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Marly de Souza 65 e
não sou velho nem sou moço não sou ouro nem sou cobre sou feito de carne e osso sou ligeiro como o gato corro mais do que o vento.
Corrido
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Sou poeta repentista Foi Deus quem me fez artista Ninguém toma o meu fadário O meu valor é antigo Morrendo eu levo comigo E ninguém faz inventário Desencontrado
Meu pai foi homem de bem Honesto e trabalhador Nunca negou um favor Ao semelhante, também Nunca falou de ninguém Era um homem de valor.
2 – Setilhas - modalidade relativamente recente. Para alguns, as setilhas, estrofes de sete versos de sete sílabas, foram criadas por José Galdino da Silva Duda, 1866 – 1931. A verdade é que o autor mais rico nessas composições, talvez por se tratar do maior humorista da literatura, de cordel, foi José Pacheco da Rocha, mais conhecido como José Pacheco, 1890 – 1954. No poema A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO, do inventivo poeta pernambucano, encontram estas estrofes:
fotos: divulgação
FONTES: www.brasilescola.uol.com.br www.portugues.com.br www.todamateria.com.br www.recantodasletras.com.br www. escolakids.uol.com.br www.dicio.com.br www.laart.art.br/blog/ cordeis-famosos www.mundoeducacao.uol.com.br/literatura/ literatura-cordel.htm www.neoenergia.com/pt-br/te-interessa/ cultura/Paginas/literatura-de-cordel-historiacuriosidades www. coletivoleitor.com.br www.culturagenial.com www.pt.wikipedia. org www.arteducacao.pro.br/metricas-do-cordel.html
Vamos tratar da chegada quando Lampião bateu um moleque ainda moço no portão apareceu. – Quem é você, Cavalheiro –– Moleque, sou cangaceiro –Lampião lhe respondeu. – Não senhor – Satanás, disse vá dizer que vá embora só me chega gente ruim eu ando muito caipora e já estou com vontade de mandar mais da metade dos que tem aqui pra fora. Moleque não, sou vigia e não sou o seu parceiro e você aqui não entra sem dizer quem é primeiro – Moleque, abra o portão saiba que sou Lampião assombro do mundo inteiro. José Pacheco
Humor Eleição disputada
Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais
Laerte Temple ltemple@uol.com.br
Aproxima-se a data do esperado pleito, em um dos períodos mais conturbados das últimas décadas. O evento, que antigamente ocorria em novembro, há muito foi antecipado para o outubro, em um ou dois turnos. Quando ninguém obtém maioria necessária dos votos, a definição ocorre em segundo escrutínio. Todos já se acostumaram com o processo. Existe um calendário definido e normas ditando claramente o que é e o que não é permitido, mas os conchavos começam informalmente bem antes da data permitida. Os abusos são denunciados e apurados. O ambiente anda tenso desde a última eleição, quando os perdedores não se conformaram com o resultado, embora revestido de lisura. Por causa da polarização, todos sabem que o pleito deste ano será duro e a comunicação com o eleitor exigirá novas estratégias. Pandemia e isolamento social afetaram o eleitor receoso, embora o distanciamento e a higiene tenham sido garantidos. Houve até sugestão de adiamento ou prorrogação, ideias logo descartadas. Nada de casuísmo, nada antidemocrático! O burburinho teve início muito antes da abertura de prazo para registro de candidaturas. Até a candidatura de quem muitos julgavam impossível foi autorizada. Houve muito balão de ensaio para ver quem tem e quem não tem apoio e as pesquisas indicaram que é possível voltar aos holofotes. Quem apoia quem? A disputa acirrada mexe com os nervos de todos, inclusive familiares, amigos e correligionários. Há quem sonha em se candidatar e há quem é incentivado por pessoas próximas. As pesquisas sondam a preferência do eleitorado e as chances de sucesso. Por maior que seja o número inicial de candidaturas, a disputa para valer sempre recai sobre 3 ou 4 nomes realmente fortes. As campanhas são duras e exigem muito de todos. Amizades são desfeitas, apoios prometidos não são honrados e traições acontecem.