Construção Ambiente Turismo
25
SET/OUT 2017 €10
Autárquicas 2017
Corrida eleitoral em tempo de crescimento Local Elections 2017
Race to the polls in times of growth
Porque passam por uma recruta exigente e uma formação contínua, porque trabalham a tempo inteiro exclusivamente na sua zona geográfica, porque são incansáveis na procura da casa certa para cada família e da família certa para cada casa, os Agentes ERA são uma máquina a vender casas.
1
25 SET/OUT 2017
Editorial
Nascem como cogumelos Springing up like mushrooms
Joaquim Pereira de Almeida Director Director
Numa altura particularmente activa no calendário político-económico e quando se aproximam importantes eventos imobiliários nacionais e internacionais é impossível não fazer referência àquilo que é hoje uma evidência, fora de qualquer leitura politizada: Portugal está a crescer a níveis que nunca sucederam este Século, muito acima da média da União Europeia. Para boa parte da opinião pública portuguesa e dos ‘observadores’ isto é uma surpresa absoluta, algo nunca imaginado há dois anos. Pessoalmente, creio que interpreto bem este reacção de admiração. Há razões próximas de grande importância e elas prendem-se, desde logo, em duas dominantes: a ignorância política e a intoxicação dos Media. No nosso ‘cantinho’ ocidental há muito boa gente que só sabe (ou só quer) fazer leituras do comportamento de quem governa com pressupostos político-partidários. Desde o dia em que o actual Executivo tomou posse que acreditei que a sua política não ia ser ‘de esquerda’, no sentido retrógado do termo. António Costa sabia, perfeitamente, que não podia ignorar a Europa e os mercados; mais – o PCP também sabia; mais – o Bloco de Esquerda também sabia. Isso, todos tinham consciência, seria um suicídio. Daqui que essas forças políticas tenham adoptado, desde logo, discursos adequados a cada instante, consoante estivessem a falar para os seus eleitorados ou, no interior de uma qualquer sala, nas conversações à porta fechada. Costa sabia que bastava pôr fim à crueldade com que Passos Coelho e Paulo Portas executaram (e ultrapassaram) o programa da Troika para que o País pudesse respirar um pouco. Uns trocos nas pensões e nas remunerações, uma propaganda adequada e muita agilidade política, com a preciosa ajuda inteligente de Marcelo levaram à actual situação. É evidente que isto deixou a ‘Direita’ a falar sozinha, órfã, triste, agarrada a manuais onde não estava escrito que a política podia ser uma matéria mais elaborada do que o primarismo com que a nossa Comunicação Social a trata. E os donos da Europa tiveram, também, de rever as sebentas gastas das políticas servilistas dos interesses alemães e de outros poderosos, habituados a olhar para os portugueses como gente menor, espécie de cordeirinhos obedientes. Por isso Portugal está a crescer, o desemprego diminui, há quase uma paz social e, regressando aos temas que nos são mais queridos, só há que prosseguir no desenvolvimento de novos projectos imobiliários, turísticos e ambientais que nascem como cogumelos. At a particularly busy time in the political and economic calendar and in the run-up to important
national and international real estate events, it is impossible not to mention what today is obvious, beyond any politicised reading of the situation. Portugal is growing at levels never before seen in this century and well above the European Union average. For a good slice of Portuguese public opinion and “analysts” this has come as a complete surprise, something that was never imagined two years ago. Personally, I believe that I’ve gauged this reaction of admiration right. There are very important reasons close at hand and these immediately have to do with two predominant things: political ignorance and Media overload. In our western ‘corner’ there are very good people who only know how to (or only want to) analyse and comment on the government’s behaviour with party political prejudices. From the day that the current government took power, I believed that its policies would not be “of the left” in the sense of the traditional old left optic of socialist governments of the past. António Costa knew full well that he could not ignore Europe and its markets; moreover - the Portuguese Communist Party - PCP knew it too as did the left-wing Bloco de Esquerda party. Everyone knew that to do do would be suicide. Then these political forces have adopted, from the start, suitable reactions for each and every situation, depending on whether they were talking to their electorate or, behind closed doors in some meeting room. Costa knew that it was enough to put an end to the hysterical and cruel policies that former centre-right PSD Prime Minister Pedro Passos Coelho and his deputy former CDS-PP leader Paulo Portas carried out (going above and beyond what the Troika called for) for the country to be able to breathe a little. Some concessions in pensions and salaries, a suitable political discourse and agility, with the precious and intelligent support of the current Portuguese President Marcelo Rebelo de Sousa, have led to this situation. Obviously this left the “Right” talking to itself; orphaned, sad, clutching onto manifestos in which it wasn’t written that politics could be more complicated and intelligent than the short-sighted superficiality with which the media treats it. And the big shots in Europe too had to review their dog-eared manifestos of policies subservient to German interests and to the interests of the other power brokers used to looking at the Portuguese as inferior people, a type of obedient surfs. That’s why Portugal is growing, unemployment has fallen, the strikes have virtually ended and, returning to topics that are dearer to our hearts, we’re focusing on the pursuit of new real estate, tourist and environmental projects that are springing up like mushrooms.
Summary
Índice Ficha técnica
16
Grande Tema Lead Story
Eleições Autárquicas 2017 Local Elections 2017
4
4º Aniversário da Magazine Imobiliário 4rd Anniversary of Magazine Imobiliário
6
Prémio Personalidade Imobiliário 2017 Real Estate Personality Award 2016
8
Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Chris Graeme
Grafismo Rodrigues Silva Contabilidade Nasceconta Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível na página de internet www. magazineimobiliario.com
Prémio Personalidade Construção 2017 Construction Personality Award 2016
10
Prémio Personalidade Ambiente 2017 Environment Personality Award 2016
12
Prémio Personalidade Turismo 2017 Tourism Personality Award 2016
14
Prémio Personalidade Mérito 2017 Merit Personality Award 2016
50
Atelier
Atelier Broadway Malyan
56
24
Arquitecto Nuno Pais Ministro
Square Meter JPS Group
62
Metro Quadrado
30
Coporgest
36
Fátima Perdigão
42
SIL 2017
46
Quatrecasas, Gonçalves Pereira Advogados
48
Opinião Opinion Millennium bcp
Ventos do Norte
North winds Feel Porto
64
Opinião Opinion Elisabete Soares
66
Do Mundo
International Mondial du Bâtiment
74
Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom
76
Expo Real
EMPREENDIMENTOS DEVELOPMENT
INTENDENTE 57 Com um ambiente renovado, o Intendente é atualmente um dos bairros mais dinâmicos e fervilhantes da cidade, cruzando diferentes perfis, culturas e épocas. O edifício do INTENDENTE 57 mantém a fachada pombalina e distribui pelos 6 pisos, 51 apartamentos de tipologias T1 e T2, com áreas brutas entre 50 e 170m2. With a refurbished look, Intendente is one of the most dynamic and bustling areas of the city, connecting different profiles, cultures and areas. INTENDENTE 57 building kept the “Pombalino” façade and stands on 6 floors and is comprised by 51 apartments from T1 - T2, with areas ranging between 50 and 170 sqm. Preços de lançamento a partir de 215.000 € | Launch prices from € 215,000
A M I 6 1 8 2 | Q U I N T E L A & P E N A LVA A S S O C I A D O S - S O C I E D A D E D E M E D I A Ç Ã O I M O B I L I Á R I A L D A
geral@quintelaepenalva.pt
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w w w. q u i nt e l a e p e n a l va . p t
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facebook.com/quintelaepenalva
RESIDENCIAL RESIDENTIAL
ESTORIL Moradia mesmo em frente ao mar, considerada Património Cultural e Arquitectónico Português, assinado em 1909 pelo arquiteto Raul Lino. Composta por 7 quartos, jardim e grande terraço em 600m2 de área bruta. This sea front, cultural and Portuguese architertural Heritage, signed by Raul Lino in 1909 is composed of 7 bedrooms, garden and large terrace with a gross area of 600sqm. Ref: MOR11134
4.º Aniversário
Quem acreditou há quatro anos? Who would have believed it four years ago? C
M
Y
Cansamo-nos de repetir, a todos os níveis e em todas as circunstâncias, que não praticamos o auto-elogio. Mas, neste espaço, e porque sabemos que estamos a comunicar com uma audiência cuja dimensão nem referimos, precisávamos de passar uma mensagem: A Magazine Imobiliário saiu, pela primeira vez, em Setembro de 2013. Em plena crise, com a Troika a governar Portugal. O título de capa da sua primeira edição dizia – ‘Luz ao fundo do túnel’. E, em quatro anos, tornou-se uma referência incontornável, graças, em primeiro lugar a quem a lê – e ela é lida um pouco em todo o Mundo – e graças à pequena mas irreverente, competente e motivada equipa que a faz. A empresa que a edita, as ‘Palavras Aliadas’, não está ligada a nenhum grupo editorial/económico/político. Cerca de 1400 dias depois de ter sido criada, vive tranquila e sempre a investir. Vivemos porque somos lidos, logo quem quer estar connosco investe, participa, colabora e os resultados deixam adivinhar um futuro tranquilo. Nunca nos pusemos ‘em bicos dos pés’ e jamais nos preocupámos com a ‘concorrência’, mas, como somos jornalistas estamos sempre atentos a tudo o que mexe. Em Portugal e no estrangeiro. Sobretudo fora de fronteiras. Daí que vos enviemos, nesta data, um convite especial: estimado leitor, a nossa/vossa revista está em Festa, celebre connosco. A bonita e digna cerimónia das Personalidades do Ano que organizamos este ano, uma vez mais, enaltece, tal como na primeira vez, figuras de um inestimável prestígio. Muito obrigado, obrigado parceiros de caminhada e, uma vez mais, obrigado a si que nos lê e atura.
We’ve said it again and again, at all levels and circumstances that we don’t do self-praise. But, within these pages, and because we know we’re communicating with an audience whose dimension we’re not even mentioning, we need to pass on a message. Magazine Imobiliário was published for the first time in September 2013. Right in the crisis and when the Troika was governing Portugal. The cover headline on the first issue was - “Light at the end of the tunnel”. And, in four years, it became an undeniable reference, thanks, firstly to our readers -and it’s read all over the world - and thanks to the small but irreverent, competent and motivated team that it comprises. The company that publishes it, “Palavras Aliadas”, isn’t linked to any editorial, economic or political group. Around 1400 days after being created, we’re in calm waters and with no shortage of investors. We survive because we’re read and those who want to be with us invest, participate, collaborate and the results allow us to predict a secure future. We’ve never bitten off more than we can chew and have never worried about the competition, but since we’re journalists we’re always aware of what’s going on. Both in Portugal and abroad. Particularly abroad. So, on the special date of our anniversary we’re sending out a special invitation: dear reader, our/your magazine is celebrating, celebrate with us. The dignified and wonderful ceremony Personalities of the Year that we organised this year once again placed the spotlight on figures of immeasurable prestige just like it did the first time. Thanks a lot, thanks to our partners that accompanied us along the way, and once again thank you for reading and putting up with us.
Joaquim Pereira de Almeida
Joaquim Pereira de Almeida
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Premiados 6 25 SET/OUT 2017
Prémio Personalidade Imobiliário 2017 Real Estate Personality Award 2017
Gilberto Jordan
7
25 SET/OUT 2017
Gilberto Frederico von Liechtenstein Jordan nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, a 28 de Agosto de 1961. Embora seja um cidadão português, brasileiro e do Liechtenstein, a realidade é que acaba por ser um ‘cidadão do mundo’. Na sua escolaridade passou pela Argentina, Liechtenstein, Portugal, Estados Unidos da América e Brasil. Hoje fala fluentemente português, inglês, alemão, espanhol e francês. Aliás, o seu percurso profissional começou precisamente na qualidade de professor de alemão e inglês na Berlitz School of Languages, no Rio de Janeiro. Mas Portugal entrou, em pouco tempo, no seu horizonte profissional. Primeiro na Planal, empresa proprietária e gestora da Quinta do Lago, no Algarve, depois na agência de publicidade Planarte, na Invesplano – Promoção e Investimentos Imobiliários e no Banco Comercial Português. Adquiriu grande notoriedade como administrador da Lusotur, empresa proprietária e gestora da Vilamoura, no Algarve, um empreendimento imobiliário com 1.750 hectares; bem como da Planbelas, empresa promotora e gestora do Belas Clube de Campo com 500 hectares, de que é actualmente presidente do Conselho de Administração. Actualmente é membro de prestigiadas entidades, como do RICS – Royal Institution of Chartered Surveyors, da APPII - Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários ou da ULI Urban Land Institute, só para citar algumas. O ambiente e a sustentabilidade têm sido também o ethos da sua vida, tendo estado envolvido com entidades como a Green Globe, de Londres; a CENA – Centro de Estudos da Natureza e do Ambiente, Vilamoura; ou AREAL – Agência Regional de Energia e Ambiente do Algarve. Aliás, a Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente já atribuiu a Gilberto Jordan a Menção Honrosa do Prémio Ambiental ‘Fernando Pereira’. Personalidade incontornável do imobiliário nacional e internacional, Gilberto Jordan foi agraciado na sua vida com diversas distinções, destacando-se, mais recentemente, a Ordem de Mérito Naval – Grau de Comendador conferida pela República Federativa do Brasil, ou a Ordem de Mérito Turístico – Medalha de Prata concedida pelo Governo português.
Gilberto Frederico von Liechtenstein Jordan was born in Rio de Janeiro, Brazil, on 28 August 1961. Although a Portuguese, Brazilian and Lichtenstein citizen, in reality he has become a ‘citizen of the world’. During his school years he passed through Argentina, Lichtenstein, Portugal, the United States and Brazil. Today he fluently speaks Portuguese, English, German, Spanish and French. Moreover, his career actually began as a German and English teacher at the Berlitz School of Languages, in Rio de Janeiro. But Portugal soon came onto his professional horizon. First at Planal, the firm which owned and managed Quinta do Lago, in the Algarve, then at the advertising agency Planarte, at Invesplano Promoção e Investimentos Imobiliários and at the Banco Comercial Português. He became well known as the CEO of Lusotur, the company which owned and managed Vilamoura in the Algarve, a 1,750 hectares real estate development; as well as Planbelas, the development and management company of the 500 hectares Belas Clube de Campo, for which he is currently Chairman of the Board of Directors. He is currently a member of prestigious entities such as RICS - Royal Institution of Chartered Surveyors, of the Portuguese Association of Real Estate Developers and Investors (APPII) and the ULI - Urban Land Institute, just to name a few. The environment and sustainability have also been the ethos of his life, having been involved with entities such as Green Globe, London, CENA - Centre for Nature Studies and the Environment, Vilamoura; and AREAL - Algarve Regional Energy and Environment Agency. Moreover, the Portuguese Confederation of Associations in Defence of the Environment has awarded Gilberto Jordan an Honorary Mention for the ‘Fernando Pereira’ Environmental Award. An essential personality on the national and international real estate landscape, Gilberto Jordan has already been awarded a wide array of distinctions, notably and more recently the Naval Order of Merit - Commander, conferred by the Federal Republic of Brazil and the Order of Tourism Merit - Silver Medal, granted by the Portuguese government.
Premiados 8 25 SET/OUT 2017
Prémio Personalidade Construção 2017 Construction Personality Award 2017
José Carlos Mateus Bigode
9
25 SET/OUT 2017
É uma figura singular, daquelas pessoas que não deixam ninguém indiferente. José Carlos Mateus Bigode nasceu a 10 de Março de 1952. No mundo da construção em Portugal e nomeadamente na de alta qualidade é uma autêntica referência. Há quem lhe chame ‘o senhor vidro’ e provavelmente ele não leva a mal a expressão. Ligado, há mais de 40 anos, à poderosa Saint-Gobain Glass é o homem que todos os arquitectos e empreiteiros chamam quando os seus projectos envolvem soluções que passam, muito, pelo Vidro, e em particular, por ‘vidros especiais’. Dai que Carlos Bigode, que assume, até com algum orgulho, que tem apenas o quinto ano “do antigo Curso Industrial” seja uma espécie de ‘bombeiro’. É a solução quando ela parece não existir. Conhece todos os principais arquitectos portugueses, é orador frequente em conferências universitárias, tem, para além disso, uma forma de estar rara, com um humor demolidor. Melómano absoluto, sabe tudo sobre o seu trabalho e é um conversador nato. Pode bem dizer-se que o seu nome já consta da história da moderna construção civil portuguesa.
He is an extraordinary figure who leaves no one indifferent. José Carlos Mateus Bigode was born on 10 March 1952. In the Portuguese world of construction, particularly in the high quality segment, he has set a benchmark. There are those who call him “the glass man” and he probably doesn’t mind being called that. For over 40 years linked to the powerful Saint-Gobain Glass he is the man which all architects and builders call upon when their projects involve solutions requiring a lot of glass, and in particular, “special types of glass”. From that, Carlos Bigode, who admits - although with some pride - that he only studied as far as the fifth grade in the “former Industrial Course” says he is a kind of fireman. Providing a solution when none appears to exist. He knows all the leading Portuguese architects, he’s a frequent speaker at university conferences and in addition to this has a rare way of being and a wicked sense of humour. Absolutely music mad, he knows everything there is to know about his work and is a born conversationalist. And it can be said with firm certainty that his name is inextricably linked with Portuguese contemporary civil construction.
