’ll manage to develop the Arco Ribeirinho Sul areas of land with benchmark internationally well-known groups and economic

Temos como mercados prioritários para o desenvolvimento deste esforço de promoção, os mercados da América do Norte, da Europa e do Extremo Oriente. Our priority markets to develop this marketing effort are the USA, Europe and Far East.

players and help to really put these areas on the map, so that company interest in these areas will be raised. Only by doing this will we succeed in attracting more economy, investment and jobs to these areas and manage to solve the region’s economic and social problems and improve the lives of its populations. Currently there’s a lot of talk about the containers terminal at Barreiro and the Cidade da Água (Water City) at Margueira. What projects do you think could be set up in the Almada, Seixal and Barreiro axis? It’s true that these projects are being discussed for these areas and it is true that we will be happy to see the completion of the containers terminal at Barreiro. As to the City of Água, we’ve carried out a project development study with international real estate investors who have the capacity to implement a project of this size that will extend beyond the borders of our country. Our interest in these projects is genuine because we know that developing these projects in these areas will enable us to more speedily and consistently fulfil our environmental regeneration, redevelopment and territorial reorganisation goals. These are structured investments which have the ability to change the face and dynamics of these areas, harnessing all of their potential and contributing to kick-starting and boosting the economy, not just in the Arco Ribeirinho Sul and the Greater Lisbon region, but the whole country. Of course in the case of the Tagus Bay, any other projects of a similar dimension that take in account the unique and distinctive assets of these areas and our business parks that want to set up here, are equally welcome. Which is why we’ve made a considerable effort


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to promote the same, both nationally and internationally.

A nossa preocupação foi recentrar a actividade da Baía do Tejo no seu core business: a gestão de Parques Empresariais e a Promoção dos territórios da Estratégia Arco Ribeirinho Sul. Our concern was to refocus Baía do Tejo’s activity on its core business: the management of Business Parks and developing and marketing the Arco Ribeirinho Sul Strategy.

What led you to create the Lisbon South Bay brand and what do you hope to achieve with the same? Exactly by leveraging this marketing strategy and to put these areas on the map, namely on an international level. Here we want to cash in on the cooperation that has been achieved with the municipalities of Almada, Barreiro and Seixal. In fact, each one of the four entities, the Baía do Tejo (Tagus Bay) and the three municipalities, recognise that this joint effort can help to achieve the specific objectives of each for these areas, which will always aim to add value to the same and an effort to ensure better living conditions for their populations by attracting new investments at a global level. Baía Tejo has been at international events such as Expo Real and MIPIM, so do you think that now with this branding you can better attract international investors?

The goal is this: to work in tandem with the municipalities of Arco Ribeirinho Sul, but to also do so in an articulated way with Lisbon in a joint and complementary manner to leverage these areas. We’re increasingly building up the concept of the City on the Two Banks of the River (Cidade das Duas Margens) so as to enable Lisbon to gain the scale and statute of a Regional City (Cidade Região) which beyond its historic and tourist potential and the level of services that it already has, will go on to have the capacity to anchor companies, industries and projects of a significant size, capable of boosting the economy of the entire region and country. The events referred to and in which the Baía do Tejo has been involved in partnership with the Lisbon investment agency Invest Lisboa, are trade fairs that ensure international visibility, where we are competing with large international metropolitan areas and which enable us to present these areas to potential investors from all over the world. However, our priority markets to develop this marketing effort are the USA, Europe and Far East.


Metro Quadrado Opinião José Araújo

Será conciliável ir de férias, descansar e investir? Can holidays, relaxationand investment go hand-in-hand?

José Araújo Director da Direcção de Negócio Imobiliário do Millenium BCP Director of the Department of Real Estate Business, Millennium BCP

Por norma as férias são sinónimo de descanso e lazer, sendo uma altura propícia para momentos de balanço individual ou em família. Mas é nestas alturas que muitas vezes pomos em dia a leitura e aquela notícia de balanço de mercado que não tivemos oportunidade de aprofundar. As férias são aproveitadas também para isso mesmo. Aí surgem ideias e o despertar para a oportunidade de realizar investimentos, tomando decisões de forma ponderada e sem qualquer pressão. A diversificação dos investimentos e dos produtos de aforro sempre foram um princípio que está bem expresso no ditado popular “nunca ponha todos os ovos no mesmo cesto”, o qual não podia estar mais actual após momentos de crise como os passados. As férias são alturas propícias para se olhar para os diversos “cestos”. É aqui que surge a questão de saber se nas próximas férias não será possível encontrar aquela moradia ou apartamento que ajudará a diversificar os seus investimentos, seja para usufruto próprio, para rentabilização ou para ambas as situações. O imobiliário, mesmo após crises, continua a ser uma boa alternativa de investimento com possibilidade de usufruir do imóvel e da rentabilidade do mesmo, mas deverá ser uma decisão ponderada. É com este princípio, que no mercado se desenvolvem campanhas de Verão, criando condições mais favoráveis na tomada de decisão dos veraneantes que se deslocam para zonas costeiras como o Algarve, Tróia, Litoral Oeste ou Funchal, sendo um bom momento para visitar e tomar a sua decisão de compra desses mesmos activos, quer para nacionais ou para estrangeiros. Nestes meses de férias, veja a oferta de imóveis disponíveis na zona para onde vai descansar e agende a visita a um desses imóveis e veja as condições para a sua aquisição. Pode estar perante uma boa oportunidade e ser este o seu próximo investimento.

As a rule holidays are synonymous with relaxing and leisure, it being a propitious time for balancing personal and family time. But very often it is at these times that we catch up on our reading and the markets that we didn’t have the opportunity to do thoroughly before. The holidays are also used for exactly this. It is when ideas arise and we become aware of investment opportunities, taking decisions in a measured manner and without any pressure. The diversification of investments and savings products were always a principle which can be best expressed in the popular saying “never put all your eggs in one basket”, which has never been more true after the times of crisis that have been experienced recently. The holidays are propitious times to examine various “baskets”. And here the question arises of knowing if at the next holidays it might not be possible to find that house or apartment that will help us to diversify investments, either for our own use or to rent out, or both situations. Real estate, even after crises, continues to be a good investment alternative with possibilities to enjoy the property and make some money from it too, but it should be a carefully weighed decision. And it is from this principle that summer campaigns have been developed in the market, creating conditions more favourable for those Portuguese and foreign summer holidaymakers to take decisions when they head to the coastal areas such as the Algarve, Tróia, West Coast or Funchal, providing the right moment to visit and take decisions to buy these same assets. In these holiday months, check out the properties available in the area where you are planning to relax and book a visit to one of these properties and study the buying conditions. You could be faced with a golden opportunity to pick up your next investment.



Metro Quadrado Opinião Miguel Marques Santos

A Demagogia e os Vistos Gold Demagoguery and Golden Visas Miguel Marques dos Santos Advogado, Sócio da Garrigues Responsável pelo Departamento de Imobiliário e Urbanismo da Garrigues Portugal Lawyer, Garrigues Partner Head of the Department of Garrigues Portugal Real Estate and Urbanism

