Magazine Imobiliário 038

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Construção Ambiente Turismo

38

NOV/DEZ 2019 €10

BREXIT

Quem ganhou com Boris? Who´s won out with Boris?



1 Editorial

De corpo e alma Body and soul

Carla Celestino Directora Director

Antes de entrar no corpo desta edição, quero falar-vos da sua alma. Eramos apenas seis pessoas, agora sete, que há precisamente seis anos se dedicam a levar o melhor do jornalismo imobiliário (e não só) ao leitor. Há batimentos cardíacos acelerados, gotinhas de muito suor e uma constante luta contra o tempo. Mas chegamos sempre a horas. É muito trabalho para uma equipa tão pequena, é verdade. Mas sentimo-nos gigantes quando alguém reconhecido e respeitado no mercado nos dá pancadinhas nas costas e nos pisca o olho como quem sabe o que valemos. Um valor que vai muito além do trabalho diário. Não falo apenas dos players deste sector que, tal como nós, souberam manter-se à tona de um mar agitado, souberam levar o seu projecto a bom porto e, agora, que atingiram uma velocidade cruzeiro sabem inovar e reinventar-se. Falo, sobretudo, de uma dupla imbatível: Joaquim e Anabela. São eles que todos os dias conseguem ver para lá do horizonte e que, sobretudo, sabem valorizar as pessoas (algo tão raro nos dias de hoje). Estamos sempre em movimento. Sempre com um pé dentro e fora de Portugal e por isso mesmo levamos até si uma edição com uma capa insólita. A este propósito vem-me à memória um cartaz hasteado nas ruas londrinas: “Brexit: Now what?”. Aos profissionais do imobiliário cabe questionar sobre o: “E agora?”. Os preços do mercado habitacional caíram vertiginosamente em terras de Sua Majestade em 2018. Já havia quem questionasse: “God may Save The Queen” mas quem salvará o imobiliário no Reino Unido? A continuar teria sido um terramoto em toda a Europa. Mas não foi… Além disso, sempre ouvi dizer que o revés de uns é a oportunidade de outros. E a atestar por esta edição, possibilidades é o que não falta quer num reino, cada vez menos unido, quer no nosso País.

Before we get to the body of this edition of Magazine Imobiliário, I want to talk with you about its soul. Precisely six years ago, there were just six of us – now seven – who dedicated themselves to bringing the best in real estate journalism (and much, much more) to the reader. We’ve suffered through quickly beating hearts, tonnes of sweat, and a constant battle against time. But we always get the job done on time. It’s a lot of work for such a small team; that much is true. We feel proud and validated, though, when someone whom the market holds in high regard pats us on the back and winks at us. They know what we are worth. I’m not talking about players in the industry who, like us, have figured out how to stay float in a rough sea, brought their projects to fruition, and, now, innovate and reinvent themselves. Above all, I’m talking about an unbeatable pair: Joaquim e Anabela. Each and every day, they can see beyond the horizon, and, most importantly, they know how to appreciate people, a trait rarely seen nowadays… We’re always on the go. We always have one foot in Portugal and the other somewhere else, which is precisely why we can bring you an edition with such an unusual cover. I’m reminded of a poster that was hoisted above the streets of London: “Brexit: Now what?” Real estate professionals have to think about the “Now what?” Housing prices fell precariously in the lands of Her Majesty in 2018. God may “save the Queen,” but who will save real estate in the United Kingdom? Forcing a hard Brexit would have unleashed an earthquake across Europe. But it never happened… I’ve always been told, though, that what may be a setback for some can be an opportunity for others. And, as this edition of Magazine Imobiliário will prove, there is no lack of opportunity in either a certain kingdom that is ever less united or in Portugal.


Ficha técnica Datasheet

Propriedade Property

Índice

Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Av. Duque D’Ávila, 28 – 2.º, Sala 207

Summary

1000–141 Lisboa Telf. / Phone: (+351) 21 134 10 06 Telm. / Mobile: (+351) 91 061 61 62

22 ADN ERA ERA’s DNA

28 AM48

Foto de capa Cover photo: Depositphotos

4 Editorial

Joaquim Pereira de Almeida Até Sempre! Forever yours!

6 Grande Tema

Lead Story Brexit: E agora senhores? And now gentlemen?

16 Metro Quadrado

Square Meter 2019: O contra-relógio 2019: Against the clock

20 Opinião Opinion

Aniceto Viegas

50 Lá fora

Abroad Expo Real 2019

32 SIL 2019

54 Mondial du Bâtiment

34 Opinião

58 Opinião

Abc legal

Reino Unido United Kingdom

Opinion

36 Opinião Opinion

Millennium bcp

38 Fio-de-Prumo Plumb Line Rockbuilding

40 Atelier

Plano Humano Arquitectos Plano Humano Architects

44 Opinião Opinion

João Paciência

46 Ventos do Norte North Winds Tiago Violas Ferreira

Opinion

62 Sol e Lua

Tourism Natal e Réveillon Christmas and New Year’s Eve

68 Ibis Styles 72 Personalidades do Ano 2019

Personalities of the Year 2019

80 Paparazzi

Joaquim Pereira de Almeida É isto o amanhã? Is this what tomorrow will be like?

geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario.com Directora Director Carla Celestino Coordenação comercial Commercial co-ordination Joaquim Pereira de Almeida Colaboradoras Permanentes Permanent Contributor Carolina Morgado Elisabete Soares Fotografia Photography Anabela Loureiro Tradução Translation Frank Miller Grafismo Graphics Rodrigues Silva Contabilidade Accounting Nasceconta Periocidade Frequency Bimestral Tiragem Number printed 3.000 exemplares Impressão Printing Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal Legal Deposit 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível em: Editorial policy available at: www.magazineimobiliario.com


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4 Editorial

Até à próxima! Forever yours!

Joaquim Pereira de Almeida Coordenação Comercial Commercial co-ordination

Doze de Setembro de 2019. Perto das 12 horas, serviços administrativos da Comissão de Carteira Profissional de Jornalistas. Entrei numa sala que conheço há muitos anos e os funcionários – amigos de tantos “papéis” – questionaram o que me levava lá. “Vim entregar a minha Carteira Profissional”. Fez-se silêncio e poucas perguntas, assinei um documento (entretanto já homologado oficialmente) e desci, sozinho, a escadaria do Palácio Foz. Almocei na Baixa Lisboeta e durante todo o dia a minha cabeça não se libertou de uma carreira de 46 anos de actividade profissional. No estrangeiro e em Portugal, antes muito ligada ao jornalismo de investigação, às reportagens de guerra e à política caseira de Portugal. Saí de cena pela porta grande mas na mais completa solidão. Vou trabalhar para tornar ainda mais bem sucedida a parte comercial da Magazine Imobiliário. A minha ligação ao Sector vai manter-se mas, agora, livre como um ave, vou valorizar a estabilidade da revista, com inteira confiança na parte editorial que passa a ter, à frente, uma Jornalista de mão cheia, a Carla Celestino, que assume, hoje, as funções de Directora. Basta dizer que é uma Mulher de boa fé, competente e dinâmica como poucas. Aos meus milhares de leitores, antes e depois do Imobiliário, um até sempre. Serei sempre o Joaquim ou simplesmente o Quim, como me tratam em Angola. Para as várias gerações de gente boa de terras africanas, de Cabinda ao Cunene, a promessa escrita de que as “memórias romanceadas” vão chegar ao prelo dentro de três anos. Bem-Hajam!

12 September 2019. Around 12:00. Administrative Services Office of the Professional Licencing Commission for Journalists. I went into a room that I first entered many moons ago, and the workers – friends in all sorts of “positions” – asked what brought me there. “I came to hand in my Professional Licence.” The room fell silent, and few questions were asked. I signed a document that was given official approval, and, while I was going down the staircase at the Foz Palace by myself. I ate lunch in Lisbon’s Baixa neighbourhood, and, the rest of the day, my head could not get over the fact that a 46-year career was over. A career spent in Portugal and abroad. A career that was originally heavily focused on investigative journalism, war reporting, and Portugal’s domestic politics. I left the place through the big front door but in complete solitude. I plan on working to make Magazine Imobiliário’s commercial endeavours even more successful. My ties to the industry will live on, but, now, free as a bird, I am going to work on ensuring the stability of the magazine. I have complete confidence in the editorial side, which will now be run by a full-fledged journalist, Carla Celestino, who, as of today, will be taking over as Director. Carla is as competent and dynamic as they come. To my thousands of readers (before and after Magazine Imobiliário), a fond “forever yours!” I will always be Joaquim – or simply Quim, as they call me in Angola. To the many generations of good people from African lands, from Cabinda to Cunene, this is a written promise that “romanticised memories” will hit the press in three years. Thank you all so much!



Grande Tema 6 Grande Tema

Lead Story

Foto Photo: Kathryn Cave / Unsplash

Lead Story

Brexit

E agora senhores? And now, gentlemen?


Grande Tema

No número 10 de Downing Street vivem-se momentos que vão ficar na História, para o bem e para o mal. Há quem esteja com a respiração suspensa nas bolsas e até nos mercados. Outros já pensam nas taxas aduaneiras e nos passaportes. Depois da saída (?) nada vai ser como antes… mas o que vai realmente mudar? Moments happen at 10 Downing Street that will go down in history – for better and for worse. There are those in the stock markets and even in the markets who are holding their breath. Others are already thinking about the customs duties and passports. After the leaves (?) nothing will be like it was before…but what is really going to change? Texto Text: Carla Celestino

7 Foto Photo: Depositphotos

Lead Story

No início da semana de 14 de Outubro tudo parecia ser possível no Reino Unido. Até o discurso optimista, mas cauteloso, e um pouco a pressionar, da Rainha Elizabeth II no Parlamento assim o confirmava, quando dizia: “O meu governo pretende trabalhar no sentido de uma nova parceria com a União Europeia, baseada no livre comércio e na cooperação amigável”. A dupla Laurence Sleator e Daniel Kraemer da Unidade de Investigação Política da BBC traduz o que efectivamente a Rainha quis dizer: “Se Boris Johnson garantir um acordo - apoiado por parlamentares – ele, então, precisará de aprovar o Acordo da União Europeia, ratificando-o pelas leis do Reino Unido”. No seu discurso Elizabeth II destacou ainda os “novos regimes” do pós-Brexit, nomeadamente para as áreas da pesca, agricultura e comércio, bem como um novo sistema de imigração: “Tudo isso exige novas leis”. Foi neste contexto que, no dia 18 de Outubro, o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, afirmava no Twitter: “Temos um novo acordo que retoma o controlo - agora o Parlamento deve finalizar o Brexit no Sábado para que possamos passar para outras prioridades, como o custo de vida, o NHS (Serviço Nacional de Saúde), os crimes violentos e o nosso meio ambiente”. Curiosamente foi também no Twitter que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, confirmou este acordo, garantindo que é “justo e equilibrado” para o Reino Unido e para a União Europeia (UE). Junker afiançou que não haveria “prolongamento”.

Mas Sábado, dia 19 de Outubro, chegou, e na sessão extraordinária o Parlamento deixou tudo em “águas de bacalhau”, nem aprovou, nem chumbou. A data de votação foi adiada, assim o dita a emenda Letwin (impõe o “meaningful vote”, ou seja, têm de ser aprovados todas questões ligadas ao Brexit antes de se proceder à votação final). Logo após esta situação, e com visível irritabilidade, o Primeiro-Ministro afirmou: “Não vou negociar um adiamento, nem a lei me obriga a fazê-lo. Mais um adiamento seria mau para este país ou para a União Europeia e mau para a democracia”. Desta vez, Boris Johnson não twittou, teve, antes, de escrever cartas. É que, embora tenha deixado transparecer uma ruptura com a designada Lei Benn (que dita a aprovação do acordo a 19 de Outubro), a realidade é que acabou por redigir não uma mas três cartas: na primeira que enviou a Bruxelas (e que não assinou) pede que o calendário do Brexit seja prolongado por mais três meses; na segunda (que já assinou), salienta que este adiamento é um erro; e a terceira é uma nota dirigida ao embaixador do Reino Unido na UE. Na semana seguinte a estes acontecimentos novos desenvolvimentos vieram dar luz ao fundo do túnel: O Parlamento britânico aprovou a proposta de lei do Governo que permite, agora, a discussão do acordo de saída negociado na semana anterior pelo Primeiro-Ministro britânico com a UE. Mas…, continua a haver sempre um mas: o Parlamento rejeitou o calendário proposto por Boris Johnson.


Grande Tema

Lead Story

Foto Photo: Depositphotos

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O que é certo é que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que, após consultar os líderes europeus, propôs a extensão do prazo de saída do Reino Unido da UE, além de um novo procedimento que evite um novo Concelho Europeu para a aceitar este prolongamento de prazo. O Parlamento Europeu foi favorável ao adiamento do Brexit até 31 de Janeiro.

Centro financeiro à prova de bala

Mas que acordo é este? Não há grandes diferenças entre o documento que esteve em cima da mesa no tempo da ex-Primeira-Ministra Theresa May e agora no de Boris Johnson. Em carta enviada a Donald Tusk, Jean-Claude Juncker refere que “no que diz respeito ao acordo de saída propriamente dito, as negociações focaram-se no protocolo Irlanda/Norte da Irlanda”, o chamado backstop. Por isso, explica que “procuramos identificar uma solução que fosse mutuamente satisfatória para abordar as circunstâncias específicas da ilha da Irlanda” e que passou por o território da Irlanda do Norte

fazer parte da união aduaneira do Reino Unido e simultaneamente respeitar as regras do mercado único europeu. Aqui faça-se a ressalva para o facto de os controlos alfandegários serem realizados no Mar da Irlanda e não entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte; assim como se estabeleceu um acordo de “consentimento” em que o Parlamento da Irlanda do Norte poderá aprovar a continuação ou a reversão do acordo. Além disso, o acordo estabelece a continuação da protecção dos direitos dos cidadãos e das aplicações financeiras dentro do período de transição de 14 meses, isto é, até ao final de 2020 mas que pode ser prorrogado por mais um/dois anos; e ainda o pagamento de 33 mil milhões de libras por parte de Londres a Bruxelas. Independentemente dos novos capítulos que esta “novela”, que já vem a decorrer desde 2016, possa vir a desenvolver, algo ficou assente em terras de Sua Majestade: o Reino Unido e a UE vão continuar a negociar um acordo de comércio livre, com enfoque, sobretudo, nos serviços e na livre circulação de capital. Não esqueça-

O Reino Unido e a UE vão continuar a negociar um acordo de comércio livre. Não esqueçamos que Londres é um dos principais centros financeiros não só da Europa mas do mundo. The UK and the EU will continue to negotiate a free trade agreement. Let us not forget that London is one of the main financial centres for not only Europe but the entire world.”


Grande Tema

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Foto Photo: Alexandre Godreau / Unsplash

Lead Story

mos que Londres é um dos principais centros financeiros não só da Europa mas do mundo.

Estatísticas, riscos e pechinchas

Mas há consequências. Todo este período de estagnação das negociações teve impactes económicos, não só no Reino Unido como nos demais Estados-membros da UE, até mesmo nas poderosas Alemanha e França. Este clima de incerteza fez com que, sobretudo, as grandes empresas internacionais adiassem as suas decisões de investimento. E isto teve reflexos nomeadamente na actividade das empresas de menores dimensões ao nível da cadeia de fornecimento, sendo que a construção civil e o retalho foram os sectores mais afectados. Nem o imobiliário conseguiu escapar e foram muitos os analistas que viram este cenário com um potencial risco de queda. De acordo com o Office for National Statistics (Instituto de Estatística do Reino Unido), os preços médios das casas aumentaram 1,3% até Agosto de 2019 mas permaneceram abaixo dos

aumentos observados no período homólogo de 2018. A mesma fonte adianta que, nos últimos três anos, houve uma desaceleração geral no crescimento dos preços da habitação no Reino Unido, impulsionada principalmente por uma desaceleração no Sul e Leste da Inglaterra. Esta entidade avança ainda que o menor crescimento anual foi em Londres, onde os preços caíram 1,4% até Agosto de 2019; seguidos pelo Sudeste, onde os preços caíram 0,6%. Apesar desta queda, estas duas áreas continuam a ser os locais mais caros para comprar um imóvel, com uma média de 473.000 libras (547.596 milhões de euros) e 326.000 libras (377.413 milhões de euros), respectivamente. Isto não quer dizer que se tenha deixado de comprar ou vender casas mas houve, certamente, quem conseguiu adquirir verdadeiras “pechinchas” face aos valores reais destas localizações. Dados mais recentes apontam já numa viragem. A empresa LonRes avançou que as transacções com imóveis no centro de Londres subiram 14% no terceiro trimestre de 2019 em comparação

com o mesmo período de 2018. O que se poderá explicar-se pelo aproximar do “fim” do Brexit.

Mais oportunidades de negócio

E em Portugal? Como o Brexit pode ser encarado? Somos um país de brandos costumes mas já aprendemos a prepararmo-nos… mais, aprendemos a não deixar fugir oportunidades que outros possam deixar escapar. Com efeito, segundo a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), no estudo “Brexit – As consequências para a economia e as empresas portuguesas”, revela que, a médio-longo prazo, poderá assistir-se a “reduções potenciais das exportações nacionais entre 15% e 26%, dependendo do tipo de relacionamento comercial que vier a ser estabelecido”. Mas adverte também que “o Brexit poderá gerar novas oportunidades de negócio para as nossas empresas”. Ideia esta partilhada pelo CEO da Garvetur/ Enolagest, Reinaldo Teixeira: “Com o pragmatismo que lhes é característico, o sector imobiliário en-


10 Grande Tema Lead Story

Em que ficamos?

Foto Photo: Lachlan Gowen / Unsplash

Where we are now

Fumo branco White smoke

Os Estados Unidos da América e a China estabeleceram um acordo comercial parcial e com isso deram tréguas à “guerra” que travavam há mais de um ano. Para já, este acordo recaiu sobre questões como a agricultura, a moeda e a protecção à propriedade intelectual (como seja a transferência forçada de tecnologia). Este é apenas o primeiro passo para acabar com um desentendimento que afectou os mercados financeiros e desacelerou o crescimento global. Ainda assim, no China Daily podia ler-se que “o champanhe deve provavelmente ser mantido no gelo, pelo menos até ambos os presidentes descerem as canetas sobre os papéis”. Os dois países afirmam que vão continuar a fazer esforços para um entendimento final, será?

Âncoras atlânticas

Paulo Rangel, eurodeputado e vice-presidente

do Grupo PPE, afirmou recentemente que a “saída do Reino Unido significa que os países do Atlântico, onde se inclui Portugal, vão ficar sem voz”. Assim como defendeu o fortalecimento de uma união Ibérica, já que, como disse, “Portugal é uma ilha rodeada de mar e de Espanha por todos os lados”. Por isso mesmo, em declarações à Magazine Imobiliário, defendeu que “diante das enormes mudanças da geopolítica global e europeia, Portugal não pode ignorar a conjuntura externa”. E no que respeita à Europa, “importa notar a grave crise que afecta os Estados que nos são mais próximos: Reino Unido e Espanha”. Com o Brexit, Paulo Rangel considera que Portugal “perderá um grande aliado na defesa da visão atlântica e extrovertida da Europa. Para lá de que pode impulsionar o processo de secessão da Escócia ou até da Irlanda do Norte, com consequências imprevisíveis”. Já no caso de Espanha “vive a crise catalã, com enormes

Foto Photo: Kayla Kozlowski / Unsplash

cara este processo, embora à partida com consequências menos positivas, como uma janela de oportunidades, ao estimular novas áreas de negócio”. Afinal, como diz, “é da sua capacidade de adaptação e resiliência que depende o sucesso das empresas”. Mau grado, refere que a desvalorização da libra e as perspectivas de quebra da economia do Reino Unido que irão tirar poder de compra aos britânicos são “questões para a qual teremos de contrapôr uma estratégia de promoção e notoriedade do nosso País, a par das vantagens em investir”. Por isso, Reinaldo Reixeira defende que “será necessário aguardar o estabilizar da situação e evitar tanto as especulações, quanto as opiniões alarmistas, que em nada contribuem para se encontrarem estratégias que nos permitam responder às alterações futuras”.

