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NOVOS DESAFIOS SÃO IMPOSTOS AOS GESTORES Talvez nossa indústria nunca tenha passado por um cenário tão complexo, desafiador e cheio de oportunidades como o atual. Uma verdadeira mistura de tendências, contextos e exigências em todos os âmbitos que cercam uma organização. O aumento dos níveis de exigências por parte de órgão reguladores e do mercado - aliado à necessidade de inovação em produtos, processos e serviços - tem demandado uma elevação constante do grau de capacidade dos gestores. A questão da sustentabilidade, por exemplo, veio para ficar, e o compromisso de alinhamento das organizações a este tema só tende a aumentar e ser cada vez mais fiscalizada, seja por órgãos reguladores ou pelos próprios consumidores. As normas de regulamentação que dizem respeito a critérios técnicos, clareza das informações aos consumidores e níveis de qualidade a serem entregues passam por um processo de organização e adaptação a este novo mercado, que se apresenta cada vez mais ágil, informado e menos fiel às empresas ou marcas. Se reestruturar constantemente e estar apta a acompanhar e atender a esta nova dinâmica de relação com o mercado pode trazer diferenciais competitivos fundamentais para cada empresa, e talvez mais do que isso, selar se ela fará ou não parte do futuro do mercado. A Indústria 4.0 é um dos exemplos desta transformação dos negócios, que vem acontecendo dia a dia. Um controle dos processos produtivos muito mais apurado, trazendo maior confiabilidade e agilidade, evitando perdas e direcionando a tomada de decisões da maneira mais rápida e precisa possível. Esta nova revolução industrial vem com uma visão alinhada com esta dinâmica das necessidades e exigências do novo mercado e nos proporciona uma gama imensa de possibilidades de inovação e assertividade dos nossos negócios. Cabe a cada um enxergar da maneira mais rápida e clara possível como se inserir neste contexto, elaborando estratégias e tomando as decisões que se fizerem necessárias para o seu sucesso.
Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo
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MERCADO Apostas do setor intermediário
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EXPEDIENTE
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AGENDA
REPORTAGEM ESPECIAL A revolução da Indústria 4.0
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NOTAS
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CB-11
INSTITUCIONAL Semana do Calçado
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OPINIÃO
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ARTIGOS
TECNOLOGIA Sistema para automatizar loja
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GUIA
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CADERNO
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Conselho Deliberativo: Claudio Chies (Presidente) Conselheiros: Ernani Reuter, Jakson Fernando Wirth, João Altair dos Santos, Jorge Azeredo, Marcelo Fleck e Rosnei Alfredo da Silva Conselho Fiscal (Conselheiros): Eleno da Silva, Maria Gertrudes Hartmann, Renato Kunst e Ricardo Wirth Conselho Científico (Conselheiros): Dr. Alberto Carlos Amadio, Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila, Dra. Deyse Borges Machado, Dr. Luiz Antônio Peroni, Dra. Mariliz Gutterres, Dr. Milton Zaro e Dra. Susana Cristina Domenech Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi Institucional/Cursos/Eventos: Marcela Chaves da Silva (marcela@ibtec.org.br) Comercial - Gerente: Karin Becker (karin@ibtec.org.br) Consultorias - Consultor técnico: Paulo César Model (paulo@ibtec.org.br) Administrativo-Financeiro: Rogério Luiz Wathier (rogerio@ibtec.org.br) Projetos Especiais: Tetsuo Kakuta (projetos@ibtec.org.br) CB-11: Andriéli Soares (andrieli@ibtec.org.br) Laboratório de Biomecânica: Dr. Aluisio Avila (biomecanica@ibtec.org.br) e Dr. Milton Zaro (zaro@ibtec.org.br) Laboratório de Substâncias Restritivas: Janiela Gamarra (janiela@ibtec.org.br) Laboratórios Químico e Mecânico: Ademir de Vargas (laboratorio@ibtec.org.br) Laboratório de Microbiologia: Dr. Markus Wilimzig (markus@ibtec.org.br)
Jornalista Responsável e Editor: Luís Vieira - 8921-MTb/RS (luis@ibtec.org.br) Produtora Gráfica e Jornalista: Melissa Zambrano - 10186-MTb/RS (melissa@ibtec.org.br) Arte Final: Fábio Mentz Scherer (fabio@ibtec.org.br) Publicidade: Romeu Alencar de Mello (romeu@ibtec.org.br) Comercial: Simoni Jaroszeski (simoni@ibtec.org.br) Conselho Editoral: Ênio Erni Klein, Wanderlei Gonsalez, Milton Antônio Zaro, Luís Vieira, Ernesto Plentz, Mauro Sarmento, Janete Maino, César Bündchen e Evandro Sommer A Tecnicouro não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre desde que citada a fonte. Fundada em 1979 | www.tecnicouro.com.br Rua Araxá, 750 - Cx. Postal 450 - Telefone 51 3553.1000 - fax 51 3553.1001 Cep 93334-000 - Novo Hamburgo/RS ibtec@ibtec.org.br | www.ibtec.org.br
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Agosto PREVENSUL 10, 11 e 12 Curitiba/PR www.protecaoeventos.com.br
Novembro ZERO GRAU 21, 22 e 23 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br
Setembro SEINCC 13, 14 e 15 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br
2017 Janeiro COUROMODA 15, 16, 17 e 18 São Paulo/SP www.couromoda.com
Outubro FISP 5, 6 e 7 São Paulo/SP www.fispvirtual.com.br
INSPIRAMAIS 16 e 17 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br
Março 40 GRAUS 06, 07, 08 Natal/RN www.feira40graus.com.br FIMEC 14, 15 e 16 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br Maio SICC 22, 23 e 24 Gramado/RS www.sicc.com.br
Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.
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IMAGEM A2ZMACAU.COM
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SOLUÇÕES EM
viras, fachetes, cabedais e trissês A
Criatividade tridimensional
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specializada no desenvolvimento e produção de transfers termocolantes para o mercado de moda, utilizando materiais como strass, pedras, metais e lantejoulas, a Blaze atua nos segmentos calçadista e de vestuário do Brasil e também do exterior, oferecendo não só matérias-primas, mas também opções de design. Dentro desta proposta, apresenta uma inovação em estamparia usando hotfix como base. A diretora Lusimar Diniz salienta que o objetivo foi dar volume nas estampas agregando valor ao produto final. “Aproveitamos pedrarias que estavam sobrando no estoque, utilizando as mesmas como uma base sobre a qual foi aplicado um material aveludado, mas a mesma técnica pode ser realizada com outras matérias-primas, como tecidos, lonas ou TPU, e o resultado é um componente com volume em 3D”, explica.
também confecciona acessórios próprios como cintos, pulseiras, braceletes, colares e bolsas.
Performance e e sustentabilidade
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tuando no ramo de solados poliméricos, com ênfase em calçados esportivos, a Atta Injetados tornou-se referência no mercado pela alta qualidade nos produtos, atendendo também os segmentos social e casual. No nicho de EVA, a empresa passou por uma transição sustentável, reaproveitando as sobras decorrentes ao longo do processo de produção. O diretor Atson Bessas conta que com essa medida foram eliminadas perdas que chegavam até a 10% da matéria-prima, que hoje são reaproveitadas em novas formulações, mantendo tanto a aparência quanto as propriedades da matéria-prima virgem. “O fim deste desperdício deste material tão importante, que proporciona leveza e performance aos calçados, nos possibilitou absorver os recentes aumentos de custos, como o de energia, sem repassar para os clientes, e isso nos tornou ainda mais competitivos”, considera Bessas.
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FOTOS LUÍS VIEIRA
Viratec foi criada para oferecer ao mercado soluções em capas de saltos e viras. Em constante atualização através de pesquisas de tendências, evolui os seus produtos observando o que há de mais moderno no segmento. Prova disso são as viras em couro com verniz automotivo, que alia o efeito da impermeabilização do couro com um acabamento que parece uma pintura. “A montagem é manual, quase artesanal”, pontua o gerente comercial Jair Bettega. Ele atendeu a redação da Tecnicouro no projeto Fábrica de Artefatos, realizado no Sicc em Gramado/RS no último mês de maio. No estande também estava expondo a empresa All Tiras, que desenvolve tiras, cabedais e trissês utilizando matérias-primas nacionais e importadas para aplicação nos mais diversos produtos. Além de oferecer componentes,
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ESTAMPAS
Cipatex aposta na tecnologia de impressão digital para oferecer ao mercado calçadista laminados com estampas diferenciadas e exclusivas, que permitem a personalização do produto com liberdade de criação. Neste novo conceito, lançou as estampas Tribal Garden, que mistura folhagens e traços geométricos; África, com tonalidades marcantes e visual que remetem ao tecido; e Chevron, com padronagem zig-zag. De acordo com o gerente de marketing da empresa, Silvio Martins, a tecnologia amplia as possibilidades, já que qualquer estampa pode ser aplicada no laminado. “O mercado calçadista é bastante exigente e busca cada vez mais produtos inovadores. A impressão digital permite aos designers de calçados uma liberdade infinita na criação de estampas,
Transfers florais
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empre atenta para desenvolver produtos com técnicas avançadas, a Colorgraf atua na área de estamparia transfer sublimática, digital e rotativa, na criação e desenvolvimento de estampas e desenhos diferenciados e personalizados para vários setores da economia, em especial o têxtil/confecção e o calçadista. Segundo a gerente do setor comercial da empresa, Uana Gaspar, a empresa trabalha as estamparias para o verão 2017, que trazem florais que remetem ao clima da estação. “Com tantos designers citando ‘celebração’ como inspiração para a próxima temporada de verão, faz sentido que os florais assumam as mais variadas expressões nas tendências das estamparias dos nossos produtos”, sublinha Uana.
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o que vem ao encontro de novas tendências de fast fashion”, considera. FOTOS DIVULGAÇÃO
digitais A
soluções em processamentode plásticos
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Grupo Wittmann comemora 40 anos em 2016, oferecendo soluções completas e de alta tecnologia pelo processo de injeção. A Wittmann Battenfeld também tem como preocupação criar soluções de processamento de plásticos, a fim de promover novos desenvolvimentos em benefício da sociedade, em áreas como tecnologia médica, eletrônica, engenharia automotiva e outros setores que necessitam de soluções altamente desenvolvidas. Exemplo disso são as máquinas que contribuem para melhor eficiência energética, menor tempo de ciclo e maior eficiência produtiva. Ciente de que um dos principais custos do processo de transformação é o de energia elétrica, a empresa desenvolve sistemas especialmente preparados com esse objetivo. Nos últimos anos, estabeleceu novos padrões de eficiência energética nos segmentos de atuação, ao apresentar tecnologias voltadas à operação sustentável, como a série de injetoras EcoPower, dotadas de Sistema KERS - na fase de redução da velocidade para a proteção do molde, transforma a energia cinética em energia elétrica, permitindo o reaproveitamento em outras etapas do processo.
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COLUNA
EPIs Qualidade além das normas
Marcos Braga de Oliveira
Técnico Químico da divisão de EPI’s – Luvas e Vestimentas do IBTeC
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m um mundo onde inovação se tornou a palavra da moda, olhar além das normas exigidas pelo Ministério do Trabalho (MTE) pode agregar e muito na qualidade das luvas de proteção ofertadas. Quem conhece essas normas e os ensaios que elas trazem sabe que existe certo “abismo” entre a realidade das tarefas e as condições exigidas nos ensaios. Outras normas, detalhes observáveis e a adoção de determinadas práticas podem trazer benefícios tanto nas questões internas de qualidade quanto em um diferencial nas prateleiras de venda. Podemos identificar um potencial ainda pouco explorado pelas empresas de luvas de proteção. A própria norma fundamental para uma luva ser considerada de proteção, a EN 420, traz um ponto quase que esquecido pelos fabricantes: os ensaios de permeabilidade e absorção. Esses dão a ideia da passagem de vapor d’água, e consequentemente da taxa de transpiração da luva. Contudo, esses ensaios não são itens obrigatórios, e muitas empresas preferem obter seus CAs sem os mesmos. Observemos uma situação cotidiana de nossos verões e regiões de clima quente: a poda de árvores. Para aqueles que executam esse tipo de serviço, será que a frase impressa na embalagem: “alta taxa de transpiração, mantendo as mãos secas até o final do serviço”, surtiria um efeito positivo? Afinal nada mais incômodo e agonizante do que sentir
as mãos suadas dentro de uma luva. Diferentes ensaios além dos trazidos pelas normas obrigatórias podem ser grandes aliados dos fabricantes de luvas. Tomando como exemplo a questão das marcações que devem estar contidas nas luvas que atendem aos requisitos da Portaria Nº 332 (Luvas Cirúrgicas e de Procedimentos Não Cirúrgicos), estas não podem ser apresentadas em etiquetas. A única solução é a realização da marcação na própria luva, contudo, inúmeras questões de contaminação podem surgir, por exemplo, essa marcação esfarelar durante o uso em uma indústria alimentícia. Ensaios de fixação de marcações usando um equipamento chamado Veslic podem atestar a qualidade e ser usado como aquele “algo a mais” na mesa de negociações na hora de vender a luva. Por fim, após se escolher materiais de alta qualidade e durabilidade, é importante salientar questões relacionadas à produção da luva, luvas resistentes a produtos químicos, mesmo com materiais de alta qualidade, podem ter sua proteção totalmente invalidada se apresentar costuras em locais que permitam a passagem de agentes perigosos. As normas sim são fundamentais e a exigência delas pelo MTE só deixa os produtos comercializados em território nacional mais seguros, mas olhar além delas pode proporcionar a oxigenação de novas ideias e avanços tecnológicos, tanto para as empresas, quanto para os usuários.
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PRODUTOS PERSONALIZADOS PARA
necessidades exclusivas A
Rusticidade e requinte
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a busca por novos mercados em crescimento, e por considerar o Brasil como um país onde deve estar presente devido à tradição no mercado da moda, há dois anos o Grupo Juan Poveda se juntou com o Grupo Zahonero, ambos com reputação internacional, para o desenvolvimento de produtos com qualidade e inovação. Dessa união surgiu a marca Juan Poveda Brasil, que busca se tornar referência no País, dando continuidade à expansão de ambas as organizações. Um dos desenvolvimentos mais marcantes da estação é um kanpur sem suporte, 100% poliéster, com gramatura de 378g. O produto tem um aspecto visual de natureza rústica, mas preserva o toque suave, que faz toda a diferença quando aplicado em um calçado. O gerente geral Antonio Monzo explica que a proposta inicial é para o uso em cabedais de botas valorizando o look com elegância, e que o material pode ser lavado, porém não em água quente.
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FOTOS LUÍS VIEIRA
senvolvemos todo o processo, desde o desenvolvimento até a serigrafia, que pode ser aplicada também no cabedal e não só na etiqueta em si, com excelente definição inclusive em letras pequenas”, salienta.
Também em Pernambuco
O
Grupo Herval investe numa nova planta no distrito industrial de Bezerros/PE, que passa a abastece as regiões Norte e Nordeste no fornecimento de produtos H Química, como espumas de PU, bem como colchões, móveis e estofados. Com um investimento de mais de R$ 80 milhões, a unidade está equipada com maquinário de diferentes nacionalidades e de última geração e está apta a cumprir prazos de entrega menores, reduzindo custos de transporte. O presidente do Grupo Herval, Agnelo Seger, considera que “esta fábrica tem o tamanho da importância dos mercados do Norte e Nordeste”. Com 250 mil m2 de área e 35 mil m2 de área construída, o complexo foi projetado com isolamento térmico e acústico, sistema de ventilação, iluminação natural, iluminação noturna a LED, lago para recolhimento da água da chuva, comunicação e monitoramento em fibra ótica. FOTO DIVULGAÇÃO
Globalfit é especializada em fitas, cadarços e etiquetas, e entrega produtos exclusivos para empresas calçadistas, de vestuário e EPI de todo mundo. No nicho de fitas, realiza um trabalho personalizado com relação a larguras, espessuras e texturas. Em destaque a linha tubolar ou dupla face, em poliéster, com resistência equivalente a de um cinto de segurança. Com relação aos atacadores, oferece desde produtos tradicionais até os mais técnicos, com Kevlar na base antichamas. A gerente de vendas Cristina Schinoff ressalta as propriedades de resistência, que trazem maior valor agregado, que têm sido cada vez mais exigidas, por exemplo, por fabricantes de tênis para skatistas. Nas etiquetas, são empregadas diversas bases, porém a mais usada é o PU, inclusive pelas marcas esportivas. “De-
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METALIZAÇÃO Metalcor nasceu em 2007, quando foi percebida a oportunidade de um novo nicho de trabalho devido à procura dos clientes por tintas com aparência próxima ao metal. Iniciaram aí as primeiras pesquisas e experiências da empresa para atender a esta necessidade específica. Atualmente, conta com tecnologia e infraestrutura para desenvolver e produzir produtos com tecnologia de metalização a vácuo, destinados principalmente a indústrias que contam com o melhor acabamento para valorizar o layout de seus produtos, sejam eles dos setores automotivo, calçadista, de cosméticos, moveleiro, de brinquedos, ou outros acessórios do dia a dia. O diretor geral Vanderlei Musso conta que a linha de ABS é um grande clássico com ótima procura dentre o mix da empresa. O motivo é a versatilidade para combinação com resinas, pedras e strass, o que permite ousadia na criação. “A coleção do inverno 2017 vem com muito acabamen-
to em couro e, além do ABS, ganham espaço no segmento de calçados as peças TPU e PVC, que são materiais flexíveis e proporcionam facilidade ao manuseio e conforto durante o calce”, salienta. FOTO LUÍS VIEIRA
a vácuo A
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QUALIDADE
e atendimento G
FOTO LUÍS VIEIRA
uilherme Hartz, do setor administrativo da Mared Têxtil, conta que a empresa foi fundada em 2008, a partir da percepção de que o mercado necessitava de produtos inovadores e atendimento diferenciado. Hoje oferece uma grande gama de atacadores, fitas de reforço, debrum, elásticos, cordões, gorgorões, meia-cana para enchimento e enfeites, atendendo a todos os polos calçadistas do Brasil, e busca expandir os negócios também no segmento têxtil, onde seus produtos estão sendo bem recebidos, devido ao alto padrão no acabamento e versatilidade no uso. Um dos destaques é a fita em jacquard, pela possibilidade de desenhos. “Este artigo tem tido muita procura, principalmente com elementos gráficos e em tons terrosos, que remetem à tendência étnica”, considera Hartz, lembrando que estampas militares também entraram em evidência na coleção.
Descanso aos pés
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Freudenberg Performance Materials iniciou em 2015 um processo de reengenharia que abrangeu cerca de 80% de seus produtos, e teve como resultado o lançamento de novidades em quatro linhas principais: materiais de avesso, mercado de cabedal, palmilhas strobel e materiais para estruturação e reforço de calçados atléticos e de segurança. O gerente da Divisão Shoe Components, Danilo da Costa Paula, conta que o objetivo foi alcançar custos menores de produção e mais atrativos para o mercado, obter maior volume de produção, oferecer produtos cada vez mais diferenciados e, ainda, atuar de forma competitiva em nichos nos quais a empresa não participa atualmente. “Os principais benefícios residem na oferta de produtos mais leves, modernos, tecnológicos e com maior desempenho. Isto está alinhado à política da empresa relativa ao não uso de substâncias restritas e linhas com o menor uso possível de produtos químicos, ecologicamente mais corretos”, analisa.
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linha de calçados ocupacionais Service, da Marluvas, é feita para quem sabe a diferença que faz no dia a dia o uso de um calçado confortável. Produzidos em couro ou em microfibra de alta performance, são resistentes a produtos químicos e à água, e não propagam chamas. São leves e transpiráveis e ainda podem ser laváveis - vantagens que os tornam mais flexíveis e com maior durabilidade. Com opção de fechamento em cadarço, elástico e fivela, possuem solado em PU bidensidade injetado diretamente no cabedal, com sistema de absorção de impacto na entressola e na região do calcanhar. Ranhuras especiais possibilitam ainda melhor aderência ao piso. Conforme a empresa, para quem tem uma rotina movimentada, por exemplo, em serviços gerais de escritórios, consultórios, hotéis e áreas administrativas, não existe melhor escolha. A coleção está disponíveis na numeração de 33 ao 45, nas cores branco e preto. FOTO DIVULGAÇÃO
Reegenharia melhora a performance dos produtos
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DESIGN
e estilo A
FOTO LUÍS VIEIRA
Metalvale utiliza novas tecnologias para atender as necessidades dos clientes no fornecimento de fivelas e enfeites metalizados. A diretora comercial Fernanda Maso enfatiza que a empresa foi fundada há mais de 20 anos e tem tradição no fornecimento de artigos para o segmento de calçados masculinos, mas vem a passos largos conquistando espaço também no segmento feminino, oferecendo componentes que valorizam os produtos dos seus clientes. Trabalhando com zamac, atende o mercado sem estabelecer uma quantidade mínima de peças nos pedidos. Na coleção ganham notoriedade as fivelas para cinto na tendência Tribal, com aspecto artesanal. O artigo foi injetado, recebeu verniz cataforético incolor e apresenta um efeito de baixo-relevo que recebeu pintura à mão. Já no segmento Graphic Art se sobressaem as fivelas injetadas com pintura branca em baixo-relevo e pintura preta nas demais partes.
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TECNOLOGIA
specializada em cabedais de alta frequência, tiras, flores, serigrafia 3D, além de palmilhas de conforto com frequência e etiquetas 3D, a Mix Estamparia trabalha com processos inovadores, que visam à otimização do processo de fabricação do calçado e a valorização do acabamento final. No que se refere ao corte e à costura, o diretor comercial Alexandre Raasch destaca a tecnologia de alta frequência. “Independente do tipo de material, o resultado, em comparação com o corte a laser, é um acabamento superior, que proporciona processos mais limpos e uma melhor relação custo-benefício, além do aumento da produtividade”, relaciona. A diretora Joice Bittencourt aponta para as estampas em alto relevo, que substituem costuras e otimizam processos, reduzindo o uso de mão de obra e de materiais. “Este
Solado com vira injetada
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Planeta Pé desenvolveu um solado de PVC expandido de durezas variadas com vira injetada, que também pode ter diferentes durezas. As principais vantagens oferecidas pela inovação, conforme a diretora Luciana Clemes, são a eliminação de processos na montagem do calçado e a diminuição da quantidade de materiais utilizados. “Pode-se suprimir até três processos na fabricação, caso a colagem da vira não seja feita na própria empresa”, garante a diretora, lembrando que há também ganhos em custos e tempo de trabalho. Nesta mesma proposta, a empresa também oferece solados já fachetados.
