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MUITO MAIS DO QUE AVALIAÇÕES BIOMECÂNICAS O IBTeC tem no enunciado de sua Visão e Missão como negócio ser referência e diferenciação em soluções tecnológicas para a indústria brasileira, em especial do setor coureiro-calçadista, e sempre fomos inquietos e incansáveis nessa busca que é contínua. Nesta edição, acompanharemos o teste exclusivo e inédito no Brasil realizado pela revista Go Outside em parceria com o instituto para a identificação de performance e tecnologia de calçados esportivos, tendo como base dois testes funcionais - um referente ao nível de absorção do impacto e outro para medir a distribuição da pressão plantar, além de outra avaliação: a percepção de calce por parte dos atletas participantes. Foram 32 pares de tênis de corrida classificados em cinco categorias, cada um sendo testado por oito diferentes atletas no laboratório de Biomecânica do IBTeC. Os resultados obtidos servem de base para avaliação e busca de soluções para toda cadeia produtiva, que poderá através dos dados obtidos inspirar seu planejamento de pesquisa e engenharia de produtos. Toda esta riqueza de informações gerada por este grandioso e gratificante projeto também alcança o consumidor final através da Go Outside. Projetos como esse nos enchem de orgulho e de um sentimento maravilhoso, não de dever cumprido, pois nossa busca é incessante, mas de termos a convicção de que estamos trilhando o caminho certo e honrando os compromissos assumidos em nossos propósitos. Sabermos que servir de referência em soluções e diferenciações de tecnologia não faz apenas parte da nossa Visão e Missão, mas é a maneira como somos vistos e reconhecidos enquanto instituição, sendo ainda a prova maior destes fatos. Saber que conseguimos de maneira quase que perfeita atender e superar as expectativas a nós impostas apenas aumentam nosso desejo de servir e nos aprimorarmos ainda mais. Boa leitura a todos, contem com o IBTeC para suas demandas de hoje e tenham certeza de que estaremos prontos também para o amanhã.
Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo
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MERCADO Setor mostra seus lançamentos
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EXPEDIENTE
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AGENDA
REPORTAGEM 32 tênis esportivos são testados
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COLUNA
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NOTAS
INSTITUCIONAL É preciso adaptar-se à era digital TECNOLOGIA Projetos Basf em cocriação
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OPINIÃO
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Agosto FETECC 1, 2 e 3 Juazeiro do Norte/CE www.femicc.com.br
Outubro FISP 3, 4 e 5 São Paulo/SP www.fispvirtual.com.br
2019 Janeiro COUROMODA 14, 15, 16 e 17 São Paulo/SP www.couromoda.com
FEMICC 1, 2 e 3 Juazeiro do Norte/CE www.femicc.com.br
FIRE SHOW - INTER.FAIR 3, 4 e 5 São Paulo/SP www.fireshow.com.br
INSPIRAMAIS 15 e 16 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br
Setembro SEMANA DO CALÇADO 23 a 27 Novo Hamburgo/RS www.semanadocalcado.com.br
Novembro ZERO GRAU 19, 20 e 21 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br
Fevereiro 40 GRAUS 4, 5 e 6 João Pessoa/PB www.feira40graus.com.br
Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.
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COURO
ornecendo matéria-prima para indústrias dos setores calçadista, moveleiro, gráfico e de artefatos, a Brascouro se destaca por reciclar o farelo de couro gerado pelos curtumes na etapa da rebaixadeira. Com clientes em regiões como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiânia, Rio de Janeiro e Pernambuco, a empresa se orgulha por transformar os resíduos que seriam destinados a aterros em um componente mais sustentável para a criação de novos bens de consumo. O diretor André Klein assegura que o material é 100% oriundo dessas aparas, inclusive com a reutilização das próprias aparas e do lodo gerado durante o processamento, evitando também o desperdício de água. “Utilizamos o que poderia ser considerado o resto dos restos, com os quais construímos um material ainda mais resistente, ambientalmente correto e com apelo visual”, pontua Klein. Atualmente cinco curtumes gaúchos fornecem as aparas de couros no estágio wetblue. O resultado desse processo são placas com o comprimento padrão de 1,15m X 0,85m ou bobinas com o tamanho de 1,40m X 20m, mas a empresa pode produzir o material com dimensões maiores caso isto
seja uma necessidade do cliente. Klein salienta que a partir dessa nova matéria-prima são produzidos vários produtos, como etiqueta de roupas, palmilha, vira, contraforte, fachete, revestimento de móveis, capa de agenda, cinto, carteira e artefatos artesanais. O padrão de coloração é cru, preto e café, mas podem ser oferecidas outras tonalidades bem como texturas e estamparia diferenciadas. FOTO LUÍS VIEIRA
reaproveitado F
Maquetec recebe Prêmio Exportação 2018
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o dia 7 de junho foram conhecidos os vencedores do Prêmio Exportação RS 2018. Ao todo, 55 empresas receberam distinções durante cerimônia a realizada na capital gaúcha Porto Alegre. A premiação tem categorias quantitativa, com base em dados de exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e qualitativa, definida a partir de indicações de 18 entidades ligadas ao cenário exportador gaúcho. No setor Pequeno Desbravador Interna-
cional, a vencedora foi a Maquetec do Brasil, empresa associada à Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq). O prêmio foi recebido pelo diretor da empresa, Gerson Luiz Lorscheitter. A Maquetec do Brasil iniciou sua trajetória no mercado calçadista em 1993, fornecendo equipamentos de apoio para pintura de saltos e solados, baseando-se no princípio de inovar para competir. Em 2000, passou a desenvolver
máquinas especiais, oferecendo soluções práticas e inteligentes para a montagem de uma linha de produção eficiente, econômica e tecnológica, proporcionando a confecção de saltos e solados pintados e facetados com design diferenciado, seguindo as últimas tendências do mercado da moda. Atualmente, inova em vários setores como os de brindes, frascarias e confecções, sendo reconhecida como especialista em tecnologia para a colocação de imagens em peças irregulares e regulares.
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SISTEMA AMBIENTALMENTE CORRETO
para preenchimento A
to clara, quase branco. “Com essa vantagem, se pode aplicar cores muito vivas sobre o couro tratado”, explica.
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Silva Team, que oferece soluções para a indústria de curtume, desenvolveu um sistema especial para a etapa de preenchimento, cujo diferencial é o controle do uso de metais e a não utilização de gelatanaldeido em couros produzidos para estofamento automotivo e também para a fabricação de calçados e artefatos. O gerente industrial, Carlos Kiefer, conta que a mudança na composição se deu pela introdução de uma base ormutan PAP, que é um extrato vegetal de origem gelática extraído de nós de gala. “Hoje, em torno de 90% da produção é com este sistema, que tem apresentado resultados muito bons, tanto com relação à preservação do meio ambiente, quanto na qualidade da matéria-prima”, assegura o gerente. Já o responsável técnico, Lorenzo Tiburzio, salienta que a troca não prejudica as propriedades mecânicas do couro e, inclusive, proporciona maior solidez à luz e ao calor, em uma cor mui-
Palmilhas e forros feitos com PET Trisoft traz para a indústria de calçados opções de palmilhas e forro agulhado, fabricados a partir de fibras de garrafa PET. As vantagens que ambos oferecem ao setor são a alta performance na durabilidade, são 100% laváveis, não possuem aditivos e colas, não absorvem humidade facilitando a secagem e a eliminação de odores após o uso do calçado. O portfólio Trisoft disponibiliza ao mercado algumas opções de agulhados, que podem ser costurados ou não: agulhado estruturado termofixado, agulhado costurado zig zag termofixado, agulhado termofixado, agulhado semiestruturado, agulhado semiestruturado com micro costura termofixado e agulhado
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termoprensado. Para o setor de esportes as palmilhas oferecem bastante autonomia e alcançam até 50 mil flexões. Além disso são leves otimizando a performance de maratonistas, por exemplo. Não possuem resina na composição, não esfarelam, não deterioram e não permitem a proliferação de fungos e bactérias. São produzidas por um processo exclusivo de fusão termomecânico, conferindo ao produto maior maleabilidade e moldabilidade. A empresa disponibiliza três versões patenteadas: Palmilha Trisoft, Palmilha Premium, Palmilha com EVA e a Palmilha com Espuma PU. Os produtos da companhia, de um modo geral, auxiliam na estrutura do cal-
çado, proporcionam resistência mecânica, corpo e leveza e têm alta resistência ao rasgo. FOTO DIVULGAÇÃO
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PRODUTOS INOVADORES PARA
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pressiva. A receptividade dos nossos produtos no mercado estrangeiro foi rápida porque trabalhamos com tecnologias inovadoras”, destaca o diretor comercial, Marcelo Garcia.
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tilizar a tecnologia na busca por produtos inovadores e de alta performance, com potencial de exportação, é uma das metas da FCC. Desde 2016, a indústria investiu mais de R$ 32 milhões em pesquisa e desenvolvimento para suprir as necessidades do setor coureiro-calçadista. Esse investimento contribuiu para que em 2017 a empresa expandisse no cenário internacional, com uma receita total de US$ 20 milhões, o que representa um crescimento de 22% em relação a 2016.
Prêmio Exportação RS Como resultado desta cultura exportadora, a FCC foi premiada na categoria Destaque setorial - Químico do 46º Prêmio Exportação RS, que reconhece os líderes no segmento exportador gaúcho. “É o resultado de um crescimento sólido no mercado de exportação, principalmente quando consideramos que há seis anos nossa renda proveniente dele era inex-
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ACABAMENTO EM
Brisa atua na produção de embalagens impressas em offset, especialmente no mercado de caixas individuais, sacolas de papel e caixas rígidas, atendendo os setores calçadista, eletrônico, metal, varejo e alimentício, além de projetos específicos. Paula Müller e Susan Tomasi, ambas do setor comercial para o mercado interno, destacam que a empresa foca na personalização de produtos e inovou com o desenvolvimento de caixas rígidas com o diferencial de serem forradas, o que agrega ainda mais valor pelo alto padrão no acabamento. Outros destaques em acabamento são hot stamping (método não poluente de impressão em litografia em que lâminas ou tintas pré-aquecidas são transferidas para alguma superfície em altas temperaturas), gofragem (caracterizado por apresentar alto ou baixo relevo, a fim de imitar madeira, couro, tecido ou outra textura) e bopp (um filme sobreposto que proporciona um acabamento brilhoso ou fosco). Com a consciência de que a preocupação não deve se limitar ao visual dos produtos que desenvolve, a Brisa trabalha com produtos certificados. Enquanto o selo Carbono Neutro
a reconhece como uma empresa amiga do meio ambiente por práticas para reduzir a pegada de carbono, o selo FSC (Forest Stewardship Council - Conselho de Manejo Florestal) promove o conceito de produtos oriundos de recursos de reflorestamento. FOTOS LUÍS VIEIRA
embalagens A
Apliques em PVC
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endo a criatividade e o bom gosto para criar as suas coleções, a Moltec se especializou na fabricação de paetês que servem como base para a produção de enfeites e acessórios. A sócia gerente, Mary Figueiredo, conta que a principal matéria-prima utilizada é o PVC, com o qual são desenvolvidos desde tiras e enfeites até revestimentos para cabedal. Ela também destaca que das
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sobras é criada uma segunda linha de produtos, evitando com isso o desperdício de material. A empresa está no mercado há 17 anos, e desde a fundação é fornecedora para o setor calçadista. “Hoje, dentre todos os segmentos da moda em que atuamos, 20% das nossas criações são destinadas para o setor de calçados. O restante é absorvido por indústrias de vestuário, artefatos, bijuterias e moda praia”, explica.
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CABEDAIS E REVESTIMENTOS PARA
calçados e artefatos A
com cores mais intensas e quentes como amarelo, laranja e pink. Texturas como cobra, verniz, flotters e napas despontam na coleção.
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Caimi & Liaison é uma empresa de revestimentos que atende o mercado com três canais diferentes de venda, o que possibilita identificar a melhor oportunidade de negócio para cada cliente. Enquanto a distribuidora atende as demandas de quem procura abastecimento em pronta entrega, a indústria é focada em desenvolvimentos exclusivos, sejam elas de cores ou produtos, de acordo com a necessidade de cada fabricante ou lojista, além de manter os estoques reguladores. Já a trading é a extensão dos seus negócios ligados diretamente ás necessidades de importações. Segundo o representante comercial Rose Ritter no segmento de calçados a especialidade é trabalhar com laminados sintéticos em PU para cabedais e forros, com criações feitas a partir de pesquisas no mercado europeu. Rose divulga que dentre as grandes apostas no que se refere a cores, o vermelho e alguns tons vintage como azul claro e verde água estão muito presentes, dividindo espaço
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ARTIGOS
sem ftalatos P
roduzir artigos orientados pela gestão das substâncias restritivas é uma meta cada vez mais presente no setor de desenvolvimento da Colorgraf. Nesta pegada a empresa desenvolveu três novos produtos livres de ftalatos. Iolanda Luise Lonsing, profissional do setor de vendas para o mercado interno, explica que esta é uma das substâncias de uso controlado listada nas principais regulamentações mundiais, e que tem sido retirada do mercado devido aos problemas que poderia causar à saúde humana ou ao meio ambiente. Um desses artigos é a linha de etiquetas 3D metalizadas, feitas em PVC, que são termoadesivas e podem ser utilizadas tanto por marcas de calçados, bolsas e artefatos quanto por grifes de roupas. Ainda neste nicho de etiquetas para as indústrias calçadistas e de confecções, a fornecedora apresenta opções em gel que são aplicadas por costura ou adesivo. Feitas em PVC transparente sob um fundo texturizado com impressão
offset, têm o seu interior preenchido com líquidos coloridos com ou sem glitter. Outro produto em PVC livre de ftalato é uma capa para saltos em 3D, que é apresentada em tons de ouro, prata, bronze, rosê, cobre, grafite com opção para intercalar o metalizado com impressão serigráfica colorida.
Desenvolvimentos próprios para a moda
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á mais de 20 anos, a Comlasa atua no mercado fornecendo coleções baseadas nas tendên-
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cias de moda e pesquisas em fontes reconhecidas internacionalmente. Tendo como foco os setores de calçados, confecção e decoração, destacase por sua visão artística para o desenvolvimento de artigos, personalizados e exclusivos na área de estamparia. A gerente comercial Sara Rauber e a representante Denielle Cicolella destacam que a empresa é reconhecida pela criatividade, qualidade, atendimento e credibilidade junto aos clientes para os quais desenvolve tecidos diferenciados, dentre as opções oferece uma gama de produtos inclusive com acabamentos rústicos como ráfias, jutas e tramados, que estão em crescente evidência. Sob este
aspecto, oferece linhos em diferentes materiais, como algodão onde o lurex são um atrativo à parte. “Também disponibilizamos ao mercado lenços, laços e cadarços com desenvolvimentos exclusivos com a marca do cliente, além de telas de poliéster”, sublinham as profissionais. Atualmente, em torno de 70% dos artigos comercializados pela empresa têm como destino o segmento de calçados e bolsas. Os outros 30% são para confecções e decoração. A atual coleção traz muitas listras, xadrezes, florais tropicais, poás em preto e branco ou nude e branco e todo o portfólio é com desenvolvimentos e criações próprios.
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PALMILHAS COM TECNOLOGIA
lançada pela Nasa A
também para equipamentos esportivos de alta performance”, salienta o gestor Jonas Nascimento.
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tuar de forma inovadora, com responsabilidade social e ambiental na fabricação de produtos em poliuretano adequados as necessidades dos clientes é objetivo da Techpur, que vem ganhando espaço e reconhecimento como sinônimo de inovação e comprometimento. Prova disso é a conquista do Selo Esta Empresa Investe em Tecnologia do Conforto, conferido pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), num processo auferido através de laudos técnicos. Neste compromisso de levar ao consumidor o conforto e bem-estar durante o uso do calçado, a empresa desenvolveu palmilhas a partir de matéria-prima visco-elástica, a partir de tecnologia lançada pela Nasa, cujo resultado é uma palmilha de amortecimento que se molda ao formato do pé. “Não se trata de um PU normal desses usados para o amortecimento do impacto ao caminhar. É um sistema ainda mais desenvolvido, próprio para calçados do dia a dia e
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FAZENDO O MELHOR
em cada detalhe B
Textura invertida
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uscando estar em constante atualização a Britânnia materializa tendências em produtos com bom gosto, técnica e tecnologia. No amplo portfólio desfilam tradição, modernidade estilo e inspiração que a tornam referência para grandes marcas no Brasil e no exterior. Entre fitas elásticas e rígidas um destaque para os materiais listrados, alguns inclusive com aspecto artesanal, bem como as opções em tressê, em que as fitas são tramadas em cabedais para calçados e bolsas. Lourrainy Moreira, do setor comercial, conta que na busca de fazer o melhor em cada detalhe, a empresa também trabalha em parceria com clientes que aplicam nas fitas outros adereços, como tops e flores para incrementar o acabamento, valorizando ainda mais a peça. Explicando que a pesquisa de tendências é feita a partir de birôs europeus, ela informa que boa parte da coleção é elaborada em poliéster e poliamida e a cartela de cores vem cheia de tonalidades quentes como o amarelo que, na opinião de Lourrainy, estará muito presente na moda da próxima estação quente que chega a partir do próximo mês de setembro no Hemisfério Sul.
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riada com um objetivo de fornecer às indústrias de calçados e artefatos uma variada linha de couros com alto padrão de qualidade. A Natur Indústria de Couros distribui a sua produção para empresas fabricantes de marcas conceituadas, tanto no mercado interno quanto no exterior. Para a próxima temporada, traz hits na linha em verniz liso, solvente, molhado com estampas e degradês, além de outros acabamentos
brilhosos. Mas um acabamento que chama ainda mais a atenção é o croco revertido, cujo efeito visual é a inversão da textura, criando assim um novo efeito ao material, dando a impressão de ser almofadado. O representante Luís Fernando Oliveira explica que a novidade está disponível para ser aplicada tanto em calçados quanto em artefatos. ‘É uma opção bem interessante para sapatos femininos, como scarpins ou botas”, exemplifica.
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TENDÊNCIAS EM LAMINADOS
para calçados A
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Cipatex aponta seus principais lançamentos para a temporada primavera-verão 2019 em laminados para calçados femininos, masculinos e esportivos. Desenvolvidos em PU e PVC, os materiais reúnem pesquisa e referências internacionais com alta tecnologia empregada e acabamentos diferenciados, que permitem criações versáteis para os mais variados estilos. Os novos produtos integram a coleção Équilibre, inspirada nos encantos do sul da França.
Femininos Entre as novidades da linha feminina, está o laminado Safiano, desenvolvido em 13 cores com gravação suave e brilho natural. O material também aparece na versão metalizada, em tons como ouro, prata, rosado e chumbo. Já o Mirror, com efeito de glitter em tamanho maior, ganha ainda mais luminosidade nas cores champanhe, prata, pielter e ouro light. Com aspecto de couro, gravação sutil, toque natural e delicado surge o Classic. Disponível em 11 cores, como mostarda, canela e azul celeste, o material é indicado para confecção de scarpins, sandálias, sapatilhas e botas. Com acabamento extremamente macio, a empresa apresenta o Floater. Em cinco tons, como rosê e preto, aparece o Tecido Glitter. Para taloneira, forros e tiras, a Cipatex apresenta o Transfer, com efeito metalizado.