The U.S. and China have entered into a partial trade agreement, which provided respite from the “trade war” they had been waging for over a year. The agreement touches upon issues like agriculture, currency, and the protection of intellectual property (such as the forced transfer of technology). This is just the first step to ending a disagreement that has affected financial markets and slowed global growth. Still, the China Daily read that “the champagne should probably be kept on ice for now, at least until both presidents put pen to paper.” The two countries have stated that they will continue to work toward achieving an understanding. But the question remains: will it happen?


Grande Tema Lead Story

repercussões político-institucionais”. E “fora da Europa, a tendência cada vez mais isolacionista dos EUA, nosso aliado atlântico, tem impactos directos no comércio e na segurança internacionais”. Por isso, defende que “é fundamental interiorizar que os grandes desafios globais (alterações climáticas, ondas migratórias, emergência militar no Médio Oriente, avanço da China, expansão dos populismos) têm de ser enfrentados no quadro das crises destas três âncoras da nossa política externa (EUA, Reino Unido, Espanha)”.

At the beginning of the week of 14 October, everything seemed to be possible in the United Kingdom. From optimistic words to cautious ones, Queen Elizabeth II seemed to confirm this when she said in Parliament, “My government intends to work towards a new partnership with the European Union based on free trade and friendly cooperation.” Duo Laurence Sleator and Daniel Kraemer from the BBC’s Political Investigation Unit translate what the Queen really meant:

Terras d’aqui e além-mar

Segundo dados avançados pelo Governo português, existem cerca de 400 mil cidadãos portugueses a residir no Reino Unido, sendo o 8.º país do mundo onde residem mais portugueses e a 9.ª nacionalidade estrangeira naquele país. Do lado inverso, a comunidade britânica é composta por 22.431 residentes, sendo o 6.º maior grupo de estrangeiros residentes no nosso País, ocupando o 3.º lugar nas comunidades de origem europeia e o 2.º entre os países da UE. Estes números facilmente fazem antever impactos do Brexit na vida dos cidadãos, nomeadamente no que concerne ao estatuto de residência, no acesso a cuidados de saúde, no reconhecimento das qualificações académicas e profissionais, entre outras questões sociais. Mas faz também prever impactos económicos uma vez que o Reino Unido é o quarto maior cliente do nosso País, oitavo fornecedor de bens e o primeiro mercado de exportação no que toca à indústria de serviços de turismo. É também um país vital ao nível da origem e destino de investimento directo estrangeiro. Basta recordar que, em 2017, o acumulado (stock) de investimento directo entre os dois países era de mais de 3.4 mil milhões de euros no activo e 11 mil milhões de euros no passivo. Este cenário por si só explica as preocupações de Portugal, o que, aliás, levou ao Governo português a elaborar um “Plano de preparação e de contingência para a saída do Reino Unido da União Europeia”, em Janeiro deste ano.

From nearby lands and overseas

According to data published by the Portuguese Government, there are around 400,000 Portuguese citizens residing in the United Kingdom, making it the country with 8ᵗʰ-largest Portuguese population and making Portuguese the 9ᵗʰ-largest nationality in that country. In Portugal, the British community numbers around 22,431, the 6ᵗʰ-largest group of foreigners in our country; they are the 3ʳᵈ-largest foreign community of European origin and 2ⁿᵈ-largest among EU countries. These numbers make it easy to foresee that Brexit will have a large impact on citizens’ lives, especially when it comes to residency status, access to healthcare, recognition of academic and professional qualifications, and other social issues. It also helps us see what economic impacts Brexit will have, given that the UK is Portugal’s fourth-largest customer, eighth-largest supplier of goods, and the largest export market for the tourism services industry. The UK is also an important country in terms the origin and destination of foreign direct investment. It’s worth remembering that, in 2017, the stock of direct investment between the two countries totalled more than €3.4 billion EUR (active) and €11 billion EUR (passive). This context in itself explains Portugal’s concerns and, in fact, has even led the Government to develop a “Preparedness and contingency plan for the United Kingdom’s exit from the European Union” in January of this year.

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“If Boris Johnson secures an agreement – backed by parliamentarians – he will then need to approve the EU Agreement, ratifying it by the laws of the United Kingdom.” During her speech, Elizabeth II also highlighted “new [post-Brexit] regimes,” namely in the areas of fishing, agriculture, and trade, as well as a new immigration system: “All of this will require new laws.” It was in this context that UK Prime Minister Boris Johnson took to Twitter on 18 October, saying, “We’ve got a great new deal that takes back control — now Parliament should get Brexit done on Saturday so we can move on to other priorities like the cost of living, the NHS, violent crime, and our environment.” Curiously, it was also on Twitter where European Commission President Jean-Claude Juncker confirmed this agreement, assuring the public that it is “fair and balanced” for the United Kingdom and the European Union. Junker further claimed that there would be no “extension.” But 19 October (that Saturday) came, and the agreement was neither approved nor rejected during Parliament’s extraordinary session. The voting date was postponed, as dictated by the Letwin amendment (imposing the “meaningful vote” requirement, that is, all Brexit issues must be approved before the final vote can be taken). Immediately after this situation came to light, a visibly irritate Prime Minister stated, “I will not negotiate a postponement, nor does the law oblige me to do so. Yet another postponement would be bad for this country or the European Union and bad for democracy.” This time Boris Johnson didn’t tweet but, rather, had to write letters. Although he allowed a break with the socalled Benn Law (which dictates the approval of the agreement on 19 October) to occur, the reality is that he ended up writing not just one but three letters. He sent the first one to Brussels (but did not sign it), requesting that Brexit’s timeline be extended by three months. In the second (which he did sign), he stresses that this postponement is a mistake. And the third is a note addressed to the UK ambassador to the EU. In the week following these events, new developments gave the world reason to believe they saw a glimpse of light at the end of the tunnel. The UK’s Parliament approved the Government bill that would now allow discussion of the exit agreement negotiated last week by the British Prime Minister with


12 Grande Tema Foto Photo: Will H Mcmahan / Unsplash

Lead Story

the EU. But…as always, there’s a catch: Parliament rejected the timeline Boris Johnson proposed. What is certain is that President of the European Council Donald Tusk, stated that, after consulting European leaders, he proposed extending the UK’s withdrawal period from the EU, as well as a new procedure that would prevent a new European Council summit from needing to be called in order to accept this extension. The European Parliament was in favour of postponing Brexit until 31 January.

A bulletproof financial centre

But what kind of agreement is this? There are no large differences between the document that was on the table during former Prime Minister Theresa May’s tenure and now during Boris Johnson’s. In a letter sent to Donald Tusk, Jean-Claude Juncker says, “As regards the exit agreement itself, the negotiations have focused on the Ireland/Northern Ireland protocol,” the so-called backstop. For this reason, he explains, “We have sought to identify a mutually satisfactory solution to address the specific circumstances of the island of Ireland” which could see the territory of Northern Ireland becoming part

of the United Kingdom Customs Union while simultaneously respecting the rules of the single European market. The caveat here is that customs controls are carried out in the Irish Sea and not between the Republic of Ireland and Northern Ireland; a “consent” agreement has also been established whereby the Northern Ireland Parliament may approve the continuation or reversal of the agreement. In addition, the agreement also provides for the continued protection of citizens’ rights, financial support during the 14-month transitional period (that is, a period that lasts until the end of 2020 but which can be extended for a further one or two years), and a payment of £33 billion GBP from London to Brussels. Regardless of the new chapters that this “soap opera,” which has been running since 2016, may develop, something has become clear in Her Majesty’s lands: the UK and the EU will continue to negotiate a free trade agreement, focusing above all on services and the free movement of capital. Let us not forget that London is one of the main financial centres for not only Europe but the entire world.

Statistics, risks, and bargains

But there are consequences. This entire time that negotiations have remained stagnant

Em Portugal, o sector imobiliário encara este processo, embora à partida com consequências menos positivas, como uma janela de oportunidades, ao estimular novas áreas de negócio. In Portugal, the real estate industry sees this process as a window of opportunity, albeit with less positive consequences at the outset, that could very well stimulate new business areas.”


Grande Tema

Foto Photo: Annie Spratt / Unsplash

Lead Story

has had economic impacts not only in the United Kingdom but also in other EU member states, even in mighty Germany and France. This climate of uncertainty has, most importantly, caused large international companies to postpone their investment decisions, and this has had a ripple effect for smaller companies at the level of their supply chain, with civil construction and retail being the most heavily affected. Not even the real estate industry has managed to escape unscathed. A not insignificant number of analysts have viewed this scenario as potentially risking a crash. According to the UK’s Office for National Statistics, average house prices increased by 1.3% in August 2019 but remained below the increases observed during the same period in 2018. The same source states that, over the last three years, there has been a general deceleration in the growth of house prices in the UK, influenced primarily by a deceleration in Southern and Eastern England. This office also states that the least annual growth was observed in London, where prices fell 1.4% in August 2019, followed by the Southeast, where prices fell 0.6%. Despite this slump, these two areas continue

to be the most expensive places to buy a property, with averages hovering around £473,000 GBP (€547,596 EUR) and £326,000 GBP (€377,413 EUR), respectively. This does not mean that houses have stopped being purchased or sold but that there have indeed been a larger number of “bargains” in comparison to actual values in those areas. More recent data indicate that a turnaround may be coming. Company LonRes stated that real estate-related transactions in the centre of London went up 14% year-overyear in Q3 2019. This can be explained by the fact that we are approaching the “end” of Brexit.

More business opportunities

And in Portugal? How will Brexit affect us? We are a country of mild manners, but we have learned to prepare ourselves… What’s more, we have learned to take hold of opportunities that others might let escape. In fact, according to the Business Confederation of Portugal (CIP), the study “Brexit: Consequences for the Portuguese economy and Portuguese companies” warns that, in the medium-long term, there may be “potential reductions in national exports between 15% and 26%, depending on the

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type of commercial relationship that will be established.” But it also reveals that “Brexit could generate new business opportunities for our companies.” This idea is one shared by Garvetur/Enolagest CEO Reinaldo Teixeira: “Given the pragmatism that is characteristic of that industry, real estate sees this process as a window of opportunity, albeit with less positive consequences at the outset. It could very well stimulate new business areas.” In the end, Teixeira says, “The success of Portugal’s businesses depends on their ability to adapt and be resilient.” Despite this, he explains that the devaluation of the pound and the possibility of an economic crash in the UK, which could rob the British of their purchasing power, are “questions we will have to counteract with a promotion strategy that highlights the advantages of investing in Portugal.” This is why Teixeira argues that “we will have to wait for the situation to stabilise and avoid both speculation and alarmist opinions, which contribute nothing to the search for strategies that will help us respond to future changes.”

Atlantic anchors

Paulo Rangel, an MEP and Vice President


14 Grande Tema Foto Photo: Clifford Yeo /Unsplash

Foto Photo: Clifford Yeo /Unsplash

Lead Story

of the PPE Group, stated recently that “the UK’s exit means that the Atlantic countries, including Portugal, will be left without a voice.” He also argued for the strengthening of an Iberian union, since, as he says, “Portugal is an island surrounded by the sea and Spain on all sides.” Because of precisely this, he explained to Magazine Imobiliário that “Portugal cannot afford to ignore the external environment given the enormous changes to the European and global geopolitical landscape.” With regard to Europe, “it is important to take note of the serious crises affecting the countries closes to us: the UK and Spain.” With Brexit, Rangel believes Portugal “will lose a great ally in defending Europe’s outward-

looking Atlantic vision, not to mention that this could prompt Scotland or even Northern Ireland to begin secession proceedings, which could have unforeseen consequences.” In the case of Spain, “the Catalan crisis lives on with enormous politico-institutional repercussions.” And, “outside of Europe, the increasingly isolationist tendency of the U.S., our Atlantic ally, has had direct effects on international security and trade.” This is why he argues that “it is essential internalise that the world’s greatest challenges – climate change, waves of migration, the military emergency in the Middle East, the rise of China, population growth – must be dealt with in the context of the crises of the three anchors of our foreign policy (the U.S., the U.K., and Spain).”

Com o Brexit, Portugal perderá um grande aliado na defesa da visão atlântica e extrovertida da Europa. With Brexit, Portugal will lose a great ally in defending Europe’s outward-looking Atlantic vision.


Parques Empresariais

Lisboa

Na margem esquerda do rio Tejo, 3 territórios com 900 Hectares conjugam dois Parques Empresariais e o melhor projeto imobiliário na Área Metropolitana de Lisboa – Cidade da Água On the left bank of the Tagus River, 3 territories with 900 Hectares combine two Business Parks and the best Lisbon’s real estate project.


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2019

O contra-relรณgio Against the clock


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Se há competição que a “revolução dos cravos” não conseguiu conquistar foi uma verdadeira habitação para todos. António Costa, agora reeleito PrimeiroMinistro, fez desta realidade a sua causa e garante que quando se comemorem os 50 anos de Abril de 74 esta meta será cortada. If there is one struggle that the “carnation revolution” failed to conquer, it was ensuring a real home for all. António Costa, now re-elected Prime Minister, has made this his cause and has guaranteed that, when the 50ᵗʰ anniversary of April 1974 is celebrated, this goal will have been achieved.

Texto Text: Carla Celestino

Para esta corrida contra o tempo, o Governo já vestiu a camisola da habitação acessível e lançou várias etapas entre as quais reabilitar imóveis devolutos do Estado para arrendamento acessível, das quais faz parte o Hospital Miguel Bombarda devoluto há mais de 10 anos. Mas é a habitação para a classe média que tem suscitado maior interesse por parte de quem está a assistir a toda esta maratona. Há programas públicos e parcerias público-privadas para esse fim mas o verdadeiro boom deste mercado só vai surgir porque começa a escassear oferta premium e porque o mercado português está a estabilizar, com isso, claro, os investidores estão a olhar para novas apostas. O sprint da reabilitação e construção nova fez derrapar os despejos e o aumento das barracas. Uma forma de desacelerar este processo foi criar o Direito Real de Habitação Duradoura. Estão agora os inquilinos mais protegidos? Sim, mas pagam bem caro pela possibilidade de poderem ter o mesmo capacete durante 30 anos. Damos a versão mais reduzida: os inquilinos têm de pagar uma caução de 10% a 20% sobre o valor do imóvel, assim como pagar o IMI, as taxas autárquicas, a quota do condomínio e as obras de conservação, melhorias ou requalificação da habitação que eram da responsabilidade do proprietário. Após estas palavras aposto que o leitor já está a pensar que mais vale pagar uma casa ao banco e daqui a 30 anos ter o direito vitalício sobre a mesma. Ora, há bem pouco tempo, o ministro das In-

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fraestruturas e da Habitação, renovado no cargo nas últimas eleições legislativas, Pedro Nuno Santos, a este propósito, afirmou que, no caso da habitação, a relação entre os cidadãos e a banca foi de “prisão” e com “pesados empréstimos a carregar às costas de cada família”. O que é uma verdade incontornável. Acontece que todos os malabarismos que têm sido criados até à data para promover o arrendamento não têm tido o sucesso desejado tudo porque, ao nível que as taxas de juros e os spreads se encontram actualmente, mais vale pagar ao banco a “renda” e o IMI, anual ou faseado, e ser proprietário de um imóvel, do que pagar rendas a valores muito especulados a terceiros. Diz-se que ser proprietário em Portugal é uma questão cultural mas na realidade é puramente económica. Aliás, segundo o estudo da Century 21, a geração Millennials, que deveria ter maior mobilidade e não se enraizar numa casa, continua adepta do crédito à habitação. Ainda assim, para estes, em 2019, houve a boa-nova do alargamento do programa de arrendamento Porta 65 até aos 35 anos, sempre dá para sentir o pulsar do arrendamento temporário. E para os estudantes do ensino superior acenaram-se bandeiras com a promessa de 260 edifícios para residências universitárias no âmbito do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado. Na lista dos grandes vencedores de 2019 está a criação do Regime Jurídico regulador das SIGIs - Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária. Basta mencionar um pequeno detalhe para facilmente se perceber o porquê de tanta agita-


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Temperatura Temperature

ção em torno deste novo campeão: possibilita a tributação dos rendimentos do investidor à saída, quando se dá a sua distribuição, o que, seguramente, vai captar a atenção dos investidores estrangeiros. Ainda mais quando se sabe que em relação aos concorrentes espanhóis - as SOCIMI -, o governo encontra-se a discutir a supressão dos benefícios fiscais. Os privados, nomeadamente o investimento estrangeiro e os promotores imobiliários, continuam com intensa actividade. 2019 foi profícuo no lançamento de novos empreendimentos, sobretudo habitação e hotelaria mas na calha há mais, e estende-se a outros mercados como sejam os escritórios e retalho. Denota-se, até, que os investidores institucionais estão de olho nos novos produtos em crescimento em Portugal, nomeadamente no coworking, coliving, residências de estudantes e residências sénior, ainda que dominem as localizações de Lisboa e no Porto. Até 2020 o imobiliário deverá continuar a ir aos treinos em alta uma vez que ainda existem muitos produtos e muita procura para estimular o nosso mercado, cada vez mais competitivo. In this race against time, the Government has made accessible housing a priority and has published several steps it intends to take to help remedy the current dilemma, including renovating vacant buildings the State owns – such as the Miguel Bombarda Hospital which has sat vacant for over 10 years – with the intention of filling them with affordable housing. But housing for the middle class has attracted the most interest from those watching the entire marathon. There are public programmes and public-private partnerships for that purpose, but this market’s real boom will only come about because premium supply is starting to become scarce and because the Portuguese market is stabilising. So, of course, investors are looking for where else they can focus their efforts. The renovation and new construction sprint caused evictions and tent numbers to skyrocket. One way to slow down this process was to create the Real Right to Lasting Housing. Are tenants better protected now? Yes, but they pay dearly to be able to live under the same roof for 30 years. Let’s look at an example: tenants have to pay a deposit of 10% to 20% on the value of the property, as well as the property tax (IMI), municipal fees, and condominium dues. They also have to pay for conservation or requalification work and improvements to the house that used to be the owner’s responsibility. After reading these words, I bet you’re already thinking that it’d just be better to pay the bank

for a house and, 30 years from now, have lifetime rights over it. Well, recently, Pedro Nuno Santos, who is still Minister of Infrastructure and Housing today, spoke about this and stated that, in the case of housing, the relationship between citizens and the bank was like a “prison” and required “each family to carry heavy loans on the backs.” Which is an unavoidable truth. It turns out that all the strategies that have been developed to promote renting have not had the desired success all because, with the levels that interest rates and spreads are at now, it’s better to just pay “rent” to the bank and the IMI (annual or phased) and own a property than pay rent at highly speculative rates to third parties. Owning a property in Portugal is said to be a cultural issue, but, in reality, it is purely economic. In fact, a study conducted by Century 21 found that Millennials, who should have greater mobility and should prefer to not be weighed down by a house, are still fans of mortgage loans. Still, there was good news for them in 2019 that the Porta 65 lease programme would be extended to the age of 35. And university students received the promise of 260 university residence buildings to be built within the scope of the National Building Rehabilitation Fund. On the list of the big winners of 2019 is the creation of the Legal Regime regulating Real Estate Management and Investment Companies (SIGIs). A small detail is all it takes to easily understand why there is so much excitement surrounding this new framework: it makes it possible to tax investor income when it is distributed, which is sure to catch the attention of foreign investors. This is especially true when it is known that, for SOCIMI (SIGIs’ Spanish competitors), their government is discussing abolishing their tax benefits. The private sector, namely foreign investment and real estate developers, continue to be intensely active. 2019 was successful in terms of launching new projects, especially in the housing and hotel segments. But there are more in the pipeline, and this heightened activity extends to other market segments such as offices and retail. We should also note that institutional investors are looking at new products that are growing in popularity in Portugal, namely coworking, co-living, student residences, and senior residences, even though the cities of Lisbon and Porto dominate. Into 2020, the real estate industry should continue to grow quickly; there are still lots of products and lots of demand to stimulate our increasingly competitive market.