Premiados 10 25 SET/OUT 2017
Prémio Personalidade Ambiente 2017 Environment Personality Award 2017
Mário Ruivo
11 25 SET/OUT 2017
Mário Ruivo (1927-2017) é reconhecido como um dos pais do novo regime do Oceano. Dedicou-se à investigação, ao ensino, à promoção da cooperação em assuntos do mar e sensibilização de governos e opiniões públicas a uma governação responsável do Oceano. É referido como “grande embaixador das políticas dos oceanos”. Nascido em Campo Maior, só aos sete anos veria o mar. Frequentou o ensino primário em Borba, o liceu em Évora, tendo entrado na Faculdade de Ciências de Lisboa para estudar Biologia. Envolvido no movimento associativo e no MUD Juvenil, confrontado com o bloqueio da sua carreira académica por motivos políticos, prosseguiria a actividade de investigação em França. Regressaria a Portugal para desenvolver investigações sobre o bacalhau, entre 1954-1960, no quadro do Instituto de Biologia Marítima: meses a fio, partiu, a bordo de lugres e do navio-hospital Gil Eanes em direcção ao Atlântico Norte. No início dos anos 60, a sua participação na oposição ao regime de novo o obrigou a sair do país. Em Roma, esteve ao serviço da FAO/Nações Unidas, onde foi director da Divisão de Recursos e Ambiente Aquático (1961-1974), ao mesmo tempo que continuava envolvido no movimento pela democratização da sociedade portuguesa. Regressou a Portugal logo a 27 de Abril de 1974. Secretário de Estado das Pescas (2º a 4º governos provisórios) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (5º governo provisório). Entre 1974 e 1979 presidiu à Delegação de Portugal à IIIª Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. De novo em Portugal, foi Conselheiro Científico da EXPO’98. Mário Ruivo foi o primeiro Presidente do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, sendo o seu mandato renovado até 2017. Foi agraciado com ordens honoríficas nacionais e estrangeiras e outras distinções e prémios. Segundo palavras do próprio, “o meu interesse pelo mar foi, em grande parte, motivado pelo desejo de melhor entender o comportamento da nossa espécie face à Natureza” e de “contribuir para uma gestão adequada deste common”. “Sem conhecimento e sem tecnologia o bicho homem no meio marinho é cego, surdo e mudo”, dizia. Mário Ruivo (1927-2017) is recognised as one of the fathers of the new Oceano institution. Dedicated to research, education, and the promotion of cooperation in marine matters, it was set up
to make governments and public opinion aware of a sustainable governance of the Ocean. He is referred to as the “great ambassador for ocean policies”. Born in Campo Maior, at the tender age of seven he already had is eyes on the sea. He went to primary school in Borba, secondary school in Évora, and studied Biology at Lisbon University at the Faculty of Sciences. Involved with the junior wing of the anti-Salazar associational movement MUD ( Democratic Unity Movement), he found his academic career blocked for political reasons and pursued his research studies in France. He would return to Portugal to develop research into North Atlantic Codfish (Bacalhau), and between 1954-1960, was part of the staff at the Institute of Marine Biology (Instituto de Biologia Marítima): for months on end he was on the hospital ship Gil Eanes headed for the North Atlantic. At the start of the 60s, his activities in opposing the Salazar regime once again forced him to leave Portugal. In Rome, he was at the service of the United Nations Food & Agriculture Organisation, where he was director of the Aquatic Environment and Resources Division (1961-1974), at the same time that he continued to be involved in the movement dedicated to the democratisation of Portuguese society. He returned to Portugal after the Carnation Revolution on 27 April, 1974. He served as the Secretary of State for Fisheries (2nd and 4th Provisional Governments) and the Minister for Foreign Affairs (5th Provisional Government). Between 1974 and 1979 he formed part of the Portuguese Delegation to the IIIrd Conference of the United Nations on Ocean and Law of the Sea. Back in Portugal he was the Scientific Advisor for the Lisbon-hosted international world exposition EXPO’98. Mário Ruivo was the first National Chairman of the National Council for the Environment and Sustainable Development and saw his term renewed to 2017. He has been showered with national and international honorary decorations and other distinctions and awards. In his own words, “my interest in the sea was to a great extent motivated by a desire to better understand our species behaviour towards Nature” and to “contribute towards a “suitable management of this common resource”. “Without knowledge and technology the human in the marine environment is blind, deaf and dumb”, he would say.
Premiados 12 25 SET/OUT 2017
PrĂŠmio Personalidade Turismo 2017 Tourism Personality Award 2017
Eduardo Abreu
13 25 SET/OUT 2017
Eduardo Luís Gonçalves Faria de Abreu nasceu em 1971. O seu nome é associado, desde logo, aos destinos da neoturis, empresa de consultoria, estratégica e de negócio, direccionada exclusivamente para o sector do Turismo e Lazer, na qual é actualmente sócio-gerente e consultor. Mas o seu jovem percurso foi marcado por outros importantes momentos. No seu trajecto profissional deixou a sua impressão digital em empresas como a Horwath Consulting e Deloitte Consulting na qualidade de consultor. Coordenou e integrou equipas associadas à conceptualização e desenvolvimento de projectos como o Aquapura, Parque Alqueva, L’and & Vineyards, Bom Sucesso ou o Tróia Resort. E na sua lista de projectos constam das mais conceituadas entidades, como Turismo de Portugal, Grupo André Jordan, Amorim Turismo, Espírito Santo ou Sonae, assim como as principais instituições financeiras nacionais. A sua experiência já extravasou as fronteiras portuguesas e chegou a Espanha, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Angola e Marrocos. Licenciado em Gestão e Planeamento em Turismo pela Universidade de Aveiro, nunca deixou de querer aprender e saber mais. Essa sede por conhecimento levou-o a cursar Consultoria de Gestão e Auditoria Financeira no ISCTE e Finanças Empresariais na Universidade Católica Portuguesa. Eduardo Abreu é membro do European Resort and Hotel Council do Urban Land Institute (ULI), tendo participado, como orador, em conferências sobre o sector em Portugal, Grécia, Namíbia e Brasil.
Eduardo Luís Gonçalves Faria de Abreu was born in 1971. His name is immediately linked to the fortunes of neoturis, the consulting, strategic and business planning firm which concentrates exclusively on the Tourism and Leisure sector and for which he is currently the managing partner and consultant. But in his youth his career was marked by other important milestones. Through his career he left his mark on companies such as Horwath Consulting and Deloitte Consulting as a consultant. He coordinated and integrated teams associated with the conceptualisation and development of projects such as Aquapura, Parque Alqueva, L’and & Vineyards, Bom Sucesso and Troia Resort. And on his list of projects are the most high-profile entities like Turismo de Portuguese Tourism Bureau (Turismo de Portugal), the André Jordan Group, Amorim Turismo, Espírito Santo or Sonae, as well as the main national financial institutions. His experience has already passed beyond Portuguese borders and has made its mark in Spain, Brazil, Cape Verde, Mozambique, Angola and Morocco. With a degree in Tourism Management and Planning from the University of Aveiro, he never stopped wanting to learn and discover more. This thirst for knowledge led him to take a course in Financial Auditing and Management Consultancy at ISCTE and Corporate Finances at the Universidade Católica Portuguesa. Eduardo Abreu is a member of the European Resort and Hotel Council of the Urban Land Institute (ULI), having been a speaker at conferences about the sector in Portugal, Greece, Namibia and Brazil.
Premiados 14 25 SET/OUT 2017
Prémio Personalidade Mérito 2017 Merit Personality Award 2017
Rui Ramos Loza
15 25 SET/OUT 2017
Rui Ramos Loza nasceu em 1949. Licenciado na ESBAL - Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, iniciou a sua actividade profissional como arquitecto no GAT - Gabinete de Apoio Técnico de Lamego. Transferiu-se depois para a CCRN - Comissão de Coordenação da Região do Norte, onde se dedicou às áreas do Ordenamento do Território e do Ambiente. Ao longo dos anos tornou-se num especialista em Reabilitação Urbana. Primeiro, enquanto director do CRUARB - Projecto Municipal para a Reabilitação Urbana do Centro Histórico do Porto; depois, na qualidade de director da Delegação do Porto do IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana; e ainda como administrador da Porto Vivo – SRU, Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense. Em destaque no seu curriculum vitae está a sua participação na Direcção da ADDICT - Agência para o Desenvolvimento do Cluster das Indústrias Criativas do Norte de Portugal e a sua representação em nome de Portugal no comité de peritos da UNECE - United Nations Economic Committee for Europe sobre Habitação Sustentável, Saudável e Económica. Mas ninguém esquece o seu papel na coordenação do processo de candidatura do Centro Histórico do Porto à inclusão na Lista do Património Mundial da UNESCO e da sua liderança no Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto - Património Mundial. É presentemente administrador, não executivo, da Porto Vivo – SRU, e vereador do pelouro do Urbanismo na Câmara Municipal do Porto. A sua experiência e conhecimentos levaram-no a ser coordenador e professor convidado de diferentes cursos em diferentes universidades de prestígio, tendo adquirido o grau de Investigador com o seu Doutoramento em ‘Problemas da Arquitectura’, na Universidade de Valladolid, em Espanha. É autor de numerosos planos e projectos de Arquitectura e de Urbanismo e de dezenas de artigos, comunicações e conferências que fazem com que hoje seja reconhecido como um ‘expert’ em Cidade, Arquitectura e Reabilitação Urbana. Rui Ramos Loza was born in 1949. Graduated from ESBAL - Lisbon Fine Arts College (Escola Superior
de Belas Artes de Lisboa), he began is career as an architect at GAT - Lamego Technical Support Office (Gabinete de Apoio Técnico de Lamego). He then moved to CCRN - Coordinating Commission for the North Region (Comissão de Coordenação da Região do Norte). Over the years he became a specialist in Urban Rehabilitation. First, as director of CRUARB - Municipal Project for the Urban Rehabilitation for the Historic Centre of Porto (Projecto Municipal para a Reabilitação Urbana do Centro Histórico do Porto); then as director of the Porto Delegation of the IHRU - Institute of Housing and Urban Rehabilitation (Delegação do Porto do IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana); and also as the CEO of Porto Vivo - SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense (Porto Vivo - SRU, Downtown Porto Urban Rehabilitation Company). Highlighted on his curriculum vitae is his seat on the board of ADDICT - Agency for the Development of the North of Portugal Creative Industries Cluster (Agência para o Desenvolvimento do Cluster das Indústrias Criativas do Norte de Portugal) and representing Portugal on the Committee of Experts for UNECE - United Nations Economic Committee for Europe on Sustainable, Healthy and Economic Housing. But who can forget his role in the coordinating process for the candidacy of the Historic Centre of Porto for its inclusion on the UNESCO World Heritage List and his leadership on the Historic Centre of Porto Management Plan - World Heritage. He is currently the Non-Executive Director of Porto Vivo - SRU, and executive officer for Urban Planning for Porto Municipal Council. His experience and knowledge has led him to be the coordinator and visiting lecturer for different courses at different prestigious universities, having been awarded the title of Researcher with his Phd in ‘Architectural Problems’ at the University of Valladolid, in Spain. He is the author of numerous Architecture and Urban Planning plans and projects and dozens of articles, papers and conferences so that today he is recognised as an expert on City, Architecture and Urban Rehabilitation.
Capa 16 25 SET/OUT 2017
Velhas novidades autárquicas
Eleições diferentes para novos desafios New approaches to old local government
Different elections for fresh challenges
17 25 SET/OUT 2017
Portugal vai a votos no dia 1 de Outubro. Os cidadãos portugueses carregam um importante peso sobre os seus ombros, pois na hora de escolher os seus autarcas sabem que vão colocar a cruz sobre aqueles que interferem de forma mais directa nas suas vidas. Portugal goes to the ballot box in the local elections on 1 October. Portuguese citizens carry an important responsibility on their shoulders, for when the time comes to elect their local government councillors, they know they’ll place a heavy cross on those who act directly on their lives.
Texto Text: Carla Celestino
Embora a campanha eleitoral só decorra entre 19 e 29 de Setembro, a realidade é que os candidatos já muito antes saíram à rua e, entre feiras e festivais, lá vão explicando por que razão o eleitorado deve votar neles. O movimento das cadeiras também já começou. Muitos rostos novos, outros que regressam do passado, como é o caso de Isaltino Morais (Oeiras), Valentim Loureiro (Gondomar) ou Narciso Miranda (Matosinhos), e outros ainda que se mudam de malas e bagagens de um concelho para outro, tal é o caso, só para citar alguns, de Joaquim Raposo que troca a Amadora por Oeiras ou de Fernando Seara que passa de Sintra para Odivelas. E depois há também os cerca de 50 deputados que se candidatam nestas eleições e que, em plena campanha, vão deixar a Assembleia da República a funcionar a ‘meio-gás’. Este escrutínio poderá ultrapassar os mais de 80 candidatos independentes registados em 2013. Em declarações à Magazine Imobiliário, o presidente da Associação Nacional Movimentos Autárquicos Independentes - AMAI, Aurélio Ferreira, diz acreditar que o número de candidatos “poderá ser mais de 100, dado a receptividade que a AMAI tem estado a ter sobre candidaturas independentes”. A confirmar-se, será o maior número de independentes de sempre. Estas poderiam ser também as eleições com a maior participação de mulheres mas a alteração à lei da paridade, que determina que as listas para “as autarquias locais são compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos”, só entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2018.
Os cartazes de propaganda política já estão colocados em cada parede e em cada rotunda. Nem sempre claros e por vezes caricatos, mostram o rosto dos candidatos e a máxima que os move a querer estar à frente dos destinos de uma determinada região do País. Alguns dos slogans não resistimos a partilhar, até porque já correm nas redes sociais, como o do candidato João Patrocínio que diz “A melhor p’Almada”; da candidata Salomé Castanheira que afirma: “Eu sou a Cris mas podes chamar-me Salomé”; ou da versão de José Carlos Rendeiro, de Vila Pouca de Aguiar, da canção deste Verão ‘Despacito’. Há quem diga também que já estão em curso jogadas de bastidores e a escassos meses das urnas surgem polémicas para assombrar candidatos, basta referir o caso ‘Selminho’ no Porto ou a investigação do Departamento de Investigação e Acção Penal - DIAP a obras urbanísticas em Lisboa. Mas esta não é uma campanha para ser levada de ‘ânimo leve’, até porque para 2018 está agendada a descentralização de competências que coloca novos desafios às autarquias.
Poder público local Um veterano nas andanças autárquicas e actualmente deputado do Parlamento Europeu, Fernando Ruas considera que este “patamar de Poder” tem tido, ao longo dos anos, “a capacidade de democratizar o investimento público”, ficando-se com “a convicção que sem autarquias haveria uma parte significativa do território onde não chegava qualquer obra da Administração Central”. Para o eurodeputado a “notória infra-estruturação do País e a melhoria visível das condições
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de vida dos cidadãos tem a marca indelével das autarquias”. Mas essa marca tem vindo a mudar ao longo dos tempos. O perfil de presidente da câmara ou da junta passou de político para gestor e as suas preocupações e orçamentos passaram de meramente económicos para estruturais, urbanísticos, sociais, culturais, desportivos, ambientais… Independentemente de quem vai sair, entrar ou continuar à frente da cadeira do poder local, é expectável que o País fique em suspenso até que a ‘geringonça’ das autarquias comece a entrar na sua engrenagem. No que diz respeito aos sectores da construção e do imobiliário é provável que haja atrasos quer nos licenciamentos, quer na aprovação e execução de projectos. Ainda assim, as principais consultoras imobiliárias a operar no País são unânimes, até ao final do ano, com ou sem eleições, estão previstos mais de 1.500 milhões de euros de potenciais negócios.
Centros mais históricos e dinâmicos Nos últimos anos, uma das bandeiras das campanhas eleitorais tem sido precisamente a defesa da recuperação e revitalização dos centros históricos. Para uns tem sido bem ‘hasteada’, enquanto para outros ainda falta um longo caminho até se chegar a essa realidade em todos os municípios do País. Para o presidente da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico - AMPCH, Victor Mendes, a defesa dos centros históricos resulta,
em parte, “da acção valorizadora que, em cada época, é exercida pelos municípios e por outras entidades no que toca à preservação/construção para a fruição do património”. Quando questionado sobre os impactos nos centros históricos portugueses de determinadas medidas implementadas - como as alterações à Lei do Arrendamento e da Reabilitação Urbana ou do Imposto Municipal sobre Imóveis -, recorda que o “que vale para Lisboa, neste e noutros domínios, não se aplica às cidades e vilas de média e de pequena dimensão”. E as mesmas resumem-se a “um problema de equilíbrio”: entre “os legítimos interesses dos proprietários e certas necessidades de protecção social”; entre “a captação de investimentos e a essencial salvaguarda dos valores patrimoniais materiais e imateriais”; entre “o modo de viver, de trabalhar, de habitar e de promover os centros históricos e todas as implicações logísticas da vida moderna”; e entre “os desafios do turismo e a vida da comunidade”. Victor Mendes recordou ainda que esta associação nasceu em 1988, numa altura em que “pouco se falava em Centros Históricos”. Hoje, “o assunto está na ordem do dia, creio que em boa parte graças aos esforços dos municípios portugueses”.
Descentralizar competências O Conselho de Ministros aprovou uma proposta de lei que estabelece a transferência de competências do Estado Central para as autarquias locais e entidades municipais, tendo como horizonte de conclusão 2021.
Sem autarquias haveria uma parte significativa do território onde não chegava qualquer obra da Administração Central. Without local councils there would be a significant part of the territory where there wouldn’t be any project from Central Government.
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As autarquias são um modelo de boa gestão das finanças públicas. Local councils are a model of good public financial management.
