Construção Ambiente Turismo
50
NOV/DEZ 2021 €10
O que se segue What’s next
1 Editorial
Cinquenta Fifty
Carla Celestino Directora Director
Chegámos à edição número 50. O que para uma empresa que iniciou a sua actividade em plena crise económica e atravessou agora uma crise pandémica, sempre a crescer, sem dívidas e sem apoios do Estado é um grande feito nos dias de correm. Este número remete-me para lembranças passadas, para quando visitei Macau. Na altura não resisti e quis saber o meu destino, o que ditavam as linhas da mão, os sinais do rosto e os livros. Mas acabei por ouvir um adivinho ancião de origem chinesa a deambular pela filosofia e numerologia. O nosso tradutor fez a ponte. Primeiro referiu que os números pares estão ligados à energia ying e são femininos. E, se não me falha a memória, o 50 foi dividido em cinco, número da sorte, sabedoria e prosperidade, e zero, sinónimo de perspectivas ilimitadas. Parecem-me bons augúrios. A Magazine Imobiliário é agora liderada por mulheres. Está em mudança e as perspectivas estão melhores do que nunca. Mas somos ponderadas, estamos mais maduras. Conhecemos o mercado. Que venham mais 50, pela nossa mão, ou pela de futuras gerações, pois este é um projecto editorial que está de pedra e cal em Portugal, na Europa e, cada vez mais, além-mar. 2022 é também um número par. Mas com tantas mudanças que se avizinham, esperemos que seja igualmente de bons prenúncios para o sector do imobiliário.
We’ve reached edition number 50. For a company that started out in the middle of an economic crisis and is now dealing with a pandemic-induced health crisis, that is always growing with neither any debt nor help from the State, this is a major feat in today’s world. This number takes me back to past memories, to when I visited Macau. At the time, I couldn’t resist and wanted to know my destiny, what the lines on my hand, facial signs, and books said. But I ended up following the advice of an elderly Chinese soothsayer while wandering through philosophy and numerology. Our interpreter was the bridge. First, he explained that even numbers are linked to ying energy and are feminine. And, if my memory serves me correctly, the number 50 was divided into five, the number representing luck, wisdom, and prosperity, and zero, synonymous with unlimited prospects. These seem like good omens to me. Magazine Imobiliário is now led by women. It’s changing, and its prospects are better than ever. But we are also thoughtful, more mature. We know the market. May there be 50 more, be they crafted by us or future generations, as this is an editorial project that is here to stay in Portugal, Europe, and, increasingly, overseas. 2022 is also an even number. But with so many changes to come, we are hoping that it also brings just as much good fortune for the real estate industry.
Ficha técnica Datasheet
Índice
Propriedade Property Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Rua Paulo Reis Gil nº 39, 3º Esq.
Summary
2745-195 Queluz
22 Metro Quadrado Square Meter Eastbanc Dar nova vida aos edifícios Breathing new life into buildings
26 Capa Cover: Anabela Loureiro
04 Grande Tema
Lead Story As próximas grandes tendências The next big trends
16 Melhor
Empreendimento do Ano 2021
Best Project of the Year 2021 WOW
Belas Club de Campo Novos apartamentos e townhouses New apartments and townhouses
30
Rockbuilding 22 anos de actividade 22 years in the business
34
SIL 2021 Balanço & Novidades Report & Updates
Telm. / Mobile: (+351) 96 237 00 08 geral@palavrasaliadas.pt
48 Opinião Opinion
Reino Unido United Kingdom Evergrand
Fundador da Magazine Imobiliário Founder of Magazine Imobiliário Joaquim Pereira de Almeida Directora Director Carla Celestino
50 Prémio
Nacional do Imobiliário 2021
2021 National Real Estate Awards
58 Prémios
Personalidades 2020 2020 Personality Awards
Colaboradora Permanente Permanent Contributor Elisabete Soares Fotografia Photography Anabela Loureiro Tradução Translation Frank Miller Grafismo Graphics Rodrigues Silva Contabilidade Accounting Nasceconta Periocidade Frequency Bimestral Tiragem Number printed 3.000 exemplares
64 38 Paparazzi Ventos do Norte North winds Construção sustentável Sustainable construction
www.magazineimobiliario.com
Ao que chegámos What we have arrived at
Impressão Printing Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal Legal Deposit 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397
42 Lá fora
Abroad Expo Real 2021: Contamos como foi What it was like
Estatuto editorial disponível em: Editorial policy available at: www.magazineimobiliario.com
Grande Tema 4 Grande Tema
Lead Story
Kynny / istockphoto
Lead Story
Mercados emergentes Emerging markets
As próximas grandes tendências
The next big trends
Jake Nebov / Unsplash
Grande Tema
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Adrian Sulyok / Unsplash
Lead Story
Texto Text: Carla Celestino
É nos tempos de crise que surgem as grandes ideias, as grandes oportunidades. Elas estiveram sempre lá, adormecidas, à espera que algo acontecesse para que se evidenciassem, para que crescessem. Foi preciso uma pandemia à escala global para se perceber que a Logística, os Centros de Dados e as designadas Ciências da Vida são áreas vitais e as que mais irão crescer num futuro muito, muito próximo. It is in times of crisis that great ideas and great opportunities arise. They have always been there, asleep, waiting for something to happen so that they could show themselves and grow. It took a worldwide pandemic for us to realise that Logistics, the so-called Life Sciences, and Data Centres are vital areas and are areas that will grow the most in the very, very near future.
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Grande Tema
Lead Story
Fora da caixa
Marcin Jozwiak / Unsplash
Out of the box
Futuro passa pelo solar flutuante
The future is floating solar
Quem atravessou a crise económica que trouxe a Troika a Portugal ficou logo com um nó na garganta perante a pandemia de Covid-19. Os primeiros a fechar portas foram o comércio e o turismo, seguiram-se os escritórios e tudo o resto caiu como um baralho de cartas. Foi tudo tão rápido. Achámos todos que ia ser um calvário tão longo e penoso que poderia devastar o imobiliário. Mas tal não aconteceu! Por mais análises, barómetros e opiniões que surgissem no início de 2020, 2021 veio mostrar que tanto a economia como o imobiliário iriam recuperar mais cedo do que o previsto. Esta não é, infelizmente, uma realidade transversal a todos os segmentos do sector. Ainda assim, há três áreas que vão ter, segundo os especialistas, um maior investimento e crescimento: Logística, Centros de Dados e Ciências da Vida.
Nova Logística
Ao contrário do mercado residencial, que desacelerou para agora estar em alta, nem todos os activos ficaram abonados durante a crise sanitária. Há os que continuam à procura de soluções para a profunda crise que enfrentam. O melhor exemplo desta realidade são os espaços comerciais que viram desaparecer os seus compradores de um dia para o outro. O “não consumo” gerou o caos. Valeu o e-commerce. Com as compras online a tesouraria das empresas ganhou algum peso e existiu também algum escoamento de produtos, bens e materiais. Agora, que entramos na última fase do levantamento das restrições, os espaços comer-
ciais estão a incrementar novos modelos e soluções para captar a atenção dos clientes mas a questão das rendas e das moratórias vai ser dura de resolver. Nas montras, da maioria das marcas, estão ainda as colecções do ano passado que estiveram armazenadas, fechadas. O Natal está à porta e, ao que parece, as pessoas estão desejosas de regressar às lojas, de ver embrulhar as prendas. Há sempre esperança. Curiosamente foi o Natal de 2019 que mostrou o quanto Portugal estava atrasado em relação ao mercado de abastecimento. Nesse ano as compras online dispararam na quadra natalícia mas quando os clientes receberam as suas encomendas já os reis tinham ido a Belém. Os armazéns eram pequenos para tanta solicitação e estavam longe das cidades. Quando o País fez lockdown por causa da pandemia e aumentaram as compras online assistiu-se a limitações operacionais, nomeadamente de circulação, que criaram constrangimentos no modus operandis da actividade logística, sobretudo ao nível do transporte de mercadorias, com claro destaque para a China que é o principal mercado fornecedor a nível mundial. Aliás, este constrangimento foi tal, que na reabertura do mercado, segundo a Associação Portuguesa de Transitários, passou a assistir-se a uma escalada de preços, pois os números do Índice Mundial de Contentores revelaram aumentos que atingem os 2000%. Ainda assim, as empresas portuguesas ou a operar em Portugal, perceberam que tinham de apostar em armazéns maiores, mais flexíveis e de fácil acesso, sobretudo mais perto ou
Depois de, em Maio deste ano, a EDP ter recebido luz verde para avançar com a construção de um parque flutuante com 12 mil painéis solares na albufeira do Alqueva, o Governo anuncia agora as barragens que vão ter também na superfície das suas águas parques solares fotovoltaicos no âmbito dos próximos leilões de energia solar a realizar no último trimestre de 2021. As barragens que vão receber os parques solares flutuantes são: Alqueva (Portel), Castelo de Bode (Tomar), Cabril (Pedrógão Grande), Alto Rabagão (Montalegre), Paradela (Miranda do Douro), Salamonde (Vieira do Minho), Tabuaço (Vilar, Moimenta da Beira). “O solar flutuante é uma das formas de revertermos o subdesenvolvimento do solar fotovoltaico em Portugal”, disse o secretário de Estado da Energia, João Galamba, num fórum internacional sobre energia solar. After EdP received the green light in May of this year to move forward with the construction of a floating park with 12,000 solar panels in the Alqueva reservoir, the Government has now announced that dams that will also have photovoltaic solar parks on top of their waters as part of the next solar energy bids to be held in the last quarter of 2021. The dams that are scheduled to receive floating solar parks are Alqueva (Portel), Castelo de Bode (Tomar), Cabril (Pedrógão Grande), Alto Rabagão (Montalegre), Paradela (Miranda do Douro), Salamonde (Vieira do Minho), and Tabuaço (Vilar, Moimenta da Beira). During an international forum on solar energy, State Energy Secretary João Galamba said, “Floating solar is one of the ways we can reverse the underdevelopment of photovoltaic solar in Portugal.”
Cronislaw / istockphoto
Grande Tema
Lead Story
Anabela Loureiro
Josh Sorenson / Pexels
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nas cidades. Uma boa rede logística - seja nacional, regional ou local -, permite que o cliente receba a sua encomenda de forma rápida e eficiente. É esse o objectivo do e-commerce e de uma boa rede logística e é, precisamente, isso que está em mudança no nosso País. O boom do e-commerce trouxe também outras preocupações, como a falta de recursos humanos ou a necessidade de investir na carga aérea (para isso será necessário modernizar os aeroportos do País). Há igualmente preocupações ambientais, pois, como sabemos, mais encomendas significa mais transportes a circular. Mas de acordo com o estudo “What’s Next in LCV”, conduzido pela LeasePlan, o e-commerce está a alavancar a transição das frotas no mercado para veículos menos poluentes. A este propósito, Tex Gunning, CEO da LeasePlan, afirmava que esta mudança nas frotas “tem o potencial para reconfigurar a logística das entregas last-mile e permitir operações com zero emissões”. Aliás, até as embalagens estão a mudar, quer para optimizar o processo logístico, quer para reduzir o desperdício. Em Portugal, e pela primeira vez desde que há memória, observou-se o investimento do lado da oferta, quer através da reabilitação ou da nova promoção, sobretudo com o intuito de garantir uma maior disponibilidade de stock. A Green Logistics by Aquila Capital é um bom exemplo desta aposta, ao desenvolver um parque logístico na Azambuja com 116.000 metros quadrados (m²). Também a empresa VGP está a investir em três projectos desta natureza em Santa Maria da Feira, Loures e Sintra, perfazen-
do um total de cerca de 60.000 m². A Merlin Properties anunciou igualmente a segunda fase da Plataforma Logística Lisboa Norte, na Azambuja, com um espaço adicional de 180.000 m². Saliente-se, ainda, a Goldman Sachs que criou a marca Newdock através da qual a divisão do imobiliário, a Goldman Sachs Asset Management, vai investir 1.000 milhões de euros durante os próximos três anos quer em Espanha, quer em Portugal. Os especialistas avançaram que, no primeiro semestre de 2021, este segmento registou um volume de take-up de 144.930 m2, face aos 73.000 m2 de 2019. Embora comparativamente a 2020, o volume de 2021 se traduza num aumento de apenas 2%, as expectativas é que o segundo semestre termine com valores acima dos registados no ano passado. Não é, pois, de admirar que, face a esta maior aposta em activos logísticos, os especialistas tenham apelidado de “Nova Logística” ou de “segmento emergente Covid-19”.
Trabalhar nas nuvens
Se muitas empresas sobreviveram ou até cresceram e tiveram lucros durante a pandemia sanitária foi graças ao facto de terem as ferramentas tecnológicas certas. Já estavam, ou aceleraram, o seu lado hightech como a Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Realidade Virtual (RV), automatização, 5G, cloud, novas apps, redes sociais… Toda esta dinâmica, potenciada também pelo trabalho remoto, fez aumentar a movimentação dos volumes de dados. Por isso, os espe-
As empresas portuguesas ou a operar em Portugal, perceberam que tinham de apostar em armazéns maiores, mais flexíveis e de fácil acesso, sobretudo mais perto ou nas cidades. Portuguese companies and those operating in Portugal realised that they needed larger, more flexible warehouses that could be more easily accessed, especially ones that are closer to cities.”
