Magazine Imobiliário 037

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Construção Ambiente Turismo

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SET/OUT 2019 €10

Casamentos por interesse? Weddings with ulterior motives



Editorial

Cautela e azia Caring for heartburn

Joaquim Pereira de Almeida Director da Magazine Imobiliário Director of Magazine Imobiliário

Há quatro anos, um amigo, responsável por uma das mais prestigiadas mediadoras do País telefonou-me, quase em pânico: “Os comunistas tomaram o poder, só hoje já perdi dois negócios com brasileiros!” Procurei acalmá-lo e meti-me até com ele: “Vais ver que em breve terás bons resultados”. A conversa terminou, dias depois, após longa troca de ideias. Adiante… Na altura em que, hoje, escrevo estas linhas, Costa encostou a direita às cordas. Não vai ganhar o combate por KO. Prefere os pontos, leia-se, os votos! O adversário está no tapete. Sem uma oposição forte, vislumbram-se tempos complexos. Temas para os comentadores televisivos… Para o imobiliário, o turismo e mesmo a construção, o Governo ofereceu, de bandeja, um instrumento precioso para o investimento e o progresso. A lei das novas sociedades de investimento (SIGIs). Gostava de ser mosca para ouvir como as associações e os ministros responsáveis por estas áreas fizeram ginástica, juntos, para conseguir “fintar” os parceiros do Executivo e, num silêncio cúmplice, permitir que o governo - desta vez aliado à sua direita fizesse passar a lei no Parlamento. Foi bom para o País, mas esconde tantos interesses. Ao mesmo tempo o PS está a usar, como argumento eleitoral, o programa do “Arrendamento Acessível”. Isso é “falácia” – comenta-se por todo o lado, entre os profissionais do sector. Ninguém o diz em público. E a Habitação está na Constituição. A promoção de fogos acessíveis custa muito dinheiro e só os privados estarão em condições de o fazer. A opinião pública desconfia, a banca estimula a compra, é um tema muito sério, e não um panfleto. Quando, no nosso País, um governo incluirá alguém que conheça o Imobiliário? Atento está Marcelo. Promulgou a Lei de Bases da Habitação, com dúvidas. E as SIGIs! Boa reentré, sem azias…

Four years ago, a good friend who’s the head of one of the country’s most prestigious real estate agencies phoned me in a panic: “The communists have taken power! I’ve lost two deals with Brazilians just today!” I tried to calm him and even got into it with him: “You’ll see things turn around soon.” The conversation ended a few days later after a long exchange of ideas. Anyways… As I write these lines today, Portugal is a boxing ring, and Costa has thrown the right into the ropes. He will not win the fight with a KO. He prefers the points, that is, votes! The opponent is out cold on the floor. Without a strong opposition, hard times are ahead. But let’s leave such topics to TV commentators… For real estate, tourism, and even construction, the government has developed a precious tool that could encourage investment and progress: the law on new investment companies (SIGIs). I’d love to have been a fly on the wall listening in and watching the gymnastics that corporations and the ministers responsible for these areas went through in order to “feint” Costa’s partners and have the Executive branch – this time, allied with the right – get this law passed in Parliament. It has been great for the country, but it hides so many…. At the same time, the Socialist Party is using the “Affordable Rent” programme in a bid to win votes during Portugal’s upcoming elections. This is a “fallacy,” and professionals in the industry talk about it all the time – amongst themselves. Nobody says it publicly. And access to housing is a right found in the Constitution. Building affordable homes costs a lot of money, and only private developers are in a position to help. The public is suspicious… Banks encourage people to purchase homes… This is a very serious topic that must not be used as some political gambit. When will a government in our country include someone who is familiar with real estate? Marcelo is alert. He passed the Basic Law on Housing with “doubts.” And the SIGIs A hearty welcome back, hopefully without much heartburn.


Ficha técnica Datasheet

Propriedade Property

Índice

Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207

Summary

1000–141 Lisboa Telf. / Phone: (+351) 21 134 10 06 Telm. / Mobile: (+351) 91 061 61 62 geral@palavrasaliadas.pt

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Prémio Personalidade Turismo 2019 Personality Award 2019: Tourism

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Prémio Personalidade Mérito 2019 Personality Awards 2019: Special Merit

4 Prémios

Personalidades 2019

Personality Awards 2019 2013-2019 Uma surpesa editorial An editorial surprise

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Prémio Personalidade Imobiliário 2019 Personality Awards 2019: Real Estate

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Prémio Personalidade Construção 2019 Personality Awards 2019: Construction

8

Prémio Personalidade Ambiente 2019 Personality Awards 2019: Environment

12 Grande Tema

Lead Story Política & Imobiliário Politics & Real Estate

22 Metro Quadrado Square Meter Habitat Invest

28

Lisbon Green Valley

34

Própria

40 Opinião Opinion

Aniceto Viegas

42 Opinião Opinion

ABC legal

44 Opinião Opinion

Millennium bcp

46 Fio-de-Prumo Plumb Line Garcia Garcia

www.magazineimobiliario.com Director Director Joaquim Pereira de Almeida Editora Editor Carla Celestino Colaboradoras Permanentes Permanent Contributor Carolina Morgado Elisabete Soares Fotografia Photography Anabela Loureiro Tradução Translation Frank Miller Grafismo Graphics Rodrigues Silva

52 Sol e Lua

Tourism Cascade Resort

Contabilidade Accounting Nasceconta Periocidade Frequency Bimestral Tiragem Number printed

60 Lá fora

Abroad Expo Real 2019

3.000 exemplares Impressão Printing Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal Legal Deposit 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível em: Editorial policy available at: www.magazineimobiliario.com


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PrĂŠmios Personalidade 2019 4 Grande Tema

Lead Story

Personality Awards 2019


Prémios Personalidade 2019 Personality Awards 2019

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2013/2019

Uma surpresa editorial An editorial surprise

PATROCÍNIO

MEDIA PARTNER

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Em Setembro de 2013 lançámos a primeira edição da Magazine Imobiliário com o título de capa: “Luz ao fundo do túnel?” Esta “imagem” que pretendíamos transmitir foi difundida, não apenas por acreditarmos num projecto editorial mas, antes, pelo facto da sua equipa reunir “veteranos” do imobiliário que conhecem o pulsar deste sector. Vislumbrámos, quando mais ninguém via, essa luz. Volvidos seis anos a revista, à semelhança do imobiliário, vive bons momentos. No próximo dia 12 de Setembro, no hotel Palácio dos Arcos, em Paço d’Arcos, partilhamos com todos a celebração do nosso 6ª aniversário, sempre marcado pela atribuição dos “Prémios Personalidades”. Não entramos em euforias, somos cautelosos e damos passos muitos sustentados mas trazemos sempre na manga novidades. Nas próximas páginas fique a conhecer quem se destacou nas áreas do Imobiliário, Construção, Ambiente e Turismo, bem como quem mereceu o Prémio Mérito 2019.

In September 2013, we published the first edition of Magazine Imobiliário with the cover title “Light at the end of the tunnel?” This “image” that we wanted to convey to the public was published not only because we believed in a magazine but, more importantly, because its team brought together real estate “veterans” who know the industry well. We caught a glimpse of that light when no one else did. Six years later, good times abound for this magazine – just like the real estate industry. On 12 September at the Palácio dos Arcos Hotel in Paço d’Arcos, we will celebrate with all our 6ᵗʰ birthday, accompanied as always by the distribution of the “Personality Awards.” We’re not zealots; we’re cautious and take well founded steps. However, we always have something new up our sleeve. The new few pages highlight who stood out most in the areas of Real Estate, Construction, Environment, and Tourism, as well as who won the Special Recognition Award for 2019 (Prémio Mérito).


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Prémios Personalidade 2019

Personality Awards 2019

Hugo Ferreira Prémio Personalidade Imobiliário 2019

Personality Award 2019: Real Estate

É um jovem de 35 anos que chegou há poucos anos ao imobiliário mas que depressa tornou-se num opinion maker do sector. Com formação académica na Universidade Católica Portuguesa iniciou a sua actividade profissional como advogado-estagiário do gabinete Cuatrecasas, onde desempenhou o cargo de senior associate do departamento Imobiliário, Construção e Turismo. De uma equipa de apenas dois advogados, quando deixou o mesmo, em 2014, já eram 10 os profissionais a dedicarem-se a estas áreas. É actualmente vice-presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), onde implementou a sua visão e o seu projecto de uma entidade moderna, contemporânea, baseada num serviço altamente profissionalizado e focado na criação de valor às empresas. Sobre os seus ombros tem ainda a responsabilidade da internacionalização do sector, tendo levado a promoção das empresas e dos players a França, Espanha, Macau, entre outros países. A ele nada lhe escapa. É conhecedor profundo das operações que decorrem no mercado imobiliário e tem sabido, como ninguém, assessorar promotores e investidores de todos os quadrantes. É também um orador nato, tendo participado nas principais conferências e fóruns do mercado a nível nacional e internacional, e autor de vários artigos de opinião nas principais revistas e jornais em Portugal, na Península Ibéria e na Europa Ocidental. Quem o conhece sabe que tem um grande coração. O melhor exemplo aconteceu com o projecto de solidariedade “A Escola de Todos Nós” que permitiu a reconstrução do Infantário de Midões, em Tábua, Coimbra, que foi dizimado pelos fogos de 15 de Outubro 2017. Hugo Santos Ferreira is all of 35 years old but quickly became an industry opinion maker after beginning his career in real estate only a few years ago. After studying at the Catholic University of

Portugal, Ferreira joined Cuatrecasas as a trainee lawyer and later served as Senior Associate of the Real Estate, Construction, and Tourism Department, which grew from a team of just two lawyers to 10 professionals dedicated to these areas by the time Ferreira left in 2014. Ferreira currently serves as Vice President of the Portuguese Association of Real Estate Investors and Developers (APPII), a role that has allowed him to implement his vision of developing a modern, contemporary entity that is based on highly professionalised service and focused on creating value for businesses. He is also responsible for promoting the most important businesses and players in Portugal’s real estate industry abroad, having done so in places such as France, Spain, and Macau. Nothing escapes him. He is exceptionally knowledgeable when it comes to what’s going on in the real estate market and is extremely talented at advising developers and investors from any area. Having participated in the industry’s most illustrious conferences both in Portugal and abroad, Ferreira is a born orator and has authored countless opinion articles for top journals, magazines, and newspapers in Portugal, the Iberian Peninsula, and Western Europe. Those who know Ferreira know he has a big heart. The best example of this was his involvement with the “A School for All” project, which saw the Midões Nursery in Tábua, Coimbra, rebuilt after it was destroyed by the wildfires of 15 October 2017.


Prémios Personalidade 2019 Personality Awards 2019

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Furtado Marques Prémio Personalidade Construção 2019

Personality Award 2019: Construction

Rui Luís Furtado Marques é natural de Alcobaça e licenciado em Engenharia Civil pelo IST. Iniciou a sua carreira na Edifer Construções, em 1980, como estagiário nos edifícios do Centro Comercial Fonte Nova, em Lisboa. Empreendedor e dinâmico, foi subindo nesta empresa, primeiro como director de obra, depois como director de Divisão, tendo chegado a administrador da Edifer Construções e da Edifer Reabilitação espelhando-se a sua obra num volume de negócios anual entre 120 a 150 milhões de euros. Ainda na Edifer Construções foi também responsável pela unidade de produção dos Açores, sendo de realçar as obras de reabilitação dos edifícios danificados pelo sismo de 1998 em cinco freguesias das ilhas do Pico e do Faial, e a construção da escola artística de São Carlos em Angra do Heroísmo. Em 2009 ingressa na HCI Construções SA, com a função de director de Produção, seguindo-se a de administrador que ainda desempenha. Neste período da sua vida profissional evidencia-se na construção nova a Fundação Champalimaud, a nova sede da EDP e a construção do novo Campus de Carcavelos da Universidade Nova. Já na reabilitação o destaque vai para a sede do Banco de Portugal, o grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, o Arco da Rua Augusta, o Palacete de Santa Catarina, a nova Sede da VdA e as Residências Sottomayor. Em paralelo, tem mantido uma ligação à Ordem dos Engenheiros desde 2000, na especialização em Direcção e Gestão da Construção, onde desempenha actualmente a função de coordenador da respectiva comissão. Mais do que os edifícios emblemáticos que passaram pelas suas mãos, Rui Marques é um visionário e um profundo conhecedor da realidade do sector da construção em Portugal. Rui Luís Furtado Marques is originally from Alcobaça and studied Civil Engineering at IST. He began his career as an intern at Edifer

Construções (Edifer Construction) in 1980 working on the Fonte Nova Shopping Centre’s buildings in Lisbon. Enterprising and ambitious, Marques kept climbing the corporate ladder at that same company, first becoming a Project Director then a Division Director. He eventually became an executive for Edifer Construções and Edifer Reabilitação (Edifer Restoration), with annual turnovers of between €120 million EUR and €150 million EUR. While at Edifer Construções, Marques was also responsible for the production division in the Azores. Notable projects include the repairs performed on buildings in five parishes on the islands of Pico and Faial that were damaged by the earthquake of 1998 and the construction of the São Carlos Art School in Angra do Heroísmo, Terceira. In 2009, Marques joined HCI Construções, S.A., as Production Director and later became an executive for the company, a role whose duties he still performs. During this period of his professional life, he has worked on the construction of the Champalimaud Foundation’s new campus, the Energy Agency of Portugal (EDP)’s new headquarters, and the construction of Nova University’s new campus in Carcavelos. In the domain of restoration and rehabilitation, highlights include the Bank of Portugal’s headquarters, the Calouste Gulbenkian Foundation’s main auditorium, the iconic Rua Augusta Arch, Santa Catarina Palace, the new headquarters of the VdA law firm, and the Sottomayor Residences. In parallel to all this, Marques has remained connected to the Order of Engineers since 2000, specialising in Construction Management; he currently acts as coordinator for this commission. More than just the iconic buildings that have passed through his hands, Rui Marques is a visionary and an expert connoisseur of the status of today’s construction industry in Portugal.


