Magazine Imobiliário 048

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Construção Ambiente Turismo

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JUL/AGO 2021 €10

Em busca dos nossos caminhos In search of our paths



1 Editorial

Turismo sem ajuntamentos

Tourism without gatherings

Carla Celestino Directora Director

Até há bem pouco tempo só precisávamos de saber se ia chover ou fazer sol e apenas necessitávamos de um mapa ou de gps para fazer turismo. Agora, antes de sairmos de casa, precisamos de saber como está o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde e quais são as últimas medidas impostas pelos governos. Tudo está sempre a mudar. Ora estamos na lista verde, ora caímos para a amarela. Ora aterram aviões cheios de turistas britânicos, ora vão embora a meio das suas férias porque há novas estirpes de Covid-19 e porque o Rt voltou a subir. O calor chegou, a vacinação começou a correr bem, abriram-se as portas ao descofinamento. Mas as multidões inconscientes e com desejos de celebrar campeonatos, com o apanágio das autoridades, vieram mostrar que este flagelo chegou de malas e bagagens ao nosso País e não sabemos quando irá acabar a sua estada. A História da Humanidade já mostrou a dureza e a durabilidade das pandemias. Mas mostrou também a resistência das civilizações. Esta nossa Era não é diferente. Por isso neste Verão, em que, confessemos, estamos todos desejosos de viajar, a Magazine Imobiliário foi pelos caminhos históricos nacionais para fazer uma edição em jeito de “vá para fora cá dentro” com pequenas grandes histórias do melhor que temos e sabemos fazer. Fomos pela Natureza, sem ajuntamentos. Ao ar livre.

Until very recently, we only needed to know what the weather was going to be like along with a map or GPS to be tourists. Nowadays, though, before we leave the house, we need to know what the General Directorate for Health’s epidemiological bulletin says and what the government’s latest measures are. Everything is always changing. Some days, we’re on the green list; others, we’re on the yellow list. One day, planes land full of British tourists. The following day, they go back home in the middle of their holidays because there new strains of COVID-19 have been detected and the infection rate has gone up again. The heathas arrived, vaccination campaigns have started to go well, and lockdowns have started to ease. But unconscious crowds that wanted to celebrate championships, with the consent of the authorities, have shown us that this scourge arrived in our country with lots of luggage, and we do not know when its stay will end. Studying human history, we know how fiercely and how long pandemics can rage. But our history has also taught us how resilient civilisations can be. This era we live in is no different. This is why, this summer (during which, we confess, we all want to travel), Magazine Imobiliário visited national historical paths. We wanted this edition to be about “going outside within [Portugal],” with great short stories featuring the best of what we have in Portugal and our know-how. We ventured into nature, without gatherings. Outdoors.


Ficha técnica Datasheet

Índice

Propriedade Property Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Rua Paulo Reis Gil nº 39, 3º Esq.

Summary

2745-195 Queluz Telm. / Mobile: (+351) 96 237 00 08

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Experiências à beira-jardim Garden-side experiences

38 Metro Quadrado

Square Meter Horizon Ocean Gardens Capa Cover: Anabela Loureiro

42 Opinião Opinion

eXp

04 Grande Tema

Lead Story Mudámos o destino Changing paths

16 Sol e Lua

Tourism Na mira de Napoleão Napoleonic lines of sight

22

A herança industrial de Alfredo da Silva Alfredo da Silva’s industrial legacy

28

Clássicos da gastronomia Gastronomic classics

44 Opinião Opinion

Millennium bcp

46

ERA Portugal

50 Atelier

Atelier Broadway Malyan

56 Ventos do Norte North winds Mercados do Porto Porto’s markets

62 Lá fora Abroad

Opinião Opinion

Reino Unido United Kingdom

64 Paparazzi

Estado da Nação State of the Nation

geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario.com Fundador da Magazine Imobiliário Founder of Magazine Imobiliário Joaquim Pereira de Almeida Directora Director Carla Celestino Colaboradora Permanente Permanent Contributor Elisabete Soares Fotografia Photography Anabela Loureiro Tradução Translation Frank Miller Grafismo Graphics Rodrigues Silva Contabilidade Accounting Nasceconta Periocidade Frequency Bimestral Tiragem Number printed 3.000 exemplares Impressão Printing Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal Legal Deposit 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível em: Editorial policy available at: www.magazineimobiliario.com


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Grande Tema 4 Grande Tema

Lead Story

Kynny / istockphoto

Lead Story

Horizontes de memória Horizons of remembrance

Mudámos o destino

Changing paths


Grande Tema Lead Story

Texto Text: Carla Celestino

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Se Portugal fosse os Estados Unidos da América já Hollywood tinha feito milhares de filmes, tão rica é a nossa História. À nossa escala somos grandes, somos exemplo a seguir. O turismo está a ser reactivado mas não devemos baixar armas, o inimigo Covid ainda anda por aí. Por isso, neste Verão, não vamos a banhos, partimos em demanda pelos trilhos histórico-culturais do nosso País. Ao ar livre. If Portugal were the U.S., Hollywood would have already made thousands of films about our rich, storied history. On our scale, we are grand, an example to follow. Tourism is being reactivated, but we shouldn’t let our guard down. The enemy that is COVID still roams the streets. Which is why, this summer, we’re not going swimming. Instead, we left in search of Portugal’s historical and cultural trails. Outside.


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Grande Tema

Lead Story

Fora da caixa Out of the box

Viajar em segurança Travelling safely

“Foi aqui, precisamente aqui, que aconteceu…” já dizia o saudoso professor José Hermano Saraiva. Não pretendemos fazer uma viagem pelos milhares de anos como ele o fez de forma ímpar pela obra “História de Portugal” mas podemos percorrer os trilhos onde outrora importantes acontecimentos tiveram lugar e alteraram a biografia do nosso País. Antes de sair de casa temos sempre de olhar para o mapa – não das estradas porque já todos têm GPS –, mas do coronavírus e saber que cuidados devemos ter na transição entre concelhos. Sim, o descofinamento está aí, a vacinação corre a bom ritmo mas o vírus não desapareceu e é preciso precaver antes de iniciar a visita a um qualquer recanto do País. O passo seguinte requer algum debate pessoal, se a viagem for a solo, ou em grupo. É que num país tão diversificado como o nosso existem diversas rotas e trilhos que merecem a sua redescoberta: há a Rota Pré-Histórica, o Trilho Celta, as Aldeias Históricas, a Rota dos Castros ou do Távora, a Rota das Invasões Francesas e das Linhas de Torres, os Jardins Históricos… Há também quem se desloque só para visitar castelos e igrejas, vinhas, adegas e lagares,

searas e moinhos, ou saborear aqueles pratos e petiscos cujas receitas passam de geração em geração, únicas, genuínas, tão boas, tão portuguesas. Nesta edição deixamos algumas sugestões. Sempre ao ar livre. Sem horários, sem stress. E com muito entretenimento, porque a História e a Cultura podem ser algo também divertido.

Regresso ao passado

Num sábado à tarde fomos passear pelo jardim com a Leonor e a sua mãe Tânia Oliveira. O tema da conversa andou à volta das férias de Verão, pois a escola está quase a acabar. Perguntámos a ambas, se tivessem uma máquina de viajar no tempo a que época as duas recuariam? Depois de um olhar cúmplice e sorriso rasgado a resposta em coro foi: “Ao tempo dos Dinossauros.” Isso porque, no ano passado, foram ao Dino Parque da Lourinhã, no concelho de Torres Vedras, e ficaram “encantadas”. Recorda que 2020 foi “o ano do início da pandemia” e, por isso, “procurámos um lugar que tivesse bons acessos, que fosse bem organizado e onde houvesse distanciamento entre os visitantes, que tivesse mobilidade pelas

No dia 16 de Junho passaram a estar disponíveis os certificados de vacinação, no âmbito do Certificado Digital da Covid-19 da União Europeia (UE), para todos os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os mesmos podem ser solicitados, de forma gratuita, através do portal do SNS 24, que fica visível no portal ou pode ser recebido via email. Já no dia 17 de Junho passaram a estar disponíveis os certificados de teste e recuperação, também neste portal. A sua utilização vai ser possível a partir do dia 1 de Julho, funciona de forma semelhante a um cartão de embarque para viagens, em formato digital e/ou papel, com um código QR para ser facilmente lido por dispositivos electrónicos, e permite a livre circulação em todos os Estados-membros da UE, incluindo igualmente os países da Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. On 16 June, vaccination certificates started to become available for all users of Portugal’s National Health Service (SNS) as part of the European Union (EU)’s Digital COVID-19 Certificate. These certificates can be requested free of charge by way of the SNS 24 portal. The certificate can either be viewed on the portal or sent to the user via e-mail. On 17 June, testing and recovery certificates also became available on the same portal. 1 July is the first day these certificates will be able to be used. They function similarly to a boarding pass, come in digital and paper formats, and feature a QR code that can be easily read by electronic devices. These certificates will allow free circulation throughout all EU Member States, as well as Iceland, Liechtenstein, Norway, and Switzerland.


Grande Tema Lead Story

limitações da idade dos meus pais e que tivesse um parque das merendas onde pudéssemos fazer um piquenique, embora existam no local restaurantes.” Diz ainda que “o nosso objectivo era passar o dia ao ar livre.” Inaugurado apenas em 8 de Fevereiro de 2018, já tinha recebido 500 mil visitantes até Agosto de 2019. E facilmente se percebe o sucesso deste local: ninguém resiste a observar as réplicas de dinossauros à escala real, olhar para ovos de dinossauros originais ou para os ossos do Torvossauros que foi o maior carnívoro da Europa. Leonor adorou receber “brinquedos de dinossauros, pedrinhas preciosas e um dente de tubarão” mas disse também que o que mais gostou foi “ver os dinossauros gigantes na floresta, como o T-Rex, e passar o dia com os pais e avós sem estarmos fechados em casa.” Mas nestas viagens temporais a mais singular para Tiago Vasconcelos seria o regresso ao Paleolítico. Tal é possível com a visita ao Par-

que Arqueológico do Vale do Côa. Descreve a sua experiência de visita como “incrível”. “O passeio de caiaque é muito agradável, porque estamos rodeados de água, de rochas, de vegetação e do som das aves e depois, no meio desta natureza, observamos as figuras de veados ou de cavalos cravados no xisto.” Na sua opinião, “ninguém fica indiferente” às pinturas rupestres deixadas ali há cerca de 25.000 anos. Este legado pode ser observado ao longo das margens do rio Côa (Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno) e do rio Douro (Fonte Fireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves, Vale de Cabrões). “Tive ainda a oportunidade de visitar o Fariseu onde pude ver a imagem de um auroque que foi recentemente descoberto e que é a maior gravura do mundo ao ar livre”, acrescentou Tiago Vasconcelos, sublinhando que “este é um dos passeios que se tem de fazer pelo menos uma vez na vida!”

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Diferentes povos, tantas evoluções

A máquina do tempo faz-nos perceber que por estas terras, de Norte a Sul, passaram diferentes povos com culturas díspares. Desde os celtas, romanos aos árabes, todos deixaram a sua marca. Isso permitiu evoluir. Rasgaram-se estradas, construíram-se pontes e aquedutos, cidades tomaram forma e organizaram-se. Também houve lutas, uma civilização sobrepondo-se a outra. Bragança, cidade-berço da Nação, é o melhor exemplo desta confluência de povos. A sua localização era estratégica na defesa da fronteira face às múltiplas tentativas de invasão e cuja cobiça nem a Castela escapou. “A zona histórica é para ser explorada a pé”, diz Carlos Lobato que percorreu toda a região de Trás-os-Montes. “Andei pelos trilhos do Geopark Terras de Cavaleiros e cruzei-me com alguns geólogos também a fazer turismo e todos eles me diziam o mesmo – que era tão empolgante palmilhar este terreno com milhões de anos.”


Grande Tema

Lead Story

Temperatura Temperature

Verão em Portugal Summer in Portugal

De acordo com o 20.º Barómetro Anual de Férias de Verão da Europ Assistance, em parceria com a Ipsos, “cerca de 62% dos portugueses têm planos para viajar durante os meses de Verão e 46% escolhe Portugal como destino de eleição para fazer férias”. Este estudo revela também que, “no estrangeiro, Espanha (18%) é o destino eleito pelos cidadãos portugueses neste Verão, seguindo-se França (9%) e Itália (5%)”. Mau grado, “apenas 26% dos portugueses já reservou as suas férias ou parte delas.” No que toca aos turistas estrangeiros, “Portugal é o destino de preferência dos espanhóis.” Os viajantes inquiridos revelam ainda uma clara “preferência por férias em locais isolados e pautados pela natureza, fora das grandes cidades e que lhes permitam passar tempo perto de familiares e amigos”. According to the 20ᵗʰ Annual Summer Holiday Barometer published by Europ Assistance in partnership with Ipsos, “about 62% of Portuguese have travel plans during the summer months, and 46% are choosing to spend their holiday in Portugal.” This study also reveals that, for those who do want to go, “Spain (18%) is the most popular destination among Portuguese citizens this summer, followed by France (9%) andItaly (5%).” Despite this, “only 26% of Portuguese have made bookings for their holidays, be they partial or complete bookings.” As far as foreign tourists are concerned, “Portugal is a preferred destination for Spaniards.” Travellers surveyed also stated that they had a clear “preference for holidays in isolated and nature-oriented locations outside larger cities that allow them to spend time close to family and friends.”

Cronislaw / istockphoto

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Grande Tema Lead Story

Neste Verão vá ao ar livre. Sem horários, sem stress. E com muito entretenimento, porque a História e a Cultura podem ser algo também divertido. This summer go outdoors. With no schedules, no stress, and a lot of entertainment. Because History and Culture can also be fun.”

Como nos recorda, este distrito integra a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica reconhecida pela UNESCO. Carlos Lobato revela-nos que, “além das paisagens de cortar a respiração, cruzei-me com pessoas a fazer passeios de bicicleta, vi pessoas a fazer parapente e canoagem.” Já ele preferiu “dar um mergulho na Praia da Ribeira” e confirma que “mereceu a distinção de 7 Maravilhas - Praias de Portugal.” Os romanos. Esse é o tempo preferido e mais referido pelas pessoas com quem vamos falando pelo País fora. Uns recordam Braga com o seu evento “Reviver Bracara Augusta” (assim se chamava no tempo dos romanos). Trajados a rigor, a cidade enche-se de artistas para mostrar como era a vida nesta cidade naqueles tempos. Mas a pandemia veio trazer uma nova realidade e este ano só foi possível de forma virtual mas permitiu o retorno dos bracaraugustanos a esta cidade nortenha. Aqui, basta olhar em redor para se descobrirem os vestígios deixados por este povo: pontes, estradas, termas… Outros mencionam a cidade de Conímbriga, em Condeixa-a-Velha, no distrito de Coimbra, com as suas ruínas e achados arqueológicos.