Grande Tema Lead Story
Há, pois, ainda muito espaço para crescer nesta área dos centros de dados.
Há nova vida nos escritórios
Já os escritórios enfrentam tempos desafiantes. No regresso ao trabalho presencial, uma importante fatia de empresários está a deixar em aberto a hipótese do trabalho remoto ou híbrido. Ao que parece, os novos conceitos que surgiram, desde o coworking às hot-desk, vieram para ficar pois são uma alternativa mais económica para as empresas e uma solução mais saudável para o colaborador. Mas há edifícios, entretanto desocupados, e outros obsoletos, que têm de ser repensados. Também há os que já estão a ser construídos a pensar em novos perfis de ocupantes e em novas soluções tecnológicas e amigas do ambiente. É a este nível que surge um novo perfil da procura por espaços de escritórios, sobretudo em Lisboa e no Porto, designados por “Ciências da Vida”. Estamos a falar de empresas de ensino ou de investigação ligadas a áreas como biotecnologia, investigação biomédica, produtos farmacêuticos e genómica. A pandemia levou a União Europeia e os Estados-membros a repensar as suas políticas de saúde e a perceber a urgência em investir na ciência e na tecnologia. Paralelamente, assistimos também a uma população cada vez mais envelhecida e a necessitar de serviços e espaços de cuidados de saúde. Ambas as realidades alavancaram o crescimento deste segmento.
Aliás, esta foi uma das áreas em que se observou um aumento acentuado do número de doutoramentos em Portugal. Perante este cenário, e de acordo com o estudo “European Life Sciences” da consultora Savills, até ao final de 2022, espera-se que sejam criados 474.000 m2 de novos espaços de escritórios e instalações laboratoriais para o sector das Ciências da Vida na Europa. Portugal deverá seguir esta tendência. Como a Savills esclarece, “entre os anos 2015 e 2020, o sector dos Laboratórios Farmacêuticos foi responsável pela ocupação de mais de 30.000 m2 de espaços de escritórios no mercado de escritórios de Lisboa, exercendo um peso residual de 3,4% face à soma do volume total de área ocupada no período dos últimos seis anos.” Além disso, este sector registou, em 2020, o segundo maior volume de ocupação dos últimos seis anos e viu o seu peso aumentar de 2,3%, em 2019, para 6,3%, em 2020. A Logística, os Centros de Dados e as designadas Ciências da Vida são três segmentos que estão a acordar do sono atribulado da pandemia. Mas como Albert Einstein disse um dia: “No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade!” Those who experienced the economic crisis that brought the Troika to Portugal got lumps in their throats right away when the COVID-19 pandemic first hit. The first to close their doors were commerce and tourism followed by offices, and everything else fell like a deck of cards. Brett Sayles / Pexels
cialistas já vaticinam que o investimento em centros de dados vai disparar nos próximos anos pois será a única forma de garantir uma maior capacidade destes espaços para dar resposta aos seus clientes. E não é só na Europa, será também tendência em Portugal ainda que a uma escala mais tímida. A consultora CBRE é uma destas especialistas que defende que a procura por parte de empresas de computação em nuvem vai aumentar, ou seja, os prestadores hiper-escala que ocupam grandes áreas e constroem os seus próprios centros de dados são já uma realidade até no nosso País. O relatório sobre o “Mercado de Centros de Dados” da CBRE demonstra que, “apesar de o mercado português de centros de dados ser pequeno, com uma presença limitada de operadores internacionais e ainda sem prestadores hiper-escala”, existem 27 centros de dados de colocação e alojamento a operar no País, dos quais 12 prestam em simultâneo serviços de TI e alojamento. Lisboa e Porto concentram o maior número destas instalações que são geridas, na maioria dos casos, por empresas nacionais de telecomunicações ou de infra-estruturas. Em Portugal estão previstos três grandes projectos: no Porto de Leixões, pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL); em Castanheira do Ribatejo, pela Merlin Properies; e o projecto Sines 4.0, por parte da Start Campus (uma parceria entre a Pioneer Point Partners e a Davidson Kempner Capital), o qual prevê o desenvolvimento de cinco centros de dados, com uma capacidade de 90 MW cada. Nuno Nunes, sénior director para a área de Capital Markets da CBRE Portugal, esclarecia neste relatório que “Portugal apresenta diversos factores que atraem os investidores para o mercado de data centres, entre os quais se destacam as taxas de rentabilidade estáveis e elevadas face a outras classes de activos, assim como a possibilidade de ter custos energéticos mais reduzidos devido a uma maior oferta de energias renováveis, o que se traduz numa preocupação com a sustentabilidade que é cada vez mais evidenciada pelos fundos de investimento institucionais.” Há outros operadores, que ainda não estão presentes no mercado português, mas que já colocaram o nosso País no seu radar na sequência da recente conexão com dois novos cabos submarinos de fibra óptica que conectam Portugal com outros continentes, como o EllaLink, com ligação ao Brasil, e o Equiano, da Google, com ligação à África do Sul.
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Lead Story
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It all happened so fast. We all thought it was going to be such a long and painful ordeal that could really devastate the real estate industry. But that didn’t happen! Despite all the analyses, barometers, and opinions that came out at the beginning of 2020, 2021 ended up showing us that both the economy and real estate would recover faster than earlier thought. This is unfortunately not a reality for all segments in the industry, however. Even so, there are three areas that specialists say will see more investment and growth: Logistics, Data Centres, and Life Sciences.
New Logistics
Unlike the residential market, which slowed down but is now on the rise, not all assets were paid off during the health crisis. There are those who continue to look for solutions to the profound crisis they face. The best examples of this reality are the commercial spaces that saw their buyers disappear overnight. “Non-consumption” created chaos. E-commerce took its place on the throne. With online purchases, companies made some money, and there was also some flow of products, goods and materials.
Now that we are entering the last phase in the lifting of restrictions, commercial spaces are introducing new models and solutions to capture the attention of customers, but the issue of rents and moratoria will be difficult to resolve. Last year’s collections are still most shops’ windows, stored there as the shops were closed. Christmas is just around the corner, and, it seems, people are eager to go back to the shops, to see their gifts wrapped. There is always hope. Curiously, it was Christmas 2019 that showed how behind Portugal was in relation to the supply market. That year, online shopping soared during the Christmas season, but it was already Epiphany when customers received their orders. The warehouses were too small for so much demand and were located far from the cities. When the country went into lockdown because of the pandemic and online purchases increased again, there were operational and movement-related limitations, which placed constraints on the logistics sector, especially in terms of the transport of goods, with a clear emphasis on the world’s main supplier market, China. In fact, according to the Portuguese As-
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Os especialistas já vaticinam que o investimento em centros de dados vai disparar nos próximos anos pois será a única forma de garantir uma maior capacidade destes espaços para dar resposta aos seus clientes. Experts predict that investment in data centres will soar in the coming years, as it will be the only way to guarantee these spaces have the ability to respond to their growing customer base.”
Sora Shimazaki / Pexels
12 Grande Tema Lead Story
phase of its North Lisbon Logistics Platform in Azambuja, with an additional 180,000 m² of space coming to the facility. Yet another noteworthy endeavour is Goldman Sachs’ Newdock brand through which the company’s real estate division, Goldman Sachs Asset Management, plans to invest €1 billion EUR into projects in both Portugal and Spain over the next three years. Experts have stated that, in the first half of 2021, this segment recorded a take-up volume of 144,930 m², compared to 73,000 m² in 2019. Although the volume in 2021 translates into an increase of only 2% over 2020, the second half is expected to end with numbers above those seen last year. It’s therefore not surprising that, given this greater investment in logistical assets, experts have nicknamed it the “New Logistics” or the “emerging COVID-19segment.”
Working in the clouds
The many companies that survived or even grew and made profits during the health pandemic were able to do so because they had the right technological tools. They were already had or accelerated the development of their high-tech side, investing in such items as the Internet of Things (IoT), Artificial Intelligence (AI), Virtual Reality (VR), automation, 5G, the cloud, new apps, social networks… All this activity, helped along by telecommuting, has caused data transfers to grow tremendously. sociation of Freight Forwarders, things were constrained to such an extent that, when the market reopened, prices skyrocketed: numbers from the World Container Index showed increases of up to 2000%. Despite this, Portuguese companies and those operating in Portugal realised that they needed larger, more flexible warehouses that could be more easily accessed, especially ones that are closer to cities or even actually inside them. A good logistics network – be it at the national, regional, or local level – allows customers to receive their orders quickly and efficiently. That is what e-commerce is all about: e-commerce needs a good logistics network to be successful, and it is precisely that that is changing in Portugal. The e-commerce boom has also brought other concerns to the fore, such as the lack of human resources or the need to invest in air cargo (which will require that Portugal’s airports be modernised). There are also environmental concerns, since, as we know, more orders
mean more traffic, vehicular and otherwise. But, according to the “What’s Next in LCV” study conducted by LeasePlan, e-commerce is helping the market to transition its fleets to cleaner vehicles. To this end, Tex Gunning, CEO of LeasePlan, stated that this change in fleets “has the potential to reconfigure the logistics of last-mile deliveries and allow for zero-emission operations.” In fact, even packaging is changing, be it to optimise the logistical process or to reduce waste. In Portugal, and for the first time in memory, there has been investment on the supply side, both through rehabilitation and new developments, with their foremost goal being that of ensuring more stock is available. Green Logistics by Aquila Capital is a good example of this commitment, as it is developing a116,000-square-metre (m²) logistics park in Azambuja. The company VGP is also investing in three similar projects in Santa Maria da Feira, Loures, and Sintra, totalling around 60,000 m². Merlin Properties also announced the second
Até ao final de 2022, espera-se que sejam criados 474.000 m2 de novos espaços de escritórios e instalações laboratoriais para o sector das Ciências da Vida na Europa. By the end of 2022, 474,000 m² of new office space and laboratory facilities are expected to be built for Europe’s Life Sciences sector.”
Grande Tema
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Lead Story
This has led experts to predict that investment in data centres will soar in the coming years, as it will be the only way to guarantee these spaces have the ability to respond to their growing customer base. And this is happening not just in Europe; it will also be a trend in Portugal, albeit on a smaller scale. Consulting firm CBRE is among those who argue that demand from cloud computing companies will increase. In other words, hyperscale data services providers that occupy large areas and build their own data centres are already a reality even in our own country. CBRE’s “Data Centre Market” report states that, “despite the fact that the Portuguese data centre market is small, has a limited presence of international operators, and still has no hyper-scale providers,” there are 27 data traffic and storage centres operating in the country, 12 of which provide IT and storage services simultaneously. Lisbon and Porto have the largest numbers of these facilities, which are managed, in most cases, by national telecommunications and infrastructure companies. In Portugal, three major projects are planned: in the Port of Leixões by the Douro, Leixões, and Viana do Castelo Ports Administration(APDL); in Castanheira do Ribatejo by Merlin Properties; and the Sines 4.0 project by Start Campus (a partnership between Pioneer Point Partners and Davidson Kempner Capital), which calls for the development of five separate data centres with a capacity of 90 MW each. Nuno Nunes, senior director of Capital Markets for CBRE Portugal, explained in this report that “sev-
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eral factors attract investors to Portugal’s data centre market, among which are the stable and high rates of return compared to other asset classes, as well as lower energy costs due to a greater supply of renewable energy. This helps placate sustainability concerns, which are increasingly expressed by institutional investment funds.” There are other operators that are not yet present in the Portuguese market but which already have our country on their radar following Portugal’s recent connection with two new undersea fibre optic cables that connect Portugal with other continents, such as EllaLink and its connection with Brazil and Google’s Equiano and its connection with South Africa. There is, thus, still a lot of room to grow in the data centres segment.
Offices receive new life
Offices, on the other hand, face challenging times. In the return to face-to-face work, an important percentage of entrepreneurs are opting to continue working from home or taking part in a hybrid regime. It seems that the new concepts that have emerged, from co-working to hotdesks, are here to stay, as they are a more economical alternative for companies and a healthier solution for employees. But there are buildings, some of which are unoccupied and others obsolete, that have to be redesigned. There are also buildings that are already being built while keeping today’s new occupant profiles and new technological and environment-friendly solutions in mind.
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Em que ficamos?
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Where we are now
É para atestar? Is this proof?