A democracia é sem dúvida o melhor dos sistemas políticos mas, como tudo na vida, não tem só coisas boas. E uma das coisas menos boas que está indissociavelmente ligada à democracia é a demagogia. Curiosamente, ou nem tanto, democracia e demagogia são duas palavras gregas, que nasceram no mesmo tempo e no mesmo lugar, talvez justamente pela sua natureza inseparável. Numa rápida busca na internet podemos encontrar o significado de demagogia que, segundo a Wikipédia, se pode definir da seguinte forma: Demagogia é um termo de origem grega que significa “arte ou poder de conduzir o povo”. É uma forma de actuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas a conquista do poder político ou outras vantagens correlacionadas. É a estratégia de condução político-ideológica, valendo-se da utilização de argumentos apelativos, emocionais ou irracionais, em vez de argumentos racionais, para proveito próprio. Em geral, a demagogia está relacionada à negativa da deliberação racional, fazendo uso de uma das falhas da democracia, qual seja, manipular a maioria pelo uso de aparentes argumentos de senso comum entremeados com disjunções falaciosas, prática esta que remonta já à Grécia antiga, muito embora sem conotação negativa a princípio. As reações ao chamado caso dos Vistos Gold, e as consequências dessas reações, são um bom exemplo, um infeliz bom exemplo, de demagogia, e do que a demagogia pode trazer de menos bom para a democracia e para a nossa vida quotidiana. O caso dos Vistos Gold é um caso de polícia, que envolve as mais altas instituições do Estado, e que, nessa medida, é lamentável, e nos deve preocupar a todos. Qualquer cidadão responsável se deve interrogar sobre as causas e as consequências da corrupção, em particular a corrupção ao

nível do Estado e das entidades públicas em geral, e sobre as soluções que podem e devem ser implementadas para eliminar esta chaga, que há décadas envergonha Portugal nos relatórios internacionais sobre a matéria. Especificamente no caso dos Vistos Gold, qualquer cidadão responsável deseja que os suspeitos sejam rapidamente julgados e, caso venham a ser condenados, sejam exemplarmente punidos. E aqui fica a parte racional da análise ao caso dos Vistos Gold. Tudo o resto é demagogia, ou melhor dizendo, tudo o resto “é uma estratégia de condução político-ideológica, valendo-se da utilização de argumentos apelativos, emocionais ou irracionais, em vez de argumentos racionais, para proveito próprio”. É triste, mas é assim. E com consequências muito negativas para o País, particularmente para o investimento externo, para o crescimento e para o emprego, que deveriam ser bandeiras de todos nós, sejamos de esquerda ou de direita, do partido A ou do partido B. Logo que surgiu o caso dos Vistos Gold, os partidos da esquerda, em particular os da extrema-esquerda, vieram a terreiro (com aquela atitude de defensores únicos da moral pública que por alguma razão insondável os caracteriza), procurando misturar a natureza preocupante e aberrante do caso de polícia, com uma suposta “queda” da direita, e, em particular, deste Governo, para a corrupção, com a suposta natureza perniciosa do investimento estrangeiro, e, em particular do investimento chinês, e com a alegada particularidade de Portugal, enquanto promotor de sistemas de vistos para investimento. E por via deste concentrado de demagogia, rapidamente chegaram à conclusão da necessidade imperiosa de acabar rapidamente com os Vistos Gold. Mesmo o Partido Socialista, apesar de ser um partido tendencialmente mais moderado, viu-se na necessidade, para não ficar para trás face aos


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partidos da extrema-esquerda, de recorrer à demagogia para, ainda que de forma mais subtil e menos estrondosa, condenar tudo o que gira à volta dos Vistos Gold, lançando uma ideia geral de que tudo deveria ser reponderado e repensado... a pior mensagem que se pode enviar a um investidor que pondera diversas geografias para investir. O Partido Socialista tem a particularidade de ter um líder que conhece bem as vantagens dos Vistos Gold, materializadas numa cidade que, em pouco tempo, passou de uma cidade a cair para uma cidade em reabilitação, muito por causa dos Vistos Gold, mas nem assim não foi capaz de ter a atitude racional que se impunha, de condenar os casos de polícia e de enaltecer o regime em si (que nada tem a ver com os casos de polícia). A demagogia dos partidos da extrema-esquerda “não deixou” ao Partido Socialista sequer a possibilidade de seguir outro caminho que não o de adoptar, também ele, uma atitude demagógica. E tudo isto teve como consequência que o próprio Governo foi impelido a seguir por caminhos menos racionais, procurando reformar um regime e uma prática que, aparte dos casos de polícia, até aqui só tinha tido vantagens e resultados positivos para o país, desde o contributo para o investimento estrangeiro, ao contributo para a melhoria das empresas do sector, com redução de falências, redução da exposição dos bancos e manutenção de emprego, ao grande impulso à reabilitação urbana, com todas as consequências virtuosas que todos reconhecem, para o crescimento da economia e para a redução desemprego. Será que não é óbvio para todos que com um pouco menos de demagogia certamente conseguiríamos fazer melhor? Democracy is, without a doubt, one of the best political systems but, like everything in life, it’s not all a bed of roses. And one of the aspects that isn’t so good and which is intricately linked to democracy is demagogy. Curiously, or perhaps not, democracy and demagogy are two Greek words, that arose at the same time and place, perhaps precisely because of their inseparable nature. By doing a quick internet search one can find the meaning of demagogy which, according to Wikipedia, can be defined as follows: Demagogy is a term of Greek origin that means “the art or the power to influence the people”. It’s a form of political behaviour in which there is a clear interest in manipulating or pleasing the popular masses, including by making promises which probably will not be kept, aiming just to win political power or other correlated advantages. It is a driving political-ideological strategy, which

uses appealing, emotional or irrational arguments, instead of rational arguments, for one’s own ends. In general, demagogy is the related negation of rational deliberation, making use of some of democracy’s failings and by manipulating the majority through the use of apparent common sense arguments mingled with disjointed fallacies, a practice that harks back to Ancient Greece, although initially without a negative connotation. The reactions to the so-called Golden Visa case and the consequences of these reactions, are a good and unfortunate illustration of demagogy and how demagogy can bring less than positive results for democracy and our daily life. The case of the Golden Visas is a police case which involves the highest State institutions, and which, in this case, is a shame and should concern us all. Any responsible citizen should ask themselves about the causes and consequences of corruption, particularly corruption at a State and public entities level in general, and on the solutions that can and should be implemented to eliminate this plague, which has shamed Portugal for decades in international reports on the matter. Specifically in the case of the Golden Visas, any responsible citizen would want the suspects to be tried quickly and if found guilty, duly punished. And here’s the rational part of the analysis into the Golden Visas case. All the rest of demagogy, or to put it a better way, It is a driving politicalideological strategy, which uses appealing, emotional or irrational arguments, instead of rational arguments, for one’s own ends”. It’s sad but true. And with very negative consequences for the Country, particularly for attracting foreign investment, for growth and employment, and which should be flags for all of us, whether from the left or the right, from party A or party B. As soon as the Golden Visas scandal broke, the left-wing parties in Portugal, particularly those on the far-left, stepped into the fray (with that attitude of the sole defenders of public morality which for some unfathomable reasons characterises them), seeking to mix the worrying and awful nature of the police case, with the supposed “fall” of the right, and, in particular, this Government, into corruption, with the supposed pernicious nature of foreign investment, and, in particular, Chinese investment, and with the alleged particularity of Portugal as a promoter of visa systems for investment. And through this concentrated demagogy, came to the imperious conclusion that the Golden Visas had to be scrapped and quickly. Even the centre-left Socialist Party (PS), despite being a party which as a rule is more moderate,

saw the need, so as not to be left behind by the left-wing parties, to appeal to demagogy, even in a more subtle and less resounding form, condemning everything that revolves around the Golden Visas, throwing up the general idea that everything should be re-examined and rethought out...the worst message that could be sent to an investor who is weighing up various geographical places in which to invest. The Socialist Party has the peculiarity of having a leader who knows full well the advantages of the Golden Visa, the material results of which can be seen in Lisbon which in a short period of time has gone from a city falling to bits to a city of urban rehabilitation, helped, by no small measure, by the Golden Visas, but even so the PS party has been incapable of taking a rational attitude, roundly condemning the police investigations while refusing to praise the regime itself) (a regime which has nothing to do with the criminal investigation). The demagogy of the farleft parties “did not leave” the Socialist Party with even the possibility of taking another course other than also taking a demagogic attitude. And all of this had the consequence that the Government itself was impelled to take less rational paths, seeking to reform a regime and a practice that, apart from the police case, has so far only had advantages and positive results for the country, from the contribution to foreign investment, to the contribution towards improving companies in the sector, with a reduction of bankruptcies, a reduction in bank exposure and maintenance of employment, to boosting urban rehabilitation, with all the virtuous consequences that everyone recognises, for the growth of the economy and for slashing unemployment. Isn’t it obvious to all that with a little less demagogy we’ll certainly manage to do better?


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JOFEBAR

“Empresa 100% made in Portugal “100% Made in Portugal company”

Biblioteca de Ceuta, Espanha


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Terminal de cruzeiros de Leixões

Eurico Almeida, administrador da JOFEBAR, tem uma empresa de sucesso. Não sentiu na pele a crise do sector da construção, está presente em vários países e só no primeiro trimestre de 2015 já cresceu 15%. Saiba o que está por detrás deste êxito. Eurico Almeida, CEO of JOFEBAR, has a company that’s a success story. It didn’t particularly feel the crisis in the construction sector, it’s in various countries and in the first quarter of 2015 alone it grew 15% Discover what’s behind its success.