Os números da saudade The good old times

Os dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística revelam que, no primeiro semestre de 2019, foram transaccionados em Portugal 86,4 mil fogos que corresponderam ao valor de 12,2 mil milhões de euros. Tal conduziu a crescimentos homólogos de 0,1% em número e de 5% em valor comparativamente ao período homólogo de 2018. Estes continuados aumentos, no número e no valor das transacções de fogos habitacionais em Portugal, fez perceber que as vendas recuperaram para os níveis anteriores à crise financeira internacional de 2008. Para os que tinham saudades dos “bons velhos tempos”, eles estão de volta! The National Institute of Statistics recently published data that suggest that, during the first half of 2019, 86,400 homes were traded in Portugal for a total value of €12.2 billion EUR. These figures mean that, year-over-year, there was a 0.1% increase in terms of the number of units sold and a 5% increase in the amount paid. This continued growth in the number and value of housing transactions in Portugal has made it clear that sales have recovered to levels only seen before the 2008 financial crisis. For those who were missing the “good old times,” they’re back!


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Opinião Opinion

Aniceto Viegas

O desafio da habitação para a classe média The challenge of housing for the middle class

Aniceto Viegas Director-geral da Avenue General Manager, Avenue

Disponibilizar oferta para a classe média é um dos temas mais badalados dos últimos tempos e merece toda a nossa atenção. Trata-se de responder a uma necessidade essencial que deve ser tratada com a mesma importância que tem a saúde e a educação. É uma responsabilidade transversal de todos os que actuam no mercado imobiliário, desde o Estado e os municípios, até aos privados. Desde os anos 90, que o erário público não precisou de priorizar esta preocupação de criar oferta para a classe média, dado que os privados foram dando resposta a esta necessidade. Por outro lado, a escassa oferta de fogos para arrendar, foi ainda suprida pela banca, que ofereceu um grande leque de soluções de financiamento para os particulares, permitindo assim que a classe média adquirisse a sua casa, em alternativa ao arrendamento. Acresce, também, que culturalmente a preferência dos portugueses foi sempre de comprar em vez de arrendar. O desafio será agora o de criar um equilíbrio: o mercado deve ter oferta privada, mas também deve beneficiar de oferta assegurada pelas entidades públicas. Cidades como Lisboa e o Porto já estão preocupadas em responder a esta necessidade - salientando que o Porto desenvolveu, nos últimos anos, um vasto parque de habitação com mais de 12.000 fogos. O erário público tem, sem dúvida, uma enorme vantagem competitiva nesta oferta, podendo reconverter ou utilizar o seu próprio património e ficando isento do pagamento de várias taxas (taxas de licenciamento, IMT, IMI, etc.). Os privados deverão começar a ter uma

oferta mais relevante a curto e médio prazo. Existe, no entanto, um grande desafio: o de conseguir oferecer um produto adequado ao poder de compra da classe média, tendo em conta os custos actuais que pesam neste tipo de investimento. Se tentarmos apurar a carga fiscal associada à construção nova e somarmos: o IMT, o imposto selo, as diversas taxas de licenciamento (taxas de compensação urbanística, TRIUS e as taxas diversas associadas ao licenciamento), o IVA não dedutível à taxa de 23% e o IRC, rapidamente atingimos ou ultrapassamos os 30% do investimento total. Por outro lado, a morosidade cada vez maior dos processos de licenciamento, cria um sobrecusto financeiro associado à mobilização do capital investido. Se queremos efectivamente fomentar uma oferta de habitação mais acessível para a classe média, teremos de fazer uma reflexão sobre a carga fiscal e sobre os custos de contexto, como foi feito para a reabilitação urbana, e criar uma matriz fiscal que torne o investimento equilibrado para os promotores que se lancem neste novo desafio que o mercado apresenta. Making housing available for the middle class has been one of the most hotly debated topics in recent times, and it deserves every bit of our attention. This is a question of satisfying an essential need for thousands of people, and it must be treated with the same importance as healthcare and education. It is a transversal responsibility for all anyone who operates in the real estate market, from the State and municipalities to the private sector.


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Se queremos efectivamente fomentar uma oferta de habitação mais acessível para a classe média, teremos de fazer uma reflexão sobre a carga fiscal e sobre os custos de contexto. If we are to effectively grow our supply of affordable housing for the middle class, we will need to reflect on the tax burden and the context costs.”

Ever since the 1990s, the public treasury did not need to prioritise this concern of creating supply for the middle class, as the private sector was responding to this need. On the other hand, the scarce number of home to be let was also made up for by the banking world, which offered a wide range of financing solutions for individuals, thus allowing the middle class to buy their house instead of renting it. One should also note that, culturally, the Portuguese have always preferred to buy as opposed to rent. The challenge will now be to strike a balance: the market has to have supply made available by private entities, but it should also benefit from supply provided by public entities. Cities like Lisbon and Porto are already concerned with satisfying this need. In response to this, Porto has developed a vast housing area with more than 12,000 homes in recent years. The public purse undoubtedly has an enormous competitive advantage here, given that it is able to convert or utilise its own assets and is exempt from paying any number of taxes and fees (e.g., licence/permit fees, Real Estate Transfer Tax [IMT], Municipal Property Tax [IMI], etc.).

The private sector ought to begin working on providing supply that is more relevant in the short- and medium-term. However, a difficult challenge remains: that of being able to offer a product that is suitable for middle-class purchasing power while keeping in mind the current costs of this type of investment. If we try to calculate the tax burden associated with new construction projects and add up the IMT, the stamp tax, the various licence/ permit fees (city compensation fees, TRIUS, and other related fees), the non-deductible 23% VAT, and the Corporate Capital Gains Tax (IRC), we quickly reach or exceed 30% of the total investment. Another exacerbating factor is the increasing amount of time it takes to process licences and permits, which creates greater financial costs associated with the mobilisation of invested capital. If we are to effectively grow our supply of affordable housing for the middle class, we will need to reflect on the tax burden and the context costs – as was done for urban regeneration – and create a tax structure that makes investing in such a balanced prospect for developers who want to dive into this new challenge the market presents.


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ADN ERA ERA´s DNA

Fazedores de sonhos Making dreams come true


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Mário Feliciano é gerente das Agências ERA Expo/ Olivais, ERA Expo/Portela e ERA Chiado/Lapa e prepara-se para abrir a ERA Marvila/Beato. Os prémios conquistados e o volume de facturação alcançado fazem da sua equipa um exemplo para a nova geração quer seja para trabalhar, quer seja para comprar casa ou para realizar sonhos. Mário Feliciano manages ERA Expo/Olivais, ERA Expo/Portela, and ERA Chiado/Lapa and is getting ready to open yet another branch: ERA Marvila/Beato. The awards his team has received and the business volume they’ve achieved make them a perfect example for future generations to follow, helping all make their dreams a reality.

A ERA Portugal lançou recentemente mais uma das suas inovadoras campanhas, desta feita com o mote: “Como se vê na sua nova casa?” O objectivo é mostrar que a “minha casa” é única e que esta é a rede imobiliária certa para a encontrar. Dentro do universo ERA há uma equipa que é uma verdadeira “máquina a vender casas” - ERA Expo/Olivais, ERA Expo/Portela e ERA Chiado/Lapa - tendo conquistado diversos prémios por se evidenciar na arte de vender casas. Com efeito, graças aos resultados do 1º semestre de 2019 ocuparam novamente as três primeiras posições do pódio no ranking da ERA Portugal, durante a atribuição de prémios na “ERA Rentrée” que decorreu no mês de Setembro, no CNEMA, em Santarém. E os números alcançados neste período assim atestam a afirmação destas agências: mais de 650 angariações, mais de 500 transacções e mais de três milhões de euros facturados. Questionámos Mário Feliciano, gerente das três lojas, sobre o que está na origem deste sucesso. “Estes resultados e o nosso crescimento neste período não seriam possíveis sem uma sólida base de trabalho, assente em dois factores essenciais: o primeiro é o sistema de trabalho da ERA, que nos mantem focados, bem preparados, apoiados permanentemente e nos ajuda a ir mais longe, todos os dias; e o segundo é o nosso ADN partilhado de excelência e serviço ao cliente, a vontade de genuinamente querer fazer sempre mais e melhor”. Para ilustrar este ponto, refere que, desde o

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ano passado, “implementámos um sistema de avaliação da satisfação do cliente, para medir em cada processo a satisfação dos nossos clientes sobre todos os intervenientes no mesmo e recolher o seu feedback. A taxa de satisfação tem andado sempre acima dos 4.5 (numa escala de 0 a 5), estando actualmente nos 4.7 desde o início de 2019. Temos áreas com média de 4.9 na avaliação deste ano”. Mário Feliciano faz ainda a ressalva para os grandes projectos em que se envolvem que também alavancam estes bons resultados. “Destaco como excelente exemplo da nossa dinâmica, a comercialização, bastante recente, de um empreendimento novo na zona dos Olivais - o ValRio -, com excelente arquitectura e localização. O pré-lançamento foi no final de Setembro e em menos de uma semana mais de 80% das fracções, das 100 iniciais, estavam reservadas”. Actualmente a organização destas lojas conta com cerca de 100 pessoas, “todas formadas e preparadas no sistema de trabalho ERA e partilhando um ADN comum de excelência e serviço ao cliente”, mas é expectável que ultrapassem a barreira das 125 pessoas com a abertura da quarta agência - ERA Marvila/Beato.

Os pilares do sucesso

“A nossa equipa é uma máquina a vender casas e a ajudar os nossos clientes a realizar os seus sonhos” salienta Mário Feliciano. Mas não só são os sonhos de comprar casa


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que realizam, ajudam também a dar asas aos jovens que acabam de entrar no mercado. Mas será que todos conseguem? Como saber se esta vocação lhes está no sangue? Para Mário Feliciano “nada acontece por acaso ou por sorte” e explica, na primeira pessoa, que “desde cedo que as vendas foram “a minha praia”. Sempre senti que tinha “jeito” para esta área e, felizmente, os resultados foram reforçando esta convicção, primeiro na área de serviços, depois no imobiliário”. Na verdade, como diz, o que sempre o moveu foi “a vontade de bem-servir e de satisfazer as pessoas, ajudando-as a realizar os seus sonhos. Até hoje, felizmente, tenho conseguido cumprir este propósito e tenho mantido uma longa e profícua relação com muitos clientes, muitos desde a fase inicial da minha carreira”. Todo este ADN pessoal fundiu-se na perfeição com o ADN da ERA Portugal, sendo hoje um legado não só de Mário Feliciano mas de toda

a sua equipa: “Não nos satisfazemos e não nos acomodamos com o que conquistámos, até porque a equipa não deixa, eles também querem continuar a crescer e a fazer mais e melhor”. E acrescenta que o seu êxito “resulta de um grande foco, ambição e preparação constantes, em permanente renovação, querendo sempre mais e melhor”. É precisamente esta a grande lição que os jovens devem interiorizar se querem vencer no imobiliário.

Desafios no horizonte

Na mediação imobiliária impera, actualmente, a abertura de novas agências, o aumento de colaboradores que vão dos “18 aos 80” e um elevado volume de transacções e facturação. Mas será este um cenário para durar? Mário Feliciano considera que este é um cenário “normal”. “Já vivemos esta situação anteriormente nos nossos quase 20 anos no merca-

Da esquerda para a direita, em pé: Cláudio Almeida, Francisco Oliveira, Maria Ramos, Valdemir Lopes e Ruben Afonso; sentados: Nuno Martins, Miguel Cruz, Cristina Cruz, Mário Feliciano, Marta Feliciano, Ana Lopes


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do desde a abertura da nossa primeira agência. Não é o contexto ideal na medida em que se cria muito “ruído” no mercado, com as expectativas demasiado elevadas que são geradas, alguma especulação e as consequentes dificuldades de desenvolver uma actividade de mediação balizada por valores realistas, especialmente ao nível da angariação. Mas gera muita dinâmica, sem dúvida”. Na sua opinião, o desafio será quando o mercado ajustar, o que é inevitável e alguns dizem começar a estar no horizonte. “Nesse momento é que é necessário ter uma base sólida para continuar a ter resultados e a responder a um mercado mais desafiante”. E remata dizendo que “já o experimentámos no passado, o que nos cria a convicção de que estaremos também preparados quando esse momento chegar, sustentados por uma sólida base de trabalho e por uma equipa excepcional”. ERA Portugal recently launched another one of its innovative campaigns, and the slogan this time is “How do you see yourself in your new home?” The goal of this campaign is to convey the idea that “my house” is going to be unique and that ERA is the right real estate network to help me find it. At ERA, there is a team that is a true “houseselling machine:” ERA Expo/Olivais, ERA Expo/ Portela, and ERA Chiado/Lapa. They’ve won a number of different awards thanks to their deftness in the art of selling houses. Indeed, their performance during Q1 2019 earned them – yet again – the top three spots in ERA Portugal’s ranking when awards were handed out at “ERA Rentrée,” which was held in September at CNEMA in Santarém. These branches’ most recent numbers also attest to their formidable position: more than 650 new listings, more than 500 transactions, and more than €3 million EUR invoiced. We interviewed Mário Feliciano, general manager for these three branches, and asked him where such success has come from. “These results and our growth in this period would not have been possible without a solid work base based on two key factors,” he explains. “The first is ERA´s working system, which keeps us focused, well prepared, permanently supported and also helps us go further each and every day. The second factor is our shared commitment to excellence and customer service; this is in our DNA, and we genuinely want to always do more and be the best.” To illustrate this point, Feliciano mentions the system they began using last year to “measure

client satisfaction at every step of the process and gather feedback. Satisfaction levels have always remained above 4.5 (on a scale of 0 to 5) and, from the beginning of 2019 to now, have stood at 4.7. We have areas averaging 4.9 in this year’s assessment.” Feliciano also points to the large projects his team is involved in that have helped support these fantastic results: “As an excellent example of our energy, I’d like to highlight ValRio, a new development with excellent architecture and location that went on the market rather recently in Olivais. The pre-launch took place at the end of September, and, in less than a week, more than 80% of the development’s initial 100 units were reserved.” The ERA branches that Feliciano manages currently employ around 100 people, “all of whom have been trained on ERA’s working system and share a commitment to excellence and customer service,” but it is expected for this number to grow to 125 once the fourth branch – ERA Marvila/Beato – opens.

The pillars of success

“Our team is a house-selling machine and is dedicated to helping make our customers’ dreams a reality,” says Feliciano. But they work on more than just house buying dreams. They also help give wings to those who are just entering the industry. But will all of them be successful? How can they know whether or not this vocation is in their blood? For Feliciano, “nothing happens by chance

Na ERA Expo/Olivais, ERA Expo/Portela e ERA Chiado/Lapa os números alcançados neste período atestam a afirmação destas agências: mais de 650 angariações, mais de 500 transacções e mais de três milhões de euros facturados. ERA Expo/Olivais, ERA Expo/Portela, and ERA Chiado/Lapa most recent numbers attest to their formidable position: more than 650 new listings, more than 500 transactions, and more than €3 million EUR invoiced.

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or due to luck.” He explains, in the first person, that, “from early on, sales have been “my thing.” I’ve always felt that I’ve been talented in this area, and, fortunately, the performance I’ve achieved – first in the area of services and then later in real estate – have reinforced this belief.” At his very core, Feliciano says what has always motivated him has been “the desire to serve people well and satisfy their needs, helping them make their dreams come true. Still to this day, I have – luckily – been able to live up to this standard and have maintained long, profitable relationships with lots of customers, many of whom I have known since the beginning of my career.” Feliciano’s personal background has meshed perfectly with ERA Portugal’s DNA, and his branches’ work is not only his legacy but that of his entire team: “We are still hungry for more and will not settle with what we’ve achieved so far – most importantly because the team will not allow that. They too want to continue to grow, do more, and be at our best.” Feliciano adds that his success can be attributed to “a great deal of ambition, focus, constant preparation and renewal, and a desire to always do more and improve.” This is precisely the lesson that those entering the industry must internalise if they want to succeed in real estate.

Challenges on the horizon

In real estate brokerage today, new agencies are opening left and right, realtors range in age from “18 to 80,” and transactions abound. But will this last? Feliciano believes today’s situation to be “normal.” “We’ve experienced this before in our nearly 20 years in the market since the opening of our first branch. It’s not the ideal context insofar as a lot of “noise” is created in the market with excessively high expectations, some speculation, and the consequent difficulties of conducting brokerage activities based on realistic values, especially in terms of new listings. But it generates a lot of dynamics, without a doubt,” he explains. In his opinion, the challenge will be when the market adjusts, which is inevitable; some even say such an adjustment is on the horizon. Feliciano says, “At that moment, it will be indispensable to have a solid base in order to continue posting results and continue responding to a more challenging market.” He concludes by saying that “we’ve experienced this in the past, so we stand strong in our conviction that we will be prepared when the big changes come, underpinned by a solid work base and an exceptional team.”

A organização destas lojas conta com cerca de 100 pessoas mas é expectável que ultrapassem a barreira das 125 pessoas com a abertura da quarta agência - ERA Marvila/ Beato. The ERA branches that Feliciano manages currently employ around 100 people, but it is expected for this number to grow to 125 once the fourth branch – ERA Marvila/Beato – opens.


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O risco de acreditar em si prรณprio! The risk of believing in oneself


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Alejandro Martins é um corredor de fundo, ou melhor, um adepto do risco, como os automóveis todo-oterreno que conduz em provas desportivas sendo o actual campeão Ibérico em título. Está habituado a pular e a cair, consoante o piso, mas sempre de olhos bem fixos para alcançar a meta! Alejandro Martins is a long-distance runner and a fan of taking risks, such as with those all-terrain vehicles he drives during sporting events and has even won the title of current Iberian champion with. Martins is used to jumping and falling, depending on the setting, but he always has his eyes fixed on achieving his goal!

Como foi possível lançar uma empresa imobiliária portuguesa em plena crise e fazê-la crescer até se tornar numa referência no sector? O lançamento de uma nova empresa nunca é fácil, particularmente numa altura de crise económica como a que se viveu em Portugal, onde o sector imobiliário foi um dos mais atingidos. Mas, simultaneamente, em épocas de crise surgem oportunidades preciosas que, se conseguirmos gerir de forma adequada, podem impulsionar qualquer empresa. Claro que a experiência adquirida ao longo da vida empresarial e pessoal é uma enorme mais-valia. Permite antever e evitar problemas, avaliar projectos com maior segurança e dá-nos uma série de ferramentas para eficazmente ultrapassar os obstáculos, que são bastantes. Quando apostamos na inovação, na qualidade, no envolvimento directo e interventivo em todos projectos, conseguimos que os nossos produtos acrescentem algo mais, e que reflictam assim a nossa forma de estar no mercado: “Além do Óbvio”.

