Magazine Imobiliário 053

Page 1

Construção Ambiente Turismo

53

MAIO/JUN 2022 €10

A arte de liderar The art of leadership



1 Editorial

Seguir ou ser (per)seguido Lead or be led

Carla Celestino Directora Director

Um bom líder, na minha singela opinião, é aquele que sabe orientar e inspirar os seus colaboradores, que sabe ouvi-los mas que sabe também mediar, na dose q.b., o que eles dizem e fazem com o que os outros dizem e fazem. Saber ouvir, saber fazer e saber estar é, pois, fundamental. Há líderes que o nosso instinto mais básico de sobrevivência nos diz que são lobos, que se juntam em alcateias e que o mais certo é irmos todos ser chacinados. É inevitável, é a lei do mais forte e do mais fraco. Esses, colocam-nos em alerta permanente, desafiam-nos, permitem-nos antecipar mecanismos de defesa e de ataque, mesmo que o desfecho seja inevitável. Os que mais receio são os lobos em pele de cordeiro. Aqueles que nos seduzem, que nos atraem como mel, mas que, com um simples estalar de dedos, podem esmagar-nos, só porque podem. Esses não têm noção do que é justo ou injusto, são parciais, e esquecem-se que todos os seres humanos têm direito à sua defesa. E depois há os casos, felizmente já não tão raros, que pelo seu carisma e liderança, não resistimos em sentir empatia e quando damos conta estamos a trabalhar 24 horas para ele ou ela de sorriso nos lábios, de coração cheio e orgulho no peito, ainda que nos pesem as pestanas de cansaço. Em Portugal somos programados desde crianças a respeitar os mais velhos e as hierarquias, assim como as diferentes culturas ou não fossemos um país turístico e acolhedor, e somos também alertados para os tiranos, ditadores e déspotas da História. Apesar disso, continuam a aparecer os Putins desta vida. Felizmente também há os Zelensky. Nesta edição tentamos perceber de que fibra são feitos os líderes, sobretudo do imobiliário, e que desafios enfrentam nesta época tão desordenada.

A good leader, in my humble opinion, is one who knows how to guide and inspire their workers, associates or supporters, one who knows how to listen to them but who also knows how to, in the appropriate amount, mediate what they say and encourage others to follow suit. Knowing how to listen, knowing how to act and knowing how to be is therefore fundamental. There are leaders that our most basic survival instinct tells us are wolves, who gather in packs and that the most likely outcome is that we will all be slaughtered. It is inevitable, it is the law of the strongest and the weakest. These leaders place us on permanent alert, they challenge us, they allow us to anticipate defence and attack mechanisms, even if the outcome is inevitable. The ones I fear most are the wolves in sheep’s clothing. Those who seduce us, who attract us like honey, but who, with a simple snap of their fingers, can crush us, just because they can. These have no idea what is fair or unfair, they are partial, and they forget that all human beings have the right to defend themselves. And then there are those cases, fortunately not so rare any more, that due to their charisma and leadership, we can’t resist feeling empathy. Before we know it, we’re working 24 hours for them with a smile on our face, a full heart and pride in our chest, even though our eyelids are heavy with tiredness. In Portugal, we are programmed since childhood to respect our elders and hierarchies, as well as different cultures (we are, after all, a welcoming touristic country) and we are also alerted to the tyrants, dictators and despots of history. Despite this, the Putins of this world continue to appear. Fortunately, there are also the Zelenskys. In this edition, we try to understand what leaders are made of, especially in real estate, and what challenges they face in this disorderly time.


Ficha técnica Datasheet

Índice

Propriedade Property Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Rua Paulo Reis Gil nº 39, 3º Esq.

Summary

2745-195 Queluz Telm. / Mobile: (+351) 96 237 00 08

26 Metro Quadrado Square Meter Antevisão SIL 2022 SIL 2022 preview

30

Espaçus Prestige

34

PVWTisen Group Capa Cover: Anabela Loureiro

04 Grande Tema

Lead Story Líderes e marionetas Leaders and puppets

16 Melhor

Empreendimento do Ano 2022 Best Development of the Year 2022 Ageas Tejo

20 Históricos do Imobiliário

Portuguese Property History Gabriel Marques

38 Opinião Opinion

Victoria Seguros

40 Opinião Opinion

Millennium bcp

42 Fio-de-Prumo

geral@palavrasaliadas.pt

52 Opinião Opinion

Reino Unido United Kingdom Fábrica de Líderes Leaders Factory

54 Cerimónia

do Prémio Nacional do Imobiliário 2022

2022 National Real Estate Award Ceremony

64 Paparazzi

1 euro por/for 117,20 rublos

www.magazineimobiliario.com Fundador da Magazine Imobiliário Founder of Magazine Imobiliário Joaquim Pereira de Almeida Directora Director Carla Celestino Colaboradora Permanente Permanent Contributor Elisabete Soares Fotografia Photography Anabela Loureiro Tradução Translation Cristina Alcock

Luís Silva Contabilidade Accounting

North winds Novos desafios New challenges

Periocidade Frequency Bimestral Tiragem Number printed 3.000 exemplares

Depósito Legal Legal Deposit

empreendimento Cuatrecasas a concurso ao PNI2022, a foto da página da revista referente ao Prémio de Excelência em Eficiência & Sustentabilidade deve ser atribuída a Francisco Nogueira e a foto dos

48 Lá fora

Abroad SIIT-SUISSE 2022

Projectos de Interiores é de Tétris Design & Build, assim como o Projecto de Interiores é de autoria de GCA Architects. Do mesmo modo, por lapso, o nome correcto do promotor do empreendimento AAA23 é RE Capital. Pedimos as nossas sinceras desculpas por estas incorrecções.

CMY

K

Rua Qta. de Marcarenhas,

Na edição de Março/Abril, no

MY

Nasceconta

Jorge Fernandes, Lda.

Errata

Y

CY

2820 Charneca da Caparica

46 Ventos do Norte

M

CM

Grafismo Graphics

Impressão Printing

Plumb line THE HEIGHT

C

363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível em: Editorial policy available at: www.magazineimobiliario.com



Grande Tema 4 Grande Tema

Lead Story

Foto Photo: Pexels / Алесь Усцінаў

Lead Story

Líderes e marionetas Leaders and puppets

Alumiar na escuridão Lighting up the darkness


Grande Tema

“A verdade reside em todo o coração humano, e cada um deve procurar por ela lá, e ser guiado pela verdade assim que a veja. Mas ninguém tem o direito de forçar os outros a agirem de acordo com sua própria visão da verdade.” “Truth resides in every human heart, and one has to search for it there, and to be guided by the truth as soon as one sees it. But no one has the right to coerce others to act according to his own view of the truth.” Mahatma Gandhi

Texto Text: Carla Celestino

5 Foto Photo: Pexels / Gladson Xavier

Lead Story

Na lenda alemã o médico e alquimista Fausto faz um pacto com o demónio Mefistófeles para obter maior conhecimento, maior técnica, maior progresso. Queria ser um homem à frente da sua época. Ser único. Ser maior. Mas quanto maior é a subida, maior é a queda. Ao longo da História foi feito um paralelismo entre Fausto e a ascensão e queda de Hitler. Mas, na realidade, por todo o mundo, e em todas as épocas, sempre houve demónios à solta, só não existiam, nos últimos anos, na Europa. Putin abriu as portas do Inferno. Rapidamente percebemos o quanto literal é dizer que “vivemos numa aldeia global” onde dependemos uns dos outros e onde tudo afecta todos.

Depois de uma pandemia e agora com um conflito armado longe de se vislumbrar o seu desfecho, resta questionar quem são estes líderes que ameaçam e defendem nações e de que forma outros líderes devem agir perante os novos desafios.

Rússia

Mefistófeles ou Putin são ambos inimigos da luz. Qualquer que seja o contrato assinado está manchado de sangue e nem o amor da nação Russa, conivente ou não, informada ou não, poderá salvá-lo. É pena que as revistas em formato papel ainda não consigam associar música às palavras, pois, nesta altura, o leitor poderia ouvir a IV parte da Danação de Fausto


Grande Tema

Lead Story

Foto Photo: Imad Alassiry / Unsplash

6

Mefistófeles ou Putin são ambos inimigos da luz. Qualquer que seja o contrato assinado está manchado de sangue e nem o amor da nação Russa, conivente ou não, informada ou não, poderá salvá-lo. Mephistopheles or Putin are both enemies of light. Whatever contract is signed is stained with blood and not even the love of the Russian nation, complicit or not, informed or not, can save it.”

de Berlioz e perceber com apoteose que ele está condenado de uma forma ou de outra. Por agora, é o arquétipo da alma dos opressores e está a conseguir levar as suas aspirações a onde pretende. Pelo meio erguem-se vozes e sanções europeias, mas serão suficientes? E serão justas para o povo e investidores russos? A questão que está, neste momento, em cima da mesa é apurar a dimensão desta onda invasora e que tipo de choques vão ter estas sanções no investimento russo nos Estados-membros. Em Portugal tem-se falado muito do impacto no programa ARI (Autorização de Residência para Investimento), ou os vulgos Vistos Gold, porque, convenhamos, até à data, essa é a forma mais visível no imobiliário português. Mas não podemos deixar de comparar números. Em dez anos, segundo o Serviço de Fronteiras e Estrangeiros (SEF), os cidadãos oriundos

da Rússia investiram 277.8 milhões de euros por via dos Vistos Gold. Em apenas um ano – 2022 -, segundo os especialistas, o volume de investimento no sector imobiliário deverá ser superior a três mil milhões de euros. É dinheiro, é investimento, claro, mas basta olhar para estas estatísticas para se perceber o valor residual que representa quer o programa dos Vistos Gold, quer o investimento russo. Em matéria de Vistos Gold, muito provavelmente, seria mais preocupante o desinteresse dos investidores asiáticos, sobretudo dos tubarões de Hong-Kong, do que do caviar russo. Voltando ao líder da Rússia, vem-me à memória a recente entrevista de um antigo espião do KGB ao jornal Expresso na qual declara que “Putin está a perder o juízo.” E pergunto eu: Haverá algum tirano na História da Humanidade que tenha tido bom senso? Numa Europa cada vez mais isolada existe um

jogo de xadrez com diversas variáveis e intervenientes – Putin, Zelensky, von der Leyen, Macron, Boris, Scholz… -, resta saber quem vai fazer xeque-mate. Por falar em jogos, não posso deixar de me lembrar do “Soul Gambler”, onde a personagem principal ao estilo de Fausto de Goethe troca pedaços da sua alma pela concretização de pequenos desejos. Se a ficção electrónica se tornasse realidade, será que ainda restaria algum pedaço da alma de Putin?

Ucrânia

O líder ucraniano parece um flautista de Hamelin que cativa todos à sua causa. Já conversou com os maiores líderes europeus e mundiais, sabe usar os media e as redes sociais para chegar ao coração de todos e defende os seus respeitando os outros que estão sob a alçada de um déspota amoral. No dia 21 de Abril falou, via online, no Parlamento português apelando ao apoio do nosso País para colocar um travão à opressão do líder russo que está a massacrar a sua nação e a fazer desaparecer a Democracia no Leste europeu. Zelensky afirmou que “a Ucrânia já está a ca-



8

Grande Tema

Lead Story

Foto Photo: Gleb Albovsky / Unsplash

minho da União Europeia” e, por isso, pediu que, quando essa hora chegar, para que “nos apoiem nesse caminho.” Na memória vai ficar a sua frase: “O vosso povo, que vai celebrar dentro de dias o aniversário da Resolução dos Cravos, percebe. Sabem o que estamos a sentir.” Ninguém ficou indiferente a esta declaração num ano em que se iniciaram as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, excepto, o Partido Comunista de Portugal que considerou um “insulto” esta comparação. Mas ambos os conflitos não são uma luta pela liberdade?! Quase parece que alguém suspira pelo “Back in the USSR”... Nesta sessão o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou que “a luta do seu país pela liberdade é a luta da Europa toda pela liberdade” e comprometeu-se com a Ucrânia dizendo que “a essa luta pela liberdade o Portugal democrático nunca faltou, não falta e não faltará.” Líder nato, carismático, herói e símbolo de resistência, Volodymyr Zelensky não está sozinho na floresta de Perun, tem atrás de si a sua

esposa e filhos e toda uma nação que fica, desloca-se ou morre. Esperamos que esteja para breve o voo das andorinhas ucranianas livres e com folhas de oliveira no bico.