A empresa celebra 30 anos de actividade. O que mais marcou este período na vida da empresa? O principal marco na evolução da empresa foi em 2001, através de uma mudança na estrutura accionista que nos permitiu mudar o paradigma e passar a competir em processos mais exigentes e diferenciadores. A Casa da Música, uma grande obra, foi uma das primeiras em que executámos as serralharias – tectos, paredes, pavimentos de alumínio, guardas, entre outros. Foi nesse momento que fomos incluídos num sector de excelência, onde somos escolhidos para projectos de complexidade arquitectónica e rigor elevados. Com essa visibilidade chegaram-nos outros projectos de referência, nacionais e internacionais. A aposta na investigação e inovação foi também um marco. Desde aquele momento que a Jofebar foi-se consolidando e fomos, por isso, investindo na nossa capacidade de produção, investigação e desenvolvimento de produto com soluções minimalistas e exclusivas. Lançamos a marca de referência PanoramAH! que se revelou um verdadeiro caso de sucesso a nível nacional e internacional. Com marca própria, crescemos ainda mais e passamos, posteriormente, a integrar também no negócio a transformação de vidro, potenciando maior capacidade de resposta e qualidade final do produto.

E estiveram ainda envolvidos em vários projectos de prestígio e de referência. Quanto aos projectos de referência, terminámos recentemente o novo Terminal de Cruzeiros de Leixões, um trabalho de grande dimensão e a nível internacional temos igualmente projectos de grande envergadura, entre eles: a Biblioteca de Ceuta (Paredes y Pedrosa), o Hyatt Dakar (Lacaton & Vassal), os apartamentos Armonia Vougliameni (John Pawson), o Ortakoy Hotel Istambul (David Chipperfield). No mercado residencial destaque para os projectos da Water Cherry House no Japão e da Family Estate Jacarta/ Singapura, ambos do arquitecto japonês Kengo Kuma. Em São Paulo terminamos um edifício de apartamentos, o Girassol – do gabinete de Isay Weinfeld – e estamos agora com o Hyatt Residences no Rio de Janeiro. No meio deste sucesso, sentiram de alguma forma os revezes da crise no sector? Antecipamo-nos e felizmente não a sentimos da mesma forma que o sector. Tivemos muito cedo condições (e ambição) para procurar outros mercados, uma estratégia que se tornou decisiva para essa estabilidade. Por esse motivo, quando a quebra na Construção se sentiu em Portugal, nós já estávamos em expansão, primeiramente no mercado espanhol, mas não ficámos por aí, até porque a recessão sentiu-se em toda a Península Ibérica. Continuámos o plano de cresci-


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Water Cherry House, Japão

mento no mercado externo e actualmente estamos em mais de 30 países. A vossa diferenciação passa pelo facto de se dedicarem a um mercado muito especializado (caixilharia e vidro) e em soluções para a Arquitectura? Esses produtos e/ou soluções são diversificados e adaptáveis a cada necessidade e/ou exigência, tanto pelos requisitos térmicos e de conforto, bem como por limitações económicas, mercado a mercado. A diferenciação passa também pela paixão à Arte e Arquitectura, e pela forma como nos envolvemos no processo de concepção de novas soluções junto dos projectistas.

de parte à ampliação da capacidade de produção e na complementação da área de transformação dos sistemas e da produção de vidro, que pretende sobretudo, apoiar o crescimento que temos vindo a ter e potenciar a nossa capacidade de resposta, tanto ao nível da qualidade como o de timings de execução.

Actualmente, que produtos lançaram no mercado? Estamos sempre dedicados em apresentar novos produtos. O último que demos a conhecer foi um sistema de janela inovador, que pode correr em qualquer plano, mesmo que inclinado, como numa clarabóia. Este sistema foi inclusive premiado com o Red Dot Award, Best Of The Best. Contamos apresentar grandes novidades durante o próximo ano.

Qual o volume de facturação que a empresa alcançou em 2014 e qual a importância que tiveram os mercados externos nesse valor? Em 2014, o Grupo registou uma faturação de 30 milhões de euros, 80% dos quais resultantes do negócio internacional. Actualmente os principais mercados são a Europa Ocidental, onde pretendemos reforçar a nossa presença em França e na Alemanha e a América do Norte. Os projectos PanoramAH! são os que determinam mais este valor, trabalhos com uma grande dispersão geográfica – em África (Angola, Marrocos e Senegal), em vários países nas Caraíbas, no Médio Oriente, na América do Sul (Brasil e Chile), no Extremo Oriente (Coreia do Sul e Japão), na Índia, no Sudoeste Asiático (Indonésia e Singapura) e na Oceânia (Austrália e Nova Zelândia).

Por que razão vão ampliar as vossas unidades fabris de Matosinhos e Anadia? Investimos no ano corrente cerca de dois milhões em diversas áreas, valor aplicado em gran-

Como está a ser o início de 2015 da JOFEBAR e quais as perspectivas para o resto ano? Face a 2014 atingimos um crescimento de 15% no primeiro trimestre de 2015, resultados que

Eurico Almeida Administrador da Jofebar CEO of JOFEBAR

comprovam o empenho e dedicação de todas as equipas do grupo em prol da melhoria de performance e resultados que se reflictam directamente na satisfação do cliente. As nossas expectativas são para que continuemos a crescer gradualmente, a cumprir os objectivos e desafios propostos, especialmente na entrada de novos mercados, sempre com a qualidade portuguesa, não fossemos nós uma empresa 100% made in Portugal. JOFEBAR celebrates its 30th anniversary. What has stood out the most in this period of the company’s existence? The main milestone in the company’s development was in 2001, through a strange in the shareholder structure which enabled us to change the paradigm and go on to compete in more demanding and differentiating processes. The Casa da Música, a cornerstone work, was one of the first in which we did the metalwork - ceilings, walls, aluminium panelling, metal barriers, among other things. It was at this time that we were included in a sector of excellence, where we were chosen for complex architectural projects requiring high standards. With this visibility other cornerstone projects came our way, both national and international ones.


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Focusing on research and innovation was also a milestone. From that moment in which Jofebar consolidated we invested in our production, research and product development capacity, with minimalist and exclusive products. We launched a benchmark brand PanoramAH! which was a true success story nationally and internationally. With our own brand, we grew even more and went on, later, to also become integrated in the glass manufacturing business, boosting greater demand capacity and greater quality in the end product. You were also involved in various prestigious benchmark projects. As to benchmark projects, we recently completed the new Leixões Cruise Ship Terminal, a large-scale project while on an international level we have equally large-scale projects, including: Ceuta Library (Paredes y Pedrosa), Hyatt Dakar (Lacaton & Vassal), the Armonia Vougliameni Apartments (John Pawson) and Ortakoy Hotel, Istanbul (David Chipperfield). The residential market stands out for projects by Water Cherry House in Japan and Family Estate Jacarta/Singapore, both by Japanese architect Kengo Kuma. In São Paulo we completed an apartment building, the Girassol - by atelier Isay Weinfeld - and we’re now with Hyatt Residences in Rio de Janeiro. In the midst of this success, did you feel the fallout from the crisis in any way? Luckily we saw it coming and were prepared and didn’t suffer as much as the sector did. Early on we created the right conditions (and ambition) to seek out other markets, a strategy that ended up being decisive for this stability. For this reason, when the Construction industry plummeted in Portugal, we were expanding, initially in the Spanish market, but we didn’t stop there, because the recession was felt on the whole Iberian Peninsular. We’re continuing our growth plan in the external market and we’re currently operating in over 30 countries. Your differentiation has extended to being dedicated to a very specialised market (frames and glass) and in solutions for Architecture? These products and/or solutions are diversified and adapted to each necessity and/or demand, equally in heat and comfort requirements, as well as from economic limitations, market by market. Differentiation also involves our passion for Art and Architecture, and the way in which we’re involved in the design process for new solutions with architectural planners.

