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Sandra R. Schewinsky ...............................................................................................21 e

Foto: arquivo para que se possa viver em sociedade e quando quebradas e transtornam o bem-estar social, a pessoa pode sofrer sanções da força das Leis que auxiliam nas tomadas de decisões sobre deveres e direitos para propiciarem justiça para todos. Portanto, regras e leis são fundamentais para a evolução da sociedade. Para o indivíduo são as regras e leis que dão um contorno para seu mundo mental, sem as quais o psiquismo seria caótico, podemos pensar que as interdições dos puros instintos, como por exemplo, manifestações de agressividade ou do sexo, possibilitam o controle das ações e facultam o ato de reflexão, pensamento e postergação dos desejos, os quais são fundamentais para a força e equilíbrio emocional. Por vezes, vejo que há uma série de enganos na formação das nossas crianças e jovens, já discorri em artigos anteriores que a falta de limites pode gerar o egoísmo e agora quero refletir com o leitor, como não colocar regras e obediência as leis pode ser pelo desconforto da tarefa laboriosa. Como me ensinou minha querida amiga a psicóloga Nilce Cattassini: AMAR DÁ TRABALHO! Ao invés de explicar o porquê que não se pode algumas coisas, o fazer de forma afetiva, com paciência e tempo, dar outras possibilidades, ficar por perto e demonstrar afeto; é mais fácil colocar o celular na mão da criança pequena para que fique quieta e não perturbe. Assim, fica cada vez mais difícil impor as leis no futuro. Lembrei de um pai que me falou uma vez, que seu filho que tinha comportamentos ilegais, só aprenderia quando quebrasse a cara. Perguntei atônita: Quem recolherá os cacos? Responsabilidade afetiva demanda discussão, enfrentamento, choros, disputas, até raiva. Necessita de argumentação, coerência, força emocional, trabalho e atitudes que balizem as decisões. Amor significa querer o bem do outro, estar implicado em não medir esforços para proporcionar o melhor para o ser amado. Todo ser clama por afeto! Posso estar completamente equivocada, mas penso que para a geração que não segue as regras e leis, aparenta prescindir de princípios e não se apega, o que lhe falta de fato é AFETO e AMOR, porque as pessoas não querem pagar o custo de se relacionarem com esses dois elementos.

Muito obrigada e até a próxima. Com muito carinho, Sandra Schewinsky

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Contos I O grito do Ipiranga A história da liberdade

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

O dia 07 de setembro de 1822 é o marco do Brasil como nação, quando D. Pedro I deu o grito de Independência ou Morte, às margens do Riacho do Ipiranga, libertando a Colônia do Reino de Portugal... Essa é a história ensinada nos livros desde os primeiros anos da escola, mas não vai ser sobre esse fato que quero escrever, é sobre o que eu me lembro do bairro que conheci ainda criança e que um dia meus pais disseram que tínhamos que conhecer o Museu do Ipiranga, o símbolo da liberdade do Brasil, que ficava no bairro do mesmo nome e, nos idos da década de 50, numa das viagens para a capital do Estado, meus pais nos levaram, a mim e meus irmãos, para conhecermos o monumento histórico! Subi as escadarias olhando cada degrau com cuidado para não tropeçar ou cair, tinha medo de olhar para trás ou para a enorme porta lá em cima, afinal era tudo muito grandioso no tamanho e na importância que tinha para o nosso país. Assim que entramos no hall impressionou mais ainda, era muito suntuoso, mal sabia que naquela casa tudo estava exposto em vitrines fechadas por vidro: roupas, armas, louças, quadros... tudo para ser visto mas nunca tocado por mãos pequeninas de uma criança. Mas o que mais me impressionou foi a falta de gente, uma casa sem moradores não podia ser uma casa, de quem era tudo aquilo? Meu pai explicou que tudo aquilo era o símbolo de uma nação, o nascimento de um país e o museu era o registro da história, uma memória que não podia ser esquecida.... Tempos depois, vim estudar na USP e nunca mais voltei para minha terra natal. Na década de 70, exatamente em 1972 monto uma empresa com Abrão Berman, um cineasta recém chegado da França com uma grande novidade, a bitola de filme Super 8mm, que revolucionaria o mercado de filmes para propaganda. E assim nasceu o GRIFE - Grupo de Realizadores de Filmes Experimentais, ele responsável pela parte técnica, filmar, montar, sonorizar e eu pela parte comercial, vender o filme Super 8mm para agências de propaganda, empresas, industrias.... Comecei a fazer um mailing de clientes, uma dessas empresas, a Arno, pois Abrão tinha trabalhado lá antes de ir para a França fazer curso de cinema. A Arno ficava na região do bairro do Ipiranga, e foi um dos nossos primeiros clientes, graças ao Sr. Piero Fioravante que me atendeu como um pai e, enquanto esteve na empresa sempre produzi

magazine 60+ #27 - Setembro/2021 - pág. 23

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