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O sucesso do empreendimento Ópera LX, na Avenida da Liberdade, foi determinante para que outros lhe sucedessem. Apostar em zonas prime e no imobiliário de luxo é sinónimo de receita garantida? O Ópera LX foi sem dúvida um projecto que nos deu muito prazer a conceber, numa das melhores zonas de Lisboa e um sucesso de vendas. Orgulho-me de este ter sido o primeiro projecto de recuperação imobiliária para habitação na Avenida da Liberdade. Lembro-me bem que me diziam que era um enorme risco fazer habitação na Avenida, e logo em 2013 em que estávamos em plena crise imobiliária. As receitas não são garantidas em nenhum projecto. Claro que o risco é minimizado quando temos uma óptima localização, com boas acessibilidades e serviços, e quando temos um produto para o qual existe procura … e neste momento existe procura por imobiliário de luxo em Portugal. É necessário ter visão e arriscar em projectos e zonas diferentes.


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O The Boulevard está praticamente concluído e o Promenade Apartments & Penthouses deverá estar pronto em 2020. Como decorreu a procura e comercialização de ambos os empreendimentos? Ambos os empreendimentos estão a correr muito bem, quer a nível da procura, quer da comercialização. O The Boulevard, na Praça dos Restauradores, está 90% vendido e ficou concluído no final de Outubro. É um projecto que teve sempre muita procura, principalmente por parte de investidores imobiliários, numa das melhores zonas de Lisboa. O Promenade Apartments & Penthouses é um projecto residencial de luxo, localizado na Avenida 24 de Julho, entre Santos e o Cais do Sodré. A sua construção iniciou em Maio deste ano e cerca de metade do empreendimento está já comercializada. As características especiais deste projecto tem suscitado muito interesse e procura no mercado, nomeadamente as penthouses com vista para o Rio Tejo e box’s para estacionamento com acessos privativos às habitações. Têm em perspectiva lançar novos projectos imobiliários ou apostar em novas geografias nos próximos ano? A procura constante por projectos diferentes, “fora da caixa”, obriga-nos também a pensar em novas geografias. Diversificar as zonas geográficas em que investimos, é uma forma de minimizar o risco dos projectos. É também uma forma de alcançar outro tipo de cliente que, não pretendendo investir em Lisboa, procura um produto de luxo. O fazer sempre o mesmo preocupa-me, e começo a ver quase um despique de quem investe mais e vende mais caro. Não me sinto confortável com este modo de fazer negócios, e temos já concretizados negócios fora do mercado de Lisboa e com outro conceito, target e risco repartido. Isto é, para mercado de luxo, mercado residencial nacional incluindo jovens, investidores, empresas, turistas, enfim uma vasta área de potenciais compradores. Dado a sua longa experiência, quais as tendências que poderemos vir a assistir no mercado imobiliário nacional, nomeadamente em Lisboa? O mercado imobiliário português acabará por seguir as tendências, a nível de projecto, que se verificam já noutros países. A procura

por projectos ambientalmente sustentáveis, espaços funcionais, dotados de tecnologia que permita o controlo do espaço através de um smartphone, e com materiais de qualidade, será a tendência futura. Cada vez mais os projectos serão flexíveis. Os projectos de saúde e bem-estar, a autossustentabilidade, o lazer, a funcionalidade e a qualidade de uma maneira geral, serão sempre o futuro. Existe um enorme desafio em Lisboa: desenvolver e modernizar a cidade sem que se perca a identidade e o charme que a caracteriza, e que tem sido um dos aspectos mais atractivos para muitos estrangeiros que escolhem a cidade para viver e investir. A nível nacional, e tirando partido das características excepcionais de Portugal, o investimento no mercado das residências assisti-

das irá seguramente ser uma tendência nos próximos anos. How did you manage to start a real estate company in Portugal at the height of the financial crisis and even have it grow to become a top business in the industry? Starting a new company is never easy, particularly during a period of economic crisis (such as the one Portugal experienced) when real estate was one of the most heavily affected industries. But, at the same time, precious opportunities arise during periods of crisis that, if managed correctly, can drive any business. Of course, experience acquired through one’s personal and business life is a huge asset. It allows you to foresee and avoid problems and evaluate projects with more


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especially for the penthouses which have phenomenal views of the Tagus River and parking areas with private entrances. Are there new real estate projects on the horizon for the coming years? What about other areas of the country? The constant demand for different, “out-ofthe-box” projects has indeed obliged us to consider starting projects in other areas of the country. Diversifying the regions we invest in is a way to minimise risk. It is also a way to attract new clients who, although not wanting to invest in Lisbon, are in search of a luxury product. Always doing the same thing worries me, and I’ve begun to see what amounts a sort of contest to see who can invest the most and sell at the highest price. I don’t feel comfortable with this way of doing business, and we’ve already struck deals outside the Lisbon market that make use of a new concept and have new targets and shared risks. This is for the luxury market, the domestic housing market, including young people, investors, companies, tourists…ultimately, a vast range of potential buyers. certainty. It gives us a set of tools to successfully overcome obstacles, which there is no shortage of. When we commit to innovation, quality, and direct and interventional involvement in all projects, we add something to our products, which then reflect the way we work to the market: “Beyond the Obvious.” The success of the Ópera LX project on Avenida da Liberdade was decisive in having other projects succeed it. Is investing in prime areas and luxury real estate synonymous with guaranteed revenue? Without a doubt, the Ópera LX project, located in one of Lisbon’s best neighbourhoods, was a pleasure to design and work on and has been a great success sales-wise. I’m proud to say that it was the first renovation project dedicated to housing on Avenida da Liberdade. I remember well being told that it was an enormous risk to bring housing to Avenida, especially in 2013 when the real estate crisis was at its worst. Revenue is never guaranteed during any project. Of course, risk is minimised when we have a wonderful, accessible location

with great services and a product that there is demand for… At the moment, there exists demand for luxury real estate in Portugal. We have to have a vision and take risks on different projects and neighbourhoods. The Boulevard project is practically finished, and the Promenade Apartments & Penthouses should be ready in 2020. How have demand and sales been for both projects? Both projects are going very well with regard to both demand and sales. Located on Restauradores Square, work on The Boulevard wrapped up at the end of October, and 90% of it has been sold. The project is situated in one of Lisbon’s best neighbourhoods, and there was always strong demand for it, especially from real estate investors. The Promenade Apartments & Penthouses is a luxury residential project located on Avenida 24 de Julho between Santos and Cais do Sodré. Construction began in May of this year, and about half of the development has already been sold. The project’s unique characteristics have awoken a great deal of interest and demand in the market,

Given your experience in the industry, what are some trends that we could witness in Portugal’s domestic real estate market, particularly in Lisbon? Portugal’s real estate market will end up following trends at the project level that other countries are already experiencing. Demand for environmentally sustainable projects is high, as are high quality materials and functional spaces equipped with technology that can be controlled by way of a smartphone. Projects will be increasingly flexible. Projects focused on health and well-being, self-sustainability, entertainment and leisure, functionality, and quality in a general sense will always be the way of the future. An enormous challenge exists in Lisbon: developing and modernising the city without losing its identity and unique charm, which has been an important reason why so many foreigners have chosen to live and invest in the city. At the national level, and taking advantage of Portugal’s exceptional characteristics, increased investment in the assisted living market will surely be a trend in the coming years.


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SIL 2019

“Renascer das cinzas” “Rising from the ashes”


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Esta foi a expressão que se ouviu com maior frequência durante os quatro dias em que decorreu o Salão Imobiliário de Portugal (SIL). This was the most commonly uttered phrase during the four-day Real Estate Exhibition of Portugal (SIL). Texto Text: Carla Celestino

É certo que o imobiliário e a construção atravessam um excelente momento, os níveis de optimismo estão mais elevados e o consumo regressou. O SIL foi o espelho desta realidade incontornável. Fossem em stands próprios ou partilhados o visitante, profissional ou não, facilmente sentia a nova dinâmica que se impôs neste certame. As redes de mediação já nos tinham habituado à sua forte presença mas, este ano, parece que assistimos ao milagre da multiplicação, onde não faltaram stands com dimensões ainda maiores das grandes redes nacionais e internacionais, bem como novas presenças a mostrar os seus produtos, serviços e conceitos inovadores. Aqui, não faltaram workshops de formação e motivacionais. A promoção imobiliária foi a que mais surpreendeu nesta edição. Houve quem mostrasse os projectos já existentes no mercado e houve também quem apenas quisesse sentir o pulsar da procura antes de se lançar na comercialização de um empreendimento. Mas houve, e aqui está o grande destaque, o lançamento de novos projectos habitacionais em zonas prime e de luxo ou para a classe média. Ninguém ficou indiferente também às figuras de topo das maiores empresas imobiliárias e de fundos, nacionais e internacionais, que fizeram questão de se apresentar no SIL, inclusivamente durante o fim-de-semana. Aliás, o stand da APPII revelou-se um ponto de networking de excelência e não nos admiraríamos se, dali, surgissem grandes negócios. Palestras, conferências e tertúlias não faltaram em torno das mais actuais temáticas. Nota ainda para os Prémios SIL que este ano desfilaram num espaço mais intimista, num evento que contou com a apresentação da artista Wanda Stuart. Destaque-se o Prémio Personalidade que foi atri-

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buído a uma figura histórica do sector português e europeu que há largos anos tem apoiado investidores e promotores de forma excepcional: Henrique Polignac de Barros, presidente da Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII). Quase que nos sentimos tentados em dizer que o SIL, mais do que “renascer das cinzas”, regressou aos “bons velhos tempos”. Without a shadow of a doubt, real estate and construction are experiencing resounding success. Optimism is running high, and consumption has returned. SIL reflected this unavoidable reality, and, whether participating at a stand or as a visitor (professional or not), once could easily feel the energy this event brought with it. Real estate agencies had already gotten us accustomed to their strong presence, but, this year, we seemed to witness a miracle of multiplication. Of course, major national and international networks had their ever larger stands, but other companies could be found showing off their innovative concepts, services, and products at SIL as well. Training and motivational workshops were in no short supply. Real estate developers were the most surprising part of this year’s SIL. There were those who talked about projects that were already on the market, and there were also those who just wanted to gauge demand before embarking on a project. But the biggest highlight was that new residential projects were launched, in prime areas, for both high-end clients and the middle class. Nor was anybody indifferent to the leaders of the largest real estate and financial companies from both Portugal and abroad who made a point of giving presentations during SIL, even during the weekend. In fact, the APPII’s stand turned out to be a fantastic networking point of excellence, and we would not be surprised if big deals emerged from connections that were made there. Lectures, conferences, and panels could also be found aplenty and dealt with the most pressing current topics. Special note should also be made of the SIL Awards, which, this year, were given out in an intimate space during a smaller awards ceremony which featured artist Wanda Stuart as a guest. SIL’s Personality Award is given to historical figures in the industry who have long provided exceptional support to investors and developers; this year the award went to Henrique Polignac de Barros, President of the Portuguese Association of Real Estate Investors and Developers (APPII). We almost feel tempted to say that SIL, rather than “rising from the ashes,” has returned to the “good old days.”


Opinião 34

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Opinion

Carlotta Cardoso Gigli

Brexit e o impacto no sector financeiro nacional “Brexit” and its impact on Portugal’s financial sector

Carlotta Cardoso Gigli Abc legal Advogada Lawyer

A saída do Reino Unido da União Europeia terá um impacto no sistema financeiro nacional, em particular num cenário de hard Brexit, incluindo nos investimentos realizados por investidores portugueses que sejam clientes de intermediários financeiros sediados no Reino Unido e que tenham exposição a valores mobiliários britânicos. Prevenindo o pior dos cenários, foi publicado no passado dia 30 de Setembro um diploma () que estabelece um conjunto de medidas de contingência a aplicar após a saída do Reino Unido da União Europeia, sem acordo, com o objectivo de agilizar a transição do Brexit para as instituições de crédito, empresas de investimento e entidades gestoras com sede no Reino Unido e que prestem serviços em Portugal, incidindo, nomeadamente na área dos serviços financeiros ( serviços e actividades de investimento, actividades bancárias e actividades seguradoras). As instituições de crédito e as empresas de investimento autorizadas no Reino Unido à prestação de serviços e actividades de investimento, podem continuar a prestar esses serviços aos investidores em território português sem necessitar de possuir um estabelecimento em Portugal desde que antes da data de saída do Reino Unido da União Europeia, a CMVM receba uma notificação para a prestação de serviços e o exercício de actividades em território português por parte da autoridade de supervisão do Reino Unido ou no caso de uma instituição de crédito por meio do Banco de Portugal. Para beneficiarem deste regime transitório,

estas entidades estão igualmente obrigadas a, no prazo de três meses a contar do Brexit, remeter à CMVM as suas intenções futuras: se pretendem proceder à denúncia dos contratos em curso ou solicitar autorização para manter a actividade em Portugal. Relativamente aos investidores não profissionais, as instituições de crédito ou empresas de investimento apenas podem executar as operações necessárias para a denúncia dos contratos que tiverem sido celebrados até à data de apresentação do pedido de autorização previsto para manter a atividade em Portugal. À actividade em território português de instituições de crédito, de empresas de investimento e de entidades gestoras com sede no Reino Unido aplicar-se-á o Código dos Valores Mobiliários e/ou o Regime Jurídico dos Organismos de Investimento Coletivo. Em caso de revogação e caducidade da autorização no Reino Unido, a entidade terá de comunicar de imediato à CMVM cessando de imediato a respectiva actividade em território português, competindo também à CMVM toda a supervisão do cumprimento das obrigações decorrentes destas medidas de contingência. No âmbito da actividade bancária, os contratos relativos a recepção de depósitos ou outros fundos reembolsáveis, operações de crédito, serviços de pagamento e emissão de moeda electrónica sujeitos à supervisão do Banco de Portugal, continuam em vigor mantendo-se os direitos e obrigações de cada uma das partes. As entidades que pretendam beneficiar do regime devem notifi-


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car o Banco de Portugal da sua pretensão, no prazo de três meses após a entrada em vigor do presente diploma. Relativamente à actividade seguradora, os contratos de seguro que cubram riscos situados em território português ou em que Portugal seja Estado-Membro do compromisso, cujo segurador seja uma empresa de seguros sediada no Reino Unido e que tenham sido celebrados ao abrigo de uma autorização para o exercício da actividade seguradora em Portugal antes do Brexit, permanecem em vigor não sendo prorrogáveis. Por seu turno, as autoridades competentes britânicas criaram um regime transitório – Temporary Permission Regime – o qual permite às instituições sediadas em Portugal de continuarem a prestar as actividades de intermediação financeira no Reino Unido desde que à data de saída sem acordo tivessem autorização para actuar no Reino Unido. A vigência deste diploma cessa no dia 31 de Dezembro de 2020, finda a vigência passam a ser aplicáveis as normas previstas para as entidades de países terceiros. O sucesso destas medidas de contingências no sector financeiro reflectir-se-ão no mercado imobiliário português o qual poderá vir a beneficiar com o Brexit por Portugal ser considerado um local estratégico de investimento na Europa. É uma questão de “expect the best prepare for the wrost”. NOTA: Decreto-Lei n.º147/2019, de 30 de Setembro

The United Kingdom’s exit from the European Union will have an impact on Portugal’s financial system, particularly if a ‘hard Brexit’ comes to pass. The effects of such an event would be felt by Portuguese investors who are clients of financial intermediaries headquartered in the UK and have exposure to British securities. In an attempt to prevent the worst of scenarios, a decree was published on 30 September which established a set of contingency measures that are to be applied if the United Kingdom leaves the European Union without a deal. These measures seek to make the Brexit transition smoother for credit institutions, investment firms, and management entities based in the UK but which provide services predominantly in Portugal’s financial services sector (e.g., investment services and activities, banking activities, and insurance activities).

Credit institutions and investment firms that have been authorised in the United Kingdom to provide investment services and activities may continue to provide those services to investors in Portugal without the need to own an establishment in Portugal, provided that the Portuguese Securities Market Commission (CMVM) receives notice from the UK’s supervisory authority before the date on which the UK leaves the EU that such institutions will provide the aforementioned services or otherwise operate within Portugal’s borders (if a credit institution, such notice should be made through the Bank of Portugal). In order to enjoy this transitory regime, these entities must also communicate their future intentions – that is, whether they intend to terminate on-going contracts or will request authorisation to keep doing business in Portugal – to the CMVM no later than three months after Brexit occurs. As for non-professional investors, credit institutions and investment firms may only conduct the operations necessary to terminate contracts that have been concluded by the date on which the application for authorisation to keep doing business in Portugal is submitted. The Portuguese Securities Market Code and/ or the Legal Framework for Collective Investment Entities will be applied to the activities of UK-based credit institutions, investment firms, and management entities within Portugal’s borders. In the event that authorisation is withdrawn and forfeited in the United Kingdom, the entity shall notify the CMVM immediately of such circumstance and immediately cease doing business in Portuguese territory. The CMVM shall also be responsible for supervising compliance with the obligations arising from these contingency measures. For the banking world, contracts regarding the receipt of deposits or other repayable funds, credit operations, and payment and electronic currency issuance services subject to supervision from the Bank of Portugal shall remain in force, as shall each party’s rights and obligations. Institutions that intend to avail themselves of this scheme must inform the Bank of Portugal of their intention to do so no later than three months after this decree’s entry into force. Next up is the insurance industry. Insurance

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contracts (1) that cover risks situated in Portuguese territory or in which Portugal is a Member State of the commitment, (2) whose underwriter is a UK-based insurance company, and (3) which have been signed under an authorization to pursue insurance-related activities in Portugal before Brexit shall remain in force but will not be extendable. For their part, the competent UK authorities have set up a transitional regime called the Temporary Permission Regime which will allow institutions based in Portugal to continue to conduct financial intermediation activities in the United Kingdom, provided that they have authorisation to conduct business in the UK on the date of a hypothetical nodeal Brexit. This decree shall expire on 31 December 2020, after which time the rules established for third country entities will come into force. The success of these contingency measure in the financial sector will be also be felt in Portugal’s real estate market, which could benefit from Brexit, given Portugal’s status as a strategic investment site throughout Europe. It simply is a matter of “hope for the best, prepare for the worst.” NOTE: Decree-Law #147/2019, 30 September

A saída do Reino Unido da União Europeia terá um impacto no sistema financeiro nacional. The United Kingdom’s exit from the European Union will have an impact on Portugal’s financial system.”


