pagu l iterár i a
hi stóri c a
Editorial
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Apresentação
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A Importancia e o Poder da Leitura
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Apego a Escrita
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Amantes Anonimos
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tr a n s g r e s sora
Editorial
Intro de alguem, prof. coordenador
L
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Introdução
Intro nossa
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A importância e o poder da l e i t u r a A leitura começa como incentivo em casa, se pais leem muito provavelmente os filhos vão ler muito. Quando as pessoas começam a ler desde pequenas, cria-se um hábito de leitura, deixando de ser mera obrigação ler para a escola e afins, tornando-se um prazer. Esse hábito da leitura é extremamente importante para o desenvolvimento do indivíduo, não apenas como pessoa, mas como um membro da sociedade.
Letícia Ferreira Estou cursando Letras e sou apaixonada por literatura, tenho um blog de crítica literária e escrevo por hobby.
Quando se tem um bom hábito de leitura fica mais fácil desenvolver raciocínios e ter um campo maior e melhor de argumentação. Isso não influência apenas nas redações escolares e em vestibulares, mas influência nas carreiras profissionais e até mesmo nas discussões diárias que se é preciso enfrentar. Hoje em dia, com as evoluções tecnológicas, as pessoas estão deixando de se preocupar com a leitura pela quantidade de informações que é possível receber com essas evoluções, porém nem sempre quantidade é qualidade. Por isso é possível conciliar os avanços tecnológicos e as informações rápidas com as leituras. A internet ajudou o compartilhamento de informações, muitas vezes úteis, mas é certo que esse excesso de informação deve sofrer uma seleção. Como bem lembrado por Gabriel Perissé,
a leitura nos torna capazes de ver o que não está tão visível, de entender aquilo que não está tão bem explicado e isso nos torna pessoas mais abertas a realidade. Leitura é escolha e colheita, onde se escolhe os livros e os autores e se colhe as mensagens. Uma frase bem representativa sobre isso de Mário Sérgio Cortella é “A leitura, portanto, é uma questão de tempo e esforço”. Em resumo, para se ler bem e se comunicar melhor ainda, seja na escrita ou no diálogo, é preciso ter paciência. Ler notícias previamente selecionadas, ler os grandes clássicos e a literatura em geral. Porém, precisa-se saber ler, saber compreender além do explícito e isso só é possível com a prática de leitura. A maior importância da leitura é que apenas com leitura se aprende a ler.
apego a escrita
Há quanto tempo não escrevo. Ao menos não poeticamente, nem subjetivamente. Porque de repente escrever inúmeros textos dissertativo-argumentativos tornou-se mais fácil do que sentir a catarse emocional de quem escreve para partilhar e desabafar.
Maria Gabriela Maria tem 18 anos, é escritora e poetisa independente. Estudante do 1° semestre de Letras da UNITAU.
Eu decidi, por um tempo guardar bem os sentimentos como quem guarda de lembrança um convite de casamento que nunca mais vai ver, como aquele caderno de anos atrás que eu guardei, jurando que iria rever o que continha e nem se quer toquei nele depois, ou aquele CD sem título que você não ouve, pra descobrir o que carrega, mas também não se desfaz. Tudo isso que de uma forma ou outra sabemos que é sinônimo de um vil apego. É intrigante a facilidade que temos de nos apegar ao mesmo passo que temos dificuldade de nos desfazermos.
faz necessário, mas que ele também necessita de um longo processo de aceitação (os existencialistas, meus caros, que os digam)
E é justamente o apego que me paralisava em diversas situações e me impedia de voltar a escrever. Prendia-me, assim, as coisas triviais: às pessoas que atualmente não me servem mais de inspiração, que deixaram de ser meus assíduos leitores, à ausência da metafisica em minha percepção de mundo, àqueles sentimentos que já se moldaram e a outros que nem existem mais – como se os sentimentos que carrego nesse exato momento não fossem suficientemente dignos para que eu verbalizasse-os –. Ele, que me paralisava em diversas situações, apesar das intempéries , foi essencial para que eu resolvesse progredir e para que eu entendesse que nos apegamos tão facilmente na mesma proporção que temos dificuldade em desapegar.
No mais, se lhe pareço contraditória pela necessidade que tenha da escrita, peço que releve, afinal a arte, e falo com propriedade desta pela qual me comunico, ela te liberta, paradoxalmente, por meio da necessidade e do anseio. Ela te ensina a andar, contudo solta a sua mão para que você só se apegue a ela se tiver autonomia o suficiente.
O tempo sem você, escrita, me deu a oportunidade de pensar incessantemente em tudo. Portanto, redimi minha ausência poética, compensada em milhões de madrugadas filosofando, Após muita reflexão minha noção de mundo e de escritora já eram outros, cresci e amadureci o suficiente para entender que o desapego se
Desapego é você saber que suas bagagens fazem parte de quem você é, mas que você pode decidir quando elas serão úteis na sua vida ou não. É você ter coragem de agir independentemente dos obstáculos. É como quem volta a escrever sem medo dos sentimentos, sem medo de jogar as coisas foras, como quem reconhece a liberdade que há no existir.