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Paragem obrigatória para muitos estudantes em excursão em tempos de aulas, pausa aconselhada a todos os que querem saber mais sobre a nossa herança. A Magazine Imobiliário andou pelo distrito de Lisboa e não ficou indiferente a esta região. Na capital, quem nunca ouviu falar do Aqueduto das Águas Livres, da Mãe d’Água, das galerias subterrâneas ou do Arco da Rua Augusta. Mas o seu perímetro turístico encerra vastas páginas de histórias que vão desde o Castelo de S. Jorge ao Castelo de Palmela, Convento de Cristo (Tomar) ou Convento dos Capuchos (Sintra), Mosteiro da Batalha e Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, entre muitos outros. Tanta História, tanto para ver, sentir e apreciar. Mais à frente, nesta edição, contamos como é a Rota das Invasões Francesas.

Saia, descubra, deslumbre-se

Se há região turística profícua em rotas temáticas é a do Centro. Aliás, como Vânia Costa e o namorado Jorge Pessegueiro confessam, “tivemos muita dificuldade em escolher o que ver e fazer nesta região (no bom sentido, claro!).” Ela, como diz, “adoro tudo o que


10 Grande Tema Lead Story

tem a ver com fortalezas, aldeias históricas, conventos e mosteiros.” Acrescentando que “sempre que vou na auto-estrada e vejo a placa a dizer Santarém Capital do Gótico digo que vou entrar e ver, mas depois não o faço.” Tiraram uma semana de férias em Julho e Vânia afirma categoricamente que “desta vez é que vai ser!” Já Jorge interessa-se mais “por moinhos e natureza” mas o que o atrai mesmo são “aqueles bons petiscos e aqueles doces maravilhosos, porque dizem que os olhos também comem mas eu preferido ter a certeza com a barriga.” Aqui há muito por onde escolher, basta ir ao site da Região Turística do Centro de Portugal para perceber onde começar e acabar a visita. Também na Região de Turismo do Ribatejo e Alentejo a tarefa não é nada fácil. As opções passam pela Rota do Megalitismo, Rota de Fortes & Fortificações, Rota do Barroco ou Rota da Cultura Avieira. “Portugal possui um ponto geográfico que conseguiu reunir num mesmo espaço vestígios de diferentes períodos históricos e com uma organização exemplar”, diz-nos Sandra Ferreira que nos lança o repto: “Sabem qual é?” Pensamos, pensamos, e a resposta que nos dá “é Mértola, no distrito de Beja.” Como nos explica: “Os núcleos museológicos foram fruto de um longo e dedicado trabalho de ar-

queologia e hoje mostram o passado através da Casa Romana, da Basílica Paleocristã ou da Ermida e Necrópole de S. Sebastião até à Arte Sacra e Arte Islâmica.” Sandra Ferreira diz-nos ainda que “por estas bandas come-se e bebe-se tão bem”, que adora “passear de cavalo, de bicicleta e de jeep” e que o “ritmo da vida é outro, quase apetece-nos por ali ficar.” E encerramos este capítulo com Ana Filipa Pacheco que habitualmente passa férias na Carrapateira, residência dos seus avôs. “Gosto desta zona porque é um Algarve mais selvagem, mais genuíno, a praia muda todos os anos, é mais atlântica, não é à toa que é procurada pelos surfistas.” Mas é a sua filha Clara Tavares que nos surpreende ao dizer que existe uma rota secreta na região algarvia. Tem dificuldade em dizer o nome, mas lá sai: “É a Rota Omíada”. E sabe a história toda na ponta da língua: “Foi por este caminho que os árabes chegaram a Portugal, depois passaram para Espanha e depois para toda a Europa.” Esta rota foi também o canal utilizado na relação entre o Ocidente e o Oriente. Ao todo são 14 localidades que apresentam muralhas urbanas, conjuntos palatinos fortificados, entre outros, deixados pelos árabes que viveram nesta região entre os séculos VIII e XIII. Este é seguramente um outro Algarve que merece ser explorado.

Num país tão diversificado como o nosso existem diversas rotas e trilhos que merecem a sua redescoberta. In a country as diverse as ours, there are several routes and trails that deserve to be rediscovered.”


Grande Tema Lead Story

Hoje, a oferta turística é muito variada, atrai miúdos e graúdos e permite coleccionar experiências únicas. De Norte a Sul existem caminhos históricos que nos abrem os olhos para o espírito português – que dá luta, não baixa armas e deixa um cunho intemporal no património - algo que tanto cativa os turistas. Agora, caro leitor, já pode ir para aquele destino que sonhou durante o último ano em que esteve confinado. Para aquele hotel, casa rural ou pousada. Para aquele restaurante com pratos tradicionais ou adega com provas de vinhos. Aproveite para conhecer um pedaço da nossa História, da nossa Cultura. Rodeie-se da nossa Natureza. Vá, saia, mas com juizinho… “It was here, exactly here that it happened…” nostalgic Professor José Hermano Saraiva would say. We don’t intend to travel through thousands of years as he did in such a unique way when writing his masterpiece “História de Portugal,” but we can walk along the paths where important events took place at one time and changed the biography of our country. Before leaving home, we always have to look at the map. And not the street map (because we all have GPS now) but rather the coronavirus infection rate map. We need to know what precautions to take when travelling between towns. Indeed, the easing of lockdown restrictions is at hand, and vaccination campaigns are going well. The virus has

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not disappeared, though, and we must take precautions before visiting any corner of the country. The next step requires some personal discussion, whether traveling solo or in a group. In a country as diverse as ours, there are several routes and trails that deserve to be rediscovered: there is the Prehistoric Route, the Celtic Trail, the Historical Villages, the Castros and Távora Routes, the French Invasion and Linhas de Torres Routes, the Historic Gardens… There are also those who travel just to visit castles and churches, vineyards, wineries and mills, cornfields, and windmills or just to taste dishes and snacks whose recipes have been passed down from generation to generation, recipes that are unique, genuine, so scrumptious, so Portuguese. In this edition, we have some suggestions for you. Always outdoors. No schedules, no stress, and a lot of entertainment. Because History and Culture can also be fun.

Going back to the past

On a Saturday afternoon, we went for a walk in the garden with Leonor and her mother Tânia Oliveira. The conversation revolved around the summer holidays, as school was almost over. We asked them both what time they would go back to if they had a time-travel machine. After a knowing look and a wide smile, they responded in unison: “The time of the Dinosaurs.” That’s because, last year, they went to Dino

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Nevão Snow

Park in Lourinhã, Torres Vedras, and loved the experience. She recalls that 2020 was “the year the pandemic started,” and, because of this, “we looked for a place that was easy to get to, well organised, practicing social distancing for visitors, accessible for people with physical limitations given my parents’ age, and had an area where we could have a picnic, even though there were restaurants on site.” She also says that “our goal was to spend the day outdoors.” Opened as recently as 8 February 2018, it had already welcomed 500,000 visitors by August 2019. And it’s easy to see why this place has had such success: no one can resist looking at its full-scale dinosaur replicas, real dinosaur eggs, or bones of what was once the largest carnivore in Europe, the Torvosaurus. Leonor loved getting “dinosaur toys, precious stones, and a shark’s tooth.” She also mentioned that what she liked the most was “seeing giant dinosaurs like the T-Rex in the forest and spending the day with my parents and grandparents without having to stay home.” But, out of these journeys through time, the most unique for Tiago Vasconcelos would have to be his return to the Paleolithic era, made pos-

sible by visiting the Côa Valley Archaeological Park. He describes his experience visiting the valley as “amazing.” “The kayak tour is a lot of fun because you’re surrounded by water, rocks, vegetation, and the sound of birds. And then, in the midst of all this nature, we see deer and horses carved into the schist.” In his opinion, “everyone is astounded” by the cave paintings that are about 25,000 years old. These etchings can be seen along the banks of the Côa River (Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno) and the Douro River (Fonte Fireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, José Esteves Valley, Vale de Cabrões). “I also had the opportunity to visit the Pharisee where I saw the image of an aurochs that was recently discovered. It’s the largest outdoor engraving in the world!” Vasconcelos said, stressing that “this is one of those tours you have to do it at least once in your life.”

Different peoples, so many changes

The time-travel machine makes us realise that different peoples with different cultures have passed through these lands, from North to

Diversificação dos mercados é vital Market diversificationis essential

Portugal era o único Estado-membro da União Europeia (UE) que, desde 17 de Maio, se encontrava na “lista verde” que isenta os viajantes de quarentena e dos testes PCR no regresso ao território britânico. Com isso, os viajantes europeus começaram a apontar setas para o nosso País em vez que outros destinos turísticos, como Espanha ou Grécia. Mas a partir do dia 8 de Junho tudo mudou. Com centenas de turistas em solo algarvio a gozar as suas férias, veio a decisão do governo britânico em retirar o nosso País da “lista verde” e com isso observou-se um regresso antecipado destes viajantes ao seu país. Esta realidade trouxe a nu a necessidade de diversificar os mercados emissores de turistas, para lá da dependência dos mercados do Reino Unido, França, Alemanha, Holanda ou Espanha. Portugal was the only European Union (EU) member state which has been on the United Kingdom’s “green list” since 17 May. Travellers departing from countries on the “green list” are exempt from quarantine and PCR tests when returning to the UK. Because of this, European travellers began to head to our country instead of other tourist destinations like Spain or Greece. But, on 8 June, everything changed. With hundreds of tourists in the Algarve enjoying their holidays, the British government made the decision to remove Portugal from the “green list,” and, with that, these travellers returned to their country earlier than expected. This brought to the fore Portugal’s need to diversify the markets from which it draws tourists, instead of depending solely on the UK, French, German, Dutch, and Spanish markets alone.


Grande Tema Lead Story

South. The Celts, the Romans, and the Arabs all left their mark, allowing it to evolve. Roads were torn up, bridges and aqueducts were built, cities took shape and were organised. There have also been fights, with one civilisation toppling another. Bragança, Portugal’s birthplace, is the best example of this confluence of peoples. Its location was strategic in defending the border against multiple invasion attempts and whose greed not even Castile could escape. “One ought to explore the historic area on foot,” says Carlos Lobato, who toured the entire region of Trásos-Montes. “I walked the trails of the Lands of Knights Geopark and met some geologists who were also being tourists. They all told me the same thing, that it was so exciting to tread this land that was millions of years old.” As Lobato remind us, this district is part of the UNESCO-recognized Iberian Plateau Transborder Biosphere Reserve. Lobato tells us that, “in addition to the breathtaking landscapes, I came across people taking bicycle rides and saw people paragliding and canoeing.” He preferred to “take a dip at the Riverside Beach” and confirms that it “deserved its 7 Wonders – Beaches of Portugal

distinction.”The Romans. This is the favourite, most referred to time of the people we talked to throughout Portugal. Some may think of Braga and its event “Revive Bracara Augusta” (the name it had in Roman times). All dressed up, the city fills with artists to show what life was like in this city during those times. But the pandemic imposed a new reality, and, this year, only in a virtual event was possible. Even still, it allowed Bracaraugustans to return to this northern city. Here, all one has to do is look around to discover the traces left by the Romans: bridges, roads, public baths… Others may mention the city of Conímbriga with its ruins and archaeological finds near Condeixa-a-Velha in the district of Coimbra. It is a mandatory stop for many school field trips as well as a break recommended for anyone who wants to know more about our heritage. Magazine Imobiliário walked through the district of Lisbon and found interesting sites to behold in this region as well. In the capital, who has never heard of the Águas Livres and Mãe d’Água aqueducts, the city’s underground galleries, or the Rua Augusta Arch? Portugal’s historic-touristic circuit contains vast pages of stories ranging from Lisbon’s St. George Castle to

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Setúbal’s Palmela Castle, the Convent of Christ (Tomar), the Convento dos Capuchos (Sintra), Batalha Monastery, and the Battle of Aljubarrota Interpretation Centre, among many others. So much history, so much to see, feel, enjoy, and appreciate. Later in this edition, we will tell you about the Route of the French Invasions.

Get out there, discover, be enchanted

One tourist region that has an abundance of thematic routes is the Centre of Portugal. In fact, Vânia Costa and her boyfriend Jorge Pessegueiro say, “We had a lot of difficulty choosing what to see and do in this region (in a good way, of course!).” Costa says, “I love anything that has to do with forts, historic villages, convents, and monasteries,” adding that, “whenever I go on the motorway and see the sign that says Santarém Gothic Capital, I say I’ll go in and see it but then I don’t.” They’ve taken a week off from work in July, and Vânia categorically states that, “this time, it will happen!” Pessegueiro is more interested in “windmills and nature,” but what really attracts him are “good snacks and wonderful sweets because, though they say that the eyes also eat, I pre-


14 Grande Tema Lead Story

fer to be sure with my belly.” There is a lot to choose from here. Just go to the Centre of Portugal Tourist Region website to see where to begin and end your visit. The task of deciding what to do in the Ribatejo and Alentejo Tourism Region is no easier. The options include the Megalith Route, the Forts & Fortifications Circuit, the Baroque Route, and the Avieira Culture Circuit. “Portugal has a geographic area that has managed to gather vestiges of different historical periods all in the same space and is wonderfully organised,” Sandra Ferreira tells us. She asks, “Do you know which place I’m talking about?” We think and we think, and the answer she gives us is “Mértola, in the district of Beja.” She explains that “the museums there are the fruit of hard, dedicated archeological work. Today, they show us what the past was like with its Roman House, Paleochristian Basilica, its St. Sebastian Chapel and Necropolis, and even Sacred and Islamic Art.”

Ferreira also tells us that, “in these parts, people eat and drink so well,” that she loves “riding horses, bicycles, and jeeps,” and that the “rhythm of life is different. We almost feel like staying there.” And we close this chapter with Ana Filipa Pacheco who usually spends her holidays in Carrapateira, where her grandparents’ home is. “I like this area because it’s a wilder, more genuine Algarve. The beach changes every year. It’s more Atlantic, so it’s no wonder that surfers love it.” But it is her daughter Clara Tavares who surprises us by saying that there is a secret route in the Algarve. She finds it difficult to say the name, but it comes out: “It’s the Umayyad Route.” And she knows the whole story by heart: “It was along this path that the Arabs arrived in Portugal, then moved to Spain, and then to the rest of Europe.” This route was also used in the relationship between the East and the West. In all, there are 14 lo-

cations that have urban walls, fortified palatine groups, and more left by the Arabs who lived in this region between the 8ᵗʰ and 13ᵗʰ centuries. This is, without a doubt, another Algarve that deserves to be explored. Today, tourists have a great deal of unique experiences to choose from for both children and adults. From North to South, there are historical paths that open our eyes to the spirit of Portugal, which has struggled, never given up, and left a timeless imprint on our culture – something that so captivates tourists. Now, dear reader, you can now go to that destination you dreamt of over this past year you were confined. Go to that hotel, country house, or inn. Eat at that restaurant with the traditional dishes. Drink and taste different wines at that wine cellar. Take this opportunity to get to know a piece of our history, our culture. Surround yourself with our Nature. Go, get out, and do so safely...