Opinião 36

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Opinion

José Araújo

A aliança Luso-Britânica, o Brexit e muito mais The Luso-British alliance, Brexit, and much more

José Araújo Director da Direcção de Crédito Especializado e Imobiliário Millennium bcp Director, Real Estate and Specialised Credit Division Millennium bcp

Historicamente, são remotas as relações entre o nosso País e o Reino Unido (RU) e podemos até dizer que, desde a Aliança Luso-Britânica, celebrada em 1373 entre o então Reino de Portugal e Inglaterra, os pontos de ligação não têm sido parcos. Para além desta ligação histórica, Portugal sempre foi o destino natural dos ingleses, quer para turismo, quer para a compra de uma 2ª residência, em especial no Algarve. E os dados estatísticos têm revelado que esta “preferência” ainda se mantém. Mas será que o Brexit poderá vir a significar uma redução, ou mesmo um corte nesta relação épica? Desejamos que não. O Bre-

xit, na sua tradução literal para o português significa “Saída Britânica”, e é disso mesmo que se trata, da saída do RU de forma voluntária e unilateral do bloco económico, tal como previsto no artigo 50 do Tratado de Lisboa. Se analisarmos esta saída, na vertente do que poderá significar para os investidores internacionais, aqueles que investem no RU, e concretamente no mercado imobiliário britânico, podemos perspectivar algum receio na eventual desvalorização dos imóveis, e a consequente deslocação do interesse e do investimento para outros países. E neste contexto, o mercado imobiliário português é um candidato muito apelativo para a canalização desse investimento internacional. Adicionalmente, a procura de imóveis para 2ª habitação, quer para férias, quer para arrendamento, a que os britânicos nos habituaram, poderá mesmo vir a ser afectada negativamente com a desvalorização da libra, que já iniciou esse trajecto e até com o eventual agravamento de impostos. No entanto, perante estas incertezas e receios que o Brexit cria, uma realidade é certa para os investidores internacionais. Portugal é o país que, pelas razões conhecidas, mantém-se apelativo ao desenvolvimento do turismo e ao desenvolvimento de formas alternativas de fazer o mercado imobiliário, tanto pela remodelação do mercado residencial (student housing, hotels, retirement, assisted living, serviced apartments, social housing, co-living), como pela redefinição do mercado de escritórios (co-working, flexible offices, data centres). O Brexit pode significar uma “saída” dos britânicos da UE, mas também uma “oportunidade” para novos negócios imobiliários e em Portugal. Historically, Portugal and the United Kingdom (UK) have had an interesting relationship, and, ever since the Luso-British Alliance was established in 1373 between the UK and the then-

Kingdom of Portugal, we have had much that has bonded us. Beyond this historic connection, Portugal has always been the Brits’ natural destination, be it for tourism or purchasing a second home (especially in the Algarve). And statistical data has revealed that this “preference” still holds true. But could Brexit spell a reduction or even an end to this epic relationship? We certainly hope not. As everyone should well know, Brexit refers to the UK’s voluntary, unilateral exit from the European economic bloc, as provided for in Article 50 of the Treaty of Lisbon. If we look at what Brexit could mean for international investors who put their money into the UK (and more specifically into the UK’s real estate market), we can sense some fear that real estate could possibly be devalued, and interest and investment could consequently shift to other countries. In this context, the Portuguese real estate market is a very appealing candidate for channelling this international investment. Additionally, demand for second homes – whether they’re used as holiday homes or rented out – could, of course, be negatively affected by the devaluation of the pound sterling (which has already begun) and even by the possible increase in taxes. However, despite these uncertainties and fears that Brexit has created, one reality is certain for international investors. Portugal, for reasons well known, remains an attractive country for development whether that be in its tourism industry or alternative forms of activity in the real estate market, such as transformations to the housing market (e.g., student housing, hotels, retirement homes, assisted living, serviced apartments, social housing, and co-living) and changes in the office market (e.g., co-working, flexible offices, data centres). Brexit may mean the Brits are leaving the EU, but it could also mean new “opportunities” for Portugal’s real estate industry.



Fio-de-Prumo 38 Grande Tema

Lead Story

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Rockbuilding

20 anos depois 20 years later


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Parece que foi ontem mas a Rockbuilding fez vinte anos. Uma vitória pessoal de Almeida Guerra, que agora passa o testemunho aos filhos apoiados numa forte equipa. It seems like just yesterday that Rockbuilding got its start, but everything actually began twenty years ago. The company’s success has been a personal victory for Almeida Guerra who is now passing the baton to his children and a strong team. Durante os anos noventa, liderando grandes profissionais no Grupo Amorim/Suez, iniciei em Portugal a experiência da Gestão Integrada de Projectos Imobiliários. Esse trabalho, alicerçado nas boas práticas do Grupo ISM Suez, levou-me à implementação de importantes projectos: Torres de Lisboa, Nova Campolide, Éden, Sintra Business Park e outros. Em 1999 decidi constituir a minha própria empresa – a Rockbuilding. Eu visionava uma empresa que conseguisse ajudar os promotores imobiliários a optimizar a gestão dos seus projectos, tendo por base esse conceito inovador da “Gestão Integrada de Projectos”, com o objectivo de atingir o melhor resultado possível a nível de custo, prazo e qualidade. Os tempos não eram fáceis, mas o conceito teve muito boa adesão juntos dos promotores que, como nós, sabiam que a profissionalização do sector era o caminho certo a seguir. Nessa fase foi determinante a colaboração de

grandes gestores que comigo colaboraram: o Manuel Viseu, o Luis Roquette, o Nuno Marques, o Francisco Ribeiro e outros, que ajudaram a erguer importantes projectos como o Art’s e o Central Office na Expo, o Liberdade Street Fashion em Braga, as Residências do Estoril e tantos outros. A crise que se instalou em 2008 obrigou-nos a recentrar esforços; ficou célebre em todo o mercado aquele slogan em que eu apelava, em todos os encontros do imobiliário: “Ninguém desiste”. E eu não desisti… Foi assim que granjeámos um elevado reconhecimento do mercado, fruto destes 20 anos de trabalho, difícil, mas sério. Foram 20 anos a ajudar a pensar, a planear e a gerir projectos e construções sempre com muita entrega aos projectos cuja gestão nos foi confiada. Este caminho não poderia ser feito sem a confiança dos nossos clientes, com quem sempre partilhámos as dificuldades dos projectos. Além dos nossos clientes, este trajecto foi também partilhado com arquitectos, engenheiros, empreiteiros, consultores e tantos outros intervenientes com quem estudámos, planeámos e executámos cerca de 6,2 milhões de m2 entre estudos, projectos e obras. Tudo isso aconteceu porque constituímos uma equipa, ao mesmo tempo jovem e experiente, com quem foi possível fazer o caminho que trilhámos; sem a dedicação de todos, não teria havido projectos tão significativos. Quando constitui a Rockbuilding eu tinha 51 anos; hoje já cheguei aos 71 e, como já anunciei na festa de Natal do ano passado, estou a passar o testemunho aos meus filhos José Pedro e João Luís que já me acompanham na Rockbuilding. Como não tenho jeito para “reformado”, vou continuando empenhadamente na empresa deixando para eles e para os restantes colaboradores a gestão executiva. É muito importante para mim saber que a gestão está bem entregue; por mim, enquanto Deus me der saúde, continuarei a ajudar com a minha experiência. A todos, muito obrigado! In the 1990s while leading a group of great professionals in the Amorim/Suez Group, I began the Integrated Real Estate Project Management experience in Portugal. This work, based on the ISM Suez Group’s practices, led me to work on important projects such as Lisbon Towers, New Campolide, Éden, Sintra Business Park, and others. In 1999, I decided to found my own company, Rockbuilding. I envisioned a company that

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would help real estate developers to optimise the management of their projects, based on that innovative “Integrated Project Management” concept. The goal was to obtain the best results possible in terms of costs, timeline, and quality. It wasn’t always smooth sailing, but the concept received a warm welcome from developers who, like us, knew that the professionalization of the industry was the right path to follow. At that time, it was crucial to the help of managers who collaborated with me, such as Manuel Viseu, Luis Roquette, Nuno Marques, Francisco Ribeiro, and others. They made invaluable contributions to important projects like Art’s and Central Office in Lisbon’s Expo neighbourhood, Liberdade Street Fashion in Braga, the Residences in Estoril, and so many others. The crisis that hit in 2008 forced us to refocus our efforts; we became famous throughout the market when I introduced that one slogan at all real estate-related meetings that went, “No one is giving up!” I never did… And that’s how we garnered a so much market recognition, the fruit of these last 20 years of difficult, serious work. Over the course of these last 20 years, we have helped people think, plan, and manage projects and construction sites with an enormous amount of dedication. We would not have been able to gone down this path without the trust of our clients, whom we have always shared project-related difficulties with. In addition to our clients, we’ve also shared this trajectory with our architects, engineers, contractors, consultants, and so many other parties with whom we’ve studied, planned, and executed projects taking up around 6.2 million m² of space. All this has happened because we built a team, at the same time young and experienced, that made it possible to go the way we went. Without everyone’s dedication, we would not have had the chance to work on such significant projects. When I founded Rockbuilding, I was 51. I’m now 71, and, as I announced at last year’s Christmas party, I am passing the baton to my sons José Pedro and João Luís, who already work with me at Rockbuilding. Since I’m not cut out for “retirement,” I will keep working earnestly at the company, allowing them and the remaining employees to take up the reins. For me, it’s of utmost importance to know that the company will be in good hands and managed well. As long as God keeps me healthy, I will continue to help with my experience. A hearty thanks to everyone!


Atelier 40

Fio-de-Prumo

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Atelier

Plano Humano Arquitectos Plano Humano Architects

O céu é o limite The sky’s the limit


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Conhecemos a dupla de Arquitectos Helena Vieira e Pedro Ferreira aquando da sua nomeação para o Prémio Nacional do Imobiliário. A boa disposição e generosidade de partilha ressaltaram logo à vista, assim como a sua jovialidade, visão e determinação. We recently met the dynamic duo of architects Helena Vieira and Pedro Ferreira when they were nominated for the National Real Estate Award. Their good disposition and generosity were immediately apparent, as were their geniality, vision, and determination.

Texto Text: Carla Celestino

O Plano Humano lançou o seu gabinete em 2008 e desde então, como Helena e Pedro gostam de frisar: “O nosso percurso tem sido sempre, felizmente, ascendente”. Mas é preciso salientar que iniciaram a sua actividade em plena pré-crise, além de que se tratava de uma empresa jovem e de pequena escala, pelo que o adjectivo que utilizam de “ascendente” ganhou ainda mais força. Nesta altura o atelier era constituído apenas por estes dois elementos, pelo que “ganhar a confiança dos clientes para mostrar o nosso trabalho era a nossa determinação”. E conseguiram! O primeiro trabalho do atelier foi o Centro de Actividades Escutistas de Ferreira do Zêzere e foi também “um projecto que nos permitiu experimentar logo desde início a construção em madeira”. Progressivamente foram surgindo outros projectos, algumas moradias, como a moradia unifamiliar “Casa Cubo” em Loures, e a reabilitação do edifício Sede Nacional do C.N.E. que “possibilitaram que continuássemos a explorar as nossas ideias e ao mesmo tempo acompanhar as obras muito de perto”. Ambos os arquitectos fazem questão de referir que “pormenorizamos bastante no projecto de execução, mas efectivamente também o acompanhamento que fazemos na obra tem-se revelado de extrema importância para o

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resultado final dos projectos que desenvolvemos, e ambos marcam o nosso percurso e a nossa forma de encarar a arquitectura”. Esta sua forma de pensar, sentir e arquitectar levou-os, desde esses primeiros projectos de 2008/2009, a ter sempre encomenda. No meio do percurso, em 2012, iniciaram a internacionalização, nomeadamente em Angola tendo realizado vários projectos em Luanda, Huambo, Malanje e Cabinda. “Tivemos a oportunidade de fazer projectos em Angola, o que aconteceu num momento em que começava uma crise financeira em Portugal”. Desta forma, mesmo com a crise, o atelier teve sempre um percurso crescente e a internacionalização ajudou-os a crescer a estrutura e a experimentar outras escalas de projecto que seriam na altura impensáveis em Portugal. Actualmente têm em desenvolvimento vários projectos na área da habitação e hotelaria em Angola.

Sempre a subir

Além da funcionalidade e da integração com os objectivos e pressupostos do cliente, o Plano Humano pretende nas suas obras, sobretudo, “a procura por uma grande simplificação e depuração formal, que é ao mesmo tempo caracterizada, pela materialidade que aplicamos, e que trabalhamos para que toque os utilizadores dos espaços”. Trabalham,


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Estes 10 anos de atelier, trazem-nos um knowhow adquirido, que acaba também por se expressar com os bons resultados nos prémios de arquitectura que temos vindo a receber nestes últimos anos. These 10 years as a studio have taught us a lot, and this expertise and knowhow are reflected in the architecture awards we have won in recent years.” pois, espaços simples em consonância com uma materialidade estudada que transmite e desperta sensações. Para tal também muito contribui a “excelente equipa” que possuem e que “entende a nossa forma de projectar e que efectivamente nos ajuda a dar resposta a toda a encomenda e a continuadamente lançar novos projectos”. Um dos clientes por quem têm “imenso carinho e que nos tem acompanhado sempre” é o C.N.E. - Escuteiros Católicos. Esta entidade tem desafiado o atelier para projectos bastante interessantes do ponto de vista do programa, como é o exemplo a Capela de Nossa Senhora de Fátima em Idanha-a-Nova. Esta obra valeu-lhes múltiplos galardões: Prémio Nacional do Imobiliário 2019, Prémio de Arquitectura Contemporânea da União Europeia Mies van der Rohe 2019, Dezeen Awards 2018, WAF - World Architecture Festival Awards 2018, VMZINC® Archizinc Trophy, Architizer A+ Award 2018 e The International Architecture Award 2019. Mais recentemente o projecto do luxuoso edifício de habitação e comércio “Lisbon Wood” foi também distinguido no concurso Architecture MasterPrize 2019. “Estes 10 anos de atelier, trazem-nos um know-how adquirido, que acaba também por se expressar com os bons resultados nos prémios de

arquitectura que temos vindo a receber nestes últimos anos”, afirma a dupla. Mas ambos os arquitectos confessam que receberam com “grande surpresa” o facto de o atelier ter sido considerado um dos “25 Jovens Arquitectos Mundiais a seguir em 2019”. Afirmam que foi algo que receberam com “grande orgulho” mas consideram também que “é uma grande responsabilidade para a qual esperamos estar à altura”. Rematam dizendo que é “um forte incentivo para continuarmos a desafiarmo-nos”. Mas quer parecer-nos que o maior desafio das suas vidas só agora se iniciou com o nascimento do seu filho. Por certo vai abrir-lhes ainda mais os seus horizontes e, dado a sua dinâmica, nem o céu será o limite deste atelier. Plano Humano was founded in 2008, and, ever since then, “our path has fortunately always led upward,” Helena and Pedro like to say. But it should be noted that they began their work before the crisis hit; it was a young, small-scale company, so the adjective they use “upward” carries extra weight. When they opened, their studio was made up of just these two architects, so they were “determined to gain customers’ trust in order to show off our work.” And they’ve done it! The studio’s first project was the Ferreira do Zêzere Scouting Centre, and it allowed them to “experiment right away in wood-based construction.” Other projects gradually popped up, such as the single-family “Cube House” in Loures and the renovation of National Corps of Scouts (C.N.E.)’s Headquarters, which “made it possible for us to continue to explore our ideas while also following the projects closely.” Both architects make a point of mentioning that “we look at every detail when a project is being executed, and the follow-up we do during the construction phase has proven to be extremely important for the final result of the projects we work on. This is quintessential to the way we work and our way of looking at architecture.” This way of thinking, feeling, and architecting of theirs has led them to always have orders in the pipeline ever since their very first projects in 2008-2009. In 2012, they started to branch out internationally, namely in Angola where they have worked on several projects in Luanda, Huambo, Malanje, and Cabinda. “We had the opportunity to do projects in Angola, which happened at a time when a financial crisis was beginning in Portugal.” Because of this, even with the crisis, the studio has always been able to continue grow-

ing, and working internationally helped them to grow their reach and experiment with other project scales that would have be unthinkable in Portugal at the time. At present, they are working on several housing and hotel projects in Angola.

Ever upward

In addition to functionality and committing themselves to their client’s objectives and assumptions, Plano Humano intends to achieve above all else in its projects “simplification and formal purity which is also characterised by the materials we use. We want our work to touch the users of the space.” This thus translates into simple spaces in line with studied materials that arouses the senses. The “excellent team” that they have, which “understands our way of designing and helps us satisfy all the requirements of an order and continually launch new projects,” also contributes to this a great deal. One of their clients whom they have an “immense amount of affection [for] and which has always supported us” is the C.N.E. – Catholic Scouts. This organisation has challenged the studio with projects that are rather interesting from a design point of view, such as the Our Lady of Fátima Chapel in Idanha-a-Nova. This project earned them multiple awards: National Real Estate Award 2019, the European Union’s Mies van der Rohe Award for Contemporary Architecture 2019, Dezeen Awards 2018, World Architecture Festival (WAF) Awards 2018, VMZINC® Archizinc Trophy, Architizer A+ Award 2018, and the International Architecture Award 2019. More recently, their luxurious “Lisbon Wood” housing and shopping building was also recognised during the 2019 Architecture MasterPrize competition. “These 10 years as a studio have taught us a lot, and this expertise and know-how are reflected in the architecture awards we have won in recent years,” the duo explains. But both architects confess that they were “surprised” when they were deemed to be among the “World’s Top 25 Young Architects to follow in 2019.” They state that it was something they reacted to with “great pride” but also believe “it is a great responsibility which we hope to measure up to.” They conclude by saying that this is “a convincing incentive for us to continue to challenge ourselves.” But it seems to us that the greatest challenge of their lives has only just begun with the recent birth of their son. It will certainly broaden their horizons for them, and, given their particular dynamics, not even the sky will be their limit.


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Opinião Opinion

João Paciência

Ênfase dos sentidos ou afirmação de status An emphasis on the senses or an affirmation of status

João Paciência Arquitecto Architect

A acelerada vida quotidiana do tempo presente e a avassaladora presença dos “media”, tem provocado uma necessidade crescente de sossego e serenidade para o repouso do espirito, que só temporáriamente alguns têm possibilidade de conseguir. O Fenómemo do Turismo, que se vem consolidando há décadas, tem funcionado sempre como potenciador de variadissimas soluções, últimamente muito focadas nas questões da defesa do Ambiente em geral e(ou) das preocupações de salvaguarda Patrimonial ou Ecológica. Muitas das experiências conhecidas focadas nesta relação conceptual entre os elementos construidos e os elementos naturais, ou seguem os mesmos principios clássicos da planta livre derivados ainda do modernismo, ou afirmam-se como peças escultóricas depuradas tendencialmente monocromáticas assumidas como objecto arquitectónico, ou Obra de Autor afirmativa de um certo Status, ele mesmo pretensamente diferenciador. Não é de estranhar pois que muitas destas soluções mais singulares procurem sítios onde seja possivel garantir o silêncio e a contemplação da natureza, ela própria enquadrada pelas molduras construidas que configuram os ambientes interiores onde se desenvolve a vida, procurando que seja o ambiente natural exterior o elemento forte das diferentes composições conceptuais. Passados que foram os modelos formais conceptuais do passado recente, começa a ser evidente a procura da simplicidade da vida , enriquecida porém por ambientes estéticamente estimulantes, sejam eles os mais sofisticados em generosas áreas criteriosamente pensadas , ou com o mesmo objectivo, em depurados objectos icónicos, uns e outros não deixando de ser contudo afirmações de poder e afirmação social.