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Prémios Personalidade 2019

Personality Awards 2019

João Roquette Prémio Personalidade Ambiente 2019

Personality Award 2019: Environment

Nascido em 1974, João Roquette e a sua família mudam-se para Inglaterra no ano seguinte. Seguiu-se o Brasil, tendo regressado a Portugal em 1980. Em 1997 forma-se em Gestão de Empresas, tendo iniciado a sua actividade na Merrill Lynch International enquanto analista de banca de investimentos da equipa ibérica em Londres e posteriormente em Madrid. Durante três anos participou em diversas operações de fusões e aquisições, financiamento e consultoria, tendo estado envolvido em algumas das maiores e mais prestigiadas empresas ibéricas. Em 2005 assume funções no Esporão na equipa financeira e, no ano seguinte, já na qualidade da administrador delegado, incrementa uma estratégia de crescimento que coloca a sustentabilidade no centro da actividade e cultura da empresa. Actualmente acumula a liderança executiva do Grupo Esporão com as funções de administrador não-executivo da PrimeDrinks, director da Acibev e membro do Conselho Geral da CVRA. Foi precisamente a sua visão inovadora que colocou o Esporão na liderança de vendas em Portugal e no Brasil e que levou também a empresa a ser, por diversas vezes, agraciada com prémios, nomeadamente “Empresa do Ano”, “Sustainability of the Year Award”, “Green Project Awards” pelas práticas de produção agrícola sustentável e os “European Business Awards for the Environment” na categoria “Produtos e Serviços”. Alma sensível ao mundo que o rodeia, João Roquette tem ainda a paixão pela música. Quando vivia em Espanha criou uma editora discográfica, que ainda hoje se encontra activa, onde editou três álbuns de sua autoria. Já em Portugal deu continuidade aos seus estudos musicais de piano na Escola de Jazz do Hot Club, em Lisboa. A sua abordagem holística vai, pois, muito além da impressão digital que gravou no Esporão, é um exemplo a ser seguido em nome de um País que deve ter regiões e projectos

integrados e mais sustentáveis.iencialização sobre o mundo que nos rodeia. Born in 1974, João Roquette and his family moved to England the following year. Then to Brazil. And then back to Portugal in 1980. In 1997, Roquette graduated with a degree in Business Management and began his career as an investment banking analyst at Merrill Lynch International in London on the Iberian team and then later in Madrid. For three years, he participated in various mergers and acquisitions and financing and advisory operations and was involved in some of the largest and most prestigious Iberian companies. In 2005, he joined Esporão’s finance team, and, acting as managing director the following year, he implemented a growth strategy that put sustainability at the very core of the company and its culture. Today, he puts the experience he’s gained with the Esporão Group’s executive leadership to use as a nonexecutive director of PrimeDrinks, director of Acibev, and member of CVRA’s Advisory Board. Roquette’s innovative vision is what has led Esporão to the top of sales in Portugal and Brazil, with the company earning a number of awards such as “Business of the Year,” “Sustainability of the Year Award,” “Green Project Awards” thanks to its sustainable agricultural practices, and “European Business Awards for the Environment” in the “Products and Services” category. Sensitive to the world around him, Roquette also has a passion for music. When he lived in Spain, he created a record label under which he edited three albums of his own authorship; the label is still active today. Back in Portugal, Roquette has continued his piano-related studies at the Hot Club Jazz School in Lisbon. His holistic approach thus goes far beyond the mark he left Esporão and is an example to be followed throughout a country that cannot afford to live without integrated and more sustainable regions and projects.


Prémios Personalidade 2019 Personality Awards 2019

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Ana Mendes Godinho Prémio Personalidade Turismo 2019

Personality Award 2019: Tourism

Ana Manuel Jerónimo Lopes Correia Mendes Godinho nasceu em 1972, em Lisboa. É licenciada em Direito pela Faculdade da Universidade de Lisboa e tem uma pós-graduação em Direito do Trabalho e Legística e Ciência da Legislação. Foi directora dos Serviços de Apoio à Actividade Inspectiva e Inspectora do Trabalho da Autoridade para as Condições do Trabalho, entre 2012 e 2015, mas foi no turismo que a sua carreira levantou voo. Conhece como ninguém este sector onde já assumiu os cargos de vice-presidente do Turismo de Portugal, administradora da Turismo Capital, administradora da Turismo Fundos e adjunta e Chefe do Gabinete do secretário de Estado do Turismo do XVII Governo Constitucional. Foi também coordenadora e docente do curso de pós-graduação de Direito do Turismo na Faculdade de Direito de Lisboa. Actualmente é secretária de Estado do Turismo do XXI Governo Constitucional, desde Novembro de 2015, e encabeça a lista do Partido Socialista pelo círculo da Guarda nas próximas Eleições Legislativas. É considerada a “mãe” do Programa Revive que, em 2019, conta com 33 projectos em acção. Num País que vive o seu melhor momento turístico de sempre, Ana Mendes Godinho assume que ainda há muitos desafios a superar e defende a coesão territorial, a sustentabilidade ambiental e a valorização dos trabalhadores do sector. Ana Manuel Jerónimo Lopes Correia Mendes Godinho was born in Lisbon in 1972. She studied Law at the University of Lisbon and has a postgraduate degree in Labour Law and Legislative Science. Between 2012 and 2012, she was director of Support Services for the Labour Inspectorate of the Working Conditions Authority, but

it was in tourism that her career really took flight. Nobody knows this industry better: Godinho has served as Vice President for the National Tourism Agency of Portugal, director of the Tourism Agency for Portugal’s Capital Region, manager Tourism Agency funds, and Deputy and Chief of Staff of the Secretary of Tourism of the 17ᵗʰ Constitutional Government. She has also helped co-ordinate and teach the postgraduate course in Tourism Law at the Lisbon Faculty of Law. Today, Godinho has been the 21ˢᵗ Constitutional Government’s Secretary of Tourism since November 2015 and is at the top of the list of Socialist Party candidates in the region of Guarda for the next Legislative Elections. She is considered the “mother” of the Revive Programme, which has 33 projects underway for 2019. For a country that’s experiencing a tourism boom like never before, Ana Mendes Godinho believes there are still many challenges to overcome and advocates for territorial cohesion, environmental sustainability, and valuing those who work in the industry.


10 Prémios Personalidade 2019 Personality Awards 2019

Eugénio Sequeira Prémio Personalidade Mérito 2019

Personality Award 2019: Special Merit

É um dos maiores especialistas quando se fala em solos e desertificação, agricultura e florestas, ordenamento do território e sustentabilidade. Eugénio Sequeira tem um percurso notável. Tornou-se Engenheiro Agrónomo do ISA, em 1961, tendo a sua tese obtido a classificação de 19 valores. Ingressou no Departamento de Pedologia da Estação Agronómica Nacional onde atingiu o grau de Investigador Coordenador. Curioso pelo meio envolvente, investigou inicialmente o comportamento dos micro-elementos no solo e nas plantas, em poluição e na distribuição das raízes das plantas. E desenvolveu vários trabalhos sobre a conservação do solo e da água e a sua qualidade. Coordenou o Grupo de Trabalho Agricultura/ Ambiente do INIAV, tendo participado na preparação da reunião do Rio de Janeiro (Agenda 21) e posteriormente na elaboração da Convenção de Combate à Desertificação tendo sido um dos responsáveis pelo Anexo IV daquela Convenção. Assim como coordenou o Programa Integrado de Desenvolvimento do Baixo Mondego - Sector de Investigação e Desenvolvimento, com projectos integrados em Programas de Investigação da União Europeia em que liderou a parte portuguesa. Foi membro cooptado do Conselho Científico da Escola Superior Agrária de Beja de 1999 a 2001, e do Conselho Técnico do IHERA também desde 1999 a 2000. E em Maio de 2000 tomou posse do cargo de Conselheiro do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, cargo em que ainda está empossado. Está associado a diferentes entidades de defesa do ambiente e dos animais e tem mais de 400 títulos em publicações de índole científica, de divulgação e de formação. Já foi agraciado e condecorado diversas vezes pelo seu trabalho que imprime, nas gerações presentes e vindouras, de forma singular, uma sensibilização e consciencialização sobre o mundo que nos rodeia. He is one of the world’s leading specialists when it comes to soils and desertification,

agriculture and forests, land use planning and sustainability. Eugénio Sequeira has had a remarkable journey. He graduated from ISA with a degree in Agronomic Engineering in 1961, and his thesis received one of the top scores possible in the Portuguese educational system. He then joined the the National Agronomic Station’s Department of Pedology where he eventually became a Co-ordinating Researcher. Intrigued by his surroundings, Sequeira initially began researching the behaviours of microelements in the soil, in plants, in pollution, and the distribution of plant roots. He also worked on a number of projects that dealt with soil and water conservation and quality. Sequeira co-ordinated INIAV’s Agriculture/ Environment Working Group, assisting with the preparations for the meeting in Rio de Janeiro (Agenda 21) and later helping draft the Fight against Desertification Agreement; he was also one of the people responsible for Annex IV of that same document. Sequeira even co-ordinated the Research and Development Department of the Lower Mondego Integrated Development Programme, organising projects that were integrated with EU Research Programmes for which he helped represent Portugal. He was a co-opted member of the Beja College of Agriculture’s Scientific Council from 1999 to 2001 and of IHERA’s Technical Council from 1999 to 2000. In May 2000, Sequeira assumed the role of Advisor to the National Council for the Environment and Sustainable Development, a position he still holds. Sequeira is associated with a number of different environmental and animal protection bodies organisations and has been published over 400 times in scientific and educational publications. He has been recognised and decorated various times for his work which has had a unique way of bringing a sense of environmental awareness and conscientiousness to today’s public, something that will last for generations to come.


10 ANOS A GERIR ATIVOS 10 ANOS DE PROJETOS

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Se o seu negócio é imobiliário, o nosso é gerir os seus ativos. Celebramos uma década a apoiar a promoção, gestão e construção de projetos imobiliários de primeira linha. Há 10 anos a criar valor. Há 10 anos a construir relações.

www.reunia.pt


Grande Tema 12 Grande Tema

Lead Story

Lead Story

PolĂ­tica & ImobiliĂĄrio Politics & Real Estate

O voto com mais-valias Voting to bring about more value


Grande Tema

No próximo dia 6 de Outubro Portugal vai a votos. Por isso, fomos auscultar os partidos políticos com assento no Parlamento e associações para tentar perceber, em que medida as políticas têm estimulado ou condicionado o imobiliário em Portugal. On 6 October, Portugal will be headed to the voting booth. Given this backdrop, we went to listen to associations and political parties with seats in Parliament to try to understand to what extent policies and politics have stimulated or limited Portugal’s real estate industry.

Texto Text: Carla Celestino

13 DR Foto Photo: Sefa Ozel / istockphoto

Lead Story

Quando se conjuga na mesma frase política e imobiliário à quem olhe de soslaio. É que a mistura nem sempre dá bom resultado mas uma não vive sem a outra. Para os players do sector esta ligação traduz-se, com frequência, num calvário de burocracia que todos têm de percorrer. Sejam regras do Império Romano, sejam simplex, todos têm de preencher documentos e mais documentos, mesmo que sejam virtuais, obter pareceres de arquitectos e engenheiros, técnicos, especialidades, ter uma paciência infinita para os timings constantemente prorrogados… até obter luz verde para avançar com uma obra. Há também quem veja tudo negro. São as mudanças constantes nas leis, nos decretos, nas portarias. Mutações que poucas vezes favorecem os investidores, sobretudo internacionais cuja fluidez de capital tanto pode ser aplicada em Lisboa e Porto como em Miami ou Bahamas. E há os optimistas que vêem em cada nova política de imobiliário uma janela de oportunidade seja para transformar um edifício de escritórios em habitação ou hotel, seja em promover a sua habitação própria como alojamento local, seja em criar novos espaços para estudantes ou seniores. E quando se confrontam os políticos com o tema do imobiliário, o que eles pensam? Regra geral, a maior preocupação prende-se com o tema da Habitação.

Direito à habitação

No dia 6 de Julho o Presidente da República Por-

tuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciava na página oficial da Internet a promulgação do Diploma que aprova a Lei de Bases da Habitação. No diploma pode ler-se: “O Estado é o garante do direito à habitação” e que “todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar”. A habitação tornou-se de tal forma agenda política que, em Julho de 2017, regressou à organização do Governo a secretaria de Estado da Habitação. O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), sem papas na língua, afirma que, “apesar de a habitação ser um direito constitucional, essencialmente social e uma necessidade básica da população, são elas mesmas (algumas) desreguladoras do mercado pelo seu poder económico, nomeadamente multinacionais que muitas vezes apoiam políticas que favorecem o monopólio e agravam a desregulação”. Para o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, João Paulo Correia, “o acesso à habitação é uma problemática que importa responder com urgência” porque “deixou de ser um problema das pessoas de baixos rendimentos” e “atinge uma considerável fatia da classe média e é transversal às várias gerações”. E explica como: “Está ao alcance do Estado intervir directamente através da mobilização do seu património para o mercado de arrendamento a preços acessíveis e indirectamente através programas e medidas que estimulem os proprietários


14 Grande Tema Lead Story

Temperatura Temperature

a colocar os seus imóveis no mercado a preços mais reduzidos”. Mas as estatísticas teimam em discordar desta tendência. Os proprietários querem ganhar dinheiro por isso as rendas estão aos níveis que estão. Aliás, no primeiro mês de funcionamento do Programa de Arrendamento Acessível só 10 contratos estavam firmados para um universo de 2.264 candidaturas de inquilinos. Além disso, as famílias portuguesas continuam a fazer um menor esforço na compra de habitação comparativamente ao arrendamento. Porque convenhamos é na compra e venda que se fazem os grandes negócios e se mexe com a economia. Mas o desalojamento dos habitantes das cidades em nome de novos inquilinos, nomeadamente estrangeiros, o aumento das barracas e os preços das rendas vieram trazer uma realidade à qual já não se pode fechar os olhos. João Paulo Correia contrapõe dizendo que “a nova geração de políticas de habitação, as alterações legislativas ao arrendamento urbano e a recente aprovação da lei de bases de habitação são respostas fortes à problemática do acesso à habitação, incluindo a protecção social aos públicos mais vulneráveis”.

Nem todas as maçãs são podres

O deputado do Partido Comunista Português (PCP), Bruno Dias, prefere falar das empresas do sector. E separa o trigo do joio. “Pode parecer uma “verdade de la Palisse”, mas importa não esquecer que também no imobiliário as empresas não são todas iguais – não só o imobiliário, para além da vertente habitação, tem outras vertentes, com destaque para os espaços comerciais e os serviços, como há essa

distinção indesmentível: há multinacionais, gigantes do sector umbilicalmente ligados ao grande capital financeiro, assim como há uma enorme diversidade de empresas com todos os motivos para defender e apoiar opções políticas de combate aos monopólios e à desregulação do mercado”, defende. É verdade, nem todas as empresas são iguais. A última crise económica fez desaparecer muitas delas. Depois da tempestade veio a bonança e uma grande fatia de desempregados encontraram porto seguro em empresas imobiliárias mas o ritmo a que abrem actualmente mediadoras como cogumelos já começa a ser preocupante, até porque a tendência será para o mercado arrefecer. Do ponto de vista do PCP, existem outras questões para as quais “é necessário que o Estado desempenhe o papel determinante”, as mesmas prendem-se com “as políticas de solos, de edificabilidade, de regeneração e arrendamento dando utilização e gestão pública às mais-valias decorrentes quer de intervenções sobre transformação de uso dos solos, quer de planos de densificação e, ou, alteração qualitativa de uso do edificado”. E remata dizendo que, “por sabermos que o imobiliário não é todo igual, assim como a política não é toda igual, consideramos que a política pode e deve ser um estímulo à construção de um futuro melhor”.

