Magazine Imobiliário 023

Page 1

Construção Ambiente Turismo

23

MAI/JUN 2017 €10

Prudência é aconselhável

Novos desafios no estrangeiro Prudence is called for

New challenges overseas



1

20 MAI/JUN 2017

Editorial

O fim dos ‘El Dourados’ The end of the ‘El Dourados’

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

As perturbações económicas e político-sociais que afectaram Angola, Brasil e Venezuela estão a ter efeitos práticos na vida de centenas de empresas nacionais. O que era dado como seguro deu lugar a incertezas e os empresários vêem-se obrigados a repensar todas as prioridades para o investimento no estrangeiro. Este é o tema de Capa desta revista, um assunto que é impossível esgotar neste modesto espaço pois constitui matéria para profunda e longa reflecção. Merece a pena ler. Na Magazine Imobiliário não praticamos o auto-elogio e nem os nossos critérios editoriais se regem pelo ‘gozo’ das audiências. A Notícia é o nosso ‘alimento’. Sem ela não há motivo para existirmos no panorama da Comunicação Social. A verdade, todavia, é que vivemos numa sociedade cruel onde o que é bem feito raramente é elogiado e, ao invés, qualquer pequeno erro é apontado como um crime. Sucede que, desde a última vez que comuniquei convosco, neste espaço, aconteceram factos muito importantes: assinámos um acordo com o Portal Casa Sapo, que ‘revoluciona’ a nossa visibilidade; realizámos a Grande Final do Prémio Nacional do Imobiliário 2017 com um impacto que não passa despercebido a ninguém; e, por fim, após mais de três anos de meticuloso trabalho de preparação e organização da nossa pequena equipa, conseguimos que o nosso Site, a 29 de Abril, desse uma informação, de projecção internacional, que ninguém tinha divulgado antes. Fizemos ‘um pequeno milagre’. Isto reflecte a nova postura com que estamos a orientar o nosso trabalho, ou seja, deixamos de andar atrás da informação para passar a estar antes dela entrar nas agendas das Redacções. Somos ‘apaixonados’ pela investigação responsável, rigorosa e isenta e deixámos de ‘ter medo’ de um recurso que é igual, quer para uma formiguinha como nós, como para a maior cadeia televisiva. A Internet mudou tudo e, como jornalistas, só nos resta utilizá-la ao máximo. A possibilidade de ‘fazer o clique’ é igual para todos. Podem, no entanto, ficar tranquilos porque não perdemos o juízo. Sabemos bem que o ‘segredo é a alma do negócio’ e, por isso, mantemo-nos discretos e responsáveis como sempre. Ao mesmo tempo que ‘aceleramos’ vamos aumentando a nossa memória. Só o futuro dirá o que fazer com ela. Peço-vos apenas: Continuem a ler-nos.

The economic and socio-political disturbances that have been affecting Angola, Brazil and Venezuela are having practical effects in the lives of hundreds of national companies. What was taken for granted as secure has given way to uncertainties and business leaders have been forced to rethink their priorities for overseas investment. This is the cover story of this magazine, a matter that is impossible to exhaust in this modest space since it is a matter worthy of deep and long reflection. It deserves to be read. We don’t do self-praise and our editorial criteria are not about pleasing our readership. News is our lifeblood. Without that we lose our raison d’etre on the press and media landscape. In all truth we live in a cruel society where what is well done is rarely praised and, on the other side of the coin, any small mistake is viewed as a crime. It happens that, since the last time I wrote to you in this space, very important facts have taken place: we signed an agreement with Portal Sapo Casa, which has ‘revolutionised’ our visibility; we’ve organised the Grand Final of the National Real Estate Award 2017 with an impact that isn’t lost on anyone; and, finally, after more than three years of meticulous preparation and organisational work by our small team, we succeeded in our Site on April 29th providing information and an international projection that no one has broadcast before. We’ve created a “small miracle”. This reflects the new posture by which we’re organising our work, in other words, we’re not running behind the news but rather are way ahead of it before it reaches the desk diaries of Editorial departments. We’re ‘passionate’ about responsible, accurate and unbiased reporting and investigation and we’re no longer ‘scared’ of a resource that is the same, whether for an ant like us or a larger television chain. The Internet has changed everything and, as journalists, all we can do is exploit it to the maximum. The possibility of making a “click” is the same for everyone. You don’t, however, have to panic because we haven’t lost our heads. We know full well that the ‘key to success in business is the secret’ which is why we’re remaining discreet and responsible as always. At the same time as we “speed forward” we’ll be increasing our memory. Only the future will tell what we’ll do with it. All I ask of you is that: You continue to read us.


Summary

Índice

4

Grande Tema Lead Story

Internacionalização Internationalisation

12

Metro Quadrado

Square Meter GS1 Portugal

18

Vilamoura World

24

Algarve Cluster Multiusos

Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme

Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível na página de internet www. magazineimobiliario.com

Azimute

Coordinates Bosch

42

Ventos do Norte

ERA Portugal

North winds Investimento privado Private investment

36

44

30 Ficha técnica

40

Opinião Opinion Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Advogados

38

Opinião Opinion Millennium bcp

Opinião Opinion Elisabete Soares

46

Do Mundo

International MIPIM 2017

52

Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom

54

Prémio Nacional do Imobiliário 2017

National Real Estate Awards 2017

64

Bom gosto Goof taste


SOMOS EMPREITEIROS ESPECIALIZADOS EM REABILITAÇÃO URBANA É O IMOBILIÁRIO DO FUTURO NÓS JÁ LÁ ESTAMOS Rua Fernando Farinha n.º – 24 A, 1950-448 Lisboa Tel: 210 373 484 – Fax: 210 358 699 - www.renascimovel.pt Email: renascimovel@renascimovel.pt - Alvará n.º 60423


Capa 4 20 MAI/JUN 2017

Internacionalização

Uma aventura com séculos Internationalisation

An adventure lasting centuries


5

20 MAI/JUN 2017

A História de Portugal mostra que os portugueses são um povo empreendedor e que sempre sentiu a necessidade de crescer e ir além das suas fronteiras. A verdade de há cerca de 600 anos continua a ser a verdade da actualidade. E a prova viva são as empresas que, numa fase precoce ou mais madura do seu ciclo de vida, decidem entrar em novos mercados externos. E fazem-no com êxito! The history of Portugal shows that the Portuguese are a enterprising people who always felt the need to grow and travel beyond their borders. What was true around 600 years ago continues to be true today. And the living proof are the companies, in a startup or more mature phase of their life cycles, decide to penetrate new foreign markets. And so with success!

Texto Text: Carla Celestino

Existem múltiplas empresas portuguesas a operar em diversos países no mundo, 81 das quais em países europeus. De acordo com o ‘Ranking Internacionalização das Empresas Portuguesas 2015’ (RIEP), apresentado no ano passado pelo INDEG – IUL ISCTE Executive Education, numa parceria com a Fundação Dom Cabral e o apoio da aicep – Portugal Global, o factor proximidade é determinante para a internacionalização das empresas portuguesas, pelo que facilmente se compreende que 29 estejam presentes em Espanha, 17 no Reino Unido, 14 em França, 12 na Alemanha e nove na Polónia. A língua e a proximidade com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa conduz também ao continente africano, o segundo a atrair mais empresas de Portugal, que é liderado por Angola com 35 empresas, seguindo-se Moçambique com 25 e Cabo Verde com 11. Mas o continente americano também está no topo dos países com maior presença portuguesa, tal é o caso do Brasil com 27 empresas, os Estados Unidos da América com 15 e, em ex-aequo, com nove empresas, a Colômbia e o México. O RIEP 2015 refere ainda que esta lista é liderada pela Inapa, seguindo-se em segundo lugar a Logoplaste e na terceira posição o Grupo Ramos Ferreira Engenharia. Destaca igualmente a nova entrada do grupo da engenharia PCG – Profabril Consulplano, dizendo que o sector da construção domina as primeiras dez empresas classificadas. Independentemente das motivações que condu-

zem à internacionalização serem económicas, comportamentais ou tratar-se de uma empresa ‘born global’, uma coisa é certa: mesmo depois de já estarem de ‘pedra e cal’ nos mercados externos, há que perceber que estão inseridas em estruturas vivas, dinâmicas e em permanente mutação que obrigam a uma constante adaptação.

A intensidade de África Mercados que à partida, como se referiu, por comungarem de um histórico comum ou proximidade geográfica, atraem as empresas portuguesas, podem, de um momento para o outro, tornar-se numa ‘dor de cabeça’, basta dar o exemplo da crise financeira de Angola provocada pela queda dos preços do petróleo que afectou as empresas portuguesas. Neste país, em particular no sector da construção, dois gigantes destacam-se: Mota Engil e Teixeira Duarte, consolidadas há mais anos neste mercado. Conhecedor do mercado angolano como ninguém, Nelson Rego, director da Prime Yield, explica que ambas as empresas “oportunamente souberam diversificar a sua base de negócio e, hoje em dia, operam em muitas outras áreas que acabam por ser o suporte da actividade da construção quando a mesma deixa de ter uma intensidade maior”. Existe também um conjunto de outras empresas, sobretudo na área da construção civil e obras públicas, que iniciaram o seu processo de internacionalização na última década para Angola mas que, com a crise que se abateu sobre o sector, foram


6

20 MAI/JUN 2017

O factor proximidade é determinante para a internacionalização das empresas portuguesas. The proximity factor is the deciding one for Portuguese companies.

intervencionadas e entraram em processos de insolvência. Algumas delas, recorde-se, através do fundo de investimento privado Vallis, acabaram por fazer parte do projecto Elevo que agrega várias empresas deste sector. O director da Prime Yield salienta ainda que, actualmente, “já existem empresas com capital maioritário angolano que têm um papel muito importante neste país”, dando o exemplo da Griner e da Omatapalo. No que concerne ao sector imobiliário angolano, Nelson Rego refere que “muito desse investimento é analisado através de veículos como os fundos de investimento”, dado, em parte, pela “atractividade fiscal que representam”. Tal é o caso de projectos como a Baía de Luanda, entre outros em Talatona. Do ponto de vista da promoção esclarece que “existem alguns investidores portugueses que estiveram e estão no negócio”, dando o exemplo da empresa de génese portuguesa Gestimóvel, que teve uma participação do Grupo Amorim, e que continua a promover os seus produtos. Mau grado, faz a ressalta para o facto de que, agora, a “maioria dos processos de promoção imobiliária de projectos de grande dimensão são, claramente, detidos ou por cidadãos angolanos ou por cidadãos chineses”. Os portugueses deixaram, pois, de

figurar no lugar cimeiro dos maiores players por nacionalidades. Um outro mercado africano incontornável para as empresas portuguesas é Moçambique. O país tem muito potencial mas a actual conjuntura é contraditória. Por um lado, e de acordo com a Bloomberg, Moçambique tornou-se no primeiro país africano a falhar pagamentos de dívida ao FMI desde 2011, altura em que a Costa do Marfim não cumpriu com os seus compromissos financeiros. Nelson Rego fala de uma actual “redução da actividade económica” e de um “moderado pessimismo” no país. Mas, por outro lado, afirma também que “denota-se, nos últimos meses, uma grande movimentação de investidores internacionais, nomeadamente ao nível do turismo e no LMR (Liability Management Rating) no mercado de gás”. Aliás, este cenário conduziu a Prime Yield a “não só estar presente nos serviços da avaliação imobiliária como também nas análises económico-financeiras de viabilização de projectos âncora para o país”, precisamente nestas duas áreas. No que diz respeito a Cabo Verde importa referir que este é um bom momento para as relações com Portugal. Com efeito, recentemente foi assinado o Programa Estratégico de Cooperação 2017-

2021 que prevê o apoio português a projectos no valor de 120 milhões de euros. Entre as áreas prioritárias está o reforço da boa governação e da segurança, da língua, cultura, ciência, inovação, segurança, energia, ambiente e alterações climáticas. As linhas de crédito de 600 milhões de euros também apoiaram muitas empresas portuguesas nos seus negócios, nomeadamente da construção civil e engenharia. Mau grado, é preciso referir que a presença chinesa é cada vez mais notória neste país, basta referir que o maior investimento turístico concretizado até hoje em Cabo Verde – o Cape Verde Integrated Resort & Casino, na Cidade da Praia -, foi protagonizado pela Macau Legend Development. Ao que tudo indica, esta parceria poderá tornar-se ainda mais forte nos próximos anos o que é bom para Cabo Verde mas à qual os empresários portugueses devem estar atentos.

Turismo além-mar O turismo e a hotelaria, em particular, têm servido de rampa de lançamento para algumas empresas portuguesas em diferentes geografias. O Grupo Vila Galé chegou ao Brasil em 2001, quando abriu o Vila Galé Fortaleza. Como o administrador Gonçalo Rebelo de Almeida recorda: “Apaixonámo-nos pelo país e começámos por investir na hotelaria de praia, mais virada para estadas de lazer. Fomos aliás, dos primeiros a lançar o conceito de resort e pioneiros na introdução do sistema ‘all inclusive’. Hoje, a Vila Galé é o maior grupo de resort do país”. Na sua opinião, “continuam a existir oportunidades de crescimento na hotelaria e no turismo no Brasil” e, apesar da actual crise económica, “não temos sentido quebras na operação”. Mas o Brasil não é um mercado fácil. Gonçalo Rebelo de Almeida destaca, sobretudo, “a burocracia e a morosidade de alguns processos”. Embora, como diz, o Brasil continue a ser estratégico na sua expansão e cidades como São Paulo ou Alagoas


Foto Photo: Ademar Rangel

7

20 MAI/JUN 2017

O continente africano, o segundo a atrair mais empresas de Portugal, é liderado por Angola com 35 empresas, seguindo-se Moçambique com 25 e Cabo Verde com 11. Africa, the second zone worldwide to attract Portuguese companies, is headed by Angola with 35 companies, followed by Mozambique with 25 and Cape Verde with 11.

estão no radar do grupo. No estrangeiro, Espanha, em particular Madrid ou Barcelona, Cuba, Moçambique, Cabo Verde também podem vir a “ter potencial para nós”. Mas as relações Portugal-Brasil não se limitam ao turismo e, além dos diversos grupos e empresas portuguesas presentes neste país nos mais variados nichos de negócio, a realidade é que os olhos estão agora postos nas startups. Recorde-se que, no ano passado, o nosso país assinou um memorando de cooperação para o desenvolvimento e internacionalização de startups com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o maior sindicato patronal do Brasil, tendo anteriormente assinado um outro no Rio de Janeiro. Na altura, o ministro da Economia, em declarações à agência Lusa, em São Paulo, afirmou que, “num futuro próximo, poderemos ter empresas portuguesas desenvolvendo negócios interessantes no Brasil ou sendo apoiadas financeiramente pelas incubadoras que actuam aqui”. Manuel Caldeira Cabral acrescentou que “estes empreendedores serão responsáveis por grandes mudanças no futuro”, destacando a necessidade de estabelecer parcerias entre empresas privadas de forma a incentivar os negócios inovadores das startups. Não obstante o tipo de empresa, investimento ou incentivo, as polémicas político-jurídicas, a crise económica, as variações cambiais, as convulsões sociais…, geraram um cenário de desconfiança

em relação ao Brasil e muitos são os investidores que se encontram em modo ‘stand-by’, quer para continuar ou expandir os seus negócios, quer para entrar neste mercado. Ainda assim, em mercados como a agricultura, têxteis, turismo, arquitectura, engenharia, só para destacar alguns, Portugal goza de uma situação privilegiada e vale a pena continuar a apostar neste país. Já para não falar na aquisição de activos que, segundo alguns especialistas, este é o momento ideal para o fazer dado a desvalorização dos activos decorrente da actual conjuntura do Brasil.