Casa da Música, Porto

What projects are you launching on the market at present? We’re always dedicated to presenting new products. The last one that we launched was a innovative window system which can be slide open and shut on any inclination, even on steep one, such as skylights. This system was inclusively awarded with the Red Dot Award, Best of the Best. We also planning to present other big innovations next year. Why are you extending your factories at Matosinhos and Anadia? This year we’ve been investing around 2 million euros in diverse areas, an amount largely applied in extending or production capacity and in the completion of the processing systems area and glass production, which aim, above all, to support growth which we’ve enjoyed and boost our capacity to meet demand, both in terms of quality as in project completion schedules. What turnover did the company achieve in 2014 and what importance do you give to foreign markets in this amount? In 2014, the Group recorded a turnover of 30 million euros, 80% of which comes from international business. Currently our main markets

are Western Europe, where we intend to beef up our presence in France and in Germany as well as the USA. The PanoramAH! projects are ones which best illustrate this value, projects which are spread over a wide geographical area - in Africa (Angola, Morocco and Senegal), in various Caribbean countries, in the Middle East, in South America (Brazil and Chile), in the Far East (South Korea and Japan), in India, in South-East Asia (Indonesia and Singapore) and in Oceania (Australia and New Zealand). How was the beginning of 2015 for JOFEBAR and what are the perspectives for the rest of the year? Compared with 2014 we achieved growth of 15% in the first quarter of 2015, results that prove the effort and dedication of all the group’s teams in terms of improving the performance and results which are directly reflected in client satisfaction. Our expectations are that we will continue to grow gradually, meeting goals and setting challenges, especially penetrating new markets, always with top Portuguese quality, if we didn’t we wouldn’t be a 100% Made in Portugal company.


Azimute

Hugo Esteves

Incêndios florestais

2015 vai ser “ano muito trabalhoso” Forest Fires

2015 will be a “very tough year”


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Os números assim o confirmam. Entre Janeiro e Junho de 2015 a área florestal consumida pelas chamas mais do que duplicou em relação a 2014. Esperemos que os 80 milhões de euros e os 10.000 operacionais que vão ser aplicados nos meses de Verão evitem o pior dos cenários. If the numbers are anything to go by. Between January and June, 2015, the forest area consumed by flames more than doubled in relation to 2014. It is hoped that the 80 million euros and 10,000 fire fighters who will be deployed in the summer months will ward off the worst case scenarios.

Hugo Esteves

Os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para 2015 são ainda provisórios mas já assustadores. De acordo com o relatório provisório de incêndios florestais do ICNF, entre 1 de Janeiro e 15 de Junho, a área ardida duplicou em relação ao período homólogo de 2014. Registaram-se 6.113 fogos (1.511 incêndios florestais e 4.602 fogachos), ou seja, mais 3.578 do que em igual período de 2014. No total estamos a falar de 14.971 hectares consumidos pelas chamas, em contraste com os cerca de 9.446 destruídos em 2014. O mesmo documento revela que, em termos geográficos, o distrito do Porto lidera esta tragédia natural com 1.207 casos, seguindo-se Braga com 785 e Vila Real com 710. Em termos de área ardida Viana do Castelo foi o distrito mais fustigado com 3.317 hectares devastados pelo fogo. Braga e Aveiro também foram muito afectados com 2.308 e 2.258 hectares consumidos respectivamente. “A meteorologia mais agressiva, com temperaturas mais elevadas e o ambiente seco” que se registou nos meses de Março, Abril e Maio podem estar na origem deste nível de incêndios florestais segundo nos declarou o presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses. Com efeito, foi precisamente neste período que se assistiu a um maior número de fogos - 1.995, 1.438 e 1.343 respectivamente -,

bem como de área ardida - 6.565, 4.875 e 2.293 hectares respectivamente. Outros factores que impulsionam o número elevado de ignições, segundo o comandante Jaime Marta Soares, são o facto “de ano para ano a prevenção estrutural estar a piorar” e a “origem criminosa que, apesar do bom trabalho das autoridades policiais, não se pode controlar”. Os dados divulgados pela Guarda Nacional Republicana (GNR) mostram que, entre 1 de Janeiro e o dia 23 de Junho, 568 pessoas foram responsáveis ou por incêndios florestais ou por colocarem em perigo a floresta. Uma vez mais estamos perante o dobro das 254 apanhadas em igual período do ano passado. A mesma entidade policial avançou ainda que, no período em foco, instaurou um total de 535 autos por falta de limpeza de mato, realização de queimadas e outras contra-ordenações previstas do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios. São apenas mais cinco autos do que em 2014, mas não deixam de ser preocupantes. Vítimas ‘zero’ Durante a designada fase “Bravo”, que terminou no final de Junho, o maior incêndio ocorreu no distrito de Aveiro. Mau grado, só na madrugada do dia 29 de Junho registaram-se 101 incêndios. Não é, pois, de estranhar que o comandante nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil


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(ANPC) tenha referido que 2015 vai ser um ano “muito trabalhoso”. O comandante nacional José Manuel Moura anunciou que para a fase ‘Charlie’, que se inicia no dia 1 de Julho e vai até 30 de Setembro, vão “contar com cerca de 10.000 operacionais 24 horas por dia e também com dispositivo complementar de meios terrestre e aéreos”. Ao todo são 2.234 equipas, 2.050 veículos, 9.721 operacionais, estando previsto 49 meios aéreos (embora na frota do Estado, dos cinco Kamov apenas um esteja operacional). Para 2015 o dispositivo de combate a incêndios florestais está avaliado em cerca de 80 milhões de euros. Mas mais do que combater as chamas, a luta este ano passa pela redução a zero do número de vítimas humanas que os fogos causam anualmente. “Podemos chegar com mais área ardida, podemos chegar com mais ignições, mas chegarmos com vítimas zero, sejam feridos, sejam vítimas mortais, sejam civis ou combatentes, é o grande objectivo”, explica. De acordo com o presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, “tendo em conta a dimensão do nosso País, as nossas capacidades de intervenção e conhecimentos nesta matéria (e apesar da nossa frota de viaturas estar a precisar de ser renovada), a realidade é que temos dos melhores recursos humanos da Europa e do mundo no combate aos incêndios florestais”. Data from the Institute of Nature and Forest Conservation (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) for 2015 are still provisional but just as alarming. According to the provisional report on forest fires from the ICNF, between January 1st and June 15th the burn area doubled in relation to the same period in 2014. Some 6,113 fires were recorded (1,511 forest fires and 4,602 flash fires), in other words 3,578 more than in the same period in 2014. In total we’re talking about 14,971 hectares consumed by flames, in contrast to the around 9,446 destroyed in 2014. The same document reveals that in geographical terms, the district of Porto leads this natural tragedy with 1,207 cases, followed by Braga with 785 and Vila Real with 710. In terms of burn area, Viana do Castelo was the district which bore the brunt with 3,317 hectares wiped out by the fires. Braga and Aveiro too were rather affected with 2,308 and 2,258 hectares consumed respectively. “More aggressive weather conditions, with higher temperatures and the dry environment” which was recorded in the months of March,

Hugo Esteves

April and May may be at the root of these forest fires according to the President of the Executive Board for the Portuguese League of Fire fighters (Liga dos Bombeiros Portugueses). The effect was that in this same period there was a greater number of fires - 1,995, 1,438 and 1,343 respectively -, as well as in the area burnt - 6,565, 4,875 and 2,293 hectares respectively. Other factors that have inflated the high number of fires, according to Commander Jaime Marta Soares, is the factor that “from year to year structural prevention is getting worse” while “criminal acts”, despite the good work carried out by the police authorities, is out of control. Data released by the National Republican Guard (GNR) show that between January 1st and June 23rd, 568 people were responsible for or ignited forest fires putting the forest in danger. Once again we’re faced with double the 254 caught in the same period last year.

Para 2015 o dispositivo de combate a incêndios florestais está avaliado em cerca de 80 milhões de euros. For 2015 the forest fire fighting hardware is worth around 80 million euros.


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nounced that for the Operation Charlie phase, which began on July 1st and continues to September 30th, they will have on hand “around 10,000 fire fighters working around the clock and also complementary land vehicles and aircraft”. In all, there are 2,234 teams, 2,050 vehicles, 9,721 fire fighters, an expected 49 aircraft (although out of the State fleet, of the five Kamovs available, only one will be operational). For 2015 the forest fire fighting hardware is worth around 80 million euros. But more than fighting the flames, the struggle this year involves slashing the number of deaths that the fires cause annually. “We could have a greater burnt area, more fires, but we should have zero victims, be they injuries or deaths, civilians or fire fighters and that’s the chief objective”, he explains. According to the President of the Executive Board of the Portuguese League of Fire Fighters, “taking the size of the country into account, our capacities to intervene and know-how and experience in this matter (and despite our fleet of vehicles needing to be updated), the reality is that we have the best human resources in Europe and the World when it comes to fighting forest fires”.