Masculinos Os laminados para calçados masculinos oferecem um vasto leque de acabamentos. O Strong, um material gravado com visual perfurado, está disponível em 12 cores, como musgo, vinho, rato e marinho. O Matterhorn, que tem aspecto de couro de cabra, foi desenvolvido em sete tonalidades.
Com toque nobucado, surge o Aston; com um acabamento mais robusto, aspecto rústico e envelhecido, aparece o Cambrone; e o Ebano, um laminado com visual encerado e brilho natural.
Esportivos A linha esportiva da empresa conta com laminados de alta performance, com tecnologia empregada, grande variedade de cores e texturas. Com funcionalidade hot melt, a maioria dos materiais dispensa o uso de costura, otimizando o processo fabril. Entre os lançamentos de laminado misto em PU/PVC e função hot melt estão o Sparta, que traz como proposta cores vibrantes e aspecto nobucado; o Ripstop, disponível em dez cores com visual geométrico; e o Pro Sports, com efeito holográfico em tonalidades como uva, amarelo e pétala. Com aspecto de formas geométricas, acabamento nobucado e toque aveludado, apresenta o Dublin, nas cores pink, turquesa, azul, marinho, cinza, chumbo e preto.
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ADESIVOS BRASILEIROS PARA
calçadistas argentinos D
ou spray, simplificando o processo produtivo, otimizando a mão de obra e proporcionando maior uniformidade de filme aplicado, atendendo política de substâncias restritas de várias marcas esportivas. Além desses, a Killing também destacou o mix completo de filmes, adesivos e primers, que possuem as versões clássicas em solvente e também as inovadoras linhas de base água, cada vez mais utilizadas pela indústria devido à sua qualidade, apelo sustentável e custo benefício. FOTOS DIVULGAÇÃO
urante a feira Expocaipic, que aconteceu de 15 a 17 de maio, em Buenos Aires/Argentina, a Killing apresentou especialidades para a colagem de calçados. Um dos destaques é o Adesivo Kisafix 4085, produto policloropreno base água exclusivo no mercado. Isento de solventes orgânicos, o desenvolvimento proporciona ganhos econômicos e melhora as condições de trabalho. Indicado para preparação de componentes de cabedais de calçado como forros, espumas e contrafortes, e colagem de artigos de couro e laminado sintético, o produto confere elevada resistência final de colagem, com destaque à maior resistência térmica comparativamente às tecnologias base solvente e hot melt. Possibilita ganho de produtividade, flexibilidade de emprego de materiais e economia no processo e equipamentos. Outro produto ressaltado é o Kisafix PU 14001 SM3, que consiste na terceira geração dos adesivos poliuretano base água monocomponente Kisafix, com melhor aplicabilidade e apontamento, maior rendimento, resistência de colagem, à hidrólise e ao calor, além de secagem mais rápida. É indicado para união de diversos componentes do calçado, com destaque para a junção de partes que exijam elevada resistência de colagem, como sola-cabedal. Pode ser aplicado por pincel
Usaflex apresenta linha de calçados masculinos
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onsiderada referência quando o assunto é conforto e bem-estar para os pés, a Usaflex, empresa de calçados femininos feitos em couro, vai além e direciona toda a sua expertise em desenvolver sapatos com tecnologias exclusivas de conforto para atender também o público masculino. Em sua coleção Outono Inverno 2018, a marca apresenta uma linha especial composta por modelos que prometem suprir a necessidade dos homens que buscam conforto, qualidade e estilo. Visando especialmente aos homens que possuem pés sensíveis, a
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empresa reuniu diversos benefícios que atendem não só a estes, mas também a todos os perfis. Os calçados são de elástico, couro macio, lycra sem costura, possuem solado estruturado e o mais importante: redução de dobras e costuras internas, tudo para não comprometer a circulação sanguínea ou causar desconfortos em casos de inchaços. Além disso, são mais fáceis de calçar, por terem elástico no lugar do cadarço. A palmilha acompanha a tecnologia de amortecimento, que reduz a pressão plantar, e o forro possui tratamento antimicrobiano para controlar fungos e odores.
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M-103 PARA COLAR SOLA
tipo caixa e/ou com vira A 1 - coifa e borracha 2 - com o vácuo acionado FOTOS DIVULGAÇÃO
novidade deste sistema oferecido pela Máquinas Morbach é a atuação por meio de uma tampa móvel e travamento da tampa da câmara de prensagem, que é desenvolvida em alumínio fundido e usinada em formato ortopédico. Desta maneira, apresenta formas internas semelhantes ao calçado, como a câmara de borracha que também tem formato ortopédico. Segundo a empresa, este novo conceito permite uma operação muito mais delicada e precisa para colagem em calçados com elementos sensíveis como a vira de borracha, a colagem de bico de borracha em tênis ou quando há necessidade de prensagem com esforço lateral para calçados com sola tipo caixa. Possibilita ainda uma redução drástica de consumo de ar quando comparada com as máquinas tradicionais tipo sorveteira.
a borracha se adapta ao formato da coifa, possibilitando a colocação do calçado 3 - com a coifa pressurizada a borracha molda-se ao calçado efetuando perfeitamente a colagem da sola, da vira e do bico
Não tecidos em expansão
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Fibertex Nãotecidos oferece uma linha de produtos totalmente voltada ao segmento calçadista, compreendendo produtos para cabedal, forro, couraça, contraforte, lingueta, palmilha, embalagens, viras, bases, entretelas e outros. Um dos destaques são os produtos de microfibra, voltados para diferentes aplicações como avessos, cabedais feminino e calçados esportivos. Segundo o diretor Carlos Eduardo Benatto, os não tecidos e os tecidos técnicos são utilizados em praticamente todos os segmentos da economia, como automotivo, agricultura, construção, infraestrutura, médico hospitalar, limpeza, filtração, entre outros. No Brasil, a indústria de não tecidos investiu nos últimos cinco anos mais de US$ 70 milhões em atualização tecnológica em equipamentos de última geração. Hoje, o setor emprega diretamente mais de 16.500 pessoas e anualmente apresenta um consumo aparente de 283.930 toneladas, exporta 31.990 toneladas importa 40.272 toneladas. Já o setor de tecidos técnicos investiu, nos últimos dois anos, mais de US$ 47 milhões em atualização tecnológica e equipamentos e gera cerca de 22.000 empregos diretos. Apresenta consumo aparente de 302.010 toneladas, exportações de 6.235 toneladas e importações de 44.973 toneladas.
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verniz cataforético? U
ma solução de verniz cataforético consiste em uma composição de polímeros emulsificados em água deionizada. Quando uma voltagem (densidade de corrente) é aplicada ao tanque através de um eletrodo positivo e negativo (ânodo e cátodo), ocorre eletrólise através da qual o hidrogênio é produzido no cátodo e o oxigênio é produzido no ânodo, e há uma alteração simultânea de pH, que por sua vez resulta em uma precipitação controlada do polímero no eletrodo apropriado. O eletrodo de deposição pode ser o cátodo ou o ânodo, dependendo do verniz cataforético que está sendo utilizado. A comercialização mais antiga dessa tecnologia se deu por volta da década de 1960 e envolveu a tecnologia anódica, onde a parte a ser revestida era feita no ânodo. Neste caso, o pH do banho de revestimento era ligeiramente alcalino. Uma das principais desvantagens do revestimento anódico é que, como o oxigênio é formado no ânodo durante a deposição, certos substratos podem ser atacados.
De fato, o revestimento anódico é agressivo ao substrato. Portanto, não é possível revestir anódicamente latão, prata e, em certo grau, peças de zinco, porque a aparência do metal é adversamente afetada. No entanto, o revestimento anódico ainda é amplamente utilizado para aplicação em ligas de extrusão de alumínio e peças fundidas (zamac), aço inoxidável e aço fosfatizado. A deposição catódica ocorre em condições de banho ácido e, dependendo da formulação, pode ficar entre um pH de 4 - 6. Devido à sua deposição passiva, o processo catódico não afeta a superfície do metal, tornando-o de longe o método mais versátil de aplicação.
Novidade: tinta anaforética Após anos de implementação e investimento em tecnologia, a tinta anódica de eletroforese ressurge como opção para os acabamentos de variadas cores, requeridos pelo mercado de hoje. De acordo com o gerente industrial respon-
Cláudio Toniato Martins
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O QUE É
sável por P&D da Metal Coat, Cláudio Toniato Martins, a grande vantagem vem da alta resistência a risco (6H) e da baixa temperatura aplicada para cura (a partir de 80ºC). “Essa é uma tecnologia que não existia no mercado brasileiro. Porém a Metal Coat, como uma empresa nacional inovadora em tecnologia, traz ao País esse novo processo, que com certeza trará benefícios às grandes exigências do mercado”, considera.
O verniz cataforético apresenta vários benefícios, como: - Alta dureza e resistência a risco; - Baixa cura a partir de 105ºC (dependendo da tecnologia); - Ótima resistência à perspiração; - Excelente transparência e aspecto da camada depositada; - Excepcional resistência química; - Baixa manutenção devido à sua ótima estabilidade; - Processo solúvel em água, estável e fácil de controlar; - Pode ser utilizado para criar uma ampla gama de efeitos transparentes, coloridos e acetinados, nas mais variadas cores; - Permite alta produção em plantas de baixo volume de banho com baixo custo; - O tempo de processo de pintura é significativamente menor do que outros métodos de tratamento de superfície; - O equipamento requerido é simples, de baixo custo e fácil aplicação.
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FRANCAL 2018 MUITO ALÉM
de uma feira de negócios R
ealizada de 16 a 19 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, a 50ª Francal vai muito além de uma feira de negócios e insere seus visitantes num mundo de informação atual e inspiradora por meio de desfiles, painéis, fóruns e palestras dinâmicas. As novas soluções e serviços para o varejo, como instalações e conceitos de visual merchandising, inspiram o lojista a aplicar inovações em seu ponto de venda. A oferta de conhecimento em comércio eletrônico, moda, tendências do varejo e outros temas torna a experiência da visita muito mais completa e produtiva. A Francal lança as tendências para a temporada mais vendedora do ano para a indústria e varejo de calçados e acessórios de moda. Reúne todo o trade do setor, recebe mais de 30 mil visitantes de todo o Brasil e atrai em torno de mil compradores internacionais, que vêm à feira conhecer as novidades e fazer negócios com as empresas, estimulando as exportações.
Instalações trazem inspirações e referências da moda do Verão 2019 Visual Merchandising – o espaço se converte numa experiência inspiradora, com soluções modernas e inovadoras que servem de referência para aplicação nas lojas. Junto a isso, workshops ministrados por especialistas ajudam a compreender na prática como o visual merchandising pode funcionar no ponto de venda. Numa iniciativa inédita nas feiras de calçados, a Francal 2018 estreia o Fran-
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cal E-Commerce Solution, desenvolvido em parceria com a E-Commerce Brasil. O espaço oferece uma experiência completa ao reunir conhecimento e fornecedores de soluções e serviços para comércio eletrônico em um mesmo ambiente. As palestras foram criadas exclusivamente para o setor de calçados e acessórios; ao mesmo tempo, a área de exposição reúne 28 empresas especializadas em e-commerce que participarão de maneira alternada. Com isso, indústria e varejo têm acesso a informações e soluções para fundamentarem o planejamento consistente de uma operação online, seja ela B2B ou B2C. Francal Kids - é um projeto inédito nas feiras de calçados, que coloca o segmento no holofote e vai ampliar os negócios durante o evento. A proposta é proporcionar uma experiência arrojada e completa ao varejo em um espaço único, que alia negócios, conteúdo e conceitos atualizados do universo infantil. O espaço integra quatro momentos: área setorizada de estandes com presença das principais marcas de produtos infantis num mesmo local, desfiles 100% infantil, Painel de Inovação do Calçado Infantil e Visual Merchandising.
Um mundo de informação A Francal 2018 insere seus visitantes num mundo de informação atual e inspiradora. A feira tem início com o formato moderno de um Painel de Abertura para discutir o negócio do calçado, suas transformações e inserção num contexto maior de moda e mercado. O Fórum de Moda conta com a expertise de Walter Rodrigues e seu cabedal
de conhecimento sobre as tendências da temporada e o comportamento do consumidor, que auxiliam os lojistas no processo de decisão de compra dentro da própria feira. Importante instrumento de ativação das marcas e demonstração prática dos lançamentos, os desfiles capitaneados pela expert Patrizia Ramalho miram os holofotes para as novas coleções. Além dos desfiles infantis do Francal Kids, o calçado masculino ganha desfile exclusivo, seguido por um painel especial sobre as tendências deste segmento comandado por Sylvain Justum, editor de moda da revista GQ Brasil, principal publicação global voltada para a moda masculina. O formato de palestras dinâmicas do Francal Talks mantém sua programação com o mesmo dinamismo e um time de influenciadores, especialistas e temas que vão ao encontro da constante transformação na forma de produzir e consumir moda, passando por consumo, comportamento, tendências, varejo e tecnologia. Numa parceria com a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) e Usaflex, a Francal 2018 realiza o Retail Now - Fórum Desafios e Soluções para multimarcas no Brasil, com presença de Flávio Rocha, ex-presidente de Lojas Riachuelo, e Edmour Saiani, professor da FGV-SP, UFRJ e ESPM, como palestrantes. O evento reúne um grupo de 400 convidados, entre lojistas, dirigentes de entidades e jornalistas, que terá a oportunidade de conhecer o ponto de vista e interagir com dois especialistas sobre o mais importante canal de distribuição de calçados no País.
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A 50ª EDIÇÃO DA FEIRA INSERE OS VISITANTES NUM MUNDO DE IDEIAS, LINGUAGENS E MOVIMENTOS, AO MESMO TEMPO QUE OFERECE SOLUÇÕES E SERVIÇOS PARA INSPIRAR O LOJISTA A APLICAR AS INOVAÇÕES EM SEU PONTO DE VENDA
Representante Comercial Importante elo na cadeia da moda, o representante comercial ganhou um dia só seu na Francal 2018, 16 de junho, repleto de atrações criadas especialmente para estes profissionais. Entre elas está o painel exclusivo O perfil do Representante Comercial para as novas dinâmicas do mercado, ministrado por Paulinho Schemes, presidente da Associação Brasileira dos Representantes de Calçados, Confecções, Bolsas e Acessórios (Abrecal); Roberta Pschichholz, editora-chefe do jornal Exclusivo; e o especialista em distribuição Wesley Barbosa, sócio-diretor da Greatbrands. O Dia do Representante Comercial culmina com a cerimônia de premiação dos Troféus Destaque e Garra de Ouro, uma das mais tradicionais láureas do setor calçadista.
Prêmio Francal Top de Estilismo Os vencedores do 23º Prêmio Francal Top de Estislimo recebem seus troféus e prêmio em dinheiro na grande festa de premiação que acontece no primeiro dia da Francal 2018. Um dos vencedores que estiverem na festa ainda pode ganhar, por sorteio, um bolsa de estudo do IED-São Paulo para o Curso de Extensão One Year - Creative Course, Shoes & Bags - Design and Business - ou outro de sua preferência, dentro da disponibilidade – com carga de 144 horas e frequentado em São Paulo/SP.
Francal 2019 Atendendo a uma demanda de fabricantes e lojistas, no ano que vem a feira será realizada em 3 dias, no período de 3 a 5 de junho de 2019, no Expo Center Norte.
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INSPIRAMAIS ACONTECE
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urante o Inspiramais 2019_II, que acontece nos dias 17 e 18 de julho, no Centro de Eventos Pró-Magno, em São Paulo/SP, fabricantes de artigos da moda conhecem as referências inspiradoras desenvolvidas pelos fornecedores de materiais para as coleções de calçados, artefatos, confecções, joias, decoração e mobiliário. Nesta edição, a Alquimia foi o tema central que deu origem a centenas de materiais - entre componentes, tecidos, estampas, sintéticos, couros, saltos, enfeites, aviamentos e diversos outros itens para o desenvolvimento dos produtos a serem lançados no mercado durante o próximo ano. O coordenador do Núcleo de Design da Associação Brasileira de Empresas de Com-
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ponentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Walter Rodrigues, salienta que a mostra se trata do único salão de design e inovação de materiais da América Latina, servindo como um ponto de encontro de estilistas e designers de todos os segmentos da cadeia da moda, com muitas empresas prontas para mostrar novos caminhos. “Estamos falando de uma construção de produtos que se tornam referências nas produções de roupas, bolsas, cintos, calçados, acessórios, joias e design de móveis. Uma cadeia toda que já alinha uma referência única para êxito do País no mercado nacional e internacional”, comenta. Entre as novidades, o salão deixa de associar as coleções às estações e passa a utilizar como código de lançamento o ano
seguido dos algarismos I e II. “Queremos estabelecer a ´não data` de validade de um produto. Não teremos mais uma referência do verão ou inverno. O Inspiramais será daquele ano, simplesmente. As pessoas vão usar o produto por quanto tempo quiserem”, esclarece. Walter revela que a modificação é importante, porque a moda começa no Inspiramais. “Estamos projetando a moda do futuro e por isso enxergamos que não precisamos mais colocar carimbo de inverno e verão, ainda mais em um país que tem todas as estações o ano inteiro. Teremos uma moda muito mais conectada com uma percepção maior de que o produto vai permanecer por mais tempo nas coleções de marcas que produzem insumos de moda”, conclui.
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FISP APRESENTA AVANÇOS TECNOLÓGICOS PARA
a saúde e segurança do trabalho A através de cursos e seminários. Também é realizado o Techshow com palestras gratuitas ministradas pelos expositores, que promovem a troca de informações e tecnologias. Os eventos são voltados aos profissionais do setor de saúde e segurança do trabalho, como bombeiros, gerentes, engenheiros, médicos do trabalho, inspetores de riscos, RH, cipeiros, empresários, compradores e técnicos. O diretor executivo da Animaseg, Raul Casanova, lembra que o setor de SST tem grande potencial de crescimento no Brasil. “Estimamos que hoje há 45% de trabalhadores na economia informal, 15% trabalhadores estatutários e funcionários públicos e 40% de trabalhadores na economia formal. Assim, nossa estimativa é de que existem pelo menos 50% dos trabalhadores ainda não atendidos e, portanto, apesar de que a curto prazo somos impactados pela economia do País, há ainda um enorme espaço para crescer.”
Trabalho (Animaseg) o segmento movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano e deve ter um crescimento de 3% este ano. Contemplada por normas e legislações específicas, a Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ainda tem muito que avançar no País. São mais de 700 mil acidentes de trabalho por ano, gerando gastos que chegam a algumas dezenas de bilhões de reais, além de problemas de saúde e, em casos extremos, levar profissionais à morte, como relatado no estudo feito entre 2012 e 2016 pela Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro), portal da Saúde e Segurança do Trabalhador, ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, apontando que esses acidentes causaram 13,3 mil mortes no período.