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O Governo aprovou a redução a “título extraordinário e temporário” (vai até 31 de Janeiro de 2022) do valor do adicional ao Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, bem como o desconto “AUTOvoucher”. Mas será que estas medidas são suficientes? Nas ruas das cidades já começaram a existir carros estacionados que dão azo às cusquices dos vizinhos e que começam a questionar quando foi a última vez que tiveram o depósito cheio ou rodaram as estradas. O ambiente agradece, mas será que os seus donos também? The Portuguese Government approved the reduction of the value of the additional tax on Petroleum Products on an “extraordinary and temporary basis” (lasting until January 31, 2022), as well as the “AUTOvoucher” discount. But are these measures enough? There are already cars parked on the city streets that have led neighbours to gossip. People wonder when the last time those cars had a full tank or drove on the roads was… The environment may be grateful, but will their owners be too? It is here that a new demand profile called “Life Sciences” has emerged in the office segment, especially in Lisbon and Porto. We are talking about companies that teach or conduct research in areas such as biotechnology, biomedical research, pharmaceutical products, and genomics. The pandemic has led the European Union and its Member States to rethink their health policies and realise the urgency of investing in science and technology. At the same time, we are also witnessing an increasingly ageing population in need of health care services and spaces. Both of these realities have boosted this segment’s growth. In fact, one of Portugal’s sharpest increases in the number of doctorates was in this area. Given this context, Savills’ “European Life Sciences” study states that, by the end of 2022,
474,000 m² of new office space and laboratory facilities are expected to be built for Europe’s Life Sciences sector. Portugal must follow this trend. Savills explains that, “between 2015 and 2020, the Pharmaceutical Laboratories sector had a take-up of more than 30,000 m² of office space in the Lisbon office market, with a residual weight of 3.4% compared to the sum of the total volume of occupied area in the period of the last six years.” In 2020, this sector also saw the second highest take-up in the last six years and saw its weight increase from 2.3% in 2019 to 6.3%, in 2020. Logistics,Data Centres, and the so-called Life Sciences are three segments that are now waking up from the troubled sleep of the pandemic. But, as Albert Einstein, once said,“In the midst of difficulty lies opportunity!”
Melhor Empreendimento do Ano 2021 16 Melhor Empreendimento do Ano 2021
Best Project of the Year 2021
Best Project of the Year 2021
“Ficar de queixo caído” “Jaw-dropping”
Melhor Empreendimento do Ano 2021 Best Project of the Year 2021
A Magazine Imobiliário deslocou-se à zona histórica de Vila Nova de Gaia para conhecer o World of Wine (WOW) que triunfou na edição deste ano do Prémio Nacional do Imobiliário. Ali, tudo foi idealizado ao pormenor. Este é um projecto arrojado, diríamos mesmo atrevido. Não conhece? Nem sabe o que está a perder… Magazine Imobiliário went to Vila Nova de Gaia’s historic area to visit the World of Wine (WOW), which has won this year’s National Real Estate Award. This is a bold project that we could even call ‘cheeky’. Haven’t been yet? You don’t even know what you’re missing…
Não poderíamos ter tido melhor anfitrião para conhecer o espaço tão badalado no momento. Adrian Bridge, CEO do The Fladgate Partnership, foi o visionário do WOW. Um gentleman, profundo conhecedor dos vinhos e das vinhas, de sorriso afável e personalidade forte, pisca-nos o olho quando nos diz para nos prepararmos para o que vamos ver. Começa por nos abrir as portas do Pink Palace, o museu dedicado ao vinho rosé. Nesta experiência não falta um Cadillac cor-de-rosa ou um saloon do Faroeste. É extravagante, divertido e, muito provavelmente, o mais instagramável dos sete espaços museológicos que compõem o WOW. Fazemos desde logo um brinde a este espaço, com um Mateus Rosé, claro! Também há o espaço Wine Experience onde aprendemos rigorosamente tudo sobre o vinho, desde o núcleo de uma simples uva à vindima e até como ser um verdadeiro especialista numa prova de vinhos. É preciso, no entanto, ter nariz (e mais não dizemos…).
Paixões, sensações e experiências
Texto Text: Carla Celestino
Aqui o vinho é mais que um tema, é uma paixão. Adrian Bridge conta-nos que a “Taylor’s faz parte da família há três séculos mas é também um legado para as próximas gerações, está no nosso sangue.” E acrescenta que “esta zona é a nossa casa, por isso, o que construímos em volta da nossa casa é muito importante.”
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Foi nessa envolvência que surgiu, em 2010, o primeiro projecto, o Hotel Yeatman, que passou a chamar a atenção para o “Destino Porto” e transformou-se “no grande negócio de lazer desta zona.” Mas como Bridge salienta: “O futuro do turismo é conteúdo”. Por outras palavras, se “um espaço tiver mais conteúdo, então as pessoas prolongam a sua estada por mais dias e visitam o local por mais dias, e isso torna-se catalisador de negócio pois serão necessários mais hotéis, mais restaurantes, mais lojas, mais museus…” Sublinha, no entanto, que “os museus são actualmente muito estáticos”, o que o levou a apostar em experiências. “As pessoas querem ouvir histórias, querem ter diferentes apelos aos sentidos, ser envolvidas, ouvir os sons das florestas ou sentir o aroma do cacau, ter sensações e emoções.” É assim no Chocolate Story. O chilrear de pássaros exóticos leva-nos numa verdadeira volta ao mundo por florestas tropicais, para vivermos uma experiência imersiva onde aprendemos como se torra e mói o cacau, bem como a arte de fazer e conchar o chocolate. Por cá, dizem que os olhos também comem mas nós preferimos o palato e não resistimos a uma tablet 2020 extra chilli, a marca de chocolate nascida e criada no WOW. É assim também no Planet Cork, dedicado à indústria da cortiça, no Porto Fashion & Fabric Museum, onde não faltam fios, tecidos e
18 Melhor Empreendimento do Ano 2021 Best Project of the Year 2021
texturas, criadores e moda, e no Porto Region Across The Ages, um verdadeiro roteiro histórico da Invicta. Apesar disso, há um espaço que é mais museológico no sentido tradicional da palavra e do conceito: The Bridge Collection. Como Adrian explica, este espaço “contém 1200 peças que contam a história da Humanidade e das multi-culturas por nove mil anos.” São peças da sua colecção, pessoais, únicas, imperdíveis. Nesta viagem as pessoas são convidadas a “sorver o conhecimento até à última gota.” Há ainda dois espaços para exposições temporárias, para a arte, para a cultura. Quiçá para receber exibições do Louvre de Paris ou do Guggenheim de Nova Iorque. É também um espaço pedagógico que conta com a Escola do Vinho e, “a pensar nos mais novos”, promove um programa educativo através do qual vão receber “50 mil alunos de escolas.”
O novo quarteirão cultural do Porto
A praça ao ar livre recebe os turistas. Ali,
deixam-se ficar num olhar demorado para a outra margem do rio Douro. É hora do almoço e os vultos humanos começam a dividir-se pelos 12 restaurantes, bares e cafés. Aqui o pecado mora ao lado, pois a diversidade e a elevada qualidade das refeições, snacks e doces são um verdadeiro convite à gula. Regressamos ao interior e um chão preto e branco, que nos remete para o imaginário, e nos conduz, por entre galerias de lojas, a um espaço muito especial: uma vitrina onde estão em exibição os troféus dos “Óscares” do Imobiliário. É aqui também que nos mostra a evolução de todo o projecto. “Inicialmente era para ser um condomínio privado mas, na altura, a recessão do mercado residencial fez com que transformássemos os antigos armazéns de vinho, situados por debaixo do Hotel Yeatman, em algo mais virado para o turismo e para a cultura”, explica Adrian Bridge. O espólio das caves passou para os novos armazéns no Douro permitindo desocupar os existentes em Gaia para receber o WOW. O
As pessoas querem ouvir histórias, querem ter diferentes apelos aos sentidos, ser envolvidas, ouvir os sons das florestas ou sentir o aroma do cacau, ter sensações e emoções. People want to listen to stories. They want to feel different things, to be enveloped, to hear the sounds of the forest and smell the aroma of cacao, to experience sensations and emotions.”
Melhor Empreendimento do Ano 2021 Best Project of the Year 2021
O World of Wine é muito mais que o vinho, é o novo quarteirão cultural do Porto. World of Wine is much more than wine. It is Porto’s new cultural hub.”
investimento global rondou os 107 milhões de euros mas, apesar do capital disponível, não foi fácil convencer as instituições a dar luz verde a um projecto que “as pessoas não entendiam facilmente” e que consideravam que podia ser um “disneyland do vinho”. Este é, como diz, o “problema de ser pioneiro”. Hoje, já concluído, é um espaço vivo, em mudança, e com margem ainda para crescer. Mas por agora, “o desafio é torná-lo rentável porque, obviamente, a pandemia não foi o tempo ideal para lançar este projecto.” Comenta que quando o idealizou “foi a pensar nos turistas”, mas que o “F&B acabou por ser uma mistura” de nacionais e internacionais.
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Adrian Bridge remata dizendo que o “World of Wine é muito mais que o vinho, é o novo quarteirão cultural do Porto.” Comprovamos: Provoca as pessoas a pensar e a sentir, a divertirem-se, a relaxar, ou simplesmente a deixarem-se surpreender. We couldn’t have had a better host to teach us more about this space which, at the moment, is extremely popular. Adrian Bridge, CEO of The Fladgate Partnership, was WOW’s visionary. A gentleman, highly knowledgeable oenological connoisseur with a friendly smile and strong personality, he winks at us when he tells us to get ready for what we’re about to see. He begins by opening the doors to the Pink Palace for us, a museum dedicated to rosé wines. There’s no shortage of pink Cadillacs or Western saloons for this experience. It’s extravagant, fun, and perhaps the most instagrammable of the seven spaces that are a part of WOW. Naturally, we immediately made a toast to this space with a Mateus Rosé! There’s also the Wine Experience area where we learned virtually everything there is to know about wine, from the nucleus of a simple grape to how the grapes are harvested and even how to be a true expert during a wine tasting. You have to have a nose, though (and we’ll say nothing more…).
Passions, sensations, and experiences
Here, wine is more than just a theme; it’s a passion. Bridge tells us that “Taylor’s has been part of the family for three centuries. It’s a legacy for generations to come. It’s in our blood.” He adds that “this space is our home, and what we build around our home is very important.” It was in this environment that the Hotel Yeatman emerged in 2010, Bridge’s first project and one which started to draw attention to “Destination Porto” and became “the big leisure project in this area.” But, as he says, “tourism’s future iscontent.” In other words, “the more content a space has, the longer people will stay, and visitors will spend more days at the place. This then becomes a catalyst for business and the local economy, as more hotels, more restaurants, more stores, and more museums become necessary.” He explains that “museums today are very static,” which led him to focus on experiences. “People want to listen to stories. They
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they may receive exhibitions from the Louvre in Paris or the Guggenheim in New York. It is also a pedagogical space that houses the School of Wine, and, “with the youngest among us in mind,” it also organises an educational programme that they hope will reach “50,000 school students.”
Porto’s new cultural hub
want to feel different things, to be enveloped, to hear the sounds of the forest and smell the aroma of cacao, to experience sensations and emotions…” And this is what it’s like at the Chocolate Story area of WOW. The chirping of exotic birds takes us on a true trip around the world through tropical rainforests and allows visitors to have an immersive experience where they can learn how to roast and grind cacao as well as about the art of making and concocting chocolate. Around here, they say that the eyes also eat, but we prefer using our palates and can’t resist a 2020 extra spicy chilli square, the chocolate brand created at WOW. This is also the case at Planet Cork, a space
dedicated to the cork industry; at the Porto Fashion & Fabric Museum where yarn, fabrics and textures, and creators and fashion abound; and at the Porto Region Across The Ages exhibit, a true historical tour of Invicta. Despite this, there is one space that is more museological in the traditional sense: The Bridge Collection. As Bridge explains, this space “contains 1,200 pieces that tell the story of Humanity and its many cultures over the last nine thousand years.” They are personal, unique, indispensable pieces from his own collection. During this trip, people are invited to “absorb all the knowledge they can.” There are also two other spaces for temporary exhibitions, for art, for culture. Perhaps
The open-air square welcomes tourists. There, they allow themselves to take a long look at the other bank of the Douro River. It’s lunchtime, and the human figures begin to divide themselves among the complex’s 12 restaurants, bars, and cafés. Here, sin lives next door, as the diversity and high quality of the outlets’ meals, snacks, and sweets are a true invitation to gluttony. We go back inside where the floor is black and white, which takes us back to the imagination and leads us through store galleries to a very special space: a window where the “Oscars” of Real Estate are on display. It is also here that he shows us the evolution of the entire project. “Initially, it was supposed to be a private condominium, but, at the time, the recession in the residential market led us to transform the old wine warehouses located under the Yeatman Hotel into something more focused on tourism and culture,” explains Bridge. The assets in the cellars were transferred to new warehouses on the Douro, allowing the existing ones in Gaia to be vacated in order to house the WOW. In total, around €107 million EUR were invested in the project, but, despite the capital available, it wasn’t easy to convince institutions to give the green light to a project that “people didn’t understandeasily” and which they believed would be a “Disneyland for wine.” This is, as Bridge says, the “problem of being pioneering.” Today, now a finished project, it is a living space that is always changing and still has room for growth. But, for now, “the challenge is to make it profitable because, obviously, the pandemic was not the ideal time to launch this project.” He comments that when he first developed the concept, “it was designed for tourists,” but the kinds of visitors, he says, “have turned out to be a mixture” of domestic and international ones. Bridge concludes by saying that the “World of Wine is much more than wine. It is Porto’s new cultural hub.” And we agree: It gets people thinking and feeling and is a place where they can have fun, relax, or simply let themselves be surprised.