Incentivos Mas fazer face aos desafios da internacionalização, nomeadamente em termos de competitividade e inovação exigida neste passo, não é fácil e são muitas as empresas que recorrem a apoios, como sejam os fundos europeus. No âmbito do Portugal 2020 foram lançados, no mês de Abril, novos concursos dos sistemas de incentivos ao investimento empresarial. Geridos pelo Programa Operacional COMPETE 2020, contam com apoios comunitários no valor de 602 milhões de euros que vão permitir apoiar investimentos totais de 1,3 mil milhões de euros. Entre as prioridades estão os incentivos à internacionalização das PME que, no âmbito deste programa, visam ajudar a reforçar a capacitação


Foto Photo: Shipsony

8

20 MAI/JUN 2017

empresarial destas empresas ao nível da internacionalização e da inovação. Aquando do lançamento desta iniciativa, o ministério da Economia explicou que “o objectivo deste concurso consiste em alargar a base exportadora nacional, aumentando o número de novas empresas exportadoras ou incrementando o volume das vendas internacionais das empresas que já exportam”. Ao que parece as empresas portuguesas têm sabido aproveitar estes apoios, já que segundo o Ponto de Situação dos Sistemas de Incentivos às Empresas do Portugal 2020, no final de Março de 2017 existiram 23.973 candidaturas de projectos que corresponderam a um investimento na ordem dos 14.475 euros. There are many Portuguese companies operating in various countries in the world, 81 of which are in European countries. According to the ‘Portuguese Companies Internationalisation Ranking 2015 (RIEP), presented last year by INDEG - IUL ISCTE Executive Education, in a partnership with the Dom Cabral Foundation and with the support of AICEP - Portugal Global, the proximity factor is the deciding one for Portuguese companies, so that it is easy to understand that 29 are in Spain, 17 in the United Kingdom, 14 in France, 12 IN Germany and nine in Poland. The shared language and the close relationship with the PALOP countries (countries where Portuguese is the official language) also attracts them

to Africa, the second zone worldwide to attract Portuguese companies, which is headed by Angola with 35 companies, followed by Mozambique with 25 and Cape Verde with 11. But the American continent too tops the areas with the greatest Portuguese presence, with countries like Brazil with 27 companies, the United States with 15 followed by Colombia and Mexico with nine. The RIEP 2015 also mentions that this list is headed by Inapa, followed in second place by Logoplaste and in third place by the Grupo Ramos Ferreira Engenharia. Also highlighted is a new entry by the engineering group PCG - Profabril Consulplano, with the construction sector dominating the first ten companies classified. Independent of the reasons that lead to internationalisation be they economic, behavioural or a ‘born-global’ company, one thing is certain: even after being set up in foreign markets lock, stock and barrel, it has to be seen that they are in structures that are living, dynamic and in permanent change which requires them to adapt constantly.

The intensity of Africa Markets which from the start, as has been mentioned, attract Portuguese companies because of a shared history, geographical proximity, can, at a moment’s notice, become a headache and one only has to look at the financial crisis in Angola caused by the collapse in oil prices which affected Portuguese companies.

As relações Portugal-Brasil não se limitam ao turismo e, além dos diversos grupos e empresas portuguesas presentes neste país nos mais variados nichos de negócio, a realidade é que os olhos estão agora postos nas startups. Portuguese-Brazil relations are not restricted to tourism and, apart from the various Portuguese groups and companies in this country in the widest variety of business niches, the reality is that all eyes are now on start-ups.


9

20 MAI/JUN 2017

In this country, particularly in the construction sector, two giant players stand out: Mota Engil and Teixeira Duarte which have been in this market for years. An expert on the Angolan market unlike anyone else, Nelson Rego, MD of Prime Yield, explains that both companies “opportunely knew how to diversify their business base and, today, operate in many other areas which support the construction sector when construction itself no longer has the intensity it once had”. There are too a number of other companies, particularly in the area of civil construction and public works, which began their internationalisation process in Angola over the past decade but which with the crisis which hit the sector, were restructured and filed for bankruptcy. Some of them, he recalls, through the private investment fund Vallis, ended up by becoming part of the Elevo project which involves various companies in this sector. The Prime Yield MD also adds that currently there are “companies which have mostly Angolan capital which have an important role in this country”, giving the example of Griner and Omatapalo. Regarding the Angolan real estate sector, Nelson Rego says that a “lot of this investment is analysed through vehicles such as investment funds”, partly because of the “attractive tax incentives they offer”. That’s the case with projects such as Baía de Luanda, among others in Talatona. From a development point of view he makes it clear that there “are some Portuguese investors

that were and are in the business deal”, giving the example of the company of Portuguese origin Gestimóvel, in which the Groupo Amorim was involved and which continues to develop its products. Unfortunately, he points out that now, the “majority of large-scale real estate development projects are clearly held by Angolan citizens or Chinese”. The Portuguese are no longer at the top of the nationalities league when it comes to development. Another undeniably important market for Portuguese companies is Mozambique. Mozambique has great potential but the current economic circumstances are contradictory. On the one hand, and according to Bloomberg, Mozambique has become the first African country to default on debt payments to the IMF since 2011, the time when the Ivory Coast failed to meet its financial commitments. Nelson Rego talks of a current “reduction in economic activity” and a “moderate pessimism” in the country. But, on the other hand, he also states that “in recent months a large movement of international investors has been noted, namely at the tourism level and in LMR (Liability Management Rating) in the gas market”. Moreover, this scenario has led Prime Yield to “not only be present in real estate evaluation services but also in economic-financial viability analysis for anchor projects for the country”, precisely in these two areas. Regarding Cape Verde, it is important to mention that it is currently enjoying good relations with Portugal. As a result, the

Strategic Cooperation Programme 2017-2021 was recently signed which foresees Portuguese support for projects to the value of 120 million euros. Among the priority areas is the bolstering of good governance, security, language, culture, science, innovation, safety, energy, environment and climate change. Credit lines worth 600 million euros have also helped many Portuguese companies in their businesses, namely civil construction and engineering. However, it needs to be mentioned that the Chinese presence is increasingly more evident in this country, one only needs to mention that the largest tourism investment to date in Cape Verde - the Cape Verde Integrated Resort & Casino, in Cidade da Praia - was led by Macau Legend Development. All the signs point to this partnership becoming even stronger in the coming years which is good for Cape Verde and which Portuguese business leaders should be aware of.

Overseas tourism Tourism and the hotel sector, in particular, have served as a springboard for some Portuguese companies in different geographical locations. The Vila Galé Group arrived in Brazil in 2001, when it opened Vila Galé Fortaleza. As the CEO Gonçalo Rebelo de Almeida recalls: “We fell in love with the country and began by investing in beach hotels, more centred on leisure stays. Furthermore, we were the first to launch the resort


10

Foto Photo: Sandro Salomon

20 MAI/JUN 2017

concept and pioneers in the introduction of the all-inclusive system. Today, Vila Galé is the largest resort group in the country”. In his opinion, “there are still opportunities for growth in the hotel and tourism sectors in Brazil” and, despite the current economic crisis, “we haven’t felt an operations fall off”. But Brazil isn’t an easy market. Gonçalo Rebelo de Almeida highlights too, “the bureaucracy and sheer time it takes in some processes”. However, as he says, Brazil continues to be strategic in its expansion and cities like São Paulo or Alagoas are on the group’s radar. Overseas, Spain, in particular Madrid or Barcelona, Cuba, Mozambique, Cape Verde also “hold out potential for us”. But Portuguese-Brazil relations are not restricted to tourism and, apart from the various Portuguese groups and companies in this country in the widest variety of business niches, the reality is that all eyes are now on start-ups. It will be remembered that last year, Portugal signed a memorandum of cooperation for the development and internationalisation of start-ups with the São Paulo Federation of Industries (Fiesp) the largest union-led business association in Brazil, having prior to this signed another in Rio de Janeiro. At the time, the minister of the Econ-

omy, in statements to the Lusa news agency, in São Paulo, confirmed that, “in the near future, we could have Portuguese companies developing interesting businesses in Brazil or being supported financially by the start-up incubators that operate here”. Manuel Caldeira Cabral added that “these entrepreneurs will be responsible for great changes in the future”, highlighting the need to establish partnerships between private companies so as to provide a boost to innovative start-up businesses. Whatever the type of company, investment or incentive, the politicaljudicial controversies, the economic crises, the variable exchange rates, social unrest ... , have created a climate of mistrust in relation to Brazil and there are many investors on stand-by mode whether intending to continue expanding their businesses or entering the market. Even so, in markets such as agriculture, textiles, tourism, architecture, engineering, to highlight a few, Portugal enjoys a privileged situation and it’s worthwhile investing in this country. And that’s without discussing the acquisition of assets which, according to some specialists, now being the right time to do so because assets have fallen in price because of the current situation in Brazil.

Incentives But meeting the challenges of internationalisation, namely in terms of the competitiveness and innovation required in taking this step, isn’t easy and many companies apply for financial aid such as European funds. In April, as part of Portugal 2020, new incentive systems tenders were launched for business investment. Managed by the Operational Programme COMPETE 2020 they include community funds worth 602 million euros which will enable total investments of 1.3 billion euros. Among the priorities are the incentives for the internationalisation of SMEs which, as part of this programme, aim to help reinforce the company training of these firms in internationalisation and innovation. At the time this initiative was launched, the minister of the Economy explained that the “goal of this competition was to widen the national exporting company base, upping the number of new exporting companies or increasing the international sales turnover of those companies already exporting”. It seems that Portuguese companies have been able to take advantage of this support and according to the latest situation from the Portugal 2020 System of Incentives to Companies, by the end of March 2017 there were 23,973 project applications corresponding to an investment of around 14,474 euros.



Metro Quadrado 12 20 MAI/JUN 2017

Melhor Empreendimento do Ano 2017

A arte conquistou o imobiliรกrio Best Development of the Year 2017

Art conquers property


13 20 MAI/JUN 2017

A nova Sede e Centro de Inovação e Competitividade da GS1 Portugal tem inovação e avanços tecnológicos, arquitectura, decoração e integração paisagística original… tem tudo. Como o director Executivo da GS1 Portugal, João Castro Guimarães, diz, em entrevista, trata-se de um espaço “vivo”. The new Headquarters of GS1 Portugal’s Centre of Innovation and Competitiveness has innovation and technological advances, architecture, decoration and original landscape integration… has all of this. As the CEO of GS1 Portugal, João Castro Guimarães, says, in this interview, it is a “living” space.

Entrevista Interview: Carla Celestino

O que levou a GS1 Portugal a apostar na nova Sede e Centro de Inovação e Competitividade localizado no Campus do Lumiar? A nova sede representa, acima de tudo, a concretização de um compromisso entre a GS1 Portugal e os seus quase oito mil associados e stakeholders institucionais e de negócio, na criação de um espaço de partilha e materialização das melhores práticas. Integrando o Centro de Inovação e Competitividade, a nossa nova sede é um centro interpretativo ‘vivo’ dos standards GS1, inovador e interactivo, e uma proposta única a nível global na Comunidade GS1 em serviço e inovação. Acima de tudo, ao criar a nossa nova sede, quisemos ‘dar rosto’ ao que distingue a GS1 Portugal há mais de 30 anos: engenho, inovação, diversidade. Uma pretensão conseguida em parte pelo talento, irreverência, profundidade e consistência do trabalho artístico do Vhils. A escolha do Campus do Lumiar também não é inocente. Afinal, este é um complexo empresarial que alberga grandes empresas, mas também micro e PME, um dos focos de actuação da GS1 Portugal. Desta forma, este edifício é hoje um pólo de conhecimento e interpretação sobre a eficiência das cadeias de valor, de antecipação de tendências e apoio à eficiência dos negócios, reflexo do espírito fundacional da GS1 Portugal de colaboração e partilha. Este projecto de renovação culminou numa ar-

quitectura muito inovadora e arrojada. Foi um desafio conceber uma obra desta dimensão e visão? Sem dúvida. O primeiro desafio passou por conseguir uma integração harmónica entre Arquitectura, Arte, Tecnologia e Standards GS1. Por um lado, queríamos um espaço e edifício capaz de acolher uma equipa, projectos e valências multidisciplinares, para celebrar e promover os standards e as boas práticas empresariais em Portugal; por outro, um espaço e edifício capaz de conciliar a componente tecnológica (associada à nossa actividade) com uma arquitectura funcional, fluida e aberta; tudo isto revestido por um elemento de arte disruptivo e pouco usual em espaços desta natureza. Em acréscimo, sendo esta é a casa dos nossos associados, quisemos ainda criar um ambiente acolhedor no seu interior e conferir-lhe uma certa noção de portugalidade – evidente na escolha da cortiça enquanto material de revestimento das paredes – num espaço aberto disponível para todos. Em acréscimo, havia ainda o desafio de cumprir prazos e assegurar a contenção dos custos da obra, em ambos os casos amplamente conseguidos. Introduziram padrões tecnológicos e de eficiência ocupacional de última geração. Todo o edifício gira em torno da tecnologia? A tecnologia e a inovação são componentes cen-


14

Foto Photo: Fernando Guerra, FG+SG

20 MAI/JUN 2017

trais na nossa actividade e, nesse sentido, era essencial que prevalecessem, estando presentes em todo o projecto. Esses elementos são muito evidentes em todo o espaço. Por um lado no espaço expositivo, onde uma visita interactiva e didática ao Centro permite mostrar ‘ao vivo e a cores’ os standards GS1: o que são, para que servem e quais os benefícios para as diferentes cadeias de valor, do produtor ao consumidor final ou, em Linguagem GS1, ‘do prado ao prato’; por outro, nas opções e soluções construtivas. No caso dos painéis do Vhils, por exemplo, estamos a falar de uma tecnologia inovadora que representa a primeira obra edificada do artista. No fundo, todo o projecto equivale a um processo tão experimental e único como as propostas e os conteúdos que a GS1 entrega aos seus associados há mais de 30 anos. Ninguém fica indiferente aos painéis do artista Vhils, quer pela sua composição artística, quer pelo facto de sugerir códigos de barras que todos associamos à GS1 Portugal. Porquê esta escolha? Conforme referi, era essencial que, através da obra do Vhils, o edifício reflectisse a essência da GS1. Como notou recentemente o próprio artista, “a ideia passou por criar uma peça que, tal como a GS1, se codifica e descodifica”, uma fachada “onde a contraposição ao caos de informação simboliza o mundo contemporâneo e a realidade trabalhada pela GS1 Portugal”. E o resultado está à vista: a primeira intervenção edificada não destrutiva do Vhils em 49 painéis artísticos com oito metros de

altura e oito toneladas cada... ou 400 toneladas de betão em painéis. Por outro lado, como sublinhou Pedro Appleton, responsável pelo projecto de arquitectura do atelier PROMONTÓRIO, havia o objectivo de “colar a obra do Vhils ao próprio edifício, através de uma inovadora tecnologia de painéis pré-fabricados, para construir um mural que se vai compondo e decompondo à passagem pelo edifício.” Sem dúvida, conforme prosseguiu Pedro Appleton, “o edifício tem essa dualidade: por um lado, está encerrado, mostrando uma história quase de códigos de barras; porém, à medida que o circundamos, vai-se perdendo esse alcance pictórico da obra e vai-se tornando cada vez mais edifício, mais arquitectura. Em determinado sentido, torna-se até transparente, relacionando-se plenamente com o paisagismo existente e consolidado do parque tecnológico. Em suma, a obra do Vhils e o edifício acomodam-se um ao outro”. A GS1 Portugal está firmada no nosso País há mais de 30 anos e os códigos de barras fazem hoje parte da vida de todos portugueses. No entanto, as empresas e os próprios consumidores têm vindo a mudar os seus hábitos ao longo dos anos. Como tem sido esta evolução? A GS1 Portugal surgiu, em 1985, para responder a uma necessidade muito específica no sector do Retalho & Bens de Consumo, a de criar uma linguagem global e normalizada capaz de assegurar a eficiência, rastreabilidade, transparência e segurança nas cadeias de valor. Foi assim que lançámos o código de barras em Portugal, uma solução disruptiva que veio revolucionar a forma de fazer

negócios e conferir modernidade à então emergente distribuição moderna. Uma ferramenta que conquistou a confiança de outros sectores, sendo hoje transversal às diferentes áreas de actividade económica. Três décadas depois, foram várias as alterações, não só na forma de fazer negócio como no perfil do consumidor. Enquanto parceiro de confiança das empresas, pretendemos continuar a melhorar a competitividade de todos os agentes das cadeias de valor através de soluções, standards e transferência de conhecimento que a tornem mais eficiente e sustentável proporcionando maior valor para o consumidor. No que concerne aos desafios do futuro, estamos perante uma segunda disrupção: garantir a qualidade da informação dos produtos. O e-commerce impulsionou a era da hiperinformação. Uma era que apresenta agora a necessidade da validação dos dados, uma vez que cerca de 70% da informação dos produtos apresenta incorrecções e, por isso, um dos desafios prioritários para a GS1 Portugal. Outros serão os desafios decorrentes das macrotendência de contexto, como é exemplo a transparência, a fidelização de um consumidor cada vez mais exigente, a total rastreabilidade e o novo modelo de loja do futuro. Prioridades que reflectem o surgimento de uma nova rede de valor colaborativa e, acima de tudo, a realidade omnicanal na qual a GS1 Portugal pretende continuar a apoiar as empresas enquanto facilitador da unidade de acção. Para isto, construímos em 2015, um plano estratégico a 3/5 anos que incorpora todas estes desafios sempre com a missão de ser um parceiro de confiança das empresas. Actualmente a GS1 é uma das maiores associações empresariais do País. Quantas empresas encontram-se agregadas e de que forma as apoiam? Perto de oito mil associados no fecho de contas de 2016, com um saldo líquido positivo de 365 novas empresas, provenientes de mais de vinte sectores de actividade e representando cerca de 50% do PIB português. Para finalizar pergunto-lhe: O que significa para si ver a Sede e Centro de Inovação e Competitividade da GS1 Portugal ser duplamente vencedora no ‘Prémio Nacional do Imobiliário 2017’? Estas distinções vieram reforçar o sentimento de concretização de um sonho. Além de ser uma grande honra para a GS1 Portugal, a sua Direcção e Board, e toda a equipa que trabalhou arduamente para que este projecto se tornasse uma realidade, esta dupla premiação é a prova de que o empenho,