Mais do que combater as chamas, a luta este ano passa pela redução a zero do número de vítimas humanas que os fogos causam anualmente. More than fighting the flames, the struggle this year involves slashing the number of deaths that the fires cause annually.

The same police authority also said that in the period in focus, a total of 535 subpoenas were served for failure to clean away bush and scrub, lighting illegal bonfires and other infractions under the National System of Forestry Defence against Fires (Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios). Just five more subpoenas served than in 2014, but that doesn’t make it any less worrying. ‘Zero’ Victims During what was dubbed the “Wildfire” phase, the worst fire took place in the Aveiro district. Nevertheless, by the dawn of June 29th 101 fires alone were recorded. It is not therefore anything to wonder that the national commandant of the National Civil Protection Authority (Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) has stated that 2015 is going to be a “very tough year”. National Commandant, José Manuel Moura an-


Opinião ADENE

Incentivos à Eficiência Energética nos Edifícios Incentives for making buildings more Energy Efficient A Reabilitação Energeticamente Eficiente apresenta um conjunto de benefícios sinérgicos com outras dimensões, além da energética e económica, nomeadamente as de dimensão social e ambiental, pelo que é imperativo que as preocupações energéticas estejam presentes nas obras de reabilitação, restauro ou renovação de edifícios existentes Residenciais, de Serviços ou do Estado. Estes benefícios secundários podem ser sentidos ao nível do imóvel pelo proprietário ou utilizador através do aumento dos níveis de conforto térmico e acústico, redução das patologias construtivas, melhoria da estética e prestígio do edifício, segurança, etc., mas também ao nível da sociedade pelos efeitos sobre a saúde, a criação de emprego e o impacto em termos de alterações climáticas, entre outros. O investimento na reabilitação urbana deve ser também visto como um contributo para um sistema energético mais sustentável, menos focado na produção e mais no consumo eficiente e suficiente, promovendo a independência e a segurança energética. Deverá, assim, prevalecer o investimento em bens e serviços de escala local e regional com elevada incorporação nacional. E onde é que a Certificação Energética dos Edifícios entra nesta equação? Além de ser um importante instrumento de política energética, é, acima de tudo, uma ferramenta de promoção dos edifícios e da sua eficiência energética. Pode dizer-se que o Certificado Energético (CE) assume hoje o papel de um “BI do edifício

para a eficiência energética”, contrariando o desconhecimento por parte dos utilizadores, e promovendo em contexto de projecto e reabilitação, a implementação de medidas de melhoria e o cumprimento de requisitos de eficiência energética. O Certificado Energético dos Edifícios constitui assim um importante canal de acesso a incentivos, sendo um dos factores de elegibilidade dos projectos de eficiência energética, como é o caso dos seguintes avisos recentemente aprovados no âmbito do Fundo de Eficiência Energética (FEE). Aviso 10 – Edifício Eficiente 2015 Este aviso promove a implementação, em edifícios existentes. De habitação (unifamiliares ou multifamiliares), anteriores a 1990, de soluções de isolamento térmico em coberturas e paredes exteriores, que promovam a melhoria do desempenho energético dessas habitações e que, em simultâneo, proporcionem uma redução ou eliminação das patologias construtivas e melhoria do conforto higrotérmico. Aviso 11 – Hotelaria - Incentivo à promoção da Eficiência Energética 2015 Estão previstos neste aviso incentivos destinados a apoiar a instalação de Sistemas de Gestão Técnica Centralizada (SGTC) ou optimização/ melhoria dos sistemas existentes em edifícios existentes do sector da indústria hoteleira. O FEE disponibiliza também outros Avisos para implementação de projectos que contribuam


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para os objectivos delineados no Plano de Acção de Eficiência Energética, com horizonte até 2016 (PNAEE 2016), tendo nestes casos, como requisito de candidatura, o diagnóstico energético prévio dos equipamentos ou instalações a intervencionar. Aviso 09 - Auditoria Energética a Elevadores em Edifícios de Serviços 2015 Este apoio está destinado à promoção da realização de auditorias energéticas a elevadores em edifícios de serviços, por empresas de manutenção reconhecidas pela Direcção Geral de Energia e Geologia e que resultem na emissão da etiqueta energética do elevador, tendo como objectivo final a promoção de medidas de melhoria nestes equipamentos. Aviso 12 - Requalificação de Sistemas Solares Térmicos 2015 Este incentivo está destinado a conceder apoios a auditorias e intervenções de requalificação de sistemas solares térmicos, no parque solar em edifícios de serviços, propriedade de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e Associações Desportivas de Utilidade Pública (ADUP). Aviso 18 - Redução de Consumos de Energia Reactiva no Estado 2015 Este aviso tem como objectivo apoiar as entidades públicas na instalação de sistemas de compensação de energia reactiva (baterias de condensadores), por forma a reduzir os consumos energéticos nos edifícios e equipamentos públicos, espera-se com esta medida contribuir de forma efectiva para o aumento da eficiência energética no parque edificado público e também para a redução dos custos energéticos associados. An energy efficient rehabilitation does not represent only improvements in consumption and financial costs, but also includes social and environmental advantages; therefore it is imperative that energy concerns should be brought into rehabilitation works on existing Residential, Non-Residential and Public buildings. With these kind of procedures, the owner will have improvements at thermic and acoustic level, while reduces the building degradation due to construction errors, and also improves the building appearance as well as its safety. At a society level, increases healthy atmosphere, job creation and reduces building impact on climate change, among others. Investment in urban rehabilitation should also be taken as a contribute to a more sustainable

energy system, less focused on production and more on efficient consumption, energy independence and safety. It should privilege the investments in local and regional level of goods and services with a high national incorporation. Where does the Energy Performance of Buildings come into the equation? Apart from being an important energy policy tool, above all, it’s an instrument to promote buildings and their energy efficiency levels. It may be considered that the Energy Performance Certificate (EC) is taking the role of an “Identity Card” for energy efficiency of buildings, enabling public enlightenment on this issue. Additionally, in the rehabilitation context, the implementation of improvement measures stated in the EC are in compliance with energy efficiency requirements. The Buildings Energy Performance Certificate represents an important channel for accessing incentives, being one of the eligibility factors for energy efficiency projects as is the case with the following calls approved recently by the Energy Efficiency Fund (EEF). Call 10 - Efficient Building 2015 This call promotes the implementation of energy efficiency measures in existing buildings. For residential (apartments or residences) built before 1990, it’s eligible for heat insulation in roofs and exterior walls, which improves the energy performance of these homes and at the same time helps to eliminate building problems and improves the comfort within. Call 11 - Hotels sector - Incentive to promote Energy Efficiency 2015 This call was planned to provide incentives for the installation of new Building Management Systems (BMS) or the optimisation or improvement of the existing ones. The EEF also has other Calls available for the implementation of projects that contribute towards the goals outlined in the Energy Efficiency Action Plan 2016 (PNAEE). The application in these case, must have undertaken prior energy diagnosis of the equipment, facilities and premises which will undergo on the improvement works. Call 09 - Energy Audit on Elevators in Services Buildings 2015 This is aimed to encourage carrying out energy audits on elevators in non-residential buildings, by maintenance companies recognised by the Directorate-General for Energy and Geology resulting in issuing energy labels for elevator with the main goal of encouraging improvement measures in this type of equipment. The com-

panies with the skills to undertake these energy audits will be pre-selected by the EEF. Call 12 - Refurbishment of Thermal Solar Panels 2015 This incentive is aimed to grant the support for audits and refurbishment works on thermal solar panels in non-residential buildings, owned by private Social Solidarity Institutions (IPSS) and Public Utility Sports Associations (ADUP). The EEF will, in the first phase, select the companies to be invited to submit applications in the name of the IPSS and ADUP in order to duly carry out the improvements. Call 18 - Reactive Energy Consumption Reduction in the State 2015 The goal of this notice is to support public entities to set up power factor correction units, to reduce reactive power consumption in public buildings and facilities, expecting that through this measure it could effectively contribute towards increasing energy efficiency in public building stock while also reducing associated energy costs.