Esta proposta prevê a definição de um mecanismo para a redistribuição de competências, de meios financeiros e de recursos humanos, e contempla o alargamento da participação das autarquias nos domínios da educação, da saúde, da acção social, dos transportes, da cultura, da habitação, da protecção civil, do policiamento de proximidade, das áreas portuárias e marítimas, do cadastro rústico e da gestão florestal. Para o eurodeputado Fernando Ruas este “é sem dúvida o caminho indicado” mas só “se o processo for conduzido de forma correcta”. O problema é que, na sua opinião, “não é isso que está a acontecer no nosso País, onde os autarcas se queixam de não serem devidamente envolvidos e de os documentos relevantes chegarem tarde ao seu conhecimento para análise e contribuição posterior”. Para Fernando Ruas, “uma verdadeira descentralização de competências deve preencher, especificamente, duas condições: que seja melhor exercido pela entidade que a recebe e que a mochila financeira acompanhe a competência a transferir”. Pois, como enfatiza, “se for um processo apenas para cumprir um compromisso eleitoral ou se for para o Estado Central se livrar de tarefas mais difíceis e problemáticas, então o processo estará claramente votado ao fracasso”. Independentemente dos caminhos que vão ser seguidos ou desvios que esta proposta possa vir a ter, segundo o ministro-adjunto Eduardo Cabrita, em declarações à imprensa, todo este processo visa “uma melhor eficiência e eficácia dos serviços públicos prestados a cidadãos e o aumento
de participação das autarquias na gestão dos recursos públicos”. Recorde-se que, no final do ano passado, na Assembleia da República, o Primeiro-Ministro António Costa, afirmou que “as autarquias são um modelo de boa gestão das finanças públicas”, defendendo que “a melhor forma de celebrarmos os 40 anos do poder local democrático, é assumirmos a descentralização como a pedra angular da reforma do Estado”. Although the election campaign only runs between 19 and 29 of September, the reality is that the candidates have been explaining at fairs and festivals why the electorate should vote for them well before they begin knocking on people’s doors. The game of musical chairs has already begun. Lots of fresh faces, others that have reappeared from the past, such as Isaltino Morais (Oeiras), Valentim Loureiro (Gondomar) or Narciso Miranda (Matosinhos), and others still who have packed their bags and moved from one council district to another, as in the case with - to cite some examples - Joaquim Raposo, who swapped Amadora for Oeiras or Fernando Seara from Sintra to Odivelas. And then there are the around 50 Portuguese MPs who stand in these elections and who, right in the middle of the campaign, will quit the Portuguese parliament (Assembleia da República) and leave it operating at half-steam. This ballot could exceed the 80 or more independent candidates registered in 2013. In statements to Magazine Imobiliário, the President of the National Movement for Independent Local Council-
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Em 1988 pouco se falava em Centros Históricos. Hoje, o assunto está na ordem do dia, em boa parte graças aos esforços dos municípios portugueses. In 1988 a few people spoke about Historic Centres. Today, the matter is on the table in large measure to the efforts made by Portuguese local councils.
lors (Associação Nacional Movimentos Autárquicos Independentes - AMAI), Aurélio Ferreira, says he believes that “there could be over 100, given the feedback that the AMAI has been getting on independent candidates”. What is confirmed is that it will be the highest number of independents ever. These could also well be the elections with the greatest participation of women but the change in the parity law, which determines that the lists for “local elections are composed in a way so as to ensure the minimum representation of 33% of each one of the sexes”, only comes into force on 1 January 2018. The political propaganda election boards have been pasted on each wall and at each roundabout. Not always clear and at times ridiculous, they show the face of the candidates and the slogans that motivate them to want to be in front of the destinies of a specific region of Portugal. Some of the slogans we couldn’t resist sharing, since they have already run the gauntlet on social networks, as in the case of João Patrocínio that
states “A melhor p’Almada” (a play on ‘for Almada’ and the Portuguese word ‘palmada’ which means ‘spanking’ (the best spanking!); or from the candidate Salomé Castanheira who states: “I’m Cris but you can call me Salomé” (“Eu sou a Cris mas podes chamar-me Salomé” (Because there are two candidates called Salomé); or the version from candidate José Carlos Rendeiro, standing for Vila Pouca de Aguiar, who used this summer’s big international Latin music hit ‘Despacito’ for his video promotion but it has backfired because of the word pun (Despacito) ‘Incapable’. There are also those who say that games are underway behind the scenes and that a few short months before the ballot boxes open there are controversies haunting some candidates. One only has to mention ‘Selminho’ in Porto or the investigation by the Portuguese Criminal Investigation Department (Departamento de Investigação e Acção Penal - DIAP) into urban building works in Lisbon. But this is not a campaign to be taken lightly, because for 2018 the decentralisation of powers is
planned which will provide fresh challenges for local councils and their councillors.
Local public power One veteran of local council elections is the current EU MP, Fernando Ruas who considers that this “level of power” has over the years had “the capacity to democratise public investment”, and with the conviction that “without local councils there would be a significant part of the territory where there wouldn’t be any project from Central Government”. For the Euro MP the “country’s remarkable infrastructure and visible improvement in the lives of its citizens has the indelible hallmark of local municipal and district councils”. But this brand has been changing over time. The profile of the local mayor or parish council leader has passed from politician to manager and their concerns and budgets have gone from being just economic to structural, urban, social, cultural, sports, environmental ... Irrespective of who will be out, in or continue to sit in the mayor’s seat of local government, it is reasonable to expect
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that the country’s will be in a state of suspense until the various party and independent councillors begin negotiating with one another to cobble together support for policies and projects. As to the construction and real estate sectors, it is probable that there will be delays in granting planning permission licenses. Nevertheless, the main real estate consultants operating in the country all agree one one thing: by the end of the year, with or without elections, more than 1.5 billion euro of potential business investment is expected.
More historic and dynamic centres In recent years, one of the electoral campaign banners has precisely been in defence of the regeneration and revitalisation of historic centres. For some they have been well “hung”, while for others there is still a long way to go for this reality to reach all the local councils in Portugal. For the President of the Portuguese Association of Municipalities with Historic Centres (Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico - AMPCH), Victor Mendes, the defence
of historic centres is partly as a result of “value awareness campaigns which, in each season, are carried out by municipal councils and other entities regarding heritage conservation/construction”. When quizzed on the impacts for Portuguese historic centres of specific measures implemented - such as changes to the Rental Law, Urban rehabilitation or the Municipal Property Tax -, he recalls that “what’s important for Lisbon, in this and other domains, doesn’t apply to small and medium-size cities and towns”. And the same can be distilled into “a problem of balance”: between “the legitimate interests of the proprietors and certain social protection needs”; between the “attraction of investment and the essential safeguarding of material and intangible heritage values”; between “lifestyle, ways of working, living and developing and promoting historic centres and all this logistically implies for modern life”; and between the “challenges of tourism and community life”. Victor Mendes also recalls that this association started in 1988 at a time when few people spoke
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about Historic Centres”. Today, “the matter is on the table, I think in large measure to the efforts made by Portuguese local councils”.
Devolving powers The Portuguese Council of Ministers has approved a white paper that lays down the transfer of powers from Central Government to district municipal and local councils and entities, with a completion date set for 2021. This proposal foresees the definition of a mechanism for the redistribution of skills, financial and human resources and envisages a greater participation of local councils in areas of education, health, social welfare, transport, culture, housing, civil protection, community policing, ports, rural registers and forest management. For EU MP Fernando Ruas this is “without doubt the right path to take” but only if the “process is conducted in the right way”. The problem is that, in his opinion, “this isn’t what’s happening in Portugal, where local councils complain that they are not being properly involved and the relevant documents arrive too late for them to be properly studied and later reviewed.” Fernando Ruas says that
a “proper devolution of powers should specifically fulfill two conditions: that they are better carried out by the entity that receives them and that the appropriate funds are made available with the powers being transferred”. Indeed, he emphasizes “if it were simply just a process of fulfilling electoral promises or Central Government passing the buck on more difficult and problematic tasks, then the process will clearly be consigned to failure”. Regardless of the paths to be taken or diversions that this proposal may take, according to the minister of State Eduardo Cabrita, in statements to the press, this entire process envisages “a greater efficiency in public services supplied to citizens and an increase in local government participation in managing public resources”. It will be recalled that at the end of last year, in the Portuguese parliament (Assembleia da República), the Prime Minister António Costa, stated that the “local councils are a model of good public financial management”, arguing that “the best way of celebrating 40 years of local democratic power is to accept that devolution of central government powers is the cornerstone of Portuguese state reform”.
A melhor forma de celebrarmos os 40 anos do poder local democrático, é assumirmos a descentralização como a pedra angular da reforma do Estado. The best way of celebrating 40 years of local democratic power is to accept that devolution of central government powers is the cornerstone of Portuguese state reform.
Metro Quadrado 24 25 SET/OUT 2017
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Sky City 25 SET/OUT 2017
Resposta prime Ă procura exigente A prime product for discerning clients
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JPS Group O JPS Group tem andado nas ‘bocas do mundo’ desde que foram anunciados, e têm sido comercializados com enorme sucesso, os empreendimentos LuxResidence e SkyCity. Impõe-se, por isso, conhecer o mundo em que se move este grupo e quais as novidades que vão lançar em breve no mercado imobiliário. JPS Group has been on ‘everyone’s lips’ ever since the launch and huge commercial success of their LuxResidence and SkyCity developments. It’s therefore appropriate to find out more about the world in which this group operates and the new projects that it will launch onto the real estate market shortly.
Sky City
Universo JPS O JPS Group é um grupo empresarial português dedicado ao sector imobiliário, com uma forte componente financeira e do qual faz parte uma vasta rede de investidores e parceiros nacionais e internacionais. O sucesso é o seu ‘goal’, afirmam. E esta meta tem sido alcançada ao longo dos tempos, quer através da elaboração e execução de soluções imobiliárias integradas para os segmentos comercial, serviços e residencial; quer através da ligação entre todos os players do mercado imobiliário; quer através do desenvolvimento de projectos com uma perspecti-
va 360º. Aliás, os valores que encerra - rigor, profissionalismo e experiência -, têm sido o garante do êxito de todos os projectos em que se envolve. Numa análise ao universo deste grupo facilmente se percebe que possui um elevado know-how e expertise nas áreas em que opera, bem como uma capacidade de trabalho que vai desde a elaboração de estudos de mercado e de projectos de Arquitectura e especialidades, até ao desenvolvimento de todas as peças de comunicação e posterior comercialização dos imóveis. Uma das áreas que se tem destacado é a JPS Consulting. Responsável pela avaliação de oportu-
nidades de mercado através da gestão conjunta de patrimónios imobiliários, traça estratégias que permitam uma eficiente utilização dos imóveis e o acompanhamento directo dos projectos. Em destaque tem estado também a JPS Capital: o ‘braço financeiro’ da JPS Group no mercado imobiliário. A sua equipa trabalha na elaboração e execução de soluções imobiliárias integradas para os segmentos comercial, de serviços e residencial. Em conjunto com alguns parceiros, procura as soluções mais vantajosas para viabilizar o investimento e garantindo o financiamento à aquisição do imóvel em condições muito especiais e spreads
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no centro da cidade por menos de 500 mil euros. Na verdade, o SkyCity apresenta preços bastante variados e competitivos, já que uma moradia em banda pode custar cerca de 399.000 euros e é possível adquirir uma moradia isolada com piscina por pouco mais de 500 mil euros. “Valores”, como João Sousa salienta, “para a localização e qualidade do empreendimento, podem ser considerados bastante baixos” e que, de certa forma, ditaram “o sucesso deste projecto imobiliário único”.
Outros casos de sucesso
Sky City
investidores na União Europeia. É neste âmbito que apoia e ajuda na obtenção da Autorização de Residência para Actividade de Investimento, os designados ‘Vistos Gold’. O grupo empresarial multinacional está actualmente presente em três continentes e com uma rede activa de contactos e parcerias únicas. Com o objectivo de liderança nas áreas de negócio onde está presente, serve esta rede de suporte a investidores e empresas e ao desenvolvimento de negócios. Uma dessas parcerias é, desde logo, entrar em contacto com universos empresariais díspares, da Europa à América do Sul e África.
Da reabilitação para a construção nova
mais competitivos. A novidade mais recente é a JPS Real Estate Investments que tem como objectivo distinguir-se no sector imobiliário pelo seu posicionamento ‘one stop advisor’, focando-se na integração e transversalidade de serviços e na estruturação e prossecução das estratégias imobiliárias mais adequadas a cada projecto.
Ir além-fronteiras O JPS tem sido um dos grupos que mais tem apoiado os investidores no seu processo de internacionalização. Isto porque acredita que Portugal é um excelente mercado para a entrada dos
O JPS Group tem uma forte actividade ao nível da Reabilitação Urbana no Centro de Lisboa mas recentemente fez a passagem para a construção nova na proximidade da capital. De acordo com o CEO João Sousa, o que os moveu a esta transição “foi, acima de tudo, a necessidade crescente da existência de obra nova, com qualidade e a preços competitivos, dirigida ao mercado nacional” e ter a consciência que o “crescimento do mercado imobiliário limitou a oferta para os portugueses que procuram casa com qualidade e a valores competitivos”. O SkyCity veio ajudar a colmatar, de certa forma, esta lacuna. Aliás, “mais de 80% dos nossos compradores são famílias portuguesas, com ou sem filhos, mas também clientes solteiros na faixa dos 30 anos que pretendem ter casa própria e que têm critérios de exigência difíceis de reunir em termos de qualidade/preço, no centro de Lisboa”, explica. Apartamentos e moradias com características como as do SkyCity não são fáceis de encontrar
O LuxResidence é outro excelente exemplo do bom momento que o mercado imobiliário português atravessa uma vez que foi todo vendido em planta a investidores portugueses e estrangeiros. Para João Sousa este empreendimento demonstra que “os investidores estão a apostar no mercado imobiliário português”. Mas reconhece também que, “as condições ímpares que o empreendimento oferece, quer relativamente ao próprio produto em si, quer pela possibilidade de rendimento garantido de 6% associado à compra desses apartamentos, também são factores que tornam este produto muito aliciante”. O CEO do JPS Group avançou ainda que estão a pensar lançar dois novos projectos no início do Outono. Apenas um destes projectos é de promoção imobiliária e ainda se encontra em fase embrionária, pelo que diz que é “precoce” adiantar pormenores sobre este projecto imobiliário. Ainda assim, acredita que vai ser um “excelente produto” e vai ter “sucesso garantido”. O segundo projecto prende-se com uma nova aposta do JPS Group relaccionada com o lançamento de mais um serviço que vão disponibilizar aos seus clientes e investidores: “Vamos trazer um conceito novo ao mercado imobiliário e de uma vez por todas aliar o imobiliário com a parte financeira”. Este será um serviço que vai ajudar muitos players no mercado imobiliário, assim como bancos e fundos imobiliários. Vão dar apoio e acompanhamento a quem deseja investir de forma permanente, assegurando que existe um desenvolvimento imobiliário e que conseguem reduzir os riscos ao máximo. “Sentimos a necessidade de criar este novo projecto por conta das valências que a empresa oferece que são únicas no mercado imobiliário”, acrescentou. João Sousa revela ainda que a sua “expectativa é que, por altura da SIL, estejamos já em condições de revelar mais detalhes, e se assim acontecer, aproveitaremos este grande evento imobiliário para fazermos os respectivos lançamentos perante a imprensa, parceiros e clientes”.
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The JPS Universe The JPS Group is a Portuguese company dedicated to real estate, with a strong financial component and which is part of a vast network of investors and national and international partners. Success is its ‘goal’ it states. This goal has been achieved over time whether through the design and development of integrated real estate solutions for commercial and residential services; its links between all the players of the real estate market, or the development of projects with a 360º perspective. Moreover, the values it holds dear - accuracy, professionalism and experience -, have been the hallmark of success for all the projects in which it has been involved. By analysing the universe in which the group operates, it’s easy to see that it possesses a high degree of know-how and expertise as well as a working capacity that goes from developing market studies and architecture and speciality projects to the development of all the communication parts and later commercialisation of the properties. One of the areas which has stood out is JPS Consulting. Responsible for evaluating market opportunities through the joint management of real estate patrimony, it outlines strategies that enable an efficient use of property and the direct supervision of projects.
Lux Residence
In the forefront too is JPS Capital: the ‘financial arm’ of the JPS Group in the real estate market. Its team works in the design and development of integrated real estate solutions for the commercial, services and residential segments. Together with some partners, it seeks the most advantageous solutions to make the investment viable while guaranteeing the finance from the purchase of the property under very special conditions and with more competitive spreads. What is new is JPS Real Estate Investments whose objective is to stand out in the real estate sector through its position as a ‘one stop advisor’, focusing on the integration and transversality of services and in the structuring and pursuit of the most suitable real estate strategies for each product.
Crossing borders JPS has been one of the groups that has most benefited investors in its internationalisation process. This is because it believes that Portugal is an excellent entry market for investors in the European Union. And it is within this scope that it helps investors obtain the Authorisation for Residency through Investment Activity, the so-called ‘Golden Visas’. The multinational group currently operates on three continents and with an active network of contacts and unique partnerships. With the goal of being a leader in the business areas in which it operates, it serves this support network for investors and companies and in business development. One of these partners has been, from the start, contacting a wide range of businesses from Europe to South America and Africa.
From rehabilitation to new build The JPS Group has shown robust activity at the Urban Rehabilitation level in the Centre of Lisbon but recently moved over to new build projects around the capital. According to the CEO João Sousa, what spurred them to make this transition “was above all the growing need for quality and competitively priced new build, aimed at the national market” and being aware that the “growth of the real estate market restricted supply for Portuguese looking for quality housing at competitive prices”. SkyCity will go some way in helping to plug this gap. Furthermore, “over 80% of our buyers are Portuguese families with or without children, but also single clients within the 30s age group who want to own their own home and have demanding and difficult criteria in terms of quality/ price in the centre of Lisbon”, he explains. Apartments and townhouses with the characteristics of SkyCity aren’t easy to find in the
city centre for under 500,000 euro. In truth, SkyCity offers prices that are fairly varied and competitive, so that a terraced house can cost around 399,000 euro and it is possible to buy a detached house with a pool for little more than 500,000 euros. “Values”, as João Sousa stresses, “for the location and quality of the development, can be considered quite low” and which, to some extent, have dictated the “success of this unique real estate project”.
Other success stories LuxResidence is another excellent example of the good times that the Portuguese real estate market is enjoying since it was entirely sold at the blueprint stage to Portuguese and foreign investors. For João Sousa this development shows that “investors are investing in the Portuguese real estate market. But he recognises too that the “unique conditions that the development offers, whether regarding the actual product itself or the possibility of enjoying a guaranteed return of 6% associated with the purchase of these apartments, are also factors that make this product very attractive”. The JPS Group CEO also reveals that it is thinking of launching two new projects at the beginning of the autumn. Just one of these projects is a real estate development project and is still at the drawing board phase, and he says that it is “to early” to provide details about this real estate project. Furthermore, he thinks it will be an “excellent product” and will enjoy “guaranteed success”. The second project is a new investment from the JPS Group regarding the launch of another service that it will make available to its clients and investors: “We will bring a new concept to the real estate market and once and for all link real estate with the financial aspect.” This will be a service that will help many players in the real estate market such as banks and real estate funds. It will provide support and tracking for those wanting to invest on a permanent basis while ensuring that there is a real estate development and that risks can be reduced as far as possible. “We feel the need to create this new project because of the different service facets that the company offers which are unique to the real estate market”, he adds. João Sousa also reveals that his “expectation by the time of SIL is that we will be ready to reveal more details, and if that happens, will will use this great real estate event to launch them to the press, partners and clients”.