The hurried pace of modern everyday life and the overwhelming presence of the “media” have caused us to increasingly need silence and serenity to recharge our spirits, which only temporarily are some able to achieve. The Tourism Phenomenon, which has been strengthening for decades now, has served as a catalyst for an extensive range of solutions, which have lately been heavily focused on environmental protection issues in general and/or concerned with safeguarding heritage and ecology. A great number of the experiments focused on this conceptual relationship between constructed and natural elements either follow the same classical free-plant principles still derived from modernism or assert themselves as purified monochromatic sculptural pieces accepted as an architectural object, that is, works of art that affirm a certain status, themselves supposedly distinctive. It should come as no surprise, then, that many of the most unique solutions look for places where it is possible to guarantee silence and contemplate nature, itself framed by the fabricated edges that shape the interior environments where life occurs. These projects seek to make the natural exterior environment the strongest element in their conceptual compositions. Gone are the formal conceptual models of the recent past. It has started to become obvious that a simple life enriched by aesthetically stimulating environments is what is in demand, be those environments sophisticated large areas that have been thoughtfully planned out or purified iconic objects, both of which remain affirmations of power and social statements.

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North Winds

North Winds

Tiago Violas Ferreira

Um ‘self made man’ no imobiliário A self-made man in real estate


Ventos do Norte North Winds

A chegada de Tiago Violas Ferreira, CEO do grupo Violas Ferreira, ao mercado imobiliário foi uma lufada de ar fresco, que não deixou ninguém indiferente. When Tiago Violas Ferreira, CEO of the Violas Ferreira Group, made his first foray into the real estate market, the move was a breath of fresh air and the talk of the town – if not the whole country.

Texto Text: Elisabete Soares

A forma simpática, afável e verdadeira na forma como Tiago acolhe as pessoas, tanto com jornalistas, como todos os profissionais que trabalham nesta área, surpreendeu pela positiva um segmento do mercado dominado - até há poucos anos - por um conjunto de gestores mais tradicionais. Embora já não fosse um desconhecido para os profissionais do sector imobiliário, era-o menos ainda para o sector financeiro. É que Tiago Ferreira, neto de Manuel Violas – fundador do grupo Manuel Oliveira Violas – filho de Otília (filha do meio) e de Edgar Ferreira - ficou responsável pela participação no BPI e com o negócio do imobiliário, quando, no final de 2005, a família – de forma pacífica - decidiu avançar com a separação dos negócios. Nessa altura, o grupo Violas tinha também interesses na indústria – como a Cotesi e a participação na Unicer – passando pelos casinos e hotéis, concentrados na Solverde. E é, assim, que em 2017 muitos se lembram da posição da família Violas Ferreira, na OPA do Caixa Bank ao BPI, e da relutância em vender, e no final do processo – quando a venda era já inquestionável - em vender a qualquer preço. “Foi um processo que não foi justo para todos, nem para Portugal”, conta Tiago à Magazine Imobiliário. E destaca, “para nós foi um fim triste”. A posição da família Violas Ferreira granjeou o respeito dos portugueses mais atentos, que assistiram incrédulos à forma como decorreu todo este processo de venda e da passagem

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de mais um centro de decisão para fora do País. Neste caso, um dos poucos bancos portugueses que restavam.

Da alta competição à gestão dos negócios

Tiago Ferreira, 48 anos, é um apaixonado por cavalos e pelo facto de este “hobby” permitir um contacto com a natureza e com a vida do campo. Esta é uma paixão que não esconde, a par de algumas outras, como o facto de ser benfiquista, e não perder a oportunidade de o demonstrar aos seus “amigos” portistas. Contudo, a actividade profissional é agora o maior entrave para conseguir tempo para este desporto, o salto a cavalo. “Acho que chegou a altura de colocar um fim na minha carreira. Tenho muita dificuldade em conseguir tempo para treinar”, confessa. “Quando tinha 23 anos, fui sozinho, sem tratador para a Bélgica e fiquei lá durante três meses. Na carrinha transportava dois cavalos e uma mota para as deslocações”, conta Tiago. Na sua opinião, esta viagem foi uma experiência muito importante e foi decisiva para saber o que queria fazer. “Durante esse período cheguei à conclusão sobre o queria para o futuro, que não passava por uma carreira [profissional] ligada ao hipismo”. E, uma das razões – confidencia -, é que esta carreira obriga a “andar de mão estendida a pedir patrocínios. Não tenho jeito para isso”. Mas, conta um episódio curioso, “é que quan-


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do cheguei a Portugal, um colega convenceu-me a ir disputar uma prova em Sevilha e acabei por pedir à federação (Federação Equestre Portuguesa) para participar”. Destaca, “começou a correr mal, mas consegui o segundo lugar, num concurso mundial onde estavam os melhores do mundo”. Contudo, a decisão de se concentrar na actividade profissional estava tomava. “Já trabalha na Cotesi”, diz. Mas a partir dessa altura passou a ser a tempo inteiro. “Primeiro como assessor do gestor financeiro e depois como gestor financeiro”, explica.

Da gestão do parque imobiliário promoção

A par da participação no BPI - que a família Violas Ferreira, acabou por vender, na quase totalidade, em inícios de 2017, encaixando cerca de 44,2 milhões – a outra componente da actividade foi o desenvolvimento e rentabilização do parque imobiliário, que resultou da fusão da III SA com a Corfi Imobiliário SA, criando a Violas Ferreira SICAFI Especial, SA. Actuando como promotores e investidores de propriedades, na sua transformação em escritórios e residências multifamiliares, a estratégia da empresa gira “em torno da ideia de que locais insubstituíveis geram oportunidades incríveis”. E o resultado desta estratégia pode ser apreciado no Liberdade 105, “uma jóia da arquitectura de Lisboa: um edifício residencial e comercial exclusivo, composto por sete andares, com área total de 2410 m2”. Mais recentemente, o grupo comprou um prédio de escritórios premium, o Boavista 3433, conhecido por edifício da Bolsa, na Avenida da Boavista, no Porto. Esta propriedade bem conservada e distinta, de nove andares e 3907 m2, tem arrendatários de referência, como a Euronext, o principal escritório de advocacia Vieira de Almeida e a instituição financeira Abanca. Contudo, o grupo Violas Ferreira deu nas vistas, quando se ficou a saber que o Porto Office Park, um centro de escritórios - agora em fase final de construção, na Boavista -, num investimento de 100 milhões de euros, e o edifício Pharmacia, que vai ser transformado num exclusivo empreendimento residencial, são a concretização do saber fazer de um dos membros da terceira geração do empresário que esteve sempre à frente do seu tempo, Manuel Violas. E com quem Tiago Ferreira aprendeu algumas regras básicas de boa gestão nos negó-

cios, “como de tomar as decisões no timing certo”. The kind, friendly, sincere way Tiago treats people – ranging from journalists to all the industry professionals he comes into contact with – has been a welcome surprise for a segment of the market that, even just a few years ago, had been dominated by a group of more traditional managers. Although no longer a stranger to professionals in the real estate industry, he’s even less of one in the financial sector. Tiago Ferreira, child of Otília Violas (the middle daughter of Manuel Violas, founder of the Manuel Oliveira Violas Group) and Edgar Ferreira, was responsible for the group’s share in BPI and its real estate wing when, at the end of 2005, the family decided amicably to

separate the businesses. At the time, the Violas Group also had interests in the industry, ranging from Cotesi and their share in Unicer to casinos and hotels (most notably, the Solverde chain). Later on, many will remember the Violas Ferreira family’s position in 2017 during Caixa Bank’s BPI takeover bid, their reluctance to sell, and, at the end of the process when the sale was no longer avoidable, the rush to sell at any price. “That process was not just for anyone, least of all for Portugal,” Tiago tells Magazine Imobiliário. He stresses, “For us, it was a tragic, regrettable end.” The Violas Ferreira family’s position garnered the respect of the most attentive Portuguese, those who watched the sale incredulously and the way in which yet another decision


Ventos do Norte North Winds

Fora da caixa

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Out of the box

Tudo ou nada Do or die

“Vemos nos resultados das eleições europeias que, de repente, as alterações climáticas estão na ordem do dia. No ano anterior, era a migração. A opinião pública está a acordar. Os jovens fazem campanhas fantásticas e a comunidade empresarial começa a trabalhar seriamente. Os bancos centrais incluem riscos climáticos; vemos agências de notação a incluírem riscos climáticos; vemos, cada vez mais, gestores de activos que representam mil milhões de dólares a desinvestirem em combustíveis fósseis. É claro para mim que, na sociedade civil, na comunidade empresarial, nas cidades, nos Estados e para o público em geral, há cada vez mais discussão sobre esta ameaça. E os governos tendem a seguir a opinião pública. Na próxima década é o tudo ou nada! (Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no programa GPS de Fareed Zakaria)

“We have seen in the results of the European elections that climate change, all of a sudden, became the [hot button] issue. One year before, it was migration. […] Public opinion is waking up. The youth are making fantastic campaigns, and the business community is starting to work seriously [on this issue]. Central banks are including climate change risks. We see rating agencies including climate change risks. We see more and more big asset managers representing trillions of dollars divesting from fossil fuels. It’s clear for me that, in civil society, in the business community, in cities, in states, and for the general public, there are more and more discussions [saying] ‘This is a threat now.’ And, obviously, governments tend to follow public opinion. […] In the next decade, it’s do or die!” (CNN -United Nations Secretary-General António Guterres on GPS with Fareed Zakaria / CNN)

centre – one of the few Portuguese banks left – was relocated outside Portugal’s borders.

From competing on the race track to managing a business

Tiago Ferreira, 48 years of age, is an avid equestrian and enjoys how this hobby of his allows him to be in contact with nature and life in the countryside. This is a passion that he never hides, along with a number of others, such as his love of the Benfica football team. He never gives up the chance to show his support for the team in front of his friend who are fans of Porto’s football team. Today, his professional activities are the biggest obstacle to him finding time for his beloved equestrianism. “I think the time has come to put an end to my career. I’ve had a lot difficulties finding the time to train,” he confesses. “When I was 23 years old, I went to Belgium by myself without a keeper and stayed there for three months. I brought two horses and a motorcycle with me during my travels,” Tiago recalls. For him, this trip was an experience of extreme importance and helped him discover what he wanted to do. He explains, “During that period, I came to the conclusion that my professional future would include something other than equestrianism.” And one of the reasons behind this, he confesses, is that such a career would have required him to “go begging around for sponsors. I don’t have much of a knack for that.” Tiago does recall a curious story, though: “When I got back to Portugal, an acquaintance convinced me to go to a race in Seville, and I ended up asking the Portuguese Equestrian Federation to participate. […] [The race] started poorly, but I managed to come in second place in a global competition where some of the best horses and jockeys were running.” Nevertheless, his decision to concentrate on other professional activities stuck. “I already worked at Cotesi,” he says. But, from that time on, he became dedicated to it full-time, “first as a as an advisor to the finance manager and later as a financial manager myself.”

From property management to development

Along with the stake in BPI worth €44.2 million EUR (which the Violas Ferreira family ended up selling virtually in its entirety at the beginning of 2017), another important part of his work has been the development and monetisation of the property that resulted from the merger of III,

S.A., with Corfi Real Estate, S.A.; that merger resulted in Violas Ferreira SICAFI Especial, S.A. Acting as property developers and investors who transform places into offices and multifamily residences, the company’s strategy revolves around “the idea that unique locations generate incredible opportunities.” And the results of this strategy can be seen in Liberdade 105, “a jewel of Lisbon architecture: an exclusive residential and commercial building, comprised of seven floors with a total area of 2410 m².” More recently, the group purchased a premium office building, Boavista 3433, known as the Stock Exchange building on Porto’s Avenida da Boavista. This unique, nine-storey, 3907-m² property has been well maintained and houses top-tier tenants such as Euronext, Vieira de Almeida law firm’s main office, and the Abanca financial institution. The Violas Ferreira group has made some of its most notable marks, though, with Porto Office Park, an office centre on Avenida da Boavista that is nearing completion after an investment of €100 million EUR, and the Pharmacy building, which will be transformed into an exclusive residential development. These two projects are the manifestation of the know-how of one of the members of the third generation of an entrepreneur who was always ahead of his time, Manuel Violas. And Tiago certainly learned some basic rules for managing a business properly from Manuel, “such as making decisions at the right time.”


Lá fora Abroad

Recordes Records

Tudo leva à Expo Real All roads led to Expo Real


Lá fora Abroad

A Expo Real 2019 alcançou os maiores números da história do certame: um total de 2.190 expositores oriundos de 45 países e 46.747 participantes de 76 países. Perante estes dados oficiais, pode dizer-se que esta foi uma edição forte em networking e negócios. Expo Real 2019 had the highest numbers in the history of the event: a total de 2,190 exhibitors from 45 countries and 46,747 participants from 76 countries. Given these official numbers, suffice it to say that this year’s Expo Real was especially strong in for networking and facilitating trade.

A equipa da Magazine Imobiliário participou, como já é habitual há largos anos, neste evento que decorreu entre os dias 7 e 9 de Outubro de 2019 em Munique. Assim que chegámos, ou melhor, no dia a seguir a colocarmos os pés na cidade alemã (porque nunca resistimos ao ambiente alegre do Oktobertfest), pudemos sentir o fervilhar do mundo imobiliário nas ruas, nos transportes públicos e privados, nas lojas... Estava tudo à pinha. Quando chegámos à porta da feira confirmámos o que já era evidente: ia ser uma Expo Real como há muito não se via. Klaus Dittrich, presidente e CEO da Messe München, referiu precisamente que “a forte participação reflecte as expectativas optimistas do sector imobiliário para este ano.” Os especialistas que passaram pelos corredores deste certame revelaram-se, no entanto, cautelosos e foram unânimes quanto a um possível cenário de desaceleração do sector imobiliário internacional. Ainda assim, foram muitos os projectos lançados. O futuro vai trazer mais edificado mas que é, cada vez mais, sustentado e bem pensado. Surpresa foi o boom das empresas de tecnologia, o que demonstra que esta é uma realidade incontornável e que os profissionais já estão preparados para entrar na onda das apps, aplicativos de realidade virtual e outras engenhocas que vão mudar a forma como vemos o sector. Tal, por si só, justifica o novo salão NOVA3. Não é, pois, de admirar que Klaus Dittrich tenha afirmado: “Estamos impressio-

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nados com o quão bem essa nova oferta foi recebida.” Tal como em Portugal, também na Alemanha a habitação a preços acessíveis foi amplamente debatida. No que se refere à comitiva portuguesa com espaço de exposição, dividiu-se entre Lisboa, Porto e Sonae. Poucos mas bons! Esperemos que tenham sabido aguçar o interesse dos investidores e levado novos negócios na bagagem. Mas para lá das paredes dos stands foram muitos os rostos profissionais nacionais com que nos cruzámos nas passagens da Expo Real. Todos com ar muito focado. Haverá, por certo, novidades para breve. Nos diversos fóruns que aconteceram existiram acesas discussões sobre o futuro do mercado imobiliário. Fazemos nossas as palavras do professor Gabriel Felbermayr, presidente do Instituto Kiel para a Economia Mundial, quando diz: “O sector imobiliário é um dos poucos sectores que beneficia da incerteza”. As per usual, the Magazine Imobiliário team participated in this grand event. This year, Expo Real was held 7-9 October 2019 in Munich. As soon as we set foot in the German city (whose festive Oktobertfest spirit we’ve never been able to resist), we could feel the excitement and fervour of the real estate world on Munich’s streets, on its public transport, in its stores… The city was completely packed to its gills with people. Once we reached the


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exhibition’s main entrance, we knew this Expo Real was going to be like no other. Klaus Dittrich, President and CEO of Messe München, said, “Strong participation reflects the real estate industry’s optimistic expectations for this year.” The specialists who roamed the corridors during the event, however, turned out to be a bit more guarded and were unanimous in saying that a slowdown in the worldwide real estate industry was possible. Nevertheless, lots of new projects were launched. The future will bring more construction and more buildings that are increasingly sustainable and well thought out. What was surprising was the boom in tech companies, which just goes to show that the increasing role that technology is playing in real estate is an unavoidable reality. It also means that industry professionals are prepared to capitalise on what apps, virtual reality, and other gadgets that will change how we see the sector bring to the table. This – just by itself – explains why the new NOVA3 hall was introduced. It should come as

no surprise, then, that Dittrich said, “We are impressed with how well this new space has been received.” Just as in Portugal, accessibly priced housing has also been widely debated in Germany. As for the Portuguese contingent, its exhibition space was divided between Lisbon, Porto, and Sonae. Few in number but high in quality! Let’s hope they knew how to excite investors and pique their interest, bringing home with them more business for Portugal. While wandering the halls of Expo Real, we also crossed paths with a number of industry professionals from Portugal at places other than just at the stands themselves. Everyone seemed to be very focused. There will certainly be news coming out soon. During Expo Real’s debates, heated discussions took place on the future of the real estate market. And it is precisely this kind of backdrop that prompts us to adopt the words of Professor Gabriel Felbermayr, President of the Kiel Institute for the World Economy, as our own when he says, “Real estate is one of the few industries that benefits from uncertainty.”

Surpresa foi o boom das empresas de tecnologia, o que demonstra que esta é uma realidade incontornável e que os profissionais já estão preparados para entrar nesta onda. What was surprising was the boom in tech companies, which just goes to show that the increasing role that technology is playing in real estate is an unavoidable reality.”



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Abroad

Abroad

Mondial du Bâtiment

Oportunidades a não perder Once-in-a-lifetime opportunities


Lá fora Abroad

A França vai receber nos próximos anos mega-projectos que vão dinamizar o sector da construção: a Taça do Mundo de Rugby 2023, os Jogos Olímpicos de 2024 e o Le Grand Paris. O Mondial du Bâtiment é, pois, o lugar que todas as empresas da construção devem querer estar, inclusivamente as portuguesas. Over the next few years, France will host a number of events – the 2023 Rugby World Cup, the 2024 Olympic Games, and Le Grand Paris – which will require a number of mega-projects that are sure to shake up the construction industry. The Mondial du Bâtiment event is, thus, the place where any construction company – including those from Portugal – ought to be. Texto Text: Carla Celestino

O Mondial du Bâtiment, que ocorre de dois em dois anos, vai ter lugar de 4 a 8 de Novembro no Parque de Exposições Paris Nord Villepinte. Catherine Rousselot Donnadille, directora de Marketing e Comunicação do Mondial du Bâtiment, salienta que “a França é um dos mercados mais dinâmicos da Europa em termos de construção. Em 2017, contabilizávamos 135 mil milhões de euros em volume de negócios na construção em França, sendo que 62% do volume de negócios da construção diz respeito à habitação contra 38% para o não residencial”. Para se ter uma noção das elevadas expectativas que existem em relação ao mercado da construção francês, refere que “os investimentos para os Jogos Olímpicos estimam-se em 1,8 mil milhões de euros para a construção, num horizonte entre 2017 e 2034, sendo que 3,5 milhões de euros vão para o turismo e 5,4 milhões de euros para a organização”. De acordo com a directora, “o salão será novamente uma plataforma única para mostrar a mais ampla gama de soluções do mundo e inovações para a construção e renovação de qualquer tipo de edifício, tornando-o no local perfeito para descobrir a totalidade da oferta dos nossos expositores”. Esta pode ser, pois, uma oportunidade para as empresas portuguesas. A representante deste certame recorda que “mais de 2500 visitantes portugueses vieram ao Batimat em 2017.” Acrescentando que o “número de em-

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presas portuguesas aumentou de 2015 para 2017” e que “em 2017 tivemos 64 expositores portugueses”. Um sector para descobrir Como habitualmente o Mondial du Bâtiment vai receber os espaços do Batimat, Interclima e Idéobain. Destacando-se na edição deste ano dois novos sectores: Construction Tech e Offsite. Nos Halls 1 e 2, o Interclima apresentará toda a gama de materiais do mercado de controlo climático, eficiência energética e conforto para edifícios residenciais, comerciais e industriais de ocupação individual e múltipla. Os sectores do Idéobain e do Batimat estarão directamente acessíveis através da galeria. No Hall 3, o Idéobain apresentará toda uma gama de materiais para o controlo climático, energia eficiente e conforto para edifícios residenciais de ocupação individual ou múltipla, edifícios comerciais e industriais que terão ligação directa com a área de Design de Interiores do Batimat. Já o Batimat vai ocupar quatro halls. No Hall 4, o Design de Interiores e Exteriores será o centro das atenções. O Hall 5A alberga os sectores da marcenaria e da serralharia. O Hall 5B irá abrigar ferramentas, equipamentos para estaleiros e, pela primeira vez, veículos comerciais, todos com áreas no exterior para demonstrações. Abrangendo os Halls 5A e 6, o sector new Construction Tech


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irá apresentar soluções de digitalização na construção e acolher o maior encontro de start-ups específicas ao sector. No Hall 6 poderá encontrar-se soluções de estrutura e revestimento em conjunto com todas as organizações profissionais do sector. Também pela primeira vez em França, o Batimat disponibilizou no Hall 6 uma área de construção Offsite. Catherine Rousselot Donnadille destaca ainda que nesta edição foram introduzidos mecanismos de pesquisa para facilitar a visita e o acesso aos eventos diários do Mondial du Bâtiment: “Pela primeira vez, teremos à disposição mini-guias para todas as categorias de visitantes - comerciantes, empresas, contratadores, directores de projecto, desenhadores, etc.”, assim como “guia dos comboios para vários pontos de interesse” e “visitas guiadas”. Há também “um novo formato das sessões de pitch que irão permitir avaliar todos os candidatos ao Prémio da Inovação com base na sua área de interesse”.



