Magazine Imobiliário 036

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Construção Ambiente Turismo

36 JUL/AGO 2019 €10

O culto do bom gosto Devotion to good taste



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36 JUL/AGO 2019

Editorial

Comboio intrépido An intrepid train

Joaquim Pereira de Almeida Director Director

Há conceitos que são dificílimos de definir. Vejamos, por exemplo, a palavra “belo” ou a expressão “bom gosto”. É muito subjectivo caracterizá-las. Agora, imagine, quão complicado é produzir uma revista com este tema de capa. Foi o nosso exercício de Verão, junto com outros temas mais comuns no imobiliário e turismo. Haverá quem pense que dar atenção a estes assuntos é algo “amador”. Nada mais errado. Por isso, confesso que foi um exercício que praticámos com entusiasmo, acreditando que o leitor, nesta época do ano, procura algo diferente. Ficamos à espera da vossa apreciação crítica que é indispensável. Estamos a preparar, para si, uma mudança significativa na Magazine Imobiliário. Mudança qualitativa que visa tornar o nosso produto, na altura em que celebra seis anos, em algo ainda mais actual e apelativo. Fazemos da vida uma aprendizagem aliciante que exige muito trabalho e sentido crítico. Em seis anos lançámos e consolidámos um projecto diferente. Seguimos na carruagem da frente, neste comboio intrépido que se chama “tempo” e que nem sequer pára nos apeadeiros. Diria que se trata de um “expresso” que é preciso afinar constantemente para chegar a um destino longínquo e seguramente “bonito”. Nesta MI encontra muitos outros temas de interesse diverso. Aproveitamos para reflectir e continuar a trabalhar com prazer. Façam o favor de relaxar, deitem o stress pelas costas, levem-nos no saco de praia porque vão gostar. Obrigado pelo vosso apoio e carinho. Sejam felizes! There are concepts that are extremely difficult to define. Let’s look at the word “beautiful” or the expression “good taste,” for example. Saying what characterises is rather subjective. Now, imagine how complicated it would be to produce a magazine with this kind of cover story. Indeed, this has been our task for the summer, along with other, more common themes in real estate and tourism. Some will think that giving attention to these matters is somewhat “amateur.” Nothing could be more wrong. Therefore, I confess that it

was a task that we worked on with great enthusiasm, believing that the reader will be looking for something different at this time of year. We eagerly await your critiques, which, for us, are indispensable. We’re preparing a significant change to Magazine Imobiliário for you, a qualitative change that aims to make our product something even more enticing and cutting-edge in its sixth year of existence. We make life an intriguing learning opportunity that requires lots of work and a critical sense. In six years, we have launched and fortified a unique, solid project. We’re still riding in the front carriage of this intrepid train called “time” that stops for no one. I would say it’s an “express” train that must be constantly refined to reach a distant and surely “beautiful” destination. In this edition of MI, you’ll find many other topics covering a range of different interests. We’ve availed ourselves of this opportunity to reflect and continue working with pleasure. Please, relax, leave all your stress behind, and bring us with you in your beach bag because you’re going to enjoy it. Thank you for your support and affection. Be well!


Summary

Índice

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Grande Tema Lead Story

O culto do Bom Gosto Devotion to good taste

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Opinião Opinion Arquitecto Architect João Paciência

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À conversa com Carlos Pissarra In conversation with Carlos Pissarra

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Ficha técnica

Sol e Lua

Propriedade Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207 1000–141 Lisboa Telf.: (+351) 21 134 10 06 Telm.: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario. com Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Carla Celestino Colaboradora Permanente Elisabete Soares Fotografia Anabela Loureiro Tradução Frank Miller

Grafismo Rodrigues Silva

Tourism Repórter sem folga Reporter with no respite

Contabilidade Nasceconta

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Periocidade Bimestral Tiragem 3.000 exemplares Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível na página de internet www. magazineimobiliario.com

Grupo Vila Galé Vila Galé Group

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Vamos casar em Portugal? Let’s get married in Portugal?

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Atelier

Atelier Novo pavilhão Rosa Mota Rosa Mota Pavilion renovated

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Square Meter AURA – Real Estate Experts

International Opinião Opinion Reino Unido United Kingdom

Metro Quadrado

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Portugal GRI 2019

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Opinião Opinion Aniceto Viegas

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Opinião Opinion ABC Legal

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Opinião Opinion Millennium bcp

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Ventos do Norte

North winds Grupo Altis: 40 anos depois chega à Invicta 40 years later Altis reaches Porto

Do Mundo

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Apontamento Endnote Estender a toalha Spreading out the towel


Soluções de Crédito Pessoal

Estamos aqui para o que precisar Remodelação da Casa Informe-se em

www.santander.pt


Capa 4 36 JUL/AGO 2019

A indĂşstria dos caprichos

Espelho meu espelho meu An industry of whims

Mirror, mirror on the wall


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Haverá alguém com melhor gosto que eu? Provavelmente não, já que este é talvez o conceito mais pessoal e único que existe. É transmissível e manipulável mas sabe que não pode “agradar a Gregos e a Troianos”. Porque Portugal continua na moda, e no Verão mais do que nunca, fomos à procura da receita ideal para o Bom Gosto. Who’s got the best taste of them all? Probably each one, since taste is probably one of the most personal concepts that exists. It can be passed on and manipulated, but it can’t “please both Greeks and Trojans.” Because Portugal is still trendy (and even more so during the summer than ever), we set out to find the perfect recipe for “good taste.”

Texto Text: Carla Celestino Fotos Photos: Anabela Loureiro

Foto Photo: Vítor Hugo

Já sabemos que há gosto para todos mas será que todos têm bom gosto? A Música é um bom exemplo para deambular sobre esta questão. O Verão traz sol e muitos, muitos festivais. Há quem procure ouvir Beethoven ou Verdi ao entardecer num jardim, outros preferem o jazz à beira-mar com os The Roots ou de Jéssica Pina. A nova geração de cantores colocou o fado na moda e as grandes salas de concertos enchem-se à pinha para ouvir Mariza, Carminho ou Ana Moura. Esgotar bilhetes para concertos em meia-hora virou hábito em Portugal, que o diga Madonna ou Ed Sheeran. “Bombar” toda a noite é com os DJ’s Steve Aoki, Martim Garrix ou DJ Vibe…, então, quem tem melhor gosto musical? Provavelmente todos dentro do seu grupo de referência, os de fora poderão achar mau gosto, é lá com eles… O conflito de gerações e a moda são também boas bitolas para perceber o que domina em determinada época e que é odiado ou substituído pela seguinte. Se houve tempos em que a mini-saia ou o “biquíni brasileiro” chocava, hoje tornou-se corriqueiro. Num Verão 2019 que começou em Maio, prepare-se para roupas às riscas e com cores vibrantes, vestidos wrap, sem faltar a malinha de palha, é o que dizem os especialistas na matéria. Há também toda uma indústria que deixa imagens e mensagens sublimares, que no recôndito do cére-

bro levam a acreditar e a desejar ter determinado gosto. Os opinion makerts sabem disso e as redes sociais também. Com um simples clique – “gosto” decidimos através do pc ou do telemóvel se aprovamos a nova foto de perfil do nosso melhor amigo, se aclamamos a escolha do local de férias dos nossos colegas, se apreciamos o cocktail pipoca e óleo ou um gin de cítricos e especiarias que o amigo de um amigo provou… Qualquer dia, com os rápidos avanços das novas tecnologias, haverá, certamente, um algoritmo que determina o que gostamos e o que é o nosso bom gosto. E se queremos desvendar o gosto dominante em épocas passadas, presentes e, quiçá, futuras então temos de olhar para o céu. Estamos a referimo-nos aos edifícios. Todas as épocas têm obras para posteridade, muitas envolvidas em polémicas, outras fruto da vontade do seu proprietário que dá poucos ouvidos ao arquitecto e impõe a sua vontade. Há quem diga que actualmente estamos a construir e a embelezar edifícios para franceses, chineses, brasileiros, russos… e muito pouco para portugueses. Há também as obras de autor, de arquitectos afamados que deslumbram uns e chocam outros. Não esqueçamos a realidade virtual onde as imagens 3D, de interiores e exteriores, viraram rotina, são essas que hoje vendem mesmo antes do edifício


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ter iniciado a reabilitação ou construção. Visitar edifícios em obra de capacete na cabeça e óculos VR permite ter a experiência de estar no futuro de uma sala onde não falta o sofá, a mesa, o quadro e o candeeiro a condizer. A importância dos nossos comportamentos, das nossas preferências, é tal que actualmente desenvolvem-se novas disciplinas – como a ciberpsicologia ou a antropoligia digital – que visam entender para onde caminha o futuro do bom gosto dos consumidores, dos clientes finais. O Bom e o Mau Gosto é, pois, subjectivo, é muito pessoal, difere de pessoa para pessoa, de estação para estação, de era para era. Por isso não queremos ser uma “Maria vai com os outros” e mergulhamos num mar de emoções e experiências do que os experts consideram ser tendência, moda, elite ou mass market, ecossistemas digitais, arte…

Projectar o bem estar das pessoas O bom gosto deve ser acessível a todos, ou não

tivesse ocorrido em Portugal a “Revolução dos Cravos”. São cada vez mais as novas empresas mass market a entrar em Portugal para agitar a forma como olhamos, sentimos e decoramos as nossas casas. Carina Rousselle Souto, Country Manager para Espanha e Portugal da Maisons du Monde, que abriu recentemente a sua primeira loja no Algarve, afirma que a empresa “acreditou que havia apetite em Portugal para os nossos produtos” e que, “desde o seu lançamento online em 2010, os portugueses apaixonaram-se pelo chique desta marca francesa, que oferece milhares de produtos diferenciados a preços acessíveis”. Para esta interlocutora é claro que “há bom gosto” no nosso País, até porque “a história do design em Portugal está intimamente ligada à História do País. Quer seja a porcelana, os azulejos em arquitectura e arte, ou tecidos de qualidade com milhares de padrões elegantes, os designers portugueses são inspirados e inovadores”.

A história do design em Portugal está intimamente ligada à História do País. The history of design in Portugal is closely linked to the history of the country


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Isto é válido para a casa de todos os residentes em Portugal e é válido também para todos os projectos residencial, turístico, de escritórios ou retail. Margarida Caldeira, Chair of the EMEA Board do atelier Broadway Malyan, esclarece que existe sempre a preocupação em “desenhar os espaços que irão fazer brilhar os projectos de interiores desses mesmos espaços” e que “o mesmo projecto de arquitectura, poderá ser valorizado ou depreciado em função da qualidade do projecto de interiores do mesmo”. Na sua opinião há uma complementaridade elevada entre estas duas disciplinas e se estas falarem a linguagem correcta é atingido o objectivo. Por isso, defende que “devemos desenhar espaços e interiores que contribuam para o bem estar das pessoas que o utilizam” e quando esse objectivo é atingido, Margarida Caldeira afirma que pessoalmente se sente “realizada”.

Hub criativo, inovador e inspirador Para a arquitecta da Broadway Malyan, “tal como uma grande obra de arquitectura é algo que não nos deixa indiferentes, um bom design de interiores é aquele que tem em conta, não só uma visão estética e funcional, mas cujo objectivo de conforto visual e físico foi alcançado”. Mas na sua visão tem, principalmente, de responder aos “objectivos do espaço em si, e quais os aspectos que determinam o conforto dos seus utilizadores”. Como diz: “Se estamos a desenhar algo para uma geração de Millennials ou para uma geração Baby Boom ou X, teremos e devemos ter isso em conta”. Não obstante para quem se está a projectar, Pedro d’Orey da QuartoSala - Home Culture acredita que “este é sem dúvida um bom momento para o Design em Portugal”. Isto porque “com o imobiliário em alta e a necessidade de equipar o stock imobi-

liário vendido, pode-se dizer que existe um “boom” na procura por soluções diferenciadas em que o Design tem um papel determinante”. Pedro d’Orey realça que existe “uma nova franja de consumidores portugueses” que possuem “fortes preocupações de adaptarem as suas casas a uma estética de natureza global”, sendo que este “alinhamento com um gosto de natureza global é acompanhado de uma preocupação com a qualidade da requalificação das suas casas, respeitando o património arquitectónico de base”. “Com o fluxo de estrangeiros que estão a instalar-se em Portugal ou simplesmente que passam por aqui, o nosso País transformou-se num hub de promoção e inovação em todos os campos”, acrescenta. Foi neste âmbito que a QuartoSala - Home Culture criou uma loja no Príncipe Real exclusivamente dedicada à exposição de mobiliário de excepção de designers que fizeram, e fazem, a história do Design brasileiro. Ainda assim, há players com outra forma de olhar para o nosso umbigo. A Sá Aranha & Vasconcelos assume em todos os seus projectos e para todos os seus clientes o compromisso: “SA&V: Nothing Less. Nada menos que a perfeição”. Por isso mesmo tecem duras críticas: “Hoje em dia em Portugal vendem-se metros quadrados despojados e impessoais, onde o branco ou o preto reinam porque todos gostam, mas em que os ambientes não têm alma, personalidade”. Na sua convicção, “em Portugal ainda se pensa pequeno, sem inovação, sem surpreender. Nós adoramos surpreender, mas nunca apenas e só por surpreender. Surpreendemos sempre com a esperança de o fazer com qualidade

Arte patente no imobiliário A Arte conjuga-se na perfeição com o Imobiliário e

os profissionais do sector sabem disso. No Verão de 2018 a Louvre Properties promoveu o evento RE7 no empreendimento The Nest (Rua Rodrigo da Fonseca), no qual disponibilizou 7 pisos para diferentes tipos de arte e albergou um vasto conjunto de artistas que, durante 7 dias, expuseram os seus trabalhos, num evento aberto ao público. Só no primeiro dia recebeu mais de 170 pessoas inhouse. Esta empresa “dedica-se a fazer um pouco de arte na transformação de velhos edifícios em empreendimentos únicos”, afirma Augusto Homem de Mello, Sales & Marketing Manager na Louvre Properties. Explica que esta ideia vem “potenciar uma utilidade mais nobre aos nossos activos imobiliários, quando se encontram a aguardam por validação de processos de licenciamento (podemos chegar a ter um activo nestas condições por mais de um ano)” mas também é uma forma de “dar espaço às artes” e um meio “blend-in de trabalhar o marketing dos nossos produtos que, naturalmente, integram estas exposições”. A peça do artista José Pedro Croft criada para o edifício Castilho 203 da Vanguard Properties é outro bom exemplo. O comissionamento desta obra de arte é “uma manifestação de respeito pelos seus clientes e comprometimento com a qualidade e inovação dos seus projectos, visando criar landmark projects, que se valorizam com o tempo”, salienta José Cardoso Botelho, Executive Managing Director da empresa. Aliás, a Vanguard Properties convidou um conjunto de personalidades, nomeadamente Guta Moura Guedes, António Cachola, Delfim Sardo, José João Lopes Raimundo, Miguel Coutinho, Miguel Saraiva e José Maria Ferreira, para seleccionar artistas nacionais e internacionais para intervirem, em cada um dos seus projectos. A intervenção, tanto poderá


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ocorrer no espaço público (no seio de um loteamento), como no interior de um edifício, podendo como é o caso do A’Tower ser visível da via pública, constituindo assim um elemento valorizador do imóvel e da zona envolvente. Perante esta união perfeita, quer parecer que o sector do imobiliário já “mergulhou” definitivamente na arte, design e arquitectura de interiores para diferenciar os seus empreendimentos. Augusto Homem de Melo considera que “há, sem dúvida, uma preocupação por fazer bem e com qualidade”. E José Cardoso Botelho partilha deste ideia: “É manifesto que os melhores promotores nacionais, desde meados de 2014, começaram a investir, de forma crescente, na qualidade do design e arquitectura dos seus empreendimentos e a trabalhar, de forma mais cuidada, ao nível dos interiores e sobretudo dos espaços de fruição comuns”. Depois de auscultarmos tantos especialistas a conclusão a que chegamos é óbvia: Independentemente da sensibilidade de cada um, ninguém fica indiferente ao Bom Gosto português!