Portugal

Neste conflito, Portugal apresenta-se de cravo na lapela e esperança no rosto. Mas todos sabemos que o futuro é sempre feito de caminhos sinuosos. O Governo de António Costa assim que (re)assumiu o poder nacional traçou, entre as prioridades, o apoio de emergência às empresas que se encontram em dificuldades face à guerra na Ucrânia. É preciso referir que este conflito afectou a produção interna russa e ucraniana, assim como as respectivas cadeias de distribuição. O resultado está à vista de todos: há falta de materiais e os preços estão aos pícaros. Os custos da energia dispararam e foram os primeiros a sentir-se no bolso dos portugueses. Nem o pão, bem essencial, escapou, ou não fosse a Ucrânia o maior fornecedor de milho de Portugal. De acordo com o Instituto Nacional de Estatís-

O líder ucraniano parece um flautista de Hamelin que cativa todos à sua causa. The Ukrainian leader seems like the Pied Piper of Hamelin who captivates everyone to his cause.”

tica, o “contexto da guerra contra a Ucrânia” conduziu a que o indicador de confiança dos consumidores tenha diminuído “acentuadamente em Março”, tratando-se da “segunda maior redução da série face ao mês anterior, apenas superada pela diminuição registada em Abril de 2020 no início da pandemia Covid-19.” Este índice voltou a subir em Abril mas continuou a diminuir na Construção e Obras Públicas pelo terceiro mês consecutivo. Para muitos analistas a Ucrânia parece ser um campo de ensaio do poder militar russo. Basta esta afirmação para lançar o alerta de todos os instintos mais básicos dos seres humanos que vivem na Europa. O que, no caso de Portugal, levanta sérias questões de segurança: quem nos vai defender, onde estão os abrigos subterrâneos, o que fazer em cenário de guerra ou simplesmente o que levar em caso de fuga. Por outro lado, sabendo que os homens ucranianos ficam a lutar e que as mulheres e as crianças tiveram de partir, tal impõe novos desafios de cooperação e de acolhimento. O nosso País é solidário e hospitaleiro, mas a braços com dificuldades em ter habitação para todos, resta questionar como vamos apoiar aquela que já é a segunda maior comunidade estrangeira a viver no nosso País. É terrível dizer isto, mas há também quem considere que o “azar de uns é a sorte de outros.” E isso pode ser bem verdade no sector imobiliário. Os líderes deste sector são muito bons a antecipar realidades e uma delas prende-se com aquela procura internacional que até agora estava direccionada para os países europeus mais a Leste, para viver ou trabalhar, e que poderão virar-se para destinos que ainda são seguros e acolhedores como Portugal. Mas para quem labora, ao dia de hoje, no imo-


MAIS DO QUE AGENTES IMOBILIÁRIOS

- WWW.REMAX.PT -


10 Grande Tema

Foto Photo: Alexander Smagin / Unsplash

Foto Photo: Pexels / Алесь Усцінаў

Lead Story

Moscovo, Rússia

biliário, há mais preocupações que oportunidades no horizonte. Em declarações à Magazine Imobiliário, Furtado Marques, administrador da HCI Construções, referiu que, “no final de 2021, havia alguma expectativa no mercado que a inflação verificada fosse uma questão conjuntural e passageira” mas “a guerra da Ucrânia veio desfazer essa ilusão e veio provocar um aumento brutal de todos os materiais de construção, nomeadamente em todos os metais e todos os produtos em que a energia é uma componente relevante no seu fabrico.” Alerta ainda para o facto de no mercado da construção privada, “em que o preço fixo tem sido o modelo dominante, será assim absolutamente necessário, a nível da contratação das novas obras e também nas já em curso, prever mecanismos de revisão de preços, que permitam às empresas construtoras terem condições justas de executar as empreitadas. Com efeito, quando um jornalista questiona um promotor sobre o investimento global do seu empreendimento o valor assumido hoje pode não ser real já amanhã. Por isso, apesar do bom momento que o imobiliário nacional atravessa, já há quem interrogue: Será que vamos assistir a impasses em obras? Tendo em conta esta realidade, a opção passa, para muitos, por alterar cláusulas em contratos ou por fazer contratos “open book”, ou seja, as obras que são lançadas têm um orçamento aberto e só no final da obra é revisto o preço dos materiais de construção que foram utilizados e que espelham o valor real e corrigido à realidade do momento. Perante todos estes múltiplos cenários, vamos, pois, precisar de bons e fortes líderes para nos guiar nestes

Borodyanka, Ucrânia

tempos cada vez mais incertos e obscuros. (Veja mais informação na secção Ventos do Norte p.50) Dada a actual conjuntura internacional, temos a fé de que nem todos se deixam seduzir como Fausto e que percebem que não estamos perante um poema épico mas, antes, de um soneto trágico. In the German legend, the physician and alchemist Faust made a pact with the demon Mephistopheles to obtain greater knowledge, greater technique, greater progress. He wanted to be a man ahead of his time. To be unique. To be bigger. But the greater the rise, the greater the fall. Throughout history, a parallel has been drawn between Faust and the rise and fall of Hitler. But in reality, all over the world, and in all time periods, there have always been demons on the loose; they just haven’t existed, in recent years, in Europe. Putin has opened the gates of Hell. We quickly realised how literal it is to say that “we live in a global village”, where we depend on one another and where everything affects everyone. After a pandemic and now with an armed conflict far from ending, it remains to be questioned who these leaders are who threaten and defend nations and how other leaders should act in the face of new challenges.

Russia

Mephistopheles or Putin are both enemies of light. Whatever contract is signed is stained with blood and not even the love of the Russian nation, complicit or not, informed or not,

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou que a luta do seu país (Ucrânia) pela liberdade é a luta da Europa toda pela liberdade. The President of the Assembly of the Republic, Augusto Santos Silva, considered that his country’s fight (Ukraine) for freedom is the fight of all of Europe for freedom”


The ideal setting for the memories of a lifetime

O cenário ideal para as memórias de uma vida

Telheira Private Village, um estilo de vida sofisticado num condomínio privado de 7250 metros quadrados no meio da vibrante natureza de Vila Praia de Âncora.

Telheira Private Village, a sophisticated lifestyle in a private community of 7250 square meters right in the middle of the vibrant nature of Vila Praia de Âncora.

Além de moradias de luxo T3 com áreas generosas, piscina, jardim e estacionamento privado, a Telheira Private Village oferece áreas de convivência com espaços de jogo e recreio e campos desportivos.

Besides T3 housings with generous areas, swimming pool, garden and private parking, Telheira Private Village offers coexistence areas with playgrounds and sports fields.

www.espacusprestige.com +351 258 826 199 | 927 717 734 promocao@espacusprestige.com


12 Grande Tema Foto Photo: Polina Rytova / Unsplash

Lead Story

can save it. It is a pity that print magazines are still unable to associate music with words, because, at this point, the reader could listen to part 4 of Berlioz’s The Damnation of Faust and realise with apotheosis that he is doomed in one way or another. For now, it’s the archetype of the soul of the oppressors and it’s taking its aspirations where it wants. European voices and sanctions are raised in the meantime, but will they be enough? And will they be fair to the Russian people and investors? The issue that is currently on the table is determining the dimension of this invasive wave and the kind of shocks these sanctions will have on Russian investment in Member States. In Portugal, there has been a lot of talk about the impact on the ARI programme (Residence Permit for Investment), or the so-called Golden Visas, because, let’s face it, to date, this is the most visible form in Portuguese real estate. But we cannot help but compare numbers. In 10 years, according to the Borders and Foreigners Service (SEF), citizens from Russia invested €277.8 million through Gold Visas. In just one year – 2022 –, according to experts, the

volume of investment in the real estate sector is expected to exceed €3 billion. It’s money, it’s investment, of course, but just looking at these statistics is enough to understand the residual value represented by both the Golden Visa programme and Russian investment. In terms of Golden Visas, the lack of interest by Asian investors, especially Hong Kong sharks, would be more worrying than Russian caviar. Going back to the leader of Russia, I am reminded of the recent interview of a former KGB spy to the Expresso newspaper in which he declared that “Putin is losing his mind”. And I ask: is there any tyrant in the history of humanity who has had common sense? In an increasingly isolated Europe, there is a chess game with several variables and actors – Putin, Zelensky, von der Leyen, Macron, Boris, Scholz… – , it remains to be seen who will get checkmate. Speaking of games, I can’t help but remember the “Soul Gambler”, where the main character in the style of Goethe’s Faust exchanges pieces of his soul for the fulfilment of small desires. If electronic fiction became reality, would there still be a piece of Putin’s soul left?

No final de 2021, havia alguma expectativa no mercado que a inflação verificada fosse uma questão conjuntural e passageira mas a guerra da Ucrânia veio desfazer essa ilusão. At the end of 2021, there was some expectation in the market that the verified inflation would be a conjunctural and transient issue but the war in Ukraine came to dispel this illusion.”



14 Grande Tema Lead Story

Foto Photo: Nati Melnychuk / Unsplash

tugal has never lacked and will never lack this fight for freedom”. A born leader, charismatic, a hero and a symbol of resistance, Volodymyr Zelensky is not alone in the Perun forest; he has his wife and children behind him and an entire nation that stays, moves or dies. We hope that the flight of free Ukrainian swallows with olive branches in their beaks will come soon.

Portugal

Ukraine

The Ukrainian leader seems like the Pied Piper of Hamelin who captivates everyone to his cause. He has already spoken with the main European and world leaders, knows how to use the media and social networks to reach everyone’s hearts and defends his own while respecting others who are under the purview of an amoral despot. On 21 April, he spoke virtually to the Portuguese Parliament, appealing for the support of the country to put a brake on the oppression of the Russian leader who is massacring his nation and wiping out democracy in Eastern Europe. Zelensky stated that “Ukraine is already on its way to the European Union”, and therefore asked that, when that time comes, that they “support us on this path”. His words will stick in our minds: “Your people, who will celebrate the anniversary of the Carnation Revolution in a few days, understands. They know how we are feeling.” No one remained impassive to this declaration in a year in which the celebrations of the 50th anniversary of the “25th of April” began, except for the Communist Party of Portugal, which considered this comparison an “insult”. But aren’t both conflicts a fight for freedom? It almost seems like there are those yearning for “Back in the USSR”... In this session, the President of the Assembly of the Republic, Augusto Santos Silva, considered that “his country’s fight for freedom is the fight of all of Europe for freedom”, and pledged himself to Ukraine saying that “democratic Por-

In this conflict, Portugal presents itself with a carnation in its lapel and hope on its face. But we all know that the future is always made of winding paths. The government of António Costa, as soon as it (re)took national power, outlined among its priorities emergency support for companies that are in difficulties in the face of the war in Ukraine. It should be noted that this conflict affected Russian and Ukrainian domestic production, as well as their respective distribution chains. The result is there for everyone to see: there is a lack of materials and prices are sky high. Energy costs soared and were the first to be felt in the wallets of the Portuguese. Not even bread, an essential commodity, escaped, with Ukraine being the largest corn supplier to Portugal. According to the National Statistics Institute, the “context of the war against Ukraine” led the consumer confidence indicator to drop “sharply in March”, being the “second largest reduction in the series compared to the previous month, only surpassed by the decrease registered in April 2020 at the beginning of the Covid-19 pandemic”. This index rose again in April but continued to decline in Construction and Public Works for the third consecutive month. For many analysts, Ukraine appears to be a testing ground for Russian military might. This statement is enough to raise the alarm of all the most basic instincts of human beings living in Europe. Which, in the case of Portugal, raises serious security questions: who will defend us, where are the underground shelters, what to do in a war scenario or simply what to take if we need to escape. On the other hand, knowing that the Ukrainian men are left to fight and that the women and children have had to leave, this poses new challenges of cooperation and shelter. Our country is supportive and hospitable but, facing difficulties in offering housing for everyone, it remains to be asked how we are going to support what is already the second largest foreign community living in our country.

It is awful to say this, but there are also those who consider that “the misfortune of some is the luck of others”. And that can be quite true in the real estate sector. The leaders of this sector are very good at anticipating realities and one of them has to do with the international demand that until now was directed towards the Eastern European countries, to live or work, and which could turn to destinations that are still safe and welcoming, such as Portugal. But for those who work in real estate today, there are more concerns than opportunities on the horizon. In statements to Magazine Imobiliário, Furtado Marques, director of HCI Construções, said that “at the end of 2021, there was some expectation in the market that the verified inflation would be a conjunctural and transient issue” but “the war in Ukraine came to dispel this illusion and provoke a major increase in all building materials, namely in all metals and all products in which energy is a relevant component in their manufacture.” Also alerting to the fact that in the private construction market, “where a fixed price has been the dominant model, it will therefore be absolutely necessary, in terms of contracting new building works and also those already in progress, to provide for price review mechanisms, which allow construction companies to have fair conditions to carry out the works. Indeed, when a journalist questions a developer about the overall investment of their development, the given value today may not be real tomorrow. That is why, despite the positive moment that national real estate is going through, there are already those who ask: will we witness impasses in construction? Given this reality, the option for many is to change clauses in contracts or “open book” contracts, whereby the projects that are launched have an open budget and only at the end of the works is the price of the used construction materials reviewed and that reflect the real value and corrected to the reality of that time period. (See North Winds section on page 50 for more information.) Faced with all these multiple scenarios, we will therefore need good, strong leaders to guide us in these increasingly uncertain and obscure times. (See North Winds section on page 50 for more information.) Given the current international situation, we have faith that not everyone is seduced like Faust and that they realise that we are not dealing with an epic poem, but rather a tragic sonnet.