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cabedal, cuja estampa em 3D tem aparência de enfiado, é exemplo do potencial desta tecnologia avançada, que também é utilizada na palmilha de acabamento com estampa capitone”, sublinha. FOTOS LUÍS VIEIRA
avançada E
Experiência de compra reinventada
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tendimento rápido, preciso e sem filas no caixa. A Paquetá The Shoe Company lançou no Iguatemi Porto Alegre duas tecnologias inéditas no varejo brasileiro: Mobile Checkout e Multimix. O Mobile Checkout opera através de um dispositivo semelhante a um smartphone, que permite ao vendedor escanear o código de barras do produto e verificar a numeração disponível na loja. Pelo mesmo aparelho, ele comunica o pedido ao estoquista e já recebe o pagamento por cartão de crédito com emissão de nota fiscal. Não há filas no caixa. São três pontos de apoio e sete estoquistas à disposição para facilitar o processo. Já o Multimix é utilizado para que a compra aconteça mesmo quando os produtos não estão disponíveis na cor ou tamanho que o cliente precisa. O terminal possibilita a consulta ao catálogo completo da marca. A compra é realizada na loja, com aprovação na hora, e a entrega é feita em casa. Em Porto Alegre, o prazo é de 48 horas. A proposta é implantar o sistema Multimix nas mais de 400 unidades do País até o final de 2016.
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LASER E COSTURA
em tecido H
mais diversos modelos, além de oito milhões de metais em diferentes acabamentos, contando também com uma fábrica exclusiva Punch no continente asiático. Com mais de mil cabeças de bordar, é especializada na técnica guipir em diversos materiais, como tecidos, sintéticos e couros. O gestor comercial Wilso Carvalho ressalta o nicho de adornos, no qual foi desenvolvido este enfeite em tecido, aliando simultaneamente a técnica a laser com o bordado, conferindo uma aparência artesanal.
FOTO LUÍS VIEIRA
á 24 anos nos segmentos de bordados e lingerie, a Punch Master também desenvolve etiquetas, abastecendo os vários segmentos da moda em roupas, calçados e artefatos, bem como a linha de brindes. Trabalhando com matérias-primas importadas e fibras de PET, conta com forte infraestrutura para atender o mercado com a agilidade necessária para as trocas de coleções. A empresa aumentou a capacidade fabril para mais de vinte milhões de etiquetas nos
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Rio 4 está mais leve
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tênis Rio, da Olympikus, chega a sua quarta edição com design inspirado no calçadão de Copacabana e traz ainda mais benefícios. Indicado para corridas de longas distâncias e maratonas, o Rio 4 - tênis oficial da Maratona do Rio 2016 - traz como destaque a tecnologia Evapro do solado, que deixa o tênis mais leve, pesando apenas 187g (numeração 35). Com cabedal em tela e tecido envoltos em uma estrutura maleável, o calçado oferece mais conforto, alta capacidade de transpiração para os pés e permite maior liberdade de movimento e flexibilidade para corridas de longa distância. Além disso, oferece maior absorção do impacto e resposta de impulsão. A versão garante muito mais segurança ao corredor, porque combina o estabilizador Supporter, que evita o risco de torções, e a tecnologia Gripper, um antiderrapante que proporciona maior aderência ao solo. À venda nas principais lojas do Brasil e também no e-commerce da marca, os modelos são unissex e têm uma cartela de cores descontraídas e fáceis de combinar com qualquer look.
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na máquina A
praticidade sempre foi uma das frentes da Usaflex, que combina moda e tecnologia em sapatos desenvolvidos para mulheres de todas as idades. Para a temporada de verão 2017, a marca apresenta a linha Washme, composta por sapatilhas confeccionadas com materiais tecnológicos que acompanham a anatomia dos pés, assim como uma meia, e podem ser lavadas na máquina mantendo o seu estado de conservação e aparência. Tendo o conforto como característica principal, as flats seguem a tendência casual, apostando em um design minimalista e com apelo esportivo. Tons como new red, azul klein, tulipa e preto compõem a cartela de cores da linha. O cabedal é desenvolvido em neoprene, material de alta performance que conquista pelo visual moderno. A palmilha possui forração feita em tecido com tratamento hidrorrepelente. E o solado tem como base a flexibilidade e resistência do PVC.
EVA potencializado
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Retilox lançou a nova tecnologia denominada Pro EVA Revolution, para ser aplicada tanto em EVA injetado, quanto derramado. A novidade consiste em um máster, denominado Retimaster Inj, que elimina o brilho do EVA, potencializa a pigmentação e emborracha o produto. Conforme a empresa, o desenvolvimento também melhora o encolhimento, o grip, a resiliência, copia melhor o desenho do molde e aumenta a produtividade, reduzindo o ciclo de cura e os custos globais.
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LAVÁVEIS
Robô aplica adesivos em solas
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esde março, a Orisol do Brasil está com representantes na América Latina, tendo forte atuação na Argentina, Equador, Peru e Colômbia. Com mercado em expansão nestes países vizinhos, amplia sua área comercial e vislumbra possibilidades favoráveis de crescimento (em até 20%) nestas localidades e divulga o seu novo produto - o Robô ORS 301 para aplicação de adesivos em solas com tecnologia de Scanner 3D para melhor definição da geometria da sola. A tecnologia é automatizada tem capacidade de aplicar primers, adesivos base água ou solvente ou hot melt em qualquer formato de sola com grande precisão. Utilizando sistema de visão, a sola é automaticamente detectada e essa informação é usada para guiar o robô sem necessidade de auxílio do operador. O uso de duas estações de sola possibilita produção eficaz de cinco pares de solas por minuto.
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SOLADOS EM
Laminados
diferentes durezas A
Tassi, conta que os saltos mais altos, a partir de 5,5cm, principalmente anabelas, também são tendências, principalmente com opções tratoradas. As cores mais sóbrias como preto, branco e âmbar têm espaço nas novas coleções. Além de solados, a empresa também desenvolve palmilhas em PU.
FOTOS LUÍS VIEIRA
Pro PU projeta e industrializa solados de poliuretano para todos os modelos de calçados. Com mais de mil coleções próprias, juntamente com lançamentos mensais, tem capacidade para produzir até 45 mil pares/dia e procura sempre novas tecnologias de maquinário e materiais para atender com eficiência os clientes, fornecendo componentes com alta qualidade, em tempo ágil. O diretor Laércio Monteiro aponta como tendência os solados femininos fachetados com texturas de cordas e jutas, e misturas de cores e diferentes durezas. Já o representante Rubens
Energia fotovoltaica
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o atual cenário de instabilidade econômica e baixa produtividade, a solução de produção própria de energia elétrica é estratégica para qualquer tipo de negócio, pois blinda o valor do consumo em watts num ciclo mínimo de 25 anos, sem contar a redução de impostos inclusos no valor da tarifa. Neste contexto, a Sohlen Soluções Energéticas é uma empresa especializada em energias renováveis e busca entender de forma customizada as necessidades das indústrias calçadistas. “Em breve a vantagem competitiva do setor se dará para aqueles que produzem sua própria energia e buscam agregar valor de sustentabilidade no seu produto final”, afirma o executivo-chefe da empresa Eduardo Zimmermann, para quem a energia solar é a fonte energética do futuro e a
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diferenciados
os sistemas fotovoltaicos são uma excelente solução, devido à capacidade de transformar a radiação solar diretamente em energia elétrica. No processo de produção de energia fotovoltaica a luz solar não produz resíduos. Por isso, é considerada uma fonte de energia limpa e ecológica. Outra vantagem é que o sistema pode ser utilizado em qualquer região do Brasil, e o consumidor pode produzir a própria energia e abater até 100% do seu consumo na conta de luz através do sistema de compensação de energia. A tecnologia pode ser utilizada para levar energia elétrica a áreas longe da rede elétrica, fornecendo eletricidade, por exemplo, para sistemas de iluminação, de telecomunicações, cercas elétricas, bombeamento de água, entre outras aplicabilidades.
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ofisticação e bom gosto são qualidades que marcam a trajetória da Twiltex. Marcela Moreira, do desenvolvimento de produtos, e Lais Kohan, supervisora de produtos e marketing, assinalam que a empresa está sempre pronta para antecipar lançamentos e adaptar os produtos ao mercado, disponibilizando tecnologia equiparada entre as melhores do mundo na fabricação de laminados sintéticos em bases como PVC, PU, poliéster e poliamida. A linha infantil traz materiais diferenciados, com estrutura e propriedades de resistência superior, bastante brilho e diversas gravações, com destaque para desenhos abstratos, numa ampla oferta de cores. Para o segmento esportivo, traz laminados com dupla frontura, conferindo maior resistência e reduzindo etapas da produção. Outro destaque é a linha de laminados bicolores vazados a laser, que dispensam o uso de forros.
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FOTO CAMILA CUNHA - ASCOM/PUCRS
PUCRS TEM ESPECIALIZAÇÃO
em biomecânica A
Esportivo da universidade. Além disso, a empresa vai auxiliar os melhores projetos de conclusão de curso dos alunos, fornecendo materiais. O centro de ensino também fez uma parceria com o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), que tem um laboratório de biomecânica para testes em calçados esportivos, de passeio e sociais. Trata-se de um convênio para aproximar a comunidade acadêmica do instituto, bem como do mercado. Os alunos interessados nesta área poderão fazer visitas ao laboratório, e aqueles que fizerem sua monografia sobre o assunto poderão utilizar equipamentos do IBTeC. Depois de formados, os alunos estarão capacitados a realizar avaliações biomecânicas, prestar consultorias, atuar em projetos de inovação e desenvolvimento, avaliar a performance de atletas e não atletas, realizar projetos relacionados a criação de serviços em biomecânica em clubes, hospitais, clínicas e academias. “Os profissionais, como dentistas, fisioterapeutas e professores de educação física terão mais ferramentas para realizar seu trabalho”, finaliza Baptista.
FOTO DIVULGAÇÃO
Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católica PUCRS, de Porto Alegre, iniciou neste mês de agosto a primeira edição de um curso de especialização em biomecânica. Por ser uma área interdisciplinar que envolve educação física, fisioterapia, odontologia, engenharia, informática, medicina, física e matemática, a biomecânica auxilia, por exemplo, na prevenção de lesões de atletas, no tratamento de disfunções na mandíbula, e na construção de equipamentos de musculação. As aulas são semipresenciais e, conforme o coordenador do curso de especialização em Biomecânica da PUCRS, Rafael Baptista, este é um dos diferenciais. “Isso facilita muito para quem está inserido no mercado de trabalho e tem pouco tempo livre”. As aulas presenciais ocorrem uma vez por mês, sextas à noite e sábados o dia inteiro. Outro diferencial é uma parceria da universidade com a BTS Bioengenharia, uma empresa italiana que forneceu equipamentos localizados no laboratório de pesquisa do curso no Parque
Versatilidade em componentes
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a atual coleção, a Stik Fran segue aliando a tecnologia ao artesanal. Um destaque nesta linha é a fita elástica que é composta em algodão e elastodieno, oferecendo uma pegada ecológica pelo uso da fibra natural. Outros componentes em evidência são os zíperes STK que empregam alta tecnologia e proporcionam excelente desempenho e custo-benefício.
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VENDAS EM ALTA
durante o Sicc O início da recuperação dos negócios para o segundo semestre do setor foi sinalizado primeiramente no Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), que aconteceu em maio na cidade de Gramado/RS. Com 1,2 mil marcas, a feira expôs para dezenas de milhares de lojistas de todo o Brasil, além de centenas de importadores, vindos principalmente da América do Sul, as propostas em calçados e artefatos para a primavera-verão 2016/17. Esta foi a 25ª edição da mostra e, durante a coletiva com a imprensa, o diretor da Merkator Feiras e Eventos, promotora da feira, Frederico Pletsch, salientou que o salão vem crescendo a cada edição e atingiu o ponto de maturidade. “Acredito que vamos qualificar ainda mais a feira, atraindo cada vez mais os grandes compradores do varejo, e seguindo com a receita de oferecer opções variadas de expositores que
representam as marcas e produtos que são objetos de desejo dos consumidores. Não sei se somos a maior ou a melhor feira do País, mas somos uma das mais importantes da América Latina”, afirmou Fredão.
Governador - O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, visitou o SICC e assinou a renovação por mais um ano dos incentivos fiscais para a indústria calçadista. O acordo ainda prevê a redução de 12% para 11% a alíquota do imposto nas saídas do sapato gaúcho. “Temos de assegurar a competitividade das nossas indústrias, por isso assinamos esse decreto”, afirmou, acrescentando que não se pode desistir dos eventos como o Sicc que são realizados no RS. “São eles que dão a oportunidade para que os setores produtivos tenham visibilidade na sociedade, pavimentando o caminho para o crescimento”, ressaltou o governador.
Fábrica de Artefatos
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urante a feira o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) realizou, em parceria com a Drizza, o Projeto Fábrica de Artefatos. No espaço foram demonstradas em tempo real etapas da montagem de bolsas femininas em couro. Além dos modelos em produção, a empresa expôs a sua nova coleção em um estande anexo ao projeto. Nos três dias da feira foram produzidas 25 unidades de bolsas. O diretor Eduardo Driessen de Souza conta que a Drizza foi criada em 1992 e inicialmente atendia exclusivamente o mercado externo, mas a marca tem se disseminado também no mercado brasileiro com produtos criados para encantar e valorizar o cliente pelo alto padrão de qualidade e design. “A evolução tecnológica e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são características marcantes, que ajudam a manter o alto conceito da grife no mercado”, salienta. A próxima edição acontecerá nos pavilhões do Serra Park nos dias 22, 23 e 24 de maio de 2017.
Uniram-se ao projeto, além da Drizza, fabricantes de componentes, fornecedores de serviços e fabricantes de calçados
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48ª edição da Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios (Francal), encerrada no dia 29 de junho, em São Paulo/SP, foi marcada pela confirmação da retomada dos negócios do setor no segundo semestre. O presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, acredita que a estabilização do cenário político, o frio intenso, bem como o retorno do consumidor às lojas são os principais fatores para esta melhora no mercado interno. “Pelo que presenciamos na feira, pela retomada da confiança, tenho convicção de que o segundo semestre será muito melhor do que o primeiro para os calçadistas”, projetou. “Com o dólar valorizado ante o real, o preço do produto brasileiro ficou mais atrativo para os compradores de fora do País e a notícia mais positiva, na opinião do executivo, é a sinalização do Governo Federal de que a equipe econômica está ciente da importância do equilíbrio entre câmbio e Custo Brasil. Desta forma, caso o real valorize será preciso uma compensação com a diminuição do nosso custo de produção através de desoneração tributária e melhorias logísticas”, comentou. “Embora tímidas, as exportações de calçados já começaram a dar resposta ao dólar, crescendo quase 2% nos cinco primeiros meses. Acredito que o segundo semestre será ainda melhor, pois somos um país conhecido mundialmente pelas coleções de verão, que foram as comercializadas na feira”, concluiu.
Abicalçados realiza ações para estimular as exportações Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), promoveu projetos
de promoção comercial e de imagem com apoio do programa Brazilian Footwear. De acordo com a entidade, os quatro grupos de compradores da Rússia e Colômbia negociaram, in loco, US$ 540 mil, número que deve ser somado a outros US$ 760 mil de negócios alinhavados no evento. O gestor de Projetos da entidade, Cristian Schlindwein, explica que, nesta edição, o Projeto Comprador Vip, promovido pela entidade, somou esforços com o Projeto Comprador realizado diretamente pela Apex-Brasil. “É a segunda edição que realizamos o projeto neste formato, o que tem dado excelentes resultados”, avalia. Pela Abicalçados, compareceram compradores dos grupos Cueros Velez e Mario Hernandez, da Colômbia, e pela Apex-Brasil, importadores russos da La Moda e Econika. Segundo Schlindwein, dos quatro grupos, três destacaram os preços competitivos. “A valorização do dólar, mesmo que ainda seja algo incerto no cenário atual, tem ajudado os calçadistas na formação de um preço mais atrativo. Somando isso à diversidade de produtos, qualidade de materiais e tecnologia do conforto conseguimos uma posição favorável”, aponta o gestor. Para a entidade, a feira ratificou a mais recente pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que apontou o melhor índice de confiança por parte dos empresários desde novembro de 2014. “Acredito que, mais importante do que os negócios realizados, que foram bons para boa parte dos expositores, o aspecto mais relevante da feira foi a retomada do clima de confiança”, destacou o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, ressaltando a percepção de que o Brasil parece ter chegado ao fim de um ciclo de baixas e que deve retomar o crescimento econômico gradualmente a partir do segundo semestre de 2016. A próxima Francal acontece entre os dias 2 e 5 de julho de 2017, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP.
RETOMADA DOS NEGÓCIOS
FOTOS LUÍS VIEIRA
foi confirmada na Francal
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Francal Top de Estilismo premia vencedores
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urante a mostra calçadista foram revelados os nomes do primeiro, segundo e terceiro colocados em cada categoria da 21ª edição do Prêmio Francal Top de Estilismo. A cerimônia também divulgou o ganhador do prêmio especial oferecido pelo Instituto Europeo di Design (IED - São Paulo): uma bolsa de estudos integral do curso de extensão One Year - Creative Course, Shoes & Bags - Design and Business, com duração de 144 horas, na unidade de São Paulo. O vencedor foi Augustinho Ferreira da Cruz, de Franca/SP, que também conquistou o primeiro lugar na categoria Calçado Masculino. Os primeiros colocados ganharam prêmio em dinheiro de R$ 2 mil e assinatura anual de 12 meses do UseFashion, válido tanto para o portal de pesquisa de tendências quanto para a revista impressa. Os segundos receberam 1,5 mil, e os terceiros R$ 1 mil. O presidente da Francal, Abdala Jamil Abdala, abriu a cerimônia e ressaltou a contribuição da premiação para o desenvolvimento do design no Brasil. “Em 2016 chegamos ao período da maioridade. São 21 anos que incentivamos e contribuímos com a construção e evolução da moda em calçados no País”, contextualizou. Criado em 1995 pela Francal Feiras, o Prêmio Francal Top de Estilismo nasceu
para promover e valorizar o estilista brasileiro, incentivar a criatividade nacional e estimular o desenvolvimento de um design genuinamente brasileiro. Desde então, participaram do concurso mais de 2.500 pessoas, que inscreveram mais de 4.500 produtos.
Confira a classificação final dos vencedores: Categoria Calçado Feminino: 1º lugar: Abraão Gomes Lacerda Cavalcante (Campina Grande/PB) 2º lugar: Adriana Hjertquist Carneiro (São Paulo/SP) 3º lugar: Estevão de Souza Pinto (Jaú/ SP) Categoria Calçado Masculino: 1º lugar: Augustinho Ferreira da Cruz (Franca/SP) 2º lugar: Getúlio Luiz dos Santos (Franca/SP) 3º lugar: Samuel Pasqual Xavier (Franca/SP) Categoria Bolsa: 1º lugar: Renata Marciano Sena (Belo Horizonte/MG) 2º lugar: Thais Pereira Sophia (Rio de Janeiro/RJ) 3º lugar: Estela Brugnolli (São Carlos/ SP)
Depoimentos dos vencedores “Na minha cidade, Franca, a gente aparece bastante por causa do prêmio. Por isso, acredito que mais do que o valor em dinheiro, ganhar um Top de Estilismo garante reconhecimento. Ganhar a bolsa de estudos no IED, então, vai ser um grande diferencial, pois aumentará meu conhecimento e me permitirá criar coisas novas e, quem sabe, ter minha própria marca.” Augustinho Ferreira da Cruz (1º lugar) Calçado Masculino “O Prêmio Francal Top de Estilismo é muito importante. É a segunda vez que participo e, neste ano, foi um grande desafio cumprir o tema ‘culturas e fronteiras’, pois são próximas e diferentes ao mesmo tempo.” Abraão Gomes Lacerda Cavalcante (1º lugar) Calçado Feminino “A Francal é a maior feira de calçados do País e janela do design brasileiro para outros países. Ganhar o Prêmio Francal Top de Estilismo é abrir as portas para oportunidades nesse mercado. Estou muito contente de ter participado.” Renata Marciano Sena (1º lugar) Bolsa
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O MOMENTO É POSITIVO
para os inovadores D urante a coletiva com a imprensa realizada na abertura do 14º Salão Inspiramais, que aconteceu no Pro Magno Centro de Eventos em São Paulo/SP nos dias 27 e 28 de junho, o sentimento manifestado pelos organizadores da mostra e os seus parceiros, bem como as lideranças dos setores de couros e componentes para a moda, foi a de que o momento é positivo para se inovar e as expectativas com relação ao segundo semestre são de um início de recuperação do mercado. O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) Milton Killing, anunciou parcerias, projetos e expectativas positivas para o ano de 2017 e destacou que os desafios que o mercado tem imposto aos empresários são, na verdade, uma oportunidade para o setor inovar visando a oferecer produtos diferenciados. “Crise? Estamos inovando mais que nunca!”, afirmou.
Projeção internacional A divulgação de duas edições do Inspiramais no exterior no segundo semestre de 2016 - uma no Peru durante a Expodetalles (17 a 19 de agosto) e outra no México na Anpic (2 a 4 de novembro) - confirmam o otimismo de que o mercado externo está receptivo às novidades propostas
pelos fabricantes do Brasil. E os números espelham esta realidade. No primeiro quadrimestre de 2016, as empresas participantes do FC by Brasil - fruto da parceria entre Assintecal e Apex-Brasil - demonstraram maior desempenho nas exportações, registrando um salto positivo de 44,7% na comercialização de materiais com o mercado externo, no comparativo com o mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram exportados US$ 84,9 milhões, o que representa crescimento de US$ 26,2 milhões. Para o mercado interno, a entidade dará continuidade à parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no desenvolvimento de projetos como Materiotecas, Criar, Rodadas de Negócios, Selo Origem Sustentável, Mix by Brasil, Referências Brasileiras, Saberes Manuais e Fórum de Inspirações. A superintendente da Assintecal, Ilse Guimarães, lembrou que 83 empresas do setor de componentes já foram certificadas com o Selo de Sustabilidade. “Isso demonstra o quanto nosso empresário está empenhado por inovar e buscar novas alternativas que beneficiam o mercado, sua empresa e a sociedade”, considera.
