Magazine Imobiliário 054

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Construção Ambiente Turismo

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JUL/AGO 2022 €10

A vida é uma viagem Life is a journey



1 Editorial

Partilhar experiências Sharing experiences

Carla Celestino Directora Director

Falar de turismo é sempre algo agradável, um misto de evasão, quimera, realidade. Bom, nem sempre. Os últimos dois anos revelaram-se desastrosos para a indústria turística que se manteve à tona graças a bóias salva-vidas de apoios de governos, associações, injecções de fundos e tesourarias emprestadas. À medida que os turistas ficam totalmente vacinados e as companhias aéreas anunciam o regresso dos voos e até o lançamento de novas rotas, os destinos próximos ou longínquos tornam-se novamente apetecíveis. Agora que o mundo reabriu aos viajantes é preciso perceber que cada turista tem uma responsabilidade: ao escolher um destino está a contribuir para a retoma e revitalização económica desse local. Isto é válido para um destino, para um meio de transporte, alojamento, restauração ou loja de lembranças. Nesta edição de Verão lançamos o repto para “ir”. Perto ou longe, praia ou campo, nacional ou internacional. O que importa é sair da rotina, coleccionar novas experiências e partilhar memórias instagramáveis. Ir, sem medos. It is always nice talking about tourism, a mixture of escape, pipe dreams and reality. Well, not always. The last two years have been disastrous for the tourism industry which has survived thanks to lifebuoys of government funds, associations, injections of funds and cashflow loans. As tourists became fully vaccinated and airline companies announced the return of flights and even the launch of new routes, both close and faraway destinations have once again become attractive.

Now that the world has opened to travellers each tourist should realise that he or she has a responsibility: to choose a destination that is contributing towards the economic recovery and revitalisation of that place. This is valid for a destination, a means of transport, accommodation, restaurants, and souvenir shops. In this summer edition we throw down the gauntlet to go near of far, beach or countryside, national or international. What is important is to break routine, enjoy nee experiences and share Instagram memories. To go, without fear.


Ficha técnica Datasheet

Índice Summary

58 30 Metro Quadrado Lá fora Square Meter SIL 2022

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RE/MAX

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Soma Future Capa Cover: Gradyreese on Istockphoto

04 Grande Tema

Lead Story Inesquecível em todos os sentidos Unforgettable in every way

18 Sol e Lua

Tourism Caminito del Rey

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Turismo instantâneo Instant tourism

24 Histórico do Imobiliário

Portuguese Property History Francisco Pereira

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Retail Mind

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Barómetro do Imobiliário Real Estate Barometer

48 Azimute

Coordinates Green leases

52 Opinião Opinion

Quercus

54 Ventos do Norte North winds Projectos turísticos Tourism projects

Abroad SIIT-SUISSE: Um lago de oportunidades

A lake of opportunities

62 Lá fora Abroad

Opinião Opinion

Reino Unido United Kingdom Let’s fly away

64 Paparazzi

Acima do normal Above normal

Propriedade Property Palavras Aliadas Sociedade Unipessoal, Lda. NIPC – 510 653 901 Rua Paulo Reis Gil nº 39, 3º Esq. 2745-195 Queluz Telm. / Mobile: (+351) 96 237 00 08 geral@palavrasaliadas.pt www.magazineimobiliario.com Fundador da Magazine Imobiliário Founder of Magazine Imobiliário Joaquim Pereira de Almeida Directora Director Carla Celestino Colaboradora Permanente Permanent Contributor Elisabete Soares Colaboradora Contributor Madalena Guinote Ramos Fotografia Photography Anabela Loureiro Tradução Translation Chris Graeme Grafismo Graphics Luís Silva Contabilidade Accounting Nasceconta Periocidade Frequency Bimestral Tiragem Number printed 3.000 exemplares Impressão Printing Jorge Fernandes, Lda. Rua Qta. de Marcarenhas, 2820 Charneca da Caparica Depósito Legal Legal Deposit 363718/13 SSN – 2183-0517 ERC – 126397 Estatuto editorial disponível em: Editorial policy available at: www.magazineimobiliario.com


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Grande Tema 4 Grande Tema

Lead Story

O destino é ir Just go!

Inesquecível em todos os sentidos Unforgettable in every way

Arand on istockphoto

Lead Story


Grande Tema Lead Story

Dizem que a vida é uma viagem. Um amontoado de momentos singulares sentidos e experienciados. Mas antes que nos falhe a memória e apenas fiquem as fotografias, vamos por esse mundo fora porque as barreiras da pandemia começam a cair. O Verão chegou! They say life is a journey. A heap of unique moments experienced and felt. But before our memory fades and all that’s left are photos, let’s head out to the world because the barriers from the pandemic are coming down. Summer is here!

Texto Text: Carla Celestino

Para sentir o pulsar da indústria turística temos de falar com quem lida diariamente com empresários, associações, tendências e novidades. A atestar pelas declarações da secretária de Estado do Turismo e do presidente do Turismo de Portugal, à Magazine Imobiliário, estamos no bom caminho. Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, mostra-se cautelosa e refere que “os balanços das nossas empresas estão muito deteriorados e, por isso, precisaremos de vários anos para recuperar o que esta pandemia nos tirou.” Diz que é com “um optimismo muito moderado” que vê o turismo nacional em 2022 e considera que “provavelmente ficaremos aquém dos valores de 2019.” Ainda assim, sublinha que se tem “vindo a sentir um crescimento sustentado das reservas o que é importante para o mercado nacional”. Rita Marques afirmou ainda que “o ano de 2022 arrancou com umas perspectivas interessantes e positivas o que nos leva a crer que teremos um ano de 2022 bem melhor do que aqueles que vivemos em 2020 e 2021.” Já o presidente do Turismo de Portugal, Luis Araújo, acredita “que estamos no bom caminho.” Isto porque “existe uma procura enorme pelo destino (Portugal), um crescimento a nível de passagens aéreas compradas e um número de reservas expressivo em todas as regiões do País.” Luís Araújo relembra que “ainda não nos libertámos totalmente das restrições de Co-

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vid que existiam” e que “é importante baixarmos as barreiras e repor a mobilidade tal como estava antes da pandemia, nomeadamente o reconhecimento de certificados de países como os Estados Unidos da América ou Canadá.” Mas defende que “se isso for conseguido” acredita que vamos ter “um bom ano turístico.”

Workstations, santuários e extremismos

E como vai ser o ano turístico de 2022? As tendências e atracções são várias e estão interligadas com as “novas” formas de viver, de trabalhar e até de encarar o mundo. A pandemia de Covid-19 colocou o mundo empresarial numa nova esfera e o home office foi, para muitos, inevitável. Ficar fechado entre quatro paredes não foi, no entanto, benéfico, nem para a saúde física nem mental, e a busca por espaços rurais, ao ar livre ou até um destino exótico dispararam. Quem podia trabalhar remotamente percebeu que podia desempenhar as suas funções com igual qualidade e produtividade tanto em casa, como no jardim, numa praia ou numa floresta, desde que houvesse Internet. A questão é que depois de se passar esta fronteira dificilmente se volta atrás. No pós-pandemia, se assim o podemos chamar, dispararam os vistos atribuídos aos designados nómadas digitais. Portugal é um bom exemplo desta realidade, dependendo dos estudos, Lisboa e Porto são cidades no


Grande Tema

Lead Story

topo das preferências dos nómadas digitais oriundos de todo o mundo, logo seguidas da região do Algarve. Mas é nos arquipélagos da Madeira e dos Açores que a transição digital está a ganhar força e juntos, em rede, pretendem tornar-se destinos para os nómadas digitais. Esta é uma situação “win-win”: Se por um lado, as entidades oficiais oferecem condições para que este novo perfil de empreendedores à escala global chegue e se fixe nos arquipélagos por um determinado período de tempo, por outro, os nómadas digitais permitem a atractividade e retenção de talento além de gerarem diversos efeitos multiplicadores económicos. Mas há mais tendências. O stress e a agitação marcam o ritmo da vida da esmagadora maioria das pessoas. Andam sempre a mil. Não é, pois, de admirar que o slow travel esteja na moda. Não há nada melhor do que desacelerar e apreciar o mundo que nos rodeia. No mercado já proliferam os

retiros de desenvolvimento pessoal sejam sessões de coaching, mudança de estilo de vida ou alimentar, ou até workshops de beleza e produtos orgânicos. “No meu caso trata-se de um regresso às origens, à nossa natureza, ao básico. A realidade actual pode ser deformada de tantas formas que precisamos de tirar um tempo para perceber quem somos e o que andamos aqui a fazer”, defende Jeferson Athaide também adepto destes retiros. Athaide remata dizendo que “depois de 2020/2021 tão sombrios precisamos de luz, de sol, de nos ouvirmos e de ouvir os outros ou até nem ouvir nada porque o silêncio, por vezes é mesmo ouro.” Há também quem queria superar limites e barreiras, sentir a adrenalina, pelo que as expedições extremas estão a ganhar adeptos, seja um safari de quadriciclo em África, mergulho em mares tropicais infestados de tubarões ou sejam caminhadas pelo Corredor Wakhan no Afeganistão. Há ainda outras aventuras menos “radicais” mas que levam

Jeremy Stewardson on Unsplash

Gerald Schömbs on Unsplash

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Grande Tema Lead Story

No pós-pandemia, se assim o podemos chamar, dispararam os vistos atribuídos aos designados nómadas digitais. Portugal é um bom exemplo desta realidade. In the post-pandemic period, if that’s what we can call it, the number of so-called digital nomad visas has exploded. Portugal is a good example of this reality.”

os turistas a locais que apenas poderão ser visitados por alguns, como é o caso dos cruzeiros de expedição na Antárctida, os voos à borda do espaço num ambiente sem gravidade ou os campos de treino de cosmonautas.

O regresso dos resorts

Os preços das viagens estão a disparar, além de que continua a ser preciso, para alguns destinos, testes e burocracias, por isso quando se vai, para longe, o melhor é reservar um hotel ou um resort TI (tudo incluído). Se há resorts para todos os gostos e bolsas para fazer turismo, também os há para usufruto próprio ou investimento. Referimo-nos à habitação em resorts que está na mira quer dos investidores, quer dos clientes. Em Portugal, depois de um boom de resorts, a maioria nunca concretizados, eis que regressam em força mas, agora, de forma mais ponderada e localizada. Com as alterações ao estado da pandemia e a conclusão do BREXIT, assistiu-se ao regresso do interesse dos estrangeiros por Portugal, nomeadamente pelo Algarve com o tradicional mercado do Reino Unido mas também dos Países Baixos, da Irlanda, Alemanha, França e Suíça. De acordo com a maioria das consultoras imobiliárias, a Costa Atlântica, o Litoral Alentejano, Lisboa e a Costa Oeste são, no

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entanto, as zonas mais dinâmicas no que toca a oferta e procura, com as nacionalidades a variarem entre os britânicos, alemães, espanhóis, norte-americanos e libaneses. Há também a assinalar o aumento da atenção por parte dos portugueses. Rui Meneses Ferreira, presidente da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts, explica o sucesso deste tipo de resorts: “No paradigma tradicional, a casa destinar-se-ia a fins-de-semana, férias ou seria um investimento com vista a um rendimento; uma segunda casa, um sítio para ir viver após a reforma. Mas seria também um empate de capital, um segundo crédito, uma despesa a somar à da residência permanente. Ao tornar-se possível e desejável aí habitar, o raciocínio passa a ser o de antecipar para hoje um estilo de vida antes idealizado para daqui a muito tempo.” A “Estratégia Turismo 2027” do Governo português destaca o produto “Living - Viver em Portugal”, sendo que neste sector, segundo Rui Meneses Ferreira, “Portugal posiciona-se claramente no primeiro lugar entre as melhores ofertas a nível europeu.” Como é sabido existem diversos projectos turísticos residenciais em curso no nosso País, pelo que é expectável que a habitação em resorts continue a ser um importante pólo de atracção de nacionais e estrangeiros.

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Grande Tema

Lead Story

De Julho a Setembro

E como vai a hotelaria? Depois de dois anos para esquecer, a Associação de Hotelaria de Portugal, no seu mais recente inquérito, revelou que, à data do fecho desta edição, a média de reservas ainda está “muito modesta”, com valores na ordem dos 40 a 59%, mas também salienta que existe a tendência para as reservas de última hora. Mas, claro, há sempre excepções, tal é o caso dos Açores, da Madeira e do Algarve que já têm reservas na ordem dos 60% a 80% para os meses de Verão. Portugal, Espanha, França e Reino Unido apresentam-se, por ordem decrescente, como os principais mercados emissores; mas a liderança está, cada vez mais, do lado da Alemanha e dos Estados Unidos da América que continuam a ter um forte crescimento no nosso País. Ainda não estamos ao nível dos números pré-pandemia, é certo, mas há no ar um ambiente de relativa segurança e optimismo. A vacinação foi determinante para este bem-estar geral. Quem já viajou para fora de Portugal facilmente percebe que ninguém

usa máscara ou gel desinfectante (com excepção dos transportes públicos), não há distanciamentos sociais e até pedimos para que estranhos nos tirem fotografias ou nós a eles. De Julho a Setembro, cá dentro ou lá fora, o importante é ir, com ou sem destino. As temperaturas subiram e provocaram o desejo de viajar. Se é algo tão sedutor, então para quê resistir? To feel the pulse of Portugal’s tourism industry you must first talk to those who deal daily with business owners, associations, trends, and the latest novelties. And if the latest statements from the Secretary of State for Tourism and the President of the Portuguese tourist board Turismo de Portugal are anything to go by, we are on the right track. The Secretary of State for Tourism, Rita Marques, is cautious and points out that “the bank balances of our companies are rather low, which is why we need several years to recover the revenues the pandemic robbed us of”. She says that she views tourism in Portugal in 2022 with “some moderate opti-

O produto Living - Viver em Portugal posiciona-se claramente no primeiro lugar entre as melhores ofertas a nível europeu. The product Living in Portugal clearly comes first place out of the best offer at a European level.”