Soluções Crédito Habitação

Este é o meu lugar O melhor lugar é a nossa casa Sinta-se em casa no Santander. Se sonha com a casa dos seus sonhos, no Santander com as soluções de crédito habitação, está no lugar certo. Sujeito à aprovação do Banco.

Informe-se em

santander.pt


Melhor Empreendimento do Ano 16 Melhor Empreendimento do Ano

Best Development of the Year

Best Development of the Year

Ageas Tejo

Uma referência na centralidade da cidade A landmark in the city’s sphere


Melhor Empreendimento do Ano Best Development of the Year

A cada edição que passa tentamos perceber o que faz de um empreendimento o “melhor dos melhores”. À conversa com Gilles Emond, Head of Real Estate do Grupo Ageas Portugal, percebemos o que distingue este edifício localizado no Parque das Nações, em Lisboa. With each edition that passes, we try to understand what makes a development the “best of the best”. In conversation with Gilles Emond, Head of Real Estate of the Ageas Portugal Group, we learnt what makes this building, located in Lisbon’s Parque das Nações, so special.

Texto Text: Carla Celestino

O investidor foi a Grupo Ageas Portugal, o promotor o Grupo Martinhal, o arquitecto responsável pelo projecto de arquitectura foi Eduardo Capinha Lopes e o fit-out coube à Broadway Malyan. De tanto talento conjunto resultou um edifício arrojado, inovador e sustentável: o Ageas Tejo. A nova sede desta empresa triunfou na Categoria Escritórios do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 e arrecadou o troféu máximo de “Melhor Empreendimento do Ano”. Este edifício de escritórios ocupa 7.400 metros quadrados de terreno, tem 62,5 metros de altura e 14 andares acima do solo e dois abaixo do solo. Traduz uma imagem imponente e um espaço único de trabalho. “Este edifício foi um passo importante dado na vida da empresa porque, pela primeira vez, todas as pessoas estão a trabalhar no mesmo espaço e isso era um objectivo estratégico para o grupo”, diz Gilles Emond, salientando que foi também “importante porque permitiu ter uma nova abordagem nas formas de trabalhar, no trabalho flexível e em equipa, conceitos que fazem parte da cultura da empresa.” A abordagem a estes novos conceitos de

17

trabalho foi iniciada em 2018, antes da pandemia, “derivado do aumento do fluxo de trabalho, da necessidade de networking, de flexibilidade e de interacção entre o gestor e a sua equipa e entre as diferentes equipas”. Emond recorda que, nessa altura, “estes conceitos eram óbvios para nós” mas reconhece que “hoje, derivado da pandemia, tornou-se mais comum trabalhar a partir de casa, por exemplo. Na verdade, estas ‘novas formas de trabalhar’ podem ser resumidas nos 3 Bs: o edifício (Bricks), claro, mas também a adaptação dos Sistemas de Informação (Bytes) e, por último mas não menos importante, novos comportamentos (Behaviors) das pessoas.”

Ligação com a cidade

O Ageas Tejo tem uma grande “visibilidade e presença dentro de Lisboa”, onde a “localização e a interacção com a cidade” foi um dos principais pontos na colaboração com o arquitecto Eduardo Capinha Lopes no projecto de arquitectura, destaca Gilles Emond. Do mesmo modo, a “ligação e comunicação interior entre os espaços” foi outro dos pontos fortes que surgiu do projecto fit-out da Broadway Malyan.


18 Prémio Nacional do Imobiliário Portuguese Property History

pectivo nome. Para além destes investimentos no mercado de escritório, vão ainda apostar “nos contratos de longo arrendamento, dos quais fazem parte as residências para estudantes”, sendo que um dos projectos já está em construção no Porto. No futuro prevêem ainda investir “em residências para seniores”, ou seja, em “projectos que tenham uma dinâmica diferente do ponto de vista económico e que permitam uma evolução da economia e do País”.

Localizado num bairro de fácil acesso através de transportes públicos, com habitação, comércio e espaços de lazer, tornou-se numa referência para a empresa pois traduziu-se no “primeiro passo para a sustentabilidade”. O edifício tem os seus próprios espaços verdes privados e ligação directa a um parque público, além de terraços ajardinados. Possui uma horta comunitária e já estão a trabalhar em colaboração com o projecto da associação Semear. Obteve ainda o certificado BREEAM com a classificação de Excelente. De todos os pisos pode-se apreciar uma forma diferente de olhar a capital mas é no rooftop, com uma panorâmica de quase 360º, que se pode avistar toda a cidade, até para lá das margens do rio Tejo.

Investir com prudência

Relativamente à sua visão de liderança, Gilles Emond declara que são “uma empresa seguradora e investidores a longo prazo” e que “viemos para ficar para sempre”. Mas frisa também que têm “um papel na economia nacional e, em particular, no imobiliário”, pelo que, “enquanto investidor institucional, temos de ter uma visão global, perante os nossos accionistas e os nossos clientes, na qual, tendo em conta a situação internacional e a pandemia, é muito importante, sermos prudentes.” Paralelamente defende que uma empresa líder deve ter igualmente “uma visão de futuro assente na sustentabilidade e na renovação das cidades.” Nesta estratégia de longo prazo, Emond diz que têm “confiança no mercado de escritórios” e que já contam com “uma carteira de cerca de 10 edifícios de referência.” Avança que estão a fechar o acordo com um novo inquilino que vai ocupar parte do edifício Ageas Tejo, embora ainda não possa anunciar o res-

The investor was the Ageas Portugal Group, the developer the Martinhal Grupo, the architect responsible for the architectural project was Eduardo Capinha Lopes, and the fit-out was done by Broadway Malyan. So much combined talent resulted in a bold, innovative and sustainable building: the Ageas Tejo. The insurance company’s new headquarters triumphed in the Office Category at the National Real Estate Awards 2022 and won the top gong for ‘Best Development of the Year’. This office building occupies 7,400 square meters of land, standing at 62.5 metres high and boasting 14 floors above ground and two below. Altogether, it translates into an imposing image and a unique workspace. “This building was an important step taken in the life of the company because, for the first time, everyone is working in the same space, and that was a strategic goal for the group,” explains Gilles Emond, highlighting that it was also important “because it allowed us to take a new approach in the ways of working, with flexible working and teamwork, concepts that are part of the company’s culture”. The approach to these new work concepts began in 2018, before the pandemic, “stemming from the increase in workflow, the need for networking, flexibility, and interaction between the manager and their team and between the different teams”. Emond notes that, at that time, “these concepts were obvious to us”, but recognises that “today, due to the pandemic, it has become more common to work from home, for example. In fact, these ‘new ways of working’ can be summarised by the 3 Bs: the building (Bricks), of course, but also the adaptation of Information Systems (Bytes) and, last but not least, new Behaviours of people”.

Connection with the city

Ageas Tejo has a great “visibility and presence within Lisbon”, where the “location and interaction with the city” was one of the main points in the collaboration with the archi-

tect Eduardo Capinha Lopes, highlights Gilles Emond. Likewise, the “connection and internal communication between spaces” was another of the strengths that emerged from the Broadway Malyan fit-out project. Located in a neighbourhood that’s easily accessible by public transport, with housing, commerce and leisure spaces, it has become a reference for the company, as it has become the “first step towards sustainability”. The building has its own private green spaces and direct connection to a public park, in addition to landscaped terraces. It has a community vegetable garden and they are already working in collaboration with a project from the Semear association. The building also obtained the BREEAM certification with the rating of Excellent. From all floors, there’s a different way of admiring the capital, but it is on the rooftop, with an almost 360º panoramic view, where the entire city can be seen, even beyond the banks of the Tagus River.

Investing wisely

Regarding their leadership vision, Gilles Emond says that they are “an insurance company and long-term investors” and that “we are here to stay forever”. But he also stresses that they have “a role in the national economy and, in particular, in real estate”: “As an institutional investor, we have to have a global vision, before our shareholders and our customers, in which, taking into account the international situation and the pandemic, it is very important that we be prudent.” At the same time, he argues that a leading company must also have “a vision of the future based on sustainability and the renewal of cities”. In this long-term strategy, Emond says they have “confidence in the office market” and that they already have “a portfolio of around 10 landmark buildings”. He adds that they are closing an agreement with a new tenant who will occupy part of the Ageas Tejo building, although he cannot yet disclose the name. In addition to these investments in the office market, they will also invest “in long-term lease contracts, which include student residences”, with one of the projects already under construction in Porto. In the future, they also plan to invest “in residences for seniors” – that is, in “projects that have a different dynamic from an economic point of view and that allow an evolution of the economy and the country”.



Históricos do Imobiliário 20 Históricos do Imobiliário

Portuguese Property History

Portuguese Property History

Gabriel Marques

O trabalho é o maior prazer Work is the greatest pleasure


Históricos do Imobiliário Portuguese Property History

Entrevista de Joaquim Pereira de Almeida Fevereiro 2011 By Joaquim Pereira de Almeida February 2011

Fotos Photos: Anabela Loureiro

Gabriel Marques nasceu em Tomar, a 18 de Março de 1926 e, como afirma, desde criança que tinha o desejo de ter o ofício de pedreiro. A infância foi passada no campo sem acesso a estudos ou a qualquer outro tipo de formação. Aos 13 anos conseguiu trabalho na casa de um senhor da região, de seu nome Miguel Carvalho dos Santos. Aí esteve até aos 19 anos, altura em que decide realizar o seu sonho: Vir trabalhar para Lisboa. Deixa Tomar em 9 de Abril de 1945 e vai para a capital para ser servente, praticamente sem nada. Um amigo arranjou-lhe o primeiro trabalho e um quarto para dormir. Andou por lá sete meses. Desses primeiros tempos lembra-se especialmente de João Duarte, mais conhecido por João Calhordas, que gostou dele e manteve-o até ao final da obra. Seguiu-se outro trabalho, agora para António Duarte que estava a construir um imóvel na Avenida Guerra Junqueiro. Na altura Gabriel não se interessava muito pelo dinheiro, queria mas era aprender. Foi ganhar 22 escudos por dia. A tropa, em 1947, apanha-o a meio caminho e o serviço militar acaba por ser muito importante porque lhe permite tirar a quarta classe que lhe daria a possibilidade de fazer a escola

21

de condução. Deixa o quartel e volta à mesma vida. Nunca teve caprichos, dormia nos estaleiros e trabalhava dia a noite, muitas vezes à luz de um candeeiro a petróleo. Foi na Amadora que começou a tomar obras de raiz. Os amigos incentivaram-no a ser empreiteiro. Comprava o terreno hipotecado e tinha muitas ajudas. Uns forneciam o tijolo, outros diversos materiais de construção. Nunca mais parou. Com três amigos pedreiros faz a primeira sociedade onde cada um investiu sete contos e quinhentos. Vivia-se o ano de 1949 quando construiu um imóvel em Benfica. Continuou a tomar empreitadas e juntou dinheiro até que fez um edifício que rendeu 80 contos, “20 para cada um”. A partir daqui fica só com mais um sócio. Reinava, então, um clima de confiança entre os empreiteiros que faziam empréstimos uns aos outros. Ele assegura que, então, havia muito entusiasmo. Como todo o bom homem da terra, aos 25 anos, foi a Tomar para se casar. Teve dois filhos, um rapaz e uma rapariga, e já tem cinco netos e cinco bisnetos. Trouxe a mulher para Lisboa e não perdeu