O otimismo quanto à recuperação do mercado foi compartilhado pelas lideranças
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setoriais durante o Inspiramais
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Mais de 600 materiais foram apresentados Durante os dois dias, o evento foi visitado por cerca de cinco mil profissionais de toda a cadeia ligada à produção de moda, como calçadista, de acessórios, couros, têxtil, joalheria, móveis, artefatos, entre outros, que puderam conhecer mais de 600 materiais desenvolvidos ao longo de 2016 por mais de 100 empresas e que irão compor os produtos das vitrines de inverno 2017 e verão 2018. Alguns deles estão divulgados nas páginas ao longo da editoria Mercado desta edição. O evento é o único da América Latina a suprir esta lacuna de antecipação de pesquisas, referências e matérias-primas para fabricantes. Além da oportunidade de conhecer os novos materiais e as tendências das próximas temporadas, foram realizados ciclos de palestras durante os dois dias. A próxima edição acontecerá nos dias 16 e 17 de janeiro de 2017, no Centro de Eventos Pró-Magno, em São Paulo/SP, antecipando verão e inverno 2018 para toda a cadeia produtiva de moda.
Consolidação de projetos
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presidente do Instituto By Brasil, Evandro Wolfart, comentou sobre a remodelação do planejamento estratégico do IBB, que quer fortalecer o elo entre pesquisadores e as demais instituições. “Estamos, por exemplo, buscando incentivar as empresas a trabalhar a inovação em design, numa parceria com o Sindicato de Birigui, mas a ideia é integrar todos os centros de pesquisas como o IBTeC e o Senai, para pensarmos ações conjuntas que possam agregar valor ao produto final com design e sustentabilidade”, pontuou. O presidente do Sindicato das Indústrias do Calçado de Birigui, José Carlos Brigagão, avaliou que este momento importante para a retomada do setor estabelece uma conexão com o Inspiramais, que já olha para 2017. “A evolução do setor passa por investimentos em tecnologia e capacitação das pessoas. Estamos otimistas,
mas é preciso se preparar para os dias melhores que chegarão. O consumidor está muito mais exigente e isso demanda a aplicação de inovações nos calçado. Essas parcerias anunciadas fazem toda a diferença para a multiplicação do conhecimento, que vai possibilitar a consolidação do país que queremos, com mais empregos e exportações”, destacou. José Fernando Bello, presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), destacou que a inovação e a sustentabilidade estão cada vez mais presentes em todos os projetos do Inspiramais, que a cada edição reforça seu caráter de compartilhamento de informações e ideias para o setor. “O evento é uma importante plataforma de negócios aliada à preparação das empresas para seu crescimento e aprimoramento de produtos para diferentes mercados”, avaliou.
Fórum de Inspirações acontece em agosto Em agosto se inicia o ciclo de palestras Fórum de Inspirações - road shows realizados pela Assintecal e o Sebrae, que passa por 28 polos brasileiros produtivos de moda, e que conta também com showroom de materiais e rodadas de negócios - possibilitando aos empresários locais a oportunidade de conhecer novos fornecedores. O ciclo tem início com a pesquisa de inspirações e referências de moda, sob a coordenação do estilista Walter Rodrigues. A finalidade é promover o desenvolvimento de materiais inovadores que tenham a capacidade de transmitir valores essenciais e verdadeiros ao consumidor, algo fundamental para que as empresas
obtenham sucesso. O projeto conta com uma equipe de profissionais amplamente capacitados em suas áreas de atuação, que realizam consultorias com a finalidade de orientar as empresas participantes do projeto para o desenvolvimento de produtos que contenham elementos únicos e ao mesmo tempo globais, dessa forma, tornando-as mais competitivas no mercado. A cada estação, as empresas participantes do fórum recebem a Publicação e a Cartela de Cores, que servem de base tanto para o desenvolvimento dos materiais que serão lançados no Inspiramais quanto para toda a sua coleção.
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Ciclo de palestras O consultor do CICB, Rafael Andrade, falou sobre o projeto Design na Pele, que visa à integração e valorização do couro brasileiro, através da aproximação dos profissionais do design e as empresas. “Estamos fechando um ciclo de desenvolvimento, com a colocação dos calçados e móveis expostos para a comercialização, o que não acontecia nas edições anteriores”, antecipou. A nova fase do projeto será lançada em janeiro de 2017.
Rafael Andrade
Andressa Cigerza, da Caimi & Liaison, destacou o efeito da luz negra. Com recursos da própria empresa, pesquisou materiais e tecnologias e obteve sucesso criando a matéria-prima Mali, com visual interessante em qualquer condição de luz, mas com detalhes adicionais quando submetida à luz negra.
Dr. Rudnei Palhano, coordenador do Laboratório de Biomecânica do IBTeC, falou sobre o conforto em componentes e a importância deste atributo durante o uso de calçados. “O calçado deve promover o conforto, absorver o impacto, prevenir lesões e promover a satisfação do usuário, e os componentes certificados facilitam o processo de fabricação de produtos com estas propriedades”, comentou. Mais detalhes sobre a palestra podem ser lidos na editoria Tecnologia, nesta edição.
Evandro Wolfart, diretor da Dublauto Gaúcha, salientou que sua empresa tem investido ao longo do tempo em novas tecnologias, principalmente a partir de mate-
Miltom Moca Araújo e Tatiana Ritzel, consultores do Estúdio Compor, falaram sobre a importância do designer se aproximar do setor comercial. Lembraram que na década de 1990, o diferencial da empresa era o desenho, mas logo precisaram incorporar a prototipagem para mostrar na prática que as ideias poderiam dar certo. O terceiro passo foi avançar para a pesquisa de materiais. Hoje há necessidade de também auxiliar o setor comercial. “Em torno de 5% do nosso envolvimento são com criação e os outros 95% com gestão do processo de colocar a ideia inicial em produto no mercado. O designer que se envolve com o todo é um agente transformador”, considera Tatiana.
Rudnei Palhano
Tatiana Ritzel
O gerente de produtos laminados da Artecola, Leonardo Schnorr, falou que o questionamento sobre como mudar o mundo fazendo calçado é uma provocação que a empresa faz a si própria, e a partir dessa prerrogativa repensa seus produtos e processos, lançando soluções mais sustentáveis, funcionais e tecnológicas. “Podemos mudar o mudo fazendo laminados diferentes”, afirmou.
Andressa Cigerza
riais nanoestruturados, para a obtenção de novas propriedades funcionais aos tecidos usados em forros e palmilhas de calçados. “O nosso foco é sempre o conforto e a saúde do usuário”, apontou o empresário.
Leonardo Schnorr
Evandro Wolfart
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O designer Victor Barbieratto destacou como tendências em calçados o uso de componentes mais baratos, a diminuição da quantidade de peças componentes e a aproximação dos gêneros. Cabedais ou solados em peça única já são realidade, bem como a aplicação de materiais cada vez mais tecnológicos, e com menor peso. Nos processos, é a vez da automação. “Quem produz esportivo deve olhar mais para a moda e quem produz moda precisa estará atento ao que está sendo desenvolvido para os artigos esportivos”, ressalta, lembrando que nas coleções top da Nike a diminuição do número de partes dos calçados chega a 80%. Larisa Quadros, da Loft Agência Digital, falou que os sites das empresas precisam ser responsivos (abrir no celular), mas que há três estágios para quem se lança na rede. O primeiro deles é o conhecer (quando um produto, marca ou serviço é lançado), o segundo é o aceitar (convida-se o público para o primeiro encontro) e o terceiro é o amar (quando são feitas as campanhas para envolver e estimular a auto-expressão). “É fundamental saber exatamente em que estágio se está com relação ao público-alvo para efetivamente conversar com ele”, alertou. Melissa Sant’Ana, do Studio Morena Mel, falou sobre a importância do design na atualidade. Segundo ela o momento é de redefinições e busca por alternativas para satisfazer o novo consumidor, que está cheio de alternativas. “O gap entre o que é mostrado na passarela e o que está nas lojas não é compreendido por esta audiência, que quer tudo para hoje, agora”, pontuou a palestrante ressaltando que isso afeta toda a cadeia da moda, desde os fornecedores até os pontos de venda. Na sua opinião trabalhar coleções por estações perdeu o sentido, pois a tendência é desenvolver produtos que podem ser usados em todas as estações.
rou que a tecnologia invadiu a nossa vida, mudando a forma como nos relacionamos com as coisas e com os outros. Destacou que o acesso X excesso é um paradigma pelo qual passamos, pois não precisamos de tudo mas queremos ter acesso a tudo o tempo todo. “Tendo informações sobre tendências de mercado e comportamento do meu público-alvo posso ser mais acertivo nas minhas estratégias de venda. Porém preciso também saber como tirar as ideias da cabeça e as transformar em um protótipo e logo em seguida partir para a produção, para em um tempo cada vez mais curto mudar tudo de novo, pois o que era tendência já passou, e isso é um grande desafio para a moda”, instigou. Novas fronteiras entre materiais inovadores e design foi o tema da palestra de Carol Garcia. Considerando que os materiais foram feitos para ser experimentados ao extremo, e o design existe para integrar e facilitar a vida das pessoas, ela afirmou que limite está na capacidade criativa. Entre várias curiosidades, citou tecidos impregnados com fibras que mudam de cor conforme o humor do usuário. “Num ambiente hospitalar, poderia ser usado, por exemplo, em pacientes com dificuldades de se expressar”, exemplificou. Já no âmbito das artes, a tecnologia da irradiação de calor poderia ser usada para gravar no chão o caminho percorrido por uma bailarina, que após realizar o movimento analisaria todo o percurso para então corrigir o que não saiu como o esperado.
Melissa Sant’Ana
Alessandro Saade
Carol Garcia
O consultor Alessandro Saade consideVictor Barbieratto
Larisa Quadros
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NOTAS EXPERIENCE STORE Já pensou ter um lugar onde você pode encontrar todos aqueles sneakersdesejo da New Balance que, por enquanto, só são vendidos lá fora? Pois isso está prestes a acontecer no Rio de Janeiro e em clima de Jogos Olímpicos. No mês de agosto, a New Balance vai arrancar suspiros de seus fãs com uma Experience Store temporária que terá, em seu mix de produtos, modelos que só são vendidos nos EUA e não têm previsão de chegar por aqui.
INTERATIVIDADE Nesta campanha, a Calvin Klein mergulha ainda mais na conversa cultural, com o compromisso de deixar a narrativa mais autêntica e pessoal. Esta abordagem é realizada por meio de um robusto conteúdo digital e de vídeo, entrevistas com cada um dos membros do casting, behind-the-scenes e um material especial de mídia social. Através destes conteúdos, a marca cria uma plataforma emocional para que seu elenco possa compartilhar suas histórias com todos os fãs da marca.
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HIT A Side Walk, marca brasileira com 33 anos de história, anuncia parceria com a grife de meias Stance. Seis pontos de venda da rede ganham expositor com vários modelos. Para o futuro, o projeto é ter em todas as lojas um espaço reservado para o acessório e até linhas exclusivas para a grife. “Isso representa uma mudança no comportamento de um consumidor com perfil novo, expandindo o alcance de uma e trazendo inovação para a outra. A Side é um excelente parceiro para que possamos fazer nossa introdução no mercado fashion”, explica Marcelo Pulzi, gerente de vendas da grife Stance.
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COLUNA Moda Propostas de moda do velho mundo para homens e mulheres GIOVANNI CONTI DANILO DI LEA
ITALTREND
Gabriella Laino
GIOVANNI CICCIOLI
Foto Shoe Group/Itália
A
BLACK VENUS
PERSONAL SHOES
GIORGIO 1958
FOTOS FOTO SHOE/DIVULGAÇÃO
NANDO MUZI
quintessência da feminilidade: para as mulheres que levam sua feminilidade ao limite, os estilistas italianos propõem sedutores modelos em couro, peças com aberturas e fechamentos em couro e impressões cheias de cores, que também são enriquecidas por detalhes como se fossem joias. O calcanhar é elevado nos saltos, e o estilo altaneiro é usado também em combinação com plataformas. Visual masculino para a noite: as propostas masculinas mais elegantes para a noite abraçam um estilo clássico atemporal - com linhas afiladas, couro escovado e crocodile, mas com o foco também sobre novos detalhes em joias e costuras decorativas ou ainda com uma proposta de humor sofisticado e desportivo.
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IMAGEM BOSCHREXROTH.COM
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FOTO THEMANUFACTURER/DIVULGAÇÃO
Fábricas vêm sendo turbinadas com sistemas inteligentes, em que as máquinas podem tomar decisões sobre a dinâmica da produção
INDÚSTRIA 4.0:
a quarta revolução é agora • Luís Vieira
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Às vezes esquecemos que somos o terceiro maior produtor de calçados do mundo e o maior do ocidente, e temos todas as condições para atender as necessidades postas em materiais, tecnologia, mão de obra, custos e design”. Esta reflexão do presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, foi feita durante a abertura da 48ª edição da feira Francal, que aconteceu no último mês de junho em São Paulo/SP. Porém ele considerou que se por um lado a percepção sobre o calçado brasileiro é que se trata de um produto com reconhecida qualidade e preço adequado, por outro alertou que as empresas que terão melhores chances de obter resultados positivos tão logo forem retomadas as condições ideais de competitividade são aquelas que - apesar das adversidades no cenário político e econômico - continuaram a investir em melhorias da produtividade, inovação e tecnologia. Destacando que a Manufatura Avan-
çada é a alternativa tanto para o desenvolvimento de novos produtos quanto para processos produtivos mais sustentáveis e eficazes, que são fundamentais para a sobrevivência do setor, Klein assinalou que a entidade, em parceria com as demais instituições do sistema coureiro-calçadista, trabalha no sentido de aplicar na cadeia produtiva este conceito, também conhecido por Indústria 4.0. Essa prática de automação do sistema produtivo vem sendo adotada em diferentes países e é considerada a quarta Revolução Industrial. O objetivo é turbinar a indústria de transformação com a implantação de inteligência nos produtos e principalmente nos processos, que são realizados por máquinas capazes de tomar decisões sobre a dinâmica da produção, com base em informações fornecidas em rede no tempo real. Totalmente conectada, essa fábrica está integrada com os clientes e parceiros e tem grande capacidade de adaptação para atender as demandas do mercado.
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As quatro revoluções na indústria A Primeira Revolução Industrial aconteceu no início do século XIX (entre 1820 e 1840) com a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas. Nasceu na Inglaterra, de onde se espalhou primeiramente para a Europa Ocidental e em seguida aos Estados Unidos. A segunda, que foi iniciada entre 1850 e 1870, significou uma série de desenvolvimentos dentro das indústrias química, elétrica, petrolífera e de aço, sendo um aprimoramento e aperfeiçoamento das tecnologias surgidas na Primeira Revolução. A terceira etapa é chamada de Revolução Digital, termo que foi usado pela primeira vez em 2012 e se refe-
re ao uso de eletrônicos e tecnologia da informação para automatizar ainda mais a produção. Houve a introdução dos controladores lógico-programáveis (CLP) e robôs passaram a ocupar o chão de fábrica. O processo pelo qual hoje passamos é o da Indústria 4.0, cujo nome foi criado na Alemanha e promove a total informatização da manufatura. Nesta fase, as máquinas, baseadas em sistemas físicos/cibernéticos e a internet das coisas, podem tomar decisões, por exemplo, sobre quando ligar, desligar ou até mesmo acelerar ou reduzir a produção. Especialistas acreditam que a Indústria 4.0 pode ser plenamente realizada dentro de uma década. Estamos, portanto, participando desta transformação, o que é uma grande oportunidade para a implantação de melhorias estruturais.
O Brasil neste contexto
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om pós-doutorado na área de manufatura, o professor do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), Jefferson Gomes, é considerado um dos maiores especialistas brasileiros no assunto. Em entrevista divulgada pela Agência CNI de Notícias, ele comenta como será possível à indústria nacional dar uma cara verde e amarela para a manufatura avançada. De acordo com Gomes, existem alguns entraves, principalmente relacionados à infraestrutura e à política de inovação, para que o Brasil entre neste patamar. “As análises da eficiência da inovação têm alguns pilares, como infraestrutura básica, ambiente macroeconômico, qualidade de educação e de saúde dos trabalhadores, grau de formação e treinamento para os trabalhadores, eficiência do mercado e desenvolvimento do mercado financeiro para que se viabilizem os negócios. No Brasil, numa escala de zero a sete dos relatórios de competitividade global, beiramos algo por volta de 3,5 ou 4. O tamanho do mercado é enorme, é algo positivo, mas em todos os outros quesitos, o Brasil precisa caminhar”, contextualizou. Ao falar sobre o que a Manufatura Avançada traz de novo para a realidade das empresas, comentou que a compreen-
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são fica mais fácil quando nos baseamos em casos específicos. Para ilustrar, ele citou que a capacidade de processamento de um celular atual é milhões de vezes maior que a do computador que levou a primeira nave à lua, e destacou que usamos apenas 10% da capacidade de processamento desses aparelhos. “Agora, coloque esses mesmos tipos de processadores num ambiente industrial. Da mesma forma, as máquinas atuais já têm muito mais capacidade do que está sendo, de fato, utilizado. Hoje a gente já poderia, como os mesmos equipamentos que temos, alcançar racionalização dos processos”, assegurou. De acordo com ele, já há no Brasil empresas que estão deixando a produção mais inteligente, fazendo com que esse processo de decisão seja acionado ou não. “Recentemente, uma indústria fez um projeto de racionalização do uso dos equipamentos e reduziu o consumo de energia elétrica em 26%. Isso inclusive rendeu a ela um prêmio mundial. É uma prova de que, com os recursos já existentes, nós conseguimos deixar um sistema mais racional, seja gastando energia corretamente ou gerando menor quantidade de resíduos. Porém, a tomada de decisão pelas próprias máquinas vai demorar mais um pouco”, considerou.
Sobre o impacto dessa transformação, ele comentou que o ponto a ser discutido é o consumidor. “Se não houver exatamente o conhecimento do que o consumidor quer, não adianta ter a indústria mais avançada do mundo. Uma empresa vai partir para uma manufatura avançada se ela compreender o mercado que pretende alcançar”, assegurou. Ele citou que recentemente, uma indústria de tênis norte-americana que só produzia na China resolveu montar uma fábrica nos EUA, praticamente sem gente trabalhando nela. “Você quase prototipa seu próprio tênis: escolhe o tecido, a sola, a cor, o tamanho do cadarço. Tudo isso virtualmente. É lançado o pedido de produção, tudo do jeito que você escolheu. O que está sendo vendido é a ideia de que o tênis é para você”, explicou, lembrando que isso está acontecendo também com os táxis ou a entrega de comida, que chegam ao cliente através de um chamado por aplicativo. “A tendência é que os produtos e serviços fiquem mais personalizados. Ao mesmo tempo, a gente vai ver mudanças no trabalho, com grandes indústrias mundiais cada vez mais automatizadas, com empregados na supervisão e máquinas na produção. A produção será quase artesanal, mas com alta capacidade tecnológica”, finalizou.
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O setor calçadista avança no tema
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primeiro passo do setor calçadista na direção da Indústria 4.0 aconteceu no último mês de janeiro, quando a Abicalçados apresentou o conceito a representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com vista a formatação de um projeto com as entidades envolvidas, unindo ainda outras associações setoriais, como Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Instituto by Brasil (IBB), Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefato (IBTeC) e os centros tecnológicos do Couro e do Calçado do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Na oportunidade, a gestora de Projetos da Abicalçados, Roberta Ramos, explicou que a iniciativa tem foco na produtividade, incluindo os conceitos de manufatura avançada. “O projeto visa à criação de novos materiais com diferenciais tecnológicos e calçados com design baseado na biomecânica, processos com automação industrial e que integram a cadeia de suprimentos, e novos modelos de negócios a partir de uma cultura de inovação”, resumiu. O tecnologista do MCTI, Sergio Knorr Velho, complementou que a inteligência está cada vez mais presente nos insumos, processos, equipamentos, robôs e produtos, que sem a intervenção humana podem produzir, mais rápido, com aumento da qualidade e com melhores resultados, mesmo quando se trata de itens personalizados. “Você e as coisas estarão conectados em redes. Pode medir seus pés, ter sua própria fôrma e possuir um calçado feito sob medida, mas também pode entrar em uma loja virtual, escolher seu modelo, suas cores e receber em casa, sem custos adicionais”, pontuou.
A customização em massa é uma das possibilidades nesse ambiente da manufatura avançada, que ganha velocidade afetando mercados tradicionais. “É uma revolução disruptiva que ocorre em quase todas as indústrias e em todos os países em uma rapidez jamais vista e que terá impacto em nossas vidas em um prazo de cinco a dez anos”, assegurou.
