3 minute read
Bruno dos Santos Quero trabalhar como você 27 e
Foto: machine.global - divulgação Como se pode ver, boa parte da população brasileira tem uma pessoa com deficiência na família. Isso já ficou muito claro. Mas, no mercado de trabalho, essa representatividade é a mesma? Com certeza não, porque as empresas ainda não estão preparadas para receber pessoas com deficiências, principalmente quando se trata de uma visão geral das deficiências. Hoje, já é possível ver pessoas com Síndrome de Down atendendo clientes em algumas empresas, muito mais do que cadeirantes. No site UOL, a jornalista Nicolas Brandão em um artigo publicado na própria página do UOL, esclarece que “ainda são poucas as empresas brasileiras que alcançam o percentual de 5% de pessoas com deficiência (PcDs) em seu quadro de funcionários – conforme exigência da lei nº 8.213/9, que completou 30 anos em 2021”. Da Relação Anual de Informações Sociais (RIAS) de 2019: há 486.756 PcDs trabalhando formalmente no país, o que representaria menos de 1% dos empregados. Continuando o texto da jornalista Nicolas Brandão: a situação pode se tornar ainda mais complicada caso seja aprovado o projeto de Lei 6.159, que permite que a contratação seja substituída pelo pagamento equivalente a dois salários mínimos a uma conta da União, que abastecerá um programa de reabilitação física e profissional. Apresentado em 26 de novembro pelo governo federal, o PL ainda esta em tramitação na Câmara dos Deputados. Irei um pouco mais longe para pegar o Japão como referência. No Japão, organizações públicas e empresas privadas são obrigadas por lei a incluir uma determinada porcentagem de pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários, inclusive em cargos de chefia. O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social do Japão tem investigado a prática fraudulenta de contagem de cotas para a população de PcD no trabalho. Dados recentes do Ministério do Trabalho revelaram que pessoas com deficiência representavam 2,5% dos funcionários no Governo Central a partir de 1º de Janeiro de 2017. Minha visão como empreendedor e PcD é a de que as empresas brasileiras precisam se preparar para o futuro porque a cabeça das pessoas com deficiência mudou. Hoje em dia a população PcDs está querendo ser ouvida a cada dia mais e, primeiramente, no mercado de trabalho.
Eu tenho uma empresa de marketing que é virtual, mas tenho um objetivo na vida que é criar uma empresa física só com a representatividade de pessoas com deficiências.
Advertisement
Histórias através das lentes... Um direito para ser respeitado por todos cidadãos
Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural
Sempre gostei de andar a pé, um dos exercícios que pratiquei desde pequena. Não sou de academias ou ginástica em grupo, gosto de andar sozinha, olhando a natureza, caminhando pelas ruas, trilhas no meio do mato. Gostava de contar os passos, mesmo quando corria. Tanto é que aprendi a dirigir aos 47 anos e só o fiz porque era imprescindível, pois onde morava o transporte público era precário e a cidade numa região montanhosa, aliás a cidade mais alta do Brasil: Campos do Jordão! Quando andava conseguia me safar das pedras ou buracos nas calçadas, conseguia correr ao atravessar uma rua cujo sinal para pedestre era rápido demais. Era fácil entrar num carro, ou mesmo num ônibus. Gostava de apostar corridas para ver quem entrava primeiro num metrô na hora do rush. Meus filhos diziam que sabiam quando chegava em casa pelo som dos meus passos, eles anunciavam minha chegada, pois eram cadenciados e fortes. Mas derrepente perdi essa mobilidade. Na verdade não sei direito a causa, se foi um tombo que cai e trinquei a bacia, ou se foi depois da operação do coração, pois foi exatamente em 2011, que perdi totalmente o poder de andar livremente, desde então tive que me apoiar numa bengala. Não é fácil ser deficiente física, aliás, não é fácil ter qualquer dificuldade, seja ela