22 Históricos do Imobiliário Portuguese Property History

tempo. Arranjou-lhe um emprego como porteira no prédio onde vivia, num apartamento arrendado. Mantinha a sua actividade como empreiteiro e passou a trabalhar, também, para o senhorio que, entretanto, emigrara para o Brasil. Recebia as rendas e envia-as para lá. Era como se fosse procurador. O tempo foi passando e ele queria ter um andar para si. Acabou por comprar um andar por 500 contos, junto à Avenida do Brasil. Entretanto, já adquirira, também, uma propriedade na terra de onde trazia muitos produtos. Estava absolutamente lançado e as empreitadas sucediam-se. Havia, naturalmente, outro tipo de dificuldades. As aprovações nas Câmaras. “Não era fácil”. Ele entregava os terrenos aos engenheiros e, às vezes, aos arquitectos, todos ligados à Câmara e eram eles que faziam acelerar os projectos, à custa, diga-se, de muito boas remunerações. O tempo de aprovação derivava do grau de influência dos projectistas. A média era uns cinco meses! Tudo isto corria de feição até que surge o 25 de Abril de 74. Tinha prédios acabados e outros para começar. “Oscilou um pouco” mas soube aguardar. A verdade é que as obras não pararam e ele tinha empreitadas na Avenida dos Estados Unidos da América, nos Olivais,

na Portela. Em Telheiras, onde começara a construir em 1968, teve e tem numerosos edifícios construídos. Gabriel Marques deu aos filhos aquilo que os seus pais não lhe puderam proporcionar: formação. É assim que, logo que pôde, começou a dar sociedade ao filho que se formou em Engenharia, no Técnico, e que actualmente dirige os negócios do pai. Ainda hoje Gabriel tem uma postura simples onde irradia um olhar brilhante. É difícil descobrir como se diverte fora do trabalho porque, como ele afirma, o seu “maior prazer é trabalhar”. A custo, lá confessa que já esteve em Espanha e no Brasil. Sobre a actualidade, afirma que a nossa sociedade piorou. “A juventude não foi habituada a trabalhar, não tem inspiração”. Mas lamenta que haja tantos jovens formados que não têm trabalho. Gabriel Marques ainda hoje acorda cedo e vai visitar as suas obras para se certificar de que tudo está a correr bem. O trabalho é, sem dúvida, a sua maior satisfação. Gabriel Marques was born in Tomar on 18 March, 1926 and, in his own words, he wanted to be a bricklayer ever since he was a child. His childhood was spent in the countryside with no access to schooling or any other type

Estava absolutamente lançado e as empreitadas sucediam-se. Havia, naturalmente, outro tipo de dificuldades. As aprovações nas Câmaras. Não era fácil. He had well and truly arrived, and the work contracts came one after the other. There was, of course, another kind of difficulty: the approvals from city halls. It wasn’t easy.”


Históricos do Imobiliário Portuguese Property History

of training. At the age of 13, he got a job at the house of a local named Miguel Carvalho dos Santos. He stayed there until the age of 19, when he decided to fulfill his dream: to come to work in Lisbon. He left Tomar on 9 April, 1945 and travelled to the capital to be a servant, with almost nothing to his name. A friend got him his first job and a room to sleep in. He was there for seven months. From those early days, he especially remembers João Duarte, better known as João Calhordas, who took a shine to him and kept him on until the end of the job. Another job followed, this time for António Duarte who was building a property on Avenida Guerra Junqueiro. At the time, Gabriel wasn’t particularly interested in money; he just wanted to learn. He was earning 22 escudos a day (around €0.11 today). In 1947, the army called on him and his military service turned out to be a blessing in disguise: he was able to complete the fourth grade, which gave him the opportunity to attend driving school. After leaving the barracks, he returned to the same life. He never had whims, he slept in the shipyards and worked night and day, often by the light of an oil lamp. It was in Amadora that he began to take on projects from scratch. Friends encouraged

him to become a contractor. He bought mortgaged land and had a lot of help. Some provided the bricks, others various building materials. And he never stopped. Along with three bricklayer friends, he formed the first association where each one invested 7 contos and 500 escudos (around €37 today). It was 1949 when he built a property in Benfica. He continued to take on ventures and saved money until he erected a building that yielded 80 contos (almost €400) – “20 each”. From then on, he had just one partner. At the time, there was a climate of trust between the contractors who gave loans to one another. He assures us that there was a lot of enthusiasm in those days. Like every good local boy, at the age of 25 he went back to Tomar to get married. He had two children, a boy and a girl, and now has five grandchildren and five great-grandchildren. He brought his wife to Lisbon and wasted no time. He got her a job as a doorkeeper in the building where he lived, in a rented apartment. He maintained his work as a contractor and also started to work for the landlord who, in the meantime, had emigrated to Brazil. He received the rents and sent them there. It was as if he were a proxy holder. Time passed and he wanted to have a floor for

23

Tudo isto corria de feição até que surge o 25 de Abril de 74. Tinha prédios acabados e outros para começar. Oscilou um pouco mas soube aguardar. All this was going smoothly until 25 April, 1974 – the Carnation Revolution. There were finished buildings and others due to start. It fluctuated a little but he knew to wait.”


24 Históricos do Imobiliário Portuguese Property History

himself. He ended up buying an entire storey for 500 contos (around €2,494), next to Avenida do Brasil. However, he had also already acquired a property in Tomar from which he brought many products. He had well and truly arrived, and the work contracts came one after the other. There was, of course, another kind of difficulty: the approvals from city halls. “It wasn’t easy,” he says. He handed over the land to the engineers and, sometimes, to the architects, all connected to the councils, and they were the ones who sped up the projects, at the expense of, let’s say, very good compensation. Approval time depended on the degree of influence held by the

project planners. The average was around five months. All this was going smoothly until 25 April, 1974 – the Carnation Revolution. There were finished buildings and others due to start. “It fluctuated a little” but he knew to wait. The truth is that the works didn’t stop, and he had projects on Avenida dos Estados Unidos da América, in Olivais and in Portela. In Telheiras, where he started to build in 1968, he had and still has numerous buildings bearing his stamp. Gabriel Marques gave his children what his own parents could not provide: education. And so, as soon as he could, he made his son partner, after graduating in Engineering at Instituto Superior Técnico, and he currently runs his fa-

ther’s business. Even today, Gabriel has a humble demeanour but with a twinkle in his eye. It’s hard to figure out how he enjoys himself outside of work because, as he puts it, “his greatest pleasure is working”. With a bit of a nudge, he admits he’s been in Spain and Brazil. About the present, he says that our society has worsened. “The youth today isn’t used to working, they have no inspiration,” but he’s sorry to see that there are so many young graduates without work. Gabriel Marques still wakes up early and goes to visit his sites to make sure that everything is going well. Work is, without a doubt, his greatest satisfaction.


O futuro do Imobiliário é aqui. Melhores condições financeiras e de formação do mercado. Presente nos 5 continentes, a eXp Realty é a mediadora que mais cresce a nível mundial.

Descubra mais em www.expportugal.com info@expportugal.com 21 123 87 70

exprealtyportugal


Metro Quadrado 26 Metro Quadrado

Square Meter

Square Meter

Salão Imobiliário de Portugal 2022

Portugal Real Estate Exhibition 2022

“Aumentar a potencialidade de negócio” “Increase business potential”


Metro Quadrado

Square Meter

De 12 a 15 de Maio o espaço da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, recebe o Salão Imobiliário de Portugal 2022. A gestora da feira Sandra Bértolo Fragoso, revela quais serão as grandes novidades deste salão líder do sector no nosso País. From 12 to 15 May, the Lisbon International Fair in Parque das Nações will host the Portugal Real Estate Exhibition (SIL) 2022. The fair manager, Sandra Bértolo Fragoso, reveals what will be the big news of this national sector leader.

Entrevista Interview: Carla Celestino

O SIL está de regresso à agenda dos eventos de Maio. Esta aposta está a ser um sucesso? Esta nova data, permite aumentar a potencialidade de negócio nalguns segmentos específicos do sector imobiliário. Os promotores e mediadores do segmento Residencial Turístico, poderão apostar mais na apresentação dos seus activos quer para venda quer em regime de aluguer temporário (Verão), na medida em que a data é mais propicia à aquisição deste tipo de imóveis. Que novidades pode já avançar relativamente à edição de 2022 do SIL? Este ano, destacamos o SIL Cidades, pois cada vez mais os municípios procuram abordagens e serviços inclusivos nas Suas Cidades, que garantam participação, acesso a habitação, a equipamentos, as cidades são cada vez mais centradas no cidadão e desenhadas por e para eles. O Espaço SIL CIDADES será um espaço em que os Municípios darão a conhecer os seus activos imobiliários e todas as suas potencialidades aos investidores. Contamos com a presença de Municípios que diferem nas suas características, quer pela dimensão, quer pela localização geográfica, mas que se destacam pela sua evolução e aposta em medidas que visam cidades que proporcionem maior qualidade de vida e sejam mais sustentáveis, continuando a ser atractivas para os investidores. O SIL Cidades será um espaço premium na

27

exposição e também tema para as Conferências do 1º dia do SIL, no âmbito do SIL Investment Pro. Serão debatidos temas como “O passado, o presento e o futuro das cidades” e o “Business plan para uma sociedade mais sustentável”. Na última edição do SIL anunciou que iria haver uma região convidada, já pode adiantar mais pormenores? Podemos revelar que a Região Autónoma da Madeira aceitou este desafio, o que muito nos regozija, por ser uma zona tão rica no sector imobiliário e turístico, que irá por certo possibilitar ao público e profissionais conhecer os seus activos imobiliários, as inúmeras oportunidades para investimento e as potencialidades de uma região em pleno desenvolvimento que se preocupa com os cidadãos e em ter políticas sustentáveis. Porque esta é uma edição dedicada aos líderes e porque o SIL representa os líderes do imobiliário, pergunto-lhe: Tendo em conta os tempos adversos que vivemos, na sua opinião, o que faz de um salão um grande líder no mercado em que opera, no presente caso do imobiliário? O SIL é um espaço reconhecido como o ponto de encontro do sector de investidores, empresários, técnicos, organismos públicos e público potencial comprador. Nesse sentido assume-se como Salão Líder do Imobiliário em Portugal, pois para além da dimensão, proporciona network, concretização de ne-


28 Metro Quadrado Square Meter

Esta nova data, permite aumentar a potencialidade de negócio nalguns segmentos específicos do sector imobiliário. This new date makes it possible to increase business potential in some specific segments of the real estate sector.” C

gócios e debate sobre as tendências e o futuro do imobiliário. SIL is back on the events calendar, but this time in May. Has this new date been a success? This new date makes it possible to increase business potential in some specific segments of the real estate sector. Developers and real estate agents in the residential tourism segment will be able to focus more on presenting their assets either for sale or on a temporary rental basis (summer), as the date is more favourable for purchasing this type of property. What news can you already share regarding the 2022 edition of SIL? This year, we highlight SIL CIDADES, as more and more municipalities are looking for inclusive approaches and services in SIL CIDADES, which guarantee participation, access to housing, equipment and so on. Cities are increasingly citizen-centred and designed by and for them. SIL CIDADES will be a space where the municipalities will make their real estate assets and all their potential known to investors. We count on the presence of municipalities that differ in their characteristics, both in terms of size and geographical location, but which stand out for their evolution and investment in measures aimed at cities that provide better quality of life and are more sustainable, continuing to be attractive for investors. SIL CIDADES will be a premium space at the

exhibition and also the theme for the first day of the SIL Conferences, within the scope of SIL Investment Pro. Topics such as “The past, present and future of cities” and the “Business plan for a more sustainable society” will be discussed.

M

Y

CM

MY

CY

In the last edition of SIL, you announced that there would be a guest region. Can you provide more details? We can reveal that the Autonomous Region of Madeira accepted this challenge, which makes us very happy, as it is such a rich area in the real estate and tourist sector, which will certainly allow the public and professionals to discover its real estate assets, the countless opportunities for investment and the potential of a region in full development that cares about citizens and having sustainable policies. Because this is an edition dedicated to leaders, and because SIL represents the leaders in real estate, I ask you: given the adverse times we are experiencing, in your opinion, what makes a fair a great leader in the market in which it operates, in the present case of real estate? SIL is recognised as a meeting point for investors, entrepreneurs, technicians, public bodies and the potential buyer audience. In this sense, it claims its position as the leading real estate show in Portugal, as in addition to its size, it provides a network, business deals, and debate on trends and the future of real estate.

CMY

K



Metro Quadrado 30 Metro Quadrado

Square Meter

Square Meter

Grupo Espaçus

Luxo no coração de Viana do Castelo Luxury in the heart of Viana do Castelo


Metro Quadrado

Square Meter

A essência do Grupo Espaçus traduz-se no profissionalismo, compromisso e inovação dos cenários urbanos. Mas também tem a ambição de transformar o panorama da construção civil em Portugal. O primeiro passo dessa aspiração já foi dado com o recente lançamento da marca Espaçus Prestige, em Viana do Castelo. Quer saber mais? Então acompanhe-nos nesta descoberta de uma brand de prestígio. The essence of Grupo Espaçus translates into professionalism, commitment and the innovation of urban settings. But it also has the ambition of transforming the landscape of the construction industry in Portugal. The first step of this aspiration has already been taken with the recent launch of the Espaçus Prestige brand in Viana do Castelo. Want to know more? Then join us on this discovery of a prestigious brand.