Ações Entre as ações para o setor calçadista, destacam-se desafios de inovação, fóruns com entidades relacionadas, criação de um centro de pesquisa com possibilidade de prototipagem rápida, pré incubadora, entre outros. Além disso, ações já existentes, como a plataforma de co-criação Moda Co e o evento chamado de Maratona MUDE passam a incluir o olhar da tecnologia e da inovação na sua concepção. Para o presidente do IBTeC, Paulo Griebeler, que também participou da reunião, neste momento desafiador é importante repensar o setor coureiro-calçadista como um todo, tendo como foco prioritário a satisfação do cliente. “É preciso avançar na realização de pesquisas e na implantação de novas tecnologias que proporcionem nos produtos e processos os avanços que o consumidor deseja, e o instituto está fazendo a sua parte apoiando na consolidação deste projeto que veio para dar suporte para as empresas inovarem nos seus negócios a partir dessa nova mentalidade, que visa a tornar a produção mais eficiente e os produtos mais funcionais e sustentáveis”, comentou. Griebeler lembrou que o instituto vai realizar no próximo mês de outubro uma série de ações para fomentar a pesquisa, a inovação e a transferência de conhecimento, como a segunda edição do Fórum IBTeC de Inovação e o 1º IBTeC DAY, com desafios para o setor de materiais durante a Semana do Calçado. No mês de maio Roberta esteve na sede do IBTeC para detalhar aos colaboradores como é o funcionamento desse projeto. Ela explicou que se trata de uma
fase completamente nova para o setor, que precisa dar um salto tecnológico, principalmente em automação, design e inovação, e considerou que o instituto, bem como as demais entidades setoriais, contribui para o projeto com sugestões de melhorias e representatividade institucional. Ela, assim como o professor do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), Jefferson Gomes, e o presidente do IBTeC, Paulo Griebeler, reforçou que a chave desse processo é o consumidor. “Passamos por uma revolução digital, com as pessoas cada vez mais conectadas em rede e trabalhando de forma randômica, exponencial e com menos hierarquia, e o setor precisa se reinventar para não perder o contexto”, considerou. Ela destacou que uma das principais mudanças no comportamento dos consumidores é que eles estão cada vez valorizando mais o acesso e menos a posse. “O Netflix, através do qual 75 milhões de assinantes mundo afora acessam os conteúdos disponibilizados na rede conforme a sua preferência, mas ninguém precisa comprar o filme ou a série para isso, é exemplo deste comportamento”, sublinhou Roberta. Outro comportamento observado por ela é que a sustentabilidade se torna cada vez mais importante na hora da compra. O consumidor quer saber se o produto faz bem para si, para a família, e para o meio ambiente. Outro especialista em tendências do mercado que destaca o papel das pessoas neste contexto é o consultor Alessandro Saade. Durante a edição do Salão de Inspiração Inspiramais, realizada em junho em São Paulo/SP, ele falou sobre o comportamento de consumo e colaboração e enfatizou que o usuário hoje quer se sentir protagonista e ter acesso a tudo na palma da mão: faz o check in ao viajar, vê a previsão do tempo na hora em que deseja, combina a balada e chama o táxi pelo smartphone. Os fabricantes e prestadores de serviços precisam entender que tudo precisa estar ao alcance de um clic o tempo todo, alertou.
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NORMAS PARA A CERTIFICAÇÃO • Luís Vieira e Melissa Zambrano
Teste de calce NBR ABNT 14840/2011 - Determinação dos Níveis de Percepção do Calce - Após uma caminhada de 30 minutos em esteira é realizado um questionário relacionado ao conforto do calçado percebido pelo modelo de calce. Também é realizada uma avaliação dos pés do modelo de calce com objetivo de observar a presença de marcas, pressões ou lesões.
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de calçados
esde o último mês de janeiro, a Revista Tecnicouro vem publicando a série O Conforto Passo a Passo, através da qual são detalhadas as normas técnicas criadas para a avaliação do conforto nos calçados e seus componentes. Além de caracterizar produtos e materiais, as regulamentações auxiliam na qualificação do calçado brasileiro que passa a competir com igualdade frente a produtos de outros players reconhecidos mundialmente pelo alto padrão. Os testes que avaliam o nível de conforto proporcionado pelos calçados e seus componentes são regrados por normas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Estes ensaios são credenciados pela Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e o laboratório conta ainda com certificação da BSI (ISO 9001/2008) e acreditação pelo instituto inglês Satra (ISO 17025/2005). As primeiras normas para certificação de conforto em calçados foram publicadas em 2004. No decorrer destes 12 anos, já são 10 regulamentações em uso para a avaliação do conforto em calçados e seus componentes (três para a avaliação de palmilhas, forros e solados - já apresentados na edição 293 - e sete relacionadas ao calçado pronto, dentre as quais quatro - Norma Geral, Ensaio de Massa, Ensaio de Pressão e Ensaio de temperatura - foram mostradas na edição 294). Divulgamos agora as outras três normas de conforto em calçados, referentes a amortecimento de impacto, índice de pronação e percepção de calce. A metodologia a ser adotada durante os ensaios foi estabelecida a partir de estudos realizados pelo Comitê Brasileiro do Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11), com ampla participação de todas as partes envolvidas - desde a cadeia de fornecedores, as indústrias fabricantes, os canais de distribuição e também o consumidor final. A secretaria deste comitê fica em Novo Hamburgo/RS, na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), que congrega o mais completo complexo de laboratórios da América Latina para a avaliação de calçados e os seus materiais, utilizando-se de tecnologia de ponta e de capital humano com elevado padrão de qualificação. O instituto também criou o Selo Conforto para destacar os produtos aprovados em todas as respectivas normas. O selo tem prazo de validade de um ano, passado este período a empresa deve submeter o modelo certificado a novos testes, caso tenha a pretensão de continuar a usar o selo, mas só poderá fazê-lo se o produto avaliado for novamente aprovado em todas as normas. É preciso observar ainda que essa certificação se refere ao produto testado e não à marca.
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Determinação de conforto em calçados Um calçado é confortável quando: - permite à pessoa se concentrar na sua performance; - oferece um bom calce sem pressões excessivas sobre os pés; - é leve e flexível para economizar energia e poupar a musculatura; - transpira e mantém os pés secos e levemente aquecidos; - evita a pronação excessiva do calcâneo na fase do impacto do calçado com a superfície de apoio, protegendo de lesões a articulação do joelho; - oferece tração suficiente prevenindo contra escorregamento e queda, permitindo um pisar com segurança e estabilidade; - oferece amortecimento na fase de impacto do calçado com as superfícies de apoio, minimizando as vibrações transmitidas para o corpo, protegendo as estruturas músculo-esqueléticas; - promove a satisfação do usuário.
Ensaio de Amortecimento Componente vertical para a situação calçado e descalço
NBR ABNT 14838/2011 - Determinação do Índice de Amortecimento do Calçado - Avaliado através de plataformas de força, o ensaio consiste no modelo de calce caminhar descalço e com o calçado sobre as plataformas. O índice de amortecimento é determinado pela Taxa de Aceitação do Peso (TAP) calculada a partir da curva F x T (Força por tempo), conforme demonstrado na figura acima, é feita a comparação entre estas duas condições, indicando o quanto o calçado absorve do impacto durante a marcha.
Cronograma das matérias A quinta parte desta reportagem será publicada na próxima edição de setembro/outubro da Tecnicouro e detalhará o caminho percorrido pelos produtos submetidos aos testes de conforto para a obtenção do Selo Conforto. Na última parte da reportagem (edição de novembro/dezembro) serão relatados casos bem sucedidos de conforto em calçados, explicando quais foram as inovações implantadas por diferentes empresas e como isso repercutiu na imagem das respectivas marcas e nas vendas ao consumidor final.
Medição do ângulo de pronação durante a marcha NBR ABNT 14839/2013 - Determinação do Índice de Pronação do Calçado Através de câmeras digitais, são realizadas marcações conhecidas na região posterior do calcanhar e na região do contraforte do calçado. Em seguida o modelo de calce caminha em esteira ergométrica nas condições descalço e calçado, desta forma é possível analisar o quanto o calçado está influenciando no ângulo de pronação. O cálculo do índice de pronação é feito a partir da comparação entre os ângulos máximos em ambas as condições (descalço e calçado).
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IMAGEM GLOBALENGLISH.COM
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REUNIÃO COM
o ministro do Desenvolvimento e o governador de SP O principais demandas do setor neste momento desafiador. O presidente Griebeler salientou que a indústria calçadista brasileira tem tecnologia, design, conhecimento adquirido e capacidade de crescimento da sua produção, mas precisa de mais incentivos para avançar. “Hoje o segmento gera dois milhões de empregos diretos e indiretos e nos propomos a ajudar o País na recuperação dos postos de trabalho que vêm sendo sistematicamente fechados nos últimos anos. Mas para isso é necessário reduzir a burocracia e as taxas de juros nas importações de tecnologias para a pesquisa e inovação, além de aumentar a oferta
de bolsas para pesquisadores e criar novos editais com subsídios, para viabilizar a pesquisa e inovação nas empresas”, considera o executivo. Ele garante que o IBTeC vai se posicionar cada vez com mais firmeza no sentido de sensibilizar os governantes sobre a urgência no atendimento destas e outras demandas apontadas durante a reunião, as quais têm como objetivo aumentar a competitividade do calçado brasileiro em nível internacional através do valor agregado com atributos de conforto e saúde do usuário, gerando mais divisas para as organizações investirem em tecnologia e gerarem emprego e renda aos trabalhadores.
FOTO ADRIANE COSTA/NOTÍCIA EM DOBRO
presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, foi convidado a participar de uma reunião fechada com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, empresários e líderes do sistema coureiro-calçadista. O encontro aconteceu em São Paulo, no dia 24 de julho, durante a Francal, e dentre os assuntos tratados, o destaque foi a urgência do aprimoramento das relações dos governos com a classe empresarial para viabilizar o atendimento das
Presidenteexecutivo do IBTeC participou de encontro de lideranças para tratar do aprimoramento das relações do setor com o poder público
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IBTEC E SEBRAE REALIZAM A
I Semana do Calçado D urante o período de 17 a 20 do próximo mês de outubro, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realizarão a Semana do Calçado. A iniciativa visa a promover a competitividade das organizações participantes através da disseminação de conhecimento, colaboração, geração e transferência tecnológica. Dentre a programação, acontecerão a Maratona de Desafios Tecnológicos e o 2º Fórum IBTeC de Inovação, nos quais serão abordadas assuntos estratégicos para os negócios, como produtividade, sustentabilidade, design e inovação, realizados pelo instituto.
IBTeCHDAY Maratona de Desafio Tecnológico O projeto visa a potencializar a geração de produtos, processos e serviços inovadores, por meio da metodologia Maratona de Desafio Tecnológico, com a integração de empresas de base tecnológica incubadas nos principais parques tecnológicos - startups, programas de pós-graduação, escolas técnicas e demais pesquisadores.
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O objetivo é identificar os principais gargalos tecnológicos e propor soluções aos mesmos, mapear projetos inovadores, estruturar redes colaborativas para desenvolvimento de inovações, integrar profissionais e empresas de diversas áreas do conhecimento e estruturar um banco de projetos.
Quem pode participar Desafiadores: empresas que tenham interesse de investir em projetos inovadores, que identificarão e informarão seus desafios aos grupos de solucionadores. Solucionadores: tanto empresas quanto estudantes, pesquisadores e demais interessados, deverão se inscrever pelo site www.ibtec.org. br até o dia 11 de outubro.
Temáticas dos desafios - Produtividade, automação e Indústria 4.0; - Design, funcionalidade e in ternet das coisas; - Tecnologia em materiais; - Sustentabilidade; - Funcionalidade; - Novos modelos de negócio; - Outros.
Como funcionará 1ª fase - Ideação No dia 17 de outubro, às 8h será realizada a abertura, posteriormente serão apresentadas as regras do jogo e lançados os desafios. Serão 12 horas de trabalho com a disponibilidade de uma equipe técnica do NIT do IBTeC para auxiliar os grupos participantes. A apresentação de cada projeto será individual por grupo, onde cada grupo terá 10 minutos para apresentar ao comitê avaliador o projeto atendendo a uma série de quesitos. Ao final na primeira rodada, o comitê avaliador informará os 10 melhores projetos que passarão a segunda fase do projeto. 2ª fase - Prototipagem Os grupos vencedores da 1ª fase terão três dias de prazo para a materialização das ideias propostas em protótipos e simulações, contando com auxilio técnico da equipe de apoio do evento. O ponto de entrega será dia 20 às 14h. Divulgação dos resultados O resultado final será realizado durante o 2º Fórum IBTeC de Inovação no dia 20 de outubro.
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2º Fórum IBTeC de Inovação
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2º Fórum IBTeC de Inovação será realizado no dia 20 de outubro, data em que o IBTeC completa 44 anos de história. A proposta é disseminar o conceito de inovação através de palestras e debates, agregando novos conhecimentos, perspectivas e inspirando as empresas brasileiras dos setores de calçado, couro, materiais, confecção, têxtil e EPIs para o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços, proporcionando diferenciais competitivos para a indústria nacional. O evento terá início às 18h, com término previsto para às 21h, e ocorrerá no salão de eventos do Locanda Hotel, localizado em Novo Hamburgo/RS, próximo da sede do IBTeC. A proposta é: - Disseminar o conceito de inovação; - Apresentar estratégias de inovação aplicadas através do design e da sustentabilidade; - Incentivar a pesquisa e desenvolvimento de produtos, serviços e processos inovadores; - Promover a integração entre as empresas do setor, IBTeC e instituições parceiras; - Proporcionar o intercâmbio de informações e conhecimentos; - Inspirar as empresas a desenvolverem projetos inovadores;
- Contribuir para o fortalecimento das indústrias dos setores de calçado, couro, materiais, confecção, têxtil e EPIs. O presidente-executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, assegura que as empresas e as instituições que as representam estão fazendo a sua parte com muito empenho e seriedade, mas o momento exige que o setor perceba que para obter melhores resultados é preciso ir além, e isso só é possível através do conhecimento, e este é o motivador da Semana do Calçado. De acordo com Griebeler, o mercado impõe desafios para todo o sistema industrial, que precisa ser estimulado a alcançar mais competitividade através da inovação e sustentabilidade, agregando valor aos seus produtos com diferenciais de conforto e saúde para o usuário e proteção ao meio ambiente. “Estamos oferecendo oportunidades reais para que os empresários possam afastar de vez esta sensação de crise. Para isso, o instituto, mais uma vez, tomou uma decisão proativa para auxiliar os empresários no enfrentamento e superação dos desafios, criando este evento através do qual, em parceria com o Sebrae, buscamos disseminar informações e facilitar o acesso a recursos para promover o desenvolvimento sustentável”.
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Desafios e Oportunidades em Produtividade No dia 18, acontece o Seminário Desafios e Oportunidades em Produtividade, realizado pelo Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Às 17 horas, terá início o credenciamento, e logo em seguida, às 17h30min, acontecerá a palestra sobre o tema, com duração de uma hora e 15 minutos. Às 19 horas iniciará uma série de workshops simultâneos com a duração de 45 minutos, onde serão abordados temas como eficiência produtiva, automação e ferramentas tecnológicas. Por fim, será apresentado um caso de sucesso, sendo que o encerramento das atividades será às 22h.
Desafios e Oportunidades da Moda e Design No dia 19, ocorrerá o Seminário Desafios e Oportunidades da Moda e Design. O formato será idêntico ao do dia anterior. Nos workshops deste segundo seminário serão debatidos assuntos como o novo calendário da moda, o comportamento do consumidor e o design funcional. Os eventos serão realizados na sede do IBTeC e são dirigidos a micro e pequenas empresas pertencentes à cadeia produtiva do calçado (máquinas, couro, componentes, calçados, artefatos e prestadores de serviço). O objetivo é apresentar ferramentas estratégicas a serem implantadas a baixo custo nas empresas, a fim de aumentar a eficiência produtiva, instigar a inovação, estimular a automação, além de permitir uma reflexão sobre as mudanças que vêm ocorrendo no calendário da moda, com elementos que permeiam o comportamento do consumidor e aplicabilidade do design. O gerente regional do Sebrae-RS, Marco Copetti, salienta que “a expectativa é que possamos gerar um espaço para consolidar inteligência do setor no Vale do Sinos, onde temos entidades fundamentais que interagem com todo o setor, conhecem a realidade deste mercado, possuem as ferramentas humanas e tecnológicas para auxiliar na solução das demandas e, portanto, são agentes propulsores deste desenvolvimento”, comentou. Ele acrescentou que é importante que instituições como o Sebrae e o IBTeC se aproximem das empresas de forma a fomentar o dimensionamento desta inteligência, disseminando o conhecimento dentre a classe empresarial. “É um momento para que possamos unir as forças, a inteligência e o conhecimento e, principalmente, provocar uma inquietação no setor, para pensarmos a competitividade dentro do cenário globalizado, identificando quais são os efetivos gargalos e os desafios a que eles nos remetem, possibilitando uma ação conjunta de forma a encontrarmos as melhores soluções”, contextualiza.
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Programe-se Dia 17 IBTeCHDAY: Maratona de Desafio Tecnológico, que visa a integração com empresas de base tecnológica incubadas nos principais parques tecnológicos - startups, programas de pós-graduação, escolas técnicas e demais pesquisadores. 8h abertura e apresentação das regras 18h apresentação dos projetos e avaliação das melhores propostas Dia 18 Seminário Desafios e Oportunidades da Produtividade 17h credenciamento 17h30min palestra principal - duração 1 hora 15 minutos 19h workshops simultâneos - duração 45 minutos Temas: Eficiência produtiva; Automação; Ferramentas tecnológicas Caso de sucesso Sebrae Encerramento: 22h Dia 19 Seminário Desafios e Oportunidades da Moda e Design; 17h credenciamento 17h30min palestra principal - duração 1 hora 15 minutos 19h workshops simultâneos - duração 45 minutos Temas: Novo calendário da moda; Comportamento do consumidor; Design funcional Caso de sucesso Sebrae Encerramento: 22h Dia 20 Maratona de Desafio Tecnológico 14h apresentação dos protótipos e simulações dos projetos aprovados no IBTeCHDAY 19h30min resultado final Fórum IBTeC de Inovação: Palestras e debates para disseminar a cultura de inovação, a fim de preparar, instigar e inspirar as empresas brasileiras dos setores de calçado, couro, materiais, confecção, têxtil e EPI para o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços, proporcionando diferenciais competitivos para a indústria nacional. 19h credenciamento 19h30min início das palestras 22h encerramento
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REDE SEARS CREDENCIA LABORATÓRIOS novo reconhecimento conquistado no último mês de julho pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), junto à rede americana Sears, brinda o início deste segundo semestre, no ano em que o instituto vem acumulando conquistas apesar do cenário desafiador. A partir de agora, os laboratórios do IBTeC estão credenciados para fazer todos os ensaios nos calçados que a rede importa do Brasil. A conquista é comemorada pelo presidente-executivo do instituto, Paulo Griebeler, como “mais um importante reconhecimento internacional da competência de nossos laboratórios e dos nossos profissionais”. Ele lembra que o IBTeC é o braço tecnológico do setor coureiro-calçadista, também atuando em outros segmentos, como o de EPIs, vestimentas e luvas de proteção, luvas cirúrgicas e certificando produtos para exportação, quando adequados aos limites de substâncias químicas restritivas, em especial aos produtos destinados ao consumo infantil. A Sears é uma rede de lojas de departamento americana e uma das maiores do mundo, criada em 1986 na cidade de Chicago, no Estado de Illinois. Hoje, mantém lojas nos Estados Unidos, Canadá e México.
Reconhecimentos - O IBTeC, além deste credenciamento, é acreditado internacionalmente pelo instituto inglês Satra e pela agência de importação norte-americana CPSC. No Brasil, é acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação (CGCR) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e conta ainda com as certificações BSI (ISO 9001/2008) e Rede Metrológica RS, bem como reconhecimento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O anúncio da parceria foi feito pelo presidente durante reunião com as lideranças internas
FOTO FÁBIO SHERER
do IBTeC O
Benefícios especiais marcarão o Dia do Cliente
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e serviços oferecidos pelo instituto. O presidente-executivo, Paulo Griebeler, recepcionou os parceiros com uma mensagem de otimismo. Segundo ele, o cenário do nosso País mostrado na mídia é preocupante, mas não podemos nos contaminar pelas notícias ruins, pois o Brasil e o setor calçadista são muito maiores do que a realidade apresentada. “O momento é desafiador, mas existem muitas oportunida-
des no mercado para quem investe em inovação e tecnologia para fazer a diferença, e é neste sentido que fizemos o convite para esta confraternização, em agradecimento à confiança e parceria de todos os nossos clientes, aos quais reforçamos o nosso compromisso de sermos o braço tecnológico para impulsionar o desenvolvimento de todo o sistema coureiro-calçadista”, pontuou Griebeler. FOTO LUÍS VIEIRA
o dia 15 de setembro se comemora o Dia do Cliente e o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos não vai deixar a data passar em branco, e para isso está preparando um verdadeiro pacote de benefícios, que será apresentado a convidados em data ainda a ser programada. No ano passado, dentre as ações, foram oferecidas vantagens adicionais na tabela de produtos
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Assim como aconteceu em 2015, convidados conhecerão em primeira mão as vantagens oferecidas
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Projeto é realizado em parceria com Dublauto Gaúcha e IBTeC
FEEVALE PESQUISA APLICAÇÃO DE
materiais nanoestruturados O s nanomateriais são substâncias que fabricadas e utilizadas em escala muito pequena (cada nanômetro corresponde a um bilionésimo de metro). Esses materiais, apesar de serem tão diminutos - beirando o nível molecular -, podem apresentar propriedades superiores de quando em escala macro, o que faz com ofereçam muitas utilidades técnicas. Na Universidade Feevale, de Novo Hamburgo/RS, um projeto de pesquisa estuda a utilização de nanomateriais na indústria têxtil-calçadista, uma área ainda pouco desenvolvida no País. Coordenado pelo professor Fernando Dal Pont Morisso, o projeto tem o objetivo de preparar materiais têxteis contendo óleos essenciais nanoencapsulados de longo período de liberação. De acordo com o pesquisador, a ideia do projeto, conduzido no Laboratório de Estudos Avançados em Materiais, é chegar a protótipos para serem aplicados no material têxtil utilizado no calçado. Estão em estudo métodos de se produzir esse nanomaterial que será depositado no tecido componente do calçado, o qual pode ter várias possibilidades de uso, entre as quais, os óleos essenciais para hidratação, tratamento de cicatrizes e evitar o odor. Uma das substâncias trabalhadas, por exemplo, é a policaprolactona com óleo de citronela, que tem propriedades repelentes e antifúngicas. “A fricção com o tecido quebraria as nanocápsulas que contêm o material, liberando a substância”, explica Morisso. Entre os parâmetros, serão analisados os polímeros
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certos a serem utilizados, qual o melhor solvente, quanto o material deve ser agitado, em qual temperatura, qual o nível de acidez ideal, entre outros, com o fim de desenvolver uma metodologia de preparação. Após depositado no tecido, o material nanoestruturado passará por avaliações que determinarão se ele ficou efetivamente impregnado e se possui resistência à lavagem, entre outros parâmetros. “Estamos trabalhando em escala laboratorial, que deverá ser adaptada para a escala industrial quando a tecnologia for transferida para a empresa, pois deverão ser estudados novos parâmetros”, diz o professor. A fornecedora de componentes Dublauto Gaúcha e o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) são parceiros deste trabalho, que conta com uma equipe composta por 13 pessoas, entre professores, mestrandos, bolsistas de Iniciação Científica e apoio administrativo.