We know that each has their own taste, but do all people have good taste? Music is a good context for mulling this question. Summer brings sun and endless festivals and celebrations. There are those who prefer to listen to Beethoven or Verdi during an evening in the park. Others prefer jazz with TheRoots or Jéssica Pina on the riverside. A new generation of singers has made fado popular again, and Portugal’s grand concert halls get filled to the gills with people who want to hear the likes of Mariza, Carminho, or Ana Moura. Concerts selling out in half an hour is now common in Portugal, be they for Madonna or Ed Sheeran. People can also “bounce” the night away to DJs Steve Aoki, Martim Garrix, or DJ Vibe… So, whose taste in music is best? Probably all do within their own reference group; those outside the group could find their music to be in bad taste. To each their own… Generational conflict and fashion are also good contexts for understanding what may be popular for one generation during a certain period of time

and what maybe hated or substituted by the following one. Miniskirts and the “Brazilian bikini,” which were shocking at one time, have now become commonplace. For Summer 2019, get ready for striped clothing with vibrant colours, wrap dresses, and more, specialists say. There is also an entire industry dedicated to sending subliminal images in messages, which lead people to believe and like certain things. The opinion makers know this, as do social networks. With a simple click or tap on the “like” button, we use our computers or cell phones to tell the world whether we approve of our best friend’s new profile picture, find our colleagues’ holiday choices interesting, or liked the popcorn cocktail or citrus and spice gin that that one friend had us try… Any day now, thanks to technology’s steady march forward, an algorithm for determining what we like and what good taste consists of will surely eventually come out. And if we want to understand the predominant taste of bygone eras, today, or maybe even the


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Devemos desenhar espaços e interiores que contribuam para o bem-estar das pessoas que o utilizam. We must design spaces that support the well-being of the people who use them

future, we must look upward. We’re referring, of course, to buildings. Each period in history has left work for posterity, many surrounded by controversy, others the work of owners who paid little attention to architects and imposed their own will. There are those who say that we’re really building buildings that will satisfy the tastes of Frenchmen, Chinese, Brazilians, Russians…but barely consider the tastes of Portuguese people. There are also original projects from famous architects that dazzle some and shock others. Let us not forget virtual reality, either, whose 3D images of interiors and exteriors have become routine: they sell the building before it’s even built or restoration work has begun. Visiting buildings that are under construction using VR glasses and headgear allows people to experience any number of future rooms, fully furnished with co-ordinated sofas, tables, paintings, and light fixtures. Our behaviours and preferences hold such importance that new disciplines (e.g., cyber-psychology or digital anthropology) that seek to understand where consumers’ and end clients’ good taste will lead us in the future have sprung up. “Good” and “bad” taste are, thus, subjective and very personal. They differ from person to person, from season to season, from century to century. Given this, we don’t want to be lemmings following others off a cliff, but we will dive into a sea of emotions and experiences that involve expert opinions, trends, fashion, the distinction between “elite” and “mass market,” digital ecosystems, art, and more.

Planning people’s well-being Good taste must be accessible to all, lest the “Carnation Revolution” have been for naught. More and more new mass market companies are setting up shop in Portugal, shaking up the way we see, experience, and decorate our homes. Carina Rousselle Souto, Country Manager for Spain and Portugal at Maisons du Monde, which recently opened its first branch office in the Algarve, says that the company “believed there was appetite in

Portugal for our multi-styles and affordable products” and that, “since its online launch in 2010, Portuguese have fallen in love with the chic French brand which offers thousands of distinctive products at accessible prices.” For her, it’s clear that “good taste exists” in our country, especially since “the history of design in Portugal is closely linked to the history of the country. Whether it’s the porcelain, the azulejos tiles used in architecture and art, or quality fabrics with thousands of elegant patterns, the Portuguese designers are inspired and innovative”. This is true of the homes of all who reside in Portugal and is also true for all residential, touristic, office, and retail projects in the country. Margarida Caldeira, Chair of the EMEA Board for Broadway Malyan, explains that “designing spaces that will shine” remains a concern and that “the same blueprint could be of great or little value, depending on the quality of the setup.” In her opinion, there is a high degree of complementarity

between these two, and, if they speak the right language, they will have achieved their goal. So, she argues, “we must design spaces that support the well-being of the people who use them,” and, when this is achieved, Caldeira says she personally feels fulfilled.

Innovative, inspiring creative hub For the Broadway Malyan architect, “in the same way that a great piece of architecture is something that won’t leave us indifferent, good interior design not only considers function and aesthetic form but also achieves the ultimate goal of making occupants comfortable visually and physically.” In her view, though, interior design should mainly contribute to “the space fulfilling its purpose…[after] figuring out what will make its users comfortable.” She says, “When we’re designing something, we have to keep our audience in mind, be they Millennials, Baby Boomers, or Generation X-ers.” Nevertheless, for those who are planners, Pedro


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of it. We always surprise people in hopes of doing so with quality.“

Art in real estate

d’Orey from QuartoSala – Home Culture believes that “this is undoubtedly a great time for design in Portugal” because, “with real estate in high demand and the subsequent need to furnish the properties that have been sold, one could say that there’s been a ‘boom’ in the demand for unique solutions that rely heavily on design.” D’Orey explains that there exists “a new strand of Portuguese consumers” who are concerned with “adapting their homes to a global aesthetic,” and this “alignment with a taste of global nature is accompanied by a concern for the quality used in renovating their homes and a desire to respect the building’s architectural heritage.” “With the current influx of foreigners who are moving to Portugal or just simply passing through, our country has transformed into a hub where all industries can develop and innovate,” d’Orey adds. It was in this context that Quar-

toSala – Home Culture opened a store in Príncipe Real that is dedicated exclusively to exceptional furniture from designers who have made – and continue to make – contributions to the story of Brazilian design. There are also others who have their own ways of looking at the situation. Sá Aranha & Vasconcelos has made a commitment to its clients through its projects, reflected in its motto: “SA&V: Nothing less than perfection.” For this very reason, they weave harsh critiques: “In Portugal today, we’re selling barren, impersonal spaces where black or white reign because everyone likes them, but these kinds of surroundings lack any kind of soul or personality.” They believe that “too many people in Portugal think small without looking to innovate or surprise. We love to surprise people period, but we don’t do only that. Nor do we surprise just for the sake

Art combines perfectly with real estate, and industry professionals know this. In the summer of 2018, Louvre Properties organised the RE7 at The Nest on Rua Rodrigo da Fonseca. During the event, different types of art from a vast array of artists were on public display for 7 days on 7 separate floors. Only on the first day were there more than 170 visitors. This company “is dedicated to creating a bit of art when transforming old buildings into unique developments,” says Augusto Homem de Mello, Sales & Marketing Manager at Louvre Properties. He explains that this idea “promotes a more noble use of our real estate assets when they are waiting for permits (we could have a property sitting like this for over a year)” but is also a way to “give the arts a space” while, at the same time, “helping market our products, which are inherent parts of these exhibits.” The piece that artist José Pedro Croft created for Vanguard Properties’ Castilho 203 building is another good example. The commissioning of this piece is “a manifestation of respect for our clients, aiming to create landmark projects that accrue value over time,” explains José Cardoso Botelho, the company’s Executive Managing Director. In fact, Vanguard Properties has invited a number of personalities – namely Guta Moura Guedes, António Cachola, Delfim Sardo, José João Lopes Raimundo, Miguel Coutinho, Miguel Saraiva, and José Maria Ferreira – to select artists from both Portugal and abroad to work on each of their projects. Their creations could be on display either outside (e.g., in a courtyard) or inside a building and can also be visible to the public, as is the case with A’Tower, thus adding value to the building itself and the surrounding area. Given this perfect union, it appears that the real estate industry has already taken an irreversible liking to art, design, and interior architecture to differentiate their projects. De Mello believe that, “without a shadow of a doubt, people are concerned with doing good and with quality.” José Cardoso Botelho shares this idea: “It is clear that, since mid-2014, Portugal’s best developers have begun to invest increasingly in the quality of the design and architecture of their projects. They have also begun to work more carefully on interior spaces, especially common use spaces.” After hearing from so many experts, the conclusion is obvious: regardless of individual feelings, no one can deny the good taste of the Portuguese!


Opinião João Paciência

“Subjectivo e volátil” “Subjective and controversial”

João Paciência Arquitecto Architect

Pede-nos a Revista Magazine Imobiliário um artigo de opinião sobre um tema tão subjectivo como volátil, como é este do conceito de Bom Gosto. É do conhecimento geral que as questões do gosto, bom ou mau, variam conforme as épocas, culturas e tendências dominantes, sempre apregoadas e alimentadas pelos chamados “opinion makers”, seja no mundo da moda, da arquitectura em geral e da arquitectura interior em particular, que se confunde muitas vezes com a chamada decoração de interiores, preocupação que parece dar suporte ao tema que agora nos é pedido opinar. E comentar ainda a situação do mercado geral actual nesta matéria da residência ou mesmo da hotelaria, que também é vertente actual importante no mercado português, careceria de recolha sistemática, organizada e estudada, para sobre ela poder emitir opinião minimamente fundamentada. Resta-nos portanto reflectir um pouco empiricamente sobre isto a partir da nossa experiência pessoal, e do que conhecemos existir publicado nas redes sociais ou nas mais variadas revistas da especialidade. Do que tem resultado da nossa prática no domínio da arquitectura de interiores, que muito tenho partilhado com a minha filha Filipa que abraçou esta área na sua formação académica, sobretudo articulada com os projectos de arquitectura residencial e hoteleira, que têm sido há vários anos objecto importante do nosso gabinete de arquitectura, julgo poder afirmar que o método de todos quantos se dedicam a este tipo de tarefas, se focaliza na pesquisa de cenários para a vida quotidiana, procurando garantir mais do que o simples conforto físico inerente a qualquer projecto residencial, um outro nível mais emocional de conforto, a que

se aspira ter como o tão desejado BOM GOSTO. Do que se consegue perceber, poderíamos para simplificar diferenciar o que são projectos de autor dirigidos a clientes muito específicos com programas definidos de organização do espaço e das diferentes caracterizações que cada um desses espaços obriga, para responder à cultura e sensibilidade de um determinado cliente, de outros mais generalistas que se divulgam com um receituário relativamente standard, definindo espaços de salas normalmente com vistas, cozinhas dominantemente abertas sobre as salas, quartos e salas de banho estilizados e de tendência normalmente minimalista e de tons claros. Garantidos que sejam os conceitos básicos de EQUILÍBRIO, PROPORÇÕES CORRECTAS, CONTENÇÃO FOMAL, EFEITO DE SURPRESA, TRANQUILIDADE, REQUINTE, certamente será garantido um bom resultado na imagem a vender, muito enfatizadas aliás nos últimos tempos pelas imagens virtuais que enchem todas as plataformas digitais. Coisa diferente é depois a obra que se tem de construir e dominar nas suas diferentes e complexas interacções, na execução perfeita dos detalhes, na definição criteriosa dos materiais, texturas e cores, na compatibilização adequada dos elementos estruturais com todas as instalações técnicas que fazem parte da máquina que é uma casa, a que se terá depois que juntar todo um conjunto de novas peças, essas mais soltas mas não menos importantes na caracterização do espaço de vida interior, com todo o recheio que vem então dar sentido ao termo decoração. Móveis de todo o tipo, mesas e cadeiras, estofos, texturas , de novo cores e objectos vários, outra vez a luz , natural e artificial, quadros e peças de arte se for o caso , ou no seu contrá-


12 Opinião 36 JUL/AGO 2019

rio o mais absoluto ascetismo na vivência do espaço , sem que se sinta despido ou vazio de sentido. É de tudo isto que a nosso ver, se trata o conseguir ter BOM GOSTO. Magazine Imobiliário has asked us for an oped piece on a topic that is as subjective as it is controversial: the idea of Good Taste. Matters of taste – good or bad – vary in accordance with the times, culture, and prevailing tendencies, whose flames are fanned by socalled “opinion makers”. And this can be “taste” in any of a number of regards, be it in the world

of fashion or style, architecture in general, or interior architecture in particular. The last of these oftentimes gets confused with décor, which seems to be an underlying concern behind this topic that we have been asked to write about. And commenting on the market’s current situation with regard to this topic in the residential or hospitality segments, the latter of which is also currently an important part of the Portuguese market, would require a well-informed, systematic, methodical analysis thereof in order to be able to provide even the most minimally founded opinion.

What we must do, then, is reflect on this using our own personal experiences and what we’ve seen published on social media or in any of a number magazines dedicated to this topic. Given our work in the realm of interior architecture, which I’ve shared much of with my daughter Filipa who has embraced this field in her studies, and especially thanks the experience we’ve gained with the residential and hotel projects that have been an important part of our architecture firm’s work for a number of years now, I think I can say that that the method that all those who have dedicate themselves to this kind of work focuses on researching scenarios that happen in everyday life. They seek to ensure more than just the simple physical comfort inherent in any residential project. They aspire to another, more emotional level of comfort, which they hope to achieve through “good taste”. We would do well to simplify by differentiating original projects designed for clients with very specific ideas regarding how different spaces should be organised and what characteristics each should have (in accordance with their culture and particular taste) from other, more general projects that have a relatively standard setup with such features as views, open floor plans, and stylised, minimalist bedrooms and bathrooms with bright colours. So long as the basic concepts of balance/equilibrium, correct proportions, formal restraint, the effect of surprise, tranquillity, and refinement/subtlety are adhered to, a polished image will emerge, a matter of increasing import in recent times thanks to the advent of digital platforms. Yet another issue is the construction work itself. A building’s innumerable complexities have to be mastered and made tangible; its details have to be executed perfectly; its materials, textures, and colours all have to be carefully selected; and all the structural elements and technical installations of a house have to be compatible. After all this, a whole set of new, more movable pieces are added to the space. Although not fixed, they are no less important in giving an interior living space its character; indeed, they give meaning to the term “décor”. Furniture of all kinds, tables, chairs, upholstery, textures, new colours, miscellaneous objects. Light – natural and artificial. Paintings and pieces of art – if any. If none, the experience of absolute asceticism in a space – without feeling naked or devoid of meaning. All of this, in our opinion, is what GOOD TASTE encompasses.


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Capa 14 36 JUL/AGO 2019

Ă€ conversa com Carlos Pissarra

O perigo do deslumbramento In conversation with Carlos Pissarra

The dangers of being bedazzled


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O “Bom Gosto” é um conceito abstracto e horizontal, tão diverso sobre o que consideramos “Belo” ou não. Nada melhor do que conhecer quem, suportado nestes conceitos, faz vida e é reconhecido: Carlos Pissarra. “Good Taste” is an abstract, horizontal concept that is constantly in flux given our various ideas of what is “beautiful” (or not). There is, of course, no better way to explore this concept than talking with someone who is well-versed on the topic: Carlos Pissarra.

Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida Fotos Photos: Anabela Loureiro

A entrevista decorre no Hotel Palácio, do Estoril, um dos “refúgios” do nosso convidado. Fala destas questões como se respirasse ar puro, com tranquilidade e segurança. Prefere dissertar sobre a arquitectura e é directo: “Porque não recuperar fiéis às origens?” Cita dois exemplos, “o edifício onde morava Sócrates, em Lisboa, e o Farol Design Hotel, em Cascais”. Questiona, “onde andará o gosto dos nossos arquitectos”. Carlos diz ser um “apaixonado pelo culto da estética, do belo que vai até à postura de uma pessoa”. E assegura: “os humildes podem ser belos depende tudo da matriz”. Há medida que vai falando torna-se mais seguro e confortável. A “matriz com que nascemos é decisiva, há pessoas incríveis que não tiveram berço de ouro. Isso vê-se, por vezes, entre irmãos”. Não evita nem foge a questões mais polémicas: “Não existe novo-riquismo, há sim deslumbramento que às vezes é desagradável, cega-nos frequentemente”. Apesar disso e noutro sentido Pissarra “continua a deslumbrar-se”. Curiosamente, estudou letras na Faculdade de Lisboa e também escreve. No seu curriculum há uma passagem pela direcção das revistas “Lux” e “VIP”. Mexe-se, entre a classe alta como peixe na água. Conhece tudo e todos e não o disfarça, mostra-nos, inclusive, imagens de uma festa recente, para um conhecido empresário, cuja concepção e organização foram dele. Di-

ficilmente se poderia fazer mais bonito, não interessa saber quanto custou. E as obras de arte, como se encaixam no puzzle da decoração? Curiosamente, fala pouco sobre o assunto afirmando, em rodapé, que “são um investimento puro e duro”. Carlos nasceu em Moçambique, na Matola, uma pequena vila a Sul de “Lourenço Marques”. Os pais - Maria de Lurdes e António, trouxeram-no para Portugal. Tinha 17 anos e foi “terrível” a mudança e o que veio encontrar. Hoje, sublinha, “nem me lembro de África, adoro a Europa, para onde toda a gente quer vir. É fantástica a Europa!”. Podíamos ficar a conversar o dia inteiro. Tomámos notas a mais e abreviamos. Na organização de uma festa, assegura, “a música e a decoração chegam a ser mais importantes do que a ementa”. Sobre a sua cor predilecta elege o encarnado e “não é por estar na moda”. Despedimo-nos sem deixar de sublinhar aquela que é, provavelmente, a mais corajosa afirmação da manhã: “Há certas políticas com gosto discutível mas os políticos somos todos nós. É o País! É conhecido o gosto dos portugueses…” This interview took place at Estoril’s Hotel Palácio, one of a number of places where our guest finds “refuge.” He discusses these issues with remarkable calmness and conviction. He speaks plainly and prefers to talk about ar-


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Não existe novo-riquismo, há sim deslumbramento que às vezes é desagradável, cega-nos frequentemente. There is no nouveau-riche. What does exist, rather, is bedazzlement. It’s unpleasant at times and blinds us frequently

chitecture: “Why don’t we remain true to [a building’s] roots?” He cites two examples, “the building where Sócrates lived in Lisbon and the Farol Design Hotel in Cascais.” He wonders “whither our architects’ tastes will wander.” Carlos claims to be a “fan of the cult of aesthetics, the beauty that can even be found in a person’s posture.” He says, “The humble can be beautiful. Everything depends on the context.” As he goes about speaking, he becomes more

secure and comfortable. The “context we’re born into is decisive. There are incredible people who weren’t born with silver spoons in their mouths. This can sometimes seen between brothers. “ Pissarra doesn’t avoid or shy away from more controversial questions: “There is no nouveauriche. What does exist, rather, is bedazzlement. It’s unpleasant at times and blinds us frequently.” He “continues to dazzle [himself].”

Curiously, he studied humanities at the University of Lisbon and also writes. His CV also includes time at the helm of magazines “Lux” e “VIP”. He moves among the upper class like a fish in water. He knows everything and everyone and does not disguise it. He even shows us photos from a recent party that was thrown for a well-known entrepreneur. Who organised it? Pissarra did, of course. It could hardly have been more beautiful; it doesn’t matter how much it cost. And how does artwork fit into the question of décor? Interestingly, he speaks little about this topic, stating that pieces of art “are a pure, sound investment.” Carlos was born in Matola, Mozambique, a small town south of what was once called “Lourenço Marques” (now called “Maputo”). His parents – Maria de Lurdes and António – brought him to Portugal when he was 17; he found the move “terrible.” Today, he points out that he doesn’t “even remember Africa. I love Europe, a place where everyone wants to be. Europe is fantastic!” We could’ve spent the whole day talking. We took so many notes but have included the most important parts. When organising a party, he claims that “the music and the décor are more important than the menu.” He’s chosen scarlet as his favourite colour, and “it’s not because it’s trendy.” We say good-bye while emphasising what is probably the most courageous statement of the morning: “There are policies made in questionable taste, but we are the policy makers. It’s our country! The taste of the Portuguese people is well known…”


www.smeg.pt


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Lazer ou trabalho?

Repรณrter sem folga Business or pleasure?

Reporter with no respite


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Não é possível, em poucos dias, “desligar a ficha” e descansar no verdadeiro sentido da palavra. Quase sempre dou comigo a passear e, ao mesmo tempo, olhar em volta com um cuidado especial sobre tudo o que diz respeito ao imobiliário. Grande parte da minha atenção vai no sentido de “tomar nota”, sobretudo daquilo que é útil para o trabalho. Parece que o cérebro está programado para um registo determinado. Estarei realmente de férias? It’s nigh impossible to “unplug” and rest in the true sense of the word within the span of a few short days. Whenever I go somewhere, I almost always look around and examine everything real estate-related with special care at the same time. A large part of my attention goes to “taking note” of things – especially things that are useful for work. It’s as if the brain is almost permanently tuned to a particular station. Will I ever really be on vacation? Texto Text: Joaquim Pereira de Almeida Fotos Photos: Anabela Loureiro

Ao contrário de grande parte das pessoas, rumo a Norte no pouco tempo em que posso sair da rotina. Fui à descoberta de Braga e… fiquei rendido. Conhecia mal a cidade e foi uma agradável surpresa. A obra de reabilitação urbana e de urbanismo que ali foi (está a ser) desenvolvida é de se lhe tirar o chapéu. O transito foi cortado em grande parte do centro histórico e a capital do Minho é um autêntico “shopping” a céu aberto. Surpreende o volume de comércio tradicional. Há uma mistura de animação, movimentação e Fé que contagiam. Disso dão prova os milhares de turistas que se observam por toda a cidade. Afinal é todo o País que está na moda. E, fico orgulhoso, de encontrar imóveis como o Liberdade Street Faschion ou o Palácio do Raio que já foram premiados nos “Óscares do Imobiliário”. Damos, depois, um pulo ao sempre encantador Gerês. Não é preciso muito tempo para respirar uma vida nova. O verde, a água, a serra e a luz emocionam qualquer um, a ponto de nos sentirmos um tanto intrusos ao pé dos cavalos selvagens. Deparamos, também, com brigadas que limpam a serra, prevenindo incêndios. Foi o primeiro ano em que vimos fazê-lo. É pena que a vila esteja a viver um momento difícil porque as Termas estão paradas. Há um conflito entre os proprietários e as autoridades que afecta cerca de 160 empregos. Nada mudou por aqui. A caminho de Viana, Ponte de Lima ganhou um

“novo encanto” nos últimos anos. É notável o trabalho de recuperação urbanística realizado. Uma vez mais, muitos turistas e muitos jovens. É salutar passar por ali. E devíamos mesmo ter ficado por lá, porque, Viana do Castelo, a próxima paragem, deixou-nos a pensar: Como é possível, que no mesmo País, cidades tão próximas, tenham níveis de actividade tão diferentes? Nem os símbolos religiosos chegam para acolher a nossa decepção. Há bastante, para não dizer quase tudo a fazer para levar Viana ao patamar que vimos em Braga. Pode haver muitos factos que justifica esta disparidade mas um olhar isento permite dizer que há um quase abandono. Resta-nos subir junto ao litoral até Caminha. A paisagem é arrebatadora mas o urbanismo de mau gosto prevalece em todo o percurso. Como deixámos que isto acontecesse? De regresso ao Porto, voltamos ao ambiente cosmopolita. Milhares e milhares de turistas, junto com muitas obras, o Palácio de Cristal e o Bolhão em renovação, um fervilhar de vida bonito que custa deixar para trás para fazer uma auto-estrada deserta de regresso a casa. Unlike most people, I headed to the North for the short amount of time that I could escape my everyday routine. I went to discover Braga…and fell in love. I didn’t know the city very well, but what I found was pleasantly surprising.


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Um fervilhar de vida bonito que custa deixar para trás para fazer uma auto-estrada deserta de regresso a casa. A beautiful city teeming with life that’s hard to leave behind in favour of a deserted motorway back home

Hats off to the urban restoration work and city planning that has been going on there! Motor traffic has largely been cut out of the historic centre, and the capital of the Minho region is an authentic open-air shopping area. The amount of traditional commerce is surprise. There’s this contagious mixture of liveliness, movement, and Faith in the city that has infected the thousands of tourists found throughout the city. The whole country is actually trendy after all. And I was proud to find such spectacular properties there as Liberdade Street Fashion and the Raio Palace, which have been recognised during past “Oscars of Real Estate” events. We, then, jump to the always lovely Gerês National Park. Once you get there, it doesn’t take much time to unwind and feel free. Its green-

ery, water, mountains, and light will excite anyone – to the point that we felt somewhat like we were intruding upon the wild horses. We also came across brigades that clean up the mountain range, preventing wildfires. It was the first year we saw them doing it. It’s a shame that the town is going through a bit of a rough patch at the moment: the thermal baths aren’t operating at the moment. A conflict between the owners and the authorities is on-going, affecting about 160 jobs. Nothing has changed here. On the way to Viana, we take note of the “new charm” has begun to grace Ponte de Lima in recent years. The repair work that’s been done in the town is remarkable. Once again, lots of tourists and lots of young people. It’s certainly worthwhile to pay it a visit.


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And we really should’ve stopped there because Viana do Castelo – our next stop – left us wondering how it’s possible for cities that are so close to each other and in the same country to have such different activity levels. Not even Viana’s religious sites are enough to quell our disappointment. There’s so much to do in order to get Viana to the same level as Braga. There may be many factors that can explain this disparity, but a cursory observation of the city reveals a place that has been virtually abandoned. Finally, we follow the coastline up to Caminha. The scenery is breath-taking, but tasteless urban developments prevail all along the way. How did we let this happen? Back in Porto, we return to a more cosmopolitan environment. Thousands and thousands of tourists, along with lots of projects. The Glass Palace and Bolhão Market are under renovation. A beautiful city teeming with life that’s hard to leave behind in favour of a deserted motorway back home.



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Grupo Vila Galé

Arriscar no interior do País Arriscar no interior do País

Investing in inland Portugal


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O Grupo Vila Galé está sempre de olho num novo investimento seja cá, seja lá fora. Mas mais do que o negócio, segundo Gonçalo Rebelo de Almeida o que verdadeiramente importa é apostar no interior do País e em especial na região do Alentejo. The Vila Galé Group always keeps an eye out for new investment opportunities, be they in Portugal or abroad. But Gonçalo Rebelo de Almeida says that what’s even more important than the business is investing in inland Portugal, especially in the Alentejo region.

Entrevista Interview: Carla Celestino Fotos Photos: Anabela Loureiro

2019 vai ficar marcado por novas aberturas de unidades hoteleiras do Grupo Vila Galé. Qual o balanço que faz até ao momento? No ano passado foram inaugurados três hotéis: VG Sintra, Braga e Touros no Brasil. Este ano já concluímos as aberturas do Vila Galé Douro Vineyards no início de Abril e agora do Vila Galé collection Elvas em finais de Maio, pelo que o ano de 2019 globalmente vai ser positivo, quando comparado com 2018, fruto da entrada das cinco unidades em 2018 e 2019. As restantes unidades deverão ter performances em linha com o ano de 2018. Aliás, todas as novas unidades estão a correr de acordo com as expectativas e com índices de satisfação por parte dos clientes muito elevados. Depois do antigo Convento de São Paulo e da Coudelaria de Alter do Chão fala-se agora no Quartel da Graça no âmbito do Revive. Estes são espaços que o Grupo Vila Galé poderá vir a adquirir? Neste momento, podemos confirmar que iremos apresentar proposta para o Quartel da Graça, estando ainda o processo a decorrer. Estes imóveis são alvo de contrato de conces-

são por 40 anos, mas a propriedade não é adquirida pela Vila Galé. Todo o investimento na renovação e qualificação é feito pela Vila Galé com recurso a capitais próprios. Este programa tem sido positivo pois permite recuperar e dar vida a património histórico, desenvolver destinos e cidades menos conhecidas do ponto de vista turístico (Alter e Elvas) e valoriza a estada e experiência do turista. Além do Brasil, têm olhado para outras geografias. Para quando e onde as novas apostas internacionais do Grupo Vila Galé? Temos estado a analisar imóveis em Espanha e Cabo Verde, mas ainda não existe nada em concreto, nem qualquer previsão de quando poderá acontecer. Estes processos de pesquisa e concretização de negócios podem efectivamente ser muito demorados, pois podemos não encontrar um imóvel que se enquadre nos nossos objectivos. Na ordem do dia está a questão da falta de mão-de-obra na hotelaria nacional ou são, antes, os empresários deste sector que não sabem cativar e reter os talentos nacionais? Há efectivamente carência de recursos huma-


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nos, pois todos os alunos que saem das escolas de hotelaria ou das escolas profissionais do sector encontram colocação no mercado. Neste momento, o sector tem vindo a trabalhar no sentido de captar e converter profissionais de outros sectores de actividade. Até quando o crescimento na hotelaria nacional será sustentado? A nossa visão é que o crescimento do número de turistas para Portugal terá tendência a estabilizar e que nos grandes pólos turísticos (Lisboa, Porto, Madeira e Algarve) não haverá muita margem para crescimentos. Acreditamos que existem outras zonas do País com potencial de desenvolvimento turístico e daí a nossa aposta em explorar o interior do País e em especial a região do Alentejo.

The Vila Galé Group will open several new hotels in 2019. What progress has been made in this respect thus far? We opened three hotels last year: Vila Galé Sintra, VG Braga, and Touros in Brasil. This year, we opened Vila Galé Douro Vineyards in early April and Vila Galé Collection Elvas at the end of May, so, overall, 2019 will be positive due to the openings of five units in 2018 and 2019. The remaining units’ performance is expected to be similar to that seen in 2018. In fact, the operations at all of our new units are meeting our expectations and have very high customer satisfaction rates. After the former São Paulo Convent and the Alter do Chão Stud Farm, the Quar-

Todas as novas unidades estão a correr de acordo com as expectativas e com índices de satisfação por parte dos clientes muito elevados. The operations at all of our new units are meeting our expectations and have very high customer satisfaction rates


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Podemos confirmar que iremos apresentar proposta para o Quartel da Graça. We can confirm that we will be presenting a proposal for the Quartel da Graça property

tel da Graça is now getting talked about within the Revive framework. Are these spaces that Vila Galé Group may acquire? While we can confirm that we will be presenting a proposal for the Quartel da Graça property, the process is still on-going. These properties will be under contract for 40 years, but Vila Galé will not actually acquire the property. Vila Galé will make all renovation-related investments using its own capital. This approach has proven effective as it allows us to restore and breathe life into historical heritage sites and develop places that are a bit off the beaten path for tourists (e.g., Alter and Elvas) while also enriching the experience tourists have.

Besides Brazil, the Vila Galé Group has been looking at other countries as well. When and where will the Vila Galé Group’s new international projects take place? We have been analysing opportunities in Spain and Cape Verde. However, nothing is concrete yet, nor is there any forecast regarding when we might act on these new opportunities. The process of researching business opportunities and bringing them to fruition can actually be rather drawn out, as we may not find a property that fits our objectives. Is there a lack of manpower in Portugal’s hospitality industry? Or is it rather the sector’s entrepreneurs who don’t know how to attract and retain talent? There is indeed a shortage of human re-


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sources, as all students who graduate from hospitality school or other, related professional schools are able to find their place in the market. At the moment, the sector has been working to attract and convert professionals from other sectors. How long will this growth in Portugal’s hospitality industry be sustained?

We believe that the number of tourists visiting Portugal will eventually stabilise, and there won’t be much room for growth in the larger tourist centres of Lisbon, Porto, Madeira, and the Algarve. There are also other areas of the country that could benefit from developing their tourism industry, hence our commitment to invest in inland Portugal (with a special focus on the Alentejo)

Acreditamos que existem outras zonas do País com potencial de desenvolvimento turístico e daí a nossa aposta em explorar o interior do País e em especial a região do Alentejo. There are also other areas of the country that could benefit from developing their tourism industry, hence our commitment to invest in inland Portugal (with a special focus on the Alentejo).


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Vamos casar em Portugal? Let’s get married in Portugal?

Yes I do!


