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ESTAMOS JOGANDO COM O QUE TEMOS DE MELHOR? Afinal, qual a maneira mais rápida, fácil e eficiente de acharmos soluções para nossas necessidades constantes de solução de desafios e busca pela inovação? Que parte de cada cadeia possui maior compromisso e capacidade de solução destas questões? Nós acreditamos que a resposta não seja apenas quem, mas principalmente como. Como extrair o máximo do potencial de cada parte envolvida em processos cada vez mais velozes, exigentes e complexos? Como garantir que - em um mercado em que cada aposta é alta e cada lance decisivo - estamos conseguindo jogar com o que temos de melhor? A resposta talvez esteja em não apenas mapearmos nossos principais desafios e fragilidades, mas principalmente tirar o máximo de cada oportunidade que nos é dada. O clichê de nossa atual realidade é de que a informação está disponível para todos. Mas será que estamos conseguindo apreciar e utilizar esta informação da maneira mais produtiva possível? Será que o simples acesso a esta informação gera subsídios suficientes, e se está disponível para todos, onde encontrar o diferencial que todos procuramos? Acreditamos que a profundidade da troca do conhecimento é fundamental para isto. Nada substitui análises e discussões incansáveis até saturarmos um assunto e dirimirmos todas nossas dúvidas a respeito do mesmo, e isto com certeza não é possível com conversas breves ou alguns cliques. Aproveitar momentos em que a informação é disponibilizada para reflexão e discussão, em que soluções e necessidades são confrontadas e alinhadas, inspirando novos pensamentos e diretrizes são fundamentais. Nos próximos dias, nós do IBTeC, estaremos presentes em dois grandes momentos para maximizar esta experiência: a Fimec, onde de 15 a 17 de março estamos realizando juntamente com a Fenac e a Coelho Assessoria Empresarial o projeto Fábrica Conceito, e em abril, no IX Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado, realizado em conjunto com a Universidade Feevale. Dois eventos que não vêm apenas para trazer soluções e ideias, mas oportunizar um grande momento de troca e geração de novas demandas e desafios, instigando a inquietude e a busca incansável pelo conhecimento. Esperamos por você, para juntos debater, questionar, instigar e criar novas soluções que são cada vez mais necessárias a cada um de nós. Esperamos que você faça parte desta massa inquieta e instigadora, que move o processo de evolução constante em todos os âmbitos de nossa existência. Seja muito bem-vindo a nossa “zona de desconforto”.

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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MERCADO Novas soluções para calçados

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EXPEDIENTE

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AGENDA

REPORTAGEM ESPECIAL O conforto em componentes

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NOTAS

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CADERNO FIMEC

INSTITUCIONAL Simpósio biomecânica do calçado

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OPINIÃO

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ARTIGO

TECNOLOGIA Inovação em palmilhas

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Conselho Deliberativo: Claudio Chies (Presidente) Conselheiros: Ernani Reuter, Jakson Fernando Wirth, João Altair dos Santos, Jorge Azeredo, Marcelo Fleck e Rosnei Alfredo da Silva Conselho Fiscal (Conselheiros): Eleno da Silva, Maria Gertrudes Hartmann, Renato Kunst e Ricardo Wirth Conselho Científico (Conselheiros): Dr. Alberto Carlos Amadio, Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila, Dra. Deyse Borges Machado, Dr. Luiz Antônio Peroni, Dra. Mariliz Gutterres, Dr. Milton Zaro e Dra. Susana Cristina Domenech Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi Institucional/Cursos/Eventos: Marcela Chaves da Silva (marcela@ibtec.org.br) Comercial - Gerente: Karin Becker (karin@ibtec.org.br) Consultorias - Consultor técnico: Paulo César Model (paulo@ibtec.org.br) Administrativo-Financeiro: Rogério Luiz Wathier (rogerio@ibtec.org.br) Projetos Especiais: Tetsuo Kakuta (projetos@ibtec.org.br) CB-11: Andriéli Soares (andrieli@ibtec.org.br) Laboratório de Biomecânica: Dr. Aluisio Avila (biomecanica@ibtec.org.br) e Dr. Milton Zaro (zaro@ibtec.org.br) Laboratório de Substâncias Restritivas: Janiela Gamarra (janiela@ibtec.org.br) Laboratórios Químico e Mecânico: Ademir de Vargas (laboratorio@ibtec.org.br) Laboratório de Microbiologia: Dr. Markus Wilimzig (markus@ibtec.org.br)

Jornalista Responsável e Editor: Luís Vieira - 8921-MTb/RS (luis@ibtec.org.br) Produtora Gráfica e Jornalista: Melissa Zambrano - 10186-MTb/RS (melissa@ibtec.org.br) Arte Final: Fábio Mentz Scherer (fabio@ibtec.org.br) Publicidade: Romeu Alencar de Mello (romeu@ibtec.org.br) Comercial: Simoni Jaroszeski (simoni@ibtec.org.br) Conselho Editoral: Ênio Erni Klein, Wanderlei Gonsalez, Milton Antônio Zaro, Luís Vieira, Ernesto Plentz, Mauro Sarmento, Janete Maino, César Bündchen e Evandro Sommer A Tecnicouro não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre desde que citada a fonte. Fundada em 1979 | www.tecnicouro.com.br Rua Araxá, 750 - Cx. Postal 450 - Telefone 51 3553.1000 - fax 51 3553.1001 Cep 93334-000 - Novo Hamburgo/RS ibtec@ibtec.org.br | www.ibtec.org.br

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Abril FIEMA 5, 6 e 7 Bento Gonçalves/RS www.fiema.com.br

Junho FRANCAL 26, 27, 28 e 29 www.feirafrancal.com.br

Outubro FISP 5, 6 e 7 São Paulo/SP www.fispvirtual.com.br

IX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BIOMECÂNICA DO CALÇADO Novo Hamburgo/RS 27 e 28 www.ibtec.org.br

INSPIRAMAIS 27 e 28 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br

Novembro ZERO GRAU 21, 22 e 23 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br

Maio SICC 23, 24 e 25 Gramado/RS www.sicc.com.br

Agosto PREVENSUL 10, 11 e 12 Curitiba/PR www.protecaoeventos.com.br

Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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FOTO LUÍS VIEIRA

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GRAVAÇÕES A LASER om uma história ligada à indústria da moda e design e comprometida com a inovação, a Affare Laser é centrada na utilização de tecnologias modernas, através das quais oferece as soluções mais eficazes para ajudar os seus clientes na atualização dos seus produtos. Um dos destaques da empresa é o sistema de laser que, além da alta precisão nas gravações, permite que o traçado seja realçado pela utilização de cor. O gerente de vendas Thalison Silva assegura que o cliente pode solicitar qualquer cor desejada, inclusive as tonalidades dourada e prateada. “O sistema está em uso por diversas grifes desde o verão 2015/16, e hoje podemos desenvolver vários tons dentro de uma mesma cor padrão”, explica. Embora ainda não seja possível aplicar esta solução em alguns materiais com superfícies irregulares, como a camurça, tem aumen-

Pele de peixe com aspecto de renda

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Aguapé se especializou no curtimento de peles exóticas, atualmente com foco no curtimento, tingimento e acabamento de peles de tilápia. Os couros produzidos têm como destino o mercado de moda e design nacional e internacional, visando a atender a pessoas e marcas que buscam por matérias-primas naturais, com autenticidade e sofisticação. A empresária Sharen Zancaner destaca que, assim como a cartela de cores, as opções de acabamento são bem diversificadas, sempre aliadas a um processo de curtimento 100% vegetal. “Todo este processo é realizado de maneira artesanal e minuciosa”, considera Sharen ao mostrar um dos mais recentes produtos criados uma manta de pele de tilápia, com perfuração em cada uma das lamélulas (local onde ficam as escamas), o que proporcionou um aspecto de renda. O desafio é produzir o artigo em escala industrial.

tado o uso em superfícies lisas, como couros e sintéticos em acabamentos em verniz, por exemplo, ou ainda em materiais como látex e lonas. Outra possibilidade é fazer o corte vasado ou gravações de superfície em jeans, sem que o material desfie ou tenha a sua resistência afetada. FOTOS LUÍS VIEIRA

com cor C

Inovação para calçados esportivos e masculinos

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linha esportiva e casual da Cipatex traz o conceito da versatilidade, com superfícies que transitam entre o fosco e o brilhante, com visual que vai do rústico ao tecnológico e efeitos de profundidade e movimento. Destaque para o laminado Oahu, que combina o efeito de semibrilho a uma estampa que remete à semente. O material é inovador ao contar no verso com adesivo hot melt termoativo desenvolvido com exclusividade pela empresa. O produto possibilita tecnicamente uma resistência ao envelhecimento por hidrólise garantindo sua performance por anos. O material passou por testes rigorosos ao ser exposto à umidade relativa do ar de 95% e 60 graus por um período que representaria sete anos. A tecnologia aplicada diminui o peso do calçado final e otimiza o processo fabril, já que o laminado chega pronto para o uso em sua produção. Ainda na linha esportiva, o laminado Camo Denver ganha uma gravação diferenciada com a forma hexagonal dos favos de mel em meio a triângulos, proporcionando um estilo moderno e personalizado ao tênis.

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PALMILHAS COM PROPRIEDADES

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e um comércio que abriu as portas em 1988 com uma estrutura física de 360m2 para a venda de componentes para calçados, bolsas e acessórios, a Cofrag não parou de se expandir e hoje se transformou em um grupo industrial com seis unidades, atendendo a diversos mercados, especialmente o têxtil e o de calçados e artefatos, com desenvolvimentos próprios, produção de estampados e fornecimento de dublagens industriais com tecelagem e tinturaria própria. Em evidência o processo de gravação Cofragem, com várias matrizes de estampa que pode ser usada inclusive em elástico, proporcionando aos tecidos uma aparência de laminado sintético. Outra linha bastante solicitada são as palmilhas com propriedades de absorção de suor, para um calce mais confortável.

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INOVAÇÃO

e sustentabilidade A linhada com as exigências de um mercado em constante inovação, a Formax, especializada em componentes para calçados e pioneira no uso de matérias-primas que não agridem a natureza, apresenta como novidade um reforço de cambrê aplicado na linha de botas. Por ser um produto com baixas temperaturas de reativação e cópia perfeita do ângulo, pode ser usado em todos os tipos de cabedais como couro, sintético, tecido, bordados e cetins. Outro destaque é uma variedade de reforços utilizados no mais diversos tipos de laser, como tiras, perfurados entre outros. Segundo a empresa, o reforço caracteriza uma base de alta qualidade que resiste ao recorte sem danificar qualquer tipo de trabalho realizado no artigo, como estampas. Estes reforços suprem uma necessidade do cliente em manter a característica original do cabedal, mantendo o toque macio aliado à resistência e

conferindo o conforto do calçado. Hoje 100% dos resíduos gerados pela empresa são tratados. O que seria descartado volta como matéria prima, garantindo um produto com qualidade e ajustado a questões de responsabilidade ambiental. A empresa passou a ser reconhecida pela sustentabilidade, por isso vem sendo consultada pelos clientes, com os quais vem montando novos projetos nos mais diversos assuntos ligados à geração de resíduos.

Tecnologia e habilidades manuais

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JP Spezzia começou suas atividades em 2011 produzindo apenas flores e laços para industrias calçadistas. Com a necessidade de expandir os negócios e o auxilio da tecnologia, aperfeiçoou suas habilidades manuais e incre-

mentou o portfolio de produtos. Em pouco tempo se consolidou no mercado de componentes oferecendo, além dos laços e flores, acessórios acabados, bordados manuais e hotfix. A diretora Morgana de Oliveira aponta este enfeite da foto que apresenta uma importante melhoria no processo de transfer aliado à técnica manual, o que tornou o produto final mais acessível - com aspecto artesanal devido à costura e ao mesmo tempo tecnológico. “É um cabedal com textura tridimensional em couro, no qual foi aplicado o hotfix com peças em metal e também em vidro”, detalha.

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COMPÓSITOS EM COURO

reconstituído S

olus é a unidade de negócios da MK criada para fornecer compósitos à base de couro reconstituído para as indústrias de calçados, artefatos, móveis e decoração. Os produtos atendem a diversas características de resistência e acabamento de acordo com as necessidades específicas de cada indústria. Lisiane Koger conta que a empresa desenvolveu duas linhas de couro reconstituído - uma para cintos e outra para forração de cepas e saltos, com diferenciação de acabamento que combinam efeitos e texturas como estes na foto. “Uma das cepas recebeu aplicação do produto com uma espessura de 0,8mm e quatro tipos de processos diferentes de acabamento, que resultou em uma textura ondulada com estampa amadeirada, em desenho em tons terrosos e leve toque dourado. A outra, além das cores

quentes, tem efeitos degradê e luminescente, com autobrilho, enquanto a palmilha fosca proporciona contraste.

Sistema de colagem elimina costura

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Pollibox tem como foco o dinamismo, a agilidade e a constante inovação nos seus produtos para atender os clientes da melhor forma e conviver em harmonia com o ambiente natural. O Pollinylon é um dos produtos em que estes cuidados ficam evidentes. O desenvolvimento se trata de um reforço com adesivo termorreativo nos dois lados. O supervisor de vendas Maikon Konrad explica que a proposta, além de eliminar a etapa de costura, proporciona resistência ao corte. “São duas vantagens que resultam em ganhos de produtividade e custo de material”, salienta. O material utiliza filme adesivo sem solvente, que não tem cheiro e ecologicamente protege a saúde humana e o meio ambiente, podendo ser aplicado no desenvolvido de reforços de tiras e sandálias, com cortes e vazados a laser.

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QuinTex - mais fortes juntos

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s diretores de Quinorgan S.L. e Texon International Group Limited anunciam na Fimec 2016 o lançamento da QuinTex - uma aliança de distribuição e venda entre os fabricantes de classe mundial em termoplástico, couraças, contrafortes e palmilhas (celulose e não tecido) de alto padrão tecnológico. A nova empresa foi criada para alinhar as estratégias para o posicionamento no mercado latino-americano, trazendo o líder de vendas e fabricação, suporte técnico e serviço ao cliente - tanto para os já existentes quanto aos novos clientes em potencial no Brasil, México e Argentina. De acordo com os gestores, esta aliança demonstra a importância de ambas as empresas parceiras, colocando no mercado latino-americano produtos que visam à melhoria na qualidade do calçado. “Este é o ponto-chave de crescimento no mercado, onde a QuinTex está determinada a demonstrar seus materiais de classe mundial em produto, nas vendas, na distribuição e no suporte técnico”, salienta Evandro Sommer, do depertamento de marketing.

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TECNOLOGIAS

com upgrade A

Orisol do Brasil traz melhorias em seus projetos e máquinas de alta tecnologia. As novidades são apresentadas nos pavilhões da Fenac, durante a 40ª Fimec. Entre os vários produtos modernizados, um dos destaques é o aplicativo PDC (Production Data Collection), desenvolvido para coletar dados das máquinas de costura programada diretamente da linha de produção, orientando os gestores sobre a produtividade e eventuais falhas ou paradas dos equipamentos, podendo rapidamente fazer os ajustes e diagnosticar possíveis problemas. Outro destaque é a linha HF Brasil, que facilita o processo, tornando-o mais enxuto e menos oneroso. O controle da força de corte, o ajuste eletrônico de potência independente para cada lado de mesa, o ajuste de pressão digital, a memória para programas, o sistema de comando com interface tipo tela de toque, a entrada USB para cópia de programas, o sistema de telas de diagnose e rotina de manutenção, o sistema para medir ciclos de funcionamento da máquina e válvula, bem como o controle automático de feedback de corrente placa são os principais benefícios. O RFID (Radio Frequency Identification) é um acessório composto por um etiqueta microchip que armazena a informação, leitor para o envio da frequência portadora do comando de leitura, antena para transmissão e recepção dos sinais nos dois sentidos. Dentre as vantagens do sistema se sobressaem o aumento da produtividade, a identificação automatizada, que estabelece a associação com os programas de costura e a identi-

ficação automática que elimina erros, é rápida e inequívoca. Já o robô ORS 301 estará no Brasil a partir do próximo mês de abril para aplicação de adesivos em solas com tecnologia de Scanner 3D para melhor definição da geometria da sola. O equipamento tem capacidade de aplicar primers, adesivos base água ou solvente ou hotmelt em qualquer formato de sola com grande precisão. Utilizando sistema de visão, a sola é automaticamente detectada e essa informação é usada para guiar o robô sem necessidade de auxílio do operador. O uso de duas estações de sola possibilita produção eficaz de cinco pares de solas/minuto.

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VERSATILIDADE

e inovação C om uma produção e comercialização de mais de 20 mil itens para pronta-entrega, o Grupo Stickfran é um dos maiores fornecedores de componentes para fabricação de calçados, bolsas e acessórios do Brasil, e a sua maior virtude está na versatilidade e inovações lançadas nos seus produtos. Na atual coleção, a empresa buscou a valorização do artesanal, a exemplo das fitas de tramas - tanto em materiais naturais como fibras de algodão, quanto em base sintética como o poliéster. O designer Alex Lima conta que dentro desta proposta o novo artesanal permite a mistura dos materiais. “Um destaque nesta linha é a fita elástica que é composta em algodão e elastano, oferecendo uma pegada ecológica pelo uso da fibra

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natural, sem tingimento”, exemplifica. Outros componentes em evidência são a fita tramada 100% algodão natural, que recebe enceramento, e os cordões de algodão encerados, cujo aspecto lembra o couro, podendo ser usados como cadarços e enfeites para calçados, com a vantagem de terem um custo mais acessível.

15 anos de parceria

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Ramarim ofereceu em janeiro um jantar a toda a direção da Jovambo, distribuidora da marca na República de Angola, para marcar os 15 anos de parceria entre as duas empresas. A fabricante de calçados femininos reuniu em São Paulo sua diretoria, equipes de exportações, marketing e design e desenvolvimento, para homenagear o parceiro que é um dos maiores clientes de exportações e representa a história da empresa brasileira em solo angolano.