Difusão do conhecimento O projeto prevê a realização de várias ações para socializar os resultados obtidos na pesquisa. Entre esses, está o evento Inovação tecnológica em nanomateriais, que acontecerá nos dias 18 e 19 de agosto, das 18h às 22h, no auditório do prédio Branco, no Câmpus II da Feevale. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail eventonano@ feevale.br. Mais informações podem ser obtidas no telefone (51) 3586-8800, ramal 9000, 9252 ou 8761.
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A presidência e a comissão organizadora apresentaram aos colaboradores o projeto Ideia Premiada e falaram sobre as metas, os prazos, os critérios de avaliação e a premiação
CONCURSO VISA A OTIMIZAR A PRODUTIVIDADE
em todas as atividades N
o dia 22 de julho, a presidência do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) lançou o programa Ideia Premiada, que visa a reduzir custos e tornar o instituto ainda mais produtivo. Os autores das cinco melhores ideias, aquelas que após implantadas gerarem mais resultados, receberão prêmios em dinheiro. Porém, muito mais do que promover uma recompensa em reconhecimento às melhores sugestões, o objetivo é incentivar, mobilizar e fortalecer ainda mais o vínculo e o comprometimento de cada colaborador, tanto do público interno quanto terceirizado. O presidente-executivo Paulo Griebeler comentou que nos últimos três anos o IBTeC dobrou faturamento e o intuito da atual gestão é manter esta trajetória de crescimento, tornando a organização cada vez mais forte e respeitada no mercado. Ele lembrou que, embora o lucro não seja a finalidade, a ideia é aumentar sempre a receita e reduzir os desperdí-
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cios, tornando a máquina operacional cada vez mais eficiente e lucrativa, pois os resultados são reinvestidos na modernização do parque tecnológico e capacitação da equipe, sempre pensando em melhorar o atendimento aos clientes. “Toda organização precisa estar tecnologicamente atualizada e ter equilíbrio financeiro, mas o mais importante são as pessoas que nelas trabalham. Este projeto, portanto, é uma forma de manter a equipe motivada e valorizar as boas ideias”, salientou Griebeler, lembrando que a meritocracia é a forma mais justa de se promover um profissional. Ele comentou que no primeiro semestre deste ano o faturamento cresceu 24%, mesmo com todos os desafios do mercado, mas isso não foi um milagre, e sim o resultado de um planejamento bem fundamentado, muito trabalho e motivação. “É claro que os custos também cresceram, mas o que realmente importa é que o resultado final foi positivo. Sabemos que com esta campanha surgirão excelentes ideias e que, embora tenhamos co-
nhecimento do potencial dos nossos colaboradores, algumas soluções surpreenderão pela criatividade e resultado proporcionado”, previu. O presidente avaliou ainda que o nervosismo do mercado tem muito mais a ver com questões políticas do que econômicas e, assim que essas questões forem resolvidas, o mercado vai reagir positivamente. “Os negócios vão ser retomados, as pessoas e as empresas terão mais confiança e a roda da economia vai voltar a girar, e o IBTeC - com cada um dando o seu máximo para melhorarmos nossos processos em todas as atividades, evitando desperdícios - estará mais preparado do que nunca para atender as novas demandas que chegarão”, pontuou. Para finalizar, defendeu que o IBTeC é lugar para pessoas proativas, que não querem ficar na zona de conforto, mas sim contribuir permanentemente para a melhoria contínua. “Somos uma família, mas uma família bem-estruturada, com todos desejando crescer juntos”, finalizou.
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SEBRAETEC E RST OPORTUNIZAM
a realização de investimentos AÇÃO CONJUNTA ENTRE O IBTEC E O SEBRAE OFERECE CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA O ACESSO AO CRÉDITO VISANDO A IMPLANTAR MELHORIAS NAS EMPRESAS E SEUS PRODUTOS
C
om o objetivo de apoiar o sistema coureiro-calçadista a aumentar a produtividade e implantar a inovação em produtos e processos, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) oferece, em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), um pacote de serviços com crédito subsidiado, beneficiando as organizações que precisam de apoio para incrementar os seus modelos de negócios. O presidente-executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, considera que o setor empresarial historicamente sempre soube dar respostas positivas em momentos desafiadores, e esta é uma oportunidade para que acreditem ainda mais nos seus negócios e busquem a parceria do IBTeC e do Sebrae para implantar ações de melhorias que as deixem mais fortalecidas no mercado. “A partir dessa iniciativa iniciada no último mês de março, novas oportunidades surgem para que as MPEs possam investir na implantação de inovações tanto nos seus produtos quanto nos processos”, destaca Griebeler. Na opinião do gerente regional do Sebrae-RS, Marco Copetti, o momento certo para o empresário olhar com mais atenção para dentro do seu par-
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que fabril, buscando perceber quais são os gargalos existentes nos processos de manufatura e, fundamentalmente, acreditar que é justamente ali que residem pontos para melhorar a sua competitividade em itens como a redução de custos e o aprimoramento da qualidade, é quando a produtividade está em baixa. Considerando que dentre os maiores desafios para o fabricante calçadista estão redução do retrabalho, melhoria da qualidade do produto final e agregar funcionalidade ao design, ele salienta que o Sebrae e o IBTeC estão unidos para ofertar soluções que chegam exatamente neste momento em que os industriais precisam ser desafiados a mudar a maneira como produzem e gerenciam os seus negócios. “A hora de tomar uma atitude é agora, enquanto a economia ainda não aqueceu, pois, quando a situação melhorar a tendência é que as empresas com melhor preparo arranquem na frente. Mas para isso é necessário ajustar os processos, adequar os produtos e a gestão enquanto o movimento na indústria é pequeno, pois é assim que se coloca as coisas em dia”, ensina. Nesta parceria, o que está sendo oferecido é uma oportunidade para que as empresas se beneficiem dos
programas Sebraetec, que oferece 65% de subsídios ante 35% de contrapartida, e Rede de Serviços Tecnológicos (RST), com 80% de subsídios e 20% de contrapartida - este último exclusivo para empresas do sistema coureiro-calçadista. Copetti conta que os atuais desafios do mercado levaram muitas empresas a terem uma postura reativa, no sentido de procurar consultorias que as ajudem a identificar problemas e encontrar soluções, e a intenção é apoiar os micro e pequenos negócios que precisam aprimorar suas estratégias mercadológicas, mas não têm recursos para fazer isso sozinhas. Griebeler salienta que as duas instituições vêm somando esforços para expandir as suas ações de trabalho, gerando oportunidades através da disponibilização de mais recursos financeiros, humanos e tecnológicos para as empresas que necessitam se reajustar para vencer os desafios e expandir os negócios de maneira sólida. “A partir deste trabalho com o Sebrae, estamos ainda mais receptivos às micro e pequenas empresas, que podem contar com uma gama muito ampla de serviços, como consultorias em produtividade, inovação, tecnologia, desenvolvimento de produtos e melhoria de processos”, conclui.
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Nova Serrana
EXPORTAÇÃO NO BRASIL
é cercada de mitos C om o objetivo de estimular as empresas a entrarem no mercado internacional de calçados, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) promoveu no dia 13 de julho o evento Estratégias para Exportação - Primeiros passos. O encontro foi realizado na sede da entidade, em Novo Hamburgo/RS, e contou com palestras do professor dos programas de MBA da ESPM-Sul, Christian Tudesco, e de representantes do Banco do Brasil, Correios e seguradoras de crédito para exportação, além do bate-papo com profissional experiente no mercado externo de calçados. O professor Tudesco abriu os traba-
lhos ressaltando que, em primeiro lugar, é preciso tirar a negatividade das questões referentes à exportação. Segundo ele, existem muitos mitos, o que, aliado à tendência brasileira de “negativar as coisas”, acaba emperrando o processo de inserção e expansão além-fronteiras. “A verdade é que, nos últimos dez anos, acessar o mercado internacional ficou muito mais fácil, apesar de toda a instabilidade macroeconômica”, disse, acrescentando que não existe porte definido para a colocação no mercado externo. “Na Itália, 75% das empresas exportadoras são de micro e pequenos portes. O que é fundamental é a cultura de exportação”, destacou.
Movimento recente Com apenas 25 mil empresas exportadoras em todo o Brasil, Tudesco ressaltou que a pauta nacional ainda é baseada em commodities. “Das exportadoras, 250 respondem por quase 70% do total de embarques. A cultura de inserção internacional ainda é muito recente no Brasil e cabe a nós transformar isso“, comentou. Para a inserção além-fronteiras, o especialista destacou que são necessários alguns cuidados, especialmente na distribuição, com a escolha do parceiro ideal. “Não podemos nos precipitar”, frisou, lembrando que uma das empresas na qual trabalhou teve marca registrada no exterior por um distribuidor mal selecionado. Tudesco listou algumas dicas importantes para empresas iniciantes. Segundo ele, é preciso fazer uma análise macroambiental detalhada, levando em consideração aspectos sociais e culturais do país, além de promover uma adaptação do mix de produtos. A definição de preços, em consonância com a concorrência local, os custos e a demanda também é fundamental.
O conforto está relacionado com componentes
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o dia 27 de junho, durante o Inspiramais, o coordenador do Laboratório de Biomecânica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Dr. Rudnei Palhano, realizou a palestra Conforto em Componentes. Durante a sua apresentação, o pesquisador observou que o calçado, além da função de proteger o pé, deve promover o conforto através de propriedades como a absorção de impacto e suor. Ele lembrou que os componentes são responsáveis por estas propriedades e deta-
conhecerá novas tecnologias para calçados
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urante a 18ª Feira de Calçados de Nova Serrana (Fenova), que ocorre de 16 a 18 de agosto na cidade de Nova Serrana/ MG, a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e Calçados (Abrameq) vai realizar uma nova atividade dentro da sua política de ações para potencializar as vendas das empresas associadas nos principais polos calçadistas do Brasil. O gestor de projetos da entidade, Vinicius Fonte, destaca que o polo é um mercado importante para os fabricantes brasileiros de máquinas. “No ano passado, estivemos na Feira de Máquinas e Componentes para Calçados de Nova Serrana (Febrac) e as empresas participantes voltaram com perspectiva de R$ 1,5 milhão em vendas de seus produtos.” Segundo Fontes, para este ano, a expectativa é ainda melhor, porque o evento aproxima os fabricantes de máquinas dos calçadistas, que também estarão expondo na feira. Participarão desta ação as empresas Exclusive, Serotom, GMK, Maquetec, Erps, Poppi e Tecnomaq, que apresentarão tecnologias para aumentar a competitividade das empresas fabricantes de calçados.
lhou as normas técnicas que avaliam o índice de conforto oferecido por forros, palmilhas e solados. Explicou que além de avaliar os materiais e os próprios calçados de acordo com as normas técnicas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o instituto vem, há mais de 40 anos, se destacando como o braço tecnológico do setor, desenvolvendo pesquisas e criando oportunidades para as empresas agregarem valor aos seus calçados através da tecnologia do conforto.
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SEBRAE LANÇA
Edital de Inovação M icro e pequenas empresas com uma ideia de produto inovador têm uma excelente oportunidade de colocá-la no mercado, pois estão abertas as inscrições para o Edital Sebrae de Inovação, que vai distribuir R$ 20 milhões, em dois anos. “A ideia está na cabeça, não no bolso. Por isso temos que incentivar esse pequeno empreendedor que inova, pois o grande já compra pronto”, afirma o presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos. Até o próximo dia 23 de setembro, a plataforma InovAtiva Brasil vai receber inscrições de projetos inovadores de 24 unidades da Federação. A iniciativa tem como objetivo contribuir para aumentar a competitividade e a produtividade dos pequenos negócios com potencial de alto impacto. O montante de R$ 20 milhões será destinado a projetos intensivos em tecnologias inovadoras ou capital intelectual, contemplando as cinco regiões brasileiras. Cada projeto contemplado poderá receber subsídios até R$ 120 mil, com prazo de execução de até 24 meses. Serão reservados, no mínimo, 20% dos recursos para projetos de cada modalidade, desde que atin-
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jam pontuação mínima conforme critérios de classificação previstos no edital. O edital foi dividido em duas modalidades: Desenvolvimento Tecnológico e Encadeamento Tecnológico. No primeiro caso, além de aplicativos e jogos, encaixam-se iniciativas como a criação de cosméticos com o uso de nanopartículas, entre outras; para Encadeamento Tecnológico, a ideia é desenvolver algo a ser utilizado numa grande empresa, por exemplo, um sistema eletrônico para carros a ser aproveitado pela indústria automotiva. Para ambas as modalidades, a execução ficará a cargo de uma Entidade de Ciência, Tecnologia e Inovação (ECTI), a ser contratada pelo Sebrae no estado do empreendimento. A determinação de apoio a projetos de 24 estados é porque Amapá, Pará e São Paulo não aderiram ao edital. Nas outras unidades da Federação, serão apoiados projetos empresariais nos limites e percentuais de acordo com a tabela abaixo, conforme a modalidade em que estiverem enquadrados. O gestor do Núcleo de Inovação Tecnológica do IBTeC, Tetsuo Kakuta, lembra que o instituto é credenciado como ECTI no Sebrae dos
estados RS, SC, PR, RJ, MG, BH, PB e GO, e disponibiliza sua equipe técnica e pesquisadores para auxiliar as empresas na formatação de seus projetos em tempo hábil para participar, e de forma a aumentar a probabilidade de sucesso de aprovação. “Quem tiver interesse de inscrever algum projeto pode entrar em contato com o instituto pelo e-mail projetos@ibtec.org.br, que receberá todas as informações e apoio necessários”, destaca. Empresas incubadas, graduadas, aceleradas ou finalistas do programa InovAtiva receberão 10% a mais na pontuação atribuída pela banca avaliadora. Para o secretário de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Vinícius de Souza, o Edital Sebrae de Inovação pode ajudar muito as startups do InovAtiva no desenvolvimento de produtos em um momento de evolução da empresa em que os recursos são escassos e caros. “Queremos uma integração nos dois sentidos, para que startups aceleradas pelo InovAtiva submetam projetos ao edital, e que empresas selecionadas no edital participem nos próximos ciclos do InovAtiva”, destacou.
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QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
em meio ambiente Fenac tem novo A diretor-presidente
Pontos de discussão • Matemática prática aplicada
ao tratamento de efluentes; • Operação, manutenção e controle de estação de tratamento de efluentes, tipo lodos ativados; • Fundamentos do processo; • Gerenciamento operacional e laboratorial; • Considerações práticas sobre problemas operacionais; • Direito, legislação e responsabilidade ambiental.
Investimento Estudantes: R$ 420,00 Sócios do IBTeC: R$ 480,00 Não sócios: R$ 550,00
A
partir do dia 2 de junho, a Fenac passou a ter novo diretor-presidente. Roque Werlang assumiu no lugar de Elivir Desiam, que deixou o cargo para concorrer à prefeitura de Estância Velha/RS. A decisão foi anunciada em reunião do conselho de administração da Fenac no final de maio, e acatada por todos os membros acionistas. Elivir Desiam deixa para o sucessor uma gestão repleta de eventos bemsucedidos, com visitação expressiva e bons resultados. “O plano é dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo Elivir, que desenvolveu um processo de fortalecimento das feiras ligadas ao setor coureiro-calçadista, como a Loucura por Sapatos e a Fimec e a atração de novos segmentos econômicos, como ocorreu com a Construsul. Assim podemos ampliar cada vez a ocupação dos pavilhões, e, diluir os custos fixos, ampliando a margem de retorno da Fenac”, afirma o novo diretor-presidente, Roque Werlang. FOTO DIVULGAÇÃO
partir de 13 de setembro, terá início o 1º Curso de Capacitação e Qualificação Técnica em Meio Ambiente realizado no Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC). O treinamento será realizado pelos instrutores Mário Peirano e Mário Peirano Júnior e tem como objetivo a qualificação de pessoas quanto ao uso de práticas em sustentabilidade, sanitarismo, saúde pública e produção mais limpa, focando no resultado. Com uma carga horária de 40 horas/aula, sempre nas terças-feiras e quartas-feiras, das 18h30min às 22h30min, o curso acontecerá na sede do instituto - Rua Araxá, 750, no bairro Ideal, em Novo Hamburgo/RS. O público-alvo são profissionais que desejam se capacitar para o mercado de trabalho, prestar concurso público ou complementar a formação acadêmica já adquirida.
Instrutores * Mário Marmo F. Peirano: Graduado em Química (PUC/RS) e Eng. Química (UFRGS), com Doutorado em Engenharia Sanitária (Universidade de Londres). Autor de mais de 60 Projetos de Tratamento de Efluentes Líquidos no Brasil e Exterior; Consultor em Proteção Ambiental e tratamento de efluentes industriais. * Mário Peirano Júnior: Bacharel em Direito (ULBRA), com Especialização em Direito Constitucional (CEJUR/ RS) e Pós Graduação em Direito Criminal (IDC/RS). Curso de Extensão em Direito Ambiental (YALE/USA); Consultor Jurídico em Direito Ambiental. Para obter mais informações ou fazer a inscrição, acesse www.ibtec.org.br.
Roque Werlang
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CB-11 ABNT
visita o IBTeC N
exemplo, citar um equipamento ou procedimento laboratorial”, afirma a chefe de secretaria. “Ficamos muito animados e admirados com as instalações do IBTeC. Fomos muito bem recebidos logo na chegada pela secretária Andriéli e pelo presidente do IBTeC, Paulo Griebeler, que nos acompanharam em um excelente almoço na bela cidade de Novo Hamburgo. Nas apresentações das instalações do IBTeC, desde a sala em homenagem ao Sr. Nestor De Paula até os laboratórios de ensaios, fomos tratados com muita cordialidade, simpatia e atenção. Em todos os lugares que passamos, fomos sempre muito bem recebidos e contamos com as explicações detalhadas de todos os processos realizados nos laboratórios. Pudemos ver o empenho e a preocupação com a qualidade e o desempenho dos ensaios
realizados, com procedimentos bem estabelecidos e segurança na execução. Os responsáveis pelos laboratórios foram muito solícitos e pacientes em nos explicar os processos e nos mostrar como a normalização os ajuda a manter a qualidade e o desempenho desejado, por vezes demostrando interesse em outros temas de normalização correlatos ao apresentado, o que reforça a nossa visão quanto à qualidade profissional com a qual tivemos contato. Ao fim, realizamos uma reunião, onde abordamos alguns pontos sobre o processo de normalização e discutimos algumas ideias do ABNT/ CB-11 para normalização no setor de calçados. Agradecemos imensamente pela oportunidade de conhecermos o IBTeC e esperamos ajudar no que for necessário para que possam continuar com o excelente trabalho desenvolvido.”
FOTO LUÍS VIEIRA
o dia 20 de julho, depois de almoçar com o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, e a chefe de secretaria do Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB11), Andriéli Soares, os representantes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/ Rio de Janeiro), Sr. Antonio Cordeiro, da gerência do Processo de Normalização, e a analista da gerência do planejamento e projetos, Mayara Queiroz, visitaram os laboratórios e toda a estrutura do instituto. De acordo com Andriéli, para o CB-11 esta aproximação foi extremamente importante. “A partir deste encontro, a parte técnica da ABNT terá maior facilidade para interpretar e entender as normas brasileiras do comitê quando, por
Paulo Griebeler (IBTeC), Rogerio Wathier (IBTeC), Andriéli Soares (IBTeC/CB11), Mayara Queiroz (ABNT-RJ), Antonio Cordeiro (ABNT - RJ) e Dr. Rudnei Palhano (IBTeC)
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OPINIÃO Colunista Desindustrialização:
precisamos refletir sobre todas as causas
O
ano em curso flui como se pode ser neutralizado com estímulos fosse uma simples sucessão fiscais que sejam eficazes para tanto. de dias insensatos. As paiEmbora já existam incentivos dessa xões exacerbadas conspiram contra natureza, tratam-se de normas pouco a necessária racionalidade, enquanto conhecidas, complexas, cuja aplicaatônitos assistimos a fatos diários, que bilidade tem gerado tímidos resultacausam efêmero escândalo. O ocorrido dos. O que se percebe - ressalvados na semana que passou, pouco já imporinúmeros casos que aqui não podem ta; o ocorrido ontem está em vias de seser devidamente relatados - é que o guir o mesmo destino. Nunca estivemos modo de produzir evoluiu de uma fortão conectados e fomos portadores de ma lenta, desde o fim do século passatantas opiniões sobre os mais diversos do, comparativamente a outros países. assuntos. Via de regra, porém, a certeNão há como alcançar a almeza é proporcional à ignorância sobre jada produtividade sem maciços Dr. Marciano Buffon aquilo que se acredita ter profundo co- doutor em Direito, investimentos em tecnologia da da Unisinos nhecimento. A informação buscada à professor produção, aliado ao enfrentamenmarciano@buffonefurlan.com.br exaustão rouba paulatinamente a cato a históricos problemas de formapacidade de refletir sobre ela, especialção educacional dos trabalhadores. mente quando esta busca produz uma ilusória segurança, a Não bastasse a inexistência de estímulos eficazes, a legisqual impede de se perceber que, ao tudo saber, pouco se sabe. lação fiscal a e política econômica colaboram para desencoNeste cenário, não há como ocupar-se de causas e proble- rajar investimentos no setor produtivo. Entre outras causas, mas que correspondam a uma mudança apta a causar impac- com a não tributação de dividendos e incidência do imposto nos alicerces que ora sustentam a realidade, nem com situ- to de renda e contribuição social sobre o resultado apurado, ações cujos impactos não sejam verificáveis nesta verdadeira criou-se um claro estímulo à partilha do resultado entre os “eternidade do presente”. Não obstante, precisamos refletir sócios/acionistas, em detrimento do reinvestimento. Tratasobre temas cruciais. Entre eles, o setor produtivo da economia se de uma forma pouco usual em outros países, tendente a não pode se furtar de enfrentar a questão da desindustrializa- descapitalizar a empresa e represar o gasto voltado à tecnoção, com todos seus nefastos efeitos. Entre suas conhecidas logia. Não se justifica, pois, a tributação do resultado apuracausas (câmbio, burocracia, juros, crédito, produtividade, tri- do quando este venha a ser reinvestido na própria produção. butação etc.), poderia se incluir a questão do investimento em Por sua vez, a política econômica adotada, faz algum temtecnologia de produção e os mecanismos fiscais de incentivo. po, prioriza dois elementos que são letais ao setor produtivo: Não se ignora, pois, a existência de legislação que estimu- juros altos (exorbitantemente altos!) e câmbio apreciado. la a inovação (Lei do Bem em especial). No entanto, também Difícil convencer alguém que deva investir em novas tecnonão se ignoram os pífios resultados pragmáticos da aplicabili- logias, quando o setor financeiro garante os maiores juros dade do arcabouço jurídico voltado para tal fim. O entusiasmo do mundo, à custa de uma carga tributária iníqua. Ou ainda, inicial arrefeceu, sendo que, em muitas situações, o velho jeiti- parece insano captar recursos para investimentos, suportannho brasileiro voltou a aparecer, mediante a “venda” de ideias do taxas internacionalmente insanas e incompreensíveis. infundadas acerca da fruição dos benefícios, tornando o setor Um dos efeitos nefastos dessa política é a apreciação produtivo novamente vítima de algo pensado em seu favor. artificial do real frente ao dólar, o que, se de um lado, proCom todo o risco que isso significa, é possível sustentar duz a ilusória sensação de viajar e comprar barato no que, antes de se pensar em inovação - no sentido exigido pela exterior, por outro, resulta um irrefreável estímulo às imlei - há de se estimular o investimento em tecnologia (equipa- portações e, por óbvio, um desestímulo à produção volmentos, automação, robotização etc.). O custo suportado pela tada ao mercado externo. Precisamos, pois, refletir sobre indústria com a implementação de uma verdadeira “revolu- isso. Não há país desenvolvido - econômica e socialmente ção tecnológica”, na forma de se produzir bens e mercadorias, - sem que haja uma indústria forte e sustentável no tempo.