Para mais informações consulte: http://fee.pnaee.pt For further information go to: http://fee.pnaee.pt


Atelier

João Santa-Rita

O discurso da moderação Arguing for moderation


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Não conhecia pessoalmente João Santa-Rita, o presidente da Ordem dos Arquitectos, apesar do intenso e interessante trabalho que esta organização tem feito para defender a classe e o património nacional. I didn’t personally know João Santa-Rita, the President of the Architects’ Association (Ordem dos Arquitectos), despite the intense and interesting work that this organisation has done in defence of Portugal’s national building heritage. Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida

Filho de uma família de arquitectos – o pai trabalhou e era afilhado de casamento do consagrado Conceição e Silva – este homem podia perfeitamente ser um político ou um diplomata de sucesso. Fala com uma prudência enorme de todas as questões mais delicadas que afectam esta profissão, uma das mais duramente atingidas pela crise. Durante o seu mandato já venceu algumas duras batalhas, como foi o caso, por exemplo, do braço-de-ferro com os engenheiros e o poder para, finalmente, devolver aos arquitectos o direito natural de serem os responsáveis pela arquitectura que se faz em Portugal, possibilidade que estava dividida por desenhadores, engenheiros e outros. Pôs fim definitivo ao famoso decreto 73/73 que durava há décadas. Hoje, outra das suas grandes preocupações é a

questão dos seguros dos arquitectos portugueses no plano europeu, para lhes dar mais equivalência quando trabalham no estrangeiro. No plano das reformas está a participar na Comissão para o Código de Trabalho, em colaboração, entre outros, com a Ordem dos Engenheiros. A intensão é substituir as normas caducas que ainda regem a construção em Portugal. João Santa-Rita defende uma política pública de arquitectura, como existe, há séculos na Holanda. Onde o rei chegou a ter um arquitecto conselheiro. O presente e o futuro das novas gerações de arquitectos preocupa, naturalmente, este dirigente. A emigração tem sido o caminho seguido por milhares deles mas João Santa-Rita diz que se pode fazer cá, trabalho para o estrangeiro, sem ter necessidade de ir embora.


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Em seu entender não há cursos de arquitectura a mais em Portugal. Enquanto houver procura… Curiosamente fala de outra questão que o ultrapassa: escasseiam engenheiros, absolutamente indispensáveis para tanta coisa que ainda há por fazer em Portugal. Termina com uma frase que deixo em discurso directo: “A vida das pessoas é indissociável dos arquitectos”. The son of a family of architects - his father worked for and was related by marriage to the renown architect Francisco da Conceição e Silva - this man could perfectly be a successful politician or a diplomat. He speaks with enormous prudence about all the most sensitive issues that affect this profession, one of the most hard hit by the crisis. During his mandate he has already won some hard-fought battles, as was the case, for example, the tough stand-off with the engineers and the power to, finally, give back to the architects the natural right of being responsible for the architecture done in Portugal, a possibility that was divided between designers, engineers and others. He brought a definitive end to the famous Decree 73/73 that has been in place for decades. Today, another of his great concerns is the question of insurance of Portuguese architects in European terms, to give them more equivalence when working abroad. In terms of reforms, it is involved in the Commission for the Employment Code (Comissão para o Código de Trabalho), in collaboration with, among others, the Engineers Association (Ordem dos Engenheiros). The intention is to replace the obsolete regulations that still govern construction in Portugal.

João Santa-Rita argues for a public architectural policy, similar to the one that has existed for centuries in Holland. Where the king of Holland had an architectural advisor. The present and the future of the new generation of architects naturally concerns João Santa-Rita. Emigration has been the path followed by thousands of architects but João Santa-Rita says that you can work for projects abroad without the need to emigrate. In his view the problem in Portugal is not too many architecture courses. While there is demand...Strangely enough he talks about another issue that diverts his attention: there’s a lack of engineers, who are absolutely indispensable for so much that remains to be done in Portugal. He rounds of the interview with a phrase which I’m reproducing in its entirety: “People’s lives cannot be seperated from architects”.



Sede do BBVA em Madrid

Uma cidade dentro da cidade BBVA HQ Madrid

A city within a city

HILL

Do Mundo


57 12 JUL/AGO 2015

A nova sede corporativa do grupo bancário BBVA, na zona Norte de Madrid, Espanha, é uma notável obra de arquitectura e engenharia. A Hill International, companhia líder no mundo em Project Management, foi encarregue de levar a cabo a direcção integrada do projecto. The new corporate headquarters of bank BBVA, in the north of Madrid, Spain, is a remarkable work of architecture and engineering. Hill International, the leading company in the world of Project Management, was given the mandate to complete the task of the bank’s management integration project.

Herzog & Meuron 2013 - Jorge López-Conde

O edifício, traçado pelo estúdio de arquitectura Herzog & de Meuron, mudou o skyline de Madrid e já é considerado como um dos mais singulares construídos na Europa nos últimos 15 anos. “Estamos muito orgulhosos de fazer parte deste projecto e ter conseguido que o nosso cliente atinja os objectivos marcados”, afirmou Jeffrey Sújar, director geral da Hill International para Espanha, Europa Occidental e Rússia. A ‘Cidade BBVA’ é formada por sete edifícios de pouca altura e uma torre espectacular. Por entre os edifícios horizontais que desembocam numa praça ergue-se uma torre de 93 metros de altura, em forma de vela náutica, com 19 andares. Basta um breve olhar para aguçar a curiosidade e cativar o interesse. Com o seu design inovador, a torre não é uma elipse, também não é um círculo e nem sequer tem a forma oval. A solução radical apresentada foi reunir 35 diferentes raios de curvatura e o resultado é fascinante. Para esta ‘revolução’ no panorama madrileno, muito contribuiu o trabalho levado a cabo por toda a equipa, com o BBVA e os arquitectos da Herzog & de Meure à cabeça junto com os colaboradores e com a supervisão da Hill International. O projecto é um exemplo de inovação, criatividade, tecnologia e, sobretudo, de sustentabilidade. Transparência e proximidade A nova sede do BBVA foi edificada na periferia de Madrid, estando estrategicamente localizada

e beneficiando de várias vias de comunicação e facilidades. Mesmo ao lado de uma auto-estrada, está rodeada por escritórios recém-construídos, edifícios comerciais e residenciais. Quando o BBVA adquiriu os terrenos já existiam oito estruturas construídas que ocupavam uma porção substancial do espaço e, desde princípio, foi uma opção a possibilidade de incorporar alguns desses edifícios no novo projecto. O estúdio de Herzog & De Meuron adaptou os edifícios de forma a encaixarem na nova estructura, e criar escritórios e jardins numa escala capaz de serem integrados no tecido global. O passo a seguir foi dar vida e forma a este projecto, que foi dividido em duas fases. A primeira, que ficou concluída em Junho de 2013 e já se encontra em funcionamento, é constituída por dois edifícios horizontais com capacidade para aproximadamente 2.000 pessoas. A segunda, que vai ser agora inaugurada e que completa a cidade BBVA, é formada por cinco edifícios, onde domina a praça e o edifício principal também conhecido por ‘La Vela’ (A Vela) e tem capacidade para 6.000 empregados. Os arquitectos pensaram o conjunto como uma estrutura linear de edifícios de três andares, com pátios, passagens e jardins irrigados à maneira de um jardim árabe e colocada sobre todo o terreno, que tem uma inclinação considerável, como um tapete. O atelier de Herzog & de Meuron resolveu de maneira habilidosa o desafio tanto da localização


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Herzog & Meuron 2013 - Jorge López-Conde

O edificio mudou o skyline de Madrid e já é considerado como um dos mais singulares construídos na Europa nos últimos 15 anos. The building has changed the Madrid skyline and is already considered one of the most striking buildings built in Europe in the past 15 years.