Metro Quadrado 30 25 SET/OUT 2017
Coporgest
No topo da promoção de luxo em Lisboa Temperance and integrity in a euphoric property market
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A Coporgest é uma empresa recente no mundo da promoção e investimento em Portugal. Mau grado, em pouco tempo conquistou o mercado imobiliário, evidenciando-se no segmento superior da procura, nomeadamente com o projecto Sottomayor Residências. Coporgest is a new player in the world of real estate development and investment in Portugal. Notwithstanding, in a short time it has conquered the real estate market, operating in the luxury market, namely with its high-end residential project Sottomayor Residências.
Em 2004 a Coporgest iniciou a sua actividade, numa altura em que no mercado imobiliário residencial de Lisboa não existiam promotores imobiliários especializados no segmento superior da procura. Foi neste contexto, como Ricardo Amantes, director do departamento Comercial e de Investimentos, avança, que, “com a determinação e entusiasmo, começámos a desenvolver imóveis residenciais únicos, de qualidade excepcional, em localizações privilegiadas, contribuindo para a modernização e reabilitação da cidade de Lisboa”. Aliás, do ADN da empresa fazem parte princípios básicos como localizações prime ou com características excepcionais, qualidade de construção e honrar os compromissos assumidos quer para com os seus clientes, quer para com as entidades oficiais com quem se relacionam, quer com os seus fornecedores e demais parceiros de negócio. Para o efeito a Coporgest dispõe de uma equipa multidisciplinar de profissionais, em que a equipa de arquitectos está em estreita colaboração com a equipa interna de engenheiros, que investigam diariamente as soluções técnicas mais eficazes para alcançar o melhor resultado para os seus clientes “a quem oferecem produtos imobiliários pensados ao detalhe, de conforto e exclusividade notáveis” e que permite “garantir um controlo muito apertado na qualidade, custos e prazos dos nossos projectos e, acima de tudo, no resultado final”, explica Ricardo Amantes. O representante da Coporgest acredita que “os bons investimentos imobiliários se concretizam na aquisição de produtos únicos, distintos, excepcionais”, até porque, afiança, que “são esses os activos que garantem uma reserva de valor e um re-
torno sólido, seguro e duradouro”. Entre projectos já desenvolvidos e em fase de desenvolvimento esta empresa conta com um total de 70.000 m2 de Área Bruta de Construção, correspondendo a um investimento total de 160 milhões de euros. Em Julho de 2014, criou a marca Lisbon Best Apartments, que se dedica à exploração turística de apartamentos na capital, em particular no Chiado. Também aqui oferecem uma solução de elevada qualidade para quem procura apartamentos com serviço, para férias, estadas curtas, arrendamentos de curta duração e não queira sujeitar-se aos formalismos e constrangimentos próprios de um hotel. À data de hoje, entre propriedades próprias e de terceiros, gerem um total de 44 apartamentos, sendo que, em 2018, vão passar a ser 54. Ricardo Amantes destaca com especial orgulho que, apesar de a Coporgest ser um operador recente no alojamento local e apesar de praticar preços no segmento mais elevado, a verdade é que as classificações dadas pelos hóspedes no site do Booking variam entre os 94% e os 96% de satisfação, o que traduz um desempenho invulgar para quem se iniciou há apenas 3 anos.
Maior empreendimento habitacional de Lisboa A ‘cereja’ no topo da Coporgest está a ser o empreendimento Sottomayor Residências, localizado entre a Avenida Duque de Loulé e a Rua Luciano Cordeiro, em Lisboa. Trata-se do conjunto de três edifícios que foram construídos em 1904 pelo Banqueiro Cândido Sottomayor como prédios de habitação. A sua ar-
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quitectura é de influência parisiense com fachadas principais eclécticas que combinam pormenores neo-renascentistas e arte nova. O quarto imóvel era uma moradia que entretanto foi demolida e que será inteiramente construída de raiz com uma geometria e imagem moderna, mas enquadrada de forma harmoniosa no conjunto. Os quatro prédios foram adquiridos pela Coporgest em 31 de Janeiro de 2013 “já com obras iniciadas mas que, entretanto, ficaram paradas/abandonadas na sequência do falecimento do seu anterior promotor (Bernardino Gomes)”, recorda. O projecto prevê a requalificação integral do conjunto urbano em causa, tanto em termos funcionais, como estéticos e arquitectónicos, sendo que se procurou preservar todos os elementos arquitectónicos existentes que ainda eram possíveis de recuperar e reutilizar. Para Ricardo Amantes, “a manutenção do uso antigo – habitação - será um importante contributo para a recuperação de população para o centro da cidade de Lisboa” e a “introdução das três lojas que se projectaram servirão também para aumentar o comércio local, bem como criar uma maior dinâmica urbana na zona, nomeadamente a loja 1 que pela sua dimensão será sempre uma loja âncora para a área onde se encontra”. Refira-se, ainda, que no logradouro será criado um jardim para o condomínio, no qual se localizará uma piscina, um deck de apoio e decks privados das fracções habitacionais ao nível do piso térreo. O Sottomayor Residências é o maior empreendimento habitacional a ser actualmente desenvolvido no centro de Lisboa. É composto por um total de
97 apartamentos, três lojas e um parque de estacionamento, perfazendo um investimento total de 42 milhões de euros. Em comercialização, as vendas totais das fracções habitacionais ascendem já aos 60 milhões de euros e, de acordo com Ricardo Amantes, encontra-se 86% vendido. As fracções comerciais e o estacionamento vão ser arrendados. Mas a Coporgest não se limita ao Sottomayor Residências. Como Ricardo Amantes revela: “Acabámos a construção e comercialização do Chiado 12, no Largo do Chiado (edifício onde fica a loja da Hermès), temos dois em plena construção - Duques de Bragança, na Rua Victor Cordon, e Ivens 30, na Rua Ivens – e acabámos de adquirir um terreno (já com projecto aprovado) na Rua Rodrigues Sampaio onde contamos iniciar obra a breve prazo”. Já fora de Lisboa têm também um projecto em São João do Estoril onde acabaram de construir as Casas do Mar.
Um hotel de seis estrelas na calha Em fase de licenciamento encontra-se o futuro Lisbon Chiado Hotel, no Largo Rafael Bordalo Pinheiro. Ricardo Amantes revela que será um hotel “de seis estrelas”, diferenciado pelo preço e pela qualidade do serviço, à semelhança do que já sucede com a Lisbon Best Apartments. Com uma localização excepcional, terá 32 quartos e 12 suites, todos com dimensões generosas e equipamentos de nível superior, fazendo uso da experiência da Coporgest nos projectos residenciais de qualidade construtiva excepcional.
A gestão será feita pelos profissionais da Coporgest, numa solução “stand alone” que não intimida Ricardo Amantes nem os seus colegas – “estamos ansiosos por fazer esta aprendizagem, e estamos seguros do sucesso que vamos alcançar”. O projecto foi aprovado em apenas 3 semanas pelo Turismo de Portugal, mas aguarda por uma decisão do departamento de urbanismo do Município de Lisboa há praticamente 2 anos, o que constitui “um embaraço sério para qualquer cidadão que se preze, e uma contradição grave num país cujo Primeiro-Ministro diz todos os dias que precisa de investimento privado e de criação de emprego”.
Visão particular do mercado O mercado da promoção imobiliária em Lisboa atravessa, no presente, um momento que Ricardo Amantes considera de “grande excitação” ou mesmo de alguma “euforia”. Ainda assim, defende que a Coporgest é dos poucos promotores imobiliários na sua verdadeira plenitude, uma vez que investe, desenvolve e comercializa todos os seus projectos apenas com recursos financeiros próprios. Na sua opinião, hoje, “grande parte da nossa concorrência é, ou foi convertida, numa espécie de ‘gestores de projectos’ que não correm risco e que se limitam a gerir os investimentos feitos com recurso a capital de investidores estrangeiros, muitos sob a forma de fundos de investimento, private equity ou family offices”. Por isso deixa o alerta. “No nosso entender esta situação é perigosa por três motivos: origina uma
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subida de preços generalizada, sem critérios de diferenciação ou de racionalidade económica; grande parte dos investidores não tem track-record, nem experiência na promoção imobiliária, o que vai provavelmente gerar fracassos no futuro próximo; e poderão existir falhas de compromissos no que se refere ao cumprimento de prazos de entrega e de assistência no pós-venda”. Contudo, não deixa também de referir que o atraso no licenciamento dos projectos deve-se, muitas das vezes, “à ineficiência, incoerência e indefinição das entidades administrativas oficiais, principalmente dos seus decisores políticos, os quais, quase sempre, vivem com sentimento de impunidade e não têm a mínima noção do que são custos de oportunidade do capital e os impactos que as suas decisões/indecisões provocam naqueles”. Claro que, como declara, existem sempre “algumas excepções que, como tudo na vida, têm um tratamento preferencial por razões sobre as quais poderíamos especular, mas esse é um assunto que nos ultrapassa completamente – a Coporgest segue princípios de profissionalismo e integridade de que não abdica em nenhuma circunstância... E é por isso que estamos aqui para durar”. Coporgest began activity in 2004 at a time when there weren’t real estate developers specialised in the luxury segment in the Lisbon residential market. It was in this context, as Ricardo Amantes, director of the Commercial and Investments reveals that “with determination and enthusiasm we began to develop unique residential properties of exceptional quality and in privileged locations,
contributing to the modernisation and rehabilitation of Lisbon. Furthermore, prime locations and exceptional quality building characteristics are the basic principles that make up the company’s DNA as well as honouring commitments made to its clients, whether with its clients and the official entities its deals with, or with its suppliers and other business partners. To this end, Corporgest has a multidisciplinary team of professionals whereby the team of architects works hand-in-glove with the internal team of engineers and who study on a daily basis the most effective technical solutions to achieve the best result for its clients “to whom they offer real estate projects thought out down to the smallest details, the utmost comfort and a remarkable level of exclusivity” and which ensures “very tight quality, cost and deadline control in our projects and, above all, in the end result”, Ricardo Amantes explains. The representative of Coporgest believes that “good real investments are made by acquiring unique, distinct and exceptional products”, since he insists that these are the “assets that hold their value and provide a solid, safe and long-lasting return”. From among projects already developed and under development, this company boasts a total of 70,000 m2 Gross Construction Area, corresponding to a total investment of 160 million euro. In July 2014, it created the brand Lisbon Best Apartments, which is dedicated to managing tourist apartments in the capital, particularly in the
downtown Chiado. Here too it offers a high quality product for those seeking serviced apartments for holidays, short-stay, short-term rental but do not want to be confined by the restrictions and rules of a hotel. To date, from its own properties and those of third parties, it manages a total of 44 apartments which by 2018 will rise to 54. With special pride Ricardo Amantes points out that despite Coporgest being a recent player in local accommodation and charging high fees in the market segment, actually the positive feedback given by guests on the booking site varies between 94% and 96% satisfaction rates, which means a remarkable performance for someone who just started up only three years ago.
Largest housing development in Lisbon The ‘cherry’ on top of Coporgest’s cake is the Sottomayor Residências development located between Avenida Duque de Loulé and Rua Luciano Cordeiro, in Lisbon. This is a group of three buildings which were built in 1904 by the banker Cândido Sottomayor as residential buildings. Its architecture is Parisian in influence with the main façades showing an eclectic influence combining neo-renaissance and art nouveau influences. The fourth property was a building which has since been pulled down and which will be entirely built from scratch with a modern geometry and image but harmoniously set with the other buildings. The four buildings were acquired by Coporgest on 31 January, 2013 “with works having been started but which in the meantime had ground to a halt/
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of Coporgest’s experience in residential projects of exceptional building quality. The management will be done by Coporgest professionals within a ‘stand alone’ solution which doesn’t faze Ricardo Amantes or his colleagues “we’re eager to learn and we’re sure of the success we’ll achieve”. The project was approved in just 3 weeks by the Portuguese tourism office (Turismo de Portugal), but has been awaiting the green light from Lisbon City Council’s Urban Planning Department for almost 2 years, which means “a serious embarrassment for any serious-mind citizen and a serious contradiction in a country whose prime minister says everyday that it needs private investment and job creation”.
A particular vision of the market
been abandoned following the bankruptcy of its previous developer Bernardino Gomes”, he recalls. The project foresees the total renovation and refurbishment of the building ensemble in question, both in functional terms and in aesthetic and architectural terms, seeking to conserve all the existing architectural features that could be restored and reused. For Ricardo Amantes, “retaining its former use - as housing - will be an important contribution to reattracting people back to Lisbon city centre” and the “introduction of three shops that are planned will also act to boost local trade, as well as making the area more dynamic, namely Shop 1 which because of its size will always be an anchor store for the area in which it operates.” He also points out that on the patio a garden will be created for the condominium where there will be a pool, a service deck and private decks for the apartment units on the ground level. The Sottomayor Residências is the largest housing development currently being developed in the centre of Lisbon. It comprises a total of 97 apartments, three shops and parking, with an anticipated total investment of 42 million euro. Under commercialisation, the total sales of the
housing units have already topped 60 million euro and, according to Ricardo Amantes, 86% have been sold. The commercial units and parking are to be rented out. But Coporgest hasn’t limited itself to Sottomayor Residências. As Ricardo Amantes reveals: “We’ve just completed building and sale of Chiado 12, in Largo do Chiado (the building containing the Hermès store), we’ve two currently under construction - Duques de Bragança, in Rua Victor Cordon and Ivens 30, in Rua Ivens - and we’ve just acquired a plot (with planning permission) in Rua Rodrigues Sampaio where work should begin shortly. Then, outside Lisbon, Coporgest has a project in São João do Estoril where they have just built Casas do Mar.
A 6-star hotel in the pipeline Going through planning permission is the future Lisbon Chiado Hotel, in Largo Rafael Bordalo Pinheiro. Ricardo Amantes reveals that this will be a “sixstar hotel” set apart by both price and quality of service, in a similar way to Lisbon Best Apartments. With an exceptional location, it will boast 32 rooms and 12 suites, all with ample sizes and superior fixtures, fittings and finishes, making use
The real estate development market in Lisbon is currently going through a “very exciting and even euphoric moment” says Ricardo Amantes. Nevertheless, he argues that Coporgest is one the few real estate developers which is truly all encompassing and self-sufficient given that it invests, develops and sells all of its projects solely using its own funds. In his opinion, today, a large part of our competition is, or has been converted into a kind of ‘projects management’ which doesn’t run risks and limits itself to managing investments made using foreign investor capital, many in the form of investment funds, private equity or family offices”. Which is why he warns. “In our understanding this situation is dangerous for three reasons: it causes a general price hike, inflating the market with taking into account differentiation or economic rationality; the lion’s share of investors have no trackrecord or experience in real estate development, which will probably create white elephants in the near future; and there could be failures in commitments regarding meeting delivery deadlines and after-sales assistance”. Moreover, he also mentions that the delays in project planning permission is very often down to “the inefficiency, incoherence and indefinition of official administrative entities, principally their policy makers who almost always think they are above the law and don’t have the slightest clue about the opportunity costs of equity and the impacts that their decisions/indecisions have on them.” Of course, as he states, there are always “some exceptions, which, like everything in life, enjoys preferential treatment, for reasons which we can only speculate, but this is a matter which goes completely over our heads - Coporgest follows principles of professionalism and integrity that it will never give up under any circumstance... And that’s why we’re here to stay.”
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Metro Quadrado 36 25 SET/OUT 2017
Fátima Perdigão
Uma Senhora do imobiliário Portugal’s grand Lady of real estate
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É com um sorriso radioso que nos recebe num hotel no Estoril. Fátima Perdigão é uma figura incontornável do imobiliário português mas a sua humanidade e generosidade fazem dela uma personagem intemporal de um romance que não queremos deixar de ler até ao fim. She received us with a radiant smiles at a hotel in Estoril. Fátima Perdigão is an irreplaceable figure in Portuguese real estate, but it’s her humanity and generosity that make her a timeless and romantic personality, an aspect that we’ll be covering in this article.
Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida Fotos Photos: Anabela Loureiro
A sua beleza e feminidade conduzem-nos a um confortável sofá e a uma vista deslumbrante sobre as águas turquesas de Cascais. Fátima Perdigão, mais do que partilhar as suas memórias, dá-nos a chave do seu coração. Natural de Maputo, em Moçambique, recorda com carinho os tempos felizes que lá viveu com o seu marido e pai das suas três filhas. Aliás, há cerca de oito anos regressou a este país, dizendo que “não há sensação melhor que voltar às nossas raízes”. No seu percurso de vida seguiu-se o Brasil mas os contentores que continham literalmente toda a sua vida perderam-se na viagem e a família teve de começar do ‘zero’. Ainda assim, no seu jovial optimismo não deixa de afirmar que “tudo isso deu-me um grande alento para fazer mais e melhor”. Aliás, este parece ser o seu mote de vida. África do Sul esteve também no seu itinerário, onde viveu durante 12 anos e onde teve a oportunidade de “educar as filhas em boas escolas” e ter um “contacto muito próximo com a Natureza”. Aqui, à semelhança de Moçambique, Fátima Perdigão desenvolveu a sua actividade em instituições financeiras. Um acidente trágico viria, no entanto, a mudar radicalmente o rumo da sua vida. É com as lágrimas a bailar nos seus olhos que partilha connosco que o seu marido, aos 42 anos, sofreu um fatal acidente de viação. Com apenas 35 anos, Fátima Perdigão viu desvanecer o amor da sua vida. Uma vez mais mostrou ser uma ‘mulher de armas’ e decidiu vir para Portugal. No nosso País acabou por ser escolhida para integrar a equipa da Aranas, uma empresa de promoção imobiliária sueca, estávamos em 1987. O então CEO Hans Koster foi para Fátima “um mentor”. No seu percurso profissional passou ainda pela Akeler, promotora imobiliária britânica, mas foi, a partir de 2003, que a sua carreira subiu em flecha, tendo-se destacado na Pramerica Real Estate Investors Portugal onde assumiu o cargo de Local Managing Director e geriu o portfólio
imobiliário da Quinta da Fonte Office Park até ao dia em que a empresa decidiu sair do nosso País, em 2015. Mas, mais uma vez, não ‘baixou os braços’. Os representantes de um Fundo de Investimento Imobiliário (FII) convidaram-na para preparar e gerir um imóvel no Parque das Nações para posterior venda, o que aconteceu em Abril deste ano. Sabendo que possui know-how ao nível do Investimento, Asset Management, Property Management, entre outros, não é de estranhar que este mesmo FII tenha voltado a convidá-la para se envolver em outros projectos, desta feita de reabilitação urbana. Trabalho, pois, não lhe falta, ainda mais agora que, como diz, “Portugal está maravilhoso”. Na sua opinião, existe um “valor acrescentado que todos os portugueses estão a dar ao País” através “de novos hotéis ou hostels, da reabilitação dos edifícios e dos centros históricos, de novos negócios…” e que faz com que “as nossas cidades não fiquem atrás de outras capitais europeias”. Além de Lisboa e do eixo Cascais-Estoril-Sintra, entre as suas zonas preferidas de Portugal está o Alentejo, em particular Campo Maior terra do seu avô, “paixão que já incuti às minhas três filhas e seis netos”. Pessoa generosa, dá aos outros o que de mais valioso existe nos dias que correm: o seu tempo. Fá-lo como voluntária na Liga dos Amigos do Hospital de Cascais. Considera que “é muito gratificante ver um sorriso no semblante das pessoas” e confessa que “muitas vezes chora por coisas que outras pessoas não choram”, defendendo, no entanto, que “ficar emocionada faz bem à alma”. “Mãe e avó acima de tudo”, gosta do seu ginásio e das suas caminhadas, de ler, escrever e fazer palavras cruzadas, bem como receber e sair com os amigos mas existe um momento que lhe dá especial gozo, o de “ver o pôr-do-sol com os seus netos”. Chegada à “casa dos 60” e com “quase 30 anos
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de experiência profissional no ramo imobiliário”, Fátima Perdigão declara que a partir de agora: “Quero pensar como uma pessoa adulta, Quero viver como se fosse jovem, Quero conhecer como uma pessoa idosa, e Quero sonhar como uma criança”. Her beauty and femininity lead us to a comfy sofa with a stunning view over the turquoise waters of Cascais. Fátima Perdigão, more than just sharing her memories with us, gives us the key to her heart. A native of Maputo in Mozambique, she fondly remembers the happy times she lived there with her husband and three children. However, around eight years ago she returned to Portugal, saying “there’s no better feeling then returning to your roots.” In her life’s journey she went to Brazil but the containers which literally held her whole life got lost on the journey and the family had to start from scratch. Nevertheless, in her youthful optimism she’s at pains to state that “all of this inspired me to do more and better”. Moreover, this seems to be her motto for life. South Africa was also on her travelling itinerary, where she lived for 12 years and where she had the opportunity to “educate her children in good schools” and enjoy “close contact with nature”. Here, as in Mozambique, Fátima Perdigão developed her career in financial institutions. A tragic accident would end up radically transforming the direction of her life. And with tears in her eyes, she confided that her husband, aged 42, suffered a fatal car crash. Aged just 35, Fátima Perdigão lost the love of her life. Once again she showed herself to be ‘a woman of substance’ and decided to return to Portugal. In Portugal she was chosen to become part of the Aranas team, a Swedish real estate development company in 1987. The then CEO Hans Koster was a ‘mentor’ for Fátima. During her career she also worked for Akeler, a British real estate developer, but it was from 2003 that her career really took off when she joined Pramerica Real Estate Investors Portugal where she held the post of Local Managing Director and managed the real estate portfolio of Quinta da Fonte Office Park until the firm decided to leave Portugal in 2015. But yet again she didn’t rest on her laurels. The representatives of a Real Estate Investment Fund (FII) invited her to prepare managing a property in Parque das Nações for later sale, which happened in April this year. Knowing that she possessed the know-how at an investment level and Asset Management and Property Management, among other things, it’s
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hardly surprising that this same FII would once again invite her to get involved in other projects of this type but this time in urban rehabilitation. There’s no lack of work for her, and even more so now since, as she says, “Portugal is doing so marvelously well”. In her opinion, there’s an “added value which all Portuguese are giving to the country” through “new hotels and hostels, from doing up buildings and city centres, new businesses...” and which means that “our cities are not falling behind other European capitals”. Apart from Lisbon and the Cascais-Estoril-Sintra axis, from among her favourite areas of Portugal is the Alentejo, in particular Campo Maior, the land of her grandfather, “a passion for which I have already instilled in my three daughters and six grandchildren”. A generous person, she gives to others that most precious commodity these days: her time.
She does that as a volunteer at the League of Friends at Cascais Hospital. She says that it is “very satisfying to see a smile on people’s faces” and confesses that “often she cries over things that other people don’t cry about”, arguing, however, that “becoming emotional is good for the soul”. “Mother and grandmother come first”, she likes going to the gym and her walks, reading, writing and doing crosswords, as well as receiving and going out with friends, but there is one moment that gives her particular pleasure and that’s seeing the sundown with her grandchildren”. Having now arrived at her 60s and with over 30 years of professional experience in property”, Fátima Perdigão states that from now on: “I want to think like an adult, live like a young person, know like an elderly person and dream like a child”.
Metro Quadrado 42 25 SET/OUT 2017
SIL 2017
Números vão aumentar
Numbers will increase
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Nesta edição do Salão Imobiliário de Portugal (SIL), a Fundação AIP tem razões para estar optimista e acreditar na continuação da tendência de crescimento deste evento, quer em termos de área expositiva, quer de público profissional e geral. At this edition of the Portuguese Property Fair (Salão Imobiliário de Portugal (SIL), the Portuguese Industrial Association - AIP has reasons to feel optimistic and believe in this events continuing growth trend, both in terms of exhibition stand area and in the numbers of professionals and general public.
Texto Text: Carla Celestino
A gestora do SIL revela que “o salão está a acompanhar a evolução positiva do sector, quer por via do mercado interno, quer por via do investimento estrangeiro”. De acordo com Sandra Fragoso, a adesão ao SIL tem sido “muito positiva e superior ao ano passado”. As expectativas são de “incremento do número de empresas expositores e de área ocupada, assim como dos produtos apresentados”, pois, como explica, “assistimos ao ressurgimento dos promotores imobiliários, que apresentarão novos projectos ou projectos que após iniciação estiveram em stand by e são agora relançados e a fidelização dos outros sectores”. A organização do SIL tem demonstrado também estar atenta ao mercado imobiliário internacional, promovendo anualmente presenças portuguesas em mercados que investem em activos imobiliários em Portugal, designadamente em França, nos PALOP e na República Popular da China e “cimentando relações com os investidores internacionais no sentido de os trazer ao SIL a Lisboa, onde encontram uma oferta de excelência e um contacto directo com o produto”. Seguindo esta estratégia de internacionalização, “iremos ter investidores internacionais, dos mais variados mercados no SIL”. Para a edição de 2017 Sandra Fragoso adianta também que “o SIL será o reflexo da recuperação do sector e do esforço da organização no
sentido de inovar e de criar mecanismos como o ‘International Meeting Point’ e as Conferências que mobilizam os profissionais, e ainda outros mecanismos como a Bolsa de Arrendamento, os Leilões ou a Festa da Família que atraem o público em geral e que mantiveram a periodicidade do salão e o seu reconhecimento como evento líder do sector imobiliário em Portugal”. Faz ainda parte da estratégia “continuar a apostar” nas temáticas da internacionalização, da reabilitação urbana, do arrendamento e dos serviços SIL, “visto que se mantêm actuais e de interesse para o sector”. No entanto, acrescenta “o Alojamento local e o Turismo Residencial”, uma vez que “são outras temáticas muito recentes e influenciadoras do sucesso do imobiliário”. Em 2016 passaram pelo SIL 55 mil visitantes, entre profissionais e público. Sandra Fragoso acredita que este “é um excelente número e mais do que o foco na quantidade, estamos a apostar em acções específicas de Marketing que consigam transmitir ao potencial visitante o conteúdo de excelência que o salão tem com o objectivo de trazer ao evento público e profissionais realmente interessados na oferta imobiliária”. The manager of SIL reveals that “the fair is keeping pace with the positive development of the sector, both in the internal market and through foreign investment”.
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According to Sandra Fragoso, the number of sign-ups for SIL has been “very positive and up on last year”. The expectations are for an “increase in the number of exhibiting companies and in stand area take-up, as well as in the number of products presented”, and as she explains, “we’re seeing a resurgence in real estate developers who will present new projects or projects which after being started were on stand-by and are now being relaunched and membership from other sectors”. The SIL organisation has also been aware of the international real estate market, annually promoting Portuguese presence in markets that invest in real estate assets in Portugal, namely in France, in the PALOPs (Portuguese-speaking countries) and in China, and “cementing relations with international in-
vestors in the sense of bringing them to Lisbon and SIL where they’ll find an excellent offer and a direct contact with the product”. Following this internationalisation strategy, “we’ll have international investors from the widest range of markets at SIL”. For the 2017 edition, Sandra Fragoso adds too that “SIL will be a reflection of the sector’s recovery and the efforts of the organisation in the sense of innovating and creating mechanisms such as ‘International Meeting Point’ and the conferences that mobilise professionals, and other mechanisms such as the Rental Stock Shop, the Auctions or Family Festival which attracts the general public and its recognition as a leading event for the real estate sector in Portugal. It’s also part of the “continue to invest” strategy
in the themes of internationalisation, urban rehabilitation, rental and SIL services, “while they still remain current and of interest to the sector”. Moreover, she adds that “Local Accommodation and Residential Tourism”, given that these are “other more recent and influential successful real estate themes”. In 2016 55,000 visitors passed through the turn-styles at SIL, from among professionals and the public. Sandra Fragoso believes that this is “an excellent number and more than just focusing on quantity, we’re concentrating on specific Marketing campaigns that can convey to the potential visitor the excellent content that the fair has and with the aim of attracting both public and professionals who are really interested in real estate offer”.
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Nuno Sá Carvalho Sara Quaresma
Residências universitárias Nuno Sá Carvalho Sócio responsável pelo departamento de Imobiliário e Construção Partner in charge of the Real Estate and Construction department
University halls of residence
Sara Quaresma Advogada Lawyer Cuatrecasas, Gonçalves Pereira
A projecção internacional de Portugal como destino académico e de investigação tem vindo a acentuar-se nos últimos anos, designadamente, em virtude dos programas internacionais de mobilidade académica e da boa cotação das universidades portuguesas nos rankings do ensino superior. Consequentemente, temos vindo a assistir a um aumento do número de estudantes que vêm de toda a parte do mundo para integrar programas como o Erasmus, MBA’s ou pós-graduações. Este movimento implicou um aumento da procura de alojamento por estudantes e investigadores estrangeiros e criou um mercado residencial universitário que tem vindo a gerar um interesse crescente por parte dos investidores e das empresas internacionais especializadas na gestão e exploração deste tipo de alojamento. Apesar de se tratar de um sector em franca expansão, não existe um enquadramento sócio-económico e legal adequado às exigências crescentes deste mercado. Para além do obsoleto Decreto-Lei n.º 46834, de 11 de Janeiro de 1966, ainda em vigor, que regula alguns aspectos a que devem obedecer os estabelecimentos destinados a estudantes, existem outras disposições dispersas aplicáveis a esta matéria, sendo ainda de considerar, neste âmbito, determinadas recomendações técnicas emitidas pelos serviços do ministério da Educação. Por outro lado, para além dos centros de alojamento criados nas universidades, na dependência das respectivas reitorias, grande parte da oferta de alojamento para estudantes é ainda operada através de quartos ou apartamentos privados, com recurso à figura do arrendamento. No entanto, a especialidade deste tipo de produto imobiliário vai para além da finalidade que se pretende obter por via da cele-
bração de um contrato de arrendamento. Os standards internacionais das residências universitárias apontam para a necessidade de regulamentação de diversas matérias relacionadas com a instalação, funcionamento, exploração e supervisão deste tipo de alojamento. Nesta mesma linha, os contratos de gestão e exploração de residências universitárias, sobretudo os celebrados por empresas internacionais especializadas neste sector, suscitam uma série de questões específicas deste tipo de negócio, tais como a instalação e manutenção das residências, os respectivos equipamentos e serviços, os modelos de gestão e exploração das residências, a gestão das reservas, o sistema de queixas ou reclamações. O alojamento universitário, a par dos potenciais benefícios que pode gerar, seja em termos de rentabilidade dos activos imobiliários envolvidos, seja como contributo para a reabilitação dos centros urbanos, reclama assim uma maior atenção por parte dos poderes públicos, bem como uma maior profissionalização e sofisticação dos modelos contratuais de gestão e exploração, com vista a adequar este produto imobiliário ao actual contexto económico-social. Portugal’s international projection as an academic and research destination has really taken off in recent years, namely because of international academic mobility programmes and the high ranking of Portuguese higher education institutions. As a consequence, we’ve been experiencing an increase in the number of students that come from all over the world on Erasmus exchanges, to do MBAs or post-graduate courses.
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This movement has meant an increase in the demand for foreign student and researcher accommodation and has created a university residential market that has sparked a growing interest from investors and international companies specialised in the management and running of this type of accommodation. Despite being a sector in evident expansion, there isn’t an adequate socio-economic and legal framework to meet the growing demands of this market. Apart from the out-of-date Decree-Law n.º 46834, of 11 January 1966, still in force, which regulates some aspects which govern the way student establishments have to be run, there are a wide number of other legal regulations applicable to this matter and within this scope other specific technical recommendations issued by Ministry of Education services also have to be considered. On the other hand, in addition to the accommodation centres created in universities, run by respective rectories, a large part of available accommodation for students is still run using bedsits or private apartments along rental lines. Moreover, the speciality of this type of real es-
tate product goes beyond the ends intended by signing a rental contract. The international standards of university halls of residence point to the need for regulations covering the diverse matters related to the setting up, operation, management and supervision of this type of accommodation. Along these same lines, the management and operation of these university halls of residence, particularly the contracts for ones signed by international companies specialising in this sector, beg a series of specific questions about this type of business, such as the setting up and maintenance of the halls, the respective fixtures and fittings and services, management and operational models, booking management and the handling of complaints and claims. University accommodation, in addition to the potential benefits it can create, be they in terms of the real estate asset revenues involved or the contribution they make to regenerating urban centres, calls for greater attention on the part of public powers as well as greater professionalism and sophistication in management and operation contract models with a view to making this real estate product adequate to meeting the current socio-economic climate.
48 Opinião 25 SET/OUT 2017
José Araújo
De boa saúde e recomenda-se In good health and recommended
José Araújo Director da Direcção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp Director of the Department of Real Estate at Millennium bcp
O mercado nacional vai entrar neste último trimestre do ano de boa saúde. Continuamos a assistir a uma consolidação firme e diversificada deste sector que beneficia de vários factores muito favoráveis como a forte onda de turismo, num país seguro, com clima ameno, afabilidade dos portugueses, baixas taxas de juro nos empréstimos bancários e nas alternativas de aplicação da liquidez existente no mercado, planos de incentivos fiscais interessantes, confiança dos investidores/compradores finais e onde os seus operadores são sérios e profissionais. Este ano os preços começam a consolidar os seus valores pese ainda com alguma valorização, vinda dos restantes mercados europeus ainda mais dinâmicos, mas mantendo-se competitivos e atractivos quando se olha para alguns valores por m2 em cidades e locais comparáveis com a Europa Ocidental. As aquisições começam a alargar-se a todas as regiões de Portugal incluindo ilhas e um pouco por todos os segmentos. Na verdade se até há pouco tempo Lisboa, habitação prime e reabilitação em zonas históricas eram as grandes preferidas, actualmente Porto, Algarve, Madeira e até Açores são locais de procura constante de boas oportunidades. Procuram-se casas para segunda habitação mas também para arrendar e rentabilizar. Vendem-se terrenos para nova habitação já não só no centro das cidades (obviamente os preferidos) mas também já nas suas zonas limítrofes como Montijo, Palmela, Amadora, Gaia, Maia, Valongo e de novo Algarve e Açores para novos empreendimentos turísticos com vista mar e em zonas turísticas por excelência. A promoção imobiliária está de volta e em força pois falta produto novo na habitação e nos escritórios (neste segmento será ainda preciso os investidores
acreditarem um pouco mais) e já não é só a reabilitação com os seus importantes programas de incentivos à mesma (IFRU um bom exemplo) a terem espaço. Tudo isto são sinais de um mercado consolidado de que todos podem e devem continuar a beneficiar. Nem tudo é reluzente obviamente, não há mundos perfeitos. A economia tem de continuar a crescer e não só através do setor de serviços mas também pelos sectores da área transformadora e produtiva, é preciso mais investimento privado. Só assim se poderá também recuperar um segmento vital deste setor como o dos armazéns e unidades industriais. O consumo precisa ser mais constante e dinâmico para haver mais lojas transaccionadas até porque o arrendamento continua a ter uma legislação nem sempre fácil de aplicar no dia-a-dia. A lei das célebres SOCIMIS que nos nossos vizinhos espanhóis e não só, tanto investimento tem trazido ao mercado, teima em estar bem guardada nas gavetas dos decisores pese algumas promessas ainda nunca concretizadas de o trazer à vida nesta legislatura. No entanto, 2017 será por certo o melhor ano desta década do sector no seu todo em várias vertentes e entraremos em 2018 tranquilos e conscientes de que se no mundo não haver nada demasiado disruptivo continuaremos activos e a consolidar as boas práticas neste sector. The national market is entering this last quarter of the year in good health. We are continuing to see firm and diversified consolidation in the sector which is benefiting from various very favourable factors such as the strong wave of tourism in a safe country, with a warm climate, the affability of the Portuguese. This helped by low mortgage interest rates from banks and in the alternatives of investing existing liquidity in the market, attractive tax benefits and incentives, confidence from investors/ end buyers and all in a market where its operators are serious and professional. This year prices are beginning to consolidate, there still being some mileage on on value returns, coming from the other more dynamic European markets, but remaining competitive and attractive when examining some values per m2 in cities and comparable locations in Western Europe. Purchases are beginning to fan out to all regions of Portugal, including the islands
and in all segments. In fact, if until fairly recently Lisbon and its prime and renovated housing in historic zones was the preferred location, currently Porto, the Algarve, Madeira and even the Azores are places in demand and offer good opportunities. Housing for second homes are being sought after, but also housing to rent and for investment. Sales of building plots for new build is now not only in city centres (obviously still the preferred locations), but also in their wider metropolitan outskirts such as Montijo, Palmela, Valongo and again in the Algarve and the Azores for new tourist developments with sea views and in prime tourist areas. Real estate development is back and in force and indeed there is actually a lack of new build housing and office product (in this segment investors need to have a little more confidence) since there’s space in the market now not just for rehabilitation with its important incentive programmes (IFRU - A Government fund to encourage and support Urban Rehabilitation - is a good example). All this are signs of a consolidated market that all can and should continue to benefit from.Not everything is all sweetness and light, obviously and there are no perfect worlds. The economy needs to continue growing and not just in the services sector but also in the manufacturing and productive sectors and more private investment is needed. Only in that way can a segment like warehouses and industrial units, so vital to this sector, also recover. Consumption needs to be more sustained and dynamic for there to be more shops sold, even more so when rental sector continues to be hamstrung by a legislation that is not always easy to apply on a daily basis. The law of the famous SOCIMIS (Spanish REITs) sociedades cotizadas de inversión en el mercado inmobiliario) which has brought so much investment to the market of our Spanish neighbours and not just, remain stubbornly locked away in the drawers of decision-makers with some promises for this legislature that have yet to be materialised. However, 2017 will certainly be the best year of the decade for this sector overall in various aspects, and we’ll enter 2018 safe in the knowledge that providing there is nothing too disruptive in the world, we’ll continue active and consolidate the best practices in this sector.