Foto Photo: Fernando Guerra, FG+SG

15 20 MAI/JUN 2017

O ‘Prémio Nacional do Imobiliário 2017’ foi inspirador e motivacional no sentido de continuar a inovar, acrescentar valor ao negócios e ser um parceiro de confiança das empresas. The ‘National Real Estate Awards 2017’ proved inspiring and motivational in the sense of continuing to innovate, adding value to business and being a reliable partner to companies.

esforço continuado e colaboração, sempre com o foco nos nossos associados e comunidade envolvente, é uma aposta de sucesso. Por outro lado, este ‘Prémio Nacional do Imobiliário 2017’ foi também inspirador e motivacional no sentido de continuar a inovar, acrescentar valor ao negócios e ser um parceiro de confiança das empresas.

business complex which houses large companies, but also micro and SMEs, one of the foci GS1 Portugal activities. Therefore this building is today a hub of knowledge and interpretation on the efficiency of value chains, anticipating trends and supporting business efficiency, a reflection of the founding spirit of GS1 Portugal of collaboration and sharing.

What led GS1 Portugal to invest in the new Headquarters and Centre of Innovation and Competitiveness located at the Campus do Lumiar? The new headquarters represent, above all, the realisation of a commitment between GS1 Portugal and its almost 8,000 members and institutional and business stakeholders, in creating a shared space and materialisation of best practices. Integrating the Centre of Innovation and Competitiveness, our new headquarters is ´living´interpretive centre of GS1 standards, innovative and interactive, and a unique proposal at a global level in the GS1 Community in service and innovation. Above all, in creating our new headquarters, we wanted to “give a face” to what has made GS1 Portugal stand out for more than 30 years: An ambition achieved partly through talent, irreverence, depth and the consistency of the artistic work of Vhils. The choice of the Campus do Lumiar was not by chance either. In short, this is a

This renovation project culminated in a very innovative and bold architecture. Was it challenging designing a work of this size and vision? Without a doubt. The first challenge was to achieve a harmonious integration between Architecture, Art, Technology and GS1 Standards. On the one hand, we wanted a space and a building capable of hosting a team, projects and multidisciplinary facets to celebrate and promote good business standards and practices in Portugal; on the other hand, providing a space and building capable of marrying the technological component (associated with our activity) with a functional, fluid and open architecture; all of this covered by an element of disruptive art unusual in spaces of this nature. In addition, since this is the headquarters of our members, we also wanted to create a welcoming environment inside and bestow on it a certain notion of Portugality - evident in the choice of cork as a material for covering the walls - in a space


Foto Photo: Fernando Guerra, FG+SG

16 20 MAI/JUN 2017

open and available for everyone. Also, there was the added challenge of meeting deadlines and ensuring the control of the costs of the project, in both cases widely achieved. You have introduced the latest generation technological patterns and state-of-the-art occupational efficiency. Does the whole building revolve around technology? Technology and innovation are key components in our activity and, in this sense, it was essential that they prevailed, being present in the whole project. These elements are very evident throughout the entire space. On one side in the exhibition space, where an interactive and pedagogic visit to the Centre permits the standards of GS1 to be displayed in ‘vivid colour’: what they are, what they are for and who the beneficiaries are for the different value chains, from the producer to the end consumer or, in GS1 Language, ‘from the prairie to the plate’; in the other, in the constructive solutions and options. In the case of the Vhils panels, for example, we are referring to an innovative technology which represents the first building work by the artists. A the root, the entire project is equivalent to a process that is as experimental and unique as the proposals and content that GS1 has been delivering to its members for over 30 years. No one remains indifferent to the panels by the artist Vhils, either from their artistic composition or from the fact that they suggest the bar codes that we all associate with GS1 Portugal. Why this choice? As I mentioned, it was essential that through Vhils’ work the building reflected the essence of GS1. As the artist himself recently noted, “the idea was to create a piece that, like GS1, id coded and decoded”, a façade “where the contraposition

to the chaos of information symbolises the contemporary world and the reality worked by GS1 Portugal”. And the result is for all to see: the first non-destructive building intervention by Vhils in 49 artistic panels that are eight metres high, each weighing eight tonnes...or 400 tonnes of concrete in panels. On the other hand, as Pedro Appleton stressed, who heads the architecture project at the atelier PROMONTÓRIO, there was the goal of “affixing Vhils’ work to the building itself by using an innovative technology of pre-fabricated panels to build a mural which are formed and deformed as they run around the building”. Without a doubt, as Pedro Appleton sustains, “the building has this duality: on the one hand, it is enclosed, revealing a story almost of bar codes; however, as we go around it, this picturesque quality of the work dissolves as it becomes increasingly more building, more architecture. In a particular sense, it becomes even transparent, relating fully with the existing and consolidated landscape of the technology park. In sum, the work by Vhils and the building accommodate one another”. GS1 Portugal has been set up in Portugal for over 30 years and the bar codes today are part of the lives of all Portuguese. However, the companies and consumers themselves have changed their habits over the years. Tell us about this development? GS1 Portugal came about in 1985 to meet a very specific need in the Retail and Consumer Goods sector, by creating a global and standard language capable of ensuring efficiency, traceability, transparency and security in value chains. That’s how we launched the bar codes in Portugal, a gamechanging solution that would revolutionise the way business was done and bring modernity to the modern distribution then emerging. A tool that conquered the confidence of other sectors, today

cutting across different areas of economic activity. Three decades later, there have been various changes, not just in the way business is done but also in the profile of the consumer. As a reliable partner to companies, we intend to continue to improve the competitiveness of all agents in the value chain through solutions, standards and knowledge transfer to make them more efficient and sustainable, providing greater value for the consumer. Regarding the challenges of the future, we’re facing a second upheaval: guaranteeing the quality of product information. E-Commerce drove the era of hyper-information. An era which now presents the need for data to be validated since around 70% of product information has incorrect information and is therefore one of the priority challenges for GS1 Portugal. There will be other challenges that will arise from contextual macro trends, an example being transparency, an increasingly more demanding consumer fidelity, total traceability and the new shop model of the future. Priorities that reflect the rise of a new collaborative value network and, above all, the omnichannel reality in which GS1 Portugal intends to continue supporting companies as a facilitator of the unit of action. For this, in 2015 we designed a 3/5 strategic plan which incorporates all these challenges with the constant mission of being a reliable partner for companies. GSI is currently one of the largest company associations in Portugal. How many companies are involved and how do you support them? Close to 8,000 members at the close of accounts in 2016, with a positive net balance of 365 new companies from over 20 activity sectors and representing around 50% of Portuguese GDP. To round off the interview I’d like to ask: What does it mean for you to see the Headquarters of GS1 Portugal’s Centre of Innovation and Competitiveness be a double winner at the “National Real Estate Awards 2017”? These distinctions have strengthened the feeling of having realised a dream. Apart from being a great honour for GSI Portugal, its Directors and Board, and the entire team who worked so hard for this project to become a reality, this double award is proof that hard work and continued effort and cooperation, while always keeping our focus on our members and the surrounding community, is the key to success. On the other hand, this ‘National Real Estate Awards 2017’ also proved inspiring and motivational in the sense of continuing to innovate, adding value to business and being a reliable partner to companies.


Design&Build A Tétris ´ executou a obra da sede da GS1 Portugal, a grande vencedora dos ´ ´ 2017. Prémios Nacionais do Imobiliário

Melhor Empreendimento do Ano Melhor Edificio ´ de Escritórios ´

~ Arquitetura e construção

de espaços interiores: ´ > Escritórios > Lojas > Hotelaria ´ > Industrial e Logistica

Contacte-nos: www.tetris.db.com 21 358 32 22 info-po@tetris-db.com


Metro Quadrado 18 20 MAI/JUN 2017

Destino consolidado A consolidated destination Vilamoura é um destino multigeracional conhecido por investidores e clientes dos quatro cantos do Mundo que oferece uma vasta gama de serviços que incluem bancos, supermercados, uma imensa oferta de restaurantes, para além de centros de saúde, creches e uma escola internacional. É também um famoso destino de golfe, ténis, hipismo e desportos náuticos, com especial destaque para a Marina, a maior de Portugal com 825 amarrações. A Marina de Vilamoura tem recebido inúmeros prémios, incluindo as 5 Âncoras de Ouro, e em 2017 foi galardoada com o prémio “International Marina of Distinction 2015-2017”, pelo The Yacht Harbour Association . Vilamoura está focada em disponibilizar uma oferta consolidada e de qualidade, apoiada num calendário permanente e diversificado de interessantes eventos. Para os investidores imobiliários e para aqueles que querem comprar uma casa num país seguro com excelentes condições fiscais, um governo estável e um clima único na Europa, existem benefícios significativos para desfrutar.

Vilamoura is a multi-generational destination known to investors and clients from all over the world, offering a wide range of services including banks, supermarkets, restaurants, health centres and an international school. It is also a well-known destination for golf, tennis, horseback riding and water sports with particular emphasis on the Marina, which with 825 berths is Portugal’s largest. The Marina has received many awards, including the 5 Gold Anchors, and in 2017 it was awarded “International Marina of Distinction 2015-2017” from The Yacht Harbour Association. Vilamoura focuses on delivering a quality and consolidated offer that is supported by an interesting and diverse calendar of events. For real estate investors and for those who want to buy a home in a safe country with excellent fiscal conditions, a stable government and a unique climate in Europe, there are significant benefits to enjoy.


19 20 MAI/JUN 2017

Um novo ADN para Vilamoura A new DNA for Vilamoura Vilamoura World, o experiente Master Developer do conhecido destino algarvio e gestor da Marina, desenvolveu um novo ADN. O novo estilo de vida está a ser incorporado em todos os projetos futuros, concentrando-se em atrair uma gama diversificada de clientes. A comercialização do Vilamoura Gardens terá início no verão de 2017. No outono de 2017, arrancam as vendas do Uptown, que irá criar uma “nova centralidade” em Vilamoura. Em 2018,

será lançado um terceiro projecto, com a criação de um novo condomínio, o Vilamoura Central.

Vilamoura Gardens Gardens será composto por três condomínios privados que disponibilizam 192 apartamentos de um e dois quartos com um traço tradicional mediterrânico. O projecto é desenvolvido pelo atelier “PMC Architecture Studio”, também responsável pelo projeto L’Orangerie.

Vilamoura Gardens

Projecto/Project: PMC Architecture Studio


20 20 MAI/JUN 2017

Vilamoura Uptown

Projecto/Project: Jacques Ferrier

Gardens situa-se numa zona tranquila de Vilamoura, perto do campo Victoria Golf Course e do novo hotel Anantara Vilamoura Algarve Resort. Vilamoura Gardens centra-se no espaço natural, com a inclusão de grandes terraços e do acesso a piscinas comuns. Os apartamentos serão construídos em quatro pisos, de modo a permitir vistas sobre o campo de golfe e/ou sobre os bonitos jardins paisagísticos. A apenas cinco minutos de carro do centro de Vilamoura, da Marina e das maravilhosas praias, o projecto Gardens tem uma área de construção total de 26.000 metros quadrados.

Vilamoura Uptown O projecto de múltiplos usos Uptown representa um novo estilo de vida no Algarve. Combinando natureza, instalações equestres, passeios pedestres, silêncio e vistas deslumbrantes, o empreendimento será ideal para as famílias. Aliás, o investimento nesta nova zona já começou, com a abertura em 2016 do famoso restaurante “Praia na Vila”, do Chef Olivier. Após um concurso internacional de arquitetura que recebeu propostas de três reconhecidos ateliers

– Jacques Ferrier, Matteo Thun & Partners e Promontório, o projeto terá como marca definidora um genuíno e natural estilo de vida. Situado na entrada Norte-Oeste de Vilamoura, Uptown está ao lado do Centro Equestre e da Escola Internacional, oferecendo vistas sobre o Parque Ambiental e o mais famoso campo de golfe de Vilamoura, o Victoria Golf Course. O projecto vai disponibilizar 277 unidades, com uma área de construção de 41.000 metros quadrados. Uptown está ligado ao Parque Ambiental de 200 hectares, uma área que Vilamoura World irá reativar com um grande foco na agricultura, nas famílias e na educação. Este Parque Ambiental será um importante ponto de ligação entre as duas zonas centrais de Vilamoura, a Marina e as áreas a norte.

Vilamoura Central Central está situado no coração de Vilamoura. O projeto está a uma curta distância a pé do centro de Vilamoura, da Marina e das praias, ao lado do Ténis e do Padel Center. Os residentes irão beneficiar de luz solar natural de este ou de oeste nos seus terraços privados. As oitenta moradias

serão construídas com dois andares, num design moderno que inclui unidades de um, dois e três quartos, num total de 12. 000 metros quadrados.

Oportunidade de investimento Vilamoura World oferece um apoio de 360 graus, através do serviço único “Turnkey Development Service” (serviço de desenvolvimento chave na mão) que presta todo o tipo de acompanhamento e apoio desde a fase do projeto, às licenças, à construção, bem como nas vendas, no marketing e no financiamento. O “Turnkey Development Service” apoia os promotores no desenvolvimento de cada projeto, garantindo o cumprimento das suas especificações e dentro dos prazos previstos. É um serviço dinâmico e fidedigno num local onde se desenvolvem projectos desde 1960. O Master Plan de Vilamoura World é a maior oportunidade de investimento em Portugal e conta com um plano urbano já aprovado que cobre uma área de 400 hectares. Vão ser desenvolvidos produtos para receber um mix de utilização residencial, lazer, turismo e retalho. Através do exposto, o leitor ficou “por dentro”


Vilamoura Uptown

Projecto/Project: Promontorio

Vilamoura Uptown

Projecto/Project: Matheo Thun

dos primeiros passos da concretização do ambicioso Master Plan que prevê 18 projectos no total. Vilamoura World está a agir como um promotor experimentado, sério e conhecedor, que está em contacto com o mercado e está compreensivelmente otimista. Por essa razão, tem agido com prudência, só comunicando – como é o caso – quando tudo está programado e preparado. Depois de termos levantado o véu, imagine o que aí vem, a seguir. Nos próximos anos, não faltarão novidades em Vilamoura...