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Invasões francesas French invasions

Na mira de Napoleão Napoleonic lines of sight


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É sempre empolgante estudar a história bélica do nosso País. Guerras, invasões, estratégias militares, planeamento de batalhas… tudo a ferro e fogo. E haverá melhor forma de descobrir o Oeste do que passear pelos trilhos onde outrora marcharam as tropas de Masséna e de Wellington? It’s always interesting to study Portugal’s military history. Wars, invasions, military strategies, battle planning…all with fire and sword. And what better way could there be to discover the West than to explore the paths where Masséna’s and Wellingtons troops once marched?

Os franceses adoram Portugal, é o vinho do Porto, são as paisagens, os bons ares…, ontem pela invasão militar, hoje pela turística e imobiliária, não os podemos censurar de nos quererem conquistar. A bem da verdade não foram, e são, só franceses, também há os espanhóis, ingleses… A Magazine Imobiliário, parte desta Nação valente, foi pelas brumas da memória em busca da rota turística napoleónica, em particular da terceira invasão das tropas de Masséna que culminou com a sua retirada, graças ao estratega e general britânico Arthur Wellesley, mais conhecido por Duque de Wellington, nas Linhas de Torres.

Estratégia e ambição

Há castelos, fortes, paióis, comunicações telegráficas, bocas-de-fogo e muito mais para ver nas rotas napoleónicas. Lá do alto, facilmente percebemos o estratagema militar. Dali consegue-se enxergar muito além da terra e do mar, qualquer inimigo era avistado e tomar estes locais deveria ser uma causa inglória que se pagava com a vida. No ano passado Charles Bonaparte, descen-

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dente de Napoleão Bonaparte e presidente da Federação Europeia de Cidades Napoleónicas, esteve no Bussaco, no distrito de Aveiro, e isso fez-nos despertar a vontade de conhecer estes trilhos que marcaram a nossa História. Também poderíamos ter ido a Almeida, no distrito da Guarda, um dos primeiros locais portugueses a ser invadido. Mas preferimos ir à zona de Torres Vedras. Perto do Sobral de Monta Agraço subimos em direcção ao Forte do Alqueidão. Deixamos o carro no parque de estacionamento do Núcleo de Apoio ao Circuito do Alqueidão e empreendemos uma caminhada pela estrada empedrada, a mesma em que, muito provavelmente, se cruzaram soldados e subiram carros de bois carregados com mantimentos. No cimo encontramos os achados arqueológicos deste forte e facilmente percebemos a razão pela qual o general Wellington aqui assentou postos tácticos. Há vista de 360º, vê-se do Tejo a Arruda dos Vinhos, há espaço para construção e para linhas defensivas e ofensivas. No chão estão bem delineados os caminhos a seguir e por eles encontramos as áreas onde outrora se localizavam os paióis e


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a casa do governador. Aqui assentaram praça 2.000 homens e existiam 45 bocas-de-fogo. Continuamos a andar. Passamos por eucaliptos, pinheiros, oliveiras e vegetação rasteira onde não faltam as alcachofras. Avistamos as placas a dar conta de mais três fortes que, no seu conjunto, constituíam a primeira linha de defesa de Lisboa face à incursão do exército francês: Forte do Machado, Forte Novo e Forte Simplício. São lugares quase secretos, escondidos na natureza, estratégicos. Para quem quiser explorar este e outros caminhos militares, o CILT - Centro de Interpretação das Linhas de Torres, localizado no centro do Sobral de Monte Agraço, dá todo o apoio quer vá de carro, de bicicleta ou, como nós, a pé.

Novo produto turístico

No ano em que se celebra o bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte (1821-2021) são várias as efemérides que pretendem recordar quem foi este estadista e líder militar francês. Em Portugal, o Comité de Direcção do projecto Interreg NAPOCTEP – Rotas Napoleónicas por Espanha e Portugal, que junta as regiões

transfronteiriças do Centro de Portugal e de Castela e Leão, empreendeu o desafio de “transformar o património da época das invasões francesas num produto turístico de qualidade e sustentável, capaz de criar riqueza e emprego em zonas espanholas e do Centro de Portugal”. Foi assim que nasceram as Rotas Napoleónicas. Para já apenas integram a 3ª invasão francesa mas o objectivo é que, num futuro próximo, englobem também a 1ª e 2ª incursão napoleónica, protagonizadas pelos líderes Junot e Soult, de modo a estender esta oferta turística a outros municípios que possuem igualmente um importante legado histórico-militar e, com isso, gerar fluxos turísticos, melhorar a oferta e aumentar a economia local e do País. A derradeira missão desta demanda é incluir estes percursos na Rota Cultural Europeia “Destino Napoleão”, do Conselho da Europa. The French adore Portugal. It’s the Port wine, the landscapes, the fresh air… Whether by way of the military invasions of the past or tourism and real estate today, we can’t blame them for wanting to conquer us. The truth

of the matter is, it’s not been just the French who have wanted to do this; there’ve also been Spaniards, the British… Magazine Imobiliário, part of this brave Nation, waded through the mists of memory in search of the Napoleonic tourist route, in particular that which focused on the third invasion of Masséna’s troops that culminated in his retreat on the Lines of Torres thanks to British strategist General Arthur Wellesley (better known as the Duke of Wellington).

Strategy and ambition

There are castles, forts, armouries, telegraph communications, cannons, and much more to see on the Napoleonic routes. From high above, we can easily understand military stratagem. From there, you can see far beyond the land and sea. Any enemy could be sighted, and trying to take these places would have been an inglorious cause that one would have paid for with one’s life. Last year, Charles Bonaparte, a descendant of Napoleon Bonaparte and President of the European Federation of Napoleonic Cities, was in Bussaco, in the district of Aveiro, and


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this made us want to learn more about these trails that are a part of our history. We could have also gone to Almeida, in the district of Guarda, which was one of the first places in Portugal to be invaded, but we opted to go to the area of Torres Vedras. Near Sobral de Monta Agraço, we climbed towards Alqueidão Fort. We left the car in the Alqueidão Circuit Support Centre car park and walked along a cobbled road that soldiers most likely crossed and climbed onto ox carts loaded with supplies. At the top, we encountered the fort’s archaeological finds and could easily see why General Wellington set up tactical posts here.

O desafio é transformar o património da época das invasões francesas num produto turístico de qualidade e sustentável. The challenge is transforming our cultural heritage from the time of the French invasions into a sustainable, quality tourist product.”

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There is a 360º view from the Tagus to Arruda dos Vinhos, and there is space for construction and for defensive and offensive lines. The paths to be followed are well marked on the ground, and along them are areas where the armouries and the governor’s house were once located. 2,000 men were stationed here, and 45 cannons were installed. We kept walking. We passed by eucalyptus, pine, and olive trees and undergrowth where artichokes abound. We spotted placards telling the story three more forts that, together, made up Lisbon’s first line of defence against the incursion of the French army: Forte do Machado, Forte Novo, and Forte Simplício.


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These places are almost secret, hidden in nature, strategic. For those who want to explore this and other military paths, the Torres Lines Interpretation Centre (CILT), located in the centre of Sobral de Monte Agraço, gives all the support you need whether you go by car, bicycle, or, like us, on foot.

A new tourism product

This year, as part of the celebrations of the bicentennial anniversary of Napoleon Bonaparte’s death (1821-2021), there are several events commemorating this French military leader and statesman. In Portugal, the Steering Committee of the Napoleonic Routes through Spain and Portugal Project (Interreg NAPOCTEP), which brings together the cross-border regions of the Centre of Portugal and Castile and León, took on the challenge of “transforming our

cultural heritage from the time of the French invasions into a sustainable, quality tourist product that is capable of bringing economic activity to and creating jobs in areas of both central Portugal and Spain.” This is how the Napoleonic Routes came about. For now, these touristic trails only encompass the 3ʳᵈ French invasion, but the goal is for them to also include the 1ˢᵗ and 2ⁿᵈ Napoleonic incursions, led by leaders Junot and Soult, in the near future. This will allow even more municipalities that also have equally important historic, military legacies to participate in the project. In doing so, this will generate tourist flows, improve Portugal’s tourism offerings, and boost both the local and national economies. The ultimate mission of this quest is to include these routes in the Council of Europe’s “Destination: Napoleon” European Cultural Circuit.

A derradeira missão desta demanda é incluir estes percursos na Rota Cultural Europeia “Destino Napoleão”, do Conselho da Europa. The ultimate mission of this quest is to include these routes in the Council of Europe’s “Destination: Napoleon” European Cultural Circuit.


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Herança industrial Industrial legacy

“O que o País não tem, a CUF cria”

“Whatever this country doesn’t have, CUF will create it”


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Esta era a máxima de Alfredo da Silva, fundador da CUF Companhia União Fabril, no Barreiro, no século passado. Hoje é notável observar que, pela mão da empresa pública Baía do Tejo, a sua memória foi preservada e que o seu espólio continua a ser um espaço vivo, em transformação e cheio de potencialidades. This was the motto of Alfredo da Silva, the man who founded the United Manufacturing Company (Companhia União Fabril; CUF) in Barreiro over a century ago. It is worth noting that state-owned Tagus Bay (Baía do Tejo) still preserves his memory today and that his estate continues to be a lively space that is changing and full of potential.

Passado industrial

Nasceu na Monarquia, atravessou a República e o Estado Novo. Teve uma passagem fugaz pela política, pois como Alfredo da Silva costumava dizer: “Nasci industrial, sempre quis ser industrial e hei-de ser industrial até morrer.” O empreendedor Alfredo da Silva viajava pelo mundo, ia a feiras internacionais e trazia técnicos, conhecimento e tecnologia de ponta para o nosso País. Foi na fábrica de Alcântara, em Lisboa, que tudo começou com o sabão, azeite, óleos e velas. Esta pequena CUF ganhou, no entanto, uma nova dimensão quando é replicada no Barreiro. Ali, na outra margem, crescem as fábricas consoante as necessidades do mercado nacional e internacional. A agricultura necessita de adubos, então faz-se a sua produção. Inicia-se também a indústria de tecidos de grossaria e de fiação, onde não faltam os tapetes, as lonas e as sacas que chegaram até à China. É nesta altura que surgem as primeiras unidades, armazéns e chaminés. Fabrica-se o ácido sulfúrico, o sulfato de cobre e o enxofre. Para transportar as matérias-primas compram-se e constroem-se navios. Para assegurar os bens da CUF e das empresas associadas, cria-se uma seguradora. O mesmo espírito leva à aquisição da Casa Bancária José Henriques Totta. Não foi só por ser visionário que se tornou uma figura incontornável da sociedade portuguesa, foi também pela sua obra social a que Alfredo da Silva chamou de “grande família cufista”.

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Quem hoje por lá passa quase consegue imaginar como seria ali nascer, viver e morrer. Imagine (pura ficção) que é um operário que trabalha na fábrica de ácido sulfúrico e que contrai matrimónio com outra operária da fábrica de fiação. Ambos vivem no Bairro Operário de Santa Bárbara e adquirem os seus bens essenciais na despensa da empresa, desde frigoríficos a massa e arroz. Vão ao cinema que existe neste bairro ver “West Side Story” e à missa na capela local. Têm filhos. Alguém ensina as mulheres as responsabilidades da maternidade e os seus rebentos, por sua vez, frequentam a creche, as escolas primárias (com separação entre rapazes e raparigas, claro) e as colónias de férias. Os mais desportistas mostram o seu valor em competições desde o futebol ao remo. Se ficam doentes têm médico à disposição. Não é à toa que os operários costumavam dizer: “Quem entra para a árvore da CUF tem sombra para toda a vida.” No dia 22 de Agosto de 1942 faleceu, aos 71 anos, de um ataque cardíaco fulminante, em Sintra, rodeado dos seus familiares. Um mar de gente acompanhou o cortejo fúnebre. Hoje está sepultado num mausoléu no Barreiro, isto porque Alfredo da Silva disse que “mesmo morto queria estar sempre a olhar para as suas fábricas.”

Presente criativo

Para quem pensa que todo este património é algo do passado, desengane-se. As “correntezas operárias” continuam a albergar algumas


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famílias de trabalhadores e muitas das casas dão agora guarida a empresas. Na zona dos armazéns há a salientar uma mistura muito saudável de empresas criativas que vão desde estúdio de dança, à organização de festas, a ateliê de artistas… É neste espaço que conhecemos Diana Cerezino, directora da PADA Studios. Diana é portuguesa mas viveu em Londres durante 12 anos e o seu parceiro Tim Ralson é inglês. Instalaram-se aqui apenas há três anos pois, como explica, “quando chegámos ao Parque da Baía do Tejo e quando vimos as possibilidades dos armazéns e também a história do território, decidimos logo ficar por cá.” Esta dupla já elevou o nome da cidade e da arte contemporânea a nível internacional através dos artistas que aqui residem durante algum tempo, se inspiram e elaboram as suas obras artísticas. Mais longe, a paredes-meias com a fábrica Sovena, está um outro armazém que nos chama a atenção pelos grandes contentores que tem “à porta”. Dizem-nos que é a próxima obra que

vai ser expedida para o estrangeiro do pintor e grafiteiro Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils. Aliás, quem entra neste espaço industrial não fica indiferente ao mural “Sobe e Desce”, localizado no Bairro Operário de Santa Bárbara, da sua criação.

Futuro turístico

O Património Industrial da Baía do Tejo foi recentemente classificado pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) como “conjunto de interesse público”. Desta classificação resultou o projecto FÁBRICA, numa parceria entre a Baía do Tejo, empresa pública que gere este território, e a autarquia do Barreiro mas que conta também com a participação da Fundação Amélia de Mello no Conselho Consultivo. Segundo o administrador da Baía do Tejo, Sérgio Saraiva, embora “neste momento estejamos muito focados na atracção de empresas para o parque empresarial e na diversificação de actividades”, o “passo seguinte será desenvolver o turismo, definir pontos de interesse

e incluir o destino em rotas do turismo industrial para atrair turistas ao Barreiro e como consequência atrair actividade económica.” Para isso também será necessário “criar uma marca” e “captar parceiros privados”. Nesta zona do Barreiro há todo um potencial turístico, com espaço para hotéis, restauração, gift shops, novos conceitos… não faltará muito para que o legado industrial seja recriado.

