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violência
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PROIBIDO PROIBIR Jorge Durán, 2007 Começa com uma história de amor, mas não demora para a violência do Rio de Janeiro entrar em choque com os personagens e modificar os rumos do enredo. A partir daí, o coração do filme passa a ser a perplexidade e a impotência da classe média diante do caos social brasileiro. E o principal personagem torna-se o Rio, que o diretor chileno Jorge Durán procura filmar com um olhar livre --nem o buscador de cartões-postais ou tampouco o denunciador das misérias.
O RAP DO PEQUENO PRINCIPE CONTRA AS ALMAS SEBOSAS Paulo Caldas e Marcelo Luna, 2000 Dois personagens reais, Garnizé e Helinho formam o eixo do documentário. Garnizé, músico, 26 anos, componente da banda de rap “Faces dos Subúrbio”, militante político e líder comunitário em Camaragibe, em Pernambuco, usa a cultura para enfrentar a difícil sobrevivência na periferia. Helinho, justiceiro, 21 anos, conhecido na comunidade como “O Pequeno Príncipe”, é acusado de matar 65 bandidos no município e em alguns bairros do subúrbio de Recife.
NOTICIAS DE UMA GUERRA PARTIVULAR João Moreira Salles e Kátia Lund, 1999
A QUEIMA ROUPA Theresa Jessouroun, 2014
Filmado ao longo de dois anos (1997-1998), o documentário retrata o cotidiano doloroso da batalha contra o narcotráfico no Rio de Janeiro.
O filme conta parte da história da violência no Estado do Rio nos últimos 20 anos. Com imagens reais da época e outras ficcionadas, À Queima Roupa nos faz reviver (ou viver, tomar conhecimento, para os jovens que não haviam nascido ou eram muito jovens na época da primeira chacina do filme, a de Vigário Geral, quando 21 pessoas foram fria e barbaramente assassinadas por PMs) a sequência de assassinatos, procurando entender como e por que aconteceram, e continuam a acontecer.
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fome e misĂŠria
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ATERRO Marcelo Reis, 2011
ESTAMIRA Marcos Prado, 2004
Belo Horizonte é uma cidade planejada, construída e inaugurada sob os preceitos progressistas no final do século XIX. Em cerca de meio século, sua produção de lixo ultrapassou os limites do sistema de gestão de resíduos e todo o lixo passou a ser jogado a céu aberto a menos de 5 km do centro da cidade. Aterro é um filme sobre sete mulheres pioneiras da catação de lixo no Brasil. Diante do atual e controverso sistema de aterragem, elas falam do aparente inevitável destino do lixo.
Senhora com distúrbios mentais, que vive de um lixão na Grande Rio (Duque de Caxias, especificamente), Estamira, em seus acessos nervosos, vocifera contra Deus, contra a alienação dos seres humanos pela religião e pelos remédios (“dopantes”), contra uma suposta sociedade de controle, estruturada para calar a voz e os pensamentos dos rebeldes (ela). Em sua retórica irada e em suas manifestações alucinadas, Estamira, sempre dizendo-se a reveladora da verdade, demiurga consciente de seu grau de perturbação, revela aguda coerência em suas análises intensas – uma marxista naif com discurso messiânico. A proclamação da verdade está com ela e, devido ao espaço dado à suas frases no filme, há um interesse por essa verdade.
GARAPA José Padilha, 2009
HABITANTES DE RUA Claudia Turra Magni e Nuno Godolphin, 1996
Segundo a ONU, mais de 920 milhões de pessoas sofrem de fome crônica no mundo. O impacto desses números depende da nossa compreensão do que significa “passar fome”. Geralmente, os meios de comunicação discutem a questão a partir de uma perspectiva macroscópica, debatendo as causas ambientais, geográficas, econômicas e políticas da fome. Embora este debate seja fundamental, continuamos, no entanto, sem saber como é a vida das pessoas que passam fome. Para que se compreenda o real significado do problema, é necessário conhecê-lo de perto. GARAPA é o resultado dessa preocupação. O filme é fruto de mais de 45 horas de material filmado por uma pequena equipe que, durante quatro semanas, acompanhou o cotidiano de três famílias no estado do Ceará.