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IMAGEM THEQUINT.COM/MIZUNO
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SAPATARIA INTELIGENTE INOVA
na venda de calçados A SetaDigital lançou um modelo de loja de sapatos totalmente automatizada, onde o cliente escolhe os produtos, registra o pedido em totens de autoatendimento e realiza o pagamento no caixa, e tudo isso é feito sem a necessidade de interação humana em qualquer etapa ao longo do processo. A inovação tem nome: é a Sapati - Sapataria Inteligente, criada após dois anos de pesquisa e desenvolvimento de soluções para o setor. O sistema visa à melhoria de processos, tecnologias, visual merchandising e ao bem-estar das pessoas, gerando uma nova experiência de compra para o consumidor e melhores resultados para o comércio. Como a compra dispensa a interação humana, os atendentes passam a ter a função de consultores de moda e estilo e, num primeiro momento, também orientando os clientes sobre o uso e funcionamento das tecnologias.
Investimento X Retorno
A
Sistema foi apresentado durante o Sicc em maio FOTO LUÍS VIEIRA
empresa investiu em torno de R$ 2 milhões para o desenvolvimento de todo o projeto, e o conjunto de equipamentos foi pensado para favorecer a autonomia do consumidor através do modelo de autoatendimento em cinco passos: escolher, provar, comprar, pagar e levar. Na prática, o consumidor escolhe um modelo de sapato e se quiser comprar terá apenas que aproximá-lo de um totem para autoatendimento e seguir as próximas etapas até finalizar a compra. Usando como padrão uma loja de 200m2 com 10 vendedores, o investimento inicial para a adaptação do estabelecimento é de aproximadamente R$ 50 mil, para custear a instalação dos equipamentos, softwares, implantação dos sensores de radiofrequência e o serviço de consultoria. Somado a estes investimentos, também há um custo mensal no valor de R$ 600 pelo uso das ferramentas. Além de promover benefícios financeiros diretos para os lojistas, como a redução da equipe de vendedores, o sistema agiliza a gestão dos itens com o acompanhamento em tempo real do estoque, permitindo que se identifique o giro dos produtos, tornando a reposição muito mais ágil através da integração da cadeia de fornecedores. Segundo a empresa, a recuperação dos investimentos acontece em um período que gira de três a seis meses.
Pouco conhecido no Brasil, o formato de varejo totalmente automatizado já é uma realidade no exterior. Para facilitar a compreensão do sistema, a empresa instalou na cidade de Cascavel/PR uma loja laboratório. O empreendimento está localizada junto à sede da SetaDigital e todo o lucro da venda de calçados na unidade é revertido para subsidiar novas pesquisas para aperfeiçoar o modelo. A empresa apresentou o sistema durante a 25ª edição do Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC), que aconteceu em maio, na cidade de Gramado/RS, onde, em um espaço de 90m2 instalou uma réplica da Sapati. Em vez de vendedores, havia no estande à disposição dos visitantes tablets, totens e sensores de identificação das etiquetas por rádio frequência instaladas nos sapatos expostos. Os lojistas e também fabricantes tiveram a oportunidade de conferir as novidades por meio de visitas guiadas.
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A CIÊNCIA DA FÁBRICA
E A INOVAÇÃO CAPÍTULO 2/6: A CIÊNCIA DA FÁBRICA E A VISÃO E PENSAMENTO SISTÊMICO MS Eng. Fernando Oscar Geib
1 - A visão sistêmica é o fundamento essencial dos sistemas de produção simultânea com Entrega Já! dos calçados Sabemos que a gestão organizacional vem sendo praticada desde os primórdios tempos da civilização humana, ou seja, os antigos construtores das pirâmides do Egito já utilizavam, há mais de dez mil anos, instrumentos de gestão para os seus processos e ações de construção daqueles fantásticos monumentos. Mesmo com esta vivência gerencial tão antiga, ainda hoje o gerenciamento/gestão aplicado às organizações nem sempre é compreendido como um fator essencial para o sucesso, sejam elas geradoras de serviços ou de bens materiais -
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como as fábricas de calçados por exemplo. Estas colocações têm o propósito de constituir à gestão organizacional uma disciplina e um fator absolutamente essencial a ser praticado com precisão e determinação, para assegurar uma longa vida às organizações. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) valoriza estrategicamente seus processos gerenciais, pois adota uma gestão simultânea alinhada com os fundamentos operacionais da produção simultânea, já detalhada em capítulos anteriores desta série de temas voltados para a estruturação de uma inovadora e competitiva fábrica de calçados. No tema desenvolvido em capítulos anteriores, identificado pelo título geral A Inovação das Estratégias de Competitividade, foram descritos em detalhes os proces-
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sos estruturadores da inovação das estratégias organizacionais, voltadas a aperfeiçoar e, principalmente, gerar inéditos posicionamentos competitivos da Nova Fábrica de Calçados (NFC) nos mercados atuais e potenciais em que esta atua ou venha atuar. O detalhamento deste tema procura demonstrar o papel essencial de uma administração e gestão científica, perseguidora constante do aperfeiçoamento de sua competitividade. Quando passamos a estabelecer as conexões e relações entre os fundamentos que vêm sendo apresentados, começamos a ter uma adequada percepção do caráter científico que norteia e sustenta esta fábrica e, mais ainda, da sua natureza sistêmica, ou seja, que esta produtora de calçados é efetiva e realmente um sistema, gerador de produtos e serviços inerentes em um curto espaço de tempo, pois o seu sistema produtivo adota o fundamento essencial da simultaneidade operacional. Se esta fábrica não for entendida pelos seus gestores e operadores como um sistema de alta efetividade e produtividade na sua mais ampla expressão, a simultaneidade operacional poderá não ser alcançada plenamente quando do desenvolvimento dos seus processos produtivos, comprometendo então a sua capacidade competitiva. As atuais estruturas produtivas das fábricas de calçados, baseadas na sequencialidade linear dos processos e operações de produção dos calçados, não são e nem constituem sistemas de produção, no exato e real significado deste termo, mesmo que seus operadores, técnicos, gerentes e gestores assim denominem esta sequencialidade linear de operações. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) constitui-se em um efetivo sistema de produção de grande complexidade, ou seja, em um real sistema produtivo de múltiplas características operacionais dos seus processos de produção de calçados e, mais ainda, um sistema com alta efetividade e elevadíssimo nível de competitividade, onde a simultaneidade operacional e gerencial é a sua mais notável característica. A fonte deste alto desempenho é o princípio sistêmico gerado pela simultaneidade das operações de produção dos calçados. A palavra-chave desse conceito é a expressão Sistema. Avançando mais, colocamos derivar dela o termo Sistêmico, o qual dá então origem ao termo Visão Sistêmica. A Visão Sistêmica é a qualificação que identifica e norteia um sistema de modo que este não perca a qualificação ao longo do tempo. Sistemas que perdem esta qualificação com o avançar do tempo deixam de sê-lo, pois perderam sua visão intrínseca de sistema de longo prazo. Ser sistêmico será compreendido, também mais claramente, quando afirmamos ser a Nova Fábrica de Calçados (NFC) um sistema produtivo conduzido e funda-
mentado pelo pensamento sistêmico de seus gestores e operadores. Esta fábrica tem e carrega continuamente no seu DNA o pensamento e o comportamento sistêmico de seus gestores e operadores, bem como dos seus sistemas de produção. Esta produtora de calçados em descrição, para ser uma organização efetivamente sistêmica, segue com precisão e constância os fundamentos e a cultura organizacional proposta pelo Pensamento Sistêmico, o qual orienta-se pelas seguintes características operacionais: I - Das Partes para o todo As atuais estruturas produtivas praticadas pelas fábricas de calçados fundamentam-se no princípio que adota e pensa serem calçados gerados pela linha de pensamento que segue o caminho mostrado na Figura 1, onde os calçados são entendidos e avaliados como um todo dividido em suas partes ou componentes, o que é um equívoco e uma fuga da visão sistêmica como logo veremos.
Figura 1
Quando invertemos esta lógica de avaliação, colocando serem os calçados partes adequadamente pensadas e unidas progressivamente, ou seja, o cabedal, a palmilha e o solado - os quais uma vez relacionados e unidos entre si - estruturam e geram um todo de maior funcionalidade, o calçado. Esta forma de análise representa uma lógica diferente e absolutamente mais correta de avaliar estes produtos, pois o propósito da fábrica é que seus calçados sejam efetivamente comprados, por serem percebidos como “compráveis” a partir da qualidade e funcionalidade de todas as suas partes componentes, para chegarem então a um resultado do todo, pois estas são progressivamente examinadas pelos compradores. Mais ainda, são também avaliados pelos detalhes de suas partes constituintes quanto ao estilo, materiais utilizados, precisão das costuras, acabamento e calce, fatores estes percebidos formando um todo de ganhos, ao qual se soma ainda a sua atualidade quanto à moda e os avançados nos fundamentos estruturais voltados ao conforto dos pés. Esta visão do comportamento dos consumidores deve ser seguida pela fábrica, pois esta deve ver os calçados produzidos pela lógica demonstrada na Figura 2, que identifica a Visão ou o Pensamento Sistêmico.
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a todos os seus processos - sejam eles gerenciais ou operacionais - somente é gerada quando esta é operacionalizada por sistemas organizacionais e estruturados na forma de rede.
Figura 2
Esta visão de avaliações e de análises considerando as partes em si, e como estas se interligam quando da fabricação do calçado visto como um todo, tem como propósito buscar entender este sistema de peças e como estas se relacionam quando formam um todo denominado de calçado, para atender os futuros usuários o mais adequadamente possível. Os consumidores contemplam os seus calçados como um sistema de partes montadas progressivamente como mostra a Figura 2, por partes, a partir de processos de costuras, colagens ou ainda por fixações por meio de tachas e pregos, constituindo, então, o Sistema Calçado, que tem a grande responsabilidade de assegurar o desempenho deste todo chamado calçado, no qual foi ainda fixado um solado e colocado a palmilha interna. O que deve ser lembrado com toda a ênfase com base no que foi anteriormente colocado é que os atuais sistemas produtivos de calçados, baseados na linearidade sequencial das operações, não se comportam como estruturas produtivas sistêmicas, pois eles seguem o princípio da sequencialidade linear das operações de produção, destruindo a lógica implícita dos relacionamentos das operações, gerando perdas, não somente de qualidade a partir de defeitos tanto visíveis, como costuras imperfeitas, quanto invisíveis, como o de calce imperfeito e os alongamentos dos ciclos de produção que quebram o fundamento da Entrega já!. II - Dos Objetos para as Relações Os calçados não são vistos pela Nova Fábrica de Calçados (NFC) como produtos entregues aos compradores e aos mercados consumidores. Eles são entendidos como propostas de relacionamentos que se formam e solidificam entre esta organização geradora dos bens já nomeados e os compradores destes, pela mobilização de recursos promotores de satisfação pessoal, quando da aquisição e de saúde para os pés e o corpo humano quando do uso. III - Das hierarquias para as redes A Nova Fábrica de Calçados (NFC) não se estrutura por organogramas cartesianos e reducionistas. O fundamento essencial da Simultaneidade é desenvolvido e assegurado por sua estrutura organizacional fundamentada em Redes de operações. A simultaneidade aplicada
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IV - Da casualidade linear, para a casualidade circular A Nova Fábrica de Calçados (NFC), no desenvolvimento dos seus processos produtivos e gerenciais, não adota como fundamento operacional o diagrama linear de Causa e Efeito convencionalmente usado e mostrado na Figura 3.
Figura 3 demonstrando o que é casualidade linear e sequencial das operações
O pensamento sistêmico tem uma visão e percepção diferentes para desenvolver o princípio/fundamento da casualidade. Esta forma de pensar o princípio da casualidade é estruturado pelo fundamento da circularidade como pode ser visto na Figura 4.
Figura 4
V - Das estruturas para os processos As atuais fábricas de calçados, por seus gestores, têm uma preocupação significativamente excessiva com as suas estruturas organizacionais, entendendo que estas podem assegurar a funcionalidade competitiva destas em altos níveis. Este é um foco equivocado. Estruturas organizacionais têm, sem dúvida alguma, a sua finalidade e responsabilidade. Porém, a preocupação
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primeira deve ser com os processos seguindo o fundamento das partes para o todo. Os processos se constituem nas partes essenciais que, uma vez estruturados, definirão a funcionalidade da fábrica. Portanto, antes de tudo, as fábricas devem concentrar seus esforços para terem domínio dos processos produtivos de modo absoluto e então organizados em estruturas operacionais. Estas colocações e diretrizes organizacionais seguem o princípio Das Partes para o Todo, com os processos adequadamente estruturados, formam-se estruturas organizacionais de alta produtividade. VI - Da metáfora mecânica para a metáfora do organismo vivo Quando as linhas de produção lineares e sequenciais foram desenvolvidas e implantadas por Henri Ford em suas fábricas de automóveis, criou-se e solidificou-se que as estruturas produtivas estavam definidas e que jamais sofreriam alterações em seus fundamentos. A história mostrou rapidamente que os operadores destas linhas de produção se constituiriam em meros robôs, sem inteligência, pois estes sistemas produtivos não exigiam esforço mental algum, apenas exigiam esforços físicos promotores da repetição contínua de operações. O mecanicismo de Ford não resistiu às propostas que mostravam claramente que esta visão mecanicista era um equivoco, e que as pessoas - os operadores - é que davam “alma” aos processos de produção. Hoje a concepção dos sistemas produtivos foge destas visões que tentavam mostrar estar o sistema de produção acima da inteligência humana. As fábricas, não somente as de calçados, mas também as de outros bens, que insistirem em perpetuar suas linhas de produção lineares e sequenciais estão fadadas ao desaparecimento, pois os consumidores e os mercados não estão mais dispostos a arcar com o ônus de seus desperdícios que resultam em calçados com custos de produção não aceitáveis. VII - Do conhecimento objetivo, para o conhecimento contextual As organizações como escolas, universidades e demais academias repassam aos seus alunos um conhecimento objetivo que propõe dar a estes alunos competências adequadas à estruturação de negócios de elevado desempenho competitivo, portanto, vitoriosos. Os gestores e operadores das organizações entre as quais está a Nova Fábrica de Calçados (NFC), para serem vitoriosos, necessitam saber transformar estes conhecimentos objetivos adquiridos nos bancos acadêmicos em um conhecimento contextualizado, ou seja, alinhado com os desafios criados pelo ambiente onde atuam. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) e seus gestores, por seguirem o fundamento da simultaneidade, transformam e
adequam estes conhecimentos inserindo-os no contexto dos ambientes tecnológicos e mercadológicos. Os conhecimentos então passam a ter a marca dos contextos vividos por esta organização em descrição, fazendo desta uma fábrica ágil e flexível e adequada aos ambientes de competição. Como uma metáfora, podemos colocar que o conhecimento molda-se como uma massa de pão, para atender necessidades de enfrentar com efetividade os desafios de seus mercados e consumidores. Conhecimento contextualizado é certamente um dos fatores essenciais para a fábrica que está preocupada em inovar as suas estratégias de competitividade. VIII - Da verdade para as descrições aproximadas A ciência da fábrica e a simultaneidade operacional inerentes à Nova Fábrica de Calçados (NFC), quando estruturadas mentalmente, tornam-se verdades com uma lógica clara e incontestável. Porém, quando de sua descrição, e mais ainda, de sua implantação, esta verdade e seus conteúdos sofrem com as limitações de sua descrição, pois a terminologia e os recursos semânticos não oferecem a condição para a fábrica ser definida como realmente ela deve e está expressa na mente dos técnicos. A simultaneidade e as estruturas em rede se desenham nos cérebros dos técnicos como verdades inquestionáveis que, quando descritas na realidade, representam aproximações da verdade que foi pensada e imaginada. O pensamento é sistêmico, mas a realidade de suas aplicações representam aproximações do que foi pensado. IX - Da quantidade para a qualidade A chamada produção em massa proposta por Henry Ford baseada na sequencialidade da produção, mesmo tendo se tornado um fundamento seguido intensamente na época de sua implantação, não resistiu às exigências crescentes de qualidade manifestada pelos consumidores. Hoje, o requisito qualidade lidera entre as exigências manifestadas pelos consumidores. X - Do controle para a cooperação O andar do tempo demonstrou que a função Controle pouco ou nada auxilia na melhoria da qualidade e da produtividade. Os sistemas de produção baseados na simultaneidade operacional são fundamentados na cooperação, onde os custos de supervisão são mínimos ou quase inexistem. Por todas estas considerações, percebe-se claramente serem a visão sistêmica dos sistemas produtivos e o comportamento organizacional impulsionado pela simultaneidade os fatores essenciais da capacidade competitiva em elevados níveis da Nova Fábrica de Calçados (NFC).
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ARTIGO Científico
SISTEMA DE AQUISIÇÃO E ARMAZENAMENTO DE DADOS PARA ANÁLISE DE ABSORÇÃO DE VIBRAÇÕES DURANTE MARCHA HUMANA ALMEIDA, Luís Filipe de1; ZARO, Milton Antonio1 e REIS, Pietra1 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) Resumo O objetivo deste trabalho foi desenvolver um sistema de aquisição de dados de aceleração para fins de analisar as vibrações que passam para o sistema musculoesquelético durante o impacto produzido na marcha humana. Para fins de pesquisa, foi necessário que o projeto conseguisse cumprir os seguintes critérios: (a) desenvolver um software/banco de dados para possibilitar visualizar os resultados por ordem de data, modelo, tipo de calçado, dentre outros aspectos; (b) que a coleta de dados com acelerômetros fosse realizada com uma taxa de aquisição de, no mínimo, 2.000 samples/s; (c) que o sistema fosse capaz de transferir os dados para o computador sem perda de velocidade ou de precisão de medidas;
Palavras-chave:
(d) fosse capaz de exportar os dados de forma que pudessem ser analisados graficamente a posteriori. Foram testados quatro modelos de calçados, com solados e cabedais diferentes. Os resultados mostraram que o software de aquisição/banco de dados é muito versátil na análise a posteriori, uma vez que permite visualizar cada vez que o calçado foi testado, bem como os modelos que realizaram os testes, o calçado que foi testado num certo período de tempo ou a diferença de resultados entre os modelos (pessoas) que executaram os testes, dentre outros aspectos. O tratamento estatístico permitiu uma melhor interpretação dos dados e diminuiu a incerteza final da medida.
acelerômetro, tratamento de sinal, biomecânica, vibrações
Abstract The main purpose of this project was to develop a system to collect acceleration data of an industrial accelerometer, in order to study the vibrations at the tibia during the human walk. The system was built to follow some criteria: (a) to develop a software/database that permits to analyze results in many ways (model of footwear, when it was testes, who did the test, among other aspects; (b) the system had to collect data acceleration with a sample rate
of 2 Ksamples/s; (c) In the same way, it was necessary that the system was capable of transfer correctly the experimental data; (d) to export data in order to be seen in a graphic way. For footwear models were tested. The results were statistically analyzed and the uncertainty of the results was considered appropriated to the variable that was under analysis.
Keywords: accelerometers, signal analysis, biomechanics, vibrations
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Introdução Este trabalho visou desenvolver um sistema/software que mede a transmissão das vibrações pelo sistema musculoesquelético durante a marcha, com acelerômetros. Segundo Bruxel [3] a vantagem de usar acelerômetros durante o ensaio de marcha humana é que os mesmos possuem baixo custo em relação aos outros equipamentos, como câmeras de alta velocidade e plataformas de força, e não se restringem ao uso laboratorial. Além disso, as plataformas de força são fixas no solo ao passo que os acelerômetros podem ser colocados em diversos segmentos do corpo humano. O sistema desenvolvido na plataforma LabVIEW permite organizar os ensaios realizados pelas seguintes informações: pelo dia de ensaio, modelo que executou o ensaio, tipo e modelo do calçado usado, dentre outros aspectos. Como requisitos, o sistema precisava coletar as informações com uma taxa de amostragem de 2.000 amostras/s, uma vez que os fenômenos a serem medidos ficam na faixa de 50ms. Este fator é muito importante, pois segundo Lafortute e Hennig [2], em situação de marcha o impacto acontece até os 100-150ms após o contato com o pé no solo, diminuindo para 60-70ms no caso da corrida. Segundo o teorema de Nyquist [1], a taxa de amostragem precisa ser no mínimo duas vezes a frequência máxima alcançada pela aceleração adquirida pelo acelerômetro. Também era necessário que o sistema conseguisse coletar múltiplos canais simultaneamente sem perda de dados (uma vez que os dados são enviados em transmissão serial), pois poderia ser necessário metodologicamente utilizar mais de um acelerômetro, ou acelerômetros triaxiais, que utilizam mais de um canal cada ou outros sensores em conjunto nos ensaios. E, por fim, foi pedido que o sistema fizesse todo o tratamento matemático do sinal adquirido no software MATLAB.