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FIMEC 2016 TEM

Espaço Coletivo do Couro A 40ª Fimec (Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes), que ocorre de 15 a 17 de março, em Novo Hamburgo/RS, tem uma novidade no segmento de couros. Trata-se do Espaço Coletivo do Couro - CICB, realizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil. Preparado para ser compartilhado pelos curtumes e fornecedores de couro e peles de todo o Brasil, o ambiente apresentará ao público tendências para o verão 2017. Os curtumes participantes recebem consultoria do projeto Fórum de Inspirações do Instituto By Brasil (IBB), com a orientação de profissionais de pesquisa e desenvolvimento de moda. Conforme o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, a proposta é mostrar aos visitantes a competitividade e o potencial criativo da indústria coureira do País. “O espaço não irá apenas sugerir a força do setor, mas comprovar sua capacidade de antever influências da moda. Sem

dúvidas a Fimec é o evento ideal para este projeto, pois costuma atrair visitantes seletos e com alto poder de decisão nas empresas”, ressalta. O Espaço Coletivo do Couro é uma realização do CICB, IBB e Fenac, e conta com parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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SAÚDE E CONFORTO

para os pés A

s palmilhas e componentes em Biolátex® são patenteadas e, por serem únicas, tornaram-se referencial de conforto das melhores marcas de calçados no Brasil e no mundo. Segundo a diretoria da empresa, há 15 anos inovando em conforto e qualidade, a Foamtech é consciente de que o consumidor atual é cada vez mais exigente e seletivo nos quesitos de bem-estar e saúde dos pés. Para tanto aprimora suas tecnologias e investe em matérias-primas nobres para a composição de seus produtos nas linhas de conforto e ortopedia agregados ao seu poder antibactericida e efeito anti-estático. Além das inovações tecnológicas, há a

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comprovada resiliência (memória) dos produtos em espuma Biolátex® e a deformação permanente por compressão em temperaturas mais elevadas revela-se com excelentes resultados nos testes comparativos com outros materiais. Estes últimos perdem significativa parte de suas propriedades físicas após os mesmos testes biomecânicos, o que reduz muito a vida útil destes produtos. Com confecção própria de suas matrizarias, fator que agiliza novos desenvolvimentos e com insumos e equipamentos 100% nacionais, orgulha-se de poder atender com eficiência e qualidade incomparáveis às indústrias calçadistas de expressão internacionalmente reconhecidas.

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EFEITO 3D

em solados femininos C riada em 1983, como representação comercial de componentes para a indústria calçadista, a Tacosola se transformou em 1996 em uma indústria de componentes de borracha, passando, a partir daí, a ampliar a sua carteira de clientes, chegando ao segmento de solados para a linha esportiva, que passou a ser um de seus grandes mercados. Em 1999, inaugurou uma fábrica somente para a produção de solados, e dois anos depois iniciou a fabricação de EVA. Para complementar a linha de produtos, começou a manufaturar placas de borracha laqueadas em 2006, e se consolidou como uma das maiores indústrias do setor no Brasil. Na sua cartela de produtos, uma das novidades é a sola laqueada pintada, criada para sapatos femininos. O assistente de vendas Saulo Jardim esclarece que a matriz

foi elaborada com detalhes em alto relevo que, combinado com a pintura, proporciona um efeito ondulado 3D.

Soluções em processamento de plásticos Da edificação para o pé

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enfeite com aparência de metal para adornar a parte dos calçados que cobre o peito do pé foi elaborado em ABS pela Vogue Metais, que teve como inspiração algo bastante incomum: vãos de construções. A gerente comercial Etiele Steffen comenta que a ideia era construir uma peça minimalista, mas fazendo algo diferente tendo este conceito como ponto de partida. “Ao observarmos o ambiente urbano, percebemos potencial nas imperfeições das superfícies de edificações em construção, com suas dobras, ranhuras e demais texturas, que para a maioria das pessoas são algo sem graça alguma, mas para os nossos profissionais de design representaram uma possibilidade de diferenciar o produto”, pontuou. O resultado da pesquisa foi este delicado enfeite que se destaca pela sofisticação com uma boa dose de robustez. Como opções de acabamento tem o grafite, o ouro light, o níquel e o ouro velho, com brilho ou fosco. Há ainda a possibilidade de personalizar a peça modificando o strass de acordo com a vontade do cliente.

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Grupo Wittmann comemora 40 anos em 2016, oferecendo soluções completas e de alta tecnologia para os transformadores pelo processo de injeção. A Wittmann Battenfeld também tem como preocupação criar soluções de processamento de plásticos, a fim de promover novos desenvolvimentos em benefício da sociedade, em áreas como tecnologia médica, eletrônica, engenharia automotiva e outros setores que necessitam de soluções altamente desenvolvidas. Exemplo disso, são as máquinas que contribuem para melhor eficiência energética, menor tempo de ciclo e maior eficiência produtiva. Ciente de que um dos principais custos do processo de transformação é o de energia elétrica, a empresa desenvolve sistemas especialmente preparados com esse objetivo. Nos últimos anos, estabeleceu novos padrões de eficiência energética nos segmentos de atuação, ao apresentar tecnologias voltadas à operação sustentável, como a série de injetoras EcoPower, dotadas de Sistema KERS - na fase de redução da velocidade para a proteção do molde, transforma a energia cinética em energia elétrica, permitindo o reaproveitamento em outras etapas do processo.

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uem participar da Fiema Brasil 2016 encontrará as melhores oportunidades de negócio e o que há de mais atual sobre tecnologia em resíduos, águas, efluentes e energia. A sétima edição acontecerá de 5 a 7 de abril, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves/ RS, trazendo uma programação diversificada, com soluções completas para a gestão ambiental. Durante o encontro, cerca de 120 expositores apresentarão novidades em equipamentos, produtos e serviços - uma vitrine de tecnologias ambientais, tanto para indústria quanto para o setor público, repleta de oportunidades para mostrar às empresas como tratar a pauta ambiental de forma estratégica em suas organizações, ou seja, como diferencial competitivo. Outro foco é a difusão de conhecimento, pesquisa e tecnologia, durante encontros e seminários para debates de ideias e tendências. Es-

pecialistas transmitirão suas experiências sobre temas relevantes para o setor em atividades simultâneas já confirmadas, entre elas o 3º Meeting Empresarial, espaço para networking onde empresas brasileiras que são referência apresentarão seus cases e as atrações do FiemaCon. A Fiema Brasil é realizada pela Fundação Proamb, entidade com mais de duas décadas de atuação direcionada para a disseminação de conhecimento e oferecimento de soluções completas e seguras em tecnologias para o mercado ambiental.

FiemaCon reúne conhecimento e tecnologia O compromisso da Fiema Brasil com o conceito de gestão ambiental aparece em diversas ações que estão sendo preparadas para a edição de 2016. Mais do que informação, a feira promove oportunidade de trans-

formar o conhecimento em negócios. Entre os destaques está o FiemaCon - palco para reunir tecnologia e experiências sobre inovação e sustentabilidade. Segundo o presidente da Fiema Brasil - Jones Favretto, “diante dessa poderosa fonte de informação atual e relevante, o projeto engloba eventos que ocorrem simultaneamente à feira”. Entre eles o 5º Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente, o 4º Seminário Brasileiro de Gestão Ambiental na Agropecuária e o 4º Seminário de Segurança do Trabalho. Durante as programações, palestrantes notoriamente reconhecidos, como líderes sustentáveis de renome nacional e internacional, compartilham conhecimentos, debatem sobre os principais desafios do setor e projetam alternativas para gestão ambiental. Os interessados em participar podem obter informações em www. fiema.com.br em FiemaCon.

FIEMA TRAZ ALTERNATIVAS

para a gestão ambiental

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FRANCAL QUER POTENCIALIZAR

exportações O reflexo positivo da valorização do dólar ante o real para o setor calçadista é que as oportunidades de negócios com os importadores se tornaram realidade. As exportações do setor em dezembro ficaram 60% acima do registrado no mês de novembro e atingiram US$ 119,6 milhões. Na comparação com o mesmo mês de 2014, o resultado é superior em 0,3%. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) acredita que este movimento deve continuar ao longo deste ano, com o incremento gradual das exportações de calçados. Entendendo que o momento favorece os negócios com os compradores do mercado externo, a Francal - Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios desenvolveu uma série de ações para atrair mais importadores para a próxima edição, que acontece de 26 a 29 de junho nos pavilhões do Anhembi, em São Paulo/SP. A estratégia dá sequência ao trabalho iniciado na edição do ano passado, quando a promotora estabeleceu sua estratégia para atrair um maior número de importadores, que responderam com a vinda à feira e o fechamento de pedidos. Uma das ações em curso é o programa de hospedagem gratuita para compradores internacionais indica-

dos por expositores. Outra medida foi a divulgação da feira e do calçado brasileiro no exterior nos principais eventos internacionais do setor: IFLS/Colômbia, GDS/Alemanha e Micam/Itália, ambas em fevereiro último, com marketing direcionado aos compradores do mundo todo, bem como parcerias estratégicas com câmaras de comércio de países com potencial para comprar os produtos brasileiros. Para o presidente da Francal, Abdala Jamil Abdala, o setor de calçados é, entre todos os de manufaturados, o que mais tem condições de reconquistar o mercado internacional agora que recuperou a competitividade. “Não temos dúvida de que a edição de 2016 será um instrumento essencial para que as exportações do calçado brasileiro voltem a crescer”, prevê o executivo lembrando que parte do resultado obtido pela indústria em dezembro de 2015 decorreu da negociação iniciada no começo do segundo semestre, período em que os fabricantes lançaram novas coleções nos mercados interno e externo.

Estratégias adicionais As ações para potencializar a visita de importadores não se restringem à participação nas feiras internacionais, marketing direto com importa-

dores e cortesia de hospedagem para compradores. Os planos envolvem outras medidas como a criação de uma área exclusiva para fabricantes que já exportam ou querem começar a exportar. Os estandes do espaço batizado de Exporta+ terão montagem especial e custos diferenciados, para possibilitar a participação de um maior número de empresas. Abdala adianta que a Francal vai promover, no final de março, encontros com fabricantes exportadores de pelo menos dois importantes polos calçadistas, Franca/SP e Novo Hamburgo/ RS. “Os encontros são chamados de Warm Up Francal e Potencial do Mercado Árabe. Vamos apresentar o grande potencial comprador das regiões e incentivar os empresários a virem para nossa feira e aproveitarem essa grande oportunidade de fazer negócios”, antecipa.

Dados da importação e exportação em 2015 *Exportação: US$ 960,4 milhões (-10% em relação a 2014) *Importação: US$ 481 milhões (-14,3%) *Balança comercial: US$ 479,37 milhões (-5,3%) *Principais destinos: Estados Unidos, Argentina, Bolívia e França Fonte: Abicalçados

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IMPORTADORES FORAM DESTAQUE

na Couromoda A linhada com a realidade do mercado, a 43ª edição da Couromoda, que aconteceu de 10 a 13 de janeiro em São Paulo/SP, apostou na internacionalização dos negócios, trazendo importadores de diversos países. De acordo com o diretor da feira, Jeferson Santos, “com o dólar valorizado ante o real, os compradores se sentiram à vontade para realizar negócios com as empresas nacionais”. O presidente do Grupo Couromoda, Francisco Santos, mensurou que a edição 2016 expôs mais de duas mil marcas de calçados e artefatos e os exportadores tiveram grande destaque, respondendo à alta do dólar com a realização de negócios. “O preço do calçado nacional ficou mais competitivo para o mercado internacional e resultou na visita de dois mil importadores - principalmente das Américas do Sul, do Norte e Central, além da Europa e do continente africano, um recorde histórico.” Ele antecipou que a edição de 2017 deve acontecer a partir do dia 15 de janeiro, e o esforço será para dobrar o número de compradores estrangeiros. O otimismo com os negócios internacionais também foi ressaltado pelo presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados),

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Heitor Klein. O executivo da entidade setorial destaca que o mercado interno brasileiro passa por um grande desafio devido a fatores como a queda na renda do consumidor, o aumento da inflação e do endividamento, além de uma profunda crise política. Porém, argumenta que, favorecida pelo câmbio, a exportação de calçados deve apresentar melhores resultados em 2016, num comparativo com o ano passado. Em 2015, as empresas brasileiras exportaram 124 milhões de pares por US$ 960,4 milhões, com um saldo 10% negativo ante 2014. “Se não tivermos uma escalada nos custos com estrutura e logística, podemos iniciar uma recuperação gradual e, em três ou quatro anos, chegarmos a níveis anteriores, quando exportávamos US$ 2 bilhões”, projetou Klein.

Negócios O Projeto Comprador, realizado em conjunto pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), através do programa Brazilian Footwear, somou mais de US$ 4,7 milhões em negócios para os próximos meses. Com relação aos compradores nacionais, a promotora considera que, apesar do número de visitantes ter sido em torno de 5% menor do que a Couromoda 2015, o lojista que veio estava mais focado, tendo como objetivo a efetivação de compras. O Espaço Moda Franca - realizado pelo Instituto Cidade do Calçado e pelo Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), em parceria com o Sebrae/SP e a Prefeitura de Franca - registrou menor número de visitantes, mais importadores e redução no volume de negócios. A constatação é resultado de pesquisa realizada pelo sindicato junto aos 30 expositores do estande coletivo após o término da feira. Segundo o levantamento, 4.370 pessoas passaram pelo espaço, que reuniu micro e pequenos fabricantes (15,9% menos visitas comparando com 2015). Deste volume, 3.278 eram lojistas nacionais e internacionais. O dado positivo foi o aumento da visitação de importadores em 0,5% (180 no total). Juntos, os expositores do estande venderam 115 mil pares (R$ 8,9 milhões). Cada expositor vendeu em média 3.832 pares (22% a menos que em 2015). Em reais, essa queda chega a 25% (de R$ 391,8 mil para R$ 295,8 mil). O presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto, considera que a feira cumpriu seu papel. “Essa redução é consequência da atual situação político-econômica brasileira. O que vimos foi um esforço de organização para o fomento de novos negócios, principalmente de exportação. Nesse ponto, a feira atingiu seu objetivo, tornando-se um ambiente importante para a sobrevivência do calçado brasileiro”, disse.

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Projetos

INSPIRAMAIS

em novo endereço É incrível como a cada edição o Salão de Inspiração Inspiramais consegue se reinventar e surpreender de forma positiva aos visitantes, principalmente pela originalidade e identidade que caracterizam os diversos projetos apresentados. Durante a mais recente mostra, realizada nos dias 11 e 12 de janeiro, no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo/SP, empresários, estilistas e profissionais de moda conheceram os materiais desenvolvidos pela indústria de base para as próximas coleções, especialmente dos segmentos de calçados, artefatos, vestuário e decoração. Mas não foram somente os materiais e os diversos projetos que compõem a mostra que trouxeram novidades. Os

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próprios organizadores anunciaram, durante coletiva com a imprensa que, devido à necessidade de ampliar as possibilidades do salão - tanto em termos de espaço físico quanto de atividades -, a próxima edição, em junho, será exibida em um novo local: o Pro Magno. A comunicação sobre a mudança foi feita pela superintende da Assintecal, Ilse Guimarães, durante coletiva com a imprensa. Ela lembrou que “como em todos os aspectos da vida é preciso inovar, e essa é a essência do Inspiramais”. A nova casa tem um espaço de 30 mil m² e foi projetada seguindo os padrões internacionais de construção. Além de arrojada, a construção segue o conceito de sustentabilidade e está localizada na região central da capital paulista, com fácil acesso.

Na mesma ocasião, foram detalhados os projetos que antecipam tendências em materiais para o verão 2017 e o Preview do Couro para o inverno 2017. Com relação ao projeto Saberes Manuais, realizado em parceria com o Sebrae, a designer e consultora do Núcleo de Design da Assintecal, Flávia Vanelli, falou que a proposta une responsabilidade social, sustentabilidade e consumo consciente para a criação da moda brasileira. “Para o verão 2017, nos aprofundamos em soluções que possam ser rapidamente incorporadas pelas pequenas e médias indústrias, sempre com a participação de artesões em redes colaborativas, fomentando o cooperativismo, o comércio justo e o consumo consciente”, contou a designer. O estilista Jefferson de Assis apresentou as novas fases do Mix by Brasil, que também trabalha com a inclusão social de artesãos de diferentes comunidades do País, e o Referências Brasileiras - com inspirações para o inverno 2017. “Trabalhamos com as comunidades de Nova Esperança, que fica na região do Vale da Seda/ PR, que apresenta técnicas manuais em artigos de seda; de Canoas/RS, o Grupo Canoa mostra técnicas manuais feitas a partir de artigos derivados de petróleo; de Ribeira de Cabaceiras/PB o artesanato do Mestre Zé demonstra produtos com a aplicação de chifres de caprinos e bovinos; também da Paraíba, direto do Cariri, a oficina do Mestre Manoel Carlos divulga sua arte com a técnica de curtimento vegetal original do tanino”, contou Assis. Ainda sobre moda, o estilista e coordenador do Núcleo de Design da Assintecal, Walter Rodrigues, destacou todo o processo de desenvolvimento da pesquisa do verão 2017 e a antecipação do inverno 2017. “Vivemos num momento de mudanças e nossos fabricantes devem fazer um movimento contrário à inércia e ao pessimismo econômico: é preciso florescer, produzir, consumir, e fazer com que todo o movimento de produção novamente aconteça. Aqui, nos posicionamos como um verdadeiro bureau de estilo, responsável por levar moda para todo o mundo. Nossa moda genuinamente brasileira pode ser para ser adaptada em todos os continentes, pois tem características globais e esbanja competitividade”, exaltou Walter.