Vilamoura World, the experienced Master Developer of the renowned Algarve destination and Marina manager has been developing a new DNA. The new way of life is being embedded into all future projects and focuses on attracting a diverse range of clients. In the summer of 2017, the commercialisation of Vilamoura Gardens will begin. As of the fall of 2017, the marketing of Uptown will commence and see the creation of a new hub in Vilamoura. In 2018, a third project will be launched with the creation of a new condominium - Vilamoura Central.

Vilamoura Gardens Gardens will comprise of three private condominiums delivering a total of 192 one and two bedroom apartments with a traditional Mediterranean design. The project is developed by ‘PMC Architecture Studio’, who were responsible for the L’Orangerie project. Gardens is situated in a quiet area of Vilamoura, near to the Victoria Golf Course and the new Anantara Vilamoura Algarve Resort. Vilamoura Gardens focuses on natural space, with the inclusion of large terraces and access

to communal swimming pools. Apartments will be constructed on four-storeys to provide golf views and or views of the beautiful landscaped gardens. Being only a five-minutes drive to the centre of Vilamoura, the Marina and wonderful beaches, the Gardens project has a total construction area of 26,000 square metres.

Vilamoura Uptown The mix use project – Uptown, will represent a new way of living in Algarve. Through combining nature, equestrian facilities, pedestrian walkways, silence and views, the development will be ideal for families. Incidentally, investment in this new zone has already begun, with the opening in 2016 of Chef Olivier’s famous “Praia na Villa” restaurant. After operating an international architectural competition with three renowned studios - Jacques Ferrier, Matteo Thun & Partners and Promontório, the project has defined a genuine and natural way of living. Situated at the north-west entrance to Vilamoura, Uptown is adjacent to the Equestrian Centre and International school while providing


22 20 MAI/JUN 2017

Vilamoura Central

Projecto/Project: Agence Pepraccone & Vodar

views over the Environmental Park and Vilamoura’s most famous golf course - Victoria. The project will provide 277 units, with a building area of 41,000 square metres. Uptown is connected to the 200-hectare Environmental Park, an area that Vilamoura World will reactivate with a major focus on agriculture, families and education. This Environmental Park will be a major point of connection between the two central zones of Vilamoura, i.e., the Marina and the northern areas.

Vilamoura Central Central is located in the heart of Vilamoura. The project is within walking distance of downtown Vilamoura, the Marina, and beaches while adjoining the Vilamoura Tennis and Padel Centre. Residents will benefit from natural sunlight on their private patios. The 80 town-houses constructed on two-storeys, will deliver a modern design which includes units of one, two and three bedrooms totalling 12,000 square metres.

Opportunities for Investment Vilamoura World offers 360-degree support through a unique ‘Turnkey Development Ser-

vice’, that includes support in all stages from design, licenses, sales, marketing, construction and financing. The ‘Turnkey Development Service’ assists developers in delivering each project, to specification and on time. It is an authentic and dynamic service in a place where works have been developed since 1960. The Vilamoura World Master Plan is the largest investment opportunity in Portugal and has an approved urban plan covering an area of 400 hectares. Products will be developed to receive a mix of residential, leisure, tourism and retail. In the above, you have learned the first steps of achieving the ambitious Master Plan that reaches across 18 projects. Vilamoura World is acting as an experienced, serious and knowledgeable promoter which is in touch with the market, and is understandably optimistic. For this reason, it acts with prudence and only communicates - as is the case - when everything is programmed and prepared. Now we have opened the veil, imagine what comes next. In the coming years, there will be plenty of news in Vilamoura…



Metro Quadrado 24 20 MAI/JUN 2017


25 AĂ­ estĂĄ o Algarve Cluster Multiusos! 20 MAI/JUN 2017

Orgulho Algarvio The Multiuse Algarve Cluster has arrived!

The Pride of the Algarve


26 20 MAI/JUN 2017

Investidores atentos Investors on the lookout

Todos os grandes projectos de imobiliário e sobretudo quando envolvem várias valências, do turismo à cultura, do retalho ao ambiente, como é o caso do Algarve Cluster Multiusos, são, aos olhos de quem os idealizou, os melhores do mundo. Neste caso, os ‘argumentos’ desta obra justificam um legítimo orgulho, segurança e tranquilidade, com forte sabor algarvio. Do dinheiro ao arquitecto seleccionado, este produto, que já mexe com o interesse dos investidores internacionais, é genuinamente ‘made in Allgarve’. All large real estate projects and particularly when they they involve various facets, from tourism to culture, and retail to the environment, as is the case with the Algarve Cluster Multiusos, are the best in the world in the eyes of those who idealise them. In this case, the ‘arguments’ for this project justify a legitimate pride, security and tranquillity, with a strong Algarve flavour. From the money to the selected architect, this product, which already is attracting the interest of international investors, is genuinely ‘made in the Allgarve’.

No Algarve, no concelho de Loulé, vai despontar um empreendimento com um conceito único e inovador que, aliás, já foi homologado como de interesse regional: o Algarve Cluster Multiusos. A localização não poderia ser mais perfeita: junto ao nó de saída da Via do Infante (A22) para o litoral, com fácil acesso a Vilamoura, Quinta do Lago, Vale e Lobo ou à cidade de Quarteira; a escassos quilómetros do aeródromo da cidade de Loulé, o qual tem capacidade para receber aviões privados; apenas a 10 minutos do Aeroporto Internacional de Faro. Lisboa e Sevilha também estão perto. Para se ter uma noção da dimensão deste projecto basta referir que abrange 40 hectares e uma área de intervenção superior a 50 hectares. O complexo prevê um investimento global na ordem dos 300 milhões de euros e, de acordo com o plano traçado, a rentabilidade previsional do conjunto dos parques, no primeiro ano, será de um valor superior a 40 milhões de euros. Estima-se ainda que propiciará a criação de 2.500 postos de trabalho directos e indirectos. A este nível, a Assembleia Municipal de Loulé fez a ressalva para “a importância” deste investimento na “criação de emprego e fixação de população no concelho de Loulé”, quando aprovou, em 2013, o reconhecimento de interesse público municipal do empreendimento Algarve Cluster Multiusos enquanto projecto estruturante. Dar vida e forma a um empreendimento desta dimensão e qualidade só foi possível porque reuniu-se um conjunto de entidades e pessoas com um elevado know-how quer da região algarvia, quer do mercado em que se vai inserir. Assim, este projecto foi empreendido pela mão do promotor ENOLAINVEST — Promoção e Construção, S. A., integralmente de capitais nacionais, com a participação do Grupo Garvetur/ Enolagest e a Família Apolónia.


27 20 MAI/JUN 2017

A responsabilidade da promoção e da comercialização, nacional e internacional, fica a cargo da Garvetur que consolidou a sua presença em território nacional. No mercado estrangeiro a Garvetur criou uma network de mais de 60 agentes na Europa, nomeadamente na Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Luxemburgo, Polónia, Reino Unido Noruega, Rússia, Suíça, Ucrânia. E, no resto do mundo, apostou em países como Angola, Argentina, Brasil, Canadá, China e enclave de Macau. A Enolainvest já afirmou que não descarta a possibilidade de o conceito poder surgir noutras regiões, devido, como Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur/Enolagest, explica, “às mais-valias que o empreendimento proporciona, ao congregar um conjunto de bens e serviços integrados num conceito único e inovador que contribuirá para o desenvolvimento da região onde for implantado, assumindo um elevado grau de interesse público, por aumentar a diversidade da oferta em vários sectores da economia”. Porém, Reinaldo Teixeira refere que, neste momento, o foco é “no projecto do Algarve e só depois de esta operação atingir a chamada ‘velocidade de cruzeiro’, é que poder-se-á analisar outras oportunidades”. Arrojado e com uma visão inovadora para o mercado imobiliário e turístico nacional, a sua concepção arquitectónica foi da responsabilidade do Gabinete Difusor Arquitectura, coordenado pelo arquitecto Olavo Dias que se encontra a desenvolver o projecto nas suas múltiplas e complexas vertentes. O Algarve Cluster Multiusos vai, assim, ser dotado de um Núcleo de Desenvolvimento Económico composto por um Centro de Inovação Empresarial que será contemplado com um Centro de Formação; Laboratório de Empresas; Centro de Conferências / Eventos / Exposições; Centro de Incubação de Empresas; e Centro de Produtos Tradicionais. O mesmo incluirá o Parque Sol vocacionado para as áreas da Saúde, Ócio e Lazer; e ainda um Parque Temático Wellness Center vocacionado para a Saúde e Bem-Estar. O promotor e os seus parceiros encontram-se, actualmente, a desenvolver o Plano de Pormenor e, após aprovação, irão iniciar as obras e concretizar o calendário de construções, entretanto fecharão o grupo de parceiros investidores. Inserido na região com o maior fluxo turístico de Portugal e um dos mais significativos da Europa, o Algarve Cluster Multiusos vai contribuir para a solidificação de uma frente de turismo no interior do Algarve e para a criação de outras actividades que combatam a sazonalidade, numa perspectiva do desenvolvimento sustentado da região.

Reinaldo Teixeira e Hélder Apolónia

Recorde-se que o próprio Turismo de Portugal reconheceu que “a vertente turística do projecto apresenta componentes susceptíveis de atenuar a sazonalidade do Algarve, ao nível do turismo de negócios através do centro de congressos que integra um auditório com capacidade para 3.500 lugares sentados, e da animação com o parque de actividades náuticas”. A nível local vai também revitalizar a área empresarial de Loulé e permitir um maior equilíbrio na ocupação territorial do concelho, ao aproximar do litoral a sede do concelho localizada na zona do barrocal/serra. Existem já negociações com vários interessados nas diferentes actividades que o complexo proporciona, os quais são, maioritariamente, de marcas internacionais, o que leva o promotor a afirmar: “Estamos bastante optimistas”. De acordo com Reinaldo Teixeira, “o complexo tem várias actividades homologadas, o que acentua o eventual interesse dos investidores, sendo que o foco irá cair na Logística, Centro de Tecnologia e Desenvolvimento, Parque Temático, Saúde e Comércio”. O Algarve é, pois, uma ‘marca’ reconhecida internacionalmente, pelo que a capacidade de atracção do Algarve Cluster Multiusos, seja para os investidores, seja para o público em geral, ultrapassa largamente os residentes algarvios, que todavia já representam de per si ‘massa crítica’ suficiente.

A unique development will arise in the Algarve’s district of Loulé with a unique and innovative concept which furthermore has already been registered as being of regional interest: the Algarve Cluster Multiusos (the Multiuse Algarve Cluster). Its location couldn’t be more perfect: right by the exit from the Via do Infante (A22) to the coast, with ease of access to Vilamoura, Quinta do Lago, Vale e Lobo or Quarteira; the few kilometres of Loulé’s aerodrome, which have the capacity to receive private aeroplanes; just 10 minutes from Faro International Airport. Lisbon and Seville are also close. To get an idea of the size of this project it only needs to be mentioned that it covers 40 hectares with a 50 hectare operational area. The complex anticipates a total investment in the order of 300 million euros and, according to the plan outlined, the projected income from the group of sites, in the first year, will represent an amount in excess of 40 million euros. It is also estimated that 2,500 direct and indirect job posts will be created. At this level, Loulé Municipal Assembly has stressed “the importance” of this investment in the “creation of employment and fixing the population in the borough of Loulé”, when in 2013 it approved the project and designated the Algarve Cluster Multiusos development as one of public municipal interest as a structural project.


28 20 MAI/JUN 2017

To give life and form to a development of this size and quality was only possible because it brought together a number of entities and people with a high degree of know-how of both the Algarve region and the market in which the development fits. So, this project was developed by the developer ENOLAINVEST - Promoção e Construção, S. A., which wholly comprises national capital, with the participation of the Grupo Garvetur/Enolagest and the Família Apolónia. The responsibility for the national and international marketing and sale has been assigned to Garvetur which has consolidated its presence nationally. In the foreign market, Garvetur has created a network of over 60 agents in Europe, namely in Germany, Belgium, Denmark, Spain, Finland, France, Holland, Ireland, Luxembourg, Poland, United Kingdom, Norway, Russia, Switzerland and Ukraine. And, in the rest of the world, it has invested in countries like Angola, Argentina, Brazil, Canada, China and the enclave of Macau. Enolainvest has already stated that it isn’t ruling out the possibility of the concept being implemented in other regions, because of, as Reinaldo Teixeira, CEO of Garvetur/Enolagest, explains, “the assets that the development brings by linking a number of goods and services integrated into a unique and innovative concept that will contribute to the development of the region in which it lies, with a high degree of public interest and by increasing the diversity of offer in various sectors of the economy”. However Reinaldo Teixeira says that at the moment, the focus is “on the Algarve project and only when this operation has achieved what he calls “cruising speed”, will other opportunities be analysed”. Bold and with an innovative vision for the real estate and national tourism market, its architectonic conception was the responsibility of the architects atelier Gabinete Difusor Arquitectura, coordinated by architect Olavo Dias who is developing the project in all in multiple and complex aspects. The Algarve Cluster Multiusos will therefore benefit from an Economic Development Core comprising a Business Innovation Centre which will contemplate a Training Centre; Companies Laboratory; Conference Centre / Events / Exhibitions; Company Start-up Centre and Traditional Products Centre. The same will include the Parque Sol (Sun Park) aimed at Rest and Leisure; as well as a Wellness Centre Theme Park aimed at health and Well-being. The developer and its partners are currently developing a Detailed Plan and, once approved, will begin works and draw up the construction timetable while in the meantime will finalise the

Lifestyle center do Algarve Algarve Lifestyle Centre

O Centro de Actividades Económicas – Logística, Comércio e Serviços surge como empreendimento polarizador de grupos económicos e espaços de showroom de marcas e produtos de design referência, num modelo ‘lifestyle center’ – testado e comprovado a nível internacional, mas inédito em Portugal. Os projectos encontramse em fase de desenvolvimento pela equipa do Atelier Difusor de Arquitectura e propõe um concept design inovador, concentrando uma oferta diversificada de actividades económicas, para um mercado internacional, assegurando a satisfação das necessidades a todos os segmentos sociais e culturais. A dimensão do conjunto permitirá abarcar uma ampla oferta generalista, como especializada em inovação, congregando actividades multifuncionais, com particular enfoque e lugar para a produção e marcas de denominação portuguesa, do comércio local, de serviços públicos e privados, de eventos institucionais e de animação cultural, entretenimento e lazer. The Centre of Economic Activities - Logistics, Commerce and Services has come about as a hub development made up of economic groups and showroom spaces for benchmark design products and brands, within a ‘lifestyle centre’ model - tried and tested internationally but is a ‘first’ in Portugal. The projects are in the phase of development under the team from the Atelier Difusor de Arquitectura which have come up with an innovative design concept, concentrating a diverse offer of economic activities aimed at an international market, ensuring the needs are met for all cultural and social segments. The size of the project will permit a wide range of offer, both general and specialised, to be covered in innovation, bringing together multi-functional activities, with a particular focus on and place for the production and marketing of Portuguese brands, local trade, public and private services, institutional events and cultural activities, entertainment and leisure. Arquitecto Olavo Dias Architect Olavo Dias

group of investor partners. Set in the region with the largest tourist flow in Portugal and one of the most significant in Europe, the Algarve Cluster Multiusos will contribute towards building a tourism front in the interior of the Algarve and to the creation of other activities to combat seasonality, within the perspective of sustained development in the region. It will be remembered that the Portuguese Tourism Bureau (Turismo de Portugal) has recognised that “the tourism aspect of the project has components which can offset the seasonal nature of the Algarve, at the tourism business level through the congress centre which has a 3,500 seat auditorium and the activities from the nautical activities amenities”. Locally, the project will also revitalise the business area of Loulé and foster greater balance in terms of territorial development uptake in the

borough while bringing the headquarters of the borough located in the Barrocal/serra area of the Algarve closer to the coast. Negotiations are already underway with various parties interested in the different activities that the complex affords, which are mostly from international brands and which has led the developer to state: “We’re fairly optimistic”. According to Reinaldo Teixeira, “the complex boasts various approved activities, which will attract the eventual interest of investors, since the focus will be on Logistics, the Development and Technology Centre, Theme Park, Health and Commerce”. The Algarve is, indeed, a ‘brand’ that is internationally recognised so that the attraction capacity of the Algarve Cluster Multiusos for investors and the general public extends beyond Algarve residents, which already in themselves represent a sufficient ‘critical mass’.