Clivagem gigantesca entre inquilinos e proprietários

Mas o Bloco de Esquerda (BE) vai mais longe e aponta o dedo. A deputada Maria Manuel Rola afirma que, “no caso dos agentes que têm in-

Projecções em alta High projections

As projecções do Banco de Portugal (BdP) revelam que, após um aumento de 2,1% em 2018, o produto interno bruto (PIB) deverá crescer 1,7% em 2019 e 1,6% em 2020 e em 2021. Nos próximos dois anos, de acordo com o BdP, a actividade económica em Portugal deverá continuar em expansão e a beneficiar de um enquadramento económico e financeiro relativamente favorável. The Bank of Portugal (BdP)’s projections reveal that, after an increase of 2.1% in 2018, Portugal’s Gross Domestic Products (GDP) is expected to grow by 1.7% in 2019 and 1.6% in 2020 and 2021. Over the next two years, the BdP says that economic activity in Portugal should continue to expand, enjoying a relatively favourable economic and financial environment.

29,3 milhões de euros

Em 2017 a renda da taxa turística em vários municípios do País não chegava aos 19 milhões de euros mas em 2018 subiu para 29 milhões de euros, segundo revelou o JN. Lisboa, Porto, Braga, Sintra, Vila Nova de Gaia, Cascais, Faro, Vila Real de Santo António, Óbidos e Mafra são as câmaras que aplicaram a medida. Tendo em conta que sete destes concelhos só começaram a aplicar a taxa depois do apuramento da receita em 2018, é provável que o número dispare este ano.

€29.3 million EUR

In 2017, tourist tax revenues in various parts of the country amounted to less than €19 million EUR, but, according to JN, this jumped to €29 million EUR in 2018. Lisbon, Porto, Braga, Sintra, Vila Nova de Gaia, Cascais, Faro, Vila Real de Santo António, Óbidos, and Mafra were the towns that availed themselves of the practice.



16 Grande Tema DR Foto Photo: Xtockimages / istockphoto

Lead Story

teresse no mercado imobiliário, o condicionamento tem passado por tomar acções que fomentam alguns interesses privados e não o bem comum e interesse geral” e para o partido “é óbvio que se têm tomado opções políticas que penalizam o interesse de quem vê o imobiliário como habitação, que se encontra muito mais vulnerável face a um livre mercado que se desenrola sem regulamentação”. Na sua opinião, isto é visível nas opções tomadas com a alteração da lei das rendas, o regime excepcional de reabilitação urbana e a liberalização do Alojamento Local ou ainda o Regime de Residentes Não habituais ou o incremento dos Vistos Gold que “criaram uma situação de clivagem gigantesca entre inquilinos e proprietários, onde os primeiros não podem concorrer com a oferta que se lhes apresenta e os segundos se deparam com novos usos e actores que aumentam exponencialmente o valor do que possuem”. A deputada lembra, no entanto, que estas opções não foram acompanhadas pela sociedade civil cujos “rendimentos permanecem baixos, os valores da construção, das rendas, da habitação aumentam, e, em vários casos, de forma artificial através do poder especulativo e desregulado do capital estrangeiro”. E dá o exemplo dos Vistos Gold, criticados pela própria União Europeia, que “fomentam a cor-

rupção e tornam as nossas cidades vulneráveis a actividades especulativas e que pouco ou nada valorizam o interesse comum”. Esta não é, no entanto, a visão da Associação Profissional de Empresas de Mediação e Angariadores Imobiliários (APEMIP). O presidente Luís Lima recorda que na altura da crise económica, marcada pela entrada da Troika, onde, como diz, a “construção e imobiliário passaram de bestial a bestas”, foi o “Regime Fiscal para Residentes não Habituais e o Programa de Autorização de Residência para Actividades de Investimento que tiveram um enorme impacto na recuperação do sector imobiliário que, por inerência, tiveram também repercussões positivas na economia nacional”.

O ouro e o petróleo de Portugal

Do lado dos investidores e promotores imobiliários e de quem lida com eles todos os dias parece que existe um barril de pólvora pronto a incendiar-se. As palavras de Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), não poderiam ser mais inflamadas e sentidas: “Nos últimos tempos temos assistido, incrédulos, a uma semanal (sublinho semanal) “enraivecida” panóplia de nova legislação, reformas e contra-reformas, em matéria de habitação, arrendamento, posse coerciva de

O acesso à habitação é uma problemática que importa responder com urgência porque deixou de ser um problema das pessoas de baixos rendimentos e atinge uma considerável fatia da classe média e é transversal às várias gerações Access to housing is a problem that we must respond to with urgency because it has ceased to be a problem just for those with low salaries. It now affects a considerable chunk of the middle class and is crossgenerational.


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Nevão

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Snow

Velhos hábitos

Portugal, where old habits die hard O estudo “Acessibilidade da Habitação em Portugal”, da Century 21 Portugal, refere que em todos os concelhos do País, a aquisição de habitação implica sempre um menor esforço financeiro das famílias do que a opção de arrendamento. Esta realidade leva o CEO Ricardo Sousa a afirmar que a “habitação não é um problema: é a solução, e devem ser criadas políticas, legislações e orientações estratégicas de longo prazo. O mercado está ajustar-se a esta nova realidade e é necessário que os operadores privados, autoridades locais e Estado português olhem para o sector imobiliário com outra perspectiva”. Century 21 Portugal’s study entitled “Accessibility to Housing in Portugal” states that, in all of the country’s municipalities, purchasing a home always demands a lighter financial burden from families than renting does. This reality has led CEO Ricardo Sousa to state that “housing is not a problem: it is a solution, and we need strategic long-term policies, legislation, and guidelines in place. The market is adjusting to this new reality, and private businesses, local authorities, and the Portuguese state need to look at the real estate industry from a new perspective.”

imóveis, para já não falar do variado e imprevisível “sortido” de impostos, taxas e contribuições de toda a espécie e vindos de todos os lados”. Perante este cenário, diz que os “investidores imobiliários estão cansados de sentir que estão dentro de um “barco a remar contra a “maré”, sendo que o “barco” é sinónimo de investimento, prosperidade e crescimento e a “maré” é um País cuja legislação caminha para um perigoso estado de intervenção e ingerência pública em estado máximo e em que vigora um clima incompreensível de hostilidade contra tudo o que é estrangeiro, turista e investidor…” O presidente da APEMIP partilha desta ideia, considerando que as “medidas como oscilações na fiscalidade ou na regulamentação sobre o sector condicionam sobremaneira a percepção de segurança do mesmo, o que acaba por ter um impacto negativo no investimento feito”. Perante este cenário de descontentamento, Hugo Santos Ferreira deixa o aviso: “Depois, quando todos estes se tiverem ido embora não digam que não avisámos!” Ainda assim, a APPII não se pode queixar pois uma das suas maiores batalhadas – o regime das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGIs) – foi aprovado no Parlamento. Fechamos esta análise com uma frase de Luís Lima que diz rigorosamente tudo: “O imobiliário é, juntamente com o turismo, o ouro e o petróleo do País, e como tal não há como dissociar política com imobiliário”. When “politics” and “real estate” get combined in the same sentence, many people become cynical. Mixing these two doesn’t always yield good results, but one cannot live without the other. For those with vested interests in the industry, this combination frequently translates into a bureaucracy that all must go through. Whether the rules are inanely byzantine or as simple as can be, everyone has to fill out a sea of (virtual) paperwork, obtain comments from architects, engineers, technicians, and specialists, and have an infinite amount of patience for constantly extended timelines – until they get the green light to go ahead with a project. There are those who see nothing positive, what with the constant changes to the legal code, decrees, statutes. These are changes that oftentimes do not favour investors, especially foreign ones whose capital is flexible enough to be used as much in Lisbon and Porto as it could be in Miami or the Bahamas.

There are also optimists who see a window of opportunity in each new real estate policy, be it transforming an office building into a residential building or hotel, promoting their own home as part of the local accommodation scheme, or creating new spaces for students and seniors. What about politicians? What do they think about real estate? As a general rule, their biggest concern is housing.

The right to housing

On 6 July, the President of the Portuguese Republic, Marcelo Rebelo de Sousa, announced on his official webpage that he was signing the Basic Law on Housing into force. The bill read thusly: “The State is the guarantor of the right to housing. […] All have the right, for themselves and their family, to a comfortable, adequately sized, hygienic dwelling that preserves personal intimacy and family privacy.” Housing has become such a hot political item that the Secretary of State for Housing returned to the Government. The Ecologist Party “The Greens” (PEV) boldly claims that, “although housing is a constitutional, quintessentially social right and a basic need, são elas mesmas (algumas) desreguladoras do mercado pelo seu poder económico, namely multinationals that often support policies that favour monopolies and exacerbate deregulation.” For the Vice President of the Socialist Party (PS)’s Parliamentary Group, João Paulo Correia, “access to housing is a problem that we must respond to with urgency” because “it has ceased to be a problem just for those with low salaries. […] It now affects a considerable chunk of the middle class and is cross-generational.” Correia explains, “It is up to the State to intervene directly by mobilising its assets in favour of affordable rents and indirectly through programmes and measures that encourage homeowners to put their property on the market at lower prices.” But the numbers tend to say that this is not likely to work. Homeowners want to make money, which is why rents are as high as they are. In fact, during the Affordable Lease Programme’s first month of operation, only 10 contracts were signed for a total of 2,264 tenant applications. In addition, Portuguese households continue to make less of an effort to buy a house than renting one. Let’s face it: buying and selling are what create


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big business and move the economy. But evicting city dwellers in favour of new tenants (particularly foreigners) and the rise of shacks and rent prices has brought about a reality that can no longer be ignored. Correia counters that “this new generation of housing policies, legislative changes to urban leasing, and the recent approval of the Basic Law on Housing are strong responses to the problem of access to housing, including social protection for the most vulnerable.”

Not all apples are rotten

Portuguese Communist Party (PCP) deputy Bruno Dias prefers to talk about the businesses in the industry – and separate the wheat from the chaff. He explains, “It may seem obvious, but it’s important to not forget that not all companies are alike in real estate. And this applies not just to real estate. Apart from housing, there are other sectors of the economy, especially with services and commercial spaces, with this undeniable distinction: there are multinationals, industry giants that are inextricably linked to staggering amounts of financial capital, while there are a great number of diverse businesses that have all sorts of reasons to defend and support policy options that combat monopolies and market deregulation.” It’s true that not are businesses are alike. The last economic crisis made a lot of them disappear. After the storm came the boom, and a large chunk of the unemployed found

safe haven in real estate companies. But the pace at which real estate agencies are opening is now worrying, since the market will begin to cool down. From the PCP’s point of view, there are other matters that “the State needs to play the leading role” for. Such issues include “land, building, regeneration and leasing policies, making available for public use and management the gains arising from undertakings that project changes in land use, densification plans, and/or qualitative changes in the use of a building.” Dias concludes, “As we know that real estate is not all the same (in the same way that policies and politicians are not all the same), we believe that politics can and should be a stimulus for building a better future.”

A wedge between tenants and landlords

But the Left Bloc (BE) goes even further and has started to point fingers. Deputy Maria Manuel Rola states that, “in the case of those who have vested interests in the real estate market, regulation has meant taking actions that nurture a few private interests instead of the common good.” For the party, “it is obvious that political choices have been made that penalise the interests of those who see real estate as housing, which is much more vulnerable in a free market without regulation.” In Rola’s opinion, this is visible in the choices made regarding amendments to rental laws, the special urban restoration re-

Os investidores imobiliários estão cansados de sentir que estão dentro de um “barco a remar contra a maré” Real estate investors are tired of feeling that they’re in a ‘boat rowing against the current”.


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Em que ficamos?

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Where we are now

Discurso inflamado Fiery speech

Na cerimónia comemorativa do 125.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, que decorreu no Barreiro, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, afirmou que o tema dos incêndios “não deve servir para conflitualidades pré-eleitorais, nem para controvérsias estéreis”. No seu discurso elogiou também o êxito do “Aldeia Segura Pessoas Seguras”. O mesmo programa que permitiu a distribuição de kits de incêndio que incluíram 70 mil golas anti-fumo mas que afinal eram (ou talvez não) inflamáveis. During the ceremony commemorating the 125ᵗʰ anniversary of the South and South-East Voluntary Fire-fighters’ Humanitarian Association held in Barreiro, Minister of the Interior Eduardo Cabrita stated that Portugal’s wildfires “should not be used for pre-election conflicts nor to stir controversy.” During his speech, he also praised the success of the “Safe Village, Safe People” programme, which has seen fire kits distributed throughout the country. These kits contained the 70,000 anti-smoke masks that were eventually found to (perhaps not) be flammable.

gime, and the liberalisation of the Local Accommodation scheme. The Tax Regime for Non-habitual Residents and the increases made to the Gold Visa requirements especially make this manifest and have “driven a giant wedge between tenants and landlords. Tenants cannot keep up with the prices presented to them, and landlords find new parties and new uses [for their properties] that help them increase the value of what they have exponentially.” Rola explains that civil society did not stand behind these choices: “Salaries remain low. Rents and construction costs continue to get more expensive. In many cases, these increases are artificial thanks to the speculative and deregulated power of foreign capital.” She then turns her attention to the Gold Visas, criticised by the European Union itself, saying that they “foster corruption and make our cities vulnerable to speculative activities, which add little value (if any) to the common good.” However, this is not the view of the Professional Association of Real Estate Agencies and Developers (APEMIP). President Luís Lima explains that, during the time of the economic crisis, the Troika entered the scene, and “construction and real estate went from beastly to beasts.” Later on, “the Tax Regime for Non-habitual Residents and the Investment Activity Resi-

dence Permit Programme had an enormous impact on the real estate industry’s recovery, which subsequently had positive effects on Portugal’s economy.”

Portugal’s oil and gold

For real estate investors and developers and those who deal with them every day, there seems to be a powder keg ready to catch fire. Hugo Santos Ferreira, Executive Vice President of the Portuguese Association of Real Estate Developers and Investors (APPII), says, “In recent times, we have witnessed, incredulously, a weekly incendiary panoply of new legislation, reforms and counter-reforms regarding housing, rents, and coercive possession of property, not to mention the varied and unpredictable “assortment” of taxes, fees, and contributions of all kinds coming from all sides.” In light of this situation, Ferreira says that “real estate investors are tired of feeling that they’re in a ‘boat rowing against the current.’ In this metaphor, the ‘boat’ is investment, prosperity, and growth, while the ‘current’ is a country whose legislation is headed towards a dangerous state of intervention and maximum possible public interference and which has nurtured an incomprehensible climate of hostility to everything foreign, both tourists and investors…”


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APEMIP’s president shares this sentiment and believes that “measures such as fluctuations in taxation or regulation of the sector greatly influence the perception of the industry’s security, which, ultimately, ends up having a negative impact on investments made.” Given this scenario of discontent, Ferreira issues a warning: “Later on, when they’ve all gone away, don’t say we didn’t warn you!” APPII cannot really complain right now, though, because one of its biggest projects – the battle for Real Estate Management and Investment Companies (SIGIs) – was recently approved in Parliament. We’ll close this piece with a line from Luís Lima which practically sums everything up: “Together with tourism, real estate is Portugal’s oil and gold, and, as such, there is no way to dissociate politics from real estate.”