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Parceiros da moda

T

odo o processo criativo da moda brasileira está ligado a parcerias e fomentos para seu desenvolvimento e crescimento. E foi sobre isso que falaram os porta-vozes do Sebrae, Roberta Aviz de Brito Fernandes (gestora de Projetos e coordenadora nacional da Indústria da Moda do Sebrae); Marco Aurélio Copetti (gerente regional dos Vales do Sinos, do Cai e do Paranhana do Sebrae/RS) e Gustavo Marques (gerente do Sebrae/SP). “O Sebrae é parceiro há muitos anos da Assintecal e em 2015 atingimos 3.667 empresas do setor coureiro-calçadista por meio de consultorias e palestras, entre elas os road shows do Fórum de Inspirações. Ao longo do convênio com a Assintecal realizamos mais de R$ 101 milhões em negócios, por meio de Rodadas de Negócios e missões empresariais”, revelou Roberta Aviz. No campo internacional, Mariana Gomes (gestora de projetos da Apex-Brasil) anunciou a renovação de mais um convênio com a Assintecal, por meio do projeto Footwear Componenst by Brasil. “O bom desempenho alcançado pelo projeto no últi-

mo biênio levou à renovação do convênio e a continuidade das ações desenvolvidas, focadas nas verticais de moda, tecnologia e químicos para couros. Gostaria ainda de anunciar que para os próximos anos contaremos com o aporte de mais de R$ 19 milhões, o que significa um aumento de 29,82% em relação ao biênio 2014/2015”, declarou. Segundo a gestora de Projetos da Apex-Brasil, durante 2015, as empresas participantes do FC by Brasil realizaram US$ 219 milhões em transições comerciais. Somente durante a All China (em agosto de 2015), por exemplo - que marcou também a primeira exposição do Inspiramais em solo estrangeiro - as negociações geradas foram em torno de US$ 4 milhões. Enfatizando a união e parcerias entre as entidades que trabalham em prol do setor, o presidente da Assintecal, William Marcelo Nicolau, e o presidente-executivo do Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB), José Fernando Bello, também estiveram presentes. “Representamos aqui dois setores que trabalham juntos pela

promoção comercial, no Brasil e no exterior. No ano passado, por exemplo, demos o primeiro passo com o processo de internacionalização do Inspiramais, levando parte do Salão para a China”, contou Bello. “Chegar a 13ª edição do Inspiramais significa, para a Assintecal, a consolidação de um evento que tem como único objetivo contribuir para o desenvolvimento do nosso setor. A aceitação por parte do público ligado ao mercado de moda mostra que estamos no caminho certo ao propor a criação de coleções genuinamente brasileiras e com apelo de design e inovação”, avaliou Nicolau. O Inspiramais é uma realização da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) em parceria com o Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB) e os projetos Brazilian Leather e Footwear Components by Brasil, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e acontece em duas edições anuais. A próxima edição está agendada para os dias 27 e 28 de junho.

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NOTAS CENTENÁRIO A icônica marca de tênis Keds comemora um século apoiando o empoderamento feminino com a apresentação de um grande time de celebridades e o lançamento de novos produtos. A grife foi uma das pioneiras do segmento a oferecer às mulheres um calçado acessível e elegante.

LIVRO

INSPIRAÇÃO

Create Inspirations, nova campanha mundial da grande fabricante do genuíno cristal checo - Preciosa Crystal Components - aposta em lançamentos como o Khaki, Light Topaz e Crystal Golden Honey, numa atmosfera calcada no Boho-Chic. A estação mescla o futurismo à nostalgia - tal como está presente nas passarelas internacionais -, num jogo monocromático, com efeitos especiais.

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Moda, Vestimenta, Corpo pretende estimular reflexões sobre o corpo e os inúmeros revestimentos, práticas e técnicas utilizados para que este, ao adquirir determinada aparência, passe a pertencer a algum grupo de duração sazonal. O livro reúne diferentes abordagens sobre as possíveis relações existentes entre corpo e moda, tanto no que tange às formas como ambos se afetam e se contaminam, como nos modos que apresentam e se impõem modificações.

Moda, Vestimenta, Corpo Ano de publicação: 2015 Nº de páginas: 148 Organizadoras: Beatriz Ferreira Pires, Cláudia Garcia Vicentini e Suzana Avelar Editora: Estação das Letras e Cores

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ANZETUTTO

BOTTERO

ZEKET

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RECORTES CRIAM ÂNGULOS INUSITADOS EM TONS ALARANJADOS E CINZA

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CRISTÓFOLI

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COLUNA Moda Mochila: a protagonista do próximo verão

Gabriella Laino Foto Shoe Group

CARL LAICH

PAOLO MAIS MY CHOICE

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SILVANO BIAGINI

É

crescente o sucesso do estilo sportwear na moda, incluindo o segmento de luxo. Isso leva para a confirmação da mochila como o acessório perfeito - tanto para eles quanto para elas, e nas mais variadas ocasiões ao longo do dia. Nas propostas apresentadas no Hemisfério Norte para a temporada do próximo verão, encontramos este item em variadas opções, mesclando desde aspectos sóbrio, com estampas geométricas, até os mais despojados, com humor étnico ou valorização do artesanal, ou ainda modelos ultrachiques elaborados a partir de peles de répteis. GABS

CASTELLARI GILDA TONELLI

KONTESSA

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AS NORMAS PARA A AVALIAÇÃO N

dos componentes

a edição 292 da Revista Tecnicouro, que circulou no período de janeiro/fevereiro, teve inicio uma série de seis reportagens que detalham ao longo de 2016 as normas técnicas para a avaliação do conforto nos calçados e seus componentes. Na primeira parte, foi enfatizado que não se trata de um mero detalhe, mas de uma propriedade com potencial para aumentar a competitividade do calçado brasileiro pelo bem-estar proporcionado ao usuário. O Brasil é pioneiro na criação de normas técnicas para quantificar o conforto oferecido por um calçado. Os testes realizados obedecem a normas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme estudos realizados pelo Comitê Brasileiro do Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11), com ampla participação de todas as partes envolvidas - desde a cadeia de fornecedores, as indústrias fabricantes, os canais de distribuição e também o consumidor final. A secretaria do comitê fica em Novo Hamburgo/RS, na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), que congrega o mais completo complexo de laboratórios da América Latina para a avaliação de calçados e os seus materiais. O instituto também criou o Selo Conforto para destacar os produtos que são aprovados em todas as normas. Inicialmente, a determinação do conforto no calçado era relacionada somente ao produto acabado, mas posteriormente sentiu-se a necessidade de avaliar também os materiais componentes isoladamente. Nesta matéria serão enfatizadas as três normas criadas para a determinação de conforto em componentes (palmilhas, forros e solados). Elas regulamentam uma série de testes de caracterização dos materiais e das substâncias neles utilizadas. O objetivo, neste caso, é, além de avaliar as propriedades mecânicas, detectar se existe na composição alguma substância restrita e, caso apareça, definir se a mesma está dentro dos limites aceitáveis, segundo as mais importantes legislações internacionais. A preocupação é garantir que, além das propriedades biomecânicas que asseguram o conforto, o componente analisado não represente riscos à saúde do usuário e nem ao meio ambiente. O coordenador do laboratório de biomecânica do IBTeC, Dr. Aluisio Avila, destaca que o processo de regu-

lamentação das normas para a avaliação do conforto em palmilhas, solados e forros de calçados demorou três anos para ser finalizado e todo este cuidado facilita hoje a seleção dos materiais mais adequados para a construção de calçados confortáveis.

Etapas da certificação Os componentes seguem um roteiro de testes, sendo que a etapa inicial é realizada no Laboratório de Análises de Substâncias Restritivas, onde são verificados quanto à composição dos materiais. Se for detectado algum elemento com restrição, a preocupação é verificar se os níveis estão dentro dos padrões permitidos. Somente os componentes aprovados seguem para a próxima etapa, que são os testes físico-mecânicos para avaliar aspectos relacionados à qualidade. Aqueles que se encontram de acordo com as normas seguem então para a última fase, que são os testes biomecânicos com os componentes já aplicados no produto final. forro macio

cabedal em couro

palmilha com apoio macio revestimento ventilado sola para reduzir o impacto do calcanhar

preenchimento anti-impacto

salto de borracha antiderrapante

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IMAGEM SCHUHSTER.COM

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Determinação de conforto em solados

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Ensaios de substâncias restritivas • Determinação de formaldeído livre

e hidrolisado; • Análise por espectrometria UV-VIS aplicada aos tecidos; • Determinação de corantes azoicos em couros tingidos; • Determinação do teor de cromo VI; • Determinação do conteúdo de formaldeído livre e liberado em couro por cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) e sensível a extratos coloridos; • Especificação do conteúdo do pentaclorofenol, tetraclorofenol e triclorofenol no couro; • Analise da migração dos metais antimônio (Sb), arsênio (As), bário (Ba), cádmio (Cd), cromo (Cr), chumbo (Pb), mercúrio (Hg) e selênio (Se); • Detecção da presença de corantes azoicos; • Determinação do teor de ftalatos.

Método de ensaio em biomecânica A amostra consiste em três pares de calçados e três pares de solados do mesmo modelo/referência. Os ensaios em calçados femininos são realizados com os pares de numeração 35 e em calçados masculinos devem ser utilizados pares de numeração 40.

Procedimento - Determinação da massa (peso) do solado. O nível de conforto da massa do solado é estipulado de acordo com o tipo de calçado (masculino ou feminino); - Determinação do índice de amortecimento do calçado; - Determinação do índice de pronação do calçado; - Avaliação da geometria do solado. É importante verificar se os sulcos existentes na superfície da sola possuem paredes com ângulos abertos, permitindo que materiais ou sujeiras sejam liberados mais facilmente. Deve-se também verificar a ausência de ventosas.

FOTOS LUÍS VIEIRA/ARQUIVO

s solados para receberem a certificação de conforto passam por testes de: - Resistência à abrasão - define a quantidade máxima da perda de espessura dos materiais de solados de calçados, com valores diferenciados para cada tipo (alta, média e baixa solicitação), levando em conta também se o mesmo trata-se de um calçado social, de moda ou para criança, bem como o tipo de material usado no solado. - Resistência a flexões contínuas - determina o número mínimo de flexões a ser realizado antes de aparecer qualquer dano, bem como o tamanho máximo do crescimento do corte inicial. - Resistência à deformação dinâmica - solicitações contínuas após determinado número de solicitações antecedidas de um período de descanso.

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Determinação de conforto em palmilhas

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sta norma tem a finalidade de otimizar a distribuição da pressão plantar, proteger e proporcionar conforto e saúde aos pés. Para esta avaliação são realizados os testes de: - Resistência à abrasão quando as palmilhas internas (que não sejam de couro) são ensaiadas, a superfície não pode apresentar furos antes que o número de ciclos determinado pela respectiva norma seja concluído (o total de ciclos varia conforme a condição a seco ou a úmido). - Absorção e dessorção de água - estabelece os índices mínimos de absorção e dessorção da água durante o ensaio. - Deformação dinâmica (solicitações contínuas) - quando a palmilha é ensaiada, após um certo número de ciclos de solicitações contínuas e de um tempo pré-estabelecido de repouso, a sua deformação dinâmica deve ser de até determinada porcentagem sem que ocorra quebra ou fissura do material.

Migração de determinados elementos Avalia a migração dos metais antimônio (Sb), arsênio (As), bário (Ba), cádmio (Cd), cromo (Cr), chumbo (Pb), mercúrio (Hg) e selênio (Se), utilizando uma solução diluída para extração. A concentração dos metais na solução é determinada com o uso de espectrofotômetro de absorção atômica e o resultado é expresso em miligramas por quilo-

grama (ppm), sendo que não pode exceder os limites estabelecidos.

Verificação da presença de corantes azoicos • Detecção do uso de corantes

azoicos acessíveis por extração das fibras; • Determinação de formaldeído livre e hidrolisado; • Determinação do teor de pentaclorofenol; • Especificar o conteúdo do pentaclorofenol, tetraclorofenol e triclorofenol no couro; • Determinação do teor de cromo VI; • Determinar o conteúdo de formaldeído livre e liberado em couro por cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) e sensível a extratos coloridos; • Determinação de corantes azoicos em couros tingidos; • Determinação do teor de ftalatos.

Método de ensaios biomecânicos Os ensaios devem ser realizados com o mesmo protótipo padrão. A amostra consiste em três pares de calçados, três pares de palmilhas e uma

placa do mesmo material/modelo/ referência. Para palmilhas conformadas, os ensaios em calçados femininos, masculinos e infantis devem seguir a descrição dos corpos de prova da respectiva norma.

Procedimento - Determinação dinâmica da distribuição de pressão plantar em componentes para confecção de palmilhas (placa) - este ensaio objetiva coletar os dados dinâmicos da distribuição da pressão plantar, na condição descalça sobre a plataforma sensorizada (sem a placa do componente) e na condição com a placa do componente fixada sobre a plataforma sensorizada. Outra meta é calcular o valor médio dos picos de pressão plantar para as quatro regiões definidas, excluindo os valores máximos e mínimos para cada região. Além disso, determina as pontuações e os níveis de conforto da distribuição de pressão plantar para as quatro regiões; - Influência da palmilha na temperatura interna do calçado; - Influência da palmilha no índice de amortecimento do calçado.

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Determinação de conforto em forros

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norma que estabelece o método para a determinação do índice de conforto em forros de calçados consiste dos seguintes testes: - Ensaios físicos de solidez da cor; - Solidez da cor à água e ao suor; - Resistência à abrasão - o forro não pode apresentar furo antes que o número de ciclos descrito na norma seja concluído, com valores diferenciados conforme a condição (a seco ou a úmido); - Permeabilidade ao vapor de água; - Absorção do vapor de água; - Resistência à tração e alongamento.

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Ensaios de substâncias restritivas • Avalia a migração dos metais

antimônio (Sb), arsênio (As), bário (Ba), cádmio (Cd), cromo (Cr), chumbo (Pb), mercúrio (Hg) e selênio (Se). A concentração dos metais na solução é determinada com o uso de espectrofotômetro de absorção atômica e o resultado é expresso em miligramas por quilograma (ppm); • Detecção do uso de certos corantes azoicos acessíveis sem extração; • Detecção do uso de corantes azoicos acessíveis por extração das fibras; • Determinação de formaldeído livre e hidrolisado; • Determinação do teor de pentaclorofenol; • Determinação do teor de cromo VI; • Determinação do conteúdo de formaldeído livre e liberado em couro; • Determinação de corantes azoicos em couros tingidos; • Determinação do teor de ftalatos (especificar os ftalatos Diisononil ftalato (DINP), Di(2-etilhexil) ftalato (DEHP), Di-n-octil ftalato (DNOP), Diiso-decil ftalato (DIDP), butil benzil ftalato (BBP) e Dibutil ftalato (DBP).

Cronograma das matérias A terceira parte desta reportagem será publicada na próxima edição de maio/junho da Tecnicouro e detalhará três normas (das seis existentes) para medir o conforto nos calçados. A edição de julho/agosto destacará as outras três normas que estabelecem o nível de conforto proporcionado pelos calçados. O caminho percorrido pelos produtos submetidos aos testes de conforto para a obtenção do Selo Conforto será demonstrado em forma de infográfico na edição de setembro/outubro. Na última parte da reportagem (edição de novembro/ dezembro) serão relatados casos bem sucedidos de conforto em calçados, explicando quais foram as inovações implantadas por diferentes marcas e como isso repercutiu na imagem da marca e nas vendas ao consumidor final.

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IX SIMPÓSIO BRASILEIRO

de Biomecânica do Calçado D urante os dias 27 e 28 do próximo mês de abril, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), através do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) realizará, em conjunto com a Universidade Feevale, o IX Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado (SBBC). Com um ciclo de palestras realizadas pelos mais expressivos pesquisadores no assunto, o evento é uma oportunidade para a atualização de empresários e profissionais que buscam agregar diferenciais de performance e design através de atributos de conforto, sustentabilidade ambiental e inovação tecnológica nos produtos. O congresso acontecerá no auditório da Feevale, em Novo Hamburgo/RS, onde os participantes conhecerão os principais avanços em ciência e tecnologia para o desenvolvimento de calçados mais funcionais. No SBBC serão discutidas novas tecnologias disponíveis para calçados e seus componentes de forma a melhorar sua competitividade em nível global. A quantificação do conforto e a saúde dos pés é tema central do evento, com a participação de especialistas atuantes em grandes players mundiais. Também serão apresentados cases de sucesso de empresas nacionais que lançaram seus produtos no mercado a partir de trabalhos realizados em conjunto com instituições de

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ciência, tecnologia e inovação. O evento é direcionado em especial aos profissionais que atuam nas áreas de criação, modelagem, pesquisa e desenvolvimento de empresas do setor de calçados, couro, materiais, têxtil, confecções e EPIs, além de estudantes de graduação/pós-graduação e pesquisadores do meio acadêmico, principalmente aqueles que atuam em pesquisas sobre engenharia do calçado e áreas afins, tais como fisiologistas, profissionais de educação física, atletas, médicos e demais interessados no estudo da biomecânica voltada à locomoção humana e à saúde dos pés.

Conteúdo - Palestras com pesquisadores nacionais e internacionais, responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico e de inovação de grandes empresas do setor calçadista; - Debates com especialistas em processos inovadores; - Painel envolvendo empresas e seus cases de sucesso no desenvolvimento de produtos com requisitos de conforto e saúde para usuários; - Sessão de pôsteres sobre pesquisas em biomecânica, materiais, sustentabilidade e inovação.

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Palestrantes e os respectivos assuntos

Métodos e resultados de pesquisas em calçados de corrida e futebol Resumo: Métodos biomecânicos são essenciais para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de calçados esportivos. Na palestra do Dr. Ewald Hennig, serão mostradas diferentes tecnologias de medição para a avaliação da execução de calçados de corrida e de futebol. Os resultados serão apresentados a partir de 30 anos de pesquisa em execução e novas tendências na execução de projetos de calçados serão discutidas. O primário, na finalidade de executar construções de calçados, é a prevenção de lesões pelo uso excessivo. No futebol, os jogadores estão mais interessados na melhoria do seu desempenho através do seu calçado. Impedindo deslizamentos no campo, a estabilidade nos calçados é mais importante para os jogadores. Nesta palestra será também mostrado que métodos biomecânicos podem ajudar a desenvolver calçados até mesmo para melhorar a precisão do chute.

oferecidas. Na segunda parte de sua apresentação, o foco é o método de digitalização dinâmica recém-desenvolvido, bem como uma abordagem apropriada com base nestas verificações dinâmicas dos pés. Esta nova solução irá melhorar adicionalmente o ajuste durante a caminhada em situações dinâmicas e no local de trabalho.

Compreendendo dos de Tração

Calça-

Resumo: Os principais tópicos que serão abordados pelo pesquisador Dr. Darren Stefanyshyn durante a sua apresentação iniciam com uma contextualização geral sobre o calçado e a prática esportiva. Em seguida ele comentará como a tração influencia em lesões durante o esporte e também pode afetar o desempenho atlético. Outras abordagens serão a prevenção contra escorregamentos e quedas e deficiências atuais versus soluções alternativas para os calçados de esportes.