Atelier 50 25 SET/OUT 2017
Broadway Malyan
Quando os detalhes fazem toda a diferenรงa When details make all the difference
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A Broadway Malyan encontra-se a atravessar um excelente momento. Não obstante, como a directora do atelier, Margarida Caldeira, afirma, estão sempre à procura de novas oportunidades quer em Portugal, quer no Mundo. O resultado são os projectos visionários em que a sua equipa se envolve e onde tudo é pensado ao mais Ínfimo pormenor. Broadway Malyan is going through an excellent period. Nevertheless, as the studio’s director Margarida Caldeira states, they are always on the look out for new opportunities both in Portugal and in the world. The result are the visionary projects in which her team are involved and where everything is thought out down to the tiniest detail.
No ano passado anunciaram que a facturação do gabinete de arquitectura superou os cinco milhões de euros. A que se ficou a dever estes números tão positivos? São valores que poderão ser superados em 2017? No último exercício financeiro o sucesso do nosso atelier de Lisboa foi devido a uma combinação de factores com a recuperação da economia portuguesa a certamente a desempenhar um papel importante neste forte desempenho. No entanto, também tivemos o benefício do crescente papel internacional do atelier de Lisboa, quando iniciámos uma estratégia mais pró-activa de colaboração com nossa rede global de ateliês na Europa e no Médio Oriente, continuando sempre atentos às oportunidades na África sub-sariana. Esperamos certamente outro ano muito positivo para o atelier de Lisboa, quando os resultados forem anunciados ainda este ano. De 2015 para 2016 a facturação gerada por projectos desenvolvidos em Portugal passaram dos 30% para os 50%. É um sinal claro que o investimento está de regresso ao mercado imobiliário português? Quais as perspectivas do atelier para esta área em 2017? Haverá sem dúvida mais oportunidades em Portugal à medida que a economia continua a crescer e o País se torna cada vez mais atractivo para investidores nacionais e internacionais. No entanto, o atelier de Lisboa é verdadeira-
mente internacional nas suas perspectivas, e os projectos para além de Portugal continuarão sendo uma importante vertente do crescimento do nosso negócio. Este foi um caminho que iniciámos há muitos anos, e não é apenas por necessidade, mas também pelo crescimento das competências e experiência da nossa equipa, criando profissionais mais ricos que, em última instância, podem oferecer um melhor serviço aos nossos clientes. Assinam o mais recente projecto da Fladgate Partnership Group: o World of Wine. Que desafios encerra esta obra emblemática mas simultaneamente complexa? Este é um projecto fantástico para um cliente verdadeiramente visionário, que trará uma nova vida nova a uma zona histórica belíssima em Gaia que estava ‘morta’. Há muitos desafios ao abordar um projecto desta escala e importância, e com esta configuração, mas estamos entusiasmados por criar um projecto que fará parte da nova história desta zona. Nos últimos três anos, trabalhámos com uma equipa ampla e abrangente, incluindo desde o cliente, ao município, até arqueólogos e especialistas em recuperação do património e essa cooperação levou a uma proposta de design incrivelmente forte. Este é um enorme investimento e tem sido dada uma excepcional atenção a todos os aspectos do design por forma a garantir que ele corresponda às aspirações de todos.
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A Brodway Malyan tem desenvolvido diversos projectos na área da hotelaria, tendo concluído recentemente a renovação do Hotel das Lágrimas. Na sua opinião, o facto de Portugal estar na moda impulsionou de alguma forma o aumento do vosso portfólio neste segmento? A Hotelaria e Turismo é, sem dúvida, um sector com um crescimento incrível no momento, na verdade, tornou-se até ‘um pouco louco’! Claramente, há um boom do turismo à medida que as economias globais e locais fortalecem, mas parece mais do que isso. No geral, existe um positivismo real no País, uma óptima vibração que resulta de várias conquistas de vão desde o Campeonato Europeu de Futebol e a Eurovisão, até à capacidade de receber grandes eventos internacionais, como o Web Summit, que chegará a Lisboa no final deste ano. Sente que já existem oportunidades para desenvolver novos projectos para lá da hotelaria e turismo, nomeadamente nos seg-
mentos residencial, escritórios ou retalho? Que novos projectos têm entre mãos ou em vias de desenvolver quer em Portugal, quer a nível internacional? O potencial de crescimento em Portugal é em todos os sectores. Na Hotelaria e Turismo assistimos a níveis de investimento sem precedentes, mas o sector residencial é também um sector forte, em particular em Lisboa, onde actualmente estamos a desenvolver um novo projecto com 300 apartamentos. Já no sector dos escritórios estamos a desenvolver dois grandes projectos num total de quase 100.000 m². Estamos activos na maioria dos sectores-chave e iremos divulgar ainda neste Verão o projecto de remodelação de uma das escolas mais prestigiadas em Portugal. Como esperam fechar o ano de 2017 e iniciar 2018? Certamente temos uma perspectiva positiva para o futuro em 2017 e 2018, mas também não somos complacentes. A arquitectura é cada
vez mais competitiva, bem como vulnerável à volatilidade económica, por isso trabalhamos arduamente para garantir que estamos a trabalhar da forma mais inteligente, ao mesmo tempo que nos concentramos num design de extrema qualidade e num serviço fantástico para nossos clientes. Last year you announced that the turnover of the architectural office exceeded five million euro. What are such positive figures down to? Could they be exceeded in 2017? The success of our Lisbon studio in the past financial year was down to a combination of factors with a recovering Portuguese economy certainly playing a significant part in the strong performance. However, we also saw the benefits of a growing international role for the Lisbon studio as we embarked on a more pro-active strategy of collaboration with our network of studios in Europe and the Middle East while we continued to look at opportunities in subSaharan Africa. We are certainly expecting an-
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other very positive year for the Lisbon studio when the results are announced later this year. From 2015 to 2016 the turnover generated from projects developed in Portugal went from 30% to 50%. Is it a clear sign that investment in the Portuguese real estate market is back? What are the perspectives for the studio for this year in 2017? There will undoubtedly be more domestic opportunities as the economy continues to grow and the country becomes an increasingly attractive proposition for local and international investors. However, the Lisbon studio is truly international in its outlook and projects beyond Portugal will remain an important strand of our business going forward. This was a journey we started many years and is not just about necessity but also about growing the skills and experiences of our team, creating richer professionals who can ultimately provide a better service to our clients.
You are responsible for the latest project from the Fladgate Partnership Group: the World of Wine. What challenges face this flagship and at the same time complex project? This is a wonderful project for a truly visionary client to brief new life into a beautiful historic part of Gaia that has all but died. There are many challenges when approaching a project of this scale and importance and in this setting but we are excited to be creating a project that will become part of a new history for this district. For the past three years we have been working with a large and wide ranging team including everyone from the client and the municipality to archaeologists and heritage experts and this cooperation has led to an incredibly strong design proposal. This is a huge investment and I think the consideration in every aspect of the design to ensure it meets everyone’s aspirations has been exceptional.
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Broadway Malyan has developed various projects in the hotel area, having recently concluded the renovation of the Hotel das LĂĄgrimas. In your opinion do you think that Portugal being in fashion has in some way boosted the up-tick of your portfolio in this segment? Hospitality is undoubtedly a sector that is seeing incredible growth at present, in fact it has gone a little bit crazy! Clearly there is a tourism boom as the global and local economies strengthen but it feels like more than that. There is generally a real positivity in the country at present, a great vibe that comes from winning things like the European football championships and Eurovision to hosting major international events like the Web Summit that is coming to Lisbon later this year. Do you feel that there were already opportunities to develop new projects apart from hotel and tourism, namely in the residential, offices or retail segments? What new projects do you have in hand or under
development either in Portugal or internationally? The growth potential in Portugal is in all sectors. Hospitality is seeing unprecedented levels of investment but residential is also a strong sector, particularly in Lisbon where we are currently working on a new 300 apartment project, and workplace where we have two major commissions totalling almost 100,000 sqm. We are active in most key sectors and will also be announcing this summer a commission to transform one of Portugal’s most prestigious schools. How do you think 2017 will close for you and what expectations do you have for the start of 2018? We certainly have a positive outlook for the rest of 2017 and 2018 but we are also not complacent. Architecture is increasingly competitive as well as vulnerable to economic volatility so we will work hard to ensure we are working smarter while focusing on high quality design and a fantastic service for our clients.
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Atelier 56 25 SET/OUT 2017
Arquitecto Nuno Pais Ministro
Ele vai dar muito que falar Arquitecto Nuno Pais Ministro
He’s going to be on everyone’s lips
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O arquitecto Nuno Pais Ministro desde cedo que saiu da sua zona de conforto e aventurou-se em novos e diferentes prismas da Arquitectura. No seu percurso estão obras notáveis, algumas delas que vão em breve nascer. From the start, Architect Nuno Pais Ministro left his comfort zone and took a chance to explore new and different architectural approaches. There have been remarkable projects throughout his career and some of them will materialise shortly.
Entrevista Interview: Carla Celestino
Como foi fazer o salto de Portugal para Macau e depois novamente para Portugal? A ida para Macau deu-se após terminar o curso. Fui fazer um estágio de seis meses no Instituto de Acção Social de Macau, que se transformaram em 24 meses. Provavelmente teria ficado em Macau se não tivesse existido a entrega do território, mas Macau tinha graça por ser uma ‘colónia’. Fui convidado a ficar mas optei por regressar a Portugal. Macau por ser um território pequeno e com escassez de técnicos possibilitou-me desenvolver um curriculum com mais de 10 projectos em dois anos, isso permitiu projectar, coordenar e acompanhar obras. Nem todos os projectos foram construídos mas os mais importantes foram, nomeadamente o Centro de Cuidados Especiais de Longevidade, a Cantina e Centro de Apoio da Ilha da Taipa e, o último projecto que desenvolvi, a creche D. Ana Sofia Monjardino, que foi a última creche inaugurada no Território de Macau antes da transferência. Paralelamente, e com permissão da Administração, fiz o projecto da sede do Montepio Oficial de Macau. No seu percurso profissional passou pela Proconsultores. O que o marcou nesse período? Cheguei a Lisboa em Agosto de 1999 e comecei a trabalhar na Proconsultores a 2 de Janeiro de 2000, aí mudei a ‘agulha’, passei de projectos de equipamentos sociais, embora luxuosos, para habitação de luxo. Ao longo de seis anos praticamente só desenvolvi projectos de habitação com duas ou três excepções, uma delas uma fábrica de metalomecânica. O primeiro projecto foi a reconversão de uma moradia na Avenida de Portugal, no Estoril que era
absolutamente fantástica, desenvolvi o projecto para que nem se percebesse a intervenção, tudo foi aproveitado ao máximo, para que sobressaísse o original da moradia. O último projecto que desenvolvi foi exactamente o oposto, uma moradia na Malveira da Serra que era suposto ser uma mini-intervenção e que no fim somente permaneceu uma parede e a estrutura, todo o resto foi alterado. De todos, e sem demérito para nenhum, o melhor foi a moradia na Aroeira, ainda hoje é fantástica, foi um projecto tão intenso que ainda resiste a amizade com os clientes, para além de o projecto/ obra ter ganho um Prémio de Arquitectura de Almada. Durante esse tempo a grande maior valia foi desenvolver e ser Director de Obra de vários projectos, uma vez que a empresa tinha agregada uma outra empresa de construção que permitia ter uma noção e acompanhamento mais próximo entre o projecto e a concretização. Posteriormente ingressou na Coporgest, onde permanece até aos dias de hoje. Como tem sido a sua experiência nesta empresa? Já vai em mais de 10 anos, por isso tem sido uma parceria excelente. Existe uma sensação de estar em casa que advém de me sentir confortável e também de ter vindo trabalhar para a Coporgest no seu início, ou seja, cresci com a Coporgest da qual faço parte quase desde o início. Na Coporgest também desenvolvo maioritariamente projectos de habitação mas numa escala diferente. Passei da escala da moradia para a escala do edifício de habitação com várias fracções, acresce que é sempre em centro histórico e em
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edifício existentes. O cliente alvo mantém-se mais ou menos o mesmo onde a grande qualidade espacial de acabamentos bem como a localização premium continuam e são o fio condutor do trabalho que tenho desenvolvido. Tem, neste momento, entre mãos vários projectos, como o Trindade 15, o que nos pode adiantar sobre os mesmos? O Ivens 30 já está em obra, aliás está numa fase muito semelhante ao Duques de Bragança da Vitor Cordon, são projectos que se encontram licenciados, com o projecto de execução terminado e que estão agora em construção. Em ambos trata-se de habitação ‘prime’ onde se procurou criar habitações modernas mas que respeitassem o existente, embora em ambos os casos o interior estivesse em muito mau estado. No Trindade 15, que é na realidade no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, estamos a desenvolver um
projecto para hotel, nesse caso a autoria do projecto é partilhada entre mim e o arquitecto Antonio Fernández. A Coporgest entendeu que após o sucesso no sector de alojamento local se deveria fazer uma experiência hoteleira com outra dimensão, mais ambiciosa, e assim iremos ter um pequeno hotel de 48 quartos de cinco estrelas onde se pretende ter uma unidade hoteleira de excelência, prevemos ter suites e quartos com áreas generosas, o menor terá 25 m2, assim como uma área de lazer e estar na cobertura com piscina e vista sobre o castelo e o Rio Tejo. Acreditamos que este projecto não só irá beneficiar a oferta hoteleira de qualidade do Chiado, que é actualmente diminuta, mas acima de tudo valorizar o centro histórico da cidade. How did you make the leap from Portugal to Macau and then back again to Portugal?
I made the move to Macau after completing my course. I went to do a work experience stint of six months at the Social Action Institute of Macau (Instituto de Acção Social de Macau), which ended up by extending for 24 months. I probably would have stayed in Macau had it not been for its handover to the Chinese, but Macau was fun to live and work in as a ‘colony’. I was invited to stay on, but opted to return to Portugal. Macau, because it is a small territory and had a lack of technical specialists, enabled me to develop a curriculum with over 10 projects in two years and this enabled me to design, coordinate and supervise works. Not all the projects were built, but the most important ones were, namely a day centre for the over 50s with dementia: Centro de Cuidados Especiais de Longevidade, the social soldarity family centre Cantina e Centro de Apoio on the Ilha da Taipa and, the last project in Macau I developed, a crèche, D. Ana Sofia Monjardino, which was the
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last crèche opened in Macau before its transfer back to China. At the same time, and with the permission of the Administration, I designed the headquarters of the bank and financial institution Montepio Oficial de Macau. During your career you joined the architects and engineers Proconsultores. What stood out for you in this period? I arrived in Lisbon in August 1999 and began working at Proconsultores on 2 January 2000 and there I changed tack, moving from social facilities, although luxury ones, to luxury housing. Over six years I practically only developed housing projects with two or three exceptions, one of them a metalworks factory. The first project was the conversion of a town house in Avenida de Portugal, in Estoril, which was absolutely fantastic. I developed the project so you could hardly realise any works had been carried out, everything was taken advantage of to the maximum so that the original house retained its features. The last project that I developed was exactly the opposite, a detached house in Malveira da Serra which was meant to be small-scale works but ended up with only one wall and structure remaining, everything else was changed. Out of all of them, and without downgrading any of them, the best was the house at Aroeira and which even today is fantastic. It was such an intense project that I’m still friends with
the clients today in addition to the project/work winning an Almada Architecture Award prize (Prémio de Arquitectura de Almada). During this time the greatest feather in my cap was developing and being Director of Works on various projects, since the company had joined forces with another construction company which would enable us to have an idea and closer supervision on the project and its completion. Later you joined Coporgest, where you remain to this day. How has your experience been in this company? I’ve been there for over 10 years which is why it’s been an excellent partnership. There is a feeling of being at home here because I feel comfortable. But it’s also from having worked for Coporgest S.A. from the very beginning. In other words I have grown with Coporgest which I’ve been part of almost since the start. At Coporgest I mostly develop housing projects too, but on a different scale. I’ve gone from doing detached houses to apartment buildings with various apartments, and would add that they are always in the historic centre and in pre-existing buildings. The target clientèle remains more or less the same whereby great spaces with quality fixtures and fittings and finishes as well as a prime location continue and are the common thread of the work that I have developed.
At the moment you have various projects in your hands such as Trindade 15, what can you tell is about the same? Ivens 30 is already completed and being built, although in a phase rather similar to Vitor Cordon’s Duques de Bragança, are projects that have got planning permission and with the implementation project completed and which are now under construction. In both cases this is ‘prime’ housing where we were looking to create modern homes while respecting the existing features, although in both cases the interior was in a very bad state. At Trindade 15, which in reality is in Largo Rafael Bordalo Pinheiro, we’re developing a hotel project, in this case the design of the project is being shared by me and architect António Fernández. Coporgest realised that after its success in the local housing sector, it should try its hand in the hotels sector on another and more ambitious scale, and so we’re going to build a small 48room five-star hotel with the intention of having an excellent hotel unit with suites and rooms with generous dimensions. The smallest will have 25 m2, as well as a leisure and lounge area on the roof with a pool and view of the castle and River Tagus. We think that this project will not only benefit quality hotel offer in Chiado, which is currently tiny, but above all will add value to the city’s historic centre.