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A experiência de um destination wedding é muito particular e Portugal apresenta-se como um local único e mágico nesta forma de celebrar o amor. Os pombinhos chegam de todo o mundo para dar o laço e com isso aumentam a boda da nossa economia e turismo. Destination weddings are very special, and Portugal promotes itself as a unique, magical place for such celebrations of love. The lovebirds arrive from all over the world to give the tie and with that increase the marriage of our economy and tourism. Lovebirds come to Portugal from all over the world to tie the knot, and this strengthens the bond between tourism and our economy.

Texto Text: Carla Celestino

Foto Photo ATA

Em Outubro próximo, Victoria e Roger celebram 13 anos de casados e recordam com muito carinho a escolha de Portugal para o seu local de casamento: “Tínhamos no país amigos muito chegados”, o que foi decisivo para a escolha do destino. A cerimónia decorreu em Sintra porque a esposa tinha visitado a zona quando era criança e a família acabou por comprar casa nesta região. “As pessoas em Portugal são muito simpáticas e acolhedoras”, o que favoreceu também esta preferência; além disso, tiveram “a oportunidade de fazer um casamento à medida (taylor made) de uma forma que não era possível nas belas paisagens de Inglaterra” e onde geralmente tem de se comprar um “pacote”. Cinco anos mais tarde decidiram fazer a “lua de mel” numa viagem que passou por “diferentes regiões de Portugal e terminou em Sintra”. Mas se pensa que naquela altura a burocracia para os casamentos de não-residentes era fácil, desengane-se. “A burocracia foi um pesadelo, para ser honesta”, lembra Victoria. De tal forma que “ainda hoje estamos à espera por parte das autoridades portuguesas para começar o processo para casar”. Actualmente está tudo mais simplificado e há cada vez mais estrangeiros a procurar Portugal para casar. Uns preferem o requinte e ancestralidade dos palácios e castelos; outros, o que os move é sentir a areia nos pés e a brisa do

mar na hora de colocar a aliança. Também há os trazem 300 convidados e os que preferem uma cerimónia mais intimista.

Impacto espiritual e económico A White Impact é uma empresa top ao nível do planeamento de casamentos de luxo. Há 12 anos que observa de camarote o crescimento deste mercado na economia portuguesa e segundo a representante Paula Grade a “evolução tem sido enorme e tem um impacto gigante visto mexer com vários sectores alojamento, aluguer carros, restaurantes, transportes, floristas, etc., até os cafés perto das igrejas”. Esta é uma ideia partilhada por Susana Esteves Pinto, editora, designer, blogger e especialista nesta matéria, e segundo a qual “cada casal trará entre vinte e trezentos convidados” e “esses convidados, amigos e família, estão por cá pelo menos durante três dias (dia da chegada, dia do evento, dia da partida), se não mais, e este grupo alargado de pessoas irá dormir, comer, consumir e passear. Irá desfrutar de experiências várias e memoráveis, vividas de forma muito emocional com um grupo restrito de pessoas: o impacto desta celebração é inegável”. Só para se ter noção, de acordo com os do PORDATA, o número de casamentos de estrangeiros (ambos os noivos) em Portugal tem crescido de forma consistente: 1082, em 2016;


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Foto Photo ATA

1258, em 2017; e 1379, em 2018. Esta estatística é um pouco residual face ao número total de celebrações, porque contabiliza apenas casamentos legalmente registados, excluindo os que acontecem nas respectivas embaixadas e todas as celebrações simbólicas. O número real será muito maior e o impacto económico é muito interessante. Para Susana Esteves Pinto a maior competitividade que Portugal apresenta, para quem está a pensar num destination wedding, é a “relação custo/oferta”. Como refere: “Ao contrário do que se possa pensar, não é necessariamente mais barato casar em Portugal – o que existe, sim, porque tem a ver com a nossa forma de estar e de ser como povo hospitaleiro, que gosta e sabe receber, é uma excelente relação de valor, pelo mesmo preço. Há mais comida, há mais bebida, há mais flores, há mais horas de serviço, há mais disponibilidade, tudo isto de forma muito orgânica e natural. E isto é, claramente, uma mais-valia”.

Os destination weddings são uma nova tendência a nível internacional que, em grande parte, tem vindo a ser alavancada pela comunicação social e por bloggers que comunicam este género de comemorações e que contribuem para atrair cada vez mais casais a celebrar a sua união no nosso País.

Love birds No que toca aos noivos, os experts são todos unânimes: os ingleses e irlandeses dominam o mercado do Algarve; em crescendo encontra-se o mercado indiano e norte-americano; mas os brasileiros também já começam a surgir em maior volume; e, claro, os jovens casais europeus. A experiência da White Impact é que os “clientes da classe média alta preferem castelos, palácios e locais junto ao mar”. Mas o nosso País tem cenários para todos os gostos e bodas para todos os bolsos: ilhas desertas, castelos, pousadas históricas, quin-

tas, herdades, hotéis de design, villas, ruínas romanas, praias, falésias, planícies, cidades, serras, vinhas, campos de golfe, barcos... A isto junta-se ainda a gastronomia, qualidade hoteleira, aeroportos no centro das cidades que são também um stop over para outros destinos europeus e internacionais, clima ameno e temperado praticamente todo o ano, tolerância, segurança e LGBT e pets friendly. No topo das preferências da procura internacional está o Algarve, Douro, Sintra, Cascais, Açores e Madeira.

Destino competitivo O que este produto tem de atractivo em particular para os destinos turísticos mais dependentes do sol e mar é que as cerimónias dos casais estrangeiros acontecem maioritariamente durante a semana, ao contrário dos tradicionais portugueses que escolhem o fim-de-semana, e durante todo o ano. A este propósito, o presidente da ATA, João


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No topo das preferências da procura internacional está o Algarve, Douro, Sintra, Cascais, Açores e Madeira. The Algarve, the Douro River Valley, Sintra, Cascais, the Azores, and Madeira are at the top of the list of locations that international couples prefer the most. Fernandes, esclarece, no entanto, que “o segmento de “casamentos e celebrações” está ainda em fase de crescimento, pelo que não podemos afirmar que se traduza já num forte contributo para reforçar a procura na época baixa”. Ainda assim, esta é uma entidade que tem apostado na promoção internacional deste produto. João Fernandes avança que na região algarvia “temos tido já alguns casos de celebridades internacionais que escolheram o Algarve para celebrar o seu matrimónio”, uma vez que “a segurança e o respeito pela privacidade são factores distintivos que colocam a região entre os destinos preferidos”. Este fenómeno tem também contribuído para “aumentar a visibilidade do Algarve junto de certos mercados como o Reino Unido e a Irlanda ou, mais recentemente, o Brasil e os Estados Unidos da América” e o facto de oferecer uma “relação qualidade-preço interessante”, torna-o num “destino competitivo face a locais concorrentes como algumas regiões italianas e espanholas”. Cascais é outro dos destinos que está a saber atrair toda uma indústria que se desenvolve em trono deste produto. A White Impact Wedding Show em conjunto com o Turismo de Portugal no Reino Unido e a Câmara Municipal de Cascais conseguiram trazer a este município o Amour Forum que vai decorrer em 2020. Para Paula Grade este evento vai ser de “uma importância enorme porque nos vai permitir mostrar o nosso Portugal como destino de casamentos ao mundo”. This coming October, Victoria and Roger will celebrate 13 years of marriage together. They remember with great affection choosing Portugal as the locale for their wedding: “We had very

close friends in the country,” which helped them decide where they wanted the wedding to be held. The ceremony took place in Sintra because Victoria had visited the area as a child and her family had ended up buying a house in the area. “The people in Portugal are very friendly and welcoming,” which also tipped the scale in Portugal’s favour; in addition, they had “the opportunity to have a tailor-made wedding that wasn’t possible to achieve among England’s own beautiful landscapes,” where one usually has to buy a “package.” Five years later, they decided to take a “honeymoon” trip that had them traversing “different regions of Portugal and ended in Sintra.” But, if you think the bureaucracy allowed nonresidents to marry easily at that time, think again. “The bureaucracy was a nightmare, to be honest,” Victoria recalls. So much so that “we are still waiting today for the Portuguese authorities to begin the marriage process.” Nowadays, everything is simpler, and there are more and more foreigners looking to get married in Portugal. Some prefer the refinement and historic value of its palaces and castles; others want to feel sand on their feet and a breeze from the sea when they marry. There are also those who invite 300 guests and those who prefer a more intimate ceremony.

Spiritual and economic impact White Impact is a top luxury wedding planning company. For 12 years, it has been observing how this segment has grown in the Portuguese economy, and, according to company representative Paula Grade, “the change has been enormous and has had a huge impact, since it affects a number of different sectors. Businesses that have experienced upticks in activity levels include hospitality venues, car rental agencies, restaurants, transportation companies, florists, and even the cafes near the churches.” Susana Esteves Pinto, an editor, designer, blogger, and expert in this field, shares this idea. According to her, “each couple will bring between twenty and three hundred guests,” and “the couples’ guests, friends, and family are here for at least three days (the day they arrive, the day of the event, and the day of departure) – if not more. This large group of people will sleep, eat, shop, and wander around. They’ll enjoy a number of memorable, emotional experiences with a very specific group of people; the impact of these celebrations have is undeniable.” To get a general idea of the current state of affairs, PORDATA has published information on the number of weddings performed in Portugal where both parties hailed from abroad. This

number has grown steadily over the past few years: 1082 in 2016; 1258 in 2017; and 1379 in 2018. These numbers are somewhat low when compared with the total number of celebrations because they are based on legally registered marriages exclusively and exclude all symbolic celebrations as well as those that take place in foreigners’ respective embassies. The real number would be much higher, and the economic impact these events have is very interesting. Esteves Pinto says that the greatest advantage Portugal has for those thinking of a having destination wedding is the country’s “benefit-cost ratio.” She explains that, “contrary to what people might think, it’s not necessarily cheaper to marry in Portugal. What Portugal does offer is great value for the same price, and this has to do with our way of life, with the way we are as a people. The Portuguese know how to welcome others and enjoy doing so. There’s more to eat, more to drink, more flowers, and more availability, which all comes about in a very organic, natural way. And this, of course, is clearly an asset.” Destination weddings are a rather new international trend that have been thrust in to the limelight thanks in large part to social media and bloggers who talk more and more about these kinds of celebrations, enticing an ever larger number of couples to celebrate their special day in our country.

Love birds As for the people actually getting married, the experts all agree: the English and Irish dominate the market in the Algarve, and couples from the U.S. and India are also growing in number. Brazilians are yet another group that is beginning to grow in number, as are, of course, young couples from elsewhere in Europe. Experience has taught White Impact that “upper-middle class clients prefer castles, palaces, and seaside venues.” Portugal has venues for all kinds of tastes and weddings for all kinds of budgets: deserted islands, castles, historic inns, farms, estates, design hotels, villas, Roman ruins, beaches, cliffs, plains, cities, mountain ranges, vineyards, golf courses, boats… Portugal also boasts excellent cuisine; fantastic hotels; airports located in the centres of cities that people enjoy stopovers in while on their way to other destinations; a mild, temperate climate practically all year round; tolerance; safety; and an LGBT- and pet-friendly environment. The Algarve, the Douro River Valley, Sintra, Cascais, the Azores, and Madeira are at the top of the list of locations that international couples prefer the most.


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A competitive destination Such destination weddings are particularly attractive for the tourist destinations themselves, which typically depend heavily on sunshine and the sea, because foreign couples’ weddings happen mostly during the week (unlike the Portuguese who typically choose to get married on the weekend) and throughout the entire year. To this end, ATA President João Fernandes, explains, however, that “the ‘weddings and celebrations’ segment is still growing, so we can’t say yet that it will help galvanise demand during the low season.” Even so, this is an entity that has chosen to promote this product internationally. Fernandes says that said that, in the Algarve region, “we have already had some cases where international celebrities have chosen to celebrate their marriage in the Algarve,” since “security and respect for privacy are dis-

tinctive factors that put the region on the list of preferred destinations.” This phenomenon has also “increased the Algarve’s visibility in certain markets such as the United Kingdom and Ireland or, more recently, Brazil and the U.S.” The fact that the Algarve offers such a “compelling relationship between quality and price” makes it a “competitive destination compared to other contending sites, like some regions in Italy and Spain.” Cascais is another destination that is starting to figure out how to attract an entire industry based on destination weddings. The White Impact Wedding Show, in conjunction with Portugal Tourism in the U.K. and the Town Hall of Cascais, have arranged to bring Amour Forum to Cascais in 2020. For Paula Grade, this event will be of “enormous importance because it will allow us to show off our Portugal to the world as a premier wedding destination.”



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Novo pavilhão Rosa Mota

A obra que o Porto está à espera Rosa Mota Pavilion renovated

The project Porto’s been waiting for


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Com um percurso de 35 anos, a Ferreira de Almeida Arquitectos tem a sua marca em dezenas de edifícios que ilustram a paisagem de muitas cidades portuguesas, mas também em países como Angola, Moçambique, Brasil e, mais recentemente, Colômbia. Rosário de Almeida Rodrigues, Nelson Almeida e, agora, Luís Almeida são os “rostos” do atelier. Over the course of 35 years, Ferreira de Almeida Architects has worked on dozens of buildings that dot the skylines of various cities in Portugal, Angola, Mozambique, Brazil, and, most recently, Colombia. Rosário de Almeida Rodrigues, Nelson Almeida, and, now, Luís Almeida are the “faces” of the studio.

Texto Text: Elisabete Soares Fotos Photos: Anabela Loureiro

Como analisam o actual momento que vive a arquitectura a nível nacional? Nelson Almeida (NA) - Tal como em muitas outras áreas em Portugal, também a arquitectura vive uma fase entre a euforia e a desilusão. Uma trágico-comédia atingiu o seu auge quando recentemente a própria Assembleia da República aprovou a elaboração de projectos de arquitectura, por engenheiros! Não rima com arquitectura pois não? “Shame on you”. Rosário de Almeida Rodrigues (RAR) - Aliado a estas questões, lobbies poderosos e a quem isso interessou, conseguiram destruir e banir a famosa ‘tabela de instrução de cálculo de honorários’. Foi construída ao longo de décadas por um conjunto alargado e heterogéneo de pessoas sábias e experientes. Assistimos ao salve-se quem puder e vive-se um estado geral de aviltamento de preços e de conteúdos. Nas viagens profissionais que fazemos quase sempre nos cruzamos com algum jovem colega. Um aspecto que penaliza a arquitectura é que continua muito dependente dos ciclos da construção e do imobiliário? NA - A quantidade de gruas que se vêem por essas cidades fora são fáceis de contar. A pressão existe sim, e de que maneira, em meia dúzia de

quarteirões de Lisboa e do Porto. Mas a pressão é nos valores e não na quantidade. Claro que a actividade dos arquitectos faz parte desta cadeia de valor. Que aspectos destaca no projecto de reconversão do Pavilhão Rosa Mota? RAR - Como portuenses, temos uma fortíssima ligação ao Rosa Mota, ao Palácio de Cristal como todos carinhosamente lhe chamamos e àqueles jardins absolutamente extraordinários rematados na falésia sobre o Douro. Foi portanto uma alegria saber que a Câmara do Porto iria restaurar os jardins do Palácio de Cristal e em simultâneo reabilitar o Rosa Mota. Essa alegria ainda foi maior quando soubemos que iríamos participar. O primeiro aspecto a salientar da intervenção no Rosa Mota é sem dúvida interromper e reverter o processo de abandono e degradação, iniciando a sua recuperação desse edifício pioneiro e ícone da cidade saído do traço do nosso amigo e colega arquitecto José Carlos Loureiro. O segundo aspecto é o de dotar a cidade do Porto e a Área Metropolitana com um equipamento de elevada qualidade, grande versatilidade. A FAA Arquitectos está a desenvolver um conjunto de projectos hoteleiros que vão marcar o Porto.