Opinião Opinion

Roberto Varandas

Brexit? Qual Brexit? Brexit? What Brexit?

Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe

Enquanto escrevo este artigo, uma semana antes do prazo de 31 de Outubro, o Primeiro-Ministro britânico, o acérrimo e excêntrico Brexiteer - Boris Johnson, teve algumas vitórias pequenas, mas relevantes. De facto, Boris Johnson alcançou mais do que seu antecessor e mais do que a UE jamais disse que concordaria. Em essência, um acordo de retirada foi obtido, mas o calendário será decidido nos próximos dias. A preferência do primeiro-ministro é manter-se a data de 31 de Outubro, mas rumores indicam 31 de Janeiro de 2020. Não se compreende como mesmo um atraso de quatro meses, nesta fase, é suficiente para o Reino Unido sair da UE. A recente enxurrada de notícias, rumores, posturas e comunicações subsequentes é apenas uma pequena amostra da incerteza que os líderes empresariais e investidores enfrentaram nos últimos mais de três anos, afectando as decisões de investimento e contratação. Os detalhes do acordo ainda são vagos e ambíguos, e obviamente a ameaça de uma eleição geral mantém-se mas, na minha opinião, manter uma fronteira aberta entre a Irlanda e a Irlanda do Norte e, ao mesmo tempo, manter a Irlanda do Norte na “união aduaneira do Reino Unido”, sendo que o Reino Unido estará fora da união aduaneira da UE, é um paradoxo impossível de resolver. Algumas das ideias provenientes do actual governo, como a criação de freeports, são boas, mas de forma alguma irão compensar o atrito comercial geral que derivará de uma saída do mercado aduaneiro da UE. A UE é o maior, mais próximo e mais integrado parceiro comercial do Reino Unido. Colocar barreiras com a maior economia do mundo é simplesmente uma tolice. Não deve haver dúvida de que uma saída difícil

da zona económica da UE criará um choque económico e deve ser evitada para o bem dos cidadãos britânicos e dos restantes cidadãos europeus. Como David Cameron apontou durante o período do referendo, o Reino Unido tem mais trocas comerciais com a Irlanda do que com todas as quatro economias dos países do BRIC. Tornar-se um exportador ainda mais globalizado quase não fará diferença para a economia do Reino Unido no curto ou no longo prazo. Simplesmente não move a agulha o suficiente para fazer qualquer diferença para o caso. O campo do Brexit está obviamente correcto ao apontar as falhas da UE e como as instituições evoluíram negativamente nas últimas duas décadas. De um modo geral, e principalmente quando se fala dos países da Europa Central e do Sul, os países da UE sofrem com regulamentos excessivos, programas de bem-estar inchados e insustentáveis, demografia envelhecida e uma estrutura para a moeda comum muito discutível. Os Brexitistas também invocam a soberania nacional e as fronteiras abertas como um dos principais problemas da UE. É curioso ver que, na verdade, nenhuma dessas questões afecta o Reino Unido tanto quanto afecta outros países da Europa. As regulamentações são muito mais leves no Reino Unido, o bem-estar não é tão generoso quanto a França ou a Alemanha, por exemplo, e os dados demográficos são realmente positivos no Reino Unido, seja pelo crescimento nativo quer pela imigração, especialmente do resto da Europa, o que contribui para o crescimento da população e força de trabalho todos os anos. O Reino Unido também está fora da área de Schengen e o movimento de pessoas, embora livre, é controlado. Não obstante, a questão da soberania na-


Metro Quadrado Square Meter

A UE é o maior, mais próximo e mais integrado parceiro comercial do Reino Unido. Colocar barreiras com a maior economia do mundo é simplesmente uma tolice. The EU is the largest, closest, most integrated trade partner the UK has, and putting up barriers with the largest economy of the world is simply foolish.”

cional é válida e a vontade do povo deve ser respeitada, apesar minha modesta opinião contrária, assim como dos 48% da restante população. Se eu tivesse que adivinhar se os problemas da UE apontados pelo campo do Brexit vão melhorar, eu arriscaria um NÃO redondo. Continuamos a ouvir falar de impostos pan-europeus para resolver um assunto ou outro, continuamos a ouvir falar sobre mais UE em vez de melhor UE e os órgãos da EU não eleitos ou os indirectamente eleitos, parecem cada vez mais alheados do homem da rua, seja no Reino Unido ou em qualquer outro país europeu. Mesmo em áreas em que a Europa deveria estar mais unida e reunir recursos para questões geo-políticas e para intervir em conflitos à sua porta, ela falha em agir. A UE tem sido bastante tímida em assumir uma posição dura com a Rússia ou a Turquia e recusa envolver-se na Síria, apesar do risco directo de outra leva de refugiados, como aconteceu em 2017. 75 anos depois, a Europa ainda depende em grande parte dos EUA para proteger suas fronteiras a leste. Tenho a certeza de que a minha carreira como analista político não será brilhante portanto talvez algumas palavras sobre os efeitos nos mercados do Reino Unido. Apesar de uma desaceleração acentuada nas transacções imobiliárias, um ligeiro aumento no prémio de risco e uma interrupção no crescimento dos valores das rendas e na valorização dos activos, a realidade é que praticamente não há desemprego, as taxas de juros são baixas e o crescimento económico é modesto mas constante. Até agora, quase foi um caso de: “Brexit? Que Brexit?”. A moeda permaneceu relativamente estável e não se está a antever um resultado catastrófico do Brexit, pelo menos por enquanto. Os preços dos activos residenciais no centro de Londres, em certos segmentos, caíram de 10% a 20%, mas estão concentrados nos segmentos afluente e de luxo, e depois de preços recordes em 2016. O poder de compra já estava no limite em 2016 e, portanto, quaisquer expectativas de aumentos significativos no valor da habitação eram infundadas. Nos mercados comerciais, os incentivos de arrendamento são mais generosos para inquilinos de escritórios, mas a oferta está controlada, sendo que alguns alguns investidores, nomeadamente fundos soberanos apro-

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veitaram um mercado robusto o suficiente para realizar mais-valias em alguns grandes activos no centro de Londres. O retalho e a logística seguem exactamente a mesma tendência em todo o mundo. Os investidores não se cansem de comprar todos os armazéns que aparecem no mercado e, por seu turno, os activos comerciais, fruto do crescimento do comércio electrónico, estão em acelerado declínio, excepto alguns activos mais centrais e consolidados. O Reino Unido ainda tem outro benefício como potente destino de capital internacional. Se a moeda corrige e/ou os preços dos activos sofrerem quedas acentuadas, há sempre investidores à margem, prontos para receber o que eles consideram boas pechinchas. E eu tendo a concordar. Brexit, cenas dos próximos capítulos. As I write this article, one week before the 31st of October deadline, the UK prime minster, the staunch, eccentric Brexiteer – Boris Johnson, has had some small but relevant victories. In fact, Boris Johnson has achieved more than his predecessor and more than the EU ever said they would agree. In essence, a withdrawal agreement has been obtained but the timeline will be decided in the coming days. The prime minister’s preference is to keep to the 31st of October but, rumours are indicating 31st January 2020. How even a 4-month delay, at this stage, is sufficient to withdraw the UK from the EU, is beyond comprehensible. The recent flurry of news, rumours, posturing and subsequent communications is just a small sample of the uncertainty that business leaders and investors have had to face over the past more than 3 years, affecting investment and hiring decisions. Details of the agreement are still vague and undecided, and obviously threat of a general election still looms but, in my opinion, maintaining an open border between Ireland and Northern Ireland and, at the same time, maintaining Northern Ireland within the UK “customs union” while the UK is outside the EU customs union, is an impossible circle to square. Some of the ideas coming from the current government like the creation of freeports are good ones but will in no way compensate the overall trade friction that will derive from an exit of the EU


Opinião

customs market. The EU is the largest, closest, most integrated trade partner the UK has, and putting up barriers with the largest economy of the world is simply foolish. There should be no doubt that a hard exit from the EU’s economic zone will create an economic shock and should be avoided for the better of both the British and other European citizens. As David Cameron pointed out during the referendum period, the UK does more trade with Ireland than with all 4 economies of the BRIC countries. Becoming an even more globalised exporter will make almost no difference to the UK economy in the short or even the long term. It simply does not move the needle sufficiently to make a difference. The Brexit camp is obviously correct in pointing out the faults of the EU and how these have evolved negatively over the past two decades. Somewhat generalising, and mostly speaking about the countries of central and southern Europe, the EU countries suffer from excessive regulations, bloated and unsustainable welfare programs, despairing demographics and a debatable common

currency framework. The Brexiteers also invoke national sovereignty and open borders as a one of the main problems of the EU. It is curious to see that, actually none of these issues really affect the UK as much as it affects other countries in Europe. Regulations are much lighter in the UK, welfare is not as generous as France or Germany, for example, and demographics are actually positive in the UK be it from native growth as well as immigration, especially from the rest of Europe, which adds to the workforce every year. The UK is also out of the Schengen area and movement of people, while free, is controlled. Notwithstanding, the issue of national sovereignty is a valid one and the will of the people should be respected, despite my own and the 48% of the rest of the population’s better judgement. If I had to guess whether the problems of the EU pointed out by the Brexit camp will get any better, I would venture a round NO. We keep hearing of pan-European taxes to resolve one matter or another, we keeping hearing about more EU instead of better EU and the une-

lected and even the indirectly elected bodies of the EU seem more and more distant and detached from the man on the street be it in the UK, or in any other European country. Even areas where the Europe should be more united and pool resources to protect the geography and intervene in conflicts at its doorsteps, it fails to act. The EU has been rather shy about taking a hard stance with Russia or Turkey and has been reluctant to get involved in Syria, despite the direct risk of another inflight of refugees as happened in 2017. 75 years later, Europe still largely relies on the US to protect its Eastern borders. I am not sure my career as a political analyst is a bright one, so maybe a few words on the effects of the markets in the UK. Despite a marked slowdown in transactions, a slight increase in risk premium and a stall of rental growth and asset appreciation, the reality is that there is virtually no unemployment, interest rates are low and economic growth is low, but steady. So far, it has almost been a case of “Brexit? What Brexit?”. The currency has remained relatively stable and is not pricing in a catastrophic outcome of Brexit. Not yet at least. Central London residential prices, in certain segments, have declined anywhere from 10% to 20%, but these are concentrated in the affluent and luxury segments, coming off record high prices in 2016. Affordability was already stretched in 2016 and so expectations of significant price increases were misplaced. In the commercial markets, rent incentives are more generous for office occupiers but supply is contained and some of the sovereign owners have found a robust enough market to exit some of their large holdings in central London. Retail and logistics are following the same exact trend everywhere else around the global. Investors cannot buy enough sheds and retail assets are declining, all apart from the more central, consolidated destinations. The UK has the other backstop with its status of a recipient of international capital. If the currency corrects and/or asset prices suffer sharp declines, there are always investors on the sidelines ready to pick up, what they consider, good bargains. And I tend to agree. Brexit, to be continued.

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Opinion



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Tourism

Para todos os gostos e bolsos

Something for all tastes and budgets

Quanto custa o Natal e o RÊveillon? How much do Christmas and New Year’s cost?


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Dezembro é mês de festa. Do Natal ao fim de ano, muitas vezes prolongando-se até ao dia de Reis, é também uma boa oportunidade de fazer uma escapada por Portugal fora ou viajar para o estrangeiro. É tempo de celebração com a família ou amigos. E quanto custa o Natal e o Réveillon? December is a month of celebration. From Christmas to New Year’s Eve often extending to Theophany, it is also a good opportunity to take a trip somewhere in Portugal or travel abroad. It is time to celebrate with family or friends. But how much do Christmas and New Year cost?

Texto Text: Carolina Morgado

Uma pergunta difícil de responder uma vez que há propostas e opções para todos os gostos e todos os bolsos. O mais difícil vai ser escolher. Convém marcar com antecedência para garantir preços mais convidativos. A tradição ainda é o que era, no entanto a forma tradicional de festejar o Natal, normalmente em casa de um ou outro familiar está aos poucos a ser substituída por celebrações em unidades hoteleiras que preparam programas especiais e que incluem alojamento, ceia de Natal e brunch no dia 25 de Dezembro. A época natalícia traz também consigo os famosos Mercados de Natal que se espalham por toda a Europa. São uma velha tradição europeia. A partir de Novembro, as cidades e as vilas iluminam-se e há quem viaje com o propósito de visitar esses mercados para aquecer com uma caneca do tradicional vinho quente e explorar as tradicionais casinhas de madeira com doces, comidas natalícias, artesanato de Natal, joalharia, roupa e artigos para casa. Uma boa oportunidade para comprar presentes para amigos e familiares. Os Mercados de Natal significam também música ao vivo, rings de patinagem do gelo e ainda a oportunidade de miúdos e graúdos encontrarem o Pai Natal. Apenas dois exemplos. O operador turístico Viajar Tours lançou para o mercado programas para visitar mercados de Natal na Alemanha, incluindo seis escapadinhas e dois circuitos

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por várias cidades. Os dois circuitos têm partida marcada para 4 de Dezembro, sendo um de quatro noites e outro de seis. Ambos passam pelos mercados de Natal de Nuremberga e Dresden, e incluem visitas a Rothenburg Ob der Tauber. O circuito mais mais extenso também passa por Berlim. Os programas de quatro noites estão no mercado a partir de 772 euros por pessoa em quarto duplo, enquanto os circuitos de seis noites começam nos 1.072 euros. O destino proposto pela Lusanova é Tallinn, cidade do Mar Báltico e capital da Estónia.Com partidas de Lisboa nos dias 5, 12 e 19 de Dezembro o programa apresenta preços desde 680 euros por pessoa em quarto duplo.

Muita animação na passagem de ano

Se a passagem de ano merece uma festa, a passagem de década merece uma grande celebração, por isso deixamos aqui algumas sugestões com formas diferentes de entrar em 2020. Se a preferência é pelo País, de Norte a Sul existe uma ampla oferta de unidades hoteleiras que oferecem pacotes especiais de fim-de-ano para todos os gostos e orçamentos, com diversas opções de alojamento e pacotes com festas e jantares de réveillon. É por exemplo o caso do Grupo Vila Galé com


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Tourism

programas especiais disponíveis nos hotéis Douro, Porto, Coimbra, Ericeira, Cascais, Collection Palácio do Arcos, Ópera (Lisboa), Évora, Clube de Campo (Beja), Tavira, Ampalius, Cerro Alagoa e Lagos, no Algarve. Estes pacotes de réveillon com estadias desde 47,50 euros por pessoa, incluem uma noite de alojamento com pequeno-almoço, tratamento VIP à chegada, cocktail de boas vindas, jantar de passagem de ano com música ao vivo, ceia e brunch de Ano Novo no dia 1 de Janeiro. Há, igualmente, outras opções para festejar a dois, com amigos ou com a família, de forma gratuita. Em Lisboa, o Terreiro do Paço e o Parque das Nações são dois dos epicentros da festa com espectáculos de fogo-de-artifício e de música gratuitos. No Porto, a celebração concentra-se na avenida dos Aliados. Todos os anos milhares de pessoas celebram a passagem de ano nesta área da cidade com muita animação, música e espectáculos de fogo-de-artifício. Na região do Algarve, a cidade de Albufeira concentra todas as atenções. A Praia dos Pescadores é o local onde se concentra toda a animação e festa. Na Madeira, as tradições cristãs da época do Natal conjugam-se com as manifestações de regozijo pela chegada do novo ano, num programa rico e extenso de manifestações de carácter cultural, etnográfico e artístico que abrange todo o mês de Dezembro e se prolonga até ao dia de Reis. As condições específicas do anfiteatro do

Funchal transformam-no num grandioso presépio iluminado com milhares de luzes que percorrem as principais artérias da cidade, oferecendo um cenário invulgar. Uma ilha em festa, nos hotéis, nos restaurantes, nos bares e nas ruas que, para assinalar a passagem de ano, ilumina os céus do Funchal com o famoso espectáculo de fogo-de-artifício, durante dez minutos, reconhecido oficialmente pelo livro de recordes do Guinness em 2006, como o maior do mundo. Para se chegar à Madeira, o operador turístico Soltrópico disponibiliza uma operação charter com partida de Lisboa a 29 de Dezembro, num pacote de quatro noites, com o preço desde 588 euros por pessoa. E para a ilha do Porto Santo, que promete igualmente muita animação nesta época festiva, o operador turístico Sonhando lançou no mercado uma oferta especial. Os pacotes, de três noites, com partida de Lisboa a 29 de Dezembro, apresentam preços desde 581 euros por pessoa em quarto duplo standard, válido para alojamento no Vila Baleira Thalassa & Spa, de quatro estrelas, em regime de alojamento e pequeno-almoço. Os valores já incluem o jantar de réveillon com animação temática “Mil e Uma Noites” no dia 31 de Dezembro, o brunch de dia 1 de Janeiro e ainda um circuito Thalasso por adulto/estada.

Convite a outras paragens

Se a preferência for para outras paragens, as ofertas no mercado são infindáveis, cobrem

A tradição ainda é o que era, no entanto a forma tradicional de festejar o Natal, normalmente em casa de um ou outro familiar está aos poucos a ser substituída por celebrações em unidades hoteleiras. Tradition is still what it was, although the traditional way of celebrating Christmas, typically at a family member’s home, is slowly being replaced by celebrations at hotels which prepare special activities.”