Tivoli Lisboa Restaurant

Hospitality Experts Broadway Malyan is a global architecture, urbanism and design practice with 500+ design experts in 16 studios across world centres.

We create distinctive hospitality environments that offer great experiences in quality settings. We bring together local influences with global trends to create compelling, bespoke designs. www.broadwaymalyan.com


Metro Quadrado 30 20 MAI/JUN 2017

XIII Convenção

Outra ERA de estar no mercado XIII Convention

Another ERA to be in the market


31 20 MAI/JUN 2017

A ERA Portugal reuniu, na cidade do Porto, 2.000 colaboradores numa convenção que apostou na Tecnologia como ponte entre o Imobiliário e a Inovação. João Pedro Pereira, director de Marketing desta rede, fala da ‘festa’, do mercado imobiliário e de como conseguem atrair os melhores talentos do País. ERA Portugal brought 2,000 staff together in Porto at a convention whose focus was on Technology as a bridge between real estate and innovation. João Pedro Pereira, director of this chain of estate agencies, speaks of a property market ‘party’ and how they succeed in attracting the best talents in the country.

Entrevista Interview: Carla Celestino

No rescaldo da Convenção da ERA, que decorreu no Porto, qual o balanço que faz de mais uma edição deste evento? O balanço é muito positivo. Este ano a convenção da ERA teve como tema a ‘Tecnologia e a Inovação’. É um tema muito desafiante e as expectativas eram muito elevadas. Tivemos cerca de 2.000 colaboradores presentes que aproveitaram este evento para fazer networking e partilhar as suas experiências no sector imobiliário. Tivemos representantes das principais empresas tecnológicas do mundo que apresentaram as suas visões sobre o futuro da tecnologia. Tivemos os representantes das maiores instituições financeiras em Portugal que nos revelaram como se estão a preparar para um mundo mais digital. Durante o evento partilhamos a visão da ERA sobre o futuro da mediação imobiliária e o caminho que pretendemos percorrer em conjunto com os nossos colaboradores. Tivemos momentos de trabalho e momentos de festa. Sobretudo sentimos uma enorme energia por parte de todos os colaboradores da rede ERA que mostraram estar totalmente empenhados em usar a inovação e a tecnologia para servir melhor os nossos clientes.

O tema Tecnologia era inevitável porque estamos a assistir a uma nova revolução industrial alimentada pela Tecnologia. Esta revolução pode ser identificada na forma como os clientes se relacionam com as empresas e na forma como as empresas desenvolvem novos modelos de negócio junto dos seus clientes. Actualmente temos 4,4 milhões de pessoas por ano que visitam o site da ERA, que usam, não só as pesquisas automáticas, como também o ERA Radar ou o anúncio gratuito, só para mencionar alguns dos serviços. Estes clientes experimentam o serviço ERA primeiro de uma forma ‘digital’ e mais tarde de uma forma presencial nas Agências da ERA. É na integração dos serviços digitais e presenciais que está uma das chaves do sucesso da ERA. Este mês lançamos mais um serviço inovador, o Assistente Virtual ERA. Este assistente funciona a partir do Messenger do Facebook e interage com os clientes para pesquisar imóveis de forma automática 24 horas por dia. Esta tecnologia permite-nos responder a todas as solicitações dos nossos clientes mais rapidamente 24 horas por dia, 365 dias por ano, em português, inglês, francês e castelhano.

A escolha do tema - ERA Tech Summit – era inevitável se pensarmos que o site da rede teve, em 2016, mais de 4,4 milhões de visitantes únicos, concorda? Na prática, de que ferramentas estamos a falar?

Na convenção deu para perceber também que a ERA é já é uma escolha natural ao nível do primeiro emprego e um importante pólo de oportunidades de carreira. Confirma este cenário?


32 20 MAI/JUN 2017

Sim. O crescimento da ERA é um crescimento sustentado. Para isso necessitamos de atrair os melhores talentos do mercado. Por essa razão estamos a criar as condições necessárias para que os melhores colaboradores do mercado encontrem na ERA um ‘terreno fértil’ para iniciar as suas carreiras profissionais e construir um plano de longo prazo com a ERA. Abrimos mais vagas em praticamente todas as nossas agências. Garantimos que as equipas são pequenas para que todos tenham acesso a um bom acompanhamento e aconselhamento por parte das chefias directas. Fizemos uma grande aposta na formação de novos talentos, nas ferramentas de marketing, nas ferramentas tecnológicas e num plano de incentivos financeiros especialmente desenhado para apoiar quem pretende construir a sua carreira no sector imobiliário com a ERA. Hoje estamos a construir uma nova geração de colaboradores que com a sua energia, profissionalismo e inovação estão já a revolucionar o futuro da mediação imobiliária e da actividade comercial em Portugal. Lançaram o conceito Loja +. Pensa que este projecto poderá ser uma forma de combater o desemprego a nível local ou até mesmo a fuga de recursos humanos para outros países e, ao mesmo tempo, dar uma oportunidade às pessoas empreendedoras? A Loja + nasce da ambição que querer levar a ERA mais perto dos clientes, naqueles locais onde normalmente não existem agências de mediação

imobiliária de dimensão nacional. Com a Loja + aumentamos a cobertura do território e da população nacional, abrindo mais pontos de atendimento ao público. Em simultâneo este projecto aumentou o número de oportunidades de carreira para os colaboradores da ERA porque ao abrir novos pontos de venda, estamos a criar novas equipas comerciais e novas franquias. Muitas destas novas franquias serão assumidas por empreendedores que ‘fizeram escola’ na ERA e pretendem dar o próximo passo na sua carreira construído a sua própria empresa integrada na franquia ERA. Estas novas equipas irão recrutar localmente os futuros comerciais ERA contribuindo para a criação de emprego local, acesso a melhor formação profissional e a uma carreira com futuro. Desde 1998 já formaram mais de 500 empresários. Considera que a rede está a tornar-se numa ‘universidade’ de empresários em Portugal? O que vos move a investir tão fortemente na formação? A missão da ERA é recrutar, formar e fazer crescer pessoas com talento e vontade de progressão pessoal e profissional na ERA. Desde o primeiro dia que optamos por criar startups em cada agência em vez de ‘converter’ empresas já existentes. Isto obrigou-nos a investir muito na formação e numa cultura empreendedora, que assume riscos e aposta na gestão profissional como ferramenta de superação de desafios e criadora de crescimento. Ao longo dos anos acompanhamos a criação de centenas de startups, desenvolvemos uma

Actualmente temos 4,4 milhões de pessoas por ano que visitam o site da ERA. Currently we have 4.4 million people a year visiting the ERA site.


33 20 MAI/JUN 2017

A missão da ERA é recrutar, formar e fazer crescer pessoas com talento e vontade de progressão pessoal e profissional na ERA. RA’s mission is to recruit, train and grow people with a talent and willingness to personal and professional progression in ERA.

metodologia de coaching de proximidade e de acompanhamento diário dos ‘nossos’ empresários, construímos métricas inovadoras para medir estas novas empresas e criamos uma cultura de empreendedorismo em toda a empresa, de Norte a Sul do País. Muitos olham para a ERA como uma ‘escola de talento’ ou ‘escola de emprendedorismo’ e isso deixa-nos muito orgulhosos! Olhando para a linha temporal 1998- 2017, ou seja, desde que chegaram a Portugal, têm vindo sempre a crescer quer em termos de colaboradores, vendas de imóveis, facturação, etc., mas 2016 foi, talvez, o vosso melhor ano de sempre. É correcta esta análise? Sim. O ano de 2016 foi o nosso melhor ano dos últimos 19 anos (desde que a marca está em Portugal). Ao longo destes anos tivemos ciclos de crescimento e ciclos de consolidação como todas as empresas. Este último ciclo de crescimento começou há cerca de quatro anos e representa, não só um aumento de vendas, como um aumento continuado de quota de mercado. No ano passado obtiveram uma importante fatia do mercado ao nível das vendas a estrangeiros, mas foram as famílias portuguesas que mais cresceram ao nível da procura. Como explica esta realidade? O mercado imobiliário residencial sofreu fortes ajustamentos de preço nos últimos anos e permitiu o surgimento de boas oportunidades de investimento nas zonas de Lisboa e Porto e, mais tarde, em todas as restantes zonas do País. Estas oportunidades foram rapidamente aproveitadas pelos compradores nacionais. O acesso a financiamento, ainda que limitado, também ajudou o crescimento do número de compradores nacionais. Tendo em conta a vossa experiência, quais as expectativas para 2017? Acreditamos que o mercado imobiliário irá crescer em 2017 e este crescimento vai ser mais bem distribuído por todo o território nacional. Neste cenário, a ERA irá continuar a aumentar a sua quota de mercado em todo o território nacional, porque tem a maior carteira de imóveis em comercialização, uma melhor distribuição geográfica e equipas mais bem preparada para prestar um bom serviço em todo o território. In the aftermath of the ERA Convention, which ran in Porto, what’s your appraisal of yet another edition of this event? After weighing up it’s been very positive. This year’s ERA Convention has ‘Technology and In-

novation’ as its theme. It’s a very challenging theme and the expectation were very high. We had around 2,000 employers there who took advantage of this event to network and share their experiences on the real estate sector. We had representatives from the world’s main technology companies who presented their visions on the future of technology. We had representatives from the largest financial institutions in Portugal who revealed to us how they are preparing for the more digital world. During the event we shared ERA’s vision on the future of real estate agency and the path we intend to take with our collaborators. We had moments of work and moments to let our hair down. Above all we felt an enormous energy from all the agents in the ERA network who showed themselves entirely committed to using innovation and technology to better serve our clients. The choice of theme - ERA Tech Summit was inevitable when one thinks that the network’s site had 4.4 million visitors in 2016. Would you agree? In practice, what tools are we referring to? The Technology theme was inevitable because we’re seeing a new industrial revolution fed by Technology. This revolution may be identified in the way that clients relate with companies and in the way that companies develop new business models with their clients. Currently we have 4.4 million people a year visiting the ERA site, who use not only automatic searches but also the ERA Radar or free advertising, just to mention a few services. These clients try out the ERA service first in a ‘digital’ form and later in a in person at the ERA Agencies. And it’s in the integration of digital and personal services that lies one of the keys to ERA’s success. This month we’re launching another innovative service, the ERA Virtual Assistant. This assistant works from Facebook’s Messenger and interacts with clients to find properties automatically 24 hours a day. This technology enables us to respond to all our clients’ requests more quickly, 24 hours a day, 365 days a year, in Portuguese, English, French and Spanish. One could see at the convention too that ERA is already a natural choice when it comes to first jobs and is an important platform for career opportunities. Do you agree? Yes. ERA’s growth is sustained. And for that we have to attract the best talents in the market. Which is why we’re creating the conditions necessary so that the best agents in the market see ERA as ‘fertile ground’ to begin their profession-


34 20 MAI/JUN 2017

A ERA irá continuar a aumentar a sua quota de mercado em todo o território nacional. ERA will continue to up its market share all over Portugal.

preneurship throughout the company, from the North to the South of the country. Many look to ERA as a ‘talent school’ or a ‘school for entrepreneurship’ and this makes us proud!

al careers and build a long-term plan with ERA. We’ve opened more vacancies in practically all of our agencies. We ensure that all teams are small so that all get access to good support and advice from their direct superiors.We’ve invested heavily in training up new talents, in marketing and technology tools and in a plan of financial incentives especially designed to support those who intend to build a career in the real estate sector with ERA. Today we’re building a new generation of agents who through their energy, professionalism and innovation are already revolutionising the future of estate agency and commercial activity in Portugal. You’ve launched the concept Loja +. Do you think that this project could be a form of fighting unemployment at a local level or even the flight of human resources to other countries and, at the same time, provide an opportunity for enterprising people? Loja + was born from the ambition of wanting to bring ERA closer to its clients, in those places where nationwide real estate agency networks don’t exist. With Loja + we’ve upped our territorial and national population coverage, opening more public help desk posts. At the same time, this project has increased the number of career opportunities for ERA agents because by opening new sales posts we’re creating new commer-

cial teams and new franchises. Many of these new franchises have been opened by entrepreneurs that ‘chose ERA’ and want to take their next step in their career by building their own company integrated within the ERA franchise. These new teams will recruit future ERA agents locally, contributing to the creation of local employment, access to better professional training and a career with a future. Since 1998 you’ve trained over 500 entrepreneurs. Do you think that the network is becoming a ‘university’ for entrepreneurs in Portugal? What moved you into investing so heavily in training? ERA’s mission is to recruit, train and grow people with a talent and willingness to personal and professional progression in ERA. From the very first day we opted to create startups in each agency instead of ‘converting’ preexisting companies. This obliged us to invest heavily in training and on a entrepreneurial culture which means risks and investing in professional management as a tool to overcoming challenges and creating growth. Over the years we’ve accompanied the creation of hundreds of start-ups, we’ve developed a daily face-to-face, on-the-ground coaching philosophy for our entrepreneurs, we’ve built innovative measurement tools to gauge these new companies and we’ve created a culture of entre-

Looking to the time line 1998-2017, or since you arrived in Portugal, you’ve always grown in terms of agents, property sales, turnover, etc., but 2016 was, perhaps, your best year ever. Is this analysis correct? Yes. 2016 was our best year over the last 19 years (since the brand has been in Portugal). Over these years we’ve enjoyed growth and consolidation cycles like all firms. This last growth cycle began four years ago and represents not just an increase in sales but a continual growth in market share. Last year we won an important share of the market in terms of sales to foreigners, but it was Portuguese families that most grew in terms of demand. How do you explain this reality? The residential real estate market suffered strong adjustments in price in recent years and opened the way for good investment opportunities in the Lisbon and Porto areas and, later, in the rest of the country. These opportunities were rapidly seized upon by national buyers. Access to mortgages, whilst limited, also helped the growth in the number of national buyers. Taking into account your experience, what are the expectations for 2017? We believe that the real estate market will grow in 2017 and that this growth will be more evenly distributed across all national territory. In this scenario, ERA will continue to up its market share all over Portugal, because we have the largest property portfolio for sale, the best geographical distribution and best prepared teams to provide a top quality service nationwide.


AQUI VAI NASCER UM CONCEITO INOVADOR

VILA GALÉ SINTRA RESORT HOTEL, CONFERENCE & REVIVAL SPA

aposta na área da saúde, pensado para famílias. Com uma forte componente de wellness e bem-estar, disponibilizará massagens, nutrição e programas de educação alimentar e tratamentos estéticos. Este projeto engloba um hotel apartamento de quatro estrelas e dez blocos de apartamentos turísticos.