Projeto Fábrica Modelo
Potencial de crescimento Depois de três anos consecutivos de quedas, o faturamento da indústria de equipamentos de proteção se estabilizou em 2017 no Brasil. Segundo a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção no FOTO LUÍS VIEIRA
Cipa Fiera Milano promove entre os dias 3 e 5 do próximo mês de outubro a 22ª edição da Feira Internacional de Segurança e Proteção (Fisp). O evento é realizado pela Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Equipamentos e Produtos de Segurança e Proteção ao Trabalho (Abraseg), Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) e Sindicato da Indústria de Material de Segurança (Sindiseg). A Fisp é o segundo maior evento mundial voltado para o setor de saúde e segurança no trabalho ficando atrás apenas da A+A, feira alemã do setor. Simultaneamente à Fisp acontece a 13ª edição da International Fire Fair (Fire Show) e, juntas, as feiras devem atrair um público de mais de 50 mil visitantes e 700 empresas expositoras. Segundo o diretor da Fiera Cipa Milano, Rimantas Sipas, o objetivo é promover a qualificação e a capacitação profissional através de palestras e cursos ministrados por especialistas de diversas áreas durante o Show de Qualificação Profissional em SST (Saúde e Segurança no Trabalho), que visa à disseminação da cultura de prevenção aos acidentes com abordagens atuais de maior interesse e amplitude profissional
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Nesta edição da feira será realizado o Projeto Fábrica Modelo de Segurança 2018, através do qual o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Fiera Cipa Milano, numa parceria com a Bompel, mostrarão aos visitantes os processos para a fabricação de calçados de segurança. Durante os três dias da mostra serão desenvolvidos aproximadamente 400 pares de dois modelos de botas de segurança com injeção direta no cabedal. Para viabilizar esse objetivo, em torno de 30 empresas entram como parceiras do projeto fornecendo as máquinas os componentes e os serviços necessários para o funcionamento em tempo real da linha de produção. Os visitantes, além de poderem ver a aplicabilidade de diversos materiais e a funcionalidade das máquinas e equipamentos, terão a oportunidade de esclarecer eventuais dúvidas diretamente com técnicos das empresas.
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SOB BAIXAS TEMPERATURAS SICC AQUECE
as vendas de calçados O
mercializados. Por outro lado, o preço médio caiu R$ 6,00 e o mark-up baixou 4,15%. “Deve ter acontecido promoções com vistas a baixar o estoque nas lojas para que haja este aumento do volume vendido e queda do valor e do mark-up”, contextualizou. A notícia trouxe ainda mais ânimo para os participantes da feira. Pois são as vendas dos produtos de inverno que dão aos comerciantes a condição para comprarem novos artigos - seja para reposição das vitrinas ou, principalmente, para a renovação delas para a chegada da próxima temporada de clima quente. Segundo os organizadores a 27ª edição do Sicc foi muito positiva. Mais de 18 mil visitantes entre lojistas brasileiros e compradores internacionais passaram pelos pavilhões do Serra Park com o propósito de verificarem as coleções propostas por 1,8 mil marcas de calçados e artefatos para a primavera-verão 2018/19. Os resultados surpreenderam positivamente nesta que é considerada a maior edição já realizada da feira, com 400 empresas expositoras. Paralelamente com as vendas nesse período pós-feira começa o planejamento para a próxima edição, que será realizada de 20 a 22 de maio de 2019. “A projeção é crescermos em torno de 15%, tanto no espaço da feira quanto no número de visitantes”, antecipou o diretor da Merkator, Frederico Pletsch.
FOTOS LUÍS VIEIRA
esperado frio do outono mal deu as caras e as vendas de calçados começaram a aumentar nas lojas. Pelo menos é isso o que indica uma pesquisa realizada pela SetaDigital, que desenvolveu um sistema de inteligência para monitorar o comportamento do mercado e gerar informações estratégicas, a partir das quais os canais de distribuição ao consumidor final podem tomar decisões ainda mais assertivas para o aumento dos negócios. O Seta IMC foi apresentado ao varejo calçadista no projeto ConecTech, realizado em conjunto pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), a SetaDigital e a Merkator Feiras e Eventos. O projeto foi instalado no Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), que aconteceu em Gramado/RS de 21 a 23 de maio. Os dados mais recentes sobre o desempenho nas vendas de calçados - apresentados em primeira mão na feira - estão relacionados ao período de 20 a 23 de maio, a partir de informações coletadas junto a uma base formada por 1.500 lojas cadastradas em todo o País. Segundo Vanderlei Kichel, CEO da Seta, o faturamento cresceu 15,29% no período, passando de um montante de R$ 20.576,00 para R$ 23.125,00; o tiket médio aumentou 1,54%, variando de R$ 176,65 para R$ 179,35; e a média de pares adquiridos cresceu de 1,85 para 1,99, num total de 128.916 pares co-
Negócios impulsionados pela chegada do frio
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ConecTech: conexão do lojista com assuntos de interesse do consumidor de calçados
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novador e inédito no Sicc o projeto ConecTech foi pensado como uma forma de falar diretamente com os lojistas sobre assuntos que são do interesse dos consumidores - como sustentabilidade ambiental, saúde, conforto, inovação e tecnologia - e quando aplicados no ponto de venda podem gerar bons resultados nos negócios. O IBTeC divulgou neste espaço duas frentes de trabalho que realiza em conjunto com as indústrias tendo a saúde do consumidor como foco para a melhoria nos produtos. Uma delas é a aplicação do conhecimento em Biomecânica do pé para o desenvolvimento e aprimoramento dos calçados, visando a proporcionar mais saúde e proteção ao usuário através da implantação de atributos de conforto e performance. A outra trata da gestão das Substâncias Restritivas para adequar os calçados e seus materiais para o mercado, tendo como ponto de partida as principais legislações mundiais que limitam o uso de substâncias que possam prejudicar a saúde humana e causar danos ao meio ambiente. A SetaDigital apresentou a M Store - Loja Inteligente com soluções baseadas em business intelligence, omnichannel e carteira digital criada para facilitar a gestão e o processo de compra dentro de uma
loja, e promover a integração entre a indústria e o varejo no setor calçadista. Nessa sinergia para gerar informação qualificada, foi montado um espaço para debates dentro da área do projeto, onde ocorreram palestras curtas durante os três dias de evento, abordando assuntos relacionados à moda, ao varejo e à indústria. No local também aconteceu o Exclusivo Debates, numa parceria com o jornal Exclusivo, onde a SetaDigital divulgou em primeira mão a pesquisa sobre as vendas de calçados realizadas entre os dias 20 e 23 de maio comentada no início dessa matéria. Outra característica do projeto foi a área de exposição para as empresas apoiadoras mostrarem aos visitantes os respectivos componentes e calçados mais inovadores e conceituais por elas oferecidos.
A teoria na prática Neste propósito de levar conhecimento aos participantes da feira, o IBTeC divulgou a tecnologia para a medição de amortecimento de impacto que um calçado proporciona ao pé durante o uso. Embora tenham sido testes superficiais, sem as condições técnicas ideais proporcionadas por um laboratório preparado de acordo com as normas
Calçados foram testados durante a feira
ABNT, o público entendeu como o sistema funciona e o mais importante: pôde comprovar a importância da realização dos testes para avaliar os atributos de conforto do calçado. O diretor da Beeton, Guilherme Blasi, resolveu testar dois modelos de calçados que a marca expôs na feira - uma bota masculina da linha conforto e uma bota feminina tradicional. De acordo com ele o teste indica que os sistemas de amortecimento utilizados pela empresa (solado de borracha e palmilha anatômica) colaboram para a diminuição do impacto durante a marcha, o que motiva a estender este atributo a outros produtos da marca, especialmente a linha feminina. “Estou motivado a fazer novos testes, mas de forma oficial, com todas as garantias oferecidas pelo laboratório”, comentou Blasi. Outra empresa que se interessou por submeter um modelo de calçado ao teste simulado foi a Andacco. O diretor Benevenuto Candiani Arantes também ficou satisfeito com o resultado mostrado. “Se tratando de um novo desenvolvimento, é muito bom saber que estamos no caminho correto e os testes extraoficiais apontam que este modelo de calçado é compatível com o conceito de um calçado confortável”, comemorou.
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Alguns assuntos debatidos no espaço ConecTech É possível avaliar o conforto e a funcionalidade dos calçados? O conforto em calçados foi tema para dois palestrantes - o coordenador Ms. Eduardo Wüst e a técnica Ms. Juliana Wilborn, ambos do Laboratório de Biomecânica do IBTeC. Durante a sua apresentação, Wüst questionou se é possível avaliar o conforto e a funcionalidade nos calçados. Ele explicou que existe um conjunto de sete normas técnicas que foram criadas para avaliar os atributos do calçado a partir de testes biomecânicos e de percepção de calce. Quando, por exemplo, um calçado amortece no mínimo 50% do impacto do pé durante a passada, ele pode ser considerado confortável neste critério de avaliação, e isso é válido para todo tipo de calçado - de chinelos a botas. “Calçado confortável, além de amortecer o impacto, absorve o suor, evita o surgimento de bolhas e calosidades nos pés, mantém um controle adequado da temperatura interna de acordo com a funcionalidade para a qual foi desenvolvido. Também oferece estabilidade ao caminhar, além de não ter um peso excessivo que possa causar incômodo ao usuário e, independente do tipo de calçado, podemos trabalhar para incorporar essas propriedades”, explica.
Ms. Eduardo Wüst
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Juliana, por sua vez, lembrou que a principal função do calçado não é a beleza, mas sim a proteção do pé, mas o consumidor ao escolher o seu sapato não pensa em todos os atributos que o calçado poderia oferecer. Ela também comentou que as características dos pés não são iguais para todas as pessoas. Num mesmo indivíduo, inclusive, o pé direito é diferente do esquerdo. Ela explica que o pé é uma estrutura maleável e essa característica deve ser levada em conta ao se projetar e fabricar um calçado. “Os cuidados com a proteção dos pés devem vir desde a infância. Essa é uma fase fundamental, pois a criança nem sempre consegue perceber que o calçado aperta o seu pé e o uso continuado de calçados desconfortáveis pode causar problemas que vão se manifestar talvez na fase adulta. É necessário prestar atenção, olhar diariamente o pé da criança para ver se existem marcas”, pondera.
Lei do Couro Outro assunto levado ao público foi a Lei do Couro. Embora não seja do conhecimento de todos, desde a década de 1960 existe no Brasil uma Lei que proíbe o uso de expressões como couro sintético, couro ecológico ou a mais recente delas, couro vegano, para destacar materiais e produtos
Ms. Juliana Wilborn
feitos com matérias-primas que não sejam de couro. A Lei 4.888, vigente desde 1965, destaca que somente produtos oriundos de pele animal podem receber a denominação couro. O consultor Ricardo Michaelsen tem feito o trabalho de conscientização percorrendo estabelecimentos espalhados por todo o País através do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que encabeça este pleito. “É um duplo erro usar tais termos. Os artigos não são feitos de couro e não são ecológicos, pois são fabricados a partir de matéria-prima sintética, de origem não renovável na natureza”, observa. Michaelsen explica que o CICB não se posiciona contra o setor fabricante de laminados sintéticos, mas a luta é para que a nominação seja correta. “Couro é couro e sintético é sintético. E o consumidor tem o direto de saber o que está comprando”, define o consultor que visita estabelecimentos com o objetivo de orientar sobre o uso da palavra couro. “Em revisitas percebemos que essa mobilização é positiva, pois os pontos de venda se adequam quando orientados”, considera. Ele comenta ainda que não é apenas no setor calçadista que existe este tipo de problema, o fato se repete nos setores de confecções, móveis, artefatos e, inclusive, no automotivo.
Ricardo Michaelsen
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Vanderlei Kichel
Nestor Blos
Selo Abvtex
Informações estratégicas para o ponto de venda O CEO da SetaDigital, Vanderlei Kichel, em uma das suas apresentações, falou sobre uma solução de inteligência de negócio para o varejo calçadista que, além de trazer indicadores de vendas de cada loja e estatísticas de mercado, ainda promove um processo de colaboração entre os canais de distribuição ao consumidor final e a indústria. Denominada IMC, a ferramenta disponibiliza três módulos com informações em tempo real. O primeiro módulo fornece aos lojistas análises sobre suas vendas, proporcionando indicadores relacionados ao faturamento, ao tícket médio por venda e por produto. O segundo traz estatísticas de mercado baseadas nas informações processadas pela SetaDigital, tais como os movimentos de vendas em datas comemorativas e o comportamento do consumidor em relação à procura por produtos mais caros ou mais baratos, que são indicadores usados para a comparação entre a loja usuária do sistema e o varejo calçadista em geral. O terceiro módulo, que é a grande novidade no setor, envolve um processo co-
laborativo entre a indústria e o varejo. O sistema permite que o lojista autorize o acesso da indústria ao portal IMC e acompanhe informações como estoque, mark-up, cobertura de vendas, entre outras. Com isso, a indústria consegue apoiar o varejista no processo de compra, por exemplo, evitando a ruptura de produtos com maior demanda, assim como suporta a logística de estoque, proporcionando uma operação próxima ao just in time na reposição de produtos. São mais de 1.500 lojas de calçados cadastradas, de todo o País e o portal armazena informações do mercado de calçados desde 2016. Na base de dados, informações sobre o ticket e preço médio, número de peças compradas por atendimento, variação do faturamento mês a mês, ano a ano, análises sobre motivos para o aumento ou diminuição das vendas em um determinado período. No cadastro há informações relativas a um universo de 17 milhões de consumidores (quase 10% da população brasileira), como gênero (61% são mulheres), idade (na faixa de 35 aos 49 anos correspondem a 36,74% das compras), ou seja, informações estratégicas para a tomada de decisões.
O consultor do IBTeC, Nestor Blos, apresentou o caso do selo criado pela Abvtex - associação que representa o setor de grandes redes de lojas existentes hoje no mercado de calçados, artefatos, vestuário e acessórios de moda. Ele explica que todo e qualquer fabricante que quiser vender para estas redes de lojas precisa cumprir quesitos relacionados a itens como segurança, meio ambiente e saúde das pessoas. Para garantir esse compromisso a entidade criou o Selo Abvtex que atesta a responsabilidade socioambiental dos seus fornecedores. “Essa certificação que visa a promover as melhores práticas comerciais em toda a cadeia de valor da moda acontece em duas etapas: a adequação às normas e a certificação em si”, relata. A certificação trata desde a formalização da empresa, o combate ao trabalho infantil, forçado ou análogo ao escravo, a fiscalização sobre trabalhadores estrangeiros em situação irregular, a liberdade aos colaboradores para associação, o abuso ou assédio de qualquer natureza, a saúde e a segurança do trabalho, passando pelo monitoramento da cadeia de fornecimento até a validação da lista de subcontratados e controle na subcontratação de serviços.
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Dr. Valdir Soldi
A percepção do consumidor O vice-presidente do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, falou sobre inovação e percepção de valor para o cliente/ consumidor. Apresentando dados sobre investimentos em inovação no Brasil e no exterior, ele destacou que no nosso país é o poder público quem mais investe, sendo que não é exatamente assim que acontece no exterior. “Transferir para o governo a responsabilidade sobre a inovação é um problema, pois quando o poder público diminui os investimentos, como acontece neste momento, o País deixa de crescer e fica ainda mais atrasado em relação ao desenvolvimento mundial”, contextualiza. Na Coreia do Sul, por exemplo, as empresas são as grandes investidoras em inovação e este é um modelo que, segundo o palestrante, tem tudo para continuar dando certo. “Na Coreia, as empresas investem em inovação um volume de recursos que representa 3,5% do PIB. Já no Brasil, o índice fica somente em torno de 0,5%”,
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compara Soldi. O pesquisador destaca ainda que a inovação radical só alcança 3% dos produtos brasileiros hoje no mercado, sendo que a grande parte da inovação se refere a melhorias de processos e estrutura, ou seja, de baixo impacto. “No Brasil os maiores volumes de investimento público estão em setores como Agricultura, Saúde, Comunicação e Outros (aí se encontra o segmento calçadista). O estado do Rio de Janeiro lidera no ranking com o maior volume de investimentos, seguido pelo Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina”, contextualiza. Relacionando a inovação com o calçado, ele salienta que há grandes oportunidades para se investir, como a biomecânica do pé, os materiais de alta performance, a microbiologia, o design e a tecnologia da informação e lembrou que o instituto, através do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), auxilia as empresas na realização e implantação de projetos para agregar funcionalidade aos calçados e seus materiais componentes, de forma a melhorar e diferenciar os produ-
tos no mercado. Além de auxiliar as empresas na formatação de projetos para a captação de recursos públicos para inovar nos produtos e processos, identifica oportunidades nas organizações. Em 2017, foram mais de 50 eventos realizados pelo NIT do IBTeC, beneficiando 3 mil profissionais e 200 empresas. “O NIT identifica as oportunidades, faz a base de cálculo de custos, auxilia no desenvolvimento e busca parceiros para viabilizar todo o projeto”, explica. Ele concluiu a sua apresentação falando sobre os quesitos que levam o consumidor a perceber o valor de um produto. O empreendedorismo corresponde a 20,7% da porcentagem do valor percebido. Logo a seguir vem o marketing com 15,1%. O mix de produtos é responsável por 13,6% dessa percepção, enquanto a praticidade/ funcionalidade corresponde a 9,7%. “Nos calçados, a funcionalidade, a performance, o conforto e a sustentabilidade são os atributos mais valorizados na hora da compra”, assegura o Dr. Soldi.
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Exclusivo debates: tecnologia no varejo
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m dos pontos altos do projeto foi a realização do Exclusivo Debates, pelo jornal Exclusivo e Revista Lançamentos, no qual representantes das diversas pontas do sistema calçadista discorreram sobre a percepção do consumidor a respeito da tecnologia aplicada. Vanderlei Kichel, da SetaDigital, comentou que nem todas as tecnologias funcionam ou são realmente um diferencial que represente algo de positivo para o usuário e, portanto, é preciso pensar em sistemas de uso simplificado e que tragam soluções de impacto, seja para a indústria, para o varejo ou para o consumidor final. “É um grande desafio entender as expectativas do consumidor, pois num mesmo espaço, no mesmo momento, as pessoas têm expectativas diferentes acerca de um mesmo produto e é preciso contemplar a todos de alguma forma”, considera. Ele também lembrou que a pesquisa sobre produtos que era feita nas lojas hoje migrou para o celular, obrigando as empresas a investirem nas redes sociais para poderem ser vistas pelo consumidor que, além dos produtos, buscam por experiências que os surpreendam. Representando a cadeia de fornecimento, o diretor do Grupo Cofrag, Gilmar Haag, falou sobre a propagação da tecnologia, que na sua avaliação é um trabalho que requer acompanhamento muito forte por parte do setor de desenvolvimento das empresas, mas que pouco impacta na percepção do consumidor final. “É um trabalho contínuo com o pessoal técnico, mas realmente temos dificuldades para transpor o
conhecimento para o consumidor, possibilitando dessa maneira que ele tome ciência sobre quem são os fornecedores das tecnologias apresentadas nos produtos acabados e que trazem, inclusive, benefícios para a sua saúde e proteção ao meio ambiente”, disse. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, ressaltou que a questão do conforto e a gestão das substâncias restritivas são duas necessidades permanentes para as empresas e uma exigência que só cresce por parte dos consumidores, e que hoje são diferenciais competitivos não só no mercado interno, mas principalmente para as exportações. Ele explicou que o instituto foi criado para ajudar as empresas a implantarem tecnologias diferenciadas nos produtos, qualificando os calçados para a exportação, e hoje testa e certifica muitas inovações tecnológicas lançadas no setor calçadista. “O IBTeC funciona de duas formas: o mercado busca soluções e o instituto trabalha a partir dessa demanda ou o IBTeC cria novas soluções e as oferece ao mercado. Para ambas situações há uma rede de colaboração envolvendo o capital humano do instituto e de outros centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades e órgãos de fomento a inovação, visando a lançar tecnologias inéditas, melhorias nos produtos e aumentar a produtividade e a competitividade das empresas”, observou. Criticando a falta de incentivos do governo à pesquisa e inovação, considerou que há urgência em se criar um ambiente favorável para a implantação da cultura da inovação nas empresas.