Coordenação motora dos Implantação de escaners de pá dinâmicos (luz estrutu- membros inferiores e tipo de rada) para melhorar a mon- pisada na corrida tagem de calçados de seguResumo: A colocação do pé na corrança Resumo: O encaixe e adaptação perfeita é um dos princípios cruciais para calçados ergonômicos de segurança. Na apresentação do Dr. Stefan Grau, em primeiro lugar será abordada a necessidade geral de diferentes formas de encaixes, métodos de medição anteriores e soluções para otimizar montagem de calçados de segurança. Em seguida, serão apresentadas vantagens e desvantagens das soluções anteriormente

Dr. Ewald Hennig

rida (primeiro contato do pé no chão) pode ser com a parte anterior, central ou posterior do pé. Esses tipos de colocação do pé afetam a cinemática do sistema pé/tornozelo, como é bastante discutido na literatura. O tipo de calçado usado ou simples uso ou não de calçados pode afetar essa colocação do pé no chão. Serão discutidas pelo Dr. Luis Mochizuki as consequências para o desempenho esportivo e ocorrência de lesões no aparelho locomotor.

Dr. Stefan Grau

Dr. Darren Stefanyshyn

Dr. Luis Mochizuki

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Integração científica na indústria: o papel da biomecânica na construção de calçados esportivos

Dra. Isabel Sacco

Dr. Oswaldo Luiz Alves

Dr. Reginaldo Fukuchi

Resumo: A importância do conceito de qualidade de vida vem popularizando a prática esportiva, principalmente da corrida recreacional. Este fato trouxe uma série de consequências aos seus praticantes, dentre as quais se destacam maior exposição ao tempo e à distância percorrida em treinamento, modificação de suas formas de treinamento e forma de apoio dos pés no solo, utilização de diversos tipos de calçados esportivos para realização dos treinos e competições. Para a Dra. Isabel Sacco, um fato que chama a atenção é que o número de lesões não reduziu paralelamente aos avanços tecnológicos do esporte: implementos esportivos, treinamento, calçados esportivos e superfícies de treino. Esta ocorrência pode estar relacionada ao volume semanal de treino, aos desvios posturais, ao piso selecionado para a prática da corrida, e ao tipo de calçado esportivo. O papel da pesquisa biomecânica neste cenário é aproximar o desenvolvedor de calçados esportivos da principal finalidade de seu produto e buscar que as escolhas de materiais e características físicas dos calçados tragam melhora na performance esportiva e/ou reduzam o risco de lesões nestes atletas. O conhecimento sobre como estes fatores interferem na mecânica do aparelho locomotor, poderá minimizar a ocorrência de algumas lesões em atletas e a investigação biomecânica, aliada aos setores da indústria calçadista são atores primordiais nessa busca para a melhora das condições esportivas.

ma de conhecimento. Na palestra do Dr. Oswaldo Alves, se discutirá alguns aspectos básicos da nanotecnologia e serão apresentados produtos da indústria de calçados que se beneficiaram de sua incorporação.

Efeitos do envelhecimento na biomecânica da corrida Resumo: A busca por uma melhor qualidade de vida tem levado a um maior interesse pela prática de atividade física em especial a corrida de rua, principalmente pela população mais idosa. De fato, nota-se cada vez mais uma maior participação de corredores mais velhos praticando corrida de rua. Entretanto, em decorrência do aumento na participação, as lesões musculoesqueléticas têm sido frequentes, sobretudo em corredores idosos. O envelhecimento biológico resulta em alterações estruturais e funcionais que podem predispor estes indivíduos a lesões. Em adição, alterações no padrão de movimento da corrida em corredores mais velhos, comparado aos mais jovens, têm sido constantemente reportados pela literatura. Por meio do entendimento mais amplo sobre as alterações de movimento causadas pelo envelhecimento, estratégias de prevenção para estas lesões que podem envolver a prática de exercícios e/ou o uso de calçados específicos para esta população podem ser elaboradas. Nesta palestra do Dr. Reginaldo Fukuchi, serão apresentados alguns estudos sobre as principais alterações da biomecânica da corrida associadas ao envelhecimento

Inovação em palmilhas esNanotecnologias a serviço portivas da indústria do calçado Resumo: As Nanotecnologias têm impactado vários setores industriais propondo novos materiais, novas propriedades e soluções. O setor calçadista vem recebendo importantes e interessantes contribuições desta moderna platafor-

Alexis Granero

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Resumo: Conhecimento da biomecânica do pé; estudo do movimento durante a prática esportiva; desenho e desenvolvimento de palmilhas esportivas; testes com esportistas; avaliação dos produtos por centros tecnológicos serão abordados por Alexis Grandero.

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Termografia aplicada a lesões do esporte Divulgue sua pesquisa no Simpósio de Biomecânica do Calçado

Dr. Milton Antônio Zaro

Conforto em calçados

Dr. Rudnei Palhano

Situação do Brasil perante o mundo em design, tecnologia e conforto de calçados

Você gostaria de apresentar o resultado de seu trabalho sendo um dos protagonistas da disseminação do conhecimento a um público altamente qualificado durante o IX SBBC? Inscreva-se conforme as especificações de formatação estabelecidas no template obtido no link: www.ibtec.org.br. O envio do resumo pode ser feito até o dia 28 de março às 23h59min para o e-mail postersimposio@ibtec.org.br.

Seleção dos trabalhos * É permitido a cada autor submeter até dois trabalhos; * O conteúdo pode ser relatos de experiências, revisões bibliográficas e pesquisas de campo; * Os resumos aprovados pela Comissão Científica serão apresentados na forma de pôsteres; * A avaliação dos trabalhos será realizada pela Comissão Científica através de análise dos resumos; * Os cinco melhores trabalhos serão divulgados na Revista Tecnicouro; * Os materiais não selecionados não constarão na programação do evento.

Divulgação dos resultados Os resultados dos trabalhos com as orientações (horário, local do evento e posição numérica) serão encaminhados pela Comissão Organizadora aos autores até 08 de abril de 2016.

Discussão com os autores Pelo menos um dos autores deverá estar presente no local da exposição dos pôsteres nos períodos programados para a sua apresentação.

Victor Barbieratto

Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone (51) 3553.1000 ou pelo e-mail: contatonit@ibtec.org.br, com Camila ou Tetsuo.

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BLITZ LEI DO COURO

focada no setor automotivo D epois de verificar mais de 16 mil lojas do Brasil, o projeto Blitz Lei do Couro concentra suas atividades, em um setor específico: o automotivo. Iniciativa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), tem como objetivo a defesa da matéria-prima no mercado brasileiro. Para isso, conta com respaldo legal: a Lei 4.888/65. Conhecida como Lei do Couro, a determinação prevê que somente pode ser denominado couro o produto fabricado com pele animal. Segmento com importante papel na economia do País, a indústria automotiva é uma das que mais erra ao anunciar seus modelos. Isso porque os bancos que nem sempre são fabricados em couro, são vendidos como se os fossem. “Muitas marcas apropriam-se das características nobres do couro para agregar valor aos automóveis informando que os assentos são feitos com a matéria-prima quando na verdade são de material sintético”, alerta o coordenador do Blitz Lei do Couro, Ricardo Michaelsen. “A estratégia não apenas engana o consumidor, mas contradiz a lei, que prevê

detenção ou multa para quem denominar materiais diversos como couro”, informa. A partir de fevereiro, portanto, o Blitz vem intensificando sua atuação no setor com o monitoramento dos canais de comunicação e a realização de reuniões com representantes de concessionárias com o intuito de levar a informação às montadoras instaladas no Brasil. “Queremos reiterar a existência da lei e orientar o setor sobre como esclarecer ao consumidor as diferenças entre couro e materiais de menor qualidade”, explica Michaelsen. Complementar às atividades do Blitz Lei do Couro, Procons de todo o País e até a polícia têm realizado ações em defesa da matéria-prima. Além da Lei 4.888/65, outra previsão legal está sendo utilizada para dar suporte aos trabalhos: a Lei 8078/90, que em seus artigos 1º e 66 intercede pelos consumidores e prevê punições aos que promovem publicidade enganosa ou abusiva. Mais detalhes sobre o projeto e sobre a Lei 4.888/65 em www.cicb.org.br/ leidocouro.

Ação da Abrameq na Colômbia gera entusiasmo

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o dia 1º de fevereiro, seis empresas brasileiras fabricantes de máquinas e equipamentos para a produção de couro estiveram na cidade colombiana de Armenia, localizada a 282 km de Bogotá, onde as empresas BKS, Bremm Peck, Irmãos Luvison, Michelon, NBN, Master e EAUX realizaram rodadas de negócios com empresários do setor coureiro daquela região da Colômbia. A ação faz parte do projeto Brazilian Machinery, parceria da Abrameq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e Calçados) com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). O resultado destes contatos trouxe entusiasmo para os fornecedores brasileiros de tecnologia para a indústria curtidora. Júlio Waikamp, que representou as empresas Master e Irmãos Luvison, destaca que “já conhecia este mercado há mais de 10 anos, mas a iniciativa foi

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excelente, porque nos trouxe uma noção mais precisa do potencial da região para negócios com as nossas empresas”. Observa que participaram 15 curtumes colombianos, em geral familiares, que apresentam potencial de negócios, porque passaram por uma fase difícil e agora estão se recuperando, mas com a necessidade de atualização tecnológica. Acrescenta que “se não fizerem isto, o crescimento da indústria colombiana de calçados e artigos de couro em geral será aproveitado por concorrentes de outros países”. Heitor Schreiber, da BKS, também avalia a atividade como muito positiva. “Percebemos muito interesse dos colombianos em relação a nossos produtos e temos confiança de que a continuidade deste trabalho deverá gerar bons negócios para nós”, afirma. “A ação de Armenia foi importante para que as empresas do projeto percebam que há potencial em curtu-

mes colombianos” sublinha Rosângela Arruda, gerente do projeto Brazilian Machinery. Adiciona que, “apesar do potencial de compra ser bastante diversificado com relação ao Brasil, foi muito relevante para que as empresas colombianas conheçam a diversidade dos produtos brasileiros e as marcas de nossas empresas”. Rosangela frisa que, “as empresas que participaram da ação saíram com pedidos em potencial, o que é um fator indicativo de bom resultado monetário da ação”. O projeto ganha também em comunicação de marca, dada a cobertura de imprensa da ação. Novas rodadas de negócios com curtidores colombianos acontecem durante a EICI (Exhibición Internacional del Cuero e Insumos, Maquinaria y Tecnología), que ocorreu de 2 a 4 de fevereiro, em Bogotá. Nos encontros foram realizados contatos com comparadores de Villa Pinzón, Chocontá, Pereira e Barranquilla.

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Gestão Biênio 2015/16 Presidente: Valmor Trevisan Vice-presidente: Alexandre Alfredo Finkler 1ª Secretária: Marcia Fernanda Schallenberger 2ª Secretária: Cláudia Carlesso Buffon 1º Tesoureiro: Vilmar Trevisan 2º Tesoureira: Zuleika Gernhardt

Conselhos

ABQTIC EMPOSSOU DIRETORIA

para biênio 2016/17 E m fevereiro, a Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (ABQTIC) realizou a cerimônia de posse da diretoria que atuará na gestão 2016/2017. Participaram da mesa o então presidente da entidade (biênio 2014/15), Cezar Müller, o presidente-executivo da Aicsul, Moacir Berger, que representou também o CICB, gerente de operações do IST Couro e Meio Ambiente, Darlene Rodrigues, e o prefeito de Estância Velha, José Waldir Dilkin. Müller destacou as ações realizadas pela entidade no biênio de sua gestão, com ênfase na realização do XXXIII Congresso da IULTCS, evento internacional, organizado e executado pela Abqtic em

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novembro de 2015. Agradeceu a atuação da diretoria, da comissão organizadora e todos que de alguma forma se envolveram nas atividades desta gestão. Em seguida, empossou o presidente Valmor Trevisan, que juntamente com seu vice-presidente Alexandre Finkler e demais integrantes da diretoria conduzirão a associação no próximo mandato. Trevisan afirmou que pretende contar com o apoio de todos nos projetos que pretende executar, com foco principal na modernização e na captação de novos integrantes, novas gerações de técnicos para que possam dar continuidade ao legado da entidade, que completa 45 anos de fundação em 2016. O presidente deu posse aos integrantes da diretoria, assim composta:

Conselho Fiscal: Adolfo Antônio Klein, Carlos Adolfo Becker, Carlos Guilherme Kiefer Conselho Técnico/Científico: Gustavo Fink, Leandra Boaro, Edinéa Teresinha Gonçalves, Igor Vigannico da Silva, Janete Schneider, Carlos Kolling, Mariliz Guterres, Marina Moreira, Mauri Barbieri, Samuel Cansi Machado, Regina Cánovas Teixeira, Iedo Fuga Júnior, Gilmar Luiz Schneider

Diretorias Diretoria Social: Benedito Aparecido da Silva Diretoria de Moda: Gerusa Giacomolli, Camila Balbinot Mattes Diretoria de Projetos e Relação com entidades: Ricardo Peres Diretoria de Gestão e Planejamento: Zulfe Urbano Biehl Diretoria de Relações Nacionais e Relações com Associados: Telmo Seganfredo Diretoria de Relações Internacionais: Luis Augusto Krug Zugno Corema: Hugo Springer, Adolfo Antônio Klein

Vice-Presidências Alto Taquari – Celso Schwingel Franca – Ernani Angério Pohren Paraná – José Alex Bartel Garcia Minas Gerais – José Vilmar Vieira Castro Goiás – Lourival Ponchio

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SUSTENTABILIDADE É PALAVRA DE ORDEM

para empresas de moda A

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tas do País e agora a segunda fabricante de calçados aprovada para obtenção do nível Prata. Com números expressivos e crescimento contínuo, o sucesso da empresa se expandiu para todo o mundo. No exterior, a marca está presente nos cinco continentes, em 90 países e conta com mais de sete mil pontos de vendas. Além disso, são 25 lojas exclusivas: Kuwait, EUA, Rússia, Guatemala, Nova Zelândia, Bahrein, Equador, México e Brasil. “Investir em sustentabilidade é uma forma das empresas reafirmarem seu compromisso com a sociedade, além de fortalecer a competitividade no mercado nacional e internacional”, comenta o presidente da Assintecal, William Marcelo Nicolau. Para a presidente da Piccadilly, Cristine Camila Grings, “a atenção dos consumidores sobre os valores promovidos pelas marcas e seus produtos tem aumentado substancialmente e influenciado nas decisões de compra. Investir em ações de sustentabilidade é apenas uma das etapas para a geração de valor desta estratégia para a companhia. É preciso comunicar aos stakeholders todos esses esforços. Para a Picadilly o público-alvo não se limita apenas aos consumidores diretos, mas engloba mídia, formadores de opinião, órgãos públicos, comunidade e muitos outros.”

Fica cada vez mais claro que em um mercado extremamente acirrado, atrelar a marca ao valor sustentabilidade é um diferencial competitivo, que deve influenciar não apenas o desejo de compra dos consumidores, mas a tomada de decisões das empresas.

O Selo Origem Sustentável Fazer com que sustentabilidade seja vista pelas empresas como parte do processo global das cadeias produtivas do calçado. Esse é o objetivo do programa Origem Sustentável, promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal), em parceria com o Laboratório de Sustentabilidade (Lassu) da Universidade de São Paulo (USP). Lançado em 2013, o programa certifica as indústrias da cadeia produtiva do calçado que já incorporam a sustentabilidade em seus processos, seguindo a escala Branco, Bronze, Prata, Ouro e Diamante. Atualmente o Selo Origem Sustentável conta com 106 empresas certificadas.

Com essa visão, a Piccadilly reforça o compromisso com a sustentabilidade e conquista o Selo Prata do Programa Origem Sustentável

FOTO DIVULGAÇÃO

s empresas de moda estão cada vez mais engajadas em diminuir o impacto que suas marcas causam no meio ambiente, buscando métodos para redução de seus gastos com água e energia, por exemplo. Uma pesquisa realizada em 2014 pela empresa Nielsen, com cerca de 30 mil pessoas em todo o globo, apontou que mais da metade delas estão dispostas a pagar mais por itens fabricados por companhias comprometidas com o impacto ambiental e também com os aspectos sociais. Levar às empresas brasileiras essa percepção sobre a sustentabilidade, fazendo com que ela seja vista como parte do processo global das cadeias produtivas do calçado, é a missão do programa Origem Sustentável, que desde 2013 certifica indústrias que já incorporam a sustentabilidade em seus processos, seguindo a escala Branco, Bronze, Prata, Ouro e Diamante. Atualmente o Selo Origem Sustentável conta com 106 empresas certificadas, e a mais nova delas é a Piccadilly Company. No programa desde 2013, a empresa passou pelos selos Branco e Bronze, mas foi no início de 2016 - após ser auditada pela SGS - System & Service Certification, que conquistou o Selo Prata. “A companhia tem atuado fortemente na promoção da sustentabilidade econômica, social, ambiental e cultural de suas operações. Encontramos no programa Origem Sustentável um caminho confiável para avaliar e certificar nosso nível de maturidade, em relação ao valor sustentabilidade”, declara a Técnica em Segurança do Trabalho/Meio Ambiente, Morgana Marca. A Piccadilly está no mercado há 60 anos. Com uma produção diária de 50 mil pares de sapatos, sete unidades fabris, sendo cinco de produção, é hoje uma das principais indústrias calçadis-

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MANUFATURA AVANÇADA EM PAUTA

no setor calçadista C alçados impressos em casa, tênis energizados ao caminhar, peças inteligentes que vibram diante de obstáculo ou quando chegado ao destino. Futuro? Não, presente! Isso já existe, em pequena, pequeníssima escala, mas já existe. Agora o setor calçadista brasileiro quer dar uma guinada em termos de inovação tecnológica para aplicar a manufatura avançada no segmento, tanto para o desenvolvimento de novos produtos - como os citados - como para novos processos produtivos, mais sustentáveis e eficazes, uma dobradinha de conceitos que certamente será fundamental para a sobrevivência da atividade na contemporaneidade. Em janeiro, o setor calçadista deu o primeiro passo rumo à chamada Indústria 4.0, ou processo de manufatura avançada. A Abicalçados recebeu, na sua sede, em Novo Hamburgo/RS, representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para uma apresentação do conceito. O objetivo do encontro foi a formatação de um

projeto com as entidades envolvidas, unindo ainda outras associações setoriais, como a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Instituto by Brasil (IBB), Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefato (IBTeC) e os centros tecnológicos do Couro e do Calçado do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O presidente do IBTeC, Paulo Griebeler, salienta a importância desta agenda. “Neste momento desafiador é importante repensar as estratégias do setor coureiro-calçadista, com foco na pesquisa, em busca de alternativas que proporcionem avanços para o produto brasileiro”, considera. O executivo observa ainda que as empresas precisam investir em novas tecnologias, dentre elas a automação dos processos, e cabe às entidades setorias a formatação de uma pauta única

com objetivos a médio e longo prazo. Na oportunidade, o tecnologista do MCTI, Sérgio Knorr Velho, apresentou alguns cases de manufatura avançada já existentes no setor calçadista, que ainda caminha a passos lentos na área. Segundo ele, existe um processo de “retorno para a casa” por parte das grandes marcas, local onde serão menos intensivas em trabalhos manuais e mais automatizadas. “Atualmente a produção mundial está na casa de 22 bilhões de pares de calçados, quase 90% realizada na China, e boa parte dessa produção deve voltar para os locais onde é consumida”, frisou, citando os casos da Nike, que deve abrir planta com 10 mil funcionários nos Estados Unidos e Adidas, que prometeu abrir uma fábrica automatizada na Alemanha ainda em 2016. O especialista citou ainda uma pesquisa realizada com 618 produtores norte-americanos em maio de 2014, na qual 53% dos respondentes se disseram dispostos a investir em processos de manufatura avançada nos próximos anos. Para Knorr Velho, o setor industrial brasileiro ainda está muito atrasado em termos de inovação e tecnologia na produção, algo que é refletido no fraco desempenho nos registros de patentes de produtos em nível mundial. Das mais de um milhão de patentes requeridas no mundo no ano passado, apenas 600 foram do Brasil, o que coloca o país no 29º posto entre os requerentes, à frente somente da África do Sul no ranking dos chamados Brics. A China, maior requerente dos Brics, tem mais de 120 mil requerimentos.