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EastBanc
Dar nova vida aos edifícios Breathing new life into buildings
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A EastBanc, empresa de promoção e gestão imobiliária, especializada na aquisição, remodelação e gestão de activos imobiliários no longo prazo, em particular na área da revitalização urbana, está em Portugal há mais de 20 anos. Tiago Eiró, director-geral da EastBanc em Portugal, fala-nos dos projectos e do que distingue esta empresa no mercado imobiliário nacional. EastBanc, a real estate development and management company that specialises in the acquisition, remodelling, and long-term management of real estate assets particularly in the urban revitalisation segment, has been operating in Portugal for more than 20 years. Tiago Eiró, CEO of EastBanc in Portugal, talks with us about the company’s projects and what sets his business apart in the domestic real estate market
A EastBanc já adquiriu até ao momento cerca de 20 edifícios no País, maioritariamente na zona do Príncipe Real, que representam hoje um património de cerca de 100 milhões de euros. Entre os edifícios mais emblemáticos encontra-se o Palacete Ribeiro da Cunha – a actual EmbaiXada que funciona como Galeria Conceptual Portuguesa com 17 lojas e restaurantes - ou o Palácio Faria, na reabilitação habitacional, na sua maioria históricos e exclusivos. O CEO em Portugal desde final de 2019, salienta que “o que mais distingue a EastBanc no mercado é ir além do rejuvenescimento dos edifícios, e dar também uma nova vida ao bairro e à comunidade onde se insere”. Por isso, diz, “preferimos falar de revitalização urbana, pois é essa a nossa preocupação em todos os projectos que desenvolvemos e a cultura de trabalho que fazemos questão de manter”.
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Tiago Eiró avança também que a empresa continua a fazer a comercialização do Palácio Faria, embora já restem poucas unidades para venda. Este é um projecto do conceituado arquitecto português Eduardo Souto de Moura que tem um posicionamento Premium e que foi, como destaca, “o último grande projecto de reabilitação urbana de habitação concluído pela EastBanc”. Acrescentando que “é um projecto vencedor de inúmeros prémios, que nos orgulha e que dá confiança para futuros projectos”. Actualmente, a EastBanc tem em fase final de obra o projecto Alegria One, um empreendimento constituído por escritórios e comércio, localizado em plena Avenida da Liberdade. O projecto de arquitectura também é de autoria de Eduardo Souto de Moura e pretende dar uma nova vida a um edifício icónico situado numa das principais avenidas de Lisboa. “Este
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O que mais distingue a EastBanc no mercado é ir além do rejuvenescimento dos edifícios, e dar também uma nova vida ao bairro e à comunidade onde se insere. What most distinguishes EastBanc in the market is that we go beyond merely rejuvenating buildings. We also bring new life to the neighbourhoods and communities where our projects are located.”
dimensão e em particular do bairro do Príncipe Real, local que está na origem da nossa entrada em Portugal e ao qual queremos devolver da melhor forma que sabemos” finaliza Tiago Eiró.
é mais um projecto de reabilitação em que apostamos e que representa um investimento total de cerca de 11 milhões de euros”, revela. A propósito deste projecto, o CEO da EastBanc em Portugal refere que “desenvolvemos o projecto de forma a manter as três fachadas do antigo edifício e todos os elementos arquitectónicos que o caracterizam.” O Alegria One será um empreendimento de escritórios de topo com amplos espaços, sem pilares, com uma loja voltada para a Avenida da Liberdade com seis de pé direito e ainda um restaurante com ampla área exterior, mesmo no centro da Praça da Alegria. O edifício conta com uma área de construção total de 2.800 metros quadrados (m2) e, após a intervenção,
terá sete pisos com um total de 2.200m2 de área comercial, divididos entre 1.300m2 de escritórios, um espaço de restauração com esplanada exterior e uma loja no piso térreo, para além de arrecadações em cave. O projecto está em fase de comercialização, devendo a sua construção estar concluída no início de 2022. “Mantemos a nossa estratégia na revitalização de projectos residenciais, bem como em edifícios de escritórios, comércio e hotelaria como forma de continuar a aumentar e a diversificar o nosso portefólio e activos. Continuamos a acreditar plenamente no potencial da cidade de Lisboa para mais projectos de reabilitação e também para promover edifícios de maior
To date, EastBanc has purchased about 20 buildings in Portugal, the majority of which are in the Príncipe Real area of Lisbon and today are worth upwards of €100 million EUR. Among the most iconic buildings are the Ribeiro da Cunha Palace, whichoperates today as EmbaiXada (a Conceptual Portuguese Gallery with 17 stores and restaurants), the Faria Palace, and more which are being renovated to provide more housing in some of the city’s most historic and exclusive buildings. As the company’s CEO in Portugal since the end of 2019, Eiró says that “what most distinguishes EastBanc in the market is that we go beyond merely rejuvenating buildings. We also bring new life to the neighbourhoods and communities where our projects are located.” This why, he explains, “we prefer to talk about urban revitalisation, since that is what we are most concerned with during every project we work on. It informs our working culture at the company, and we make a point of maintaining that.” Eiró further states that the company is still mar-
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keting the Faria Palace, even though there are very few units left to sell. This project was designed by famed Portuguese architect Eduardo Souto de Moura, has a Premium positioning, and has been “the latest major urban housing rehabilitation project that EastBanc has completed.” Eiró adds that “this project has won numerous awards, which makes us proud and gives us confidence for future projects.” Currently, EastBanc’s Alegria One project is in its final stage of production. This project consists of offices and stores and is located right on Lisbon’s Avenida da Liberdade. The project’s architecture was also designed by Eduardo Souto de Moura and aims to breathe new life into an iconic building located on one of Lisbon’s main
avenues. “This is another rehabilitation project that we are betting on, and a total of around €11 million EUR has been invested into it,” he explains. Regarding this project, Eiró states that “our work on this project focused on maintaining the old building’s three façades and all their architectural elements.” Alegria One will be a top office space development with large, pillar-less areas, a storefront facing Avenida da Liberdade and a restaurant with a large outdoor area right in the centre of Praça da Alegria. The building has a total construction area of 2,800 square meters (m²), and, after construction is finished, the building will have seven floors with a total of 2,200m² of commercial area, divided between 1,300m² of
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offices, a restaurant space with an outdoor terrace, a shop on the ground floor, and storage areas in the basement. The project is currently being marketed, and construction should be complete by early 2022. “We are holding true to our strategy of revitalising residential, office, retail, and hotel buildings as a way to continue to grow and diversify our portfolio and assets. We still fully believe in Lisbon’s potential for further rehabilitation projects and also fordeveloping larger buildings, particularly in the Príncipe Real neighbourhood, the place that helped us make our entry into Portugal and which we want to return to in the best possible way,” concludes Eiró.
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Novos lançamentos New projects
A oferta residencial que está a mudar Lisboa The residential offer that is changing Lisbon
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O Belas Clube de Campo acaba de lançar novos apartamentos e townhouses, num investimento de 30 milhões de euros. Além da excelência da qualidade arquitectónica e da localização a paredes meias com a natureza, entre as novidades estão penthouses com piscina e apartamentos, fitness room, piscina, jardins, cafetaria, entre outras infra-estruturas de apoio, além de todos os serviços do empreendimento. Belas Country Club just put some new apartments and townhouses on the market, after investments worth some €30 million EUR. In addition to their excellent architectural quality and their location close to nature, the units’ facilities include penthouses with swimming pools, apartments, a fitness room, a common-use swimming pool, gardens, a café, and more, as well as all theservices the development has to offer.
Após o sucesso das primeiras unidades da nova fase designada por Lisbon Green Valley, o Belas Clube de Campo lançou o conjunto de 35 novos apartamentos e 15 townhouses. Uma oferta exclusiva e diferenciadora para clientes que procuram qualidade de vida. Os novos apartamentos surgem nas tipologias de T1 a T5 e contam com amplas varandas, que permitem desfrutar de toda a natureza envolvente. Possuem igualmente amplas áreas interiores e exteriores, onde os acabamentos são de excelência. No piso superior, encontram-se as primeiras penthouses do empreendimento, que irão dispor de uma vista panorâmica e piscina privativa. Os apartamentos incluem igualmente uma área comercial própria com fitness room, piscinas, jardins, cafetaria, minimercado, entre outras infra-estruturas de apoio. Dispõem ainda de arrecadação e garagem com posto de carregamento para carro eléctrico individual para cada fracção. De acordo com o promotor Planbelas, este é “um produto exclusivo que é cada vez mais procurado pelos clientes nacionais e estrangeiros.” Os valores de lançamento dos novos apartamentos começam nos 305.000 euros e vão até aos 1.100.000 euros. No que se refere às townhouses estão disponíveis na tipologia T4 e possuem todos os quartos em suite, com um design contemporâneo, onde a vista consegue alcançar a Serra de Sintra e toda a área verde protegida. A estas características singulares acrescem as generosas áreas interiores e exteriores, um pátio interior, jardim
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e piscina privativa, espaços que, nos tempos que correm, passaram a ser tão valorizados. Os valores de lançamento estão fixados a partir dos 1.220.000 euros. Este tem sido um espaço residencial muito procurado e valorizado quer por investidores, quer pelas famílias. Como o CEO Gilberto Jordan esclarece: “Os novos apartamentos e townhouses foram projectados para vários perfis de famílias e investidores, mas com um denominador comum - um alto nível de qualidade de vida, sofisticação, sustentabilidade, num enquadramento único, aliados a um conjunto de serviços e infra-estruturas.” Esta elevada atractividade explica-se pelo facto de ser um projecto residencial exclusivo inserido numa zona única de beleza natural, rodeado por um parque florestal e a poucos minutos do centro de Lisboa, Sintra e Cascais. E por deter também num Country Club com vigilância 24 horas, Jardim-Escola João de Deus de Belas (desde o berçário até ao sexto ano), campo de golfe, padel, ténis, ciclovias, minimercado, parafarmácia, cabeleireiro, análises clínicas ao domicílio, posto CTT, healthclub, restaurantes, lavandaria, serviço de shuttle, entre muitas outras comodidades. Acresce ainda todo um conjunto de medidas e ferramentas amigas do ambientee quase nulas de energia implementadas pelo promotor Planbelas que faz deste empreendimento eco-friendly um dos mais sustentáveis da Europa. After the success of the first units built as part of the new Lisbon Green Valley phase, Belas
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Country Club began working on a set of 35 new apartments and 15 townhouses, an exclusive and unique product for customers looking for a high quality of life. The new apartments have one to five bedrooms and feature large balconies that allow residents to enjoy the development’s natural surroundings. They also have large indoor and outdoor areas, with top finishes and trims. On the top floor are the development’s first penthouses, which will have panoramic views and a private pool. The apartments also have a store of their own, as well as a fitness room, pools, gardens, a café, a mini-market, and more. Each unit will also have a storage area and a spot in the project’s parking garage with a charging station for an electric car. According to developer Planbelas, this is “an exclusive product that is in increasingly high demand from Portuguese and foreign customers.” Launch prices for these apartments start at €305,000 EUR and go as high as €1.1 million EUR. As for the townhomes, they are available in a four bed-room format, and all rooms are en-suite. These units feature a contemporary design and boast views of the mountains surrounding Sintra and its protected green area. In addition to these unique characteristics, these townhomes have spacious indoor and outdoor areas, interior patios, gardens, and
private swimming pools, spaces that have come to be rather highly valued in recent times. Launch prices start at €1.22 million EUR. This has been a highly sought after residential space, valued by investors and families alike. CEO Gilberto Jordan explains, “These new apartments and townhouses were designed for various kinds of families and investors that all have a common denominator: a high quality of life, a high level of sophistication, an emphasis on sustainability, in a unique context, combined with fabulous services and supporting infrastructure.” This residential project has become so attractive thanks to its exclusivity and its location in a unique area of natural beauty, surrounded by forest yet also just a few minutes from the centre of Lisbon, Sintra, and Cascais. Being in a Country Club with 24-hour security, its João de Deus de Belas School (nursery to sixth grade), its golf course, paddle tennis and tennis courts, bike paths, mini-market, pharmacy, hairdresser, home clinical tests, post office, health club, restaurants, laundromat, shuttle service, and many other amenities also all add to the attraction factor. There is also a whole set of environmentally friendly, zero-energy measures and tools that developer Planbelas has used on this project, making this eco-friendly development one of the most sustainable in Europe.
Os novos apartamentos e townhouses foram projectados para vários perfis de famílias e investidores, mas com um denominador comum - um alto nível de qualidade de vida, sofisticação, sustentabilidade, num enquadramento único, aliados a um conjunto de serviços e infraestruturas. These new apartments and townhouses were designed for various kinds of families and investors that all have a common denominator: a high quality of life, a high level of sophistication, an emphasis on sustainability, in a unique context, combined with fabulous services and supporting infrastructure.”
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Rockbuilding
Solidez, Inovação e Compromisso Solidness, Innovation and Commitment
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Almeida Guerra é uma personalidade de referência no imobiliário nacional. Há três anos lançou o desafio ao seu filho José Pedro Almeida Guerra para se juntar a ele na liderança de uma empresa que dizem ser “sólida, inovadora e, sobretudo, que não parou durante a pandemia de Covid-19.” Está de pedra e cal no mercado, com uma visão económica e social muito sustentada. Almeida Guerra is one of the most formidable names in Portuguese real estate. Three years ago, he challenged his son José Pedro Almeida Guerra to join him in leading a company they say is “sound, innovative, and, above all else, unstoppable – even during the COVID-19 pandemic.” They have embedded themselves with a highly sustainable economic and social vision.