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Nevão Snow

Empresas não reduzem viagens de avião Companies are not reducing plane trips

O turismo de negócios foi um dos mais afectados pela pandemia e pelo confinamento. Mas, por outro lado, durante esse período, o ambiente tornou-se mais saudável. A iniciativa internacional da T&E Viajar Responsavelmente analisou 230 empresas americanas e europeias e concluíram que as reduções nas emissões devem ser conseguidas não só através da mudança do modo de transporte, mas sobretudo através de viajar menos, mantendo apenas as viagens estritamente necessárias. O ambiente agradece, será que o turismo também?

mism” and thinks that the revenues will fall short of those achieved in 2019”. Nevertheless, she stresses that a sustained growth in bookings “has been felt which is important for the Portuguese market”. Rita Marques also states that “2022 kicked off with some interesting and positive perspectives which leads us to believe that we will have a 2022 which is better than the ones we had in 2020 and 2021”. And the President of Turismo de Portugal, Luís Araújo believes: “We’re on the right track”. This is because “there is a huge demand for the destination (Portugal), growth in the level of airline tickets bought and an expressive number of bookings in all regions of the country”. Luís Araújo points out that “we’ve still not totally freed ourselves from the Covid restrictions that we had” and “it is important to lower the barriers and get travel back to normal as it was before the pandemic, particularly the recognition of certificates from countries like the United States and Canada”. And argues that “if this has worked” he thinks “we’ll have a good year for tourism”.

Workstations, sanctuaries, and extremism

And what will 2022 look like for tourism? The

trends and attractions are many and interlinked with “new ways of living, working and even viewing the world. The Covid-19 pandemic placed the business world in new sphere and the home office was inevitable for many. Being closed in behind four walls was not, however, good for one’s physical or mental health and the search for open air rural spaces or even in an exotic destination skyrocketed. Those who could work from home realised that they could perform their functions with the same quality and productivity equally at home as in the garden, on a beach or in a forest, providing they had internet. The problem is that after having passed that barrier it’s difficult to go back. In the postpandemic period, if that’s what we can call it, the number of so-called digital nomad visas has exploded. Portugal is a good example of this reality, depending on studies, Lisbon and Porto are the cities that top the list of preferences for digital nomads from all over the world, followed by the Algarve region. But it is in the archipelagos of Madeira and the Azores that digital transition is gaining traction, and both want to become digital nomad destinations. This is a solution where

Business tourism was one of the segments most affected by the pandemic and confinement. But on the other hand, the environment was healthier during this period. The international initiative T&E Travel Responsibly conducted an analysis of 230 US and European companies and say that reductions in emissions should be made not just by changes in transport methods, but by travelling less and just undertaking journeys that are strictly necessary. The environment would benefit, but would tourism?



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everyone benefits: If on the one hand, official entities are offering conditions for entrepreneurs on a global scale to come and stay on the archipelagos for a determinate period; on the other hand, digital nomads encourage talent attraction and retention and while they are there create diverse and multiple knock-on economic benefits. But there are new trends. Stress and running around mark the pace of life for most people. We’re always in the fast lane. It therefore comes as no surprise that slow travel is in fashion. There’s nothing better than slowing down, taking it easy and appreciating the world around us. Retreats for personal development have already proliferated in the market offering coaching sessions, changes of lifestyle and nutrition,

or even beauty and organic products workshops. “For me it’s about going back to my roots, to our nature and back to basics. Today’s reality can seem so twisted in so many ways that sometimes we just need to take time out to understand who we are and why we’re here”, says Jeferson Athaide who is also a fan of these retreats. Athaide points out that “after such a dark 2020/2021 we need the light of the sun, to be heard and hear others, or even listen to the silence because sometimes silence really is golden”. There are those who want to push the boundaries and feel the adrenalin so extreme adventure expeditions are winning fans, be that for a quad biking safari in Africa, diving in shark infested tropical seas, or


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hiking the Wakhan Corridor in Afghanistan. There are also other less “radical” adventures which attract locals and tourists, and which can only be visited by a restricted number of tourists, cases being an expedition to Antarctica, flights on the border with space in a gravity-free environment, or cosmonaut training camps.

The return of the resorts

The prices of trips are going up, not to mention that you still need Covid tests and paperwork for some destinations, which is why when you plan to travel, travel far. The best thing would be to book a room in a hotel or a suite in a resort with all included (AI). If there are tourist resorts for all tastes and pockets for holidays, then there are those for private use or investment. We are referring to primary or second homes in resorts which are being eyed by investors and clients.

Eco Village

Palmares ClubHouse / Krono Homes

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Jason Toevs/2033345/ on pexels

gerald-schombs-titrLVi32F8-unsplash

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As temperaturas subiram e provocaram o desejo de viajar. Se é algo tão sedutor, então para quê resistir? Temperatures are rising and with them the desire to travel. If travelling is so seductive, then why wait?”

In Portugal, after a boom in resorts, the majority never completed because of the Great Recession 2007-2014, these are now back in force, but now in a more sustainable and better-located way. With changes in the pandemic and the conclusion of BREXIT, foreigners are once again interested in Portugal, particularly the Algarve with the return of the traditional UK market, but also interest from the Netherlands, Ireland, Germany, France, and Switzerland. According to most estate agents, the Atlantic Coast, the Alentejo Coast, Lisbon, and the West Coast are the most dynamic areas regarding supply and demand, drawing the most interest from buyers from the UK, Germany, Spain, the US, and Lebanon. One should also mention the increase in interest from the Portuguese. Rui Meneses Ferreira, President of the Portuguese Association of Residential Tourism & Resorts, explains the success of this type of resort: “In the traditional paradigm,

a house would be destined for weekends, holidays or as an investment with a view to an income; a second home as a place to live in, on retirement. But it would also either involve staking one’s own capital, or taking out a second mortgage, an expense to add to those incurred from obtaining a permanent residency permit. To make it possible and desirable to live there, the rationale now means expecting a lifestyle today which before had been the ideal for the future for some time”. The Portuguese government’s ‘Tourism Strategy 2027 highlights the product ‘Living in Portugal’ and with this segment, according to Rui Meneses Ferreira, “Portugal clearly comes first place out of the best offer at a European level”. As is known, there are various residential tourism projects underway in Portugal and we expect that homes in resorts will continue to be an important magnet for national and overseas buyers.


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From July to September

And how is the hotel sector doing? After two years best forgotten, the Portuguese Hotel Association (AHP) in its latest survey showed that as this issue of the magazine closed, average bookings were still somewhat modest”, at between 40 and 59%, but also stresses that there is a trend for lastminute bookings. But of course, there are always exceptions, cases being the Azores, Madeira, and the Algarve which now have bookings in the region of 60% to 80% for the summer months. Portugal, Spain, France, and the United Kingdom are in decreasing order the main markets of origin; but the numbers are increasingly swinging towards Germany and the United States of America which are

markets that are continuing to enjoy robust growth in Portugal. We are not yet at pre-pandemic levels, which is for certain, but there is an air of relative security and optimism in the air. The vaccination programmes were pivotal for this sense of general well-being. Those who have travelled outside Portugal can easily see that no one uses face masks or disinfectant gel (except on public transport), social distancing is not practised, and we even ask strangers to take photos or us or photograph them. From July to September, in Portugal or abroad what is important is going, with or without a destination. Temperatures are rising and with them the desire to travel. If travelling is so seductive, then why wait?


“Great design sells hotels and resorts. People want to stay somewhere special. We help our clients to create stunning, successful and commercially-viable destinations by providing a unique guest experience.” Margarida de Ordaz Caldeira Head of Hospitality, Board Director

Moxy Hotel Oriente, Lisbon


Sol 18 e Lua Sol e Lua

Tourism

Tourism

Caminito del Rey

Suspensos na natureza Suspended in nature


Sol e Lua

Tourism

Há locais onde se tem de ir pelo menos uma vez na vida. São daqueles sítios que nos fazem crescer borboletas na barriga e onde as paisagens são de cortar a respiração. Assim é o “Caminho do Rei” no Norte de Málaga, Espanha.

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There are places where you should go at least once in your life. They are those places that cause butterflies in the stomach and where the landscapes are simply breath-taking. ‘Caminho del Rey’ (The King’s Pathway) north of Malaga, in Spain, is one of those places.


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Texto Text: Anabela Loureiro

Entre as povoações de Chorro e Gaitanejo existe uma passagem cravada nas paredes de imponentes rochas que, ao longe, pode assustar pela sua altura vertiginosa e onde as pessoas se assemelham a pequenas formigas de capacete na cabeça a deslocarem-se por entre o passadiço de madeira. O nossa trajecto começa após se transpor um túnel semi-escuro escavado na rocha. Ainda com os olhos a ambientarem-se à claridade rapidamente percebemos a beleza agreste e brutal da paisagem, quer do serpentear do desfiladeiro, quer das passagens em solo bem firme. A existência de água das albufeiras é outra das mais-valias do percurso. Lá do alto dos céus pairam sobre nós aves de rapina a lembrar velhos filmes do Faroeste. Ao longo do caminho vamos descobrindo uma vegetação rasteira e pelos trilhos sinuosos de 7,7 quilómetros avistamos algumas cabras montesas. Ninguém fica também indiferente à segurança que existe ao longo de todo o percurso. Não é de admirar, pois este caminho, escavado no início do século XX para os trabalhadores se deslocarem por altura da construção de uma hidroeléctrica e imortalizado pela sua utili-

zação pelo então rei de Espanha Afonso XIII aquando da inauguração da Represa Conde del Guadalhorce (daí o nome), não tinha qualquer tipo de protecção e com isso, nos anos de 1999 e 2000, morreram alguns turistas o que obrigou o governo local a encerrar o acesso a este caminho. Após o investimento conjunto da Comunidade Autónoma da Andaluzia e do governo da Província de Málaga, em 2015 foi reaberto com toda a segurança. Com efeito, além da malha protectora entre a rocha e o vazio, pudemos constatar que existem vários vigilantes ao longo do percurso, câmaras de vídeo, extintores, ambulâncias, postos de socorro e até, a meio do percurso, um heliporto. A logística é muito simples e o acesso ao local pode ser feito por autocarro ou viatura própria. Há muitos tours mas, na nossa modesta opinião, não há nada melhor do que descobrir o local por iniciativa própria, a solo ou em conjunto. Há neste caminho algo que mexe com o nosso ser mais profundo. Mais do que estar em sintonia com a Natureza, tirar fotografias memoráveis e partilhar momentos únicos, faz-nos apetecer repetir a experiência por outros passadiços. De Espanha levamos para Portugal o desejo de conhecer os passadiços do Paiva, do Sistelo ou de Fragas de São Simão. Não sabe onde ficam? Então “google” como nós fizemos e parta à aventura!

Between the villages of Chorro and Gaitanejo there is a ledge passage carved against imposing rock walls which, when seen from a distance, seem scary because of its dizzying height, and from where people seem like little ants with their protective helmets on their heads as they wind their way along the wooden pathway. Our journey begins after passing through a dim tunnel excavated in the rock. Even though our eyes are still adjusting to the light, we quickly grasp the harsh and brutal beauty of the landscape, both snaking through the gorge, or passing through the passages on more sold ground. Seeing the lagoons is another plus from our hike. Birds of prey glide high above us in the sky and remind us of the old American western films. Along the trail we discover a sparse vegetation, and as we snake our way through 7.7km of winding paths we even spot some mountain goats. No one is blind to safety along the entire length of the route either. That’s not surprising given that this path, which was dug through the rock at the start of the XXth century so that labourers could reach the construction site for a hydroelectric dam at Chorro, and Gaitanejo Falls, is immortalised by the fact that the then king of Spain Afonso XIII used it for the inauguration of Represa Conde del Guadalhorce dam and reservoir lake (hence its name). It didn’t have any type of protection, and because of this in 1999 and 2000 some tourists fell to their deaths which forced the regional government to close the pass. After joint investment from the Autonomous Community of Andalucía and the Government of the Province of Malaga in 2015 the walkway reopened with all the safety features. Apart from the protecting mesh between the rock and the void, you can see various security staff along the pass, video cameras, fire extinguishers, ambulances, first aid posts and even a helicopter halfway along the course. Getting there is quite simple, and you can reach itby bus or car. There are many guided excursions, but in our modest opinion there is nothing quite like discovering the place on your own initiative. There is something about this walk with stirs up our inner core. More than just being in sync with nature, taking memorable photographs and sharing priceless moments, it makes us want to repeat the experience on other walkways. From Spain we bring the itch to discover the Paiva walkways in Portugal, or the walkways at Sistelo or Fragas de São Simão. You don’t know where they are? Then “Google” as we did; it’s all part of the adventure.


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Tourism

Tourism

Turismo instantâneo Instant tourism

Inspirações streaming e instagramáveis Streaming and Instagraming Inspirations

Durante o confinamento fiquei fã dos dramas sul-coreanos, cujas séries passam-se ora na Suíça, ora em Itália, ora no Canadá… com isto, o turismo desses países dispara não só com turistas oriundos da Coreia do Sul como de todo o mundo tal é a visibilidade que estas séries dão aos destinos turísticos visualizados através das plataformas de streaming. Não foi à toa que Lisboa viu com bons olhos as duas filmagens para a Netflix a decorrerem na capital portuguesa. Não ficaremos admirados se o turismo alfacinha aumentar depois de irem para o ar. Selfies, polaroids ou momentos Facebook e Instagram, juntamo-nos a esta nova versão do turismo instantâneo e deixamo-los com imagens instagramáveis do nosso País.

During lockdown I became a fan of South Korean drama series which were filmed in Switzerland, Italy, and Canada. This caused a spike in tourism, not just from South Korea, but from all over the world thanks to the visibility that these series gave to tourism destinations through streaming platforms. For example, Lisbon will no doubt get great exposure thanks to on location filming done in Lisbon by Netflix for a series and a film partly set in the Portuguese capital. So don’t be surprised if tourism increases once the series is streamed. Whether selfies, polaroids or Facebook moments, we’re all getting on board this new version of instant tourism which leaves us with ‘Instagramable’ pictures of our country.


