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Marcelo Conti 59 a

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USP 41 e

USP 41 e

ter se esquecido de carimbar o ticket do estacionamento de um cliente, fazendo não somente com que ele retornasse, mas também atrasando (mais um pouco) seu atendimento.

Nicanor e seu terno agora davam ordens. Virou bancário, de fato e de direito! Gostou da brincadeira, e seguiu em frente. A mudança dos números na tela eletrônica tinha um ritmo inversamente proporcional ao seu. Parece que haviam congelado no 3052, não havia meio de sair de lá.

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Nicanor corria de um lado para o outro, solucionava com presteza e conhecimento todas as situações criadas pelos clientes. E, quando não sabia, claro, recorria de uma ligação telefônica para o ramal do Rui. Este o atendia com rapidez, também, imaginando que pudesse ser um Auditor, alguém da chefia da Matriz, enfim, melhor não vacilar.

A situação ficou tensa quando duas pessoas bateram boca com o segurança, porque a porta giratória não girava. Eram segundos preciosos, e os clientes estavam inconformados com o “atendimento”. Lá foi Nicanor, bem vestido, educado e perfumado, se desculpou em nome do banco, e “autorizou” a entrada de ambos. Ainda fez um sermão para o segurança, pedindo mais atenção no trabalho.

O telefone de uma das mesas das gerentes tocou, ela atendeu rapidamente e desligou. “Sr. Nicanor, o Sr. Rui pediu para o senhor dar um pulinho na mesa dele”. Nicanor tremeu, pensou que pudesse ser expulso da agência por ter se intrometido, mas só queria ajudar (e passar o tempo). Nada disso, foi elogiado, ofereceram uma conta “plus”, com cartão “sênior”, limites de crédito gigantes, financiamentos, enfim, quase deram o banco para o homem. Agradeceu, não aceitou, e desceu disparando pela escada de mármore. Foi parado antes do último degrau por um funcionário, que lhe pediu um “visto” para poder sair antes do horário, porque iria levar a mãe no médico. Deu o visto. Voltou para seu habitat natural. No telão, 3061.

O quê????????? Eu fui só ali em cima, na sala do Rui... e... Não é possível! Essa porra aí tá com defeito. “Calma, “senhor”. “Senhor é a mãe dos seus filhos; eu quero ser atendido agoraaaaaaaa!!!!”

“Senhor, o bip eletrônico anuncia por três vezes o número da vez. Se o cliente não vai ao balcão, ele muda para o número seguinte. É automático.”

“Automática é a porrada que eu vou dar na sua cara!” Alguém sentado numa das cadeiras da espera virou para o vizinho e disse: “Adianta estar perfumado e bem vestido? Não tem educação!!!! Bancários, todos iguais”

Memórias de uma casal de velhos O velho e o novo

Liça Bonfin Psicóloga

Quando escrevo ou falo sobre algum assunto, adoro contar fatos e histórias. Acho que ilustram com facilidade e perfeição o que realmente queremos dizer. Há algum tempo atrás, recebi uma mensagem pelo celular que me mobilizou. O grande artista e diretor de cinema americano Clint Eastwood, quando tinha 88 anos (agora está com 92) foi jogar golfe com seu amigo Toby Keith, cantor e compositor de música country, e contou a ele que, na semana próxima, iria começar a gravar um novo filme. Toby se surpreendeu. Como um homem com aquela idade iria começar uma empreitada daquele nível? E perguntou qual motivação o impelia, e Clint respondeu: - Todo dia, quando acordo, eu não deixo o velho entrar. Vejam que filosofia de vida maravilhosa! O desejo de sempre renovar, de haver uma luta constante na busca do novo. Não ficar a vida inteira lembrando-se de coisas antigas, sem sonhar, sem arriscar em coisas novas e diferentes. Toby ficou tão impressionado com o que o amigo falou, que compôs uma música sobre o tema e a enviou a Clint para que a usasse no filme, e ele a usou. Vou contar outro caso interessante. Aconteceu há mais de 30 anos. Eu devia ter uns 50 e fui me encontrar com um amigo que estava com o seu pai, então com 84 anos. O pai estava decidido a entrar em um novo projeto e o filho argumentava que aquilo seria uma atitude insana, pois era algo de difícil execução, que ele já tinha muita idade, que devia descansar e não arranjar mais coisas para fazer. Já faz tanto tempo que isso aconteceu, mas eu me lembro como seu fosse hoje, da

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