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O presidente da Bibi, Marlin Kohlrausch, destacou que a fabricante de calçados infantis trabalha permanentemente a inovação em seus produtos, e a transformação digital leva a indústria a projetar novas plataformas para ajudar o varejo a cativar o consumidor, na busca por produtos que contribuam com a saúde das crianças. “Há dificuldades para a informação chegar ao vendedor da loja. Precisamos encontrar maneira de divulgar que nossos produtos não são tóxicos para a saúde, pois esse é um diferencial cada vez mais valorizado. Se a mãe da criança souber desta característica da marca ela vai preferir com certeza os nossos produtos. Mas quando o calçado Bibi é colocado simplesmente na vitrina um ao lado de outros a informação não acontece”, lamenta complementando que a empresa usa as redes sociais para divulgar esse diferencial, mas ainda não consegue atingir plenamente a rede completa de vendedores das lojas, e mesmo que chegasse até eles, há outra dificuldade a ser considerada, que é a rotatividade desses profissionais nos pontos de venda, que quando saem do emprego levam consigo o conhecimento adquirido. O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Calçados e Artefatos, Marcone Tavares, informou que a instituição desenvolveu um aplicativo para o treinamento dos atendentes. Três mil profissionais já estão cadastrados para acessar as informações atualizadas sobre o produto calçado. Ele também comentou que o Brasil é um país com dimensões continentais e isso
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é uma dificuldade para a informação técnica chegar aos canais de distribuição ao consumidor final. Além disso, afirmou que existe uma geração jovem pouco comprometida com o trabalho. “Precisamos ter funcionários mais engajados. Que sejam jovens mas tenham vontade empreendedora”, determinou. Ele também apontou para o fato de que o consumidor de hoje adquiriu um comportamento de individualização. “É preciso entender como essa característica impacta no processo de consumo nas diferentes classes sociais”, sugeriu, concluindo a sua fala com a afirmação de que as pessoas com maior poder de compra buscam produtos com diferenciais tecnológicos enquanto as mais humildes fazem a sua escolha tendo o preço como fator determinante. O diretor da Merkator, Frederico Pletsch, enfatizou a importância do debate, através do qual as várias representações dos setores que compõem o sistema calçadista puderam se posicionar acerca das inovações, dificuldades e demais temas que são comuns a todo o setor, e que precisam estar sempre na pauta para que se encontre novas soluções para atender as demandas que o mercado apresenta. “A Merkator e os demais parceiros do projeto ConecTech (IBTeC e SetaDigital) se propôs a abrir espaço para que este tipo de debate pudesse acontecer no Sicc e está sendo muito positivo. Nos colocamos à disposição para amadurecermos ainda mais essa ideia de trazer para o ambiente da feira essas discussões”, concluiu.
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COLUNA EPIs Choques elétricos: o calçado pode proteger deles Michele Frank e Marcos Braga de Oliveira
Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)
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s pés se mantêm em contato constante com o chão e esse, muitas vezes dentro de uma indústria, pode apresentar diversos perigos. Fios desencapados, grandes extensões elétricas, manipulações em ambientes úmidos, instalações de eletricidade em mau estado de conservação, entre outros, são condições favoráveis em ambientes de trabalho para causar algum tipo de acidente elétrico. Como medida preventiva e de segurança o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) apropriado deve ser adotado, como por exemplo, um calçado de segurança isolante elétrico ou resistente elétrico. O calçado resistente elétrico oferece proteção secundária ao usuário, ou seja, pisando-se em um fio desencapado (até 500 volts), ele servirá de escudo contra o choque elétrico. Esse tipo de calçado é comumente utilizado pelas equipes de reparos elétricos das indústrias. Verifica-se a qualidade de um calçado para uso eletricista através de uma série de ensaios realizados em laboratório credenciado junto ao Ministério do Trabalho (MTb), pela norma brasileira ABNT NBR 16603:2017, que estabelece os requisitos e métodos de ensaios de um calçado isolante elétrico para trabalhos em instalações elétricas de baixa tensão (até 500V) em ambiente seco para calçados de couro e microfibra, e ISO 50321:2018 para calçado inteiro polimérico ou inteiro borracha para alta tensão (superior a 500V). A informação de quanto o calçado pode proteger de uma descarga elétrica deve ser de conhecimento do usuário através da leitura da bula (ou manual de instruções) que acompanha o EPI ou consultado através do número de Certificado de Aprovação (CA) disponível no site do CAEPI - Certificado de Aprovação de Equipamento de Proteção Individual do MTb. Outro método de identificar se um calçado oferece proteção contra choques elétricos é sua marcação os calçados com esta propriedade de proteção apresentam um pictograma específico. A maior arma contra acidentes de trabalho é o conhecimento e saber onde buscá-lo. Isso leva a utilização adequada dos EPIs, afinal não basta usar um calçado se ele não foi desenvolvido e testado para o risco do qual o usuário está exposto durante o seu trabalho.
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PROAMB
Nova legislação de Efluentes Líquidos Marcelo Henrique Manica França Consultor Técnico
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prática de ações que priorizam a preservação do meio ambiente cresce a cada dia. No mundo empresarial, muito além dessa consciência ambiental, é evidente que o investimento em tratamento de efluentes tem um retorno bastante significativo quando comparado os benefícios aos problemas evitados. Nesse cenário, o tratamento de efluentes industriais faz-se uma atividade essencial para que uma empresa esteja de acordo com as leis vigentes no País, bem como construir uma imagem da marca forte e responsável perante seu público. Tal tarefa deve ser feita com a máxima atenção, pois a poluição direta ou indireta do meio ambiente pode representar graves punições, desde multas até a prisão dos responsáveis. Em julho desse ano houve a alteração da legislação estadual, quando entrou em vigor a CONSEMA 355/2017, que dispõe sobre os critérios e padrões de emissão de efluentes líquidos para as fontes geradoras que lancem seus efluentes em águas superficiais no Rio Grande do Sul, revogando as Resoluções CONSEMA 128/2006, 286/2014 e 317/2016. Em relação aos parâmetros de lançamento houve alterações nas concentrações de DBO5, DQO e sólidos suspensos, que devem ser observados em cada projeto da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). Com essa alteração se faz necessário uma avaliação da ETE a fim de estudar as necessidades e os meios para adequar o processo, aumentando a eficiência do sistema de tratamento e, consequentemente, atender a todos os padrões legais e de qualidade. É importante salientar que uma estação de tratamento de efluentes é um alto investimento para o empreendedor e para a indústria, portanto, o projeto de elaboração deve considerar a tecnologia e a vida útil dos materiais para que a ETE tenha uma boa performance e durabilidade. Isso se atinge a partir de um projeto adequado, seguindo as normas vigentes e deve ser realizado por profissional capacitado para tal.
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NOTAS UNIVERSO MARVEL
Compartilhando uma rica herança enraizada na expressão criativa e no empoderamento, a Vans e a Marvel novamente se unem para lançar a maior coleção colaborativa entre as duas marcas até então. Celebrando os superheróis mais Off The Wall do Universo Marvel, a Vans apresenta uma ampla variedade de tênis, vestuário e acessórios com personagens icônicos incluindo os Vingadores, Pantera Negra, Deadpool, Homem de Ferro, Hulk e muito mais. A coleção Vans x Marvel é uma colaboração épica para todas as idades, entregando uma massiva seleção que ultrapassa 70 modelos diferentes para todos os tipos de fãs.
ATIVIDADE ESPORTIVA A Olympikus está expandindo sua presença no mercado e lança sua nova campanha com ênfase no esporte pelo prazer, em uma estratégia que envolve TV, redes sociais, corridas, ações e influenciadores. Os filmes, fotos e mini docs que lançam o tênis Olympikus Pride exploram a relação das pessoas com a corrida de rua por diversão.
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BRAND Vanessa Checoli apresenta sua nova marca de bolsas Aimée de la Tour. A new brand valoriza o design exclusivo, alto padrão de qualidade e matéria-prima. Cada peça é confeccionada uma a uma por habilidosos artesãos, com edições limitadas por modelo. A coleção é inspirada nos caminhos percorridos por Aimée pelo Marrocos e sua arquitetura local. Além disso, a riqueza e a sofisticação das cidades imperiais entusiasmam as aplicações, em formatos de flores e libélulas, nas bolsas.
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TESTES COMPARAM A PERFORMANCE
de tênis esportivos
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o mais recente comparativo de performance de tênis esportivos publicado pelo guia de equipamentos Go Outside, cujo lançamento aconteceu em novembro de 2017, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) foi convidado para realizar as avaliações biomecânicas com a finalidade de medir o nível de performance oferecido por 32 modelos de diferentes marcas, tendo como base dois testes funcionais - um referente ao nível de absorção do impacto e outro para medir a distribuição da pressão plantar. O coordenador do Laboratório de Biomecânica do IBTeC, Ms. Eduardo Wüst, explica que este tipo de comparação é comum em publicações especializadas em práticas esportivas, porém é a primeira vez no Brasil que os resultados se baseiam em metodologia científica, com as medições realizadas por um laboratório independente. “Cada publicação usa uma metodologia própria, sendo que a prática comum é a realização de testes subjetivos, que levam em conta exclusivamente a percepção de calce de um único usuário, sem que se tenha qualquer embasamento científico nesse processo comparativo”, destaca o pesquisador. As revistas especializadas costumam manter em seus bancos de dados listagens com os nomes e contatos de praticantes de diversas modalidades esportivas. Para fazer seus guias comparativos, escolhem um dentre os que praticam o esporte para o qual os calçados a serem testados são oferecidos (corrida de longa distância, caminhada etc.). O atleta selecionado recebe da revista os pares enviados pelas empresas participantes e utiliza cada um dos calçados por um tempo pré-determinado. Após o uso preenche uma ficha de avaliação sobre cada modelo utilizado. De posse das respostas fornecidas pelo usuário, a realizadora da pesquisa classifica os calçados numa série de quesitos, mas sempre a partir de uma avaliação qualitativa, levando em conta exclusivamente a experiência pessoal de uso. “Uma característica desses testes é que os atletas também não passam por qualquer tipo de avaliação física, e muito menos sobre as características dos seus pés,
e isso pode interferir nos resultados”, contextualiza Wüst. Foi a partir desta realidade que o IBTeC, por iniciativa do próprio coordenador, entrou em contato com a Go Outside, e então se estabeleceu o convite para a realização do teste até então inédito no País neste formato.
Metodologia Todas as tratativas com as empresas que aceitaram participar deste teste comparativo foram feitas pela Go Outside. Foram definidas cinco categorias de tênis (Trilha, Amortecimento, Performance, Estabilidade e Minimalista) e cada empresa teve a liberdade de escolher em quais destas desejava participar, enviando um modelo a ser avaliado para cada categoria selecionada. A partir dessa definição os calçados foram enviados para o Laboratório de Biomecânica do IBTeC, onde foram realizados dois testes biomecânicos em cada um deles: Acelerometria Tibial e Distribuição de Pressão Plantar. Para cada categoria o tênis tem uma finalidade específica, e o resultado obtido pode ser melhor ou pior levandose em conta essa finalidade. Tomamos por exemplo um tênis cujos resultados apontam para um amortecimento de 50% do impacto durante a passada: se era um modelo de Amortecimento o desempenho foi ótimo, porém se era um tênis de Performance este amortecimento todo não vai ser funcional para a finalidade a que ele se destina. Pois, neste caso, é preciso ter pouco amortecimento para que o atleta e obtenha uma resposta rápida de impulsão. Este tipo de relação foi observado em todas as categorias. Os testes foram realizados no período de 17 de julho a 15 de agosto de 2017, com a participação de oito corredores cadastrados junto ao laboratório do IBTeC e todos eles usaram todos os calçados (três modelos foram testados na categoria Trilha, nove na Amortecimento, 10 na Performance, seis na Estabilidade e quatro na Minimalista). Após os testes os resultados foram tabulados e repassados para a revista, que criou um sistema próprio de apresentação dos resultados através de pontuações (Go Outside Guia de Equipamentos - Ed. 146 - novembro de 2017).
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Testes e resultados
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tados foram definidos conforme a finalidade e categoria na qual o tênis estava inserido. Na avaliação da pressão plantar para as categorias Amortecimento e Estabilidade, quanto menor os resultados mais eficaz o tênis será para a sua finalidade de absorção e segurança durante a corrida, já para os tênis das categorias Performance, Minimalismo e Trilha ocorre o inverso, quanto maior os valores, mais eficaz na resposta do calçado para estas finalidades. Para a análise da acelerometria tibial, quanto maior os valores (dados em porcentagem), maior o nível de absorção, com isto, para as categorias de Amortecimento e Estabilidade os calçados melhor classificados eram os com valores maiores, já para os tênis das outras categorias, quanto menor o valor desta análise, melhor a resposta/retorno durante a corrida. Como complemento, foi solici-
tada a percepção pessoal dos atletas quanto aos tênis testados e esta informação também foi levada em conta para o resultado final. Foi realizado um critério de avaliação, que foi da seguinte forma: conforme os resultados obtidos nas avaliações o tênis com o melhor desempenho em cada categoria recebeu três estrelas, o segundo recebeu duas estrelas e o terceiro recebeu uma estrela, os demais não receberam estrela alguma. Para cada citação da percepção dos atletas o tênis ganhava mais uma estrela. Sendo assim o tênis que obteve mais estrelas em cada categoria foi considerado o melhor e mais eficaz para a sua finalidade. No infográfico mostramos os resultados finais, considerando todas as variantes. Somente os modelos de calçados que tiveram uma pontuação mínima de acordo com os critérios de avaliação estão representados na ilustração.
FOTO LUÍS VIEIRA
aterial Ensaiado: foram testados 32 pares de tênis de corrida de numeração 41, de cinco categorias distintas (Amortecimento, Performance, Estabilidade, Minimalista e Trilha). Condições ambientais: as amostras foram armazenadas durante 24 horas em ambiente climatizado ensaiadas no mesmo ambiente, conforme norma NBR 10455/1988. Equipamentos rastreáveis utilizados nos ensaios: Manômetro Digital, Sistema Pedar, Tacômetro e Esteiras Ergométricas. Testes: foram realizados dois testes biomecânicos com cada um dos pares - Distribuição de Pressão Plantar (Baropodometria), que mostra como as cargas e as pressões se distribuem na região inferior dos pés e a Acelerometria Tibial, que analisa o quanto de vibração/impacto cada tênis absorve durante a corrida. Os critérios de análise dos resul-
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PROJETOS DE CONFECÇÃO 4.0 EM FASE DE
desenvolvimento de produto E
mpresários e executivos do setor têxtil e de confecção de todo o País se reuniram no dia 4 de maio, para juntos organizarem os primeiros passos rumo à Indústria 4.0. Empolgados com o desafio, começaram a planejar oito projetos de Confecção Avançada para o início da implantação deste novo processo produtivo. O trabalho vem sendo realizado por meio da pós-graduação em Master Business Innovation (MBI) Indústria Avançada: Confecção 4.0, promovido pelo Senai CETIQT, instituição que é referência em formação de mão de obra para o setor e consultoria têxtil, no Rio de Janeiro. “São oito projetos desenvolvidos por pessoas de múltiplas áreas de conhecimento. Estão presentes empresas do setor têxtil, de confecção, representantes da área de tecnologia e profissionais do Senai. Da nossa primeira imersão no tema, em abril passado, surgiu a ideia do posicionamento de cada grupo. E agora, na continuidade, estamos discutindo o produto para atender a esse posicionamento”, disse Robson Wanka, gerente de educação do Senai CETIQT. De acordo com ela, os participantes discutem quais são as demandas da sociedade em termos de produtos para definir, então, seus nichos de atuação. “Além de buscar qual produto melhor se encaixa nesses nichos, eles irão discutir também quais os materiais básicos e avançados mais adequados para que esse produto atenda a essa necessidade de mercado”, explicou. José Maria Fort, da empresa Têxtil Canatib exaltou a “provocação”
promovida pelo MBI. “Estamos sendo instigados a pensar de outras maneiras para sermos mais assertivos nessa integração tecnológica de toda a cadeia têxtil. Colocar 40 pessoas interagindo; 40 líderes com opiniões fortes e apaixonadas e usar essas paixões para repensar a manufatura é um desafio fascinante”, pontuou.
Como funciona O MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0 segue por cinco eixos temáticos; Estratégias de Inovação e Posicionamento de Negócio e Materiais e Produtos já foram abordados nas duas primeiras aulas. Nos seguintes temas como Processo Produtivo; Confecção 4.0; e Projeto e Análise de Viabilidade. Para incentivar a imersão nesses temas, os participantes têm a orientação de especialistas do Brasil e do exterior. Além de professores do próprio Senai CETIQT, o corpo docente também conta com profissionais da universidade alemã de Aachen, especializada em automação industrial; do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), entre outros. “O MBI vai facilitar a definição de estratégias e os próximos passos da implantação do modelo 4.0 na área têxtil, reunindo empresas e financiadores”, resumiu Wanka. Ao longo da especialização, os alunos-executivos contam com aulas, palestras e videoaulas colaborativas. Eles têm acesso a uma plataforma exclusiva onde podem compartilhar o andamento de seus projetos e in-
teragir com os trabalhos dos outros grupos em um fórum. Além disso, professores e alunos compartilham conteúdo a fim de enriquecer ainda mais o conhecimento. “Estou achando o MBI muito interessante. O networking, a troca de informações e tudo que pode ser feito para integrar, desde a confecção até o cliente final, é um mundo novo. Como entender melhor meu cliente e trabalhar de forma mais personalizada irá agregar mais valor ao produto, além de ser uma exigência do cliente”, disse Ana Amélia Rabelo, dona da Lalie Lalou, empresa de lingerie de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. O MBI terá duração de 360 horas, com seis encontros presenciais até outubro; além de aulas na unidade Riachuelo do Senai CETIQT, onde há uma planta piloto automatizada. Na mini fábrica 4.0, o sistema começa a funcionar a partir de um espelho virtual, no qual o cliente se posiciona para tirar suas medidas e escolher a peça que será fabricada. Em 20 minutos, a roupa está pronta e embalada. “O sonho está se materializando. Começamos a dar corpo a uma comunidade que pode construir na prática a fábrica do futuro. Para isso, é preciso unir várias competências. Temos rodado continentes e estamos muito satisfeitos em constatar que caminhamos lado a lado com o que há de melhor no mundo em termos de Indústria 4.0. A implementação no setor têxtil brasileiro começou”, conclui o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.