Em Fevereiro de 2022 abriu uma agência em Viana do Castelo que não deixa ninguém indiferente. Ali impera o luxo, o bom gosto, o requinte e onde todos os pormenores contam e fazem a diferença. Espaçus Prestige abriu portas a projetos de arquitetura e imobiliários únicos, de sonho e vocacionados para o segmento médio alto. O timing da sua inauguração foi perfeito. O imobiliário português encontra-se a atravessar um excelente momento e Viana do Castelo não é excepção. Mas este concelho está também a saber atrair turismo de qualidade e com isso a captar e a reter compradores de um target mais elevado. A corroborar esta realidade está o facto da EspaçusPrestige já ter em carteira diversos empreendimentos em comercialização cuja percentagem de venda cifra-se acima dos 50%. O sucesso desta agência tem sido tal que levou a empresa a dar mais um passo inovador. Manuel Casanova, fundador e director-geral do Grupo Espaçus, levanta um pouco a ponta do véu e anuncia que “estamos a preparar uma nova abordagem que prevemos apresentar em Junho deste ano e que tornará a experiência de compra em loja mais exclusiva e contínua.” Curiosos? Nós também, mas ainda temos de esperar mais algum tempo. Fruto dos tempos que correm, onde a tecnologia veio flexibilizar a relação entre empresa e clientes,parceiros e investidores, o Grupo Espaçus lançou o seu website. De design arrojado, moderno e muito intuitivo, permite aceder a toda a informação sobre os imóveis em comercialização, bem como visualizar imagens

31

e vídeos dos exteriores e interiores dos imóveis e daqueles detalhes que fazem a diferença na hora de decidir comprar. Há ainda muitas notícias fresquinhas e a possibilidade de agendar visitas. Pode ainda acompanhar o Grupo Espaçus com todas as suas novidades através das redes sociais: Facebook, Instagram e LinkedIn. Manuel Casanova sublinha que a agência Espaçus Prestige surge numa “cidade em crescendo, onde há procura e oferta por produtos imobiliários premium e onde fazia todo o sentido abrir uma agência da nossa marca.” Refere que já estão a trabalhar com diversos investidores e parceiros imobiliários, e que têm vários projectos em desenvolvimento em Viana do Castelo. A marca Espaçus Prestige é actualmente a “cara” da Espaçus Investimentos que pertence ao universo do Grupo Espaçus e que, dentro em breve, irá partir à conquista do resto do País. A este propósito, esclarece que “actualmente o Grupo Espaçus posiciona-se no mercado exclusivo e de prestígio, pelo que faz sentido deslocar-nos geograficamente para zonas onde podemos crescer e partilhar o nosso know-how.” A meta agora é “transformar o panorama da construção civil”, afirma Manuel Casanova. A atestar pela sua dedicação, inovação e diferenciação, acreditamos que vai conseguir… In February 2022, Espaçus opened an agency in Viana do Castelo that is bound to leave an impression. Luxury, good taste and refinement reign here, where every detail counts and makes a difference. Espaçus Prestige


32 Metro Quadrado Square Meter

opened the door to unique, dreamlike architectural and real estate projects aimed at the upper-middle segment. The timing of its opening was perfect. Portuguese real estate is going through an exciting time and Viana do Castelo is no exception. But this municipality is also able to attract quality tourism and, with that, attract and retain buyers from a higher target audience. Corroborating this reality is the fact that Espaçus Prestige already has several developments for sale in its portfolio whose sales percentage is above 50%. The success of this agency has been such that it has led the company to take another innovative step. Manuel Casanova, founder and managing director of Grupo Espaçus, lifts the veil a little and announces that “we’re preparing a new approach that we plan to present in

June this year and that will make the in-store shopping experience more exclusive and continuous”. Curious? So are we, but we still have to wait a little longer. As a result of current times, where technology has made the relationship between company and customers, partners and investors more flexible, Grupo Espaçus launched its website. With a bold, modern and very intuitive design, it allows access to all the information about the properties for sale, as well as the option of viewing images and videos of the exteriors and interiors of the properties and all those details that make the difference when deciding to buy. There is also lots of fresh news and the possibility to schedule visits. You can also follow Grupo Espaçus with all its news through social media: Facebook, Instagram and LinkedIn.


Metro Quadrado

Square Meter

33

Manuel Casanova emphasises that the Espaçus Prestige agency emerges in a “growing city, where there is demand and supply for premium real estate products and where it made perfect sense to open an agency from our brand”. He mentions that they are already working with several investors and real estate partners, and that they have several projects under development in Viana do Castelo. The Espaçus Prestige brand is currently the “face” of Espaçus Investimentos, the investment side of the business that falls under the Grupo Espaçus umbrella and will soon set out to conquer the rest of the country. In this regard, he explains that “Grupo Espaçus is currently positioned in the exclusive, prestigious market, so it makes sense to move geographically to areas where we can grow and share our know-how”. The goal now is to “transform the construction landscape”, says Manuel Casanova. And, judging their its dedication, innovation and uniqueness, we believe that they will achieve it.


Fio-de-Prumo 34 Fio-de-Prumo

Plumb Line

Plumb Line

PVW Tinsa

Uma fusão ibérica de sucesso A successful Iberian fusion


Fio-de-Prumo Plumb Line

O grupo Tinsa tem vindo a crescer em praticamente todos os mercados e linhas de negócio nos países onde opera a nível global. Em Portugal ainda não estão presentes em todas as áreas de negócio mas, segundo o partner José Manuel Morgado, e agora com a união entre a Tinsa e a PVW, vão promover e reforçar uma oferta forte e qualificada no nosso País. The Tinsa group has been growing in virtually all markets and business lines in the countries where it operates globally. While in Portugal they’re not yet present in all business areas, according to the partner José Manuel Morgado, and now with the union between Tinsa and PVW, they will promote and reinforce a strong and qualified offering in our country.

O que moveu à união da PVW com a Tinsa e que mais-valias já resultaram desta junção? A Tinsa já liderava a actividade de avaliação imobiliária em vários países europeus e da América-Latina. Sendo uma empresa de génese espanhola e líder no seu próprio país, não fazia muito sentido não o ser também na Península Ibérica. A PVW, fundada em 2003, já liderava igualmente em Portugal a actividade mas não tinha capacidade de crescer muito mais isoladamente. Com a junção das duas foram atingidos, por via da sinergia, o que faltava a cada uma das empresas. O processo foi, assim, rápido e quase imediato. Foram integradas as equipas e reorganizadas da melhor forma possível para atender aos clientes que vinham de ambas as empresas, foram feitas economias de escala, mas também investimentos relevantes em IT, marketing e comunicação. Abriram-se mais escritórios, afinaram-se políticas e procedimentos e dotaram-se as duas empresas, agora unidas numa só, com os meios para poder ambicionar mais. Foi um casamento feliz e produtivo para ambas as partes. Como se está a desenvolver a vossa actividade em 2022? A PVW Tinsa em 2021 cresceu 20% e pese embora que tenha sido ainda um ano marcado pela pandemia, acabou contudo por se revelar um ano bastante positivo para a actividade com aumento de 20% no seu EBITA. Prevemos

35

que 2022 possa ser um ano melhor que 2021 num acréscimo acima de 10% de EBITDA face ao ano anterior. No ano passado e no início deste ano tivemos uma nova delegação na Madeira e a contratação de técnicos próprios residentes em Viseu, que se somaram às equipas já sedeadas em Lisboa, Porto e Algarve. A abertura em novas zonas do País não está excluída, nomeadamente nos Açores, e continua o reforço das equipas, nomeadamente no Porto e no Algarve. Do que se pode revelar publicamente a aposta em IT está a ser reforçada e estão a ser equacionadas outras actividades a revelar oportunamente. Qual a sua opinião sobre o estado do mercado tendo em conta a actual conjuntura? Apesar das novas tensões geopolíticas da Europa, o interesse dos investidores imobiliários internacionais pelo imobiliário português continua sólido e poderá mesmo vir a sair beneficiado do actual clima de instabilidade global. Esses receios acompanhados ainda pelo risco da crescente pressão inflacionista e do potencial comportamento das taxas de juro levantou algumas preocupações aos detentores de imobiliário, mas o interesse dos investidores imobiliários internacionais pelo imobiliário português não tem dado sinais de ter refreado, nomeadamente no sector residencial e nos activos de rendimento. Portugal poderá sobressair ainda mais, ficando mais favorecido como sendo uma opção


36 Fio-de-Prumo Plumb Line

How is the business going in 2022? In 2021, PVW Tinsa grew by 20%, and although it was still a year marked by the pandemic, it nevertheless turned out to be a very positive year for the sector with a 20% increase in its EBITA. We expect 2022 to be a better year than 2021, with an increase of more than 10% in EBITDA compared to the previous year. Last year and at the beginning of this year, we had a new delegation in Madeira and hired our own technicians residing in Viseu, adding to the teams already based in Lisbon, Porto and the Algarve. Opening in new areas of the country hasn’t been ruled out, namely in the Azores, and the reinforcement of teams continues, particularly in Porto and Algarve. From what can be publicly revealed, the focus on IT is being boosted and other activities are being considered, to be revealed in due course.

ainda mais válida por factores chave derivados da sua geografia e de uma maior percepção de segurança. Poderemos vir ainda a beneficiar no sector no turismo com uma procura crescente de mercados emissores que não eram tradicionalmente nossos e ainda com a deslocação de empresas para o nosso País, que é o que está mais afastado geograficamente das zonas de potencial conflito. Apesar das incertezas globais, o interesse dos investidores pelo imobiliário português deverá manter-se em alta ao longo deste ano, pese embora que, face aos actuais constrangimentos que se colocam em toda a sua cadeia de valor, nos pareça inevitável alguma subida generalizada de preços neste sector por via do balanço oferta versus procura, tempos de licenciamento e motivada também pela subida de custos de construção e dos prazos de fornecimento. What moved PVW and Tinsa to come together and what added value has already resulted from this merger?

Tinsa was already leader in real estate appraisal in several European and Latin American countries. As a company of Spanish origin and a leader in its own country, it didn’t make much sense not to be in the Iberian Peninsula as well. PVW, founded in 2003, had already led the activity in Portugal but did not have the capacity to grow much more on its own. By combining the two, through synergy, what was lacking in each of the companies was achieved. The process was therefore quick and almost immediate. The teams were consolidated and reorganised in the best possible way to serve the customers who came from both companies, savings of scale were made, as were significant investments in IT, marketing and communication. More offices were opened, policies and procedures were refined and the two companies, now united as one, were endowed with the means to aspire to more. It was a happy and fruitful marriage for both parties.

What is your opinion on the state of the market, taking into account the current situation? Despite the new geopolitical tensions in Europe, the interest of international real estate investors in Portuguese property remains solid and may even benefit from the current climate of global instability. These fears, together with the risk of growing inflationary pressure and the potential behaviour of interest rates, raised some concerns among property owners, but the interest of international real estate investors in Portuguese real estate hasn’t shown any signs of slowing down, namely in the residential sector and in income assets. Portugal could stand out further, becoming more sought after as an even more valid option due to key factors related to its geography and a greater perception of security. We may still benefit in the tourism sector with a growing demand for outbound markets that were not traditionally ours and with the relocation of companies to our country, which is geographically the furthest in Europe from the areas of potential conflict. Despite global uncertainties, investor interest in Portuguese real estate is expected to remain high throughout this year, despite the fact that, given the current constraints in its entire value chain, a rise in prices across the board seems inevitable in this sector through the balance of supply versus demand, licensing times, and motivated also by the rise in construction costs and supply deadlines.



Opinião Opinion

Carlos Suárez

Não esqueçamos a matriz de Eisenhower!

Let’s not forget the Eisenhower Matrix!