ABERTURA PREVISTA: ABRIL 2018

WWW.VILAGALE.COM

Localizado na Várzea de Sintra, o Vila Galé Sintra vai diferenciar-se

SINTRA.VENDAS@VILAGALE.COM

+351 961 897 459


Opinião Nuno Sá Carvalho Sara Quaresma

Reabilitação: o sector produtivo Rehabilitation: the productive sector

Nuno Sá Carvalho Sócio responsável pelo departamento de Imobiliário e Construção da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Partner in charge of the Real Estate and Construction department of Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Sara Quaresma Advogada Cuatrecasas, Gonçalves Pereira Lawyer Cuatrecasas, Gonçalves Pereira

O recente dinamismo do mercado imobiliário tem resultado, em grande medida, da reabilitação de espaços urbanos, alcançada por via da recuperação do edificado dos centros históricos das cidades, especialmente para o aproveitamento turístico de imóveis. A extraordinária performance deste sector tem vindo, por isso, a atrair e a concentrar a atenção dos investidores e demais intervenientes na promoção deste tipo de produtos imobiliários. No entanto, a par deste tipo de investimento, concentrado nos centros urbanos, existem outras realidades no nosso País a que importa dar atenção, atento o potencial que as mesmas representam. Trata-se da reabilitação, não já de imóveis habitacionais urbanos, mas antes de imóveis produtivos, sejam eles industriais, comerciais ou até agrícolas. Trata-se, ainda, de uma reabilitação que sai dos centros das cidades e se expande para as periferias, requalificando-as. No actual contexto económico, existem várias empresas cujos activos imobiliários carecem de reorganização e adaptação à evolução das necessidades do seu negócio, às alterações de mercado e até às mudanças legislativas que entretanto decorreram desde a data da sua instalação até aos dias de hoje. Por todo o País são vários os exemplos de complexos industriais cujas instalações estão a ser subutilizadas, com espaços ou instalações industriais desactivados ou ainda de outro tipo de solos não urbanos que perderam a sua aptidão original ou a sua rentabilidade. Todos estes imóveis e infra-estruturas, que já não se adequam às finalidades para as quais foram criados, podem

e devem ser reabilitados tendo em vista a sua reutilização, nomeadamente para usos completamente distintos dos inicialmente previstos. A restruturação destes imóveis permite cumprir um objectivo de racionalização e valorização dos activos imobiliários das empresas, mas tem também, em muitos casos, um impacto significativo ao nível da economia, designadamente por promover a implementação de novos negócios e produtos em locais abandonados ou subaproveitados. O processo de desenvolvimento deste tipo de projectos é complexo e envolve várias fases, desde a avaliação do potencial e viabilidade dos mesmos, à sua concretização e implementação, suscitando-se, em todas elas, questões imobiliárias muito relevantes, nomeadamente de natureza urbanística, ambiental e jurídica. Seria, assim, importante promover a flexibilidade e eficiência de procedimentos, bem como criar apoios e incentivos financeiros, legais e fiscais, com vista a atrair investimento para a reabilitação de imóveis situados fora do centro das cidades, à semelhança do que sucedeu com a reabilitação urbana dos centros históricos. The recent buoyancy in the real estate market has resulted, in grand measure, to the rehabilitation of urban spaces achieved through the restoration of buildings in historic city centres, especially for tourism. The extraordinary performance of this sector has, for this reason, been attracting and focusing the attention of investors and other movers in the development of this type of real estate products. That said, apart from this kind of investment,


37 20 MAI/JUN 2017

concentrated in urban centres, there are other realities in Portugal which require attention because of the potential that they have. This is rehabilitation, not just of urban housing properties, but rather productive properties, be they industrial, commercial or even agricultural. It also refers to rehabilitation away from city centres and expanding out to the peripheries, restoring and adapting them. In the current economic context, there are various companies whose real estate assets require reorganisation and adaptation to meet the needs of their business, market changes and even legislative changes that have meanwhile occurred since they were set up and to date. All over the country there are various examples of industrial complexes whose premises are underused, with industrial premises or spaces which stand empty or even other non-urban sites that have lost their original use or profitability. All these properties and infrastructures, which are no longer fit for the purpose that they were created for, can and should be adapted with a view

for change-of-use, namely uses that are totally different from the ones originally foreseen. The restructuring of these properties enables an objective of rationalisation and valuation of companies’ real estate assets to be fulfilled, but in many cases too has a significant impact economically, namely by promoting the implementation of new businesses and products in abandoned and underused places. The development process of this type of projects is complex and involves various phases, from the evaluation of the potential and viability of the same, their materialisation and implementation, raising, in all of them, very relevant real estate issues, namely of an urban, environmental and legal nature. It is therefore important to promote flexibility and efficiency in procedures, as well as creating financial, legal and tax benefits and incentives, with a view to attracting investment for the rehabilitation of properties located outside of city centres, in a similar way to what happened with the urban rehabilitation of historic centres.


Opinião José Araújo

Interesse pelo imobiliário está instalado Interest in real estate is set to continue

José Araújo Director da Direcção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp Director of the Department of Real Estate at Millennium bcp

Em resposta à crise de 2011-2015 e à falta de procura interna no nosso País, a economia portuguesa virou-se para as exportações, cujo peso no PIB subiu cerca de 20 pontos percentuais em quase cinco anos (Banco de Portugal). “O que não é pouco” segundo Ricardo Reis especialista em macro-economia. Passando da macro para a micro economia, e focando o negócio imobiliário, podemos dizer que os seus intervenientes nacionais também têm contribuído para o dinamismo da economia nacional, não só através de acções concretas no estrangeiro, como também das interacções com investidores, acções que prevê manter para continuar a atrair estrangeiros para Portugal. Exportamos informação e oportunidades de investimento imobiliário e trazemos para Portugal interessados em investir. Nos últimos quatro anos, e olhando agora para a nossa casa, o Millennium bcp tem sido um dos agentes mais activos neste segmento, estando presente no estrangeiro em vários eventos, como os diversos salões do imobiliário português em França/Paris e onde estará de novo em Maio pelo 5º ano consecutivo, em parceria com o Banque BCP. Tem igualmente participado em seminários sobre o mercado imobiliário e a captação de investimento estrangeiro para Portugal, tal como o realizado em Novembro de 2016 pela Fosun e Fidelidade para uma delegação de empresários da China. Para além da de Paris, tem marcado presença em outras feiras nas mais diversas geografias como Rússia, China, Espanha, Suíça e Inglaterra. Inúmeros parceiros internacionais com contrato de mediação e a nossa rede de clientes residentes no exterior completam esta presença além-fronteiras. Quase todas as semanas reunimos com investi-

dores, fundos de investimento e familly offices que vêm à procura de carteiras de imóveis ou terrenos para construção e que o Banco tem em zonas bem localizados da grande Lisboa, Porto e Algarve. Dados recentes do ministério das Finanças, revelam que o número de estrangeiros a quem foi concedido o estatuto de residente não habitual aumentou 44%. São profissionais ligados a actividades de elevado valor acrescentado que pagam uma taxa reduzida de 20% de IRS e reformados que gozam de isenção de imposto. Acrescentam-se ainda os estrangeiros que requereram o visto Gold e que em 2016 foram 85% superiores aos emitidos no ano anterior. Neste contexto, o banco tem quase 2.000 contas abertas a estrangeiros, com um volume de património crescente onde se destacam os clientes de origem chinesa (62%). As pessoas vêm para Portugal por diferentes razões e finalidades, mas o interesse pelo imobiliário está instalado e é forte. Se formos ágeis em perceber e apoiar as suas estratégias de investimento e se os benefícios fiscais continuarem a incentivar a instalação dos estrangeiros em Portugal, manteremos as nossas expectativas elevadas sempre que ‘exportarmos’ a nossa acção imobiliária para o exterior. Continuaremos a preparar o terreno para recebermos aqui em Portugal os investidores que querem visitar os nossos imóveis, que vêm negociar connosco o conteúdo do nosso portfólio imobiliário e que vêm subscrever os nossos produtos nas 618 sucursais em Portugal. In response to the 2011-2015 crisis and the lack of internal demand in Portugal, the Portuguese economy turned towards exports, whose weight on GDP climbed by around 20 percentage points in almost five years (Bank of Portugal) “And


that’s no small thing” according to Ricardo Reis, a specialist in macro-economics. Going from a macro to a micro economy and focusing the real estate business, we can say that the bank’s national players have also contributed to boosting the national economy, not just through concrete actions abroad, but also interactions with investors, actions that it expects to maintain in order to continue to attract foreigners to Portugal. We export information and real estate investment opportunities and bring potential investors to Portugal. In the past four years, and looking now to our organisation, Millennium bcp has been one of the more active agents in this segment, being present abroad at various events, with the the various Portuguese property stands at property fairs in France/Paris which it will again attend in May for the 5th year running in partnership with Banque BCP. It has taken part too in seminars on the real estate market and attracting foreign investment to Portugal, such as the one organised in November 2016 by Fosun e Fidelidade for a delegation of business leaders from China. In addition to Paris, it has been present at other fairs all over the world such as Russia, China, Spain, Switzerland and the United Kingdom. Countless international partners with an estate agency contract and our network of clients resident abroad complete this overseas presence.

Almost every week we meet with investors, investment funds and family offices who come in search of property portfolios or building plots and which the bank has in prime locations in Greater Lisbon, Porto and the Algarve. Recent data from the Ministry of Finances reveal that the number of foreigners who were granted Non-habitual Residence status soared by 44%. They are professionals linked to high valueadded activities who pay a reduced tax of 20% in IRS (Income Tax) and pensioners who enjoy taxation exemption. To this are also added the foreigners applying for Golden Visas and which in 2016 were up 85% on those issued the previous year. Within this context, the bank has almost 2,000 accounts opened to foreigners, with a growing turnover of property in which clients from China (62%) stand out. People come to Portugal for different reasons and ends, but interest in real estate is strong and set to continue. If we’re quick to grasp and support their investment strategies and should tax breaks continue to provide incentives for foreigners to set up in Portugal, we’ll maintain our high expectations whenever we ‘export’ our real estate campaigns abroad. We’ll continue to pave the way to welcome investors here in Portugal who want to view our properties, who come to negotiate the content of our real estate portfolio with us and sign up to our products in 618 branches in Portugal.


Opinião Rui Oliveira

Certificação Energética cada vez mais na ordem do dia Energy Certification increasingly the order of the day Rui Oliveira Bosch

Equilibrar contas e assegurar um orçamento controlado passa, seguramente, pelo controlo das despesas. E as despesas com a energia utilizada, seja em habitações seja nos edifícios de escritórios, são uma fatia importante desse controlo orçamental. A imposição legal de uma certificação energética para os edifícios transaccionados vem dar um contributo substancial nessa poupança. A Certificação Energética ajuda a usufruir da energia de uma forma mais racional, contribuindo significativamente para tornar a habitação mais eficiente sem investimentos significativos. Desde que a Certificação Energética dos edifícios assumiu um carácter de obrigação legal em 2009, reforçada pela entrada em vigor do Decreto-Lei nº 118/2013 (entre outras obrigações, implica a necessidade de anúncio da classe energética dos edifícios ou habitações objecto de venda ou arrendamento), foram emitidos mais de 1,2 milhões destes certificados, meio milhão dos quais nos últimos três anos. É importante ter em atenção que 80% dos certificados energéticos dizem respeito a habitações e que o sector dos edifícios, a nível europeu, representa mais de 40% dos consumos de energia. A certificação energética pode contribuir para uma redução das despesas com o consumo de energia na ordem dos 50%. Em termos ambientais, a factura também é favorável. Ou seja, se forem adoptadas medidas de melhoria da eficiência energética, a redução anual de produção de dióxido de carbono, CO2, pode atingir os 400 milhões de toneladas. Mas há ainda muito caminho a percorrer, sobretudo no que respeita a edifícios já existentes e que carecem da adequada adaptação às novas regras.

Particular atenção deverá ser dada aos edifícios da administração local e central, sendo esperada com grande expectativa, no caso português, o contributo dos fundos estruturais nessa matéria. Quando falamos em grandes edifícios grandes empresas, a sensibilização para a necessidade de contenção dos gastos associados ao consumo de energia já está perfeitamente integrada nos processos racionais de gestão. O esforço de sensibilização para esta matéria deverá incidir sobretudo no tecido das pequenas e médias empresas. Na verdade, é nas PME’s que se deverão focar os maiores esforços de promoção e incentivo à certificação energética como forma de assegurar a poupança de custos e, por que não, garantir mais uma forma de viabilizar o negócio. O certificado energético tem que ser visto, também por estas empresas, não como um custo obrigatório mas como uma mais-valia para a redução dos seus custos a prazo e para a poupança e protecção ambiental. Nos particulares, as opções passam por cada um de nós. As campanhas de sensibilização para a poupança de energia estarão a dar resultados. A eficiência energética das casas, os equipamentos de que dispõem, o seu desempenho energético, tudo contribui para o nosso bem-estar e tem de passar de factor secundário na altura de comprar ou arrendar casa, para um dos principais critérios de decisão. É por isso importante referir que atualmente no mercado nacional, o Certificado Energético é uma obrigação na transacção dos imóveis sejam estes objecto de compra, venda ou arrendamento. O objectivo? Diagnosticar possíveis pontos de melhoria ao nível do desempenho energético dos edifícios


41 20 MAI/JUN 2017

para tornar os imóveis mais confortáveis, eficientes e económicos. As sugestões para melhorar a eficiência de um imóvel são muitas mas através do Certificado Energético é possível perceber qual deve ser a prioridade e o ponto de partida para reduzir as emissões de carbono. Depois do diagnóstico uma certeza fica, a poupança no orçamento está à distância de uma análise ao imóvel da qual resultará um uso mais racional de recursos e a aplicação de fontes naturais de energia. Boas Poupanças! Balancing accounts and ensuring a controlled budget surely involves controlling expenses. And expenses on energy used both in housing or office buildings, represent an important slice when it comes to budgetary control. The legal imposition of energy certification for buildings bought and sold will provide a substantial contribution to this saving. Energy Certification helps use energy in a more rational way, significantly contributing to making housing more efficient without significant investments. Since Energy Certification on buildings became a legal requirement in 2009, reinforced by the coming into force of Decree-Law No 118/2013 (amongst other obligations, implying the need to publish the energy class of buildings or housing for sale or rent), more than 1.2 million of these certificates have been issued, half of million of which were issued in the last three years. It is important to take on board that 80% of energy certificates is for housing and that the buildings sector, at a European level, represents over 40% of energy consumption. Energy Certification can contribute towards a reduction in expenditure on energy consumption by 50%. In environmental terms, the balance is favourable too. In other words, if energy efficiency measures were to be adopted, the annual reduction in carbon dioxide production, CO2, could reach 400 million tonnes. But there is still a long way to go, particularly regarding pre-existing buildings which are in need of suitable adaptations to meet the new regulations. Particular attention should be given to local and central government buildings, in the Portuguese case there being high hopes from the contribution of EU structural funds in this matter. When referring to the large buildings of big companies, awareness of the need to keep costs associated with energy consumption down is already perfectly integrated in rational management processes. The awareness campaign regarding this matter should particularly be aimed at the network of small and medium sized companies. In truth, it is on the SMEs where the greatest efforts in promoting and giving incentives to energy certification should be aimed so as to ensure cost savings

and indeed even guarantee another way of making the business viable. Energy certification has to be viewed, by these companies too, not as an obligatory cost but as an asset in reducing costs over time and for making savings and environmental protection. In our own homes, the choices are down to us. Energy saving awareness campaigns are bearing fruit. The energy efficiency of houses, the appliances they have, their energy performance, all contribute towards our well-being and needs to go from being a secondary consideration when buying or renting a house to one of the main decisionmaking criteria. Which is why it is important to mention that currently in the national market Energy Certification is mandatory when transacting properties whether buying, selling or renting. The goal? Diagnosing possible areas of improvement at the energetic performance level of buildings to make properties more comfortable, efficient and economical. Suggestions to improve the efficiency of a property are many but through Energy Certification it’s possible to see what the priority should be and starting point for reducing carbon emissions. After diagnosis, a certainty remains, budgetary savings is just a property analysis away resulting in a more rational use of resources and the application of natural energy sources. Happy Savings!


Ventos do Norte 42 20 MAI/JUN 2017

Investimento privado

PalĂĄcios e outros edifĂ­cios precisam-se! Private investment

Wanted! Palaces and other buildings


43 20 MAI/JUN 2017

Nos últimos dois a três anos o Porto avançou com a reabilitação dos edifícios mais emblemáticos, a maioria vendidos a investidores nacionais. In the last two of three years Porto has pressed ahead with the rehabilitation of the most emblematic buildings, the majority sold to national investors.