A past based on industry

Born while the Monarchy still reigned in Portugal,Alfredo da Silva also experienced the First Portuguese Republic and the Salazar regime known as Estado Novo. He dabbled only very briefly in politics because, as he used to say, “I was born an industrialist, I’ve always wanted to be an industrialist, and I will be an industrialist until I die.” Entrepreneur Alfredo da Silva travelled all over the world, attended international fairs, and brought back cutting-edge technology, techniques, and knowledge to Portugal.


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It was in a factory in Lisbon’s Alcântara neighbourhood that everything began, with the production of soap, olive and other oils, and candles. This small CUF, however, gained a new dimension when it was replicated in Barreiro. On the other side of the Tagus, factories that satisfied the needs of the national and international market were built. Farmers needed fertilisers, so that was what was produced. The coarse fabric and woven fabric industry also began, where there were carpets, canvases, and bags aplenty (these products even reached China). It was at this point that the first factories, warehouses, and smokestacks appeared. Sulphur, sulphuric acid, and copper sulphate began to be manufactured. To transport raw materials, ships were bought and built. To insure CUF’s assets and those of its associated companies, an insurance company was created. This same spirit led to the acquisition of the José Henriques Totta Bank. da Silva became a household name in Portuguese society not only because he was a visionary but also because of his social work

that he called the “great CUF family.” Anyone who passes by there today can almost imagine what it would have been like to be born, live and die there. Imagine, hypothetically, that you are a worker in the sulphuric acid factory and that you get married to another worker in the spinning mill. Both of you live in the Santa Bárbara working class neighbourhood and purchase your essential goods – from refrigerators to pasta and rice – at the company store. You go to the neighbourhood cinema to see “West Side Story” and to Mass at the local chapel. You have children. Someone teaches the women the responsibilities of motherhood, and their offspring, in turn, go to day care, primary schools (with boys and girls separated, of course), and holiday camps. Those with an athletic bend prove their worth in competitions in football, rowing, and more. If you get sick, you have a doctor at your disposal. It’s no wonder, then, that the workers used to say, “Whoever enters the CUF tree has shade for life.”

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On 22 August 1942, da Silva passed away at 71 years of age due to a massive heart attack in Sintra surrounded by his family. A sea of people accompanied the funeral procession. Today, he is entombed in a mausoleum in Barreiro to fulfil a wish of his: “Even when I’m dead, I want to always be looking at my factories.”

A present based on creativity

For those who think that all this heritage is a thing of the past, don’t be misled. The worker residences continue to house some working families, and many of the houses are now home to companies. In the area where the warehouses are, there is a healthy mix of creative companies, ranging from dance studios to party organisers to the artists’ studios… We met Diana Cerezino, director of PADA Studios, here. Cerezino is Portuguese, but she lived in London for 12 years. Her partner, Tim Ralson, is English. They moved here just three years ago because, as she explains, “When we came to


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the Tagus Bay Park, saw the potential that the warehouses had, and learned about the place’s history, we immediately decided to stay here.” This duo has already elevated the name of the city and its contemporary art scene internationally through the work of the artists who have lived and worked on their artistic projects here for some time now. Further away, next door to the Sovena factory, is another warehouse that catches our attention due to the large containers it has “at the door.” We are told that this is the next project that painter and graffiti artist Alexandre Farto, better known as Vhils, will be shipping abroad. Those who come to this industrial space will not be un moved byVhils’ “Sobe e Desce” (“Rise and Fall”) mural located in the Santa Bárbara neighbourhood.

A future based on tourism

Tagus Bay’s Industrial Heritage was recently classified by the Directorate-General for

Cultural Heritage (DGPC) as a “site of public interest.” This classification resulted in the FÁBRICA project, inpartnership between Tagus Bay, a public company that manages this area, and Barreiro’s local government; the Amélia de Mello Foundation is part of the project’s Advisory Board as well. According to Tagus Bay’s Director Sérgio Saraiva, although “we are currently focused heavily on attracting companies to the business park and diversification,” the “next step will be to develop tourism, establish points of interest, and include the area in industrial tourism routes in order to attract tourists to Barreiro and, consequentially, attract economic activity.” For this to happen, a “brand” will need to be created and “private partners” will need to be onboard. In this area of Barreiro, there’s a great deal of potential for tourism, with space for hotels, restaurants, gift shops, new concepts… It won’t be long before the area’s industrial and entrepreneurial legacy will be revived.



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Clássicos da gastronomia Gastronomic classics

Preservar a memória rural

Preserving rural memory


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A pé, de bicicleta, de carro há muitos caminhos a percorrer em Portugal mas em quase todos o nosso olhar cruza-se com um castelo, bem lá no alto. Em seu redor existe todo um casario. É por entre as suas ruas e ruelas que se descobre duas tradições a quem ninguém fica indiferente e que faz de nós os melhores do mundo, sabe quais são? Whether on foot, by bike, or by car, there are lots of paths one can explore in Portugal, but, on almost all of them, we come across castles situated high above their surroundings.Around them are whole rows of houses. It is in these streets and alleyways that people discover two traditions that no one can ignore and which we are the best in the world at. Can you guess which ones they are?

Regra geral, os portugueses são um “bom garfo” e por muito que digam “este Verão vou conhecer o Castelo de Almourol” ou “visitar o Convento de Cristo”, verdade seja dita que a melhor memória que levam do local que percorrem é sempre a do restaurante local. Pois, como sabemos, de Norte a Sul, cada região tem os seus pratos típicos e doces conventuais que conquistam qualquer visitante pela barriga. Mas há dois pequenos grandes apontamentos, usados já desde a antiguidade, que marcam a dieta mediterrânica e cuja composição química transforma o paladar de um qualquer prato gastronómico. Já sabe quais são? A resposta correcta é o nosso vinho e azeite, que nos dá fama mundial. Quem nunca, dizemos nós, molhou um pedaço de broa no azeite abundante de um bacalhau à Lagareiro ou deu um “ah” de satisfação quando apreciou um vinho DOC proveniente das regiões produtoras mais antigas do País? Aqui não há espaço para pessoas com os “azeites” ou com “mau vinho”, pois além do seu sabor único, temos a felicidade de ser dos mais premiados nestas duas áreas a nível mundial.

Potenciadores de turismo

Há alguns uns anos a esta parte, começámos a ouvir notícias de lagares a serem recuperados, uns para produção agrícola mais biológica e artesanal, outros para efeitos educativos para

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que os mais novos saibam como se produz o vinho e o azeite e outros ainda para fins turísticos. Todos têm um objectivo comum: fazer perdurar a memória da vitivinicultura e olivicultura portuguesa. Na aldeia de Freixedes, na zona de Pinhel, no distrito da Guarda, foram escavados na rocha lagares romanos onde outrora se pisavam as uvas, que ainda perduram até aos nossos dias e que estão classificados como monumento nacional. Pelo País fora encontramos achados arqueológicos associados ao vinho e ao azeite. Hoje, Mirandela é o município que detém mais lagares de azeite, embora tenha perdido alguns ao longo dos anos. Dois bons exemplos de como o azeite e o vinho podem ser potenciadores de turismo são o Hotel Rural Vila Galé Clube de Campo, localizado em Albernoa, e o Vila Galé Collection Alter Real – Resort Equestre, Conference & Spa, situado em Alter do Chão, ambos no Alentejo e pertença do Grupo Vila Galé. Nestas duas unidades hoteleiras os lagares foram recuperados e passaram a oferecer, não só aos seus hóspedes como ao público em geral, uma verdadeira experiência de Agroturismo. Através de visitas guiadas é possível conhecer as várias etapas da produção, utilizar a sala de provas e até apreciar a área de showcooking. Mas há outros espaços agro-turísticos que merecem igual menção e que todos os anos aco-


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lhem os turistas em busca do enoturismo ou de experiências gastronómicas. Tal é o caso da Herdade do Esporão em cujo lagar são produzidos de forma 100% sustentável azeites biológicos que já conquistaram competições e vinhos biológicos dos mais admirados do mundo. O espaço já reabriu portas aos visitantes e tem um programa de experiências que apelam ao palato e a passeios temáticos inspirados na cultura e nos valores da comunidade local do Alentejo. Mas há um lugar que possui um lagar muito especial a descobrir, artesanal, e o mais antigo do País. Fica na Quinta do Romeu, no concelho de Bragança, onde a produção ainda é feita por esmagamento em moinho de granito. A agricultura também é biológica e de quantidades limitadas mas a qualidade e a fama transcendem Trás-os-Montes. O vinho e o azeite proporcionam uma “mente sã em corpo são”, não é à toa que fazem parte dos clássicos da culinária portuguesa ou são escolhidos pelos melhores spas. E são, pois, dois bons motivos para visitar o lagar mais próximo de si. As a general rule, the Portuguese are a hungry bunch, and, although they might say, “this summer, I’m going to Almourol Castle” or “I’m going to visit the Convent of Christ,” the fact of the

matter is that the memory of the place that will stick out the most for them will always be the local restaurant. Since, as we all know well, from North to South, each region has its own typical dishes and conventional sweets that win over any visitor by the belly. But there are two important products that have been part of the Mediterranean diet since antiquity and whose chemical compositions transform the taste of any dish. Can you guess what they are? They are none other than our wine and olive oil, which have brought us fame the world over. Say we, who has never dipped a piece of bread in the abundant olive oil of some codfish made à Lagareiro or let out a satisfied “ah” after appreciating a wine from one of Portugal’s oldest winemaking regions? Here, there is no space for people with “bad wine” or “olive oils” because, in addition to their unique tastes, our wines and olive oils are fortunate to be some of the most critically acclaimed worldwide.

Drivers of tourism

A few years ago, we started to hear news of presses being renovated, some more for organic and artisanal agricultural production and others for educational purposes so that

the youngest among us can learn how to produce wine and olive oil. Still others have been restored as part of a bid to attract tourism. All of them have had a common goal, though: to ensure the arts of Portuguese viticulture and olive growing endure the test of time. In the village of Freixedes, located near Pinhel in the district of Guarda, Roman presses were dug into the rock where grapes were once trodden. These presses are still around to this day and have been recognised as national monuments. Throughout the rest of Portugal, we find archaeological artefacts that are related to the production of wine and olive oil. Today, Mirandela has the most olive oil mills of any town in Portugal, despite having lost some over the years. Two good examples of how olive oil and wine can be drivers of tourism are Vila Galé Country Club & Rural Hotel located in Albernoa and Vila Galé Collection Alter Real – Equestrian Resort, Conference,& Spa, situated in Alter do Chão; both of these hotels are found in the Alentejo and belong to the Vila Galé Group. Mills at both of these hotels have been restored and now offer both guests and the general public a true agritourism experience. Their guided tours teach visitors about the various stages of production, make use of tasting rooms, and even have demonstration kitchens available. There are also other agritourism spaces that deserve equal mention and welcome lots of people in search of wine-related tourism and gastronomic experiences each year. One such place is Herdade do Esporão whose mill produces organic olive oils 100% sustainably. These oils have won numerous competitions, and their wines are some of the world’s most admired. Herdade do Esporão has reopened its doors to visitors and offers experiences that appeal to the palate, including themed tours inspired by the culture and values of the local Alentejo community. But there is a place to discover that has a very special, handcrafted press that is the oldest in the country. It is located in Bragança county’s Quinta do Romeu, where production is still done by way of crushing with a granite mill. The farming here is also organic, and batches are small. But both its quality and fame transcend Trás-os-Montes. Wine and olive oil provide a “health mind in a healthy body.” It isn’t by chance that they make up integral parts of classic Portuguese dishes or are chosen by the best spas. They are, thus, two great reasons to visit the olive oil mill or wine press closest to you.



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Muito mais que natureza Much more than just nature

Experiências à beira-jardim

Garden-side experiences


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Qualquer que seja a estação do ano, apetece sempre passear e demorar pelos jardins de Portugal. É bom estar entre arvoredos, flores ou folhas caídas, estátuas e lagos, cisnes ou pavões. E se a isso associarmos um bom vinho, uma daquelas iguarias de fazer crescer água na boca ou uma viagem de barco? Irresistível! Whatever season it might be, a leisurely stroll through Portugal’s gardens is always appealing. It does wonders just to be surrounded by plants, trees, flowers, fallen leaves, statues, lakes, swans, peacocks… And if we add in a good wine, a mouthwatering delicacy, ora boat ride? Irresistible!

Passear com o cão, dar dois dedos de conversa com amigos e vizinhos, fazer exercício físico ao ar livre, colher flores para fazer um bouquet, relaxar no banco de jardim onde alguém cravou um coração declarando o seu amor, tardes de jogatina às cartas ou simplesmente deixar o olhar ser mais demorado sobre a natureza, é o que todos nós habitualmente fazemos quando queremos desfrutar de um jardim. Mas há jardins e jardins. Há aqueles que têm uma dimensão histórica, que passaram de geração em geração, a maioria privados e que só podem ser visitados mediante marcação, onde só ali se pode encontrar determinada espécie vegetal ou animal, aquele insecto único, aquelas árvores exóticas, plantas de fazer cura, ares puros... São jardins cheios de vida que nós, seres humanos, adoramos povoar.

Valorizar através do turismo

Texto Text: Carla Celestino

Numa era em que tanto se fala em revoluções, também nestes espaços verdes há algo verdadeiramente histórico a acontecer pela mão da Associação Portuguesa de Jardins Históricos (AJH). Depois de ter feito o inventário de todos os jardins de Norte a Sul Portugal e de ter traçado 12 rotas turísticas - Alto Minho, Baixo Minho, Tâmega, Douro, Grande Porto, Dão, Litoral Centro, Grande Lisboa, Tejo, Alentejo, Madeira e Açores -, que pode conhecer no site da associa-

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ção em www.jardinshistoricos.pt, e também porque a pandemia derivada de Covid-19 veio mostrar a importância de estar ao ar livre, a AJH lançou agora novos roteiros turísticos com experiências que ninguém vai querer perder. Depois de visitar um dos 29 jardins históricos compreendidos entre Vidago e Coimbra - como o Parque das Pedras Salgadas, o Jardim Botânico do Porto, a Quinta da Aveleda ou a Mata do Bussaco, só para citar alguns -, os “Garden Experiences” oferecem pacotes turísticos de um ou dois dias que prolongam a experiência da visita guiada ao jardim com alojamento e outras valências, nomeadamente culturais e gastronómicas, onde não vão faltar provas de vinhos ou passeios de barco. Na apresentação das “Garden Experiences”, Teresa Andresen, presidente da AJH, sublinhou que esta iniciativa “procura apoiar a conservação destes jardins históricos e valorizá-los como produto turístico.” Mas o desejo da associação é alargar estas experiências a todo o País. A AJH disponibiliza ainda um simulador de viagem, também acessível através de aplicação móvel, que permite organizar antecipadamente a visita.