Carlos Suárez Administrador VICTORIA Seguros Board member VICTORIA Seguros

Se grande parte do nosso tempo, profissional e pessoal, do ano passado, passámo-lo preocupados com um Covid que teimava em persistir – influenciando ainda mais a nossa percepção dos eventuais impactos na fileira da construção e o imobiliário – já no último trimestre do exercício e início de 2022, acrescentámos outros assuntos na nossa agenda quotidiana. Dessa forma, aquela ideia de que o Covid tinha mudado as regras de jogo e que a saúde humana devia ser um elemento central na evolução do sector imobiliário na utilização do parque edificado passou a ser secundária. Deixámos de pensar tanto em desenvolver imóveis mais evoluídos em termos de isolamento térmico e acústico, dotados de planos de contingência, possibilitando, assim, que os edifícios actuassem como agentes (não tão) passivos de saúde pública… e passámos a pensar mais em como fazer face aos inquietantes sinais de estrangulamento das cadeias logísticas, escassez de mão-de-obra e aumento exponencial dos custos da construção, tudo a acontecer em simultâneo. Um caso claro de matriz de Eisenhower. Obviamente – e apesar dos inegáveis efeitos negativos da conjuntura supracitada – existem boas notícias que, no médio prazo, permitem olhar para o sector com certo optimismo. Primeiramente, a abertura política demonstrada por alguns organismos para avançar no processo de simplificação do licenciamento urbano, para atacar o problema dos prédios devolutos no centro das cidades ou,

ainda, para experimentar novas formas de acesso à habitação, em particular para as rendas mais baixas. Em segundo lugar, é de celebrar o estabelecimento de fundamentos sérios conducentes à aplicação efetiva duma estratégia poliédrica de reabilitação das cidades, com um ênfase significativo nos sete eixos de atuação da estratégia de longo prazo para a renovação dos edifícios. Finalmente, não se pode deixar de referir como um aspecto positivo a existência de um volume interessante de fundos PRR, destinados, por um lado, a aumentar a oferta habitacional e, por outro lado, à melhoria da capacidade instalada das infra-estruturas, pese embora a referida situação actual do sector comece a comprometer a sua efectiva execução. No entanto, alguns temas históricos como a fiscalidade – 23% IVA e dupla tributação na construção nova (AIMI) – e outros mais recentes como o novo regime dos Vistos Gold – que proíbe, a partir de 1 de Janeiro de 2022, o investimento em imobiliário residencial nas Áreas Metropolitanas de Porto e Lisboa e em localizações específicas do Algarve – continuam a comprometer, incompreensivelmente, o investimento no nosso sector imobiliário, apresentando-se, juntamente com os elementos conjunturais já mencionados, como nuvens cinzentas no horizonte a curto e médio prazo. While much of our time last year, both professional and personal, was spent worrying


Metro Quadrado

Square Meter

about a Covid that stubbornly persisted – further influencing our perception of possible impacts on the construction and real estate sector –, the last quarter of the year and the beginning of 2022 has already forced us to add other subjects to our daily agenda. In this way, the idea that Covid had changed the rules of the game and that human health should be a central element in the evolution of the real estate sector in the use of building stock became secondary. We stopped thinking so much about developing more advanced properties in terms of thermal and acoustic insulation, equipped with contingency plans and thus enabling buildings to act as (not so) passive agents of public health… and we started to think more about how to deal with disturbing signs of bottlenecks in logistics chains, labour shortages and an exponential increase in construction costs, all happening at the same time. A clear case of the Eisenhower Matrix. Obviously – and despite the undeniable negative effects of the aforementioned situation –, there is good news that, in the medium term, allows us to look at the sector with a certain optimism. Firstly, the political openness shown by some organisations to make further progress in the process of simplifying urban licensing, tackle the problem of vacant build-

39

ings in city centres or, even, experiment with new forms of access to housing, in particular for the lower rents. Secondly, it is important to celebrate the establishment of serious foundations conducive to the effective implementation of a polyhedral strategy for the rehabilitation of cities, with a significant emphasis on the seven operational axes of the long-term strategy for building renovations. Finally, one cannot fail to mention a positive aspect: the existence of an interesting volume of PRR funds, destined, on the one hand, to increase housing supply and, on the other hand, to improve the installed capacity of infrastructure, despite the fact that the current situation in the sector is beginning to jeopardise its effective execution. However, some historical issues such as taxation – 23% VAT and double taxation on new construction (AIMI) – and more recent ones such as the new Golden Visa regime – which, as of 1 January 2022, excludes investment in residential real estate in the Metropolitan Areas of Porto and Lisbon and in specific locations in the Algarve – continue to, incomprehensibly, compromise investment in our real estate sector, presenting themselves, together with the aforementioned circumstantial elements, as dark clouds on the short- and medium-term horizon.


Opinião Opinion

José Araújo

Os efeitos da guerra no imobiliário em Portugal

The effects of the war on real estate in Portugal

José Araújo Director da Direcção de Crédito Especializado e Imobiliário do Millennium bcp Director of the Department of Specialised Credit and Real Estate, Millennium bcp

Infelizmente, os rumores no início do ano, de que podia haver um conflito armado na Europa, acabou por suceder mais depressa que o esperado. Em apresentações a que assisti no início do ano só havia quase aspectos positivos, na minha opinião, até excessivos, onde quase se ignorava também o efeito da inflação no mercado. A realidade, lamentavelmente, veio dar-me razão, e a inflação e os aumentos dos materiais e energia, que já cá andavam no último trimestre, parecem que com a realidade do conflito militar, estão algo descontrolados e até diria, muito especulativos. Isto não mata, para já, o apetite dos investidores do sector imobiliário que olham para Portugal, mas mói e assusta. É verdade que as taxas de juro não estão a subir ao ritmo dos aumentos anteriormente referidos, que a liquidez permanece e os preços em

Portugal continuam bem mais atractivos do que nos nossos vizinhos do lado, de Londres e mesmo das cidades alemãs e francesas. E por estes factores, todos os dias temos gente a bater-nos à porta a querer saber de terrenos em venda, armazéns, edifícios e já não se fala de habitação onde a procura se mantém maior que a oferta e por isso os preços mantém-se altos e ainda a crescer. O build-to-rent e o arrendamento acessível com as verbas do PRR são novas vedetas de quem quer investir. O problema é que as contas, as garantias e as cargas fiscais ainda existentes no fim dão yields só suportáveis a longos prazos, acessíveis apenas para companhias seguradoras ou fundos que procuram baixas rentabilidades. A pressão no mercado começa a sentir-se face às limitações iniciais que referi, sobre os donos da terra dos activos em oferta. Mas talvez seja a altura para equilibrar mais os retornos de quem vende, e quem compra e espera obter no futuro rápido e próximo, e passar de rendabilidades de dois dígitos para apenas de um. Se a guerra for longa ou alastrar, o mercado será realmente afectado, mas aí todos os sectores e toda a população mundial irão sofrer e muito. Como sou pai e avô tenho de ser optimista e esperar que o bom senso de quem manda e impõe regras aos demais, acabe por encontrar a solução que todos desejam: paz, saúde e prosperidade. Sadly, the rumours at the beginning of the year that there could be an armed conflict in Europe happened sooner than expected. In presentations I attended at the beginning of the year, there were almost only positive aspects – in my opinion, even excessive –, where the effect of inflation on the market was almost ignored. The reality, unfortunately, proved me right, and it seems that inflation and increases in materi-

als and energy, which we had already seen in the last quarter, with the reality of the military conflict, are somewhat out of control and, I would even say, very speculative. This, for now, hasn’t quelled the appetite of investors in the real estate sector looking to Portugal, but it does grate and gives cause for concern. It is true that interest rates are not rising at the pace of the aforementioned increases, that liquidity remains and prices in Portugal continue to be much more attractive than in our nextdoor neighbours, in London and even in German and French cities. And due to these factors, every day we have people knocking on our door wanting to know about land, warehouses and buildings for sale, not to mention housing where demand is still greater than supply and therefore prices remain high and still climbing. Build-to-rent and affordable leasing with RRP (Recovery and Resilience Plan) funds are the new stars for those looking to invest. The problem is that the bills, guarantees and tax burdens still in place at the end give yields that are only bearable in the long term, accessible only to insurance companies or funds looking for low returns. The pressure on the market is starting to be felt in view of the initial limitations that I mentioned, on the landowners of the assets on offer. But perhaps it is time to balance the returns of those who sell and those who buy and expect to obtain returns fast and in the near future, and move from double-digit returns to just a single digit. If the war is long or spreads, the market will truly be affected, but then all sectors and the entire world population will suffer greatly. As a father and grandfather, I have to be optimistic and hope that the common sense of those in leadership positions and who impose rules on others will end up finding the solution that everyone wants: peace, health and prosperity.


Smart Panel 8

DIAGONAL DO ECRÃ COM 203 MM

O Smart Panel 8 é um ecrã táctil KNX que incrementa o conforto e a segurança da sua casa inteligente. Controla os dispositivos do sistema KNX sem recurso a um servidor adicional. Permite o controlo via App dentro da sua rede local. É ideal para remodelações.

JUNG.PT/SP8


Fio-de-Prumo 42 Fio-de-Prumo

Plumb Line

Plumb Line

THE HEIGHT

“Construir como se fosse a nossa própria casa”

“Building as if it were our own home”


Fio-de-Prumo Plumb Line

Há projectos assim. Começam por ser uma procura pessoal, transformam-se numa paixão que depois é partilhada com amigos e clientes. Foi o que aconteceu com a Eugenii Bogdanov, CEO da THE HEIGHT, que nos revela uma forma diferente de construir em Portugal. There are projects like that. They start out as a personal pursuit, they become a passion that is then shared with friends and clients. This is what happened to Eugenii Bogdanov, CEO of THE HEIGHT, who reveals a different way of building in Portugal.

A história de Eugenii Bogdanov começa em 2015 quando a sua família decide comprar uma propriedade de férias na zona de Sintra. Diz que levou três anos a descobrir a localização perfeita e o imóvel perfeito, isto porque “não existem muitas oportunidades no mercado de luxo português dentro dos nossos padrões nórdicos que acabam por divergir das tradições portuguesas.” Questionado sobre as diferenças de qualidade e exigências na construção entre o nosso País e o Norte da Europa, surge logo no topo a questão da ventilação mecânica que, como Eugenii Bogdanov esclarece, “é muito importante para garantir conforto ao viver especialmente no clima húmido.” Outra “ideia central” é a utilização exclusiva de piso radiante, solução que “não é muito utilizada em Portugal mas que para os nossos projectos é imprescindível, pois proporciona um padrão de conforto muito superior”, diz ainda. E existe ainda um terceiro pilar: o isolamento de paredes. Isto porque em cada projecto que se envolvem pretendem sempre atingir dois objectivos: “O primeiro é aumentar a eficiência energética e reduzir os custos de aquecimento/arrefecimento; e o segundo é que as nossas casas sejam as mais ecológicas possíveis.” Na opinião de Eugenii Bogdanov, “quanto menos recursos usarmos, mais ecológicas serão as habitações.” Por isso mesmo, em todos os projectos a meta é obter o certificado energético A+, pois, como realça, “queremos

43

ser os mais eficazes e amigos do ambiente e isso só é possível se utilizarmos as mais recentes tecnologias.” Há ainda diferenças no que se refere ao tempo de aprovação dos licenciamentos por parte das autoridades locais. Em Portugal “é muito difícil”, diz, mas reconhece também que isso varia de região para região e que pode ser mais “moroso em Sintra ou Cascais e mais rápido na costa do litoral Oeste”.