A Rockbuilding é o bom exemplo de uma empresa global que soube levar o barco por mais uma tormenta, desta feita a pandemia de Covid-19. Não resistimos a perguntar: Como foi isso possível? Almeida Guerra, administrador da empresa e um histórico do imobiliário, desdramatiza lembrando que “esta não é a primeira crise que vivemos.” E dá-nos a receita do seu sucesso: “Adaptámo-nos bem à pandemia sempre com o objectivo preparar o “day after”, ou seja, continuámos sempre a trabalhar porque todos sabemos que depois da crise vem a bonança.” O diálogo é também um ingrediente importante. “Nada parou”, diz, “falámos com os nossos clientes, aconselhámo-los, e, por isso, não parámos as obras, apenas os projectos derraparam um pouco.”Também com os consultores imobiliários com quem habitualmente trabalham sentiu que “a acção continuou.” Sob o ponto de vista do relacionamento com as entidades públicas é realista e refere que “vamos ter de andar à medida do que eles também conseguirem andar, do que conseguirem aprovar.” Mas dá números preocupantes: “A falta de aprovação de projectos para a Área Metropolitana de Lisboa representa a perda, em permanência, de oito mil postos de trabalho.”Diz que não sabe se há, ou não, falta de mão-de-obra ou se é preciso ser importada, mas ressalta:“É riqueza que não se produz!” “Em suma”, refere, “a única diferença nesta crise, foi ter todos os dias às 7h00 da manhã equipas médicas em obra para proteger todos os colaboradores.”
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O managing director da empresa, José Pedro Almeida Guerra, é mais abrangente e afirma que “o País deve reconhecer a coragem e a superação dos sectores do imobiliário e da construção que, mesmo com todas as limitações, contribuíram fortemente para que a economia do País mantivesse uma esperança de retoma.”
Desafiar para avançar
José Pedro Almeida Guerra é jovem, muito dinâmico e possui uma visão inovadora do mercado imobiliário. Revela que nesta crise, “a filosofia da empresa foi a de desafiar os seus clientes, a de provocar os investidores.” E diz como: “Durante uma crise que ninguém sabia o que seria, desafiámo-los a avançar com as suas obras e com os seus projectos, de modo a acrescentar valor aos mesmos.” Ao que parece o repto foi aceite. Em Julho de 2020, a Rockbuilding iniciou uma obra em Alcântara com 39 mil metros quadrados de escritórios, cujo investimento é gerido pela BEDROCK Capital Partners. José Pedro destaca o “mérito do promotor que assumiu o risco e deu sinal verde a uma obra quando existiam inúmeras incógnitas quanto ao futuro, nomeadamente no mercado de escritórios.” Assim como realça “a capacidade do consórcio empreiteiro HCI-Alves Ribeiro em dar forma a esta obra e não ter parado.” Neste momento o empreendimento já se encontra em fase de estrutura e deverá estar concluído no final de 2022. O core business da empresa é a gestão integrada de projectos imobiliários, nomeadamente projectos com escala, de que são exemplos os
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empreendimentos de escritórios que vão nascer em Entrecampos e no Parque das Nações, em Lisboa. Mas também, projectos habitacionais, como o “Horizon Ocean Gardens” na praia do Forte Novo e um empreendimento turístico em Vale do Lobo, ambos no Algarve. Mas dedicam-se também a projectos de menor escala mas que merecem a sua atenção, na medida em que têm uma importância social relevante para a comunidade.” Neste momento a empresa conta com 26 colaboradores e com cerca de 35 projectos activos sob gestão, além das actividades de consultoria técnica para assessoria a investidores e promotores imobiliários.
Confiança é a força motriz
A gestão integrada de projecto é o grande vector diferenciador da Rockbuilding, que de forma personalizada, sofisticada e próxima dos seus clientes participa de “A a Z” em cada projecto em que se envolve. O jovem empresário explica que “esta área vive muito da relação humana e da interacção com os clientes e são precisamente esses valores humanos que mais preservamos.” Como sublinha: “Vivemos os projectos como se fossem nossos, partilhamos as conquistas e as dores dos nossos clientes.” A isto acresce uma equipa multidisciplinar que tem vindo a crescer ao longo dos anos, especialmente durante a pandemia, formada por engenheiros, arquitectos, economistas, juristas e gestores, entre muitos outros, que “que valorizam este nosso serviço, acrescentando uma grande capacidade técnica ao desenvolvimento dos projetos.” Almeida Guerra acrescenta que esta equipa
também “cumpre à risca os custos, os prazos e a qualidade de cada projecto.”
Ventos de mudança
A empresa traçou um plano estratégico a cinco anos, tendo por objetivo um crescimento sustentadoda nossa atividade, com uma aposta na formação e profissionalização dos nossos colaboradores, “mantendo a salvaguardados nossos padrões de qualidade.” Imparável, a Rockbuilding tem em fase embrionária dois projectos diferenciadores, os quais, em parceria com empresas do sector do imobiliário e da construção, permitirão desenvolver novas abordagens às questões da sustentabilidade e da habitação. Relativamente ao tema da habitação, adiantam que a fazer algo “será sempre com o objectivo “não de construir prédios mas de fomentar habitação digna, criando postos de trabalho e promovendo a economia e o bom urbanismo – estamos a fazer cidade.” Quer parecer, pois, que bons ventos de mudança vão soprar nesta empresa em 2022. Rockbuilding is a good example of a global company that has known how to navigate through yet another storm, this time the storm being the COVID-19 pandemic. We couldn’t help but ask: How have they managed to do this? Almeida Guerra, company administrator and a historic name in the real estate industry, answers casually, reminding us that “this is not the first crisis we’ve had to live through.” And he gives us the recipe for their success: “We adapted ourselves to pandemic well by always preparing for the “day after.” In other words, we have always continued working because we all
know that after the crisis will come peace.” Dialogue is also an important ingredient. “Nothing stopped,” he says, “We kept talking with our clients and kept advising them, and that’s why we never halted construction work; the projects have just taken a bit longer than expected.” He also felt that “the action continued” with the real estate consultants they typically work with. As for their relationships with public entities, he is realistic and says that “we can go only as fast they do and will see what they manage to approve.”But he gives us some concerning statistics: “The lack of approval for projects in the Metropolitan Area of Lisbon represents the permanent loss of eight thousand jobs.” He says he does not know whether or not there is a lack of labor or whether it needs to be imported, but he emphasises, “It is wealth that it isn’t being produced!” “In short,” he says, “the only difference in this crisis was having medical teams on site every day at 7:00 A.M. to protect the employees.” José Pedro Almeida Guerra, the company’s managing director, takes a broader perspective and says that “Portugal must recognise the courage and resilience real estate and construction have shown. Despite every limitation imaginable, these industries have contributed a great deal to the country’s economy, ensuring it has some hope for recovery.”
Challenging oneself to get ahead
José Pedro Almeida Guerra is young, very dynamic, and has an innovative vision for the real estate market. He reveals that, during this crisis, “the company’s philosophy has been to challenge its clients and provoke its investors.” And he explains how: “During a crisis that no one had a crystal ball for, we challenged them to move forward with their projects so as to add value to them.” From what it seems, their challenge was accepted. In July 2020, Rockbuilding started working on a 39,000-m² office project in Alcântara whose investment funds are managed by BEDROCK Capital Partners. José Pedro calls attention to“the developer who took the risk and gave the green light for a project when the future held countless unknowns, particularly in the office market.”He further highlights “the ability of HCI-Alves Ribeiro, the consortium contractor, to give life to this project and to not have stopped.” At the time of writing this article, the project is currently in the structural construction phase and should be completed by the end of 2022. The company’s core business consists of inte-
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Winds of change
The company drew up a five-year strategic plan, and one of its main goals is to grow sustainably, with a focus on training and professionalis ingits employees, “while safeguarding our standards of quality…” Unstoppable, Rockbuilding is hatching two unique projects that, in partnership with real estate and construction companies, will help develop new approaches to issues regarding sustainability and housing. With regard to the topic of housing, they added that the goal will never be “to just build buildings. Rather, it will always be to promote dignified housing, which, in turn, will create jobs and support the economy and good city planning. We are creating the city.” So, it seems like good winds of change will be blowing for this company in 2022. grated management for real estate projects, namely larger-scale projects, such as the office buildings that will be constructed in the areas of Entrecampos and Parque das Nações in Lisbon. It also takes care of housing projects, such as “Horizon Ocean Gardens” on Forte Novo beach and a tourist development in Vale do Lobo (both in the Algarve). The company works on smaller-scale projects that deserve its attention as well, especially when they are important to the community. At the moment, the company has 26 employees and is managing about 35 active projects, in addition to its technical consultancy activities advising real estate developers and investors.
Trust is a driving force
Integrated project management is what sets Rockbuilding apart. In a personalised and sophisticated manner and in close partnership
with its clients, Rockbuilding takes care of everything “from A to Z” for each project it’s involved in. The young entrepreneur explains that “this area is based a great deal on human relationships and interactions with customers, and it is precisely these human values that we hold most dear.” As he emphasises, “we see the projects as if they were our own. We share our customers’ achievements and their pain.” In addition to this is a team that has been growing over the years, especially during the pandemic. This multidisciplinary team is made up of engineers, architects, economists, lawyers, and managers who “add value to our services, adding a great technical capacity for the developing projects.” Almeida Guerra adds that this team also “delivers each project on time and on budget without compromising quality.”
Vivemos os projectos como se fossem nossos, partilhamos as conquistas e as dores dos nossos clientes. We see the projects as if they were our own. We share our customers’ achievements and their pain.”
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Salão Imobiliário de Portugal Real Estate Exhibition of Portugal
Regresso agendado para Maio Returning May 2022
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A 24ª edição do SIL – Salão Imobiliário de Portugal fechou portas no dia 10 de Outubro e segundo a gestora do certame, Sandra Fragoso, “superou as expectativas.” Para 2022 ficou a promessa do regresso da feira ao calendário inicial, em Maio. O sector agradece. The 24ᵗʰReal Estate Exhibition of Portugal (SIL) wrapped up on 10 October, and, according to the event’s manager Sandra Fragoso, “it exceeded our expectations.” In 2022, this exhibition will return to its initial schedule in May, something for which the industry is particularly grateful.
Texto Text: Carla Celestino
A edição do SIL decorreu, uma vez mais, em simultâneo com a feira da construção Tektónica. Estes são os dois maiores eventos que decorrem no espaço da Feira Internacional de Lisboa, atrevemo-nos a dizer do nosso País. Estão ainda muito longe da glória de outros tempos em que ocupavam três ou quatro pavilhões, mas o esforço quer da organização, quer das empresas patentes, em tempos tão excepcionais, é de louvar. Para quem esteve na feira no ano passado, como nós, sentimos a diferença. Este ano, os expositores e os corredores estiveram mais animados, com mais visitantes profissionais e público em geral. Foi com agrado que no stand da Magazine Imobiliário recebemos pessoas oriundas de África do Sul, Brasil e, claro, portugueses. Mas foi o stand da APPII – Associação de Promotores Portugueses e Investidores Imobiliários que se traduziu no centro nevrálgico da feira. Ali tudo aconteceu, ali todos ocorreram, desde nacionais a representantes de comitivas do Senegal ou Índia. Houve o habitual cocktail, mas também espaço para a arte e para o lançamento de novos conceitos. Houve também muitas pessoas que se deslocaram ao SIL à procura de oportunidades, de novos projectos e, sobretudo, de casas para habitar. Os promotores mostraram empreendimentos que primam pela qualidade e modernidade mas o claro destaque vai para as mediadoras imobiliárias e respectivas associações que souberam dar um dinamismo único ao evento. Faltaram, no entanto, stands de determinadas
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empresas imobiliárias e da construção, todos sabemos, preferiram o “esperar para ver”, o “como vai ser a retoma” ou o “como vai ser o pós-pandemia”. Se, por um lado, compreendemos as suas preocupações, por outro, faz-nos pensar e antever um grande potencial para 2022. É que no próximo ano - além dos índices de confiança e de optimismo, provavelmente, irem estar mais elevados e com isso levar mais empresas a apostar no SIL e na Tektónica -, ambos os eventos vão decorrer em nova data, mais próxima da agenda dos empresários e empresas expositoras: acontece na primeira quinzena de Maio. Falámos com diferentes players do mercado sobre esta mudança e as reacções foram muito positivas pois os profissionais acreditam que essa data vai permitir fazer um balanço da actividade e dos sectores relativamente ao princípio do ano e lançar as sementes de produtos e projectos para o resto do ano e até seguinte. Por outro lado, permite também distanciar-se da EXPO REAL, certame que acontece, com frequência, logo após o SIL. A Magazine Imobiliário é um bom exemplo desta dura realidade. Depois de quatro dias de trabalho intensivo no SIL, de 7 a 10 de Outubro, viajou para a cidade alemã de Munique, onde decorreu a EXPO REAL, de 11 a 13 de Outubro, para mais três dias de trabalho exaustivo. Se isto é extremamente cansativo para a nossa revista, imaginem para as empresas que têm de montar e desmontar stands, fazer networking… Este regresso ao calendário que durante anos foi praticado pelo
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Capital investido em criptos bate recorde Capital invested in cryptos breaks record
De acordo com o mais recente relatório da CoinShares, as criptomoedas registaram entradas no total de 1,5 mil milhões de dólares na penúltima semana de Outubro, o que constitui um novo recorde a meio de um rally e do lançamento do primeiro ETF Bitcoin nos Estados Unidos da América. Recorde-se que o recorde anterior foi fixado em Fevereiro em 640 milhões de dólares. As entradas até agora este ano atingiram os oito mil milhões de dólares, ultrapassando de longe o recorde estabelecido para todo o ano de 2020 de 6,7 mil milhões de dólares.