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AS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE
social e ambiental do IBTeC N
itens de higiene, e Padaria Baum, com tortas para as comemorações mensais de aniversário.
esta edição inauguramos um novo espaço na revista Tecnicouro - Empreendedor Social -, criado para a divulgação de ações realizadas por empresas e entidades do setor, como forma de reconhecimento a iniciativas que geram impactos positivos junto à sociedade nos âmbitos social e ambiental. Iniciamos apresentando as ações do próprio Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), e nas próximas edições abrimos este canal para as demais organizações divulgarem os seus próprios projetos. O aumento da participação em atividades nas áreas de responsabilidade social e ambiental tem sido uma das metas do instituto. Além de apoiar projetos institucionalmente, o instituto incentiva os colaboradores a se envolverem em ações em contribuição a atividades na cidade e na região. O presidente executivo da instituição, Paulo Griebeler, afirma que “a maior parte dos projetos que são apoiados hoje foram trazidos como sugestões pelos próprios colaboradores”.
Eu AMO tampinhas
Com a participação de todos os colaboradores, o IBTeC mantém desde 2016 o projeto Eu AMO tampinhas. Os colaboradores juntam tampinhas plásticas, que são entregues à Associação de Assistência em Oncopetriatria - AMO - de Novo Hamburgo. A campanha anual tem como objetivo transformar este material em recursos financeiros para, a partir da venda, prestar assistência a crianças carentes no tratamento de câncer. Este é um projeto que só tem crescido no IBTeC, com o aumento substancial de arrecadação a cada ano.
Parcerias com empresas engajadas Nos projetos especiais que realiza em feiras, o IBTeC dá prioridade a fornecedores que buscam nas suas práticas apresentar diferenciais que resultem na preservação do ambiente e no cuidado com as pessoas. Uma das ações do instituto é a contratação de trabalhadores que estejam fora do mercado para colocar em funcionamento o projeto Fábrica Conceito, que é realizado todos os anos na Fimec, a maior feira de matérias-primas, insumos, componentes e máquinas e equipamentos para o sistema calçadista. O propósito das contratações é proporcionar a esses trabalhadores a oportunidade de contato com pessoas do setor, aumentando suas possibilidades de recolocação profissional. Ainda na Fábrica Conceito, que é realizada desde 2010 em parceria com a Fenac Centro de Eventos e Negócios e a Coelho Assessoria Empresarial - o IBTeC doa todos os anos a maior parcela da produção do projeto para entidades da cidade e da região destinarem a pessoas em vulnerabilidade social.
Fazer o Bem Faz Bem Entre as atividades fixas do IBTeC, está o apadrinhamento da Casa Lar do Menino, através do Programa Fazer o Bem Faz Bem. Um grupo de colaboradores faz uma visita mensal, com a organização de uma festividade para os aniversariantes da Casa Lar, que acolhe adolescentes na faixa dos 12 aos 18 anos der idade e que se encontram em situação de vulnerabilidade social. O apadrinhamento foi estabelecido em outubro de 2015, e desde então o IBTeC mantém a atividade sob a coordenação de um grupo que busca recursos para viabilizar a atividade. Além da comemoração dos aniversários, o grupo arrecada calçados com as indústrias que mantêm parceria com o instituto, para doar aos adolescentes. Hoje este projeto conta com parcerias fixas de Sugas Shoes e NKS, com a doação de calçados; Mais Você Salão de Beleza, com cortes de cabelos e
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FOTO FÁBIO SCHERER
Colaboradores fazendo a separação das tampinha por cor antes de serem doadas à AMO
Horta comunitária A Horta Comunitária Joana de Ângelis, com sede em Novo Hamburgo, é a mais recente instituição eleita para ser apoiada pelo IBTeC. Em 2017, o instituto alinhou a participação de colaboradores em atividades do projeto, além de incentivar o grupo a comprar os produtos da Horta - hortifrutigranjeiros, pães, doces, geleias, entre outros. O objetivo é aumentar o engajamento dos colaboradores na Horta, que precisa de muito apoio para dar continuidade ao seu trabalho de atendimento a crianças e jovens em atividades extraclasse, no turno contrário ao da sala de aula. A Horta mantém ainda atividades de atendimento a moradores de rua, através da distribuição de almoços aos domingos.
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CALÇADOS FEITOS NA FÁBRICA CONCEITO
são doados N o dia 15 de junho, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), a Fenac Centro de Eventos e a Coelho Assessoria Empresarial realizaram o ato simbólico de entrega dos calçados produzidos pelo projeto Fábrica Conceito durante 42ª edição da Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, componentes, Máquinas e Equipamnetos para Calçados e Curtumes (Fimec), ocorrida no último mês de Março, em Novo Hamburgo/RS. Ao todo, foram repassados 1.860 pares de calçados para nove entidades assistenciais da região, além da Secretaria de Desenvolvimento Social de Novo Hamburgo (SDS). O diretor-presidente da Fenac, Marcio Jung, realizou a doação de calçados à Secretaria de Desenvolvimento Social de Novo Hamburgo e destacou a importância do projeto para que a Fimec continue sendo a maior feira do setor na América Latina. “A Fábrica Conceito traz tec-
nologia e inovação que atrai pessoas e empresas de diversos estados e países, contribuindo para que a Fimec mantenha a sua força no setor coureiro-calçadista. Agradecemos o apoio de todos os nossos parceiros que tornam viável a realização desse projeto”, apontou. Já o presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, doou calçados para o Lar São Vicente de Paula; Lar do Menino (Projeto Girassol); e Horta Comunitária Joanna de Ângelis. “Ao mesmo tempo em que apresenta tecnologias e leva informação a todos os envolvidos no setor, a Fábrica Conceito também contribui para melhorias sociais na nossa região”, comentou. O diretor da Coelho Assessoria Empresarial, Luís Coelho, por sua vez, repassou pares de calçados à Liga Feminina de Combate ao Câncer de Ivoti; Amigos do Mundo de Ivoti; Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi); Associação dos Deficientes Visuais (Adevis-NH); Lar da Menina; e a Comunidade Evangé-
lica de Novo Hamburgo. “Chegamos ao nono ano de realização da Fábrica Conceito. Um projeto de sucesso que nos permite mostrar o funcionamento de equipamentos e a aplicabilidade de tecnologias de forma muito eficiente. Também é preciso destacar o aspecto social do projeto, que se demonstra através da doação dos calçados produzidos e da geração de emprego”, pontuou Coelho. O secretário de Desenvolvimento Social de Novo Hamburgo, Roberto Daniel Bota, agradeceu às entidades parceiras da Fimec e salientou a importância da doação para a comunidade. “Receber uma doação dessas justamente durante um período de frio rigoroso vem ao encontro do espírito de solidariedade da Campanha do Agasalho e é de extrema importância para o nosso município. São calçados que serão repassados às pessoas que mais necessitam, tanto por nós da Secretaria quanto por todas as entidades beneficiadas”, destacou o secretário.
Fábrica Conceito calçados masculinos e femininos das marcas Kildare e Ramarim. Dentre as linhas de produção, outra foi composta por alunos do Instituto de Tecnologia do Calçado Senai de Novo Hamburgo, demonstrando o alto nível da formação recebida. A edição de 2019 acontecerá de 26 a 28 de fevereiro das 13 às 20 horas, nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo (RS).
1.860 pares foram entregues a nove entidades de assistência social em ato simbólico FOTO LUÍS VIEIRA
É um projeto realizado há nove edições durante a Fimec. A iniciativa apresenta ao visitante da feira a produção de calçados em tempo real, com o objetivo de gerar uma experiência exclusiva ao visitante: a de acompanhar a mão de obra e todas as tecnologias e materiais aplicados na produção calçadista. Nesta edição, foram quatro linhas produtivas fabricando modelos de
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BRASIL DESPERDIÇA A METADE DA PRODUÇÃO TOTAL
de Itaipu em três anos S para eficientização”, explica o Diretor Executivo da associação, Luís Ricardo Trezza. Por outro lado, há que destacar que o preço médio das tarifas de energia em todos os segmentos tem aumentado, conforme os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para a Abesco, os resultados apenas confirmam a necessidade do envolvimento do governo para que haja um crescimento sustentável de eficiência energética em todas as esferas consumidoras e do setor elétrico como um todo. “Infelizmente, aqui no Brasil os investimentos em eficiência energética ainda são vistos como gastos e não como medidas de economia de energia e redução de custos - mesmo que a eficiência
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egundo análise da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), de 2015 a 2017 o Brasil contou com um potencial de economia de energia da ordem de 142.820,69 GWh, ou seja, o País desperdiçou aproximadamente metade de toda a produção de energia elétrica de Itaipu no mesmo período. Isso representa um potencial de economia de R$ 52,17 bilhões. De acordo com a entidade, esse número praticamente se manteve em relação aos dados da pesquisa anterior porque ainda se sente os efeitos da recessão de 2015 e 2016. “Além disso, apesar do aumento do consumo, há também um aumento do potencial de economia em função de novas tecnologias e métodos
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energética seja a energia mais limpa e barata, já que não depende de investimentos altos e evita aportes em novas usinas. Por exemplo, o valor estimado para eficiência está em cerca de US$ 31/MWh, cerca de um quarto do gasto com energia nova”, afirma Trezza. De acordo com a associação, somente o potencial de economia de energia de 2017 (60.069 GWh) demonstra que as ações de eficiência energética são uma fonte viável para gerar e disponibilizar uma energia para uso efetivo, uma vez que tal economia daria para abastecer durante um ano inteiro cidades como Águas de Lindóia e Piracaia ou seis meses de consumo de cidades como Presidente Prudente, Mogi Mirim, Marília, Carapicuíba, Botucatu e Bragança Paulista.
Sobre a Abesco Fundada em 1997, a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) é uma entidade civil sem fins lucrativos que representa oficialmente o segmento de eficiência energética brasileiro, formado por empresas de diversas áreas. O objetivo é fomentar e promover ações e projetos para o crescimento do mercado de eficiência energética beneficiando não somente seus associados, mas também a sociedade, contribuindo assim para o desenvolvimento do País.
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FIERGS LANÇA CARTILHA
sobre ergonomia A O que é ergonomia?
É a ciência que estuda a interação do homem com outros elementos ou sistemas visando à promoção da segurança, da saúde, do conforto e do bem-estar ao trabalhador. Nesse sentido, a Norma Regulamentadora nº 17 (NR17), que trata da ergonomia, tem por objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. FOTO DIVULGAÇÃO
Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), por meio do Grupo de Estudos do Ambiente do Trabalho (Geat), lançou a cartilha Ergonomia: uma abordagem conceitual. O material traz uma abordagem conceitual para nortear ações em ergonomia dentro das indústrias, em diversas áreas de atuação, visando a orientar as empresas para além da Norma Regulamentadora nº 17 (NR17), compilando assuntos pertinentes como postura, manuseio e transporte de cargas e ritmos de trabalho. Segundo a professora coordenadora do programa de pósgraduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale, Jacinta Sidegum Renner, que integra o Geat, a ergonomia é um assunto que está intimamente relacionado com a saúde dos trabalhadores e a intensão é auxiliar indústrias de diversos ramos nas práticas preventivas dentro do ambiente de trabalho. “Esperase que a cartilha impacte tanto no grande quanto no médio e pequeno empresário. Para isso, foi pensado em um meio de divulgação acessível e de fácil compreensão”, afirma a pesquisadora. A publicação está disponível, de forma gratuita, para download no site da Fiergs: www.fiergs.org.br/pt-br/ noticia/cartilha-da-fiergs-contribuipara-esclarecer-questoes-envolvendoergonomia.
O material compila temas como postura, manuseio e transporte de cargas e ritmos de trabalho
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VAREJO ALINHADO AOS PRINCÍPIOS
para moda sustentável O
fórum sustentável Global Fashion Agenda (GFA) divulgou neste primeiro semestre a primeira edição histórica de um relatório com medidas que devem estar nos planos de curto e longo prazo das empresas envolvidas com moda sobre os investimentos em sustentabilidade. O CEO Agenda 2018 foi lançado antes do principal evento mundial sobre sustentabilidade no mundo da moda, o Copenhaguen Fashion Summit, que acontece em 15 e 16 de maio na Dinamarca, e antecipa as bases dos debates.
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O movimento consciente no mundo da moda envolve não só consumidores, mas todos os elos da cadeia produtiva, como fornecedores, fabricantes e varejistas. “Sempre atentas às principais tendências do setor e discussões globais, as redes de varejo de moda associadas à Associação Brasileira do varejo Têxtil (Abvtex) vêm trabalhando as medidas e contam com o apoio e articulação da entidade para alcançar os objetivos de construir um ambiente de negócios sustentável”, aponta o diretor executivo da entidade, Edmundo Lima.
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CRIAÇÃO DE VALOR DE MARCA
é tema de workshop C om uma concorrência cada vez mais acirrada, não somente em termos de produtos, mas também na prestação de serviços diferenciados que tornem a compra uma experiência relevante, os calçadistas estão buscando ferramentas de diferenciação na criação de valor de marca. O assunto foi tema de workshop realizado durante o dia 8 de maio, na sede da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em Novo Hamburgo/ RS. Ministrado pelo designer e diretor da D+E Branding, Vinícius Prado, o workshop destacou a importância da criação de imagem para a marca como forma de criação de valor e incremento das vendas. “É preciso criar uma história”, disse. Segundo ele, o primeiro passo é criar uma percepção positiva que garanta a primeira venda. “A qualidade, por si só, não garante a venda, o que garante é a percepção que o consumidor vai ter. Cerca de 90% do ato de compra é emoção, é um instinto primitivo”, acrescentou Prado, ressaltando que é preciso desenvolver uma memória afetiva no cliente. A criação de uma persona identificada com a marca é outro passo importante, pois é o consumidor com o qual a empresa vai conversar, ficar mais próxima e criar um vínculo emocional. Neste ponto, Prado dividiu os clientes em três segmentos da pirâmide: os premiuns, no topo
com 10% das pessoas; os medianos, com 30%; e a base, massificada, com 60%. Segundo ele, é importante estar atento à pirâmide de consumo tanto para elaborar um mix de produtos, contemplando todos os segmentos, quanto para a comunicação da marca. Cada consumidor exige um tipo de abordagem. O próximo passo é contar a história da empresa, sempre do ponto de vista do que o cliente quer ouvir. “Os clientes não estão nem aí para você. Na abordagem, fale menos da empresa e mais dele e depois que criar um vínculo passe a falar do produto”, ressaltou.
Prática Antes da apresentação dos conceitos, Prado realizou uma primeira rodada de vídeos com os participantes. Nele, os calçadistas tinham que apresentar suas marcas em um minuto. A diferença ficou evidente nos últimas apresentações, já na noite, quando os mesmos já haviam criado um discurso de acordo com as dicas fornecidas, com a segmentação de cada tipo de cliente, a criação das personas e com uma abordagem focada no consumidor. “Os workshops promovidos pela Abicalçados têm essa missão, de aliar a teoria à prática. Os resultados da oficina ficaram evidentes nos vídeos antes e depois da apresentação do tema”, avaliou o gestor de projetos da Abicalçados, Cristian Schlindwein.
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REFLEXÕES
para treinadores O
sucedido”, pontua o especialista defendendo que o grande líder é necessariamente também um bom instrutor e sabe transformar um problema em oportunidade de se realizar treinamentos ainda melhores.
A fase de treinamento acontece em diferentes etapas: - Preparação: nesta fase é determinado tudo o que se espera do profissional no cumprimento das suas atribuições; - Demonstração: o supervisor, mediante o perfeito domínio dos afazeres, mostra exatamente como cada atividade profissional deve ser realizada; - Avaliação: é bom lembrar que o desempenho do funcionário é reflexo da qualidade do treinamento recebido; - Acompanhamento: para corrigir em tempo real falhas que vierem a acontecer em qualquer etapa durante a execução do trabalho nesta fase de aprendizado. Existem quatro ferramentas fundamentais nesse processo: Falar Repetidas Vezes, mas de maneiras diferentes, enfatizando sempre o que é mais importante a ser feito; Mostrar na prática como deve ser feito; Ilustrar, comparando a tarefa com outras situações corriqueiras FOTO LUÍS VIEIRA
primeiro Happy Hour com Tecnologia realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) em 2018 aconteceu no último dia 16 de maio. O engenheiro Leonardo Gataldo apresentou o tema Lições para Treinadores: liderança para formação de equipe. Dentre os assuntos abordados, tratou sobre a necessidade de se encontrar alternativas mais produtivas para cargos e funções; as diferenças entre ensinar e treinar; encarar problemas como oportunidades para treinamento; o valor do acompanhamento; ferramentas e perfil do treinador. Após a apresentação foi aberto espaço para perguntas e debates, e no fechamento aconteceu uma seção de autógrafos do seu novo livro Lições para Treinadores. Lembrando que o grande objetivo das organizações é a busca por resultados positivos, o palestrante salientou que o caminho para o sucesso implica em ter pessoas que saibam vencer os problemas que surgem no dia a dia, e isso pressupõe conhecimento. “As causas humanas para os problemas são três (não poder, não querer e não saber). O não querer e o não poder geralmente estão relacionados com o não saber, que por sua vez é decorrente de um treinamento mal
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para que a pessoa em treinamento possa fazer uma associação e lembrar com mais facilidade; Fazer Perguntas, questionar o treinando sobre os processos a serem realizados, o uso dos materiais, enfim sobre tudo o que está sendo ensinado para ter a certeza de que ele não ficou qualquer dúvida. “Treinamento é a ação de fazer a pessoa ficar pronta para o que dela se espera, e o bom treinamento evita erros, despesas e acidentes no trabalho”, argumenta o palestrante.
Dificuldades frequentes nas organizações - Diagnósticos equivocados: infelizmente é muito comum, quando surge um problema, que se procure logo o culpado sem antes pensar sobre a qualidade do treinamento que o profissional recebeu ou a real condição do ambiente de trabalho; - A busca por resultados: nessa procura muitas vezes se perde o foco para o combate das causas; - As condições não favoráveis para o alto desempenho: a ansiedade para resolver um problema imediato dificulta a resolução do problema na sua origem. Prazos apertados e o alto nível de exigência do cliente, por exemplo, podem demandar uma concentração de esforços que tornam os processos engessados. Gataldo finalizou a apresentação comentando que a falta de aptidão para o trabalho também pode não estar ligada ao treinamento em si, mas ao perfil inadequado da pessoa para ocupar um determinado cargo. Por isso, investir mais tempo no processo seletivo é fundamental para evitar avaliações equivocadas. “Geralmente esses equívocos ficam evidentes quando surge algum problema”, lamenta.