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Históricos do Imobiliário 24 Históricos do Imobiliário

Portuguese Property History

Portuguese Property History

Francisco Pereira

“Não posso sossegar” “I can’t rest on my laurels”


Históricos do Imobiliário Portuguese Property History

Entrevista de Joaquim Pereira de Almeida Maio de 2011 By Joaquim Pereira de Almeida May 2011

Fotos Photos: Anabela Loureiro

Aos oito anos de idade, Francisco Pereira já andava “a acartar” massa como servente, em Abrantes. O pequeno rapaz, nascido em S. Vicente de Abrantes, a 21 de Dezembro de 1926, estava longe de pensar que o futuro lhe viria a trazer uma vida de tanto trabalho. Cresceu no lugar de Alferrarede que ainda não era uma freguesia. Os pais trabalhavam no campo e tinha cinco irmãos, dos quais, dois rapazes. Ainda criança com oito anos de idade após ter feito a segunda classe foi trabalhar para o Rossio de Abrantes para uma fábrica de cortiça dos Amorins. Fugiu à escola. O motivo foi simples: um dia a mãe, à refeição, ao dividir o pão deu um pedaço maior ao irmão pelo facto de ele andar a trabalhar. Francisco revoltou-se e foi trabalhar nas obras. Mas ele era um verdadeiro visionário. Aos 15 anos, no Rossio, quando “já” ganhava um escudo por dia, decidiu começar a fazer empreitadas “de mão-de-obra”. Com muros e partes de casas, começou a ganhar experiência e responsabilidade, sempre sem dinheiro. Por volta dos 17 anos é alertado para um negócio que o viria a lançar, dir-se-á, quase prematuramente, como empreiteiro. Foi alertado para a existência dos Boletins Oficiais onde vinham mencionadas as intenções do Governo para a construção de

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escolas primárias. E lançou-se, sem dinheiro, só com a mão-de-obra. Os materiais de construção pagavam-se ao final do mês, quando o cliente, neste caso o Estado, pagava. Foi um autêntico rastilho. Ele dava a mão-de-obra e entretanto, angariava mais pessoal para trabalhar e o Estado pagava pontualmente o que lhe permitia ter sempre muitas obras em andamento. Em sociedade com o irmão, Agostinho Maia, fez 105 escolas primárias em três distritos. Quando “esgota” as encomendas do Estado – entretanto fez também o Hospital de Mora – decide ir, mais o irmão, para Almada. Foi em 1953. Já tinha um bom “pé-de-meia” que ele fazia sempre questão de ampliar. Por exemplo, uma vez foi desafiado a ir a Lisboa ver um Sporting-Benfica e ele jurou para nunca mais… Era muito caro o bilhete. Como ele diz, só sabe poupar, não sabe gastar. Em Almada faz-se sócio da empresa Simão & Companhia com quem lança os primeiros projectos. Fazem várias obras entre as quais, recorda, a nova fábrica da Renova que então se chamava Fábrica de Papel de Almonda. Como a intenção era fazer tudo de novo, foi preciso demolir a antiga fábrica e “renovar” tudo. De tanto usar esta expressão acabou por influenciar o


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cliente na atribuição do nome à marca: Renova. E ainda para Simão & Companhia, e outros, construiu a Fabrica Resineira de Alferrarede, que já não existe. Entretanto, Francisco Pereira e o irmão sentem-se de algum modo prejudicados com a sociedade Simão & Companhia e rompem com ela, fazendo uma nova sociedade com João Valente onde já lhes era possível ter 50% do capital e dos lucros. Nessa altura, já começara, também, a construir em Lisboa, muito motivado pelo exemplo de um carpinteiro que trabalhava para ele, Álvaro Pereira, que andava sempre com uma bicicleta velha e que se despediu para ir trabalhar para a capital. Voltou uns tempos depois ao volante de um Ford… Divide-se pelas duas cidades onde vai construindo um edifício de cada vez. Sendo o primeiro prédio a construir foi na Rua D. João de Portugal nº 20 em Almada e o segundo foi em Lisboa na Rua dos Douradores e muitos outros. Depois comprou os terrenos ao lado da Lisnave e constrói vários imóveis de 19 andares e outros,

à época os maiores edifícios de Portugal. Não se importou com as vozes discordantes da altura destes edifícios e da gigantesca dimensão destes negócios. No meio deste caminho, faz a terceira classe da escola para poder tirar a carta de condução. Separa-se da sociedade com o irmão Maia por este querer trabalhar com os filhos. Assim Francisco Pereira também se juntou aos filhos com a sociedade Maia & Pereira SA que lhe coube na partilha do património, fazendo o primeiro prédio na Avenida Antonio Augusto de Aguiar nº20 em Lisboa. A uma pessoa que cresce tão rápido é imperioso perguntar onde está o segredo do “milagre”. Ele assegura que o seu êxito se deve, sobretudo, ao facto de sempre se ter sabido rodear de pessoas de mais idade e sabedoria com experiência da vida. Quando andou a construir escolas, realça a extrema correcção dos fiscais do Estado que era pessoal de uma correcção absoluta. “Eram pessoas sérias”. Mais tarde, em Almada e Lisboa, trabalhou com arquitectos conceituados porque isso facilitava

os negócios pelo bom gosto destes. Hoje assegura que tem alguns lotes para executar e que as câmaras não despacham. Francisco Pereira não gosta de pedir dinheiro emprestado e evita trabalhar com a Banca. Dá sempre o exemplo do empréstimo de 200.000 contos que contraiu ao Montepio Geral, em 1978, e pelo qual teve de pagar 34% de juros. Apesar de tudo e quando é imperioso, assegura, que a Caixa Geral de Depósitos é o banco que melhor o serve. É onde põe as suas economias. Actualmente tem várias obras em curso mas orgulha-se especialmente de uma. A do hotel que está a construir, a partir de uma profunda reabilitação, na esquina da Avenida da República com a Elias Garcia em Lisboa. “Tem mais de 200 quartos e trezentos lugares de parqueamento.” Perto dos 85 anos e após ter feito muitas edificações de que já perdeu a conta, afirma que não pode parar. “Quando sossegar, morro logo”. Todos os dias se levanta cedo, passa pelo estaleiro que possui na margem sul, vai à sede em Almada e vem ao escritório de Lisboa, na Avenida Defensores de Chaves e para as respectivas


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obras, de onde só sai à noite. Distrai-se a trabalhar. A saúde tem-no protegido apesar de há uns anos começar a andar “atrapalhado” das costas. Quiseram-no operar, mas como isso acarretava ainda alguns riscos, optou por tratamentos de talassoterapia. E não fez a coisa por menos. Revolveu, construir uma clínica na Costa de Caparica, onde vai fazer tratamentos todos os sábados. Francisco Pereira é um homem viajado mas…para trabalhar. É visitante assíduo das feiras profissionais de construção e imobiliário, como a Batimat, em Paris, o MIPIM, em Cannes, e o Barcelona Meeeting Point. No entanto já fez uma extravagância. Um cruzeiro às Caraíbas de que tem as melhores recordações. Hoje assegura que o mercado está a atravessar um momento muito difícil, embora pessoalmente não se possa queixar porque não tem nada para vender. Continua a rodear-se de gente de bem e de bom senso que o estimam e admiram. Casado, desde 27 de Agosto de 1950, com Maria

do Carmo, de quem teve três filhos, tem cinco netos e dois bisnetos. É um homem feliz. At eight years of age, Francisco Pereira was already “carting around” mortar as a builder’s mate in Abrantes. The small boy born in São Vincente de Abrantes on 21 December 1926 was far from imagining that the future would bring him a life with so much work. He grew up in Alferrarede which then wasn’t yet a parish. His parents worked on the land, and he had five siblings, two of which were brothers. Still an eight-year-old child after having completed primary school, he went to work for Rossio de Abrantes - a cork factory that belonged to the Amorims. He had run away from school. The reason was simple: one day his mother gave his brother a larger piece of bread because he was working. Francisco rebelled and went to work on building sites. But he was a true visionary. At 15, working at Rossio, when he was “already” earning an escudo per day, he decided to do his own building projects. He began gaining experience and responsibility with walls and parts of

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houses, but never earned a penny. At around 17 years of age and given a tip-off about a business opportunity, he decided to launch himself, early one might say, as a builder. He was tippedoff about Official Bulletins which divulged the government’s plans to build primary schools. And he started his own business without any investment other than his own sweat and toil. He paid for the building materials at the end of the month when the client, in this case the State, paid up. He was quite the ‘bright spark’ entrepreneur. He did all the donkey work and then hired more labour to work on the sites, and because the State paid him on time, he was always able to have different building jobs going on at the same time. Forming a company with his brother, Agostinho Maia, he built 105 primary schools in three districts. When State projects “ran out” - he also built the Hospital de Mora - he and his brother packed up and headed for Almada. That was in 1953. He had already made a “tidy stash” which he made certain to add to. For example, once he was challenged to go


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to Lisbon to see Sporting play Benfica and he swore never again...the ticket was very expensive. As he says: “I only know how to save, not to spend”. In Almada he became a partner in the company Simão & Companhia with which he launched his first projects. They did various projects including, he recalls, the new Renova factory which at that time was called the Fábrica de Papel de Almonda (The Almonda Paper Factory). With the intention of building everything “anew”, they had to demolish the old factory and “renovate”. This word was used a lot in those days, and influenced the clients when it came to coming up with a new name for the company which chose “Renova” (Renew/Renovate)… And he also did the Fabrica Resineira at Alferrarede for Simão & Companhia, and others (the building was later demolished). Meanwhile, Francisco Pereira and his brother felt they had somehow “lost out” at Simão & Companhia and broke away from the company, forming a new company with João Valente where they could have 50% of the capital and profits. At this time, they also began building in Lisbon, spurred on by the example of a carpenter who worked for the company, Álvaro Pereira, who moved around on an old bicycle and who re-

signed to go and work in the capital. He returned sometime later at the wheel of a Ford... Francisco Pereira divided his time between Almada and Lisbon building a building at a time. The first building was in Rua Dom João de Portugal Nº20 in Almada, and the second was in Lisbon in Rua dos Douradores, and many others. Then he bought plots of land next to Lisnave and built various 19-floor properties, and others, the tallest buildings at the time in Portugal. Francisco Pereira didn’t unduly worry about the criticism at the time over the height of these buildings and the size of these business deals. In the middle of all this, he completed his school 11+ exam which he needed to have to get a driving licence. He split from his brother Maia because he wanted to work with his sons. So, Francisco Pereira also started a new company with his sons Maia & Pereira SA from dividing up the capital of the one he had with his brother and used that to build his first building on Avenida António Augusto de Aguiar Nº20 in Lisbon. The question one must ask someone who had grown so quickly and created a construction empire is how he achieved this “miracle”. Francisco Pereira assures that his success is mostly down to the fact that he had always surrounded himself with people who were older and had wisdom and experience of life. When he was

building schools, he stresses the extremely thorough inspections that the State conducted with inspectors who were strict and to the letter. “These inspectors took things very seriously”. Later, in Almada and Lisbon, he worked with respected architects because this made his business dealings easier because they had good taste. Today he says he has building plots to build on, but the councils aren’t speeding things along. Francisco Pereira doesn’t like borrowing money and avoids working with banks. He always gives the example of a loan of 200,000 contos that he took out with Montepio Geral in 1978, for which he had to pay 34% interest. Despite everything and when it’s imperative, he insists that Caixa Geral de Depósitos is the best bank for him. And that’s where he puts his savings. He currently has several projects on the go, but is especially proud of one. It’s the hotel that he’s building which involves a major renovation on the corner of Avenida da República with Elias Garcia in Lisbon. “It has over 200 rooms and 300 parking spaces.” Nearly 85 and after having done so many buildings he has already lost count, he states that he can´t rest on his laurels. “If I were to retire tomorrow, I’d die the next day”. Every day he gets up early, pops by the boatyard he owns on the south bank, goes to his headquarters in Almada, and then heads to his office in Lisbon on Avenida Defensores de Chaves before swinging by the respective building sites from where he only finishes up at night. Working distracts him. He’s enjoyed good health despite his back giving him “a bit of trouble” in recent years. They wanted to operate, but as this carried some risks, he opted for talassotherapy. And didn’t do it by halves. He decided to build a clinic in Costa de Caparica where he goes for treatments on Saturdays. Francisco Pereira is a well-travelled man...for work. He is a regular fixture at construction and real estate trade fairs such as Batimat in Paris, MIPIM, in Cannes, and Barcelona Meeting Point. However, he has pushed the boat out. A Caribbean cruise of which he has fond memories. Today, he admits that the market is going through choppy waters, but says he can’t complain since he hasn’t got anything to sell. He continues to surround himself with good people with common sense who value and admire him. Married since 27 August 1950 to Maria do Carmo with whom he had three children, he has five grandchildren and two great-grandchildren. He’s a happy man.

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SIL 2022

Regresso a duas velocidades Returning in two gears


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O SIL - Salão Imobiliário de Portugal fechou portas com o sentido de missão cumprida. Houve grandes e pequenos expositores, muitos eventos e cocktails, negócios e oportunidades, e, acima de tudo, o regresso do lançamento de empreendimentos. No entanto, há alguns pontos a reflectir para futuras edições. SIL - Portuguese Property Fair closed the turnstiles with a sense of mission fulfilled. There were large and small exhibitors, many events and cocktails, business, and opportunities and the return of development launches. However, there are some points to consider for future editions.