Indústria 4.0 já é realidade, ainda que em pequena escala

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Novo consumidor Para a gestora de Projetos da Abicalçados, Roberta Ramos, o surgimento de um novo consumidor enseja a mudança na indústria. Segundo ela, esse novo consumidor está mais centrado no acesso do que na posse do produto. “É um momento de pensarmos em novos formatos de negócios, que levem em consideração uma conexão em rede entre as pessoas, com empresas mais horizontalizadas”, destacou, ressaltando que a inovação tecnológica tem papel fundamental no novo momento cultural. Citando alguns cases do setor calçadista, como calçado que gera energia ao caminhar, a bota impressa na tecnologia 3D, produtos que mudam de cor e com GPS, entre outros,

a gestora destacou que o setor calçadista brasileiro deve passar a ser alvo de benchmarking com a adoção das novas tecnologias. Para dar um impulso à nova realidade, Roberta acrescentou que na Abicalçados está sendo concebido um projeto, com foco em produtividade, que inclui os conceitos de manufatura avançada. A iniciativa, contou, visa a criação de novos produtos (desenvolvimento de materiais com tecnologia, novos formatos de calçados, customização com auxílio da biomecânica etc.), novos processos (automação industrial, integração da cadeia de suprimentos etc.) e novos modelos de negócios (fomento ao empreendedorismo, aproximação com start ups, criação de uma cultura de inovação etc).

Espaço Conforme o tecnologista existe um grande espaço para o incremento, especialmente nos setores de interligação, com digitalização de dados, operação em nuvem (internet), comunicação máquina-máquina, entre outros aspectos que poderão tornar os processos mais sustentáveis e ao mesmo tempo lucrativos através da maior produtividade. “O processo produtivo deve passar de células isoladas para a integração total de dados e fluxos de produto através das fronteiras”, ressaltou. Knorr Velho detalhou, ainda, o que já está sendo realizado pelo órgão. Segundo ele, desde agosto do ano passado, quando foi chamada uma Reunião no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um grupo de trabalho com mais de 50 pessoas de diversas instituições está em funcionamento. Posteriormente, ao grupo somou-se a participação do Governo Federal através do Ministério da Comunicação e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Para 2016, a partir de março, está programada uma série de workshops sobre o tema, que acontecerão em Brasília, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis.

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OPINIÃO Colunista Tributação e Mineração: a saga de Johnny continua...

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ste espaço vem sendo utilipaís - como ocorria, por exemplo, com zado para relatar uma saga qualquer indústria. Disse-lhe seu ad- embora inverídica - comvogado, que não incidiria, nesta operapletamente factível no imaginário ção, uma ininteligível sopa de letrinhas país dos trópicos, onde residia nosso tributária: ICMS, IPI, PIS, COFINS, I. EX. herói (Johnny - outrora João), que, - Nenhum tributo? Questionou Johnny. de advogado que sonhava ter um ja- Não, apenas será pago aos tinho, tornou-se o célebre fundador cofres públicos uma pequena de uma nova religião: a Non Mortis. taxa (tal de CFEM) e um pequeComo já explicado, a cada novo bem no valor a título de royalties (2%). adquirido por Johnny, sua vida paAté Johnny, com sua malandra recia ser mais frustrante, o que para esperteza, achou muito estranho. ele soava como uma heresia, muito Lembrou que, sendo uma empremaior do que fundar uma igreja que sa, estaria obrigado ao pagamento Dr. Marciano Buffon prometia aos seus fiéis que jamais doutor em Direito, do Imposto de Renda e de uma tal da Unisinos morreriam. Pensava Johnny, enquan- professor Contribuição Social sobre os lucros marciano@buffonefurlan.com.br to ouvia uma música de mau gosto obtidos, em relação à exportação que combinava com seus sonhos: “ter de seus produtos para um populoso um jatinho (ser invejado e amado por isso), ter uma reli- país do extremo oriente: a Chinasia. Ficou sabendo, engião para chamar de sua (com tantos seguidores devotos), tão, que também isso poderia ser evitado ou bastante reter seu nome divulgado na Forbes (que injustamente ha- duzido. Bastaria que constituísse uma subsidiária em um via considerado o patrimônio da Non Mortis como seu), país não tido - oficialmente - como paraíso fiscal (a Repújá não lhe assegurava a venerada felicidade”. Esta per- blica Helvética, nos alpes do velho continente, por exemmanecia tão efêmera quanto o prazer de um novo “brin- plo). Com isso, suas exportações seriam, primeiramente, quedo” adquirido, fotografado e postado nas redes sociais. destinadas à sua subsidiária - obviamente subfaturadas Consultou seu guru para assuntos complexos (um ex-ator - e de lá - onde os lucros não eram tributados - seriam “fortão”) que confirmou a tese do seu filósofo preferido remetidas à Chinasia, com o efetivo valor final de venda. (um ex-cantor de rock): a culpa era do tal Bauman, que inDessa forma, no seu país, não seriam apurados lucros ventou a modernidade líquida! Cara chato esse polonês! expressivos a serem tributados. Aliás, sequer seria neDiante desse angustiante quadro, Johnny decidiu am- cessário que as mercadorias ingressassem no Cantão da pliar seus negócios e resolveu investir seus recursos (ops!), República Helvética. Bastava uma “troca de papéis”, sem da Non Mortis, em um novo empreendimento: comprou uma custo logístico. Nosso herói não resistiu a tal informação. empresa de mineração, num Estado não muito distante, de- Teve uma crise aguda da felicidade, pois poderia extrair nominado “Terra de Tiradentes”. Às margens de sua mine- minérios e exportá-los, praticamente, sem ter que pagar radora estava o Rio Adocicado, o qual poderia lhe causar tributos! Isso era perfeito! Aquele sonho de viver no priproblemas, mas Johnny nunca levara a sério aqueles ma- meiro mundo, acalentado aos tempos de advocacia por lucos que temiam pelo destino das águas doces de tal rio. Johnny, foi definitivamente abandonado. Só restava um Como dera certo nas outras ocasiões, Johnny consultou problema: o tal rio próximo a sua barragem de rejeitos. seu supertributarista, acerca do quanto teria que pagar de Mas isso não era problema seu, pensava Johnny, afinal tributos com o novo negócio, o qual consistia na extração de contas não vivia da pesca, não morava lá, nem bebia de minerais destinados à exportação. Descobriu, então, sua água. Se ocorresse um acidente a seus rejeitos conque a Constituição daquele país assegurava total imunida- taminassem o rio, bastaria convencer as pessoas que um de tributária às exportações, inclusive de produtos primá- improvável terremoto havia ocorrido, ou que Deus assim rios (minérios entre eles) e que não estaria, pois, obrigado quis. Feliz, assim, prosseguiu seus dias, aos quais chaa pagar uns estranhos tributos existentes naquele estranho mava de vida... vida estranha esta, neste insensato país!

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OPINIÃO Conselho Tendências no mercado de EPIs

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mercado de equipamentar os respectivos Certificados de tos de proteção indiviAprovação (CAs), que são expedidos dual tem a missão de pelo Ministério do Trabalho e Emevoluir nas técnicas e tecnologias prego e servem como um atestado que tornem as atividades profissiode certificação do produto, que ganais cada vez mais seguras, evitanrante sua qualidade e funcionalidade. João Altair dos Santos do que os trabalhadores se machu- Membro do Conselho Deliberativo do IBTeC O calçado profissional é o diretor da Conforto - empresa que desenvolve quem ou se envolvam em acidentes ecalçados maior segmento dentre os equie luvas para a proteção durante a execução do serviço, e a dos trabalhadores pamentos de proteção individuúnica forma para atingir este objeal e o relatório indica que a crestivo é estar em conformidade com a regulamentação. cente demanda por calçados de proteção em setores Além da preocupação em proteger o usuário, as in- como a construção e a indústria, bem como o segdústrias do setor trabalham também no sentido de tor- mento de petróleo e gás, é um dos principais fatonar os equipamentos (calçados e luvas, por exemplo) res que fomentam a procura de calçado profissional. mais confortáveis. Dessa forma, o mercado lança noO segmento de manufatura é o que globalmenvos produtos que proporcionem maior comodidade, te tem o maior volume de pedidos de equipamentos de conforto e leveza aos vestuários, trazendo outra van- proteção individual e o maior aumento hoje está nos tagem que é o arrojo no design, contribuindo para tor- países em desenvolvimento da Ásia-Pacífico. No ennar os EPIs esteticamente atraentes aos trabalhadores. tanto, a África também apresenta grande potencial Uma matéria recentemente publicada pela Transpa- para equipamentos de proteção individual com a Áfrirency Market Research no site www.whatech.com traz um ca do Sul sendo um dos principais mercados da região. relatório que indica a tendência de crescimento de aproxiNo entanto, os regulamentos governamentais de momadamente 7,3% ao ano até 2020 neste mercado. O texto nitoramento do ambiente de trabalho estão aumentando, aponta como o principal fator para este crescimento na de- pressionando a demanda por equipamentos de proteção manda por equipamentos de proteção individual as regu- individual. Os fabricantes, a fim de vender os seus produlamentações governamentais que incentivam a conscienti- tos nestes e em qualquer outro mercado, têm que superar zação sobre segurança do trabalho. Mas além das normas, as barreiras tarifárias e não tarifárias - taxas, alfândega e a industrialização e investimentos estrangeiros em países impostos sobre as vendas são algumas das barreiras que em desenvolvimento da Ásia, América do Sul e África afetam o preço dos produtos. Já os regulamentos e normas também impulsionam o consumo mundial desses artigos. governamentais são exemplos de barreiras não tarifárias. Considerando que o potencial do mercado de EPIs Portanto, não resta dúvida de que há cada vez mais nestes mercados atrai a atenção de novos fabricantes, o a necessidade de se investir em pesquisa de novos materelatório faz a observação de que - para venderem seus riais e técnicas de fabricação, além de incrementar o seprodutos nos mercados emergentes - os fabricantes de tor de desenvolvimento, no sentido de deixarmos de faoutros players também devem cumprir os regulamentos zer commodities e passarmos a concorrer com produtos locais. Vale ressaltar que no Brasil, os EPIs são monito- com maior valor agregado, tanto pelo design mais arrorados e para serem comercializados precisam apresen- jado quanto pelas propriedades de segurança oferecidas.

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OPINIÃO

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É uma revolução disruptiva que ocorre

Sérgio Roberto Knorr Velho

Engenheiro Químico e Tecnologista em CT&I no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

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Nike e a Adidas estão realizando esforços por meio de projetos (speedfactory) e parcerias para produzirem calçados nos EUA e na Alemanha já em 2016. A produção de calçados junto aos centros consumidores está sendo possível devido a uma revolução na indústria - a quarta revolução industrial. Essa quarta revolução industrial não é apenas uma extensão da terceira revolução, onde houve a introdução dos controladores lógico-programáveis (CLP) e os robôs passaram a ocupar o chão de fábrica. Essa nova revolução se utiliza de sistemas ciberfísicos, da internet das coisas, das comunicações máquina a máquina (M2M), da manufatura aditiva (impressão 3D), inteligência artificial e análise de bigdata. Há inteligência nos insumos, nos processos, nos equipamentos, nos robôs e nos produtos, que sem a intervenção humana podem produzir melhor, mais rápido, com mais qualidade, customizado (somente para você) e com mais resultados. Você e as coisas estarão conectados em redes. É uma revolução disruptiva que ocorre em quase todas as indústrias e em todos os países em uma velocidade nunca antes vista e que terá impacto em nossas vidas em um prazo de cinco a dez anos. O artesanato nunca irá morrer se tiver o foco no alto valor agregado, mas é um mercado para uma elite. Ainda você pode medir seus pés, ter sua própria fôrma e possuir um calçado feito sob medida, em um sistema de customização como quem espera na fila por uma Ferrari. Entretanto, hoje você já pode entrar em uma loja virtual, escolher seu modelo, suas cores e receber em casa, sem custos adicionais. A customização em massa, algo feito somente para você, ganhará escala e velocidade como nunca, e isso afetará mercados tradicionais. A customização em massa somente é possível nesse ambiente da manufatura avançada. Na Alemanha o tema é conhecido como Industrie 4.0, já nos EUA como Advanced Manufacturing e, no Brasil, como Manufatura Avançada. Uma comissão organizadora composta pelo MCTI, MDIC, ABDI e CNI vem realizando diversos workshops no tema em todo o País no primeiro semestre de 2016 para pesquisar o estado da arte, conhecer iniciativas existentes e propor iniciativas para onde deveremos ir. Hoje, temos ainda somente parte das perguntas e, não sabemos as respostas. Os especialistas junto com os empresários convidados devem nos auxiliar nesse levantamento onde as ações urgem para não nos afastarmos ainda mais dos países líderes mundiais e possibilitar saltos tecnológicos para recuperarmos o parque industrial brasileiro.

A manufatura avançada na indústria calçadista

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2016 vai ser um ano difícil! Vai mesmo?

Vamos acabar com o clima de já perdeu Mário Jorge Frassati

Diretor Executivo da Abiacav

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ão é necessário ser um vidente para entender que muitas coisas não caminharão bem em 2016. No entanto, se todos acreditarem que não há como se contrapor a essa previsão, seguramente acontecerá aquela profecia que se autorrealiza. E estaremos realmente perdidos. Alguns setores empresariais já estão conseguindo reverter essas expectativas. Existem diversas condições especiais que permitem isso, é verdade, mas não invalida a realidade: muitos segmentos vão bem, e podem continuar assim por um bom tempo. E podem se tornar alvo de nossos negócios, se pensarmos em produtos e soluções interessantes para esses segmentos em alta. Vejamos alguns exemplos de setores importantes: - O faturamento do setor de franquias cresceu 10,1% em 2015, totalizando R$ 99 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF); - O setor de seguros tem previsão de crescimento de 11% em 2015 (Confederação Nacional das Seguradoras - CNseg). - O segmento de higiene e beleza é um dos setores da indústria que não sabem o que é crise. Na contramão do cenário econômico, a estimativa é que esse mercado tenha crescido surpreendentes 160% no Brasil, movimentando cerca de R$ 9 bilhões em 2015 (Sindestética). - Venda de espumantes cresce 10% em 2015. Somente em novembro, as vendas de espumantes nacionais deram um salto de 21,4%, para 4,49 milhões de litros (Ibravin – dez 2015). - Em meio à crise nacional, o setor de games fechou o ano com previsão de movimentar US$ 3 bilhões e oferecer 117 mil vagas especializadas até dezembro de 2015. A procura por cursos de game design dobra a cada dois anos (Associação Brasileira de Desenvolvedores de Games). O Brasil é o quarto maior consumidor de jogos eletrônicos do mundo, com 61 milhões de usuários. - Previsões da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação indicam R$ 17,9 bilhões em faturamento em 2015, um aumento de 7,4% sobre 2014. São 132,4 milhões de animais de estimação no País (IBGE). Existem muitos outros segmentos que estão driblando a crise. Isso não significa que a economia como um todo não esteja se deteriorando. Não é possível tapar o sol com a peneira, mas também não podemos focar somente em desespero. É necessário fazer como muitos setores estão fazendo: aproveitar oportunidades, estudar, inovar, pesquisar, poupar, ser prudente, mas nunca deixar de ousar, acreditar. Vamos acabar com o clima de “já perdeu”! 2016 será um desastre ou poderá ser um ano melhor, se arregaçarmos as mangas, pensarmos diferente e formos em frente. Qual a sua escolha?

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retoma as atividades N

o mês de março o Comitê Brasileiro do Couro, Calçados, e Artefatos de Couro (CB-11) retoma as reuniões de revisões de normas, e neste ano a meta é atualizar o escopo do comitê com 34 normas. Participe e atualize-se!

Comissão de Estudo de Conforto de Calçados

- ABNT NBR 16036:2014 - Determinação de conforto em componentes para calçados - Palmilha interna; - ABNT NBR 14839 Calçados Determinação do índice de pronação do calçado; - ABNT NBR 14838 Calçados Determinação do índice de amortecimento do calçado; - PROJETO 11:200.03 - 02 Conforto de calçados - Acelerometria tibial e atrito; - PROJETO 11:200.03 - 03 Conforto Requisitos para calçados para diabéticos.