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NEUROMARKETING: CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO
do consumidor N
nadas. Considerando que uma marca é uma espécie de história ficcional que tem significado na nossa mente ele comentou que as pessoas, via de regra, acham que têm o controle sobre as decisões de compra, mas nem sempre a realidade é isso mesmo. “O funcionamento do nosso cérebro é praticamente igual ao que era há dois mil anos e trabalha muito com associações. Isso significa que constantemente ao olharmos para algo, buscamos associar o que vemos a outra coisa, facilitando o nosso entendimento sobre o que está diante de nós. Uma colher, por exemplo, pode nos levar a pensar em um prato de sopa, já uma xícara a um chá ou café, e essa característica é muito usada para nos influenciar a comprar determinado produto ou serviço”, ilustrou. Ele também explicou que conforme a área acionada o nosso cérebro funciona de diferentes maneiras. “Temos três cérebros em um - uma parte é o reptiliano, outra o mamífero e outra ainda o intelectual - e por isso quando se pensa em um público-alvo a ser atingido devemos considerar qual cérebro deve ser estimulado, entretanto, toda a dinâmica de marketing se dá em nível subliminar, provocando desejos e oferecendo compensação”, determinou. De uma forma geral, o cérebro reptiliano é responsável por funções básicas FOTO LUÍS VIEIRA
o dia 07 de junho, o pesquisador do Laboratório de Biomecânica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Prof. Dr. Milton Zaro, fez um workshop para apresentar aos colaboradores da instituição aspectos sobre o neuromarketing - mistura entre neurociência e marketing que tem como principal objetivo entender o que faz um consumidor preferir uma marca, comprar ou não um produto e até mesmo se tornar um cliente fiel. Um dos assuntos abordados foi sobre como a área das ciências exatas pode ajudar o marketing de uma organização a atingir o maior número de pessoas, visando a obter melhores resultados. Para exemplificar através de um caso real ele implantou em uma das participantes um sistema portátil para a realização de eletroencefalograma. O sistema dotado de um único eletrodo mediu o estado de atenção da pessoa durante uma parte da apresentação. Depois foi feita a leitura dos dados através de um tablet no qual foi instalado um software específico, onde se constatou pequenas variações do nível de atenção. O pesquisador lembrou que este é apenas um tipo de avaliação comportamental que pode ser usado para saber mais detalhes sobre as pessoas para se montar estratégias de marketing e propaganda bem direcio-
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como controlar o batimento cardíaco, a respiração, a digestão. Além da manutenção da vida e locomoção básica, também comanda as nossas emoções mais primitivas, como as sensações de medo, desejo e raiva. Já o chamado cérebro dos primeiros mamíferos nos permite reconhecer com mais precisão quem são os amigos ou inimigos, nos permite buscar e encontrar alimentos e também guardar lembranças e a ter uma grande variedade de emoções diferenciadas e complexas. O cérebro racional, por sua vez, se trata do último passo na evolução do nosso cérebro, com o surgimento do córtex cerebral que nos proporciona a capacidade de aprendizado mais rápido, o que permite uma melhor adaptação ao meio. Com o cérebro racional, é possível prever consequências, sentir compaixão, enganar inimigos, estabelecer uma linguagem para a comunicação e conviver em grupos maiores, por exemplo. No entendimento do pesquisador o avanço da neurociência com a matemática, a psicologia, o marketing permite ampliação dos estudos que indicam cientificamente as características e diferenças mais impactantes entre diferentes públicos. “Em torno de 90% das decisões que tomamos na hora da compra não são racionais e muito disso tem a ver com as propagandas, que estimulam as nossas emoções, propondo recompensas que liberam substâncias que nos dão prazer, como dopamina e serotonina,”, assegurou o Dr. Zaro, complementando que é sempre interessante medir através de neurotransmissores como o cérebro do indivíduo está se comportando durante um processo de compra. “A forma que as mulheres e os homens processam as informações é bem diferente. Na hora da compra, por exemplo, o homem é menos racional”, concluiu.
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Abicalçados tem nova identidade visual
CURSOS IN COMPANY SOBRE TECNOLOGIA
aplicações de não tecidos
O objetivo da Abint é oferecer informações personalizadas às demandas das empresas que trabalham com o material em diferentes segmentos
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ntre os modelos de cursos e workshops oferecidos pela Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (Abint), a entidade intensifica a proposta de oferecer ao mercado cursos in company sobre as tecnologias de produção e as aplicações dos não tecidos. O objetivo é levar, de forma personalizada à demanda de cada empresa, as informações técnicas sobre as matérias-primas, produção e aplicações dos não tecidos, sua classificação, normas técnicas, funcionalidades específicas, entre outras. Além das informações básicas sobre resinas, fibras, fios e filamentos que formam esses produtos, os processos de fabricação, a identificação e características, classificação (Norma ABNT), tecnologias de formação de véu/manta, tecnologia de consolidação, de acabamento e de enobrecimento, assim como as principais aplicações desses produtos e seus benefícios, o curso pode abordar com profundidade temas específicos das empresas e dos segmentos
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em que atuam, tais como o de calçados e artefatos, o automotivo e o médico hospitalar. O presidente da Abint, Carlos Eduardo Benatto, afirma que o modelo de cursos realizados na sede da entidade também continuará a ser oferecido, mas ressalta que a proposta do modelo personalizado traz um diferencial. “Além de evidenciar as vantagens competitivas dos não tecidos e promover o uso adequado desses produtos, os cursos realizados na modalidade in company aproximam a informação técnica da realidade das empresas, podendo se tornar ferramenta importante na melhoria dos processos e no diferencial competitivo do negócio”, afirma o executivo. As informações sobre o conteúdo, direcionamento dos temas, duração das aulas, quantidade mínima de participantes necessários, datas disponíveis e valores do investimento podem ser obtidas na ABINT, pelos e-mails abint@abint.org.br ou contato@abint.org.br, ou pelos telefones (11) 3032.3015 ou 3823.6087.
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uscando adaptar à nova realidade do mercado, que exige relações mais próximas, simples e objetivas, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) lançou no dia 26 de abril, durante o Prêmio Direções, sua nova identidade visual. Sem perder a essência da entidade, criada em 1983 e que representa as mais de sete mil indústrias de calçados brasileiras, a logotipia foi modernizada de acordo com as tendências do minimalismo. “Optamos por um visual mais clean e objetivo, objetividade essa que é premissa fundamental para o sucesso num mundo cada vez mais cheio de informação, onde a relevância deve ser observada”, explica a coordenadora de Promoção de Imagem da Abicalçados, Alice Rodrigues. A atualização da marca Abicalçados para a celebração dos 25 anos da entidade segue uma tendência global de grandes marcas mundiais ao simplificar seus traços e formas. A nova marca reflete um momento importante, de olhar para a história e reconhecer o trabalho realizado, mas ressalta também o início de um novo período, no qual a instituição reforça sua missão de representar, defender, desenvolver e promover seus associados no Brasil e no mundo.
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SNIC ABORDA ADAPTAÇÃO DAS MARCAS
FOTOS LUÍS VIEIRA
à era digital I
novação, tecnologias exponenciais, tendências para o mundo dos negócios, inteligência artificial no varejo, realidade virtual e aumentada, interação virtual por voz foram alguns dos assuntos da 22ª edição do Seminário Nacional da Indústria de Calçados (Snic) que ocorreu no dia 13 de junho em São Leopoldo/RS, promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) para tratar de temas relevantes para a sobrevivência das marcas em um mundo cada vez mais digital.
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engenheiro, professor, fundador da WTF! School e entusiasta do futurismo, Felipe Menezes, abriu os trabalhos falando sobre a era das inovações exponenciais. “Estamos vivendo a quarta revolução industrial, um momento histórico que podemos ajudar a moldar”, disse, ressaltando a importância de adaptação das marcas aos conceitos da chamada Indústria 4.0, especialmente no que diz respeito a internet das coisas. Segundo ele, o fato de estarmos passando por essa revolução de costumes e comportamentos, que tem na conexão e integração o ponto mais alto, tornou o produto menos importante do que o serviço e o acesso a eles. Ou seja, as pessoas já não querem a posse, querem poder acessar quando necessário. Menezes citou algumas das empresas que mais crescem no ambiente atual, como Netflix e Airbnb, que estão de acordo com a lógica do acesso. “O consumidor atual também está construindo seu próprio
Felipe Menezes
Gustavo Schifino
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produto. Vivemos uma cultura maker”, falou Menezes. O palestrante citou, ainda, o desenvolvimento de tecnologias como a impressão 3D e até 4D, que estão cada vez mais acessíveis. “Hoje, o produto é um arquivo que, baixado da internet, pode ser reproduzido em qualquer lugar, gerando menos desperdícios e resíduos industriais”. Para Menezes, a evolução exponencial das tecnologias torna o ambiente desafiador e isso não deve assustar, mas motivar para que nos tornemos protagonistas dessa transformação.
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a sequência, o CEO da empresa Pier X, um espaço online integrado ao físico considerado o primeiro Marketplace “phygital” da América Latina, Gustavo Schifino, discorreu sobre as mudanças necessárias para a sobrevivência do varejo. Segundo ele, a marca que não entender que vive na quarta Revolução Industrial, que não estiver aberta à disrupção, está fadada ao fra-
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casso. “Vamos ver nos próximos cinco anos o que não vimos nos últimos 50. Precisamos estar preparados, digo nós, imigrantes digitais, que somos de uma outra geração. A geração atual, a dos nativos digitais já está preparada”, disse. Por outro lado, Schifino frisou que, neste momento de disrupção, uma geração não sobrevive sem a outra, precisando dessa dualidade para o sucesso não somente nos negócios, mas nos relacionamentos humanos. Ilustrando com números de lojas fechadas nos Estados Unidos, o palestrante ressaltou a dificuldade do varejo nessa adaptação. No ano 2000, por exemplo, foram fechadas nove mil estabelecimentos no maior mercado do planeta, número que saltou para 15 mil em 2017. “Existe uma diminuição do fluxo de visitação ao varejo físico e não é porque as pessoas estão consumindo menos, é porque elas estão buscando experiências diferenciadas. Não as tendo, elas preferem a comodidade de resolver a questão com o dedo. Por isso o evento acontece enquanto o e-commerce cresce”, comentou. Segundo o palestrante, o ideal para o sucesso do negócio varejista é a integração entre os campos físicos e digitais, o chamado phygital. Para ele, o físico segue relevante, mas somente quanto tem experiência envolvida na compra.
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ciclo de palestras da manhã encerrou com Vanessa Mathias, consultora de tendências e inovação da White Rabbit, que listou quatro
Vanessa Mathias
Enio Garbin
macrotendências para as marcas, especialmente na comunicação com o novo consumidor. “As marcas precisam ter maior envolvimento em causas, ter um propósito firme e comunicar ao mercado”, afirmou. Segundo ela, depois de vivermos a era do show me the money (mostre-me o dinheiro), estamos vivendo a do show me the meaning (mostre-me o significado), com um consumidor cada vez mais consciente. “As pessoas já sabem o impacto do consumo no planeta, e que para ter um jeans novo é preciso de 11 mil litros de água na fabricação, que para comer 1 kg de carne outros 15 mil litros. Antes essas questões podiam ser escondidas, hoje estão na nossa cara. Então, é preciso transparência na comunicação e, acima de tudo, ativismo e engajamento das marcas”, disse. Para quebrar a resistência de investimento das empresas mais conservadoras, Vanessa trouxe números que apontam que 56% dos consumidores brasileiros preferem comprar produtos de marcas que tenham envolvimento com causas que julgam relevantes, sendo que 22% deles estão dispostos a pagar mais por isso. Também falou que 71% das pessoas sentem frustração em compras cujo processo é totalmente impessoal, pois preferem ter experiências sensoriais durante a fase de descobrimento sobre o produto ou o serviço a ser adquirido. Outras questões a serem trabalhadas são o dualismo e as ambiguidades, ou seja, como conversar com as pesso-
as que não se enquadram dentro dos estereótipos e que, portanto, podem ter expectativas de vida diferentes do convencional. A falta dessa compreensão, analisa a palestrante, pode, inclusive, levar a situações de ódio nas redes sociais e isso tem levado muitas organizações a um estado de insegurança. “As mídias são sociais, comerciais e políticas”, terminou.
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tarde de conhecimento iniciou com a apresentação do executivo líder da área de Soluções de Indústria para os mercados de Varejo e Indústrias de Bens de Consumo da IBM Brasil, Enio Garbin, que falou sobre o papel da Inteligência Artificial neste novo momento do varejo. Segundo ele, o novo modelo de negócio é além de e-commerce mobile. Em 2017, a modalidade de vendas movimentou 6% do total comercializado no mundo, sendo que no ambiente digital essa modalidade respondeu por quase 60% das conversões. “O papel da Inteligência Artificial é fundamental no processo de adaptação do varejo a essa realidade”, comentou, ressaltando que, por outro lado, é preciso ter uma abordagem diferenciada para a criação de uma experiência de interação humana. Garbin citou o caso da Watson, que consegue gerar uma interação por voz que entende o perfil e o gosto do consumidor, criando ainda uma base de dados (Big Data) relevante para as estratégias da empresa.
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a sequência, o dinamarquês Peter Kronstrom, do Copenhagen Institute for Futures Studies Latin America, tratou da batalha das marcas para conquistar o consumidor. O palestrante listou 14 temas que devem deter a atenção das empresas na contemporaneidade: sociedade em rede, desenvolvimento demográfico, foco em saúde, polarização, globalização, comercialização, individualização, crescimento econômico, sustentabilidade, sociedade do conhecimento, imaterialização, demo-
cratização, aceleração e complexidade e desenvolvimento tecnológico. “As marcas têm, em média, oito segundos para ocupar o espaço na mente do consumidor. Por dia, passamos por quatro a dez mil anúncios publicitários, sendo que a maior parte deles nem entra na nossa mente. Então, o trabalho e desafio das marcas é conseguir preencher esse espaço, e o meu conselho é usar autenticidade para isso. É preciso se desnudar cada vez mais para chegar às pessoas”, disse, ressaltando a importância da geração de experiências individuais. Kronstrom destacou também o que chamou de sheconomy, com mulheres cada vez mais empoderadas, o que deve deter a atenção das marcas. Segundo ele, hoje 85% do consumo dos Estados Unidos é realizado por mulheres. Levando em consideração que a mulher é a principal consumidora de calçado, o pesquisador comentou que é preciso estar atento à oportunidade, apostando em calçados de saltos altos e mais confortáveis, tendências buscadas pela mulher contemporânea. O pesquisador reforçou, ainda, que as marcas precisam aprender a construir em conjunto com o consumidor. “As empresas precisam ver os consumidores como orquestradores da marca, que podem criar suas próprias experiências transformadoras”, frisou.
Eduardo Zilles Borba
Peter Kronstrom
inda no tema virtual, o professor e pesquisador de Tecnologias Interativas, Eduardo Zilles Borba, falou sobre como a realidade virtual, especialmente a aumentada, que permite integração entre o físico e o virtual, podem ajudar nos negócios das marcas. Borba frisou que a empresa que não tiver uma imersão virtual ficará para trás no mundo atual. Segundo ele, o investimento não é alto, perto do retorno gerado. Borba ilustrou com casos de sucesso, como o catálogo da Ikea, que usa a realidade aumentada para projetar seus produtos em ambientes físicos, bastando um aplicativo no celular para isso. “A realidade aumentada é um mercado muito promissor, que até 2020 deve movimentar US$ 120 bilhões no mundo”, concluiu.
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A 22ª edição do Snic encerrou com três talks, que trouxeram os cases de sucesso. Primeiro, Guilherme Masse e Eduardo Hommerding falaram sobre a Dobra, empresa que desenvolve carteiras, camisetas e uma linha de tênis – com um “papel” sintético chamado Tyvek. Em seguida Taís Bellini, da HP, falou sobre o desenvolvimento da interação por voz no varejo. Por fim, Cristiano Chaves, da Arezzo, trouxe casos que evidenciam a importância do humano no atendimento ao consumidor. O Snic foi uma promoção da Abicalçados que contou com a curadoria da WTF! School, patrocínios da Francal Feiras, Couromoda, Colorgraf, Unimed Vale do Sinos, e parceria da Unisinos, Plan XP, Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Associação Brasileira dos Agentes Digitais (AbradiRS), Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACINH,CB,EV), Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Centro das Indústrias de curtumes do Brasil (CICB).
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A evolução do Machine Learning
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existe um grande mercado a ser trabalhado Rafael Bissi
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Machine Learning (do inglês, Máquinas Aprendendo) foi criado para auxiliar a identificar como é o comportamento de um usuário, auxiliando a formar perfis para serem explorados com ações de marketing. Esta prática já é muito utilizada no mercado online, no qual, quando acessamos um determinado anúncio, as próximas propagandas direcionadas são sobre o assunto que fizemos uma busca anterior. Neste caso, os computadores analisam e “aprendem” o perfil do usuário, indicando melhores preços, produtos de mais qualidade, entre outros. O uso ininterrupto dos usuários via dispositivos móveis utilizando a localização real (GPS), junto a diferentes informações, como as postadas em redes sociais de fotos e as disponibilizadas em comentários em portais web, começam a traçar diversos perfis de usuários, não somente para pesquisa de mercado e usos de marketing, mas também para modelagem de aplicações, melhor desenvolvimento de websites, melhoria no uso de recursos, BI (Business Inteligence) com os dados retirados, venda de informações etc. Estas máquinas que trabalham no modo learning podem tratar dados de maneira independente e - quando qualquer informação for interceptada, lida e normalizada para o uso da inteligência artificial - pode haver mutação e trazer retornos absurdos. Existem diversos usos para este tipo de dado, incluindo análise preditiva com informações históricas, descrição de pessoas via hábitos, detecção de doenças por perfil de usuário, entre outros. Sem dúvida, existe um grande mercado a ser trabalhado para este tipo de leitura. Uma evolução que causou preocupação em uma empresa de grande porte no mercado foi o machine learning evoluir tanto que chegou ao ponto de entendimento do comportamento e reações do ser humano, além de sons de animais, músicas, detecção de rosto, criptografia não automática de arquivos para evitar a leitura de seres humanos, criação de protocolos de comunicação automatizados de máquina, melhorando os protocolos criados por seres humanos, entre outros. Esse aprendizado trouxe, assim, a ideia mais perigosa já tratada até em filmes: as máquinas se rebelam contra o homem. O Facebook desligou alguns servidores que criaram seu próprio método de comunicação para evitar o entendimento de outras máquinas e até do ser humano. Isto preocupa você? Este acesso ou bloqueio de alguma informação pode ser feito pelo próprio machine learning, que monitora a política de segurança de acesso. No caso de um comportamento de ataque, por exemplo, o machine learning identifica a conduta fora do padrão e pode ou não derrubar o atacante, dependendo da política de segurança implantada. A tecnologia e a segurança vêm para suportar o negócio, prevenindo ameaças para evitar problemas futuros e, ou, recorrentes. Toda máquina precisa de um fluxo completo de acompanhamento, desde o básico, com analistas juniores, até os especialistas, com o executivo de negócio, que poderão verificar se, de fato, o aprendizado está sendo benéfico ao negócio. Além disso, um ataque sempre vai ter uma porta de entrada e as ferramentas preditivas identificam ações fora da normalidade antes de um sequestro de dados, por exemplo, propondo uma evolução na maturidade da segurança. Somente comprar uma solução não adianta. É preciso ter capacitação e visão como um todo para chegar ao benefício da ferramenta, inclusive com possíveis customizações.