Nota: A Magazine Imobiliário não obteve esclarecimentos por parte dos partidos PSD, CDS e PAN, curiosamente as forças que se dizem de oposição.

Note: Magazine Imobiliário regretfully received no clarifications from the Social Democratic Party (PSD), Democratic & Social Centre – People’s Party (CDS), and People-AnimalsNature (PAN), interestingly the parties that call themselves the opposition.


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Habitat Invest

Nova geração de investimentos imobiliários New generation of real estate investments


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A Habitat Invest foi pioneira na reabilitação urbana no centro de Lisboa e Porto. Protagonizou também a dianteira no negócio do alojamento local, com a sua operação de gestão de apartamentos turísticos FIVE STARS. O administrador Pedro Vicente fala do crescimento da empresa e das novas áreas de negócio. Habitat Invest has been a pioneer in urban restoration projects in downtown Lisbon and Porto. With its FIVE STARS tourist apartment management operation, it has also taken the local accommodation industry by storm. Manager Pedro Vicente talks about the growth the company has experienced and new areas it plans to explore.

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Estoril Villas

A Habitat Invest encontra-se em plena renovação da sua equipa e a preparar-se para novos desafios. A empresa integrou um novo director comercial e um novo director de business development nos últimos seis meses e nos próximos dois meses vai integrar um investor relations, um director técnico e um director financeiro. Do mesmo modo, tem novas áreas de negócio na calha. 2019 vai, pois, ficar marcado pelo grande investimento da Habitat Invest no mercado imobiliário. Entretanto, a atractividade de Portugal tem levado a que alguns fundos internacionais e family office procurem no mercado imobiliário nacional o estabelecimento de relações mais duradoras, de médio e longo termo. Neste âmbito, a Habitat Invest tem vindo a “captar a atenção de players de referência internacionais, o que lhe permite um crescimento sustentado”, afirma o administrador Pedro Vicente. Neste momento detêm 680 unidades residenciais em produção, distribuídas por 12 projectos, e contam poder vir a duplicar esta capacidade até ao final do 2020.

Crescer pela diversificação

Em construção encontra-se Berlim, o Estoril Villas e um loteamento para construção de moradias em Birre, em Cascais. Brevemente, acrescentar-se-ão a estes o Páteo do Salema, no Rossio, o Marinha Prime, na Quinta da Marinha, em Cascais, um edifício na 5 de Outubro, em Lisboa, o Alcântara Lofts, o Calçada

do Marquês de Abrantes e o Park West, todos em Lisboa, avança Pedro Vicente, que adianta também que, “se o licenciamento não comprometer estas expectativas, passaremos 2020 com cerca de 680 unidades residenciais em produção, facto de que muito nos orgulhamos”. Saliente-se que estes projectos significam um valor de investimento superior a 280 milhões de euros. A estratégia desenhada para a empresa passa pelo crescimento e pela diversificação. Por isso, Pedro Vicente refere que relativamente a este último aspecto, “desejamos reforçar a nossa presença no mercado para nacionais” e “isso passará pelo nosso regresso ao Porto, bem como pela extensão da actividade a outras geografias e também pela actividade no turismo que será reforçada através da nossa participada Five Stars, uma operação de gestão turística de apartamentos”.

Formas inteligentes de habitar a cidade

A Habitat Invest conta vir a apresentar, até final de 2020, uma nova geração de produtos imobiliários. Com a designação interna de iHabitat, terão como denominador comum conceitos avançados de mobilidade verde, sustentabilidade e tecnologia. Além disso, também pretendem produzir edifícios que se enquadrem no conceito de cidade inteligente, “pelo que nos encontramos em busca de um parceiro estratégico de eleição”,


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ressalta. Todos os projectos a anunciar vão, pois, integrar-se nesta nova linha. Os novos produtos a chegar ao mercado imobiliário português estão igualmente na mira da empresa, nomeadamente o conceito do co-living. O administrador diz que segue “de perto esta tendência há algum tempo” e “como produto imobiliário alternativo, merece a nossa atenção, por se enquadrar num novo modo de vida que convida à procura de casas a preços comportáveis – e, por essa razão, muitas vezes de menor dimensão -, mas que não deixem de privilegiar o convívio e a proximidade entre residentes”. Na sua opinião, “o mercado já está a corresponder, através de soluções híbridas, que preparam uma transição suave, como é o caso do Citi Flat Centro, em Lisboa”. Na nova geração de produtos, a Habitat vai privilegiar este tipo de soluções com criatividade e sempre orientadas para as necessidades das pessoas que vivem em meios urbanos como Lisboa e Porto. “Pretendemos vir a surpreender”, destaca. O turismo é outro dos alvos da Habitat Invest. Sob a sua alçada têm a Five Stars que foi uma operação pioneira na exploração turística de apartamentos em Lisboa e que hoje tem uma operação exemplar, de referência e que

querem ver crescer. Proximamente, a marca surgirá associada a novos produtos da Habitat, que duplicarão a sua capacidade da operação: AlcântaraLofts e Páteo do Salema, em Lisboa, e Marinha Prime, em Cascais. Estes são projectos que “permitirão um desejado salto quantitativo”. Além disso, Pedro Vicente realça que desejam ainda que a “Five Stars venha a ampliar a sua actividade através de produtos imobiliários de outros promotores, contribuindo, deste modo, para o aumento do seu valor no mercado”. Face a todos estes desafios e apostas, o objectivo da Habitat Invest para 2019 é, segundo Pedro Vicente, “vir a arrancar com, pelo menos, 10 dos 12 projectos previstos, que dependem de processos de licenciamento em curso, que têm sido anormalmente morosos. A partir do mês de Setembro, lançaremos várias vendas destes projectos, o que permitirá à Habitat encerrar o ano de forma bastante satisfatória”. Habitat Invest is in the midst of preparing for new challenges and is shaking up its team. Over the last six months, the company has appointed a new commercial director and a new director for business development, and, in the next two months, it will appoint an director for

Estoril Villas

Neste momento detêm 674 unidades residenciais em produção, distribuídas por 12 projectos, e contam poder vir a duplicar esta capacidade até ao final do 2020. At the moment, the company currently has 674 residential units in production spread across 12 different projects. They plan to double this number by the end of 2020.


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Equipa Habitat/Five Stars Vitor Santos Pereira, Maria Fuzeta da Ponte, Duarte Soares Franco, Joana Champalimaud e Pedro Vicente.

investor relations, a technical director, and a finance director. Similarly, there are new business areas the company plans to explore. 2019 will thus be remembered for Habitat Invest’s large investments in the real estate market. Portugal’s attractiveness has led some international and family office funds to seek longer lasting, medium- and long-term relationships in the country’s real estate market. In this context, Habitat Invest has been “catching the attention of top international players, which has meant sustainable growth for the company,” says administrator Pedro Vicente. At the moment, the company currently has 680 residential units in production spread across 12 different projects. They plan to double this number by the end of 2020.

Growing by diversifying

Projects under construction include Valrio on Avenida de Berlim, Estoril Villas, and a housing development in Birre, Cascais. Soon, Páteo do Salema in Rossio, Marinha Prime in Quinta da Marinha (Cascais), a building on Av. 5 de Outubro in Lisbon, and AlcântaraLofts, Calçada do Marquês de Abrantes, and Park West – all of which are in Lisbon – will join these other projects, Vicente explains. He adds, “If the licencing process doesn’t interfere with our projec-

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tions, we’ll have about 680 units in production in 2020, something we’re very proud of.” It should be noted that these projects represent investments worth a total of over €280 million EUR. The company’s strategy includes both growth and diversification, which is why Vicente states that they “want to reinforce the company’s presence in the market for domestic customers. […] This will include us returning to Porto as well as branching out into new locations and into the tourism sector, which we will achieve by way of our subsidiary Five Stars, a tourist apartment management operation.”

Clever ways to live in the city/to inhabit a city

By the end of 2020, Habitat Invest expects to unveil a new generation of real estate products. With an internal designation of iHabitat, these products will all employ ideas and concepts related to green mobility, sustainability, and technology. In addition, the company also intends to produce buildings that fit within the ‘smart city’ concept, “so we find ourselves in search of a strategic partner,” Vicente explains. All the projects to be announced will be part of this new line.


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Pedro Vicente

New products reaching the Portuguese real estate market are also in the company’s sights, namely the concept of co-living. Vicente states that the company “has been following this trend closely for some time now. […] As it is an alternative real estate product, it deserves our attention. It fosters a new way of life that encourages people to search for more affordable (and, thus, oftentimes smaller) homes while remaining sociable and close to their neighbours.” In Vicente’s opinion, “the

A Five Stars vai ampliar a sua actividade através de produtos imobiliários de outros promotores, contribuindo, deste modo, para o aumento do seu valor no mercado. Five Stars is going to expand its reach by making use of real estate products from other developers, thereby increasing its value in the market.

market is already responding, with hybrid solutions that are preparing people for a smooth transition (e.g., Citi Flat Centro in Lisbon) entering the scene.” In its new generation of products, Habitat will focus on solutions that favour creativity and are oriented to the needs of people living in urban areas such as Lisbon and Porto. “We want to surprise people,” he says. Tourism is another of Habitat Invest’s targets. Under its purview is Five Stars, which has been a pioneering exercise in operating tourist apartments in Lisbon. Today, Five Stars is an exemplary, top-notch operation that Habitat Invest wants to see grow. In the near future, the brand will be associated with new Habitat products (e.g., AlcântaraLofts and Páteo do Salema in Lisbon and Marinha Prime in Cascais), which will double its operational capacity. These projects “will allow [the company] to take a much-desired quantitative leap.” Vicente further stresses that they also want “Five Stars to expand its reach by making use of real estate products from other developers, thereby increasing its value in the market.” Given all these challenges and new projects, Habitat Invest’s goal for 2019 is, according to Pedro Vicente, “to start at least 10 of the 12 projects we have planned. These all depend on on-going licensing processes, which have been abnormally lengthy. In September, we will launch sales for several of these projects, which will allow Habitat to close the year on a high note.”

É licenciado em Direito e mestre em Gestão e Políticas Públicas. Iniciou a sua actividade no sector, em 2003, como director jurídico da EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa. Mais tarde, assumiu o cargo de director de Gestão de Activos da mesma empresa, avaliados, à época, em 360 milhões de euros. Em 2014, juntou-se à Level Constellation, subsidiária portuguesa de um grupo de investidores chineses, onde esteve ligado a projectos como o Ouro Grand, o primeiro projecto 100% residencial na Baixa Pombalina; o Park Avenue; o off Liberdade; o CLASSICA; e o Citi Flat Centro, este último ainda em construção. Em 2018, integra o Conselho de Administração da Habitat Invest, empresa de Luís Correa de Barros e de Filipe Soares Franco, onde detém os pelouros de produção, comercial, de business development e ainda da operação turística do grupo, a Five Stars, dedicada à gestão profissional de apartamentos turísticos. Pedro Vicente has his Bachelor’s in Law and his Master’s in Public Policy and Management. He began working in the industry in 2003 as legal director of the Public Development Company of Lisbon (EPUL). Later, he assumed the role of Director of Asset Management for the same company, valued at €360 million EUR at the time. In 2014, he joined Level Constellation, the Portuguese subsidiary of a group of Chinese investors. While there, he was involved with such projects as Ouro Grand, the first 100% residential project in Lisbon’s historic downtown area; Park Avenue; Off Liberdade; Citi Flat Centro (still under construction); and CLASSICA. In 2018, Vicente joined the Board of Directors at Luís Correa de Barros’ and Filipe Soares Franco’s Habitat Invest, where he oversees production, commercial, and business development affairs. He also oversees the operation of the company’s subsidiary, Five Stars, which manages tourist apartments.



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Lisbon Green Valley

NĂŁo hĂĄ oferta como esta Nothing else like it


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O mercado imobiliário português está ao rubro e muitos brasileiros – entre tantas nacionalidades -procuram Portugal para investir ou habitar. Andámos no seu encalce. Veja o que descobrimos e partilhamos com você hoje: Belas. Portugal’s real estate market is red hot, and lots of Brazilians – among so many other nationalities – are looking to invest and/or live in Portugal. We tracked some of them down. Discover what we found and are sharing with you today: Belas.

Texto Text: Martim Vaz (Special Contributor) Fotos Photos: Planbelas

André Jordan, um empresário que viveu no Rio de Janeiro, tendo até sido jornalista, é um nome de referência. Nestas lides é um “génio vencedor”. Idealizou e realizou a famosa Quinta do Lago, no Algarve, onde tanta gente do Jet Set mundial vive. Segurou e reabilitou Vilamoura e imaginou Belas Clube de Campo, na década de 90. Perto da romântica Sintra e da monumental Lisboa, servida por vias de acesso rápidas. Tivemos o privilégio, há cerca de vinte anos, de entrevistá-lo naquele local. Um gentleman, de pronúncia meio carioca e uma sabedoria que salta do olhar: “Diga, aos seus leitores, que comprem terra, porque não se fabrica mais”… Belas foi aprovado – tarefa ainda mais difícil em Portugal do que no Brasil – iniciou a cons-

trução, o “novo sonho” tornou-se uma bonita realidade. O público-alvo principal era servir sobretudo a classe média alta portuguesa e a internacional. O boom imobiliário português, a crescente concorrência, a especulação de rivais de todo o mundo, que chegam a vender apartamentos acima de 15 milhões de euros, levou os Jordans a reagir, uma vez mais, de jeito inteligente: depois de captar o interesse e depois do investimento de uma importante entidade financeira internacional, baralharam as cartadas e preparam uma jogada de mestre. Uma espécie de “Cheque Mate” em linguagem de xadrez, se falarmos no binómio qualidade/preço.


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Lançaram o Lisbon Green Valley, uma continuação da primeira parte da obra feita para um padrão muito mais alto, com apelo ao Life Style. Uma qualidade ainda maior, um capricho de planeamento, 200 hectares, divididos por lotes a partir de 750 metros quadrados que estão a ser comprados, também por brasileiros que entregam “a moradia dos seus sonhos” à arte de arquitectos de cotada mundial. Em hora de ponta é mais rápido chegar daí a Lisboa, do que da célebre rua Castilho ao Terreiro do Paço. A propósito. Já visitou? Tem uma arquitectura de cortar a respiração… O ambiente e a sustentabilidade são muito mais do que uma bandeira ambientalista. Um comprador brasileiro, por exemplo, pediu ao seu arquitecto um traço que permitisse a construção das paredes exteriores com painéis solares que parecem janelas de vidro. E

não é que os técnicos do resort, em colaboração com a prestigiada Universidade de Aveiro conseguiram um jeito legal de tornar esse exigente pedido realidade? Há muito mais para contar. Sugiro que parta à descoberta, para tomar o pulso com os seus próprios olhos. E, vai ter vizinhos de todo o mundo, num clima como só o português – “aquele céu azul, aquele país tropical abençoado por Deus” como canta Chico Buarque. Qual Grécia, qual Sardenha!