como da escala do projecto, e optaram por criar um espaço introspectivo dentro duma paisagem urbana e anónima. Um lugar onde se establece um equilíbrio entre o natural e o contruído e onde ambos funcionam tanto como uma pequena cidade ou como um grande jardim. Este é um complexo de escritórios e serviços que se estende por 114.000 m2, mas onde as novas formas de trabalhar não foram descuradas. “O espaço para escritórios foi magníficamente planeado, atingindo um conceito contemporâneo de ambiente de trabalho”, disse Jeffrey Sújar. O facto de os edifícios serem baixos estimula a relação entre os empregados que usam as escadarias em vez dos elevadores, favorecendo o intercâmbio informal de informação. Também contribuem os espaços, abertos e trasparentes, que geram um sentido de comunidade que permite aos empregados identificar-se com o grupo particular de trabalho. Os edifícios foram pensados para facilitar o trabalho em equipa e as relações entre colaboradores. Um espaço na paisagem urbana Além de muito moderna e contemporânea, a cidade BBVA é também muito sustentável. E para alcançar tal objectivo todos os elementos foram pensados e concebidos para se reflectirem na preservação do meio ambiente, confirma Marian

Prieto, directora de Projecto da Hill International. Este é um projecto que procura ser sustentável, por isso deu uma enorme importância às condições do solo, tendo buscado inspiração na arquitectura típica do Sul de Espanha. Tanto nas ruas como nos jardins, foram aplicadas soluções que proporcionam sombra para evitar o sol em excesso e também reduzir o recurso ao ar condicionado. Tal foi o caso das colunas de betão, lajes maciças ao nível do piso e os parassóis que caracterizam as suas fachadas. Do mesmo modo, a altura dos envidraçados das fachadas permite usufruir de muita luz natural nos escritórios e com isso minimizar a utilização de iluminação artificial. Uma grande percentagem das necessidades de energia é fornecida através de energia renovável própria, tendo-se para o efeito recorrido, no processo de construção, à instalação de painéis solares térmicos ou fotovoltaicos e energia geotérmica de circuito fechado para aproveitar a temperatura estável do subsolo. Todas estas medidas contribuem para que as emissões de CO2 sejam reduzidas e a energia conservada. Esta ‘cidade’ vai contar com mais de 14.000 m2 de áreas verdes, 100.000 plantas e pequenos arbustos, mais de 400 plantas de suspensão e mais de 450 árvores. Optou-se também por um tipo de vegetação extensiva que requer pouca manutenção, que reduz as emissões de CO2 e


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Herzog & Meuron 2013 - Jorge López-Conde

O projecto é um exemplo de inovação, criatividade, tecnologia e, sobretudo, de sustentabilidade. The project is an example of innovation, creativity, technology and, above all sustainability.

que contribui para a diminuição da temperatura dos edifícios. Refira-se ainda que a edificação deste projecto foi desenvolvida de acordo com a certificação LEED, o padrão em construção sustentável com maior prestígio no mundo, na categoria de ouro. Tecnologia e inovação A nova sede vai ser também uma ‘célula’ em torno da qual se irão desenvolver vários serviços e negócios que fazem parte do quotidiano de quem vai estar diariamente neste espaço. Esta vai ser, seguramente, uma zona que não se encerra nos escritórios e serviços, nem tão pouco se isola do resto da cidade. Desde oferta a nível de saúde e desporto, até jardim-de-infância, tudo será possível ali encontrar. Uma boa rede de transportes públicos e de telecomunicações foi igualmente pensada. Vai contar também com um Business Center dotado da mais avançada tecnologia, que permite igualmente a todos os colaboradores reservar uma das 32 salas de reuniões e utilizar smartphones como plataforma digital. Merece ainda destaque a Sala da Tesouraria que tem 1.600 m2, capacidade para cerca de 370 traders, videowalls visíveis de qualquer ponto da sala e que mostram os canais financeiros, informações sobre o mercado e as comunicações in-

ternas e externas. A cidade BBVA é mais que um projecto imobiliário, demonstra um novo rumo e um novo posicionamento desta instituição financeira perante a sua empresa, os seus colaboradores e os seus clientes, onde eficiência, inovação, sustentabilidade e compromisso são palavras de ordem. The building, designed by the architects’ studio Herzog & de Meuron, has changed the Madrid skyline and is already considered one of the most striking buildings built in Europe in the past 15 years. “We are very proud to be part of this project and to have successfully helped our client to achieve the objectives laid down”, stated Jeffrey Sújar, CEO of Hill International for Spain, Western Europe and Russia. The ‘BBVA City’ comprises seven buildings which are not particularly high, and one spectacular tower. From between the horizontal buildings that open out to a square, a 93 metre high tower with 19 floors rises up in the shape of a boat sail. A brief glance is all that’s needed to fire curiosity and attract interest. With its innovative design, the tower is not an ellipse, neither is it a circle and not even oval shaped. The radical solution presented was to bring together 35 different curved radii and the result is fascinating.


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The work brought to fruition by the entire team contributed a great deal towards this ‘revolution’ on the Madrid skyline, with BBVA and architects Herzog & de Meure joining minds with staff and with the supervision of Hill International. The project is an example of innovation, creativity, technology and, above all sustainability.

in the new project. The Herzog & de Meuron studio adapted the buildings so the new structure could fit in, creating offices and gardens on a scale capable of being integrated into the overall design fabric. The proceeding steps injected life and form into this project which was divided into two phases. The first, which was completed in June 2013, and is already up and running, comprises two horizontal buildings that can hold 2,000 people. The second, which will be inaugurated now and completes the BBVA city, is made up of five buildings, dominated by the square and main building also known as the ‘La Vela’ (The Sail) and has a capacity to hold 6,000 employees. The architects conceived the ensemble as a linear structure of three-storey buildings, with patios, walkways and gardens irrigated in the style of an Arab garden and planted over the entire site - and which has a considerable inclination like a carpet. The Herzog & de Meuron atelier expertly solved the challenge both in terms of location and the scale of the project by opting to create an inward looking space within an urban and anonymous landscape. A place where harmony is established between the natural and the built and where both work together both as a small city and as a large garden. This is a complex of offices and services which extends over 114,000m2, but where new forms of working were not overshadowed. “The space for the offices was magnificently planned, achieving a contemporary concept of the working environment”, says Jeffrey Sújar. The fact that the buildings are low stimulates the relationship between the employees that use the staircases instead of the lifts, favouring an informal exchange of information. The open and transparent spaces also contribute towards creating a sense of community that enables the employees to be identified with a particular working group. The buildings were conceived to facilitate team work and the relationships between employees.

Transparency and proximity The new BBVA headquarters was built on the outskirts of Madrid, being strategically positioned and benefiting from various facilities and communications infrastructures. Right next to the motorway, it is surrounded by recently-built offices, commercial and residential buildings. When BBVA bought the parcels of land, there were already eight pre-existing structures that occupied a substantial portion of the space and, from this starting point, there was the option possible of incorporating some of these buildings

A space in an urban landscape Apart from being very modern and contemporary, the BBVA city is also very sustainable. And to achieve that objective all the elements were thought out and conceived to be reflected in the preservation of the surrounding environment, says Marian Prieto, director of the Hill International Project. This is a project that seeks to be sustainable, which is why enormous importance was given to soil conditions with inspiration in the architecture taken from typical forms seen in southern Spain.

Herzog & Meuron 2013 - Jorge López-Conde

Both with the roads and the gardens, solutions were applied that provide shade to avoid excess sun and also reduce the need to use air-conditioning. A case in point being the concrete columns, huge flagstones at ground level and the parasols that characterise its façades. In the same way, the height of the glassed façades enables the use of abundant natural light in the offices and thereby minimizing the use of artificial lighting. A large percentage of energy needs is supplied by self-generated renewable energy, to this end having used thermal solar or photovoltaic panels and closed circuit geothermal energy to take advantage of the stable subsoil temperature in the construction process. All of these measures have contributed to reducing CO2 emissions and conserving energy. This ‘city’ will boast over 14,000m2 of green areas, 100,000 plants and small bushes, over 400 hanging gardens and over 450 trees. It also opted for a type of extensive vegetation that requires little maintenance, that reduces CO2 emissions and which contributes towards reducing the temperature of the buildings. It should also be mentioned that the building of this project was developed in accordance with gold category LEED certification, the most prestigious standards of sustainable building worldwide. Technology and innovation The new headquarters will also be a ‘cell’ around which various services and businesses will be developed that are part of the daily lives of the people who will use this space on a daily basis. This will certainly be an area which not only is closed in by offices and services neither is it cut off from the rest of the city. From the facilities at a sports and health level to the kindergarten, everything can be found there. A good public transport and telecommunications network was equally thought out. It will also boast a Business Centre with the most advanced technology that will equally enable all employees to book one of the 32 meeting rooms and use smartphones as a digital platform. Also worth highlighting is the Treasury Room which has 1,600m2 and a capacity for 370 traders, videowalls visible from any point in the room and which display the financial TV channels, news about the markets and internal and external communications. The BBVA city is more than just a real estate project, it demonstrates a new direction and positioning for this financial institution as a company, for its staff and clients, where efficiency, innovation, sustainability and commitment are the order of the day.