Texto Text: Carla Celestino

O primeiro dia do SIL, 12 de Maio, surpreendeu tudo e todos. Os corredores do certame encheram-se de pessoas, nacionais e estrangeiros, todos profissionais. Pelo stand da Magazine Imobiliário, media partner daquele que é considerado o maior salão do sector a nível nacional, passaram portugueses, claro, mas também brasileiros, chineses, sul-africanos e até ucranianos. Do lado dos promotores imobiliários a sua presença ainda ficou aquém do que este salão merece. Quem lá esteve conseguiu obter maior visibilidade dos seus imóveis e fazer negócio. O board member da Habitat Invest, em declarações à nossa revista, avançou que fez “15 milhões de euros de vendas no salão.” É caso para dizer que os promotores, mais cautelosos, que não participaram este ano no SIL devem ter-se arrependido. As conferências continuam sempre no mesmo formato e os interlocutores pouco variam, ainda assim tiveram casa cheia e as temáticas não poderiam ser mais actuais, desde o crescimento das cidades, habitação para a classe média e jovens casais, passando pela sustentabilidade e a dificuldade em cumprir metas ambientais, até à problemática do aumento dos custos de produção, escassez de materiais e mão-de-obra especializada. Mas o que realmente impres-

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sionou foi a multiplicidade de eventos que ocorreram em simultâneo, desde estudos, cocktails, apresentação de oportunidades de imóveis. Humanamente não era possível ir a todos mas reflecte claramente o grande dinamismo que o sector imobiliário atravessa. No que toca às redes de mediação imobiliária, como habitualmente, não desiludiram. Grandes expositores, equipas elevadas em termos numéricos, muitos contactos e animação. Mas também surgiram novas empresas que se deram a conhecer pela primeira vez e que, como pudemos constatar, estão a crescer no País. Os dois primeiros dias do SIL estiveram, assim, ao rubro, como já não se via há algum tempo. O que leva-nos a questionar o que falhou no fim-de-semana, em que o pico de público caiu. Houve quem atribuísse a ausência de fluxo de pessoas à meteorologia, mas se no sábado esteve bom tempo, no domingo não… Houve também quem considerasse que faltaram os grandes descontos para a compra de casa. Não somos analistas mas vai requerer, muito provavelmente, uma mudança de estratégia por parte da organização. Só não mudem a data, porque é a ideal. Se as edições do SIL de 2020/2021 foram


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Temperatura Temperature

Começo de um novo ciclo?

The start of a new chapter?

meritórias por terem decorrido apesar do cenário de pandemia, a de 2022 merece o destaque por ter ocorrido num panorama de crise gerada pelo conflito Rússia-Ucrânia mas a que o imobiliário português parece estar alheio, pelo menos até 2023 dado o portfólio de imóveis que deverá chegar ao mercado nacional. Nota final: Apesar das nossas críticas construtivas, não tenham dúvidas de que este foi um evento de sucesso. Aliás, a nossa expectativa é que este seja um salão que se vá aproximando gradualmente dos seus tempos áureos, já a partir de Maio de 2023. The first day of SIL, 12 May surprised everyone. The aisles of the fair filled with people, both national and overseas, all professionals. Of course, there were lots of Portuguese who walked past the Magazine Imobiliário stand at what is considered to be the largest property fair in Portugal, but also Brazilians, Chinese, South Africans, and even Ukrainians. On the real estate developers’ side, their presence fell somewhat short of what the fair deserved. Those that were there got

greater visibility for their properties and a better chance at doing business. The board member of Habitat Invest told our magazine that it had done “15 million euros in sales at the fair”. It is a point to show that the more cautious developers who did not take part at this year’s SIL might regret it. The conferences continued with the same format and the speakers were regulars at previous fairs, nevertheless there was a full house, and the topics could not have been more salient, from the growth of cities, housing for the middle class and young couples to sustainability and the difficulty of meeting environmental targets. The problem of increased production costs, scarcity of raw materials and specialised workforce were also covered. But what was really impressive was the multiplicity of events that took place at the same time, from study presentations and business cocktails to the presentation of property opportunities. It wasn’t humanely possible to go to them all, but the number of events reflected how buoyant the real estate sector is right now. As to the chains of estate agencies, as usual they didn’t disappoint. Big exhibitors, lots

O investimento em imobiliário comercial atingiu os 380 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, quase o dobro em relação ao período homólogo do ano anterior, de acordo com os dados divulgados pela consultora imobiliária CBRE. Quer parecer que continua a existir uma elevada liquidez direccionada para o imobiliário. Mas não podemos deixar de questionar se neste optimismo estão a ser tidas em conta algumas variáveis preocupantes: os níveis da inflação, a subida das taxas de juro, o aumento dos custos da construção versus empreendimentos vendidos em planta…, já para não falar do conflito entre a Rússia e a Ucrânia que, apesar de não ser à escala europeia mas entre dois países europeus, afecta tudo e todos e pode envolver a UE a qualquer momento. A CBRE revela que já existe o adiamento de algumas operações de forward funding e forward purchase. Será isto o começo de um novo ciclo? Investment in commercial real estate reached €380 million in the first quarter of 2022, almost double in relation to the like-for-like period the year before according to data released by the real estate consultancy CBRE. There is, it seems,an elevated level of liquidity still directed towards real estate. But we should not forget to ask if some worrying variables are being factored in amid this optimism: inflation levels, increases in interest rates, increases in construction costs versus developments sold off plan..., and these without even mentioning the conflict between Russia and Ukraine which despite not being on a European scale is still between two European countries, affects everything and all of us and could involve the EU at any moment. CBRE reveals that some forward funding and forward purchasing operations have already been postponed. Is this giving us a taste of the new cycle to come?


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O que realmente impressionou foi a multiplicidade de eventos que ocorreram em simultâneo, desde estudos, cocktails, apresentação de oportunidades de imóveis. What was really impressive was the multiplicity of events that took place at the same time, from study presentations and business cocktails to the presentation of property opportunities.”

of well-staffed teams, many contacts and lots of excitement. But new companies have also appeared, and we got to know for the very first time and as we can attest, are growing in Portugal. That’s how the first two days at SIL were; all hands-on deck in a way we hadn’t seen for quite some time. Which leads us to ask what went wrong at the weekend when the peak number of public visitors fell. There were some who attributed the absence of footfall to the fine weather, but if people were on the beach on Saturday, then on Sunday the weather wasn’t so good... others thought there weren’t the big discounts on home purchases. We’re not analysts but there will probably need to be a change of strategy from the organisation. Only don’t change the date because it is ideal. If the 2020/2021 editions of SIL were laudable because they took place in spite of the pandemic, then 2022 deserves to stand out because it took place against the backdrop of a crisis created by the Russia-Ukraine

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conflict but which appears to bear no relation to Portuguese real estate, at least until 2023 given the portfolio of property that should come onto the national market. End note: Despite our constructive criticisms, we are in no doubt that the event was a success. Indeed, our expectation is that this will go down as a fair which went some way towards a gradual return to its golden era, a return which will continue from May 2023.


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RE/MAX Portugal

“São fortes os sinais de satisfação e confiança”

“Strong signs of satisfaction and confidence”


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O presidente desta rede de medição imobiliária internacional, Manuel Alvarez, não poderia mostrar-se mais optimista: o mercado está dinâmico e a RE/MAX Portugal está a alcançar os melhores resultados de sempre. E a tendência é para continuar no topo. The president of this chain of international real estate agencies, Manuel Alvarez, could not be more optimistic: the market is buoyant and achieving the best results ever. And the trend is to stay on top.

Entrevista Interview: Carla Celestino

Estamos a entrar na recta final do primeiro semestre do ano, como tem sido o crescimento da rede em Portugal, nomeadamente em termos de recursos humanos, volume e preços das transacções? A rede RE/MAX tem registado crescimentos muito positivos nos mais diversos indicadores. Se 2021 foi o melhor ano de sempre da rede, 2022 está a ser ainda melhor. Em termos orgânicos, desde o início do ano, aumentámos a rede de 381 para 386 agências, o número de consultores de 9.751 para 10.164. No conjunto, a estrutura da rede conta com mais de 11 mil pessoas, um número cada vez maior, sinal da confiança que a marca transmite, não apenas aos seus clientes e parceiros, mas também a todas as pessoas que procuram a excelência, a satisfação e o sucesso profissional. O aumento do volume de preços mediado pela rede é alavancado pelo incremento significativo do número de transacções, incremento esse que alcança já os 12% face aos cinco primeiros meses de 2021. Em termos de facturação, o crescimento nacional é ainda maior, atingindo-se já os 21%. Este dinamismo foi transversal a todas as regiões ou denotaram um maior crescimento em áreas específicas do País? Não obstante o enorme dinamismo que a rede tem demonstrado este ano, existem naturalmente algumas diferenças regionais, como aliás sempre existiram, consequência das realidades distintas que cada região vivencia.

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A região da margem sul de Lisboa (Margem Sul) é a que menor índice de crescimento apresenta este ano (2,1%). As próprias regiões centrais de Lisboa (Lisboa Centro, 13,4%) e a norte desta (Lisboa Norte, 13,5%), estão ainda abaixo dos 15% de crescimento. A zona do Grande Porto, com quase 17% é ainda a que se encontra abaixo da média nacional de 21%. No lado oposto, encontramos a actividade na Linha de Cascais (37,4%), as regiões autónomas da Madeira e dos Açores (35,8%) e a Linha de Sintra ainda acima dos 35% de crescimento (35,6%). Para terminar, no Alentejo regista-se um crescimento de 34%, no Algarve de 31%, na zona Centro do país cerca de 30% e na região Norte, 25%. Em termos de compra e/ou arrendamento de casa, quem dominou a procura: os nacionais ou estrangeiros? Considerando os dois tipos de negócio (compra/venda e arrendamento), os estrangeiros foram responsáveis por 21,5% das transacções. Mas esta média esconde diferentes realidades: no arrendamento, os clientes além-fronteiras representaram 45% das transacções e nos negócios de compra/venda, 15%. No que se refere ao arrendamento, os clientes brasileiros lideram com 39% das transacções de todos os estrangeiros, seguidos pelos ucranianos com 7,3% e norte-americanos com 7,1%. Menos significativa é a participação de angolanos, espanhóis e franceses com


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The RE/MAX chain has enjoyed very positive growth in the most diverse indicators. If 2021 was the best year ever for the chain, then 2022 is even better. In organic terms, we have grown the chain of agencies from 381 to 386 and the number of estate agents from 9,751 to 10,164 consultants. All told, the agency structure has 11,000 people, a bigger number than ever and a mark of confidence that is conveyed not only to its clients and partners, but also to everyone who seeks excellence, satisfaction, and professional success. The increase in the turnover of prices by the chain is boosted by the significant increase in the number of transactions which reached 12% like-for-like on the first months of 2021. In terms of turnover, national growth is even greater, now at 21%

cerca de 3,5% cada.Já nos negócios de compra/venda, os brasileiros são também líderes, mas não tão destacados, com quase 23% das transacções que envolvem estrangeiros, seguidos pelos franceses com 8,2%, norte-americanos com 7,6%, ingleses com 7,1% e angolanos com 7,0%. Em suma, os clientes estrangeiros representam cerca de 45% dos negócios de arrendamento e 15% dos de compra/venda e desses clientes além-fronteiras, os de nacionalidade brasileira são claramente os dominantes. Estamos a entrar no Verão, verificaram um aumento da procura de casas para segunda habitação ou habitação em resorts? Numa análise recentemente realizada foi possível constatar que não obstante a subida da inflação e o início do conflito armado na Ucrânia com a consequente instabilidade nos mercados internacionais, registámos um aumento na venda de habitações de 6%, nos últimos três meses (Março, Abril e Maio). Destas, a venda de moradias foi aliás a que maior crescimento registou, com 8% de aumento, não obstante terem representado cerca de 31% do total de habitações vendidas. Certo é que, globalmente em termos habitacionais, os nossos dados apontam para a manutenção de uma forte procura e uma escassez na oferta, não tão notórios no segmento da segunda habitação, até por razões inerentes ao próprio mercado: quem procura

uma segunda habitação não apresenta tanta urgência na aquisição, não recorre tanto ao crédito bancário e está menos condicionado pela localização do imóvel. Registámos, assim, um aumento da procura de casas para segunda habitação e em resorts, mas que não podemos considerar excepcional ou extraordinário, seguindo, de resto, o ritmo natural para esta época do ano. Quais as vossas expectativas, em relação à rede RE/MAX Portugal até ao final do ano? As expectativas são bastante positivas, pois são fortes os sinais de satisfação e confiança que os nossos clientes têm pela marca e pelos nossos serviços, assim como os dos nossos parceiros. Esperamos consolidar a presença a nível nacional, com o incremento do número de agências, o número de colaboradores, de modo a fortalecer a nossa participação nos vários mercados regionais. Perspectivamos solidificar ainda mais a liderança nacional da marca, com um aumento de 20% em volume de negócios e com ele dar continuidade ao percurso quase ininterrupto de crescimento em 22 anos de história. We are approaching the end of the first half of the year. So how has growth been for the RE/MAX chain in Portugal, particularly in terms of human resources, turnover, and transaction prices?

Was this buoyancy across the board in all regions or was it tied to greater growth in specific areas of the country? Notwithstanding the huge dynamism that the chain had enjoyed this year, there are naturally some regional differences as there always have been, because of the specific realities of each region. The Lisbon South Bank region (Margem Sul) was the area that least grew this year (2.1%). Lisbon’s central regions (Lisboa Central,

A rede RE/MAX tem registado crescimentos muito positivos nos mais diversos indicadores. Se 2021 foi o melhor ano de sempre da rede, 2022 está a ser ainda melhor. The RE/MAX chain has enjoyed very positive growth in the most diverse indicators. If 2021 was the best year ever for the chain, then 2022 is even better.”


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13.4%) and North Lisbon (13.5%) are still below the 15% growth rate. Greater Porto, with almost 17% is also still below the national average of 21% On the opposite side, transactions along the Cascais Line are at 37.4% while the Autonomous Regions of the Azores and Madeira stand at over 35% growth (35.6%). Finally, Alentejo saw growth of 34%, the Algarve 31%, the Central Zones around 30% and the North, 25%. In terms of house purchase and/or rental, which has dominated demand: national or international? Considering the two types of business (buying/selling and rental), foreigners were responsible for 21.5% of transactions. But this average conceals different realities: in rental, overseas clients represented 45% of transactions and 15% for buying/selling. Regarding rental, Brazilian clients led the list with 39% of all overseas rental transactions, followed by Ukrainians with 7.3% and Americans (7.1%). Less significant are transactions from Angolans, Spanish and French with around 3.5% each. In purchases/sales, the Brazilians topped the table but were not as evident as in the past, with almost 23% of transactions from overseas buyers, followed by the French (8.2%), US (7.6%), English with 7.1% and Angolans with 7.0%. Overall, overseas clients represent around 45% of rental business and 15% of total purchases/sales and of these overseas clients, Brazilians clearly dominate.