Materiais e Métodos 1 acelerômetro uniaxial, marca Bruehl & Kjaer, modelo 4507; 1 condicionador de sinais de 16 canais, marca Bruehl & Kjaer, modelo 2694C; 1 conversor AD de 12 bits, marca National Instruments, modelo USB6210; 1 microcomputador com os softwares LabView 8.5, DAQ 8.8 e MATLAB 2013 instalados; Esteira ergométrica, marca Inbramed, modelo Master 1; 4 tipos de Calçado anatômico, n35, RB0071/2016, ref. IBTeC IB016B. Para a aquisição dos dados vindos do acelerômetro, decidiu-se usar o LabVIEW 8.5, um software para desenvolvimento de sistemas de análise de medidas e apresentação de dados. O software possui um módulo voltado à aquisição de dados chamado DAQ, cuja versão utilizada foi a 8.8. Com o DAQ, foi possível ler a variação nos níveis de tensão dadas pela variação de aceleração na componente vertical da marcha. Neste ponto, foram usados condicionadores de um canal da empresa Endevco para estudar o funcionamento da aquisição de dados. Para a realização dos testes, alternou-se para o condicionador de 16 canais da B&K, o Type 2694, que possui um software de configuração próprio que reconhece automaticamente o modelo do acelerômetro utilizado para condicionar o sinal de forma precisa e permite que, caso necessário no futuro, poderia ser utilizado um maior número de acelerômetros (e outros tipos de sensores) em conjunto. Durante a aquisição é possível visualizar os dados coletados em tempo real (desenvolveu-se um sistema simples na linguagem de blocos nativa do LabVIEW para mostrar em tempo real o gráfico de aceleração e salvar os dados em um arquivo de texto para iniciar os primeiros testes). Testes foram realizados com a finalidade de descobrir qual seria a melhor metodologia para a realização dos ensaios. Com isso, variou-se o tempo de coleta, a taxa de aquisição, a duração total do ensaio, tanto com modelos calçadas quando descalças, conforme Figura 1.
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ARTIGO
Figura 1 - Exemplo de Ensaio realizado: Comparação da aceleração Tibial
Antes da automatização dos ensaios (com controle de tempo), a duração do ensaio era controlada através de um cronômetro manual. Após definida a metodologia de testes a ser utilizada, o software foi automatizado para este fim específico. Utilizou-se então a linguagem do LabVIEW para desenvolver um programa que coletasse uma amostra durante um período n de tempo escolhido pelo usuário e que entrasse em pausa durante o mesmo tempo n (totalizando um ciclo). Também é possível o usuário escolher o tempo total de duração do ensaio e quantas amostras serão coletadas nesse período. A Figura 2 mostra o detalhe da tela de aquisição de dados com todos os parâmetros de entrada (taxa de amostragem, modelo, tipo de calçado, data, tempo de duração do ensaio). Já a Figura 3 apresenta o sistema de aquisição de dados propriamente dito: computador, amplificador/condicionador de sinais.
Figura 2 - Tela principal do software em LabVIEW
Figura 3 - Sistema de aquisição de dados para análise de marcha humana
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Após concluído o desenvolvimento do software de aquisição, a aplicação para guardar os resultados analisados pelo MATLAB começou a ser desenvolvida. Decidiu-se por fazer uma aplicação web utilizando a linguagem de programação PHP para que pudesse ser acessada de qualquer computador do laboratório de Biomecânica. Como é mostrado na Figura 4, em sua tela principal, o usuário completa o formulário com as informações do ensaio (data, calçado e modelo) e as informações dadas pela análise do MATLAB. Abaixo do formulário há a tabela de controle dos testes que foram realizados no dia atual. Ao clicar no ícone da lupa, ao lado do nome da modelo, ocorre a busca no banco de dados do histórico de ensaios da mesma, com os testes ordenados por calçado.
Figura 4 - Tela principal da aplicação web
Ao lado da tela de cadastro há a tela de relatórios, onde é possível visualizar os testes realizados no dia, na semana, no mês, além de ser possível consultar todos os testes realizados com um calçado específico, como apresenta a Figura 5.
Figura 5 - Tela de relatório dos ensaios realizados na semana
Na tela de busca por calçado, caso o usuário não saiba o nome do modelo que ele quer pesquisar, é possível fazer uma busca de todos os calçados cadastrados no banco de dados. Ao clicar no nome do calçado, o software retorna para a busca de ensaios com o nome selecionado pelo usuário.
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ARTIGO Resultados e Discussão A mais recente versão desenvolvida do sistema de aquisição de dados (LPA) de acelerometria, que visa a analisar a absorção de vibrações durante a marcha humana, permitiu que houvesse uma coleta automática dos ensaios na metodologia utilizada atualmente pelo laboratório, onde o usuário determina o tempo de aquisição e a quantidade de amostras (por segundo) que serão coletadas pelo sistema.
Figura 6 - Análise qualitativa em tempo real
A aplicação também permite observar graficamente em tempo real a marcha da modelo, como mostra a Figura 6, o que torna possível uma análise qualitativa prévia da marcha, podendo ser interrompida a qualquer momento caso seja observado algum problema. É gerado o nome do arquivo do ensaio a partir dos dados que o usuário coloca como parâmetro do teste (data_nome da modelo (taxa de aquisição)_tipo de calçado_modelo do acelerômetro). Este padrão de nome foi decidido entre a equipe para que os dados fossem melhor organizados e se tornasse possível a integração com o MATLAB, que faz toda a análise dos dados de marcha humana coletados. O banco de dados viabilizou que os ensaios realizados pudessem ser organizados mais facilmente, possibilitando observar o histórico temporal dos resultados de um calçado ou de uma modelo específica, permitindo, em alguns casos, invalidar um teste realizado se os dados se mostrem muito discrepantes do histórico observado. Todas as páginas de relatório possuem a opção ‘imprimir’, que permite gerar o diagnóstico dos calçados com maior praticidade.
Conclusão O novo sistema de aquisição de dados trouxe diversos pontos positivos para os experimentos referentes à análise de marcha humana. O maior número de pontos coletados por amostra, o controle mais preciso do tempo e a integração com o software de análise feito no MATLAB permitiram que fossem feitas análises quantitativas dos dados, de forma mais precisa, com um tempo menor de análise e de visualização de resultados, otimizando o tempo no laboratório. Entretanto, ele ainda é restrito à metodologia utilizada atualmente no laboratório. Pretende-se então, futuramente, criar um sistema de aquisição de acelerometria mais geral e adaptável ao tipo de ensaio que o pesquisador deseja realizar.
Referências 1 B. P. Lathi. Linear Systems and Signals. 2 ed. Oxford University Press, 2005. 2 M.A. Lafortune, M.J. Lake; E.M. Hennig. J. Biomechanics. 1996 1531-1537. 29 (12). 3 Y. Bruxel, M.A. Zaro, A.O.V. Avila; T.R. Strohaecker; R. Palhano. Revista Tecnicouro. 2009. 72-77. Jul/09
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ARTIGO Técnico
ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA A COURAÇA DA INDÚSTRIA CALÇADISTA II Felipe Schaefer Bairros da Silva Estudante de Engenharia de Materiais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Resumo Esta pesquisa foi desenvolvida com a finalidade de avaliar o comportamento dos resíduos da couraça calçadista descartados durante a produção de calçados, quando utilizados para produção de blendas à base de polipropileno (PP), de polietileno de alta densidade (PEAD) e de poli(cloreto de vinila) flexível (PVC) utilizando quantidades prédeterminadas dos resíduos da couraça. A partir da caracterização das amostras produzidas, através de ensaios e testes padronizados, foi comprovado que as blendas de polietileno de alta densidade e de polipropileno produzidas com os resíduos da couraça calçadista apresentaram excelentes propriedades para o desenvolvimento de produtos injetados, mantendo a mesma qualidade das resinas originais, no qual houve, portanto, uma redução de custo do produto final.
Introdução A couraça é um componente calçadista, produzida com resinas poliméricas, em formas retangulares, utilizada para reforçar a parte frontal do sapato, também conhecido como bico. Para cumprir a sua finalidade, a couraça é cortada conforme o formato do bico do calçado, resultando em retalhos, que consequentemente se tornam resíduos e são descartados no meio ambiente. Estes por sua vez recebem a classificação de resíduo sólido não inerte de Classe II A (não perigoso e não inerte), de acordo com as normas NBR 10004 (Classificação de Resíduos Sólidos) e NBR 15515 (Passivo Ambiental em Solo e Água Subterrânea), tornando o seu descarte oneroso, que deve ser realizado mediante a norma NBR 11174 (Armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III – inertes). Por meio da realização de ensaios mecânicos, verificou-se, na primeira parte desta pesquisa, realizada no ano de 2014, que, ao reprocessar os resíduos da couraça calçadista através da reciclagem mecânica, se obtinha um material mais rígido e mais frágil em comparação à couraça original, que é completamente produzida com resinas virgens. Mediante os resultados dos ensaios de tração, foi possível verificar que o módulo elástico da amostra produzida completamente com resíduos da couraça aumentou 35,0% e a tensão de ruptura da mesma foi 10% menor, quando comparada com a blenda produzida com polímeros virgens. Tal variação nas características da couraça reprocessada, com relação à couraça virgem, implicaria diretamente na qualidade dos calçados e, consequentemente, no conforto que o usuário iria sentir. Portanto, a partir do quadro crítico exposto e dos resultados obtidos no projeto de pesquisa anterior, pretendeuse avaliar a possibilidade de aplicar os resíduos couraça calçadista em um polímero cuja variação de características fosse somada como fator positivo ou não alterasse as propriedades do produto final. Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa é avaliar o comportamento de blendas de polipropileno (PP), de polietileno de alta densidade (PEAD) e de poli(cloreto de vinila) flexível (PVC flexível) utilizando taxas de 10% e 30%
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dos resíduos da couraça calçadista termoplástica de PE e EVA. A fim de alcançar o objetivo principal da pesquisa foi necessário determinar um processo produtivo eficiente, estabelecer as condições de processamento e os métodos a serem empregados, a fim de viabilizar a utilização no meio industrial das blendas testadas na pesquisa; propor produtos injetados fabricados com as blendas caracterizadas, onde as propriedades mecânicas apresentadas são desejadas ou não interferem no item final; realizar uma avalição de custos com o propósito de verificar se a utilização dos resíduos da couraça calçadista nestes produtos é de fato viável e apresenta lucros financeiros. Assim, vislumbra-se com o presente estudo aplicar os resíduos da couraça calçadista em produtos onde a sua utilização apresente vantagens financeiras e ecológicas para as empresas envolvidas.
Metodologia Os procedimentos realizados para atingir os objetivos e obter os resultados da pesquisa foram efetuados vislumbrando a realização prática da metodologia exercida na indústria. Desta forma, buscou se exercer métodos da maneira mais simples e eficiente possível. No entanto, é necessário enfatizar que os procedimentos foram realizados em laboratórios certificados de alta credibilidade, tal como a Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, o Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros de São Leopoldo, o laboratório de ensaios da Prisma Montelur e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Também se recorreu para a realização de algumas atividades à empresa Plásticos Sisano, de Novo Hamburgo. A metodologia realizada consistiu primeiramente nos processamentos dos resíduos da couraça calçadista, que foram coletados através de uma doação realizada pela empresa Artecola Química, de Campo Bom. O processamento destes resíduos teve como finalidade a produção de blendas de polietileno de alta densidade, poli(cloreto de vinila) flexível e polipropileno com taxas pré-determinadas dos resíduos anteriormente citados. Na primeira etapa foi realizada a micronização dos resíduos, em seguida estes foram homogeneizados e por fim foi realizada a moldagem dos corpos de prova através do processo de injeção plástica. Micronização O processo de micronização tem a finalidade de diminuir o tamanho dos resíduos da couraça à mesma dimensão dos grãos das resinas utilizadas. Esse processo é necessário para garantir que cada porção do resíduo receberá a mesma energia térmica que as resinas quando estiver sendo processado. Logo, ambos os materiais serão injetados nas mesmas condições. A redução do tamanho dos resíduos se faz importante também devido à facilitação do escoamento no funil da injetora. Para a realização desse processo, foi utilizado o moinho granulado horizontal SEIBT Modelo MGHS, disponível na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). A potência do equipamento é de 7,5 CV e a rotação é de 870 rpm. Mistura das Amostras As misturas das amostras foram realizadas de forma manual, com a utilização da balança Gehaka BG4000, com precisão de dois dígitos após a vírgula. Os componentes de cada mistura foram pesados na balança, depositados dentro de sacos identificados com cada amostra e em seguida foram homogeneizados a fim de misturar os componentes. Essa etapa foi realizada na empresa Sissano Plásticos, antes da realização do processo de injeção. Injeção dos Corpos de Prova O processo de injeção dos corpos de prova foi realizado na empresa Sissano Plásticos, como dito anteriormente. A injetora utilizada foi a HIMACO ATIS 1500 - 410. O material processado antes da realização das injeções dos corpos de prova foi o PVC flexível, logo as primeiras amostras injetadas foram as que continham PVC. A primeira amostra injetada foi a com 10% de resíduos de couraça e em seguida a com 30% de resíduos, ambas de PVC. Logo após, foram processadas as amostras de polietileno de alta densidade, seguindo a ordem de 10% e 30% de resíduos. As três últimas amostras injetadas foram as amostras polipropileno, seguindo a ordem de 10, 30 e 50% de volume de resíduos Testes Os testes pré-determinados para verificação do comportamento das amostras processadas foram os ensaios de tração, de resistência ao impacto Izod e dureza Shore, em que foram utilizadas a escala D, para as amostras de
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ARTIGO polietileno de alta densidade (PEAD) e polipropileno (PP), e a escala A, paras as amostras de PVC flexível. O ensaio de tração foi realizado na Prisma Laboratórios de Ensaios, de acordo com as condições e os parâmetros estabelecidos pela norma ASTM D 638. O corpo de prova escolhido foi o tipo I. O equipamento utilizado nesse ensaio foi uma máquina universal de ensaios, da Emic, do modelo Emic DL 200. Para a realização desse ensaio foi utilizada uma pré-carga de 2kN. Foram submetidos a este teste cinco corpos de prova de cada amostra. O ensaio de dureza realizado foi o de dureza Shore, conforme a norma ASTM D 2240. Para as amostras de polietileno de alta densidade (PEAD) e de polipropileno (PP) foi utilizada a escala Shore D. Já para a amostra de PVC flexível, devido a sua alta flexibilidade, foi utilizada a escala Shore A. Esse teste foi realizado no laboratório de ensaios do Curso Técnico de Química da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha. Os corpos de prova utilizados são os mesmos que foram injetados para o ensaio de tração, visto que ainda assim atendem aos requisitos estabelecidos pela norma para a realização do procedimento do ensaio. O ensaio de impacto tem o propósito de medir a tenacidade, que por sua vez é a energia necessária para romper um material através do impacto. Esse ensaio foi realizado conforme os procedimentos e parâmetros estabelecidos pela norma ASTM D 256, no laboratório de ensaios do Centro Tecnológico de Polímeros do Senai (Cetepo). O equipamento utilizado foi uma máquina de ensaios de impacto do modelo Resil Impactor da Ceast.
Resultados Polietileno de Alta Densidade (PEAD)
A partir dos resultados obtidos no ensaio de tração nas amostras de polietileno de alta densidade verificou-se que a adição dos resíduos da couraça ocasionou uma leve perde na resistência mecânica e o aumento da rigidez. No entanto é possível observar que a variação de características não foi proporcional à taxa de resíduos, indicado desse modo que os resíduos da couraça atuaram como uma carga inerte no PEAD.
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As taxas de dureza Shore se mantiveram praticamente constantes conforme a adição de resíduos nas amostras de PEAD. Não houve variações significativas neste parâmetro. Porém é possível perceber uma queda na resistência ao impacto, que apresentou um valor significativo em relação ao PEAD puro e virgem, mas uma taxa de variação muito pequena em relação às diferentes taxas de resíduo.
Poli(cloreto) de Vinila (PVC)
O aumento da rigidez ocasionado pelos resíduos da couraça é comprovado através do módulo elástico, em que a amostra PVC 30 ficou 164,5% mais rígida do que a amostra PVC 10. A amostra PVC 30 apresentou resultados inferiores aos da própria couraça calçadista reprocessada, no qual foram obtidos na primeira etapa desta pesquisa. Desse modo, é possível verificar que a couraça calçadista não apresentou afinidade molecular com o PVC flexível.
As taxas de dureza no PVC aumentaram significativamente quando os resíduos da couraça calçadista foram aplicados nestas amostras. Devido à alta flexibilidade deste composto, não foi possível realizar o ensaio de impacto, pois os corpos de prova não se romperam durante os testes.
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ARTIGO Polipropileno (PP)
Nas três amostras de polipropileno estudadas, os valores da variação de propriedades obtidas nos parâmetros do ensaio de tração foram levemente proporcionais ao aumento de resíduos na mistura. A amostra com o maior volume de resíduos obteve uma variação de 20% em relação à amostra PP 10, na qual tinha o menor volume de resíduos. O alongamento de ruptura foi muito similar nas amostras PP 30 e PP 50, mas também muito maiores do que na amostra PP 10. Logo, o módulo elástico obtido na amostra com 50% de resíduos foi em torno de 63% menor do que na amostra com 10% de resíduos, indicando, deste modo, uma blenda muito mais flexível do que as outras amostras testadas.
Os ensaios de impacto nas amostras de polipropileno mostraram que os resíduos da couraça calçadista agiram aumentando amplamente a tenacidade deste polímero. Já os resultados dos testes de resistência à dureza mostraram que este parâmetro se manteve praticamente constante, com uma queda quase insignificativa nos valores.
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Discussão Esta pesquisa foi elaborada com o propósito de verificar o comportamento de blendas produzidas com os resíduos da couraça calçadista, descartados durante a produção de calçados, na qual se propôs, a partir dos estudos realizados, a utilização destes materiais em produtos injetados de caráter não estrutural. Foram produzidas misturas poliméricas utilizando os resíduos da couraça com resinas de polietileno de alta densidade, com poli(cloreto de vinila) flexível e com polipropileno. Com base na metodologia empregada, foi possível constatar que os resíduos da couraça calçadista utilizada apresentaram comportamentos distintos em todas as misturas produzidas. A partir da caracterização das amostras, por meio dos testes realizados através dos métodos ASTM, verificou-se que as blendas de polietileno de alta densidade e de polipropileno demonstraram um comportamento amplamente favorável para aplicação industrial, visto que, em ambas, a adição dos resíduos da couraça calçadista influenciaram sutilmente os parâmetros testados. Entretanto, no polietileno de alta densidade houve um aumento da rigidez, enquanto no polipropileno foi constatado uma flexibilidade maior e um aumento vigoroso da tenacidade. No entanto, as blendas de poli(cloreto de vinila flexível) apresentaram resultados amplamente inferiores, no qual houve, portanto, uma redução drástica da resistência mecânica, e um aumento expressivo do módulo elástico e da dureza. Neste caso, os valores obtidos foram inferiores aos ambos componentes da blenda, com verificação da presença de laminações. Desse modo, apesar da mistura apresentar aparência homogênea após o processamento, é possível afirmar que a adição dos resíduos da couraça calçadista formou uma blenda imiscível e parcialmente heterogênea.
Conclusões Através da simulação de custos analisada com base no processo proposto, foi possível comprovar que a produção de produtos utilizando as blendas de polietileno de alta densidade e de polipropileno por meio da moldagem por injeção é viável financeiramente, visto que não se faz necessário a modificação de procedimentos dos parâmetros de processamento, cujo processo de micronização indicado expressou custos insignificantes em comparação aos materiais utilizados, uma vez que, atualmente, este processo já é frequentemente empregado na indústria de injetados. Dessa maneira, em virtude das características e dos aspectos mencionados, é possível concluir que a utilização dos resíduos da couraça calçadista no polietileno de alta densidade e no polipropileno é viável, verificado que o processo proposto se demonstrou eficiente, havendo, neste caso, a redução de custos dos itens apresentados, onde foi possível constatar comportamento inexpressivo dos parâmetros mecânicos testados, e inclusive, o acréscimo de qualidade.