This year’s SIL was held, once again, at the same time as the construction industry’s trade fair Tektónica, and both are the two largest events held at Lisbon’s International Trade Fair Centre. They’re still a far cry from their former glory days when they would take up three or four pavilions, but the effort that both the organisation and the companies involved are making in such exceptional times is commendable. For those who went to the exhibition last year like we did, the difference was noticeable. This year, the exhibitors and hallways were
livelier and were filled with more visitors, both professionals and the general public. We were pleased to welcome people from South Africa, Brazil and, of course, Portugal at the Magazine Imobiliário stand. But it was the Portuguese Association of Real Estate Investors and Developers (APPII)’s stand that became the nerve centre of the exhibition. Everything happened there. Everyone, people from Portugal and entourages from such places as Senegal and India stopped by. There was the usual cocktail that was had, but there was also space for art and the launch of new concepts. There were also a great number of people who went to SIL in search of new project opportunities, especially for homes. Developers presented projects that put quality and modernity first, but special mention should really be made of the real estate agents and their respective associations which gave a unique livelihood to the event. However, there was a lack of stands from certain real estate and construction companies that, as we all know, have preferred the “wait and see” approach, the ones who want to see “what the recovery or the post-pandemic era will be like.” Although we do understand their concerns, it makes us think and foresee great potential for 2022. Next year – in addition to confidence and optimism indices probably being higher, thus leading more companies to come to SIL and Tektónica – both events will take place on a
According to CoinShares’ most recent report, cryptocurrencies recorded inflows totalling $1.5 billion USD in the second-to-last week of October. This is a new record in the middle of a rally and follows the launch of the first ETF Bitcoin in the U.S. The previous record was set in February with $640 million USD. So far this year, inflows have reached $8 billion USD, far surpassing the fullyear record of $6.7 billion USD set in 2020. Fonte / Source: XTB
André François McKenzie on Unsplash
SIL é, pois, uma excelente notícia. No que se refere às conferências do SIL, contaram com ilustres oradores e lançaram as luzes sobre o estado actual e tendências do sector imobiliário. A organização que nos permita, no entanto, uma crítica construtiva, é que este evento paralelo pecou por ter tido os mesmos especialistas e as mesmas temáticas que foram largamente debatidas ao longo deste ano em diferentes eventos. Dito isto, é com elevada expectativa que esperamos novos olhares no próximo ano. Recorde-se que o SIL e a Tektónica realizaram-se em 2020, em plena pandemia sanitária, quando muitas outras feiras desta natureza fecharam portas por toda a Europa. Mais do que resiliente, a organização do certame mostrou a sua força e determinação em acreditar e apoiar os sectores do imobiliário e construção que operam em território português. Que essa força se amplifique em 2022.
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new date in the first half of May, which suits many entrepreneurs’ and exhibiting companies’ schedules better. We spoke with different industry leaders about this change and the reactions were very positive, as these professionals believe this date will allow them to better understand the pulse of the industry at the beginning of the year and sow seeds for products and projects that they will nurture throughout the rest of the year and even into the next one. It also gives them some distance from EXPO REAL, an event which is often held directly after SIL. Magazine Imobiliário is a good example of this difficult reality. After four days of intense work at SIL between 7 and 10 October, we traveled to the German city of Munich where EXPO REAL took place between 11 and 13 October for another three days of exhausting work. If this is extremely tiring for our magazine, imagine what it’s like for companies that have to assemble and dismantle stands, network… This return to the sched-
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ule that SIL used to have for years is therefore excellent news. As for SIL’s conferences, they hosted distinguished speakers and shed light on trends and the current state of affairs in the real estate industry. The organisation may allow us, however, to bring up one piece of constructive criticism: this parallel event made an error by having the same experts talk about the same topics that were widely debated throughout this year at different events. That said, it is with high expectations that we look forward to what’s new to come next year. It should be remembered that SIL and Tektónica took place at the height of the COVID pandemic in 2020 when many other events of this nature closed their doors throughout Europe. More than resilient, the event’s organisers showed just how strong and determined SIL is in believing in and supporting Portugal’s real estate and construction industries. May this strength be amplified in 2022.
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Construção sustentável Sustainable construction
Os factores que dificultam a concretização
Factors that hinder progress
Ventos do Norte
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É hoje uma realidade incontornável, mas os preços dos materiais e a mão-de-obra são “areia na engrenagem” de uma operação que deveria “laborar em contínuo”. It’s an unavoidable reality today: prices for materials and labour are “sand in the gears” of an operation that should be “working continuously.”
Texto Text: Elisabete Soares
A construção sustentável é hoje uma realidade incontornável e, por isso, a esperança é que continuará a crescer no futuro para bem de todos, já que está em causa um bem maior, que é a salvação do planeta Terra. Contudo, apesar desta verdade, aceite por todos, continuam a existir factores que dificultam a construção sustentável e atrasam a sua concretização. Fomos procurar saber o que pensam os arquitectos sobre esta problemática, se continuam a existir, ou não, entraves ao sucesso da construção sustentável e qual o papel dos promotores na sua concretização. O nosso apelo teve resposta junto de dois conceituados gabinetes da cidade do Porto. “Nos últimos anos, na Ventura + Partners, temos assistido a um incremento da procura por soluções sustentáveis”, conta o gabinete do arquitecto Manuel Ventura. No entanto, alerta para o facto de o factor preço ser, ainda, uma barreira para os clientes avançarem com estas opções. “Se, por um lado, na nossa arquitectura, o valor dos projectos se mantém igual – independentemente de se atingirem os patamares máximos ao nível das distinções ‘well’ e ‘lead’ ou até por serem carbono neutro ou positivo – o mesmo não acontece no preço dos materiais e sistemas requeridos para estas soluções”, conta Manuel Ventura. Acrescenta que “este panorama verifica-se sobretudo no que às engenharias diz respeito, com acréscimos na ordem dos 30%”. A Ventura + Partners acredita que, a longo prazo, este interesse e até execução serão práti-
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Casa em Mafra, na Praia do Barril - Casa pátio H House in Mafra on Barril Beach – Pátio H House
ca corrente, mas sabem também que é essencial ter os preços ajustados e estabilizados, “para não existir uma contenção por parte de promotores e investidores”, adverte. O gabinete de Manuel Venture destaca que a construção sustentável está a ocorrer em todos os segmentos com os quais trabalham, contudo, notam um especial e crescente interesse no âmbito dos escritórios.
Mão-de-obra é resistente à mudança!
Para Marcelina Guimarães, arquitecta especializada em arquitectura saudável e co-autora do livro “Uma casa mais saudável, uma família mais feliz”, com Miguel Fernandes, geo-biólogo especialista em saúde – responsáveis do gabinete Habitat Saudável - nestes últimos anos vimos a arquitectura a entrar num processo de metamorfose, certamente exacerbada pela Covid-19 que nos fez repensar o conceito de habitar e viver. Uma nova consciencialização por parte do cliente que é fundamental em todo este processo. “Como existe cada vez mais procura por espaços eco-saudáveis, os promotores/investidores também já estão mais focados num novo paradigma para a arquitectura. O mito que ‘construir diferente’ é mais caro tem vindo a di-
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adjusted and stabilised “so that there is no contention on promoters’ and investors’ behalves.” Ventura’s studio notes that sustainable construction is taking place in all the segments they work in, but they have seen a special and growing interest in the offices segment.
The workforce is resistant to change!
Casa de Labruge, em Vila do Conde, projecto em Madeira Lamelada Cruzada Labruge House in Vila do Conde, built with Cross Laminated Timber
minuir. No entanto, a mão-de-obra é resistente à mudança!”, diz Marcelina Guimarães. Enquanto arquitecta, frisa Marcelina, “posso dizer que projectar espaços eco-saudáveis é bastante trabalhoso, mas é apaixonante”. Na Habitat Saudável, acrescenta, “todos os projectos têm por base conceitos totalmente diferenciadores que se complementam em prol da qualidade de vida dos utilizadores e de um mundo melhor: saúde geo-ambiental, neuro-arquitectura, design biofílico, arquitectura bio-geoemétrica, bio-climática/passiva, ecológica/sustentável e inclusiva. Esta é a nossa identidade enquanto empresa”. Sustainable construction is today an unavoidable reality, and the hope is that it will continue to grow for the benefit of all, since a greater good – the salvation of planet Earth – is at stake. However, despite this truth, which is accepted by all, there are still factors that hinder sustainable construction and delay its progress. We set out to learn what architects think about this problem, whether there are barriers imped-
ing sustainable construction from succeeding, and what role developers play in its implementation. Our questions were answered by two renowned studios in Porto. “Over the past few years, we at Ventura + Partners have seen an increase in the demand for sustainable solutions,” says the office of architect Manuel Ventura. However, he cautions that the price factor is still a barrier for customers to move forward with these options. “While, in terms of architecture, the price tags for our projects remains the same (regardless of whether they reach the highest levels in terms of ‘well’ and ‘lead’ distinctions or even if they are carbon neutral or positive), the same does not happen when it comes to the materials and systems that these solutions require,” says Manuel Ventura. He adds that “this is particularly noticeable in engineering costs, which can increase by up to 30%.” Ventura + Partners believes that, in the long term, this interest and even execution will become common practice, but they also know that it is essential to have prices that have been
Marcelina Guimarães is an architect who specialises in health architecture and co-authored the book “A healthier home, a happier family” with Miguel Fernandes, a geo-biologist specialising health. Both run the Habitat Saudável studio, and Guimarães says we’ve witnessed architecture start to undergo a metamorphosis over the past few years. This has certainly been exacerbated by COVID-19, which has made us rethink what our homes mean to us and how we ought to inhabit them. Customers’ new ideas and awareness in this regard are fundamental to this process. “As there is an increasing demand for ecohealthy spaces, developers and investors are also more focused on a new architectural paradigm. The myth that ‘building differently’ is more expensive has been diminishing. However, the workforce is resistant to change!” explains Guimarães. As an architect, Guimarães says, “Designing ecohealthy spaces is a lot of work, but it’s thrilling.” At Habitat Saudável, she adds, “all our projects are based on totally unique concepts that complement each other in favour of users’ quality of life and a better world. Geo-environmental health, neuro-architecture, biophilic design, bio-geometric architecture, passivebio-friendly air conditioning, and ecological, sustainable, and inclusive solutions are all things we rely on. This is our identity as a company.”
O mito que ‘construir diferente’ é mais caro tem vindo a diminuir. The myth that ‘building differently’ is more expensive has been diminishing.”
Porto Office Park Awards: Best Real Estate Development - Retail, Services and Logistics - SIL 2021 Best Office Building - National Real Estate Awards 2021 Best Office Building - Construir Awards 2020 Best Office Building - Expresso Real Estate Awards 2020
BOOKLET
WEBSITE
Lá 42 fora Lá fora
Abroad
Abroad
EXPO REAL 2021
Sempre um sucesso mesmo com pandemia Always a success, even during the pandemic
Lá fora Abroad
A equipa da Magazine Imobiliário deslocou-se, uma vez mais, à feira internacional EXPO REAL, que decorreu entre os dias 11 a 13 de Outubro, em Munique, na Alemanha, por considerar que esta é uma feira muito focada no negócio imobiliário, na abertura de parcerias e onde as temáticas actuais são debatidas ao mais elevado nível. A edição de 2021 deu um claro sinal de que os negócios estão a mexer, sobretudo para Portugal. Magazine Imobiliário’s team visited the EXPO REAL international trade fair once again. This year, it was held 11-13 October in Munich, Germany. This trade fair is highly important to the industry as it encourages activity in the world of real estate, helps partnerships get established, and is a place where current themes are debated at the highest level. The 2021 edition of EXPO REAL made it clear that business is booming, especially for Portugal.