Santar Vila Jardim

Deixamos para o fim a “cereja no topo do bolo”: Santar Vila Jardim.


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Inserida na Rota dos Jardins Históricos do Dão, centra-se na vila de Santar, a pouco mais de meia hora de distância da cidade de Viseu. O projecto foi empreendido por Fernando Caruncho que não se inibiu de derrubar muros para unir jardins, bosques e hortas para transformar esta vila num verdadeiro espaço ajardinado. Aqui há edifícios ancestrais com jardins lindíssimos: Casa dos Condes de Santar e Magalhães com a sua capelinha, Paço dos Cunhas e Casa do Soito, Casa das Fidalgas, Casa da Magnólia, Linhares, Casa Ibérico Nogueira e Misericórdia de Santar. O visitante pode deixar-se ir por entre carreiras de buxos com roseirais, topiária de formas geométricas, cameleiras ou hortenses, pomares de limoeiros e nespereiras. Não faltam lagos circundados por castanheiros da Índia, plátanos, tílias, rododendros e liquidâmbares. Também há araucária araucana. E vinhedos a perder de vista. A água abunda nestas paragens e revelam fontes únicas, como a Fonte do Cavalo do século XVIII, a Fonte da Torre ou o Chafariz da Carranca. As igrejas contam a história de quem aqui vive, partiu e regressou e da relação com o espiritual. No centro histórico, no largo, vale a pena sentar nos degraus do cruzeiro e olhar

em volta para apreciar o casario granítico típico das casas beirãs. Mas também pode entrar no restaurante do Paço dos Cunhas, mesmo ali ao lado, e apreciar a cozinha de autor do Chef Henrique Ferreira ou dos melhores e mais premiados vinhos da região. No Centro Interpretativo Santar Vila Jardim e na Casa de Santar e Magalhães é igualmente possível fazer uma prova dos vinhos Santar Vila Jardim Tinto e Santar Vila Jardim Branco. Para breve poderá estar a promessa da criação da oficina da natureza e de cultura ao vivo no meio dos jardins. Vale a pena conhecer esta vila e acreditem quando vos digo que estes espaços verdes e floridos merecem uma visita demorada, pois estes são os jardins da minha infância e encerram muitas histórias que merecem ser experienciadas pelos vossos sentidos. Taking the dog for a walk, engaging friends and neighbours in conversation, exercising in the fresh air, picking flowers for a bouquet, relaxing on a bench that someone carved a heart into, spending afternoons playing card and board games, and simply taking a lingering gaze at the nature surrounding oneself are all things that we usually do when we want to enjoy a

Os Garden Experiences procuram apoiar a conservação destes jardins históricos e valorizá-los como produto turístico. The Garden Experiences seeks to support the conservation of these historic gardens and ascribe value to them as a tourist product.”


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Tourism

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garden or park. But some gardens and parks are better than others. Some have a historic dimension, handed down from generation to generation. The majority of these are private and can only be visited by appointment; only there can be found certain species of plants or animals, a unique insect, certain exotic trees, medicinal plants, clean air… These gardens are full of life, and we humans love to gravitate towards them.

Appreciation through tourism

At a time when revolutions are so often talked about, there is also something truly historic happening in these green spaces thanks to the Portuguese Association of Historic Gardens (AJH). AJH has catalogued all of Portugal’s gardens from the North to the South of the country and charted 12 touristic routes – Upper Minho, Lower Minho, Tâmega, Douro, Greater Porto, Dão, Central Coast, Greater Lisbon, Tagus, Alentejo, Madeira, and the Azores; more information about these circuits can be found on the association’s website at www.jardinshistoricos.pt. Given all this work and since the COVID-19 pandemic has shown how important it is to be outside, AJH has now published new


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tourist itineraries chock-full of experiences no one will want to miss. After visiting one of the 29 historic gardens between Vidago and Coimbra (e.g., Pedras Salgadas Park, the Botanical Garden of Porto, Quinta da Aveleda, or the Bussaco National Forest), AJH’s “Garden Experiences” offer oneto two-day tourist packages that extend the experience of the guided visit to the garden with lodging and other activities, namely cultural and gastronomic ones that include wine tastings or boat trips. While presenting AJH’s “Garden Experiences,” AJH President Teresa Andresen stated that this initiative “seeks to support the conservation of these historic gardens and ascribe value to them as a tourist product.” The association’s desire is to extend these experiences to every region in the country. AJH even provides a trip simulator, which is also accessible through a mobile app, which allows potential visitors to organise their visits in advance.

Santar Vila Jardim

We’ve left the “cherry on top” for last: Santar

Vila Jardim. This exquisite location is found on the Dão’s Historic Gardens Circuit and can be found in the town of Santar, about 30 minutes away from the city of Viseu. The project was designed by Fernando Caruncho who was not shy about tearing down walls to unite gardens, forests, and vegetable gardens in order to transform this village into a true garden space. Ancient buildings with astoundingly beautiful gardens abound here: the House of the Counts of Santar and Magalhães with its little chapel, Cunhas Square, the Soito House, the Fidalgas House, the Magnolia House, Linhares, the Ibérico Nogueira House, and the Misericórdia Church of Santar. Visitors can wander through rows of boxwoods with rosebushes, a topiary with geometric shapes, camel trees, hydrangeas, and groves of lemonand loquat trees. There are also ponds surrounded by chestnut trees from India, plane trees, lime trees, rhododendrons, and sweet gum trees. Araucaria araucana trees are also present, as are vineyards for as far as the eye can see. Water is abundant throughout the complex, and unique fountains are also a common sight,

such as the 18ᵗʰ-centuryHorse Fountain, the Fount of the Tower, or the Font of Carranca. The churches tell the stories of those who have lived here, left, and come back and forge relationships with the spiritual. It is also fun to spend a few minutes sitting on the steps of the square in the middle of the historic centre, looking around, and appreciating the typical Beirã-style houses made of granite. Visitors can also dine at the restaurant at Cunhas Square right next door and enjoy Chef Henrique Ferreira’s signature dishes or some of the best and most highly acclaimed wines in the region. The Santar Vila Jardim Interpretive Centre and the Santar and Magalhães House also offer the opportunity to taste both Santar Vila Jardim’s red and white wines. Live culture and nature workshops are scheduled to begin in the middle of the gardens soon. Visiting this town comes highly recommended, and believe you me when I say that the complex’s green and flowery spaces deserve a prolonged, unhurried visit, for these are the gardens of my childhood and contain lots of stories that ought to be experienced by your own senses.



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Horizon Ocean Gardens

Com um pé em casa e outro no mar With one foot in the house and the other in the sea


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O oceano no Algarve tem algo de único, que nos hipnotiza. Todos desejamos viver ou passar férias neste destino, num espaço onde o sol e o som das ondas nos acordam pela manhã, que mal se sai da porta sentimos o areal por debaixo dos nossos pés e dar um mergulho torna-se absolutamente irresistível. Na Praia do Forte Novo, entre Quarteira e Vale do Lobo, na primeira linha de costa, está a nascer um empreendimento que tem tudo isto e muito mais… The ocean along the Algarvian coast has something unique that hypnotises us. Many of us want to live or spend our holidays in this destination where the sun and the sound of waves wake us up in the morning, where you can feel the sand under your feet as soon as you leave the house, and where taking a dip in the water is absolutely irresistible. On Forte Novo Beach, located between Quarteira and Vale do Lobo, a development that has all this and much more is taking shape right on the coastline.

O nome deste projecto não poderia ter sido melhor escolhido – Horizon Ocean Gardens -, pois insere-se num horizonte entre a calmaria do mar, a privacidade dos apartamentos e a beleza dos jardins exóticos. Este é, muito provavelmente, o último paraíso algarvio com frente de mar. Promovido pelos promotores imobiliários Cetim e Krest Investments, este projecto apresenta uma visão única, não só pela ligação entre a terra e o mar, como pelo uso dos espaços habitáveis e de lazer e onde não falta a simbiose com o meio ambiente. Para materializar este sonho, os promotores belgas contaram com o projecto de autoria de um dos mais prestigiados ateliês portugueses: Saraiva + Associados. Aqui o tempo é vagaroso, alheio ao bulício das cidades. É também reparador, traz boas energias. É acolhedor, cada apartamento torna-se num lar doce lar. Está longe de tudo, e ainda assim tão perto de tudo o que necessitamos para o conforto do dia-a-dia. Independentemente do estilo de vida de cada pessoa, neste “horizonte” sente-se o bem-estar, a elegância, há actividades para descobrir e realizar e há um espírito muito relaxado.

Tranquilidade à beira-mar

O Horizon Ocean Gardens ainda está a nascer

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mas faz antever um empreendimento que dá vontade de lá viver para o resto das nossas vidas. Quase que conseguimos imaginar-nos a tomar o pequeno-almoço com o sol a beijar-nos pela manhã antes de partirmos para uma caminhada pelo passadiço de madeira. Os almoços em família ou com amigos, uns no espaço da cozinha toda equipada com o colorido dos vegetais e frutas, outros na sala colados ao envidraçado a contemplar a imensidão marítima ou no sofá a dar dois dedos de conversa. As crianças à volta da piscina ou os adultos deitados na espreguiçadeira a contemplarem as nuvens que cruzam velozes no céu. E o final de tarde, no terraço, a apreciar o sol a desaparecer por entre as águas de azul profundo do mar algarvio. Esta quimera pode ser tornada realidade, claro. Só tem de se escolher entre o Horizon Sea e o Horizon Sand. Se a preferência recair pelo Sea, fique a saber que este é um edifício com apenas três pisos e 62 apartamentos, cujas tipologias variam entre o T1, T2, T3 e T4 (penthouses). Já o Sand possui dois edifícios de três e seis pisos, sendo constituído por 67 apartamentos de tipologias T1, T2, T3 e T4 (penthouses). Ao todo existem 129 apartamentos exclusivos disponíveis com varandas com vista para o extenso Oceano Atlântico.


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A arquitectura contemporânea e minimalista domina estas casas de praia que se tornam refúgios repletos de tranquilidade e onde a intimidade é salvaguardada. São sofisticados e elegantes. Os acabamentos e os materiais de elevada qualidade. A sua luminosidade é excepcional: a luz natural invade os amplos espaços e confere uma comodidade rara nos tempos que correm. No exterior pode ainda desfrutar-se da singularidade e beleza paisagística dos jardins exóticos e do lazer e diversão nas piscinas. Aqui, há uma ligação intrínseca entre o edifício e os espaços ao ar livre.

desporto e do lazer náutico, os greens do Vale do Lobo e da Quinta do Lago cativam qualquer apaixonado pelo golfe e o novo passadiço de madeira desafia os caminhantes ao longo de quatro quilómetros até ao Vale do Garrão. Os restaurantes locais mostram o melhor da gastronomia portuguesa, desde a mais tradicional à mais gourmet e aprimorada pelos chefes de renome. Este estilo de vida activo e descontraído junto ao mar algarvio, literalmente com um pé em casa e outro no mar, já não é um horizonte longínquo, é uma realidade no Horizon Ocean Gardens.

the design expertise of one of Portugal’s most distinguished studios: Saraiva + Associates. Time passes more slowly here, in contrast with the hustle and bustle of the city. It is refreshing and has good energy. It’s also inviting: each apartment will undoubtedly turn into someone’s “home sweet home.”It’s far from everything yet still close to everything we need to be comfortable from day to day. Regardless of one’s lifestyle, residents will certainly experience elegance and care for their wellbeing on this “horizon.”There are interesting activities to discover, and the whole complex has a very relaxed feel to it.

Vida descontraída

This project’s name – Horizon Ocean Gardens – couldn’t be any more fitting, given its location amongst the calm of the sea, the privacy the apartments boast, and the beauty of its exotic gardens. This is very likely the last Algarvian paradise with a seafront. This project is the work of real estate developers Cetim and Krest Investments and features a vision that is unique not only because of how it connects the land and the sea but also because of how its living and leisure spaces have been designed to maximise harmony with the environment. To bring this dream to fruition, the project’s Belgian developers counted on

Seaside tranquility

O Horizon Ocean Gardens encontra-se a paredes-meias com a futura Reserva Natural Local da Foz do Almargem e do Trafal que visa salvaguardar e preservar a biodiversidade local e os valores paisagísticos de uma área que é rica em vida selvagem e detém espécies protegidas. A Natureza vive mesmo ali ao lado. Apenas 20 quilómetros separam este empreendimento do Aeroporto Internacional de Faro e das principais cidades europeias. E na praia do Forte Novo ou nas suas imediações há tanto para ver e fazer. A marina de Vilamoura convida à prática do

Horizon Ocean Gardens is still taking shape, but what we’ve seen so far of the development is making us want to live there for the rest of our lives. We can almost imagine ourselves having breakfast with the sun kissing us in the morning before going for a walk on the wooden walkway. Lunches with the family or friends – some in the fully equipped kitchen with colourful vegetables and fruits and others in the living room gazing out the window and contemplatin ghow large the ocean is or chatting on the sofa – seem within reach. We can just see our children


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Na Praia do Forte Novo, entre Quarteira e Vale do Lobo, na primeira linha de costa, está a nascer o Horizon Ocean Gardens que dá vontade de lá viver para o resto das nossas vidas. On Forte Novo Beach, located between Quarteira and Vale do Lobo, Horizon Ocean Gardens is still taking shape, but what we’ve seen so far of the development is making us want to live there for the rest of our lives.”

hanging out at the pool while the adults lie on deckchairs watching the clouds. At the end of the day, we all sit on the terrace, enjoying the sunset as the sun disappears past the deep blue waters of the Algarvian sea. This dream can come true, of course. All you have to do is choose between Horizon Sea and Horizon Sand. If you choose Horizon Sea, be aware that this building has only three floors and 62 apartments that have from one up to four bedrooms (the largest of these are penthouses). Horizon Sand is comprised of two buildings (one with three floorsand one with six) and consists of 67 apartments that also have from one up to four bedrooms, the largest of which are penthouses. The complex features a total of 129 exclusive apartments that are available with balconies overlooking the expansive Atlantic Ocean. Contemporary, minimalist architecture dominates these beach homes which become havens full of tranquility and where intimacy is protected. They are sophisticated and elegant and boast high quality finishes and materials. The whole project is exceptionally light and airy: natural light floods open spaces and provides a certain comfort that is rare nowadays. Outside, residents can also enjoy the unique and scenic beauty of the development’s exotic

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gardens and have some fun in the complex’s swimming pools. Here, the buildings are deeply connected with their outdoor spaces.