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NA - Neste momento temos em fase de construção três hotéis no Porto e mais dois em estudo. Os que estão em construção são o Hotel do Dragão, o Hotel Catalónia e o Hotel Mercure no Bonjardim. O primeiro é, tal como o nome deixa adivinhar, um edifício do F.C. Porto, num edifício na Praça General Humberto Delgado mesmo ao lado da Câmara do Porto e onde durante décadas funcionou a sede do Futebol Clube do Porto. Deverá abrir as suas portas em 2020. O Hotel Catalónia ocupa um imóvel com uma história muito interessante. RAR - O Hotel Catalónia é uma das primeiras incursões em Portugal desta cadeia hoteleira da Catalunha. Trata-se não de um edifício mas de um conjunto de vários edifícios dos séculos XVIII e XIX que tendo por origem a casa da família fundadora da Vista Alegre foi juntando outros edifícios e onde veio a existir a bem conhecida Pensão Avis. Foi particularmente interessante o trabalho de depuração e organização de linguagens. Deverá abrir ainda este ano.

No caso do Hotel Mercure trata-se também de uma intervenção profunda? NA - O Hotel Mercure, marca do grupo ACCOR, está em obras mesmo ao lado do Hotel Eurostar, que fica no gaveto da Rua do Bonjardim com a Travessa dos Congregados, que também foi projecto da FAA e que inaugurou no fim do ano passado. Este projecto recupera integralmente os edifícios da Rua do Bonjardim e desenvolve dentro dos parâmetros do PDM o restante programa no interior do quarteirão segundo as últimas tendências da ciência hoteleira desta marca líder mundial. Na demolição, construção e reconstrução está incluído o novo restaurante Regaleira, que vai continuar nos mesmos proprietários. Este hotel deverá abrir as suas portas em 2020. O projecto hoteleiro em Braga foi um processo complexo e de demorada aprovação? RAR - Quando a Hoti Hoteis nos convidou mais uma vez a com eles desenvolver um projecto de um hotel, desta vez em Braga, estávamos longe de imaginar a complexidade e o tempo que

este processo iria tomar. Localizado na Avenida Central é um edifício de qualidade do século XVIII e está paredes meias com o Convento das Convertidas. O processo foi extremamente longo. Este projecto era encarado com particular receio por alguns personagens da cidade e obrigou a um escrutínio extraordinário por parte da Direcção Regional da Cultura Norte, da vereação e do Conselho Consultivo da Câmara. Terminou o seu processo com a aprovação em sessão de Câmara que ocorreu há poucas semanas. A FAA já teve uma forte presença nos mercados internacionais. NA - Nós reduzimos substancialmente a nossa presença no estrangeiro, quando em 2015 nos retiramos fisicamente de Luanda e de São Paulo pelas razões que são de todos sobejamente conhecidas. Neste momento mantemos o apoio à construção das Torres Kianda, na Baía de Luanda. Os projectos no Brasil ficaram todos bloqueados e o investimento em projectos estruturantes e de grande dimensão está indefinidamente


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adiado até porque os nossos clientes não têm a menor intenção de avançar. O mesmo se aplica a Moçambique e ao complexo imobiliário do Estádio Nacional do Zimpeto. Em contrapartida continuamos a desenvolver tranquilamente alguns projectos na Colômbia, nomeadamente a urbanização de uma área de cerca de 100 hectares na zona urbana Norte de Cali. Iniciámos as primeiras três torres de habitação dessa urbanização. What do you make of the current state of architecture in Portugal? Nelson Almeida (NA) - As with many other sectors in Portugal, architecture is also experiencing a chapter that is somewhere between euphoria and delusion. This tragic comedy reached its zenith recently when the Assembly of the Republic itself approved the drafting of architectural projects by engineers! That doesn’t bode well with the architecture world, does it? “Shame on you.” Rosário de Almeida Rodrigues (RAR) - Coupled with these issues, powerful lobbies and other

interested parties have succeeded in destroying and banishing the famous ‘fee calculation table.’ It was crafted over decades by a broad, heterogeneous set of wise, experienced people. We have witnessed an “every man for himself” kind of situation wherein prices and content have generally degraded. During the professional trips we take, we often come across some young colleague. Is the fact that it continues to be heavily dependent on cycles in construction and real estate something that hurts architecture? NA - The cranes you see in these cities are easy to count. There is indeed pressure for half a dozen buildings in Lisbon and Porto. But the pressure is on the prices and not on the quantity. Of course, the activity of architects is part of this value chain. What aspects of the Rosa Mota Pavilion redevelopment project would you like to highlight? RAR - As locals from Porto, we have a very

strong connection to Rosa Mota, the Palácio de Cristal as we all affectionately call it, and those absolutely extraordinary gardens atop that cliff that soars above the Douro. It was therefore a joy to find out that Porto’s City Council was going to restore the Palácio de Cristal’s gardens and simultaneously rehabilitate Rosa Mota. That joy grew even more when we learned that we would participate in the project. The first highlight of the Rosa Mota restoration project is undoubtedly the fact that we will stop and completely reverse the neglect and degradation that has befallen the structure, embarking on a journey to repair this pioneering building and icon of the city designed by our friend and fellow architect José Carlos Loureiro. Another important aspect of the project that I’d like to highlight is that the city of Porto and its Metropolitan Area will receive a high quality, versatile public space. FAA Architects is working on a number of hotel projects that will make Porto stand out.


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NA - At the moment, we have three hotels in Porto that are already under construction, and two more are under review. Those under construction include the Dragon Hotel, the Hotel Catalónia, and the Mercure Hotel on Rua do Bonjardim. The first, as the name suggests, is a building dedicated to F.C. Porto on General Humberto Delgado Square, right next to Porto City Hall and where the Porto Football Club’s headquarters operated for decades. This hotel is scheduled to open its doors in 2020. The Hotel Catalónia building has a very interesting history. RAR - The Hotel Catalónia is one of the first incursions this Catalonian hotel chain is making in Portugal. It’s not just one building but a collection of several buildings from the 18th and 19th centuries. Other buildings were joined to the original home of Vista Alegre’s founding family, and the well known Pensão Avis eventually emerged. The work of cleaning up and organising the buildings’ architectural languages was particularly interesting. This hotel should open later this year. Has the Mercure Hotel project been excessively complex? NA - Bearing an Accor Group brand, the Mercure Hotel is under construction right next to the Eurostar Hotel (a previous FAA project that opened at the end of last year), which is located at the corner of Rua do Bonjardim and Travessa dos

Congregados. This project will see buildings on Rua do Bonjardim fully renovated and will use the parameters of the PDM to guide how the building’s insides will look, which will follow the latest trends and this world-leading brand’s hotel wisdom. The new restaurant Regaleira, which will continue to be operated by the same owners, is also being renovated. This hotel is expected to open in 2020. Was your hotel project in Braga a complex process that took a long time to receive approval? RAR - When Hoti Hoteis invited us to work with them again on a hotel project (this time in Braga), we had never imagined how complex and how much time this process would take. Located on Avenida Central, the hotel occupies a quality building from the 18th century and is next door to the Convent of the Converts (o Convento das Convertidas). The whole process was extremely long. This project encountered resistance from some of the city’s leaders, forcing it to under extraordinary scrutiny from the Regional Directorate of Culture North, city council representatives, and the City Council’s Advisory Board. Braga’s City Council recently gave their final approval during a session that took place a few weeks ago, finally bringing the whole process to an end. FAA has had a strong presence in international markets. NA - We substantially reduced our presence

Tal como em muitas outras áreas em Portugal, também a arquitectura vive uma fase entre a euforia e a desilusão. As with many other sectors in Portugal, architecture is also experiencing a chapter that is somewhere between euphoria and delusion

abroad when we left Luanda and São Paulo in 2015 for reasons widely known. At the moment, we are still involved with the construction of the Kianda Towers in Luanda Bay. Our projects in Brazil have all been blocked, and investment in large projects has been indefinitely delayed because our clients have no intention of moving forward. The same can be said of Mozambique and the Zimpeto Stadium real estate complex. On the other hand, there are some projects in Colombia that we have continued work on with few setbacks. Of particular note is a 100-hectare development project in Northern Cali, and work on this subdivision’s first three apartment buildings has already begun.


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AURA

A sofisticação do mercado imobiliário The sophistication of the real estate market


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Em 2018 a AURA ficou no top 10 das maiores PMEs de Espanha em termos de volume de facturação. Em Portugal é única no seu campo de acção. José Covas, Head of Valuation & Head of Portugal, dá a conhecer a empresa sempre escolhida pelos principais investidores na compra de Bancos (Novo Banco e Banco Popular) e Carteiras de NPL. In 2018, AURA ranked among the top 10 of Spain’s largest SMEs in terms of gross revenue. In Portugal, it is unique in its field. José Covas, Head of Valuation & Head of Portugal, tells us more about this fascinating company whose expertise investors have consistently relied on when purchasing banks (e.g., Novo Banco and Banco Popular) and NPL portfolios.

Em que contexto surgiu a AURA? A AURA é uma empresa espanhola que surgiu há sete anos e foi fruto da crise imobiliária. O CEO da empresa, Fernando Acuna, viu neste cenário uma oportunidade de negócio. Por um lado, os bancos viram-se a braços com o crédito mal parado e não tinham vocação para escoar esses activos; por outro, surgiram fundos e investidores internacionais interessados em adquirirem essas carteiras mas que não detinham empresas especializadas para esse efeito. Foi neste contexto que criou a empresa especializada em avaliações estratégicas e de advisory e a única em Portugal que se dedica exclusivamente a esta área.

além dos potenciais tempos de venda. Em termos práticos isto significa que quando se tem de analisar uma carteira de imóveis de crédito mal parado, cujo volume é, regra geral, muito grande e de muitos milhões, conseguimos ter uma noção muito real do que está a acontecer em todas as zonas. Os clientes de que estamos a falar possuem objectivos de investimento elevados e num curto espaço de tempo e para tal precisam de uma estratégia bastante concreta e é isso, precisamente, que fazemos. Por isso mesmo, com esta visão, com uma base de dados fortíssima e com uma equipa altamente especializada, rapidamente conquistámos a liderança do mercado.

O “GURU” foi determinante para dar a resposta ideal a esses investidores internacionais? A nossa plataforma informática, a que chamamos GURU, foi e continua a ser determinante para dar uma resposta rigorosa a quem nos procura. Basicamente, desde a primeira hora em que a AURA foi criada, o GURU monitoriza todo o mercado imobiliário. A nossa plataforma tem actualmente mais de cinco milhões de imóveis em Portugal, informação actualizada diariamente. Uma parte importante desses activos são transacções o que nos dá uma excelente perspectiva entre os valores pedidos e os valores de transacção, para

Há três anos abriram portas em Portugal. Como tem sido a evolução no nosso País? Com efeito, em Portugal abrimos o escritório há três anos, em Itália há um ano e meio, há pouco tempo também na Grécia e deverá seguir-se Chipre. Abrimos os escritórios sempre focados no mundos dos NPL (NonPerforming Loan) e dos REO’s (Real Estate Owned) e advisory para clientes internacionais mas também fazemos advisory a trasacções de bancos. Em Portugal começámos numa fase ainda complicada do mercado. O nosso primeiro projecto


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tidores individuais e institucionais. No caso de Espanha estes imóveis são, normalmente, complexos. Em Portugal não temos esse problema, mas no país vizinho existem os designados “ocupas” que ocupam indevidamente os imóveis - que é uma realidade muito pesada -, pelo que temos uma equipa especializada que negoceia a saída dessas pessoas, faz as obras e volta a colocar os imóveis no mercado. Neste sentido, ponderamos começar a fazer promoção, a uma escala reduzida, em Portugal. Nem sempre os investidores e os promotores querem pegar em edifícios que estão ocupados ou com contratos de arrendamento antigos e de longo prazo e nós temos uma equipa especializada precisamente em lidar com este tipo de situações mais complicadas e muitas vezes morosas. Mas em Portugal, uma vez mais, o enquadramento fiscal sobre as mais-valias ainda não é interessante ao ponto de apostarmos na promoção.

foi de grande dimensão, tratou-se da venda do Novo Banco em que a nossa empresa fez o advisory à Lone Star, para tal foi determinante termos dado em cerca de um mês o valor de uma parte significativa dos imóveis na carteira deste banco. O mesmo sucedeu com a venda do Banco Popular ao Santander, há dois anos, num negócio que englobou a Península Ibérica. Tal foi possível graças à nossa capacidade de fazer, num curto espaço de tempo, um volume de trabalho muito grande. A empresa encontra-se em crescimento. Em Espanha já somos mais de 50 e neste momento, no nosso País estamos a aumentar o espaço do escritório pois os 10 elementos que constituem a nossa equipa vão receber, dentro em breve, mais três pessoas. Nunca esquecemos o mercado local e estamos também registados na CMVM realizando avaliações para Fundos de Investimento Imobiliário com uma abrangência e qualidade claramente demarcada da nossa concorrência. Pretendem alargar o vosso campo de acção a outras áreas do imobiliário? O caminho que pretendemos agora seguir é consolidar o nosso core business em avaliações e entrar cada vez mais, na vertente da consultoria estratégica. Não basta dizer que um determinado imóvel vale 100 hoje mas pretendemos perspectivar como é que este imóvel pode valer 400 ou 500 daqui a dois ou três anos.

Neste contexto estamos a trabalhar com os clientes que compraram carteiras, por um lado, nas estratégias de potenciar os seus negócios e, por outro, preparar um futuro ajustamento do mercado, concebendo “planos B e C”. Há a possibilidade de criarem uma SIGI (Sociedade de Gestão e Investimento Imobiliário)? Em Espanha já gerimos uma SOCIMI (Sociedade Anónima Cotizada de Inversión en el Mercado Inmobiliario na sigla espanhola) com resultados muito bons, nomeadamente porque é cotada em bolsa. Em Portugal a ideia de criar uma SIGI está no nosso pipeline desde a entrada da empresa no País mas ainda existe alguma incerteza no que diz respeito ao enquadramento fiscal e que vai ser chave para que este veículo vingue no nosso País. Penso que esta questão está mais dependente da política. Assim que for definida a parte fiscal e se realmente for atractiva poderemos avançar logo no dia seguinte com uma SIGI pois já temos os investidores interessados e toda a estrutura montada bastando replicá-la de Espanha. E apostar na promoção imobiliária? Em Espanha, além da gestão de activos, criámos alguns veículos que investem em activos imobiliários que depois permitem a entrada de inves-

Falou que as empresas têm de preparar “planos B e C” para se precaverem numa mudança no mercado, de que forma? Se olharmos para os volumes de investimento um pouco por toda a Europa, e não só em Portugal, reparamos que no 1º trimestre de 2019 já se nota um arrefecimento, em parte devido à falta de boas oportunidades de negócio. Por isso, as empresas devem preparar-se para uma mudança no paradigma do imobiliário e têm de pensar “out of the box”. Por outras palavras se tiverem um imóvel de rendimento não devem pensar que o mesmo vai continuar a gerar eternamente boas rendas mas que uma alteração na economia pode gerar a saída dos inquilinos e nessa altura já deve saber o que fazer, porque reduzir as rendas é o mais básico. Tal passa por analisar as actuais tendências do mercado quer de habitação como o co-living, quer de escritórios com espaços de trabalho mais flexíveis, quer dos centros comerciais com novos tipos de actividade. Uma das coisas que, infelizmente, não se faz muito em Portugal mas que se vê com frequência lá fora, é criar nichos de empresas complementares. Enquanto que, quando olhamos para um centro comercial sabemos que tem de ter uma loja de moda, um supermercado ou produtos de saúde, nos edifícios de escritórios já com algum peso nunca se pensou muito nestas oportunidades de negócio com os seus vizinhos do lado e que pode passar por um gabinete de advogados, por uma empresa de contabilidade, etc. É preciso pensar nos edifícios como um pequeno mundo que, em tempos difíceis, e porque a memória é curta e já nos esquecemos das dificuldades que tivemos há alguns anos, de se podem ajudar mutuamente.