CE de Substâncias Restritivas em Couro, Calçados, Componentes e Artefatos

- Projeto 11:200.05-010 (ISO 16179) Calçado Substâncias críticas potencialmente presente em calçados e componentes para calçados - Determinação de compostos organoestânicos em materiais de calçados; - Projeto 11:200.05-011/2 (ISO 17378-2) Qualidade da água - Determinação de arsênio e antimônio - Parte 2: Método da geração de hidretos espectrometria de absorção atômica (HG-AAS) Projeto 11:200.05-012 (ISO 6401) Plásticos - poli (cloreto de vinila) - Determinação de cloreto de vinilo monómero residual método por cromatografia gasosa; - Projeto 11:200.05-013(ISO 11885) Qualidade da água - Determinação de elementos selecionados por espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES); - Projeto 11:200.05-014 (ISO 14362-1) Têxteis - Os métodos para a determinação de certas aminas aromáticas derivadas de corantes azo. Detecção do uso de certos corantes azoicos acessíveis com e sem

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extração das fibras.

Comissão de Estudo da Construção Inferior do Calçado

- ABNT NBR 15392 Construção inferior do calçado - Alma-de-aço - Determinação da resistência da dobra; - ABNT NBR 15339 Construção inferior do calçado - Material de planta para palmilha de montagem - Determinação da resistência à flexão; - ABNT NBR 15332 Construção inferior do calçado - Palmilha de montagem Comportamento à água; - ABNT NBR 14459 Construção inferior do calçado - Solas, solados e materiais afins - Determinação da resistência à tração e alongamento na ruptura; - ABNT NBR 14458 Construção inferior do calçado - Solas, solados e materiais afins - Determinação da resistência à continuação de um rasgo perpendicular à superfície.

Comissão de Estudo da Construção Superior do Calçado

- ABNT NBR 15496 Construção superior do calçado - Determinação da resistência à abrasão Método Martindale; - ABNT NBR 15541 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos Determinação da ruptura por esfera; - ABNT NBR 14822 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos Determinação da resistência à costura em ensaio dinâmico e estático de tração; - ABNT NBR 14554 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos Determinação da massa por unidade de área (gramatura); - ABNT NBR 14368 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos - Determinação da resistência do acabamento à fricção com borracha.

Comissão de Estudo de Ensaios Físicos e Químicos em Couro

- ABNT NBR 12834 Couros Determinação da permeabilidade ao vapor

de água; - ABNT NBR 12847 Couro Determinação da solidez da cor à água e ao suor – Perspirômetro; - ABNT NBR 11122 Couro cabedal Comportamento sob água – Penetrômetro; - ABNT NBR 11038 Couros Determinação do teor de substâncias orgânicas e inorgânicas solúveis e insolúveis em água; - ABNT NBR 11057 Couro - Determinação do pH e da cifra diferencial.

Comissão de Estudo de Calçados

- ABNT NBR 15322 Calçados Determinação da força de fixação de tacão no salto; - ABNT NBR 15838 Calçados Determinação da resistência à penetração de água com máquina de flexão

Comissão Insumos;

de

Estudo

de

-Projeto 11:100.01-01 Boletim técnico de insumos químicos para curtimento e acabamento de couros - Padronização; - ABNT NBR 11664 Laca e ligante Determinação da sensibilidade do filme ao frio - Método de ensaio; - ABNT NBR 14573 Insumos - Tanante Determinação do teor de ferro;

Comissão de Estudo de Resíduos Líquidos

- ABNT NBR 13348: 1995 Banho residual e efluente líquido - Determinação do teor de óleos e graxas - Método de ensaio; - ABNT NBR 12614 Águas Determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) - Método de incubação (20°C, cinco dias) - Método de ensaio; - Projeto 11:100.04-02 Água Determinação de oxigênio dissolvido - Método do eletrodo de membrana Método de ensaio; - ABNT NBR 13336 - Couro - Banho residual e efluente líquido - Amostragem. Informações entre em contato com Andriéli Soares pelo fone (51) 3553-1000, ou pelo e-mail: cb11@ibtec.org.br.

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FOTO MARI VACCARO

TECNOLOGIA DOW/AGILE PROMETE DIFERENCIAL

competitivo C

om foco no mercado brasileiro de calçados, a Dow anuncia acordo estratégico comercial e de desenvolvimento de tecnologias com a Agile - empresa do grupo italiano Pozzi - para somar suas expertises, aprimorar tecnologias e sistemas de poliuretanos e oferecer inovações que resultem em vantagens competitivas para as indústrias de calçados. Deste esforço nasceu a linha VoralastTM, desenvolvida com quatro formulações diferenciadas especialmente para a fabricação de solados mais leves, resistentes e confortáveis. O gerente de marketing da área de Consumo e Conforto de Poliuretanos da Dow para América Latina, Marcus Kerekes, afirma que com isso aumenta a possibilidade de aplicações do produto, que é mais sustentável em relação a outros materiais utilizados pelo mercado. Além do uso em solados, a tecnologia pode ser utilizada em entressolas, palmilhas e revestimentos de diversos tipos de sapatos casuais e também equipamentos de segurança (EPI).

Sistemas de Poliuretano Linha Voralast™ Voralast R - é um sistema híbrido que combina sustentabilidade e alto desempenho, com menor utilização de materiais e redução no consumo de energia e emissão de gases no processo produtivo. Oferece leveza, resistência e conforto para a produ-

ção de sandálias, chinelos e sapatos esportivos - como os voltados para montanhismo e trilhas, além de flexibilidade e excelente fluxo durante sua produção - o que permite mais economia durante o processo de fabricação, mobilidade e liberdade de design para moldes mais complexos. Por ser baseada em polióis de poliéster, que contêm matérias-primas renováveis, a solução emite menos carbono e é menos poluente. Voralast GT - esta solução se adapta às mais rigorosas condições de uso, trazendo mais performance, segurança e conforto, por isso é indicada principalmente para os segmentos de botas e calçados de segurança (EPI). Além dos benefícios oferecidos em toda a linha, a terceira geração da tecnologia tem maior resistência à degradação por umidade, resultando em um melhor desempenho funcional e mais economia, sem a utilização de aditivos de alto custo na produção. Possui mais aderência, tração em superfícies variadas e durabilidade. Devido ao conforto proporcionado pela tecnologia, é ideal para calçados usados por longos períodos do dia. Voralast Soft Touch - mais funcionalidade com toque macio e maior qualidade são os principais benefícios desta linha de produtos, resultado de uma composição única. A combinação para formulações diferenciadas de polióis e pré-polímeros proporciona uma sensação

agradável, similar ao toque macio da borracha, para calçados sociais masculinos - que precisam de flexibilidade e conforto. Com boas propriedades mecânicas, tem memória de elasticidade e baixa abrasão, além de oferecer resistência ao atrito, mesmo em superfícies molhadas. Segundo Kerekes, a formulação é inovadora, com composição à base de éter e livre de ftalatos (compostos nocivos à saúde e de complexa biodegradação), é 40% mais leve em comparação a materiais termoplásticos típicos e 25% mais leve que outras borrachas. Voralast Ultralight - tecnologia inovadora que agrega valor ao produto, mais leveza e menor densidade, para aplicações em calçados esportivos. Um dos principais diferenciais é o melhor custo/benefício por apresentar uma densidade mais baixa que os PUs tradicionais, próxima a do EVA - material hoje muito utilizado na indústria. O uso desta tecnologia proporciona maior produtividade (devido ao seu tempo de desmolde), menor investimento em moldes, maior estabilidade dimensional, melhor acabamento, boa receptividade às tintas e menor deformação permanente. Pode ser aplicado às entressolas, diminuindo a absorção de água, o que deixa os sapatos ainda mais leves, permitindo a criação de modelos de acabamento sofisticado e durável, sem que, com isso, haja perda de funcionalidade e qualidade.

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TECNOLOGIA

para o conforto B uscando atender à demanda do mercado por mais conforto e saúde para os pés - e também à necessidade de diminuição do tempo de produção, a Rubras formulou uma espuma de alta frequência. É a tecnologia Memoryflex que, de acordo com o diretor-técnico, Maurizio Lo Verde, proporciona um ajuste perfeito do pé à palmilha, o que resulta em uma melhor aderência e, consequentemente, gera sensação de conforto ao usuário. “Para comprovar as propriedades de conforto, a empresa realizou diversos testes nos laboratórios do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), que também colaborou com informações valiosas para o resultado final”, pontuou Verde. O Dr. Rudnei Palhano, do Laboratório de Biomecânica do instituto, explica que foram realizados testes de absorção de impacto, distribuição plantar, deformação e resiliência, cujos resultados foram muito satisfatórios. “O material usado apresenta excelente performance, reduzindo, por exemplo, o impacto em 23%, o que melhora sensivelmente o conforto durante o caminhar”, exemplifica o Dr. Palhano. Maurizio conta que o produto, que não tem cheiro e

possui propriedades antibacterianas e fugicidas, ainda reduz em torno de 50% o tempo do processamento por alta frequência. “Numa operação que normalmente leva de 10 a 12 segundos para ser realizada, conseguimos diminuir para 5 a 6 segundos, o que impacta consideravelmente a produtividade”, assegura o diretor, destacando que estes benefícios têm que ser altamente considerados, tanto pelos fabricantes de palmilhas quanto pelas empresas calçadistas. “Com certeza o usuário sente a diferença”, complementa. A tecnologia é 100% brasileira, no que se refere à pesquisa e desenvolvimento, e levou um ano desde a concepção da ideia até o produto acabado. A empresa oferece o material com 5mm de espessura e em rolos com 140cm de largura ou em placas, podendo receber qualquer tipologia de corte. Mas este conceito não se resume à produção de palmilhas. Também pode ser usado em diversas aplicações, como luvas de proteção, joelheiras, tornozeleiras, cotoveleiras, entre outras.

Consultoria com visão no resultado

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Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) vem aumentando a sua atuação no segmento de consultorias, atendendo empresas de pequeno, médio e grande porte, por meio de ações personalizadas a cada modelo de negócio. O consultor técnico do instituto, Paulo Model, conta que o IBTeC desenvolveu metodologia própria na proposta de soluções integradas, tendo como objetivo principal dotar as organizações de ferramentas e metodologias que promovam a produtividade e a rentabilidade dos processos e a consequente melhoria operacional. Entendendo que a consultoria tem que se pagar o mais rápido possível e gerar caixa para investimentos, Model enfatiza que as soluções

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podem estar em pequenos detalhes. “É preciso avaliar todas as áreas da empresa para identificar aquelas com capacidade de dar respostas em menor prazo”, pontua. Com uma equipe de técnicos que domina todas as fases da consultoria, o instituto, a partir das análises preliminares, sugere soluções especificas, que podem passar, por exemplo, por engenharia de processos, certificação de produtos, adequações de auditorias ou implantação de ferramentas de apoio à gestão. “Conhecendo a realidade de cada cliente, é possível ser mais assertivo na escolha da solução adequada, pelo preço justo, reduzindo desta forma o risco de insucesso e o comprometimento de investimentos”, finaliza.

Atuação - Mapeamento/diagnóstico das fraquezas e oportunidades de melhorias; - Projeto na gestão de processos buscando otimizar os recursos da empresa, aumentando a sua eficácia; - Projetos para melhorar o desempenho de toda a cadeia de materiais e abastecimento; - Gestão da Qualidade como apoio ao desenvolvimento industrial; - Aprimoramento das técnicas da gestão da informação, otimizando os resultados; - Treinamento técnico in company.

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A INOVAÇÃO CONTÍNUA DAS ESTRATÉGIAS DE

competitividade

CAPÍTULO 6/6 - A INOVAÇÃO SISTÊMICA DAS ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE SÃO O FATOR ESSENCIAL PARA ASSEGURAR A CONQUISTA CONTINUADA DA LIDERANÇA NOS MERCADOS MS Eng. Fernando Oscar Geib

1 - Inovar estratégias competitivas é uma arte a ser desenvolvida pelos líderes e equipes de gestores A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é uma organização que persegue sistematicamente a sua sustentabilidade plena, ao competir em mercados altamente dinâmicos. Esta organização, ou seja, os seus gestores e seus operadores têm a adequada percepção e a forte convicção de que os mercados como um todo têm um comportamento quântico, identificado por suas contínuas e rápidas mudanças, e mais ainda, estes estão sistematicamente enviando seus sinais quânticos com o propósito de demonstrar e chamar a atenção para as suas necessidades e seus desejos de consumo a serem satisfeitos da melhor forma, por seus fornecedores. Daí a necessidade vital da inovação das estratégias competitivas desta fábrica em descrição, de modo contínuo rápido e preciso, para estas diretrizes fundamentais de competitividade estarem sempre e necessariamente alinhadas com as manifestações mutantes dos mercados e dos consumidores. Tudo o que esta fábrica faz e opera não pode fugir do seu fundamento essencial, que é o da simultaneidade, a qual se manifesta e se operacionaliza pelo comportamento anteriormente descrito. A simultaneidade do atendimento dos mercados e dos consumidores é na sua essência uma ação quântica, baseada na inovação de suas estratégias! Estas colocações não têm nada de excepcional. O princípio da simultaneidade é como uma bússola orientadora do modo de ser desta fábrica de calçados, exigindo-lhe este comportamento continuadamente, pois ela deve estar

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sempre em consonância e alinhada com o comportamento dos ambientes onde ela atua e compete. Deste modo, a inovação de suas estratégias competitivas, gerada pelo fundamento da simultaneidade, a tornam uma fábrica de comportamento competitivo continuadamente estratégico e de operacionalidade quântica. É a inovação continuada que lhe dá este caráter, pois ela está sempre enviando aos mercados e aos consumidores seus quanta de inovação, sejam eles da inovação do seu comportamento organizacional estratégico, como da inovação de atendimento das demandas dos mercados e dos consumidores. A partir destas considerações, podemos avançar e afirmar também que o fundamento e princípio básico até hoje aplicado como fundamento essencial dos sistemas produtivos dos calçados, ou seja, a linearidade sequencial das operações de produção - chamada linha de produção - destrói totalmente o fundamento da simultaneidade, impedindo também o comportamento quântico efetivo destes sistemas produtivos. O tempo alongado pela linearidade operacional dos sistemas produtivos hoje empregados restringe ao mínimo a emissão de quanta atendedores das necessidades dos mercados e consumidores. As estruturas produtivas das fábricas de hoje fazem com que estas estejam permanentemente correndo contra o tempo, e portanto, tenham uma pequena e quase remota capacidade de emitir quanta de atualidade dos calçados para os compradores e os mercados. A atualidade dos calçados quanto ao design, às cores e aos materiais de fabricação, é um fator quântico imprescindível para os mercados e para os consumidores. Podemos então, de modo mais claro e tangível,

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perceber a significativa diferença entre os fundamentos básicos existentes entre os sistemas produtivos fundamentados na sequencialidade operacional, hoje amplamente utilizado pelas fábricas de calçados, e os sistemas produtivos baseados na simultaneidade proposta para a Nova Fábrica de Calçados (NFC). Este distanciamento tecnológico-operacional torna inviável a utilização dos sistemas produtivos baseados na sequencialidade linear das operações de produção dos calçados. Deve-se sempre ter em nossas mentes que nada no nosso universo, e por consequência no nosso planeta chamado Terra, segue o fundamento da sequencialidade. A sequencialidade operacional introduz automaticamente uma perda de valor, ou seja, uma diminuição expressiva de quanta de valor dos calçados produzidos. Não há, portanto, a necessária inovação das estratégias competitivas da fábrica. Apresentadas estas considerações consolidadoras da importância vital da simultaneidade operacional para as fábricas de calçados, podemos também avançar na descrição dos fatores intrínsecos estruturadores destes sistemas produtivos serem os quanta de desejos e de aspirações individuais e coletivos manifestados pelos compradores de calçados, partículas de energia de satisfação e de desejos, as quais se difundem instantaneamente tanto nos ambientes de fabricação dos calçados, quanto nos espaços de aquisição e de consumo/uso dos calçados. Os quanta de desejos identificam-se por terem sua intensidade declinante, ou seja, suas manifestações de gerar desejos de aquisição têm um comportamento de minimização com o avanço do tempo, e vão enfraquecendo até desaparecerem. Nesta condição final, os calçados já não atraem mais os consumidores e os mercados, de modo que estes agentes de consumo passam a colocar barreiras pessoais crescentes para a sua aquisição, principalmente aquelas que se referem aos preços de aquisição dos calçados.

2 - Como a Nova Fábrica de Calçados (NFC) lida e opera os quanta Como já foi apresentado a partir do desenvolvimento deste texto, estes quanta se estruturam e consolidam na forma de informações definidoras das aspirações dos consumidores e dos mercados. Uma característica essencial destes quanta pessoais e coletivos é a sua ciclicidade - comportamento cíclico - da formação e de transmissão dos desejos de aquisição e de consumo dos calçados, que se estrutura com o avançar do tempo. Estes ciclos são sequenciais, com a característica de se desconsolidar e desaparecer, com o atendimento de satisfações e desejos de uso dos calçados adquiridos.

Encerrado este ciclo de atendimento de desejos e satisfações, estes quanta perdem a sua efetividade e desaparecem, sendo então substituídos imediatamente pela geração e difusão de novos e inéditos quanta de desejos e necessidades, tanto pessoais quanto coletivos, que deverão ser atendidos e satisfeitos pelas novas linhas de calçados e de serviços a eles agregados, oferecidos pelos fabricantes e, por extensão, pelos mercados de oferta de calçados. É neste ambiente de manifestações de desejos dos consumidores e dos mercados, a serem atendidos no tempo certo e com altos níveis de satisfação, pela oferta de novas e inéditas linhas de calçados, que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) opera e avança, buscando sua longevidade a partir da operação dos fundamentos da simultaneidade, baseados em uma visão quântica de operações de produção. É importante salientar, também, serem estes quanta representadores dos desejos pessoais, coletivos e dos mercados no seu todo, uma natureza e uma característica de descontinuidade. Ou seja, estes formam um fluxo de partículas de desejos que busca continuamente o atendimento das necessidades pessoais e coletivas dos usuários de calçados e dos mercados, de alta identidade com os desejos mais íntimos e consolidados destas partes interessadas compradoras dos calçados. Por outro lado, é importante também colocar que os fluxos de quanta, atendedores de necessidades e desejos dos compradores reais e potenciais, possuem a característica básica de se manifestarem simultaneamente em todos os ambientes onde os usuários de calçados estão. O tempo avança inexoravelmente e este fluxo de quanta sensibilizadores dos desejos dos consumidores enfraquece e desaparece, sendo substituído, com extrema rapidez, por um novo e diferenciado fluxo de quanta de atendimento de novas, inéditas e emergentes necessidades pessoais, mais amigáveis aos consumidores e aos mercados. Estas rápidas, descontínuas e dinâmicas mudanças de atendimentos de novos desejos, e consequentes novas necessidades de atendimento, geram rupturas no atendimento dos desejos dos consumidores e dos mercados. As novas ações de atendimento, uma vez estruturadas e formalizadas, formam, por descontinuidades, um novo fluxo de atendimento quântico das necessidades dos consumidores e dos mercados. O mais importante desta forma de compreender os mercados de consumo, baseada numa visão quântica, é a percepção da dinâmica e da estruturação dos desejos de consumir inerentes a estes, os quais, em virtude dos seus comportamentos quânticos, dão lugar a novas e inéditas expectativas, desejos e necessidades, que se consolidam instantaneamente, formando e fechando um

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novo ciclo de fundamentos de atendimento de desejos e de necessidades de consumo para a Nova Fábrica de Calçados (NFC). Isso representa dizer que uma nova mutação ou mudança quântica dos ambientes de consumo se desenvolveu pelo surgimento e sua difusão nos ambientes de consumo de inéditos quanta de necessidades e de desejos, sejam eles pessoais ou coletivos. É deste modo que se reestruturam e se reorganizam os mercados e os desejos dos consumidores sob uma visão quântica.