gerente de produtos de segurança e novas tecnologias da companhia latino-americana de soluções e serviços de tecnologia Sonda
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Ética: a necessidade empresarial do século XXI
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a sociedade evoluiu muito Samuel Sabino
fundador da consultoria Éticas Consultoria, mestre em bioética
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roteger os ativos tangíveis de uma empresa é muito mais fácil do que proteger seus ativos intangíveis, como sua credibilidade e reputação. Aquilo que depende da conduta humana é muito mais complexo. Por isso, a necessidade de desenvolver a ética dentro das corporações está cada dia mais latente. A ética pressupõe que todos terão boas condutas, sobretudo quando não estiverem sendo vigiados e monitorados. Já a lei pune e previne ações através de uma obrigação legal o dever. Ambas fazem parte das ferramentas de compliance. Dados os escândalos de corrupção envolvendo grandes empresas do País, as reflexões em torno dessa temática estão aumentando. Nesse sentido, a Ética e o Direito são duas faces de uma mesma forma de blindagem das empresas. Na década de 70, o economista Milton Friedman disse que “o negócio dos negócios são os negócios”, demonstrando uma visão focada no lucro acima de qualquer coisa, sem preocupação com a maneira pela qual estes negócios são gerados. Felizmente, a sociedade evoluiu muito desde então, passando a valorizar a transparência e as boas práticas. A operação Lava-Jato ilustra que os processos em curso já alteraram o cálculo de qualquer agente econômico que tenha em mente a violação da confiança pública em busca de ganho privado. Está evidente que os lucros a qualquer custo não valem mais a pena. Bons exemplos não faltam. Cabe lembrar o FCPA (Foreing Corrupt Practices Act EUA, 1977) que decorreu de escândalos de corrupção como o Watergate, o qual levou a queda do então presidente Richard Nixon, assim como o Bribery Act (Reino Unido, 2010), que forçou a modernização da legislação anticorrupção. O Brasil assumiu compromissos com a ONU, OEA e OCDE, e em agosto de 2013, promulgou a Lei nº. 12.846/2013, mais conhecida como Lei Brasileira Anticorrupção. Essa Lei integrou o ordenamento jurídico ao lado de outras importantes legislações brasileiras de combate à corrupção, como a Lei de Improbidade Administrativa, a Lei de Defesa da Concorrência, a Lei da Ficha Limpa, entre outras de natureza penal. À medida que trouxe responsabilidade objetiva para as empresas (independentemente de culpa) por atos de corrupção, a Lei Anticorrupção trouxe a necessidade delas estruturarem seus programas de conformidade. Esse novo marco normativo brasileiro criou uma verdadeira revolução na governança corporativa. A sociedade não tolera mais práticas que não sejam consideradas íntegras na busca pelo lucro. Quando a corrupção é sistêmica, como no caso do Brasil, grande parcela de gastos públicos e recursos humanos tendem a ser alocados para maximizar oportunidades de captura de rendas em lugar da criação de riqueza. Ao invés de inovação e busca de maior produtividade, agentes privados buscam vencer concorrentes via busca de privilégios especiais. Com menos oportunidades para propina, as empresas terão de focar na eficiência e na entrega real de valor para o consumidor. O compliance é o que dá suporte a essa sustentabilidade corporativa à medida que busca mitigar riscos, proteger os interesses dos públicos envolvidos e, ao lado da ética, preservar o maior ativo de uma empresa, que é a conduta de seus colaboradores. Isso permite sustentabilidade em longo prazo. Se para a lei a integridade e transparência se torna um dever, para a ética ela é um convite à responsabilidade. Ao considerarmos a sustentabilidade engajada pela lei e pela ética, surge um novo modelo de sociedade, que passa a exigir dos empresários uma conduta que vise ao respeito aos valores sociais. A necessidade legal de se implementar programas de compliance demostra que a ética galgou o patamar de importância para que se deixe os pensamentos do século XX de lado, e o lucro deixe de ser o propósito único de uma empresa. O comportamento do mercado agora demanda que valores e boas condutas sejam respeitados e praticados - e que possam agir em conjunto com a busca pelo lucro. O consumidor, nesse cenário, se mantém como meio, com um papel fundamental de fiscal. A lei se constrói em cima daquilo que é necessário. Quando ela é compreendida pela lógica, ela é aplicada como ética, e ambas blindam os valores e ativos da empresa, mantendo tudo funcionando como realmente deveria, em um cenário onde o recompensado é o que é certo, e não o que é imediatista e egoísta.
Rodrigo de Pinho Bertoccelli advogado e fundador/presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial (IBDEE)
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OPINIÃO Colunista A grande “GREVE” de 2018: quem ganhou com isso?
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não cumprimento (sem qualquer base uando se examinam fatos e legal para tanto) ou mesmo que haveria seus reflexos, há de se ter preapreensão de cargas ou atos de vandalissente o alerta que já fizera Paul mo contra aqueles que não observassem Veyne - historiador e arqueólogo francês a tabela. Algo certamente tão inócuo, acerca de uma armadilha inerente a isso: quanto tentar revogar a lei da gravida“o perigo da História é que ela parece fácil de, não fosse o “terror da insegurança”. e não o é”. Não obstante, faz-se necessário Substitui-se o presidente da Petrobras, examinar os reflexos do grande movimenmas tudo indica que a política de preços to ocorrido no Brasil ao final de maio de adotada, com reajustes diários, perma2018, alguns previsíveis outros nem tanto. necerá imutável. Para tanto, o governo Embora intelectualmente se espromete retirar do orçamento recursos esteja tentado a invocar o Conselheiro timados entre dez a quinze bilhões até o fiAcácio (famoso personagem da obra nal de 2018, com vistas a subsidiar as evenPrimo Basílio de Eça de Queiroz), que Dr. Marciano Buffon tuais perdas que a companhia teria pelo entre outras obviedades dizia que doutor em Direito, advogado tributarista, da Unisinos não repasse diário das alterações (quase “as consequências vêm sempre de- professor marciano@buffonefurlan.com.br sempre majorações) de preços. Todas as pois”, percebe-se que se está diante de explicações são dadas pelos experts sobre uma soma de fatos sem precedentes, com efeitos prejudiciais para a maioria dos brasileiros. tema, mas não se tem acesso (clara e transparente) a fórmula pela Não se pretende tratar aqui de todos os prejuízos causados, qual a estatal brasileira chega a tais preços. Ou seja, o Estado Brapois inescapavelmente precisa-se reconhecer que quantificá-los sileiro (leia-se todos os cidadãos) transferirá para uma empresa nada mais é do que um simples exercício de retórica matemática (que tem milhares de acionistas) uma fabulosa quantia para com(se isso fosse possível), sem contar o incalculável valor de uma pensar o preço que ela poderia cobrar (pode cobrar qualquer um vida humana perdida neste processo. O que se objetiva aqui é exa- já que é monopólio!) e não está cobrando. Cabe, pois, aqui uma minar as medidas adotadas para por fim ao verdadeiro caos ins- Ação Civil Pública, uma vez que recursos públicos estão sendo intalado, especialmente no que tange a eficácia e consequências. devidamente destinados àqueles que “estão ganhando com isso”. Para terminar, pega-se uma máquina do tempo e volA redução do preço do diesel prometida (R$ 0,46) deu-se sob condições indiscutivelmente inaceitáveis para o restante ta-se para os anos 1970/80 e recria-se os “fiscais de preços da sociedade. Sob tal pretexto, foi votada, a “toque de caixa”, de combustíveis”, com vistas a aplicar penalidades (onde eso texto de Lei 13.670, que impôs severos ônus ao setor pro- tão previstas tais penalidades?) contra os proprietários de dutivo da economia, mediante: a) cobrança de contribuição postos de combustíveis que não estiverem vendendo diesel previdenciária (excetuados alguns setores) sobre a folha de a R$ 0,46 menos do que vendiam em 21 de maio de 2018. salários (20%); b) fim da restituição de tributos incidentes na Enquanto isso, afirma-se que no mercado de combustíveis cadeia produtiva exportadora (REINTEGRA); e c) impossibilida- os preços são livres... Alguém acredita que isso dará certo? O que diria o conselheiro Acácio se existisse? A grande de de utilização de créditos legitimamente acumulados para fins de pagamento de IRPJ e CSLL, mensalmente devidos por “greve” de 2018 resultará mais recessão econômica, repique estimativa. Não bastassem seus nefastos efeitos econômicos, inflacionário (que só não se sustentará em face referida recestais medidas são, no mínimo, constitucionalmente discutíveis. são), majorações irrefreáveis nos preços da gasolina, dificulAlém disso, foi editada uma malfadada Medida Provisória dades ou até quebra de inúmeras indústrias exportadoras (em (832) que visa ao impossível: revogar a lei da oferta e procura. face dos efeitos tributários antes mencionados) e ampliação Tal norma estabeleceu um preço mínimo para o frete e, não do déficit público como consequência, justamente, das meditendo meios para aplicar quaisquer sanções pelo seu não cum- das que visavam reduzi-lo. Ora, tentar aumentar carga tributáprimento, estabeleceu uma inusitada “indenização” a ser paga ria em tempos de crise, (com medidas de reprovável esperteao transportador pelo contratante, na hipótese de sua inobser- za, como aquelas contidas na Lei 13.670) é muito mais do que vância (art. 5º § 4º). A partir dela, espalham-se boatos, segundo uma “barbeiragem” econômica, não fosse suficiente o fato que, os quais, a Agência Reguladora (ANTT) aplicaria multas pelo mais uma vez, faz-se de conta que a Constituição não existe.
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IMAGEM LUÍS VIEIRA
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ROBOTIZAÇÃO NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
cresce no Brasil A
economia brasileira começa a dar sinais de recuperação. Um dos indicativos desta retomada é o investimento da indústria nacional na robotização da produção. Segundo dados da Federação Internacional de Robótica (IFR, da sigla em inglês), em 2016, foram vendidos 1,8 mil robôs industriais no mercado nacional. Embora seja um avanço, é um volume considerado ainda baixo em relação aos países mais desenvolvidos, como a China, que vende cerca de 90 mil unidades por ano, e a Coreia do Sul, 40 mil. Porém, o volume de robôs tende aumentar no Brasil até 2019. A IFR aponta que o setor da indústria deve adquirir 400 mil robôs industriais. No Brasil, serão 3.500 novas unidades nas fábricas, mais que o dobro do registrado em 2015, que foi de 1.407 unidades. De acordo com Guilherme Thiago de Souza, CEO da Roboris, empresa de tecnologia e engenharia, com foco no desenvolvimento de projetos turn key de células robotizadas e automação industrial, esse aumento se deve principalmente ao setor automotivo, que atualmente é o que mais investe nesta tecnologia e que foi responsável por introduzir os robôs na produção industrial brasileira. A empresa é integradora exclusiva da Fanuc – organização japonesa líder no segmento, fabricante de robôs industriais com mais de 300 mil unidades instaladas em todo mundo. A companhia atua há 3 anos no Brasil e há 13 anos no Chile, e conta com ampla experiência e know-how em desenvolvimento de células robotizadas, grippers e dispositivos, tendo atuado em diver-
sos projetos com robôs na América Latina - Brasil, Chile, Peru, Argentina e Equador; além do fornecimento de serviços para empresas norte-americanas. “No mundo, cerca de 70% dos equipamentos estão neste segmento. Como os robôs possuem capacidade de movimento similar ao do braço humano, são mais usados em tarefas pesadas, como a soldagem, a pintura e o carregamento de máquinas”, afirma Souza. No entanto, outros setores, com destaque para as indústrias de alimentos e bebidas, automobilística, eletroeletrônica e química, também têm contribuído para o avanço da robotização no Brasil. “Na indústria alimentícia, por exemplo, cada vez mais há uma procura por soluções com sistemas de paletização, que além de garantir uma padronização da produção, contribui também para preservar a segurança e a integridade física dos profissionais que atuam no setor, substituindo-os nas funções de maior risco, como as que envolvem trabalho braçal e esforços repetitivos”, conta. O uso de robôs também possibilita que as condições de trabalho dos funcionários sejam melhoradas. “Não há mais problemas com poeira, alto ruído, má postura para execução de determinada função, calor e ambiente perigoso ou insalubre e que possam acarretar em problemas para a saúde do trabalhador. Com isso, eles podem ser capacitados para outras atividades, como as de programadores do equipamento”, ressalta. Mas não dá para falar de investimentos na indústria sem pensar
em fatores que estão na mente do gestor, como a redução de custos, aumento da produtividade e lucratividade, e a melhora na competitividade. “E, nesses quesitos, a tecnologia robótica tem muito a oferecer, já que possibilita uma previsão da produção e de custos, a uniformização de produtos, um maior controle de qualidade, além da possibilidade de monitoramento de todas as etapas do processo de produção em tempo real”, pontua o CEO. Ainda permite a redução de custos diretos e indiretos, fazendo grande diferença na competitividade da empresa no mercado. “A redução de energia é um exemplo. Sem requerimento mínimo de energia ou níveis de aquecimento, os robôs oferecem grande redução de custos nas contas elétricas”, ilustra. Outro ponto positivo para o avanço da robotização no Brasil é o custo. Hoje o valor do robô é 300% mais baixo do que em 1990, quando os primeiros robôs apareceram por aqui. “Mas ainda há alguns entraves que precisam ser ultrapassados, como o Custo Brasil, que afeta a capacidade das empresas de oferecer preços competitivos, o excesso de burocracia existente no País, a carga tributária elevada, além da mão de obra, que precisa ser especializada e capacitada para absorver a nova demanda. Outro obstáculo que precisa ser superado é com relação ao investimento em projetos de automação. O medo do novo e a falta de conhecimento com relação a tecnologia, fazem com que muitos empresários ainda tenham receio na hora de investir”, finaliza o executivo.
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BASF DESENVOLVE PROJETOS EM
sistema de cocriação Q
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Motocicleta conceito A CFMOTO e a Basf estão introduzindo uma motocicleta conceito, baseada na moto de escolta da polícia estadual, que foi produzida com soluções Basf usando nove diferentes aplicações e montagens. Na aplicação do molde da lâmpada e no interruptor, por exemplo, o material da Basf permite um efeito translúcido de luz que melhora a aparência sofisticada do design da moto. A tecnologia de poliuretano Spray Skin Elastoskin também oferece flexibilidade de design em várias cores e textura de superfície e é uma solução que promove conforto e durabilidade para o banco da moto.
Trajes confortáveis Em conjunto com a Three Gun e Enchi Shen, a Basf apresenta peças de moda do tipo segunda pele, produzidas com fibras fabricadas com Elastollan TPU, uma nova solução em material elástico que oferece conforto para todos os trajes e versatilidade que garantem liberdade de criação para designers e fabricantes. Sua baixa temperatura para ajuste de calor permite que os tecidos sequem rapidamente economizando energia em sua produção. Os trajes foram usados por modelos durante desfile, junto com outras peças desenvolvidas em colaboração com Enchi Shen. FOTOS DIVULGAÇÃO
uatro inovadores projetos de cocriação Created in China revelam o poder do design chinês quando combinado com os materiais de ponta da Basf. Os projetos - que incluem uma moto conceito premium, um piso esportivo de alto desempenho, moda confortável e o PlasCobot, um robô avançado colaborativo - aproveitam 13 inovadoras aplicações dos materiais da Basf e foram desenvolvidos em conjunto com marcas locais e designers chineses para atender às necessidades cada vez mais sofisticadas do país asiático. “Ao lançar esses projetos de colaboração, estamos demonstrando como os produtos premium voltados para uma alta qualidade de vida podem ser cocriados com materiais inovadores da Basf”, comenta o presidente da Basf China, Stephan Kothrade. “Mostramos como as pesquisas e desenvolvimento de competências locais da Basf, incluindo nosso Campus de Inovação de Xangai e nosso Centro de Design da Ásia-Pacífico, produzem resultados. Com nossa experiência em inovação e design combinada com a produção local, ajudamos a trazer os conceitos da China para a vida e para o mundo”, considera. Esses projetos de colaboração refletem aspectos fundamentais da vida: como nos movemos, trabalhamos, nos vestimos e nos divertimos. Em cada área, as soluções e competências da Basf ajudam a transformar conceitos em realidade e inspirar inovações. Os projetos foram apresentados na Chinaplas 2018, encerrada na última semana de abril, em um desfile de moda exclusivo criado por Enchi Shen, renomado designer de moda, diretor de marca da 7Crash.
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Robô colaborativo As soluções da Basf aplicadas na estrutura externa e no esqueleto do robô colaborativo de última geração da Siasun, batizado de PlasCobot, permitem maior mobilidade, eficiência energética, liberdade de design e segurança, atendendo a crescente necessidade de produção flexível. O novo PlasCobot também mostra como robôs colaborativos menores e mais modulares podem realizar manobras mais precisas em espaços apertados. Como os plásticos são moldáveis, o uso dos materiais pode ser otimizado para reduzir ainda mais o tamanho do robô.
Piso esportivo Também foram apresentadas as primeiras superfícies esportivas do mundo feitas com Infinergy SP, um grade especial de poliuretano termoplástico expandido (E-TPU). O novo piso, desenvolvido em parceria com a DuBaiCheng Environmental Protection Engineering Co., Ltd (DBC), foi aplicado em uma parte da passarela, oferece conforto e mais movimento aos passos dos modelos durante o desfile de moda.
Sobre a Basf na Grande China A Basf é uma parceira comprometida com a Grande China desde 1885. Com volumosos investimentos em Xangai, Nanjing e Chongqing, a Basf é a maior investidora estrangeira na indústria química da China, mantendo o Campus de Inovação da Ásia Pacífico da Basf (Xangai) como um pólo de desenvolvimento de pesquisa global e regional. A empresa registrou vendas de € 7,3 bilhões em 2017 para os clientes da Grande China e empregou 8.982 pessoas até o final deste mesmo ano. Para maiores informações acesse www.basf.com/cn.
PROJETOS ATENDEM ÀS NECESSIDADES SOFISTICADAS DA CHINA ATUAL: MOTO CONCEITO PREMIUM, SUPERFÍCIES ESPORTIVAS DE ALTO DESEMPENHO, MODA CONFORTÁVEL E UM ROBÔ COLABORATIVO julho | agosto •
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A NOVA FÁBRICA DE CALÇADOS:
A FÁBRICA COMPLEXA CAPÍTULO 2/6: A COMPLEXIDADE DA PRODUÇÃO EM SIMULTANEIDADE DESTA SAPATEIRA É GERADORA DO SEU COMPORTAMENTO QUÂNTICO IMPULSIONADOR DE SUA COMPETITIVIDADE EM ELEVADOS NÍVEIS MS Eng. Fernando Oscar Geib
1 - Compreendendo o que é comportamento organizacional quântico: a lógica operacional inerente a esta sapateira, que a torna altamente competitiva Assim como acontece no mundo onde vivemos e onde temos que perseguir continuamente o prêmio da nossa vida, a láurea das organizações é continuarem vivas por se fortalecerem na medida do avanço do tempo. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) não foge a esta regra fundamental e essencial, mesmo tendo ela que conviver com a complexidade como já foi explicado em textos já apresentados. As metodologias de imaginar o futuro gerado a partir da multiplicidade do pensar permitia se fazer previsões não somente de curto prazo, mas, principalmente, de longo prazo. O futuro não é descrito por linhas retas e de forma sequencial. As organizações devem estar preparadas para operar com as incertezas criadas por um pensar multifacetado gerador de ideias propositivas, as quais estão conectadas ente si na forma de redes.