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In what context did AURA come about? AURA is a Spanish company that was founded seven years ago, fruit of the real estate crisis. Amid the crisis, Fernando Acuna, AURA’s CEO, saw a business opportunity. On the one hand were banks that found themselves mired with bad debts and no way to dispose of them; on the other hand, international funds and investors entered the picture, and, although they were interested in acquiring these portfolios, they had no companies to turn to that were specialised in such transactions. It was in this context that the company was created, an advisory firm specialising in strategic assessments and advisory and the only one of its kind in Portugal dedicated exclusively to this area. Has “GURU” been instrumental in satisfying the needs of these international investors? Our computer platform, which we call GURU, has been and continues to be instrumental in providing comprehensive, quality responses to those who seek us out. Basically, GURU monitors the entire real estate market – and has been doing so ever since AURA was first established. Our platform currently has more than 5 million properties catalogued, and the information on GURU is updated daily. We keep track of actual sales too, which gives us a great idea of what prices are

being requested, what prices are being paid, and how long certain properties stay on the market before they’re sold. In practical terms, this means that, when a portfolio of bad real estate loans (which are generally very large and worth millions of euros) needs to be analysed, we can get a very real idea of what is happening in all areas. Our clients have lofty investment goals that they want to achieve in a short amount of time. To accomplish these goals, they need a concrete, welldefined strategy, and we provide precisely that. Because of this and with our vision, our robust, vast database, and our highly specialised team, we have been able to assert ourselves as leaders in the market. It’s been three years since AURA started doing business in Portugal. What changes have come about for you during that time? Indeed, we opened our Portugal office three years ago and our Italy office a year and a half ago. We’ve also recently started operating in Greece, and our services will be reaching Cyprus very soon. We’ve always opened our offices with a focus on NonPerforming Loans (NPLs) and Real Estate Owned properties (REOs) and advisory services for international clients, but we also provide advisory services for bank transactions. When we first opened our office in Portugal,

the market was still a bit complicated. Our first project was quite large: the sale of Novo Banco, during which our company advised Lone Star. In order to do this, it was crucial to assess the value of a significant portion of the assets in the bank’s portfolio within the span of about a month. The same happened two years ago when Banco Popular was sold to Santander, a transaction that involved the entire Iberian Peninsula. These transactions were possible because we were able to do an enormous amount of work in a short amount of time. And our business continues to grow. In Spain, we are more than 50 strong, and, in Portugal, our office is getting bigger: the 10 employees we have currently will soon welcome three more people. We make sure to never forget the local market either, and we are also registered with the Portuguese Securities Market Commission (CMVM), conducting appraisals for Real Estate Investment Funds with a scope and quality that clearly sets us apart from our competition. Do you intend to expand into other areas of real estate? The path we intend to follow for now consists of focusing on appraisals as our core business and gradually entering into strategic consulting. It’s not enough to say that a certain piece of real estate is worth €X EUR today. We want to out-


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these people to have them leave, after which the team renovates the place and puts the property back on the market. So we are considering making a small foray into real estate development in Portugal. Investors and developers don’t always want to work on buildings that are occupied or tied up with old, long-term rental contracts, and we have a special team that deals with precisely these kinds of more complicated – and oftentimes time-consuming – situations. In Portugal, though, once again, the tax framework for capital gains is still not interesting to the point where we find it attractive to invest in real estate development.

line how that same piece of real estate could be worth even more in two or three years from now. Given this, we’re working with clients of ours who have bought portfolios to both develop strategies that will allow them to capitalise on their assets and prepare for future adjustments in the market, drafting Plans “B” and “C.” Is a Real Estate Investment and Management Company (SIGI) in the cards for AURA? In Spain, we’ve been managing a Real Estate Investment Trust (in Spanish, Sociedad Anónima Cotizada de Inversión en el Mercado Inmobiliario or “SOCIMI”) and have had very good results, particularly because it is listed on the stock exchange. In Portugal, we’ve wanted to create a SIGI ever since we opened our office here. Some uncertainty remains, though, regarding what the fiscal framework will look like, and that will be key to

the success of such companies in Portugal. I think this issue depends a lot on politics. As soon as the tax framework is set and if it really ends up being attractive, we’ll be able to move forward on establishing a SIGI the very next day because we already have interested investors and can just replicate the entire structure that’s been set up in Spain. What about investing in real estate development projects? In Spain, in addition to asset management, we have also created some entities that invest in real estate assets that later allow individual and institutional investors to enter the market. Normally, in Spain, these properties are complex. In Portugal, we don’t have that problem. However, there are the so-called “squatters” who occupy properties illegally – a serious, tragic reality. So we have a special team that negotiates with

You mentioned that businesses have to have Plans “B” and “C” at the ready in order to guard themselves against changes in the market. What kinds of changes do you mean? If we look at investment levels throughout Europe and not just in Portugal, we’ll see that, during the Q1 2019, things have begun to cool off, due in part to the lack of good business opportunities. Therefore, companies must prepare themselves for a change in the real estate paradigm and ought to think out of the box. In other words, although someone may own a property that generates revenue today, they shouldn’t think that that same piece of real estate will continue to bring in good income forever. On the contrary, changes in the economy could cause their tenants to leave, and the property’s owners ought to already know what to do by that time (reducing rents is the most basic solution). This means analysing current market trends with regard to housing (such as co-living), offices (with more flexible work spaces), and shopping centres (which feature new kinds of activities and options). One thing that, unfortunately, isn’t done often in Portugal but which we see abroad quite frequently is the creation of spaces with businesses that complement each other. While we know that a shopping mall should have clothing stores, a supermarket, and maybe a pharmacy, with office buildings, little thought has been given to such neighbouring business opportunities, which could include a law firm, an accounting firm, etc. We have to think about buildings as if they were small worlds unto themselves that, during tough times (and because our memories are short and we have already forgotten the difficulties we encountered a few years ago), can help each other.


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Portugal GRI 2019

Só para o top Only for real estate’s cream of the crop


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Nunca se viu nada assim em Portugal. O evento que se realizou pela primeira vez no nosso País – o Portugal GRI 2019 – contou com a presença da nata do imobiliário nacional e internacional. No centro das atenções esteve o investimento em Portugal. Este é um “clube” que veio para ficar. Nothing like this has ever been seen in Portugal. Held for the first time in Portugal, Portugal GRI 2019 was attended by the real estate world’s cream of the crop. In the spotlight was investment in Portugal. This is a “club” that has come to stay. Vieram das mais diferentes geografias - Espanha, Reino Unido, Itália, Índia, Brasil, entre muitos outros países -, mas todos tiveram um denominador comum: procurar perceber o estado na nossa Nação, como entrar no mercado português e em que segmentos investir. Aberto apenas a um grupo muito restrito de líderes, este não foi o espaço para fazer negócios mas daqui saíram, seguramente, muitas parcerias e acordos, partilharam-se experiências e sem rodeios, para o bem e para o mal, falou-se do imobiliário português. Em declarações à Magazine Imobiliário, media partner deste exclusivo evento, o CEO do GRI Club, Gustavo Favaron, afirmou que o “GRI está muito satisfeito em ter seguido o pedido dos nossos membros e construir o nosso Clube em Portugal. Nos últimos dois anos, os nossos membros pediram-nos para apoiá-los no seu desafio de se conectarem com os promotores, investidores e lender locais. Estamos também muito satisfeitos com o apoio que temos recebido por parte dos principais players em Portugal, especialmente o nosso conselho consultivo”. Acrescentando que “Portugal é um dos destinos mais procurados para o investimento imobiliário na Europa

e estamos felizes por desempenhar um papel fundamental na construção da ponte entre os investidores globais e os grandes players locais”. O evento decorreu nos dias 21 e 22 de Maio, no InterContinental Hotel, em Lisboa, e desde logo percebeu-se que seriam encontros muito restritos em número de convidados mas com novos rostos interessados em perceber e fazer negócio no nosso País. Desde 1998 que o GRI Club Real Estate reúne os maiores líderes do sector imobiliário. Em Portugal o advisory board é constituído por: Cristina García-Peri, Head of Corporate Development & Strategy do Grupo Azora (Espanha); Sam Mellor, Head of SREI Europe da Barings Real Estate (Reino Unido); José Cardoso Botelho, Managing Director da Vanguard Properties (Portugal); Hugo Santos Ferreira, Vice-Presidente Executivo da APPII (Portugal); Volkert Schmidt, Director-Geral do Novo Banco (Portugal); Brian Betel, Managing Partner da ASG Iberia Advisors (Espanha); Shamik Narotam, Head, UK & Ireland RE Investing da Morgan Stanley (Reino Unido); Pedro Lancastre, Managing Director da JLL (Portugal); Henrique de Polignac de Barros, Chairman da APPII (Portugal); Miguel Santana, Board Member da Fidelidade Property (Portugal); Paulo Barradas, MD, Head of M&A and Investor Relations da Norfin (Portugal); Edward Miller, VP Portugal da Round Hill Capital (Reino Unido); Pedro Vicente Administrator/Member of the board da Habitat Invest (Portugal); João Sousa, CEO/Founder da JPS Group (Portugal); Paulo Loureiro, Managing Partner da Louvre Capital (Portugal); João Carlos Lelis, Director Fund Management da Sonae Sierra (Portugal); e Pedro Coelho, Partner and Board Member da Square Asset Management (Portugal). Entre os dias 11 e 12 de Setembro vai decorrer o Europe GRI 2019, em Paris, França, que pretende discutir as oportunidades do imobiliário na Europa. O evento conta com a intervenção, entre outros, de Paulo Loureiro, Managing Partner da Louvre Portugal, e de Paulo Barradas, MD, Head of M&A and Investor Relations da Norfin. Although the event’s attendees came from a number of different places (e.g., Spain, the U.K., Italy, India, Brazil), all of them had a common denominator: the desire to understand the state of the real estate market in Portugal, how to enter the Portuguese market, and which segments to invest in. Open only to a very limited group of leaders, this was not a space to do business in, but it surely yielded a great number partnerships, agreements, and shared experiences. For better or worse, Portugal GRI 2019 brought some international exposure to Portuguese real estate.

In statements made to Magazine Imobiliário (this exclusive event’s media partner), GRI Club CEO Gustavo Favaron said that “GRI is very pleased to have acquiesced to our members’ request and to bring our Club in Portugal. Over the past two years, our members have asked us to support them in their challenge of connecting with local developers, investors, and lenders. We are also very pleased with the support we have received from Portugal’s main players, especially our advisory board.” Favaron added that “Portugal is one of the most sought after destinations in Europe for real estate investment, and we are happy to play a key role in building the bridge between global investors and large local players.” The event was held 21-22 May at the InterContinental Hotel in Lisbon, and it quickly became apparent that these meetings would be very limited in terms of the number of guests but would bring new faces interested in understanding and doing business in Portugal. GRI Club has been brining the real estate industry’s biggest leaders together since 1998. In Portugal, the club’s advisory board consists of Cristina García-Peri, Head of Corporate Development & Strategy for the Azora Group (Spain); Sam Mellor, Head of SREI Europe at Barings Real Estate (United Kingdom); José Cardoso Botelho, Managing Director of Vanguard Properties (Portugal); Hugo Santos Ferreira, Executive Vice President of APPII (Portugal); Volkert Schmidt, General Director of Novo Banco (Portugal); Brian Betel, Managing Partner at ASG Iberia Advisors (Spain); Shamik Narotam, Head, UK & Ireland RE Investing at Morgan Stanley (United Kingdom); Pedro Lancastre, Managing Director of JLL (Portugal); Henrique de Polignac de Barros, Chairman of APPII (Portugal); Miguel Santana, Board Member of Fidelidade Property (Portugal); Paulo Barradas, MD, Head of M&A and Investor Relations at Norfin (Portugal); Edward Miller, VP Portugal for Round Hill Capital (United Kingdom); Pedro Vicente, Administrator/Member of the board at Habitat Invest (Portugal); João Sousa, CEO/Founder of JPS Group (Portugal); Paulo Loureiro, Managing Partner of Louvre Capital (Portugal); João Carlos Lelis, Director of Fund Management at Sonae Sierra (Portugal); and Pedro Coelho, Partner and Board Member at Square Asset Management (Portugal). Europe GRI 2019 will be held 11-12 September in Paris, France, to discuss real estate opportunities in Europe. The event will have among its participants Paulo Loureiro, Managing Partner for Louvre Portugal, and Paulo Barradas, MD, Head of M&A and Investor Relations at Norfin.


Opinião Aniceto Viegas

A evolução do mercado de habitação How the housing market has evolved

Aniceto Viegas Director-geral da AVENUE General Manager, AVENUE

Nos últimos quatro anos noticiou-se frequentemente o aumento do preço da habitação e o dinamismo do mercado. A análise tem frequentemente por base o ano anterior. No entanto, é bastante esclarecedor fazer esta comparação, tendo por base um espaço temporal mais longo de pelo menos 10 a 15 anos, para entender mais profundamente os ciclos históricos do mercado e qual é o ciclo actual. Podemos ter várias interrogações sobre o nosso mercado: i) Quantos fogos foram vendidos em 2018? ii) Qual é o aumento do preço venda? iii) Qual é a oferta disponível e a oferta expetável? ou seja, quais são as dinâmicas da oferta e da procura. Se olharmos para o número de fogos vendidos em 2018 (novos e usados), podemos constatar que foram vendidos aproximadamente 180.000 fogos. Este número representa um aumento de quase 20% das vendas do ano anterior e o dobro de 2012. A conclusão seria de dizer que este aumento é muito grande e que o mercado poderá ter atingido um valor muito elevado, nunca antes registado. No entanto, estamos a comparar um bom ano com o pior período do mercado, que registou o seu ponto baixo em 2012. Se isolarmos, o período de 2011-2015, em que 2011 é o princípio de uma das piores crises vividas no sector e 2015 o início da recuperação, verificamos que em Portugal venderam-se sempre, em média, 150.000 fogos por ano – exceptuando no período de 2000 a 2007, em que se venderam anualmente mais de 200.000 fogos, com as vendas a serem impulsionadas pelo crédito à habitação. Por outro lado, temos também que considerar que Portugal é hoje um destino procurado por clientes estrangeiros – como nunca foi – e que se estima que as vendas a estrangeiros representam aproximadamente 20% do mercado, ou seja: concluiremos que o mercado teve um desempenho em linha com os outros anos e está abaixo dos recordes registados no princípio do milénio. Focando-nos agora no aumento dos preços de venda, os preços de venda aumentaram 32% em

2018, recuperando eles também do pior período que o sector viveu. Os preços de venda voltaram ao nível de 2005, ou seja, recuperaram das fortes quedas registadas entre 2011 e 2015. Este número é referente a Portugal em geral. No entanto, se fizéssemos esta análise para Lisboa e Porto, estaríamos seguramente com um aumento mais significativo. Lisboa e o Porto estão a criar um referencial, que era inexistente até agora, dado que existiam muito poucos fogos no centro da cidade - não esquecendo que o centro de Lisboa e do Porto estavam a perder continuamente habitantes. Fruto das políticas orientadas para a reabilitação urbana, o centro de Lisboa e do Porto criaram um novo mercado e captaram clientes nacionais e estrangeiros, que nunca tinham olhado para o centro como um destino de investimento. Os últimos números parecem confirmar que este mercado está a ter um aumento anual residual e que teremos estabelecido um referencial de preço. Mas, estamos a falar de um nicho de mercado, dado que as duas cidades representam 15% do mercado português. Por outro lado, os fogos novos representam, em média, 20% do mercado global. Pelo que, os grandes influenciadores da evolução do preço de mercado são os usados, vendidos pelos particulares. Os usados beneficiaram da escassez de oferta e aumentaram significativamente, por vezes acima do valor intrínseco que deveriam ter. Do lado da oferta, constatamos que a oferta nova reduziu drasticamente em 2014, registando-se aproximadamente 7.000 licenças vs. 66.000 licenças em 2007, ou seja, quase 10 vezes menos! Em 2018, foram emitidas quase 20.000 licenças de construção, que podemos considerar que é um referencial sustentável de mercado. A emissão da licença de construção marca o início do processo de criação da oferta e significa que a mesma estará disponível dentro de dois anos. É de prever que, em 2020, teremos menos escassez de oferta, dando assim uma melhor resposta à procura. É ainda de referir que o Estado em geral, e as câmaras municipais em particular, estão cada mais