Durante décadas, os saudosistas e outros amantes zelosos pela cultura e património da cidade assistiram à degradação de centenas de edifícios históricos, sem nada poderem fazer, já que qualquer tentativa acabava por esbarrar na falta de financiamentos, muitas vezes apenas para simples obras de manutenção. Esta realidade era visível no coração da cidade, a Avenida dos Aliados, onde dava dó ver o enegrecido granito das fachadas, em edifícios de grande beleza, pela falta de manutenção – e não estamos a referirmo-nos aos edifícios públicos, porque essa é outra história! Mas o mesmo acontecia em ruas como o Bonjardim, Praça D. João I, Rua Sá da Bandeira ou Santa Catarina, apenas para falar nas mais centrais. Em pouco mais de três a quatro anos a Avenida dos Aliados espelha agora a revolução que acontece quando há dinheiro, sobretudo privado, neste caso, especialmente, devido à grande apetência pela cidade, num movimento turístico internacional, que poucos acreditavam que viesse a acontecer um dia. A renovação desta avenida começou pela reconstrução do emblemático edifício do hotel Intercontinental – e aqui há que destacar o papel da autarquia e da SRU Porto Vivo no lançamento da reabilitação de quarteirões, como aconteceu com o das Cardosas -, mas rapidamente outros edifícios foram passando de mãos. E, neste momento, os poucos edifícios desta avenida que não têm novos donos estão em processo de venda, como é o caso da maioria dos imóveis, sedes dos bancos. O ex-edifício do Comércio do Porto, a Pensão Monumental, o edifício Axa, a ex-sede do FCP, são apenas alguns dos casos que mostram a transformação desta emblemática zona da cidade. Mas as transacções de grandes edifícios são visíveis também na Rua do Bonjardim, onde em breve a renovada Brasileira abrirá portas transformado num hotel de cinco estrelas.

As vendas mais recentes

Texto Text: Elisabete Soares

A procura de imóveis por parte de fundos internacionais, mas sobretudo nacionais, é grande nesta altura no Porto. Procuram-se edifícios, especialmente com áreas superiores a cinco mil m2 e o objectivo é renovar para a hotelaria, mas também para habitação final e escritórios. A conhecida Rua Sá da Bandeira é o local onde nos últimos meses se tem registado mais transacções de edifícios, uns emblemáticos outros nem por isso. É o caso do edifício Emporium, um bonito imóvel de habitação e escritórios, conhecido porque no R/C funciona a Confeitaria Cunha. Propriedade da RAR Imobiliária foi vendido a um empresário nacional, para transformar em habitação final. José António Teixeira, presidente da

RAR, explica que a venda foi mesmo “um negócio de oportunidade”. Bem perto, na mesma rua, no gaveto com a Rua da Firmeza e a Rua do Bolhão, a EDP vendeu, recentemente, o edifício dos antigos escritórios e que vai ser transformado num hotel Ibis, por um investidor francês. Curiosamente o hotel vai desenvolver-se a partir do segundo piso, já que o primeiro piso continuará como escritórios e o R/C, de proprietários diferentes, como lojas de comércio. A EDP, que em 2011, altura em que inaugurou o edifício da nova sede na Boavista, tinha cerca de 22 edifícios de serviços, localizados maioritariamente na Baixa – situação que levou a algumas críticas – conseguiu nos últimos meses concretizar outras vendas, como é o caso do palácio Bijou, na Alexandre Herculano, um bonito exemplar a art decó. Também na Rua Gonçalo Cristóvão, em frente ao viaduto, a EDP vendeu mais três edifícios que tudo indica vão ser transformados num hotel. A animação do mercado é visível num conjunto de outras transacções muito recentes e que ainda não são conhecidas publicamente. É o caso do edifício dos Maristas, um belo imóvel na Avenida da Boavista, que foi até há pouco tempo sede do Private, do ex-BES, vendido a um empresário de Braga. Não menos significativa, a venda da casa da família Pinto da Costa, na Rua de Cedofeita, uma transacção conhecida dos profissionais mas que ainda não é pública. For decades, the nostalgic and other zealous lovers of the culture and heritage of the city have seen the dilapidation of hundreds of historic buildings, without being able to do anything, since any attempt ended up being stalled by a lack of finance, more often than not simple maintenance works. This reality was visible in the heart of the city, on Avenida dos Aliados, where one could see the granite façades of beautiful buildings blackened through lack of maintenance - and we’re not referring to public buildings, because that is another story! But the same happened in streets such as Bonjardim, Praça D. João I, Rua Sá da Bandeira or Santa Catarina, just to mention the central ones. In little more than three of four years Avenida dos Aliados has mirrored the revolution that happens when there is money, mainly private, in this case, especially due to the great attractiveness and popularity of the city from international tourism which few ever believed would one day happen. The renovation of this avenue began with the renovation of the emblematic Hotel Intercontinental building - and here one should highlight the role of the city council and SRU Porto Vivo in kick-starting the renovation of quarters of the


44 20 MAI/JUN 2017

city, as was the case with Cardosas -, but rapidly other buildings followed. And, at the moment, the few buildings in this avenue that don’t have new owners are in the process of being sold, as in the case with the majority of properties, bank and insurance headquarters. The former Comércio do Porto building, the Pensão Monumental, the Axa building, the former FCP (Porto Football Club) headquarters, are just some cases that demonstrate the transformation of this emblematic zone of the city. But big building transactions are also visible in Rua do Bonjardim where soon the renovated Brasileira will open its doors as a five-star hotel.

The latest sales The demand for properties by international and national funds is high at the moment in Porto. They are looking for buildings, especially with areas over 5,000m2 and the aim is to renovate them as hotels but also for apartments and offices. The well known Rua Sá da Bandeira is the place where in recent months more property transactions have been recorded, some emblematic, others not so. An example is the Emporium building, a lovely housing and offices building, famous because the restaurant Confeitaria Cunha is on the ground floor. Owned by RAR Imobiliária, it was sold to a national entrepreneur to turn into housing. CEO of RAR, José António Teixeira, explains that the sale really was “an opportunity deal”. Close by, in the same street, on the junction with Rua da Firmeza and Rua do Bolhão, EDP recently sold a building of former offices which will be transformed into a hotel Ibis by a French investor. Curiously, the hotel will develop from the second floor since the first floor will continue as offices and the ground floor will have shops held by different owners. EDP, which in 2011, the time when it opened the building of its new headquarters in Boavista, had around 22 service buildings, located mostly in the Baixa - a situation that led to some criticisms succeeded in recent months to effect other sales, such as in the case of the Bijou palace in Alexandre Herculano, a fine example of art deco. In Rua Gonçalo Cristóvão too, in front of the viaduct, EDP sold three more buildings and all signs point to it becoming a hotel. The market buoyancy is evident from a number of other recent transactions and which are not yet publicly known. A case being the Maristas building, a lovely property in Avenida da Boavista which until fairly recently was the headquarters of Private, formerly BES, sold to a Braga businessman. No less significant was the sale of the Pinto da Costa family home in Rua de Cedofeita, a transaction know by professionals but not yet known by the public.

Opinião Opinion Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist

Correr atrás da “galinha de ovos de ouro” Running after the “goose that lays golden eggs” Quem compra um ou mais imóveis para colocar no mercado do investimento - seja no arrendamento residencial e turístico, seja para reabilitar e revender – inicia um percurso com muitos riscos e muitos entraves, que nem sempre tem os resultados esperados. Ciente destes riscos e conhecedor das regras que regem o mercado, o investidor tem a expectativa de num determinado período conseguir amortizar o investimento, feito ou não com recurso ao financiamento. Contudo, o que não espera é que as ditas regras sejam mudadas a todo o momento, porque os nossos governantes identificaram que afinal aquele negócio, neste caso o imobiliário, é agora a ‘galinha de ovos de ouro’. Vêm isto a propósito dos novos impostos sobre o património que o governo criou no OE 2017, agravando, de forma significativa, este tipo de investimentos e que criaram na altura alguma turbulência no mercado, tendo sido já responsáveis por um abrandamento das vendas, especialmente nos golden visa, em 2016, sendo contudo que os efeitos do famoso Adicional ao IMI sobre o património serão visíveis sobretudo no final do ano. Contudo, as alterações não se ficaram por aqui. As mudanças recentes introduzidas à lei do arrendamento podem ser mais um entrave para quem quer investir e, especialmente, para os proprietários que pretendiam avançar com a reabilitação das casas. E, neste caso, agravado pelo facto de mais uma vez se terem quebrado as garantias dadas na revisão do NRAU em 2012, criando um período provisório de congelamento das rendas por um período de cinco anos para quem não tinha condições para pagar os aumentos.

Whoever buys one or more properties to put on the investment market - for rental, residential and tourism, for rehabilitation, re-sale - begins a journey full of risks and many pitfalls which don’t always bring the results hoped for. Aware of these risks and knowing the rules that govern the market, the investor has the expectation of a specific period in which to claw back his investment, made either with or without loans. However, what isn’t expected is when the said rules are chopped and changed at a moment’s notice, because our government figures have identified that it’s now that business, in this case real estate, which is the ‘goose that lays the golden egg’. We’re referring to the new taxes on property which the government created in the State Budget for 2017, making it significantly more difficult for this type of investments and which created at the time some turbulence in the market, having already been responsible for a falloff in sales, especially in Golden Visas, in 2016, with, moreover, the effects of the famous Property Surtax (IMI on Patrimony) being evident at the end of the year. However, the changes didn’t stop at that. The recent changes introduced to the rental law could prove another brake for those wanting to invest and, especially, for owners who intend to press ahead with doing up their properties. And, in this case, made worse by the fact that once again guarantees given in the review of the NRAU - New Urban Rental Regime in 2012, have been broken, creating a provisional period of rent freezes for a period of five years for those who don’t have the means to pay the increases.



Do Mundo 46 20 MAI/JUN 2017

MIPIM 2017

O “ritual” de Cannes The “ritual” of Cannes


47 20 MAI/JUN 2017

O MIPIM voltou a ser o MIPIM. Milhares de visitantes profissionais, milhares de reuniões, conferências, debates, eventos sociais, um rebuliço programado, ao pormenor, nas agendas de forasteiros dos cinco cantos do Mundo. MIPIM has returned and its always MIPIM. Thousands of professional visitors, thousands of meetings, conferences, debates, social events, a bustling event organised down to the last detail in the agendas of the real estate professionals from the five corners of the World.

Para Portugal, a edição de 2017 ficou marcada por um considerável crescimento e importância da capital, através do stand da Invest Lisboa, que reuniu empresas e autarquias, correspondendo a um notável empenho da equipa liderada por Rui Coelho. O ponto alto da presença portuguesa foi, sem dúvida, a conferência, do programa oficial, em que o presidente Fernando Medina debateu, lado a lado com consultores e investidores, o sugestivo tema: “Is Lisbon the next city investment hop-spot?” No plano da exposição o stand de Lisboa, de oitenta e quatro metros quadrados, teve uma localização privilegiada onde sobressaiu o dinamismo de empresas como a Baía do Tejo, o Vanguard Propertys, ou mesmo a B.Prime e a PLMG. Autarcas de Almada, Barreiro e Seixal ajudaram a ‘vender’ a marca Lisbon South Bay que está a ‘revolucionar’ a Margem Sul do Tejo. Todavia o ‘cantinho português’ pouco era mais do que isso, naquele oceano mundial de expositores internacionais que apostam muito mais do que Portugal. Repetimos, uma vez mais, o que já temos escrito em outras edições; o imobiliário continua a ser o ‘parente pobre’ da política de promoção internacional da economia portuguesa, mesmo que seja um dos principais pólos de atracção de investimento estrangeiro. O esforço da Invest Lisboa é notável mas não chega, o nosso País continua a não apostar num dos maiores eventos mundiais de imobiliário. Se se tratasse de vender sapatos ou vinho, havia milhões para gastar… O que dizer, para além deste desabafo? Que a histórica presença britânica está a diminuir, quer por já existe um outro MIPIM, o MIPIM UK, e porque já se fazem sentir efeitos do Brexit. Nunca é demais escrever que há países que continuam ‘a perder a cabeça’, para bem dos organizadores do certame. Istambul voltou a ter um bonito e sofisticado stand que estava mais ou menos às moscas porque, como é evidente, a situação política interna da Turquia afasta muita gente. Os alemães continuam em força, os russos estão a perder força, os madrilenos ‘ressuscitaram’; voltam a aparecer, outra vez, expositores de menor dimensão, das mais diversas nacionalidades, que oferecem produtos muito interessantes. Fora disto, o quotidiano da hospitaleira cidade de Cannes ganha outra adrenalina nestes dias. Uma multidão de ‘fatos cinzentos’ invade tudo e deixa lá ficar muito, mas muito dinheiro. Se houve alguma coisa que nos deslumbrasse? Nada. O MIPIM voltou a ser um ‘ritual’ que todos sentem a obrigação de cumprir.

Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida Fotos Photos: Anabela Loureiro

For Portugal, the 2017 edition was marked by a considerable growth and importance of its

capital Lisbon, with the Invest Lisboa stand that brought together companies and municipal authorities, corresponding to a remarkable effort from the team headed by Rui Coelho. The high point of the Portuguese presence was, without a doubt, the official programme conference in which the Mayor of Lisbon, Fernando Medina debated side-by-side with consultants and investors on the suggestive theme: “Is Lisbon the next city investment hot-spot?” In the exhibition plan, the 84m2 Lisbon stand enjoyed a prime spot with dynamic companies like Baía do Tejo, Vanguard Properties, or even B.Prime and PLMG. Council chiefs from Almada, Barreiro and Seixal helped to “sell” the Lisbon South Bay brand which is “revolutionising” the South Bank of the Tejo. However small, the “Portuguese corner” was more than this in the world ocean of international exhibitors who have invested a lot more than Portugal. We repeat, once again, what we’ve already written in other issues; real estate continues to be the ‘poor relation’ of the Portuguese economy’s international promotion and marketing policy, even though its is one of the main hubs for attracting foreign investment. The effort of Invest Lisboa is notable but not enough, our country continues to not invest in one of the greatest real estate fairs in the world. If we were talking about shoes or wine then there would be millions to spend... So what is there to say apart from this download? That the historic British presence is shrinking, both because there now exists another MIPIM, MIPIM UK, and because the Brexit effect is starting to be felt. I never tire of writing that there are countries that continue to ‘lose their heads’ to the benefit of the fair’s organisers. Istanbul once again had a lovely and sophisticated stand that was more of less deserted because, as is obvious, the internal political situation in Turkey is scaring off many people. The Germans continue in force, the Russians are falling off somewhat, the Madrid crowd has “come back from the dead”; once again smaller exhibitors of the most diverse nationalities are back and offering very interesting products. Beyond this, the share of hospitality shown by the city of Cannes has another adrenaline over these days. A swarm of “grey suits” has invaded everywhere and spends bucket loads of money wherever they go. Was there anything that really charmed us? Not really. MIPIM returned to be the “ritual” that everyone knows and feels a obligation to fulfil.


48 20 MAI/JUN 2017


49 20 MAI/JUN 2017


50 20 MAI/JUN 2017


51 20 MAI/JUN 2017

A sua revista de eleição pode ser lida, na integra, em www.magazineimobiliario.com Estão disponíveis as 22 edições publicadas desde Setembro de 2013. Acompanhe também a informação diária no serviço noticioso.