Texto Text: Carla Celestino Fotos Photos: Anabela Loureiro
Saímos de Lisboa com 28ºC e chegámos a Munique com 9ºC. Saímos com o calor de altas expectativas mas o cenário pandémico de Covid-19 fazia antever gélidas dificuldades a esta feira. Ainda dentro da estação de metro, ficámos agradavelmente surpreendidas com o mar de gente que subia as escadas rumo à Messe München. O dia ainda mal tinha começado, os patos no lago que ladeia o espaço feirístico ainda dormiam mas as bandeiras dos países participantes neste certame esvoaçavam fortes, lá no alto dos seus mastros, à entrada da feira, antevendo ventos de mudança. Somos portuguesas de pequena estatura e os alemães mal nos vêem. Passam por nós num passo apressado, como um coelho na Alice no País das Maravilhas atrasados para algo. Para um negócio, para uma reunião, para uma conferência. Alguns detêm-se e
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lança-nos um olhar, sobretudo quando disparamos um flash da máquina fotográfica. É então que percebemos: assim como nós estamos curiosos com os alemães, eles também estão connosco. A curiosidade, o profissionalismo, o networking e, sobretudo, as reuniões reinaram no stand de Lisboa e do Porto. Sempre que passávamos por ambos os espaços de exposição lá se ouvia, ora em inglês, ora em francês, as explicações, as tentativas de “vender” os produtos na montra portuguesa. Falámos com Diogo Ivo Cruz, project director da Invest Lisboa, e com Pedro Baganha, vereador do pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto. Ambos foram unânimes nas declarações ao nosso órgão de informação, a EXPO REAL estava longe do potencial que sempre teve, o que se compreendia face a uma pandemia que afectou todos, mas que,
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Nevão Snow
Viagens com recuperação lenta
Travel recovering slowly
ou austríaco para perceber que o ar sério e os olhos nos olhos dos empresários não significam tostões mas milhões. A organização acrescenta a este top o Reino Unido, Irlanda do Norte, Suíça, Polónia, França, República Checa, Luxemburgo, Espanha e Itália. Ao todo a feira contou com 1.198 expositores de 29 países e 19.200 participantes de 52 países. Refira-se ainda que a plataforma EXPO REAL ONLINE possibilitou a participação no matchmaking entre os participantes quer presenciais, quer virtuais. Ao longo dos pavilhões da feira demos conta de pequenos espaços, onde o entra e sai era constante. Estavam sempre ocupados. Estes pontos de encontro encontravam-se fechados por cortinas ligeiramente transparentes, a nossa visão tinha dificuldade em descortinar quem estava lá dentro mas facilmente adivinhávamos a troca de ideias, experiências e negócios entre promotores, investidores, consultores. Mas descobrimos que há dificuldades que afinal não são apenas sentidas pelos portugueses, são transversais a toda a Europa. Os players de diferentes países com os quais falámos, confessam-nos que ainda existem muitas incógnitas, que enfrentam dificuldades de legislação e regulamentação, há escassez de produto em determinados segmentos, sem esquecer a inflação e a especulação. Nota ainda para as conferências e palestras que estavam sempre com lotação esgotada.
The World Travel & Tourism Council (WTTC)’s latest study shows that travel restrictions in Europe throughout the year led to a slow recovery for the industry in the region. The travel and tourism industry’s contribution to Europe’s GDP in 2021 may only have a year-over-year growth rate of 23.9%. According to the study and based on the progress the continent has made in the recovery process, that number represents an increase of less than a quarter, lagging behind the 30.7% growth expected for the sector globally. The WTTC noted that this slow recovery is due to travel restrictions that have been in place throughout the year, particularly during the first half.
Lukas Souza on Unsplash
ainda assim, a sua participação resultou num saldo muito positivo para as empresas e entidades portuguesas que ali mostraram o melhor que se projecta, idealiza e materializa no nosso País. Reuniões não faltaram, pois os portugueses foram muito organizados e levaram na bagagem contactos antecipados. Surgiu também networking espontâneo, claro. A organização da comitiva de Lisboa e do Porto estão de parabéns por não terem baixado os braços e por terem tido a capacidade de levar mais longe as nossas empresas nestes tempos tão adversos. Mas merece igualmente uma nota de destaque as empresas que tiveram a iniciativa e a coragem de se mostrar em Munique. Do lado da capital: Essentia Consultores, IMGA, Município de Almada, Município de Lisboa, Município de Loures, NEWCO Corporate Services, Santa Casa de Misericórdia de Lisboa e Valadas Coriel & Associados – Sociedade de Advogados. Da Invicta: AVENUE, Civilria, Lionesa Business Hub, Mota-Engil Real Estate, Município do Porto, Porto Vivo SRU, Predibisa - Real Estate e VPM Real Estate. Sem esquecer a habitual presença da especialista em centros comerciais a Sonae Sierra, este ano acompanhada pela Reify a nova marca da Sierra Developments Services. No que diz respeito à EXPO REAL de uma forma geral, atrevemo-nos a dizer que a Alemanha e a Áustria dominaram o espaço de exposição. Não precisamos saber alemão
A última pesquisa do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) revela que as restrições de viagens durante todo o ano na Europa levaram a uma lenta recuperação do sector na região. A contribuição do sector de viagens e turismo para o PIB da Europa só será capaz de atingir um crescimento de 23,9% em 2021, em comparação com o ano passado. De acordo com a pesquisa, e com base na taxa actual de recuperação, esse número representa um aumento de menos de um quarto, ficando atrás do crescimento de 30,7% esperado para o sector globalmente. O WTTC observou que esta lenta recuperação se deve às restrições de viagens aplicadas ao longo do ano, principalmente durante o primeiro semestre.
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tos, seja para os construtores, seja para o consumidor final. Pelo que vimos e experienciámos, a organização da EXPO REAL soube dar uma resposta muito forte e clara: há boas razões para estarmos optimistas e ter confiança no mercado imobiliário europeu. Esta voltou a ser, seguramente, uma feira de trabalho ao mais elevado nível.
O profissionalismo, o networking e, sobretudo, as reuniões reinaram nos stands de Lisboa e do Porto. Professionalism, networking, and, above all, meetings took place at the stand for Lisbon and Porto.”
Só lamentamos que a maioria dos debates não tenha decorrido em língua inglesa, teria sido mais universal, mais proveitoso. Ainda assim, percebeu-se que a questão do coronavírus e da digitalização estiveram no centro das preocupações, nomeadamente a procura por informações sobre os impactes nos mercados e nos diferentes segmentos. As mudanças climáticas foi outra temática muito discutida em diversos fóruns e, ao que parece, todos estão de acordo: o imobiliário desempenha um papel determinante na protecção do clima e é deste sector que deve partir o bom exemplo, seja para os arquitec-
We left Lisbon and its 28ºC weather for Munich’s 9ºC. We left the heat with high expectations, but the COVID-19pandemic made us foresee icy difficulties at this trade fair. Even inside the metro station, we were pleasantly surprised by the sea of people climbing the stairs towards Messe München. The day had barely begun, the ducks in the lake that flanks the trade fair area were still sleeping, but the flags of the countries participating in this event were fluttered in the wind high up on their masts at the entrance to the fair, foretelling winds of change. We are Portuguese women of small stature, and the Germans hardly see us. They pass by us at a hurried clip, like the rabbit in Alice in Wonderland that is always late for something, late for work, for a meeting, for a conference. Some stop and give us a look, especially when we fire off a camera flash. That’s when we realised: just as we’re curious about the Germans, they are also curious about us. Curiosity, professionalism, networking, and, above all, meetings took place at the stand for Lisbon and Porto. Whenever we passed by both exhibition spaces, we heard, sometimes in English, sometimes in French, explanations, attempts to “sell” Portugal’s products. We spoke with Diogo Ivo Cruz, project director of Invest Lisboa, and with Pedro Baganha, Porto City Council’s urban planning councillor. Both were unanimous in what they told us: EXPO REAL was far from achieving the potential it always had, which is understandable givent his pandemic that has affected everyone, but, even so, participating in this trade fair yielded very positive results for Portuguese companies and entities that showcased the best of what is being planned, designed, and brought to fruition in Portugal. There were meetings aplenty, as the Portuguese were very organised and had developed contacts beforehand. Spontaneous networking also occurred, of course. The organisation of the Lisbon and Porto delegation is to be commended for maintaining their commitment to excellence and for having the
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ability to take our companies further in these difficult times. But the companies that had the initiative and courage to show themselves in Munich also deserve special mention. From Lisbon, these companies included Essentia Consulting, IMGA, the City Council of Almada, the City Council of Lisbon, the City Council of Loures, NEWCO Corporate Services, Santa Casa de Misericórdia of Lisbon, and the Valadas Coriel & Associates Law Firm. From Porto
came AVENUE, Civilria, Lionesa Business Hub, Mota-Engil Real Estate, the City Council of Porto, Porto Vivo SRU, Predibisa – Real Estate, and VPM Real Estate. We mustn’t forget the usual presence of the shopping centre specialist Sonae Sierra, which this year was accompanied by Reify, Sierra Development Services’s new brand. With regard to EXPO REAL in general, Germany and Austria dominated the exhibition
space. You didn’t need to know German to realise that, from the serious look and the shrewdness in the eyes of the business people there, they weren’t talking about pennies but about millions. The organisation also welcomed delegations from the United Kingdom, Northern Ireland, Switzerland, Poland, France, Czechia, Luxembourg, Spain, and Italy. In all, the fair hosted 1,198 exhibitors from 29 countries and 19,200 participants from 52 countries. It should also be noted that the EXPO REAL ONLINE platform made it possible for both virtual and in-person participants to participate in matchmaking. Throughout the fair’s pavilions, we noticed small spaces where people were constantly coming and going. They were always busy. These meeting areas were closed off by slightly transparent curtains. We had difficulty seeing who was inside, but we could easily guess that ideas and experiences were being exchanged and business was being conducted between developers, investors, and consultants. But we discovered that there are hardships that are actually not felt only by the Portuguese but indeed affect the whole of Europe. Industry leaders we talked to from different countries told us that there are still many unknowns, that they face legislative and regulatory difficulties, and that there is a shortage of products in certain segments, not to mention inflation and speculation. Also noteworthy were the fair’s conferences and lectures, which were always sold out. We only regret that most of the debates were not held in English; if they had been, they would have been more universal, more fruitful. Even so, it was clear that the issue of coronavirus and digitisation were at the centre of concerns, namely the search for information on how markets and different segments were being impacted. Climate change was another topic that received a good deal of discussion in a number of fora, and, by the looks of it, everyone agreed that real estate has an important role to play in protecting our planet and must set a good example for architects, builders, and customers alike. From what we saw and experienced, EXPO REAL’s organisers have solidified a strong, clear response to the pandemic: there are good reasons for us to be optimistic and have confidence in European real estate. EXPO REAL is, once again, undoubtedly one of the industry’s top trade fairs.
9H00 - SESSÃO DE ABERTURA E BOAS-VINDAS PROF. LUÍS SIMÕES DA SILVA
PROF. LUÍS SIMÕES DA SILVA Presidente CMM - Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista
9H05 - SESSÃO TÉCNICA PROF. ANDREAS TARAS
PROF. JIRI STRASKY
ETHZ, Switzerland
Brno University of Technology República Checa
Use less, build more: technologies for the future of steel construction
Hybrid Structures
MSCENG, PHD, DENG
fédérale de Lausanne
Towards implementing connections in advanced analysis.
Advancing the seismic resistance of steel moment resisting frames
PROF. JOÃO DUQUE
ENG. JOSÉ TEIXEIRA
ISEG - Lisbon School of Economics and Management, University of Lisbon
Presidente Conselho de Administração do grupo DST
A Economia Portuguesa Pós-Covid
O novo Bauhaus em Portugal
11H15 - SESSÃO DIGITALIZAÇÃO
(WORKSHOP DIGITAL STEEL)
PROF. LUÍS SIMÕES DA SILVA Presidente CMM Apresentação do projeto
PROF. ROLANDO CHACÓN
PROF.OLIVIER VASSART
PhD Civil Engineering
ArcelorMittal
The potential of BIM-enabled digital twins for steel structures in design, construction and maintenance.
Decarbonization of steel and digitilization
GIJS VAN DER VELDEN
LUKE BOTTOMLEY
PROF. DAVOR SKEJIĆ
CEO MX3D
Trimble Inc.