Townhouses e Apartamentos

Mas há, evidentemente, mais oferta que já beneficia de toda a infra-estrutura existente: golfe, Club House, Ténis, etc. O arquitecto português Capinha Lopes não tem parado nestes últimos anos. A Planbelas iniciou a construção de três conjuntos de apartamentos, (60 unidades) com tipologias

diversas – T1 a T3, com preços a partir de 400 mil euros. A área de construção do conjunto destas unidades é de oito mil metros quadrados acima do solo. Mas também vai ser possível adquirir uma das 15 Townhouses cuja construção se está a iniciar. São três conjuntos, com tipologias T4, com 250 metros quadrados e lotes que variam entre 400 e os 600 metros quadrados. Ainda há outro “pequeno” investimento pronto a avançar: dois lotes, nas margens da principal entrada do Belas com 70 apartamentos premium, incluindo uma Penthouse. Capinha Lopes volta a projectar e a dimensão justifica uma área com algumas lojas típicas de um bairro. É curioso assinalar que todas as principais correctoras portuguesas estão na corrida para comercializar estes novos produtos. “São bem-vindas”, assegura a administração


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do resort. E, ao contrário do que poderá imaginar, há muito cliente nacional.

Belas foi aprovado – tarefa ainda mais difícil em Portugal do que no Brasil – iniciou a construção, o “novo sonho” tornou-se uma bonita realidade. Belas was approved (a task that’s even more difficult to complete in Portugal than in Brazil), and construction started, making this “new dream” a beautiful reality.

Jardim Escola João de Deus

Entretanto, já está funcionando a novíssima escolinha do resort. Do berçário até ao 6º ano. Num futuro breve poderá ir até ao 9º ano. Está aberta a residentes e utilizadores não moradores. Este nome é uma referência em Portugal. Tem um auditório para 550 pessoas. Parta à descoberta como fizeram os navegadores portugueses… André Jordan, a businessman who had been lived in Rio de Janeiro and had also worked as a journalist, has done very well, he is an “ingenious winner.” He was the mind behind the Algarve’s famous Quinta do Lago and brought it to life, now home to many of the world’s jetsetters. He renovated Vilamoura and dreamt up Belas Country Club in the 1990s, close to romantic Sintra and monumental Lisbon and served by convenient motorways. About twenty years ago, we had the privilege

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of interviewing him there. A gentleman with a somewhat cariocan accent, his wisdom knows no bounds: “Tell your readers to buy land because they no longer make it anymore…” Belas was approved (a task that’s even more difficult to complete in Portugal than in Brazil), and construction started, making this “new dream” a beautiful reality. The project’s main goal – which it achieved – was primarily to serve the Portuguese middle upper class as well as those of foreign extraction who had become interested in Lisbon. The Portuguese real estate boom, growing competition, and speculation from rivals around the world who manage to sell apartments for more than €15 million EUR have led the Jordans to react yet again, in the most intelligent fashion: after capturing the interest and, then, investment of a major international financial institution, they shuffled the deck and have gotten themselves ready for their masterstroke, a kind of “checkmate” in the language of chess (if we’re talking about the about the quality/price binomial).


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Lisbon Green Valley was launched as a continuation of the first part of the development but has been built to a much higher standard. The quality is even better, and this phase has been planned in painstaking detail on 200 hectares divided into lots that are 750 m² and larger. Brazilians are also purchasing the development and designing the “homes of their dreams” with the Designing work of worldclass architects. During rush hour, it’s faster to reach Lisbon from here than from the famous Rua Castilho to Terreiro do Paço. Apropos of that, have you ever visited it? It has a breath-taking architecture… Caring about the environment and sustainability are much more than environmentalist slogans. A Brazilian buyer, for example, asked their architect to incorporate a feature where solar panels that look like glass windows would be built integrated into the exterior walls. And didn’t the resort’s technicians, in collaboration with the prestigious University of Aveiro, come up with a cool way of making this demanding request a reality?

There’s so much more to tell. I suggest that you set out to discover with your own eyes. Your neighbours will be from around the world, with everyone living in a climate that could only be Portuguese. As Chico Buarque’s song goes, “[under] that blue sky, [in] that tropical country blessed by God.” Which Greece? Which Sardinia?!

Townhouses and Apartments

There are also features that come with the development’s existing infrastructure: golf, a Club House, tennis, etc. Portuguese architect Capinha Lopes hasn’t stopped in these most recent years. Construction at Planbelas began with three sets of apartments (60 units) that have one to three bedrooms and are priced at €400,000 EUR and up. Planbelas will also have 15 Townhouses available for purchase, construction for which has begun. Three sets of 4-bedroom Town Houses with 250 m² and lots to be built with areas that will vary from 400 m² to 600 m².

Another “small” investment is also ready to take off: two lots on the sides of Belas’ main entrance will feature 70 premium apartments, including a Penthouse. Capinha Lopes will be designing these buildings and will allow for some neighborhood shopping. It is curious to note that all major Portuguese real estate agencies are racing to market these new products. “They are welcome,” the resort’s management says. And, contrary to what you might imagine, there are a lot of Portuguese clients.

João de Deus Day School

The resort’s brand-new day school is also in operation and is teaching children from nursery school to Year 6. In the future, it will be able to accept children up to Year 9. The school is open to residents and non-resident users and is a top name in Portugal. It also features na auditorium that can seat 550 people. Embark on an adventure full of discovery – just like the Portuguese navigators did…



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Co-Investimento ImobiliĂĄrio Real Estate Co-Investment

Uma alternativa credĂ­vel A credible alternative


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Depois de 10 anos à frente da Invest Lisboa, Rui Coelho lançou-se em novos voos. Agora é Board Member da Própria, empresa que se encontra a lançar o primeiro projecto residencial em Lisboa assente no modelo de Co-Investimento Imobiliário. After 10 years in charge of Invest Lisboa, Rui Coelho has embarked on new paths. Today, Coelho is a Board Member of Própria, which is launching its first residential project in Lisbon based on the idea of Real Estate Co-Investment.

Desde 2009 que foi o homem forte da Invest Lisboa deixando um legado na promoção internacional de Lisboa, no apoio a mais de 3.700 investidores, empresas e empreendedores, e no lançamento de projectos como a Startup Lisboa, o Leilão de arrendamento Low-Cost de Lojas da EPUL, a reutilização do Convento do Desterro, etc.. Este era o momento de passar o testemunho? Foi um enorme privilégio contribuir para o renascimento de Lisboa e trabalhar com tantas pessoas extraordinárias, mas, após dez anos, senti que estava na hora de assumir novos desafios. Por outro lado, seria muito difícil recusar um convite, que muito me honrou, de um empreendedor que respeito muito, e para trabalhar num projecto que vai dar resposta a um dos maiores desafios de Lisboa: a falta de oferta de habitação acessível. Agora assume as funções de administrador na Própria. Como surgiu a ideia de criar esta empresa e quem são os rostos por detrás deste projecto? O projecto surge de conversas sobre a oferta reduzida de habitação para a classe média em Lisboa, com um cliente e parceiro da In-

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vest Lisboa que depois se tornou um amigo e agora também um sócio, o Nishel Rajani. Ele é o mentor do projecto e o especialista no sector imobiliário. A equipa é complementada com o António Carneiro (personalidade respeitadíssima no sector do Turismo e na Gestão Pública), como presidente da Mesa da Assembleia-Geral e, como administrador com os pelouros do planeamento, operações e projectos teremos um profissional com provas dadas, Hernâny Silva. Contam com vários parceiros, entre os quais a Ashira Capital. Só assim é possível levar este projecto a bom porto? Penso que quanto maiores são os desafios e a ambição mais importantes são as parcerias. Para nós é decisivo que o nosso primeiro projecto seja um grande sucesso, a todos os níveis, e principalmente para os nossos clientes e Co-investidores. A Ashira Capital lidera o projecto e montou uma excelente equipa de parceiros especialistas nas diferentes áreas desde as sociedades de advogados que nos ajudaram a desenhar e a garantir que o modelo jurídico é à prova de qualquer problema, a GPA e a LCHC, ao atelier de arquitectura Cria+ que desenharam um projecto que tem


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el, supported more than 3,700 investors, businesses, and entrepreneurs, and have also helped launch projects such as Startup Lisboa, the auctioning off of low-cost leases of EPUL (Public Development Company of Lisbon) stores, the repurposing of the Desterro Convent, etc. Was it time to pass the torch? It was a great privilege to contribute to Lisbon’s renaissance and to work with so many extraordinary people, but, after ten years, I felt it was time to take on new challenges. It would be very difficult to refuse an invitation from an entrepreneur I respect highly to work on a project that will tackle one of Lisbon’s biggest challenges: the lack of affordable housing.

recolhido excelentes opiniões, à equipa que nos criou uma marca de que nos orgulhamos – Própria | Co-Investimento Imobiliário, e a muitos outros parceiros como os auditores, os engenheiros, às empresas responsáveis pela fiscalização e a construção que hão de ter muita responsabilidade também no sucesso do projecto. Encontram-se a lançar no mercado um novo modelo de compra de habitação que assenta no co-investimento imobiliário. Que modelo é este, quais as maiores vantagens e em que difere das tradicionais cooperativas de habitação? Acreditamos que o modelo de Co-Investimento Imobiliário, que desenvolvemos, tem três grandes vantagens para os compradores (Co-Investidores): a possibilidade de comprarem as casas a preço de custo (acrescido de 1%); a transparência, pois sendo accionistas têm acesso a todas as informações (contas, etc.); uma série de mecanismos de protecção dos Co-Investidores e do projecto que constam dos contratos. O nosso modelo é mais ágil ao nível da gestão e protege mais os Co-Investidores (compradores) e o bom andamento do projecto do que as cooperativas. Para além disso permite que cada um escolha a casa em que quer viver ou investir e não fique sujeito a um sorteio que lhe poderá atribuir uma casa que objectivamente não quer. Considera que para muitas famílias esta é a melhor forma de adquirir casa com qualidade e a preços mais justos?

Acreditamos que o Co-Investimento será muito apelativo para quem quer adquirir casa própria ou investir no arrendamento porque consegue obter as habitações a um custo mais baixo. Não achamos que seja injusto ter lucros, desde que obtidos de forma legal e razoável, mas o nosso modelo é diferente, temos uma visão de médio longo prazo e estamos mais de acordo com as novas tendências da economia partilhada. Fale-nos do vosso primeiro projecto no Lumiar. O nosso projecto tem uma excelente localização pois está muito próximo da estação de Metro do Lumiar, do Colégio S. João de Brito (uma referência), de dois grandes parques de Lisboa (Conchas e Oeste) e de uma grande superfície comercial e de serviços (Continente). O empreendimento tem cerca de 5.700 m2 (38 apartamentos e duas lojas). As tipologias são T2, T3, T4 e temos um T4 e um T5 duplexes na cobertura. Os custos dos apartamentos variam tendo em conta seu valor de mercado e a percentagem que representam do custo total do empreendimento. Todas as fracções estão vendidas, aliás o nosso modelo só nos permite avançar com o projecto com tudo vendido por uma questão de segurança para os Co-Investidores. A nossa margem de lucro é fixa e de 1%. Vamos também receber um fee de gestão de 100 euros/m2 para fazer face às despesas de concepção e gestão do projecto e serviços externos como a Fiscalização. Since 2009, you have run Invest Lisboa, promoted Lisbon at the international lev-

You now help run Própria. How did the idea of creating this company come about? And who are the faces behind this project? This project has come about thanks to conversations that have taken place with a client and partner of Invest Lisboa, Nishel Rajani, concerning the lack of housing in Lisbon that has been designed with the city’s middle class. Rajani has become a friend and, now, also a business partner; he’s the greatest mentor behind the project and is our real estate industry expert. The team is also composed of António Carneiro (a highly respected name in the Tourism industry and Public Management), who will act as Chairman of the Board, and Hernâny Silva (a professional with proven experience), who will act as head of planning, operations, and projects. You have a number of partners, one of which is Ashira Capital. Would bringing this project to fruition be otherwise impossible? I believe that the greater our challenges and ambition are, the more important partnerships become. For us, it is quintessential for our first project to be a resounding success at all levels, especially for our clients and coinvestors. Ashira Capital has taken the lead on this project and has assembled an excellent team of partners who specialise in different areas, ranging from the GPA and LCHC law firms, which have helped us create a legal framework that can weather any problem, to the Cria+ architecture studio, which has designed a project that garnered great praise, to the team that created a brand for us that we can be proud of – Própria | Real Estate Co-Investment. We’ve also come to count on


The most awarded workspace in Portugal.

Offices | Premium Coworking | Virtual Offices Republica, 6, 1ยบ - Lisboa


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Fora da caixa Out of the box

A greve do ano

Something to reflect on “Se estivermos financeiramente sólidos, se temos uma organização preparada para ligar com qualquer situação, seremos bem-sucedidos em obter dos empregadores o que os nossos associados precisam sem recorrer a greves”. Jimmy Hoffa (1913-1975) many other partners, such as auditors, engineers, and supervisory and construction companies, which will also contribute a great deal the project’s success. You’re launching a model for purchasing housing that is based on co-investing in a property, something that is new for this market. What does this model consist of, what are its biggest advantages, and what makes it different from traditional housing cooperatives? We believe the Real Estate Co-Investment model that we’ve developed has three big advantages for buyers (i.e., “co-investors”): the ability to buy houses at cost price (plus 1%); transparency, since, as shareholders, they’ll have access to all information related to the project (accounts, etc.); and a set of a protection mechanisms for co-investors and the project that are contained in the contracts. Our model is more agile in terms of management and better protects co-investors (buyers) and the smooth running of the project than traditional cooperatives. Furthermore, it also allows each person to choose the house they want to live or invest in, avoiding a lottery-type arrangement wherein they could end up with a house that they don’t want. Do you believe that, for many families, this will be the best way to purchase quality homes at fairer prices? We believe that Co-Investment will be very appealing for those who wish to buy their own home or invest in leasing because they’ll be able to acquire these dwellings at a lower

cost. We do not think it’s unfair to make a profit – so long as it is made legally and reasonable. But our model is different: we have a medium- to long-term vision and are acting in line with recent trends related to the new, shared economy. Talk to us about your first project, located in Lumiar. Our project has an excellent location that is very close to the Lumiar Metro station, the São João de Brito School (a point of reference), two of Lisbon’s largest parks (Conchas and Oeste), and a large commercial and service area (Continente). The building has an area of about 5,700 m², which is divided up into 38 apartments and two stores. While the majority of these apartments are two-, three-, and four-bedroom units, the project also boasts two penthouse duplexes (one with four bedrooms and one with five). Each apartment has good quality appliances and finishings, parking (with power for electric cars), storage, solar thermal energy, and pre-installed air conditioning. The price of each apartment varies in accordance with its market value and the percentage of the project’s total cost that it represents. Starting at about €250,000 EUR, a 1% profit margin will be added to each. Every single apartment has been sold. In fact, our model only allows us to move forward with the project after everything has been sold as a matter of security for the Co-Investors. Our profit margin is fixed at 1%. We will also be collecting a management fee of €100 EUR/m² to cover project design and management expenses and external services such as Inspection & Oversight.