Do Mundo Reino Unido

A expansão global do imobiliário United Kingdom

The Global expansion of Real Estate firms

Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe

O tema desta edição centra-se no modo como certos grupos conseguiram expandir-se além-fronteiras com sucesso. Portugal tem inúmeros exemplos de empresas que conseguiram impôr-se nos mercados internacionais, algumas das quais contribuem para esta publicação, mas focar-me-ei como alguns investidores cresceram a nível mundial. Um dos lemas do imobiliário é de que é um negócio local. Muito embora esta verdade se mantenha, e provavelmente se manterá ao longo dos anos, os fluxos financeiros e as estruturas de gestão têm-se tornado cada vez mais globais. Até ao período nos anos 80 em que os investidores alemães e japoneses descobriram o imobiliário americano, investidores, promotores e construtores limitavam-se aos seus mercados locais e regionais. Depois do acordo de Plaza, e depois da desvalorização do dólar americano, os grupos japoneses começaram a comprar empresas e imobiliário com grande entusiasmo. Em 1985, a Mitsubishi Estate adquiriu 80% do icónico Rockefeller Center em Nova Iorque e os protestos de que os japoneses estariam a comprar os melhores activos do país, ocupavam os títulos dos jornais. Não só os grupos japoneses começaram estes excelentes activos como as valorizações dos activos imobiliários no Japão atingiram níveis astronómicos. Surgiram igualmente grupos Alemães a investir no imobiliário norte-americano em força com a ajuda de um regime fiscal muito favorável. O fenómeno dos influxos germano-nipónicos ocorreu até ao crash da bolsa em 1987 e a subsequente correcção dos mercados

imobiliários onde grupos americanos com estratégias oportunísticas aproveitaram a queda para comprar activos a uma fracção do valor ao mesmo tempo que investidores estrangeiros se retiraram para os seus mercados domésticos. Nos finais dos anos 90, seria a vez dos grupos americanos explorarem as oportunidades fora do seu mercado e deu-se uma forte entrada nos mercados europeus. As recentes experiências de investir em activos distressed da ‘Resolution Trust Corporation’ (o banco ‘mau’ americano), gestoras como a Blackstone, Apollo e as equipas nos bancos de investimento com a MSREF, Whitehall (Goldman Sachs) e Lehman, procuraram comprar activos problemáticos, subavaliados na Europa. O imobiliário, como classe de activo de investimento, era ainda algo ainda estranho para os investidores de cariz mais financeiro. Houve quem equiparasse o imobiliário precisamente a um activo financeiro, sem ter em conta as suas características intrínsecas, com resultados desastrosos. Estas firmas norte-americanas, e outras que emergiram na Europa, continuariam a explorar as oportunidades nos seus mercados fruto das sucessivas crises que ocorreram e que geraram inúmeras oportunidades. Desde o princípio dos anos 90 com a crise dos ‘Savings & Loans’ (Poupanças & Empréstimos) até meados da década com a crise na Europa e mais tarde no final dos anos 90 com a crise cambial na Ásia, onde mais uma vez estes investidores encontraram as condições ideias para investir. As firmas norte-americanas estariam presentes, mas grupos europeus como a ING (mais tarde adquirida pela CBRE), a UBS no Japão e outros. Os fundos


53 20 MAI/JUN 2017

alemães também entraram nos mercados asiáticos, comprando activos de rendimento para os seus fundos abertos, principalmente nos mercados do Japão e Austrália. Desde o virar do milénio, o capital deixaria de fluir num só sentido e começar-se-ia a ver fluxos no sentido inverso, dos mercados emergentes para os mercados consolidados. Certamente, o rebentar da bolha tecnológica e o 11 de Setembro trouxe de novo uma correcção aos mercados imobiliários da Europa e dos Estados Unidos da América, surgiu outra tendência – investir nos países do ‘BRIC’. Chegou-se a 2007 e o numero de fundos e investidores atraídos por estes mercados, começando pela Índia, China e mais tarde o Brazil, era significativo. Tive a oportunidade de liderar os esforços da UBS na Índia e na China quando enfrentávamos a concorrência internacional de grupos como o ING, a Infrared (HSBC), Tishman Speyer, JP Morgan e de grupos locais como a Red Fort, IL&FS e Gaw Capital. O abanão da crise em 2008 trouxe mudanças significativas no panorama do sector. A maior parte das gestoras inseridas nos grandes bancos de investimento desapareceu. Bancos com forte presença nos mercados imobiliários viram estas equipas simplesmente desaparecerem como foi o caso da Lehman, Whitehall, Merill Lynch, Citi. Outras sobreviveram a muito custo como a MSREF. Outro fenómeno interessante começava a ocorrer e o capital dos mercados emergentes começou a fluir no sentido inverso até então devido ao acumular de riqueza nestes países devido ao aumento dos preços dos commodities e das balanças comerciais superavitárias. O nascimento de fundos soberanos e fundos de pensões estatais em países como a Malásia, a Coreia, China e nos países produtores de petróleo trouxe consigo a forte procura de activos imobiliários nas principais cidades do mundo. Hoje, o maior proprietário de activos imobiliários em Londres já não é a coroa britânica mas sim o Qatar através dos seus vários fundos soberanos. Hoje, pela Europa e a América do Norte fora, alguns dos melhores activos são detidos por uma enorme diversidade de investidores institucionais dos quatro cantos do mundo que servem inquilinos, negócios e famílias localmente. O capital tem cada vez mais uma natureza global, mas o imobiliário mantém-se a sua essência local. The topic of this current edition is centered around how certain firms have managed to successfully expand abroad. Certainly Portugal has numerous examples of successful international growth, some of which even contribute

to this publication but I will focus on how firms have expanded and grown on a global basis. One of the mantras of real estate is that it is a local business. Even though this still holds true, and probably always will, the capital flows and management structures have grown more and more global over the years. Up until the German and Japanese firms discovered US real estate in the 1980’s both investors, managers, developers and construction companies were local to their markets. In the 1980’s, after the Plaza accord and the devaluation of the US dollar, Japanese firms started acquiring corporate and real estate assets with great enthusiasm. In 1985, Mitsubishi Estate acquired 80% of the iconic Rockefeller centre in New York and the outcry of a Japanese takeover of the country’s best assets was very much in the news. Not only had Japanese firms started acquiring the best assets as capital values in their home country achieved astronomical figures but there was also a big insurgence of German capital investing in US real estate, helped by a very favourable tax framework. This Japanese-German influx phenomenon occurred until the crash of 1987, the subsequent crash of the real estate markets where Americans had the last laugh and bought back many assets at a fraction of the price as foreign investors retreated to their home markets. In the second half of the 1990’s it was the turn of the Americans to explore abroad and the entry into Europe began. Flush from the experience of acquiring distressed, undervalued assets from the RTC (the US “bad bank”), firms like Blackstone, Apollo and the teams within the investment banks like MSREF, Whitehall (GS) and Lehman, sought to explore distressed opportunities in Europe. Real estate as an asset class was still something very peculiar to the more financially driven investors and some shied away completely and others tried to equate it to just another financial asset with many times disastrous consequences. These US firms and other burgeoning local European firms would continue to explore the opportunities in the local markets from the successive events that would generate the opportunities. Since the early 1990’s with the S&L crisis, to the mid to late 1990’s with the European crisis and in the late 1990’s, firms would move onto to Asia. The US firms were again very much present but this time, some of their European counterparts like ING Real Estate, later acquired by CBRE, UBS, primarily in Japan, and others. Some of the German firms would also enter the Asian markets acquiring

core assets for the German open ended funds, mostly in Japan and Australia. From the 2000’s, capital had already started to flow globally not only in a unidirectional manner but from Asia and some of the emerging markets to developed markets. Clearly the dotcom bust and 9/11 brought again distress to the core markets in Europe and North America but another big trend of investing in the emerging markets would arise with the BRIC countries gaining a great deal of interest. By 2007, the number of funds targeting these four markets was substantial. Not only country specific funds but also the global opportunistic funds started entering India, China and later Brazil with great enthusiasm. I had the opportunity to drive these efforts while at UBS for India and China at the time and we had competition from the likes of ING, Infrared (formerly HSBC), Tishman Speyer, JP Morgan, and local firms like Red Fort, IL&FS and Gaw Capital. The shakeup from the global financial crisis in 2008 was extensive. Most of the bank sponsored fund managers were severely impacted and virtually disappeared. Firms who had strong real estate teams in the opportunistic space were wiped out like Lehman, Whitehall, Merrill Lynch, Citi, or virtually wiped out, like MSREF. Capital began to flow more and more from the emerging markets where wealth had accumulated over the years due to strong commodity markets and trade balances. The birth of large sovereign wealth funds and public pension funds in Malaysia, Korea, China and in all the oil producing nations brought capital to the gateway cities of the world in large quantities. Today, the largest owner of real estate in London is no longer the Queen but the Qatari investment vehicles. All across Europe and North America, some of the best assets are owned by a multitude of institutional investors from the different corners of the world, serving local tenants, businesses and families. Capital is today much more global but real estate is still very much a local business.


Distinguir a excelência

Recognising developments of excellence Os ‘Óscares´ do Imobiliário 2017 contaram com um painel de Finalistas e Vencedores reveladores da excelência do imobiliário nacional. A Cerimónia de entrega dos Prémios decorreu no Palacete do Hotel Tivoli, tendo reunido cerca de 200 individualidades, empresas e associações do sector imobiliário. Na noite de atribuição do Prémio Nacional do Imobiliário, iniciativa que distinguiu os melhores empreendimentos do ano, o Júri de prestígio atribuiu à sede GS1 Portugal o prémio principal de ‘Melhor Empreendimento do Ano’, tendo sido também distinguida na categoria de Escritórios. A categoria de Comércio, que regressou na edição deste ano, premiou o Nova Arcada. Na categoria de Habitação foi o Grande Hotel a arrecadar o prémio; em Equipamentos Colectivos o troféu foi para o Cine-Teatro Capitólio; e no Turismo o vencedor foi o Memmo Príncipe Real. Destaque ainda para o Prémio Reabilitação, uma distinção que existe desde a primeira edição do concurso, que foi para o Palácio do Raio. À margem do concurso, a ADENE – Agência para a Energia entregou uma Menção Honrosa ‘Eficiência Energética de Edifícios’ ao Centro Santander Totta. E foi também distinguido com o Prémio Portugal Sotheby’s International Realty o empreendimento 8 Building. Na edição de 2017, o imobiliário demonstrou uma vez mais a excelência da qualidade dos empreendimentos em foco e a dedicação e sagacidade de todos os profissionais envolvidos, a par de ser a prova viva de este sector encontrar-se definitivamente no radar dos investidores nacionais e internacionais. A realização desta iniciativa só foi possível graças a

um bom número de patrocinadores, apoios e parceiros. Desde logo, a Aguirre Newman, que continuou a ser o Patrocinador Principal, mas também a Portugal Sotheby’s, a Renascimóvel, a Technal e a Bosch Eficiência Energética. O Prémio Nacional do Imobiliário 2017 teve o apoio institucional da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário – CPCI; da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários – APPII; da Associação de Hotéis de Portugal – AHP; e da ADENE – Agência para a Energia. Os principais parceiros, na organização da Gala Final, foram a Tecnovisão e a empresa de decoração Carlos Pissarra. A Comunicação foi da responsabilidade da Agência Green Media e o Media Partner foi o Site ‘Diário Imobiliário’. The Real Estate ‘Oscars’ 2017 boasted a panel of Finalists and Winners who have revealed the excellence of national real estate. The ceremony for delivering the Awards took place at the Palacete of the Hotel Tivoli in Lisbon enjoyed the presence of around 200 individuals, companies and associations from the real estate sector. On the night that the National Real Estate Awards were handed out, ans initiative that distinguishes the best developments of the year, the prestigious Jury attributed the ‘Best Development of the Year’ award to the headquarters of GS1 Portugal, it having also been distinguished in the Offices category. Nova Arcada won in the Commerce category which returned at this year’s edition. It was the Grande Hotel who swept the board in the Housing category; in Community Facilities the

trophy went to Cine-Teatro Capitólio; in Tourism the winner was Memo Príncipe Real. The spotlight also fell on the Rehabilitation Award, a distinction that has existed since the first edition of the competition and which went to the historic Palácio do Raio. On the edges of the competition, ADENE - Agency for Energy attributed the Honorary Mention ‘Buildings Energy Efficiency’ to Centro Santander Totta. Also awarded was the Portugal Sotheby’s International Realty Award to the development 8 Building. At the 2017 edition, real estate showcased yet again the quality excellence of the developments in focus and the dedication and acumen of all professionals involved, as well as being the living proof that this sector is firmly in the sights of national and international investors. This initiative is only possible thanks to a great number of sponsors, supporters and partners. First, Aguirre Newman, which continues to be the Main Sponsor, but also Sotheby’s Portugal, Renascimóvel, Technal, Sapa, Bosch and Eficiência Energética. The National Real Estate Awards 2017 enjoyed the institutional support of the Portuguese Confederation for Construction and Real Estate (CPCI); the Portuguese Association of Real Estate Developers and Investors (APPII); and the Portuguese Hotels Association (AHP); and ADENE - Agency for Energy. The main partners in organizing the Gala Finale were Tecnovisão and the decoration company Carlos Pissarra. The communication was the responsibility of Agência Green Media while the Media Partner is the Site “Diário Imobiliário”.


55 20 MAI/JUN 2017

Joaquim Pereira de Almeida, director Magazine Imobiliário

Paulo Silva, Managing Director Aguirre Newman Portugal

Menção Honrosa ADENE

Prémio Reabilitação Urbana


Prémio Comércio

Prémio Habitação

Prémio Equipamentos Colectivos

Prémio Turismo

Melhor Empreendimento do Ano 2017 / Prémio Escritórios


57 20 MAI/JUN 2017



59 20 MAI/JUN 2017



61 20 MAI/JUN 2017




Bom Gosto

KARE design

Paula Rego

Seis anos após a abertura da sua primeira loja, a marca alemã de decoração e design KARE inaugura um novo espaço no bairro de Campo de Ourique. Com o lema ‘More Taste than Money’, convite a uma ‘revolução’ em casa, na KARE Design é possível encontrar peças originais de mobiliário, iluminação e uma profusão de objectos de decoração a um preço muito apetecível. Six years after opening its first shop, the German décor and design brand KARE has opened a new shop in Lisbon’s Campo de Ourique neighbourhood. Under the motto ‘More Taste than Money’, it marks a ‘revolution’ in the home. At KARE Design it is possible to find original pieces of furniture, lighting and a plethora of decorative objects at a reasonable price.

No âmbito do projecto ‘A Arte chegou ao Colombo’, e dando continuidade a um conjunto de iniciativas de homenagem que se iniciará no País, o Centro Colombo escolheu, para assinalar a 7ª edição desta sua iniciativa cultural, a artista contemporânea Paula Rego, um talento mundialmente conhecido pela riqueza e notoriedade artística e cujos trabalhos irão surpreender, a partir de Junho, todos aqueles que visitarem este espaço. As part of the project ‘Art has arrived at Colombo’, and adding continuity to a raft of tribute initiatives that will start in Paris, the Lisbon shopping centre Centro Colombo has chosen, to mark the 7th edition of its cultural initiative, the contemporary artist Paulo Rego, an internationally recognised talent known for her artistic richness and boldness and whose works will surprise all those who visit this space from June.

Restaurante Maré O restaurante Maré já abriu ao público. Situado em Óbidos, no Praia D’ El Rey Golf & Beach Resort, junto à exclusiva zona dos apartamentos The BeachFront, no restaurante Maré (antigo Argento) apetece ficar sem pressas e apreciar no prato o sabor, a frescura e uma ampla variedade do melhor peixe e marisco que a nossa costa tem diariamente para oferecer, tudo confeccionado sob a mestria do chef Carlos Gonçalves. The Maré restaurant has now opened to the public. Located at the Praia D’El Rey Golf & Beach Resort in Óbidos, next to the exclusive apartments area The BeachFront, at the restaurant Maré (formerly called Argento) you’ll feel like relaxing without pressure and hurry and appreciate the flavour and freshness of a wide variety of the best fish and seafood that our coast daily has to offer, all prepared under the masterful eye of chef Carlos Gonçalves.


Certificação Energética Bosch

Vender ou arrendar casa é um desafio. A Bosch ajuda a resolvê-lo.

www.bosch-certificacao-energetica.pt

Para pedir um orçamento grátis ligue para:

808 100 023

Para arranjar uma solução é sempre necessário identificar o desafio. E é por isso que existe a Certificação Energética Bosch. Para além de identificarmos a classe energética do seu imóvel, ainda o ajudamos a valorizar, vender ou arrendar a sua casa. Tudo isto graças a uma equipa com mais de 60 peritos espalhados pelo país e um avançado serviço de apoio ao cliente com uma linha dedicada. Garantimos ainda a transparência na oferta e a máxima rapidez e facilidade do processo, desde o pedido ao pagamento, com uma entrega do certificado num prazo de 5 dias após a auditoria. Com a Bosch, tudo se torna mais simples.


RE AGENCY ARCHITECTURE ASSET MANAGEMENT VALUATIONS CONSULTANCY PROPERTY MANAGEMENT HOSPITALITY INVESTMENT


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.