Summer is upon us, are we seeing an increase in demand for second homes or homes in resorts? A recent study shows that despite rising inflation, and the start of armed conflict with Ukraine with consequent instability in international markets, we have seen an increase in house sales of 6% in the last three months (March, April, and May). Of these, the sale of townhouses saw the

greatest registered growth with an 8% increase, moreover, representing around 31% of all houses sold. It is certain that across the board in housing, our data points to a continued strong demand and a lack of offer, not so severe in the second homes segment, for reasons embedded in the actual market: those looking for second homes are not so anxious to buy a property quickly, do not tend to need mortgages and are less restricted by the location of the property. We have therefore seen an increase in demand for second homes and in resorts, but we cannot say it has been exceptional or extraordinary, generally following the natural pattern for this time of the year. What are your expectations in relation to the RE/MAX Portugal chain for the rest of 2022? Expectations are fairly positive, indeed there are strong signs of confidence and satisfaction and for our partners also. We hope to consolidate our presence nationally with an increase in agencies and collaborators to strengthen our share in the various regional markets. We expect to solidify our leadership in the national market even more, with a 20% increase in business turnover and with it an almost uninterrupted 22 years of growth in our history.


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Soma Future

Sempre a somar sucessos Success after success


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Organizada, diversificada, hi-tech e com visão de águia para bons projectos imobiliários é como podemos descrever a Soma Future. A Magazine Imobiliário visitou o escritório desta empresa que está a crescer em Portugal. Organised, diversified, high-tech and with a keen nose to sniff out good real estate projects is how we would describe Soma Future. Magazine Imobiliário visited the office of this company which is growing in Portugal.

Quando se entra no escritório da empresa Soma Future Investments descobre-se um agradável mundo novo. A azáfama é muita, as equipas de arquitectura, engenharia ou imobiliário, ora estão compenetradas em blueprints digitais ora partilham ideias, as nacionalidades são as mais variadas. Bruno Barros, arquitecto e director do departamento de Arquitectura desta empresa, começa por nos dizer que “em 2014 começámos com apenas quatro pessoas e hoje já somos mais de 120 a trabalhar no grupo.” Há colaboradores oriundos da China, Itália, Ucrânia, Brasil, e claro, Portugal. Aqui, facilmente percebemos que se trata de uma empresa estruturada onde a organização é um ponto fulcral. Ainda assim, não nos deixamos de questionar se já não será preciso aumentar o espaço físico do escritório… “De facto, estamos a crescer muito em termos de negócio e de recursos humanos das equipas de Arquitectura, Construção, Imobiliário, pelo que estamos a dar o salto para um novo escritório, mais moderno, com mais espaço e maior conforto, encontrando-se o projecto em fase de aprovação”, refere. Há uma questão central que Bruno Barros quer deixar clara, e que acaba por diferenciar esta empresa das demais que operam no mercado português: “O que nos caracteriza é a amplitude do espectro de actuação da nossa actividade.” E esclarece que iniciam o “trabalho em fases muito embrionárias onde por vezes o imóvel ainda nem sequer está identificado, podendo ainda prestar serviços de gestão

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e manutenção após terminadas as fases de projecto, licenciamento, construção e venda.” Todos os projectos são desenvolvidos em BIM (Building Information Modeling), sendo o modelo 3D uma parte “bastante importante do processo”. Como o arquitecto explica: “Se pensarmos a longo prazo, tendo em conta que desenvolvemos a actividade desde o estudo prévio até à execução, estas ferramentas permitem-nos perceber o potencial da informação de forma a promover a manutenção das nossas construções e a fomentar intervenções mais assertivas onde os nossos clientes pouparão tempo e poderão ter acesso a orçamentos mais fidedignos.” No âmago desta empresa está, pois, a sustentabilidade, quer financeira da empresa e dos seus clientes, quer das comunidades e meio ambiente onde se inserem os projectos.

Novas oportunidades de negócio

A Soma Future, filial do Soma International Group, tem desenvolvido os seus empreendimentos imobiliários em Portugal ancorados nos Vistos Gold e com projectos chave-na-mão. O facto de este programa ter sido alterado não mudou o modus operandis da empresa que continua a somar sucessos, boas parcerias e bons negócios. Até porque do seu ADN faz parte, como Bruno Barros sublinha, “a adaptação expedita a novas oportunidades de negócio.” Com um portfólio de peso e diversificado, a Soma Future está envolvida actualmente em dois grandes projectos: CITTI Miraflores, no


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concelho de Oeiras; e Ocean Garden, em Murtal, no concelho de Cascais. O primeiro projecto encontra-se em fase de licenciamento e “faz parte dos poucos vazios urbanos que ainda existem no concelho de Oeiras.” O arquitecto diz-nos que o processo de licenciamento neste concelho “não é tão moroso como acontece em outros municípios” pelo que o início da obra decorrerá ainda este ano. O empreendimento em condomínio fechado, dirigido à classe média, é constituído por cinco edifícios residenciais com 187 apartamentos, nas tipologias de T1 a T4 duplex, onde se destacam as amplas varandas e terraços. O primeiro edifício a ser construído, o CITTI One, tem preços a partir dos 228 000 euros (T1) e já conta com 112 reservas, maioritariamente de portugueses. Está contemplado ainda com um sexto edifício para uso comercial e de escritórios. O condomínio Ocean Garden possui oito moradias T4 de luxo e está inserido num declive natural que proporciona uma vista ímpar sobre o oceano, mas onde se destaca igualmente a arquitectura contemporânea e a possibilidade de usufruto de piscinas privativas, ginásio e espaços exteriores. A construção já se iniciou. De pés bem assentes no chão mas também ambiciosos, a meta agora é “triplicar o número de fogos em carteira.” Não revelam quais

são os novos projectos mas prometem anunciar “em breve”. Pelas palavras de Bruno Barros conseguimos perceber que no centro da Soma Future estão três pilares fundamentais: ir ao encontro das exigências e necessidades dos seus clientes; encontrar aquele projecto imobiliário no qual vale a pena investir, dar corpo, alma e visão

de longo prazo; e o bem-estar profissional e pessoal dos seus colaboradores. Esta é, seguramente, uma empresa que deve servir de inspiração. Entering the office of Soma Future Investments is to discover a refreshingly new world. The office has a tangible buzz with multina-


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tional architecture, engineering, and real estate teams working on digital blueprints and sharing ideas. Bruno Barros, architect, and director of the department of architecture at this company, begins by telling us:“In 2014 we started off with just four people and today we’ve got 120 working in the group. We have staff from China, Italy, Ukraine, Brazil, and Portugal of course”. One can easily grasp that this is a structured company where organisation is key. Nevertheless, we are sure to ask if they need to increase the amount of office space... . “Actually, we are growing a lot in terms of business and human resources regarding the Architecture, Construction, and Real Estate teams, and are working on a project for a new and more modern office with more space and greater comfort, a project which is in the final phase of planning permission”, he says. There is a core issue that Bruno Barros wants to make clear, and makes the company stand out from the others operating in the Portuguese market. “What makes us different is the sheer range of areas our activity embraces”. And clarifies that they start “projects in very embryonic phases where sometimes the property hasn’t even been identified. It can also provide management and maintenance services after completing the phases of the project, planning permission, construction, and sale”. All projects are developed using BIM ((Building Information Modelling), with the 3D model being a quite important part of the process”. As

the architect explains: “If we think long term, taking into account that we develop a project from a preliminary study to execution, these tools enable us to understand the potential of the information to advance the maintenance of our construction projects, and take assertive measures so that our clients can save time and have access to more reliable budgets. Sustainability is at the core of this company, whether the company’s financial sustainability and that of its clients, or the communities and surroundings where the projects are located.

Fresh business opportunities

Soma Future, an affiliate of Soma International Group, has developed its real estate developments in Portugal anchored in Golden Visas and turnkey projects. The fact that this programme has been altered does not change the company’s modus operandis which continues to go from success to success with good partnerships and business deals. That is because, as Bruno Barros emphasises: “adapting to change prompts new business opportunities” which is why being flexible is part of its DNA. With a substantial and varied portfolio, Soma Future is currently involved in two large projects: CITTI Miraflores, in the borough of Oeiras; and Ocean Garden in Murtal in the borough of Cascais. The first project is in the planning permission phase and “involves one of the few open urban spaces to still exist in the borough of Oeiras.”

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The architect informs us that the planning process in this borough “is not so slow as in other municipalities “and work will start this year. The development, which is a closed condominium aimed at the middle class, comprises four residential buildings with187 apartments, One-to-Four-bedroom duplex (T1-T4) featuring spacious verandas and patios. The first building to be built, CITTI One, has prices starting from 228,000 euros (T1) and already has 112 down-payments, mostly from Portuguese. The project also plans for a sixth building for commercial use and offices. The Ocean Garden condominium has eight luxury four-bedroom (T4) town houses which lie on a natural slope, and which afford an unparalleled view over the ocean, where the contemporary architecture and the use of the private pools, gym, and outdoor spaces feature. Work on the development has already begun. With two feet on the ground, but also ambitious, the target now is to “triple the number of properties in its portfolio”. He did not reveal new projects but promised to announce them “soon”. From what Bruno Barros tells us, we understand that three fundamentals are at the core of Soma Future: meeting the demands and needs of its clients; finding the real estate project worth investing in, and giving body, soul and long-term vision to it; and the professional and personal well-being of its staff. This is surely a company that should serve as an inspiration...


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Retail Mind

Aproximar as marcas das pessoas Joining brands and people


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Os retail parks tornaram-se uma fórmula de sucesso. Beneficiam de uma boa localização e fácil acesso, possuem brands de renome e têm literalmente tudo à mão. Em Alcantarilha, concelho de Silves, no Algarve, acabou de abrir o Sudoeste Retail Park, mais um projecto com o cunho da Retail Mind que se encontra em expansão em Portugal e em Espanha. Retail parks have been a successful formula. They benefit from excellent locations with ease of access. They have famous brands, and quite literally have everything within reach. The retail park Sudoeste has just opened in Alcantarilha in the district of Silves, in another project with the Retail Mind hallmark.

A Retail Mind – Global Retail Services foi criada há 10 anos com o objectivo de satisfazer a necessidade de oferecer uma maior visibilidade às marcas de retalho, num mercado cada vez mais exigente e competitivo. Ser um elo agregador entre marcas e clientes, nacionais e internacionais, num negócio que visa apoiar as empresas, na melhoria dos seus resultados, nos seus processos de expansão e a busca de um rumo sustentado nos valores de cada organização, foi e continua a ser o propósito do qual a empresa nunca se desviou. Aliás, o know-how dos seus especialistas contribuiu ao longo da última década para deixar a marca desta empresa Portuguesa, que trabalha actualmente com mais de 50 marcas nacionais e internacionais, em mais de 190 cidades e contribuindo para a abertura de mais de 700 lojas não só em território nacional como também em países como Espanha, Holanda, Luxemburgo, Alemanha e Colômbia. O que nos leva a questionar sobre qual o segredo desta expansão? A resposta é clara: Serem “parceiros para a vida”. Esta empresa orgulha-se de acompanhar sempre, passo a passo, a sua relação com as marcas. Por outras palavras, não é um negócio “one shot”, mas um trabalho, uma relação de confiança que se desenvolve a médio e longo prazo. A maior prova disso, são as várias marcas que continuam a acompanhar a empresa projecto a projecto, negócio a negócio, desde sua criação, em 2012. A toda esta evolução e parcerias positivas, acresce, neste momento, o processo de abertura de escritórios em Espanha. Mas a empresa

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é visionária e já está à procura de novas oportunidades, tendo em curso o estudo de outros mercados e vários projectos.

Compromisso com a sustentabilidade

Foi com a chancela da Retail Mind que surgiu o Sudoeste Retail Park, um dos maiores de Portugal e o maior do Algarve na sua tipologia, sendo já uma referência e interesse para toda a região. Aliás, nas três semanas desde a sua abertura, no dia 10 de Junho, já se traduz num caso de sucesso em termos de visitantes e de compras em loja. Numa localização privilegiada junto à Saída 7 da A22 (Via do Infante), este projecto representou um investimento de cerca de 25 milhões de euros. Saliente-se que este projecto assumiu compromissos muito bem pensados e fez dos critérios ESG (Environment, Social, Governance) a sua bandeira, os quais estiveram patentes tanto na fase de construção, como na de operação. São disso exemplo a utilização de iluminação em LED, a vegetalização com 4.500 plantas, a reutilização da totalidade das terras escavadas, o uso aço com 80% de matéria reciclada, bem como a criação de 120 postos de trabalho em fase de obra e certa de 500 postos de trabalho com o empreendimento em operação. Toda esta forma de estar e de operar nos mercados em que se insere, leva o CEO da Retail Mind, Vítor Rocha, a partilhar connosco a sua crença de que “projectos como este funcionam como um change agent bastante positivo para toda a região, criando centenas de postos


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de trabalho, alterando hábitos e costumes, repercutindo-se assim nos principais indicadores económico-sociais, de forma consistente e duradoura.” Vítor Rocha sublinha ainda que, a atestar pelo “número de projectos que temos em desenvolvimento e a fase avançada que temos na comercialização,” acredita que o modelo de retail park “veio para ficar”. Retail Mind - Global Retail Services was created 10 years ago with the aim of satisfying the need to offer greater visibility to retail brands in an increasingly demanding and competitive market. Being an agent of aggregation between brands and customers, national and international, in a business which is to support companies in the improvement of their results, their expansion processes and the search for a direction sustained by the values of each organization, was and still is the purpose from which the company has never deviated. In fact, the know-how of its specialists has contributed over the last decade to leave the imprint of this Portuguese company, which currently works with more than 50 national and international brands, in more than 190 cities and contributing to the opening of more than 700 shops not only in Portugal but

also in countries such as Spain, Holland, Luxembourg, Germany and Colombia. Which leads us to ask what is the secret of this expansion? The answer is clear: to be “partners for life”. This company prides itself on always nurturing its relationship with brands, step by step. In other words, it is not a “one shot” business, but a collaboration, a relationship of trust that is developed over the medium and long term. The greatest evidence of this are the various brands that have continued to accompany the company project by project, business by business, since its creation in 2012. To all this evolution and positive partnerships the process of opening offices in Spain is currently opening offices in Spain. But the company is visionary and is already looking for new for new opportunities, with the ongoing as everything of other markets and several projects.