Ventos do Norte 62 25 SET/OUT 2017
Feel Porto
Sentir o novo mundo do alojamento local Feeling the new world of local accommodation
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Brasileiros, venezuelanos, espanhóis, israelitas e portugueses são as principais nacionalidades dos investidores que formam a carteira de mais de 50 imóveis, destinados ao alojamento local, que a Feel Porto gere na Invicta. Brazilians, Venezuelans, Spanish, Israelis and the Portuguese are the main investor nationalities that make up the portfolio of over 50 properties earmarked for local accommodation which Feel Porto is managing in the city.
Texto Text: Elisabete Soares
O projecto da Feel Porto é muito ambicioso e não quer ser apenas um mero gestor de alojamento local. “Procuramos entrar no início dos projectos, planear todos as fases da obra de renovação dos edifícios, escolha de equipamentos, mobiliário e decoração, celebrando um contrato de longa duração com o proprietário de forma a repartirmos os riscos e os resultados da operação”, começa por dizer o CEO Rui Lé Costa que, com o sócio, criou a empresa em 2014. Contudo, o início da aventura foi em 2010, quando começaram a arrendar as próprias casas e a dos familiares a turistas. A Feel Porto “nasceu da vontade de abrir ‘as portas’ do Porto para o mundo, contribuindo com um projecto de alojamento de qualidade a fim de responder eficazmente às necessidades dos visitantes que chegavam à cidade”, acrescenta Rui Lé. E fruto desta experiência a Feel Porto oferece mais do que apartamentos para turistas. “O nosso projecto é tornar as estadias inesquecíveis, quer pela qualidade dos apartamentos, quer pelo acompanhamento que damos aos hóspedes a partir do momento que reservam até ao momento que fazem check-out”, diz. Destaca que o objectivo é “o de acrescentar valor ao serviço que proporcionam aos hóspedes, porque de facto o importante para nós é que todos os turistas saiam do Porto apaixonados pela cidade e recordem todos os momentos que cá viveram”. Assim, a Feel Porto tem vindo a desenvolver uma série de parcerias estratégicas com empresas especializadas em vários serviços, como pequenos-almoços, passeios de barco pelo Douro, entre outros. “Desta forma somos capazes de compor um
pacote de experiências e serviços para o hóspede, sem que ele perca tempo e possa assim aproveitar o máximo da cidade. O Porto é uma cidade com personalidade e é isso que transparecemos no contacto com o hóspede”, acrescenta o gestor. Actuando num segmento alto, os imóveis localizam-se em vários pontos da Baixa do Porto e em vários condomínios de Matosinhos e Gaia. A Feel Porto esteve, até ao momento, muito orientada para apartamentos de maior dimensão, destinados a família e grupos. Actualmente procuram alargar a oferta com apartamentos de menor dimensão, a pensar nos millennials e no segmento corporate. Um facto que os levou a reforçar esta oferta com um conjunto alargado de novos apartamentos, com é o caso do projecto Galerias Fashion Flats, que nasce após um investimento de cerca de dois milhões de euros, e fica localizado na conhecida zona da Rua Galerias de Paris. “Um conceito mais jovem e dinâmico, focado naqueles que querem viver com a máxima intensidade a Baixa do Porto e usufruir do melhor que ‘movida’ tem para oferecer ou, também, para quem viaja sozinho”, destaca Rui Lé Costa. São vários os projectos da Feel Porto para este mercado e não se ficam apenas pela entrada de novos activos. Rui Lé quer acompanhar a sua evolução com estudos e apresentação das novidades para que as pessoas conheçam e compreendam melhor o funcionamento do mercado de alojamento local. The project Feel Porto is very ambitious and does not aim to be just a mere local accommodation management company. “We seek to come in at
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the start of projects, planning all the phases of the building renovation works, choosing fixtures and fittings, furniture and décor, signing a long-term contract with the owner so as to split the risks and the results of the operation”, says CEO Rui Lé Costa, who, with a partner, set up the company in 2014. However, the adventure started in 2010 when he began renting out his own houses and those of his family to tourists. Feel Porto “was born from the desire to open ‘the doors’ of Porto to the world, contributing with a quality accommodation project with the aim of effectively meeting the needs of visitors arriving in the city”, adds Rui Lé. And as a result of this experience, Feel Porto offers more than just apartments for tourists. “Our project is to make stays unforgettable, both from the quality of the apartments, and from the service we provide guests from the moment they book to the moment they check-out”, he says. He points out that the goal is to “add value to the service provided to guests, because it is in fact important for us and all tourists who leave Porto to be in love with the city and recall all the moments that they experienced here”. Therefore, Feel Porto has developed a series of strategic partnerships with companies specialised in various services such as breakfasts, Douro boat trips, among others. “In this way we are able to put together a package of experiences and services for the guest so that they don’t waste time and can thereby make the most of the city. Porto is a city with personality and it is this impression that we convey in our contact with the guest”, adds the CEO. Operating in the upmarket segment, the properties are located in various parts of downtown Porto and in various condominiums in Matosinhos and Gaia. Feel Porto has been, up until now, very focused on large apartments aimed at families and groups. He currently is looking to increase his offer to smaller apartments, with the Millennials in mind and into the corporate segment. A fact that led us to reinforce this offer with a wider range of new apartments, as is the case with the project Galerias Fashion Flats, which arose after an investment of around two million euro and is located in the wellknown area of Rua Galerias de Paris. “A younger and more dynamic concept focused on those who want to live the maximum intensity of downtown Porto and make the most of the best that this bustling city has to offer or for those travelling alone too”, says Rui Lé Costa. Feel Porto has various projects for this market and they are not restricted merely to new assets. Rui Lé wants to keep abreast of its development with studies and presentations of the latest trends so that people can discover and understand better the local accommodation market.
Opinião Opinion Elisabete Soares Saraiva Jornalista Journalist
Porto: o desafio da certificação da qualidade Porto: the challenge of quality certification A cidade do Porto foi eleita este ano melhor destino europeu. E já é a terceira vez que o consegue esta distinção, com a particularidade de este ano a votação dos European Best Destinations nunca ter sido tão unânime. Este último prémio soma-se a algumas dezenas recebidos nos últimos anos e que demostram como a Invicta se transformou, na última década, numa cidade atraente, mais desenvolvida, com mais e melhores restaurantes, mais lojas de qualidade. Uma cidade genuína, especialmente. Para quem acompanhou esta evolução, especialmente na Baixa do Porto, é visível que as mudanças são muitas e algumas mais evidentes são, sem dúvida, na limpeza, nos transportes, sobretudo devido ao Metro. Contudo, há ainda muito a fazer nas áreas da mobilidade, da limpeza e na qualidade ambiental da cidade. É que os milhares de turistas que diariamente aportam à cidade, muitos deles utilizando o Metro, também trazem novas exigências e esta situação, a curto e médio prazo, pode acarretar consequências mais gravosas, cujos reflexos, neste momento, já se fazem sentir. Vamos esperar que a Câmara do Porto, que no início do ano foi distinguida com a certificação de qualidade de vida e serviços da cidade pelo World Council on City Data, tornando-se assim no primeiro - e, para já, único - município português certificado com a norma ISO 37120, esteja mesmo atento ao desafio imposto por esta certificação e pense a cidade também para quem nela trabalha e vive diariamente.
The city of Porto was this year elected the best European destination. And it is already the third time that it has won this distinction, the difference this time being that the voting from European Best Destinations has never been so unanimous. To this last award are added some dozens received in recent years and which show that Porto has been transformed over the past decade into an attractive city, more developed and with more and better restaurants and quality shops. An especially genuine city. For those who have been keeping pace with this evolution, especially in downtown Porto, one can see that the changes are legion and some of the more evident ones are, without a doubt, in the cleanliness of the city, its transport, particularly the Metro. That said, there is still much to do with the areas of mobility, cleaning and the environmental quality of the city. And that the thousands of tourists who arrive in the city on a daily basis, many of them using the Metro, also bring new demands to this situation, in the short and medium-term, could cause more serious consequences whose reflections are already being felt now. Let us hope that Porto City Council, which at the start of the year was distinguished with the certificate of quality of life and services by the World Council on City Data, thereby becoming the first - and, for now, the only Portuguese municipality certified with the standard ISO 37120, is really up to the challenge imposed by this certification and thinks too about the people who work and live here on a daily basis.
AQUI VAI NASCER UM CONCEITO INOVADOR
VILA GALÉ SINTRA RESORT HOTEL, CONFERENCE & REVIVAL SPA
aposta na área da saúde, pensado para famílias. Com uma forte componente de wellness e bem-estar, disponibilizará massagens, nutrição e programas de educação alimentar e tratamentos estéticos. Este projeto engloba um hotel apartamento de quatro estrelas e dez blocos de apartamentos turísticos.
ABERTURA PREVISTA: ABRIL 2018
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Localizado na Várzea de Sintra, o Vila Galé Sintra vai diferenciar-se
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Do Mundo 66 25 SET/OUT 2017
Mondial du Bâtiment
Festa da retoma da construção Celebrating the recovery of construction
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O director do Mondial du Bâtiment, Guillaume Loizeaud, revela que 46 empresas portuguesas já confirmaram a sua presença no Mondial du Bâtiment. O salão da construção vai decorrer entre os dias 6 e 10 de Novembro, no Parc des Expositions Paris Nord Villepinte, em França. The director of France’s biggest construction fair, Mondial du Bâtiment, Guillaume Loizeaud reveals that 46 Portuguese firms have signed up for the Mondial du Bâtiment. The fair will run from 6-10 November at the Parc des Expositions Paris Nord Villepinte in France.
Entrevista Interview: Carla Celestino
Esta edição realiza-se num contexto de boas perspectivas do mercado da construção. Qual o impacto que tem no Mondial du Bâtiment? Efectivamente tem razão, a retoma da actividade na construção, que teve lugar nos finais de 2016 confirmou-se e acelerou no início de 2017. Em França, nomeadamente a habitação nova, faz prova de uma grande aceleração, com autorizações e estaleiros em progressão de 12,9 % e 17,6 % nos quatro primeiros meses do ano. Quanto à Europa, em 2016, o mercado do BTP (Construção e Obras Públicas) progrediu de 2%, de acordo com a Euroconstruct. O principal motor do crescimento é a construção residencial. Na realidade, em 2016 este segmento cresceu de 7%. Quanto ao mercado da construção não residencial, a Euroconstruct prevê uma retoma progressiva: + 1,5% para 2017/2018 e +1,8% para 2018/2019. À luz destas estimativas para 2017, só podemos esperar uma excelente edição do Mondial du Bâtiment. Preparámos tudo a fim de podermos responder às expectativas, às necessidades e às problemáticas dos nossos visitantes propondo-lhes animações específicas e belos produtos que respondam aos problemas concretos que se podem encontrar nos locais de construção. O arranque do sector trás o investimento dos industriais especialmente na R&D. É por este motivo que poderá encontrar as mais belas inovações da construção no salão através dos nossos espaços das inovações, dos hubs ou dos percursos de visita.
Como explica que este ano a participação portuguesa esteja em força neste salão? As empresas de construção portuguesas sabem que o mercado francês é promissor, que a retoma está aí e que não podem perder um evento de tal envergadura, portador de projectos para 2018. A fama, nem que seja só a do Batimat, é de tal ordem, que em inúmeros países os construtores têm o mesmo reflexo: reservarem o seu stand. Qual será o TOP das conferências e dos eventos apresentados? As conferências, organizadas por grandes ciclos temáticos, informarão os visitantes sobre os temas no centro das preocupações do mercado: Ciclo 1- Edifícios E+ C-; Ciclo 2 - O desafio da economia circular; Ciclo 3 - Habitação social e comunitária; Ciclo 4 - A ascensão do edifício digital; Ciclo 5 - Regresso da experiência de Arquitectura; e Ciclo 6 - Melhor construir e viver o edifício. This edition takes place in the context of good construction market expectations. What impact has it had on Mondial du Bâtiment? Actually, you’re right, the recovery of construction activity that took place at the end of 2016 is a reality and gathered pace at the start of 2017. In France, namely in new housing build, there has been a sharp up-tick, with planning permissions and building yards climbing from 12.9% and 17.6% in the first months of the year. As to Europe, in 2016, the BTP market (Building
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and Public Works) progressed by 2% according to Euroconstruct. The main driver for growth has been residential construction. Actually, in 2016 this segment grew by 7%. As to the non-residential construction market, Euroconstruct predicts a progressive recovery: + 1,5% for 2017/2018 and +1,8% for 2018/2019. In the light of these forecasts for 2017 we can expect an excellent edition of Mondial du Bâtiment. We’ve been preparing everything so that we can meet expectations, needs and solve the problems facing our visitors, proposing specific engagements and fine products that address specific problems found on construction sites. The recovery of the sector brings investment from industrial entities, especially in R&D. This is why the best innovations in construction are to be found at the fair through our innovation stands, hubs and public areas. How do you explain the strength of Portu-
guese participation this year? Portuguese construction companies know that the French market is promising, that the recovery has arrived and that they can’t miss an event of this scale and importance in terms of projects for 2018. Its fame - not that it’s all down to Batimat - is of such magnitude, that in countless countries builders have the same idea: to book their stand. What will be the TOP conferences and events presented? The conferences, organised around important themes in rounds will inform visitors on the topics that are at the centre of market concerns: Round 1- Buildings E+ C-; Round 2 - The challenge of the circular economy; Round 3 - Social and community housing; Round 4 - The rise of the digital building; Round 5 - Return of the Architecture experience; and Round 6 - The Building - better construction and living.
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Novidades e inovações Novelties and innovations O Mondial du Bâtiment 2017 tem como vocação oferecer aos decisores, prescritores, construtores e instaladores a possibilidade de captarem a retoma do mercado. Para tal, e através dos salões INTERCLIMA+ELECHB, IDÉOBAIN e BATIMAT, irá apresentar inúmeras novidades articuladas em torno de quatro eixos principais que correspondem a diferentes públicos de visitantes. Perceber as mudanças de fundo do sector com: - Uma reorganização dos halls à volta de seis universos específicos e todos conectados ao mesmo local para facilitar a descoberta de um vasto panorama de produtos e soluções; - Uma informação especializada, ante, durante e
depois, dos salões para descodificar as tendências do futuro. Um blog e e-newsletters mensais para alertar, para as tendências e evoluções da construção. Serão abordados cinco temas: Conforto & Energia no Terciário; Casas-de-Banho & Inovação; Construção & Renovação Sustentável; Edifício do Futuro; e Um olhar sobre a Arquitectura. Descobrir as soluções para os novos hábitos e expectativas dos habitantes: - Os Hubs das Soluções, localizados à entrada dos halls e animados por especialistas, apresentarão soluções conjuntas do interesse dos construtores, operadores e utilizadores. - As conferências ‘key note’, organizadas em ci-
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Os nossos agradecimentos aos profissionais da construção por terem participado nesta campanha
Organisado pelo
Contato : Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa Leonor Bello - Tel : 21 324 1997 E-mail : bellol@promosalons.com
mais informações em www.batimat.com
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- Specialised information, before, during and after, on the fairs to understand future trends. A blog and monthly e-newsletters to raise awareness on the trends and developments in the construction market. Five themes will be covered: Comfort & Energy in the Tertiary sectors; Bathrooms & Innovation; Construction & Sustainable Renovation; Building of the Future; and A look at Architecture. Discover solutions for the new habits and expectations of residents: - Solutions Hubs, located at the entrance of the halls and engaged by specialists, these will present solutions of joint interest to constructors, operators and users. - The ‘key-note’ conferences, organised in themes in rounds which will inform visitors on the topics that are at the centre of market concerns. Important testimonies from leaders in different fields, partners and associates and architects who will be invited to take the stage.
clos temáticos, irão informar os visitantes sobre os temas actuais, no centro das preocupações do mercado. Grandes testemunhos provenientes dos comanditários e dos arquitectos serão convidados a tomarem a palavra. Adoptar as inovações e as tecnologias: - Os espaços ‘Live’ inovações e os seus demonstradores irão apresentar os produtos premiados no Concurso da Inovação que terão sido anunciados numa cerimónia organizada a 18 de Setembro de 2017; - As visitas guiadas darão a conhecer temáticas concretas através de uma selecção de soluções, apresentadas pelos responsáveis técnicos das marcas; - Serão propostos percursos autónomos a fim de ir ao essencial de temas precisos. Fazer negócios com França e com outros países: - A França e as regiões serão os convidados de honra em 2017; - Os investimentos importantes favorecem a vinda de mais visitantes franceses sejam instaladores, distribuidores ou prescritores, pelo que haverá jornadas especiais, bus gratuitos, clubes e serviços premium…; - O Club des Influenceurs recepciona os 1.500 prin-
cipais dirigentes dos grandes nomes da prescrição e dos comanditários; - O Club Négoce facilita a vinda de negociantes e distribuidores e a sua visita aos salões; - A Francofonia como convidado especial irá permitir o encontro com os decisores de 84 países e governos (encontros de negócio com todos os portadores de projectos dos países francófonos, ciclo de conferências, etc.); - O Club International será o local de encontros e de negócios para todos os profissionais desejosos de optimizar as suas relações internacionalmente. Mondial du Bâtiment 2017 is dedicated to offering movers and shakers, consultants, constructers and fitters, the possibility of making the most of the market recovery. To that end, and through the fairs INTERCLIMA+ELECHB, IDÉOBAIN and BATIMAT, countless novelties will be presented around four principle axes corresponding to different visiting publics. Explaining the fundamental changes to the sector: - A reorganisation of student halls around six specific universities and all connected to the same place to facilitate the discovery of a vast panorama of products and solutions;
Adopting innovations and technology: - The ‘Live’ innovations areas and their demonstrators will present award-winning products at the Innovation Competition the winners of which will be announced at a ceremony organised for 18 September, 2017. - Guided visits will inform about specific themes through a selection of solutions presented by brand managers; - Customised and independent routes will be provided with the aim of getting to essential and specific themes. Doing business with France and other countries: - France and its regions will be the guests of honour in 2017; - Important investments favouring the attendance of more French visitors be they fitters, wholesalers and prescribers, so there will be special outings, free buses and premium clubs and services...; - The Club des Influenceurs (The Movers and Shakers Club) will host the 1,500 key leaders of the big prescriber and senior partner names; - The Club Négoce (Business Club) will smooth the arrival of traders and distributors and their visit to the fairs; - The Francophone countries as the special guests will enable a meeting with the decision-makers of 84 countries and governments (business meetings with all the project holders from Frenchspeaking countries, rounds of conferences, etc.); - The International Club will be the place for meetings and business for all professionals eager to leverage their international networks.
