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Foto: Incêndio no Juquery na noite do dia 13 (Divulgação/SMA) ca psiquiátrica ou psicológica. Em casa, é necessário que a família esteja atenta para controlar o acesso a métodos que podem ser recorridos para cometer o ato como, venenos e arma de fogo, e principalmente, incentivar espaços de promoção a saúde e criação de grupos de apoio e autoajuda em instituições, ONGs, empresas e centros religiosos. É importante ressaltar que estes devem ser cuidados contínuos e que, tão importante quanto a prevenção, é a posvenção do suicídio – o trabalho de ajudar os “sobreviventes suicidas”. Este tratamento é feito de acordo com um plano terapêutico multidisciplinar para o paciente e para os familiares, que inclui habilidades e estratégias para cuidar e ajudar, informar e prevenir um novo episódio. Todo esse texto dos parágrafos acima foi por mim produzido nessa mesma época do ano passado. De lá pra cá os números cresceram tanto em cuidados quanto em descuidos. Poucos dias após a mega tragédia que destruiu fauna e flora do Parque do Juquery, esperamos a primavera de quando entrar setembro, lembrando que desta vez o setembro amarelou na vizinhança, não reluz, agora literalmente acinzentado, sem verde, desesperança. As chamas difíceis de apagar, no fogo propriamente dito, quando cessaram deixaram apagados os corações de milhares de pessoas. Gente nascida e crescida nas imediações do parque e nas cidades vizinhas, agora setembram amarelo, sem as cores da primavera, nos transeuntes, nas crianças, nos trajes psicodélicos dos ciclistas que trilham por lá, e de todos que passeavam admirados, diariamente, apreciando a mata, as águas, os bichos, a natureza do campo dentro da cidade intensa e peculiar que é Franco da Rocha e seus arredores serranos da Cantareira, avistando a extensa represa, que abastece a gigante metrópole. Em dezembro de 2005 outro incêndio atingiu o prédio administrativo do Complexo Hospitalar do Juquery queimando milhares de prontuários de pacientes, histórias vivas de vidas vividas, e dentre vários documentos e preciosidades, uma carta escrita por Dr. Sigmund Freud ao Psiquiatra Osorio Cesar (nome que batiza o museu local em projeto do Ramos de Azevedo) elogiando o modelo que seria implantado com arteterapia a agricultura elevando o nível de tratamento no manicômio. Freud escreveu também ao Dr. Franco da Rocha.
Por lá, pós desativação, há quem ainda ouça ruídos, gritos, mistérios audíveis, invisíveis, críveis e incríveis, tudo junto, ou não, ou só o silêncio. Há de tudo um pouco na humanidade. A ausência de sanidade pode estar dentro e fora de cada um de nós. Cuide
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Sal sem mar
Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+
As Salinas de Rio Maior, a 85 Km da capital e a 30 Km do oceano, em Marinhas do Sal, são as únicas salinas interiores e em pleno funcionamento na Europa.
Como é possível extrair sal num local longe do mar?
O sal é um indicador da presença de um *1paleoambiente de formação, durante o Mesozoico, há 200 M.a., com características litorais. O mar que ocupava a região recuou, entretanto, e formou-se uma jazida de sal-gema, “fonte” deste sal, dissolvendo-se na água do curso subterrâneo que passa por ela. Esta água, sete vezes mais salgada que a do mar, era inicialmente retirada com uma picota e um balde, sendo atualmente bombeada, a partir de um poço central com 9 m de profundidade. Durante o verão a água salgada é encaminhada para os diferentes talhos ou talhões. No fim de evaporada a água, o sal é depois retirado e levado, pelos salineiros, até aos armazéns da cooperativa que atualmente realiza a exploração e comercialização.
Existem vestígios de ocupação humana desde o Paleolítico neste local e arredores.
Como se explica este facto? Na verdade, o sal é essencial à vida e o Homem procurou um local onde ele existia.
As salinas de Rio Maior têm mais de 800 anos e pensa-se que foram explo-