Relaxed living

Horizon Ocean Gardens is located next to the future Foz do Almargem and Trafal Local Nature Reserve which aims to protect and preserve local biodiversity and the landscape of an area that is rich in wildlife and is home to a number of protected species. Nature truly lives right next door. Just 20 kilometres separate this development from Faro International Airport with access to Europe’s most important cities. And there is so much to see and do both on Forto Novo beach and in the surrounding area. The Vilamoura marina makes it easy to practice sea sports and go boating; the greens at Vale do Lobo and Quinta do Lago captivate any golf lover; and the new wooden walkway challenges hikers along the four kilometres to Vale do Garrão. Local restaurants showcase the best of Portuguese cuisine, from the traditional to the most gourmet, all prepared by renowned chefs. This active, relaxed lifestyle next to the Algarvian sea with literally one foot in the house and the other in the sea is no longer a distant dream; it is reality at Horizon Ocean Gardens.


Opinião Opinion

Guilherme Grossman

eXp à conquista de Portugal eXp conquering Portugal

Guilherme Grossman Managing Broker da eXp Realty Managing Broker at eXp Realty

Seis meses após a chegada ao mercado português a eXp conta já com cerca de 200 agentes. Um crescimento que tem sido feito a um bom ritmo, muito impulsionado pelo modelo de negócio inovador e pelas vantagens que a eXp oferece aos seus consultores. Na eXp não existem escritórios físicos. Os agentes gerem o seu tempo, o seu dia e trabalham onde lhes é mais conveniente, sem constrangimentos, sem imposições. Esta liberdade permite que os agentes da eXp possam viver e trabalhar em qualquer região do continente e ilhas, sempre em pé de igualdade com os agentes que vivem na capital ou nas outras grandes cidades. Outra vantagem deste modelo digital é a remuneração acima da média de mercado. Na eXp o agente está em 1º lugar e este reconhecimento leva a que a verba disponível pela inexistência de grandes despesas fixas mensais seja devolvida ao agente em formato de comissão. Além disso, após a primeira transacção, o agente torna-se accionista da empresa, uma vez que a empresa-mãe está representada em bolsa (Nasdaq: EXPI).

O mundo eXp

Se hoje em dia o digital faz parte da rotina dos negócios e se é o meio preferencial para os contactos, na eXp esta é a realidade desde há 12 anos, quando a empresa surgiu nos Estados Unidos da América. O mundo eXp é um mundo 100% virtual onde cabem todos os países e os mais de 55.000

agentes em simultâneo. É neste mundo que tudo acontece: reuniões de equipa, reuniões entre países, formações, apresentações, onde se realizam negócios, e até onde os agentes se encontram para momentos de lazer. Cada agente tem o seu próprio avatar e cada país o seu escritório, como se fosse um jogo, mas o que acontece no mundo eXp é bem real.

Aposta na expansão internacional

Desde Outubro de 2020 que a eXp prossegue com o seu rápido processo de expansão, tendo aberto 11 novos mercados. A maioria das aberturas concentra-se na região da EMEIA (Europa, Médio Oriente, Índia e África) pelo que recentemente a eXp contratou Ilaria Profumi para directora regional, com o objectivo de fortalecer a crescente presença na região. Na região da EMEIA, a eXp está actualmente presente no Reino Unido, na África do Sul, na Índia, em Israel, Portugal, França, Itália e Espanha. Mas, as novidades são uma constante e foram recentemente anunciados três novos mercados para o 3º trimestre de 2021 - Alemanha, Panamá e Japão. Cumprido este objectivo, a eXp vai fechar o 3º trimestre com presença em 19 países distintos. Nos resultados globais 1º trimestre de 2021, a eXp World Holdings (NASDAQ: EXPI) a receita subiu 115%, existiu um aumento de 77% no número de agentes e obteve o lucro bruto com aumentos de 91%.


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in Lisbon and Portugal’s other large cities. Another advantage of this digital model is pay that is above the market average. At eXp, agents always come first, and the lack of large fixed monthly expenses leads to a windfall that is given back to agents in the form of a commission. Agents also become shareholders of the company after signing their first deal, as eXp’s parent company is represented on the stock exchange (NASDAQ: EXPI).

eXp World

While going digital has become mainstream for businesses nowadays and is also the preferred method of communication, this has been eXp’s reality for 12 years now, ever since the company was founded in the U.S. eXp World is a 100% virtual environment that has space for every country around the world and each of the company’s more than 55,000 agents simultaneously. Everything happens here: team meetings, meetings between countries, training sessions, presentations, and contract signings. It’s even where agents can meet to spend some free time together. Each agent has their own avatar and each country its own workspace almost as if it were a game, but what happens in eXp World is very much real.

Growing internationally

Six months after its first foray into the Portuguese market, eXp now counts around 200 agents among its ranks. This growth has been made at a phenomenal pace, driven to a large extent by eXp’s innovative business model and the advantages it offers its consultants. eXp has no physical offices. Its agents manage their own time and how and when they work, doing so wherever is most convenient, without any constraints or impositions. This kind of latitude means eXp’s agents are free to live anywhere in Portugal – on the continent or any of Portugal’s islands – while retaining equal footing with the agents who live

Since October 2020, eXp has entered 11 new markets and is continuing to follow its aggressive expansion plans. The majority of these markets are in the EMEIA region (Europe, Middle East, India, and Africa), so eXp recently hired Ilaria Profumi as regional director with the goal of strengthening the company’s growing presence in the region. In the EMEIA region, eXp currently operates in the United Kingdom, South Africa, India, Israel, Portugal, France, Italy, and Spain. Things are constantly changing, though, and it was recently announced that the company would be entering three new markets during Q3 2021: Germany, Japan, and Panama. Once it has achieved this goal, eXp will close out Q3 with a presence in 19 separate countries. During Q1 2021, total revenue at eXp World Holdings (NASDAQ: EXPI) increased by 115%, the number of eXp agents by 77%, and gross profit by 91%.


Opinião Opinion

José Araújo

Pelos caminhos de Portugal, vi um mundo sem igual! Along the paths of Portugal, I saw a world like no other!

José Araújo Director da Direcção de Crédito Especializado e Imobiliário Millennium bcp Director of the Department of Real Estate and Specialised Credit, Millennium bcp

Estas são palavras da canção de Mário Gil, que percorre Portugal, tal como um roteiro turístico do nosso País tão deslumbrante para os que cá vivem, para os que vieram e ficaram, e mesmo para os que não ficaram e querem voltar! Nos últimos anos até 2019, Portugal registou um crescimento incomparável na actividade turística, ouvindo-se “Portugal está na moda” e conquistando-se vários prémios relevantes do World Travel Awards. Ao fenómeno do turismo associou-se o imobiliário e ambos conduziram o País por um caminho de recuperação económica, duro, mas com resultados importantes. Portugal foi considerado o mercado imobiliário mais dinâmico da Europa Ocidental, houve um boom de turistas, de investidores, de novos residentes, de novas construções, reabilitações de zonas mais degradadas e de um novo normal que carece ainda de regras. Recordemos a Estratégia Turística 2027, referencial para o turismo em Portugal, aprovada em 2017 e que pretende definir um rumo e uma visão para liderar o turismo do futuro afirmando Portugal como o destino sustentável para visitar, investir, estudar e viver. Mas em inícios de 2020 tudo se alterou e o turismo mundial teve o pior ano de que há registo, com restrições à deslocação de pessoas e perdas humanas. Portugal, com uma economia muito sustentada no turismo, sofreu decréscimos significativos em toda a cadeia que gravita em redor do sector. Mas esta estratégia está enquadrada nas orientações do quadro comunitário de apoio 2021-2027, pelo que um planeamento e gestão assertivos levados a cabo por todos os

envolvidos, impõem-se nesta que é considerada a actividade que faz mover a economia portuguesa e uma das mais afectadas pela pandemia. Agora que o Plano “Reactivar o Turismo| Construir o Futuro” foi aprovado em Conselho de Ministros para incentivar a retoma do sector, há que avançar no reforço da sua competitividade. E tal só será possível na interacção com outros sectores da economia, como o imobiliário (que há muito já provou ser uma relação com criação de enorme valor), saúde, transportes, comércio e serviços, bem como indústria variada. E será tão mais fácil liderar um turismo moderno e competitivo, caminhando pelos “caminhos de Portugal” focados nas dimensões económica, social e ambiental, e reforçado pela tecnologia, pela formação dos técnicos do turismo, pela qualidade das ofertas, pelo apoio das leis e pelo restabelecimento das redes de conectividade entre países. These are the words of a song written by Mário Gil which travels throughout Portugal, just like scenic tour of our stunning country, stunning for those who live here, those who came later and wound up staying, and even for those who didn’t stay and want to return! In recent years through to 2019, Portugal saw unprecedented growth in tourism. “Portugal is trendy” was a popular phrase that could be heard often, and the country won a number of prestigious World Travel Awards accolades. Real estate was heavily intertwined with tourism, and both led Portugal through a difficult path to economic recovery that produced important results. Portugal was con-


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sidered Western Europe’s most dynamic real estate market and was experiencing a boom of tourists, investors, new residents, and new construction projects. The country also saw its most run-down areas renovated and come back to life. A new normal that lacked rules was the order of the day. Let us not forget Tourism Strategy 2027, a point of reference for tourism in Portugal approved in 2017 that defined a direction and a vision that Portugal could use to be a leader in the future of tourism. It affirmed Portugal as a sustainable place to visit, invest in, study, and live. But, at the beginning of 2020, everything changed, and tourism throughout the world had its worst year on record, with restrictions imposed on the free movement of people and devastating losses of human life. With an economy heavily dependent on tourism, Portugal suffered significant slumps in every industry that was linked to tourism. This strategy was crafted within the 2021-2027 community support framework, so assertive

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planning and management from all parties involved are absolutely essential to helping this industry – both one of the most important to Portugal’s economy and one of the most affected by the pandemic – get back on its feet. Now that the “Reactivate Tourism | Construct the Future” has been approved by the Council of Ministers to encourage recovery within the industry, we have to move forward by strengthening its competitiveness. Such will only be possible by coordinating with other economic sectors, such as real estate (which has long proven to be a relationship that creates immense value), public health, transportation, trade, services, and industry. And it will be so much easier to champion a modern, competitive form of tourism, walking along the “paths of Portugal” focused on tourism’s economic, social, and environmental dimensions and strengthened by technology, the training of tourism technicians, the quality of what Portugal has to offer, legislative support, and the restoration of connectivity between countries.


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ERA Portugal

Temos oportunidades únicas de investimento We have unique investment opportunities


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O director-geral da ERA Portugal, Rui Torgal, faz um balanço muito positivo do projecto Obra Nova que tem valorizado a rede a nível nacional e internacional. Fala também do mercado imobiliário onde a oferta está cada vez mais vocacionada para a classe média e fora dos grandes centros urbanos. ERA Portugal CEO Rui Torgal talked to us about the network’s “Obra Nova” project and gave it high marks. The project has added a great deal of value to ERA both domestically and internationally. He also spoke about the real estate market in general, where supply is increasingly aimed at the middle class and outside the larger city centres.

Entrevista Interview: Carla Celestino

Qual o balanço que faz do projecto Obra Nova ERA desde que foi lançado e qual o impacto que a pandemia de Covid-19 teve no mesmo? O projecto Obra Nova tem sido umas das principais apostas da rede ERA desde que foi criado, em Janeiro de 2019. O balanço é extremamente positivo e apresenta resultados excelentes, fazendo com que tenhamos já a maior oferta de empreendimentos disponíveis no País. O peso deste projecto na nossa facturação tem sido cada vez mais expressivo, representando já mais de 13% de toda a facturação habitacional da rede ERA. Apesar da incerteza trazida pela pandemia, temos continuado a lançar novos empreendimentos e a despertar o interesse dos nossos clientes nacionais e internacionais, que vêem em Portugal uma oportunidade única de investimento e residência. Quais são as mais-valias deste projecto ao nível da comercialização dos empreendimentos e qual tem sido a receptividade por parte dos promotores? Através do programa Obra Nova ERA, os promotores parceiros são os primeiros a ter acesso às melhores oportunidades de construção, uma vez que, com as mais de 200 lojas a nível nacional, conseguimos ter cerca

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de 19.000 lotes e imóveis para reabilitação em todo o País. Os promotores Obra Nova ERA têm acesso a informação actualizada sobre as tipologias e pricing points mais procurados de cada concelho e freguesia. Além disso, esta parceria permite uma venda mais rápida e ao melhor preço através de poderosas ferramentas de marketing e de apoio da ERA Portugal em toda a estratégia. Tudo isto, agregado ao facto de a ERA ter mais de 20 anos de experiência em Portugal, traz uma receptividade muito positiva e uma valorização da nossa dimensão e implementação nacional. Qual o perfil da procura e em que medida se enquadram as famílias portuguesas? São, sobretudo, clientes à procura de habitação própria, pequenos investidores interessados em investimentos seguros e clientes estrangeiros à procura de imóveis no mercado nacional. Até 2020, grande parte dos clientes estavam enquadrados na classe média-alta e alta,mas, ao longo do último ano, temos assistido a um aumento de procura por parte de clientes da classe média devido à nossa aposta em criar opções para os clientes desta faixa social. Até ao momento, quais são os empreendi-


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segundo semestre de 2021. Não só relativamente aos empreendimentos lançados e que ainda vamos promover, mas também ao peso cada vez mais significativo que têm na facturação da ERA. Perspectivamos uma oferta cada vez maior direccionada à classe média e fora dos grandes centros urbanos. Acreditamos que vamos assistir a um aumento de projectos que privilegiem a sustentabilidade e a qualidade de vida.