Nova geração de construção em Portugal

Depois de ter satisfeito as necessidades da sua família, Eugenii Bogdanov percebeu que havia procura por parte do mercado da Europa central e ocidental por Portugal. A pandemia de Covid-19 veio “acelerar uma nova forma de estar na vida”, veio “mostrar que viver nas mega-metrópoles é demasiado stressante e que, por isso, precisávamos de um espaço para estar mais próximo das nossas famílias e com áreas ao ar livre. Portugal é perfeito para isso.” Foi neste cenário que a THE HEIGHT começou a construir casas para satisfazer esta procura, contando com clientes de diferentes nacionalidades, nomeadamente do Reino Unido, da Alemanha, França, Finlândia, Estados Unidos da América e Canadá. Actualmente tem vários projectos entre mãos, contando com o apoio de uma “equipa muito competente de arquitectos nacionais de cinco profissionais e com a perspectiva de contratar mais, além de reputadas equipas


44 Fio-de-Prumo Plumb Line

New generation of construction in Portugal

internacionais do Reino Unido, Alemanha, Finlândia, Estónia.” A empresa acaba de vender o seu maior projecto em Sintra para uma jovem família britânica que reflecte “uma nova geração de clientes abastados da Europa ocidental”. Está também a desenvolver dois projectos de reabilitação no Royal Óbidos Spa & Golf Resort numa zona próxima do mar. A estratégia passa agora por “desenvolver projectos de promoção própria, assim como oferecer o serviço de consultoria e apoio ao nível de licenciamento, arquitectura ou construção.” Mas há algo que não vai mudar, como Eugenii Bogdanov sublinha, “vamos continuar a construir como se fosse a nossa própria casa, com o mesmo empenho, com a mesma dedicação.” Eugenii Bogdanov’s story begins in 2015, when his family decided to buy a holiday home in the Sintra area. He says it took him three years to find the perfect location and the perfect property, because “there are not many opportunities in the Portuguese luxury market that meet our Nordic standards that end up diverging from Portuguese traditions”. When asked about the differences in quality and construction requirements between Portugal and Northern Europe, the issue of

mechanical ventilation comes right at the top, which, as Eugenii Bogdanov explains, “is very important to ensure comfort, especially when living in a humid climate”. Another “central idea” is the exclusive use of underfloor heating, a solution that “is not widely used in Portugal but which is essential for our projects, as it provides a much higher standard of comfort”, he adds. And there is still a third pillar: wall insulation. This is because in each project he is involved in, he always aims to achieve two objectives. “The first is to increase energy efficiency and reduce heating/cooling costs; and the second is for our homes to be as eco-friendly as possible.” In the opinion of Eugenii Bogdanov, “the fewer resources we use, the more ecological the homes will be”. For this reason, the goal in all projects is to obtain the A+ energy certification because, as he points out, “we want to be the most efficient and environmentally friendly, and this is only possible if we use the latest technologies”. There are also differences with regard to the approval time of permits by local authorities. In Portugal “it is very difficult”, he says, but he also recognises that it varies from region to region and that it can be “more time-consuming in Sintra or Cascais and faster on the west coast”.

Having satisfied the needs of his family, Eugenii Bogdanov realised that there was demand from the Central and Western European market for Portugal. The Covid-19 pandemic came to “accelerate a new way of being in life”. It came to “show that living in megalopolises is too stressful and that, therefore, we needed a space to be closer to our families and with outdoor areas. Portugal is perfect for that”. It was in this scenario that THE HEIGHT began to build houses to meet this demand, with customers of different nationalities, namely from the United Kingdom, Germany, France, Finland, the US and Canada. It currently has several projects in hands, with the support of a “very competent team of national architects of five professionals and with the prospect of hiring more, in addition to renowned international teams from the United Kingdom, Germany, Finland and Estonia”. The company has just sold its biggest project in Sintra to a young British family that reflects “a new generation of wealthy Western European customers”. It is also developing two rehabilitation projects at the Royal Óbidos Spa & Golf Resort in an area close to the sea. The strategy now involves “developing selfpromotion projects, as well as offering consultancy and support services in terms of licensing, architecture and construction”. But there is something that will not change, as Eugenii Bogdanov underlines: “We will continue to build as if it were our own home, with the same commitment, with the same dedication.”

Queremos ser os mais eficazes e amigos do ambiente e isso só é possível se utilizarmos as mais recentes tecnologias. We want to be the most efficient and environmentally friendly, and this is only possible if we use the latest technologies”.



Ventos do Norte 46 Ventos do Norte

North Winds

North Winds

Conjuntura internacional International situation

Mercado enfrenta novos desafios

Market faces new challenges


Ventos do Norte

North Winds

Promotores e construtores criam novos mecanismos de defesa para fazer face ao aumento dos preços dos materiais de construção. Developers and builders create new defence mechanisms to deal with rising prices for building materials. Texto Text: Elisabete Soares

É com grande preocupação que o sector imobiliário encara os próximos anos. Na opinião dos profissionais a situação actual é explosiva e pode agravar-se ainda mais nos próximos meses. O segmento de mercado mais penalizado é sem dúvida o residencial, onde os preços continuam a subir em flecha. Em meados de Abril, a estimativa apontava para aumentos entre os 5% a 6%, mas o mercado considera que serão muito superiores. A agravar esta situação está o facto de as construtoras sozinhas não terem condições para suportar o aumento de preços dos materiais de construção, levando, por isso, ao abrandamento das obras, já visível actualmente e, futuramente, à sua paragem, caso os donos de obra não estejam sensíveis a assumir parte significativa destes valores, cujo recurso passa em último caso pela via judicial. “Os preços elevados nos materiais de construção vão aumentar ainda mais os valores já exorbitantes na habitação”, destaca a arquitecta Rosário Almeida Rodrigues, do gabinete Ferreira de Almeida Arquitectos. Por isso, alerta, “a última coisa que recomendo é a compra de

habitação em planta, já que há muitas incertezas no mercado”. Para Arlindo Silva, sócio-gerente da promotora Arsil, o aumento dos preços dos materiais de construção é uma situação que se arrasta já há alguns meses. No sector da cerâmica, por exemplo, há empresas que suspenderam a laboração, sendo este um segmento onde os preços do gás natural têm um forte peso, dado que representam entre 30% e 40% dos custos de produção. Numa altura em que prepara a fase de lançamento de um novo empreendimento de habitação em Vila Nova de Gaia, Arlindo Silva vê esta situação com alguma preocupação. O aumento galopante do preço das matérias-primas leva a que tanto promotores como construtores estejam a salvaguardar estas situações nos novos contratos assinados com os clientes. Assim, no caso dos promotores, nos contratos de promessa de compra e venda das fracções, é colocada uma cláusula de correcção do preço, em função do aumento dos preços finais da construção, salvaguardando ainda a devolução da totalidade do sinal dado pelo comprador, caso este desista do negócio. Esta situação permite maior segurança às duas partes, e faz com que os promotores possam continuar a realizar negócios, sobretudo em empreendimentos em fase de construção. “Estamos a incluir uma cláusula com um factor de correcção do preço final da fracção, precavendo-nos com esta subida dos materiais de construção”, refere Luís Grandra, sócio gerente da Predipalma, promotor com vários empreendimentos em fase de desenvolvimento no Grande Porto. Contudo esta prática - que permite também que o cliente desista do negócio, recebendo a totalidade do sinal dado -, passou a generalizar-se a outras zonas do País, caso de Lisboa e Algarve. Depois do período de pandemia, que trouxe dificuldades ao sector, os últimos e os próximos meses vão ser ainda mais desafiantes. The real estate sector regards the coming years with great concern. In the opinion of professionals, the current situation is explosive and could worsen in the coming months. The most penalised market segment is undoubtedly residential, where prices continue to rise sharply. In mid-April, estimates pointed to increases of between 5 and 6%, but the market believes they will be much higher. Compounding this situation is the fact that the construction companies alone are unable

47

to support the increase in the prices of building materials, thus leading to the slowdown of building works, already visible today, and with a risk of stopping altogether in the future if the project bosses are not sensitive to assuming a significant part of these amounts, whose appeal will go down the judicial route as a last resort. “The high prices of construction materials will further increase the already exorbitant values of housing,” highlights the architect Rosário Almeida Rodrigues, from the Ferreira de Almeida Arquitectos studio. And so, she warns: “The last thing I recommend is buying a house offplan, since there are many uncertainties in the market.” For Arlindo Silva, managing partner of the developers Arsil, the rising prices of building materials is an issue that has been dragging on for a few months now. In the ceramics sector, for example, there are companies that have suspended work, this being a segment where natural gas prices carry a lot of weight, given that they represent between 30 and 40% of production costs. At a time when he is preparing the launch phase of a new housing development in Vila Nova de Gaia, Arlindo Silva is following this situation with some concern. The rampant increase in the price of raw materials means that both developers and builders are safeguarding these situations in the new contracts signed with clients. Therefore, in the case of developers, a price correction clause is placed in the promissory agreement for purchase and sale of the units, depending on the increase in the final prices of the construction. It also safeguards the return of the deposit provided by the buyer in its entirety, in the case that they back out of the deal. This situation allows greater security for both parties, and allows developers to continue to do business, especially in projects still under construction. “We are including a clause with a correction factor in the final price of the fraction, taking precautions against this rise in building materials,” says Luís Grandra, managing partner of Predipalma, a developer with several projects under development in Greater Porto. However, this practice – which also allows the client to withdraw from the deal, receiving the entirety of the deposit given – has spread to other areas of the country, such as Lisbon and the Algarve. After the pandemic period, which brought difficulties to the sector, the last and next few months will be even more challenging.


Lá 48 fora Lá fora

Abroad

Abroad

SIIT-SUISSE 2022

Grand Tour do Imobiliário Portugal-Suíça

Grand Tour of Portugal-Switzerland Real Estate


Lá fora Abroad

Marina Prévost-Mürier, presidente do Salão do Imobiliário, de Investimento e Turismo Portugal-Suíça (SIITSUISSE), evento que terá lugar nos dias 9, 10 e 11 de Junho de 2022 no Centro de Congressos de Montreux, na margem do lago de Genebra, revela como vai ser este salão. Marina Prévost-Mürier, president of the PortugalSwitzerland Real Estate, Investment and Tourism Fair (SIIT-SUISSE) on 9, 10 and 11 June 2022 at Montreux Music & Convention Center, on the shores of Lake Geneva, reveals how this show will be.

Sendo esta edição do Magazine Imobiliário focada nos líderes, pergunto-lhe como tem sido para si liderar a CCISSP? Quando a Chambre de Commerce d’Industrie et de Services Suisse-Portugal (CCISSP) com sede em Genebra, foi criada, tornei-me a única mulher presidente de uma câmara de comércio bilateral na Suíça e a única mulher no comité executivo da CCISSP, só este ano outra câmara de comércio bilateral na Suíça passou a ter uma mulher como presidente. Em cinco anos à frente da CCISSP, apesar

49

dos dois anos da pandemia, de forma alguma, enfraqueceu a nossa convicção e determinação em promover as trocas comerciais entre a Suíça e Portugal, sabemos que estamos no caminho certo, uma vez que a nossa actividade não para de crescer. Depois de uma pandemia, finalmente em Junho vai acontecer o SIIT-SUISSE. Mas parece ter valido a pena esperar, uma vez que todo o espaço expositivo está sold-out.


50 Lá fora Abroad

O interesse dos investidores (suíços) por Portugal tem vindo a acentuar-se cada vez mais, especialmente nestes três últimos anos. The investors’ interest in Portugal has been increasing gradually, especially in the last three years.”

Confirmo efectivamente que os espaços do salão encontram-se esgotados. O contexto sanitário global evoluiu muito nos últimos dois anos, tendo todos nós aprendido a viver de forma diferente. Hoje, os nossos expositores tomaram consciência dessa realidade e aperceberam-se que também têm uma carta a jogar na Suíça, onde o poder de compra da população é o mais elevado da Europa e onde o interesse dos investidores por Portugal tem vindo a acentuar-se cada vez mais, especialmente nestes três últimos anos. Quem são os players portugueses e internacionais? Muitos dos nossos expositores são do sector do imobiliário. Temos também profissionais provenientes do mundo da arquitectura, das finanças, advogados, lares para a 3.ª idade de alto nível, do turismo, etc. Trata-se de empresas não só portuguesas como suíças, mas também francesas e luxemburguesas, em particular. Que eventos paralelos prepararam para a edição de 2022? Organizamos um ciclo de mais de 25 conferências em torno de cinco temas principais. Além disso, a fim de maximizar um networking produtivo, planeámos vários side events. Em primeiro lugar, um business cocktail, acessível apenas por convite e oferecido pela CCISSP, que terá lugar em 9 de Junho de 2022. Para o dia 10 de Junho organizámos um networking dinner no salão nobre de um

dos palácios da Riviera de Montreux. Sendo os lugares limitados, a reserva prévia torna-se obrigatória. Está também prevista uma sessão closed doors, reservada exclusivamente aos investidores interessados em projectos de grande envergadura. Since this issue of Magazine Imobiliário is dedicated to leaders, I want to take this opportunity to ask you what it has been like to lead the CCISSP. When the Geneva-based Chambre de Commerce d’Industrie et de Services SuissePortugal (CCISSP) was created, I became the only female president of a bilateral chamber of commerce in Switzerland and the only female on the CCISSP executive committee. Only this year has another bilateral chamber of commerce in Switzerland had a woman president. In five years at the helm of the CCISSP, despite the two years of the pandemic that in no way weakened our conviction and determination to promote trade between Switzerland and Portugal, we know that we are on the right track, as our activity doesn’t stop growing. After a pandemic, SIIT-SUISSE will finally take place in June. But it seems to have been worth the wait, as the entire exhibition space is sold out. I can in fact confirm that the fair spaces are sold out. The global health context has evolved a lot in the last two years, as we

have all learned to live differently. Today, our exhibitors are aware of this reality and realised that they also have a card to play in Switzerland, where the population’s purchasing power is the highest in Europe and where investors’ interest in Portugal has been increasing gradually, especially in the last three years. Who are the Portuguese and international players? Many of our exhibitors are from the real estate sector. We also have professionals from the world of architecture, finance, law, high-end homes for the elderly, tourism, etc. These are not only Portuguese and Swiss companies, but also French and Luxembourg companies in particular. What side events have you prepared for the 2022 edition? We organise a cycle of more than 25 conferences around five main themes. Furthermore, in order to maximise productive networking, we have planned several side events. Firstly, a business cocktail, accessible by invitation only and offered by the CCISSP, which will take place on 9 June, 2022. For 10 June, we have organised a networking dinner in the noble hall of one of the palaces on the Montreux Riviera. As places are limited, prior reservation is mandatory. A closed-door session is also planned, reserved exclusively for investors interested in large-scale projects.