3 - Para mercados de comportamento quântico, as inovações das estratégias de competitividade devem considerar e dominar os fundamentos da complexidade destes mercados quânticos A Nova Fábrica de Calçados (NFC) sabe que deve se articular e estruturar estrategicamente pelo fundamento operacional da simultaneidade e, a partir desta diretriz, promover a inovação de suas estratégias de competitividade de modo contínuo, tornando cada vez mais efetiva a sua atuação e participação nos mercados, cujo comportamento é de ser crescentemente mais competitiva e de comportamento cada vez mais quântico. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), que se operacionaliza pela simultaneidade, adota um comportamento quântico para enfrentar vantajosamente os mercados de comportamento quântico. Porém, novas componentes passam a fazer parte da vida desta diferenciada e inédita produtora de calçados: a complexidade, que é certamente o fator mais difícil de ser percebido e de ser dominado pelos seus gestores e operadores. Como uma introdução ao tema da complexidade, é necessário chamar a atenção para uma tentativa organizacional desenvolvida e praticada até os dias de hoje, para fugir da complexidade que é inerente aos sistemas produtivos, particularmente os que se fundamentam pela simultaneidade operacional. O “pai” desta proposta foi Henri Ford, a partir da sua proposta de estruturação dos sistemas produtivos baseados em dois fundamentos básicos: a linearidade das operações produtivas e a sequencialidade destas operações de produção. O que Henri Ford, fundador da Ford Company, desejava com o sistema de linearidade sequencial era tornar as linhas de produção crescentemente produtivas, competitivas e descomplicadas, independentemente dos produtos a serem gerados. Para estas estruturas produtivas serem de grande efetividade, há uma necessidade básica e essencial: os produtos a serem produzidos devem ser o mais padronizado possível. Ford, portanto, iniciou a fabricação de automóveis

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onde todos eram extremamente iguais, inclusive na cor preta. Ao padronizar e inflexibilizar os sistemas produtivos, Henri Ford retirou destes sistemas produtivos sua condição de gerar e estruturar novas e inéditas estratégias de competitividade para a sua fábrica. Ele não levou em consideração que os mercados e consumidores cada vez mais desejariam produtos e serviços individualizados e diferenciados entre si. Os mercados começaram então a ter comportamentos quânticos, onde cada consumidor desejava ter um automóvel diferenciado, não somente na sua cor, mas também nas facilidades ofertadas ao motorista e os seus acompanhantes. Ford não imaginou que no futuro haveria um sistema global de comunicação geral e individual como a internet, capaz de promover e abrigar as individualidades e os desejos peculiares de cada pessoa ou consumidor. De uma forma mais compreensível, Henri Ford não pensou em tornar o seu negócio uma fábrica quântica, mas isso não identifica uma falha deste empreendedor, pois, na época de suas ações, a física quântica, o comportamento quântico dos mercados e a complexidade não eram temas que chegavam aos sistemas produtivos. A individualidade dos desejos humanos que hoje acontece é uma manifestação do caos e da complexidade, ou seja, vivemos em um mundo onde estes dois fatores são crescentes e não podemos fugir desta realidade. A compreensão do comportamento quântico dos negócios e das atividades empresariais permite-nos, portanto, entender, conviver e saber lidar com estes dois fatores anteriormente referidos. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) se alinha com a complexidade e o caos ordeiro estruturados pelos mercados onde ela atua e inova continuamente as suas estratégias de competitividade, alinhando esta competitividade com os ambientes dinâmicos de consumo de calçados e dos serviços a eles agregados. Esta postura continuamente inovativa indica que esta fábrica de calçados é uma fábrica quântica, que abraça a complexidade a partir do fundamento da simultaneidade operacional, diametralmente diferente e oposto ao sistema fordiano. Por outro lado, não devemos esquecer que as nossas atuais fábricas, na sua grande maioria, adotam sistemas de produção baseados no fundamento operacional da linearidade sequencial, que se contrapõem ao comportamento quântico de inovações contínuas de suas estratégias de competitividade. Os consumidores, e os mercados como um todo, desejam calçados materializadores dos seus gostos e desejos particulares. Os calçados e os sistemas produtivos devem, portanto, serem quânticos e incorporar os fundamentos da Diferenciação Individualizada e da Complexidade.

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Diferenciação Individualizada A inovação das estratégias de competitividade fundamentada na simultaneidade operacional deve promover e assegurar o fundamento essencial da diferenciação individualizada dos atendimentos dos consumidores e dos mercados. Somente uma fábrica quântica pode realizar e consolidar este fundamento, pois este comportamento torna as fábricas crescentemente competitivas e diferenciadas. Esta diferenciação é impulsionada pela inovação de suas estratégias competitivas. Complexidade

Entre estas competências essenciais estão: - A prática continuada e sistemática de sua Visão e de sua Missão; - O fortalecimento do fundamento da Simultaneidade; - A prática contínua da inovação de suas Estratégias Competitivas; - A maestria de atendimento dos compradores e consumidores dos seus Calçados e Serviços agregados; - A identificação continuada e permanente do Design dos calçados como uma competência essencial da fábrica para satisfazer e deslumbrar os consumidores e os mercados.

A complexidade e o caos dos ambientes de consumo conduzem fortemente a Nova Fábrica de Calçados (NFC) para o caminho da fábrica quântica, isto é, esta produtora de calçados é essencialmente uma Fábrica Não Linear, fugindo expressivamente da proposta de Henry Ford, proporcionando-lhe a facilidade de inovar as suas estratégias competitivas pela simultaneidade de suas operações. A estrutura interna não linear e de simultaneidade desta fábrica tem finalidades essenciais e únicas expressas pelas diretrizes e fundamentos descritas como o apresentado a seguir, fatores estes demonstradores do seu comportamento quântico:

III) Temos ainda uma margem de sobrevida atuando com base na sequencialidade operacional baseada em um fundamento newtoniano? Sobre o fundamento da Simultaneidade Operacional não pode existir qualquer dúvida da fábrica e principalmente nas suas lideranças. Os saudosistas do modelo linear sequencial sempre estarão alertas para destruir o fundamento da simultaneidade. A complexidade operacional deve estar presente na mente dos operadores da fábrica. O fundamento quântico da fábrica é a ferramenta mais poderosa para sepultar as “saudades” dos sistemas de produção lineares e sequencias.

I) Facilitar a captura de informações e a sua interpretação rápida e inteligente A estrutura interna da Nova Fábrica de Calçados (NFC) tem uma única e básica finalidade identificada como a de facilitar a captura de informações e a sua interpretação rápida e inteligente de modo a conduzir a fábrica permanentemente pelo caminho de sua sustentabilidade plena, identificadora de uma fábrica continuamente viva. Interpretar inteligentemente as informações geradas pelo meio ambiente onde a fábrica vive e opera é extrair das informações dos sinais que chegam ao meio ambiente onde esta fábrica de calçados opera, ou seja, o âmbito de fornecimento, o de consumo e os mercados. Este esforço e comportamento deve manter a fábrica em descrição permanentemente no seu rumo de sustentabilidade plena para perpetuar-se.

IV) Avalie como a nossa fábrica evoluiu nos últimos anos Avaliações sistematizadas mensais da simultaneidade operacional, do desempenho da fábrica, da evolução das estratégias competitivas da fábrica e do comportamento/crescimento da competitividade da fábrica devem ser desenvolvidos sistemática e disciplinadamente. Os resultados gerais e sistêmicos devem ser monitorados por indicadores com as suas respectivas metas.

II) Avaliar e desenvolver as chamadas Competências Centrais da Fábrica Para avançar neste tema, os gestores da fábrica em descrição devem considerar continuamente as competências essenciais centrais, ou seja, estas competências têm repetidamente demonstrado que a fábrica tem sido bem-sucedida ao longo do anos e sempre se mantém fiel a um conjunto de fundamentos que ela pratica muito bem.

Para todas estas considerações acima listadas, uma Sala de Gestão com um Painel de Resultados e de Monitoramento do Desempenho Competitivo da fábrica deve ser institucionalizado de modo físico, e Análises Críticas da Competitividade e dos Resultados Econômico-Financeiros da fábrica devem ser realizadas mensalmente com datas previamente definidas ao longo do ano.

Referência bibliográfica A Empresa Quântica. Autor: Clemente Nóbrega.

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ARTIGO Técnico

OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FILMES POLIMÉRICOS PARA FINS AGRÍCOLAS A PARTIR DE AMIDO E DE GELATINA EXTRAÍDA DE RESÍDUOS DE COURO CURTIDO AO CROMO Júlia Mascarello - Estudante de Engenharia Química, Universidade de Caxias do Sul Bianca Santinon ScopeI - Mestranda em Engenharia de Processos e Tecnologia, Universidade de Caxias do Sul Fabiane Mascarello - Professora de química na Escola Estadual de Ensino Médio São Rafael Camila Baldasso - Professora Drª da Universidade de Caxias do Sul Aline Dettmer - Professora da Drª Universidade de Caxias do Sul

Resumo Neste trabalho, gelatina extraída de resíduos de couro curtido ao cromo foi incorporada a amido de milho para a produção de filmes poliméricos por meio da técnica de casting. A caracterização do filme indicou que este possui baixo teor de cromo, solubilidade de 30%, gramatura de 207,74g/m² e espessura de 0,130mm. Quando aplicado como cobertura de solo na agricultura, mesmo que consideravelmente degradado no processo, o filme não provocou alteração do crescimento de mudas de rúcula se comparado a filme comercial de PE. Se enterrado, o filme produzido neste trabalho se apresenta degradado após oito semanas. Desta forma, além de recuperar um resíduo, criou-se um polímero com degradação mais rápida a ser utilizado para fins agrícolas.

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Introdução A indústria coureira tem importância histórica e econômica indiscutível. Em contrapartida, sabe-se que um de seus grandes problemas é o elevado volume de resíduos sólidos cromados gerados. Uma outra questão extensamente debatida na atualidade é a produção de polímeros derivados de fontes renováveis como a cana de açúcar, proteínas, peptídeos, ácidos nucleicos e amido como alternativa aos materiais poliméricos derivados do petróleo (BASTOS, 2007). A combinação de novas e diferentes fontes renováveis na produção de materiais poliméricos tem ganhando grande destaque, visto a sua qualidade e campo de aplicação (GÓMEZ-GUILLÉN et al., 2009). Entre essas combinações pode ser citada a de amido e gelatina (MALI, GROSSMAN, YAMASHITA, 2010). Sendo assim, a utilização de matéria-prima de fonte renovável (amido) juntamente com matéria-prima recuperada de RCCC (gelatina) na produção de filmes poliméricos configura uma alternativa aos polímeros derivados do petróleo. Esses filmes têm possível aplicação na agricultura, podendo ser empregados como cobertura de solo, também conhecida como mulches. Segundo Mali, Grossman, Yamashita (2010), a aplicação de mulches controla o aumento da temperatura do solo, a umidade e reduz o crescimento de ervas daninhas, permitindo melhor desenvolvimento do cultivo. Os filmes produzidos neste trabalho podem ser aplicados em plantações orgânicas, o que colaboraria para o ciclo sustentável das mesmas. Por serem oriundos de compostos biodegradáveis (gelatina e amido) e ricos em carbono e nitrogênio, os filmes podem ser misturados à terra após sua utilização, atuando como adubo para o meio.

Metodologia No processo de obtenção dos filmes poliméricos foram utilizados gelatina extraída de resíduo de couro curtido ao cromo (RCCC) e amido de milho. Para a extração de gelatina, o RCCC foi misturado a um alcalinizante (óxido de magnésio) e, posteriormente, submetido ao processo de hidrólise alcalina durante seis horas a 70°C. Para cada 100ml de RCCC, foram usados 500ml de água e 4g de óxido de magnésio. Após foi realizada a filtração a vácuo onde se obteve duas fases: a torta sólida e a gelatina em meio aquoso. Para a produção dos filmes, 8g de amido foram incorporados em 200ml de gelatina extraída de RCCC. Assim foi formada uma solução filmogênica então aquecida a 85°C (temperatura de gelatinização do amido). Após alcançar essa temperatura ela foi mantida por 10 minutos sob aquecimento e agitação, em seguida foi resfriada até a temperatura ambiente. Para o espalhamento dessa solução foi utilizada uma placa de vidro com dimensões de 30 X 30cm, que tinha cobertura de manta adesiva de politetrafluoretileno (PTFE) em toda a sua superfície para facilitar a posterior remoção do filme. O espalhamento foi realizado com um instrumento denominado espessímetro, que determinou a espessura do filme.

Caracterização dos filmes Para determinação do teor de cromo dos filmes, uma massa conhecida de filme foi digerida com ácido nítrico a 50% em banho-maria, em uma capela, a aproximadamente 90°C. Esse processo foi realizado até a solubilização completa do filme no líquido (aproximadamente três horas). Após o líquido foi filtrado para a separação de qualquer impureza existente e analisado de acordo com o Método 3111-B do Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (SMEWW) Método 3111-B. O teor de nitrogênio dos filmes, na forma de Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK) foi calculado a partir do teor de nitrogênio na gelatina. O teor de nitrogênio desta foi determinado pelo método macro Kjeldahl de acordo com Método 4500NorgB do SMEWW. Para o ensaio de solubilidade, amostras foram secas a 105°C até massa constante em estufa para determinação da sua massa seca inicial. Elas foram então imersas em 50ml de água agitadas por 24h a 80rpm a 25°C

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ARTIGO e novamente secas a 105°C até massa constante para determinação de sua massa seca final. O percentual de massa perdida corresponde à solubilidade do filme. A espessura dos filmes foi determinada com o uso de um medidor de espessura de camadas (Modelo 345, Elcometer), capaz de medir espessuras variáveis de 0 a 12.500 µm com precisão de 2,5 µm. A gramatura de cada filme foi determinada dividindo-se a massa pela área de três corpos de prova.

Degradação do filme em solo Nesse processo foram colocados dois vasos em ambiente propenso a qualquer fenômeno climático. Um desses era transparente e, em meio a terra existente nesse vaso, foi colocado um filme polimérico que havia sido produzido há cerca de 15 dias. No outro vaso, que não era transparente, foi colocado, além de terra, um filme, que também havia sido produzido há cerca de 15 dias, na superfície. Foram utilizados para haver uma melhor estabilidade palitos para fixação do filme na terra. Os filmes foram observados por oito semanas. No fim desse período pôde-se notar como o filme se comportou no meio, e a influência do clima no mesmo.

Utilização do filme como cobertura de solo Nesse processo, dois vasos foram colocados em ambiente propenso a qualquer fenômeno climático. Em um deles foi plantada rúcula e utilizado um polímero convencional como no sistema de mulch. No outro vaso foram colocadas também mudas de rúcula, mas com a cobertura do solo com o filme o polimérico desenvolvido nesse trabalho como sistema de mulch. Para uma melhor fixação na terra foram utilizados palitos para segurar o filme. Nos dois casos foi feito um pequeno buraco para a colocação das mudas, e houve a irrigação diária, natural (chuva) e artificial (com regador). Nesse processo foi observado como as mudas de rúcula e os polímeros se comportavam.

Resultados e discussão

Tabela 1 - Resultados obtidos para a caracterização dos filmes poliméricos de amido e de gelatina extraída de RCCC

Com relação ao teor de cromo nos filmes, em uma área igual a 1m² de terra seriam aplicados aproximadamente 200g de filme, ou seja, em torno de 0,57g de cromo. Segundo orientação da Embrapa (2007), o limite de cromo em fertilizantes é de 200mg/kg de fertilizante, e para o cultivo de hortaliças devem ser adicionados 200g de fertilizante para cada m² de terra. Assim, se o fertilizante possuir o teor limite de cromo, estará adicionado 40mg a 1m² de solo, 70 vezes mais que o filme aqui estudado. Vale ressaltar que o cromo trivalente presente nos filmes, quando em baixas quantidades, é um micronutriente. Além disso, o nitrogênio presente no filme também é adicionado ao solo, e funciona como nutriente para este.

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Degradação do filme em solo A Figura 1 apresenta o comportamento do filme aplicado sobre a terra ao longo das oito semanas de testes

Fig. 1 - Comportamento dos filmes poliméricos de amido e de gelatina extraída de RCCC quando aplicados sobre terra

Ao longo de oito semanas pôde-se observar uma grande degradação dos filmes. Nas primeiras quatro semanas eles se mostraram sem grandes mudanças aparentes. A partir da 5ª semana, o filme começou a passar por transformações, até mesmo o surgimento de fungos rosa, o que pode ter ocorrido devido à grande quantidade de chuva ocorrida naquela semana. Posteriormente, da 6ª semana até o fim da 8ª semana, houve uma grande degradação do filme. Percebe-se, então, que há uma forte ligação entre clima e comportamento do material. Com relação ao filme aplicado no meio da terra (enterrado), após oito semanas submetido às mesmas condições do filme colocado sobre a terra, este teve uma degradação total, não restando qualquer resíduo de filme. Resultado que permite posterior descarte deste no meio após utilização agrícola como boa alternativa.