mentos mais emblemáticos do Obra Nova ERA? O empreendimento Valrio (Lisboa) é o que consideramos mais emblemático. Foio primeiro grande projecto imobiliário que comercializámos, em termos de dimensão, relevância e notoriedade, com a maioria das 155 unidades reservadas em poucas semanas. Destacamos ainda o empreendimento Select By Raulino Silva (Vila do Conde), em que acompanhámos todo o processodesde o início. Um projecto do arquitecto Raulino Silva, vencedor do prémio internacional “Global Future Design Awards 2019”. E, com características diferenciadas, damos ênfase ao Lux One, que se destaca pela preocupação ambiental através de um design e construção sustentável. Na sua opinião, em que medida este projecto contribui para o sector da promoção imobiliária nacional? Os riscos dos promotores imobiliários são cada vez maiores e as suas margens menores. Se, por um lado, os custos dos lotes e da construção, ou imóveis para reabilitar, aumentaram significativamente, por outro lado, os preços de venda ao cliente final não podem subir muito mais. Isto aliado às mudanças das preferências dos compradores e ao aumento de oferta de novos projectos imobiliários faz com que seja essencial conhecer muito bem o mercado e os clientes. Quais as expectativas ou metas traçadas para 2021? Estamos bastante optimistas em relação ao

What are your thoughts on ERA’s Obra Nova project since its launch, and what impact has the COVID-19 pandemic had on it? The Obra Nova project has been a top priority for the ERA network ever since its creation in January 2019. Things have been going extremely well, and the results are excellent: we now have the largest supply of developments available in Portugal. This project comprises an increasingly large part of our revenue: Obra Nova now represents more than 13% of all residential revenue for the ERA network. Despite the uncertainty the pandemic has brought, we have continued to launch new developments and arouse the interest of our customers both here in Portugal and abroad who see Portugal as a unique investment and residential opportunity. What are some of the advantages this project has in terms of marketing developments, and how receptive have developers been? With ERA’s Obra Nova project, partner developers are the first ones to have access to the best construction opportunities, since our more than 200 Portuguese branches are responsible for about 19,000 lots and properties that are ready for renovation throughout Portugal. Obra Nova developers have access to up-to-date information regarding the types of properties and price points most sought after in each county and civil parish. Furthermore, this partnership allows properties to be sold more quickly and at the best possible price thanks to ERA Portugal’s powerful marketing and support tools. All this, combined with the fact that ERA has more than 20 years of experience in Portugal, has led to a very positive reception and added value to domestic network. What is the demand profile like, and how do Portuguese families fit in? Above all else, they are clients looking for their own home, small investors interested

in safe investments, and foreign clients looking for properties in the Portuguese market. Before 2020, most customers belonged to the upper-middle and upper classes, but, over the last year, we have seen an increase in demand from middle-class customers thanks to our commitment to creating options for customers belonging to this socioeconomic class. What have been Obra Nova’s most iconic projects so far? We think the Valrio development in Lisbon is the most iconic. It was the first large real estate project we marketed. Its scale, relevance, and notoriety all contributed to this, and the majority of its 155 units were reserved in just a few weeks. We also think Select By Raulino Silva in Vila do Conde deserves special mention. We were involved with this project throughout the entire process from the beginning. It was designed by architect Raulino Silva and won the “Global Future Design Awards 2019.” Lux One, designed with concern for the environment in mind and built using sustainable construction techniques, is yet another noteworthy Obra Nova development. In your opinion, how has this project contributed to Portugal’s real estate development industruy? The risks for real estate developers are ever greater, and their margins are ever narrower. While construction costs and the prices for lots and pieces of real estate that are ready for renovation have increased significantly, the prices at which these products are sold to end customers can’t really go much higher. Combined with changes in buyers’ preferences and the increase in the number of new real estate projects available, all this means it is essential to know the market and the customers therein extremely well. What are your goals or expectations for 2021? We are fairly optimistic with regard to the second quarter of 2021. This is not only because of the projects that have been launched and the ones that we have yet to bring to market but also because of the increasingly large role they have in ERA’s revenues. We foresee products that are aimed more and more at the middle class and located outside large city centres. We also believe that we will see an increase in the number of projects that prioritise sustainability and quality of life.



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Broadway Malyan

Um “renascimento” moderno

A modern renaissance


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Já passaram mais de 500 anos desde o grande Renascimento português, em que a descoberta de novos territórios distantes foi o catalisador de uma explosão de cultura, arte e tecnologia que faria inveja ao mundo inteiro. Cinco séculos mais tarde, a atractividade de Portugal está mais uma vez em uma trajectória ascendente acentuada, atingindo níveis recorde de investimento internacional, com o número de visitantes a crescer exponencialmente de ano para ano. It is now more than 500 years since the great Portuguese Renaissance where the discovery of new distant lands was the catalyst for an explosion of culture, arts and technology that would be the envy of the world. Five centuries later and Portugal’s reputation is once again on a steep upward trajectory with record levels of international investment and visitor numbers growing exponentially every year.

É fácil compreender porque é que Portugal se tornou um destino tão procurado nos últimos anos, com a sua costa atlântica hipnotizante e as exuberantes paisagens, as suas vilas e cidades vibrantes, cheias de vida e charme. Com mais de 30 milhões de visitantes por ano previstos para o futuro próximo, não é nenhuma surpresa que este “renascimento moderno” seja, em grande parte, impulsionado pelo sector da hotelaria, com investidores e operadores a aproveitarem a oportunidade para explorar, não só o crescente interesse por Portugal, mas também a procura pendente gerada pela recente pandemia. Nos últimos dois anos, a Broadway Malyan teve um grande crescimento de projectos de hotelaria, tendo a sua equipe de Lisboa, construído um portfólio invejável, constituído já por uma lista de clientes relevantes com marcas como Marriott, Hilton, IHG e Accor. Quer se trate de uma pequena renovação, ou de uma remodelação completa, um reposicionamento de mercado, ou um novo edifício, a equipa de Lisboa desenvolveu uma abordagem que alia eficiência, criatividade

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e valor acrescentado, posicionando o ateliê como um dos grandes protagonistas do sector. Margarida Caldeira, que lidera não só o atelier da Broadway Malyan em Lisboa, como também lidera este sector na globalidade da empresa, comenta que tem sido extremamente emocionante trabalhar no design de Hotelaria: “O nível de investimento no sector de hotelaria tem atingido níveis sem precedentes, mas o entusiasmo do sector não é impulsionado pelo volume, mas pelas incríveis oportunidades para criar uma experiência única para os hóspedes.” Refere igualmente que “tivemos a sorte de trabalhar com uma vasta gama de investidores e operadoras de primeira linha neste sector, que muitas vezes têm uma marca que já está definida e, então, criamos uma narrativa de design que responda e celebre o contexto local, criando um lugar que é autêntico, e por vezes inesperado.” Um dos projectos mais importantes da Broadway Malyan foi o projecto de arquitectura e o design de interiores do mais recente Hotel


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Nos últimos dois anos, a Broadway Malyan teve um grande crescimento de projectos de hotelaria, tendo a sua equipa de Lisboa, construído um portfólio invejável, constituído já por uma lista de clientes relevantes com marcas como Marriott, Hilton, IHG e Accor. Over the past two years Broadway Malyan has seen a huge surge in hospitality projects with its Lisbon team building an enviable portfolio with a client list that reads like a who’s who of hotels with names such as Marriott, Hilton, IHG and Accor.”

Moxy Oriente em Lisboa, uma marca emergente da Marriott voltada para a geração Millennial. A abordagem do design deste hotel, que deverá ser inaugurado ainda este ano, é uma metamorfose de ideias que combina o moderno, ousado e lúdico com um estilo chique industrial, criando um ambiente dinâmico e fresco para uma geração que pensa de forma diferente na vida. No outro extremo do espectro de projectos desenvolvidos, está o recém-inaugurado Évora Farm Hotel, localizado no coração da

bela paisagem alentejana, em que a Broadway Malyan transformou um edifício existente criando um hotel para famílias, focado na relação com a natureza e o bem-estar. Noutra região, estão a ser dados os “últimos retoques” num novo resort hoteleiro em Cabanas de Tavira, concebido para captar as deslumbrantes vistas sobre a paisagem da Ria Formosa. Em Cascais, bem perto de Lisboa, a Broadway Malyan está a trabalhar com a Reformosa no Legacy Hotel Cascais, que será um deslumbrante hotel de cinco estrelas, reflectin-

do todo o glamour desta famosa cidade que durante tantos anos foi o refúgio costeiro da aristocracia da Europa. Para além dos hotéis, a Broadway Malyan está também a desenvolver uma série de branded residences, que reforçam ainda mais a confiança no futuro de Portugal. Margarida Caldeira refere ainda: “O aumento da procura do produto branded residences reflecte uma ampla variedade de necessidades em todo o sector, já que atendem àqueles que desejam mais espaço, numa estadia de maior duração, mas ainda assim desejam


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desfrutar dos serviços adicionais oferecidos por um hotel. É uma tipologia emergente que demonstra uma verdadeira confiança no sector e reflecte uma forte confiança no mercado actual e nos próximos anos.” It is easy to understand why Portugal has become such a beloved destination in recent years with its mesmerizing Atlantic coastline and luscious landscapes and its vibrant towns and cities that are pulsating and charming in equal measure. With more than 30 million visitors a year predicted in the near future, it is no surprise that this modern renaissance is being driven in large part by the hospitality sector with investors and operators seizing the opportunity to exploit not just the growing interest in Portugal but also the pent up demand created by the recent pandemic Over the past two yearsBroadway Malyan has

seen a huge surge in hospitality projects with its Lisbon team building an enviable portfolio with a client list that reads like a who’s who of hotels with names such as Marriott, Hilton, IHG and Accor. Whether it is a small renovation, a complete refurbishment, a repositioning or a new build, the Lisbon teamhave developed an approach that marries efficiency, creativity and commerciality to position the practice as one of the major players in the sector. Margarida Caldeira, who leads Broadway Malyan’s Lisbon studio and also leads the sector for the global practice, said it was a hugely exciting time to be working in hospitality design. She said: “The level of investment in the hospitality sector is absolutely unprecedented but the excitement is not driven by the volume but by the incredible creative opportunities to create those wonderful guest experience.

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“We have been lucky enough to work with a wide range of blue-chip investors and operators who will often have a brand that is already defined, and we will then create a design narrative that both responds to and celebrates the local context, creating a place that is both authentic and sometimes unexpected.” One of Broadway Malyan’s most important projects to date was designing the architecture and interior design for Lisbon’s newest Moxy hotel, an emerging Marriott brand aimed at the Millennial generation. The design approach for the hotel, which is set to open later this year, is a metamorphosis of ideas that blends modern, edgy and playful with industrial chic to create a dynamic and fresh environment for a generation that thinks differently about life. At the other end of the spectrum is the recently completed Evora Farm Hotel in heart


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of the beautiful Alentejocountryside where Broadway Malyan transformed an existing building to create a hotel with family, nature and wellbeing at its heart. Elsewhere the finishing touches are currently being made to a new resort hotel in Cabanas, which has been designed to capture the stunning views across the stunning Ria Formosa landscape. In Cascais on the edge of Lisbon, Broadway Malyan is working on the Legacy Hotel Cascais, which will be a stunning five star hotel that reflects the glamour of this famous town that was for so many years the coastal retreat

of Europe’s aristocracy. As well as hotels, Broadway Malyan is also currently working on a range of branded residences which Margarida believes further underpins the confidence in Portugal’s future. She said: “The increased demand for branded residences reflects a broad variety of need across the sector as they cater for those who want more space and will perhaps stay longer but still want those additional services that a hotel can provide. It is an emerging typology that shows a real confidence in the sector and reflects a strong belief in the market today and in the years to come.”


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Mercados do Porto Porto’s markets

Tradição versus economia Tradition versus economy


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O Bolhão quer manter a sua história e continuar a ser um mercado de frescos. Já o Bom Sucesso transformou-se em mais uma praça de alimentação de um “shopping center”. The Bolhão Market wants wants to stay true to its history and continue to be a market for fresh produce. The Bom Sucesso Market, on the other hand, has become yet another “shopping centre” food court.

Texto Text: Elisabete Soares

Ocupando um quarteirão inteiro, entre as ruas Sá da Bandeira, Formosa, Fernandes Tomás e Alexandre Braga, o Mercado do Bolhão é considerado um dos espaços colectivos mais emblemáticos da cidade do Porto. Numa altura em que as obras de remodelação se encontram avançadas e em contagem decrescente para a reabertura - está agendada para o segundo semestre deste ano, embora sem data marcada -, os visitantes vão poder ver novamente as belas fachadas restauradas, a remodelação integral da cobertura e do seu interior, um piso técnico novo em cave e um túnel de acesso ao Metro. Um processo de reabi-

litação comparado a uma “obra de relojoaria”, destaca a Câmara Municipal do Porto, dona da obra. O objectivo da autarquia portuense é “devolver o histórico equipamento remodelado e modernizado à cidade”, mas também fazer deste quarteirão “uma referência alimentar, não só para o Porto como para toda a Região Norte”, acrescenta o município sobre o destino final do projecto. A garantia dada pelos responsáveis é que o projecto mantém a traça original do espaço, privilegiando as soluções tecnológicas actuais, mas continuando a ter as bancas de frescos, restau-


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Em que ficamos? Where we are now

Habitação é um desafio Housing is a challenge

rantes e outras actividades que eram característica deste mercado. E tudo nos faz acreditar que sim, tendo em conta que o processo de remodelação deste equipamento tem tido um bom acompanhamento por parte da autarquia, acautelando os interesses dos antigos comerciantes – visível no projecto do Mercado Temporário do Bolhão – e, na fase mais recente, no concurso público para seleccionar os novos ocupantes para as 42 bancas - 12 lojas e seis restaurantes – que se encontravam vagos. “Além dos comerciantes e inquilinos históricos, que vão regressar ao Mercado do Bolhão dando continuidade à sua actividade, este concurso visa a atribuição dos espaços disponíveis, garantindo a ocupação de todo o mercado, dentro do comércio de produtos alimentares”, refere a autarquia. O novo Mercado do Bolhão terá 150 espaços e as licenças de utilização serão válidas por 20 anos, renováveis por períodos iguais.