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Nevão

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Snow

30º aniversário da queda do Muro de Berlim

30ᵗʰ anniversary of the fall of the Berlin Wall

Foto Photo: Queda do Muro em Novembro 1989 / Justin Leighton-Alamy Stock Photo

De acordo com o Turismo Alemão, a abertura da fronteira entre a Alemanha Oriental e Ocidental, em 9 de Novembro de 1989, criou oportunidades para viajar pelo mundo mais livremente – e não apenas para os alemães orientais. O turismo tornou-se num factor económico cada vez mais importante e hoje contribui com mais de 105 mil milhões de euros para a economia da Alemanha (cerca de 4% do valor acrescentado bruto); aproximadamente três milhões de empregos; mais de 20.000 hotéis, oferecendo 800.000 quartos com quase 1,5 milhões de camas; e mais de 300 restaurantes com estrelas Michelin em todas as regiões do país. According to Germany’s national tourism agency, the opening of the border between East and West Germany on 9 November 1989 created opportunities to travel the world more freely – and not just for East Germans. Tourism has become increasingly important to Germany and now contributes more than €105 billion EUR to the country’s economy (around 4% of gross value added). Tourism also supports three million jobs, more than 20,000 hotels with 800,000 rooms (which collectively have 1.5 million beds), and more than 300 Michelin star restaurants throughout the entire country.

os quatro cantos do mundo, desde os locais mais emblemáticos para a passagem de ano, como Nova Iorque ou Rio de Janeiro, diversas cidades europeias, mas também destinos mais pertos ou mais longínquos onde o sol brilha nesta altura do ano, como Marrocos (Marrakech), Cabo Verde (Sal e Boavista), São Tomé, Nordeste do Brasil, Tailândia, Maldivas, Mar Vermelho (Egipto), Cuba ou o Dubai, seja em operações charter, seja em voos regulares, e com saídas de Lisboa ou do Porto. Basta consultar uma agência de viagens. Os pacotes incluem sempre os voos, transferes, alojamento nas mais diversas modalidades e seguro de viagem. Hoje em dia há quem prefira passar o ano novo a bordo de um cruzeiro. Neste sentido, com preços desde 2.420 euros, o operador turístico Lusanova está a promover um programa de passagem de ano, com cruzeiro pelas Caraíbas a bordo do Nieuw Amsterdam, da Holland American Line. A viagem tem partida marcada para 27 de Dezembro e conta com um cruzeiro de sete noites a partir de Fort Lauderdale, em direcção a Half Moon Cay nas Bahamas, Falmouth na Jamaica, Georgetown nas Ilhas Caimão, e Cozumel no México. This is a question that is difficult to answer, given the wide range of choices and options for sorts of tastes and budgets. Choosing is surely the hardest part. It’s best to make reservations early in order to get the best prices.

Tradition is still what it was, although the traditional way of celebrating Christmas, typically at a family member’s home, is slowly being replaced by celebrations at hotels which prepare special activities – such as Christmas dinner and brunch on the 25ᵗʰ – for the holiday. The holiday season also brings with it an old European tradition: the famous Christmas Markets that spread throughout Europe. From November on, cities and towns light up, and some people travel from afar specifically to visit these markets to warm up with a mug of traditional mulled wine and explore traditional wooden houses with sweets, Christmas foods, Christmas crafts, jewellery, clothing, and household articles. It’s a good opportunity to buy gifts for friends and family. These Christmas Markets also feature live music, ice skating rings, and even the opportunity for kids and kids at heart to meet Santa. Two examples. Tour operator Viajar Tours has launched trips that tour Christmas Markets in Germany, including six getaways and two circuits across multiple cities. The two circuit tours are scheduled to depart on 4 December, one of which is four nights long and the other six nights. Both pass through the Christmas Markets of Nuremburg and Dresden and include visits to Rothenburg ob der Tauber. The most extensive circuit tour also runs through Berlin. Spaces on the four-night tours are for sale beginning at €772 per person in a dou-


66 Sol e Lua Foto Photo: Jesse Orrico / Unsplash

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Epiphany.Funchal’s amphitheatre will transform into a large crib illuminated with thousands of lights that will run through the city’s main arteries, making for a unique, dazzling scene. The entire island will be a party. In its hotels, restaurants, bars, and streets, people will mark the New Year and light up the skies of Funchal with its famous ten-minute fireworks show, officially recognised by the Guinness book of world records in 2006 as the largest in the world. To reach Madeira, tour operator Soltrópico is offering a four-night charter package departing from Lisbon on 29 December priced from €588 per person. And, for the island of Porto Santo, which also promises a lot of excitement this holiday season, tour operator Sonhando has prepared a special offer for the market: three-night packages departing from Lisbon on 29 December priced at €581 per person in a standard double room, valid for accomodation at the four-star Vila Baleira Thalassa & Spa. The rates include the “One Thousand and One Nights”-themed New Year’s Eve dinner on 31 December, brunch on 1 January, and even one Thalasso circuit per adult/stay.

Invitations to other lands

ble room, while the six-night tours start at €1,072. The destination Lusanova suggests is Tallinn, a city on the Baltic Sea and the capital of Estonia. With departure dates from Lisbon on 5, 12, and 19 December, the tour is priced starting at €680 per person in a double room.

Lots of fun New Year’s Eve

If the coming of the new year deserves a party, the coming of the new decade deserves an even bigger celebration, so here are some suggestions of different ways to ring in 2020. If you prefer to stay within Portugal, there is a wide range of hotels from North to South that are offering special end-of-the-year packages for all tastes and budgets, with different lodging options and New Year’s Eve party and dinner packages. One example is the Vila Galé Group, which is organising special activities in its Douro, Porto, Coimbra, Ericeira, Cascais, Collection Palácio do Arcos, Ópera (Lisbon), Évora, Country Club (Beja), Tavira, Ampalius, Cerro Alagoa,

and Lagos (Algarve) hotels. These New Year packages, which begin at €47.50 per person, include a night at the hotel with breakfast, VIP treatment on arrival, a welcome cocktail, New Year’s Eve dinner with live music, and supper and brunch on 1 January. There are also options to celebrate for free as a couple or with family or friends. In Lisbon, Terreiro do Paço and Parque das Nações will be two epicentres of celebration with free firework displays and free music. In Porto, the festivities will be most heavily concentrated on Avenida dos Aliados. Every year, thousands of people ring in the new year in this part of the city with plenty of entertainment, music, and fireworks. In the Algarve, the city of Albufeira will be the centre of attention. Praia dos Pescadores (Fisherman’s Beach) is where most of the party will be. On the island of Madeira, Christian Christmastime traditions combine with New Year’s as part of a rich and extensive schedule of cultural, ethnographic, and artistic events throughout December and extending into

If you prefer to travel abroad, there are endless options covering every corner of the world, from the most iconic places to ring in the New Year (such as New York or Rio de Janeiro), a large number of European cities, and far-flung destinations where the sun shines this time of year as well as places that are a bit closer to home. These destinations include Morocco (especially Marrakech), Cabo Verde (Sal and Boavista), São Tomé, northeast Brazil, Thailand, the Maldives, the Red Sea (Egypt), Cuba, or Dubai, and you can get to these places on charter or regularly scheduled commercial flights from Lisbon or Porto. Just check with a travel agency. Packages typically include flights, transfers, all different kinds of lodging, and travel insurance. There are also those who prefer to ring in the new year aboard a cruise ship. With prices starting at €2,420, tour operator Lusanova is working on a New Year’s cruise in the Caribbean aboard Holland America’s Nieuw Amsterdam. The seven-night cruise will begin on 27 December departing from Fort Lauderdale, Florida, and will pass through Half Moon Cay, Bahamas; Falmouth, Jamaica; Georgetown, Cayman Islands; and Cozumel, Mexico.



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Ibis Styles

Três hotéis já cá cantam Three magnificent hotels now open


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A marca de hotelaria económica, divertida e que tem como paixão o design criativo, a ibis Styles, pertencente ao Grupo Accor, está em grande fase de expansão, pelo mundo fora, essencialmente pela via do franchising. Em Portugal já conta com três hotéis: dois em Lisboa - o ibis Styles Lisboa Centro Marquês de Pombal, o ibis Styles Centro Liberdade -, e o mais recente, na cidade de Chaves. ibis Styles, an affordable, fun Accor Group hotel brand that has a passion for creative design, is growing quickly around the world essentially via franchising. In Portugal, it already operates three hotels: two in Lisbon – ibis Styles Lisbon, Marquês de Pombal and ibis Styles Liberdade – and its most recent opening in the city Chaves. Texto Text: Carolina Morgado

Até 2023, a marca ibis Styles vai oferecer mais 194 hotéis que corresponderão a mais 28 mil quartos. Actualmente são 501 hotéis com mais de 52 mil quartos, em quase 50 países. Democratizar o design dentro da hotelaria económica é o propósito da marca. Com a abertura do hotel ibis Styles Grande Hotel de Chaves, após vários meses de trabalhos de recuperação e renovação daquele que em tempos foi o icónico Grande Hotel de Chaves, reconhecido como estação termal de referência e construído na década de 1920, a marca de hotelaria económica do Grupo Accor passa a contar com três unidades em Portugal. A primeira abriu portas em Dezembro do ano passado com 45 quartos, o mas só em Junho último se apresentou completamente concluído, enquanto o ibis Styles Centro Liberdade, aberto em regime de soft-openning, ainda se encontra em processo de renovação e deverá estar pronto no início do próximo ano. Cada unidade da marca ibis Styles tem uma temática que a torna diferente. Normalmente os hotéis estão em centros de cidade, são para quem procura localizações privilegiadas. É um cliente moderno, que gosta de ter a experiência de chegar a um hotel e encontrar algo diferente, que o surpreenda, que o envolva e que lhe conte também uma história. Uma experiência de design criativo, a preços acessíveis. Esta é a proposta de valor da marca ibis Styles. Uma experiência que se materializa em hotéis trendy, onde a criatividade não tem limites e que se destina a todos os que

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procuram a inspiração em novas experiências, valorizando a simplicidade, o optimismo e uma envolvente de design. Cada hotel ibis Styles é único. Cada propriedade é concebida como um projecto exclusivo, cujo design moderno é inspirado por um tema e contado em todos os espaços do hotel. A decoração singular de cada ibis Styles cria uma ligação especial com cada uma das cidades em que está localizado e com todas as pessoas com que o visitam. A organização do espaço facilita a descoberta do tema, por meio de elementos decorativos e um estilo e design eclético que promove a imersão numa experiência surpreendente e divertida.

Cultura como temática principal

Como é característico em todos os hotéis da marca ibis Styles, a nova unidade de Chaves, tal como as restantes no nosso país, está localizada no centro da cidade. Dispõe de 58 quartos, individuais, duplos e suites, todos equipados com a Sweet Bed by ibis Styles, camas de elevado conforto, para além de restaurante, bar, kids corner, pequeno-almoço buffet e recepção aberta 24 horas. Localizado na cidade da água por excelência de Portugal, o hotel tira partido das águas termais que brotam das entranhas do vale do rio Tâmega, e conta com um sistema de aquecimento por geotermia. No caso do ibis Styles Grande Hotel de Chaves, a herança histórica romana e medieval inspiram o storytelling do hotel. Os clientes podem experienciar a riqueza do património histórico


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designed as an exclusive project whose modern design is inspired by a particular theme with a story that is told throughout the hotel’s spaces. The unique décor of each ibis Styles creates a special connection with the cities they are located in and with everyone who visits them. The hotels’ spaces are organised in ways that make it easy for guests to explore their themes by way of decorative elements and an eclectic style that immerses guests in a surprising, fun experience.

Culture as a main theme

através de um design imersivo que conta com vestígios romanos e medievais autênticos, estratégica e cronologicamente expostos ao longo das áreas comuns. Tudo foi cuidadosamente seleccionado para criar a junção perfeita com as peças cerâmicas e metálicas encontradas durante as escavações, que agora decoram os vários espaços do estabelecimento.

Um refúgio da natureza

Por sua vez, o ibis Styles Lisboa Centro Marquês de Pombal, localizado na Avenida Fontes Pereira de Melo, onde desde 1956 teve lugar o hotel Eduardo VII, marcou a entrada oficial deste conceito no nosso país. Jardim é a temática da nova unidade, um conceito que serve de base à experiência imersiva que este novo hotel da família ibis garante a quem o visita. Localizado perto do Parque Eduardo VII, o Ibis Styles Lisboa Centro Marquês de Pombal apresenta-se como um refúgio da natureza, em pleno centro da capital. Oferece actualmente 145 unidades de alojamento (individuais, duplos e triplos), bar/restaurante e snacks 24 horas por dia, bem como o pequeno-almoço até às 11 horas. Com esta nova abertura, a família ibis em Portugal passa a contar com 24 unidades, composta pelas marcas ibis, ibis Budget e ibis Styles. By 2023, the ibis Styles brand will offer 194 more hotels – corresponding to 28,000 rooms. An Accor Group brand, there are currently 501 ibis

Styles with a total of more than 52,000 rooms in almost 50 countries. Democratising design within the budget hotel business is the brand’s raison d’être. The ibis Styles Grande Hotel in Chaves opened after what used to be the iconic Grande Hotel of Chaves, recognised as a top spa centre and built in the 1920s, received several months’ worth of renovation work. This particular hotel is the brand’s third in Portugal, while its first opened its doors last December with 45 rooms. Although it opened at that time, it was only at the end of this past June that it was completely finished. The ibis Styles Liberdade has had its soft opening already but is still undergoing certain renovations; it should be completely ready at the beginning of next year. Each ibis Styles unit has a theme that makes it different. The hotels are usually in city centres and are aimed at those looking for prime locations. They cater to modern customers who like to have the experience of arriving at their hotel and finding something different that will surprise and immerse them and tell them a story. ibis Styles hotels are experiences in creative design at affordable prices, experiences that materialise in trendy hotels where creativity has no limits and is intended for anyone who seeks inspiration from new experiences and values simplicity, optimism, and an environment focused on design. This is the chain’s value proposition. Each ibis Styles hotel is unique. Each property is

As is characteristic of all ibis Styles hotels, the new unit in Chaves is located in the centre of the city. It has a total of 58 rooms (individual rooms, doubles, and suites), all of which are equipped with an ibis Styles Sweet Bed, beds which deliver in terms of comfort. The hotel also features a restaurant, bar, kids corner, a breakfast buffet, and 24-hour front desk. The hotel also takes advantage of the local hot springs that bubble up from the bowels of the Tâmega river valley, boasting a geothermal heating system. For the ibis Styles Grande Hotel in Chaves, Roman and Mediaeval historical heritage inspire the hotel’s storytelling. Guests can experience the richness of its historical heritage through its immersive design that features authentic Roman and Mediaeval remains, strategically and chronologically displayed throughout the hotel’s common areas. Everything has been carefully selected to create the perfect match with the ceramic and metal pieces that were found during the excavations and which now decorate various spaces throughout the establishment.

A natural refuge

The ibis Styles Lisbon, Marquês de Pombal is located on Avenida Fontes Pereira de Melo where the Eduardo VII Hotel was built in 1956 and was the brand’s first foray into the Portuguese market. Gardens are this unit’s theme, a concept that serves as the base for the immersive experience that this new ibis hotel offers its visitors. Located close to Lisbon’s Eduardo VII Park, ibis Styles Lisbon, Marquês de Pombal presents itself as a natural refuge in the centre of the Portuguese capital. It currently has 145 rooms (individual rooms, doubles, and triples) on offer, as well as a bar/restaurant, snacks 24 hours a day, and breakfast until 11:00. With this most recent opening, the ibis family – composed of the ibis, ibis Budget, and ibis Styles brands – now operates 24 units in Portugal.


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Prémios Personalidade 2019 72 Master

Tourism

Personality Awards 2019

Sempre a subir… Ever upward and onward…


Prémios Personalidades 2019 Personality Awards 2019

Na sala Fernando Pessoa, do Hotel Vila Galé Collection Palácio dos Arcos, no passado dia 12 de Setembro, sentiu-se um grande calor humano e quase se tornou pequena para acolher a mais de uma centena de convidados que, numa cerimónia intimista e muito bem disposta, comemoraram dois eventos que já são um marco do imobiliário nacional. In the Fernando Pessoa Ballroom at the Hotel Vila Galé Collection Palácio dos Arcos on 12 September, more than 100 guests gathered together for an intimate ceremony to celebrate two of Portuguese real estate’s hallmark events.

Os Prémios Personalidades levados a cabo, desde há seis anos, pela Magazine Imobiliário são sempre uma cerimónia de grandes emoções à flor da pele. Por um lado, marcam o 6º aniversário da revista na qual - quer em formato papel, quer online, redes sociais ou eventos organizados -, imprime o seu ADN jornalístico, profissional e humano. Por outro, celebra a partilha deste universo com cinco homenageados cujos sucessos espelham as necessidades e aspirações das sociedades não só de Portugal como de todo o mundo. Apresentamos nas próximas páginas os momentos mais marcantes dos Prémios Personalidades 2019 que nesta edição agraciaram Eugénio Sequeira com o Prémio Mérito; Hugo Santos Ferreira com o Prémio Imobiliário; Rui Marques com o Prémio Construção; João Roquette com o Prémio Ambiente; e Ana Mendes Godinho com o Prémio Turismo. Reflexo dos tempos em que vivemos, neste evento não faltaram discursos de sensibilização a nível económico, social e, sobretudo, ambiental. A mensagem que todos passaram é que temos de actuar já, se queremos ter um mundo amanhã. A Magazine Imobiliário junta-se a estas vozes e apela a uma união em todas as frentes.

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Magazine Imobiliário has now held its Personality Awards ceremony for six years in a row, and emotions always run high during the affair. During the ceremony, MI celebrated its 6ᵗʰ birthday, and, no matter how you interact with it (reading it on paper, online, through social media, or at organised events), it always leaves a distinct journalistic, professional, and human mark. MI also shined the spotlight on five honourees whose successes mirror not only Portugal’s needs and aspirations but also those of societies around the world. On the next few pages, we present to you the most memorable moments of the 2019 Personality Awards ceremony. This year’s honourees included none other than Eugénio Sequeira (Special Recognition); Hugo Santos Ferreira (Real Estate); Rui Marques (Construction); João Roquette (Environment); and Ana Mendes Godinho (Tourism). A true reflection of the times we live in, the speeches given at the event focused on economic, social and, above all, environmental awareness. The message that all wanted to convey was that we have to act now if we want to have a tomorrow. Magazine Imobiliário joins these voices and would like to call for unity on all fronts.


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É isto o amanhã? Is this what tomorrow will be like?

Ilustração Illustration: José Laranjeira

This photograph sums up almost everything there is to say about real estate agencies in Portugal: the “branch” of a real estate agency in Ponte de Lima without any interested customers or activity. This industry supports the lives of tens of thousands of families, their survival essentially stemming from properties such as these that have been abandoned to their fate. The president of the Portuguese Association of Real Estate Agencies and Professionals (APEMIP) was recently re-elected via a single list and intends to remain in power. He seems to be more interested in the media spotlight than anything else. The Realtor Association of Portugal (ASMIP), the country’s new association, acts more discreetly, but both are in search of a pole position. Apparently, neither of the two has realised that the “classic” model is obsolete and that only a merger could lead to the strength needed to brave the future.

Foto Photo: Anabela Loureiro

Basta esta fotografia para dizer tudo sobre a Mediação Imobiliária em Portugal. Uma “imobiliária”, em Ponte de Lima, sem clientes e movimento. Desta actividade vivem dezenas de milhares de famílias, cuja subsistência reside, essencialmente daqui. Estão abandonadas à sua sorte. A APEMIP, cujo presidente volta a ser reeleito, em lista única, perpetua-se no poder. Procura sobretudo o protagonismo nos media. A nova associação, ASMIP, tem um comportamento mais discreto. Mas ambas buscam a “pole position”. Aparentemente nenhuma das duas percebeu que o modelo “clássico” está caduco e que só uma fusão pode levar à força necessária para enfrentar o futuro.



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