University of Zagreb, Croatia
Hybrid manufacturing of steel elements in construction; exploring the use of metal 3D printing in combination with standard elements
Benefits of Mixed Reality in Construction Process
A general overview of the new Eurocode 9 for aluminium structures
PROF. DIMITRIOS LIGNOS EPFL | École polytechnique
PROF. KIM J.R. RASMUSSEN
9H30 - SESSÃO ECONOMIA
Pivot RTP
9H00 - SESSÃO DE ABERTURA
COM MODERAÇÃO: CRISTINA ESTEVES
Presidente CMM - Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista
18H15 - SESSÃO ENTREGA DE PRÉMIOS
11H15 - SESSÃO INTERNACIONALIZAÇÃO (INTERNATIONAL STEEL) AICEP
PROF. JOSÉ GOMES MENDES
PROF. LUÍS SIMÕES DA SILVA
Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal
CEO Fundação Mestre Casais e Deputado na Assembleia da República
Presidente CMM - Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista
PORTUGAL STEEL DESIGN AWARDS 2021
EUROPEAN STEEL DESIGN AWARDS 2021
PRÉMIO PROFESSOR EDUARDO DE ARANTES E OLIVEIRA
16H30-18H15 FRANÇA PAÍS CONVIDADO 14H30-18H30 SESSÕES TÉCNICAS PARALELAS
CÂMARA DE COMÉRCIO DO CANADÁ
14H30-18H30 REUNIÕES BILATERIAIS ENTRE EMPRESAS PORTUGUESAS E FRANCESAS
18H30 - SESSÃO DE ENCERRAMENTO PROF. PAULO VILA REAL
PROF. EURICO BRILHANTE DIAS
Presidente CMM
Vice-Presidente CMM
Secretário de Estado da Internacionalização
Co-Organização
Gold Sponsor
Conference Partner
Organização
9H-18H30 NAVEGAÇÃO NA FEIRA DIGITAL
Parceiros Institucionais
Bronze Sponsor
PROF. LUÍS SIMÕES DA SILVA
Silver Sponsor
CÂMARA DE COMÉRCIO DA RÚSSIA
Lá fora Reino Unido Abroad United Kingdom
Roberto Varandas
Sempre em crescendo Evergrande
Evergrowing Evergrande
Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe
O desafio de escrever sobre os acontecimentos em torno da Evergrande passa pela evolução constante da situação de liquidez da empresa. No momento em que escrevo, a Evergrande ganhou mais 30 dias dos credores numa das suas emissões obrigacionistas. Evergrande é um símbolo do crescimento da China e representa muito do como e do quê desse crescimento. A minha exposição ao mercado imobiliário chinês começou há quase 15 anos, quando ajudei a lançar um dos primeiros fundos internacionais de promoção residencial na China. Na época, a estratégia era directa e muito óbvia, pelo menos para mim. Ano após ano, a economia chinesa tinha crescimentos de dois dígitos. Uma das melhores formas de ganhar exposição a esse crescimento económico é através do sector imobiliário, em particular do residencial. A abertura da economia tirou centenas de milhões de cidadãos chineses da pobreza para apartamentos modernos de dois quartos. Fora dos campos para as megacidades do século XXI. Os promotores foram uma aposta alavancada a esse crescimento. Por mais óbvio que esta oportunidade fosse na época, é tão óbvio como o conhecido ditado de que as “árvores não crescem para o céu”. Estamos muito provavelmente a testemunhar o esgotamento de um modelo económico, naquele patamar mágico de US $ 10.000 de PIB per capita que muitas economias emergentes esforçam-se para ultrapassar. O imobiliário representa 29% da economia do país, em comparação com 15% a 20% para a maioria das economias desenvolvidas. Para entender o tipo de problema que a Evergrande e outros promotores chineses altamente endividados enfrentam, só temos que olhar para a quantidade e sofisticação dos canais de financiamento disponíveis a essas empresas. Além das formas tradicionais de financiamento, como o uso de depósitos de clientes e empréstimos bancários, alguns
desses produtos e canais incluem: • Factoring da cadeia de fornecedores; • Empréstimos directos originados offshore; • Empréstimos de trusts; • Compra de lotes com dívida, disfarçada de capital próprio; • Empréstimos P2P; • Produtos para a banca privada. Todos esses canais de financiamento foram criados e promovidos para testar, até mesmo contornar, os limites da estrutura de capital de um projecto e/ou de um promotor. Há até especulação de que parte da dívida da Evergrande foi comprada por uma criptomoeda - Tether. É assim que uma empresa como a Evergrande acumula passivos de mais de US $ 300 mil milhões. As autoridades chinesas estão há algum tempo atentas ao problema e a Evergrande está longe de ser a única empresa numa situação difícil. No Verão de 2020, a política das “Três linhas vermelhas” foi promulgada e os promotores foram pressionados a reduzir os seus níveis de dívida e a desfazerem-se de participações non-core. As empresas financeiras estão impedidas de conceder financiamento a empreendimentos com alavancagem excessiva. Na minha empresa, vimos em primeira mão um aumento significativo de projetos em dificuldade e que exigem uma reestruturação. Estamos envolvidos em vários. O desafio que as autoridades chinesas enfrentam não é trivial. Enquanto em 2017 e 2018, as autoridades conseguiram uma redução e restruturação controlada de grupos como a HNA, Dalian Wanda, Anbang e outros, desta vez é diferente. Estes grupos tinham como objectivo criar verdadeiros impérios de participações de investimentos imobiliários nas principais economias do Ocidente. Foram impedidas quando as autoridades realizaram o risco que estes grupos poderiam transferir para o sistema financeiro chinês. Agora, a escala e quantidade de promotores com
Lá Fora Abroad
dificuldades é de uma ordem de magnitude bastante diferente. A Evergrande está actualmente a construir mais de 1200 projectos em quase 300 cidades diferentes. E enquanto os mercados internacionais onde grupos como HNA, Dalian Wanda e Anbang fizeram os seus investimentos - EUA, Reino Unido, Austrália, resistiram bem, mesmo durante a pandemia, não é o caso dos vários mercados residenciais inflacionadas de algumas das grandes cidades chinesas. O que podemos esperar em termos de consequências e respostas políticas? Eu avançava o seguinte: • Vendas adicionais de activos não essenciais – a Evergrande já alienou ou vendeu posições na sua empresa de veículos eléctricos, na empresa de serviços imobiliários e um mercado online - Fangchebao, entre outros. • Restrições adicionais a credores e financiadores. • Absorção de projectos da Evergrande por outros promotores, especialmente onde há depósitos substanciais de clientes em risco. • Período de acalmia nas emissões obrigacionistas no geral. • Desaceleração das vendas de residências - os consumidores terão pouca vontade em fazer depósitos de compra em projecto cuja viabilidade é incerta. • Maior consolidação do mercado e acrescida regulamentação do sector imobiliário residencial. Eventualmente, os problemas da Evergrande e de outros promotores serão resolvidos e, com mais ou menos intervenção do governo, o mercado ajustar-se-á. A necessidade de habitações é ainda significativa e o país segue o seu processo de urbanização, embora num ritmo mais lento. O grande desafio macroeconómico será a redução da contribuição desse motor de crescimento quando o setor imobiliário assumir uma parcela mais normalizada da economia. The challenge of writing about the happenings around Evergrande at the moment is constant evolution of the company’s liquidity situation. As I write, Evergrande has staved off creditors for a further 30 days, for one of its particular bond issues. Evergrande is a symbol of the growth of China and represents the how and the what of the country’s astounding growth. My exposure to Chinese real estate began
almost 15 years ago as I helped launch one of the first international, China-specific, residential development funds. At the time, the strategy was straightforward and very obvious, at least to me. Year after year, the Chinese economy was experiencing double digit growth and one of the best ways of gaining exposure to this raw economic growth is through real estate, in particular residential development. The opening of the economy led hundreds of millions of Chinese citizens out of poverty and into modern, two bedroom apartments. Out of the fields and into the megacities of the the 21st century. Residential developers were a leveraged bet on this growth. As obvious as this opportunity was at the time, just as obvious is the old adage that trees don’t grow to the sky. We are most likely witnessing the exhaustion of an economic model, at that magical plateau of USD 10,000 of GDP per capita that many emerging economies struggle to break through. Real estate now represents 29% of the country’s total economic output, compared to 15% to 20% for most developed economies. To understand the type of trouble Evergrande and other over-indebted Chinese developers face, we just have to look at the sheer quantity and sophistication of the financing channels available to these companies. Apart from the traditional forms of finance like using customer deposits and straight, plain-vanilla development loans, such products and channels include: • Supply chain financing; • O ffshore, direct loans; • Trust loans; • Land finance with “pretend” equity; • P2P loans; • Wealth management packaged loans. All of these financing channels have been created and promoted to push, even circumvent the limits of the capital structure of a development and, more widely, of a developer. There is even speculation that some of the Evergrande paper was invested by a cryptocoin product – Tether. And this is how a firm like Evergrande has amassed liabilities of over USD 300 bln. The Chinese authorities have been paying attention to the problem and Evergrande is far from being the only company in a difficult situation. In the summer of 2020, the “Three red lines” policy was enacted and developers
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have been pushed to reduce their debt levels and dispose of non-core investments. Financial companies are impeded from extending financing to over-levered developments. At my firm, we have seen first-hand, a marked increase in projects requiring workout and restructuring and have been involved in several. The challenge the Chinese authorities face is not trivial. While in 2017 and 2018, they managed a controlled wind down and restructuring of groups like HNA, Dalian Wanda, Anbang and others, that were engaging in over-levered empire building, acquiring positions in overseas companies and substantial real estate investments, this time it is different. The sheer scale of the quantity and spread of troubled China mainland developers is a different order of magnitude. Evergrande is currently developing over 1200 projects in almost 300 different cities. And the international markets where the empire builders made their investments – US, UK, Australia, held up well, even during the pandemic, unlike several overpriced residential markets of the large Chinese cities. What can we expect in terms of after-effects and policy responses? I would posit the following: • Further sales of none-core assets – Evergrande has already disposed or sold down positions in their electric vehicle company, their property services firm and their online market place – Fangchebao, among others. • Additional restrictions on alternative lenders and finance providers. • Managed takeover of Evergrande projects, especially ones where substantial client deposits are at risk. • Period of sluggish overall bond markets. • Slowdown of housing sales – consumers will be reluctant to make deposits on homes. • Further consolidation of the market and increased regulation for residential real estate. Eventually, Evergrande and other developers’ problems will be worked through and with more or less government intervention, the market will adjust. The need for housing is still substantial and the country continues to undergo its urbanisation process, albeit at a slower rate. The big macro challenge will be the decrease of this growth engine for the overall economy if and when real estate assumes a more normalised share of economic output.
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Prémio Nacional do Imobiliário 2021 National Real Estate Award 2021
NATIONAL REAL ESTATE AWARDS 2021
Momentos inesquecíveis Unforgettable moments Fotos Photos: Joaquim Morgado
O concurso organizado pela Magazine Imobiliário, decorreu no dia 16 de Setembro, no Vila Galé Sintra Resort Hotel Conference & Spa. Logo no cocktail foi visível o quanto os players do sector estavam desejosos de se reencontrar ao “vivo” depois de ultrapassado o confinamento. O jantar foi marcado por muitas emoções e memórias. E a noite foi realmente “wow” para todos, sobretudo para os vencedores. The awards ceremony organised by Magazine Imobiliário took place on 16 September at Vila Galé Sintra Resort Hotel Conference & Spa. Even during the event’s cocktail hour, it was clear to see how much the industry’s leaders yearned to get back to seeing each other in the flesh after the dark days of lockdown. There were emotions and memories aplenty during dinner. And the night truly “wow”-ed everyone, especially the winners.
Prémio Nacional do Imobiliário 2021 National Real Estate Award 2021
Anabela Loureiro
Paulo Silva
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Carla Celestino
Vencedor na Categoria Comércio
Vencedor na Categoria Escritórios
Vencedor na Categoria Habitação
Vencedor na Categoria de Equipamentos Colectivos
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Prémio Nacional do Imobiliário 2021 National Real Estate Award 2021
Vencedor na Categoria Turismo
Vencedor Prémio Reabilitação
Menção Honrosa na Categoria de Equipamentos Colectivos
Menção Honrosa na Categoria Turismo
Vencedor Prémio Sotheby’s International Realty
Vencedor Melhor Empreendimento do Ano 2021
Prémio Nacional do Imobiliário 2021 National Real Estate Award 2021
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Prémio Nacional do Imobiliário 2021 National Real Estate Award 2021
Prémio Nacional do Imobiliário 2021 National Real Estate Award 2021
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Prémio Nacional do Imobiliário 2021 National Real Estate Award 2021
The most awarded workspace in Portugal.
Offices | Cowork | Meeting Rooms Edifício Atrium Saldanha, 2º andar - Lisboa
Prémios Personalidade 2020 Personalidade 2020 58 Prémios Personality Awards 2020 Personality Awards 2020
Uma cerimónia muito especial A very special ceremony Fotos Photos: Joaquim Morgado
A festa deste evento organizado pela Magazine Imobiliário foi adiada de 2020 para 2021 devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Embora os merecidos homenageados tivessem de esperar um ano para receber o galardão, valeu bem a pena aguardar pois estes prémios foram atribuídos na cerimónia mais intimista de sempre e em circunstâncias muito especiais. The party for this event organised by Magazine Imobiliário was delayed from 2020 to 2021 due to restrictions related to the COVID-19 pandemic. Although these deserving and worthy industry leaders had to wait a year to receive their awards, it really was worth the wait, as they were recognised during the most intimate ceremony to date and under very special circumstances.
Prémios Personalidade 2020
Personality Awards 2020
Anabela Loureiro
Premiado Personalidade Imobiliário
Premiado Personalidade Construção
Premiado Personalidade Ambiente
Premiado Personalidade Turismo
Premiado Personalidade Mérito
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60 Prémios Personalidade 2020 Personality Awards 2020
Prémios Personalidade 2020
Personality Awards 2020
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62 Prémios Personalidade 2020 Personality Awards 2020
Portal Nacional de Imobiliário
supercasa.pt
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Anabela Loureiro
Ao que chegámos What we have arrived at As instituições políticas que nos deveriam proteger e que são escolhidas pelo povo resumem o seu trabalho à ganância do poder. Com isso, deixam de exercer a tarefa para o qual foram instituídos: servir e defender a população na procura constante de criar uma sociedade mais justa e desenvolvida. Transformam a discussão de um OE saído de uma pandemia em algo perverso que não serve ninguém, nem os próprios. Ainda o rei não está morto e já a campanha vai no adro. Pelo meio há toda uma procissão de incógnitas que deixam uma nação em suspenso. Como o capitão Salgueiro Maia disse um dia: “Há diversas modalidades de Estado: os Estados socialistas, os Estados capitalistas e o estado a que chegámos.” The political institutions that should protect us and that are chosen by the people have forgotten their true jobs in their thirst for power. With this, they cease to perform the task for which they were instituted: to serve and defend the population in the constant search to create a more just and developed society. They transform the discussion of an OE coming out of a pandemic into something perverse that doesn’t serve anyone, not even themselves. The king is not yet dead, but the campaign is already in the courtyard. In the middle is a whole procession of unknowns that have left a nation in suspense. As Captain Salgueiro Maia once said, “The State can take different forms: the socialist state, the capitalist state, and the state we have arrived at.”
Hello
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