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Os meios e condições para se desenvolver um futuro confiável são extremamente variáveis e a flexibilidade das organizações é o fator organizacional essencial. A complexidade que envolve as organizações jamais deve ser desprezada, colocada de lado, deve ser assumida na sua plenitude e continuamente. Pois fugir da complexidade é trilhar o caminho para o desaparecimento organizacional. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) não é imune a esta regra básica e está continuamente desenvolvendo esforços para crescer no domínio seguro da simultaneidade. Ela busca um amplo e total domínio da simultaneidade, mas qual o caminho a ser seguido por esta organização sapateira para gerar e promover uma longa vida de sucessos e de sustentabilidade plena?
2 - Aperfeiçoamento dos sistemas organizacionais para atender com simultaneamente as exigências dos ambientes de competitividade, os mercados, como uma manifestação de aprendizado efetivo, construtivo e contínuo
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Nos capítulos onde o propósito foi o lançamento das sementes da produção simultânea, ficou transparente que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) torna-se competitiva a partir de sucessivas adaptações que os sistemas produtivos e os seus operadores estão sujeitos por exigências dos mercados, ou seja, existe continuadamente um processo pessoal e organizacional de aprendizado no fundamento da simultaneidade. A fábrica como organização deve saber aprender e os seus operadores devem igualmente aprender o que é e como se gera e se domina a simultaneidade nos processos produtivos. Portanto, a diretriz permanente e essencial da Nova Fábrica de Calçados (NFC) é aprender a gerenciar as mudanças. Este aprendizado deve ser medido pela eficácia da simultaneidade projetada e operacionalizada quando da geração dos calçados. Quem efetivamente dirige a fábrica são os mercados e os consumidores que desejam ser atendidos simultaneamente aos lançamentos da moda. Juntamente à operacionalização dos sistemas de produção, um sistema de aprendizado deve atuar continuamente para desenvolver e manter estável a simultaneidade operacional da fábrica.
3 - Promover e consolidar o fundamento essencial: sistemas organizacionais devem ser hábeis e capazes de aprender continuamente para gerar vantagens competitivas nos mercados atuais e potenciais Sistemas de produção fundamentados na simultaneidade operacional são identificados pela condição de enfrentarem e superarem os desafios e as pressões adversas apresentadas pelos mercados. O fundamento da simultaneidade, por embutir a visão sistêmica nesta organização sapateira, faz com que os seus operadores a vejam segundo o princípio sistêmico - do todo para as partes -, isto é, o todo é uma composição sistêmica de partes ligadas entre si, pois o todo não sobrevive se não houver o entrelaçamento de suas partes. Esta condição de se partir do todo para as partes faz com que as adequações operacionais destes sistemas calçadistas tenham um comportamento igualmente sistêmico, de modo que estas adequações representem um aprendizado para os operadores da fábrica. O aprendizado, alimentado por uma visão sistêmica, faz com que as estruturas produtivas baseadas na simultaneidade sejam flexíveis, multifuncionais e altamente competitivas.
4 - Sistemas de produção simultânea, mesmo sendo altamente adaptativos e flexíveis, não escondem a sua complexidade
A adaptabilidade e a flexibilidade dos sistemas de produção simultânea cobram algo por estas facilidades, ou seja, eles são complexos e, por esta condição, exigem uma continuada atenção dos gestores e dos operadores. A atenção passa a ser então um requisito operacional. Paralelamente ao desenvolvimento das operações de transformação dos materiais para gerar os calçados, os operadores devem estar atentos para que o fluxo da produção não fuja nem se desvie do fundamento operacional que é a simultaneidade. Esta dupla exigência requer um preparo cuidadoso dos operadores. O conceito de qualidade da operação embute uma simultaneidade: qualidade da operação realizada e qualidade no uso do tempo de operação. A simultaneidade vai se difundindo por toda a organização e envolve todos os seus operadores.
5 - A fábrica sempre tem um esquema/estratégia operacional para atender o “mundo lá de fora”, o mercado A simultaneidade, por ser complexa, permite um planejamento do atendimento dos mercados, segundo as suas prioridades. As considerações que vêm sendo colocadas demonstram que os gestores da fábrica podem conduzi-la estrategicamente, de modo que os mercados e os consumidores sejam atendidos segundo as suas necessidades e prioridades.
6 - Entendendo e crescendo no jogo da evolução organizacional e no jogo da competitividade Os sistemas produtivos baseados na simultaneidade, por serem complexos, assemelham-se a uma prática esportiva, ou seja, a complexidade que lhes é inerente exige cotidianamente novas formas de estruturar a simultaneidade para gerar uma condição de competitividade adequada. A solução de operacionalidade da fábrica ontem utilizada pode não ser adequada à operacionalidade da fábrica hoje. Os desafios da operacionalização da fábrica desenvolvem um aprendizado criativo, o qual à medida do avanço do tempo vai se aperfeiçoando.
7 - Qual é a nossa capacidade de gerenciar as pressões e demandas dos mercados? As demandas dos mercados são naturalmente complexas. Os desejos dos mercados da região Nordeste de nosso País são significativamente diferente das demandas dos mercados do Sul. Esta condição demonstra a complexidade dos mercados do Brasil como um todo e
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deve ser vista como um fator positivo, pois o fundamento da simultaneidade gera um esforço e uma condição operacional que supera esta complexidade de desejos dos consumidores apesar das diferenças regionais. A simultaneidade age como uma força que conduz o atendimento dos desejos dos consumidores de forma efetiva.
8 - Não ter receio de evoluir criativamente nas beiradas do precipício dos mercados: ali estão as oportunidades de geração de vantagens competitivas insuperáveis As organizações crescem quando são desafiadas pelos mercados. Porém não podemos esquecer que elas devem estar aptas para achar soluções e dar respostas rapidamente. Entender os mercados é uma tarefa complexa e as organizações devem aprender a conviver com esta condição. A complexidade, portanto é como uma escola e é com ela que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) aprende a ser competitiva.
9 - O aprendizado organizacional competitivo: como maximizá-lo Organizações que não aprendem estão fadadas ao fracasso. A complexidade é como uma escola: Ela obriga e conduz as organizações a aprenderem a achar soluções competitivas inéditas que lhes garantem posicionamentos inéditos nos mercados.
10 - Fugindo sempre do atraso promovido pela mediocridade As organizações devem fugir das soluções medíocres. A complexidade é desafiadora, e por esta condição ela é geradora de soluções organizacionais de alto valor competitivo. Os mercados são complexos e, para superar esta condição, devem ser geradas soluções igualmente complexas para a produção. A complexidade, portanto, deve ser combatida com a complexidade. Soluções para a estruturação de sistemas produtivos que fogem da complexidade estão fadadas ao fracasso. Sistemas de produção lineares e sequenciais hoje ainda utilizados com grande intensidade condenam ao desaparecimento as fábricas que os utilizam. Dessa forma a complexidade dos sistemas produtivos simultâneos não pode ser vista como uma ameaça, e sim, como uma oportunidade de estruturar sistemas produtivos altamente competitivos.
11 - Sabemos mesmo o que é inteligência
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organizacional? Esta pergunta deve ser feita cotidianamente para que se surgirem dúvidas elas sejam imediatamente eliminadas. Análises críticas do desempenho da produtividade dos sistemas de produção devem ser contínuas.
12 - É necessário entender a dinâmica do pensar inteligente O pensar de modo inteligente é desenvolvido e aperfeiçoado pela prática. Avaliações do modo como pensamos e de como aplicamos o conhecimento gerado devem ser feitas. Mas a abrangência de nosso pensar é suficiente para o aperfeiçoamento dos nossos sistemas produtivos? Mais questionamentos desta natureza podem ser criados e desenvolvidos. Análises críticas desta natureza devem ser feitas antes que os mercados o façam colocando em risco a organização onde atuamos.
Finalizando Estas 12 regras de especificidades da Nova Fábrica de Calçados (NFC) mostram que os Sistemas de Produção Simultânea vão muito além das estrutura física de produção, ou seja, a produção simultânea cria uma sinergia operacional que se difunde por todo o sistema produtivo na forma de gotas de energia estruturantes do sistema de produção. Energia esta que penetra na mente dos operadores e dos gestores, gerando uma unidade de pensamento e de operacionalidade, promovendo a disciplina para manter a simultaneidade da produção. As interações dos gestores e dos operadores da fábrica com as estruturas produtivas, e estas igualmente respondendo pela efetividade da simultaneidade e pontualidade das entregas dos calçados aos mercados consumidores, geram um ambiente criativo de geração e de trocas de sinergia sustentadora da efetividade da fábrica. Esta condição operacional desta sapateira identifica a sua condição de Fábrica Quântica. Certamente, se não existisse a contínua troca de energias entre as partes envolvidas na fábrica, não haveria a condição de sustentar com efetividade a complexidade e a simultaneidade desta sapateira continuamente. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é uma Fábrica Quântica porque partículas de energia dos seus operadores se difundem por todo o ambiente fabril gerando e sustentando a simultaneidade operacional da fábrica. Tal condição assegura aos mercados e aos compradores curtíssimos prazos de entrega.
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ARTIGO Técnico
O USO DE PLATAFORMAS DE FORÇA PARA O ESTUDO BIOMECÂNICO DO CALÇADO Milton A. Zaro1, Rudnei Palhano1, EduardoWust1 e Vanessa A. da Silveira1 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)
Resumo Diferentes tecnologias são utilizadas para fazer pesquisa e melhorar a qualidade do calçado. Uma das técnicas empregadas é a dinamometria, que utiliza plataformas de força para esse tipo de estudo ligado ao calçado. As plataformas de força são fundamentais para o entendimento da marcha humana, medindo a força de reação do solo e suas três componentes: (a) força vertical, (b) força mediolateral e (c) força anteroposterior. A componente vertical é utilizada para determinar um dos parâmetros associados ao impacto, a TAP (Taxa de Aceitação do Peso). O ensaio biomecânico normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que permite quantificar esse parâmetro está regulamentado pela norma NBR 14838/16. Neste trabalho são mostrados alguns valores para diferentes calçados.
1 Introdução A Figura 1 mostra um dinamômetro de mola (mecânico), comumente encontrado em ferragens ou empresas que comercializam material didático para Física ou Ciências. Este tipo de equipamento é barato, possui uma imprecisão que depende de sua construção e materiais, mas pode ser da ordem de algumas gramas-força (gf), o que pode ser surpreendentemente bom para determinadas aplicações, principalmente didáticas. Naturalmente, a linearidade vale para o regime elástico da mola (quando se entra no regime plástico, onde se produz deformação permanente a lei de Hooke não se aplica). A Lei de Hooke é uma lei de física que está relacionada à elasticidade de corpos e também serve para calcular a deformação causada pela força que é exercida sobre um corpo, sendo que tal força é igual ao deslocamento da massa partindo do seu ponto de equilíbrio multiplicada pela constante da mola ou de tal corpo que virá a sofrer tal deformação.
Fig. 1 - Dinamômetro mecânico (baseado em deformação de mola); o princípio de funcionamento baseia-se na relação entre a força e a deformação mecânica absoluta. A escala que transforma a deformação em força é linear se o material obedece a lei de Hooke, como é o caso das molas metálicas (Fig. 2)
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Fig. 2 - Dinamômetro mecânico comercial
Algo que não pode ser confundido é o conceito de massa e força; massa é expressa em kg e força em Newtons (N), no Sistema Internacional de medidas (SI). A massa está associada à inércia do corpo e força tem a ver com aceleração (Lei de Newton) ou deformação. Uma grande desvantagem de usar dinamômetros mecânicos é que estes realizam medidas estáticas ou quase estáticas, ou seja, medidas em que a força muda muito lentamente. Caso a força mude rapidamente, não há possibilidade de acompanhar a leitura dessa variação de força e, portanto, esse tipo de medida não pode ser executado com esse tipo de equipamento. Além disso, não permite registro da força (em papel, ou computador, por exemplo). Desta maneira, muitas vezes é necessário usar dinamômetros especiais, chamados células de carga, que normalmente são constituídas por um elemento mecânico, um sensor elétrico (magnético, ótico etc.) e um sistema eletrônico de condicionamento e leitura digital ou saída para computador. A parte mecânica do transdutor de força (o conjunto envolve a parte mecânica + sensores + condicionador + A/D + indicador de força) está mostrada na Figura 3 e normalmente é calculada por uma técnica muito comum usada em engenharia, chamada Elementos Finitos.
Figura 3 - Cálculo do dispositivo mecânico de uma célula de carga comercial pela técnica de elementos finitos
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ARTIGO As Figuras 4 (a), (b) e (c) mostram alguns exemplos de células de carga comerciais, com saída tipo display eletrônico e algumas possuem conexão para leitura em computador, permitindo neste último caso um traçado completo do comportamento da carga no tempo, com todos os detalhes que se possa precisar, se o software, mais o condicionador e o conversor A/D, tiverem a taxa de aquisição adequadas.
Figura 4 - Diversos tipos de células de carga comerciais, com indicação digital
A Figura 5 mostra um dinamômetro (célula de carga) de preensão - para medir a força máxima que se pode realizar com a mão, muito utilizado em reabilitação, para avaliar a melhora de um paciente após acidente, cirurgia, doença degenerativa/uso de medicamento etc. O impacto do pé durante a caminhada ou corrida, por exemplo, resulta em vibrações que são transmitidas para todo o corpo devido às forças de reação (em vermelho), como mostra a Figura 6. Como as forças produzidas possuem componentes nos três eixos (X, Y e Z), é necessário que se use plataformas de força 3D, ou seja, plataformas que medem as componentes de força nos três eixos.
Fig. 5 - Célula de carga de preensão - força da mão - do tipo analógico (mecânico com ponteiro); existem versões digitais
Fig. 6 - Impacto do pé no momento em que este toca o solo (a literatura fala em 50 milésimos de segundo a duração do impacto)
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A Figura 7 mostra uma plataforma de força 3D; é importante salientar que somente a plataforma não é suficiente para a leitura do sinal de força; a plataforma tem a estrutura mecânica e os sensores, mas falta o condicionador de sinais, o conversor A/D (analógico digital), um software dedicado e um computador, caso a medida seja feita via computador. Além disso, o software de aquisição deve permitir uma série de cálculos. Na maioria dos casos comerciais, o fabricante produz um software de aquisição e outro de processamento, ou seja, são dois softwares separados.
Fig. 7 - Plataforma de força 3D
A Figura 8 mostra as duas plataformas de força 3D de um dos laboratórios de biomecânica do IBTeC. A Figura 9 mostra a componente vertical da força de reação do solo em seu sistema completo: plataformas de força, sistema de controle da velocidade (5 km/h no caso masculino e 4 km/h no feminino), sistema de condicionamento do sinal e computador para processamento da TAP e para graficar a componente vertical, de onde se calcula a TAP (Taxa de Aceitação de Peso). A Figura 10 mostra uma hipotética região linear, antes do primeiro pico de força, onde pode-se afirmar que o fenômeno é linear. A partir dos dados dessa região calcula-se a TAP.
Fig. 8 - Plataformas de força 3D instaladas no laboratório de Biomecânica do IBTeC
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Fig. 9 - Diversas passadas realizadas para obter a componente vertical da força de reação do solo; os dois conjuntos distintos de curvas correspondem ao pé direito e esquerdo
A TAP é a primeira derivada (geometricamente, é a tangente) da curva F x T, na região linear inicial, que normalmente corresponde aos primeiros 50 ms; de um modo geral, a região linear é encontrada entre 10 e 25% do primeiro pico de força.
Fig. 10 - Cálculo da TAP (Taxa de Aceitação de Peso)
O índice de amortecimento é calculado a partir da TAP obtida no ensaio com calçado e descalço, e, normalmente é expressa em porcentagem %. Ou seja,
índice de amortecimento =
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Alguns resultados para o índice de amortecimento estão mostrados conforme segue; não é possível fazer comparações entre os diferentes tipos de calçado porque sua construção é totalmente diferente em termos de materiais (densidade e dureza, por exemplo), propriedades físicas, químicas e geométricas (altura, espessura, comprimento, angulação, dentre outros). Caso o índice de amortecimento seja menor que 35% o calçado é considerado desconfortável; entre 35 e 50, é considerado normal. Acima de 50% de amortecimento o calçado é considerado confortável.
Tabela1
Referências bibliográficas ROSE, J. e GAMBLe, J.C., Marcha Humana, 2ª Ed., Editora Premier, 1998. PERRY, J., Análise da Marcha, vol. 1, 2 e 3, Ed. Manole, 2005. WINTER, D.A., Biomechanics, 3ª Ed., Ed. J. Wiley, 2005. BALBINOt, A e BRUSAMARELLO, V.J., Instrumentação e Fundamentos de Medidas, vol. 1 e 2, Ed. LTC, 2ª Ed., 2006. MACRUZ, R., Matemática da Arquitetura Humana, Ed. Roca, 2010. WATKINS, J., Estrutura e Função do Sistema Músculo-Esquelético, Ed. Artmed, 2001.
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A ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 67 ALTA TRANÇADOS 11 2618.2203 www.altatrancados.com.br pág. 17 AMAZONAS 16 3111.1600 www.amazonas.com.br pág. 99 ASSINTECAL 51 3584.5200 www.assintecal.org.br pág. 28 C COIM BRASIL 19 3876.9600 www.coimbrasil.com.br pág. 27 COLORGRAF 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 39 COMELZ 51 3587.9747 www.comelz.com pág. 05 COUROMODA 11 3897.6100 www.couromoda.com pág. 63 COVESTRO 11 2526.3137 www.covestro.com pág. 02
L LAB. BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 90 LAB. FÍSICO-MECÂNICO 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 71 LAB. SUBST. RESTRITIVAS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 73 M MAQUETEC 51 3524.8033 www.maquetec.com.br pág. 61 MÁQUINAS MORBACH 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 09 MÁQUINAS SAZI 54 3261.9900 www.sazi.com.br pág. 15 MARCOMAQ 16 3403.1000 www.marcomaq.com.br pág. 19 METAL COAT 54 3215.1849 www.metalcoat.com.br pág. 31
D DÜRKOPP 11 3042.4508 www.durkoppadler.com pág. 29
P PRIME CHEMICAL 16 3720.7330 www.primechemical.com.br pág. 23 PROAMB 54 3085.8700 www.proamb.com.br pág. 21
F FIMEC 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 65 FISP 11 5585.4355 www.fispvirtual.com.br pág. 56 FOAMTECH 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 100 FORMELLO 51 3585.1519 www.formello.com.br pág. 59 FRANCAL 11 2226.3100 www.francal.com.br pág. 44
S SENSE/IBTEC 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 60 SEINCC 48 3265.0393 www.sincasjb.com.br pág. 43 SINDIFRANCA 16 3712.9400 www.sindifranca.org.br pág. 41 STICK FRAN 16 3712.0450 www.stickfran.com.br pág. 10 SUSTENTAB. E INOVAÇÃO 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 75
G GUIA ASSOCIADOS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 77
Z ZERO GRAU 51 3593.7889 www.feirazerograu.com.br pág. 57
I INFORME NIT 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 89 ISA TECNOLOGIA 51 3595.4586 www.isatecnologia.com pág. 25 ITM 54 3261.0700 www.itmtextil.com.br pág. 07
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ENTIDADES DO SETOR ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 FEIRAS DO SETOR BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 PREVENSUL (51) 2131.0400 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889
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