Em meio à ecologia do meio urbano, bandos e indivíduos nômades habitam a rua, inventando biscates, fazendo valer uma caridade, coletando e caçando sua sobrevivência dos restos da sociedade de consumo. Estes habitantes de rua desvelam olhares itinerantes sobre a cidade, divergentes da visão irradiante da sociedade sedentária.
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índio
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MATO ELES? Sérgio Bianchi, 1982
SEGREDOS DA TRIBO José Padilha, 2010
A questão indígena brasileira com enfoque na reserva de Mangueirinha, no sudoeste do Paraná, aonde viviam os remanescentes de três tribos: Kaigang, Guarani e Xetá.
Longa-metragem documental sobre os estudos antropológicos feitos com os índios Yanomami desde os anos 60, quando foram estabelecidos os primeiros pontos de contato permanente com as tribos da região do baixo Orinoco, na Amazônia venezuelana. Ao contrapor a opinião dos principais estudiosos sobre a suposta violência inata dos Yanomami da região, o filme revela sérios problemas com a própria antropologia, tanto do ponto de vista metodológico quanto do ponto de vista da ética.
MUITA TERRA PARA POUCO INDIO? Bruno Pacheco de Oliveira, 2012
CORUMBIARA Vincent Carelli, 2009
O filme corresponde a uma tentativa de apresentar, do modo mais claro e didático possível, a diversidade da vida dos povos indígenas e suas terras no Brasil, e demonstrar, apoiando-se em dados, depoimentos e imagens, os argumentos que são usualmente utilizados contra a materialização dos direitos indígenas, atacando o preconceito e os estereótipos que emperram a formulação e desempenho de uma política indigenista afirmativa, e dificultando a garantia dos direitos estabelecidos pela Constituição de 1988.
O premiadíssimo documentário Corumbiara é a atração deste Cine Nacional. Realizado pelo Vídeo nas Aldeias, o longa retrata o massacre de índios na gleba Corumbiara, ao sul de Rondônia, que teria sido praticado por fazendeiros de gado da região. Eles não queriam que suas terras fossem demarcadas pela Funai, que impediria sua exploração comercial.
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educação
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PRO DIA NASCER FELIZ João Jardim, 2005
A ONDA Dennis Gansel, 2008
O filme aborda temas relacionados à educação no Brasil, em diferentes níveis sociais, como o preconceito, a precariedade das instituições de ensino, a violência e a esperança de mudanças.
Um professor com simpatia pelo anarquismo é obrigado a assumir um curso de uma semana sobre autocracia, para alunos do Ensino Médio. Ao perguntar se um regime totalitário poderia existir hoje na Alemanha, percebe o descrédito dos alunos. Resolve, então, realizar um exercício pedagógico para explicar, na prática, como se dá a manipulação ideológica de um conjunto de jovens que sente necessidade de uma liderança forte. O professor Rainer Wenger propõe o exercício de um movimento “unificador” e cria – com a participação entusiasmada dos alunos – símbolos, uniforme, saudações e, com muita sutileza, preconceitos em relação aos que não se sentem à vontade para aderir ao movimento.
QUE HORAS ELA VOLTA? Anna Muylaert, 2015
A EDUCAÇÂO PROIBIDA German Doin e Verónica Guzzo, 2012
Com habilidade, Anna toca num nervo infeccionado, até então camuflado, da classe média brasileira. Seu filme expõe e escancara a hierarquização feroz das classes no Brasil dentro da intimidade dos grupos familiares.
O documentário se propõe a questionar as lógicas da escolarização moderna e a forma de entender a educação. Além de apresentar vias alternativas para como crianças e adolescentes estão sendo educados, o filme demonstra as falhas do modelo de educação vigente, que produz cidadãos doutrinados pelo sistema e que proíbe qualquer ato que não esteja conforme a norma estabelecida por ele.
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Coraline Henry Selick, 2009
James e o Pêssego Gigante Henry Selick, 1996
O Fantástico Sr. Raposo Wes Anderson, 2009
Frankenweenie Tim Burton, 2012
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