A.A Amantes AnĂ´nimos
Olá, meu nome é Lucas. E esse é meu depoimento. Sou viciado nela. E fiz uso do amor por uns 4 anos e meio. Olá, meu nome é Lucas. E esse é meu depoimento. Sou viciado nela. E fiz uso do amor por uns 4 anos e meio. O uso da substância sempre começa leve, a origem é no desconhecido. Eu costumava sentir vontades, sentir o sexo levantar, ter desejos, encarava rostos bonitos, sonhava com bundas e decotes, toques e arrepios, muita abstração. Nunca tinha experimentado o amor. Mas é como dizem: depois que você se apaixona, é difícil parar de usar. A primeira vez que eu usei foi com os olhos, veja bem.
Conversamos por horas, e nós já estávamos usando juntos. Nossos corpos embriagados de paixão se tocavam e se acalentavam. Minhas mãos na dela e os dedos entrelaçados, apertados, com força, quase uma fissura.
Ela estava sentada num banco, de pernas cruzadas e sorrindo com uma sutileza instigante. Eu a fitei de cima a baixo, fiquei admirado, corroído por tamanha beleza.
Depois disso a gente se viciou junto. Éramos nossos entorpecentes. Ela era meu antidepressivo, mas também tinha o efeito da cocaína. Só ela sabia me iluminar e me encher de espontaneidade. Cheirava aqueles cabelos macios e a brisa era de plena equivalência com o paraíso. Seu pescoço, seus lábios, sua pele, seu canto de boca, o contorno do seu rosto, o começo do nariz com o fim dos olhos, tinha tudo um cheiro fantástico que era só dela. Percorria todo seu braço, suas pernas, sua barriga, seu corpo todo, tentando encontrar outro cheiro,
Os cabelos negros ondulavam até o ombro e se alisavam um pouco mais até metade das costas. A franjinha bem cortada era um charme junto com os olhos levemente puxados. Tinham as cores do mar, mas não era azul, eram escuros, talvez não tivesse cor, os olhos dela eram só imensidão. Imediatamente me deu vontade de usar também com as mãos.
Eu percebi que estava indo para um caminho sem volta quando a beijei. A boca mais maravilhosa que já me tocou, extremamente viciante. Sua língua tinha a textura mais perfeita que eu já provei. Nem a maior chapação do mundo se equivale a essa sensação. Mas eu queria me drogar, eu queria mais.
tentando encontrar uma imperfeição, e era uma busca já fadada ao fracasso. Eu cheirava, eu tragava, eu sentia, eu vivia em apreciação. E às vezes era ruim, às vezes nos sentíamos confusos. Loucos demais, talvez. Buscando um pouco de sobriedade a gente se perdia. O uso que era constante começou a ser mais pacato. Dia sim, dia não. Só nos finais de semana. As vezes o hiato era maior do que podíamos suportar e aí vinha a tal da crise de abstinência do amor; que se chama saudade. E a saudade pode ser como uma droga nova, mas é uma droga rápida. Efêmera e indecisa, a saudade acende o amor, mas também o apaga se ao sustento ela vem solitária. E como em todo vício, vamos do céu ao inferno. Um dia decidimos parar com o uso. Já era demais pra nós. Tentamos clínicas de reabilitação, baladas que vem e vão, festas que não queríamos ir, e até nos envolvemos com enfermeiros e outros viciados. Até que nunca mais nos usamos. Nunca soubemos definir se foi por escolha ou não. Até agora não sei dizer. Restam poucas lembranças daquela brisa, restam poucas memórias do primeiro ao último toque. Mas ao menor descuido,
lembro de tudo. Minha mãe sempre teve medo que eu me envolvesse com essas coisas, já perdemos gente na família, ela cont as histórias. Ela própria já fo viciada. E ainda estamos preocupados da minha irmã começar a usar cedo demais. Venho aqui hoje contar a minha história, me abrindo aqui para vocês, na tentativa de servir de exemplo para outros jovens. Tenho a impressão também que depois de certa idade a gente para de bater de frente com o amor, e ainda aprende a viver com a paixão. Gente jovem gosta de melancolia. É droga boa. Se fosse ruim ninguém usava. Mas tem que ter controle né, ‘responsabilidade’, diria meu pai. Meu nome é Lucas, sou viciado nela, e estou sem colocar um fio de amor na boca há mais de 8 meses. Mas só por hoje.’
Lucas Medeiros Lucas tem 20 anos, é escritor independente, criador e escritor do Coletivo Escritores e Poetas Não Sabem de Nada, e do Blog Livrando-te. Estudante do 1° semestre de Letras da UNITAU.
primeiras palavras Escrever para matar o tempo.Escrever por obrigação.Escrever por profissão.Escrever para tornar presente a ausência.Escrever para manter próximos os elos distantes. Escrever para vencer o Espaço e o Tempo.Escrever para se encontrar ou se perder de vez.Escrever para dar vida eterna ao instante efêmero.Escrever para se sentir solitário,mas escrever para ter companhia na solidão.Escrever para se conhecer nas estranhas,mas escrever para romper a espessa crosta da individualidade.Escrever para criar pontes em busca do outro.Escrever para ter a marca registrada do ser pensante.Escrever para explodir ou domar a paixão.Escrever como treino de inteligência ou para admirar a loucura da lucidez.Escrever para criar um ritual em que o homem é a própria magia.Escrever para se firmar como uma voz distinta no mundo.Escrever para aceitar,negar e transformar o mesmo mundo.Escrever para se sentir vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo que há em nós.