A commitment to sustainability

It was with the seal of Retail Mind that Sudoeste Retail Park came about, one of the largest in Portugal and the largest of its type in the Algarve and which is also a benchmark and major draw for the entire region. Furthermore, in the three weeks since it opened on 10 June, it has already been a successful case

study in terms of footfall and store purchases. In a privileged location next to Exit 7 on the A22 motorway (Via do Infante), this project represents an investment of around 25 million euros. It should be emphasised that this project adheres to very well thought out commitments as well as meeting and championing ESG (Environment, Social, Governance) which have been followed both in the construction and now in the operation phases. Examples of this is the use of LED lighting, the planting of 4,500 plants in green areas, the total reuse of excavated earth, the use of steel which is 80% recycled, as well as the creation of 120 jobs during the construction phase and around 500 jobs with the development in operation. Because of this entire way of behaving and operating in the markets it enters, the CEO of Retail Mind, Vitor Rocha has confided his belief that “projects like this act as positive agents for change for the entire region, creating hundreds of jobs, changing habits and behaviours, thereby having a positive effect on the main socio-economic indicators.” Vitor Rocha also emphasises that judging by the “number of projects that we have under development and those in an advanced phase of commercialisation”, he believes that the retail park model is “here to stay”.



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Barómetro do Imobiliário Real estate Barometer

Informação para mediadores e a subida dos juros

Information for estate agents and the rise in interest rates Infocasa / SUPERCASA

No actual cenário de subida das taxas de juro do Euro, os mediadores imobiliários desempenham um papel fundamental no aconselhamento a proprietários e clientes, no que diz respeito às opções de cada um em termos de investimento, rentabilização do património ou escolha de modelo de transacção para habitação, comércio ou serviços. Em Outubro de 2008, a Euribor a 12 meses, um dos principais indexantes do crédito à habitação, estava nos 5% e, em cerca de um ano e meio, sofreu uma forte e rápida descida para cerca de 1,3%. Depois de uma efémera subida até aos 2,1% em Junho de 2011, esta taxa não mais parou de descer até mínimos (negativos) de -0,5% em Janeiro deste ano. Com spreads médios na casa dos 100 pontos base (ie, 1%), significava isto que o custo do dinheiro para comprar um imóvel não excedia os 0,5% (Euribor 12M + spread). No entanto, em pouco mais de seis meses, a Euribor a 12M, atinge 1,1%, uma subida de quase 150 pontos base, colocando este indexante ao nível de há 10 anos. No actual contexto de subida generalizada dos preços (não esquecer que a taxa de juro é o preço do dinheiro) é, no entanto, expectável que o ritmo de subida dos preços da habitação, antes induzida pelo duplo efeito de procura externa e dinheiro “barato”, abrande e provoque alguns movimentos interessantes no mercado imobiliário em Portugal, principalmente no segmento habitacional: • Alguns proprietários ou investidores poderão

antecipar a venda dos seus activos, antecipando uma descida ou estabilização futura nos preços; • ii. A relação da subida taxa de juro com o “yield” do arrendamento (grosso modo, o quociente entre o valor anual de uma renda e o valor ou preço do imóvel), poderá provocar um aumento generalizado das rendas e assim, desta forma, por um, lado, proteger os proprietários de potenciais desvalorizações dos seus activos e, por outro lado, permitir alguma flexibilidade aos clientes no sentido de optar pelo arrendamento em substituição da compra de habitação; • Provavelmente, os produtos de taxa fixa no crédito para aquisição de habitação ganharão importância redobrada, protegendo os compradores de subidas abruptas e sustentadas nas taxas de juro, cujos valores reais estão, à data, negativos (ie, a taxa de inflação é superior à taxa de juro nominal). Neste contexto de rápida mudança e incerteza, o mediador imobiliário deverá aliar ao seu conhecimento e experiência, um conjunto de ferramentas de informação de mercado em tempo real e que abarque o maior leque possível de tipologias e geografias (neste caso porque os efeitos não serão iguais em todas as regiões do País). Uma das opções é o sistema de informação Infocasa que vai permitir ao mediador imobiliário responder aos principais desafios aqui enumerados. Em concreto: • No aconselhamento ao proprietário sobre a

evolução dos preços médios de venda por tipologia, natureza e por metro quadrado e sobre a percentagem de imóveis cujo preço foi revisto em alta ou baixa, com vista tentar definir o melhor preço e momento para uma venda; • Na relação, por tipologia e natureza, entre os valores por metro quadrado na compra e no arrendamento de forma a confrontar custo financeiro de longo prazo (Indexante + spread) com a “yield do arrendamento (Exemplo: se o valor por metro quadrado na compra/venda está nos 1200 euros e no arrendamento a 10 euros por metro quadrado por mês (€/m2/mês) – ie, 120 €/m2/ano – significa que o arrendamento gera 10% brutos ao ano, valor que deve ser comparado com o nível da taxa de juro; • Na detecção de oportunidades de compra por comparação de valores de um determinado imóvel com os que são directa e totalmente comparáveis e no posterior acompanhamento por parte dos parceiros na intermediação financeira. Against the current backdrop of rising interest rates in the Euro Zone, estate agents have a fundamental role in advising homeowners and buyers regarding each of their options in terms of investment, profiting from their asset, or selecting a pricing, level of transaction for housing, commerce, or services. In October 2008, Euribor at 12 months, one of the main mortgage credit benchmarks, was at 5% and, in around a year and a half, suffered a steep and rapid fall to around 1.3%. After a


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temporary increase up to 2.1% in June 2011, this rate continued to fall to a minimum (negative) of -0.5% in January this year. Average spreads on home mortgages of 100 base points (i.e.,1%), mean that the cost of credit to buy a property did not exceed 0.5% (Euribor 12M + spread). Meanwhile, in little more than six months, Euribor at 12M has gone to 1.1%, an increase of almost 150 base points, placing this benchmark at the level it was 10 years ago. In the current context of a general increase in prices (not forgetting the interest rate and cost of borrowing), it is expected that the rate of house price increases, which before was caused by the double effect of overseas demand and ‘cheap’ money, has had some interesting effects in the Portuguese real estate market, mainly in the housing segment: • Some owners and investors may expect to sell their assets, in anticipation of a future fall or stabilisation in prices; • ii. The relationship between the increase in the interest rate and rental yield (generally

speaking, the quotient between the annual value of rent and the value or price of the property), could cause a general increase in rents, and as a result protect owners from potential devaluations of their assets on the one hand, and allow some flexibility to clients in the sense of opting to rent instead of buying homes, on the other. • Fixed-rate home mortgages will probably gain even more importance, protecting buyers from abrupt and sustained increases in interest rates whose real values are, at present, negative. (i.e., the inflation rate is higher than the nominal interest rate) In this context of massive change and uncertainty, the estate agent should use their expertise and experience and enhance it by using real time market information tools which cover the broadest range of typologies and geographies (in this case because the effects of external market fluctuations will not be the same in all regions of the country). One option is the Infocasa Information System which allows the estate agent to respond to the

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main challenges outlined below. Specifically: • Advising the owner about the evolution of average sale prices according to typology, kind, square meterage, and on the percentage of properties whose price was reviewed up or down, with a view to trying to define the best price and time to sell; • In the relationship - according to typology and kind - between prices per square metre in buying and renting in order to offset the long term financial cost (Benchmark + Spread) with the rental yield (Example: if the value per square metre in the purchase/sale is in the region of 1,200 euros, and for rental at 10 euros per square metre per month (€/m2/month) i.e., 120€/m2/annum –this means that rental generates 10% gross per year, an figure that should be compared to the interest rate level; • In hunting out buying opportunities, the system can be used to compare the prices of a specific property with those that are directly and wholly comparable, while after sales follow up should be conducted by financial intermediation partners.


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Green Leases

The next big thing

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Surgiram na Austrália e têm-se afirmado na Europa, em particular no mercado inglês, nos últimos anos. Os designados arrendamentos verdes são o próximo grande passo do sector imobiliário, numa era em que questões como a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social estão na ordem do dia. Em Portugal, o conceito começa agora a ganhar espaço. It started in Australia and is now established in Europe, in particular the English market, in recent years. The so-called green leases are the next big step for the real estate sector, at a time when environmental sustainability and social responsibility are the order of the day. In Portugal the concept is gaining too.

Texto Text: Madalena Guinote Ramos

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O conceito é recente, ainda poucos ouviram falar e as perguntas são muitas. Afinal, o que são os “green leases”? Essencialmente, trata-se de um compromisso voluntário entre proprietários, que colocam para arrendar um edifício que corresponde a um conjunto de critérios de eficiência energética, hídrica e sustentabilidade, e os inquilinos que ocupam o espaço, para que ambas as partes se comprometam a responder às necessidades do edifício e a cumprir com os critérios que o tornam “verde”(por exemplo, através da gestão de resíduos e da energia dentro dos espaços ou da redução dos lixos). No fundo, é um acordo de ajuda e cooperação. Mas também esta cooperação amigável tem de ser assinada por ambas as partes e reconhecida por um notariado. E pode ser feita de duas maneiras: na forma de uma adenda a um contracto de arrendamento ou através da redacção de um acordo ou protocolo, cujas condições podem ser definidas e ajustadas por apenas uma das partes ou por ambas, para que haja consenso, por exemplo, em relação às consequências que devem ser aplicadas em caso de incumprimento, uma vez que em Portugal ainda não existe legislação para estas situações.

Os novos tempos

Nuno Fideles, associate architect e sustainability consultant architecture da Savills Portugal, explica que, para já, o mercado português ainda não tem uma grande oferta de edifícios sustentáveis e os “green leases” só agora começam a ser falados, embora a situação este-

ja a mudar. “O último ano tem sido a loucura. Agora em 2022 estamos a assistir a um boom a nível nacional e até 2023 vão aparecer 21 edifícios com uma certificação sustentável, quando antes no mesmo período de tempo tínhamos cerca de três. O mercado está definitivamente a mudar”. O motivo? A procura de edifícios com estas características por parte de inquilinos estrangeiros, provenientes de diversas nações europeias onde há uma consciência da importância da sustentabilidade no sector imobiliário há já alguns anos – a Polónia, por exemplo, tem 40% dos seus edifícios de escritórios certificados – e também as várias vantagens para proprietários e inquilinos. É que elas existem e não são poucas, sendo que para o especialista da Savills estes arrendamentos são “uma win win situation”. Para os proprietários, os benefícios passam por ter um imóvel mais valorizado no mercado, custos operacionais reduzidos, pagamento de um valor menor da taxa sobre a pegada de carbono, comprovativo de que está a contribuir activamente para a descarbonização e a garantia de um edifício com uma maior longevidade. Por outro lado, os inquilinos usufruem igualmente do compromisso na descarbonização, da redução do custo das facturas de água e electricidade em valores que podem chegar aos 30%, da garantia de que o espaço terá sempre a manutenção adequada e ainda do sentimento de que estão a agir responsavelmente em relação à sustentabilidade ambiental. Esta última questão é, aliás, principalmente relevante para as empresas que são arrendatárias.


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Em que ficamos? outsite-co-R-LK3sqLiBw-unsplash

Where we are now

Escritórios lideram arrendamento verde

Agora, mais do que nunca, é uma enorme vantagem que os valores e a identidade de uma marca ou empresa estejam associados à responsabilidade social e à sustentabilidade ambiental. Trata-se da mensagem que passam para os seus clientes e para aqueles que ainda não o são, mas podem vir a ser. Para além disto, precisam de certificados e protocolos como estes para comprovar os seus esforços na redução da pegada de carbono. É esta a razão pela qual há uma maior procura de arrendamentos verdes em edifícios destinados a escritórios em comparação com edifícios residenciais. De acordo com os dados da Savills Portugal, estes acordos ainda não são frequentes no caso de prédios de habitação, porque a maior parte é para venda e a oferta de casas para arrendar é muito escassa. Consequentemente, a prioridade para quem procura casa é a localização e o valor da renda e não a sustentabilidade ou o certificado energético do edifício. Principalmente porque o preço das rendas aumenta em casas sustentáveis que estejam sob um “green lease”. Se as crescentes preocupações com as alterações climáticas e a tentativa de reverter o que é possível dos

danos já causados ao planeta fazem parte da luta por um futuro habitável na Terra, então é certo que as mudanças inevitáveis no sector imobiliário em Portugal são uma garantia do presente. The concept is recent, there hasn’t been much heard about it, and questions abound. So what are green leases? In a nutshell this is a voluntary commitment between property owners who put a building a building that meets a number of criteria such as energy and water efficiency and sustainability, out to rent, and the tenants who rent the space so that both parties commit to meeting the building’s requirements while fulfilling the criteria that make it ‘green’ (for example, through waste and energy management within those spaces and rubbish reduction. At the end of the day it is a support and cooperation agreement. But this amicable cooperation agreement must be signed by both parties and witnessed by a notary. This can be done in two ways: in the form of an addendum to a rental contract or through the drawing up of an agreement or protocol whose conditions may be defined and adjusted by just one of the parties or by

STOP aos combustíveis fósseis russos

STOP Russian fossil fuels A agressão militar da Rússia à Ucrânia levou os líderes europeus a decidiram acelerar a transição energética através da estratégia REPowerEU. O objectivo é claro: parar de importar combustíveis fósseis russos até 2027. Para o efeito, a União Europeia (UE) pretende aumentar a aposta nas energias renováveis, mobilizar a economia de energia e diversificar as fontes de energia. Mau grado, as metas de eficiência energética previstas neste plano ainda estão aquém do objectivo climático do Acordo de Paris. Além disso, o estudo europeu que fundamente estas directrizes revela que Portugal surge numa posição pouco favorável no que concerne à promoção de painéis fotovoltaicos nos edifícios. Russia’s military aggression against Ukraine has led European leaders to decide to accelerate energy transition via the strategy REPowerEU. The goal is clear: cease importing Russian fossil fuels by 2027. To this effect, the European Union (EU) intends to increase its investment in renewable energy sources, mobilise the energy economy and diversify sources of energy. Unfortunately, energy efficiency targets foreseen in this plan are still far from Paris Agreement climate goals. Moreover, the European study that has drawn up these directives shows that Portugal is not in a favourable position regarding encouraging solar panels on buildings.