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Do Mundo 74 25 SET/OUT 2017
Reino Unido
A economia compartilhada e os mercados imobiliários United Kingdom
The Sharing economy and the real estate markets
Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe
Reflectindo sobre o período de férias de Verão, certamente muitos de nós fizemos reservas de última hora, decidimos onde e quanto tempo ficar, o que fazer e o que visitar, tudo pela internet. Há 10 anos esse processo teria envolvido, talvez, a reserva de voos e de um carro alugado on-line, investigar qual o hotel mais adequado ou simplesmente optar por um pacote com tudo incluído. O aluguer de um apartamento ou de uma casa de praia requeria a busca por sites classificados, o contacto com o proprietário, a concordância de datas e, em boa-fé, enviava-se dinheiro para um estranho em quem se confiava que iria honrar os termos da sua reserva. Na maior parte dos casos não se tinha a certeza de que a propriedade estava tal e qual como tinha sido anunciada, mesmo que alguns dos sites mais sofisticados permitissem comentários e sugestões dos clientes. Com o advento de sites como Airbnb, Homeaway e outros, passou a ser oferecido aos viajantes um sistema de reserva sofisticado com um incentivo tanto para o inquilino como para o proprietário para respeitar as condições acordadas na reserva. Por outras palavras, devido ao ecossistema criado em torno desses sites, os inquilinos têm o incentivo de usar a casa de férias com responsabilidade, ou correm o risco de perder o depósito e serem colocados na lista negra dos proprietários; e os proprietários têm o incentivo de oferecer um bom serviço e anunciar com sinceridade sob o risco de receber comentários negativos de seus convidados. A simplicidade e a aceitação deste modelo de negócios em cidades do mundo inteiro significa que mesmo as vagas mais temporárias podem ser ocupadas com pouco esforço. O proprietário de um apartamento que parte para umas férias prolon-
gadas, por exemplo, pode alugar a sua habitação, obter algum rendimento extra de forma muito rápida e beneficiar de um conjunto de empresas de serviços que entraram nos vários mercados para ajudar com toda a logística. O efeito da procura por esta nova oferta significa que as propriedades que anteriormente estavam vagas podem agora produzir algum rendimento para os seus proprietários, mas também, nos casos em que a procura é forte, significa que os imóveis destinados a aluguer de longo prazo são redireccionados para uma ocupação de curto prazo e isso criou alguma tensão nos centros da cidade onde o influxo de turistas criou uma reacção dos residentes e das autoridades com uma série de medidas para conter o uso de imóveis residenciais desta maneira. O sector hoteleiro, por outro lado, não sofreu o impacto que se tinha antecipado em relação ao desenvolvimento deste produto que é efectivamente um substituto da sua oferta. De acordo com o relatório de uma empresa especializada no sector, chamada STR, a ameaça do Airbnb e de sites similares é exagerada na maioria dos mercados e revelam vários indicadores que demostram que este é o caso, já que as taxas de ocupação são mais baixas nos apartamentos da Airbnb em comparação com os hotéis. As diferentes taxas de ocupação de quartos de hotel cresceram em 2016 e até em anos anteriores, enquanto os apartamentos do Airbnb viram as suas taxas caírem. Em suma, tudo isto aponta para um conjunto diferente de clientes, correctamente reflectido pelas respectivas demonstrações demográficas e segundo as quais a média de um cliente da Airbnb corresponde, entre 35% e 53%, a hóspedes femininos, em comparação com 63% de hóspedes do
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sexo masculino no hotel, e tem idades entre os 35 e os 54 anos. Isso denota um universo de clientes mais orientado para os negócios no caso do hotel e uma base de clientes mais orientada para lazer no caso do aluguer de curta duração. Os sectores residencial e hoteleiro são os mais visivelmente afectados, mas a economia compartilhada chegou a muitas outras áreas do sector imobiliário. No sector de escritórios, empresas como a Workspace e a Wework sub-dividiram ainda mais as responsabilidades dos inquilinos do espaço e do tempo do imóvel que ocupam. Espaços compartilhados, salas de reuniões reservadas por hora e secretariado compartilhado, TI e comunicações partilhadas, trouxeram uma flexibilidade incrível, muito valorizado por pequenas firmas e start-ups. Mas empresas como a LiquidSpace e Sharedesk nos EUA ou OptionSpace na Alemanha, Flyspaces no Sudeste asiático e até Worknasi em África, todos oferecem o acesso a espaços de escritório não utilizados que podem variar de uma única mesa por uma hora a um escritório grande, por vezes, por meses. O objectivo claramente é gerar receita com o espaço não utilizado. Nos sectores de retalho e logística também está a decorrer uma revolução na forma como operam. Os centros de logística compartilhados fornecem todas as actividades de suporte a um revendedor online, por exemplo, que paga um custo variável para armazenar, organizar, facturar, expedir e até mesmo aceitar devoluções de mercadorias armazenadas nos seus armazéns. Esses centros podem abrigar centenas de diferentes logistas, que podem concentrar-se no produto e na comercialização dos seus produtos e não nas actividades secundárias relaccionadas com a logística. A economia compartilhada está a trazer mudanças tremendas para alguns dos impulsionadores fundamentais dos mercados imobiliários e aqueles que identificarem e reagirem a essas mudanças,
com um modelo de negócios superior, levará o prémio no final. As we reflect on the foregone summer holiday period, our planning may have involved arranging some last minute reservations, deciding where and how long to stay, what to do and what to visit. 10 years ago, that meant maybe booking flights and a rental car online, check a suitable hotel or simply book a package that included everything. Renting a short-term apartment or beach house involved trolling through classified sites, contacting an owner, agreeing dates and, in faith, sending money to a stranger who you trusted was going to honour the terms of your reservation. For the most part, you were not sure the property was as advertised, even though some of the more sophisticated website allowed for clients’ feedback and suggestions. With the advent of sites like Airbnb, Homeaway and others, travellers are offered a sophisticated booking system that provides an incentive for both renter and owner to behave. In other words, due to the ecosystem created around these websites, renters have an incentive to use a property responsibly, at risk of losing their deposit and being blacklisted towards other owners and owners have an incentive to provide good service and advertise truthfully at the risk of receiving negative reviews from their guests. The simplicity and take-up of this business model in cities around the world has meant that even the most temporary vacancy can be occupied with little effort. An apartment owner who is going on an extended holiday for example, can rent out their place and make some extra income and very quickly, a number of service companies stepped into the various markets to provide help with all the logistics. The effect of the demand for this new offering has meant that previously vacant proper-
ties might now produce some income for their owners but also, in cases where demand is strong, properties destined to long term rentals are redirected to short term occupation and this has created some tension in city centers where the influx of tourists has created a backlash from the residents and authorities with a number of measures to curb the use of residential properties in this manner. The hotel sector, on the other hand, has not suffered the impact one would anticipate on the development of what is effectively a substitute to their offering. According to a report by a research firm called STR, the threat of Airbnb and similar sites is overblown in most markets and they point to several indicators to show that this is the case including lower occupancy rates for Airbnb properties compared to hotels and differing room rate growth with hotel rooms broadly raising their rates over 2016 and previous years while Airbnb properties have seen their rates drop. In sum, this points to a different set of customers, correctly reflected by the respective demographics whereby the average age of an Airbnb guest is 35 and 53% of guests were female compared to 63% male guests at hotel, mostly aged 35 to 54 years old. This denotes a more business oriented client universe for hotel and a more leisure oriented client base for short rentals. The residential and hotel sectors are the most visibly affected but the sharing economy has come to many other areas of real estate. In the office sector, firms like Workspace and Wework have split further the commitment from occupiers on space and time. Shared spaces, meeting rooms booked by the hour and shared secretarial, IT and communications has brought incredible flexibility, valued by smaller firms and start-ups but firms like LiquidSpace and Sharedesk in the US or OptionSpace in Germany, Flyspaces in Southeast Asia and even Worknasi in Africa all provide access to unused office space that can range from a single desk for an hour to a large office for months at a time. The goal clearly is to monetize unused desk space. In the retail and logistics sectors are also seeing a revolution in the way they operate. Shared logistic centres provide all the backend activities to an online retailer for example, who pays a variable cost, to store, organise, bill, expedite and even accept returns of goods stored in their warehouses. These centres can house hundreds of different retailers, who can instead focus on the product and the marketing of their products and not the secondary activities related to the logistics. The shared economy is bringing tremendous change to some of the fundamental drivers of the real estate markets and those who can identify and react to those changes, with a superior business model will take the prize in the end.
Do Mundo 76 25 SET/OUT 2017
Expo Real 2017
Moderação à moda alemã Moderation in German style
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Claudia Boymanns, Exhibition Director da Expo Real, mostra-se bastante positiva em relação à edição deste ano que decorre de 4 a 6 de Outubro, em Munique, na Alemanha: “O clima no sector imobiliário permanece optimista e a Expo Real reflecte essa tendência”. Ainda assim, salienta que os “mercados deverão ajustarse gradualmente”. Portugal participa com “novo recorde”. Claudia Boymanns, Exhibition Director of Expo Real, is fairly positive regarding this year’s edition that runs from 4-6 October in Munich, Germany. “The climate in the real estate sector remains buoyant and Expo Real reflects this trend”. Even so, she stresses that the “markets should gradually adjust”. Portugal take-up shows a “new record”.
Texto Text: Carla Celestino
De acordo com a Exhibition Director da Expo Real, a feira alemã do imobiliário, a pouco tempo da sua abertura, “está quase completa”. Entre as novidades destaca na edição de 2017 as “inúmeras empresas que se exibem pela primeira vez, como é o caso, a título de exemplo, da Hilton International no sector hoteleiro, da Panattoni e Logivest no campo da logística e a Action and Woolworth no segmento comercial”. Acresce ainda o maior interesse que os Emirados Árabes Unidos têm revelado por este certame: “Pela primeira vez este ano, Jahr Nakheel, do Dubai, e outras empresas dos Emirados Árabes Unidos estão interessadas em participar”. Portugal, à sua escala, também tem os olhos colocados na Expo Real. Claudia Boymanns diz que estão “satisfeitos por o país Campeão Europeu de Futebol ser um participante estabelecido na feira”. Neste sentido, Lisboa é novamente representada com um stand conjunto com dez co-expositores, o que se trata de “um novo recorde”. Além disso, a “especialista em centros comerciais Sonae Sierra vai estar novamente patente na feira”. A nível das iniciativas portuguesas, a interlocutora destaca ainda o mercado ibérico que será apresentado no programa da conferência, incluindo o projecto ‘Lisboa South Bay’, entre outros.
Conferência debate actualidade “Claro que haverá discussões no programa da conferência e nos stands das feiras comerciais sobre quanto tempo o forte desenvolvimento do mercado ainda pode continuar”, começa por dizer em relação a este evento muito procurado na feira. No entanto, Claudia Boymanns considera que esta “situação não é considerada super-aquecida”. Para tal muito contribui o facto de o “Banco Central Europeu ter aderido a uma política de baixas taxas de juros que apoia este desenvolvimento positivo”. Mas a realidade é que no sector imobiliário internacional existe a incerteza de quanto tempo mais durará esta fase. Apesar deste cenário, defende que “a indústria espera mudanças bastante moderadas, o que não significará uma reviravolta completa mas oferece a possibilidade de os mercados se ajustarem gradualmente”. Conforme esclarece, existem muitos mercados na Europa que oferecem oportunidades sólidas de investimento, onde, além da Alemanha, se destacam especialmente a Espanha, Holanda, Suécia, Finlândia, França e ainda o Reino Unido como já acontecia anteriormente. Toda esta conjuntura vai reflectir-se no programa da conferência que “proporcionará muitos pontos de vista, bem como permitirá introduzir projectos de desenvolvimento urbano e conside-
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Claudia Boymanns diz que estão satisfeitos por o país Campeão Europeu de Futebol (Portugal) ser um participante estabelecido na feira. Claudia Boymanns says that they are satisfied that the European Football Championship country (Portugal) is an established participant in the fair. rar segmentos como hotéis, logística, comércio e saúde num contexto internacional”. A Exhibition Director salienta também que estão “muito satisfeitos por ter o economista americano e laureado com o Prémio Nobel, Joseph Stiglitz, como orador”.
Brexit não afecta feira Quando questionada sobre a forma como algumas questões internacionais, nomeadamente o Brexit, podem influenciar o mercado imobiliário e a Expo Real, Claudia Boymanns é peremptória ao afirmar que, “apesar de todas as previsões do dia do juízo final, o interesse do investimento não parece prejudicado pelo Brexit: nem na Grã-Bretanha nem no continente”. Na sua opinião, “embora existam numerosas especulações sobre qual o centro financeiro que beneficiará com o Brexit, a realidade é que ape-
nas houve especulações sobre isso até agora”. Além disso, como diz, “não é claro o que a Brexit esteja exactamente no final”. “Muito mais importante do que o Brexit para as decisões de investimento na Europa é o potencial que as respectivas localizações oferecem a médio e longo prazo, nos quais os desenvolvimentos económicos e demográficos desempenham especialmente um papel importante. Consequentemente, os investidores não estão apenas a olhar para as metrópoles internacionais, mas muitas vezes também para cidades e regiões de ‘segunda linha’”. Exposto isto, “não conseguimos detectar qualquer impacto da Brexit em relação às reservas de feiras comerciais. Pelo contrário, a procura aumentou e esperamos mais de 1.850 expositores este ano”.
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Na era da digitalização
A feira alemã do imobiliário, a pouco tempo da sua abertura, está quase completa. Just a short time to go before it opens, the German fair is almost fully booked.
Este ano a Expo Real encontra-se bastante focada nas vertentes da inovação e da digitalização. Claudia Boymanns recorda que, “nos últimos anos, a inovação tecnológica e a digitalização já foram questões importantes para nossos expositores e para o programa da conferência”. Mas “agora, pensamos que chegou a hora de expandir esse assunto”. Com a Real Estate Innovation Network (REIN), a organização encontrou um parceiro que permitiu “trazer o imobiliário para junto das startups deste sector de forma a suportar os próximos esforços de digitalização o melhor possível”, explica. “Nós apoiamos a iniciativa fornecendo um ambiente ideal e estamos convencidos de que este fórum irá fornecer um estímulo de tendência para todos os participantes da feira”. According to the Expo Real Exhibition Director with just a short time to go before it opens, the German fair is almost fully booked”. Among the latest news to highlight for the 2017 edition are “the countless companies that are exhibiting for the first time, as case in point being Hilton International in the hotel sector, Panattoni and Logivest in the logistics field, and Action and Woolworth in the commercial segment”. She also adds the great interest that the United Arab Emirates has shown in this fair. “For the first time this year, Jahr Nakheel of Dubai, and other companies from the United Arab Emirates are interested in taking part”. Portugal, in turn, also has its eyes on Expo Real. Claudia Boymanns says that they are “satisfied that the European Football Championship country is an established participant in the fair”. In this sense, Lisbon is once again represented by a stand it is sharing with 10 co-exhibitors, which
is a “new record”. Furthermore, the “specialist in shopping centres, Sonae Sierra will once again be at the fair”. In terms of Portuguese initiatives, the spokesperson also highlights the Iberian market which will be presented on the conferences programme, including the project Lisbon South Bay, among others.
Conference debates the current market “Of course there will be discussions on the conference programme and at the stands of trade fairs on how long the strong development of the market can continue”, she begins to say regarding this highly popular event at the fair. However, Claudia Boymanns says that the “market situation is not considered to be over-heated”. Contributing towards that is the fact that the European Central Bank has stuck to a policy of low interest rates which helps this positive development”. But the reality is that in the international real estate sector there is uncertainty as to how much longer this phase will last. Despite this scenario, she argues that “the industry expects fairly moderate changes, which will not mean a complete turnaround, but will offer markets the possibility of gradually adjusting”. She goes on to say that there are many markets in Europe that offer solid opportunities of investment, where, in addition to Germany, Spain, Holland, Sweden, Finland, France and also the United Kingdom stand out, as has happened in the past. All this will be reflected in the conference programme that “will provide many points of view, as well as enabling urban development projects to be introduced and covering segments such as hotels, logistics, commerce and health in an
international context”. The Exhibition Director stresses too that they are “very pleased to have the US Nobel Prize economist Joseph Stiglitz as a speaker”.
Brexit has no affexit When quizzed on the way in which some international questions, namely Brexit, could influence the real estate market and Expo Real, Claudia Boymanns jumps in to state that “despite all the Judgement Day predictions, investment interest does not seem to be being harmed by Brexit: neither in Great Britain nor on the continent”. In her opinion, “whilst there’s a lot of speculation as to which financial centre will benefit from Brexit, the reality is that up to now this has been merely speculation”. Furthermore, as she says, “it’s not clear what form Brexit will exactly take at the end”. “Far more important than Brexit for European investment decisions is the potential that respective locations offer in the mid to long-terms, in which economic and demographic developments will play an especially important part. As a consequence, are not just merely looking
at international metropolises, but very often at ‘second line’ cities and regions.” With all this, “we can’t see any impact of Brexit in relation to bookings at trade fairs. Quite the opposite. Demand has soared and we expect over 1,850 exhibitors this year”.
In the digital era This year Expo Real is pretty much focused on the innovation and digitalisation aspects. Claudia Boymanns recalls that “in recent years, technological innovation and digitalisation were already important issues for our exhibitors and for the conference programme”. But “now, we think the time has come to expand on this issue”. With the Real Estate Innovation Network (REIN), the organisation has found a partner that has enabled it to “bring real estate to the start-ups in this sector so as to support the coming efforts of digitalisation in the best way possible”, she explains. “We’re supporting the initiative by providing the ideal environment and we are convinced that this forum will provide a boost to a trend for all participants at the fair”.
Lisboa é novamente representada com um stand conjunto com dez co-expositores, o que se trata de um novo recorde. In this sense, Lisbon is once again represented by a stand it is sharing with 10 co-exhibitors, which is a new record.
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