O novo “shopping” do Bom Sucesso

Já o Mercado do Bom Sucesso – localizado jun-

to à Rotunda da Boavista - é um processo que começou mal e como bem diz a sabedoria popular: “Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. Se, num primeiro momento, a Mota-Engil - empresa que ganhou a concessão do espaço - procurou manter a tradição, criando um espaço reservado aos frescos e produtos alimentares – que, possivelmente, pela localização e preços praticados, acabou por não ter sucesso -, mas que conseguiu, através de um projecto de arquitectura bem estruturado - recriar o ambiente do antigo mercado, permitindo que a disposição das bancas e das lojas não interferisse com a amplitude da sua nave – sem dúvida a imagem mais forte que os portuenses guardam na sua memória. Embora fosse visível que o Mercado do Bom Sucesso precisava de alguns ajustes e modernização, a verdade é que a renovação que se encontra em execução conseguiu que o espaço se assemelhasse a uma qualquer praça de restauração de um dos muitos “shopping centers”. É, por isso, difícil de acreditar que o novo projecto de renovação levado a cabo pela Sonae

O estudo “Brick by Brick” da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revela que, entre 2005 e 2015, o gasto com habitação “atingiu 31% do orçamento nas famílias de rendimento médio”. Adianta também que “o investimento público em desenvolvimento habitacional caiu de 0,17% do PIB em 2001 para 0,06% do PIB em 2018, em média, para os países da OCDE.” Perante esta realidade, percebe-se que, por um lado, conforme refere a análise, “o sector residencial exige cada vez mais os recursos disponíveis das famílias” e, por outro, que as políticas de arrendamento “têm impacto no funcionamento dos mercados imobiliários” e “poderão desestimular os investimentos na construção.” A habitação é, pois, um desafio “crescente para muitos países”, nomeadamente ao nível da habitação social e do arrendamento. The “Brick by Brick” study published by the Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD) has revealed that, between 2005 and 2015, housing expensesused “about 31% of middle-income households’ budgets.” It also stated that “public investment in residential development in OECD countries fell, on average, from 0.17% of GDP in 2001 to 0.06% of GDP in 2018.” Given this reality, it is clear that “the residential sector is increasingly inneed of resources for families” and that rental policies “have an impact on the functioning of real estate markets” and “may discourage investment in construction.” Housing is, thus, a “growing challenge for many countries,” especially with regard to social housing and rentals.


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Sierra – actual gestora do espaço - que junto com a Mercado Prime, estrutura empresarial pertencente a Luísa Amorim (filha mais nova de Américo Amorim, já falecido), adquiriam os direitos da Mota-Engil, tenha como objectivo o reaproximar do mercado à sua história e da tradição, enquanto espaço icónico da cidade do Porto. A começar pela disposição e nova imagem das bancas ou quiosques – cuja nova estrutura elevada faz com que se perca a visibilidade do espaço interior -, à nova oferta gastronómica, onde agora predominam, quase em exclusivo, as marcas de “fast-food”. O espaço terá, no total, 26 novas bancas, 40

lojas e restaurantes, servidos por 299 lugares interiores e por um Continente Bom Dia, com 712 metros quadrados, que já abriu, enquanto continuam a decorrer as obras de renovação, que, segundo Marco Massano, director do espaço - em declarações recentes aos jornais -, “irão decorrer durante o ano de 2021″. Occupying an entire city block bordered by Sá da Bandeira, Formosa, Fernandes Tomás, and Alexandre Braga Streets, the Bolhão Market is considered one of Porto’s most iconic public spaces. At a time when its remodelling is almost finished and people are counting down the days

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until the space can reopen (currently slated for sometime during the second half of this year without a firm date set), visitors will once again be able to see the beautiful restored façades, the full remodel of its roof and interior, a new technical area in the basement, and a tunnel to access the Metro. The City Council of Porto has compared this rehabilitation project to the “process of crafting a watch.” While discussing the idea behind the project, the local government’s goal for the Bolhão Market has been to “give this historic place back to the city in a remodelled, modernised state” while also making the market “a culinary hotspot not only for Porto itself but the entire North of Portugal.” Those in charge of the project guarantee that the space has retained its original layout, fresh produce stands, restaurants, and other features that made this market unique, all while making use of current technological solutions. And everything leads us to believe this is actually so. Indeed, the market’s remodelling process has been followed closely by the local government, which has protected the interests of the market’s former merchants. This has been visible in the Temporary Bolhão Market and, more recently, during the public tender to select the new occupants for the 42 stalls, 12 stores, and six restaurants that are currently empty. The local government says, “In addition to the tenants and merchants who have been here for years and will return to the Bolhão Market to continue their work, this tender seeks to get the


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available spaces filled, guaranteeing the market is fully occupied with people trading food products.” The new Bolhão Market will feature 150 distinct spaces, and leases will be valid for 20 years and renewable for equal amounts of time.

The new Bom Sucesso “shopping centre”

Meanwhile, work on the Bom Sucesso Market, located next to the Boavista Roundabout, started out poorly. As one might say, it’s extremely difficult to turn a piece of coal into a diamond. At first, Mota-Engil (the company that became the concessionaire for the space)wanted to stay true to tradition in the place at first, creating a space reserved for fresh produce and food products. This ended up not being successful (possibly due to the location and prices charged), but it did manage to recreate the atmosphere of the old market using a wellstructured architectural design whose layout kept the stalls and shops from interfering with the breadth of its nave – without a doubt the strongest image that Porto residents have in their memory. Although it was visible that the Bom Sucesso

Market needed some adjustments and modernisation, the truth is that the renovations that are currently underway have made the space resemble a food court in any one of Portugal’s many “shopping centres”. And, so, it’s hard to believe that the new renovation project being carried out by Sonae Sierra (the company which currently manages the space having acquired the rights to the space from Mota-Engil alongside Mercado Prime [a business belonging to Luísa Amorim, late Américo Amorim’s youngest daughter]) is concerned with bringing the market back to its roots, its history, and tradition as an iconic space in the city of Porto. The layout has a new, high structure makes the interior space less visible), the stalls and kiosks have a new look, and fast-food brands now dominate the market’s new culinary offerings almost exclusively. In total, the space will have 26 new stalls, 40 stores, and restaurants with 299 indoor seats and a712-m² Continente Bom Dia supermarket, which has already opened. Renovation work continues, and Marco Massano, director of the space, in recent statements to newspapers said these renovations“will take place throughout 2021.”

O Mercado do Bolhão teve um processo de reabilitação comparado a uma obra de relojoaria. The Bolhão Market restoration project has been compared to the process of crafting a watch.”



Lá fora Reino Unido Abroad United Kingdom

Roberto Varandas

E agora?

Now what?

Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe

À medida que se aproxima o Verão, e o esperado declínio natural deste vírus respiratório, espera-se um Verão relativamente normal e uma temporada de turismo igualmente normal. Nada poderia estar mais longe da verdade. Apesar da enorme procura de curto prazo, efectivamente reprimida, o turismo levará certamente o prémio do sector mais regulamentado. No momento em que escrevo, a maioria dos países ainda estão fechados ao turismo de fora de seu país ou região. Embora a reabertura seja iminente, a UE ainda não aceita turistas da América do Norte ou da Ásia. A França acaba de anunciar que vai permitir turistas vacinados da China, mas apenas com uma vacina aprovada pela Agência Europeia do Medicamento, que não inclui o Sinovac chinês. A China retaliou, permitindo apenas cidadãos franceses que tenham a vacina chinesa. No espaço de dez dias, a Espanha anunciou que iria exigir um teste negativo aos viajantes por via terrestre de Portugal e França, revertendo posteriormente essa decisão e revertendo igualmente a obrigatoriedade das máscaras obrigatórias na rua. Os viajantes vindos do Reino Unido não necessitam de um teste para entrar em Espanha, mas, no retorno, devem ficar em quarentena por 10 dias e fazer pelo menos dois testes. Em Maio, e parte de Junho, Portugal estava na lista verde do Reino Unido e os viajantes entre os dois países não tinham que ficar em quarentena, mas tinham que realizar testes antes da partida e depois da chegada. Entretanto, a UEFA está a pressionar o governo do Reino Unido para permitir que representantes, convidados, e possivelmente adeptos, entrem no Reino Unido para as semi-finais e a final do Euro 2020, contornando a maioria destes requisitos. E não vou nem comentar os certificados de vacina, altamente controversos e provavelmente ineficazes. Se é operador turístico, como é que se planeia, organiza recursos, ou se quer, reage neste contexto? Não é possível. Tem que se deixar ir na onda, responder às solicitações conforme vêm

e esperar dias melhores. Isto é, se conseguir manter-se solvente. No entanto, e parafraseando Keynes - os políticos podem permanecer irracionais por mais tempo do que você pode permanecer solvente. Ao mesmo tempo, olhando para os EUA, a quantidade de viagens aéreas estão de novo, pouco abaixo dos níveis pré-pandêmicos e a maioria dos estados abriu completamente os seus mercados, retiraram a obrigatoriedade das máscaras, as limitações aos negócios e às liberdades de seus cidadãos. A economia respondeu de acordo. Eu antecipei em artigos anteriores que esta crise económica não seria tão acentuada e não proporcionaria a baixa de preços que vimos durante a crise financeira global e que as oportunidades viriam dos sectores mais problemáticos como o turismo e o retalho. Até agora, o meu prognóstico está acertado. Acabámos de ver aprovado uma transacção de US $ 6 mil milhões onde a Blackstone e a Starwood adquirem um grupo de hotéis nos EUA – a Extended Stay. Uma transacção especialmente oportuna e inteligente. Com a pandemia, muitas empresas cotadas no sector do entretenimento, lazer e hotelaria, viram as suas acções caírem vertiginosamente. No caso da Extended Stay, o mercado em Abril de 2020, chegou a valorizar a empresa em menos de um terço do valor agora acordado. A empresa preenche o segmento entre os “business hotels”de média gama e os “serviced apartments”, onde os hóspedes ficam por 30 dias, em vez de 1-2 dias num tradicional hotel dedicado a viajantes em trabalho ou negócios. A marca atrai trabalhadores da construção, equipas de emergência deslocadas e viajantes de negócios de nível baixo a médio para estadas mais longas. Essa clientela permitiu a empresa manter, em ano de pandemia, uma taxa de ocupação de 74% em 2020, em comparação com pouco mais de 40% para a indústria hoteleira no seu todo, no mercado americano. E o que dizer dos segmentos mais tradicionais de hotelaria e lazer? A CBRE prevê um retorno


Lá Fora Abroad

aos níveis de RevPar de 2019 nos EUA e no mercado EMEA, de noites dormidas, até 2024, o que significa mais três anos a lutar para melhorar os resultados operacionais e a necessidade de capturar todas as receitas possíveis, ainda mais do que o normal. Mas quem pensa que haverá grandes descontos aos preços dos activos, está enganado. Como vimos com a aquisição da Extended Stay, qualquer desconto no valor será correspondido com a enorme procura de diferentes investidores, prontos para tirar proveito das condições de mercado. Aos operadores e proprietários, tudo o que posso dizer é mantenham-se firmes no vosso caminho e boa sorte com a época do Verão! As we enter the summer months and the natural decline of this respiratory virus, hopes rise of a relatively normal summer and an equally normal tourism season. Nothing could be farther from the truth. Despite massive shortterm, pent-up demand, travel looks to take the prize of the most over-regulated sector. As I write, most countries are still closed to tourism from outside their country or region. Although re-opening is imminent, the EU still does not accept tourists from North America or Asia. France has just announced that they will allow vaccinated tourists from China but only with an EMA approved vaccine, which does not include the Chinese Sinovac. China has retaliated mirroring that position only allowing French citizens who have the Chinese vaccine. In the space of ten days, Spain announced that it would require over ground travellers from neighbouring Portugal and France to have a negative test, later reversing that decision and reversing the decision of obligatory masks outdoors. Travellers from the UK to Spain do not require, not even a test but on their return, they must quarantine for 10 days and complete at least two tests. In May and part of June, Portugal was on the UK’s green list and travellers between the two countries did not have to quarantine but had to undertake a predeparture and a post-arrival tests. In the meanwhile, UEFA is lobbying the UK government to allow dignitaries and possibly even fans into the UK for the semi-finals and the final of the Euro 2020, sidestepping most of these requirements. And don’t get me started on the hugely controversial, and likely ineffectual, vaccine passports. If you are a travel operator, how do you even plan, resource or even react in this context?

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You don’t. You go with the flow, you respond to demand as and if it comes and wait for better days if you can remain solvent. But, paraphrasing Keynes – politicians can remain irrational longer than you can remain solvent. In the meantime, looking to the US, air travel has returned to just below pre-pandemic levels and most states have completely opened their economies, removed mask mandates and limitations to businesses and their citizens’ freedoms. The economy has responded accordingly. I anticipated in previous pieces that this economic crisis would not be as marked and would not provide the repricing opportunities we saw during the global financial crisis and that opportunities would come at the margins in more troubled sectors such as leisure and retail. So far that prognostication has been playing out. We just saw the approval of a USD 6 billion,take-private transaction by Blackstone and Starwood of the listed US hospitality group – Extended Stay. A particularly well-timed and savvy transaction. With the pandemic, as with many other leisure related listed companies, shares fell precipitously and the market valued the company at less than a third of the take private value. The company fills the space between budget business hotels and serviced apartments and caters to cost conscious guests who typically stay 30 days at a time, rather than the 1-2 days of a business hotel. The brand attracts construction workers, dislocated emergency staff and low to mid-level business travellers on longer assignments. This set of clientele has meant that in a year of a pandemic, Extended Stay manged to maintain a 74% occupancy rate during 2020 compared to just above 40% for the wider US hotel industry. And what to say about the more traditional hotel and leisure segments? CBRE predicts a return to 2019 RevPar levels in the US and of nights stayed in EMEA by 2024, which means three more years of grinding out operational budgets and trying to capture all possible revenues, even more than usual. For anyone thinking that there are steep discounts to come to this sector is likely mistaken. As seen with the Extended Stay acquisition, any softness in pricing will be met with the enormous dry powder held by different investors, ready to take advantage of market conditions. To operators and owners, all I can say is hold steady and good luck with the summer season!


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Anabela Loureiro

Estado da Nação State of the Nation Os imigrantes portugueses adoram Agosto em Portugal, mas a sua chegada vai ser tudo menos “normal”. A pandemia ainda está aí. Mesmo assim, podem vir e regressar, há vacinas, certificados e testes. O que não consigo imaginar é, como será para um imigrante residente no nosso País regressar à sua terra natal e, mal chegue ao aeroporto ou atravesse a fronteira, ser intimidado, encarcerado ou vitimizado. É isto que, muito provavelmente, pode acontecer a todos os manifestantes cujos dados a autarquia de Lisboa facultou às embaixadas. Isto não é sobre os russos ou iranianos ou chineses, é sobre todos os que estão em solo português. E coloca em xeque, se é verdade ou ilusão, que vivemos num Estado democrático. Portuguese immigrants love August in Portugal, but their arrival will be anything but “normal.” The pandemic is still active. Even so, they can come and go. There are vaccines, certificates, and tests. What I can’t begin to imagine is what it will be like for an immigrant who lives in our country to return to their homeland and be intimidated, incarcerated, or victimized as soon as they land at the airport or cross the border. This is what will very likely happen to all the demonstrators whose data the local government of Lisbon gave to foreign embassies. This isn’t about Russians or Iranians or Chinese. It’s about all those who live on Portuguese soil. And it brings into question whether we actually do live in a democratic state – or just an illusion of one.



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