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both, so that there is consensus, for example, in relation to the consequences that should be applied in case of non-compliance, since in Portugal there is no legislation to cover such circumstances.

The new times

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Nuno Fideles, associate architect and architecture sustainability consultant at Savills Portugal, explains that for now the Portuguese market does not yet have large offer of sustainable buildings and “green leases” are only now beginning to be spoken about, although the situation is changing. “The last year there has been a craze over green leases. In 2022 we are now witnessing a boom nationally, and to 2023 21 new buildings with sustainable certification will appear, when before, in the same period of time, we had around three. The market is changing for good”. The reason being? The demand for buildings with these characteristics by overseas tenants from various European nations where there has been an awareness of the importance of Sustainability in the real estate sector for some years now - 40% of the office buildings

in Poland, for example, are certificated - and there are various advantages for owners and tenants. And that they exist and are many is for the Savills specialist a ‘win win situation’. The benefits for the proprietors range from having a property which is more valuable in the market, reduced operational costs, paying a lower carbon tax, proof of contributing towards actively reducing the carbon footprint to the guarantee of having a building which will have a longer useful life. On the other hand, tenants equally benefit from a commitment to de-carbonisation, from a reduction in the cost of their water and electricity bills by as much as 30% and the guarantee of having a space will which always be adequately maintained and safe in the knowledge that they are acting responsibly regarding environmental sustainability. This last question is, moreover, mainly relevant for companies that are tenants.

Offices lead in green leasing

There is now, more than ever, a huge advantage for a company’s brand identity and values to be associated with social responsibil-

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ity and environmental sustainability. It’s a message that goes out to its clients and those which aren’t yet, but could be in the future. Furthermore, they need certificates and protocols such as these to show their efforts in reducing the carbon footprint. And this is the reason why there is a greater demand for green rents in buildings earmarked for offices, in comparison to residential businesses. According to data from Savills Portugal, these agreements are not common in the case of residential buildings because for the most part these are for sale and houses for rental offer are thing on the ground. Consequently, the priority for those looking for a home is location and the amount of rent and not sustainability or the energy certification of the building. Mainly because the price of rents are higher in more sustainable houses that are under a ‘green lease’. If the growing concerns over climate change and the attempts to reverse the damage to the planet are part of the struggle for a inhabitable Earth in the future, then it is clear that the inevitable changes in the real estate sector in Portugal are a guarantee of the present.


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Habitat Verde Green Habitat

É impossível um mundo melhor sem mudarmos a nossa alimentação! A better world is impossible if we don’t change our eating habits!

Alexandra Azevedo Presidente da Direcção Nacional da Quercus President of the Quercus National Board

São muitos os desafios que a sociedade enfrenta. Alterações climáticas, perda acelerada de biodiversidade, aumento de doenças crónicas não transmissíveis, como o cancro, são alguns dos sintomas que mostram que o nosso planeta, a nossa casa, está doente, e que a nossa saúde e a do planeta estão interligadas. Importa reflectir de que modo os nossos padrões de consumo se relacionam com a situação que vivemos. Várias avaliações sobre o impacto ambiental do consumo privado revelam que a alimentação é uma das áreas com maior impacto devido aos elevados consumos de energia, água e desflorestação, e consequente destruição de ecossistemas e habitats, para conversão em terra arável. As outras áreas com grande impacto são 0 Na verdade, os nossos hábitos alimentares, intimamente ligados também às práticas agrícolas, modelam a paisagem, e não só. Pelas escolhas diárias sobre o que compramos, a quem compramos e a proveniência dos alimentos que compramos modelamos também a economia. Ora, onde está o problema está a solução. Uma alimentação equilibrada e ajustada ao território é essencial à preservação da nossa saúde e do planeta! Portugal possui condições ímpares para a produção de alimentos de excelência, e

a maior parte do seu território pertence a uma das regiões mais biodiversas do planeta, a região mediterrânica. Por isso a nossa gastronomia é tão apreciada e motivo de atracção turística, mas… precisamos de nos reaproximar e valorizar mais do nosso território, de reencontrar o equilíbrio perdido, redescobrir a sazonalidade, os ritmos da natureza, que se irá reflectir na redução do consumo de carne, aumento do consumo de legumes e incluir também os alimentos silvestres. Destaca-se a bolota, o fruto das plantas do género Quercus que dominavam os nossos bosques nativos, com a qual está a emergir um mercado com inúmeras potencialidades ainda por explorar. No buliço do estilo de vida dominante na nossa sociedade importa gerar dinâmicas colectivas para facilitar a motivação para a acção transformadora. Não basta acesso a informação, precisamos de estimular os nossos sentidos. Há cada vez mais oportunidades de experiências gastronómicas sustentáveis, e somos todos desafiados a escolhas mais conscientes. É impossível um mundo melhor sem mudarmos a nossa alimentação! Society is facing many challenges. Climate change, a rapid loss of biodiversity, an increase in chronic non-transmittable diseases, like cancer, are some of the symptoms


Azimute

53 Reka Biro-Horvath on Unsplash

Coordinates

that show that our planet, our home, is sickening, and that the health of the planet is intertwined with our own. It is important to reflect on how our patterns of consumption are related to the situation in which we are living. Severalstudies on the environmental impact of private consumption show that our food consumption is one of the areas which has the greatest impact because of the elevated levels of energy and water consumption, deforestation, and consequent destruction of ecosystems and habitats converted into farming land. Other areas which have a significant impact are 0 In truth, our eating habits are also intricately entwined with farming practices, moulding the landscape, but not only. Our daily choices on what we buy, from whom we buy, and where the food that we buy comes from also moulds our economy. Yet where the problem lies, also lies the solution. A balanced food production that is adapted to the land is essential for the preservation of our planet! Portugal has unique conditions to produce excellent foodstuffs, and much of its ter-

ritory is part of one of the most biodiverse regions of the planet, the Mediterranean region. Which is why our gastronomy is so appreciated and is a tourist attraction, but... but we need to appreciate our land and treat it better, to rediscover a balance which has been lost, rediscover the seasons, the rhythms of nature, which will be reflected by cutting down meat consumption, increasing vegetable consumption and also including foods of the forest. The emphasis here is on acorns, the fruit of plants of the oak family which dominate our native woods, and which are giving rise to a market with countless possibilities to explore. In the frantic lifestyle that dominates our society, it is important to create collective dynamics that encourage the motivation for actions leading to change. Access to information is not enough, we need to stimulate our senses. There are increasingly more opportunities for sustainable gastronomic experiences, and we are all challenged to make more conscious choices A better world is impossible if we don’t change our eating habits!


Ventos do Norte 54 Fio-de-Prumo

Plumb Line

Novos projectos turísticos New tourism projects

À boleia da recuperação do sector On the back of sector recovery

Grupo Hoti Hoteis

North Winds


Ventos do Norte

North Winds

55

Os operadores hoteleiros estão optimistas com a recuperação do sector já este ano e avançam com novos projectos para o Porto e Norte do País. Hotel operators are optimistic about the sector’s recovery this year and are pressing ahead with new projects for Porto and the North of Portugal.

Texto Text: Elisabete Soares

A actividade turística está a recuperar e pode mesmo vir a superar os níveis de 2019, um ano por excelência no sector em Portugal. A expectativa da recuperação do sector deixa os empresários optimistas e está a permitir também o avanço de novos projectos turísticos, tanto no Grande Porto, como nas várias cidades da região Norte. É o caso do grupo Hoti Hotéis, uma cadeia 100% de capitais portugueses, que, neste momento, tem prevista a construção de várias unidades em várias cidades da região Norte. De acordo com Manuel Proença, presidente do grupo, as novas unidades previstas destinam-se a São João da Madeira, Famalicão e Viana do Castelo – que a par do hotel já em fase de construção em Braga – vão reforçar a capacidade da cadeia Meliá nesta região do País. Com investimentos médios entre 15 a 19 milhões de euros, as novas unidades, de quatro ou cinco estrelas, vão contribuir para “afirmação destes mercados” e para elevar “a qualidade da oferta, dada a sua relevância”, conta à Magazine Imobiliário, Manuel Proença. Um desses projectos é a reconversão do Palacete Condes de Garcia, em São João da Madeira, apoiado pelo programa de investimento público REVIVE, que tem previstos 96 quartos, restaurante, bar, salas de reuniões, spa e piscina exterior. Em Famalicão, o grupo Hoti Hotéis vai avançar com a construção de uma outra unidade Meliá, com 120 quartos, localizado nas proximidades do Parque da Devesa. Esta unidade,

de quatro estrelas, já aprovada, vai “elevar a qualidade da oferta nesta cidade”, destaca o responsável do grupo. Outra das unidades está prevista para a cidade de Viana do Castelo e encontra-se em fase de construção. Localizada junto ao Parque da Cidade, é inspirada nas “formas da construção naval” dos Estaleiros Navais, e pretende ligar-se à natureza envolvente. A unidade Meliá vai permitir aumentar a oferta nesta cidade, capital do Alto Minho. O grupo Hoti Hotéis tem ainda em construção um novo projecto para Braga. Trata-se do Hotel Plaza Central, com abertura prevista para a Páscoa de 2024 e um investimento de 16 milhões de euros. Esta será a segunda unidade hoteleira da marca na cidade, consolidando a posição do grupo nesta região onde a procura turística aumentou significativamente nos últimos anos. Com cunho português no design, decoração e materiais, o novo hotel – com projecto da Ferreira de Almeida Arquitectos - terá 108 quartos, spa, piscina exterior e piscina interior, restaurante, bar, claustro e salas de reunião.

Cadeia Moov com novidades

Também a cadeia hoteleira Moov – detida pelo grupo empresarial português Endutex – tem previstas novas unidades para o Porto e Matosinhos, cidades onde já está presente, mas onde quer reforçar a presença. Em fase mais avançada está a unidade hoteleira prevista para Braga, já licenciada. Com


56 Ventos do Norte North Winds

will press ahead with the construction of another Melia unit with 120 rooms located near the Parque da Devesa. This four-star unit has already been approved and will “increase the quality of the offer in this city” says the group director. Another hotel is slated for Viana do Castelo and is currently under construction. Located by Parque da Cidade, it is inspired in the “ship building shapes” and aims to create a link with the surrounding nature. The Melia will enable increased offer in this city which is the capital of the Alto Minho. The Hoti Hotéis group also has a new project under construction for Braga. The Hotel Plaza Central is slated to open for Easter 2024 in a 16 million investment. This will be the second hotel unit for the brand in the city, consolidating the group’s position in this region where tourism demand has increased significantly in recent years. With a Portuguese hallmark in the design, décor and materials, the new hotel - a project by Ferreira de Almeida Arquitectos - will have 108 rooms, spa, outdoor and indoor pool, restaurant, bar, cloister, and meeting room.

The latest from the Moov Chain perto de 100 quartos, fica localizado junto à Estação de Caminho de Ferro da cidade. André Ferreira, director da Endutex Hotéis, reconhece o bom momento que atravessa o mercado turístico, destacando o “aumento da ocupação e dos preços médios na hotelaria”. Na sua opinião, se mantiverem estes indicadores, 2022 será um bom ano em termos turísticos. No entanto há alguns aspectos menos positivos e que constituem preocupações para os empresários que actuam no sector. Por um lado, o aumento dos preços das matérias-primas levou ao aumento do valor do alojamento, embora parte seja absorvida pela subida dos custos. Esta situação é visível também no aumento dos materiais de construção, e que está a obrigar à revisão dos orçamentos das obras entre 10 a 15%, destaca Manuel Proença. Por outro lado, a escassez de trabalhadores na hotelaria, que está a criar muitos problemas ao funcionamento das unidades, sendo este um problema que preocupa os dois empresários hoteleiros. Tourism is recovering and could even exceed 2019 levels, a golden year for the sector in

Portugal. Business owners are optimistic about expectations for the sector’s recovery, and this is fuelling the advance of new tourism projects both in Greater Porto and the other cities in the region of the North. A case is the Hoti Hotels group, a 100% Portuguese chain which right now is preparing to build various hotel units in different cities in the North of Portugal. According to Manuel Proença, the group’s president, the new hotels will be at São João da Madeira, Famalicão and Viana do Castelo - which along with the hotel which is currently being built in Braga will reinforce the Melia chain’s capacity in this region of the country. With average investments between 15 and 19 million euros, the new four- or five-star units will contribute towards “putting these markets on the map” and increase the quality of the offer given its relevance”, Manuel Proença tells Magazine Imobiliário. One of these projects is the conversion of the mansion Palacete Condes de Garcia in São João da Madeira, with public funding from the REVIVE programme, and which will have 96 rooms, restaurant, bar, meeting rooms, spa and outdoor pool. In Famalicão, the group Hoti Hotels which

The Moov hotel chain - owned by the Portuguese business group Endutex - is also expecting to open new hotels in Porto and Matosinhos, cities where it is already present. The hotel unit for Braga is already in a more advanced phase and has planning permission. With close to 100 rooms, it is by the city’s railway station. André Ferreira, director of Endutex Hotels recognises that the tourism market is doing well, emphasising the “increase in take-up and average hotel prices”. In his opinion, if these indicators keep up, 2022 will be a good year in terms of tourism. Meanwhile there are some aspects which are less positive and are a worry for business owners that operate in the sector. On the one hand, the increase in the prices of raw materials has put the price of building accommodation up, although part of that will be absorbed by the increase in costs. This situation is also visible in the increase in building material costs which is forcing a review in budgets for works of between 10-15% says Manuel Proença. On the other hand, the lack of hotel staff which is creating many problems in hotel operations which is proving a real headache for hoteliers.