Sindicalista, dirigente dos Teamsters, lendário sindicato dos camionistas norte-americanos in Visão

“Because we are financially solid, because we have an organisation that is equipped to handle any situation, we’re successful in getting from employers what our members want and without strikes.” Jimmy Hoffa (1913-1975) Union official, leader of the Teamsters, legendary union of U.S. truckers in Visão



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Opinion

Aniceto Viegas

Novas formas de trabalhar, novos espaços de trabalho New spaces that encourage productivity

Aniceto Viegas Director-geral da Avenue General Manager, Avenue

Todos os produtos do mercado imobiliário evoluem e adaptam-se às necessidades dos seus utilizadores. A habitação será seguramente a mais conservadora e o comércio o mais reactivo - vejamos os conceitos de mix comercial, lojas âncoras, gestão integrada, tudo isso em prol de proporcionar uma melhor experiência ao consumidor. Ao longo do tempo, os escritórios também souberam adaptar-se às necessidades dos seus utilizadores, oferecendo espaços mais abertos (“open spaces”) - para fomentar o espírito colaborativo e facilitar a comunicação, espaços mais flexíveis - de forma a mudar rapidamente o espaço em função das alterações organizacionais e mais confortáveis com equipamentos de ar-condicionado mais eficientes, uma melhor iluminação do espaço de trabalho, elevadores com menor tempo de espera, estacionamento para todos, etc. Estamos a assistir a um novo período de mudança dos nossos espaços de trabalho. Felizmente, o facto da taxa de desemprego ter baixado drasticamente, obrigou as empresas a ter uma maior preocupação com os seus colaboradores e a cativar novos talentos, sendo que a qualidade do espaço de trabalho é um factor diferenciador. O local onde trabalhamos é hoje em dia mais informal, influenciando o mobiliário e a decoração. Passamos a ter uma decoração mais “divertida”, menos formal, com sofás, matraquilhos, video-jogos - o limite é a imaginação das empresas e dos arquitectos. A nosso escritório deixou de ser apenas um lugar físico e passou a ser o edifí-

cio ou o piso todo, mas também os terraços, o hall de entrada e o exterior. Por outro lado, também surgiram os desafios globais do ambiente e dos meios de transporte. Um escritório deve ser hoje mais amigo do ambiente, sendo que o aspecto central é de ser energeticamente eficiente, minimizando os consumos. Já existem alguns exemplos no mundo, de escritórios que conseguem produzir tanta energia como aquela que consomem. O nosso clima em Portugal, obriga a refrigerar o espaço quase o ano todo e torna este desafio mais difícil, mas quem sabe se não teremos alguns exemplos de escala num futuro próximo. Outro aspecto de grande relevância, é a proximidade de transportes públicos e principalmente do metro. A nossa actualidade do momento realça ainda mais esta questão e coloca novos desafios à utilização exclusiva do carro no dia-a-dia de quem trabalha. All real estate products evolve in their own way and adapt to the needs of their end users. Housing is surely the most conservative, while commercial spaces are the most dynamic and reactive. Just look at the concepts of commercial mix, anchor stores, and integrated management – all for the sake of providing the consumer with a better experience. Over time, office buildings have also adapted to their users’ needs, offering spaces that are more open (to foster a collaborative spirit and facilitate communication), more


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flexible (to give users the ability to quickly change a space as per organisational needs), and more comfortable (with more efficient air conditioning, better workspace lighting, faster elevators, parking for all, etc.). We are witnessing a new period of change for our workspaces. Fortunately, the fact that the unemployment rate has dropped drastically has obliged companies to be more concerned with their employees and captivate new talent. The quality of a workspace can truly distinguish it from others. Today, the places where we work are more informal, which has influenced furniture and décor choices. Our décor has become more “fun” and less formal, with sofas, foosball, and videogames making their way into the workspace as well. For companies and architects, the only limit is their imagination. Our offices have ceased to be just a physical place;

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indeed, they have become entire floors or buildings – including the patios, lobbies, and outside spaces. On the other hand, global environmental and transportation-related challenges have also emerged. Today’s office must be friendlier to the environment and energy efficient, minimising consumption. There are even some examples of offices around the world that can produce as much energy as they consume. The climate we have in Portugal requires us to cool indoor spaces almost all year round, which makes this task more difficult to achieve. But, who knows…we may have some larger scale examples in the near future. Another important aspect is proximity to public transport (particularly the metro). Today’s reality further emphasises this question for us, challenging the exclusive use of the car in the daily lives of those who work.


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Opinion

Carlos Lucena Rebocho

Branqueamento de capitais no sector imobiliário Money laundering in the real estate industry

Carlos Lucena Rebocho Abc legal Advogado Lawyer

No final do primeiro trimestre de 2019, foi publicado o Regulamento n.º 276/2019, de 26 de Março, do Instituto dos Mercado Públicos, do Imobiliário e da Construção, I.P. (“IMPIC”), o qual verte ao sector imobiliário as medidas de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo estabelecidas na Lei n.º 83/2017, de 18 de Agosto (“PB/FT”). Este regulamento assume crucial relevância para o sector, trazendo acrescidas exigências em relação ao quadro legal e regulamentar anterior. O seu incumprimento poderá implicar consequências contra-ordenacionais, como sejam, coimas de valor elevado e sanções acessórias que podem implicar a interdição temporária de actividade e a inibição temporária do exercício de funções de administração no sector. Tudo serve para dizer que o tema merece, inegavelmente, toda a atenção e cuidado. Sendo impensável, neste exíguo espaço, comentar detidamente todo o regime, cremos que valerá a pena, a título de alerta, visitar os principais deveres aí previstos. Em primeiro lugar, será de compreender quais são as entidades abrangidas por esta regulamentação: são elas todas as entidades que se dediquem à mediação imobiliária; à compra, venda, compra para revenda ou permuta de imóveis; à promoção imobiliária e ao arrendamento de bens imóveis.

O regulamento prevê deveres de carácter geral e deveres específicos da actividade imobiliária. Principiemos pelos de carácter geral. A administração das entidades imobiliárias deverá começar por compreender e avaliar cuidadosamente o risco de serem instrumentalizadas para o branqueamento de capitais ou para o financiamento do terrorismo. Tal risco dependerá de múltiplos factores, como sejam: o perfil de clientes e de operações; a nacionalidade e conexão dos clientes com países considerados de risco elevado; a proveniência dos fundos envolvidos, entre vários outros factores. A natureza, dimensão e complexidade da entidade imobiliária e da actividade por esta desenvolvida serão essenciais para a determinação das políticas, procedimentos e controlos a implementar neste domínio. As entidades imobiliárias, sem prejuízo do relevante envolvimento dos seus administradores e gerentes, deverão designar, dentro da sua direcção de topo, um responsável pelo cumprimento normativo, o qual será o protagonista-chave da monitorização do cumprimento dos deveres legais em matéria de prevenção de BC/FT. As entidades imobiliárias deverão proceder à identificação rigorosa dos seus clientes, nos termos legais e regulamentares, solicitando um conjunto de elementos informa-


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tivos e proceder à sua respectiva validação documental. Em acréscimo, as entidades imobiliárias deverão proceder à identificação dos beneficiários efectivos dos clientes, no caso de os mesmos serem pessoas colectivas ou centros de interesse colectivo, uma operação, que, em alguns casos, poderá revestir alguma complexidade, do ponto de vista jurídico, exigindo conhecimentos avançados do quadro legal aplicável. As entidades imobiliárias deverão assumir particular cuidado na organização, arquivo e conservação de toda a documentação. Vejamos, agora, os deveres específicos. Entre estes, será de conferir grande destaque a um conjunto de comunicações obrigatórias a efectuar, pelas entidades imobiliárias, junto IMPIC, mediante o uso de uma plataforma electrónica e de formulários específicos para o efeito, as quais se referem à actividade imobiliária e às transacções efectuadas. Por último, será de salientar os deveres de colaboração, das entidades imobiliárias, no âmbito da aplicação de medidas restritivas aprovadas pela ONU e pela UE. À guisa de conclusão: o avanço, sempre de saudar, da prevenção e combate ao BC/FT tem implicado um crescendo de exigências e de complexidade para a actividade imobiliária, pelo que a garantia de tranquilidade e de plena conformidade só se atingirá através da adequada formação e sensibilização dos seus colaboradores, de forma a que a cultura de prevenção se torne quase uma “segunda pele” e uma causa sempre presente no seu quotidiano profissional. At the end of the first quarter of 2019, Ordinance #276/2019 was published on 26 March regarding the Public Markets, Real Estate, and Construction Institute (IMPIC), which brings measures to prevent and combat money laundering and the financing of terrorism established in Law #83/2017, dated 18 August of that year (“PB/FT”), to the real estate industry. This piece of legislation is crucially relevant for the industry, bringing with it increased requirements than the previous legal and regulatory framework. Failure to comply could lead to severe penalties such as expensive fines and ancillary sanctions that could en-

tail a temporary ban from doing business and the temporary inability to exercise administrative functions in the industry. Given all this, it should go without saying that a great amount of attention and care should undeniably be given to this topic. Although virtually impossible to comment in detail on the whole regime in this small space, we believe readers ought to be alerted and the main obligations provided for therein examined. First, it’s important to understand the regulation’s scope and which entities fall under it: all entities that facilitate the purchase, sale, purchase for resale, or exchange of pieces of real estate; all businesses that deal in real estate brokerage, real estate development; and all companies that rent out pieces of real estate. The regulation establishes both general obligations and obligations specific to the real estate industry. Let’s first look at the general obligations. The leadership at companies working in the real estate industry must start by carefully understanding and assessing the risk of having their company be instrumental in laundering money or financing terrorism. The risk for such will depend on a myriad of factors, such as the profiles of the company’s clients and operations; clients’ nationalities and their connection to clients from countries considered “high risk;” the source of the funds involved; and more. The nature, size, and complexity of a company and its work will be essential in determining the policies, procedures, regulations, and tests to be implemented. In addition to involving their executives and managers as necessary, businesses operating in the real estate industry must designate someone from their leadership who will be responsible for regulatory compliance. This designee will be the main person in charge of monitoring compliance with legal obligations regarding the prevention of money laundering and the financing of terrorism. Real estate companies must rigorously check the identity of their customers, in accordance with the law and relevant regulations, requesting a set of informative documents and proceeding to validate them. In addition, companies operating in the real estate industry must identify their customers’ beneficiaries, if they are legal persons or centres of col-

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lective interest. This may, in some cases, entail a great deal of legal complexity, requiring advanced knowledge of the applicable legal framework. Real estate companies must take particular care when organising, filing, and maintaining all documentation. Let’s now examine the obligations that are specific to the world of real estate. Among these, the most noteworthy is a set of mandatory communications real estate entities must make to IMPIC by means of an electronic platform and specific forms for this purpose, which deal with the real estate activity and transactions carried out. Lastly, the collaborative obligations of real estate entities when applying restrictive measures approved by the UN and the EU should also be highlighted. In conclusion, the always welcome progress in preventing and combating money laundering and the financing of terrorism has entailed a growing number of requirements and increased complexity for the real estate industry, so the guarantee of tranquillity and full compliance will only be achieved through adequate training and awareness of employees. It is only thus that a culture of prevention will become second nature in the industry and an ever-present cause in their daily work.

O regulamento prevê deveres de carácter geral e deveres específicos da actividade imobiliária. The regulation establishes both general obligations and obligations specific to the real estate industry.


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Opinion

José Araújo

Mercado imobiliário vs política monetária

The real estate market v. monetary policy

José Araújo Director da Direcção de Crédito Especializado e Imobiliário Millennium bcp Director, Real Estate and Specialised Credit Division Millennium bcp

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os riscos no imobiliário poderão aumentar a médio prazo em alguns países, devido à subida dos preços das casas (relatório Global Financial Stability Report 2019), podendo afectar a estabilidade financeira e macro-económica mundial. Neste contexto previsional, o FMI vai buscar fundamentos na análise histórica de crises bancárias, com os preços dos imóveis a descer rapidamente após um período áureo de grandes subidas. Como sabemos, a política de juros baixos que tem sido praticada na Europa, e que se prevêem assim até final de 2020, tem sido um dos factores dinamizadores do mercado imobiliário, com efeito na subida crescente dos preços da habitação, em especial nas grandes capitais. Efectivamente, o imobiliário tem sido o destino mais apelativo do investimento internacional, o qual, decorrente do objectivo de manutenção da estabilidade de preços definido pelo Banco Cen-

tral Europeu (BCE), tem procurado alternativas. E o imobiliário tem-se revelado uma alternativa rentável. Alguns analistas europeus entendem e consideram que a zona Euro, e também a União Europeia, correm riscos de uma bolha imobiliária devido à política monetária, considerada expansionista, do BCE. E porque entenderão desta forma? Porque os preços das casas têm aumentado exponencialmente? Por exemplo, Portugal teve um crescimento de 9,2% no 1º trimestre deste ano, bastante acima dos 4% da zona Euro ou da União Europeia (Eurostat). Será que este posicionamento estará a direccionar os olhares dos analistas com especial atenção para o nosso País, quando se prevê que o imobiliário em Portugal deverá ainda acelerar até final do corrente ano? Talvez não. O impacto da “eventual bolha” de preços depende, em grande parte, dos efeitos que o endividamento e a expansão da construção possam ter no crescimento dos preços das casas. É neste contexto que os analistas ainda consideram que na zona Euro as dívidas das famílias, face ao PIB estão a cair, bem como o volume da construção e participação do investimento em construção residencial no PIB são ainda bastante menores face ao início de 2008. Portugal tem experimentado um grande desenvolvimento ao nível do seu mercado imobiliário, com ofertas a evoluírem a par de uma procura global, moderna e exigente, e decorrente do investimento internacional, fundamentalmente. Áreas até então “perdidas” em Lisboa e Porto, estão abertas a novos residentes e transeuntes, levando por arrasto outras zonas como extensões naturais das maiores cidades. E acreditamos que, mesmo após uma mudança da política monetária do BCE, a situação se mantenha por mais algum tempo, embora em ambiente de crescimento mais moderado. According to the International Monetary Fund (IMF), risks in real estate may increase in the me-

dium term in some countries due to rising house prices (cf. Global Financial Stability Report 2019), which could affect global financial and macroeconomic stability. In this context, the IMF will seek fundamentals when performing historical analyses of banking crises, with property prices falling rapidly after a golden period of large rises. As we know, the low interest rate policy that has been in place in Europe recently (and which is expected to continue in place until the end of 2020) has been a crucial factor in stimulating the real estate market, in particular, causing housing prices to rise (especially in large capital cities). Effectively, real estate has been the most appealing industry for international investment, which, due to the European Central Bank (ECB)’s goal of maintaining price stability, has been searching for alternatives – and real estate has proven to be a profitable one. Some European analysts believe that the Eurozone – indeed, the whole European Union – is about to experience a real estate bubble due to ECB’s monetary policy, which they deem to be expansionary. So why do they think this? Why have housing prices risen exponentially? For example, Portugal experienced growth of 9.2% in Q1 of this year, well above the Eurozone’s or European Union’s 4% (Eurostat). Could this be causing analysts to give Portugal special attention, especially since real estate in our country is still expected to grow through the end of this year? Perhaps not. The impact of the “eventual price bubble” will depend in large part on the effects that debt and the growth of the construction industry could have on housing prices. It is in this context that analysts also state that household debts in the Eurozone are falling and that construction levels and the amount of investment in residential construction as a percentage of GDP are still much lower than in early 2008. Portugal has seen its real estate market develop immensely, with supply evolving to satisfy modern, global demands stemming ultimately from international investors. Areas that had previously been “lost” in Lisbon and Porto are open to new residents and passers-by, dragging along with them other areas as well, natural extensions of the largest cities. And we believe that, even after a change to the ECB’s monetary policy, the current situation will continue for some time, although in an environment where growth is more moderate.