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activas na criação de uma nova oferta no centro da cidade, de forma a responder adequadamente às necessidades da população. Resumidamente, podemos dizer que em 2018 atingiu-se o valor médio de vendas dos anos anteriores, os preços recuperaram das perdas do passado, um novo mercado de habitação de centro de cidade foi criado e a oferta futura deverá responder à procura média do mercado – antevendo-se que alguns excessos no valor de venda dos usados no centro das cidades deverão, ou estarão já, a ser corrigidos. Over the last four years, there have been frequent reports on how much activity the market is experiencing and how housing prices have gone up. These analyses often use the previous year as their point of comparison. However, it’s more enlightening to make comparisons based on a longer span of time of at least 10 to 15 years in order to more deeply understand the historical cycles of the market and what phase it is currently in. We could ask several questions about our market: (1) How many homes were sold in 2018? (2) How much did sale prices increase? (3) How much supply is available, and how much is expected? In other words, we want to know the market’s supply and demand dynamics. If we look at the number of new and used homes sold in 2018, we’ll notice that approximately 180,000 units were sold. This number represents a year-over-year increase of 20% and is twice the number recorded in 2012. We may then be tempted to draw the conclusion that this is a huge increase and that the market may have reached a record high number of sales. However, comparing 2018 with 2012 means comparing a good year with the one of the worst the market has ever seen. If we look at just the period 2011-2015 (2011 was when one of the industry’s worst crises ever began, and 2015 was when things started to turn around), we’ll see that there has always been an average of 150,000 home sold per year in Portugal; a notable exception to this is the period 2000-2007. During that time, more than 200,000 homes were sold annually, with sales boosted by mortgage lending. We also have to consider the fact that, nowadays, Portugal has become a destination that is extremely popular with foreign buyers – in a way that it has never been before: it is estimated that sales made to foreigners account for approximately 20% of the market. In other words, we can conclude that the market has performed in line with other years and is below the records recorded at the beginning of the millennium. Shifting our focus now to the recent increases in

sales prices, said prices rose 32% in 2018, also recovering from the worst period the industry has experienced. Sales prices returned to 2005 levels; in other words, they have recovered from the sharp declines recorded between 2011 and 2015. This 32% number refers to Portugal in general. However, if we analysed just Lisbon and Porto, we would surely see a more significant increase. Lisbon and Porto are creating a benchmark, which has been inexistent until now, since there were very few homes in the centres of these cities. Let us not forget either that the centres of Lisbon and Porto were also continually losing inhabitants. The fruit of policies promoting urban restoration, Lisbon’s and Porto’s downtown areas have seen new markets created and have attracted customers from both Portugal and abroad who had never looked to these cities’ centres as investment destinations. The latest figures seem to confirm that these markets are experiencing residual annual increases and that a price benchmark is being established. But we are talking about niche markets, given that the two cities represent only 15% of the Portuguese market. On the other hand, new homes represent, on average, 20% of the entire market. Therefore, used homes – sold by individuals – have the most influence on how market prices evolve. Indeed, sale prices for used homes have benefitted from recent supply shortages and have increased in number significantly, sometimes above the intrinsic value they should have. On the supply side, there was a dramatically smaller amount of new supply in 2014. Approximately 7,000 permits were granted in 2014 versus 66,000 in 2007 – almost 10 times fewer! In 2018, almost 20,000 building permits were issued, which we can consider to be a sustainable market benchmark. The issuance of a building permit signals the beginning of the process of creating new supply and also means that that new supply will be available within two years. It is to be expected that, by 2020, we will have fewer supply shortages, thus enabling the market to better satisfy demand. It should also be mentioned that the government in general – and Portugal’s city councils in particular – are each increasingly active in creating a new offerings in city centres so as to respond adequately to the needs of the population. In short, we can say that, in 2018, the average sale value of previous years was reached, prices have recovered from past slumps, a new market for housing in city centres has been created, and future supply should satisfy average market demand. It is further expected that some exceedingly high sale prices for used homes in city centres should or will be adjusted.


Opinião Catarina Barros Fernandes

Um mergulho nas alterações ao arrendamento urbano Examining the changes to urban leasing

Catarina Barros Fernandes Advogada ABC Legal Lawyer, ABC Legal Alexandra Bessone Cardoso & Associados, Sociedade de Advogados, SP, RL

O arrendamento urbano em Portugal encontra-se marcado por inúmeras alterações legislativas, instigando a eterna antagonia existente entre os interesses do senhorio e os do arrendatário. Tem sido difícil encontrar um equilíbrio entre o direito de propriedade do senhorio e o direito do inquilino à utilização do local arrendado, não tendo ainda o legislador sido capaz de compatibilizar os direitos em conflito, já que ele representa um conjunto de forças políticas que respondem a diferentes motivações. Nos últimos anos acentuou-se a criatividade dos sucessivos governos, que levou a alterações legislativas com constantes contradições, verificando-se, por um lado, o incentivo ao investimento e à reabilitação urbana e, por outro, o congelamento de rendas e dilações automáticas dos prazos de duração do arrendamento, causando instabilidade e insegurança no regime. Em 2006 o Novo Regime do Arrendamento Urbano trouxe a possibilidade aos senhorios de actualizarem as rendas antigas. Mais tarde em 2012 impulsionou-se a reabilitação urbana e ofereceram-se soluções de habitação mais ajustadas às necessidades. Já em 2014 e 2017, houve um retorno ao condicionamento da liberdade contratual. Para os investidores, a incerteza e risco do arrendamento tornou preferível a venda, o abandono dos imóveis e a aposta no alojamento local de curta duração. Recentemente, em Maio de 2018, na sequência do largo pacote de iniciativas legislativas, retomou-se o debate sobre o arrendamento, tendo resultado do mesmo a aprovação de um conjunto diversificado de leis. Deu-se a quinta alteração ao Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU) com a publicação da Lei 12/2019, em 12 de Fevereiro, dia em que também foi publicada a Lei 13/2019. Ambas entraram em vigor em 13 de Fevereiro visando a primeira visa proibir e punir o assédio no arrendamento, e a segunda aprovar medidas destinadas a corrigir situações de desequilíbrio entre arrendatários e senhorios. O paradigma da relação arrendatícia

mudou. No Código Civil foram introduzidas alterações quanto à forma do contrato, cuja inobservância de forma escrita deixa de gerar nulidade; ao prazo de duração, que passa a ser por regra de um período mínimo de um ano; à indemnização em caso de mora do arrendatário, que passa a ser de apenas 20%; ao período de renovação do contrato, que por regra passa a ser por um período mínimo de três anos; à oposição à renovação pelo senhorio que apenas produzirá efeitos decorridos três anos da celebração do contrato; à denúncia de contratos de duração indeterminada, onde passou a haver limitações à possibilidade do senhorio denunciar o contrato e quanto aos contratos para fins não habitacionais, limitando-se a liberdade de estipulação conferida aos mesmos. Quanto ao NRAU destaca-se a criação da Injunção em Matéria de Arrendamento (IMA), a qual permite ao arrendatário exigir do senhorio, entre outros, o reembolso dos montantes despendidos pelo arrendatário na realização de obras no locado, que nos termos da lei, devessem ser executadas pelo senhorio. No âmbito da Nova Geração de Políticas da Habitação são igualmente relevantes os benefícios fiscais criados para estimular o Arrendamento de Longa Duração, a criação do Direito Real de Habitação Duradoura (DHD), o Programa de Arrendamento Acessível (PAA), o regime especial dos seguros de arrendamento no âmbito do PAA, as regras aplicáveis à intimação para a Execução de Obras Coercivas, o agravamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) relativamente a prédios devolutos em zonas de pressão urbanística, a atualização dos parâmetros de área e de custo a que deve obedecer a promoção de Habitação de Custos Controlados, e o exercício do Direito de Preferência pelos arrendatários. Apesar das alterações introduzidas pelos novos diplomas, continua pendente a regulação do procedimento de injunção em matéria de arrendamento, falta proteger o senhorio em condição de vulnerabilidade, podem vir a verificar-se situações de compropriedade forçada, causadas pelo


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actual direito de preferência que se apresenta de uma forma que é a antítese da génese deste direito e a taxa de IMI sobre os prédios devolutos há mais de dois anos em zonas de pressão urbanística assume um agravamento tal que faz com que o imposto assuma um carácter sancionatório que não pode ter. Estas são algumas das críticas que podem ser infligidas às alterações legislativas e que comprovam que há muito por aperfeiçoar no arrendamento. Em sentido de conclusão, ainda não se chegou a uma plataforma equilibrada, sendo que o novo quadro legislativo do arrendamento urbano foi significativamente alterado tornando-se indispensável a todos intervenientes estar a par das alterações legislativas. Urban leasing in Portugal is currently experiencing numerous legislative changes, causing the eternal rivalry that exists between landlords’ interests and renters’ interests to flare up. It has been difficult to find a balance between landlords’ property rights and the tenant’s right to use the leased premises. As of yet, legislators have not been able to reconcile conflicting rights, as they represent a set of political forces that have different motivations. In recent years, the creativity of successive governments has crescendoed, leading to legislative changes with constant contradictions. On the one hand, there is the incentive for investment and urban rehabilitation projects, while, on the other hand, rents have been frozen and lease durations have been extended automatically, causing instability and insecurity. In 2006, the New Urban Leasing Regime (NRAU) made it possible for landlords to update old rents. Later, in 2012, urban rehabilitation projects were promoted, and housing solutions that were more adjusted to people’s needs were offered. In 2014 and 2017, contracts returned to being regulated a bit more heavily. For investors, the uncertainty and inherent risk found in leasing made selling or even abandoning their properties preferable, with short-term leasing of local housing becoming their main focus. Recently, following the farreaching package of legislative initiatives passed in May 2018, leasing-related debates resumed, resulting in the approval of a diverse set of laws. The fifth amendment to the NRAU came about with the publication of Law 12/2019 on 12 February, on which day Law 13/2019 was also published. Both entered into force on 13 February and were aimed at (1) prohibiting and punishing harassment inflicted upon tenants and (2) approving measures to correct situations of imbalance between tenants and landlords. The paradigm has changed for tenant-landlord

relationships. In the Civil Code, changes were introduced regarding contract form, noncompliance with which in written form no longer causes nullity; the period of duration, which becomes, as a rule, a minimum period of one year; compensation in the event the lessee defaults, which is reduced to only 20%; the period of contract renewal, which, as a rule, is a minimum period of three years; opposition to renewal by the landlord, which will only take effect three years after the contract was signed; the complaint procedures regarding contracts of indefinite duration, wherein restrictions have been imposed limiting the landlord’s ability to denounce such contracts; and regarding contracts for non-residential purposes, limiting the contractual freedom granted to them. Regarding the NRAU itself, the creation of the Injunction for Leasing Matters (IMA) stands out, which allows the lessee to demand from the landlord, among other things, reimbursement for the money the lessee spends to perform renovations on the place that lessee is renting. According to the law, such work should be carried out by the landlord. In the context of the New Generation of Housing Policies, equally as relevant are the tax benefits created to stimulate long-term leases, the creation of the Right to Lasting Housing (DHD), the Affordable Rent Programme (PAA), the special renter’s insurance scheme created within the framework of the PAA, the rules governing the summons for the Execution of Coercive Works, the increase in the Municipal Property Tax (IMI) on vacant buildings in urban pressure zones, the updates to the area and cost requirements that must be complied with when developing Controlled Cost Housing, and the exercise of Preemption Rights by tenants. Despite the changes introduced by these new regulations, regulation of the Injunction Procedure for Leasing Matters is still pending; vulnerable landlords lack protection; cases of forced co-ownership, caused by the exercise of current pre-emption rights in ways that are antithetical to original purpose of such rights, may rear their ugly heads; and the IMI levied on buildings that have been vacant for more than two years in urban pressure zones has increased to such an extent that the tax has become unjustifiably punitive. These are just some of the criticisms that can be made regarding these recent legislative changes. Indeed, they prove that there is much to be done when it comes to leasing. In conclusion, a balanced proposal has not yet been reached, and the new legislative framework for urban leasing has been significantly altered, making it essential for all stakeholders to be aware of legislative changes.


Opinião José Araújo

Turismo à la carte? À la carte tourism?

José Araújo Director da Direcção de Crédito Especializado e Imobiliário Millennium bcp Director, Real Estate and Specialised Credit Division Millennium bcp

O turismo assumiu um plano de “bom gosto”. Bom gosto na escolha do país de destino, bom gosto nos hotéis, na gastronomia e restaurantes, nos espaços culturais, e bom gosto na escolha do melhor espaço para viver, para desenvolver uma actividade ou para criar valor. É verdade, estamos a misturar conceitos, turismo e imobiliário, mas é propositado, porque hoje faz-se turismo para essa finalidade, quer em Portugal, quer em qualquer outro país com caraterísticas apelativas. Etimologicamente falando, Turismo derivará do termo inglês Tourism, o qual já terá vindo do francês Tour que significa “dar uma volta”. No entanto, dizem os estudiosos dos vocábulos, terá efectivamente origem na palavra em latim Tornus que significa movimento ou volta. Decorrente destes termos, o turista seria o viajante, aquele que se deslocava de um espaço para outro e, se resumirmos tudo o que sabemos sobre este termo, é mesmo isso, é a deslocação de alguém de um local para outro, durante um determinado período de tempo e com um propósito. Apesar de, hoje em dia se poder “viajar” virtualmente, com óculos especiais que permitem “estar” em paisagens fabulosas, numa visita guiada a um museu, no mar, numa aventura radical, …. isso não implica movimentação física e a incorporação do que os sentidos captam; não tem nada a ver com a natureza ou com a cultura, com a saúde ou o desporto, nem mesmo com a experiência de outras realidades! Qual o propósito? Concretizando, e invocado o relatório World Travel & Tourism Council (WTTC), o turismo em Portugal registou a maior taxa de crescimento da União Europeia em 2018 e o contributo total das actividades turísticas na economia nacional foi também muito significativo, prevendo-se que em 2019 cresça ainda mais. É uma realidade, o nosso país tem sido um destino “irresistível” que, pelo terceiro ano consecutivo acabou de ser eleito pelo World Travel Awards, o Melhor Desti-

no Turístico Europeu, recebendo mais três prémios do que em 2018, num total de 39. Os factos observados comprovam que o sector em Portugal impulsionou outros sectores como a construção e o imobiliário, contribuindo em conjunto para o crescimento da economia. Vimos chegar turistas de diferentes países, atraídos pelas “delícias” de Portugal que, em paralelo aproveitaram e escolheram o imóvel para investir, seja qual tenha sido a sua finalidade incluindo a (re)construção para “atrair” ainda mais turistas. A intervenção de não residentes no mercado imobiliário português, seja por via do turismo, seja por via do investimento directo, continua a ser uma realidade, que desejamos se mantenha controlada e saudável, como sinal de bom gosto e de estabilização da componente financeira do país, para o que será também necessário manter uma estratégia de atuação coordenada e sustentável. E Portugal tem ainda potencial para incrementar o sector de que falamos, porque tem procura, quer do lado do interesse em desenvolver estruturalmente as oportunidades existentes, quer do lado do interesse em adquirir ou investir nos projectos concluídos que reforçarão a oferta e a decorrente afixação de indivíduos e empresas. Mais turismo sim, com propósito e gerador de riqueza! Tourism today operates in terms of “good taste” – good taste in choosing the perfect destination for one’s holiday, good taste in terms of hotels, cuisine, restaurants, and cultural spaces, and good taste in choosing the best place to live, undertake an activity, or create value. We’re mixing the concepts of tourism and real estate here, and we’re doing so on purpose because each is linked to the other – be it in Portugal or in any other country with appealing characteristics. Etymologically speaking, the English word “tourism” derives from the French word “tour,” which roughly means “walk around.” Etymologists will also explain that the French word itself came from the Latin word “tornus,” which essentially means lap or circular motion. From these French and Latin terms, we get the word “tourist,” a traveller who moves from one place to another. And, if we bear in mind everything we know about tourism, we’ll find that it is precisely that:

the purposeful displacement of a person from one place to another for a certain period of time. Although people today may “travel” virtually with such gadgets as special headsets that allow them to “experience” fabulous scenery, a guided tour of a museum, the oceans, a radical adventure, etc., this does not require physical movement nor does it involve all the senses; it has little to do with nature or with culture, with health or sport, much less experiencing other realities! What’s the point of it? In the context of the World Tourism & Tourism Council (WTTC)’s report, tourism in Portugal had the highest growth rate in the European Union in 2018, and the total effect tourism-related activities had on the national economy was also very significant, with things expected to grow even more in 2019. Portugal has become an “irresistible” place that World Travel Awards has named the Best European Tourist Destination for the third year in a row. With a total of 39 awards this year, Portugal brought home three more prizes than in 2018. Portugal’s tourism industry has been a catalyst for activity in other sectors – such as construction and real estate – as well, contributing jointly to the growth of the country’s economy. We have witnessed tourists arriving from different countries, attracted by Portugal’s “delights,” who have also availed themselves of properties to invest in. These investments have manifested themselves in a number of different way, including especially (re-)construction projects to “attract” even more tourists. The intervention of non-residents in the Portuguese real estate market, whether through tourism or through direct investment, continues to be a reality, and we want it to remain controlled and healthy, as a sign of good taste and stabilisation of the country’s finances. To achieve such, maintaining a coordinated, sustainable action strategy will also be indispensable. And Portugal even has the potential to grow the tourism industry because it has the demand and interest both in terms of helping with existing opportunities and acquiring or investing in the completed projects, which will reinforce supply and consequently help more individuals and companies get established. Saying yes to more, purposeful tourism means saying yes to generating wealth!