Bom Gosto

Bessa

Barbado Gallery

A BESSA – new antique design, é uma marca portuguesa que recupera para o design as técnicas de produção artesanal em peças exclusivas, direccionadas para o mercado de luxo. É exclusividade na decoração de interiores. É uma marca que traz para o presente o charme dos tempos antigos, através de uma nova interpretação. Uma interpretação moderna dos tempos clássicos. Uma visão única do passado. Um ‘antigo novo’. A BESSA recria as sensações e histórias de outros tempos através do Design. Um passado cheio de memórias apaixonantes que vivam sentimentos de nostalgia.

Acaba de abrir portas em Lisboa a BARBADO Gallery, uma nova e arrojada galeria dedicada à fotografia contemporânea. Localizada em Campo de Ourique, compõe-se de um piso térreo com duas salas expositivas e uma espaçosa galeria subterrânea. Um claro compromisso para com a dinamização cultural de Lisboa, aliado à política de portas abertas, reafirmam a filosofia da BARBADO: a Arte é tão mais valiosa quanto mais pessoas conseguir tocar. “Retrato do Mundo” é o nome da exposição inaugural, que conta com obras de autores de renome como Steve McCurry, Martin Parr, Ren Hang e Arno Rafael Minkkinem. Having just opened its doors in Lisbon, BARBADO Gallery is a new and bold gallery dedicated to contemporary photography. Located in Campo de Ourique, it comprises a ground floor with two exhibition rooms and a spacious underground gallery. A clear commitment to boost Lisbon’s cultural life, allied to an open-door policy, reaffirming BARBADO’S philosophy: Art is so much more valuable the more people it can reach. “Portrait of the World” (“Retrato do Mundo”) is the name of its launch exhibition which boasts works by famous photography artists such as Steve McCurry, Martin Parr, Ren Hang and Arno Rafael Minkkinem.

BESSA - new antique design, is a Portuguese brand that has recovered handicraft production techniques for design in exclusive pieces aimed at the luxury market. It offers exclusivity in interior decoration. It is a brand that brings old world charm to the present using a fresh interpretation. A modern take on classic times. A unique vision of the past. Pieces that are “new old”. BESSA recreates the sensation and stories of other times using Design. A past full of passionate memories that breathe feelings of nostalgia.

mentos inesquecíveis. A mais de 150 metros acima do nível do mar, o restaurante oferece a possibilidade de desfrutar de uma vista deslumbrante sobre a cidade Invicta enquanto experimenta uma cozinha refinada, com sabores do Mediterrâneo ou da cozinha tradicional portuguesa preparada pela equipa chefiada por Alexandre Rosa. Já o Bar propicia experiências únicas de bem-estar, no interior ou na esplanada suspensa sobre os telhados do Porto, onde a música é criteriosamente seleccionada.

Décimo sétimo Localizado nos dois últimos andares do Hotel Dom Henrique Downtown, na cidade do Porto, o 17º Restaurante & Bar é um espaço decorado por Paulo Lobo onde a tradição, o requinte e o charme se aliam para proporcionar mo-

Located on the last two floors of the Hotel Dom Henrique Downtown, in Porto, the 17th Restaurant & Bar is a space decorated by Paulo Lobo where tradition, charm and style join forces to provide unforgettable moments. Over 150 metres above sea level, the restaurant offers the possibility of enjoying a superb view over the city of Porto while trying refined cuisine with Mediterranean flavours or traditional Portuguese cuisine prepared by a team headed by Alexandre Rosa. The Bar now provides unique experiences of well-being, inside or outside on the terrace suspended over the roofs of Porto, where the music is carefully selected.


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Outsider Jorge Coelho

O Palácio Penafiel e o Fantasma

The Penafiel Palace and the Ghost A culpa é do engenheiro Ferreira do Amaral. Sendo à altura Ministro das Obras Públicas, decidiu transferir o ministério do Terreiro do Paço para o Palácio Penafiel que fica na zona especial de protecção da Sé de Lisboa. É um palácio senhorial urbano, foi quase todo destruído com o terramoto de 1755 e nele morreu, em 1859, o último correio-mor do reino, Manuel José da Maternidade da Mata de Sousa Coutinho, primeiro conde de Penafiel. A mudança do ministério terá ocorrido em 1993. A partir daqui começou a má sorte dos ministros da tutela. O engenheiro Ferreira do Amaral sofreu logo, no ano seguinte, o revês político do “buzinão” na Ponte 25 Abril. Os que lhe seguiram (Henrique Constantino, Murteira Nabo, João Cravinho, eu...), também não fomos afortunados no cargo. Bem me avisaram. Uma senhora que trabalhava no palácio há vários anos não se cansou de me dizer: “Senhor Ministro. Olhe que o palácio está assombrado. Anda por aqui um fantasma”. Diziam que era o conde de Penafiel. Algumas pessoas do meu gabinete ficaram indiferentes. Outras achavam piada. Eu avisava algumas das pessoas que iam reunir ao Ministério. Por cautela... No entanto, houve quem levasse a sério o aviso, em especial depois de alguns contratempos. Uma estátua sem cabeça foi parar à arrumação. A pista era falsa. Afinal não era a assombração do conde. Ou de nada valeu ter passado para a escuridão. Ainda hoje, quando passo por lá, lembro-me da história e inevitavelmente sorrio. Felizmente que alguém teve a inteligência de mudar de novo as instalações do ministério. O problema é que desde 2012 o palácio Penafiel tem novos inquilinos: a CPLP. Senhor Secretário Geral da CPLP, Querido Embaixador Murade Murargy, permita-me um aviso de amigo: cuidado com o fantasma. Ao que me dizem ele ainda anda por lá. It’s all Ferreira do Amaral’s fault! Since it was he, as Minister of Public Works at the time, who decided to transfer the ministry from Terreiro do Paço (Lisbon’s main riverside square) to the Penafiel Palace which is inside Lisbon’s special protected area of the Sé (a neighbourhood around Lisbon’s Norman-

style Cathedral). Penafiel is a stately mansion in the city which was almost totally destroyed during the 1755 Great Lisbon Earthquake and in which, in 1859, the last High Courier of the kingdom, Manuel José da Maternidade da Mata de Sousa Coutinho, the first Count of Penafiel, died. The ministerial move took place in 1993. From here sprang all the bad luck that afflicted the ministers in the post. Ferreira do Amaral was the first to suffer, the following year, from the political setbacks resulting from the “car horns demonstration” on the April 25th Bridge. (the largest demonstration of civil disobedience in Portugal since the Revolution in 1974 which started over lorry drivers complaining over an increase in bridge tolls but came to represent the electorate’s disenchantment with the PSD government of Ánibal Cavaco Silva). The ministers who followed him were: (Hernique Constantino, Murteira Nabo, João Cravinho, myself...), none of us were lucky in the ministerial post. Well, I can’t say I hadn’t been warned. A lady who worked at the palace for various years constantly told me: “Mr Minister. Look this palace is haunted. A ghost roams around here”. They say it’s the Count of Penafiel. Some people in my office didn’t care. Others thought it was funny. I used to warn some of the people who had meetings at the Ministry. Just to warn them... However, there were those who took it seriously, especially after some mishaps. A headless statue was to go into storage. It was a false clue. In the end it wasn’t the ghostly count. In other words nothing in particular happened in the darkness. Even today, when I pass by there, I recall the story and inevitably smile. Fortunately someone had the intelligence to move the ministry again to new premises. The problem is that since 2012 the Penafiel Palace has new tenants: the CPLP*. (*Organisation for the Community of Portuguese speaking Countries) The General-Secretary of the CPLP, my dear friend Ambassador Murade Murargy, allowed me to give him a friendly warning: “Beware of the ghost!” To which they told me that the ghost was still wandering around.




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