Utilização do filme como cobertura de solo Após nove semanas de testes, o filme apresentou resultados muito similares quando comparados à cobertura de solo de um polímero convencional, com relação ao crescimento e desenvolvimento das rúculas. Percebeu-se maior degradação do filme polimérico sintetizado neste trabalho, enquanto o polímero convencional de polietileno permaneceu inalterado. Pode-se concluir que o polímero não influenciou no crescimento na muda, já que as duas cresceram de forma semelhante. Também que o filme teria maior adequação para hortaliças que cresçam em um menor tempo como, por exemplo, alface, visto que ele se degrada rapidamente. No meio de cultivo em estufa, devido à irrigação ser feita sob o filme, haveria uma degradação mais lenta devido ao menor impacto da água sobre o material e também consequente menor solubilização do filme.

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Fig. 2 - Comparação dos filmes poliméricos de amido e de gelatina extraída de RCCC (esquerda) com os comerciais de polietileno (direita) quando aplicados como cobertura de solo para o cultivo de rúculas

Considerações finais Conclui-se que é possível produzir filmes a partir de amido e de gelatina extraída de RCCC e obter bons resultados com estes quando aplicados na agricultura. Esse filme quando usado como cobertura de solo tem qualidades semelhantes aos convencionais quanto ao crescimento da muda. Porém, ele não se mantém íntegro por longos períodos de tempo, adequando-se melhor na produção de hortaliças de rápido desenvolvimento. Quanto ao seu descarte, diferentemente dos polímeros convencionais, ele pode ser misturado ao solo, e assim funciona como um fertilizando já que é rico em nitrogênio e possui um baixo teor de cromo.

Referências BASTOS, V. D. Biopolímeros e polímeros de matérias-primas renováveis alternativos aos petroquímicos. Revista BNDES, v. 14, n. 28, p. 201-234, 2007. EMBRAPA. Recomendações técnicas para o cultivo de hortaliças em agricultura familiar. Brasília-DF, 2007. GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. et al. Fish gelatin: a renewable material for developing active biodegradable films. Trends in Food Science & Technology, v. 20, n. 1, p. 3-16, 2009. ISSN 09242244. MALI, S.; GROSSMANN, M. V. E.; YAMASHITA, F. Filmes de amido: produção, propriedades e potencial de utilização. Semina: Ciências Agrárias, v. 31, n. 1, p. 137-156, 2010.

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A ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 101 ABRAMEQ 51 3594.2232 www.abrameq.com.br pág. 18 AÇOREAL 51 3598.1155 www.acoreal.com.br pág. 52 ADERE 0800 7012903 www.adere.com pág. 63 AMAZONAS 16 3111.1600 www.amazonas.com.br pág. 21 ARTEFLEX 0300 2102500 www.arteflex.com.br pág. 20 ASSINTECAL 51 3584.5200 www.assintecal.org.br pág. 65 B BOXFLEX 51 3598.8200 www.boxflex.com.br pág. 02 C CIFA FIOS E LINHAS 19 3808.7777 www.cifafioselinhas.com.br pág. 67 CLASON 51 3587.2233 www.clason.com.br pág. 19 COLORGRAF 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 79 COMELZ 51 3587.9747 www.comelz.com pág. 07 CONFORTO AGORA É MODA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 43

I INDUMA 47 3411.0055 www.induma.com.br pág. 54 ISA TECNOLOGIA 51 3595.4586 www.isatecnologia.com pág. 55 K KILLING 51 3586.8110 www.killing.com.br pág. 56 KYOODAI STUDIO 51 3590.8662 www.kyoodai.art.br pág. 95 L LAB. MICROBIOLOGIA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 114 LAB. SUB. RESTRITIVAS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 113 LASER 51 3525.2139 www.lasernh.com.br pág. 17 LINHANYL 15 4009.8700 www.linhanyl.com.br pág. 34 LOUCURA POR SAPATOS 51 3584.7200 www.feiraloucuraporsapatos.com.br pág. 25 M MAQUETEC 51 3524.8033 www.maquetec.com.br pág. 15 METAL COAT 19 3936.8066 www.metalcoat.com.br pág. 05 MORBACH 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 70

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O ORISOL 51 3036.4774 www.orisol.com.br pág. 29 OTB 16 3722.8302 www.otbpen.com.br pág. 31

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P PALMIARTE 51 3587.3722 www.palmiarte.com.br pág. 27 PARCEIROS BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 88 POLLIBOX 51 3587.3502 www.pollibox.com.br pág. 02 PROAMB 54 3085.8700 www.proamb.com.br pág. 23

F FCC 51 2129.2200 www.fcc.com.br pág. 33 FEEVALE 51 3586.8800 www.feevale.br pág. 109 FGV 51 3065.6437 www.fgvrs.com.br pág. 14 FIMEC 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 77 FISP 11 5585.4355 www.fispvirtual.com.br pág. 81 FLEXNYL 15 3414.1300 www.flexnyl.com.br pág. 34 FOAMTECH 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 116 FRANCAL 11 2226.3100 www.francal.com.br pág. 82 G GUIA ASSOCIADOS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 102

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R RHODIA 11 3741.7733 www.rhodia.com.br pág. 115 S SEINCC 48 3265.2529 www.sincasjb.com.br pág. 94 SICC 51 3593.7889 www.sicc.com.br pág. 87 SIMPÓSIO BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 80 STICKFRAN 16 3712.0450 www.stickfran.com.br pág. 10 U UNDERCORP 51 3036.6080 www.undercorp.com.br pág. 69

ENTIDADES DO SETOR ABECCA (51) 3587.4889 ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 FEIRAS DO SETOR BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FASHION SHOES (16) 3712.0422 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FICANN (11) 3897.6100 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 PREVENSUL (51) 2131.0400 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889

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OPINIÃO Colunista À beira do precipício

Rogério da Cruz Carvalho

Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br

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ode parecer pesado o título utilizado neste artigo, mas creio que em poucas palavras foi a melhor solução para definir o momento em que vivemos. Estamos em meio a uma das mais graves crises econômicas que já se viveu neste país e, sem dúvida alguma, a maior deste século. Para se somar à crise econômica, temos ainda uma crise política que vem se arrastando há mais de um ano sem quaisquer perspectivas de melhora. Como consequência, temos a perda de confiança da sociedade nas estruturas e instituições. Em um resumo, há na sociedade uma generalização da ideia de que os órgãos públicos são por natureza corruptos e as instituições estão em frangalhos. Quanto às instituições estarem em frangalhos, isto é fato, visto que os órgãos ambientais e a estrutura de gestão e fiscalização em todo o País foram, em sua maioria, aparelhados e transformados em cabides de empregos por indicação. Sem recursos humanos e financeiros, estes deixaram há muito tempo de ser os organismos de referência, inclusive em nível mundial, que já foram um dia. São poucas as instituições que ainda se sobressaem positivamente no mar de lama que vemos se espa-

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lhar pelo Brasil afora, e não graças ao Estado, mas sim ao profissionalismo e dedicação de funcionários públicos dignos e honrados, que com esforço sobre-humano conseguem fazer com que a máquina, muitas vezes burocrática ou tecnocrata, se movimente, tanto com o objetivo final de conceder uma licença ou aplicar uma multa, quanto ainda na atividade de orientar o público. Dias atrás tive uma surpresa. Ao escrever a um setor do Ibama em busca de esclarecimentos a algumas dúvidas, tive por parte do órgão uma resposta extremamente clara, objetiva e rápida, orientando como fazer para que os documentos seguissem o seu trâmite de forma ágil e rápida. Desta forma, percebemos que mesmo estando à beira de um precipício, há esperança naqueles homens e mulheres dignos, que honram seus salários e o profissionalismo público, entendendo que os funcionários públicos são na verdade empregados de todos os cidadãos e não de si próprios, pois o dinheiro que paga seus salários é o dinheiro de todos nós. Pois, ao contrário da iniciativa privada, o Estado não gera riqueza e sobrevive de impostos. Portanto, não existe aquele comumente conhecido como “dinheiro público”. O que paga os serviços de todos os funcionários do estado e os políticos é dinheiro pagos por cada um de nós.

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FECURT ENFATIZA A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

na formação profissional A

39ª Fecurt - Feiras de Ciência e Mostra Tecnológica, realizada pelo IST Couro e Meio Ambiente, apresentou durante o XXXIII Congresso da IUTCS trabalhos de pesquisas realizados pelos alunos do curso técnico de curtimento da Escola de Curtimento Senai, de Estância Velha/RS. Foram 10 trabalhos expostos, e a união ao maior evento internacional dos técnicos em curtimento oportunizou não só a divulgação da feira, mas evidenciou aos participantes a alta relevância da pesquisa na formação dos profissionais do setor. Dos 10 trabalhos apresentado, três conquistaram premiação. O Prêmio Destaque foi para o Estudo preliminar da

eficiência do processo de desencalagem com o uso de hexametafosfato de sódio, realizado pelos estudantes Adriéli Henz da Silva, Djenifer Micaela Backes e Luiz Henrique Boeni . O trabalho intitulado Utilização da espécie Eisenia sp como bioindicadora da contaminação de cromo o solo, que teve como autores Davi Felipe Kray Silva, Claudio Engelmann e Josué Isaias Schons recebeu o Prêmio de Pesquisa Aplicada/Desenvolvimento Experimental. Na categoria Inovação Tecnológica na Área de Processo, os vencedores foram os estudantes Denner Luca Pinto, Daniel Dal Bello e Fabiano Mallmann, autores do trabalho Influência de lodo de curtume no desenvolvimento de Eruca Sativa (rúcula).

Outras pesquisas apresentadas durante a mostra - Utilização de enzima e comparação de performance no artigo estofamento (I Proc.) Autores: Rafael Noetzold e Henri Moreira Nogueira Orientadores: Felipe Santarini a Gerusa Giacomolli - Aplicação de técnicas de acabamento em geral em superfície de couros Autora: Alessandra Schneider Lumertz Orientadoras: Gerusa Giacomolli e Tatiana Link - Avaliação da toxicidade do processo de curtimento ao cromo e ao tanino utilizando Allium cepa como organismo bioindicador Autores: Jackson Cardoso e Tuane Oliveira Orientador: Horst Mitteregger Júnior - Atuação das enzimas nos processos de ribeira (I Proc.) Autores: André Rogério da Silva, Carlos Viníccius Mendes Vieira de Lima e Vitor Guilherme Fogaça Orientadores: Horst Mittereger Júnior e Antônio Pederzolli - Gerando Energia com Efluentes (PA) Autores: Ediley Pimenta Evangelista, Fabio Araujo dos Santos e Wesley Dall da Silva Orientador: Antônio Pederzolli - Estudo preliminar de reaproveitamento de água em curtumes Autora: Caroline Finkler Orientadores: Antônio Pederzolli e Janete Schneider - Estudo da dessanilização de águas Autoras: Jênifer Pohl Pires e Juliana Cristina Mees Orientadores: Antônio Pederzolli e Janete Schneider

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Estudo preliminar da eficiência do processo de desencalagem com o uso de hexametafosfato de sódio Autores: Adriéli Henz da Silva, Djenifer Micaela Backes e Luiz Henrique Boeni Orientadores: Antônio Pederzolli, Janete Schneider - Vencedor do Prêmio Destaque

Utilização da espécie Eisenia sp como bioindicadora da contaminação de cromo no solo Autores: Davi Felipe Kray Silva, Claudio Engelmann, Josué Isaias Schons Orientador: Horst MittereggerJúnior - Vencedor do Prêmio de Pesquisa Aplicada/Desenvolvimento experimental

Influência de lodo de curtume no desenvolvimento de Eruca sativa (rúcula) Autores: Denner Luca Pinto, Daniel Dal Bello, Fabiano Mallmann

Resumo Um estudo preliminar foi realizado para demonstrar a diferença entre dois reagentes desencalantes - o convencional Sulfato de amônio e o Hexametafosfato de sódio, conhecido particularmente por limpar a água de caldeiras. Já que o segundo produto mencionado não possui amônio em sua composição, convém dizer que ele é menos poluente, de fácil tratamento e não causa risco aos trabalhadores que o utilizam diariamente se comparado ao Sulfato de amônio. Um alvo de importância atualmente é a sustentabilidade, e por ela todos os processos devem sofrer melhoria constante, para garantir a total qualidade

do couro. Sendo assim, realizaram-se distintos processos de desencalagem com ambos os reagentes, e foi extraída uma quantia ideal de pele e banho para efetuar as análises de teor de cálcio, DQO e NTK dos dois processos. Através dos resultados obtidos, pode-se dizer que o Hexametafosfato de sódio superou as expectativas ao apresentar melhor resultado que o desencalante comum. Os estudos com o reagente citado irão continuar, pois o desejo futuramente é igualar os dois desencalantes se tratando de quantia ofertada, já que na prática foram ofertadas quantias distintas, este dado pode ser visto na metodologia do projeto.

Resumo A geração de resíduos sólidos contaminados com cromo oriundos da produção de couros pelos curtumes tem sido identificado como um elemento poluente do solo e da água, estando sua origem associada a depósitos de couro e ao lodo retirado de Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) descartado de maneira ilegal. Com o objetivo de avaliar a biodisponibilidade deste mineral em organismos que habitam o solo, o trabalho realizado utilizou minhocas da espécie Eisenia sp como bioindicadora de contaminação de cromo. Os testes foram conduzidos utilizando diferentes amostras de solo não contaminado, misturados ao lodo de curtume. Três composteiras foram dispostas nas concentrações de 50%, 75%,

100% e um grupo controle apenas com solo de cultivo. Estes foram acompanhados durante 30 dias, sendo realizada verificação semanal da temperatura e da umidade. As análises realizadas tiveram por base a determinação de cromo por absorção atômica (base seca e úmida) no solo e nas minhocas expostas às condições do teste. Os resultados obtidos evidenciam a correlação entre o aumento da concentração de cromo no solo e o encontrado nas minhocas. Estes resultados permitem demonstrar a importância do uso de Eisenia sp como um importante bioindicador de solos contaminados com cromo e os riscos deste elemento para os diferentes organismos que compõem sua cadeia trófica.

Resumo Para este projeto foi utilizado lodo de curtume de decantação primária oriundo de processos de recurtimento e acabamento. Foram semeadas quatro sementes de Eruca sativa (rúcula) em caixas contendo diferentes misturas de lodo e solo.

Ao fim do experimento foram tabulados os dados coletados visando à avaliação de características como taxa de germinação, velocidade de crescimento e altura das mudas, bem como presença de possíveis efeitos fitotóxicos.

Orientador: Filipe Santarini - Vencedor do Prêmio Inovação Tecnológica na Área de Processo

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COLUNAS proamb

feevale

Toxicidade de efluentes sanitários e industriais

Ciência e tecnologia em parceria

Adilson da Costa

Prof. Dr. João Alcione Figueiredo

Consultor Técnico

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ara especialistas da área e empresas que já têm determinado na sua Licença de Operação a redução de toxicidade de seus efluentes antes do lançamento em águas superficiais, este é considerado o “O ano da Toxicidade”. Desde a publicação da Resolução Consema nº 129/2006, que definiu critérios e padrões de emissões para toxicidade de efluentes líquidos industriais lançados em águas superficiais no RS, pouco se tem feito em busca do atendimento a essa norma. Ao contrário, com argumentos variados, como por exemplo, dificuldade de interpretação, falta de profissionais qualificados e alto custo necessários para adequar o sistema de tratamento de efluentes, essa norma teve seu prazo de atendimento prorrogado. Toxicidade refere-se à capacidade de determinada substância, produto ou conjunto de substâncias de provocar efeitos danosos aos organismos com os quais entra em contato. Estes efeitos podem ser desde alterações comportamentais, alteração de crescimento ou reprodução, até a morte dos organismos (ARENZON, 2011). De forma simplificada, o efluente industrial - quando lançado em corpo hídrico superficial no RS - não pode causar nenhum efeito deletério a organismos presentes nessas águas. Devem ser testados através de espécies especificas de peixes, microcrustáceos, algas ou bactérias. Os sistemas de tratamento de efluentes, em sua grande maioria, não foram projetados para tamanha eficiência. O método de investigação de toxicidade em efluentes determinado pela EPA - Agência de Proteção Ambiental dos EUA - é, na maioria das vezes, bastante significativo em tempo e custo, sendo aumentado quando se fazem necessárias adequações nos sistemas. Soma-se a isso um ano de ajuste econômico, com perdas de faturamento, agregar custos de produção na área de meio ambiente, com certeza, não será encarado de forma natural pelas indústrias que se organizam para pedir progressão de prazo mais uma vez. O posicionamento do órgão estadual de Meio Ambiente é pelo cumprimento integral da legislação. Para quem ainda não consegue cumprir a resolução, uma saída para o momento é fazer a parte investigativa do problema para ter a real dimensão do trabalho a ser realizado. Essa medida poderá evitar multas ambientais que não ajudariam em nada o momento atual das empresas do RS.

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Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Prof. Me. Karim Filho

Assessor de Iniciação Científica

Prof.ª Dr.ª Rosemari Martins

Assessora de Pós-graduação Stricto Sensu

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esquisas científicas, promovidas por meio de parcerias entre instituições de ensino superior, empresas e setor público, alavancadas pelo conhecimento, vêm impulsionando a economia mundial através da inovação e da geração de novas tecnologias. Nesse contexto, na Universidade Feevale, a pesquisa e o ensino são desenvolvidos para articular as perspectivas científica e tecnológica a demandas regionais, como as do setor coureiro-calçadista, que necessita de profissionais competentes para desenvolverem conhecimentos e tecnologias inovadoras, para aumentar a competitividade do Vale do Sinos no cenário econômico internacional. Para suprir a demanda de profissionais com caráter indisciplinar e investigativo, a Feevale oferece, na graduação, os cursos de Engenharia Química, Engenharia da Produção, Design, Moda e Tecnologia em Gestão Ambiental. E, na Pesquisa e na Pós-graduação, busca contribuir para o desenvolvimento regional sustentável por meio de pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa em Materiais e Tecnologia Aplicados ao Setor do Couro em parceria com os setores público e privado e do curso de Mestrado Profissional em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais. Atualmente, estão sendo desenvolvidos os projetos Desenvolvimento de material têxtil com propriedades contra vetores domésticos e o Estudo de Distintos Processos de Curtimento: alternativa para minimizar o impacto ambiental, que, através da parceria com empresas, geram conhecimento e inovação. A Universidade Feevale aposta no desenvolvimento regional a partir do fortalecimento de grupos e linhas de pesquisa, da oferta de diferentes cursos de graduação e pós-graduação e da aproximação com as empresas, para enfrentar organicamente os problemas técnicos, científicos e de produção, buscando soluções inovadoras.

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