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40 anos depois

Altis chega Ă Invicta 40 years later

Altis reaches Porto


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O Grupo Altis está a iniciar no Porto a expansão da cadeia, prevendo construir dois hotéis nos próximos dois a três anos. The Altis Group has begun its expansion into Porto with the construction of two hotels scheduled to be completed in the next two to three years.

Depois de perto de quatro décadas passadas sobre o primeiro projecto hoteleiro que o grupo Altis conseguiu aprovar no Porto, mas que acabou por não ver concretizado – e, curiosamente, a poucos minutos de distância do primeiro, a Praça da Galiza – está finalmente a iniciar-se a construção do que será a primeira unidade de cinco estrelas da cadeia Altis na cidade invicta. O futuro Altis Porto Hotel ficará localizado no final da Rua Jorge Viterbo Ferreira, já perto da Rua da Restauração – sobranceiro ao Rio Douro - tendo previstos 92 quartos, restaurante, bar, spa, salas de reuniões e um rooftop com uma piscina panorâmica, com vistas únicas. Um projecto com um investimento de quinze milhões de euros. Raul Martins, presidente do grupo Altis, confirmou à Magazine Imobiliário, o avanço do projecto, “um hotel corporate e virado para o segmento de negócios”, tendo em conta a proximidade do renovado Palácio Cristal, “com uma localização ímpar e vistas privilegiadas sobre o rio Douro”. Com a abertura prevista para 2021, o Altis Porto ocupa um conjunto de armazéns, que, neste momento, se encontram já em fase de demolição. O futuro edifício terá apenas cinco pisos de altura.

Segunda unidade em análise

Texto Text: Elisabete Soares

De acordo com Raul Martins, em breve, poderá ser conhecida a localização de uma segunda unidade Altis no Porto, estando em fase de análise vários projectos e localizações. Considerando a vantagem de ter pelo menos duas unidades hoteleiras na cidade do Porto, alerta, contudo que, o objectivo é que a nova unidade se localize no centro do Porto e que seja vocacionado para um segmento turístico. No passado, já distante, fica um “processo obtuso”, frisa Raul Martins, que ‘fez correr muita tinta’ e não menos dores de cabeça à administração do grupo Altis. É que depois de ver aprovado o projecto para um hotel na Praça da Galiza – hoje um espaço de jardim em frente ao empreendimento Mota Galiza - pelos serviços municipais da Câmara do Porto, a Sociedade Altis viu, nos anos 80, o mesmo projecto ser recusado pela autarquia. O grupo de Fernando Martins avançou com o processo para os tribunais e o consenso chegou em 1989, sendo o presidente na altura, Fernando Cabral. Contudo, a possibilidade do hotel, neste local, estava irremediavelmente afastada e, por isso, a autarquia assinou o contrato-promessa de permuta dos terrenos da Praça da Galiza com outros em Diogo Botelho, junto às instalações da Universidade Católica, na Foz.

Aí, já no início deste século, foram construídas as Torres Altis, um empreendimento de habitação premium, com projecto do conceituado arquitecto João Paciência, mas que foi acompanhado por vários meses de polémicas. Alimentadas, por um lado, pelos moradores dos prédios de Pinhais da Foz, que apesar do declive do terreno perderam parte das vistas e, por outro, pela forte oposição ao executivo socialista que nessa altura liderava a Câmara do Porto. Criado em 1973, por Fernando Martins, o grupo Altis detém actualmente seis hotéis, todos eles em zonas nobres da capital, que totalizam 801 camas. After nearly four decades since the Altis Group’s first project in Porto was approved but which ended up never materialising, construction on the Altis Group’s first five-star hotel in the city is finally under way. Curiously close to the site where the group’s first approved project was supposed to be built (next to Praça da Galiza), the future Altis Porto Hotel will be located at the end of Rua Jorge Viterbo Ferreira, close to Rua da Restauração and overlooking the Douro River. The hotel will feature 92 rooms, a restaurant, a bar, a spa, meeting rooms, and a rooftop space with a pool and one-of-a-kind, panoramic views. €15 million EUR will be invested in this project. Altis Group President Raul Martins confirmed to Magazine Imobiliário that the project – “a hotel aimed at customers from the corporate world” – would be moving forward. Given its proximity to the newly renovated Palácio Cristal, the hotel will have “an unrivalled location and breathtaking views over the Douro River.” With a scheduled 2021 opening, the Altis Porto will occupy the area where a set of warehouses stands now; these warehouses are currently being demolished. The future building will be only five storeys tall.

Second unit under consideration According to Martins, the location of a second Altis hotel in Porto could soon be revealed, with a number of projects and locations currently being studied. While there will be advantages of having at least two hotels in the city of Porto, Martins says, though, that the goal will be to open a new hotel located in the centre of Porto that will be aimed more at the tourism segment. Martins explains that in the now distant past lies an “obtuse lawsuit” that “caused a lot of ink to be spilt” – not to mention the countless headaches for management at the Altis Group. In the 1980s, the municipal services at Porto


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City Hall approved plans for a hotel on Praça da Galiza (today, a green space in front of the Mota Galiza building), but the Altis Company saw the city council reject the same project later on. The company proceeded to file a lawsuit, and, with Fernando Cabral as the company’s president at the time, a consensus was reached in 1989. However, it became irrevocably impossible to build the hotel in that location, so the city council signed a promissory agreement to exchange the land at Praça da Galiza for other pieces of land in the Foz neighbourhood on Rua de Diogo Botelho next to premises of Universidade Católica.

At the beginning of this century, the Altis Towers, a premium housing project designed by renowned architect João Paciência, were built on that land but not without several months of controversy. These heated debates were fuelled both by residents of buildings in Pinhais da Foz, who, despite the slope of the land, lost part of their views and by the strong opposition to the socialist executive who headed Porto’s City Council at the time. Founded in Founded in 1973 by Fernando Martins, the Altis Group currently operates six hotels (all located in prime areas of the Portuguese capital) with a total of 801 beds.



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Reino Unido

Os Riscos Geo-Políticos e o Investimento United Kingdom

Real Estate Investments and Geo-Political Risks

Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe

A maior parte das decisões sobre investimentos imobiliários têm em conta uma análise de dinâmicas locais – oferta, procura, preços relativos, rentabilidades relativas, localização, etc., e faz todo o sentido que assim o seja. Todavia, para os grandes investidores institucionais outras dimensões são tidas em conta já que muitos destes investidores gerem portfólios internacionais, alguns restritos à sua região, mas outros com uma exposição verdadeiramente global, incluindo mercados emergentes na Ásia, África e América Latina. Numa altura que vemos protestos em Hong Kong, ataques a petroleiros no estreito de Ormuz, disputas comerciais entre os EUA e a China, Brexit, e dado o carácter permanente do imobiliário, como será que os investidores institucionais conseguem aferir os respectivos prémios de risco dos mercados onde investem? Lembro-me, durante o MBA, e mais tarde no estágio, de aprender a calcular prémios de risco atá à quarta casa decimal, por inferência a retornos observados no mercado, para mais tarde perceber que essa exactidão no cálculo teria pouco efeito prático já que uma pequena variação na estimativa dos cash-flows ou das taxas de juro, faria qualquer avaliação alterar significativamente. A previsão e antecipação de riscos tanto tem de arte como de ciência. E o que dizer então da análise dos riscos geo-políticos? A verdade é que alguns investidores nem se preocupam com tal, enquanto outros encaram estes mesmos riscos como oportunidades. Um fundo de baixo risco, aberto, tem que investir ao longo dos ciclos económicos. Muito embora possa ter alguns comportamentos tácticos de reter capital quando o mercado está em alta e investir mais agressivamente quando o mercado está em baixa, no geral investe e desinveste conforme as entradas e saídas de capital por parte dos seus investidores. Para os investidores mais agressivos, tipicamente os fundos fechados, muitos procuram precisamen-

te os efeitos de fenómenos como o Brexit ou a crise do Euro para adquirir fortemente nos mercados afectados e esperar por melhores dias. Nos tempos de crise, o volume de transacções decresce significativamente e quem tem capital disponível consegue melhores condições de compra. E os investidores que querem minimizar estes riscos? Muitos investidores tendem a especificar características dos activos e das estratégias e, por exemplo, vemos muitos investidores a escolher estratégias como arrendamentos muito longos, menos expostos a variações de mercado, como sejam os imóveis de logística, mesmo em mercados emergentes como Brasil, China ou índia. Outra estratégia consiste em investir em dívida ou capital híbrido, em vez de assumir o risco do capital próprio ou, ainda no campo financeiro, o de cobrir completamente o risco cambial, em vez de o assumir no contexto da carteira. Por fim, há investidores que gerem estes riscos precisamente a nível político com acordos bilaterais, investimentos cruzados e muitas vezes um entendimento subjacente de que os países têm que respeitar os investidores dos respectivos países. Quando o presidente Xi visita Portugal, é precisamente esta parte da diplomacia económica que visa garantir os interesses dos investidores chineses e os seus investimentos em Portugal. Most decisions about real estate investments, rightly so, take into account an analysis of local dynamics: supply, demand, prices, profitability, location, etc. However, for large institutional investors, other dimensions are taken into account, since many of these investors, manage international portfolios, some restricted to their region, but others with a truly global exposure, including emerging markets in Asia, Africa and Latin America. When we see protests in Hong Kong, attacks on oil tankers in the Strait of Hormuz, trade disputes between the U.S. and China, Brexit, and given the permanent nature of the real estate, one


Connecting Global Competence

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36 JUL/AGO 2019

can wonder, how do institutional investors assess the respective risk premia of the markets in which they invest? I remember during business school, and later at my first internship, calculating risk premia to the fourth decimal place, by inference of observed market returns, to later realize that this accuracy in the calculation would have little practical effect since a small variation in the estimation of cash-flows or interest rates would change a valuation significantly. The quantification and anticipation of overall risk has as much art as science. And what to say about Geo-Political risk analysis? The truth is that some investors do not even take into account such factors while others embrace those same risks as opportunities. A lowrisk, open-ended fund invests throughout the economic cycle. Although a particular fund manager may have some tactical tilts by retaining capital when the market is high and investing more aggressively when the market is down, in general, the fund manager will invest and divest according to the flows of capital from their investors. The more aggressive investors, typically the closed-end funds, will seek precisely the effects of phenomena such as the Brexit or the Euro crisis to buy heavily in the affected markets and wait

for better days. In times of crisis, the volume of transactions decreases significantly and he who has the available capital commands the best purchasing terms. And investors who want to minimize these risks? These investors tend to be very specific with the characteristics of the assets and strategies they pursue. For example, we see many investors opting for investments with very long leases, such as the logistics, which are less exposed to market variations, even in emerging markets such as Brazil, China or India. Another strategy is to invest in debt or hybrid capital, rather than take the risk of equity. Hedging is an additional consideration whereby an investor might decide to completely hedge their FX risk, rather than assume it in the context of their overall portfolio. Finally, there are investors who manage these risks precisely in the political arena with bilateral agreements, cross-investments and often an underlying understanding that the countries have to respect investors of the other country. When President Xi visits Portugal, it is precisely this element of economic diplomacy that aims to ensure the interests of Chinese investors and their investments in Portugal.


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64 Apontamento 36 JUL/AGO 2019

Spreading out the towel Joaquim Pereira de Almeida

Spreading out a towel on the hot sand close to the water is common habit during these warm

summer days. Portugal’s middle class (does it even exist anymore?) can only enjoy their holidays during this time of the year, leading to heightened demand for bathing areas and especially the Algarve, where temperatures are more inviting. It doesn’t matter if they have to queue everywhere, get trampled over, or find the stress that they were trying to get rid of. For most, there is no alternative. But will it really like this? Of course, those who can do find other alternatives – both inside and outside the country. But, at the moment, I’m referring to those who can “rest” only in Portugal. Many people cannot even imagine the possibilities that exist in inland Portugal. This country has an immense number of touristic offerings, and high-quality, affordable outings that provide visitors with a sense of tranquillity abound. The internet is now a great source of help for those who seek to truly rid themselves of the stresses of everyday life. Nowhere else in the world can people get as much value for their money, and I often say that there is no country like Portugal. From North to South, from the coast to the interior. Portugal joins together several “nations” in just one, an example of harmony and conviviality that makes almost the entire world jealous. Take a journey to the mountains of Gerês National Park or to the plains of the Alentejo: the beauty is the same, but what’s different is the culture. We would do well to not always go to the same destinations but to travel in search of the “unknown.” Peaceful, no chaos, and, if you have to go in August, be mindful when choosing a place to lie out in the sun…don’t go trampling the family next to you! Relax as much as possible, and enjoy your summer holidays! Foto Photo Sérgio Souza / Unsplash

Estender a toalha

Estender a toalha na areia quente, perto da água, cuja temperatura é relativa, é um hábito comum dos nossos dias no Verão. A classe média portuguesa (existe?) só pode gozar férias nesta altura. Daí a procura pelas zonas balneares e, sobretudo, pelo Algarve onde as temperaturas são mais convidativas. Não interessa se vão encontrar filas em tudo, atropelos, o stress de que se queriam livrar. Para a maioria não há alternativa. Mas será assim? Evidentemente quem tem maior poder encontra outras alternativas, dentro e fora do País. Mas, neste momento, remeto-me a quem só pode gozar “descanso” em Portugal. Muita gente nem imagina as possibilidades que há no interior do País. A oferta de Portugal no campo turístico é imensa e há soluções, bem mais em conta, que oferecem mais qualidade e tranquilidade. A internet, através dos mais diversos meios, é hoje uma óptima ajuda para quem, a tempo, procura de facto livrar-se da pressão quotidiana. A relação, preço/qualidade não é igualada em lado nenhum do Mundo e eu costumo dizer que “não há País como este”. Do Norte ao Sul, do litoral ao interior. São várias “nações” numa só, num exemplo de harmonia e convívio que faz inveja a quase todo o Mundo. Viaje pelas serras do Gerês ou nas planícies alentejanas, a beleza é a mesma, mas diversa na cultura. Não repita sempre os mesmos destinos, viaje em busca do “desconhecido”. Tranquilo, sem confusão, e já sabe, se tiver de ir, em Agosto, cuidado a arranjar lugar para se deitar ao sol, não vá atropelar a família do lado. Goze, na medida do possível… Boas férias!



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