Lá fora Abroad

Reino Unido United Kingdom

Fábrica de Líderes

Leaders Factory

Roberto Varandas COS Capital Managing Director – Head of Europe

A actual edição do Magazine Imobiliário destaca a questão da liderança no nosso sector. Apesar da minha opinião de que a sociedade portuguesa não valoriza o culto da personalidade, é reconfortante ver o surgimento de verdadeiros líderes no sector imobiliário, sobretudo na última década. Claramente, um mercado mais aberto, com mais capital disponível e mais barato, e a atracção do mercado português como um todo, tem proporcionado as condições para que mais grupos profissionais com líderes visionários se destaquem. Como afirmei anteriormente em outras edições, a qualidade dos projectos, gestores, promotores e participantes do mercado em geral melhorou drasticamente, praticamente desde a crise financeira global. É um prazer testemunhar essa evolução. Geralmente é em tempos de crise que surgem os verdadeiros líderes. A crise financeira global, a crise do Euro e a crise política em Portugal por volta do início de 2010 criaram uma mudança substancial no mercado. Da mesma forma, o berço do que hoje são alguns dos maiores grupos de investimento global foi precisamente a crise económica no início da década de 1990 nos EUA. A Resolution Trust Corporation – RTC, foi formada em 1989 para consolidar todos os non-performing loans (NPLs) e activos tóxicos que resultaram da crise dos “Savings & Loans” no final dos anos 80. Inicialmente, o RTC adoptou a abordagem de vender em atacado os NPLs, projectos inacabados e até terrenos, permitindo que diferentes grupos adquirissem activos com grandes descontos. Mais tarde, o RTC adoptaria uma abordagem partilhada, na qual o RTC partilhava os lucros com os grupos privados, da venda dos activos. Em Portugal não foi muito diferente com

a venda em portfólios de NPLs numa fase inicial e depois, uma abordagem algo partilhada, com a maior fonte de activos tóxicos oriundos do Banco Espírito Santo, onde o Estado manteve depois uma posição no Novo Banco. Das cinzas do RTC, líderes como Barry Sternlicht – Starwood, Tom Barrack – Colony Capital, John Grayken – Lone Star, David Bonderman – TPG e William Mack – Apollo. Destes, notavelmente, o escritório de investimentos da família Bass no Texas forneceu o terreno para que Starwood, Colony, Lone Star e TPG se tornassem os titãs do mundo real de investimentos que conhecemos hoje. Não é por acaso que a operação e reposicionamento do BES/Novo Banco foram assumidos por uma firma como a Lone Star que, desde o seu início no Texas e na RTC, passou a assumir mercados internacionais em dificuldades no Japão, Coreia e, mais tarde, na Europa. Será que algum dia veremos um grupo nacional expandir-se para além do rectângulo português? Tradicionalmente, alguns grupos têm feito incursões na vizinha Espanha ou no Brasil, dois territórios de expansão bastante natural, mas ainda não vimos nenhuma empresa portuguesa (excepto talvez a Sonae) ter uma presença pan-europeia, por exemplo, ou investir em escala em mercados maiores. Tenho alguns amigos na indústria de que ficaria muito orgulhoso em ver esse tipo de crescimento!

A Guerra

Algumas palavras sobre o que está a acontecer na Ucrânia e as implicações para os mercados imobiliários na Europa. Vou deixar os comentários políticos e militares para outros, mas dois aspectos são importantes.


Lá Fora Abroad

O primeiro é a obsessão de certos políticos em mostrar que estão a fazer algo. Confiscar bens sem os devidos actos processuais e efectivamente banir cidadãos comuns que por acaso têm origem russa não é digno. As nações ocidentais devem estar acima disso e devem aplicar a lei de forma igual em todas as situações. Não fazer isso corrompe a confiança nos nossos sistemas legais, nos direitos de propriedade e no tratamento justo dos cidadãos. O outro efeito que tenho ouvido, especialmente de parceiros na Ásia, é de que novos investimentos na Europa estão adiados até o final do ano com medo de que a guerra se estenda a outros países da Europa. Vamos rezar para que este conflito seja resolvido o quanto antes. The current edition of Magazine Imobiliário highlights the matter of leadership in our industry. Despite my opinion that Portuguese society does not appreciate the cult of personality, it is reassuring to see the emergence of true leaders in the local real estate industry, especially in the last decade. Clearly, a more open market, more available and affordable capital and the attraction of the Portuguese market as a whole, has provided the conditions for more professional groups with visionary leaders to take front stage. As I have previously stated in other editions, the quality of the projects, managers, developers and overall market players has improved dramatically, pretty much since the global financial crisis. It is a delight to witness this evolution. It is usually in times of crisis that true leaders emerge. The Global financial crisis, the Euro crisis and the political crisis in Portugal around the early 2010’s created a substantial market dislocation. Similarly, the birthing ground of what are now some of the largest global investment groups was the economic crisis in the early 1990’s in the US. The Resolution Trust Corporation - RTC was formed in 1989 to consolidate all the nonperforming loans and toxic assets that resulted from the Savings & Loan crisis of the late 1980’s. Initially, the RTC took the approach of selling in bulk bad loans, broken development projects and even land banks, allowing entrepreneurial groups to acquire assets at heavy discounts. The RTC would later take a shared risk approach where private groups would share the upside of any assets sold by

53

the RTC. Not a dissimilar approach was taken in Portugal with bulk sale of NPLs more in the initial phase and then, a somewhat shared approach, with the largest origin of toxic assets – Banco Espírito Santo, where the state retained a position in Novo Banco. From the ashes of the RTC, leaders like Barry Sternlicht – Starwood, Tom Barrack – Colony Capital, John Grayken – Lone Star, David Bonderman - TPG and William Mack– Apollo. Of these, remarkably, the investment office of the Bass family in Texas provided the ground for Starwood, Colony, Lone Star and TPG to become the titans of the real investment world that we know today. It is not by accident that the BES/Novo Banco workout and repositioning was taken on by a firm like Lone Star that, from its beginnings in Texas and the RTC, went on to take on distressed markets internationally in Japan, Korea and, later on, in Europe. Will we ever see a national group expand meaningfully beyond the Portuguese rectangle? Traditionally, a few groups have made forays into neighbouring Spain or to Brazil, two fairly natural expansion territories, but we are yet to see any Portuguese company (except maybe Sonae) have a pan-European presence for example or invest in scale in larger markets. I have a few friends in the industry that I would be proud to see experience this kind of growth!

The War

A few words on what is happening in the Ukraine and the implication to the real estate markets in Europe. I will leave the political and military comments to others but two things come to mind. The first spill-over effect is the trigger-happy politicians who need to show they are doing something by seizing assets without due process and banning ordinary citizens who happen to have Russian origins. Western nations should be above that and should apply due process in all situations. Not doing so corrupts the confidence in our legal systems, property rights and fair treatment. The other effect I am hearing, especially from partners in Asia is that they have put off their investments in Europe until the end of the year with fear that the war may extend to other countries in Europe. Let’s pray that this conflict is resolved sooner rather than later.


54

Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022

Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022

Ceremony of the National Real Estate Award 2022

Vencedores do Prémio Nacional do Imobiliário 2022

Anabela Loureiro, Administradora da Magazine Imobiliário

Paulo Silva, Head of Country na Savills Portugal


Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022

Vencedor da Categoria de Escritórios

Vencedor da Categoria de Habitação

Vencedor da Categoria de Turismo

Vencedor da Categoria de Empreendimentos Colectivos

Vencedor da Categoria de Projectos de Interiores

Vencedor Prémio Reabilitação

Vencedor Prémio de Excelência em Eficiência & Sustentabilidade

Vencedor Prémio Sotheby’s

55


56

Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022

Vencedor Melhor Empreendimento do Ano

Menção Honrosa na Categoria Habitação

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

Menção Honrosa na Categoria Equipamentos Colectivos

Menção Honrosa na Categoria Equipamentos Colectivos

K


A ADENE é a agência nacional para a energia A agência nacional para a energia, com uma missão centrada nas pessoas e a ambição de reforçar o posicionamento de Portugal na descarbonização, é um parceiro ativo da transição energética, fortalecendo parcerias, dinamizando a política pública e estando mais próximo dos cidadãos. Com toda a Energia! Siga a ADENE News

Portugal foi o primeiro país no mundo a afirmar o compromisso da neutralidade carbónica até 2050. Rumo a esse objetivo, a ADENE tem por missão promover a eficiência energética e hídrica no parque edificado português. Através dos projetos que desenvolve e das ações de sensibilização e informação, contribui ativamente para a mudança nos padrões de consumo e para uma maior literacia energética da sociedade, pois cada cidadão é parte da solução.

A

A

A

A


58

Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022


Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022

59


60

Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022


Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022

61


62

Cerimónia do Prémio Nacional do Imobiliário 2022 Ceremony of the National Real Estate Award 2022


Portal Nacional de Imobiliário

supercasa.pt


64

Anabela Loureiro

Num cenário normal já há quem não cumpra contratos: “É para pagar a 30 dias? Desculpe, não liquidei a factura porque pensei que era a 120 dias…” Normalíssimo. O que não é normal é utilizar como moeda de chantagem um bem essencial à vida humana e ainda fazer manipulações contratuais. “Pagar em rublos? Então não era em Dólares? Ou melhor, em Euros?” A torneira do gás de Putin já se fechou para a Polónia e a Bulgária... Depois de uma pandemia e um conflito armado, eis que surge agora uma crise energética. Vem aí o fim do velho mundo? In a normal scenario, there are already those who don’t fulfil contracts: “It’s supposed to be paid within 30 days? Sorry, I didn’t pay the bill because I thought it was 120 days…” Very normal. What is not normal is to use an asset essential to human life as a blackmail currency and also to carry out contractual manipulations. “Pay in rubles? But wasn’t it in dollars? Or even euros?” Putin’s gas tap has already been closed for Poland and Bulgaria... After a pandemic and an armed conflict, now there is an energy crisis. Is the end of the old world nigh?

Foto Photo: Pexels / Marcin Jozwiak

1 euro por/for 117,20 rublos


Aura REE é uma empresa líder em consultoria e avaliação de carteiras de ativos imobiliários, atualmente com escritórios em Portugal, Espanha, Itália, Grécia/Chipre e em expansão para a América Latina. Possuímos a mais completa base de dados do mercado imobiliário com cerca de 100 milhões de comparáveis nos 5 países. A isenção, qualidade e os elevados standards têm sido amplamente apreciados pelo mercado. Assessoramos em diferentes tipologias de ativos, com especial enfoque em grandes carteiras de REOs e NPLs. Fazemos consultoria estratégica e análises de mercado em projetos de promoção imobiliária. Somos uma empresa registada na CMVM e regulada pelo RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) o que nos permite garantir um trabalho de elevado padrão, rigor e ética, colocando-nos assim, na vanguarda de assessoria ao sector imobiliário e financeiro.

Aura REE is a leader in consulting and valuation of real estate portfolios, currently with offices in Portugal, Spain, Italy, Greece / Cyprus and expanding to Latin America. We have the most complete database of the real estate market with about 100 million comparable in the 5 countries. Impartiality, quality and high standards have been widely appreciated by the market. We advise on different types of assets, with a special focus on large portfolios of REOs and NPLs. We also provide strategic consultancy and market analysis in real estate development projects. We are a company registered by the CMVM and regulated by the RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors), which allows us to guarantee work of a high standard, acurate and ethical wok, placing us at the forefront of the real estate and financial sector advising.

Portugal - Av. Miguel Bombarda, 36 – 2nd floor F 1050-165 Lisbon +351 962 802 463

Italy - Piazza Borromeo 5 20123 – Milano +39 340 3822 413

Spain - Calle Almagro 3, 4th floor D 28010 – Madrid +34 672 361 377

Greece &- Athens Tower 6th flr, 2-4 Mesogeion Ave 11527 Athens Cyprus +30 697 7262 897



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.