Fio-de-Prumo 46 Grande Tema

Lead Story

Plumb Line

Garcia Garcia

Quando a inovação é a solução When innovation is the solution


Fio-de-Prumo Plumb Line

O que pode diferenciar uma construtora nos dias que correm quando a roda já foi inventada há tanto tempo. O preço? O cumprimento dos timings? A qualidade? E se for a capacidade tecnológica a que alguns investidores têm de recorrer quando têm projectos mais arrojados do ponto de vista do prazo, arquitectura, engenharia e ambiente? What can make a construction company stand out these days when the wheel was invented so long ago? Price? Timeliness? Quality? What about technological capability that some investors have had to resort to when the projects they’re working on are more ambitious than ever in terms of timelines, architecture, engineering, and environmental protection?

Construir a fábrica da Leica não será certamente a mesma coisa que erguer uma torre de escritórios sofisticada. Mas a resposta a estes distintos desafios é o que marca a diferença entre as empresas que se dedicam ao sector da construção. Para a Garcia Garcia (GG), empresa de Design & Build, uma organização só pode ser moderna e competitiva se tiver uma cultura de melhoria contínua, orientada para a optimização de processos produtivos, para uma gestão eficiente de recursos e para a agilização de processos. Recorde-se que esta empresa adoptou o BIM (Building Information Model) muito antes das demais do sector e quando esta tecnologia ainda estava numa fase muito embrionária, assim como apostou em inovação ao nível de métodos e processos construtivos, como por exemplo, em soluções de pré-fabricação. O administrador Miguel Garcia explica que têm “vindo a preparar a empresa, com novas ferramentas e know how, para ganharmos ainda mais competências nos sectores mais tradicio-

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nais” mas também nos novos mercados em que estão a entrar.

Apostar na inovação e nas pessoas

Para se compreender o nível de evolução a que uma empresa de construção como a GG chega é necessário recuar no tempo, analisar o seu ponto de partida, os altos e baixos do mercado, como conseguiu superar crises e intempéries até à velocidade cruzeiro a que chegou na actualidade e os saltos a que está disposto dar no futuro. Durante toda a história da família Garcia, desde o fim do século XIX e até aos dias de hoje, a GG esteve sempre ligada à indústria e à construção industrial. Poucos saberão que tudo começou com a construção de chaminés de fábricas da indústria têxtil que, actualmente, fazem parte do património classificado da região do Vale do Ave. Ao longo dos tempos a empresa foi evoluindo, tendo passado por diferentes fases e momen-


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tos mas sempre com um denominador comum: o core business industrial. Hoje, como o administrador salienta, “estão a crescer a um ritmo elevado no segmento dos serviços, do hospitality e residencial” e “os conceitos de gestão e de planeamento de obra, assim como, metodologias e processos que fomos desenvolvendo para a área industrial estão agora a serem introduzidos e adaptados para os sectores do residencial e dos serviços”. Miguel Garcia recorda que, “nos últimos anos, os empresários nacionais, até pelos incentivos que estiveram em vigor, investiram para poderem crescer”, para além disso, “Portugal conseguiu captar investimento directo estrangeiro de multinacionais que vieram para Portugal” e foi precisamente com “este investimento em novas instalações industriais/logísticas, em função do nosso know-how e do reconhecimento do mercado, que conseguimos captar e desenvolver projectos que têm permitido este crescimento”. A isto acresce a “dinâmica que o

sector residencial tem tido e que também nos permitiu desenvolver projectos interessantes a este nível”. Mas mais do que crescer em facturação, a meta da GG é “crescer internamente”. Para o efeito, Miguel Garcia adianta que a empresa tem vindo a “investir nas pessoas e nas suas competências” mas também tem vindo “a reforçar a capacidade de gestão da organização com recurso a ferramentas de trabalho colaborativas, novas práticas e métodos”, a apostar na “área da inovação, da melhoria contínua e da construção sustentável, e a “estabelecer parcerias com alguns meios académicos e centros de competência”, focados em procurar “novas formas de trabalhar, novos processos e técnicas, de forma a optimizar a nossa concepção e execução”.

Passos gigantes mas sustentados

Neste momento, a GG encontra-se a desenvolver projectos em várias áreas, desde a lo-

gística/industrial, passando pela residencial e hospitality. Neste universo, Miguel Garcia destaca “a construção da nova plataforma logística do Lidl, no parque empresarial da Ermida, assim como, os projectos de Residências Universitárias que estamos a fazer no Porto e em Cascais”. Na cidade do Porto, na zona universitária da Asprela, a GG concluiu um projecto de Design & Build de Residências Universitárias para a Milestone. E, neste momento, encontra-se a desenvolver um outro complexo de residências universitárias, também para esta multinacional austríaca, junto ao campus universitário da Nova SBE, em Cascais, que se destina a alojar o público que frequentará a Escola de Gestão Executiva. Miguel Garcia refere que no mercado do hospitality “estamos a analisar diferentes oportunidades e projectos”. Pois, como diz, “temos track record neste tipo de projectos e soluções que nos permitem diferenciar positivamente, nomeadamente ao nível do tempo global de execução inferior à média do sector”. Mas a empresa já está a “trabalhar no futuro”. O administrador levanta um pouco a ponta do véu e revela que estão em fase de estudos alguns “projectos muito interessantes” de Norte a Sul do País. E o futuro passa também pela internacionalização. Foi em 2017 que se lançaram com uma obra em Marrocos, um mercado que o administrador considera “muito competitivo” e “onde queremos continuar a investir”. Acrescentando que, “apesar de ser um mercado que em certos aspectos denota alguma juventude, será certamente um mercado importante na nossa actividade num futuro próximo”. O seu percurso internacional tem sido concretizado com “passos sustentados” mas, sem nunca baixar os braços e procurando boas oportunidades, já têm na calha novas apostas: “Fizemos uma unidade industrial do ramo automóvel em Kenitra e estamos em fase de avaliação de projectos industriais, serviços e hotelaria”, avança Miguel Garcia.

País sabe ultrapassar obstáculos

De pedra e cal no sector da construção, a GG sabe, melhor do que ninguém, auscultar o mercado. Sabe que ventos sopram em Portugal e para onde vai levar o sector. Miguel Garcia denota que existe no mercado algum “arrefecimento” e que começa a “senti-lo algo nervoso”. É que, desde há um ano,


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que tem observado alguns indicadores que apontam nesse sentido. Contudo, acredita que “Portugal tem grande agilidade e uma capacidade extraordinária para ultrapassar adversidades”. Além disso, sustenta que “o arrefecimento da economia não tem só coisas negativas” e que “muitas vezes é um mal necessário, que permite às empresas optimizar e melhorar, e permite também fazer alguma selecção com as empresas mais bem preparadas a terem mais espaço”. A evolução tecnológica é uma roda que move mercados e empresas mas só algumas construtoras têm a visão, força e vitalidade para a fazer girar neste mundo, cada vez mais, sofisticado. A GG é seguramente uma dessas empresas. Building a manufacturing plant for Leica and erecting a sophisticated office building are, without a shadow of a doubt, two very different endeavours. But the ways in which different companies respond to these distinct challenges is what sets them apart in the construction industry. For Garcia Garcia (GG), a Design & Build com-

pany, an organisation can only be modern and competitive if it fosters a culture of continuous improvement and is geared toward ensuring that resources are managed efficiently and processes are streamlined and optimised. GG adopted BIM (Building Information Model) early on, long before others in the industry did when this technology was still very much in an embryonic stage. The company has similarly focused on innovation in construction methods and processes, such as prefabrication solutions. Executive Miguel Garcia explains that they “have been preparing the company with new tools and know-how to gain even more skills in the more traditional areas” and also in the new markets they are trying to break into.

Investing in innovation and people

To understand how much change a construction company like GG has gone through, one must go back in time, analyse where it came from, the ups and downs of the market, how it has managed to overcome crises and other instances of turbulence to reach the cruising

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speed it’s at now, and the leaps it’s poised to make in the future. Throughout the Garcia family’s history (from the end of the 19ᵗʰ century to today), GG has always been linked to industry and industrial construction. Few know that everything began with the construction of chimneys for textile factories, which are now a unique part of the cultural heritage in the Vale do Ave region. Over time, the company has evolved and gone through different phases, but it has always maintained one focus: its core industrial business. Today, as Miguel Garcia explains, the company is “growing quickly in the services, hospitality, and residential segments,” and “project management and planning concepts, as well as methodologies and processes that we’ve developed for the industrial sector, are now being introduced and adapted to the residential and services sectors.” Garcia says that, “over the past few years, Portuguese investors have made investments that foster growth, especially thanks to the incentives that have been in place.” He adds, “Portugal has been able to capture direct foreign investment from multinationals that have set up shop in the country,” and it has been precisely with “this investment in new industrial/logistics facilities, which has come about thanks to our know-how and market recognition, that [GG] has managed to become involved with projects that have allowed for such growth.” Garcia further adds that the “dynamism that the residential sector has seen has also allowed us to work on interesting projects in this realm.” GG’s main goal, though, is to “grow internally” – even more so than growing its revenue stream. To this end, Garcia says the company has been “investing in people and their skills; […] reinforcing the organisation’s ability to manage its workforce by using collaborative work tools and new practices and methods; […] advancing the ideas of innovation, continuous improvement, and sustainable construction; and establishing partnerships with a number of academic institutions and skill centres.” Above all, GG is focused on finding “new ways of working, new processes and techniques so as to optimise the way the company designs and executes projects.”

Big – yet sustainable – steps

At the moment, GG is working on projects in a number of different areas that range from


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[…] We have a proven track record that shows our competence working on these kinds of projects. The numbers show that we are different from our competitors: the total amount of time we spend on a project is lower than the industry average.” The company is also already “working on the future.” Garcia gives us a glimpse of what’s to come and reveals that GG is studying a few “very interesting projects” throughout Portugal. GG’s future is also international. In 2017, the company broke ground on a project in Morocco, a market that Garcia considers to be “very competitive” and a place “where we want to continue to invest.” He adds that, “despite being a market that, in some regards, is quite green, it will certainly be an important market for our business in the near future.” The company’s international journey has been achieved by way of “sustained steps” – while also constantly on the lookout for good opportunities. In fact, the company already has a few new projects in the pipeline: “We worked on an industrial unit for the automotive sector in Kenitra, and we’re evaluating a number of industrial, service-related, and hospitality projects,” Garcia explains.

A country that knows how to overcome obstacles

logistics and the industrial to the residential and hospitality. To highlight this diversity, Garcia gives examples such as “the construction of Lidl’s new logistics platform at the business park in Ermida and the university residence hall projects the company is working on in Porto and Cascais.” In Porto’s university area of Asprela, GG recently finished a design-and-build residence

hall project for Austrian multinational Milestone. The company is also currently working on another residence hall complex for Milestone, this time next to the Nova SBE campus in Cascais; the complex is being built as a housing option for those attending the School of Executive Management. Garcia says that, in the hospitality field, “We are studying a few different opportunities and projects.

GG knows how to listen to the market better than anyone else. It knows what winds are blowing in Portugal and where they will take the industry. Miguel Garcia notes that there has been some “cooling down” in the market and that he’s started to “feel somewhat nervous.” For a year now, he has seen a few indicators pointing in that direction. Despite this, he believes that “Portugal has great agility and an extraordinary capacity to overcome adversities.” Garcia adds that “the cooling of the economy entails more than just negative things. […] Oftentimes, it’s a necessary evil that allows companies to optimise and better themselves. It also allows the market to see which companies are better prepared [for the downturn, giving them] more space.” Technological developments move markets and businesses, but only select construction companies have the vision, strength, and vitality to keep up with them in this increasingly sophisticated world. GG is surely one of those companies.


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Cascade Resort

Qualificar, valorizar e vender Appraise, add value, and sell


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Qualificar, valorizar e vender em ciclos económicos mais positivos tem sido o foco da ECS Capital. É neste quadro que se insere a ampliação e renovação da oferta ao nível das infraestruturas e serviços do Cascade Wellness Resort, localizado em Lagos. Appraise, add value, and sell during more positive economic times has been the focus of ECS Capital. It is in this context that the expansion and renovation of Cascade Wellness Resort’s facilities and services have taken place. Located in the Algarvian city of Lagos.

Texto Text: Carolina Morgado

A ECS Capital, conforme revelou o seu presidente do Conselho de Administração, Fernando Esmeraldo, tem em processo de venda mais seis dos seus activos nas áreas do turismo e turismo residencial até ao final do ano, entre eles o Palácio do Governador, em Belém. Isto porque, após a crise, Portugal está a viver um bom momento, os activos foram valorizados, a procura tem vindo a corresponder e os operadores internacionais estão compradores. Sem desvendar interessados, os valores para estes negócios, nem os nomes dos restantes activos colocados no mercado, sabendo-se apenas que alguns são no Algarve e outros no Porto, Fernando Esmeraldo adianta que são unidades hoteleiras que se revelaram, desenvolveram-se bem e consolidaram-se tanto ao nível da operação como do preço. Para tal foram necessárias obras de recuperação e ampliação de alguns projectos, como é o caso do Cascade Resort, que se encontra nas mãos da ECS Capital desde 2013, e que se apresenta hoje totalmente “novo”. Nesta linha acrescentam-se intervenções já realizadas na Herdade dos Salgados, São Rafael, no Salema Beach Village, o Conrad Hotel e as Cascatas Golf Resort & Spa, todos no Algarve. Fundada em 2006, a ECS é uma sociedade gestora de fundos de capital de risco e de restruturação e gere directamente quatro fundos, entre os quais o de Recuperação Turismo, que

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tem como objectivo recuperar empresas que, apesar de enfrentarem dificuldades financeiras, apresentam modelos de negócio sustentáveis e com potencial económico a longo prazo. Esta área, lançada em 2011 visou a recuperação de projectos turísticos considerados interessantes, mas que estavam inacabados ou endividados. A ECS Capital, porém, vai manter-se no turismo, até porque ainda tem terrenos e vários projectos para desenvolver.