Lá 58 fora Lá fora

Abroad

Abroad

SIIT-SUISSE

Um lago de oportunidades A lake of opportunities


Lá fora Abroad

A Magazine Imobiliário esteve no Salão do Imobiliário, de Investimento e Turismo Portugal-Suíça (SIITSUISSE), em Montreux, na margem do lago de Genebra, naquela que foi a primeira experiência de aproximar empresas e empresários de ambos os países. Magazine Imobiliário was at the Swiss-Portuguese Real Estate, Investment and Tourism Show (SIITSUISSE), Montreux, on the banks of Lake Geneva in what was the first fair of its kind to bring companies and business leaders from both countries together.

Texto Text: Carla Celestino Fotos Photos: Anabela Loureiro

A comunicação em Portugal deste evento não poderia ter corrido melhor, no espaço do Centro de Congressos de Montreux estiveram presentes promotores imobiliários, grandes redes de mediação, ateliês de arquitectos, gabinetes de advogados e empresas tecnológicas. Do lado do turismo há a salientar a forte presença da Região Autónoma da Madeira, onde não faltou a excelência da hotelaria, os melhores produtos da região e as oportunidades de investimento. Entre as conversas com as várias empresas expositoras, os altifalantes iam dando conta que ia decorrer mais uma conferência, das várias que tiveram lugar, e que serviram para os investidores suíços perceberem o estado actual de Portugal nas suas vertentes económicas, programas de incentivos, onde investir e como investir, entre muitas outras temáticas. O evento teve como ponto alto um jantar de networking, que decorreu no salão nobre de um dos palácios da Riviera de Montreux, e que contou, além dos mais importantes expositores deste salão e representantes oficiais da Madeira, também com associados da Câmara de Comércio e Indústria e Serviços Suíça-Portugal e, sobretudo, investidores. A Magazine Imobiliário partilhou a sua mesa com um casal que passa nove meses na Suíça e três meses na Madeira onde abriu um espaço de Alojamento Local e que já fala e percebe português, trocou também impressões com representantes de empresas de seguros portugueses a morar na Suíça e um investidor suí-

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ço que se dedica exclusivamente ao mercado imobiliário algarvio. Todos fizeram passar a mensagem de que Portugal é um país seguro, estável, com bom clima e boa gastronomia e boa gente, por isso, defendem que deve ser incentivado o interesse e os negócios entre ambos os países. Deixa-se, no entanto, o repto à organização do evento: tem de ser melhorada a comunicação dentro da Suíça para que este evento chegue a mais pessoas. E tal poderá acontecer já em 2023, uma vez que a organização avançou com a data de 8 a 10 de Junho do próximo ano para ter lugar a segunda edição do Salão do Imobiliário, de Investimento e Turismo Portugal-Suíça. Sendo este um evento dedicado conjuntamente com o turismo, deixamos um cartão-postal deste cantão que possui a maior comunidade portuguesa na Suíça. Aliás, comprovamos, esta deve ser uma das poucas geografias onde se ouve falar mais português do que qualquer outra língua estrangeira nas ruas, espaços comerciais, museus… mas aqui há igualmente turistas de todo o mundo. É um destino elitista e com preços proibitivos, onde não faltam lojas de “haute couture” e carros estacionados de colecções e marcas exclusivas. Mas também há sítios trendy onde nos apetece simplesmente estar e apreciar a beleza das montanhas espelhadas no imenso lago translúcido pontuado por cisnes e barcos, a imponência dos castelos medievais, as vinhas e vinhedos, sem esquecer os delicio-


60 Lá fora Abroad

sos chocolates e espaços dedicados a Charles Chaplin e a Freddie Mercury. Ninguém fica também indiferente à arquitectura de “belle époque”, cujas varandas dos edifícios são pontuadas por coloridas floreiras. Tudo isto faz com que valha bem a pena o passeio por esta riviera depois de um dia de trabalho e de negócios na feira. Deixamos a foto reportagem dos três dias do salão imobiliário e turístico e mostramos um pouco das belezas helvéticas. The marketing in Portugal of this event could not have gone better. At Montreux Congress Centre were estate developers, large estate agency chains, architects’ studios, law firms and technology companies. On the tourism side, there was a strong presence from the Autonomous Region of Madeira where the best in hotels were represented along with the best products from the region and the best opportunities for investment. Between the conversations with the various

exhibiting companies, the loudspeakers informing what was going on at the conference, there were many events going on to help Swiss investors get a better grasp of the current state of Portugal from economic points of view, the incentive programmes, where to invest and how to invest, among other themes. The high point of the event was a networking dinner that took place in the main reception room of one of the places on the Montreux Riviera and which along with the most important exhibitors at this fair, featured representative from Madeira, members of the Swiss-Portugal Chamber of Commerce, Industry and Services and investors. Magazine Imobiliário shared a table with a couple who spend nine months in Switzerland and three months in Madeira where they have opened a guest house (Local Accommodation as it is called in Portugal) and who already speak and understand Portuguese. They also exchanged impressions with rep-


Lá fora Abroad

resentatives of Portuguese insurance companies living in Switzerland, and a Swiss investor who is dedicated exclusively to the Algarve real estate market. All of them conveyed the message that Portugal is a safe and stable country in which to invest, with a good climate and gastronomy and friendly people which is why business between both countries should be encouraged. However, we would leave some advice to the organisation of the event: the marketing in Switzerland must be improved to reach more people. And that could happen in 2023 since the organisers have announced the dates for the second Swiss-Portuguese Real Estate, Investment and Tourism Show (SIIT-SUISSE) as the 8-10 June. Since this is an event also jointly dedicated to tourism, we’ll drop a postcard from this canton which has the largest Portuguese community in Switzerland. Moreover, we can attest that this must be one of the few places where you can hear Portuguese spoken more than any other language in the streets, shop-

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ping areas, and museums...but at the same time there are tourists here from all over the world. It is an elite destination with exorbitant prices where there is no lack of ‘haute couture’ shops with fancy exclusive limited-edition cars parked outside. But there are also trendy places where you simply want to hang out and appreciate the beauty of the mountains reflected in the immense translucent lakes dotted here and there by swans and boats, the impressive medieval castles, the vines, and vineyards, without forgetting the delicious chocolates and places dedicated to Charles Chaplin and Freddie Mercury. No one is indifferent to the ‘belle époque’ architecture of the buildings whose verandas are decorated with colourful floral displays. All of this means that it is well worth strolling through the riviera after a day working and business at the fair. We leave a photo report of the three days of the real estate and tourism fair and show a few of Switzerland’s beauty spots.


Lá fora Abroad

Reino Unido United Kingdom

Let’s fly away

Roberto Varandas Managing Director Europa Capital Partners / Mitsubishi Estate Co.

Esta edição da Revista Imobiliário centra-se no tema das viagens e turismo e achei interessante reflectir sobre o panorama de viagens pós-Covid e como os respectivos sectores imobiliários se comportarão nos próximos anos. Alguém que, antes de 2020, fazia um voo intercontinental todos os meses e mais alguns voos pela Europa, posso dizer que tive a experiência do melhor e também do pior do que as viagens de negócios têm para oferecer. Chega Março de 2020, e por dois anos, todas as viagens de negócios praticamente terminaram e todos passámos para as reuniões online. A minha opinião muito simples sobre a eficácia das reuniões virtuais é que, se for uma reunião rotineira, com pessoas que conhece, funcionam. Se for uma reunião com pessoas que não conhecemos bem ou se for sobre novas ideias ou novos projectos, as reuniões virtuais simplesmente não são um bom substituto para a opção em pessoa. Com isso em mente, é claro que algumas das viagens de negócios para a primeira situação deixarão de ocorrer e com alguma razão. Se adicionarmos o efeito de substituição do Zoom por reuniões presenciais, o simples incómodo das obrigações que persistem para o Covid - testes, máscaras, quarentenas e menos opções de viagem e menos disposição de outras pessoas para se encontrarem pessoalmente -, veremos uma diminuição das viagens de negócios, mesmo após a estabilização das viagens de negócios. Por outro lado, outros efeitos provavelmente irão na outra direcção. Um conceito interessante que ganhou destaque depois que o pior da Covid ficou para trás foi a ideia de “revenge travel”. As pessoas estavam tão cansadas de ficar em casa que quiserem por tudo retomar os planos de viagem anteriores! Uma tendência bastante recente é a do nómada digital. Precisamente aqueles que não precisam de viajar, pois podem fazer todo o

trabalho remotamente, optaram por viajar, seja por questões de custo, estilo de vida ou simplesmente uma mudança de cenário. Os nómadas digitais tendem a ter rendimentos relativamente altos, são jovens e querem viver como um morador local, principalmente em cenários bonitos ou novas cidades interessantes. Ao contrário da média de viagens de negócios de dois a três dias, os nómadas digitais ficam por semanas ou meses e gostam de fazer um bom negócio, por isso evitam as temporadas altas nos seus destinos. O Airbnb estava extremamente bem posicionado para capturar esse novo estilo de viagem e os proprietários dos imóveis beneficiaram com esse posicionamento. De acordo com uma pesquisa aos proprietários, a Airbnb estima que 90% das imóveis na plataforma estão adaptadas aos nómadas digitais, com boas conexões de internet, espaços de trabalho dedicados e condições mais favoráveis para ​​ estadas mais longas. Curiosamente, Lisboa ocupa o primeiro lugar como destino preferencial em 2022 para os clientes da empresa. Quanto ao destinatário mais tradicional de viagens de negócios – hotéis de negócios, as perspectivas ainda permanecem menos boas em comparação com os níveis pré-pandemia. Para tomar como exemplo Londres, receptora das mais variadas viagens globais, a PWC estima que, até o final de 2022, num cenário de recuperação moderada, as diárias médias recuperem para 83% das de 2019 e a receita por quarto disponível (RevPAR) apenas 66% no mesmo caso base. Os operadores hoteleiros terão que se esforçar muito nos próximos anos. Não apenas adaptando-se às mudanças nos hábitos de viagem e à menor quantidade de viagens de negócios, mas também gerindo as receitas e custos e compensando o investimento, provavelmente adiado durante os anos de Covid. Terminando com uma nota pessoal, após


Lá Fora Abroad

seis excelentes anos na COS Capital, assumi uma posição na Mitsubishi EstateCo., dentro de sua plataforma europeia – Europa Capital. Vou liderar os esforços de novos negócios e relações com investidores na Europa e Médio Oriente para o grupo. Ansioso para retomar minhas viagens de negócios! This edition of Magazine Imobiliário centers around the topic of travel and tourism and I thought it would be interesting to reflect on the post-covid travel landscape and how the respective real estate sectors will play out in the coming years. As someone who, before 2020, was taking an intercontinental flight every month and, in between, a couple more flights around Europe, I can say I have experienced some of the best and the worse business travel has to offer. Then, in March 2020, for pretty much two years, all business travel virtually ended and we all moved to online meetings. My very simple take on the efficacy of virtual meetings is that if you are having fairly routine meetings, with people you mostly know, they work. If you are having meetings with people you may not know so well or on new ideas or new projects, virtual meetings are just not a good substitute for the real thing. With that in mind, it is clear that some of the business travel for the first situation is going to disappear and probably rightly so. If we add on the substitution effect of Zoom for in person meetings, the sheer hassle of lingering covid mandates – tests, masks, quarantines, and less travel options or even less willingness from others to meet in person, we are going to see a step down in business travel, even after business travel stabilizes. On the flip side, other effects will likely go in the other direction. An interesting concept came to prominence after the worse of covid was behind us was the idea of “revenge travel”. People were so tired of staying at home, they wanted to resume prior travel plans, this time with a vengeance! One fairly novel trend is that of the digital nomad. Precisely those that do not need to travel as they can do all the work remotely, chose to travel, either because of cost, lifestyle or, simply, a change of scenery. Digital nomads tend to be fairly affluent, young and want to experience living like a local,

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mostly in scenic areas or exciting new cities. Contrary to the average business travel of 2-3 days, digital nomads stay for weeks or months and like to get a good deal so avoid high seasons of their destinations. Airbnb was extremely well positioned to capture this new style of travel and their hosts benefited. According to a survey of their hosts, Airbnb estimates that 90% of the properties on the platform are digital nomad ready, with good internet connections, dedicated workspaces and more favourable terms for longer stays. Curiously, Lisbon comes in the top place as preferred destination in 2022 for the firm’s clients. As for the more traditional recipient of business travel –business hotels, the outlook still remains somewhat subdued as compared to pre-pandemic levels. To take London as an example, a recipient of the most varied global travel, PWC estimates that, by the end of 2022, in a moderate rebound case scenario, that average daily rates recover to 83% of those in 2019 and revenue per available room (RevPAR) only 66% in the same base case. Hotel operators have their work cut out for them in the coming years. Not only adapting to changing travel habits and subdued business travel, but also, managing cash-flow and catching up on capex, likely postponed during the covid years. Ending on a personal note, after 6 great but challenging years at COS Capital, I have taken a position with Mitsubishi Estate Co., within their European platform – Europa Capital. I will be leading the efforts for business development in the EMEA region for the group. I am looking forward to resuming my business travel!


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Anabela Loureiro

Acima do normal Above normal O Verão está à porta e com ele a vontade de sair para férias. Os operadores turísticos e da restauração começam a vislumbrar a possibilidade de se reerguerem da crise em que mergulharam. Mas cuidado, não queiram conseguir em três meses de férias o que perderam em dois anos. Ao que parece, o alojamento está a preços acima do normal, já para não falar na restauração. Portugal é um passaporte maravilhoso para o turismo mas há outros países, igualmente apelativos, que praticam preços razoáveis para quem quer desfrutar das mais diversas formas de lazer. Tem, pois, de haver bom senso face aos indicadores internacionais. Como dizia um grande amigo meu: “Não basta os estrangeiros estarem apaixonados por Portugal!” Summer is upon us and with it the desire to take holidays. The tourism and restaurant operators are starting to get excited at the prospect of surfacing from the crisis in which they had been submerged for two years. But one swallow doesn’t make a summer, and they are unlikely to recover the business they lost in two years in just three holiday months. It seems the cost of accommodation is above normal prices, and that’s without even mentioning the restaurant sector. Portugal is a marvellous passport for tourism, but there are other equally appealing countries which are reasonably priced for those who want to enjoy a wide variety of leisure. There needs to be common sense given international indicators. As a good friend of mine used to say. “Foreigners being in love with Portugal is not enough”.


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