Referências ABIPLAST, Perfil 2014. Indústria Brasileira de Transformação de Material Plástico. ABIPLAST: Associação Brasileira da Indústria do Plástico. Acesso em 30 de agosto de 2015. Disponível em: http://file.abiplast.org.br/ download/links/2015/perfil_abiplast_2014_web.pdf. Acesso em 30 de agosto de 2015. ABREU, Flavio O. M. S.; FORTE, Maria Madalena de C.; LIBERMAN, Susana A.; Propriedades Mecânicas e Morfologia de Blendas de Polipropileno com Tpes. Polímeros, vol. 16, no. 1. São Carlos, 2006. AKCELRUD, Leni. Fundamentos da Ciência dos Polímeros. 1ª ed. Barueri: Manole, 2007. AGNELLI, J. A. M. Reciclagem De Polímeros. 2009. Acesso em agosto de 2015, disponível em: http://observatorioderesiduos.com.br/wpcontent/uploads/2011/03/JOSE_AGNELLIReciclagemDePolimeros BELLOLI, Rodrigo. Polietileno Verde do Etanol da Cana-de-açúcar Brasileira. 2010. 34 p. (Dissertação de conclusão de curso). Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010. CHIAVERINI, V. (1977). TECNOLOGIA MECÂNICA: Estrutura e Propriedades das Ligas Metálicas, 2ª edição. São Paulo, McGraw-Hill, 1986 (Estrutura e Propriedades das Ligas Metálicas, v.1)
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A ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 57
J JBS 11 3144.4353 www.jbs.com.br pág. 65
B BOXFLEX 51 3598.8200 www.boxflex.com.br pág. 02
L LAB. LUVAS CIRÚRGICAS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 63 LINHANYL 15 4009.8700 www.linhanyl.com.br pág. 05
C CALÇADOS BIBI 51 3523.3344 www.bibi.com.br pág. 17 CAMPANHA ASSOCIAÇÃO 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 19 COLORGRAF 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 51 COMELZ 51 3587.9747 www.comelz.com pág. 07 CONSULTORIA INDUSTRIAL 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 79 COUROMODA 11 3897.6100 www.couromoda.com pág. 53 D DÜRKOPP 11 3042.4508 www.durkoppadler.com pág. 36 F FEIRA LOUCURA POR SAPATOS 51 3584.7200 www.feiradaloucuraporsapatos.com.br pág. 59 FIMEC 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 55 FISP 11 5585.4355 www.fispvirtual.com.br pág. 49 FLEXNYL 15 3414.1300 www.flexnyl.com.br pág. 05 FOAMTECH 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 100 G GUIA ASSOCIADOS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 86 I ISA TECNOLOGIA 51 3595.4586 www.isatecnologia.com pág. 09
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M MÁQUINAS MORBACH 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 25 MARLUVAS 32 3693.4096 www.marluvas.com.br pág. 13 METAL COAT 54 3215.1849 www.metalcoat.com.br pág. 21 P PARCEIROS BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 72 POLLIBOX 51 3587.3502 www.pollibox.com.br pág. 02 PRIME CHEMICAL 16 3720.7330 www.primechemical.com.br pág. 98 PROAMB 54 3085.8700 www.proamb.com.br pág. 23 R RHODIA 11 3741.7733 www.rhodia.com.br pág. 99 U UNDERCORP 51 3036.6080 www.undercorp.com.br pág. 15 Z ZERO GRAU 51 3593.7889 www.feirazerograu.com.br pág. 35
ENTIDADES DO SETOR ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 FEIRAS DO SETOR BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 PREVENSUL (51) 2131.0400 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889
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OPINIÃO Colunista As pontes que cruzamos
Rogério da Cruz Carvalho
Habitus Consulting contato@habitusconsulting.com.br
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assaram-se 22 anos desde que começamos a conviver com nossa atual moeda, o Real. Ao longo deste período, vivemos em relativa prosperidade e estabilidade econômica, com muitos inclusive, indevidamente, se valendo desta e colhendo os frutos de uma árvore que não lhes pertencia. Hoje, vivemos aquela que talvez seja a maior crise econômica da história de nosso Pais, tão difícil e complexa que vemos grupos empresariais tradicionais se esfacelarem e gigantes tornarem-se verdadeiros anões. Certamente diversos dentre os senhores estão se perguntando o que um tema econômico está fazendo mais uma vez em uma coluna de sustentabilidade? A resposta é simples e objetiva, a necessidade de nos reinventarmos, de cruzarmos as pontes entre o conformismo e criatividade, entre o tradicional e o inovador. Nos momentos em que nos vemos perdidos, achamos que não há alternativas, caminhos ou soluções para nossos problemas. Mas, por vezes, quando estamos no fundo do poço e pensamos que não podemos afundar mais, surgem ideias criativas como luzes no final do túnel. Quando o manto da crise se levantar, aquelas empresas e profissionais que conseguirem sobreviver e ultrapassar esse tsunami sairão mais fortalecidos. Peço perdão por ser tão insistente neste tema, mas nes-
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te momento vemos duas situações ocorrerem com certa frequência. A primeira é o avanço sobre atos ilegais como os desmatamentos, a caça a animais silvestres, os descartes irregulares de resíduos, o desvio e assoreamento de rios, a contaminação de cursos de água, na grande maioria das vezes com os responsáveis tentando se proteger sob a justificativa de problemas econômicos, de que a única solução para a sobrevivência é o cometimento do crime. Infelizmente, não são poucas as vezes em que as autoridades, e em especial os meios de comunicação, caem nesse engodo. Estes últimos, em especial, têm um total “desconhecimento seletivo” das questões básicas concernentes ao certo e ao errado. Um verdadeiro prazer na vitimização de criminosos, fazendo desta forma que a própria sociedade perca, em muitas vezes, os parâmetros da legalidade. A segunda, e aquela que devemos especialmente enaltecer, são atitudes inovadoras e criativas, aquelas que, seguindo parâmetros legais, encontram caminhos diferentes, caminhos novos e que em geral respeitam todas as regras legais e morais. Dificilmente estes surgem nas mídias, ou quando isto ocorre são apenas pequenas pontas e inserções principalmente nos horários menos nobres. É necessária a mudança da cultura, a mudança e retomada dos valores reais de nossa sociedade.
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COURO BRASILEIRO TEM CERTIFICAÇÃO DE
sustentabilidade Base Normativa A O
s substâncias restritivas e a sustentabilidade figuram dentre as principais demandas no mercado internacional e se tornam temas cada vez mais obrigatórios nas estratégias das organizações que buscam ser competitivas. Essa premissa é válida também para quem produz couros ou se utiliza dessa matéria-prima para confeccionar os seus produtos, especialmente se a exportação é foco dos negócios. Percebendo a alta relevância do assunto para o fortalecimento da imagem da indústria e do próprio setor, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com o apoio das demais instituições representativas do sistema coureiro-calçadista, criou o programa Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB), que se configura em uma ferramenta de alto valor para o alinhamento das organizações e os seus produtos às necessidades e exigências do comércio mundial. Para isso, foi estabelecido um amplo diálogo com todos os elos da cadeia produtiva, que percebe na adoção de um padrão de certificação de sustentabilidade o caminho para qualificar as empresas.
processo de certificação foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, que elaborou as normas técnicas que são as bases para a produção sustentável de couros. Através de uma Comissão de Estudos, formada no âmbito do Comitê Brasileiro do Couro e Calçados (CB-11) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi estabelecida a base normativa a ser atendida pelas empresas que desejam a certificação. Esta comissão contou com representantes de curtumes, fabricantes de móveis, artefatos e calçados, além de órgãos neutros como universidades e associações de profissionais. Um dos eventos de apresentação ocorreu no dia 17 de maio, na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos (IBTeC), em Novo Hamburgo/RS, durante o Meeting CICB de Sustentabilidade - dirigido às empresas calçadistas que têm o couro como matéria-prima principal e também aos curtumes. O presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, enfatizou que grandes marcas mundiais têm produzido balanços periódicos exclusivamente sobre sustentabilidade e estes documentos têm tido uma repercussão tão grande ou maior do que os balanços financeiros, que continuam, naturalmente, com grande relevância. “Este é um movimento muito claro dentro do qual podemos citar marcas como Nike, Grupo Kering, Adidas, Timberland e Puma”, sublinhou. Este foi um dos motivos apontados pelo executivo para que todos os setores que
formam o sistema coureiro-calçadista se aproximem para encontrar um caminho que leve à produção mais sustentável. “A substituição das substâncias restritivas por soluções alternativas e a produção ambientalmente correta são um caminho sem volta, tanto para quem exporta quanto para quem produz para o mercado interno. Este objetivo, porém, exige um trabalho conjunto envolvendo as empresas, os profissionais e as instituições representativas”, considerou Bello. Durante a apresentação, o vice-presidente do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, apresentou as mais recentes atualizações das normativas internacionais sobre as substâncias restritivas, especialmente aquelas mais utilizadas na matéria-prima couro. Relacionando cada substância com os respectivos problemas associados, o especialista lembrou que os limites variam em todo o mundo e as legislações estão cada vez mais rígidas em todos os mercados. Citou ainda que intoxicações, alergias, irritações e até câncer estão listados como potenciais efeitos negativos de determinadas substâncias que podem ser encontradas em produtos industriais, lembrando que o instituto realiza os testes necessários para detectar a presença dessas substâncias - tanto nos insumos quanto nas matérias-primas e nos produtos acabados. Nesta edição, o Caderno de Sustentabilidade e Inovação Tecnológica traz para os leitores da Tecnicouro detalhes sobre essa certificação inédita para a valorização do couro nacional.
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As quatro dimensões
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ma das principais preocupações do CICB é garantir aos compradores a certeza de que o couro com a certificação obedece aos mais abrangentes critérios de sustentabilidade. Todo o processo de certificação segue as diretrizes do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC), baseado em normas da ABNT que determinam os princípios, os critérios e os indicadores que devem ser atendidos, tendo os Requisitos de Avaliação da Conformidade da Sustentabilidade do Processo Produtivo de Couro definidos segundo a Portaria 314/2015 do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro). Aplicando para a indústria de curtumes o conceito do tripé da sustentabilidade, em que são considerados os resultados de uma empresa em termos econômicos, ambientais e sociais, a certificação entende como um curtume sustentável aquele que: • desenvolve suas ativida-
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des com resultados econômicos,
• procura reduzir o impacto ambiental inerente de sua atividade; • proporciona melhores condições de trabalho aos seus funcionários; • respeita a comunidade na qual está inserido. O programa já existe há um ano e neste período, até o fechamento desta edição, 11 curtumes já haviam aderido ao CSCB (JBS Couros, Fuga Couros, Couroquímica, Internacional Couros, AMCM, Mats, Courovale, A. Bühler, Vitapelli, Cobrasil e Curtume Moderno). O desafio, segundo o presidente do CICB, é que toda a cadeia do couro esteja alinhada às questões ambientais. “A meta é que em três anos todos os curtumes associados ao CICB estejam certificados ou em fase de certificação, alinhados à sustentabilidade e oferecendo aos seus clientes a garantia de que trabalham com matéria-prima realmente sustentável”, projetou.
onge de levar em consideração apenas o impacto que a indústria causa no meio ambiente, a certificação brasileira regulamenta a produção de couros com base no tripé da sustentabilidade (ambiental, social e econômico). A gestão desses pilares é vista como um aspecto primordial para o funcionamento de todo o processo, o que a torna a quarta dimensão da norma, cada uma com seus critérios, que expressam os requisitos norteadores das práticas sustentáveis para a produção de couros. Para cada critério deve ser atendido um conjunto de indicadores específicos.
Dimensão Gestão de Sustentabilidade Princípio I - Sistema de gestão: a organização deve gerir de forma eficaz as questões de caráter econômico, ambiental e social, quer seja por um sistema de gestão próprio ou por um sistema certificado conforme as normas ISO 9001, ISO 14000 ou NBR 16001. * Este princípio tem sete diferentes critérios a serem cumpridos referentes à política de sustentabilidade: planejamento das atividades; garantias de implantação, operacionalidade; procedimentos para monitoramento e medição das operações; proposição de melhorias; análise do sistema de gestão e avaliação do desempenho.
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Dimensão Ambiental Princípio I - Cumprimento dos requisitos legais aplicáveis: Ser gerida através de atitudes que assegurem o cumprimento das legislações ambientais de nível federal, estadual e municipal vigentes. * Este princípio tem dois diferentes critérios referentes à legislação ambiental da própria empresa e de subcontratados. Princípio II - Rastreabilidade: Dispor de meios para assegurar a rastreabilidade de sua matéria-prima ao longo da sua cadeia de fornecimento. * Este princípio tem dois diferentes critérios relativos à origem das matérias-primas e dos animais abatidos. Princípio III - Controle de substâncias restritas: Garantir que seus produtos atendem aos limites estabelecidos com relação às substâncias restritas. * Este princípio tem três diferentes critérios sobre o cumprimento dos requisitos legais e normativos; avaliação do teor das substâncias restritas e monitoramento das matérias-primas e insumos químicos. Princípio IV - Gerenciamento do consumo de água: Gerenciar adequadamente o uso da água (quantificar, monitorar e adotar medidas para racionalização e redução do consumo deste
recurso). * Este princípio tem dois diferentes critérios a serem cumpridos que tratam da quantidade, racionalização e redução da água utilizada. Princípio V - Gerenciamento do consumo de energia: Gerenciar adequadamente o uso de energia, quantificar, selecionar as fontes, monitorar e adotar medidas para racionalização e redução do consumo deste recurso. * Este princípio tem dois diferentes critérios sobre quantidade de energia utilizada; racionalização e redução deste recurso. Princípio VI - Processos de produção: Conduzir os seus processos produtivos de forma a minimizar o impacto ambiental dos mesmos. * Este princípio tem quatro diferentes critérios referentes às operações de ribeira, ao curtimento, ao acabamento molhado e ao acabamento final. Princípio VII - Gerenciamento de resíduos (perigosos e não perigosos): Gerenciar adequadamente os resíduos perigosos e não perigosos em suas atividades. Quantificar, monitorar e adotar medidas para a minimização da sua geração. * Este princípio tem cinco diferentes critérios relacionados à gestão, registros, bem como ar-
mazenamento e minimização dos resíduos gerados; gerenciamento das embalagens. Princípio VIII - Tratamento de efluentes líquidos: Deve não só cumprir os requisitos regulamentares relativos aos lançamentos de águas residuais, mas também implantar programa de gestão adequado e utilizar tecnologia avançada para minimizar os lançamentos de poluentes. * Este princípio tem três diferentes critérios relativos a tratamento de efluentes líquidos; minimização das quantidades de efluentes gerados e desenvolvimento de novas tecnologias de gestão e tratamento. Princípio IX - Gerenciamento de emissões atmosféricas: Gerenciar adequadamente as emissões atmosféricas geradas, não só cumprindo os requisitos regulares relativos a estas emissões, mas também implantando programa de manutenção preventiva de equipamentos e utilizando tecnologia para minimizar as emissões poluentes. * Este princípio tem seis diferentes critérios, considerando limites de emissões atmosféricas; inventário de emissões; condição dos equipamentos de abatimento; controle dos odores; compostos orgânicos e ruído externo.
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Dimensão Econômica
Dimensão Social Princípio I - Cumprimento dos requisitos legais aplicáveis: Ser gerida através do respeito aos direitos básicos do ser humano e sobre os princípios e direitos fundamentais do trabalho, cumprindo todos os requisitos legais aplicáveis. * Este princípio tem dois diferentes critérios que tratam do trabalho infantil, forçado ou semelhante ao trabalho escravo tanto da própria empresa quanto em subcontratações. Princípio II - Público interno: Estabelecer, implantar e manter políticas designadas ao público interno, contemplando todos os colaboradores. * Este princípio tem sete diferentes critérios referentes à saúde e à segurança dos colaboradores; condições do ambiente de trabalho; direito de associação; promoção da diversidade e igualdade; remuneração e benefícios; programas de conscientização, educação, capacitação e engajamento dos colaboradores. Princípio III - Fornecedores: Estabelecer e manter procedimentos apropriados para avaliar e selecionar fornecedores e subcontratados de forma que atendam aos critérios de responsabilidade social estabelecidos. * Este princípio tem um critério a ser cumprido sobre o foco na responsabilidade social. Princípio IV - Práticas leais de concorrência: Estabelecer práticas de preço e concorrência no mercado, de acordo com o cumprimento da legislação e em 96
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busca de um posicionamento leal e significativo no setor. * Este princípio tem um critério referente ao combate à pirataria, sonegação, fraude, corrupção e concorrência desleal no setor. Princípio V - Clientes: Estabelecer e implantar de forma eficiente meios de comunicação e atendimento com o cliente referente a desenvolvimento de produtos; serviços orientados pelo cliente e informação ao cliente. * Este princípio tem quatro diferentes critérios, que contemplam pesquisa e desenvolvimento de produtos, avaliação da satisfação do cliente, canais de comunicação e informação ao cliente e qualidade das relações comerciais. Principio VI - Envolvimento com a comunidade, o governo e a sociedade: Promover o envolvimento com a comunidade, através de projetos para o seu desenvolvimento, a fim de melhorar a qualidade de vida, resgatando e preservando a história da sociedade em geral, além de buscar apoio e incentivos do governo para programas de melhoria e desenvolvimento da comunidade local e sociedade, bem como realizar campanhas de incentivo e conscientização sobre responsabilidade social.
Princípio I - Desempenho da produção: Estabelecer e implantar procedimentos que permitam avaliar o desempenho da produção quanto à sua produtividade, controles operacionais e trabalhadores. * Este princípio tem quatro diferentes critérios, referentes à avaliação da produtividade; condições gerais das instalações; controle operacional e desempenho dos trabalhadores. Princípio II - Desempenho do produto: Estabelecer e implantar procedimentos que permitam avaliar e analisar o desempenho do produto bem como seu controle de qualidade e de desenvolvimento. * Este princípio tem dois diferentes critérios, relativos ao controle da qualidade e o desenvolvimento de produtos. Princípio III - Impactos econômicos: Estabelecer e implantar procedimentos que tenham impacto econômico positivo para a organização a partir de todos os setores da empresa. * Este princípio tem quatro diferentes critérios tratando sobre impacto econômico positivo na produção, no setor comercial e em outros setores e resultados econômicos alcançados.
* Este princípio tem três diferentes critérios a serem cumpridos relacionados às relações com a sociedade, envolvimento com o governo ou entidades públicas em projetos e atendimento a reclamações.
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COLUNA Níveis da certificação
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programa tem quatro categorias de certificação, cada uma correspondendo ao desempenho das empresas a partir da implantação do programa.
Bronze - empresas que atendem no mínimo a 50% dos indicadores aplicáveis de cada dimensão Prata - atendem a 75% dos indicadores aplicáveis de cada dimensão Ouro - atendem a 90% dos indicadores aplicáveis de cada dimensão Diamante - atendem a 100% dos indicadores aplicáveis de cada dimensão Com todo este cuidado o programa de certificação não se limita a garantir a eficiência da operação industrial, mas posiciona o couro brasileiro em um alto nível de excelência, capaz de conquistar e manter os mercados mais exigentes ante a certeza de que, desde a sua origem, passando pela produção e o produto final, foram observados os mais relevantes critérios sustentáveis.
Dados do setor • • • • • • • • • • • •
O Brasil está entre os três maiores produtores de couros do mundo São 310 curtumes no País O setor gera 40 mil empregos diretos São produzidas 45 milhões de peles por ano O rebanho nacional soma 210 milhões de cabeças de gado O CICB tem 60 curtumes associados, que produzem 80% do couro brasileiro 12,8% dos curtumes estão preparados para produzir wet-blue 17,7% estão preparados para produzir couros semiacabados 69,4% estão preparados para produzir couros acabados (a maior parte destes está instalada no RS e em SP) 75% da produção de couros do Brasil são exportados para 90 países. 55% dos couros exportados são acabados 31% são no estágio wet-blue, embarcados principalmente para a China
proamb
Plano de gerenciamento de resíduos sólidos para o setor calçadista Angela Gujel
Consultora técnica
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produção de calçados e, consequentemente, a geração de resíduos sólidos vindos do processo produtivo, aliados à fiscalização dos órgãos de controle ambiental, por vezes faz com que as empresas gaúchas busquem alternativas viáveis para resolver os problemas de impacto ambiental. Caminhando para um mundo sustentável, recomenda-se que as indústrias trabalhem preventivamente a gestão ambiental, começando, por exemplo, com o Plano de gerenciamento de resíduos sólidos – PGRS, que é um processo que traz inúmeros benefícios na gestão de recursos da empresa, bem como, qualidade de vida aos trabalhadores. No PGRS busca-se trabalhar pensando desde a compra da matéria-prima, evitando desperdícios. O Plano de gerenciamento de resíduo sólidos – PGRS, oportuniza a minimização dos impactos ambientais gerados, diminui o uso dos recursos naturais, energia, entre outros diversos benefícios em prol da empresa, da equipe de trabalho e de toda a comunidade em volta, contribuindo para o crescimento da economia. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS de 2010, o Plano de gerenciamento dos resíduos sólidos - PGRS, segue a linha de: redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final adequada. O gerenciamento eficiente trabalha no conhecimento dos materiais, funcionamento das linhas de produção, geração de resíduos, segregação, acondicionamento, separação e treinamento dos funcionários. O PGRS deverá ser elaborado por assessorias/consultorias ambientais capacitadas, sendo que este deve ter metas de redução, reutilização dentro de processos, visando a meios para aproveitamento energético, programas e ações das metas previstas e sua periodicidade de revisão de no mínimo quatro anos, garantindo que os resíduos sejam adequadamente coletados, manuseados, armazenados, transportados e dispostos com o mínimo de riscos para os seres humanos e para o meio ambiente. Diante do exposto acima, fica explicito os benefícios da implementação e operacionalização adequada do PGRS: evita notificações, multas e custos não previstos no orçamento anual, mantém sempre o foco na responsabilidade ambiental, social e econômica.
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COLUNAS proamb
feevale
25 anos oferecendo soluções ambientais
Pesquisas em couro visam à sustentabilidade
Comunicação Proamb
Patrice Monteiro de Aquim
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Fundação Proamb dissemina conhecimento, desenvolve tecnologias e gera soluções ambientais seguras capazes de transformar o mercado. Com esse compromisso, a entidade compartilha a comemoração de seus 25 anos de atuação. Fruto do voluntariado de um grupo de cerca de 30 empresários idealizadores, a entidade surgiu, de forma pioneira no estado do Rio Grande do Sul. Hoje, a Proamb opera com cinco negócios. O primeiro está localizado em Pinto Bandeira - a central de resíduos sólidos industriais, que há mais de 14 anos recebe resíduos classe I e classe IIA. Certificada com a ISO 14001, tornou-se modelo no Brasil devido ao seu processo operacional e controle ambiental. Projeto inovador e pioneiro no RS, a unidade de coprocessamento está instalada no município de Nova Santa Rita. A partir de resíduos sólidos industriais, produz a blenda que serve como combustível nos fornos de fabricação de cimento. A técnica disponibiliza uma alternativa nobre ao mercado com o aproveitamento energético dos resíduos e a
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Coordenadora do mestrado em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Universidade Feevale
O
grupo de Tecnologias Aplicadas ao Setor Couro, vinculado ao mestrado em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Universidade Feevale e liderado pela pesquisadora Patrice Aquim, vem desenvolvendo pesquisas que visam à sustentabilidade. Dentre essas, destacam-se: - Estudo de distintos processos de curtimento - uma alternativa para minimizar o impacto ambiental: com fomento do CNPq, a pesquisa visa à inovação no processo de curtimento de peles, por meio de novas propostas de curtimento que possam manter características fundamentais ao couro. - Otimização no processo de couros através de um sistema de gestão baseado no chemical leasing: o projeto propõe alternativas para tornar o processo de couros mais eficiente e sustentável. O objetivo é estudar os processos convencionais de curtumes, nos quais serão analisadas as correntes de entrada e saída do processo e, assim, propostas alternativas menos impactantes ao meio ambiente. A pesquisa também propõe a aplicação de tecnologias limpas em indústrias do ramo curtidor, por meio da otimização da formulação, da redução do uso da água, do reuso de água e da análise de produtos utilizados nas formulações. - Estudo da viabilidade técnica do resíduo de farelo de couro wet blue para formação de compósitos: o trabalho tem como objetivo avaliar a viabilidade técnica de agregar o resíduo de couro contendo cromo em outros materiais, com o intuito de encapsular o
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