Oferta alargada e sofisticada

No Cascade Resort, o capital de sete milhões de euros investido nesta recuperação e ampliação, sendo que parte do valor contou com o apoio do Portugal 2020, visou criar mais quartos, novas propostas gastronómicas e mais espaço para a realização de eventos, casamentos, reuniões e estágios de equipas e selecções de futebol, uma das suas grandes vocações. Situado numa localização ímpar no topo da falésia da Ponta da Piedade, com a envolvente histórica de uma cidade de quatro milénios e o Atlântico como pano de fundo, o Cascade Resort proporciona aos seus hóspedes e clientes uma viagem sofisticada aos quatro continentes de destino das descobertas marítimas portuguesas. O hotel compreende cinco alas individualmente decoradas, cada uma reflectindo as expedições dos navegadores portugueses


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pelos quatro continentes – Europa, África, Ásia e América do Sul – e a nova ala Portugal. Seja através da decoração temática de cada uma das alas do hotel, dos tratamentos holísticos do Spa, da cozinha internacional com inspiração local ou das linhas arquitectónicas do hotel e apartamentos, a viagem pelo mundo e a descoberta têm uma presença constante no Cascade Resort. Cores, cheiros e sabores aliam-se a infra-estruturas luxuosas e um serviço personalizado criando experiências inesquecíveis e momentos de bem-estar únicos. A junção de todas estas valências na proporção certa tem elevado o Cascade Resort a um patamar de excelência reconhecido internacionalmente. Hoje, a unidade de 38 hectares oferece uma piscina exterior, uma piscina exterior com entrada em fundo de areia, duas piscinas para crianças, estacionamento coberto e parqueamento exterior, jardins, dois campos de futebol com medidas oficiais da FIFA, driving range (320 m), área de putting, chipping e short game, Academia de Golfe, dois campos

de ténis, Spa com cinco salas de tratamento, piscina aquecida, jacuzzi, banho turco e fonte de gelo, ginásio com luz natural e zona exterior de treino. O resort de cinco estrelas dispõe ainda de um hotel com 108 quartos e suites (com generosas áreas de cerca de 45m2), 58 apartamentos e quatro villas, três restaurantes e dois bares, salas de reuniões com capacidade para 500 pessoas, incluindo uma sala polivalente de 350 m2, e kids club. De forma a responder à crescente procura por parte de famílias e grupos para escapadas e férias ou para eventos desportivos e corporativos, o investimento efectuado contemplou a expansão da oferta de alojamento do hotel, aumentando a sua capacidade de 86 para 108 quartos e suites. Para o efeito não só foi ampliada a ala Europa, como foi ainda construída a nova ala Portugal, com varandas espaçosas viradas para a piscina e para o Atlântico e inspiração nas tradições e costumes portugueses. Em simultâneo, o Cascade Wellness Resort renovou também as suas villas e apar-

A ECS Capital tem em processo de venda mais seis dos seus activos nas áreas do turismo e turismo residencial até ao final do ano. ECS Capital is in the process of selling more than six of its assets in the tourism and residential tourism arenas.



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tamentos, tendo sido alterado todo o interior destas unidades. As áreas comuns e os restaurantes e bares do resort beneficiaram igualmente de uma intervenção que permitiu aumentar a capacidade de restauração, redefinir os conceitos gastronómicos e renovar integralmente a decoração dos espaços e do mobiliário. Todo o conceito gastronómico é desenvolvido pelo chef português Diogo Pereira. A oferta de restauração inclui, agora, um espaço de fine dining com decoração sofisticada (Senses), uma cervejaria portuguesa onde se privilegia os produtos da região (Gastropub), um espaço dedicado a jantares buffet temáticos (Mundi) e um bar que oferece uma ampla variedade de cocktails, num ambiente de descontracção com uma luz e vistas mar únicas (Lighthouse). Como resposta a diversos pedidos para realização de eventos, foi construída uma Sala Polivalente, com uma área de 350 m2 e capacidade para 420 pessoas. O Spa do resort foi alvo de uma remodelação, na qual se renovou os interiores e se adicionou um conjunto de equipamentos topo de gama. As intervenções alargaram-se igualmente à recuperação paisagística e à renovação dos campos de futebol. ECS Capital, as per the Chairman of its Board of Directors, Fernando Esmeraldo, is in the process of selling more than six of its assets in the tourism and residential tourism arenas, among which is the Governor’s Palace in Belém. They are doing so because, since the crisis, Portugal has been experiencing good

momentum, value has been added to their assets, demand has increased, and international companies are buying them up. Without unveiling the interested parties, the numbers for these deals, or the details of the other assets placed on the market (other than the fact that some are in the Algarve and others in Porto), Fernando Esmeraldo says they are hotel units that developed well both in terms of operation and price. In order to do this, it was necessary to renovate and expand some projects, such as Cascade Resort, which has been in the hands of ECS Capital since 2013 and is, today, totally “new.” In this same vein are the renovations that have already carried out at Herdade dos Salgados, São Rafael, at Salema Beach Village, the Conrad Hotel, and the Cascatas Golf Resort & Spa, all in the Algarve. Founded in 2006, ECS is a venture capital and restructuring fund management company and directly manages four funds, including the Recovering Tourism fund, which aims to turn around companies that, despite financial difficulties, have sustainable business models with economic potential in the long term. Launched in 2011, this area has aimed to rescue tourism projects deemed interesting but which have been unfinished or mired in debt. ECS Capital, though, will remain in tourism because it still has land to develop and several projects to work on.

A larger, more sophisticated offering

At Cascade Resort, the €7 million EUR of

capital invested in this renovation and expansion project, part of which came from Portugal 2020 funds, sought to create more rooms, new culinary options, and more space for events, weddings, meetings, and football gatherings, one of its greatest vocations. Set in a unique cliff-top location on Ponta da Piedade with the historic surroundings of a 4,000-year-old city and the Atlantic as its backdrop, Cascade Resort offers all who set foot on its grounds a sophisticated journey to the four continents involved in Portuguese seafarers’ voyages. The hotel comprises five individually decorated wings, each reflecting Portuguese navigators’ expeditions across four continents – Europe, Africa, Asia, and South America – and Portugal itself, the newest wing. Whether through the thematic decoration of each of the hotel’s wings, its holistic spa treatments, locally inspired international cuisine, or the architectural lines of the hotel and the apartments, world travel and exploration are constantly present at Cascade Resort. Colours, smells, and flavours combine with luxurious facilities and personalised service, creating unforgettable experiences and unique moments of well-being. Combining all these amenities in the right proportion has helped Cascade Resort attain an internationally recognised level of excellence. Today, the 38-hectare unit boasts an outdoor pool, another outdoor pool whose entrance has a sandy bottom, two children’s pools, a covered car park, an outdoor car


Sol e Lua Tourism

park, gardens, two FIFA-sized football pitches, a 320-metre driving range, a putting, chipping and short game area, a golf academy, two tennis courts, a spa with five treatment rooms, heated pool, jacuzzi, Turkish bath, and ice fountain, daylight gym, and an outdoor exercise area.cThe five-star resort also features a hotel with 108 rooms and suites (which, at 45-m² large, are generously sized), 58 apartments, four villas, three restaurants, two bars, meeting rooms capable of hosting up to 500 people, a 350-m² multipurpose hall, and a kids club.

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To respond to the growing demand from families and groups for getaways, vacations, and sporting and corporate events, the investments made have expanded the hotel from 86 to 108 rooms and suites. To achieve this, not only was the Europe wing expanded, but the new Portugal wing was also built, boasting spacious balconies facing the pool and the Atlantic and drawing inspiration from Portuguese traditions and customs. Cascade Wellness Resort has also renovated its villas and apartments, completely changing the interiors of these units.The resort’s common areas, restaurants, and bars have also been renovated so as to allow more people to be served, the culinary choices updated, and the spaces’ décor and furniture to be completely refreshed. All dining options at the resort have been curated by Portuguese chef Diogo Pereira. Available dining options now include a fine dining area with sophisticated décor (Senses), a Portuguese brewery featuring regional products (Gastropub), a space dedicated to themed buffet dinners (Mundi), and a bar that offers guests a wide variety of cocktails in a relaxing environment with exclusive sea views (Lighthouse). In response to several requests, a 350-m², 420-seat multipurpose hall was built to host events at the resort. The resort’s spa was also remodelled, which saw its interior remodelled and state-of-the-art equipment added. The updates also include new landscaping and renovated football pitches.

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Claudia Boymanns, Exhibition Director da Expo Real, avança que, depois de alcançar novos recordes em 2018, o certame vai na edição de 2019 aumentar o espaço dedicado ao negócio imobiliário: o novo Hall A3 - NOVA3, visa promover a inovação. Claudia Boymanns, Exhibition Director for Expo Real, states that, after making new records in 2018, the event’s 2019 edition will see more space dedicated to the real estate industry: the new Hall A3 – NOVA3 will aim to promote innovation.

Entrevista Interview: Carla Celestino Fotos Photos: Anabela Loureiro

A Expo Real vai abrir este ano uma nova sala: A3. Qual o motivo desta ampliação do espaço? Para a edição de 2018 da Expo Real, é justo dizer que houve um forte crescimento dos segmentos residenciais e de logística, bem como de hotéis, com o desenvolvimento da área de World of Hospitality como uma nova parte da exposição. Assim, respondendo a isso e ao quadro geral de expansão contínua dos últimos anos com a abertura de uma nova sala para 2019 - NOVA3 – um espaço dedicado ao tema da inovação e uma área de crescimento chave para a Expo Real.

do NOVA3 oferece a essas empresas uma plataforma adicional para discutir tendências e inovações actuais.

Qual será a capacidade deste novo salão e quais expositores ou eventos que serão promovidos neste espaço? Esta nova sala expande o espaço total de exposição disponível em cerca de 10.000 metros quadrados para um total de 74.000m2. O Expo Real Innovation Forum, o Tech Alley e a área do Start-up Contest vão mudar-se para este salão. 75 start-ups vão exibir os seus produtos digitais, soluções e ideias neste espaço e também terão a oportunidade de se apresentar ao público numa Tech Talk Zone. Além disso, conseguimos atrair várias das antigas start-ups da Tech Alley e da Proptech Network como expositores principais. As empresas estabelecidas também estão muito interessadas no NOVA3. Um fórum dedicado

Que outras novidades serão apresentadas na edição de 2019? Recomendo vivamente o nosso programa abrangente de conferências. Vamos promover nove fóruns com cerca de 400 especialistas que vão discutir as tendências actuais dos mercados e dos segmentos internacionais. A discussão do painel de abertura “Quem é a cidade? Fazer com que as cidades funcionem para todos ”vai explorar a temática de que como as cidades desempenham múltiplos papéis como centros populacionais, centros económicos, conjuntos de infra-estrutura, lugares de aprendizagem, entrepostos de comércio, locais para investimento e destinos para visitantes. Outras questões de importância global são as muitas variantes do Bre-

Dado este aumento de espaço, quais são as expectativas em termos de aumento do número e perfil de profissionais e visitantes? Com 2.095 expositores e mais de 45.000 participantes, a Expo Real 2018 reflectiu o boom do sector imobiliário e estabeleceu um novo recorde. Apesar de muitas incertezas, a indústria ainda está a sair-se bem pelo que esperamos uma feira forte no mesmo nível este ano.


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64 Lá fora Abroad

xit, fluxos cruzados de capital entre a Ásia-Pacífico e a Europa, bem como os EUA num contexto global. Além disso, receberemos vários novos expositores, de que é exemplo o novo stand conjunto do ministério da Habitação do Egipto e da Federação de Propriedade de Malta. O que nos pode dizer sobre a presença de Portugal neste evento, um país onde o sector imobiliário continua em alta? Estamos felizes por ter uma comunidade portuguesa em constante crescimento e estabelecida a bordo. Este ano o Porto está a celebrar a sua estreia como expositor na Expo Real e o seu stand vai proporcionar uma plataforma atractiva que conta, até agora, com oito co-expositores. Lisboa está representada com um pavilhão conjunto há cinco anos, cerca de dez co-expositores expõem aqui todos os anos. Outro expositor de longa data é a Sonae Sierra, especialista em centros comerciais. Além disso, recebemos cerca de 50 visitantes de Portugal por ano. Portugal é atraente para os investidores e a Expo Real é o local perfeito para conectar todos os parceiros de futuros projectos neste promissor mercado. Expo Real is opening a new hall this year: A3. What is the reason for this enlargement of space? For the 2018 edition of EXPO REAL, it is fair to say that there was strong growth in residential and logistics, as well as hotels, with the development of the World of Hospitality area as a new part of the exhibition. So, we have responded to this and the overall picture of continuing expansion of recent years with the opening of a new hall for 2019 - NOVA3. It provides a dedicated space on the theme of innovation, a key growth area for EXPO REAL. What will be the capacity of this new hall and what exhibitors or events will be promoted in this space? This new hall expands the total available exhibition space by about 10,000 square meters to a total of 74.000 square meters. The Expo Real Innovation Forum, Tech Alley and the Start-up Contest area are moving to this hall. 75 start-ups will be showcasing their digital products, solutions and ideas here. They will also have the opportunity of presenting themselves to the audience in a Tech Talk Zone. In addition we have managed to attract several of the former start-ups from Tech Al-

ley and the Proptech Network as main exhibitors. Established companies are also very interested in NOVA3. A dedicated NOVA3 Forum provides these companies with an additional platform for discussing current trends and innovations. Given this increased space, what are your expectations in terms of increasing the number and profile of professionals and visitors? With 2,095 exhibitors and over 45,000 participants, Expo Real 2018 reflected the boom in the property sector and set a new record. Despite many uncertainties the industry is still doing well. We are expecting a strong trade show at the same level this year. What other news will be presented in the 2019 edition? I highly recommend our comprehensive conference program. We are offering nine forums with about 400 experts discussing current trends in international markets and segments. The opening panel discussion on “Who is the city for? Making cities work for all” will explore how cities play multiple roles as population centers, economic hubs, clusters of infrastructure, seats of learning, entrepots of trade, sites for investment, and destinations for visitors. Further issues of global significance are the many variants of Brexit, capital cross-flows between Asia-Pacific and Europe as well as the USA in a global context. In addition to this we will be welcoming several new exhibitors, for example a new joint stand of the Egyptian Ministry of Housing, and the Malta Property Federation. What can you tell us about Portugal’s presence at this event, a country where the real

Com 2.095 expositores e mais de 45.000 participantes, a Expo Real 2018 reflectiu o boom do sector imobiliário e estabeleceu um novo recorde. With 2,095 exhibitors and over 45,000 participants, Expo Real 2018 reflected the boom in the property sector and set a new record. estate sector continues to be buoyant? We are happy to have a continually growing, established Portuguese community on board. This year Porto is celebrating its premiere as an exhibitor at Expo Real and its booth is providing an attractive platform and so far eight co-exhibitors have signed up for it. Lisbon has been represented with a joint pavillon for five years now, about ten coexhibitors exhibit here every year. Another long-standing exhibitor is the shopping center specialist Sonae Sierra. In addition we welcome about 50 visitors from Portugal each year. Portugal is attractive for investors and Expo Real is the perfect place to connect all partners of future projects in this promising market.



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